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Encontro 4 Formas de associativismo

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Encontro 4Formas de associativismo

111MARKETING INTERNACIONAL

Encontro 4: Formas de associativismo

ENCONTRO 4 – Formas de associativismo

TÓPICO 1: Contextualizando o encontro

Competências a serem desenvolvidas

• Conhecer as formas possíveis de associativismo e os passos necessários para a organização de sua empresa.

• Reconhecer a importância das parcerias como um caminho viável para a inserção das MPEs no mercado, interno e internacional.

• Decidir sobre a estrutura associativa mais adequada para utilizar em sua empresa.

Olá! No encontro anterior você compreendeu a importância da promoção comercial, suas principais formas, como deve ser usada para propaganda e as ferramentas de mídia disponíveis para tais ações. Entendeu como as feiras e missões internacionais são importantes e podem ajudá-lo. Conheceu as principais políticas e programas de promoção dos produtos brasileiros no exterior e como elaborar um plano de marketing internacional. Neste encontro iremos explorar as Formas de Associativismo.

IMPORTANTEMuitas vezes, na hora de decidir sobre a exportação de seus produtos para o mercado internacional, podemos encontrar obstáculos no que diz respeito aos riscos e custos de marketing necessários para o desenvolvimento e manutenção das atividades internacionais da empresa. Como veremos a seguir, as diferentes formas de associativismo permitem às pequenas empresas compartilhar riscos e custos com outras empresas, principalmente aqueles que dizem respeito às ações de marketing internacional, tais como identificação de mercados potenciais, desenvolvimento/adaptação de produtos, promoção comercial, logística de distribuição, dentre outros.

Vamos em frente?

TÓPICO 2: Desafio do encontroE então, preparado para mais um desafio?

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Encontro 4: Formas de associativismo

Desafio do encontro Com relação ao associativismo, procure responder às seguintes perguntas:1. O que é a assembleia geral de constituição de uma associação?2. Com que antecedência deve ser convocada a assembleia de constituição?

Reflexão Você está seguro de sua resposta? Respondeu com facilidade?

Caso sua resposta às perguntas tenha sido “não” ou “fiquei em dúvida”, certamente este encontro será muito importante para você!

Bom estudo!

TÓPICO 3: Introdução

A expressão associativismo tem diversos significados, mas, quando empregada para atividades empresariais, o sentido é claro: juntar esforços para, em conjunto, atingir resultados que seriam mais difíceis, ou mesmo impossíveis, de obter separadamente. Para o pequeno empreendedor, o “fazer em conjunto” pode ser ainda mais significativo, pois permite superar várias dificuldades decorrentes do menor porte.A razão pela qual supostos concorrentes tornam-se parceiros pode ser bem compreendida se examinarmos a evolução das técnicas de produção na economia contemporânea.Até meados de 1960, o padrão de estrutura empresarial era a verticalização, concentrando o máximo de etapas da produção do bem dentro da mesma empresa. A Ford, montadora americana, chegou a comprar uma vasta área na Amazônia para extrair o látex, produzir borracha e pneus para carros.

Que tal um pouco de teoria? Então, veja abaixo a importância das parcerias* e seu espaço nas atividades empresariais.

* Utiliza-se “parcerias” no lugar de “associações” para evitar a confusão entre o associativismo em sentido amplo e a figura jurídica das associações, que tem disciplina própria na legislação.

A importância das parcerias

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Encontro 4: Formas de associativismo

Esse padrão ficou conhecido como fordismo, caracterizando-se como um sistema de organização do trabalho especialmente industrial, baseado na separação das funções de concepção e planejamento das atividades de execução, na fragmentação e na especialização das tarefas, no controle de tempos e movimentos e na remuneração por desempenho. Esse processo exige grandes fábricas e forte concentração financeira.A partir de 1970, o padrão mudou. Em lugar da verticalização, a produção passou a ser cada vez mais em rede, com a associação de empresas ao longo do ciclo produtivo e diferenciação dos negócios.Um exemplo já clássico de produção em rede de empresas é o conhecido “modelo Benetton”, malharia italiana oriunda de pequena empresa familiar, estruturada a partir de uma central que recebe informações on-line de todos os pontos de distribuição e franqueados, mantendo o suprimento de estoque e o nível de produção. Grande parte dessa rede é composta por pequenas empresas na Itália e em outros países mediterrâneos.Esse novo estágio da produção abre espaço para um número maior de empresas. A segmentação também facilita a atuação de empreendedores de menor capital. Todavia, na “ponta final” temos um produto, seja um carro ou uma camisa de malha. Se o carro ou a camisa não venderem, perdem todos os que estão associados à cadeia produtiva. O sucesso de um negócio depende do sucesso dos demais, gerando assim a necessidade e as oportunidades de parcerias.

DicaUma das possibilidades que uma parceria bem estruturada oferece é o desenvolvimento de um selo de origem, por exemplo, que pode transmitir ao consumidor no exterior uma noção de qualidade superior do produto, obtendo-se o chamado efeito made in.

Um exemplo bem-sucedido é o champagne francês. Os produtores da bebida da região de Champagne reuniram-se em uma cooperativa e executaram todo o processo burocrático de proteção internacional para o tipo de espumante produzido naquela região e vetando o uso indevido por produtores de outros países. Todos os custos desse processo foram compartilhados pelos parceiros na iniciativa.

Por meio de parcerias, as empresas de menor porte têm mais facilidade de se inserir na economia. Saiba como no texto abaixo.

TÓPICO 4: Formas de parcerias

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Encontro 4: Formas de associativismo

TÓPICO 5: Estruturas associativas

A inserção na economia pode ser subordinada, na qual os nós principais da rede são de controle de terceiros. É o caso do “modelo Benetton”: Se foi certo que todos ganharam, ninguém chegou perto do nível de ganho obtido pelos irmãos Benetton. É também o que ocorre nos modelos em que o elo central é uma empresa de maior porte.

A inserção também pode se dar em um modelo de coordenação, em que as empresas de menor porte criam, por meio do associativismo, os nós mais relevantes da cadeia produtiva. Embora não seja o caso de inserção de empresas e sim de produtores individuais, as cooperativas no agronegócio são exemplos do ganho associativo, especialmente, se comparados com o que ocorre, ou ocorreria, se o papel da cooperativa fosse substituído por uma trading não ligada aos produtores.

O associativismo empresarial pode ocorrer com atividades que integram diretamente o ciclo produtivo ou com atividades paralelas ao ciclo. O associativismo ocorre dentro do ciclo produtivo quando ele se destina à aquisição de bens ou insumos (central de compras), para a produção ou para a venda dos produtos. Ele ocorre em paralelo, quando a atividade desenvolvida não é de “comprar, produzir ou vender”, mas realizar atividades úteis ou necessárias às atividades empresariais, como divulgação, elaboração de pesquisas, produtos, controle de qualidade etc. Seria o caso de várias confecções que se reunissem para desenvolver uma linha de produtos em comum e divulgá-la, embora as vendas fossem praticadas por cada uma das empresas.

IMPORTANTE

A distinção entre estruturas associativas inseridas diretamente no ciclo produtivo e estruturas paralelas ou auxiliares é importante para a escolha da estrutura jurídica mais adequada a cada situação.

DicaDesta forma, no modelo paralelo, a variável estrutural de marketing internacional ‘promoção’ poderá ser implementada a um menor custo.

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TÓPICO 6: Estruturas jurídicas

Existem diferentes estruturas jurídicas que podem ser utilizadas para o associativismo. Podendo ser associações e cooperativas. A seguir, discutiremos cada uma delas detalhadamente.

Associações:A Associação é pessoa jurídica constituída pela união de pessoas que se organizam para fins não-lucrativos. Isso não quer dizer que a associação não serve para o lucro, mas que o objetivo dela não pode ser o seu próprio lucro. Nada impede a criação de uma associação de produtores e comerciantes, que desenvolva trabalhos de divulgação e planejamento, dos quais resultem lucros expressivos para os associados. O que não é permitido é a própria associação atuar em busca de lucro seu.Se uma pessoa jurídica, constituída sob essa forma, fizer compras e vendas habituais, é muito provável que numa fiscalização as autoridades fazendárias entendam que, na verdade, se trata de uma sociedade de fato. Tal entendimento pode gerar sérios problemas, talvez até o desenquadramento do SIMPLES. Isto decorreria do disposto nos incisos IX e XIV do artigo 9º da Lei nº 9.317/96 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9317.htm), somado ao enquadramento da associação como sociedade de fato.

Veja as diferentes estruturas associativas no ciclo produtivo:

• Se a “entidade associativa”* faz ela própria a compra de bens ou de insumos ou vende a produção, por exemplo, ela terá receitas e despesas próprias de elevada monta, e terá fins empresariais (ou lucrativos, se preferir), gerando a necessidade de inscrição como contribuinte de vários tributos. Já se a “entidade associativa” organiza compras ou vendas em comum, mas quem de fato compra ou vende são os associados ou sócios, ou se ela faz trabalho de controle de qualidade, divulgação, planejamento, etc., ela não integra o fluxo financeiro do ciclo produtivo.

