entre o incentivo pÚblico e a interdiÇÃo do … · no brasil à época. ... tríade “família,...

14
ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO PROJETO EDUCACIONAL DO MOVIMENTO EXPERIMENTAL DE CULTURA E ARTE DE ITUIUTABA/MG (1974-1988) Karina Klinke * PPGED/FACED/UFU GT 1- Etnias e movimentos sociais Financiamento CNPq Resumo: O pôster atinge um dos objetivos específicos de um projeto maior, como resultado parcial de pesquisa em andamento, a saber: como o projeto educacional do Movimento Experimental de Cultura e Arte de Ituiutaba/MG (MECA) se constrói e depois é interditado pelas lutas de poder com a Prefeitura Municipal, enquanto formador de saberes de resistência ao Regime Militar no período entre 1974, quando se constitui como movimento social, e 1988, quando em processo de redemocratização do País é promulgada nova Constituição. Para tanto, fazemos uma “análise política do poder”, no sentido atribuído por Michel Foucault (2006), cujo procedimento é o cotejamento das fontes coletadas até o momento da pesquisa: legislação brasileira e municipal, iconografia, registros escritos por autores locais e artigos de jornais locais. Através deste cotejamento buscamos responder à seguinte pergunta: Como são desenvolvidas “correlações de força desequilibradas, heterogêneas, instáveis, tensas”, segundo as proposições de Michel Foucault (2006), entre a Prefeitura Municipal e o MECA? Analisamos como é colocada em funcionamento uma rede sutil de discursos, saberes, prazeres e poderes que apresentam diferentes inteligibilidades de poder, em três mandatos: um que promove e sustenta o projeto educacional do MECA, outro que mascara sua postura e se desresponsabiliza daquele projeto e um terceiro que o rejeita, exclui e recusa a ponto de interditar as ações do Movimento. Como resultado conhecemos “a forma pura do poder” definida por Foucault, presente na função do legislador e seu modo de ação jurídico- discursiva. Por meio dessa entendemos que os poderes locais, observados por meio dos discursos produzidos sobre eles e da distribuição e recolha de recursos econômicos, ditam as regras em uma lógica de censura. Essa consegue, no período estudado, interditar o projeto educacional e contribuir para que o MECA renuncie a si mesmo de modo a sair de cena para não desaparecer, pois em outro tempo, ainda a ser estudado na continuidade da pesquisa, reavivou-se em resistência aos poderes locais na conquista de financiamento público federal. Palavras-chave: projeto educacional; movimento social; MECA; Ituiutaba; Michel Foucault. * Doutora em Educação pela UFMG, 2003. Pós-doutora em História Moderna e Contemporânea pelo IFCH-UNICAMP, 2009. [email protected] 22 III EHECO – CatalãoGO, Agosto de 2015

Upload: ngoxuyen

Post on 08-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO PROJETOEDUCACIONAL DO MOVIMENTO EXPERIMENTAL DE CULTURA E ARTE DE

ITUIUTABA/MG (1974-1988)

Karina Klinke*

PPGED/FACED/UFUGT 1- Etnias e movimentos sociais

Financiamento CNPq

Resumo: O pôster atinge um dos objetivos específicos de um projeto maior, como resultadoparcial de pesquisa em andamento, a saber: como o projeto educacional do MovimentoExperimental de Cultura e Arte de Ituiutaba/MG (MECA) se constrói e depois é interditadopelas lutas de poder com a Prefeitura Municipal, enquanto formador de saberes de resistênciaao Regime Militar no período entre 1974, quando se constitui como movimento social, e1988, quando em processo de redemocratização do País é promulgada nova Constituição.Para tanto, fazemos uma “análise política do poder”, no sentido atribuído por Michel Foucault(2006), cujo procedimento é o cotejamento das fontes coletadas até o momento da pesquisa:legislação brasileira e municipal, iconografia, registros escritos por autores locais e artigos dejornais locais. Através deste cotejamento buscamos responder à seguinte pergunta: Como sãodesenvolvidas “correlações de força desequilibradas, heterogêneas, instáveis, tensas”,segundo as proposições de Michel Foucault (2006), entre a Prefeitura Municipal e o MECA?Analisamos como é colocada em funcionamento uma rede sutil de discursos, saberes, prazerese poderes que apresentam diferentes inteligibilidades de poder, em três mandatos: um quepromove e sustenta o projeto educacional do MECA, outro que mascara sua postura e sedesresponsabiliza daquele projeto e um terceiro que o rejeita, exclui e recusa a ponto deinterditar as ações do Movimento. Como resultado conhecemos “a forma pura do poder”definida por Foucault, presente na função do legislador e seu modo de ação jurídico-discursiva. Por meio dessa entendemos que os poderes locais, observados por meio dosdiscursos produzidos sobre eles e da distribuição e recolha de recursos econômicos, ditam asregras em uma lógica de censura. Essa consegue, no período estudado, interditar o projetoeducacional e contribuir para que o MECA renuncie a si mesmo de modo a sair de cena paranão desaparecer, pois em outro tempo, ainda a ser estudado na continuidade da pesquisa,reavivou-se em resistência aos poderes locais na conquista de financiamento público federal.Palavras-chave: projeto educacional; movimento social; MECA; Ituiutaba; Michel Foucault.

