ends-piends 2015 [publicado diÁrio repÚblica 2007]
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Documento aprovado em Conselho de Ministrose publicado em Dirio da Repblica
2007
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PRESIDNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
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PRESIDNCIA DO CONSELHO DE MINISTROSResoluo do Conselho de Ministros n. 109/2007
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Presidncia do Conselho de Ministros
Resoluo do Conselho de Ministros n. 109/2007
Dirio da Republica, 1. srie N. 159 20 de
Agosto de 2007
Atravs da Resoluo do Conselho de Ministros n.
112/2005, de 30 de Junho, o XVII Governo
Constitucional decidiu relanar o processo de
elaborao da Estratgia Nacional de
Desenvolvimento Sustentvel e superar, de uma
vez por todas, os sucessivos impasses que se foram
acumulando desde que este procedimento teve
incio, a 7 de Fevereiro de 2002, por iniciativa do
XIV Governo Constitucional. Assim, ao abrigo da
referida Resoluo, o Ministro da Presidncia
nomeou uma equipa de projecto encarregue de,
luz do Programa do Governo e da Estratgia
Europeia de Desenvolvimento Sustentvel, bem
como de todos os documentos e pareceres
elaborados ao longo do processo, apresentar uma
nova e actualizada proposta de Estratgia Nacional
de Desenvolvimento Sustentvel (ENDS) e
respectivo Plano de Implementao (PIENDS).
Feito esse trabalho, o Governo decidiu submeter a
proposta de ENDS e PIENDS a um procedimento
de discusso pblica, que viria a ser amplamente
participado. Concludo o referido perodo de
discusso pblica a 15 de Outubro de 2006 e
recolhido o parecer do Conselho Nacional do
Ambiente e do Desenvolvimento Sustentvel,
foram introduzidos nos documentos propostos os
aperfeioamentos necessrios devida
considerao dos contributos formulados.
Nestes termos, o Governo est agora em condies
de aprovar a Estratgia Nacional de
Desenvolvimento Sustentvel e o respectivo Plano
de Implementao. Este instrumento de orientao
estratgica, para o horizonte de 2015, visa nortear o
processo de desenvolvimento do Pas, numa
perspectiva de sustentabilidade, em articulao
coerente com os demais instrumentos, planos e
programas de aco em vigor ou em preparao,
incluindo os que se referem aplicao dos fundos
comunitrios no perodo de programao at 2013,
e fazendo apelo iniciativa dos cidados e dos
diversos agentes econmicos e sociais.
Para assegurar a boa execuo da presente
Estratgia, definem-se, desde j, os respectivos
mecanismos de acompanhamento, monitorizao e
avaliao.
Assim:
Nos termos da alnea g) do artigo 199. da
Constituio, o Conselho de Ministros resolve:
1 - Aprovar a Estratgia Nacional deDesenvolvimento Sustentvel ENDS 2015
(ENDS) e o respectivo Plano de
Implementao (PIENDS), que constam do
anexo presente resoluo e que dela fazemparte integrante.
2 - Encarregar a equipa de projecto responsvelpela elaborao da ENDS, presidida pelo
Coordenador Nacional da Estratgia de Lisboa
e do Plano Tecnolgico, de continuar a
acompanhar a sua execuo, com o objectivo
de assegurar a articulao da implementao daENDS com a implementao das outras
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estratgias, planos e programas de mbito
nacional.
3 - Criar um grupo de trabalho operacionalencarregue de acompanhar e monitorizar aexecuo da ENDS, assegurar a articulao da
ENDS com a Estratgia Europeia de
Desenvolvimento Sustentvel e elaborar
relatrios bianuais de execuo e avaliao.
4 - Definir que o grupo de trabalho operacionalser constitudo por um representante do
Gabinete de Estratgia e Planeamento doMinistrio do Trabalho e Solidariedade Social e
por dois representantes do Ministrio do
Ambiente, do Ordenamento do Territrio e do
Desenvolvimento Regional, sendo um
representante do Departamento de Prospectiva
e Planeamento e Relaes Internacionais e
outro representante da Agncia Portuguesa do
Ambiente.
5 - Nomear como coordenador do grupo detrabalho operacional, o Professor Doutor
engenheiro Antnio Nuno Fernandes
Gonalves Henriques, actual ponto focal do
governo portugus junto da Comisso
Europeia para o processo de acompanhamento
da Estratgia Europeia de Desenvolvimento
Sustentvel.
6 -
Fixar que do funcionamento do grupo detrabalho operacional no resultam encargos
acrescidos, sendo as funes dos seus
membros desempenhadas no contexto do
prolongamento das misses dos respectivos
organismos.
7 - Estabelecer que o grupo de trabalhooperacional ser apoiado nas suas funes pelarede de pontos focais constituda no mbito do
Gabinete do Coordenador da Estratgia de
Lisboa e do Plano Tecnolgico com a misso
de acompanhar a elaborao e implementao
das estratgias de mbito nacional.
8 - Enviar a ENDS e o PIENDS Assembleia daRepblica.
Presidncia do Conselho de Ministros, 28 de
Dezembro de 2006
O Primeiro-Ministro
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Estrutura
Parte IEstratgia Nacional de Desenvolvimento Sustentvel ENDS - 2015
I Introduo
II Portugal: Ponto de Partida para uma Estratgia de Desenvolvimento Sustentvel
III - Objectivos, Vectores e Linhas de Orientao da Estratgia Nacional deDesenvolvimento Sustentvel
IV Nota Final
Parte IIPlano de Implementao
da Estratgia Nacional de Desenvolvimento Sustentvel ENDS - 2015
I. Portugal Continental
II. Regies Autnomas dos Aores e Madeira
AnexoIndicadores de Monitorizao
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EEssttrraattggiiaa NNaacciioonnaall ddee DDeesseennvvoollvviimmeennttoo SSuusstteennttvveell
EENNDDSS -- 22001155
Enquadramento
A procura de um modelo mais sustentvel de evoluo da sociedade tem constitudo
preocupao dominante nas ltimas dcadas face ao conjunto de oportunidades, mas
tambm de ameaas, que afectam o conjunto do tecido social, a estrutura das
actividades econmicas e o equilbrio ambiental.
Um desenvolvimento sustentvel pressupe a preocupao no s com o presente
mas com a qualidade de vida das geraes futuras, protegendo recursos vitais,
incrementando factores de coeso social e equidade, garantindo um crescimento
econmico amigo do ambiente e das pessoas. Esta viso integradora do
desenvolvimento, com harmonia entre a economia, a sociedade e a natureza,
respeitando a biodiversidade e os recursos naturais, de solidariedade entre geraes e
de co-responsabilizao e solidariedade entre pases, constitui o pano de fundo das
polticas internacionais e comunitrias de desenvolvimento sustentvel que tm vindo
a ser prosseguidas.
A adopo por Portugal da presente Estratgia Nacional de Desenvolvimento
Sustentvel ENDS 2015 (ENDS) insere-se numa iniciativa global, iniciada com a
Conferncia das Naes Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento (CNUAD),
tambm designada por Cimeira da Terra, que teve lugar no Rio de J aneiro, em 1992.
Com efeito, a Agenda 21, adoptada na CNUAD, incentivou os Estados a adoptarem
estratgias nacionais de desenvolvimento sustentvel, como forma de aplicar e
desenvolver as decises da Conferncia, corporizadas na referida Agenda 21 e nos
designados acordos do Rio (em particular as convenes internacionais para as
alteraes climticas e para a diversidade biolgica). O apelo elaborao destes
documentos estratgicos, que devem reforar e harmonizar as polticas nacionais para
a economia, as questes sociais e o ambiente, foi reafirmado na Sesso Especial daAssembleia das Naes Unidas de 1997 (Rio+5), na Cimeira Mundial sobre
II IINNTTRROODDUUOO
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Desenvolvimento Sustentvel, que teve lugar em J oanesburgo, em 2002 (Rio+10) e,
mais recentemente, na Cimeira Mundial das Naes Unidas de 2005 (60 Sesso
Plenria da Assembleia Geral), onde os lderes mundiais confirmaram o compromisso
com o desenvolvimento sustentvel e enfatizaram o contributo primordial das polticas
nacionais e das estratgias de desenvolvimento para o alcanar.
Neste sentido, a prpria Unio Europeia adoptou, no Conselho Europeu de
Gotemburgo, em 2001, uma Estratgia de Desenvolvimento Sustentvel (Uma
Europa sustentvel para um mundo melhor: Estratgia Europeia para o
Desenvolvimento Sustentvel), em complemento da Estratgia de Lisboa, adoptada
em 2000. Esta Estratgia foi revista no Conselho Europeu de 9 de J unho de 2006.
Assim, a presente ENDS foi elaborada de forma compatvel com os princpios
orientadores da Estratgia Europeia, dando resposta aos seus objectivos chave e aos
desafios apontados: alteraes climticas e energia limpa, transportes sustentveis,
consumo e produo sustentveis, conservao e gesto dos recursos naturais,
sade pblica, incluso social, demografia e migrao, pobreza global e desafios
do desenvolvimento sustentvel, sem esquecer polticas transversais como a
educao e a formao ou a investigao e desenvolvimento, bem como os
instrumentos econmicos e de financiamento, que so tambm apontados na
Estratgia Europeia revista.
Processo
Em Portugal, o processo de elaborao da ENDS teve incio por iniciativa do XIV
Governo Constitucional que, em Reunio do Conselho de Ministros de 7 de Fevereiro
de 2002, aprovou aquela que viria a ser a Resoluo do Conselho de Ministros n39/2002, de 1 de Maro. A ficou definido o enquadramento do processo coordenado
de elaborao da Estratgia, assegurando o envolvimento dos diversos organismos e
servios da Administrao, bem como da sociedade civil. Consequentemente, o ento
Instituto do Ambiente elaborou uma primeira verso de trabalho do documento.
Posteriormente, o XV Governo Constitucional, em Maio de 2002, aprovou as grandes
linhas de orientao da ENDS para efeitos de sujeio a uma primeira discusso
pblica, que teve lugar em J unho e J ulho do mesmo ano. Em Abril de 2003 aconduo poltica do processo foi transferida do ento Ministrio das Cidades,
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Ordenamento do Territrio e Ambiente para o Gabinete do Primeiro-Ministro e
desencadeou-se o processo de elaborao de um Plano de Implementao da ENDS
(PIENDS). Em J aneiro de 2004, para conferir um novo impulso ao processo, foi
nomeada uma comisso de especialistas que, em J unho do mesmo ano entregou ao
ento Primeiro-Ministro uma nova verso da ENDS, bem como um conjunto de
contributos para o futuro PIENDS.