• Se a “entidade associativa” compra ou vende a produção, todo o fluxo financeiro das com-pras ou das vendas passará por ela. Já se essa entidade auxiliar na compra, na venda, na concepção de produtos e estratégias, na divulgação, o fluxo financeiro não passará por ela. Obviamente, haverá despesas e elas deverão ser suportadas pelos associados ou sócios, mas o fluxo financeiro entre a entidade e seus participantes será apenas relativo a essas despesas.

*Utiliza-se essa expressão para evitar vínculo a um tipo jurídico específico.

Vamos conhecer as diferentes estruturas jurídicas para que você possa selecionar a mais adequada para a sua empresa ter acesso facilitado aos consumidores no exterior e conhecer seus hábitos de consumo?

Então acesse o próximo tópico.

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Encontro 4: Formas de associativismo

O professor tem razão. Não esquecendo que as vendas são celebradas por cada uma das empresas, geralmente, em esquema de rodízio.

Saiba mais sobre este tipo de estrutura jurídica, a seguir.

TÓPICO 7: Estruturas jurídicas

Associações:O fato de a legislação não permitir que a própria associação realize vendas pode ser um grande entrave, mas, como se verá adiante, também pode ser que não. Existem também outros impedimentos para que um mesmo pedido seja partilhado entre os associados, e isso pode acontecer, por exemplo, se houver pequenas diferenças nos produtos feitos pelas empresas associadas, em decorrência de utilizarem tipos diversos de equipamentos. Mesmo que as diferenças não sejam defeitos, o comprador pode acabar recusando o lote por falta de homogeneidade.Pode também ser o caso de os associados não desejarem partir os pedidos, mas distribuí-los de forma que cada um fique com um pedido inteiro, por receio, pois se qualquer das empresas acabar não conseguindo cumprir sua parte nos prazos fixados, o comprador pode recusar todo o pedido, prejudicando as outras empresas, que passam a assumir o risco das demais.Para as empresas que acham esse modelo satisfatório e não desejam desenvolver em conjunto atividades que gerem lucro imediato, as associações podem ser uma boa opção. O Código Civil, em seus Artigos 53 a 61 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm), já regula a constituição de associações.

Confira, no próximo tópico, as cooperativas.

As associações vêm sendo utilizadas, embora, algumas vezes, com nome de consórcio, para exportação de micro e pequenas empresas. Na prática, a solução encontrada por muitas empresas que buscam parceria é a criação de uma associação sem fins lucrativos, limitada a realizar atividades de promoção comercial. Esse é o modelo muitas vezes chamado no Brasil de consórcio de exportação.

Professor, por meio das associações é possível criar uma marca comum?

Isso mesmo, Flávia. Pode-se ainda, contratar serviços como os de um gerente de exportação, de controle de qualidade, de marketing.

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Encontro 4: Formas de associativismo

A Lei n.º 5.764/71, em seu artigo 6º, I, prevê que as cooperativas* sejam constituídas por pessoas físicas, no mínimo 20, admitida, excepcionalmente, a participação de pessoas jurídicas. Prevê, ainda, quorum mínimo de 10 associados para as assembléias gerais (art. 40, III), voto unitário, independentemente do número de quotas-parte (art. 42), e veda o voto por procuração, salvo quando o número de cooperados exceder a 3 mil (art. 42, §2º). Há também a vedação à participação de “agentes de comércio e empresários que operem no mesmo campo econômico da sociedade” (art. 29, §4°). Essas peculiaridades trazem dificuldades operacionais.

* Cooperativas singulares. Há também as cooperativas centrais ou federações de cooperativas, constituídas de pelo menos três cooperativas singulares e as confederações de cooperativas, constituídas por pelo menos três federações de cooperativas ou cooperativas centrais (art. 6º, II e III), mas essas cooperativas não são relevantes neste curso.

TÓPICO 9: Estruturas jurídicas

Prof. Marcos: Pessoal, com o que vimos até agora, qual a conclusão que vocês tiram sobre as cooperativas?

Cecílio: Eu entendi que as cooperativas são formadas por pessoas físicas e, por isso, não é viável criar uma cooperativa de micro ou pequenas empresas.

Renato: E o ato de formar cooperativas entre sócios de empresas, é possível?

Prof. Marcos: É possível, porém, tem seus problemas. Pois o campo econômico da cooperativa e o dos empresários seria o mesmo.

Rodolfo: Poderia ser uma forma bastante interessante de se criar e manter uma marca internacional específica, para os produtos exportados pela cooperativa.

Prof. Marcos: É verdade, seria uma forma de conciliar os interesses de todos.

Cecílio: Professor, e quanto ao enquadramento tributário, como ficaria esta situação?

Outra figura jurídica que poderia ser cogitada para o associativismo é a das cooperativas.

TÓPICO 8: Estruturas jurídicas

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Encontro 4: Formas de associativismo

TÓPICO 10: Consórcios no Brasil

“Além disso, esses mesmos empresários poderão ter acesso aos principais órgãos de financiamento do país, caso do BNDES (http://www.bndes.gov.br/), por exemplo, com o braço governamental (Ministério da Fazenda, Receita Federal, etc.) e com organismos de apoio, como o Sebrae e as próprias federações industriais de cada Estado. Tudo isto é muito bom“ assinala.

Prof. Marcos: A criação de cooperativas de empresários pode, também, gerar problemas quanto ao enquadramento tributário, pois se as empresas não forem associadas da cooperativa, os atos praticados entre ambos não serão considerados atos cooperados.

Flávia: Realmente, professor. O ato de criação das cooperativas é para pessoas físicas. Outra dificuldade é a reunião de, no mínimo, 20 empresas que garanta o quorum de pelo menos 10 em assembleia.

Prof. Marcos: Você tem razão, Flávia. Como já foi dito, as cooperativas são muito úteis e é uma ótima estrutura jurídica para reunir produtores e pessoas físicas.

Rodolfo: Temos alguns exemplos, como na agricultura, onde as cooperativas já são modelos consagrados.

Prof. Marcos: Isso mesmo, Rodolfo. Outros exemplos são os produtores artesanais ou mesmo para a reciclagem, onde as cooperativas desempenham um papel muito importante.

Prof. Marcos: Para fechar a discussão, convém reforçar que para a reunião de “empresas”, a cooperativa, não parece ser a estrutura adequada. No próximo tópico veremos sobre os consórcios no Brasil. Confiram!

Os consórcios são associações empresariais, sem personalidade jurídica própria, embora tenham CNPJ específico, cuja existência é temporária, em virtude de prazo certo ou de objetivo determinado. Os consórcios são previstos nos artigos 278 e 279 da Lei das Sociedades Anônimas, mas a disciplina vale mesmo que as empresas consorciadas não sigam esse tipo societário. Na legislação brasileira não há uma figura específica para as pequenas empresas.

Veja, a seguir, mais informações sobre estes consórcios:

Vamos, agora, falar um pouco sobre os consórcios

empresariais. Para ter mais detalhes sobre este assunto acesse o Saiba Mais deste

encontro.

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Encontro 4: Formas de associativismo

A figura prevista na lei societária destina-se a situações transitórias, para atender a empreendimentos específicos por períodos de tempo determinados.

O emprego desse tipo jurídico para associar empresas com vistas à prospecção do mercado externo em geral – e não para atender a uma demanda específica - gera riscos quanto ao entendimento que as autoridades administrativas possam adotar.

O enquadramento de uma entidade associativa com fins comerciais dentro da figura de consórcio pode gerar insegurança jurídica às empresas que o compõem. Isso acontece porque a validade* desse modelo jurídico estaria sujeita à interpretação por parte de uma autoridade fazendária, que poderia ter o entendimento diverso quanto ao enquadramento como consórcio.* Na verdade o mais correto seria falar em qualificação jurídica do ato constitutivo, se formador de um consórcio ou se caracterizador de uma sociedade de fato. O contrato seria válido, produzindo a maioria dos efeitos jurídicos pretendidos entre as partes, mas produziria também outros efeitos – não desejados ou antevistos pelos signatários – quanto a terceiros.

Isso pode ocasionar uma série de problemas como, por exemplo, uma pesada autuação ou até a perda de condição de enquadramento no SIMPLES*, para quem a possua.* Isso decorreria do disposto nos incisos IX e XIV do artigo 9º da Lei nº 9.317/96, mais o enquadramento do consórcio como sociedade de fato. É certo que o § 2º desse mesmo artigo afasta esses incisos para os casos de consórcios de exportação. Todavia, como não há ali um outro paradigma legal para os consórcios que flexibilize a exigência de um empreendimento específico, entendemos que há uma incerteza que pode ser afastada com as inovações legislativas ao final sugeridas.

A bem dizer, a previsão na lei, sem maiores detalhes, de “consórcios de exportação” dá espaço a que se interprete ser necessário especificar o empreendimento exportador que constitua objeto do consórcio. Há, pois, insegurança jurídica que pode trazer riscos ao empreendimento, sem proveito a qualquer das partes, aí incluído o fisco.