* Doutora em Educação pela UFMG, 2003. Pós-doutora em História Moderna e Contemporânea pelo IFCH-UNICAMP, 2009. [email protected]

22

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 2: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

Introdução

O grupo MECA – Movimento Experimental de Cultura e Arte – se constituiu no início

dos anos 1970 em Ituiutaba, região do pontal do triângulo mineiro, cuja emancipação político-

administrativa data de 1901. O município comportava, quando da constituição do Movimento,

aproximadamente 64.656 habitantes, sendo 73% residentes em área urbana e 27% em área

rural. Apesar do maior contingente se concentrar no espaço urbano, a comunidade local

cultiva predominantemente, até os dias de hoje, hábitos da vida no campo. Segundo Rogério

Fonseca e Joelma Santos (2009), mesmo os moradores da cidade que migraram do meio rural

mantêm aquele modo de vida, visto que “muitos se dedicam a práticas rurais para garantir seu

sustento” (Idem, p.13). Outros cidadãos, como nos conta Helena Aguiar (2011), são médios e

grandes proprietários de terras que mantêm residência na cidade para garantir os estudos e o

conforto que a infraestrutura e o comércio urbano oferecem. Sendo assim, independente do

capital econômico das famílias, prevalecem aqueles hábitos, o que inclui costumes, valores,

preferências musicais, festejos, alimentação, arte, bebida, enfim, aspectos culturais

valorizados na vida no campo.

Em 1974, quando o Movimento se iniciou, no que tange à cultura e arte, a cidade

contava com dois cinemas, quatro clubes recreativos, alguns poucos restaurantes e bares

noturnos. A maioria das festas religiosas e populares, como as tradicionais congadas, era

realizada nas ruas e em praças públicas, concentradas na região central da cidade. Os clubes

recreativos existentes nos anos 1970 eram: o Ituiutaba Clube com sede urbana e campestre –

atual Ituiutaba Clube Sociedade Recreativa e Esportiva – o Ipê Country Clube (do qual ainda

não temos dados), o Palmeira Clube e a Associação Recreativa dos Nordestinos. O Palmeira

Clube é reconhecido até os dias de hoje como um “clube negro”, devido ao “afluxo de

importante parcela da população negra das cidades da região” (CARMO, 2006, p.75).

O Palmeiras Clube, durante toda sua existência sofreu, várias crises financeiras,

discriminação social e ameaças de ser fechado devido a atritos de ordem política. Por motivos

ainda não esclarecidos para nós, o clube foi interditado em 2014. Estudos que enfocam as

culturas locais evidenciam, todavia, o importante papel do Palmeiras Clube,

predominantemente frequentado por migrantes nordestinos que trabalhavam nas usinas e

23

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 3: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

indústrias da região, cujos bailes desde a década de 1980 foram “a evidência de como esta

prática se mantém viva, aglutina e proporciona diversão aos apreciadores da música que

remete a reminiscências de um passado amalgamado por diferentes influências.

(GUIMARÃES JÚNIOR; SOUSA, 2013, p.11)

O fluxo migratório no município desde meados dos anos 1935, intensificado entre os

anos 50 e 60, é outro aspecto que compõe as culturas locais. “Na década de 1970 era comum

o movimento de ônibus fretados que faziam a linha entre Ituiutaba e Currais Novos no Rio

Grande do Norte, atendendo a demanda dos nordestinos” (SOUSA, 2011, p.54). Parte das

manifestações culturais dos imigrantes ficou, pois, concentrada tanto no Palmeiras Clube

quanto na Associação Recreativa dos Nordestinos.

É neste caldo de cultura que se organiza o Movimento Experimental de Cultura e Arte.

