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Ensino de Astronomia UFABC Aula 19: Exploração do Espaço I Universidade Federal do ABC Yuri Fregnani e-mail: [email protected]

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Ensino de Astronomia UFABC

Aula 19: Exploração do Espaço I

Universidade Federal do ABC

Yuri Fregnani

e-mail: [email protected]

• O céu estrelado tem atraído o fascínio daHumanidade desde a pré-história.

• Quando o homem se perguntou o que eramaqueles pontos brilhantes distantes e o queestavam fazendo ali, começou a nascer aciência que iria tentar responder essasperguntas.

• Para responde-las, era necessário o uso demáquinas e equipamentos que permitissem aobservação dos astros e estrelas.

• E o primeiro grande equipamento deobservação astronômica foi o olho humano.

O Olho Humano

O primeiro equipamento de observação

Como funciona o olho

• Nosso olho funciona através da concentração de luz na retina, região que fica ao fundo doolho.

• Para permitir a passagem de luz de forma eficiente, a córnea precisa ser transparente.

• O cristalino, que fica logo atrás da retina, funciona como uma lente biconvexa, convergindo aluz na retina.

Como funciona o olho

• Devido ao cruzamento dos raios de luz, aimagem formada no fundo dos olhos éinvertida. É o cérebro o responsável porinverter novamente a imagem para quepossamos enxergar corretamente.

• Foi através dos olhos que a Astronomianasceu. E por muitos anos, eles foram aslentes mais poderosas disponíveis.

• Entretanto, a curiosidade e necessidade dohomem foi obrigando-o a criar novos meios eequipamentos de estudos, possibilitandonovas descobertas.

Gnômon

• O gnômon foi provavelmente uns dos primeiros instrumentosastronômicos feito pelo homem. Sua forma mais simples, consistia apenasem uma vara fincada, geralmente na vertical, no chão. A observação dasombra dessa vara, provocada pelos raios solares, permitia materializar aposição do Sol no céu ao longo do tempo.

• A observação da sombra do gnômon ao longo do dia, permitiu aosprimeiros astrônomos perceberem que a sombra mudava tanto detamanho quanto de direção com o passar do tempo. Verificaram quequando a sombra produzida era a mais curta do dia, era o momento queem que se dividia a parte clara do dia em duas metades.

• A esse instante deram o nome de Meio-dia e a direção em que a sombrase encontrava nesse instante recebeu o nome de Linha do Meio-dia oulinha meridiana.

Gnômon

• A linha horizontal que ficava perpendicular à linha meridiana, ganhou o nome delinha Leste-Oeste. A direção Leste foi nomeada como aquela que correspondia ado lado do nascer do Sol, ficando o Oeste para o lado oposto. De pé, com os doisbraços esticados na horizontal, e apontando o direito para o leste, definia-se oNorte como sendo a direção da linha meridiana à frente da pessoa e Sul para trás.Assim foram definidos os pontos cardeais Norte, Sul, Leste e Oeste.

• A observação da variação cíclica do comprimento da sombra mínima ao longo dotempo, permitiu definir o conceito de estações do ano. Observaram que quando asombra do meio-dia era a mais longa de todas, era uma época fria, enquanto que,na época da sombra mais curta, era uma época mais quente. Definiram que oinício do Inverno ocorria quando a sombra do meio-dia era a mais longa; o iníciodo Verão ocorria quando essa sombra era a mais curta. Para definir os instantesdos inícios da primavera e do outono, usaram a posição da sombra no instante emque ela dividia ao meio o ângulo formado pelas posições do Sol nos inícios doverão e do inverno.

Gnômon em um relógio de Sol

Astrolábio

• De forma simples, o astrolábio era um discocircular, graduado em sua borda em unidadesangulares, e uma régua linear que vinculada aodisco podia girar em torno de um eixo passandopelo centro do disco.

• Segurava-se o astrolábio pela sua partesuperior, geralmente no dedo do observador, eapontava-se a régua ao astro desejado, lendo-sea graduação correspondente à altura do astro.