Dicas

Embora difícil, um consórcio pode ser uma alternativa interessante para atender a uma demanda temporária de um evento no exterior. Por exemplo, uma concorrência aberta pelos organizadores de uma Copa do Mundo de Futebol a ser realizada na Europa ou na Ásia, ensejaria a oportunidade de pequenos fabricantes organizarem-se em consórcio para atender a essa concorrência.

TÓPICO 11: Consórcios no Brasil

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Encontro 4: Formas de associativismo

No modelo jurídico dos consórcios, os fatos são imputados diretamente aos consorciados, vale dizer, se as empresas A, B e C formam o consórcio ABC que fornece mercadorias para a empresa Y, a receita decorrente será considerada como de cada uma das empresas. Supondo que a partição seja de 40% para A e 30% para cada uma das demais, uma receita de R$ 500 mil em vendas seria considerada como receita de R$ 200 mil para A e de R$ 150 mil para cada uma das demais. O que é mais importante, o regime de tributação de cada uma das empresas é irrelevante para as demais, não as afetando.Nesse sentido, vale conhecer a solução da consulta n.º 175/2002 (ANEXO1), da Superintendência Regional da Receita Federal/6ª Região Fiscal transcrita.

A seguir, saiba mais detalhes sobre os consórcios:

O ponto importante dessa decisão é que ela admite que no consórcio possa haver empresas em regimes tributários distintos, cada uma sendo tributada à sua maneira. Para que isso seja viável, deve ser feita a imputação de receitas e despesas.

Essa solução, de imputar receitas e despesas a cada uma das empresas consorciadas, pode ser muito interessante, uma vez que já há longo histórico de decisões nesse sentido, em que diferentes regimes de tributação convivem sem maiores problemas.

Se as receitas e despesas forem apropriadas em cada uma das empresas consorciadas e aí forem tributadas de acordo com o regime de tributação de cada uma delas, num consórcio, é possível reunir empresas que tenham regime de tributação distinto. Em outras palavras, nada impede que um consórcio reúna empresas optantes e empresas não-optantes pelo SIMPLES (Lei n.º 9.317/96) (http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L9317.htm).

Incluir empresas não-optantes pelo SIMPLES pode ser necessário, seja no início das atividades, seja ao longo delas, pois pode ocorrer que com o sucesso, as empresas cresçam e algumas percam o enquadramento no SIMPLES.

TÓPICO 12: Consórcios no BrasilSe a sua empresa considerar o consórcio como uma boa alternativa, ele pode ser constituído, desde que no contrato seja determinado um prazo de duração e/ou um objetivo determinado. Pode-se estabelecer um prazo de cinco anos, por exemplo, e depois renová-lo por mais quatro ou cinco anos, sucessivamente. Não é recomendável estabelecer a validade por prazo indeterminado nem a renovação automática, pelas razões já expostas.

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DicasSugere-se que qualquer alteração no objeto do consórcio seja introduzida no plano de marketing internacional da empresa, de forma que este documento seja revalidado e a sua utilização como referência para os gestores seja reforçada.

Sempre que for possível determinar o objetivo, isso deverá ser feito. Se as metas de médio prazo são atender tais ou quais mercados (americano e europeu, por exemplo), isso deve ser colocado como objeto do consórcio. Nada impede que o objeto seja modificado, com a concordância de todos os consorciados, o que pode parecer burocrático – e talvez até seja, mas é uma cautela necessária para minimizar os riscos.

Veja o que o professor tem a nos dizer sobre este assunto.

Pessoal, é importante estar sempre ciente da possibilidade de participação do SIMPLES. A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas foi instituída pela Lei Complementar nº 123 em 14 de dezembro de 2006, cujos principais benefícios incluem:

• Desoneração tributária das receitas de exportação e substituição tributária;

• Dispensa do cumprimento de certas obrigações trabalhistas e previdenciárias;

• Simplificação do processo de abertura, alteração e encerramento das MPEs;

• Facilitação do acesso ao crédito e ao mercado;

• Estímulo à inovação tecnológica;

• Incentivo ao associativismo na formação de consórcios para fomentação de negócios;

• Incentivo à formação de consórcios para acesso a serviços de segurança e medicina do trabalho;

O Decreto nº 6.451 de 12 de maio de 2008, que regulamentou a constituição do consórcio SIMPLES pelas microempresas e empresas de pequeno porte optantes do Simples Nacional, menciona que este tem por objeto a compra e venda de bens e serviços para o mercado nacional e internacional. Mas, deve-se ficar atento, pois o consórcio não poderá ser concomitantemente de venda e de compra, salvo no caso de compra de insumos para industrialização.

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TÓPICO 13: Consórcios no BrasilVantagens para as MPEs com os consórcios

Os consórcios atuam como facilitadores da internacionalização das MPEs, e muitas são as vantagens possíveis de se identificar. Conheça estas vantagens na animação, a seguir:

A microempresa e a empresa de pequeno porte não poderão participar, simultaneamente, de mais de um consórcio SIMPLES.

Quanto aos requisitos gerais de formação do consórcio, este não tem personalidade jurídica e as consorciadas somente se obrigam nas condições previstas no respectivo contrato, respondendo cada uma por suas obrigações, sem presunção de solidariedade, salvo se assim estabelecido entre as consorciadas.

Sendo consórcio exclusivo de micro ou pequenas empresas, no mesmo momento em que a empresa deixar de estar enquadrada no SIMPLES, ela terá que sair do consórcio, perdendo o canal de venda por ele representado. O consórcio SIMPLES, portanto, pode ser uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento das MPEs até o limite do enquadramento, mas nesse limiar, pode representar um forte obstáculo ao desenvolvimento.

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Encontro 4: Formas de associativismo

TÓPICO 14: Consórcios no Brasil

Os consórcios atuam como facilitadores da internacionalização das MPEs, e muitas são as vantagens possíveis de se identificar. Conheça estas vantagens na animação, a seguir:

DicasA participação em um consórcio deve ser considerada, por exemplo, quando os custos para o enquadramento de um produto nas especificações técnicas determinadas por um governo no exterior, são impeditivos se assumidos totalmente pela empresa.

Os consórcios oferecem a oportunidade de a empresa otimizar suas operações como: compras, ampliando as margens de negociação com fornecedores de matérias-primas; publicação de material promocional, rateio de despesas de exportação (despachante aduaneiro, secretária, pesquisa de mercados, custos de promoção e representação), missões e rodadas de negócios internacionais, desenvolvimento de projetos de capacitação (qualidade total, design, ISO 9001 etc.); melhoria de níveis tecnológicos dos participantes, ganhos em design; ampliação de capacidade produtiva e desenvolvimento de habilidades gerenciais.

A crescente utilização de consórcios de exportação em diversos países do mundo reflete a importância que essas redes de cooperação vêm atingindo no engajamento de pequenas e médias empresas na exportação. Podem ser citados exemplos de países em desenvolvimento com expressiva formação de consórcios de exportação como a Argentina, a Índia, a Colômbia e em países desenvolvidos como a Suécia e a Dinamarca, além da Itália.

No Brasil, as primeiras iniciativas de formação de consórcios de exportação são da década de 1970 e já contavam com algumas ações de apoio do Sebrae, à época denominado Cebrae (Centro Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Leiam as considerações, a seguir, para fecharmos o tema de consórcios hoje no Brasil.

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Encontro 4: Formas de associativismo

TÓPICO 15: Comerciais exportadoras ou Trading Companies

Veja a diferença entre empresas comerciais exportadoras e trading companies.

Na verdade, foram implantados, de modo geral, consórcios de promoção, que têm seu foco de ação na promoção comercial dos produtos das empresas participantes.

Isso se explica pelo fato de o composto promocional internacional – propaganda, promoção de vendas, publicidade e venda pessoal, como já vimos, envolver recursos financeiros significativos, que dificilmente podem ser dispendidos por uma pequena empresa.

Empresas comerciais exportadoras: são empresas comerciais que se dedicam à exportação de produtos fabricados por outros. Trading companies: são empresas comerciais exportadoras que atendam aos requisitos fixados no Decreto-Lei n.º 1.248/72, onde atendem os requisitos:

(i) obter registro especial na Secex/MDIC e na Secretaria da Receita Federal (SRF); (ii) sejam constituídas como S/A; e (iii) possuam capital mínimo de 703.380 UFIR.

Resolução n.º 1.928/92 do Conselho Monetário Nacional, correspondentes a R$ 748.466,66 pela última UFIR divulgada antes de sua extinção pelo artigo 29, § 3.º, da Medida Provisória 2.095-72, convertida na Lei n.º 10.522/02.

Na década de 1980, o Brasil apresentava a formação de consórcios em mais de 15 estados e em setores como: •Confecções, •Materiais de construção, • Indústrias metalúrgicas, •Artefatos de couro, mármore e granito, •Artesanato, •Carnes, •Palmito, •Calçados, •Madeira, •Autopeças, •Entre outros.