Mais tarde, o XVI Governo Constitucional, pela Resoluo do Conselho de Ministros n
180/2004, de 22 de Dezembro, aprovou para nova discusso pblica (que no chegou
a ser realizada) os objectivos, vectores estratgicos e linhas de orientao da proposta
de ENDS, bem como um procedimento para a elaborao futura do PIENDS e
concluso do processo, que no teve seguimento.
Ao iniciar funes, em Maro de 2005, o XVII Governo Constitucional decidiu superar
todos os impasses que se vinham acumulando neste procedimento e proceder,
finalmente, concluso e aprovao da Estratgia Nacional de Desenvolvimento
Sustentvel e do respectivo Plano de Implementao, de modo a pr termo ao
processo iniciado em 2002 pelo XIV Governo Constitucional. Assim, o processo foi
relanado pela Resoluo do Conselho de Ministros n 112/2005, de 30 de J unho, que
criou uma Equipa de Projecto mandatada para apresentar uma proposta final e que
viria a ser constituda atravs do Despacho do Ministro da Presidncia n 20792/2005,
publicado em 3 de Outubro de 2005. No seguimento desta iniciativa, uma nova verso
da ENDS e do PIENDS foi aprovada na generalidade pelo Governo, a 8 de J unho de
2006, e colocada a discusso pblica at 15 de Outubro do mesmo ano. A discusso
pblica permitiu recolher mltiplos contributos institucionais e individuais, os quais
foram considerados pela Equipa de Projecto na elaborao do texto final da ENDS e
do PIENDS. De resto, toda a metodologia de elaborao da ENDS e do PIENDS fezapelo participao dos diversos ministrios e da sociedade civil, com especial
destaque para o contributo do Conselho Nacional de Ambiente e Desenvolvimento
Sustentvel (CNADS).
A verso final da ENDS, com o respectivo PIENDS, foi aprovada pelo XVII Governo
Constitucional na reunio do Conselho de Ministros de 27 de Dezembro de 2006.
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A presente Estratgia Nacional de Desenvolvimento Sustentvel , portanto, o
resultado do esforo de conjugao da reflexo iniciada em 2002, e dos documentos e
pareceres entretanto produzidos, com as orientaes e prioridades actuais em matria
de desenvolvimento sustentvel, em particular com a Estratgia Europeia e com o
Programa do Governo, bem como com os planos e programas de aco que dele
decorrem.
Desgnio
O desgnio integrador e mobilizador adoptado pela ENDS o de:
Retomar uma trajectria de crescimento sustentado que torne
Portugal, no horizonte de 2015, num dos pases mais
competitivos e atractivos da Unio Europeia, num quadro de
elevado nvel de desenvolvimento econmico, social e
ambiental e de responsabilidade social.
Objectivos
A concretizao do desgnio assumido supe um programa de aco diversificado que
aposte na qualificao dos portugueses e no aproveitamento do potencial cientfico,
tecnolgico e cultural como suportes de competitividade e coeso; na
internacionalizao e na preparao das empresas para a competio global; na
sustentabilidade dos sistemas de proteco social e numa abordagem flexvel e
dinmica dos processos de coeso; na gesto eficiente dos recursos e na proteco e
valorizao do ambiente, com adopo de solues energticas mais eficientes e
menos poluentes; na conectividade do Pas e na valorizao equilibrada do territrio;
no reforo da cooperao internacional e na melhoria da qualidade na prestao dos
servios pblicos.
Assim, a ENDS afirma sete objectivos de aco:
Primeiro objectivo: Preparar Portugal para a Sociedade do Conhecimento.
Este objectivo incorpora dois sub-objectivos cruciais: acelerar o desenvolvimento
cientfico e tecnolgico como base para a inovao e a qualificao; melhorar
as qualificaes e criar as competncias adequadas para um novo modelo de
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desenvolvimento. Aposta-se, assim, no desenvolvimento do capital humano
nacional, que integra a generalizao da educao pr-escolar, a melhoria da
qualidade dos ensinos bsico, secundrio e superior, a aprendizagem ao longo da
vida, a criao de novas competncias e o reforo da investigao e
desenvolvimento de base cientfica e tecnolgica, e ainda o incentivo ao
desenvolvimento cultural e artstico. Este esforo integrado na promoo do capital
humano ter repercusses no potencial de inovao das empresas e da
sociedade, bem como num cabal desempenho das tarefas de cidadania e de
defesa do ambiente, num contexto de crescente complexidade nacional e
internacional, condies indispensveis para que se possam explorar as
oportunidades abertas pela evoluo para a sociedade do conhecimento.
Segundo objectivo: Crescimento Sustentado, Competitividade Escala Global
e Eficincia Energtica. Pretende-se um crescimento mais rpido da economia
portuguesa, potenciado pelo desenvolvimento de um comportamento responsvel
por parte dos agentes econmicos, que permita retomar a dinmica de
convergncia, assente num crescimento mais significativo da produtividade
associado a um forte investimento nos sectores de bens e servios
transaccionveis, o que, para ser compatvel com a criao de emprego, exige
uma mudana no padro de actividades do Pas, num sentido mais sintonizado
com a dinmica do comrcio internacional, aproveitando e estimulando as suas
possibilidades endgenas.
Terceiro objectivo: Melhor Ambiente e Valorizao do Patrimnio. Este
objectivo visa assegurar um modelo de desenvolvimento que integre, por um lado,
a proteco do ambiente, com base na conservao e gesto sustentvel dos
recursos naturais, por forma a que o patrimnio natural seja evidenciado comofactor de diferenciao positiva e, por outro, o combate s alteraes climticas
que, sendo em si mesmo um desafio para diversos sectores da sociedade, deve
ser encarado como uma oportunidade para promover o desenvolvimento
sustentvel. Tem-se em vista, tambm, a preservao e valorizao do patrimnio
construdo.
Quarto objectivo: Mais Equidade, Igualdade de Oportunidades e Coeso
Social. Este objectivo estratgico visa a garantia da satisfao das necessidadesbsicas na rea da sade, educao, formao, cultura, justia e segurana social,
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de modo a favorecer a qualidade de vida num quadro de coeso, incluso,
equidade e justia social, bem como de sustentabilidade dos sistemas pblicos de
proteco social. Visa-se, tambm, fazer face a novos riscos de excluso, em
particular resultantes da difuso das novas tecnologias de informao e
comunicao, que deve ser acompanhada por medidas activas de combate info-
excluso.
Quinto objectivo: Melhor Conectividade Internacional do Pas e Valorizao
Equilibrada do Territrio. O que se pretende mobilizar os diversos instrumentos
de planeamento com efeitos directos no territrio, de modo a reduzir o impacto
negativo do posicionamento perifrico de Portugal no contexto europeu,
melhorando ou criando infra-estruturas de acesso eficaz s redes internacionais de
transportes e de comunicaes, tirando partido da conectividade digital e
reforando as condies de competitividade nacional e regional. Preconiza-se,
tambm, o valorizar do papel das cidades como motores fundamentais de
desenvolvimento e internacionalizao, tornando-as mais atractivas e sustentveis,
de modo a reforar o papel do sistema urbano nacional como dinamizador do
conjunto do territrio.
Sexto objectivo: Um Papel Activo de Portugal na Construo Europeia e na
Cooperao Internacional. Este objectivo reafirma o compromisso de Portugal
com o projecto europeu e compreende a cooperao internacional em torno da
sustentabilidade global, envolvendo o aprofundamento do nosso relacionamento
externo com algumas regies de interesse prioritrio para a afirmao de Portugal
no Mundo. Essa cooperao visa contribuir de forma empenhada para o
desenvolvimento econmico e social global, para a consolidao e
aprofundamento da paz, da democracia, dos direitos humanos e do Estado deDireito, para a luta contra a pobreza e, em geral, para a concretizao dos
objectivos de desenvolvimento do Milnio, bem como para um ambiente melhor e
mais seguro escala do planeta e, em particular, para a conservao da
biodiversidade e a sustentabilidade dos ecossistemas.
Stimo objectivo: Uma Administrao Pblica mais Eficiente e Modernizada.
Assume-se o propsito estratgico de promover a modernizao da administrao
pblica como elemento fundamental para uma governao qualificada e para umamaior eficincia na prestao dos servios aos cidados. Pretende-se, assim,
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reforar o contributo da Administrao para o desenvolvimento do Pas,
adaptando-a nas suas funes e modelos organizacionais e melhorando a
qualidade dos servios prestados aos cidados e s empresas, para uma
sociedade mais justa e com uma melhor regulao, bem sustentada num sistema
de justia mais eficaz. Legislar melhor, simplificar os procedimentos
administrativos, valorizar as tecnologias da informao e comunicao, adoptar
boas prticas no domnio da sustentabilidade so linhas de fora essenciais no
necessrio processo de modernizao da administrao pblica.
Como se pode ver na FIGURA I, estes sete objectivos respondem de forma
equilibrada s trs vertentes do desenvolvimento sustentvel, assentes no
desenvolvimento econmico, coeso social e proteco ambiental.
FFIIGGUURRAA II PPIILLAARREESS DDOO DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO SSUUSSTTEENNTTVVEELL
Administrao pblica mais eficiente emodernizada Papel activo de Portugal na construo
Europeia e na cooperao internacional
Melhor conectividade internacional do pas e valorizaoequilibrada do territrio
Mais equidade, igualdade de oportunidades ecoeso social
Melhor ambiente e valorizao do patrimnionatural
Crescimento sustentado e competitividade escalaglobal e eficincia energtica
Preparar Portugal para a Sociedade doConhecimento
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Articulao
Como se v pela enunciao do desgnio assumido e dos seus sete objectivos
principais, a formatao escolhida para a elaborao da ENDS no foi a dedesenvolver uma Estratgia que constitusse apenas o pilar ambiental da aplicao da
Agenda de Lisboa em Portugal, mas antes garantir a sua aplicao integral, com
sustentabilidade econmica, social e ambiental, no horizonte mais vasto de 2015. Na
verdade, a ENDS enuncia uma estratgia global de referncia para a aco para um
perodo mais alargado do que o Programa Nacional de Aco para o Crescimento e o
Emprego 2005-2008 (PNACE) e visa articular coerentemente, nesse horizonte
temporal alargado, as estratgias nacionais complementares.
