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Page 1: Ensinar a Palavra de Deus ee7%f5es_B...1 WIERSBE, Warren. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento, v. 5. Santo André: Geográfica, 2006, p. 520. 2 CASIMIRO, Arival Dias
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Ensinar a Palavra de Deus e capacitar seus participantes a cumprirem a missão que

Jesus nos deu.

Ensinar a Palavra de Deus e capacitar seus participantes a cumprirem a missão que

Jesus nos deu.

MISSÃO DA ESCOLA BÍBLICA

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Estudos para a Escola Bíblica Sabatina. É proibida a reprodução parcial ou total sem autorização da Conferência Batista do Sétimo Dia Brasileira.

Os Estudos Bíblicos e as Meditações Bíblicas Diárias estão baseados na International Bible Lessons for Christian Education (Lições Bíblicas Internacionais para o Ensino Cristão).

Os textos das referências bíblicas foram extraídos da versão Almeida Revista e Atualizada (Sociedade Bíblica do Brasil) salvo indicação específi ca.

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ

Diretor: Pr. Jonas Sommer

M67869 Uma Igreja Viva e Relevante: Princípios bíblicos para o crescimento da igreja em Atos dos Apóstolos / Jonas Sommer (org). - - Curitiba,PR: CBSDB, 2012.

244 p. ; 21 cm.

ISBN 978-85-98889-03-0

1. Educação Religiosa. 2. Escola Bíblica. I. CBSDB – Conferência Batista do Sétimo Dia Brasileira. II. Título.

CDD: 268

Copyright© CBSDB, 2 012

EXPEDIENTE

Revisão de textos: Márcio Magno Melo

Capa, projeto gráfi co e diagramação:

Rosalis Designerwww.rosalis.com.br

Revisão teológica:

Pr. Jonas Sommer, Pr. Daniel Miranda Gomes

Impressão gráfi ca:

Gráfi ca Monalisa www.grafi camonalisa.com.br

Atendimento e tráfego:

Marcelo Negri (41) 3379-2980

Redação: Rua Erton Coelho Queiroz, 50 - Alto Boqueirão - CEP 81770-340 - Curitiba - PRhttp://www.ib7.org / [email protected]

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SUMÁRIO

Uma IGREJA VIVA e RELEVANTE

Princípios bíblicos para o crescimento da Igreja em Atos dos Apóstolos

Abreviaturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6Pr. Leonildo Lebkuchen

Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8Pr. Jonas Sommer

Capítulo 1Uma Igreja Expectante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15Pr. Jonas Sommer

Capítulo 2Uma Igreja Revestida de Poder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33Pr. Jonas Sommer

Capítulo 3Uma Igreja Autêntica e Genuína. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49Pr. Daniel Miranda Gomes

Capítulo 4Uma Igreja de Oração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67Pr. Daniel Miranda Gomes

Capítulo 5Uma Igreja sob Ataque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85Pr. José de Godoi Filho

Capítulo 6Uma Igreja Diaconal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103Pr. Antônio Renato Gusso

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Capítulo 7Uma Igreja Evangelística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119Pr. Daniel Miranda Gomes

Capítulo 8Uma Igreja Missionária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137Pr. Wagner Antonio de Araújo

Capítulo 9Uma Igreja Conciliadora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151Pr. Luciano Barreto N. de Moura

Capítulo 10Uma Igreja Obediente à Visão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167Pr. Wesley Batista de Albuquerque

Capítulo 11Uma Igreja Contextualizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183Pr. Bernardino de Vargas Sobrinho

Capítulo 12Uma Igreja Crescente e Prevalecente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203Pr. Wesley Batista de Albuquerque

Encarte Missionário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216

Capítulo 13Uma Igreja Testifi cadora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227Pr. Daniel Miranda Gomes

Nossos Autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240

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AA – Almeida Atualizada ARA – Almeida Revista e AtualizadaARC – Almeida Revista e CorrigidaACRF – Almeida Corrigida e Revisada Fiel AS21 – Almeida Século 21 ECA – Edição Contemporânea de Almeida

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MateusMarcosLucasJoão AtosRomanos1 Coríntios2 CoríntiosGálatasEfésios FilipensesColossenses1 Tessalonicenses2 Tessalonicenses1ª Timóteo2ª TimóteoTitoFilemonHebreus Tiago 1 Pedro2 Pedro1 João 2 João 3 João Judas Apocalipse

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Rm1Co2CoGlEfFpCl

1Ts2Ts1Tm2TmTtFmHbTg

1Pe2Pe1Jo2Jo3JoJdAp

NOVO TESTAMENTO

GênesisÊxodo LevíticoNúmeros DeuteronômioJosuéJuízesRute1 Samuel2 Samuel 1 Reis2 Reis 1 Crônicas 2 CrônicasEsdrasNeemiasEster Jó Salmos Provérbios Eclesiastes CânticoIsaías Jeremias Lamentações Ezequiel Daniel Oséias Joel Amós Obadias Jonas Miquéias Naum Habacuque Sofonias Ageu Zacarias Malaquias

ANTIGO TESTAMENTO

L I V R O S D A B Í B L I A

NVI – Nova Versão InternacionalKJA – King James Atualizada BV – Bíblia Viva BJ – Bíblia de Jerusalém TEB – Tradução Ecumênica da BíbliaNTLH – Nova Tradução na Ling. de Hoje

ABREVIATURAS DAS VERSÕES BÍBLICAS UTILIZADAS

ABREVIATURAS DE

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“Até aqui nos ajudou o SENHOR”. (1Sm 7:12)

Finalmente, chegamos a 2013, ano do nosso Centenário no Brasil. Estamos às portas de uma grande comemoração! Um século de história marcado pelo empenho, zelo, dedica-ção, comprometimento e sacrifício de homens e mulheres que devotaram suas vidas a serviço do reino de Deus. Aliás, tenho a alegria e o privilégio de fazer parte dessa bela história.