A composição do grupo aconteceu a partir de uma semana cultural em 1974, patrocinada pela

Prefeitura Municipal no governo do Prefeito Fued José Dib (MDB), considerado, “devido à

sua pregação, um comunista” (MUNIZ, 2002). O Movimento era composto por um grupo de

amigos (homens e mulheres) que entendia a expressão artística como uma forma de oposição

à herança do Coronelismo local, e como forma de resistência ao regime militar que operava

no Brasil à época.

Os poderes constituídos no campo político

O Coronelismo é um fenômeno constante em toda a história brasileira, cujo nexo é a

tríade “família, latifúndio e poder”. Ele tomou contornos mais nítidos e amplos na Primeira

República (1889-1930):

Na verdade, esta conjugação de forças passou a depender não apenas das posses edas relações intraelite, mas também de uma miríade de relacionamentosestruturados, tanto em laços de parentesco quanto em pactos de aliança ecompromisso, que se irradiavam desde os próceres da elite estadual até o coronelinteriorano e o seu mais humilde eleitor. (FIGUEIREDO; SILVA, 2012, p.1057)

É um tipo de situação amplamente difundida pelo interior do País, na qual os potentados

“coronéis [...], eminências de aldeia, filhos de antigas e importantes famílias que pelo status e

24

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 4: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

pela posse de terras se impunham como verdadeiras autoridades”.(FIGUEIREDO; SILVA,

2012, p.1057) Muitos dos moradores de Ituiutaba no período eram das famílias que

dominavam a economia do município: os donos do capital, na perspectiva marxiana, e

herdeiros desse fenômeno, que excluiam o acesso às comunidades mais pobres, formadas

pelos trabalhadores do campo e do comércio no espaço urbano – grande parte também

dominado pelos herdeiros dessas famílias – imigrantes e descendentes de escravos que

buscavam lugar ao sol. Esse fenômeno, apesar de se encontrar presente em todo o território

nacional, tem no interior seu hábitat perfeito:

O subdesenvolvimento industrial e comercial, a concentração fundiária, os baixosníveis de escolaridade, as dificuldades de transporte e comunicação, a distância dasgrandes cidades e da capital faziam dos municípios interioranos verdadeirosprotetorados dos senhores de terras. (FIGUEIREDO; SILVA, 2012, p.1059)

De acordo com Vitor Leal (1983), o desenvolvimento das atividades urbanas pouco

contribuiu para a perda de vitalidade deste fenômeno, uma vez que as cidades que se

encontram mais afastadas dos grandes centros e das capitais apresentam condições essenciais

tanto para sua formação quanto para sua manutenção. No caso de Ituiutaba, acrescenta-se o

fato dela se localizar a 140 quilômetros da segunda principal malha rodoviária de escoamento

de produção e de maior trânsito do Estado.

Reforça-se, assim, o posicionamento autoritário dos descendentes das famílias dos

antigos coronéis, ainda proprietárias da maior parte de terras, imóveis e casas comerciais no

município. São estas famílias que se consideram “donas” da cidade, como costumam dizer as

comunidades populares, devido aos esforços empregados para a manutenção de seu status

quo. A força dessa herança cultural é denunciada na forma arrogante de se portar em eventos

comemorativos, nos posicionamentos políticos imperiosos que assumiam, nos esforços

empreendidos para a manutenção do monopólio no comércio local, no rodízio da ocupação de

cargos políticos, na conservação das tradições nos campos da arte, da cultura e da educação.

A força desta herança do Coronelismo encontrou ecos durante o regime militar e no

desenrolar das políticas de caráter neoliberal desenvolvidas no Brasil pós-ditadura. Aliás, o

processo de redemocratização pelo qual o País entrou com a Constituinte de 1988 também foi

25

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 5: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência
Page 6: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

Carmo Alves. Casou-se com Dona Zaida Ribeiro Franco Alves e teve dois filhos:Alfredo e Madalena. Foi aluno da Escola Estadual João Pinheiro, onde concluiu oPrimário, sendo que sua primeira professora foi Dona Alice Junqueira, concluiu oGinásio no Colégio São José e o Comercial no Instituto “Marden”. É bacharel emDireito pela Faculdade de Direito de Uberaba. Foi prefeito de Ituiutaba de 1º dejaneiro de 1977 a 31 de dezembro de 1982. [...] Romel Anízio Jorge começou suacarreira política em 1970, quando se elegeu vereador, sendo reeleito em 1972 eocupando, inclusive, a presidência do legislativo municipal de Ituiutaba. Em 1978,saiu candidato a deputado estadual e, com menos de 20 dias, se colocou entre osprimeiros suplentes da extinta ARENA, chegando mesmo a exercer o mandato naAssembleia Legislativa de Minas Gerais, por algum tempo. (RANGEL, 2013, s/p)