A presente ENDS cumpre, assim, a funo que prpria das estratgias de
desenvolvimento sustentvel como referncias para as diversas polticas sectoriais ou
conjunturais, assumindo um horizonte de longo prazo e corporizando vises
integradas do desenvolvimento, bem como uma dimenso internacional, que hoje
exigida pela natureza de muitos dos problemas e desafios em presena.
Nos ltimos anos Portugal tem vindo j a assumir, com determinao, o desafio da
modernizao e da adaptao ao contexto competitivo global em que se quer afirmar,
num quadro desenvolvimento econmico, social e ambiental sustentvel. Por isso,
naturalmente que a presente ENDS se articula com as prioridades que tm vindo a ser
definidas noutros documentos de orientao poltica e enquadramento estratgico.
o caso, como no podia deixar de ser, do documento Estratgia de Lisboa
Portugal de Novo; Programa Nacional de Aco para o Crescimento e o
Emprego 2005 -2008 (PNACE), que constitui o Programa Nacional de Reformas
adoptado por Portugal para a aplicao da Estratgia de Lisboa, tal como relanada.
Este documento de orientao poltica consubstancia uma importante agenda de
modernizao, assente nos pilares da competitividade, da coeso social e da
sustentabilidade ambiental.
Por outro lado, em articulao com este programa global, foram aprovados e esto j
em implementao outros programas especficos, em particular o Plano Tecnolgico,
que define uma estratgia nacional de crescimento baseada no conhecimento, na
tecnologia e na inovao, e o Plano Nacional de Emprego, que traduz as prioridades
de aco no domnio da formao e do emprego.
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Diversos outros programas sectoriais foram elaborados ou esto em preparao e
visam dar resposta a dimenses fundamentais do desenvolvimento sustentvel como
a eficincia energtica, a gesto integrada da zona costeira, a conservao da
natureza e da biodiversidade, a gesto das florestas, o turismo sustentvel, bem comoa promoo da igualdade de oportunidades, da equidade, da integrao das pessoas
com deficincia, da igualdade de gnero e do desenvolvimento cultural. De entre estes
programas de aco so de destacar, pelo seu especial contributo para o
desenvolvimento sustentvel, a Estratgia Nacional para o Mar, o Plano
Estratgico para o Desenvolvimento Rural e, de modo muito especial, o Programa
Nacional da Poltica de Ordenamento do Territrio (PNPOT).
Uma das funes primordiais da presente ENDS, que confirma a sua condio deinstrumento de orientao poltica da estratgia de desenvolvimento do Pas, a de se
constituir como referencial para a aplicao dos fundos comunitrios no perodo 2007-
2013, tendo-se garantido, para este efeito, uma total articulao com as orientaes e
princpios definidos no Quadro de Referncia Estratgico Nacional (QREN) e nos
programas operacionais temticos e regionais.
Finalmente, refira-se que a presente ENDS no deixar de orientar tambm a
elaborao, a reviso e os termos da implementao dos diversos planos e programas
de aco poltica existentes ou em preparao. Alis, esses planos e programas
prevem, de um modo geral, mecanismos de participao, avaliao e actualizao
peridica, assumindo assim um carcter flexvel e evolutivo, capaz de responder s
novas exigncias do processo de desenvolvimento no horizonte de 2015.
Modelo de Implementao
A boa implementao desta ENDS exige uma estrutura operacional de
acompanhamento, apoiada por mecanismos de cooperao interdepartamental, bem
como procedimentos de avaliao assentes em indicadores de monitorizao e
progresso.
Assim, o acompanhamento da implementao da ENDS ser garantido, no plano
tcnico, por um grupo de trabalho operacional, a quem caber elaborar os respectivos
relatrios de progresso, bem como assegurar a articulao com a implementao da
Estratgia Europeia de Desenvolvimento Sustentvel. Por seu turno, a equipa de
projecto responsvel pela elaborao da ENDS, presidida pelo Coordenador Nacional
da Estratgia de Lisboa e do Plano Tecnolgico, manter a responsabilidade de
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acompanhar e avaliar superiormente a sua execuo da ENDS, assegurando a devida
articulao com o processo de implementao dos restantes planos e programas de
aco nacional. Para esse efeito, continuar em funcionamento a rede de pontos
focais da Estratgia de Lisboa e do Plano Tecnolgico, que integra os diversosministrios.
Para garantir uma permanente participao da sociedade civil no acompanhamento da
implementao da ENDS os relatrios de progresso sero submetidos ao Conselho
Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentvel (CNADS) e objecto de
divulgao e discusso com os actores sociais e econmicos.
Na implementao da ENDS ser sempre tido em considerao que a ambio destaEstratgia a de constituir no apenas um referencial para as polticas pblicas mas
sim o quadro estratgico para um processo de desenvolvimento sustentvel
verdadeiramente nacional, mobilizando e concertando a iniciativa dos cidados e dos
agentes econmicos, sociais e culturais da sociedade civil.
Estrutura do documento
Este documento est organizado em duas Partes. Na Parte I, para alm da presente
Introduo, explicita-se a Estratgia Nacional de Desenvolvimento Sustentvel em
dois captulos. No primeiro Captulo caracteriza-se a situao de partida em termos
qualitativos (anlise SWOT) e quantitativos (Indicadores de referncia). No segundo
Captulo so desenvolvidos os objectivos enunciados, traduzindo-os em prioridades
estratgicas, vectores estratgicos e metas a atingir. Este Captulo conclui-se com
uma nota final que evidencia as sinergias entre as diferentes reas de interveno da
ENDS. Na Parte II enuncia-se o Plano de Implementao da ENDS para Portugal
Continental, baseado na articulao dos instrumentos existentes e contidos em planos
de aco global ou sectorial em vigor, sendo tambm enunciadas as especificidades
da aplicao da ENDS nas Regies Autnomas.
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Ao longo dos ltimos anos tm vindo a ser elaborados trabalhos de diagnstico da
situao portuguesa aos nveis econmico, social e ambiental. Tendo presente estes
trabalhos e a reflexo proporcionada pela elaborao do presente documento,
apresenta-se seguidamente uma anlise sinttica da situao de partida,
complementada por um conjunto seleccionado de pontos fortes, pontos fracos, riscos
e oportunidades que constituem pontos de referncia para a definio da ENDS.
AAnnlliissee ssiinnttttiiccaa ddaa ssiittuuaaoo ddee ppaarrttiiddaa
Portugal tem um srio problema de crescimento sustentado da economia porresolver, sem o qual a convergncia real com a UE no ser retomada em termossatisfatrios. Sem crescimento sustentado no h meios que suportem umdesenvolvimento sustentvel que proteja o futuro das novas geraes.
Um crescimento sustentado exige aumentos de produtividade significativos comcriao simultnea de empregos, o que s possvel, numa pequena economiaaberta, com uma profunda transformao na carteira de actividades maisexpostas concorrncia internacional em direco a actividades com maior valoracrescentado e com maior dinmica de crescimento no comrcio internacional.Sem aumentos mais fortes de produtividade Portugal no pode inserir-se numatrajectria de melhores remuneraes sem pr em causa o nvel de emprego.Sendo Portugal fortemente dependente do exterior em energia (mais de 85% daenergia primria) e apresentando taxas de crescimento da procura de energiasuperiores ao PIB, o crescimento sustentado pressupe, tambm, um aumentosignificativo da eficincia energtica e a substituio da energia primria importadapor energias de fontes endgenas.
No essencial, a obteno de um maior crescimento exige um forte e melhorinvestimento privado, nacional e estrangeiro, e a diversificao da oferta de bens eservios internacionalmente transaccionveis, beneficiando de forte procurainternacional nas prximas dcadas.
Portugal apresenta uma estrutura demogrfica envelhecida, que gera diversosefeitos perversos no curto e mdio prazo: reduz o impacto do investimento emeducao/formao na qualificao da populao activa, se esta for centrada
apenas nas geraes mais jovens, uma vez que o efeito de substituio inter-geracional limitado pelo menor peso relativo da populao jovem e altera os
IIII.. PPOORRTTUUGGAALL OO PPOONNTTOO DDEE PPAARRTTIIDDAA PPAARRAA AA DDEEFFIINNIIOO DDEE
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equilbrios pr-existentes ao nvel dos ndices de dependncia e desustentabilidade potencial, colocando em risco a sustentabilidade do Estado Socialvigente. Exige-se, por isso, uma atitude pr-activa na adopo de polticas decrescimento demogrfico, nomeadamente de compatibilizao do emprego com a
vida pessoal e familiar, bem como com o desenvolvimento infanto-juvenil e, ainda,de uma poltica de imigrao que compense alguma perda de efectivos ao nvel dapopulao activa. Por outro lado, impe-se o desenvolvimento de polticas deaprendizagem ao longo da vida, de sade pblica, acolhimento e integrao social,como formas de combate preventivo ao desemprego de longa durao, pobrezae fractura social na sociedade portuguesa.
Um dos principais obstculos a um crescimento sustentado encontra-se no nvelde habilitaes e de qualificao da populao activa, resultantes da adopotardia do ensino obrigatrio, em particular do 9 ano de escolaridade. Com efeito, alei que determinou a escolaridade obrigatria de nove anos, publicada em 1986,estipulava que apenas os alunos que se inscrevessem no primeiro ano do EnsinoBsico no ano lectivo 1987/88 seriam obrigados a completar o nono ano deescolaridade, o que s ocorreu no ano lectivo 1995/96. Como consequncia, aconsolidao dessa obrigatoriedade d-se, apenas, no final da dcada de 90, peloque a repercusso actual dessa medida na qualificao da populao activa reduzida. Acresce que o sistema de educao/formao no foi capaz dereconquistar um nmero significativo daqueles que saram precocemente daescola, no sentido de lhes proporcionar novas oportunidades. Finalmente, osconceitos de escola para todos e de aprendizagem ao longo da vida no tmtido, entre ns, expresso suficiente. Esta situao ainda agravada pela elevadafraco de jovens que saem precocemente do sistema escolar, o que reclamauma melhoria significativa da eficincia do sistema de educao e de formao euma aposta efectiva na aprendizagem ao longo da vida, o que contribuir tambmpara o incremento de uma cultura de cidadania e de responsabilidade social.
Outro obstculo prende-se com uma estrutura social ainda muito marcada peladesigualdade e por relaes de dependncia resilientes face proteco socialpblica, incentivadoras de uma passividade que necessrio superar e substituirpor uma cultura de responsabilidade e iniciativa pessoal e empresarial, capaz detirar partido dos esforos de promoo de uma maior igualdade de oportunidades.