Já se passaram 100 anos... E o que fazer com eles? Apenas recordar do que fizemos e lamentar o que não nos foi possível fazer? Iremos a Deus com pretextos e cabisbaixos, dizendo: “Senhor, desculpe-nos porque não fizemos mais, não fomos mais adiante por falta de recursos ou algum outro motivo que nós desconhecemos”? Não, de modo nenhum! Agradecere-mos ao Senhor da Seara pelo que fizemos até aqui!

A partir de agora, escreveremos uma nova história para um novo tempo, que também será marcado por lutas, sacrifícios, doação, abnegação e, acima de tudo, comprometimento ver-dadeiro com o Senhor da Seara.

Faz-se necessário e urgente que cada membro da Igreja Batista do Sétimo Dia do Brasil se comprometa ainda mais com o evangelismo, testemunhando de Jesus aos seus fami-liares, amigos, vizinhos, colegas de trabalho, enfim, todos ao seu redor. É mister sermos verdadeiros discípulos do Mestre e discipuladores também. Para isso, temos que buscar a san-tidade em meio a uma sociedade corrupta e depravada, para que sejamos, de fato, sal da terra e luz do mundo.

Não podemos nos esquecer, também, da necessidade e importância da intercessão em prol de nossos pastores, da liderança eclesiástica e dos novos campos missionários, por-tas que nosso bondoso Deus tem aberto para expansão de nossa igreja no Brasil e no Mundo.

PREFÁCIO

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Também, incentivo, você a continuar fiel na devolução de seus dízimos e ofertas voluntárias, que mantêm nossa igreja. Com carinho, amor e gratidão, desafio você a ofertar para Missões, pois só assim conseguiremos, juntos, de mãos dadas e com o coração aberto, plantar novas igrejas, abrir novos campos missionários e alavancar o crescimento de nossa igreja até os confins da terra.

Hoje nós estamos aqui, cheios de alegria, com grande pra-zer em falar do que passou. Bendito seja Deus, pois não temos que nos envergonhar do nosso passado, desejando, sim, que o nosso futuro seja ainda melhor, porque há muito a ser feito até o retorno de nosso bendito Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Particularmente, quero deixar um legado de serviço a Deus, pois nEle nossos esforços não são em vão. Anelo cum-prir cabalmente o meu chamado e desafio você para, juntos, escrevermos mais esse capítulo de nossa história. Vejamos o que Deus nos reserva para os próximos 100 anos, ou até a volta de Cristo!

Pr. Leonildo LebkuchenPresidente da CBSDB

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EDITORIAL

Estamos celebrando 100 anos de existência! Um século anunciando o Evangelho de Jesus Cristo no Brasil. Por conta disso, nada melhor do que estudar, neste trimestre, sobre uma Igreja muito especial, que era composta por pessoas simples, de muita oração e cheias do poder de Deus. Essa Igreja via acontecer em seu meio vários sinais e milagres que deixavam todos pasmos e maravilhados. A sintonia da membresia com o Espírito Santo era algo tremendo, tanto é que eles ouviam a Sua voz e a direção nas tomadas de decisões.

E o que falar dos cultos dessa Igreja? Ah, eles eram sim-plesmente maravilhosos! Os irmãos entoavam salmos, hinos e cânticos espirituais, adorando a Deus em espírito e em verdade. O culto de oração era o de maior frequência e as orações eram intensas e muito avivadas. Em suas reuniões, aqueles irmãos não se embriagavam com vinho, em que há contenda, mas se enchiam do Espírito Santo. Os pregadores foram os melhores de todos os tempos. Suas mensagens eram poderosas e escla-recedoras.

Nessa Igreja, a comunhão e o amor entre os irmãos também era algo maravilhoso. Todos eram tementes a Deus, entendiam e viviam o Evangelho do Reino. É claro que nem tudo era um mar de rosas: havia obstáculos e dificuldades; porém, os irmãos permaneciam firmes e unânimes. Na realidade, eram amigos entre si e gostavam de estar sempre juntos.

Esses homens e essas mulheres dedicavam a vida deles ao Pai, motivados pelo amor a Cristo e pelo poder do Espírito Santo, a anunciar o Evangelho de Cristo. Eles não perdiam nenhuma oportunidade. Aproveitavam cada porta aberta e pregavam a todas as pessoas, em todos os lugares e em todo tempo.

Sabe qual foi o resultado disso? O crescimento da Igreja. E ela crescia de forma espantosa. O primeiro culto foi feito com mais ou menos 120 pessoas, e, uma semana depois, os mem-bros daquela Igreja já eram cerca de três mil pessoas. Não

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demorou muito para que se tornassem uma grande multidão. É claro que estamos nos referindo à Igreja primitiva, aquela que nos é apresentada no livro de Atos. Ela era mesmo muito espe-cial. Era, de fato, uma Igreja Viva e Relevante.