Na legislação federal, as vendas para tradings são equiparadas à exportação para a grande maioria dos efeitos. Na legislação dos estados há também a equiparação para as tradings. Já quanto às demais comerciais exportadoras, o tratamento varia, mas na maioria dos casos não há a equiparação.

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Encontro 4: Formas de associativismo

SínteseEm síntese, a empresa comercial exportadora é uma empresa como outra qualquer, cujo objeto social é comprar produtos no Brasil e vendê-los para o exterior. Trading company é como usualmente são denominadas as empresas comerciais exportadoras que seguem o regime do Decreto-Lei n.º 1.248/72. Na quase totalidade dos casos só há vantagens no uso de tradings, pois as demais são empresas comuns.

TÓPICO 16: Comerciais exportadoras ou Trading Companies

Conheça as desvantagens a seguir:

Desvantagens das Trading

(i) Pressupõe a criação de uma nova empresa, com todas as obrigações e encargos diferentes,

(ii) A mais grave, pode implicar o desenquadramento do SIMPLES. Segundo a lei do SIMPLES, se qualquer dos sócios de uma micro ou pequena empresa for titular de 10% ou mais de qualquer outra empresa, o faturamento de todas terá de ser somado para fins do enquadramento (Lei n.° 9.317/96, art. 9° IX e XIV). Dessa forma, a soma de faturamentos pode chegar a um valor superior ao limite de enquadramento, obrigando as firmas a se desenquadrarem de uma lei que gera grandes economias fiscais.

No caso de a empresa ser de propriedade de uma terceira pessoa, ela, na verdade, estaria atuando como aglutinadora da produção das MPEs e como elo entre elas e o mercado internacional. Essa terceira pessoa pode visar ao seu lucro, o que pode reduzir as vantagens para as MPEs.

Professor, existem desvantagens na criação de trading?

Sim, Renato! Embora seja uma opção disponível, deve ser analisada com cuidado pois, na prática, pode trazer alguns custos adicionais para as MPEs.

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Encontro 4: Formas de associativismo

Outra opção que, embora questionável, já foi utilizada, é a titularidade da comercial exportadora ficar com uma associação constituída pelas empresas. A opção é questionável porque as associações não podem ter fins lucrativos, sob pena de serem consideradas empresas de fato, como já foi dito. Se uma associação controla uma empresa e a empresa tem fins lucrativos, todas têm, e, então, existe o risco de a associação ser vista como descaracterizada.

TÓPICO 17: Empresas-âncoraAs empresas-âncora também têm grande importância dentro do cenário das empresas Comerciais exportadoras ou Trading Companies.Deseja saber mais sobre este assunto? Então leia o texto abaixo.

Outra possibilidade é a inserção das pequenas empresas numa cadeia produtiva liderada por uma empresa de maior porte. Nesse sentido, inclusive, há um programa específico do BNDES.

No cenário de exportação, o modelo das empresas-âncora tem como exemplo a atuação de uma empresa de pescado, que mantém uma rede de fornecedores, pequenos pescadores, organizados, ou não, em empresas ou cooperativas. Essa empresa pode obter acesso a financiamentos, repassando-os à sua “rede” e tem mais facilidade para colocar o produto no mercado externo.

Tanto no caso da empresa-âncora, como no caso das tradings, os exemplos são “operacionais”. Hoje, cabe dizer, não há necessidade de qualquer novo instrumento jurídico, valendo observar que a empresa-âncora não tem vínculos societários com as pequenas empresas. Todavia, convém lembrar que esta parece ser uma opção, não a única opção.

A formação de uma rede tem pressupostos de sinergia e concepção de produtos que não podem ser reproduzidos “à força”. Além disso, a empresa-âncora, por deter as informações vitais da rede (concepção do produto, estrutura de produção e distribuição, relacionamento com compradores, acesso ao financiamento, etc.), se apropria da maior parte dos ganhos.

O modelo da empresa-âncora é muito útil para, de um lado, favorecer o empreendedorismo daquele que tem um conhecimento (know-how), mas não possui ou não deseja empregar o capital necessário para tornar operacional esse conhecimento. Por outro lado, também é

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Encontro 4: Formas de associativismo

útil para permitir a inserção dos titulares de pequenos capitais numa estrutura de maior porte e garantir o acesso de pequenos produtores ao mercado internacional.

Dentro dos exemplos já dados, a empresa de pescado, detentora de uma técnica de conservação e distribuição do produto para mercados significativos, fica dispensada de investir o capital necessário para ter à disposição barcos e equipes de pesca e os pescadores passam a ter acesso a uma cadeia de maior valor agregado. Ao mesmo tempo, os pescadores ganham um canal garantido de comercialização da sua produção.

DicaA inserção de uma empresa-âncora deixa de ser tão vantajosa quando as pequenas empresas “associadas” já detêm o conhecimento de produção e mercado e utilizam a sociedade-âncora apenas para resolver entraves jurídicos ou operacionais.Por último, cabe lembrar que esse modelo não pode ser utilizado como “solução endógena”, vale dizer, não é possível criar a empresa-âncora a partir da reunião das pequenas empresas, que deteriam o controle da mesma. Em primeiro lugar, dificilmente essa reunião daria à empresa criada o volume necessário a caracterizá-la como âncora. Além disso, como já citado, a criação dessa empresa pode resultar no desenquadramento de todas as empresas do SIMPLES.

TÓPICO 18: Critérios de escolha

Talvez você esteja querendo perguntar: qual a melhor estrutura para o meu caso? Mas é exatamente isto que queremos que você responda com o auxílio das informações recebidas.

Não há “a solução correta”, pronta e acabada, esperando surgir o problema para resolvê-lo. A melhor resposta decorre da análise das particularidades de cada caso.

IMPORTANTE

Essa alternativa deve ser analisada quando você estiver elaborando o plano de marketing internacional da sua empresa. Por exemplo, no tópico que trata da marca que será utilizada no exterior e da importância que o consumidor estrangeiro confere à marca.

128MARKETING INTERNACIONAL

Encontro 4: Formas de associativismo

DicaO importante é você ter uma visão de longo prazo para as exportações de sua empresa e o controle que você poderá exercer sobre os diferentes aspectos do marketing internacional que deverão ser implementados para garantir o sucesso de sua empresa em mercados externos:- Poderei controlar a qualidade do produto?- Terei o controle sobre a minha marca?- Poderei estabelecer metas de vendas?- Influenciarei, de forma decisiva, nas decisões sobre a propaganda a ser veiculada?- Poderei estabelecer um preço de exportação para o meu produto que remunere adequadamente o capital que investi?

O arquivo com as considerações para auxiliá-lo na escolha da estrutura ideal encontra-se no ANEXO 2.

TÓPICO 19: Passo a passo

Organizando uma associação

•A liderança do grupo convoca reunião de esclarecimentos sobre o que é associação.•O grupo fundador prepara o Estatuto e o Regulamento Interno.•Em uma nova reunião – Assembléia Geral de Constituição – os associados aprovam

o Estatuto e o Regulamento Interno da Associação.•Todos os participantes assinam a Ata de Fundação da Associação.•O Estatuto e a Ata são levados a registro.

Os principais passos para a organização de uma associação são os seguintes:

Para lhe ajudar na análise da sua situação e chegar à seleção de uma estrutura adequada, estamos disponibilizando algumas dicas e pontos a serem levados em consideração no momento da escolha.

129MARKETING INTERNACIONAL

Encontro 4: Formas de associativismo

TÓPICO 20: Passo a passo

Organizando uma associação

A seguir, veja como proceder nesta organização:

Assembleia Geral de Constituição de AssociaçõesÉ uma reunião dos interessados na fundação da associação, no dia, local e horário estipulados pela Comissão de Constituição da Associação, por meiodo Edital de Convocação, para realizar a:

- Fundação da associação;- Definição do endereço da sede;- Aprovação do estatuto social;- Eleição da diretoria - Conselho de Administraçãoe do Conselho Fiscal da associação.

Assembleia de associadosDeve ser obrigatoriamente convocada com antecedência mínima de 10 dias da data da sua instalação, por meio de editais, publicações em jornal, via circular etc. e constitui-se no órgão máximo da associação.

1) Elaboração e discussão do projeto de Estatuto Social.

2) Assembleia Geral de Constituição da Associação.

3) Registro do Estatuto e da Ata da Assembleia Geral da Constituição em Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas (CNPJ).

4) Obtenção de inscrição na Receita Federal - CNPJ.

5) Obtenção de inscrição no INSS.

6) Registro na Prefeitura Municipal - Alvará de Licença e Funcionamento.

7) Registro na Secretaria de Estado do Trabalho e Ação Social. (este não é obrigatório)

130MARKETING INTERNACIONAL

Encontro 4: Formas de associativismo

TÓPICO 21: Passo a passoDireitos, deveres e responsabilidades dos associados

Como toda relação e convivência em grupo requerem o estabelecimento de determinadas regras, no caso da associação não há diferença. A seguir, conheça estas regras.