Um outro importante obstculo a um crescimento sustentado, num contexto emque a competio internacional se joga crescentemente na economia baseada noconhecimento, o atraso cientfico e tecnolgico do Pas, patente no aindarelativamente escasso nmero de investigadores, na reduzida produo de novoconhecimento e na relativamente baixa penetrao das tecnologias de forte basecientfica, que resultam numa sria limitao da capacidade de gerar novas ideiase de inovar, sendo essencial aumentar o nmero e diversidade das pessoas com
qualificaes cientficas avanadas, promover a sua participao produtiva emredes de colaborao nos vrios sectores de actividade e assegurar a suaqualidade internacional.
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A sociedade portuguesa dever ser capaz de concertar entre si valores quefundamentem as suas aces, ou seja, construir de forma participada umprojecto de sociedade mobilizador.
AAnnlliissee SSWWOOTT
PONTOS FORTES NA SITUAO DE PARTIDA PORTUGUESA
Um patrimnio histrico, cultural, arquitectnico e de relacionamento com reasemergentes da economia mundial, bem como na esfera da cultura e das artes,criadores e artistas de referncia a nvel mundial, criando condies slidas
para o desenvolvimento de actividades tursticas e para o intercmbio comespaos emergentes na economia mundial.
Uma lngua a lngua portuguesa como factor potencial de organizao deum espao cultural e econmico de importncia mundial.
O acesso a um espao ocenico que abre mltiplas oportunidades paraactividades cientficas e tecnolgicas (ligadas s cincias do mar), econmicase tursticas (vd. cruzeiros, pesca, vela, desportiva, mergulho, etc.).
Posicionamento geogrfico central em relao s rotas internacionais depessoas e mercadorias, de que decorre um potencial logstico relevante.
Capacidade de liderana mundial e imagem de credibilidade em certos
sectores estratgicos, potenciadora de maior protagonismo internacional. Elevado nvel de segurana, traduzido em baixos nveis de criminalidade, cujo
decrscimo geral, aliado conteno das formas de delinquncia violentas eorganizadas, confere a Portugal um estatuto especialmente favorvel.
Grande diversidade de patrimnio natural e riqueza em biodiversidade ao nveleuropeu.
Uma das mais elevadas taxas de produo primria florestal da Europa. Condies climticas e paisagsticas favorveis atraco de pessoas e
actividades e ao desenvolvimento turstico. Existncia de recursos geolgicos favorveis reduo da dependncia
externa de Portugal em matrias-primas no energticas. Integrao numa zona de estabilidade cambial, como a zona Euro,
contribuindo para a adopo de polticas de consolidao oramental e para areviso de prioridades nas despesas pblicas e no seu modo de financiamento.
Concretizao de um processo de reformas estruturais, enquadrado numesforo comum a nvel da Unio Europeia, que lhe d maior base consensualinterna, patente na elaborao do PNACE (Programa Nacional de Aco parao Crescimento e Emprego).
Nvel de despesa pblica na educao bsica e secundria, que em termosrelativos, e para o conjunto dos graus de ensino, se situa em nveis elevados
no seio da UE, permitindo um salto significativo no nvel de escolarizao,tendo em conta o ponto de partida, sem esquecer a necessidade de tirar deste
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investimento uma maior rentabilidade. Existncia de um conjunto desenvolvido de recursos fsicos e humanos de
suporte s polticas de emprego e de formao profissional que permitepotenciar a aco nesses domnios.
Existncia de plos de I&D de qualidade internacional em reas que podem serteis, j no curto e mdio prazo, para apoiarem a diversificao de actividades robtica, automao e viso computacional, tecnologias de informao ecomunicao, cincias da sade, biologia molecular, biotecnologia e qumicafina, polmeros, fsica tecnolgica e instrumentao, dinmica no-linear,cincias sociais e humanas.
Evoluo favorvel na cobertura do Pas pelas redes de telecomunicaes euma forte dinmica empresarial neste sector e nos sectores afins, incluindouma presena significativa em mercados externos.
Lanamento de um conjunto inovador de iniciativas para a Sociedade deInformao, como os espaos Internet, campus virtuais, internet nas escolas,biblioteca do conhecimento online, cidades e regies digitais, compras pblicaselectrnicas, governo electrnico, rede solidria, acessibilidade electrnica, etc.
Clara disponibilidade manifestada pelos portugueses para rapidamente setornarem utilizadores das tecnologias da informao, nos mais variadoscampos da sua aplicao.
Melhoria muito significativa das acessibilidades no interior do pas e comEspanha, assente no modo rodovirio, que facilitou a consolidao de umarede de cidades no contexto nacional.
Existncia de um sistema desenvolvido de redes de distribuio que no sassegura uma cobertura nacional de qualidade como abre uma boaoportunidade de internacionalizao, criando canais de escoamento aosprodutos de origem nacionais.
Quadro normativo da rea do ambiente exigente e actualizado, em largamedida devido integrao no espao comunitrio.
Existncia de um quadro de instrumentos de ordenamento de territrio quepermite introduzir factores de racionalidade nas decises de ocupao deespao.
PONTOS FRACOS NA SITUAO DE PARTIDA PORTUGUESA
Fraca produtividade resultante da interaco de quatro factores principais:padro de actividades dominante no Pas; baixas habilitaes e qualificaesda populao; posio ocupada pelas empresas que exportam a partir dePortugal nas cadeias de valor das actividades globais em que se inserem;deficincias organizativas, quer internas s empresas quer resultantes dainsuficiente organizao em rede das actividades em Portugal.
Um padro de actividades internacionais, onde se incluem indstrias
baseadas na intensidade do trabalho e nas baixas qualificaes, com fracaincorporao de inovao e conhecimento e baixos nveis de investimento em
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I&D: vesturio, calado, cablagens etc.; na combinao de recursos naturaiscom reservas de expanso limitadas e baixas qualificaes do trabalho madeira, cortia, papel, cermicas - e em servios baseados em recursosnaturais e baixas qualificaes nomeadamente o turismo solpraia, visto
como oferta isolada. Uma orientao de mercado das exportaes portuguesas concentrada numa
nica macro-regio da economia mundial a Europa Continental e a zonaEuro, com especial incidncia na Espanha que no se afigura como uma dasde maior crescimento no futuro.
Uma sria dificuldade na atraco de investimento directo estrangeiro, o qualpoderia contribuir para o enriquecimento da carteira de actividadesexportadoras do Pas devido convergncia de diversos factores,designadamente: posio geogrfica perifrica, sem tirar partido das infra-estruturas de internacionalizao e dos servios associados que acompensem; deficiente qualificao de base da populao activa; peso daburocracia e da regulamentao em vrias reas.
Sector da cultura e das artes frgil quer na comparao nacional com osdemais sectores, quer em termos europeus, quer em termos internacionais.
Uma estrutura empresarial e de qualificaes com altos dfices evulnerabilidades em termos de trinmio crescimento sustentado,competitividade e emprego, com persistncia de um modelo dominante dedesenvolvimento assente em actividades de baixo valor acrescentado e fracaincorporao de inovao e de conhecimento, bem como baixos nveis deinvestimento em I&D, onde a formao e as TIC apresentam um grau dedisseminao diminuto.
Um ensino obrigatrio com elevados ndices de insucesso escolar, quepromovem a sada precoce do sistema educativo. Estes ndices de insucessoso ainda mais acentuados no ensino secundrio cuja atractividade reduzidapara os estudantes que no pretendem prosseguir estudos superiores.
Uma expresso ainda muito insuficiente de formao profissionalizante e dendole tecnolgica no ensino secundrio, dando origem a dificuldades deempregabilidade para os alunos que no prosseguem estudos no ensinosuperior.
Uma reduzida formao de engenheiros e outros profissionais de reastecnolgicas, que acompanha um crescente desinteresse dos jovens pelasreas cientficas, e que limita a capacidade de atrair actividades mais exigentesem competncias tecnolgicas.
Uma persistente incapacidade de ajustar a oferta e procura de mo-de-obraqualificada, coexistindo a procura de competncias tcnicas sem respostaadequada no sistema de ensino (e que permitiria a requalificao de jovens eadultos com nveis pouco elevados de escolaridade) com a produosignificativa de quadros qualificados sem procura no mercado de trabalho.
Uma grande intensidade energtica da economia que, no obstante a reduo
de importncia dos sectores industriais pesados continuou em patamareselevados, devido ao acrscimo dos consumos de transporte individual e dosector residencial e dos servios, responsvel pelo aumento significativo das
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emisses de GEE (gases com efeito de estufa), implicando grandesdificuldades no cumprimento dos compromissos assumidos com a UE e a nvelinternacional, que se podem traduzir em fortes penalizaes financeiras e noestrangulamento do desenvolvimento. A este consumo associa-se uma
elevada dependncia energtica do exterior, Portugal depende em mais de85% de fontes exteriores de energia primria, num ambiente de forte aumentodos preos da energia primria, com um impacto muito negativo na economia.
Um modelo de mobilidade assente sobretudo no modo rodovirio,especialmente em formas de utilizao individual, com forte carga simblica,causando impactos fortemente negativos no ambiente e na qualidade de vida egerando, devido ao congestionamento, necessidades permanentes de novosinvestimentos em infra-estruturas, e contribuindo tambm para o aumentomuito significativo das emisses de GEE.
Um sector empresarial do Estado com um ncleo importante no sector dostransportes, que, sem contractualizao do servio pblico prestado, vaigerando sistematicamente dfices e tem dificuldade em promover uma ofertacompetitiva e ambientalmente mais sustentvel.
Uma elevadssima dependncia energtica do exterior, que aumenta avulnerabilidade em matria de aprovisionamento energtico.
Um equipamento em infra-estruturas de transporte de mercadorias e pessoascom dificuldade de integrao nas principais rotas internacionais (refernciaaos portos de guas profundas e aeroportos internacionais), acentuando osefeitos negativos de uma posio perifrica na Europa.
Excessiva segmentao sectorial que dificulta o ajustamento em rede dasrespostas dos sectores sociais, de modo articulado e dinmico.
Insuficiente cultura de planeamento estratgico transversal aos sectores e sregies.
RISCOS QUE PODEM DIFICULTAR A MELHORIA DA SITUAODE PARTIDA PORTUGUESA
Perda de credibilidade internacional por falta de cumprimento doscompromissos internacionais assumidos.
Maior abertura dos mercados da UE aos pases asiticos, devido a acordosinternacionais e ao interesse das multinacionais europeias em explorar asoportunidades desses mercados, nomeadamente no caso da China.