Três filhos de famílias consideradas idôneas na cidade, sendo os dois primeiros com

formação no Ensino Superior em cursos respeitados na região como de alto capital social

(Arquitetura e Direito) e o terceiro completou apenas o Ensino Fundamental, auto declarado

Produtor Agropecuário em dados de sua candidatura a Deputado Estadual em 2010.7 Segundo

artigo do jornal local, Romel é “Filho da Nadime Derze Jorge e do Anísio Demétrio Jorge,

nasceu em Ituiutaba no dia 1° de maio [de 1929]. É casado com Márcia e pai de dois filhos

Thalita e Romel Filho” (JORNAL DO PONTAL, 2011).

Observamos indícios de que no decorrer do período estudado se efetivaram aspectos da

oposição partidária existente entre os governantes do município, pois segundo Ricardo

Kotscho (1984), durante o movimento Diretas Já (1984-84), que propôs a destituição do

Regime Militar, Fued, então Deputado Federal (1979-1986), votou a favor das eleições diretas

para presidência da República, quando os atos praticados pelos demais prefeitos indicam

parcerias com outros apoiadores do Regime.

Também há indícios desta oposição entre os prefeitos se analisarmos o discurso

existente na página eletrônica da Fundação Cultural de Ituiutaba. Observamos não só

oposições políticas entre os mesmos como uma tendência no diferente teor de informações

sobre eles, o que caracteriza posicionamentos políticos presentes no próprio texto que os

descreve, destacando-se maior oposição entre Fued e Romel. Sobre o mandato do primeiro

prefeito (1973-76), lê-se:

Em 1975, o prefeito Fued contratou empréstimo junto ao FDU – Fundo deDesenvolvimento Urbano (BDMG/Banco do Brasil), na ordem de

7 Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/politica/politicos-brasil/2010/deputado-estadual/01051946-romel-anizio.jhtm> Acesso em: 20 out. 2014

27

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 7: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

12.260.000,000,00 (dinheiro da época), para canalização de 1.050 metros lineares decanalização do Ribeirão São José, com prazo de pagamento de 10 anos. Registra-seque essa obra da primeira administração do Sr. Fued Dib, a canalização do CórregoSão José caiu, um trecho de aproximadamente 600 metros [...] se transformando nachamada Obra do Século, nome dado àquela avenida, que segundo os vereadores deoposição seria recuperada durante um século. (RANGEL, 2013, s/p)

Segundo a continuidade do texto, a obra teve de ser recuperada e concluída nos

governos posteriores, entre 1989 e 2004, com gasto estimado em “cerca de 10 milhões de

reais, sem considerar que, além do prejuízo financeiro, teve também, o prejuízo ao

desenvolvimento de Ituiutaba, e econômico e urbanístico daquele setor, por mais de 30 anos”.

(RANGEL, 2013, s/p) Outras obras do prefeito foram apenas referendadas, com comentários

genéricos, dando-se ênfase à iniciativa de empresas e outros políticos em suas ações: realizou

a primeira Exposição de Pecuária, em setembro de 1974; “a Nestlé, por Ituiutaba estar

localizada em ponto estratégico, implantou aqui uma fábrica de leite em pó”; em 1975, “por

sugestão dos vereadores, Luziano Justino Dias e Arthur Junqueira Almeida” ocorreu expansão

urbana e a aquisição pela Prefeitura de uma área rural de um milhão de metros quadrados para

implantação do Parque de Exposições JK (RANGEL, 2013, s/p). Sobre o período em que o

mesmo ocupou cargo político em instância federal, o texto afirma:

O prefeito Fued Dib, nos anos de 1978 e 1982, candidatou-se ao cargo de deputadofederal, e como a cidade e a região do Pontal do Triângulo, careciam de umarepresentação no Congresso Nacional, alcançou nos dois pleitos uma excelentevotação, se elegendo deputado federal por dois mandatos. Durante os oito anos quepermaneceu na Câmara dos Deputados, não conseguiu carrear benefícios paraItuiutaba e nem para região. Em 1986, candidatou-se mais uma vez a deputadofederal, por não ter realizado um bom trabalho em defesa da região do Pontal, nãoconseguiu se eleger, deixando Ituiutaba e toda região sem representação. (RANGEL,2013, s/p)