Direitos do associado•Participar das Assembleias Gerais, discutindo e votando os assuntos nelas tratados.•Propor ao Conselho de Administração ou às Assembleias Gerais medidas de interesse

da associação.•Votar e ser votado para membro dos órgãos de administração ou fiscalização da

associação.•Zelar e exigir que se cuide do patrimônio moral e operacional da associação.•Desligar-se quando convier.Obs.: o associado tem direito a voto desde que em dia com as suas obrigações.

Deveres do associado•Cumprir as disposições legais do Estatuto, das resoluções e deliberações das

assembleias.•Participar da vida empresarial da associação.•Cumprir os compromissos assumidos com a associação.•Ser fiel aos objetivos da associação.•Votar nas eleições da associação.•Cumprir os compromissos da associação.•Prestar esclarecimentos relacionados com as atividades que lhe facultaram associar-

se.

Responsabilidade dos Associados (coletiva)•Aprovação e acompanhamento da execução dos planos de trabalho pela diretoria.•Aprovação da prestação de contas do Conselho de Administração e parecer do Conselho

Fiscal.•Reforma do Estatuto.•Aquisição de bens móveis e imóveis.•Fusão, incorporação ou desmembramento da associação.

131MARKETING INTERNACIONAL

Encontro 4: Formas de associativismo

Você sabe como se constitui um consórcio? Confira no tópico a seguir.

TÓPICO 22: Passo a passoComo constituir um Consórcio

IMPORTANTE

Inicialmente, é necessário estar em uma mesma região, atuar no mesmo setor de mercado, e ter os mesmos objetivos – no presente caso, alcançar o mercado internacional. As empresas participantes deverão definir se os produtos serão exportados com marca comum do consórcio, ou com marca própria, acompanhada, ou não, por um selo de qualidade do consórcio, estipulado conjuntamente.

DicaDeve-se, sempre, analisar com cuidado as possíveis dificuldades que a associação poderá criar para que a sua empresa possa desenvolver, de forma consistente, as atividades de marketing internacional necessárias para sua atuação nos mercados externos.

Em seguida, há necessidade de definir a metodologia do trabalho, visando ao levantamento dos seguintes dados básicos:•Seleção das empresas que irão constituir o consórcio.•Produtos a serem comercializados.•Volume de produção mensal.•Possibilidade de incremento da produção em curto prazo, para exportação.•Nível de qualidade atual e a que nível se quer chegar (objetivos e metas).•Definição das principais matérias-primas a serem utilizadas.•Formas de venda.•Mão-de-obra ocupada e níveis de remuneração.• Infraestrutura disponível.•Sensibilização e trabalho comportamental visando à união do grupo.

TÓPICO 23: Passo a passo

Após essa definição, assinado o termo de compromisso, chega a hora de firmar o Acordo de Constituição do Consórcio.

Para saber mais sobre este acordo, leia o ANEXO 3.

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Encontro 4: Formas de associativismo

Com a formação do consórcio, é importante dispor de um regimento interno para manter o bom funcionamento do mesmo.

Fatores de curto prazo•Adesão de, no mínimo, 10 empresas.•Formação da identidade do consórcio.•Estabelecimento das metas para os próximos anos, com incrementos crescentes.

Fatores de longo prazo•Adquirir reconhecimento internacional.• Internacionalizar etapas produtivas.•Fortalecer o consórcio pela adesão de maior número de empresas.•Constituir um escritório e depósito de vendas no exterior.•Aumentar as exportações para até 30% do faturamento das empresas.

TÓPICO 24: Passo a passo

No Brasil, para se constituir uma cooperativa são necessárias, no mínimo 20 (vinte) pessoas físicas, conforme estabelece a Lei n.° 5.764/71. Essas pessoas interessadas em criar a cooperativa deverão se reunir, inicialmente, com as seguintes finalidades:

•Determinar os objetivos da cooperativa.•Escolher uma Comissão para tratar das providências necessárias à criação da cooperativa,

indicando um coordenador dos trabalhos.

A citada Comissão terá algumas tarefas importantes para realizar, veja a seguir:

Nesse momento, também deverão ser levantados os fatores importantes para obter sucesso a curto e a longo prazo, observe a animação a seguir para saber:

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Encontro 4: Formas de associativismo

•Elaborar um plano de negócio com avaliação das condições mínimas de viabilidade da sociedade e colocar em discussão com todos os interessados:•Avaliação de mercado.•Competência técnico operacional.•Análise do empreendimento.•Projeções futuras.

•Buscar conhecimento sobre o que vem a ser uma sociedade cooperativa e dos requisitos da lei do cooperativismo (Lei n.° 5.764/71).

•Elaborar proposta de Estatuto Social da cooperativa com base na Lei n.° 5.764/71, distribuir cópia a todos os interessados em participar da sociedade e, após, reunir-se com eles para discussão de todos os itens da proposta do Estatuto.

•Convocar a Assembleia de Constituição (Fundação) da Cooperativa em horário e local determinados, com aviso aos interessados.

•Realizar a Assembleia de Constituição com a presença dos sócios fundadores (mínimo de 20 pessoas físicas), para deliberação dos seguintes assuntos:•Aprovação do Estatuto Social.•Eleição do Conselho de Administração ou Diretoria Executiva.•Eleição do Conselho Fiscal.•Assuntos Gerais

•Orientar os cooperados que compõem os Órgãos de Administração e Controle da sociedade a participarem de treinamentos de capacitação.

•Legalizar a Cooperativa junto aos órgãos competentes:• Junta Comercial.• Inscrição no CNPJ (Ministério da Fazenda / Receita Federal). • Inscrição no CRA, CREA ou no Órgão representativo de acordo com o objetivo social

da cooperativa.•Certificado do Corpo de Bombeiros.• Inscrição estadual na Secretaria de Estado de Fazenda para as sociedades com fins

comerciais e industriais. • Inscrição municipal e Alvará de Licença para Estabelecimento na Prefeitura Municipal.

•Registro da Cooperativa junto à Federação e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado.

Depois de cumpridas todas as exigências legais, os Órgãos de Administração da Cooperativa darão início à implementação e monitoramento do empreendimento, pautado nos princípios cooperativistas e na legislação específica vigente, na solidez econômica, financeira, social e empresarial da cooperativa.

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Encontro 4: Formas de associativismo

Flávia: Este encontro está sendo muito interessante, estou tirando todas as dúvidas sobre a estrutura associativa que posso usar em minha empresa.Prof. Marcos: Isso mesmo, Flávia. E depois de fazer a opção e constituir a estrutura associativa, é possível obter apoio da APEX-Brasil, que é a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos.Cecílio: É mesmo, professor! E como a APEX-Brasil pode nos apoiar?Prof. Marcos: A APEX-Brasil apóia projetos que contemplam a execução de atividades e ações de promoção de exportações. Esses projetos devem ser elaborados e apresentados por entidades sem fins lucrativos representativas de setores da atividade econômica, exportadores de bens e serviços, ou por grupos de MPEs organizadas em consórcios.Rodolfo: Isso é muito interessante. Pelo que sei, a maioria dos projetos apoiados pela Agência é chamada de Projetos Setoriais Integrados (PSI), que beneficiam empresas de determinado setor e têm alcance nacional. Renato: E no caso de pequenos agrupamentos, pode-se contar com APEX- Brasil?Prof. Marcos: Sim, Renato! No caso de pequenos agrupamentos de MPEs, pode-se estruturar um Projeto de Exportação Consorciada (PEC), beneficiando um consórcio ou cooperativa de produtores. Há ainda os projetos isolados (PI) contemplando uma ação promocional específica.Cecílio: Então em posso apresentar um projeto isolado da minha empresa à APEX - Brasil para obter apoio para participar de uma feira no exterior?Prof. Marcos: Sem dúvida, Cecílio.Prof. Marcos: Pessoal, vamos ao tópico a seguir, para vermos uma tabela comparativa entre os tipos de associações?

TÓPICO 25: Passo a passo

Apoio APEX-Brasil

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Encontro 4: Formas de associativismo

CRITÉRIOS / ORGANIZAÇÃO

SOCIEDADE MERCANTIL

ASSOCIAÇÃO COOPERATIVA

O que é Sociedade de capital com fins lucrativos.

Sociedade de pessoas sem fins econômicos.

Sociedade de pessoas com fins econômicos.

ObjetivoBuscar o lucro.

Representar e defender os interesses dos associados.Organizar as atividades de diversas naturezas de seus associados.

Prestação de serviços.

Número mínimo de pessoas

Indeterminado. Mínimo de duas pessoas.

Mínimo de 20 pessoas físicas.

Formação do capital

Ações, quotas de capital.

Não tem. Quotas-partes.

Geração de receitas

Onde estiver maior rentabilidade.

Taxas. Atividade específica.

Forma de gestão O voto é proporcional ao número e ações ou quotas de capital.

Cada pessoa tem um voto.

Cada pessoa tem um voto.

Área de abrangência

Limitada ao ramo de atividade ou foro.