• Foi muito usado durante as grandesnavegações, possibilitando a navegaçãoatravés da orientação de astros e estrelas.

• O modelo usado em navios possuía algumasalterações para ser mais fácil de ser manejadoe preciso mesmo com o balançar do navio ouo forte vento do mar.

Astrolábio

Astrolábio

Astrolábio usado em terra Astrolábio náutico

Sextante

• O sextante pode ser considerado o sucessordo astrolábio. É composto por um setor circularde 60°, graduado em sua borda, e uma régualinear que gira em torno de um eixo passandopelo vértice central do setor circular.

• O uso era feito direcionando-se a régua emdireção ao astro e fazendo a leitura da graduaçãodo setor, obtendo-se a altura ou a distânciazenital do astro.

http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/sextante-gps-seculo-18-678327.shtml

Sextante

Quadrante Mural

• Foi o primeiro instrumento astronômico a serintroduzido na navegação. O quadrante mural não énada mais que um sextante com um setor circularde 90° em vez de 60°.

• Diferente do sextante, o quadrante mural foi concebidopara ser fixado em um local. Com a régua lia-se a alturado astro e fazia-se as medidas necessárias. Sendo uminstrumento fixo, tinhas dimensões muito maiores, oque o tornava menos propenso a erros de leitura,tornando-se um dos instrumentos mais precisos daastronomia antiga.

Quadrante Mural

• Todos esses instrumentos foram essenciais para aexploração tanto dos céus quanto da Terra. Oastrolábio, por exemplo, ajudou navegadores adesbravarem os oceanos e permitiu expandir acomunicação e comércio pelo mundo.

• Porém, era necessário enxergarmos ainda maislonge. Era preciso mais informações, maisobservações e tudo isso cada vez mais preciso.

• Com a necessidade cada vez maior de novasmedidas e investigações, foram sendo criadosnovos instrumentos que permitiram aosastrônomos enxergarem mais longe, além doalcance da visão.

• O primeiro desses instrumentos foi otelescópio.

Telescópios

A visão além do alcance

• Antes do desenvolvimento da física ótica, oolho humano era a lente mais poderosadisponível para observações. Mas em 1608,Hans Lippershey, fabricante alemão de lentes,criou o primeiro telescópio prático.

• Existiam projetos detelescópios rudimentaresantes, porém, é creditadoa ele a patente sobre otelescópio.

• Apesar de Hans Lippershey ter sido o“inventor” do telescópio, foi outro homemque, ao apontar o telescópio para o céu,mudou o rumo da ciência.

Galileu Galilei

• Físico, matemático, astrônomo e filósofo, Galileufoi um dos grandes nomes da ciência de todos ostempos.

• Desenvolveu seu próprio telescópio e ajudou amelhorar significativamente o telescópio refrator.Com ele foi capaz de descobrir as manchassolares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus,quatro dos satélites de Júpiter (Europa,Ganímedes, Io e Calisto), além dos anéis deSaturno e as estrelas da Via Láctea.

Galileu Galilei

Galileu Galilei - Pisa, 15 de fevereirode 1564 — Florença, 8 de janeiro de1642

• Para entendermos como funciona umtelescópio, e compreendermos as diferençasentre eles, é necessário saber como a luz secomporta ao atravessar diferentes meios.

• Cada material (ou meio) que a luz atravessa,possui características diferentes que fazemcom que a luz se comporte de maneirasdiferentes.

Reflexão

• É o fenômeno onde a luz volta a se propagarno meio de origem, após incidir sobre umobjeto ou superfície.

Pontos Importantes

• Os raios de luz sempre viajam em linha reta.

• O ângulo de incidência é igual ao ângulo dereflexão.

• Os raios incidentes e refletidos estão nomesmo plano.

Refração

• É o fenômeno em que a luz é transmitida de ummeio para outro diferente.

• Nesta mudança de meios, a frequência da ondaluminosa não é alterada (não vemos umamudança de cor na luz), embora sua velocidade eo seu comprimento de onda mudem.

