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ENFERMAGEM Profª. Lívia Bahia SAÚDE DA MULHER Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto Parte 6

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ENFERMAGEM

Profª. Lívia Bahia

SAÚDE DA MULHER

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

Parte 6

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

Assistência de Enfermagem ao Aborto

Considera-se abortamento a interrupção da gestação até 22 semanas;

Ou se a idade gestacional foi desconhecida, com produto da concepção pesando

menor que 500 gramas ou medindo menos de 16 cm;

A qualidade na atenção ao abortamento deve ser compreendida como um

conjunto de ações oferecidas à mulher durante e após a interrupção da

gestação, quer espontânea ou induzida;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

o Acolhimento;

o Informações e aconselhamento ;

o Acesso aos serviços;

- serviços de urgência que possam tratar as mulheres das complicações de

aborto espontâneo ou induzido;

- relação formalizada entre os serviços de urgência e de atenção integral à

saúde da mulher;

- informação continuada para as usuárias sobre os serviços disponíveis;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

o Integração da rede assistencial;

- integração dos serviços de urgência e serviços de planejamento familiar;

o Competência profissional;

- envolve habilidade da técnica para o esvaziamento uterino, uso de

equipamentos, instrumental e medicamentos;

o Tecnologia apropriada;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

• Classificação e Conduta

o Ameaça de aborto

- Sangramento genital de pequena intensidade, com ou sem dores que podem

ser de intensidade variável;

- Ao exame especular: sangue fluindo através do colo, este com orifício interno

fechado;

- Útero tem tamanho adequado e sem sinais de infecção

- USG apresenta-se normal;

- Conduta: orientações, fazer repouso, prescrição de analgésico e referência ao

serviço de pré-natal;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

o Abortamento completo

- Geralmente ocorrem em gestações com IG inferiores a 8 semanas;

- Sangramento e dores diminuem após expulsão do material ovular;

- Orifício cervical interno ainda pode estar aberto;

- Útero tem dimensões inferiores ao esperado para a IG;

- USG mostra cavidade uterina vazia ou com imagens sugestivas de coágulos;

- Conduta: expectante. Atentar para sangramento que pode sugerir restos

ovulares – com surgimento de processo infeccioso pélvico;

- Recomenda-se aspiração manual intra uterina (AMIU) ou curetagem uterina;

- Se Rh negativo, faz-se obrigatória a administração de imunoglobulina anti-D;

- Sorologia para sífilis e HIV;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

o Abortamento inevitável ou incompleto

- Perda sanguínea é maior que na ameaça de aborto, podendo ocorrer

eliminação de coágulos;

- Perda sanguínea diminui após eliminação do material ovular; Dores são mais

intensas que na ameaça de aborto e o orifício cervical encontra-se aberto;

- USG indispensável para diagnóstico diferencial;

- Se gestação < 12 semanas: indicado AMIU ou curetagem uterina quando

serviço não dispuser desse procedimento;

- Se gestação> 12 semanas com concepto na cavidade uterina, recomenda-se

a infusão de ocitocina para promover sua expulsão ou a colocação de

mosoprostol no fundo de saco vaginal ( 200mcg a cada 6h). Após expulsão,

realizar curetagem;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

o Abortamento retido

- Pode não ser precedido de ameaça de aborto;

- Há regressão dos sinais e sintomas da gravidez;

- Orifício cervical encontra-se fechado e geralmente não há hemorragia;

- USG apresenta produta da concepção sem vitalidade ou sua ausência;

- Se gestação < 12 semanas: esvaziamento por técnica AMIU;

- Se gestação > 12 semanas: promover dilatação cervical e expulsão do

produto conceptual; Utilizar-se misoprostol vaginal (200 mcg a cada 6h) ou

infusão endovenosa de ocitocina ( início do gotejamento 8 gotas/minuto);

- Identificar se gestante Rh negativo;

- Sorologia para sífilis e ofertar HIV;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

o Abortamento infectado

- Geralmente ocorre após manipulação para induzir a interrupção da gestação e

sob condições técnicas não apropriadas;

- Sangramento com odor fétido, acompanhado de dor abdominal e febre;