Quais seriam, então, as marcas de uma Igreja Viva e Rele-vante? Convidamos você a estudar o livro de Atos dos Após-tolos e, juntos, buscarmos essas marcas. O livro de Atos dos Apóstolos foi escrito por Lucas, o médico amado, um pouco antes do ano 70 d.C. Este livro dá prosseguimento ao relato da história de Jesus e sua obra, história que começa no Evangelho de Lucas, escrito pelo mesmo autor. Esses dois livros são, na realidade, dois volumes de uma mesma obra. No Evangelho, Lucas registra “a respeito de tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar” (At 1:1), e, no livro de Atos, o que “Jesus continuou a fazer e a ensinar por meio de sua Igreja”.1

Neste livro bíblico encontraremos as marcas de uma Igreja que, realmente, é viva e relevante e que podem e devem ser aplicadas em nossos dias. Temos plena convicção de que é no livro de Atos dos Apóstolos que estão as respostas para ala-vancar nossa Igreja e fazê-la crescer saudavelmente, pois ele é o “manual bíblico, inspirado pelo Espírito Santo, para orientar o crescimento da Igreja, em todos os lugares, em todas as épo-cas, até a volta de Cristo”.2 Esses princípios apresentados por Lucas serão tratados na série de lições deste trimestre.

Caro estudante da Palavra de Deus, neste trimestre você notará, também, um novo leiaute, mais dinâmico, mais moderno, e esperamos que seja, também, mais pedagógico. Outra novi-dade neste exemplar, em particular, foi a inserção de 13 crôni-cas históricas, com fotos de nossa Igreja, em alusão aos fes-tejos do centenário. Tais crônicas foram extraídas do material que está sendo preparado para a publicação do livro sobre a nossa história no Brasil, que esperamos, pela graça de Deus,

1 WIERSBE, Warren. Comentário bíblico expositivo: Novo Testamento, v. 5. Santo André: Geográfica, 2006, p. 520.2 CASIMIRO, Arival Dias. Plante igrejas: princípios bíblicos para plantação e revita-lização de igrejas. Santa Bárbara d’Oeste: SOCEP, 2009, p. 13.

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conseguir concluir no decorrer desse ano. Agradecemos ao irmão André Garcia Ferreira pelo preparo das mesmas.

Gostaríamos, de igual forma, de agradecer aos nossos cola-boradores pelos devocionais e comentários preparados com muito carinho, esmero e busca pela direção divina. Você per-ceberá que temos novos colaboradores. Nessa edição temos alguns convidados especiais, os pastores Antônio Renato Gusso, José de Godoi Filho e Wagner Antonio de Araújo, que nos brindaram com seus textos, aos quais queremos agradecer.

Que tenhamos um trimestre de muito aprendizado. Que seja-mos a Igreja Viva e Relevante que nosso Senhor Jesus Cristo nos chamou a ser!

Bom estudo a todos.

Pr. Jonas SommerDiretor do Departamento de Educação Cristã

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Daisy Moitinho

MEDITAÇÕES BÍBLICAS DIÁRIAS

Domingo – Mateus 16:13-19

Que maravilha saber do cuidado de Cristo para com a sua Igreja. Estudando a história do Cristianismo, desde a Igreja primitiva até os dias atuais, podemos ver o cumprimento da promessa: “As portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Mesmo depois de tudo o que os nossos irmãos sofreram e padeceram, a Igreja continua viva até hoje. Jesus ama a sua Igreja e, não importa o que aconteça, não permite que ela venha a morrer. Além desse cuidado conosco, Ele ainda nos deu uma chave. Que confiança Ele depositou em nós! Vamos valorizar essa confiança que Ele nos deu, lembrando sempre de orar pelos nossos irmãos enfermos, com dificuldades, e, principalmente, pela liderança de nossa igreja no Brasil e no mundo, para que esse ministério continue crescendo e se desenvolvendo cada vez mais, para honra e glória do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Segunda-feira – Lucas 24:44-49

O nosso Deus sempre cumpre tudo o que promete. Ao ler-mos os quatro evangelhos vemos o cumprimento das profecias a respeito do Messias. Levou muito tempo para essas profecias se cumprirem e, quando elas se cumpriram, os discípulos não entenderam e ficaram perdidos. Como um pai que ama e ins-trui seu filho, assim Jesus os fez lembrar e compreender o que estava acontecendo. Além disso, Ele confiou naqueles homens para serem suas testemunhas. Nós, como filhos de Deus, mui-tas vezes nos esquecemos tanto do que Ele prometeu como do que Ele já cumpriu em nossa vida. Mas é importante frisar que o Senhor Jesus conta conosco, assim como Ele contou com os discípulos, para sermos testemunhas vivas do que Ele pode fazer na vida do ser humano.

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Terça-feira – Lucas 24:50-53

Nesta passagem vemos algo bem diferente do que acon-tece nos dias atuais, porque depois que Jesus partiu os discí-pulos se alegraram e continuaram firmes no que tinham apren-dido. Notamos, nitidamente, o amadurecimento deles após a assunção de Jesus aos céus. Há uma brincadeira assim: O chefe pergunta ao empregado: “Por que você não está traba-lhando?” E o empregado responde: “Porque eu não vi o senhor chegar”. Atualmente, a maioria dos cristãos é muito diferente dos discípulos, pois só fazem a obra de Deus se cobrados pelo pastor, diácono ou irmão da igreja. Este tipo de comporta-mento demonstra imaturidade espiritual. Sabemos que Jesus não está materialmente nesta Terra, mas Ele continua conosco todos os dias cuidando de nós com todo amor. Que possamos aprender com os discípulos a servir ao nosso Deus com ale-gria, independente da nossa situação.