• Com a alteração da velocidade de propagação,ocorre um desvio da direção original.

Refração

• Além desses fenômenos, é essencial conheceros diferentes tipos de lentes e como elesalteram a trajetória da luz.

Lente Convergente

• Em uma lente com comportamentoconvergente, a luz que incide paralelamenteentre si é refratada, tomando direções queconvergem a um único ponto.

Lentes Divergentes

• Em uma lente com comportamentodivergente, a luz que incide paralelamenteentre si é refratada, tomando direções quedivergem a partir de um único ponto.

• Temos a impressão de que todos os raios vemde um único ponto.

• Agora que sabemos como a luz se comportaem diferentes meios, e como lentes podemalterar sua trajetória, podemos entendercomo funciona os telescópios.

Tipos de Telescópio

• Podemos separar os telescópios em doisgrandes grupos:

– Telescópios Terrestres

• Telescópios Óticos

– Usam a luz dentro do espectro visível

• Rádiotelescópios

– Usam outros comprimentos de onda fora do espectro visívelda luz

– Telescópios Espaciais

• Telescópios de Raios X, Raios γ, IR, Microondas, UV

Telescópios

• De forma geral, um telescópio capta a radiaçãopor meio de um coletor.

• O coletor pode ser uma lente, um espelho oualgo inusitado como água ou gelo.

• Quanto maior é o coletor, mais alta será asensibilidade, ou seja, a resolução.

• Sendo assim, bons telescópios são grandes.

Telescópios Óticos

• Foram os primeiros telescópios a serem criados.Funcionam através de lentes e espelhos,combinados ou não, para aumentar a resolução etamanho de objetos muito longes.

• Possuem três tipos básicos:

– Refletores

– Refratores

– Catadióptricos

Telescópio Refrator

• Esse tipo de telescópio trabalha com a refração da luz, que passaatravés uma lente para formar a imagem. Este instrumento possuiuma lente objetiva que capta a luz dos objetos e forma a imagemno foco.

• Ao final do corpo do telescópio, encontra-se uma segunda lente,chamada de ocular. A ocular funciona como uma lupa, aumentandoa imagem formada pela objetiva.

• O telescópio refrator, também conhecido como luneta, foi outilizado por Galileu em suas observações. O telescópio utilizadopor Galileu era relativamente pequeno e constituído por umaobjetiva cromática, objetiva formada por uma única lenteconvergente.

Telescópio Refrator

Telescópio Refrator

• Um grande problema desse tipo de telescópios é que lentes com mais de1m de diâmetro se deformam sob seu próprio peso. Assim, não podem sermuito grandes, o que acaba diminuindo sua resolução. Esse limite físicopara as lentes foi alcançado ainda no século XIX.

• Este tipo de objetiva apresenta um grave problema que é a aberraçãocromática. As diferentes cores que formam a luz branca são decompostas,como ocorre em um prisma, fazendo com que as diferentes componentescromáticas da luz interceptem o eixo óptico da objetiva em pontosdiferentes.

• Desse modo, ao observarmos um objeto com esse telescópio, vemosalgumas manchas coloridas em volta deles.

Aberração Cromática

Aberração Cromática

Aberração cromática vista na Lua.

Aberração Cromática

• Afim de reduzir esse efeito, criou-se a objetiva acromática.Ela é composta por duas lentes, sendo a primeira uma lentebiconvexa e a segunda, uma lente plano-côncava.

• As duas lentes são confeccionadas utilizando diferentestipos de vidro. A primeira lente é confeccionada com umvidro menos denso e a segunda lente é feita com um vidrode maior densidade.

• Devido à maior densidade da segunda lente as diferentescores sofrem um desvio interceptando o eixo ópticopraticamente no mesmo ponto. Com isso a aberraçãocromática é bem reduzida.

Objetiva Acromática

Biconvexa Plano-côncava

Telescópio Refrator

Orion skyview pro 120mm

Telescópio Refletor

• A objetiva, ou seja, a lente que produz a imagem, de um telescópiorefletor é um espelho de superfície côncava. Esse espelho é chamado deespelho primário ou espelho principal.

