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Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
Assistência de Enfermagem ao Aborto
Considera-se abortamento a interrupção da gestação até 22 semanas;
Ou se a idade gestacional foi desconhecida, com produto da concepção pesando
menor que 500 gramas ou medindo menos de 16 cm;
A qualidade na atenção ao abortamento deve ser compreendida como um
conjunto de ações oferecidas à mulher durante e após a interrupção da
gestação, quer espontânea ou induzida;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
o Acolhimento;
o Informações e aconselhamento ;
o Acesso aos serviços;
- serviços de urgência que possam tratar as mulheres das complicações de
aborto espontâneo ou induzido;
- relação formalizada entre os serviços de urgência e de atenção integral à
saúde da mulher;
- informação continuada para as usuárias sobre os serviços disponíveis;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
o Integração da rede assistencial;
- integração dos serviços de urgência e serviços de planejamento familiar;
o Competência profissional;
- envolve habilidade da técnica para o esvaziamento uterino, uso de
equipamentos, instrumental e medicamentos;
o Tecnologia apropriada;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
• Classificação e Conduta
o Ameaça de aborto
- Sangramento genital de pequena intensidade, com ou sem dores que podem
ser de intensidade variável;
- Ao exame especular: sangue fluindo através do colo, este com orifício interno
fechado;
- Útero tem tamanho adequado e sem sinais de infecção
- USG apresenta-se normal;
- Conduta: orientações, fazer repouso, prescrição de analgésico e referência ao
serviço de pré-natal;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
o Abortamento completo
- Geralmente ocorrem em gestações com IG inferiores a 8 semanas;
- Sangramento e dores diminuem após expulsão do material ovular;
- Orifício cervical interno ainda pode estar aberto;
- Útero tem dimensões inferiores ao esperado para a IG;
- USG mostra cavidade uterina vazia ou com imagens sugestivas de coágulos;
- Conduta: expectante. Atentar para sangramento que pode sugerir restos
ovulares – com surgimento de processo infeccioso pélvico;
- Recomenda-se aspiração manual intra uterina (AMIU) ou curetagem uterina;
- Se Rh negativo, faz-se obrigatória a administração de imunoglobulina anti-D;
- Sorologia para sífilis e HIV;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
o Abortamento inevitável ou incompleto
- Perda sanguínea é maior que na ameaça de aborto, podendo ocorrer
eliminação de coágulos;
- Perda sanguínea diminui após eliminação do material ovular; Dores são mais
intensas que na ameaça de aborto e o orifício cervical encontra-se aberto;
- USG indispensável para diagnóstico diferencial;
- Se gestação < 12 semanas: indicado AMIU ou curetagem uterina quando
serviço não dispuser desse procedimento;
- Se gestação> 12 semanas com concepto na cavidade uterina, recomenda-se
a infusão de ocitocina para promover sua expulsão ou a colocação de
mosoprostol no fundo de saco vaginal ( 200mcg a cada 6h). Após expulsão,
realizar curetagem;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
o Abortamento retido
- Pode não ser precedido de ameaça de aborto;
- Há regressão dos sinais e sintomas da gravidez;
- Orifício cervical encontra-se fechado e geralmente não há hemorragia;
- USG apresenta produta da concepção sem vitalidade ou sua ausência;
- Se gestação < 12 semanas: esvaziamento por técnica AMIU;
- Se gestação > 12 semanas: promover dilatação cervical e expulsão do
produto conceptual; Utilizar-se misoprostol vaginal (200 mcg a cada 6h) ou
infusão endovenosa de ocitocina ( início do gotejamento 8 gotas/minuto);
- Identificar se gestante Rh negativo;
- Sorologia para sífilis e ofertar HIV;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
o Abortamento infectado
- Geralmente ocorre após manipulação para induzir a interrupção da gestação e
sob condições técnicas não apropriadas;
- Sangramento com odor fétido, acompanhado de dor abdominal e febre;
Pulso acelerado;
- Paciente refere dor à manipulação dos órgãos pélvicos;
- Perfuração uterina e de alças intestinais não podem ser ignoradas;
- Geralmente essas infecções são polimicrobianas;
- Quadro é grave e requer cuidado imediato;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