Área de atuação limita-se a seus objetivos.

Área de atuação limita-se a seus objetivos e possibilidade de reuniões.

Responsabilidade Proporcional à participação no capital social.

Da diretoria. Proporcional ao capital subscrito.

Remuneração dos dirigentes

Remunerados. Não-remunerados. Podem receber pró-labore.

QUADRO COMPARATIVO

TÓPICO 26: Passo a passoApoio APEX-Brasil

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Encontro 4: Formas de associativismo

TÓPICO 27: Estudo de caso

O Modelo Italiano

Muito se tem falado do modelo dos distritos industriais italianos, sua capacidade empreendedora, geração de emprego e renda e principalmente o que significa a atuação dessas MPEs para o total de exportações do país como um todo, e isso foi visto, anteriormente, no curso 1. Para ter maior conhecimento do modelo italiano, veja a seguir.

A atual estrutura industrial italiana começou a ser constituída após a 2ª Guerra Mundial. Os distritos industriais, porém, só foram legalizados em 1991, pela Lei nº 317. A principal característica é a concentração local de um expressivo número de MPEs que atuam em um mesmo setor, responsáveis por diferentes fases do sistema produtivo.

A competitividade e o elevado grau de especialização estimulam a inovação tecnológica, a troca de experiências e o empreendedorismo. Os distritos são na maioria da área de têxteis, couro, calçados, móveis, cerâmicas, jóias e mecânica, e segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foram responsáveis por cerca de 30% dos empregos e por 43% das exportações italianas no ano de 2000.

Estão concentrados em sua maioria nas regiões noroeste, nordeste e centro, porém há divergências quanto ao número total. Nos distritos industriais, as novas empresas nascem da iniciativa de trabalhadores que desenvolveram um conjunto de conhecimentos e de relações indispensáveis para o sucesso de uma aventura empresarial. As empresas funcionam, em outras palavras, como incubadoras dos novos empreendimentos, favorecendo a troca e renovação contínua das fórmulas empresariais.

Nos sistemas de pequena empresa, trabalho e capital não constituem dois fatores em oposição. Muitas vezes os indivíduos trocam de posição empresarial e participam de várias experiências. A relativa paz social que distingue a vida econômica dos distritos se da com a compreensão recíproca. O empresário sabe o que é a experiência do trabalhador por tê-la vivido pessoalmente: o operário, ou o técnico, muitas vezes deseja se tornar empresário.

Os serviços tecnológicos constituem um importante recurso de infra-estrutura utilizado pelos distritos industriais italianos. Assim, a transferência tecnológica, formada por centros de serviços, laboratórios de prova dos materiais e de certificação dos produtos e dos processos é uma importante infra-estrutura, cuja oferta é assegurada tanto por empresas privadas locais quanto por organismos públicos e associativos. 5 (colocar desenhos de computador e máquinas, representando novas tecnologias).

Entre os organismos públicos e associativos, as Câmaras de Comércio exercem um papel importante nos distritos do nordeste italiano. A atuação das Câmaras de Comércio acontece, em geral, em apoio às iniciativas empresariais, através de recursos públicos. Entretanto, na medida em que as Câmeras de Comércio ganham crédito no sistema local, e conseguem criar uma nova demanda, tornam-se empresas no verdadeiro significado da palavra. Assim, passam a concorrer com outros fornecedores especializados. 6 (Colocar uma construção pequena identificada como Câmara de Comércio e ao lado uma empresa maior. Entre elas colocar um sinal de = indicando que ambas tem concorrência).

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Encontro 4: Formas de associativismo

Outra infraestrutura fundamental de serviço é a formação profissional. Também, nesse caso, os distritos industriais da Terceira Itália mostram uma notável variedade de experiências. Há algumas empresas que forma por iniciativa própria, assim como, escolas técnicas e profissionais públicas. Estas, além de formar operadores e técnicos para o mercado de trabalho, fornecem, através do empenho do pessoal docente, serviços de consultoria e cursos de formação especializada para as empresas locais. 7 (colocar alunos estudando em laboratórios com equipamentos).

Junto com as redes logísticas, tecnológicas e formativas, também o sistema bancário constitui uma infra-estrutura fundamental para o desenvolvimento dos distritos industriais da Terceira Itália. Pesquisas recentes, conduzidas pela Banca d’Italia, têm demonstrado que a gestão do crédito aconteceu de maneira particularmente eficiente nos distritos industriais. Ele assegura, às empresas, taxas de juros geralmente mais baixas do que a média e, ao mesmo tempo, reduz as inadimplências ao mínimo. 8 (colocar imagens de dinheiro e sistema bancário)

As razões que podem explicar a eficácia da relação bancos-empresas, nos distritos, podem ser encontradas na redução dos riscos ligados aos contratos de crédito, pelo fato de esses contratos partilharem o mesmo ambiente social e a mesma cultura produtiva. Isso aumenta a informação que os bancos têm das empresas, e vice-versa, reduzindo os riscos. 9 (Setas com informações de empresas sendo passadas para construção identificada como banco)

O empresário é levado a manter os compromissos assumidos, pois está submetido a um “controle moral” por parte da sociedade local, que vincula a sua credibilidade futura, como parceiro comercial ou produtivo, ao pagamento de suas dívidas. Dessa maneira, também ficam limitados os riscos de se emprestar dinheiro a quem não pode pagar. 10 (Colocar o desenho do banco e em cima a frase: Pequenos riscos de perda de dinheiro favorecem os negócios).

É essencial lembrar que, nos distritos industriais italianos, o conhecimento recíproco e o hábito das relações sociais e produtivas entre atores econômicos geram um clima de confiança baseada na reputação pessoal. Essa relação de confiança restringe as áreas de incerteza na troca, limita os comportamentos oportunistas e torna cada vez mais fáceis as transações. 11 (colocar desenhos de bonecos trocando dinheiro com aspectos felizes e tranqüilos).

TÓPICO 28: Estudo de caso

Agora, peço que você leia o estudo de caso sobre o consórcio de confecções e deixe a sua opinião no fórum do nosso ambiente virtual.

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Encontro 4: Formas de associativismo

Vá até o fórum e dê sua opinião: o que falta ao Brasil, apesar das grandes diferenças existentes de cultura e extensão territorial, para criar modelos de sucesso idênticos ao italiano?

TÓPICO 29: Saiba MaisEste assunto não se esgota aqui. Assim, se você quiser aprofundar seus conhecimentos sobre o tema deste encontro, sugerimos as seguintes leituras:

COOPERATIVISMO Brasília: OCB, 1998.CURSO básico sobre cooperativismo. Sescoop OCB: Na, 2000.PROGRAMA Rio Cooperativa . Rio de Janeiro: Sebrae-RJ, 1999.COOPERATIVISMO: Primeiros Passos . São Paulo: Sebrae-SP, 2000.CESAR, M.B. Curso básico de associativismo e cooperativismo. Goiânia: Sebrae-GO, 2000.BRASIL. Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio. Central de Compras: forma de integração. Brasília: CDC, 1987 (caderno técnico).FLORES, F. Creando organizaciones par el futuro. Santiago, Chile, 1995.SILVA F.Q.B., DOLABELA, F. Fábrica de empresas: a experiência de geração de novos empreendimentos em Pernambuco. VI Seminário Nacional de Parques Tecnológicos e Incubadoras de Empresas, Salvador, Brasil, 09/1997, p. 168-177.

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Encontro 4: Formas de associativismo

TÓPICO 30: Resumo

Acesse, também, os seguintes sites:OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. www.ocde.gov Aliança Cooperativa Internacional – ACI. www.iac.org Serviços de Apoio a Pequena e Micro Empresa – Sebrae. www.sebrae.com.br APEX BRASIL - Agência de Promoção de Exportações. www.apex-brasil.com.br PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 9.317/96 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9317.htmPRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Código Civil - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htmPortal Tributário, artigos 278 e 279 - http://www.portaltributario.com.br/guia/consorcio_empresas.html acessado em 27/02/2007.Rio Grande Virtual. Vários artigos sobre empreendedorismo por Regina Bueno -http://www.riograndevirtual.com.br/colunas/empreend/index.html Revista Você S. A. - http://vocesa.abril.com.br/aberto/voceonline/artigo1.html. Revista Você S.A. Dolabela. Ao final, o que é um empreendedor? - http://vocesa.abril.uol.com.br/aberto/voceonline/artigo4.html

Neste encontro você teve a oportunidade de analisar as diferentes formas de associativismo e como esse instrumento pode ser útil para sua empresa viabilizar, economicamente, sua atuação no mercado internacional, seja para vender seus produtos, para participar de uma feira internacional, para veicular uma propaganda no exterior, para adquirir insumos ou para produzir para o mercado externo em conjunto com outros associados.

Também conheceu as diferentes formas jurídicas que o associativismo oferece, e os passos necessários para concretizar uma associação. Além disso, ao avaliar as diferentes formas de associativismo você poderá decidir sobre a estrutura associativa mais adequada para utilização em sua empresa.