• Além do espelho primário existe um outro espelho menor chamado deespelho secundário. A grande vantagem dos telescópios refletores é aausência de aberração cromática.

• Esse tipo de montagem é a usada hoje nos telescópios modernos.Diferente dos refratores, não há um limite físico para o tamanho dosespelhos usados. Eles podem ser feitos muito finos e segmentados, paramontar um telescópio grande.

Telescópio Refletor

• Afim de resolver o problema de aberração cromática, no ano de1672 o físico Isaac Newton desenvolveu esse novo tipo detelescópio. Mais tarde essa montagem ficou conhecida comoTelescópio Newtoniano.

• A luz não atravessa o vidro, como ocorre nos refratores, ela érefletida pela superfície côncava do espelho. Esse tipo demontagem apresenta a vantagem de possuir uma dimensão demontagem menor em relação aos telescópios refratores.

• Uma desvantagem desse tipo de telescópio é a maior perda de luz.O espelho não reflete 100% da luz, absorvendo cerca de 5 a 10%, eo espelho secundário com seu suporte provocam mais uma perdapor obstrução. Essa perda varia de acordo com a dimensão dosecundário.

Telescópio Refletor

• Além do problema da absorção de luz, énecessário levar em conta a interferência daatmosfera terrestre nas frentes de luz quechegam até nós.

• Para contornar esse problema, desenvolveu-se aÓtica Adaptativa. O espelho secundário édeformado em tempo real, assim a interferênciaé diminuída e a resolução aumenta.

Ótica Adaptativa

Ótica Adaptativa

A qualidade da imagem devido às condições atmosféricas, é chamda de Seeing.Melhoris no seeing devido à ótico adaptativa.

Telescópio Refletor – Newtoniano

Telescópio Refletor

Telescópio Newtoniano da empresa Celestron

Telescópio Refletor

• Um outro modelo de telescópio refletor é o Cassegrain.Desenvolvido pelo francês Laurent G. Cassegrain também em 1672,possui a vantagem de ser menor do que o telescópio newtoniano.

• Funciona ao captar a luz de um objeto e refleti-la duas vezes, antesde chegar aos olhos do observador. O espelho primário reflete osraios luminosos para o espelho secundário, que está apontado emdireção ao espelho primário e reflete a luz novamente para oespelho principal passando pelo orifício central.

• Logo atrás está a ocular e o dispositivo de foco. Essa montagempermite a observação feita de modo semelhante a uma luneta enão perpendicular ao tubo como no Newtoniano.

Telescópio Refletor - Cassegrain

Telescópio Refletor

Telescópio Cassegrain da marca Takahashi

Telescópio Refletor

• Hoje em dia, a grande parte dos telescópios refletoresusados para pesquisa possuem espelhos da ordem de~10m de diâmetro.

• Estão localizados em lugares altos e secos, como o Havaí,Chile e Ilhas Canárias. No Brasil temos o Observatório Picodos Dias ou OPD, um observatório astronômico localizadoentre os municípios de Brazópolis e Piranguçu, em MinasGerais. Se localiza a 1.864m de altitude.

• Alguns são múltiplos, trabalham em colaboração comoutros telescópios para aumentarem sua capacidade.

VLT, Chile: 4 telescópios de 8 m

Telescópio Refletor

• No futuro, por volta de 2019, teremos telescópios aindamaiores:– 3 telescópios de ~30 m:

• Giant Magellan Telescope,

– Chile, 24.5 m (com provável participação da UFABC)– 30 Meters telescope (TMT)– Havaí, 492 segmentos– European Enormously– Large Telescope (E-ELT), 39.3 m, ~1000 segmentos

• Investigarão (entre outros): exoplanetas habitáveis, anatureza e distribuição da matéria e energia escura, aprimeira luz e as primeiras galáxias do Universo.