Quarta-feira – Atos 1:1-8

Jesus prometeu para os discípulos que enviaria o Conso-lador, o Espírito Santo, que os ensinaria e os faria lembrarem--se de tudo o que Ele lhes tinha dito (Jo 14:26). Agora, Jesus diz que o poder do Espírito Santo desceria sobre eles e que, depois disso, eles seriam suas testemunhas pelo mundo. Isto nos faz pensar que precisamos do poder do Espírito Santo para propagar o Evangelho. Não é algo que podemos fazer apenas confiados em nós mesmos, pois é por meio dele que vêm as palavras, a nossa ousadia e a autoridade para evangelizar as pessoas. E, também, é Ele quem convence o pecador. Preci-samos reconhecer que precisamos do Espírito Santo. Muitas vezes, focamos o Pai e Jesus e nos esquecemos do Espírito Santo, que é o nosso Consolador. Vamos, como Igreja, sempre orar e pedir ao Espírito Santo que nos ajude em nossa missão neste mundo, que é levar o Evangelho a toda criatura.

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14 Estudos Bíblicos

Quinta-feira – Atos 1:9-12

Os discípulos tiveram uma experiência única, que foi ver Jesus subir ao céu. Eles ficaram tão maravilhados com aquela cena que permaneceram ali parados. Acredito que por muito tempo, até que dois varões lhes disseram: “Varões galileus, por que estais olhando para as alturas?” (v. 11). Na liderança se ensina que quando uma meta é atingida as pessoas devem comemorá-las e, logo depois, começar a trabalhar em outra. Muitas vezes, ficamos tão entusiasmados com coisas que acontecem em nossa vida que nos esquecemos das outras. Precisamos de alguém que nos mostre que temos outras coi-sas para fazer. Precisamos pedir ao Espírito Santo que nos ajude a valorizar tudo o que acontece em nossa vida, mas, também, a não nos deixarmos estacionados, sem crescimento.

Sexta-feira – Atos 1:13-14

É muito linda essa passagem, pois vemos a primeira Igreja cristã. Os seus membros eram compostos por todos os discí-pulos – com exceção de Judas Iscariotes, que estava morto –, as mulheres, a mãe de Jesus e seus irmãos. Mas o mais interessante é o que eles estavam fazendo: se reuniam para orar. Hoje, é muito fácil reunir os irmãos da igreja para uma confraternização, um culto ou comemoração especial, porém é muito difícil conseguir reunir toda a igreja para uma reunião de oração ou uma vigília. Infelizmente, como resultado disso, vemos muitas igrejas fechando as portas ou tendo problemas de divisão. O Senhor Jesus nos orientou, dizendo: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26:41). Para que a igreja possa crescer e se desenvolver de forma sólida, ela precisa ter um relacionamento profundo com o Senhor Jesus, e isso só ocorre por meio da oração e estudo da Palavra de Deus. Que o Espírito Santo de Deus desperte em nós a necessidade de perseverarmos em oração.

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Sábado – Atos 1:15-26

Temos muito que aprender com a primeira Igreja cristã. Eles tinham uma necessidade: escolher uma pessoa para substituir Judas Iscariotes. Como fizeram isso? Pedindo a Deus que lhes mostrasse quem deveria ser escolhido. E Matias foi o escolhido. Como eles souberam que Matias era aquele que Deus tinha escolhido? Usaram um método conhecido para se buscar a von-tade divina. No Antigo Testamento os judeus se utilizavam do Urim e do Tumim para lançar sorte e saber a vontade de Deus (cf. Êx 28:30; Nm 27:31). Atualmente, pessoas têm sido esco-lhidas para o cargo de liderança por outros critérios, como por afinidade, ou condição financeira, ou por carisma. Uma vez eu ouvi dizer: “Mas e se a pessoa que Deus escolher for justamente aquela que nós não gostamos?”. Hoje, não nos utilizamos do Urim ou do Tumim para saber a vontade divina, mas Deus continua a falar conosco de outras formas. Precisamos estar atentos à Sua voz para que possamos ser abençoados.

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16 Estudos Bíblicos

Uma Igreja Expectante

Pr. Jonas SommerEstudo da Semana: Atos 1:1-145 de janeiro de 2013

1TEXTO BÁSICO:

Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra. (At 1:8)

INTRODUÇÃO

O livro de Atos dos Apóstolos pode ser considerado como a dobradiça do Novo Testamento, pois fecha os evangelhos e abre as epístolas. O livro de Atos é a segunda parte de uma obra cujo primeiro volume é o Evangelho de Lucas. O objetivo do escritor de ambas as obras era oferecer um relato coorde-nado das origens cristãs.3 Lucas, portanto, reúne a história de Jesus e da Igreja primitiva, explicando como as boas notícias do Evangelho começaram e se espalharam a ponto de abran-ger todo o mundo conhecido da época, chegando até nós.

Myear Pearlman considera que o livro de Atos dos Após-tolos pode ser sintetizado em três palavras chaves: ascensão, descida e expansão. Desta forma, a ascensão de Cristo é seguida pela descida do Espírito Santo e, consequentemente, pela expansão vertiginosa do Evangelho.4

Embora leve o nome de Atos dos Apóstolos, é necessário levar em conta que o personagem principal do livro é o Espírito Santo. Lucas afirma, com muita clareza, que pretende falar da maneira como nosso Senhor Jesus continuou a operar em sua Igreja por meio do Espírito Santo.5

3 LOPES, Hernandes Dias. Atos: a ação do Espírito Santo na vida da Igreja. São Paulo: Hagnos, 2012, p. 11.4 PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia. São Paulo: Vida, 1987, p. 229.5 GONZÁLES. Justo L. Atos: o evangelho do Espírito Santo. São Paulo: Hagnos, 2011, p. 23.