Observamos que sobre o segundo mandato do prefeito Fued (2005-2008) não há

nenhuma referência, sendo referendada apenas sua atuação como Conselheiro do Tribunal de

Contas de Minas Gerais desde 1986 até sua aposentadoria (sem data), enunciada como um

“gesto de companheirismo desses peemedebistas [a executiva do PMDB de Ituiutaba,

constituída por: Teofeu Patrocínio de Morais, Valdir Castanheira, Acácio Cintra e Hairton

Dias], Fued Dib, foi indicado pelo governador Newton Cardoso, a pedido desses

companheiros”. (RANGEL, 2013, s/p)

28

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 8: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

A descrição dos feitos do prefeito Acácio, por sua vez, apresenta outro aspecto. O texto

não traz indícios de um candidato vinculado ideologicamente ao Partido do Movimento

Democrático Brasileiro (PMDB), descrito apenas como “Se elegendo pela sigla do PMDB,

com uma votação histórica”. (RANGEL, s/d, s/p) O texto segue com o seguinte teor: “Em sua

administração implantou vários projetos importantes que estão hoje registrados nos anais da

administração municipal e no coração do povo desta cidade que ele tanto amou”, sendo

listados a partir daí, 16 benefícios, geralmente complementados pelas expressões:

“preocupado com a educação”, “para resposta plena da demanda”, “não se esquecendo da

saúde do povo tijucano” e “atendendo pedido da Câmara Municipal”. Ao anunciar que o

prefeito construiu e inaugurou a Av. José Vieira de Mendonça “em convênio com o Governo

do Estado de Minas, gestão do governador Aureliano Chaves de Mendonça” [que iniciou sua

carreira política como deputado estadual pela UDN (1958-1966) e participou do golpe que

depôs o presidente João Goulart em 1964, pela ARENA], o texto indica a simpatia do

prefeito, para não dizer parceria, com o então governo do Estado.

Sobre o opositor partidário, Romel Anísio Jorge, apesar de não encontramos uma

descrição com tantos feitos quantos do prefeito anterior, a narrativa é composta por muitos

elogios, que se inicia em 1978, quando “saiu candidato a deputado estadual e, com menos de

20 dias, se colocou entre os primeiros suplentes da extinta ARENA, chegando mesmo a

exercer o mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, por algum tempo” (RANGEL,

2013, s/p). Depois desse informe é dada continuidade sobre o “grande marco na trajetória de

Romel”, sua eleição a prefeito: “Naquela oportunidade [1982] ele conquistou a maioria

absoluta dos votos, numa disputa contra outros cinco candidatos que concorreram ao cargo”.

Ainda segundo o texto disponível na Fundação Cultural, a eleição consolidou sua “liderança

em Ituiutaba, com habilidade política, Romel conquistou na Prefeitura, a simpatia de

tradicionais adversários políticos e atraiu para seu grupo alguns vereadores da oposição e

passou a ser uma unanimidade no município e na região”. (RANGEL, 2013, s/p) Um

parágrafo do texto diz: “Uma pesquisa realizada pelo Instituto Holmes mostrou que ele tinha,

naquela oportunidade, 70% das intenções de voto do eleitorado tijucano na disputa de uma

vaga à Câmara Federal”, informando ao leitor que ele era o candidato ideal na mesma época

29

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 9: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

em que Fued assumia a Câmara para representar a região, segundo o mesmo descritor, o que

conquistou como um “gesto de companheirismo dos peemedebistas”.

Observa-se nas narrativas uma evidente oposição na construção da imagem desses

governantes. Estas disputas políticas, as parcerias construídas, abandonadas e reestabelecidas,

arranjos e rearranjos elaborados junto à administração local, fazem parte das lutas,

reivindicações e da própria (re)construção do Movimento Experimental de Cultura e Arte.

Conhecer esse processo é nossa meta para o presente pôster, a partir do qual buscamos

responder: como o Movimento, por meio das atividades artístico-culturais, propôs um projeto

educacional para a população e foi, nos governos subsequentes, interditado?