Telescópio Refletor

TMT (Interpretação artística)

Telescópio Refletor – Tipos de Montagem de Espelhos

Telescópio Catadióptrico

• Esse último modelo funciona de forma mista,fazendo uso da reflexão e da refração da luz.

• São modelos muito mais modernos de telescópio,tendo surgido na década de 1930.

• Por utilizarem ambos os métodos, sua construçãoé muito mais complicada e demanda maiorescuidados, o que consequentemente deixa-os maiscaros.

Telescópio Catadióptrico

Rádiotelescópios

• São o tipo mais moderno de telescópios usados hoje em dia,tendo surgido nos anos 30.

• O primeiro a utilizar sinal derádio para observar o Universofoi Karl Guthe Janksy,engenheiro eletrônico e físico,que trabalhava na empresa BellTelephone Laboratories einvestigava a origem do ruídoque interferia a emissão deondas curtas transatlânticas deradiotelefone.

Rádiotelescópios

• O físico foi capaz de identificar a origem de duas dastrês fontes de interferência nos sinais, que eramapenas tempestades elétricas locais.

• A terceira fonte de interferência levou um ano detrabalho para ser descoberta. Viu-se que ainterferência vinha fora da Terra e tinha origem na ViaLáctea.

• Foi o primeiro registro de ondas eletromagnéticasvindas de fora do nosso planeta. Nesse instante nasciaa radioastronimia.

Rádiotelescópios

• Esse tipo de telescópios funcionam seguindo amesma lei física da reflexão, porém, nãoutilizam a luz visível para formar uma imagem.

• Ao utilizar outras frequências do espectroeletromagnético, os radiotelescópios nosproporcionam uma visão completamentenova e até então invisível aos nossos olhos.

Rádiotelescópios

• As frequência mais utilizadas nessesequipamentos são as bandas de rádio, quecompreendem as micro-ondas, as ondas derádio e as ondas de rádio longas .

• Cada frequência permite a observação dediferentes aspectos dos corpos celestes erevelam coisas antes invisíveis.

Rádiotelescópios

http://klaus.fengers.de/milkyway/milkyway.html

Rádiotelescópios

Rádiotelescópios

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/6c/800crab.png

304 Angstroms171 Angstroms

195 Angstroms 284 Angstromshttp://stereo.gsfc.nasa.gov/gallery/item.php?id=selects&iid=21

Rádiotelescópios

• As ondas de rádio têm comprimentos de ondaque vão desde 1m até a vários quilômetros.Assim, os espelhos usados são muito maiores.

• Uma desvantagem desses telescópios é que não épossível apontar para um objeto específico.

• Entretanto apresenta vantagens como nãoprecisarem de um espelho tão polido, além dasondas de rádio atravessam nuvens, o quepossibilita observações com céu nublado.

Rádiotelescópios

• O radiotelescópio de Arecibo em Porto Rico é atualmente omaior telescópio fixo do mundo, com um espelho de 305m dediâmetro feito de placas de alumínio.

• Ajuda na determinação de distâncias e massas de galáxias,além de observar vários pulsares. Também fez parte doprojeto SETI, que busca por vida extraterrestre.

• Curiosidade: Esse telescópio aparece em uma cena no filme 007 Contra GoldenEye (1995) - https://goo.gl/HYhY6

Radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico

Rádiotelescópios

• A China está construindo o FAST (Five hundredmeter Aperture Spherical Telescope), umrádiotelescópio ainda maior com 500m deabertura, que será até 10 vezes maior do queoutros desse tipo. Sua inauguração está previstapara Setembro de 2016.

• Ele observará entre 7 mil e 10 mil pulsares, contra1700 que atualmente são captados pelostelescópios existentes.

FAST (Five hundred meter Aperture Spherical Telescope)

Rádiotelescópios

• Uma técnica muito usada em radiotelescópios e ainterferometria, que é a combinação de várias antenastrabalhando juntas.

• Esse tipo de arranjo é chamado de montagem virtual,uma vez que vários telescópios agem como se fossemapenas um.