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UMA IGREJA EXPECTANTE TEM A RESSUREIÇÃO

DE JESUS COMO VERDADE INCONTESTE

No primeiro capítulo do livro de Atos vemos os primeiros cristãos resolvendo “algumas pendências” antes da ascensão de Cristo, preparando-se para o derramamento do Espírito Santo e recebendo a promessa da segunda vinda do Senhor Jesus. O que eles disseram e fizeram revela aquilo em que a Igreja acreditava naqueles dias. Neste contexto, nada melhor do que aprendermos com a Igreja primitiva, como carinhosa-mente chamamos nossos primeiros irmãos, a igreja que mudou o mundo de sua época, que impactou como nunca dantes.

Para que a Igreja seja Viva e Relevante em nossos dias, deverá aplicar as lições que nos foram deixadas pela Igreja primitiva.

Lucas endereça seus dois escritos à mesma pessoa, Teó-filo, para apresentar tudo aquilo que Jesus começou a fazer e a ensinar (v. 1). No livro de Atos ele reúne provas insofismáveis relativas à ressurreição de Cristo, manifestando que seu minis-tério terreno fora consumado e que Ele, a partir de então, con-tinuaria exercendo o seu ministério celestial. Nos escritos luca-nos, o Cristo histórico e o Cristo da glória são a mesma pessoa.6

Durante 40 dias, após sua ressurreição, Jesus apareceu a seus discípulos. O texto grego diz, literalmente, “por espaço de quarenta dias” (v. 3), o que significa que o Senhor não esti-vera com eles continuamente, mas que aparecia de tempos em tempos durante esse período. O numeral 40 era usado com fre-quência como número arredondado, mas, neste caso especí-fico, parece referir-se ao número exato de dias, constituindo um período menor do que os 50 dias entre a Páscoa e o Pentecoste.

A mais extensa relação de que dispomos das aparições de Jesus inicia-se em 1 Coríntios 15:5, embora até mesmo

6 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 30.

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18 Estudos Bíblicos

UMA IGREJA EXPECTANTE AGUARDA

A PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO

esta lista, como demonstram os evangelhos, esteja longe de ser completa. É evidente que quanto mais vezes os discípulos vissem a Jesus menores seriam as probabilidades de que esti-vessem enganados. Observe como Lucas sublinha a realidade da experiência mediante repetições: “aos quais... se apresen-tou vivo”; “sendo visto por eles”. Estas expressões não dizem tudo, porque o Senhor também falou a eles; e, como ficamos sabendo mediante outra passagem, comeu e bebeu com eles, da maneira como o fizera nos primeiros dias (cf. At 10:41; Lc 24:30-43, Jo 20:26-29). O resultado final disso tudo foi que os discípulos ficaram com uma convicção irredutível de que Jesus estava vivo e havia estado com eles. Lucas emprega expres-sões fortes, e poderia ter dito: “ficou comprovado sem sombra de dúvidas”.7

Tanto a morte quanto a ressurreição de Cristo foram fatos públicos e verificáveis. Ele padeceu, mas se apresentou vivo. Sua ressurreição foi um fato histórico irrefutável. Nas palavras de Hernandes Dias Lopes, “não adoramos o Cristo morto que esteve vivo, mas o Cristo vivo que esteve morto (Ap 1:18)”.8

Lucas faz uma transição da ressurreição de Cristo para a promessa do derramamento do Espírito Santo. Essa promessa fora feita pelo Pai, pelo Senhor Jesus, durante o seu ministério, e por João Batista, e ela estava para se cumprir “dentro de poucos dias” (vv. 4,5).

Os apóstolos deveriam esperar em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder. Essa espera deveria ser, em primeiro lugar, com obediência irrestrita. Lucas diz que “... enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: Não saiam de Jerusalém...” (v. 4, NVI, grifo do autor). O lugar do aparente

7 WILLIAMS, David J. Atos: novo comentário bíblico contemporâneo. São Paulo: Vida, 1996, p. 30-31.8 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 32.

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fracasso deveria ser o território da vitória. O mesmo lugar onde Cristo padeceu precisaria ser também o cenário do derrama-mento do Espírito Santo. Em segundo lugar, essa espera teria de ser com perseverança inabalável. Eles deveriam esperar “... até serem revestidos do poder do alto” (Lc 24:49, NVI, grifo do autor). E, por fim, essa espera precisava ser com expectativa triunfante, pois eles seriam revestidos do poder do Espírito Santo.9

Lucas nos informa que Jesus, durante o intervalo de 40 dias, conversava com os seus discípulos a respeito do Reino de Deus (v. 3b). No entanto, nos versículos 6 e 7, vemos que antes de sua ascensão aos céus foi necessário que Jesus cor-rigisse a visão dos discípulos quanto à natureza de Seu reino.