O Projeto Educacional do MECA

Iniciado, como já foi dito, a partir de uma Semana Cultural em 1974, patrocinada pela

Prefeitura Municipal no governo do Prefeito Fued José Dib (MDB), o Movimento buscava

delinear em Ituiutaba um espaço para a arte, não somente cênica, mas vislumbrava a criação

de um espaço cultural educacional que não existia. Nesse intento, conquistou um terreno

amplo na região central da cidade como doação da Prefeitura no governo de Fued, que

comungava do ideário contra o regime militar dos membros do Movimento. Durante o

governo de Acácio Alves Cintra Sobrinho (1977-1982) conseguiram, ainda, apoio financeiro

para a construção do Teatro Vianinha, com o propósito de torna-lo esse espaço cultural.

Conquistaram ainda um subsídio daquela prefeitura para manutenção do Teatro, mas o

perderam, sem explicação, nos dois últimos anos daquele mandato.

Assim, com espaço físico precário – sem forração, se cadeiras fixas, sem iluminação

adequada a um teatro, sem portas e sem pintura –, o MECA assumiu no município o papel de

educação pela arte e passou a promover, além de uma escola de artes cênicas, lançamentos de

livros, apresentação de shows musicais e de dança, projeção de filmes, aulas de dança, entre

outros. Baseados na experiência do dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho (Vianinnha) – com

histórica militância junto ao Partido Comunista Brasileiro –, o Movimento desenvolvia a arte

com perfil político, no sentido de fortalecer o sentido crítico e autocrítico, na mesma

perspectiva dos Teatro de Arena de São Paulo.

30

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 10: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

Este projeto de dramaturgia nacional, segundo Maria Silvia Betti (1997, p.13), trata-se

de “um exercício de coerência político-ideológica”, motivado por um lado, por um “caráter

ético: dramaturgia atenta às condições históricas do país e disposta a interferir nelas” e por

outro lado “a preocupação em desenvolver uma visão crítica do teatro, corrigindo-lhe a

trajetória de modo a torna-lo agente dentro do contexto histórico”. Para ela, o resultado é uma

atuação que “se realiza através das discussões desencadeadas pelos seminários de

dramaturgia”. Com esta perspectiva, os atores do MECA, até então amadores, deslocam-se

para conhecer a fundamentação do Teatro de Arena e trouxeram para Ituiutaba outros grupos

que atuavam com a mesma perspectiva. Passaram a desenvolver na Escolinha de Teatro do

Vianinha um laboratório que estimulou vários conterrâneos a seguir carreira artística, como

também promoveram espetáculos participativos com a comunidade local e, portanto,

educativos.8

Antes do Teatro Vianinha, o único espaço físico com finalidades especificamente

artísticas existente era o Conservatório Estadual de Música, instituído em 25 de novembro de

1965 por meio da lei n.3595, cujas atividades se iniciaram em 1966. Além das aulas de

instrumentos musicais, a matriz curricular desenvolvida em nível fundamental e médio abarca

obrigatoriamente a formação musical, canto e algumas modalidades de artes manuais, visuais

e cênicas. Aliás, os membros do Movimento Experimental eram alunos do Conservatório.

Outra conquista dos governos peemedebistas foi Parque de Exposições Juscelino

Kubitschek, com área de 210 mil metros quadrados definida durante a segunda metade da

década de 1970 e fundada em 1980. Constituiu-se como um espaço de exposições

agropecuárias e abrigam até os dias de hoje, além das exposições, leilões e vários shows

musicais que concentram, além do estilo sertanejo, outras bandas da moda pop.

Durante o governo de Romel Anísio Jorge (1983-88) além do descaso para com o antigo

subsídio mantido na primeira metade do mandato anterior para conclusão da obra e

manutenção do Teatro Vianinha, foi criada a Fundação Cultural de Ituiutaba, com caráter de

autarquia, com personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, através da Lei

8 Na continuidade do projeto (com financiamento até dezembro de 2016) serão entrevistadostodos os fundadores e os ex-alunos que se tornaram atores de formação e atuação tanto emItuiutaba como fora dela.

31

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 11: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

Municipal de n. 2.298 de 22 de agosto de 1985. Essa passou a ser Regida por Estatuto de

acordo com Decreto de n. 2603 de 09/09/85, com o principal objetivo de formular a política

cultural do Município, sem nenhum vínculo com os membros do MECA.

O Movimento, com sede no Teatro Vianinha nas condições precárias já descritas,

permaneceu, todavia, como único espaço da cidade com a proposta integradora de variedade

artística e cultural e único teatro da região. Contudo, pela falta de apoio político e econômico

local, passou a se manter com recursos angariados pela arte que promovia e pelo investimento

particular de seus fundadores, até a escassez de suas atividades por falta de financiamento

público.