Dificuldades adicionais na captao de IDE resultantes da presena no interiorda Unio Europeia de novos Estados Membros com melhores condies emtermos de qualificao de mo-de-obra, custos do trabalho, nveis de protecosocial aceites pela populao e, por vezes, posio geogrfica.
Alterao do mercado energtico com consequncias no agravamento dodfice comercial externo do Pas e nas presses inflacionistas internas.
Evoluo demogrfica, marcada pelo envelhecimento da populao que ter
tendncia a agravar os custos dos sistemas de sade e segurana social. Limitaes possveis no espao da UE ao principal modo de transporte demercadorias do comrcio intracomunitrio de Portugal o meio rodovirio.
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Potencial crescimento do desemprego com origem nomeadamente noinevitvel processo de reestruturao e deslocalizao nas indstrias maistrabalho intensivas, atingindo mo-de-obra em faixas etrias e com nveis deescolaridade que tornam difcil a sua reintegrao no mercado de trabalho.
Acumulao de factores da sada precoce do sistema escolar ao desempregode longa durao e dificuldades de integrao de populao imigrante - quepodem contribuir para aumento de excluso social.
Enfraquecimento da posio do pas em termos culturais e artsticos,nomeadamente face aos pases que mais recentemente aderiram UE .
Elevada fixao fora do pas de quadros portugueses altamente qualificados eincapacidade de aproveitamento de recursos humanos qualificados de origemestrangeira.
Desigualdades sociais acentuadas e elevado nvel de pobreza no s deexcludos do mercado de trabalho como tambm de uma parte dostrabalhadores menos qualificados.
Prosseguimento de um crescimento urbano extensivo e muitas vezes sem aqualidade esttica e ambiental desejveis, comprometendo recursos naturais,qualidade de vida das populaes e atractividade do territrio.
Permanncia de uma aposta no turismo de massas, pouco diversificado, comrisco de impacto negativo no ambiente e nos recursos naturais, em particularno litoral.
Afectao excessiva de espaos ao turismo afluente, com risco de consumoexcessivo de recursos naturais.
Risco de incndio, associado s alteraes climticas, a espaos florestaispouco resistentes e resilientes aos incndios, ao despovoamento, estruturade propriedade ou a uma deficiente infra-estrutura de defesa contra incndios,com fortes implicaes nos riscos associados ao investimento no sectorflorestal e proteco e conservao de valores naturais.
Possvel abandono da actividade agrcola provocando a perda do potencialendgeno de desenvolvimento e a desertificao de territrio.
Poluio das guas de superfcie e subterrneas e aproveitamento ineficientedas reservas de gua, nomeadamente quando as perspectivas associadas salteraes climticas apontam para maior frequncia de situaes de seca e
escassez de recursos hdricos, sobretudo nas reas naturalmente mais secas ecom maior presso sobre esses recursos. Concentrao excessiva do desenvolvimento do sector pblico empresarial na
rea do ambiente (gua e resduos) com multiplicao de iniciativas deregulamentao.
Vulnerabilidade no longo prazo da extensa orla costeira, devido ocupaodesordenada e intervenes humanas que se tm provocado elevados nveisde eroso, e de instabilidade das formaes costeiras e degradao dapaisagem.
Riscos naturais em algumas regies, designadamente sismicidade, cheias e
secas, estes dois ltimos sujeitos ainda a factores de maior imprevisibilidadedecorrente do processo de alteraes climticas.OPORTUNIDADES QUE PODEM IMPULSIONAR UMA EVOLUO MAIS
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FAVORVEL PARA O DESENVOLVIMENTO
Consolidao de um modo de organizao das empresas lder a nvel mundialque alimenta um processo de outsourcing para diversos locais do mundo deum nmero crescente de actividades, das mais simples s mais complexas,abrindo oportunidades localizao de novas actividades em Portugal.
Multiplicao das actividades de servios que escala mundial se deslocalizampara regies que combinam caractersticas naturais, ambientais, culturais e dedisponibilidade de recursos humanos qualificados.
Intensificao dos fluxos de turismo resultantes da procura de espaosresidenciais em localizaes com clima ameno, qualidade ambiental epaisagstica, condies de segurana e bons servios de sade por parte desectores com elevado poder de compra da populao europeia.
Criao de ofertas tursticas que se caracterizem pela promoo dasacessibilidades dos edifcios e respondam s necessidades especificas dosturistas com mobilidade reduzida, incapacidades ou deficincia (turismoacessvel).
Existncia de uma rede de infra-estruturas construdas nas ltimas dcadas ede recursos humanos crescentemente mais qualificados, embora em nmeroainda insuficiente, que tornam o pas mais atractivo e com maiorescapacidades de desenvolvimento endgeno.
Facilidade de atraco de imigrantes com nveis de qualificao superiores mdia portuguesa, o que permite a adopo de estratgias de captaoselectivas e adequadas ao desenvolvimento das actividades, que fortalecem a
competitividade do pas. Disponibilidade de vastos espaos territoriais com baixa densidadepopulacional que os tornam atractivos para um conjunto de actividade (daaeronutica e servios associados s energias renovveis).
Possibilidades de reforo da cooperao no espao dos pases de lnguaportuguesa e de aproximao a pases asiticos com ligaes histricas aPortugal.
Possibilidade de reforar a participao e liderana de Portugal nos fora dediscusso mundial, em particular junto da EU, OCDE e Naes Unidas.
Proximidade de uma bacia energtica em forte crescimento na frica Ocidental,
abrindo eventualmente oportunidades na rea dos servios e da manutenoindustrial. Possibilidade de estreitamento de relaes privilegiadas com regies
fortemente inovadoras dos EUA, Europa do Norte e sia, que contribuam paraum reforo do IDE em direco a Portugal.
Oportunidades de alargamento de mercado s empresas at agora maisviradas para o mercado interno, no espao de proximidade que a economiade Espanha.
Potencial em energias renovveis elevado: incluindo energia hdrica, energiaelica, energia das mars, das ondas e das correntes, bio-energia e energias
solares. Oportunidades de explorao de novas fronteiras nas reas energticas,
participando em redes de I&D envolvidas na investigao e desenvolvimento.
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Existncia de empresas interessadas em incrementar o aproveitamento dosrecursos geolgicos no energticos, tirando partido das elevadas cotaesque os mercados internacionais tm registado, e que se prev que se venhama manter nos prximos anos.
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LLiissttaa ddee IInnddiiccaaddoorreess
Dados extrados em: 17 Nov 2005ltima actualizao: 16 Nov 2005
Portugal 1995 1996 1997 1998 1999 2000
PIB per capita em Paridades dePoder de Compra (U.E. 25 =100) 75,4 75,4 76,6 78,1 80,1 81,2
Indicadoreseconmicos
gerais Produtividade do trabalho porpessoa empregada (U. E. 25 =100) 69,3 68,7 69,5 70,3 71,8 72,7
Taxa de crescimento doemprego : : : : 1,9 1,8
Taxa de emprego (15-64 anos) 63,7 64,1 65,7 66,8 67,4 68,4
Taxa de emprego (55-64 anos) 50,1 50,7 Emprego
Taxa de emprego (mulheres) 59,4 60,5
Idade mdia de sada efectivado mercado de trabalho
Activao dos Desempregadosde Longa DuraoNvel educacional dos jovenscom 22 anos (% de jovens dos
20 aos 24 que completaram onvel secundrio) 49,1 42,8
EducaoALV Participao em educao e
formao (25-64 anos) 3,4 3,4
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Intensidade energtica daeconomia 237,33 228,61 233,21 239,15 247,44 241,51ndice do volume de transportede mercadorias, por unidade do
PIB (1995=100) 100,0 116,3s 120,9 116,7 116,3 115,4
quebra de srieestimativa do Eurostat
fPrevisoValor provisrioValor estimado
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III. OBJECTIVOS, VECTORES E LINHAS DE ORIENTAO DA
ESTRATGIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL
A Estratgia Nacional de Desenvolvimento Sustentvel est organizada em torno dos
seguintes sete objectivos:
1. Preparar Portugal para a Sociedade do Conhecimento
2. Crescimento Sustentado, Competitividade Escala Global e Eficincia
Energtica
3. Melhor Ambiente e Valorizao do Patrimnio
4. Mais Equidade, Igualdade de Oportunidades e Coeso Social
5. Melhor Conectividade Internacional do Pas e Valorizao Equilibrada do
Territrio
6. Um Papel Activo de Portugal na Construo Europeia e na Cooperao
Internacional
7. Uma Administrao Pblica mais Eficiente e Modernizada
Seguidamente, apresentam-se para cada um destes sete objectivos:
As Prioridades Estratgicas correspondem s reas em que se consideradever concentrar as actuaes com vista a atingir cada um dos objectivos
Os Vectores Estratgicos representam os rumos prioritrios de actuao emcada uma das prioridades estratgicas, que se consideraram cruciais para obter astransformaes desejadas. Sero concretizadas por aces e medidas a detalharno PIENDS.
As Metas identificam, em termos quantitativos, os principais resultados que seespera atingir, em consequncia da concretizao dos vectores estratgicos.
O elenco exaustivo das aces e medidas que do substncia aos vectores
estratgicos e que visam concretizar as metas sero objecto de desenvolvimento noPlano de Implementao da Estratgia Nacional de Desenvolvimento Sustentvel
(PIENDS). No entanto, e desde j, enunciam-se na ENDS, no final de cada objectivo,
as principais metas que permitiro indicar, em grandes traos, a direco final da
ENDS.
Por outro lado, so definidas trs grandes metas globais transversais, relativas s trs
grandes dimenses da Estratgia: econmica, social e ambiental.
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METAS GLOBAIS TRANSVERSAIS
Colocar Portugal em 2015:
1. Num patamar de desenvolvimento econmico mais prximo da mdiaeuropeia2. Entre os primeiros vinte pases do ndice de Desenvolvimento Humano
do PNUD (Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento)3. Com um dfice ecolgico global inferior ao actual
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III.1. PRIMEIRO OBJECTIVO
PREPARAR PORTUGAL PARA A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
A qualificao dos recursos humanos crucial para que a economia e a sociedadeportuguesas assegurem um crescimento sustentado num futuro prximo. Dessa forma,a estratgia de qualificao deve responder simultaneamente a dez exigncias iniciais:
Generalizar a educao pr-escolar s idades dos 3 a 5 anos por forma assegurara entrada precoce no sistema educativo, promovendo a participao das crianasnum ambiente estimulante, contribuindo para uma efectiva igualdade deoportunidades para todos.