Pulso acelerado;

- Paciente refere dor à manipulação dos órgãos pélvicos;

- Perfuração uterina e de alças intestinais não podem ser ignoradas;

- Geralmente essas infecções são polimicrobianas;

- Quadro é grave e requer cuidado imediato;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

- Solicitar exames laboratoriais:

Hemograma com contagem de plaquetas;

Tipagem sanguínea;

Urina tipo I

Dosagem de uréia e creatinina

Coagulograma;

Hemocultura;

Cultura de secreção vaginal e do material endometrial;

Rx tórax e abdome

USG ou tomografia podem ser necessárias para identificar e delimitar

coleções intra – cavitárias (abcessos);

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

- Em todos os casos, quando hemoglobina < 8 : indicado hemotranfusão;

- Iniciar antibioticoterapia de largo espectro ( anaerobicida + aminoglicosídeo);

- Se colo fechado, utilizar misoprostol ou ocitocina;

- Esvaziamento uterino deve ser feito aproximadamente 2 horas após início dos

antibióticos, podendo utilizar AMIU se gestação < 12s ou a curetagem

uterina;

- Se quadro clínico grave ou não houver sinais de melhora -> indicação médica

de laparotomia e se, necessário para salvar a vida da mulher realizar

histeroscopia;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

o Abortamento pós estupro

- Deverá ser avaliada pela equipe de plantão;

- Abertura de prontuário e solicitação de exames de exames,

encaminhamentos e prescrições médicas indicadas à situação;

- Se a mulher deseja interromper a gravidez, poderá apresentar o Boletim de

Ocorrência Policial;

- Não é necessária a autorização judicial para o abortamento em caso de

estupro, conforme artigo 128 do código penal brasileiro

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

- Anamnese ginecológica: data do estupro, último período menstrual e se

utilizou medicações após o ocorrido;

- Exame ginecológico: rastrear lesões na vulva e vagina;

- Exames laboratoriais : sífilis, HIV e hepatites, tipagem sanguínea e fator Rh;

- USG para verificar idade gestacional;

Evitar que toda a equipe faça as mesmas perguntas para a mulher, sendo

necessário que um único prontuário seja utilizado até o final do

atendimento;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

o Interrupção da gravidez em casos de malformação fetal grave ou incompatível

com a vida

- Necessário autorização judicial;

- Assistência social pode orientar as gestantes a procurarem o Ministério

Público no município, solicitando a autorização para o procedimento;

- É necessário que os médicos forneçam laudo explicando as condições da

gravidez que justifiquem a interrupção;

- Os procedimentos para interrupção irá variar de acordo com o tempo de

gestação;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

• Planejamento familiar pós aborto

o Oportunizar momento e informar sobre métodos contraceptivos;

o Esclarecimento e oferta de métodos deve ser ampla, para mulher poder escolher

aquele que melhor se adapta às suas condições clínicas, sociais, econômicas e

seus riscos reprodutivos;

o Informar a mulher que sua fecundidade poderá ser reestabelecida antes do

aparecimento da menstruação;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

o Opções de métodos:

injetáveis;

implantes;

DIU ( pode ser inserido logo após o esvaziamento uterino);

contraceptivos orais;

preservativos e

diafragma;

o Não se recomenda métodos naturais antes de restabelecidos os ciclos

menstruais;

o Se há dúvida se aborto infectado, não indicar DIU;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

o Se mulher deseja engravidar logo após o aborto, é imprescindível tentar

esclarecer as causas do abortamento antes de uma nova gestação;

o Encaminhar para serviço de referência para investigar possíveis causas;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto epuerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, ÁreaTécnica da Mulher. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações ProgramáticasEstratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido : guia para os profissionais de saúde / Ministério da Saúde,Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 2. ed. – Brasília :Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agenda de compromissos para a saúde integral da criança e a redução damortalidade infantil. Brasília, 2004.

WHO/RHR. Declaração da OMS sobre Taxas de Cesárea. Disponível em:http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/161442/3/WHO_RHR_15.02_por.pdf?ua=1&ua=1

Ziegel, E.E. Enfermagem Obstétrica. 8ª edição. 1985