Considerações finais:

Fazer uma “análise política do poder”, no sentido atribuído por Michel Foucault (2006,

p.82), significa entender como é colocada em funcionamento “uma rede sutil de discursos,

saberes, prazeres e poderes”. Entendemos que nas relações entre o MECA e os prefeitos do

período foi atribuído o sentido da “relação negativa”: o corte de subsídios durante o segundo

governo do período e a criação de uma outra instância para elaboração da política cultural do

município produziram rejeição, exclusão e recusa da participação do Movimento nesse

processo. Foram estabelecidas, assim, relações desiguais entre os atores sociais envolvidos (os

políticos no poder e o movimento social), de modo que a “dinâmica das pulsões” (Idem, p.93)

dos grupos sociais dominantes se moveram em direção à conservação dos costumes, enquanto

o Movimento se esgarçava diante da falta de condições econômicas e pressões internas que se

constituem nessa dinâmica. Ou seja, a “lógica da censura” interditou o Movimento como uma

“instância da regra” (Idem, p.94) que, segundo Foucault (Ibidem), “joga com a alternativa

entre duas inexistências”: renunciar a si mesma, não aparecer se não quiser desaparecer.

A supressão das atuações do grupo MECA pode significar, nesta perspectiva, resultado

de ameaças das instâncias do poder político local. Os mecanismos de censura, segundo

Foucault (2006, p.95), funcionam em uma “unidade de dispositivo”, o que significa que, tanto

“em suas decisões globais como em suas intervenções capilares” as instâncias de poder agem

de “maneira uniforme e maciça”; “funciona de acordo com as engrenagens simples e

32

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 12: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

infinitamente reproduzidas da lei, da interdição e da censura”. Então, se é válida a afirmativa

de Foucault que “de qualquer modo se esquematiza o poder sob uma forma jurídica e se

definem seus efeitos como obediência” e que o “sujeitado” é “aquele que obedece”, na

continuidade da pesquisa questionaremos o “sujeitamento” do MECA diante das formas de

resistência que ele produziu com sua arte, visto que o Movimento se reestruturou nos anos

2000 com financiamento público em âmbito nacional: foi Ponto de Cultura entre 2010 e 2011,

estabeleceu parceria com a Universidade Federal de Uberlândia para manutenção das aulas na

Escola de Teatro Vianinha por três anos consecutivos, com perspectiva de novas

possibilidades.

Buscaremos na continuidade da pesquisa conhecer mais sobre esse “ciclo da interdição”

por meio do cotejamento de fontes orais e outras escritas que estão sendo coletadas, na busca

de compreender quais foram as instâncias do poder público local, como operaram na

interdição do projeto educacional até o século XXI e como a atuação do Movimento se

constitui em formas de resistência com a educação politizada por meio da arte.

Com fundamentação teórico-metodológica na História Cultural, temos intuito de

entender o funcionamento da sociedade local para além das hierarquias sociais e dos

determinismos de herança. Queremos conceber a trama do Movimento Experimental de

Cultura e Arte na sociedade local, considerando as relações, as tensões, as práticas e as

estruturas produzidas por representações contraditórias e em confronto. Consideramos, por

isso, que os atores sociais, por meio das representações produzidas em seus discursos –

entendidos aqui como as memórias narradas, as imagens e as escritas produzidas –, deram

sentido à arte e à produção cultural em diferentes tempos. (CHARTIER, 1988)

Nessa perspectiva, pretendemos privilegiar a análise das relações criadas entre os atores

das diversas cenas políticas construídas, seus embates e consensos, bem como as práticas por

meio das quais eles se apropriaram distintamente dos materiais culturais que circularam na

sociedade tijucana: financiamentos públicos, bens públicos e privados, produções artísticas e

movimentos sociais. Isso porque nos interessa entender, na continuidade do projeto, os

sentidos produzidos ao longo do processo de construção e manutenção do espaço do Teatro

33

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 13: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

Vianinha, considerando-se os capitais econômicos, sociais, culturais, linguísticos e simbólicos

(propostos por Pierre Bourdieu) dos atores sociais envolvidos.