Promover um ensino bsico de elevada qualidade, nomeadamente no primeirociclo, proporcionando aos alunos um conjunto de actividades curriculares e extra-curriculares que dem resposta sua natural curiosidade, criatividade e gostopela experimentao, reduzindo drasticamente o insucesso escolar no ensinoobrigatrio, atravs do lanamento de bases slidas, desde os primeiros anos deescolaridade. Elevar a atractividade do ensino secundrio, pela diversificao dasofertas formativas, introduzindo uma flexibilidade que permita dotar com basesslidas de conhecimento, em reas fundamentais como o Portugus, aMatemtica, a Fsica e o Ingls, quer os que queiram prosseguir os estudos no
ensino superior quer os que queiram optar pela insero imediata no mercado detrabalho, e reforando a atractividade das reas tecnolgicas. Reduzirdrasticamente o insucesso escolar no ensino secundrio.
Alargar as oportunidades de acesso educao e formao no quadro daaprendizagem ao longo da vida para quem queira retomar estudos do ensinobsico, secundrio ou de grau superior, ou completar a sua base deconhecimentos e competncias profissionais, tendo em conta uma maiorempregabilidade, ou ainda explorar novas orientaes para a sua actividadeprofissional, assegurando uma oferta competitiva de formaes devidamentecertificadas.
Atrair jovens para o ensino superior em geral, especialmente nos cursos de ndoletecnolgica, promover o reforo da formao em matrias fundamentais queassegurem a preparao dos licenciados para as mudanas exigidas na suaactividade profissional ao longo da vida, e incentivar um maior relacionamentoentre as instituies de ensino vocacionadas para o ensino de elevada qualidadecom as instituies direccionadas investigao, bem como com as do mercadode trabalho.
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Antecipar os desafios atravs de uma avaliao das necessidades futuras domercado de trabalho e das correspondentes exigncias de perfis profissionais
Aumentar o nmero de investigadores em Portugal, o investimento em I&D pblico
e privado, o emprego cientfico em ambos os sectores, a educao e a culturacientfica e tecnolgica.
Promover o uso efectivo das TIC e uma sociedade da informao inclusiva.
Reforar a educao para a cidadania, em particular atravs da educao para odesenvolvimento, enquanto condio necessria a uma governao responsvel escala nacional e global e ao reforo da cooperao entre o Estado e asociedade civil, indispensveis a um desenvolvimento sustentvel.
Reforar a componente cultural, artstica e desportiva nos processos deaprendizagem e formao ao longo da vida.
Reforar as competncias de gesto e direco dos sectores pblico, privado e deeconomia social.
Tendo em conta as orientaes atrs referidas foram seleccionados as seguintesPrioridades Estratgicas:
PRIORIDADES
ESTRATGICAS
VECTORES
ESTRATGICOS
III.1.1. CONSOLIDAO DO
ENSINO BSICO E EXPANSO
DA EDUCAO E FORMAO
DE NVEL SECUNDRIO,
GARANTINDO A MELHORIA DA
QUALIFICAO DE BASE
(1) Expanso da educao pr-escolar, ao servio da
igualdade de oportunidades
(2) Melhoria da eficincia do ensino bsico e secundrio
e combate sada precoce do sistema de ensino
(3) Melhoria dos resultados escolares em reas chave
do conhecimento e da socializao
(4) Aposta nas vias profissionalizantes e tecnolgicas
do ensino secundrio e diversificao das ofertas
formativas
(5) Difuso das tecnologias de informao como suporte
modernizao dos mtodos de ensino
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(6) Reforo da educao para a cidadania e
mobilizao dos jovens para o desenvolvimento
sustentvel
III.1.2. DINAMIZAO DA
APRENDIZAGEM AO LONGO
DA VIDA (ALV), AUMENTANDO
OS NVEIS HABILITACIONAIS E
DE QUALIFICAO
(1) Diversificao das oportunidades e/ou inovao nas
metodologias para a formao ao longo da vida (ALV) e
melhoria do sistema de reconhecimento, validao e
certificao de competncias (RVCC)
(2) Desenvolvimento de acordos dirigidos partilha de
custos e responsabilidades entre as vrias partes
envolvidas na ALV, encorajando as iniciativas dos
indivduos e das empresas
(3) Formao articulada com o investimento na
diversificao de actividades e nas alteraes dos
processos tecnolgicos
III.1.3. MELHORIA DA
QUALIDADE E ESTMULO
MOBILIDADE NO ENSINO
SUPERIOR
(1) Reorganizao do ensino superior na lgica da
procura da excelncia e internacionalizao e da
aprendizagem ao longo da vida
(2) Expanso selectiva das instituies do ensino
superior para apoio atraco de novas actividades(3) Formao avanada em cincia, tecnologia e
gesto
III.1.4. ACELERAO DO
DESENVOLVIMENTO
CIENTFICO E TECNOLGICO
(1) Integrao do sistema cientfico e tecnolgico
nacional no espao europeu de investigao
(2) Promoo de redes temticas de C&T, articulando
as instituies de I&D em torno de novos desafios
cientficos e tecnolgicos
(3) I&D para apoiar o enriquecimento da carteira deactividades internacionalizadas do pais
III.1.5. MOBILIZAO DA
SOCIEDADE PARA UMA MAIOR
CRIATIVIDADE ARTISTICA E
CULTURAL
(1) Insero da cultura e das artes nos processos de
ensino e de aprendizagem
(2) Mobilizao de meios para apoio criao artstica e
cultural e sua difuso
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PRIMEIRO OBJECTIVO METAS
Aumentar a populao com ensino secundrio (em % do grupo etrio 20-24 anos) (atingir65% at 2010).
Aumentar a frequncia no pr-escolar: crianas de 5 anos (atingir 100% at 2009); crianasentre 3 e 5 anos (atingir 90% at 2010); crianas entre 0 e 3 anos abrangidas por serviosde cuidados a crianas (atingir 30%, em 2008 e 35% em 2010).
Reduzir o insucesso escolar nos ensinos bsico e secundrio (para metade at 2009). Generalizao do ensino experimental de cincias no ensino bsico e secundrio (atingir
100% dos alunos do bsico e 100% dos alunos do secundrio). Generalizao do ensino do ingls no 1 ciclo do ensino bsico (atingir 100% dos alunos do
1 ciclo do ensino bsico, em 2009). Aumentar o n de jovens em cursos tcnicos e profissionais de nvel secundrio (abranger
365 mil at 2008 e 650 mil at 2010). Multiplicar o nmero de computadores nas escolas (atingir a proporo mdia de um
computador por cada 5 estudantes at 2010). Aumentar a percentagem de participao da populao dos 25-64 anos em aces de
educao/formao (12,5 at 2010). Aumentar o n de activos qualificados atravs de cursos de educao e formao ou
reconhecimento, validao e certificao de competncias (atingir 435 mil activos at 2008e 1 milho de activos at 2010).
Atingir 300 Centros de Reconhecimento, Validao e Certificao de Competncias em2008 e 500 Centros at 2010.
Atingir por ano 25 000 Estgios Profissionais para recm qualificados at 2009. Aumentar o fluxo de novos graduados em C&Tna populao com idades entre 20 e 29
anos (atingir a permilagem de 12 em 2010) Duplicar o investimento pblico em I&D (atingir 1% do PIB at 2010). Fazer crescer o nmero de novos doutoramentos em C&E em permilagem da populao
entre os 25 e 34 anos (para 0,45 em 2010). Aumentar o nmero de Investigadores (ETI) na populao activa (atingir a permilagem de 6
em 2010) Aumentar o pessoal total (ETI) em I&D, por permilagem de populao activa (para 7,5 em
2010). Aumentar o nmero de publicaes cientficas em revistas referenciadas, segundo o ISI
(Institute of Scientific Information) (para 650 por milho de habitantes em 2010). Ter como meta de referncia 1% do oramento do Estado para a despesa cultural.
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III.2. SEGUNDO OBJECTIVO
CRESCIMENTO SUSTENTADO E COMPETITIVIDADE ESCALA GLOBAL
Portugal tem que proceder a uma profunda transformao da sua carteira deactividades internacionalmente competitiva e combinar actividades que exijamrecursos humanos qualificados para retomar um crescimento sustentado.
As sete exigncias estruturais para responder a este objectivo so:
Aumentar o emprego e a produtividade nas indstrias voltadas para a competiointernacional e diversificar as actividades para segmentos e sectores que permitam
obter produtividades superiores mdia actual.
Reforar o peso dos bens e servios transaccionveis e susceptveis de concorrerno mercado internacional, quer os que exigem qualificaes tecnolgicas, quer osque se baseiam numa elevada capacidade na rea da engenharia, da gesto oudas artes.
Introduzir uma maior competio dos servios tradicionalmente protegidos daconcorrncia internacional, a fim de obter maior eficincia, contendo as despesascom a sua prestao e reduzindo a parte da formao de capital fixo que
absorvem, permitindo outro direccionamento dos investimentos.
Assegurar a gesto do patrimnio histrico e cultural em equilbrio dinmico com acriao, como um valioso recurso para o crescimento econmico, diversificao deactividades e desenvolvimento sustentado.
Utilizar de forma sustentvel os recursos naturais, aproveitando o potencialendgeno nacional, incluindo as potencialidades no domnio agro-florestal e dosrecursos geolgicos e mineiros, promovendo a eficincia energtica ediversificao das fontes, nomeadamente pela aposta nas energias renovveis e acaptura e fixao de CO2 e promovendo a dissociao do crescimento econmicodo consumo de recursos naturais e da degradao ambiental.
Imprimir um novo impulso inovao, apoiando a entrada no mercado de produtose servios inovadores (incluindo o desenvolvimento de produtos e servios commarca prpria), captando IDE de base tecnolgica como veculo de difuso datecnologia baseado no desenvolvimento da capacidade de C&T do pas e na novagerao de empresas inovadoras, intensificando os investimentos em I&D pelasempresas e prosseguindo o alargamento do nmero de empresas com actividadesde I&D.
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Promover uma cidadania moderna em que as TIC so um instrumento normal deacesso informao, educao, ao trabalho cooperativo e discusso pblica eutilizar as TIC para organizar em rede a oferta de bens e servios, assegurando sempresas maior presena nos mercados internacionais.