Além disso, pode compreender a importância da parceria com outras empresas na racionalização dos seus custos no momento de fazer uma análise de mercado, obter informações sobre a estrutura política, legal e econômica de determinado país, compartilhar os canais de distribuição no exterior e, até mesmo, para receber os insumos necessários para elaboração do seu plano de marketing internacional.

Fechamos o último encontro deste curso. Utilize estas orientações quantas vezes forem necessárias. Leia, releia, não fique com dúvidas!

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Encontro 4: Formas de associativismo

Exercício de fixação de aprendizagem

1) A seguir listam-se algumas afirmativas. Coloque entre parênteses se a afirmativa é falsa (F) ou verdadeira (V):

( ) No Brasil, para se constituir uma cooperativa são necessárias, no mínimo 20 (vinte) pessoas físicas.

( ) Empresas comerciais exportadoras são empresas comerciais que se dedicam à

exportação de produtos fabricados por outros.

( ) Os consórcios são associações empresariais, com personalidade jurídica própria.

( ) Na legislação federal, as vendas para tradings são equiparadas à exportação para a grande maioria dos efeitos.

2) Com relação às desvantagens apresentadas pelas trading companies, assinale as afirmativas que são verdadeiras (V) e as que são falsas(F).

( ) Pressupõe a criação de uma nova empresa, com todas as obrigações e encargos correspondentes.

( ) Pode significar o desenquadramento da sua empresa do SIMPLES.

( ) Por ser de propriedade de uma terceira pessoa jurídica, que visa ao lucro, pode reduzir

as margens da sua empresa.

( ) Ao utilizar uma trading company, a empresa perde os incentivos fiscais típicos de uma exportação.

3) Quanto às diferentes formas de parcerias, indique quais alternativas são verdadeiras (V) e quais são falsas (F).

( ) Por meio de uma parceria minha empresa pode ficar melhor informada sobre possíveis oportunidades de exportação.

( ) As parcerias permitem que a minha empresa tenha um maior controle das atividades de propaganda a serem veiculadas no exterior.

( ) Com uma parceria minha empresa tem ganhos de escala para desenvolver um novo produto para ser vendido no exterior.

( ) As parcerias não podem ser estabelecidas para explorar uma única oportunidade de mercado.

( ) O governo brasileiro dispõe de diferentes instrumentos para apoiar as parcerias criadas pelas empresas para atuar no mercado internacional.

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Encontro 4: Formas de associativismo

4) Assinale as alternativas verdadeiras (V) e falsas (F). Ao efetivar uma parceria com outras empresas, posso afirmar que a minha empresa:

( ) Habilita-se para pleitear linhas de crédito oficiais que, de forma isolada, não teria acesso.

( ) Aumenta o seu poder de barganha junto aos fornecedores.

( ) Perde autonomia para decidir em que mercado(s) atuar no exterior.

( ) Aumenta seus custos com as atividades de marketing internacional.

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Encontro 4: Formas de associativismo

ANEXO 1

MINISTÉRIO DA FAZENDASECRETARIA DA RECEITA FEDERALSUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL/6ª REGIÃO FISCALSOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 175, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2002

ASSUNTO: Normas Gerais de Direito Tributário

EMENTA: CONSÓRCIOS DE EMPRESAS No caso de consórcio constituídos para o fornecimento de bens e serviços, inclusive a execução de obras e serviços de engenharia, deverão ser observadas as seguintes normas: 1) Os consórcios não estão sujeitos à apresentação da DIPJ, como também da Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais (DCTF) e da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF). 2) Cabe a cada uma das empresas participantes do consórcio apropriar individualmente suas receitas e despesas, proporcionalmente à sua participação percentual no rateio do empreendimento, e computá-las na determinação do lucro real, presumido ou arbitrado, nas respectivas DIPJ, observado o regime tributário a que estão sujeitas no ano-calendário correspondente. 3) Da mesma forma, cabe a cada empresa consorciada, por ocasião da apresentação de suas respectivas DCTF trimestrais, nelas incluir as informações relativas aos tributos e contribuições pertinentes aos resultados auferidos, no trimestre, na proporção da participação de cada uma no empreendimento objeto do consórcio. 4) Cabe também a cada empresa consorciada incluir nas suas respectivas DIRF as retenções efetuadas e recolhidas, vinculadas ao empreendimento, sem prejuízo da entrega, aos respectivos beneficiários, dos Comprovantes de Rendimentos Pagos e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte. 5) O imposto de renda e as contribuições CSLL, PIS/Pasep e Cofins, inclusive as retenções na fonte, serão recolhidos individualmente, pelas participantes, observada a participação de cada empresa consorciada no empreendimento, com a utilização, no campo próprio do DARF, do CNPJ dessas empresas. 6) A pessoa jurídica optante pela tributação com base no lucro presumido poderá observar o regime de caixa para fins da incidência das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, desde que utilize o mesmo critério em relação ao IRPJ e à CSLL.DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº 6.404, de 1976, arts. 278, 279; arts 146, 147, 214, 215 e 516 do RIR/1999; MP nº 2.158-35, de 2001, art. 20; Ato Declaratório (Normativo) CST nº 21, de 1984; Parecer Normativo CST nº 5, de 1976; IN SRF nº 14/1998; IN SRF-STN-SFC nº 23/2001, art. 13.FRANCISCO PAWLOWChefe/Disit/06RF

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Encontro 4: Formas de associativismo

ANEXO 2

Considerações para escolha da estrutura ideal de empresa.

Um bom ponto de partida talvez seja analisar o perfil de seu grupo. Se a atividade for desenvolvida basicamente por pessoas físicas, como na agricultura ou no artesanato, é provável que formar uma cooperativa seja uma ótima opção. Já se a atividade for desenvolvida por empresas (sociedades empresariais) dificilmente a cooperativa será a melhor escolha.

Se o grupo for polarizado, destacando-se uma empresa de maior porte e várias micro ou pequenas empresas que atuam na produção, criar uma associação das empresas menores e buscar o programa de empresas-âncora do BNDES é uma boa solução.

Definido o perfil do seu grupo, é preciso pensar na maneira de atuar. Em detalhes!Haverá interesse em fazer compras em conjunto ou apenas de negociar em conjunto? A entidade associativa pode negociar compras sem realizá-las, obtendo descontos para todos. Talvez você mesmo conheça alguns casos, como a obtenção de preços diferenciados em planos de saúde para membros de dada categoria profissional, ou a obtenção de preços mais vantajosos em TV a cabo em condomínios, em que a assinatura é de cada unidade. A compra pode também ser feita pela entidade associativa. No exemplo da TV a cabo, seria o caso de a assinatura ser do condomínio, que a paga, e os moradores arcam com os custos na cota de condomínio.

Para pequenos mercados, talvez seja necessário que a compra seja realizada em conjunto, pois a redução de preço não será tão significativa se as entregas forem divididas. Será preciso que a entidade associativa faça a compra, receba as mercadorias e faça a divisão entre os mercados, funcionando como uma central de compras e distribuição. Nesse caso, num primeiro momento será possível constituir um consórcio, mas exceto no caso do consórcio SIMPLES, é provável que se faça necessário criar uma sociedade empresária para esse fim específico.

Comprar em conjunto, entretanto, significa tornar-se responsável pelo pagamento dos demais. Tal como no exemplo da TV a cabo contratada pelo condomínio, o custo da inadimplência recai sobre os que estão em dia com suas obrigações.

Esse mesmo risco ocorre nos casos de venda e de obtenção de financiamento. Se um mesmo pedido for dividido entre duas ou mais empresas, todas compartilham o mesmo risco, quer dizer, se uma delas não consegue completar sua cota, o pedido não será atendido dentro do prazo e as conseqüências (multa, cancelamento do pedido) recairão sobre todos. Se um empréstimo for concedido a todos, todos serão devedores solidários, respondendo não apenas por sua cota, mas pelo débito integral.

Evidentemente há vantagens nas vendas em comum. Somando as produções, é possível atender a pedidos que, isoladamente, as empresas não conseguiriam atender. Mas dividir pedidos pode ser também dividir riscos quanto ao pagamento pelo comprador:uma empresa pode ficar em dificuldades se um pedido, que para ela é grande, for cancelado, recusado ou não for pago por qualquer motivo.

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Encontro 4: Formas de associativismo

Além das questões estratégicas, é preciso observar os detalhes dos produtos. Há casos em que não há muito como dividir os pedidos. É o caso de falta de uniformidade nos produtos. Isso pode ocorrer com fabricantes de máquinas, como fornos e fogões, em que os produtos de cada empresa têm características próprias. Também ocorrer com confecções, em que detalhes do acabamento das peças variam de um fabricante para o outro em virtude das características das máquinas que produzem as peças.

Nesses casos, observa-se que as entidades associativas hoje existentes evitam partir o pedido, pois poderia até mesmo haver recusa do comprador, já que as diferenças, ainda que pequenas e supostamente irrelevantes, poderiam ser vistas como defeitos pelo consumidor e quem compra para revender provavelmente não aceitaria a encomenda.