Nossa meta – apreender “o caráter estritamente relacional das correlações de poder”

(FOUCAULT, 2006, p.106) – deverá ser alcançada mediante a interpretação de como o

MECA representa o papel de adversário, de alvo, de apoio e de saliência no campo estratégico

das relações de poder. Relações essas que, segundo Foucault, são únicas: “possíveis,

necessárias, improváveis, espontâneas, selvagens, solitárias, planejadas, arrastadas, violentas,

irreconciliáveis, prontas ao compromisso, interessadas ou fadas ao sacrifício”. (Ibidem)

Referências:

AGUIAR, Helena Maria da Silva. Mulher, esposa, mãe e aluna do curso de Pedagogia: uma

memória autobiográfica. 2011. 27 f. Trabalho de Conclusão de Curso de Pedagogia.

Universidade Federal de Uberlândia. Ituiutaba, MG, 2011.

BETTI, Maria Silvia. Vianinha. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 1997.

(Artistas Brasileiros, 6)

CÂMARA Municipal de Ituiutaba. Página eletrônica disponível em: <

http://www.camaraituiutaba.com.br> Acesso em: 19 out. 2014.

CARMO, Luiz Carlos do. A produção do conhecimento, a fonte oral, a memória e o direito à

História: a população negra e suas práticas sociais em algumas partes do Brasil Central.

Projeto Saber. Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Tempos Históricos, Vol.

8, N. 1, pp. 63-99. Marechal Cândido Rondon, PR, 2006.

CHARTIER, Roger. A história entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1988.

ESTATUTO da Sociedade Clube de Campo Beira Rio. Disponível em: <

http://www.clubebeirario.com.br> Acesso em 21 out. 2014

FIGUEIREDO, Vitor Fonseca; SILVA, Camila Gonçalves. Família, Latifúndio e Poder: as

bases do coronelismo no Norte de Minas Gerais durante a Primeira República (1889-1930).

Diálogos (Maringá. Online), v. 16, n.3, p.1051-1084, set.-dez./2012. Dsiponível em: <

http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=305526887010> Acesso em 21 out. 2014.

34

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015

Page 14: ENTRE O INCENTIVO PÚBLICO E A INTERDIÇÃO DO … · no Brasil à época. ... tríade “família, latifúndio e poder”. ... oposições políticas entre os mesmos como uma tendência

FONSECA, Rogério Gerolineto; SANTOS, Joelma Cristina dos. A influência de “modos de

vida” rurais na cidade de Ituiutaba- MG. Anais do IV Simpósio Internacional de Geografia

Agrária e V Simpósio Nacional de Geografia Agrária. Niterói, RJ, 22/10 a 02/11 de 2009. 17

p.

FOUCAULT, Michel. Nós, vitorianos. História da Sexualidade I – Vontade de Saber. Rio de

Janeiro. Editora Graal, 2006.

GUIMARÃES JÚNIOR, Adair Carvalho; SOUSA, José Josberto Montenegro. Música de

Acordeom no Pontal do Triângulo Mineiro: repercussão e permanência - (1950 - 1990). Anais

do XXVII Simpósio Nacional de História. Natal, 22 a 26 de julho de 2013. 13 p.

JORNAL DO PONTAL. Deputado Romão, uma história de lutas, conquistas e amizades. 05

de Fevereiro de 2011. Disponível em: < http://www.jornaldopontal.com.br/index.php?

ac=news&id=4411> Acesso em: 20 out. 2014.

KOTSCHO, Ricardo. Explode um novo Brasil: Diário da Campanha das Diretas. Editora

Brasiliense, São Paulo, 1984.

MUNIZ, Edson Angelo. Família Muniz: tronco do triângulo mineiro. Ituiutaba/MG: Fundação

Cultural, 2002.

PREFEITURA Municipal de Ituiutaba. Página eletrônica da Prefeitura Municipal de

Ituiutaba. Disponível em: < http://www.ituiutaba.mg.gov.br> Acesso em 19 out. 2014.

RANGEL, Francisco Roberto. História dos que ajudaram promover o desenvolvimento de

Ituiutaba: das origens à modernidade. Ituiutaba, MG, 2013. Disponível em: < http://www.

http://fundacaoituiutaba.com.br> Acesso em: 20 out. 2014

SOUSA, José Josberto Montenegro et al. Migrantes nordestinos no pontal do triângulo

mineiro – contribuições para um diálogo. SANTOS, Adriana C. Omena dos; SANTOS,

Antonio Carlos dos; CARVALHO, Ricardo Ferreira de. (orgs.) Diálogos, comunidade,

cidadania: o Programa Conexões de Saberes na UFU – Artigos e Relatos. Uberlândia:

EDUFU, 2011. pp.52-58.

35

III EHECO – Catalão‐GO, Agosto de 2015