Podem distinguir-se nesta evoluo da carteira de actividades trs nveisdiferenciados:
Actividades que contribuam para aumentar a produtividade da economia egerem emprego qualificado o que numa pequena economia aberta significaactividades com forte crescimento no comrcio internacional e que tenhamprodutividades superiores mdia do Pas; de preferncia combinandoactividades numa fase ascendente ou numa fase madura do seu ciclo devida, mas ainda em processo de deslocalizao, com actividades ainda na
fase inicial desse ciclo, ou seja com longo tempo de vida dinmica suafrente.
Actividades que contribuam para aumentar a produtividade em sectores queesto em processo inevitvel de perda de emprego, por forte competiointernacional de economias com menor custo de mo-de-obra, so exemplosdeste nvel: a moda; os txteis e os plsticos tcnicos; a agricultura deespecialidades.
Actividades que possam contribuir para gerar emprego, sem grandes
exigncias de qualificao, e sem um contributo substantivo para ocrescimento da produtividade, como por exemplo, algumas actividades ligadasao acolhimento de eventos e de actividades de empresas e instituiesmultinacionais; os servios prestados distncia; os servios de proximidade,pessoais e urbanos so exemplos deste tipo de actividades.
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FFIIGGUURRAA IIIIPPOORRTTUUGGAALL 22001155 UUMMAA NNOOVVAA CCAARRTTEEIIRRAA DDEE AACCTTIIVVIIDDAADDEESS
IINNTTEERRNNAACCIIOONNAALLIIZZAADDAASS
a Figura II faz-se uma sugesto do que poderia ser uma carteira de actividades
TURISMO&
ACOLHIMENTO
COMUNICAES -SERVIOS,CONTEDOS& EQUIPAMENTOS
SADE EQUIPAMENTOS &
SERVIOS
OCEANOS &ENERGIA
MOBILIDADEURBANA
& AERONUTICA
TELE SERVIOS& BACK OFFICE
ROBOTICA
TELEMEDICINA
AUTOCOMUNICAES
FRMACOSMARINHOS
TXTEISTCNICOS
AUTOMAO- LOGSTICA
MODA
AGRICULTURAESPECIALIDADES
PLSTICOSTCNICOS
LEGENDA
Actividades Geradoras de Empregoe Contribuindo para a Elevao da Produtividadeda Economia
Actividades Geradoras de Emprego eContribuindo Poucoaraa Elevao daProdutividade da Economia
Actividades Contribuindo para Elevaoda Produtividade em Sectores Perdedoresde Emprego
Ninternacionalizadas para Portugal em 2015, que permitisse um crescimentosustentado, uma menor intensidade energtica do crescimento, a criao de empregosmais qualificados e a capacidade de reter e atrair quadros altamente qualificados etalentos. Na Figura III ilustra-se o que poderia ser a viso territorial dessa carteira deactividades. Em ambos os casos estas Figuras destinam-se apenas a fornecer uma
base de reflexo para a identificao de oportunidades nacionais e regionais.
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FFIIGGUURRAA IIIIII
PPOORRTTUUGGAALL 22001155 UUMMAA VVIISSOO TTEERRRRIITTOORRIIAALL PPOOSSSSVVEELL DDEE UUMMAA NNOOVVAACCAARRTTEEIIRRAA DDEE AACCTTIIVVIIDDAADDEESS IINNTTEERRNNAACCIIOONNAALLIIZZAADDAASS
Aeronutica
TurismoDiversificado &
Residencial
Automvel
Energia/
Telecoms
Tele
ServiossBiotec
Agroalimentar
Turismo
Residencial
Celulose
Papel
Fibras
Lazer/Turismo
TeleTrabalho
/
/CentrosConhecimento
Prod p/Habitat
-
MdulosAuto
Electrnica/
Comunicaes
PlsticosTcnicos.
Modae Txteis
Tcnicos
Mat. CompsitosElectrnica
Software
EnergiasRenovaveis
Agric.Especialidades
Robtica/
Automao Agric.Especialidades
EngBiomdica
EnergiasRenovaveis
Audiovisual/Multimedia
Agric.Especialidades
Turismo
Turismo
Turismo
Servioss Empresas
Oceanos&
Espao
Agro-Pecuria
Turismo &Residencial
Centros deConcepo& Desenv
Web
Services
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endo em conta as exigncias referidas foram seleccionadas as Prioridades
stratgicas seguintes:
T
E
PRIORIDADE
S VECTORESESTRATGICAS ESTRATGICOS
III.2.1. UM NOVO IMPULSO INOVAO EMPRESARIAL
(1) Incentivo a ento em I&D
elas empresas
Competitividade, reforando a
o reforo do investim
p
(2) Incentivos inovao e dinamizao de
clusters/Plos de
ligao entre a investigao e a inovao
empresarial(3) Apoio criao de empresas com potencial
inovador
III.2.2. UMA ECONOMIA,(1) Atrac
COMPETITIVA ESCALA
GLOBAL, ORIENTADA PARA
ACTIVIDADES DE FUTURO E
CRIADORA DE EMPREGO s
o de investimento directo estrangeiro
ara uma nova carteira de actividades
ercados exigentes e em forte
p
internacionalizadas
(2) Incentivos internacionalizao das empresas,
em especial para m
cre cimento
(3) Amortecimento dos impactos do ajustamento
estrutural
III.2.3.UMA SOCIEDADE E UMA
ECONOMIA PREPARADAS PARA
TIRAR PARTIDO DAS
TECNOLOGIAS DA INFORMAO
E COMUNICAO
olvimento do sistema de comunicaes
entrado na generalizao do uso da banda larga e
competitividade e internacionalizao
ara a melhoria da eficincia em
v
transversais a
a promover a
(1) Desenv
c
da Internet
(2) Utilizao mais intensa do ciberespao como
alavanca dedas empresas
(3) Utilizao das tecnologias de informao e
comunicao p
ser ios de grande impacto social
(4) Promoo de novos servios e contedos, via
Internet, incluindo os que so
mltiplos sectores da sociedade
(5) Lanamento de iniciativas destinadas a reduzir
os riscos de info-excluso e
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integrao social de cidados com necessidades
especiais
III.2.4.CRESCIMENTO ECONMICO
MAIS EFICIENTE NO USO DA
ENERGIA E DOS RECURSOS
NATURAIS E COM MENOR
IMPACTO NO AMBIENTE,
DESIGNADAMENTE NASALTERAES CLIMTICAS
(1) Mobilidade mais sustentvel contribuindo para
duo das emisses de poluentes atmosfricos e
tivos,
energia, industria,
re
do rudo, particularmente nos centros urbanos
(2) Maior utilizao de fontes primrias de energia
com menos impactos ambientais nega
designadamente com menores emisses de gases
com efeito de estufa e melhor aproveitamento de
recursos energticos endgenos
(3) Melhoria da eficincia energtica e de uso de
recursos naturais nos sectores da
comrcio e servios, contribuindo para reduzir as
emisses de gases com efeito de estufa
SEGUNDO OBJECTIVO METAS
Triplicar o esforo 10).privado em I&D empresarial (atingir 0,8% PIB em 20Aumentar o nme ice (EPO) por milhoro de patentes requeridas ao European Patent Offde habitantes (para 12 em 2010.
Aumentar o n de marcas comunitrias registadas por milho de habitante (50 at 2010). Afectar pelo menos 20% do valor das contrapartidas das grandes compras pblicas a
projectos de I&D e inovao, e pelo menos 1% das dotaes anuais da lei de programaomilitar para apoio ao envolvimento de centros de investigao e empresas nacionais emprojectos de I&D quer de mbito nacional quer de mbito cooperativo internacional,designadamente no quadro da Agncia Europeia de Defesa e da NATO.
Realizar cerca de 260 aces de divulgao e apoiar cerca de 30 projectos de parceria, at
2008, no mbito do fomento da cooperao empresarial. % at 2010).Aumentar o investimento em capital de risco em percentagem do PIB (0,15 Aumentar a criao de empresas em sectores de alta e mdia alta tecnologia em % do total
de empresas criadas no perodo (12,5%at 2010). Criao de cerca de 80 empresas inovadoras e/ou de base tecnolgica, duas redes de
business angels e o apoio a cerca de 50 empresas por parte dos business angels, at2007, no mbito do Programa MIVE (Mercado de Iniciativas de Valor Empresarial).
Aumentar a exportao de produtos de alta tecnologia em % das exportaes totais (11,4at 2010).
mpregoAumentar o emprego nas indstrias de mdia e alta tecnologia em % do total do e(4,7 at 2010).
emprego nos servios de alta tecnologia em % do total do emprego (1,8 atAumentar o
2010). so do valor acrescentado dos sectores de mdia e alta tecnologia naAumentar o peindstria (6,2% at 2010).
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Aumentar o peso do valor acrescentado dos servios de alta tecnologia (6% at 2010). ar o nmero de empregos no mbito das TIC (para 3% do total do emprego atAument
2010, representando cerca de 44.000 novos empregos). e trabalhadores que utilizam computadores ligados Internet noAumentar a percentagem d
emprego (pelo menos para 40% at 2010). Duplicar os utilizadores regulares da Internet (ultrapassando 60% da populao at 2010). Triplicar o nmero de agregados familiares com acesso Internet em banda larga (para
mais de 50% at 2010). Aumentar a utilizao de comrcio electrnico de forma regular (para pelo menos 25% da
populao at 2010. Implementar um sistema de informao s empresas no mbito do comrcio, atingindo at
2006 cerca de 4000 empresas e at 2008 a totalidade de unidades comerciais. Reduzir o consumo final de energia em 1%/ano, relativamente mdia dos ltimos cinco
anos (2001-2005). Atingir 39% da produo de electricidade, a partir de fontes de energia renovvel (ondas,
biomassa, biogs, hdrica, elica, fotovoltaica) at 2010. Aumentar o consumo de biocombustveis em percentagem do total de combustveis
utilizados nos transportes ( atingir 5,75% em 2010).
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III.3 TERCEIRO OBJECTIVO
MELHOR AMBIENTE E VALORIZAO DO PATRIMNIO
Neste objectivo so visados os seguintes domnios essenciais para o desenvolvimentosustentvel, em particular na sua dimenso ambiental:
Combater as alteraes climticas por emisses antropognicas de gases comefeito de estufa, nomeadamente atravs da prioridade promoo de medidasinternas j definidas (preconizadas no Programa Nacional de AlteraesClimticas e a gesto do Comrcio Europeu de Licenas de Emisso), de
novas polticas e medidas internas a definir e do investimento em mecanismosde flexibilidade de Quioto (mecanismos de desenvolvimento limpo,implementao conjunta e comrcio internacional de licenas de emisso).Dada a transversalidade do tema esta prioridade estratgica deve ser encaradacomo uma prioridade de diversos sectores de actividade, uma vez que aconcretizao dos objectivos de Quioto, e dos objectivos que venham a serdefinidos internacionalmente aps Quioto, depende fortemente de aces dereduo e controlo nos sectores emissores como a produo e transformaode energia, os transportes, a indstria, a agricultura e florestas e os resduos.Este desafio de descarbonificao da economia portuguesa deve ser encaradocomo uma oportunidade de desenvolvimento mais sustentvel.