Observe quais eram os conceitos dos discípulos quanto ao Reino de Deus.

a) Eles concebiam um reino terreno em vez de espiri-tual. Parece bem claro que esses apóstolos ainda estavam acorrentados à noção popular de um reino de Deus eminen-temente político, que sua vinda traria a reunião de todas as tribos, a restauração da independência de Israel e o seu triunfo sobre todos os inimigos. Neste campo eles não haviam feito muito progresso, e ainda se prendiam à esperança primitiva de vir a ocupar lugares de proeminência num reino material. Os apóstolos estavam confundindo o reino de Deus com o reino de Israel. O reino de Deus não é conquistado pelo poderio mili-tar, mas pela ação transformadora do Espírito Santo.

Com diz John Stott:

O reino de Deus são seus mandamentos estabelecidos na vida de seu povo através do seu Espírito. Ele é aumentado por testemunhas, soldados, através de uma mensagem de paz, e não uma declaração de guerra. Onde houver um escravo

9 Ibidem, p. 34.

UMA IGREJA EXPECTANTE TEM UMA

VISÃO CORRETA SOBRE O REINO DE DEUS

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liberto do pecado; um súdito transportado do reino das trevas para o reino da luz, ali se estabelece o reino de Deus.10

Segundo Howard Marshall, foi necessário Jesus transfor-mar a esperança judaica do reino de Deus da mente dos dis-cípulos, purgando dela os elementos políticos nacionalistas.11

b) Eles pensavam ser o reino regional em vez de inter-nacional. Os discípulos ainda pensavam num reino terrestre para Israel. No entanto o reino de Deus não tem fronteiras geo-políticas ou culturais. Os discípulos deveriam ser testemunhas até os confins da terra. O reino de Deus abrange a todos os povos, de todos os lugares, de todas as línguas e culturas.12 Em o Novo Testamento a consciência missionária centrípeta é substituída por uma atividade missionária centrífuga, tendo como grande ponto de partida a ressurreição, depois da qual Jesus recebe autoridade universal e delega ao seu povo a grande comissão de ir e discipular as nações.13

c) Eles concebiam um reino estático em vez de gradual. A pergunta deles incluía uma referência específica ao tempo: “Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a Israel?” (v. 6, NVI). A resposta do Mestre foi dupla: “Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade” (v. 7, NVI). “Tempos” (gr. kronoi) ou “datas” (gr. kai-roi), juntos, formam o plano de Deus; os tempos ou momentos críticos da sua história e as épocas de seu desenvolvimento.14

Nas palavras de Hernandes Dias Lopes:

A escatologia dos discípulos estava eivada de equívocos. Jesus os corrige, mostrando-lhes que essa tendência de mar-cação de datas para sua segunda vinda é uma consumada tolice. O tempo da segunda vinda e da transição do reino da glória é da exclusiva economia do Pai. Não nos é dado saber nem o kronos nem o kairos, nem tempos nem épocas. Nosso papel não é o de especular, mas agir no presente.15

10 STOTT, John. A mensagem de Atos. São Paulo: ABU Editora, 1994, p. 41. 11 MARSHAL, I. Howard. Atos: introdução e comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1982, p. 42.12 LOPES, Hernandes Dias. Op cit., p. 36.13 STOTT, John. Op. cit., p. 42.14 Ibidem, p. 42.15 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 36-37.

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UMA IGREJA EXPECTANTE BUSCA O REVESTIMENTO

DO PODER DO ESPÍRITO SANTO

Essa era, portanto, a essência do ensino de Jesus, durante os 40 dias entre a ressurreição e a ascensão: quando o Espí-rito Santo viesse em poder, o tão prometido Reino de Deus, que o próprio Cristo principiara e proclamara, começaria a expandir. Ele seria espiritual quanto ao caráter (transformando a vida e os valores de seus cidadãos); internacional quanto aos membros (incluindo tanto judeus quanto gentios); e gradual quanto à expan-são (começando em Jerusalém e indo até os confins do mundo).

Em vez de buscar conhecer tempos ou épocas sobre a ins-tauração do Reino, os apóstolos deveriam buscar o revesti-mento de poder do Espírito Santo para serem testemunhas e proclamarem o Reino de Deus até os confins da terra. Para tal tarefa não lhes seria suficiente o poder do intelecto, da vontade humana ou da eloquência. Era necessária a ação do Espírito Santo neles e por meio deles (v. 8).

James Hastings salienta três pontos importantes no verso 8: o poder, a fonte do poder e o uso do poder. Segundo ele, na língua grega existem duas palavras para poder: exousia e dunamis. A primeira relaciona-se ao poder no sentido de governo e autoridade; e a segunda significa habilidade e força. O poder recebido pela Igreja não é político, mas espiritual, pes-soal e moral. A fonte desse poder é o Espírito Santo e esse poder somente é dado para que a Igreja seja testemunha de Cristo até os confins da terra.16

Outrossim, é interessante notar o uso, por Lucas, da palavra grega dunamis, no verso 8, para “poder”. Desse termo derivam, também, as palavras dinamismo, dínamo e dinamite. A Igreja Viva e Relevante recebe o poder de Deus e é dinâmica no cum-primento de sua missão; o poder é de igual forma constante e,

16 Apud LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 37-38.

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UMA IGREJA EXPECTANTE CRÊ NA ASCENSÃO

CORPÓREA DO CRISTO RESSURRETO

por vezes, é explosivo para destruir as fortalezas de Satanás e resgatar os eleitos de Deus.