- Solicitar exames laboratoriais:
Hemograma com contagem de plaquetas;
Tipagem sanguínea;
Urina tipo I
Dosagem de uréia e creatinina
Coagulograma;
Hemocultura;
Cultura de secreção vaginal e do material endometrial;
Rx tórax e abdome
USG ou tomografia podem ser necessárias para identificar e delimitar
coleções intra – cavitárias (abcessos);
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
- Em todos os casos, quando hemoglobina < 8 : indicado hemotranfusão;
- Iniciar antibioticoterapia de largo espectro ( anaerobicida + aminoglicosídeo);
- Se colo fechado, utilizar misoprostol ou ocitocina;
- Esvaziamento uterino deve ser feito aproximadamente 2 horas após início dos
antibióticos, podendo utilizar AMIU se gestação < 12s ou a curetagem
uterina;
- Se quadro clínico grave ou não houver sinais de melhora -> indicação médica
de laparotomia e se, necessário para salvar a vida da mulher realizar
histeroscopia;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
o Abortamento pós estupro
- Deverá ser avaliada pela equipe de plantão;
- Abertura de prontuário e solicitação de exames de exames,
encaminhamentos e prescrições médicas indicadas à situação;
- Se a mulher deseja interromper a gravidez, poderá apresentar o Boletim de
Ocorrência Policial;
- Não é necessária a autorização judicial para o abortamento em caso de
estupro, conforme artigo 128 do código penal brasileiro
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
- Anamnese ginecológica: data do estupro, último período menstrual e se
utilizou medicações após o ocorrido;
- Exame ginecológico: rastrear lesões na vulva e vagina;
- Exames laboratoriais : sífilis, HIV e hepatites, tipagem sanguínea e fator Rh;
- USG para verificar idade gestacional;
Evitar que toda a equipe faça as mesmas perguntas para a mulher, sendo
necessário que um único prontuário seja utilizado até o final do
atendimento;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
o Interrupção da gravidez em casos de malformação fetal grave ou incompatível
com a vida
- Necessário autorização judicial;
- Assistência social pode orientar as gestantes a procurarem o Ministério
Público no município, solicitando a autorização para o procedimento;
- É necessário que os médicos forneçam laudo explicando as condições da
gravidez que justifiquem a interrupção;
- Os procedimentos para interrupção irá variar de acordo com o tempo de
gestação;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
• Planejamento familiar pós aborto
o Oportunizar momento e informar sobre métodos contraceptivos;
o Esclarecimento e oferta de métodos deve ser ampla, para mulher poder escolher
aquele que melhor se adapta às suas condições clínicas, sociais, econômicas e
seus riscos reprodutivos;
o Informar a mulher que sua fecundidade poderá ser reestabelecida antes do
aparecimento da menstruação;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
o Opções de métodos:
injetáveis;
implantes;
DIU ( pode ser inserido logo após o esvaziamento uterino);
contraceptivos orais;
preservativos e
diafragma;
o Não se recomenda métodos naturais antes de restabelecidos os ciclos
menstruais;
o Se há dúvida se aborto infectado, não indicar DIU;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
o Se mulher deseja engravidar logo após o aborto, é imprescindível tentar
esclarecer as causas do abortamento antes de uma nova gestação;
o Encaminhar para serviço de referência para investigar possíveis causas;
Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto
Referências
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto epuerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, ÁreaTécnica da Mulher. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações ProgramáticasEstratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido : guia para os profissionais de saúde / Ministério da Saúde,Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 2. ed. – Brasília :Ministério da Saúde, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agenda de compromissos para a saúde integral da criança e a redução damortalidade infantil. Brasília, 2004.
WHO/RHR. Declaração da OMS sobre Taxas de Cesárea. Disponível em:http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/161442/3/WHO_RHR_15.02_por.pdf?ua=1&ua=1
Ziegel, E.E. Enfermagem Obstétrica. 8ª edição. 1985