Promover a gesto integrada da gua no quadro das bacias hidrogrficas,atendendo s interdependncias das diferentes massas de gua, interiores desuperfcie e subterrneas, estuarinas e costeiras e s respectivas margens ereas adjacentes, bem como s condies bio-geogrficas naturais, spresses e impactes das actividades humanas e das alteraes climticas. objectivo a no deteriorao do estado das massas de gua e a sua proteco,valorizao e recuperao para alcanar o bom estado das guas e dos
ecossistemas aquticos e dos ecossistemas terrestres associados, emparticular das zonas hmidas e das zonas ripcolas. Com esse objectivo serpromovido o ordenamento do territrio nas zonas envolventes das massas degua, particularmente das albufeiras de guas pblicas e dos esturios e naszonas de recarga dos principais sistemas aquferos. Sero, tambm,implementados instrumentos econmico-financeiros para reduzir asexternalidades econmicas e ambientais negativas e promover o uso eficienteda gua, tendo em conta as condies econmicas e ambientais regionais.Ser promovida a investigao tcnico-cientfica no domnio da gua.
Promover uma poltica integrada de ordenamento, planeamento e gesto dazona costeira, que vise assegurar quer a sua proteco, valorizao e
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requalificao ambiental e paisagstica quer o seu desenvolvimento econmicoe social, em articulao com a Estratgia Nacional para o Mar.
Assegurar servios de abastecimento de gua potvel e de drenagem e
tratamento de guas residuais com elevado nvel de qualidade generalidadeda populao portuguesa, a preos acessveis, discriminando positivamente ouso eficiente das guas e atendendo s condies geogrficas e scio-econmicas das populaes servidas.
Promover uma gesto eficiente e sustentvel das actividades com base nosOceanos como factor de diferenciao de actividades, de preveno de riscose de construo de uma imagem internacional atractiva.
Promover a conservao da biodiversidade e criao de uma rede de reasprotegidas no meio marinho.
Promover uma poltica de proteco dos solos, designadamente no que serefere eroso, empobrecimento em matria orgnica, salinizao, perda debiodiversidade, contaminao, compactao e impermeabilizao.
Promover polticas agrcolas e florestais que compatibilizem as actividadesprodutivas com as actividades de conservao da natureza, a utilizaosustentvel dos recursos naturais e a proteco da paisagem.
Promover uma poltica de conservao da natureza e da biodiversidade quevise suster a reduo e fragmentao dos habitats, a proteco de espciesameaadas e a valorizao das paisagens, articulada com as polticas agrcola,
florestal, de desenvolvimento urbano e econmico e de obras pblicas. Promover uma poltica de gesto de qualidade do ar que salvaguarde a sade
pblica, em particular nos centros urbanos e nas zonas com forte concentraoindustrial, e a qualidade dos ecossistemas naturais e das florestas.
Promover uma poltica integrada de gesto dos resduos, que fomente areduo na fonte e estimule a reutilizao e reciclagem, bem como a suavalorizao e deposio final em condies seguras assegurando umaactualizao permanente das solues adoptadas face aos progressoscientfico e tecnolgico verificados neste sector.
Promover uma poltica de gesto dos riscos naturais e tecnolgicos,envolvendo as populaes expostas aos riscos, visando mitigar os respectivosefeitos.
Promover a educao e a sensibilizao ambiental para assegurar aparticipao dos cidado nas polticas ambientais, designadamente atravs dapromoo do acesso informao ambiental.
Promover o acesso justia em matria ambiental.
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PPRRIINNCCIIPPAAIISS RRIISSCCOOSS AASSSSOOCCIIAADDOOSS AAOO PPAATTRRIIMMNNIIOO
A situao geogrfica, as caractersticas geolgicas, as condies climticas do Pas, hojemais incertas e agravadas pelo contexto de alteraes climticas que vivemos, bem como asactividades socioeconmicas, podem gerar desastres naturais ou calamidades, susceptveis
de originar elevadas perdas de vidas e de bens e causar alteraes gravosas para o ambientee o patrimnio cultural. O princpio da precauo dever ser devidamente tido em conta nofuturo reforo da legislao nacional porque constitui uma abordagem fundamental na gestodo risco. Uma viso global dos principais riscos ambientais em Portugal, com causas naturais,antrpicas, ou combinadas, permite traar o seguinte elenco:
O risco ssmico em Portugal uma ameaa latente, ainda imprevisvel, com repercussespotencialmente muito graves na parte SW do territrio, particularmente em Lisboa e Vale doTejo, no Algarve e nos Aores. Na faixa litoral algarvia e no litoral ocidental a sul de Peniche,acrescenta-se o perigo de maremoto.
As cheias no territrio de Portugal continental verificam-se sobretudo nas plancies aluviaisdos principais rios do pas (ex.: Tejo, Douro, Mondego, Sado e Guadiana), mas tambm em
pequenas bacias hidrogrficas, que esto sujeitas a cheias rpidas ou repentinas nasequncia de precipitao muito intensa de curta durao, designadamente na regio deLisboa e Oeste, na Pennsula de Setbal e no Algarve, bem como das Regies Autnomas(Funchal, Ribeira Brava e So Vivente, na Madeira, e os povoamentos localizados no fundodos vales e nas fajs, nos Aores). O Alentejo tambm uma regio susceptvel ocorrncia de cheias rpidas. Os danos potenciais decorrentes das cheias nos grandes riosno so demasiado elevados e as actividades humanas desenvolvidas nas reassusceptveis a inundao esto, salvo raras excepes, razoavelmente adaptadas ocorrncia de cheias. As cheias rpidas so potencialmente mais perigosas, principalmenteporque mais susceptveis de ocorrerem em reas densamente urbanizadas. As secas quese verificam sobretudo nas regies com maior presso sobre os recursos hdricos,designadamente no Algarve, Alentejo e no resto do pas, em particular no interior.
Os fenmenos de eroso na faixa costeira e de degradao das arribas so de gravidadesignificativa e tm fundamentalmente trs causas: (i) a diminuio do afluxo de sedimentos,sobretudo a partir dos anos 1950, na sequncia da construo de barragens; (ii) aocupao desordenada da faixa litoral, com construo de habitaes e infra-estruturas;(iii) a subida eusttica do nvel do mar em consequncia da expanso trmica ocenica. Ostroos de litoral submetidos a eroso marinha mais intensa no territrio continentalcorrespondem s reas de costa baixa arenosa (como os sistemas dunares e as zonashmidas).
A eroso hdrica do solo que se caracteriza pela remoo do material superficial do solo,conduzindo degradao dos seus potenciais agrcola e ecolgico. O Sul e o Centro dopas so as zonas mais susceptveis, devido principalmente elevada erodibilidade dossolos, degradao do coberto vegetal e elevada erosividade da precipitao.
A desertificao um processo complexo de degradao ambiental que, uma vez iniciado, difcil de reverter. As suas manifestaes incluem o aumento do stress hdrico, asalinizao dos solos, a eroso hdrica acelerada do solo, a perda de biodiversidade e areduo da produtividade agrcola. Mais de um tero de Portugal continental est em riscode desertificao (cerca de 35% do territrio susceptvel a riscos de desertificao, j seobservam problemas graves em 28%). As reas mais susceptveis desertificao situam-se no Alentejo, particularmente na bacia do Guadiana, no litoral algarvio, no vale do Douro,em Trs-os-Montes e na zona da raia na Beira Baixa.
Os incndios florestais que constituem o maior risco para as florestas portuguesas; aszonas mais susceptveis ao risco de incndio localizam-se a Norte do rio Tejo e na SerraAlgarvia, em terrenos declivosos e onde predominam resinosas associadas a elevadasdensidades de coberto vegetal.
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Neste contexto seleccionaram-se como Prioridades Estratgicas as seguintes:
PRIORIDADES
ESTRATGICAS
VECTORES
ESTRATGICOS
III.3.1. COMBATE SALTERAES CLIMTICAS
(1) Desenvolvimento das polticas e medidas
preconizadas no programa nacional Alteraes
Climticas
(2) Desenvolvimento de novas polticas e medidas,
apostando numa descarbonificao da economia
portuguesa(3) Investimento em mecanismos de flexibilidade do
protocolo de Quioto
III.3.2. GESTO INTEGRADA DAGUA E SEU APROVEITAMENTOEFICENTE
(1) Gesto integrada da gua para alcanar o bom
estado das massas de gua e o uso eficiente da
gua aplicando, designadamente o Programa
Nacional para o Uso Eficiente da gua
(2) Dotar a generalidade da populao com servios
de abastecimento de gua e de tratamento de
guas residuais com elevado nvel de qualidade
(3) Promover e implementar a estratgia de gesto
integrada da zona costeira e promover o
ordenamento das zonas envolventes de esturios e
albufeiras
III.3.3. APROVEITAMENTO DOSOCEANOS COMO FACTOR DEDIFERENCIAO EDESENVOLVIMENTO
(1) Promoo do conhecimento cientfico dos
oceanos e do seu aproveitamento econmico,
(2) Conservao da biodiversidade marinha e
gesto sustentvel das pescas
(3) Promoo da segurana martima e preveno
de acidentes nos oceanos
III.3.4. ACTIVIDADES AGRCOLASE FLORESTAIS DESENVOLVIDAS
EM BASE SUSTENTVEL,COMPATIBILIZADAS COM A
(1) Proteco e conservao dos solos com maior
potencialidade agrcola
(2) Incentivos agricultura competitiva em termos
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CONSERVAO DA NATUREZA EA VALORIZAO DA PAISAGEM
sustentveis
(3) Gesto sustentvel dos recursos florestais esua proteco adequada
III.3.5. CONSERVAO DANATUREZA E DABIODIVERSIDADE ARTICULADACOM AS POLTICAS SECTORIAISE DE COMBATE DESERTIFICAO
(1) Conservao e Valorizao de reas Protegidas
e da Rede Natura e da Paisagem Rural e
Implementao do Plano Sectorial da Rede Natura
(2) Conservao de espcies florsticas e
faunsticas ameaadas ou particularmente