Ainda, as declarações deste versículo devem ser entendi-das como causa e efeito. Só pode haver testemunho eficaz onde estiver o Espírito e, onde estiver o Espírito, seguir-se-á testemunho eficaz em palavras, em obras (milagres) e na qua-lidade de vida daqueles que o receberam.17

Tendo prometido o Espírito Santo, Jesus é assunto aos céus na presença de seus discípulos (v. 9). Sua ascensão foi visível, vitoriosa e gloriosa. Ela foi o selo da Sua vitória sobre a morte, o pecado e o diabo. Essa subida pública e visível era uma mensagem eloquente da obra consumada de Cristo.18

Gutzke comenta que nosso Senhor Jesus subiu aos céus, estando, agora, à mão direita de Deus Pai, intercedendo pela Sua Igreja. Está conduzindo os destinos da história até o dia em que o Pai o enviará de volta para buscar Sua Igreja com poder e grande glória.19

Os discípulos ainda estavam pasmos com o que acabavam de testemunhar quando dois varões vestidos de branco lhes apareceram. Eles foram enviados por Deus para, novamente, corrigir a visão dos apóstolos. Eles não deveriam ficar olhando para cima, tampouco para baixo, mas para frente, para a gran-diosa missão que lhes fora confiada. Justo Gonzáles diz que, frequentemente, permanecemos com os olhos voltados para o céu e esquecemos que fomos postos na terra para cumprir uma missão.20

17 WILLIAMS, David. Op. cit., p. 34.18 LOPES, Hernandes Dias. Op. cit., p. 4019 GUTZKE, Manford G. Plain talk on Acts. Grand Rapids, MI: Zondervan, 1966, p. 28. 20 GONZÁLES, Justo L. Op. cit., p. 42.

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UMA IGREJA EXPECTANTE AGUARDA

A SEGUNDA VINDA DE CRISTO

Firmados na esperança inabalável, confessamos que “aguardamos a segunda vinda do Cristo Salvador”. Esta é uma expressão de fé que revela que somos uma Igreja expectante, cuja esperança deita suas raízes naquelas palavras proferidas pelos “dois homens vestidos de branco”.

A Igreja nascente ouviu a seguinte promessa: “Galileus, por que vocês estão olhando para o céu? Este mesmo Jesus, que dentre vocês foi elevado ao céu, voltará da mesma forma como o viram subir” (At 1:10,11, NVI). Foi com estas palavras que os varões vestidos de branco trouxeram esperança e consolo aos apóstolos. “Este mesmo Jesus” indica, indubitavelmente, que a sua vinda será pessoal; e “do mesmo modo” designa que a sua vinda será visível e gloriosa. Os apóstolos que acabaram de ver a partida de Cristo foram consolados e encorajados com tais palavras. A mesma nuvem que O ocultou da vista deles, que anteriormente havia envolvido a Jesus e os três discípulos na transfiguração e que, por todo o Antigo Testamento, foi o símbolo da presença gloriosa de Deus, será a carruagem em sua vinda, como foi em sua partida.21

No entanto haverá algumas assimetrias entre a partida de Cristo e seu retorno. Sua volta será pessoal, porém não será vista apenas por poucos, diferente da ascensão. Ele não vol-tará sozinho, como subiu, mas ladeado por uma grande comitiva angelical. Em lugar de ser uma volta restrita a um local, será como “o relâmpago que sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do Filho do homem” (Mt 24:27, NVI).

Por outro lado, esse texto nos ensina que enquanto nosso Senhor não retorna devemos continuar sendo suas testemu-nhas. Não era correto que os discípulos continuassem olhando para o céu quando tinham a missão de ir até os confins da

21 STOTT, John. Op. cit., p. 50.

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UMA IGREJA EXPECTANTE PERSEVERA EM ORAÇÃO

PELO DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO

terra. A terra, não o céu, deveria ser o centro da preocupa-ção deles. A visão deles não deveria ser vertical, nostálgica do Jesus assunto aos céus, mas horizontal, da compaixão pelo mundo perdido que precisava deles. O mesmo é verdade para nós! A curiosidade pelo céu e seus habitantes, a especulação sobre profecias e seu cumprimento, a obsessão por “tempos e épocas” podem, facilmente, nos desviar da suprema missão que nos foi confiada por Deus. Cristo virá de modo pessoal, visível e glorioso, disso temos certeza. Os outros detalhes podem esperar. Enquanto isso, temos muito trabalho a fazer no poder e direção do Espírito Santo.22

Os discípulos cumprem a ordem de Jesus: “Esperem”. Para isso, recolhem-se ao silêncio oferecido pelo cenáculo (recinto superior), diferente das peças da casa no andar de baixo (vv. 12-13). Lucas afirma expressamente que esse não apenas era um encontro isolado depois da ascensão, mas que levou a uma reunião permanente durante todos os dias. Sim, teremos de imaginar essa casa com a peça no andar superior como sendo o local de permanência constante dos apóstolos, enquanto, de fato, estavam em Jerusalém.

A espera não é impaciente e nem agitada, muito menos vazia e inativa. É plena de “perseverar em oração” (v. 14). Che-gando ao cenáculo, os discípulos tomaram outra atitude salu-tar, importantíssima para quem quer usufruir das bênçãos de Deus. Jesus lhes havia mandado ficar em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder, mas os discípulos, sem perder tempo, assim que chegaram ao cenáculo, que ficava em Jerusalém, tomaram outra iniciativa: começaram a orar. A oração é fundamental para que se possa desfrutar da graça de Deus, para que tenhamos uma vida exitosa diante do Pai.