Caso não haja interesse a curto e médio prazo em fazer compras ou vendas em conjunto, mas sim em planejar, negociar e divulgar em conjunto, a melhor estrutura é a das associações.

Se, ao contrário, houver interesse em realizar compras ou vendas em conjunto, a empresa deve considerar a possibilidade de constituir um consórcio com objeto e prazo definidos, ou, no caso de compras ou vendas internacionais, constituir uma empresa comercial exportadora.

Outro ponto a ser considerado é o tamanho das empresas que participarão e a perspectiva de evolução no médio prazo. Se todas forem micro ou pequenas e não houver expectativa de mudança desse quadro no médio prazo, o consórcio SIMPLES, se já aprovada a nova Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, talvez seja a melhor opção. Se esta não for a realidade, então deve-se considerar as opções de constituir uma associação ou um consórcio, com objeto definido e prazo certo, como já exposto antes.

Deve-se ter em vista a realidade atual e suas expectativas para os próximos três, quatro ou cinco anos. As opções não são definitivas e podem ser ajustadas ou modificadas ao longo do tempo. Nada impede que, criada uma associação, daqui a alguns anos seja constituído um consórcio SIMPLES ou mesmo um consórcio nos moldes atuais. Cabe apenas o cuidado de que modificar ou encerrar uma estrutura sem personalidade jurídica (empresa-âncora, consórcio) é mais fácil que uma com personalidade jurídica.

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Encontro 4: Formas de associativismo

ANEXO 3

ACORDO DE CONSTITUIÇÃO DE CONSÓRCIO

Pelo presente Instrumento Particular, as Empresas fulano, beltrano, cicrano, etc., todas doravante designadas, em conjunto, ou separadamente, Consorciadas, têm justo e acordado constituir um Consórcio, que será regido pelas seguintes Cláusulas e Condições:

Cláusula Primeira: Designação do Consórcio, Endereço e Duração.

O presente Consórcio não constitui pessoa jurídica distinta de seus membros e terá a designação de Consórcio, com prazo de duração de ... (cinco anos)..., e sede na Rua ......, número ......, Brasil.

Parágrafo único. As consorciadas podem renovar a duração, sempre por prazo determinado, embora novamente renovável.

Cláusula Segunda: Objeto do Consórcio

O presente Consórcio tem por objeto a comercialização, no mercado externo (se possível, indicar, ainda que de maneira vaga), de xxxxxxxxx produtos e suas partes das empresas consorciadas.

Cláusula Terceira: Administração e Representação do Consórcio

Fulano (empresa definida pelo grupo como sendo a comercial exportadora ou o próprio gerente do consorcio) será o Líder/Gerente do Consórcio e a ela, por este Instrumento, são outorgados os poderes necessários para a administração e representação do Consórcio.

Cláusula Quarta: Obrigações do Líder/Gerente do Consórcio

•Promover as vendas dos produtos das consorciadas, no exterior;•Promover, quando solicitada, pesquisa de mercado, coletando todos os dados possíveis,

para apreciação das consorciadas;•Redigir toda a correspondência;•Assessorar as consorciadas na elaboração de catálogos para exportação;•Desenvolver e manter um site promocional do Consórcio, na Internet;•Determinar, em conjunto com as consorciadas, os canais de distribuição;•Encarregar-se do processo de exportação, com o devido acompanhamento;•Pleitear recursos e financiamentos à exportação, para o Consórcio;•Orientar dirigentes e colaboradores das consorciadas em viagens ao exterior, sempre que

solicitada;•Coordenar a participação das consorciadas, em feiras internacionais;•Recepcionar clientes e representantes comerciais do exterior;•Auxiliar na formação de preços e da política de negócios internacionais;•Prestar consultoria a cada consorciada, de no máximo 8 (oito) horas mensais, para

assuntos que digam respeito aos negócios internacionais;

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Encontro 4: Formas de associativismo

•Dispor de no máximo 3 (três) horas mensais, para serviços de tradução;•Coordenar a participação das consorciadas de missões empresariais ao exterior.

Cláusula Quinta: Obrigações das demais Empresas Consorciadas

•Fornecer informações a respeito de seus produtos, para adequada comercialização no exterior (amostras, catálogos, informações técnicas etc.);

•Transferir, para a líder do Consórcio, todos os contatos internacionais efetuados com clientes e clientes em potencial no exterior;

•Nomear a empresa líder do Consórcio seu Representante Comercial de Exportação;•Adaptar seus produtos às exigências do mercado externo, visando aos aperfeiçoamentos

qualitativos e tecnológicos.

Cláusula Sexta: Aspectos Financeiros e Remuneração

•As consorciadas, financiarão as atividades do Consórcio, em proporção a um valor a ser estabelecido anualmente, com base num orçamento previamente aprovado, denominado Orçamento Custo Base;

•Este Orçamento Custo Base deverá ser aprovado pela totalidade das empresas consorciadas e fará parte, como Anexo, do presente Acordo;

•Fulano (empresa definida pelo grupo como sendo a comercial exportadora ou o próprio gerente do consorcio) movimentará, em conta corrente específica, as receitas e despesas do Consórcio;

•A conta corrente do Consórcio poderá ser auditada a qualquer momento, por qualquer consorciada, ou por auditoria externa contratada;

•Caberá a Fulano (empresa definida pelo grupo como sendo a comercial exportadora ou o próprio gerente do consórcio) uma remuneração percentual sobre o preço de venda dos produtos de cada fabricante consorciada. O valor e as condições serão definidos entre as partes, de acordo com cada negociação específica.

Cláusula Sétima: Forma de Deliberação

•As deliberações que afetarem o interesse comum do Consórcio serão tomadas por maioria de dois terços dos votos, cabendo a cada consorciada um voto;

•Ressalvados os interesses e compromissos assumidos junto ao Consórcio, cada empresa consorciada poderá retirar-se a qualquer tempo do presente Acordo, respeitando um pré-aviso de no mínimo 30 dias;

•A inclusão de nova empresa no Consórcio, somente poderá ocorrer:•Ordinariamente, no início do ano fiscal (1º de Janeiro de cada ano); •Extraordinariamente, no decorrer do ano, em substituição a alguma empresa, que, por

qualquer motivo, venha a desligar-se, ou for desligada do Consórcio.

E, por assim estarem justos e acordados, assinam o presente Instrumento, em 12 vias de igual teor e data.

Local e Data (Seguem as respectivas assinaturas, inclusive com duas testemunhas).

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Fechamento do Curso

Fechamento do curso: Marketing Internacional

Esperamos que ao longo deste curso você tenha conseguido compreender o real papel do marketing no âmbito do mercado internacional.

Você pôde fazer uma reflexão ampla sobre as ferramentas de marketing que a sua empresa pode utilizar para que possa minimizar os riscos de um empreendimento internacional.Ao longo do curso você compreendeu os principais conceitos e elementos estruturais de marketing internacional, assim como as estratégias e ações que podem ser empregadas em sua empresa.

Além disso, tivemos a oportunidade de conhecer as possibilidades de inserção das pequenas empresas em redes de parcerias, como uma forma de racionalização de custos e ganhos em escala, e ainda a contribuição que um plano de marketing bem construído pode oferecer para o sucesso de sua empresa nos mercados além das fronteiras nacionais.

TÓPICO 2: Fechamento do CursoEsperamos, então, que você tenha compreendido um pouco mais sobre os principais conceitos de marketing e esteja apto a elaborar o esboço de um plano de marketing, que certamente o ajudará no direcionamento de sua empresa para o mercado internacional.

Olá!

É bom falar com você novamente!

Você pode compreender neste curso a importância das ações de marketing para o sucesso de sua empresa no mercado externo.

Agora, você sabe que para implementar as ações de marketing internacional primeiro a empresa deve conhecer as necessidades do cliente no exterior e, em seguida, realizar uma análise interna sobre seus processos e produtos e, dessa forma, promover as adaptações, inovações ou mudanças que se fizerem necessários.

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Fechamento do Curso

Parabéns e vamos em frente!

Coletadas essas informações e verificada a viabilidade de se promover os ajustes devidos no produto, inicia-se a elaboração de um plano de marketing específico, contendo a descrição de todas as ações que a empresa empreenderá desde a fabricação até a divulgação do produto no mercado escolhido, de forma coordenada, além da apresentação dos resultados que você pretende alcançar nesse mercado, seja de forma isolada ou em parceria com outras empresas.

Somente depois de cumpridas essas tarefas, então, a sua empresa poderá começar as ações efetivas de exportação de seus produtos.

Bom, espero que você tenha tido a oportunidade de consolidar seus conhecimentos sobre essa importante área de gestão que é o marketing internacional e refletido sobre questões importantes que envolvem decisões fundamentais sobre a forma de atuar em mercados que podem estar muito distantes de nós.

Mas, não se esqueça: mais do que vender o seu produto ou serviço no exterior, você estará vendendo a imagem de sua empresa e também a do Brasil!