• A interferometria é usada para outras faixas espectraistambém, mas é mais difícil ajustar as distâncias entreos telescópios, por causa dos comprimentos de ondamais curtos.

Rádiotelescópios

Arranjo das Antenas do complexo ALMA

A descoberta da radiação cósmica de fundo

• Era 1964, em Nova Jersey, Arno Penzias e Robert Wilson, dois físicos dos laboratórios Bell,tentavam resolver um problema de telecomunicações, um ruído nas antenas usadas emligações interurbanas. O chiado, sem explicação, não vinha de nenhum lugar na Terra.

• Após dois anos de trabalho e sem encontrar a causa da interferência, os físicos decidiramlimpar o cocô dos pombos que viviam na antena, na esperança de que essa fosse a causa dainterferência. Mesmo assim, eles ainda captavam aquele estranho sinal.

Arno Penzias (na esquerda) e Robert Wilson (na direita)

A descoberta da radiação cósmica de fundo

• O ruído foi identificado como vindo de um lugar fora da ViaLáctea. Até que um dia, Penzias ouviu falar de algo muitointeressante: um grupo de pesquisadores da Universidadede Princeton estava construindo um radiotelescópio paraprocurar por sinais do Big Bang. Eram exatamente aquelesvestígios que Ralph Alpher havia previsto em seu trabalho,16 anos antes.

• Arno Penzias e Robert Wilson então, descobriram que o talchiado que provocava interferência nos telefonemasinterurbanos era, nada mais, nada menos, do que o som doBig Bang, a grande expansão que deu origem ao Universo.Acidentalmente, eles haviam encontrado a prova para ateoria: “radiação cósmica de fundo”, como foi chamada.

Telescópios Especiais

• Além desses telescópios existe ainda outros tipos,que captam outras radiações, como por exemploneutrinos, raios cósmicos e ondas gravitacionais.

• Esses telescópios não apresentam uma aparecia“normal”, sendo bem diferentes dos demais.

• Seus coletores também são diferentes e usammateriais não convencionais.

“Telescópios” de Neutrinos

• Neutrinos (ν) são partículas produzidas no BigBang, em explosões de Supernovas, dentro do Sole em certos processos de desintegração.

• Eles quase não interagem com a matéria, sãomuito rápidos, leves e sem carga elétrica. A cadasegundo, passam vários pelo seu corpo.

• Sua detecção é extremamente difícil, sendonecessário usar muito material para se captar oudetectar um.

“Telescópios” de Neutrinos

• A detecção é feita com tanques de água queficam muito abaixo da superfície da Terra, oque ajuda a filtrar outras fontes de radiação.

• Quando um neutrino interagem com umamolécula de água, ele libera radiação que édetectada pelos sensores imersos no tanque.

“Telescópios” de Neutrinos

• Um exemplo desse tipo de telescópio é o Super-Kamiokande no Japão.

• Capacidade de 50000 toneladas de água ultra-purificada

• Tem um diâmetro de 33.8m e uma altura de 36.2m

• Fica a 1km de profundidade para bloquear outrossinais

• Possui 11146 tubos fotomultiplicadores (detectoresmuito sensíveis à luz) montados em seu em torno.

Super-Kamiokande

“Telescópios” de Neutrinos

• Outros tipos de telescópios para a detecçãode neutrino seguem uma montagemdiferente:

• Km3net: Usa 1km cúbico de água no marmediterrâneo

• IceCube: 1km cúbico de gelo na Antárctica

Km3net

IceCube

“Telescópios” de Raios Cósmicos

• Raios Cósmicos são partículas como prótons,núcleos de hélio, elétrons etc. de alta energia.Não são raios de fato.

• Tem origem solar, Galáctica ou extragaláctica(Buracos Negros, Pulsares, e talvez Quasares).

• Ao chegar na atmosfera da Terra, produzem umachuva de “partículas secundárias” que sãodetectadas pelos “telescópios”.