22 Ibidem.

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Naturalmente, não precisamos imaginar que ali ficavam de joelhos da manhã até a noite, proferindo orações. Contudo esses dias foram determinados pelo falar com Deus, relem-brando tudo o que haviam vivenciado, e em expectativa espe-rançosa pelo que lhes havia sido prometido e ordenado. Essa oração não era algo ligado ao sentimento religioso, mas era trabalho sério da vontade. É assim que se preparam aconte-cimentos divinos: na espera por determinadas promessas de Deus e na oração consistente e perseverante.

Observe que não havia nenhuma ordem do Senhor para que eles orassem neste período. A ordem de Jesus era para que os discípulos ficassem em Jerusalém até o revestimento de poder, mas os discípulos já haviam aprendido suficientemente do Senhor que não é possível termos uma vida de comunhão com o Senhor sem oração. Jesus sempre foi um exemplo de oração e, portanto, não poderiam os discípulos ser diferentes. Não houve, sequer, a necessidade de Jesus mandar-lhes orar, pois desde que haviam sido regenerados pelo Espírito Santo (Jo 20:22), naturalmente os discípulos, por serem, agora, par-ticipantes da natureza divina (2Pe 1:4), sentiam a necessidade de viver em contínua oração, invocando a Deus (1Pe 1:17).

Em quase todos os capítulos de Atos encontramos alguma referência à oração. E, este livro deixa muito claro que algo sempre acontece quando o povo de Deus ora. Essa é, certa-mente, uma boa lição para a Igreja de hoje.

A oração é tanto um termômetro como um termostato para a igreja local. O fato de a “temperatura espiritual” se elevar ou reduzir depende das orações do povo de Deus. John Bunyan, autor de O peregrino, disse: “A oração é um escudo para a alma, um sacrifício para Deus e um flagelo para Satanás”. No livro de Atos, vê-se que a oração alcança tudo isso.

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PERGUNTAS PARA REFLEXÃO

1. Qual é o propósito do livro de Atos dos Apóstolos? Lucas pode ser considerado um historiador? (vv. 1,2; Lc.1:1-4)________________________________________________________________________________________________________

2. Quais são algumas das provas incontestáveis acerca da res-surreição de Jesus, apresentadas por Lucas e Paulo? (vv. 3,4a; 10:41; Lc 24:30-43; 1Co 15:3-8)________________________________________________________________________________________________________

3. Qual foi a ordem de Jesus para os seus discípulos naqueles dias? Qual era o propósito deste revestimento espiritual? (vv. 4b, 5, 8)________________________________________________________________________________________________________

4. Que conceito distorcido acerca do Reino de Deus os discí-pulos ainda conservavam para si? (vv. 6, 7)________________________________________________________________________________________________________

5. Como se deu a ascensão de Cristo aos céus? Que pro-messa maravilhosa acerca da volta de Jesus os anjos deixa-ram para a Igreja nascente? Como Igreja, o que devemos fazer neste período? (vv. 9-11)________________________________________________________________________________________________________

6. De que maneira os discípulos cumpriram a ordem de Jesus? Por quanto tempo eles permaneceram em oração, aguardando o derramamento do Espírito Santo? (vv. 12-14)________________________________________________________________________________________________________

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O INÍCIO

Na passagem do século XIX para o XX vivia-se um pleno otimismo global e sentimento de paz duradoura, período denominado de Belle Époque. Inovações tecnológicas como o cinema, o automóvel e o avião transformariam a maneira como olhamos o mundo. No Brasil do início dos anos 1900, a maior parte da população estava à margem da pobreza. Num contexto em que se confundiam fé, misticismo e fanatismo, o protestantismo ainda estava vinculado aos imigrantes, que buscavam impor suas convicções bíblicas a um Brasil católico.

Para nós, Batistas do Sétimo Dia, a história nasce de uma reflexão crítica entre a proposta da Palavra de Deus e a prá-tica da instituição religiosa de que os pioneiros eram membros (Igreja Adventista do Sétimo Dia). Essa confrontação gerou a necessidade de buscar novos caminhos a partir de um princí-pio de fé que mantemos até os dias de hoje: “A nossa única regra de fé e prática é a Escritura Sagrada, sem concurso de filosofias, doutrinas, ensinamentos e profecias humanas”.

Diante dessa convicção, cinco membros da Igreja Adven-tista do Sétimo Dia, Theodoro P. Neumann, Jorge P. Wischral, Julio Nisio, Gustavo Schier e Cândido M. de Godoy, entre outros, pediram desligamento dessa denominação numa reu-nião administrativa na cidade de Curitiba, no dia 19 de janeiro de 1913. O motivo principal da saída era a divergência doutri-nária referente aos escritos de Ellen Gould White (1827-1915), escritora e profetisa norte-americana, e que era personagem central no movimento milerita sabatista, que dera origem à Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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No dia 25 de janeiro de 1913, com a adesão de líderes da igreja de Curitiba, Porto União e Itararé, o grupo publicou um manifesto que esclarecia as razões do desligamento e reafir-mavam sua fé única e exclusivamente na Palavra de Deus. Era a semente da nossa atual igreja, que, naquele instante, passou a se chamar “Igreja Evangélica Adventista do Sétimo Dia”. As dificuldades iniciais do novo grupo foram imensas, principal-mente encontrar local para a realização dos cultos. Apesar de todas as adversidades encontradas, o início da nossa história, como todos os acontecimentos passados de corajosos cris-tãos, estava nas mãos do Senhor da História, nosso Deus, que direcionou cada ação, encontro, sentimento e desejos dos nos-sos pais fundadores.

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