“Telescópios” de Raios Cósmicos

• O Observatório Pierre Auger, localizado na Argentina, éum exemplo desse tipo de telescópio. É composto poruma grade de detectores distribuídos numa área de3000 km².

• Por meio de correlação temporal, comparando otempo dos sinais nos detectores consegue-sedeterminar a energia total e a direção de vinda dapartícula primária.

• Foi inaugurado em 2008 e possui trabalhos comcolaboração da UFABC.

Observatório Pierre Auger

“Telescópios” de Ondas Gravitacionais

• Ondas gravitacionais são previstas pela teoriada Relatividade Geral. São deformaçõesperiódicas do espaço-tempo que se propagamà velocidade da luz.

• As mais intensas deveriam provir de bináriosde Estrelas de Nêutrons e/ou Buracos Negros,e de uma época chamada Inflação, logodepois do Big Bang.

“Telescópios” de Ondas Gravitacionais

• Elas devem ser detectáveis medindo-se asdiferenças de comprimentos de dois braçosperpendiculares de um “telescópio” de ondasgravitacionais.

• Isto é feito medindo a diferença de tempo deviagem de dois raios de luz percorrendo osbraços. Sobrepondo os raios após o caminho,pode-se medir diferenças de caminho muitopequenas pela interferência dos sinais.

“Telescópios” de Ondas Gravitacionais

• Embora já tenham sido construídos vários destestelescópios, tanto na Europa quanto nos Estados,nenhum deles detectou ondas gravitacionais ainda,sem ambiguidade, ou seja, sem alguma dúvida.

• O mais sensível até hoje é o LIGO (LaserInterferometer Gravitational-Wave Observatory), emLivingston e Hanford (EUA), que está operando desde2010.

“Telescópios” de Ondas Gravitacionais

• Existem projetos de levar esses tipos de telescópios para o espaço, o que permitiria braços maiores que ajudariam na detecção das ondas gravitacionais.

• Um desses “telescópios” é o LISA (Laser InterferometerSpace Antenna) que foi projetado em conjunto entre aNASA e ESA. Porém, a NASA saiu do projeto por causados custos altos, e a ESA redimensionou o projeto,agora projetado para ser lançado em 2034.

• O Japão está desenvolvendo um telescópio similar, o DECIGO, a ser lançado em 2027.

“Telescópios” de Ondas Gravitacionais

VIRGO, Itália

Interpretação artística de LISA

Links Interessantes• Evolução do Olho: https://www.youtube.com/watch?v=9E6soiKiL6o

• Como fazer um Gnômon: http://www.if.ufrgs.br/~thaisa/fis2004/relogio.htm

• Simulação do Telescópio de Galileu: http://brunelleschi.imss.fi.it/esplora/cannocchiale/dswmedia/simula/esimula1.html

• Como Escolher um Telescópio: http://www.cdcc.sc.usp.br/cda/telescopios/escolhendo/#tdt

• A EVOLUÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE OBSERVAÇÃO ASTRONÔMICA E O CONTEXTO HISTÓRICO-CIENTÍFICO: https://www.unoeste.br/site/CursoGraduacao/cursos/103/Evolucao_Instrumentos_Astronomicos/Artigo_XVII_SNEF.pdf

Links Interessantes• Informação sobre tipos de telescópios: http://www.telescopiosastronomicos.com.br/

• Os Primeiros Telescópios: http://www.observatorio.ufmg.br/Pas90.htm

• Tipos de telescópios: http://www.observatorio.ufmg.br/pas10.htm

• How do telescopes let us see so far into space (link em inglês): http://www.bbc.co.uk/science/0/20937803

• Sobre os Astrolábios: http://cvc.instituto-amoes.pt/ciencia/e7.html

• Dez telescópios que mudaram nossa visão sobre o Universo: http://www2.uol.com.br/sciam/multimidia/dez_telescopios_que_mudaram_nossa_visao_sobre_o_universo.html

• What Are The Biggest Telescopes in the World (and Space)? (link em inglês): http://www.universetoday.com/118202/what-are-the-biggest-telescopes/

Obrigado