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Empresas perdem apoios do POPH à formação profissional Págs. 8 e 9 www.vidaeconomica.pt Nº 1475 / 11 de janeiro de 2013 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa NEWSLETTERS TEMÁTICAS Subscrição Gratuita mailings.vidaeconomica.pt PUB No espaço de quatro a cinco anos, a supressão líquida de funcionários públicos oscilará entre os 70 ou 80 mil, afirma, em entrevista à VE, Hélder Rosalino, secretário de Estado da Administração Pública. Os contratados a termo despedidos terão direito a subsídio de desemprego. No final de 2012 estavam pendentes na CGA mais de 25 mil pedidos de passagem à reforma. Págs. 4 e 5 FISCALIDADE Emissão de fatura também nos pagamentos antecipados Pág. 29 AUTOMÓVEL Diferença no custo dos pneus pode ultrapassar os 80% Págs. 46 e 47 9 720972 000037 01475 PUB PUB Governo reduz 80 mil funcionários nos próximos cinco anos MINISTRO DA ECONOMIA PROMETE SIMPLIFICAÇÃO DOS PROCESSOS Empresas vão ter mais apoios no novo QREN Págs. 6 e 7 PRESIDENTE DA CCLBL Portugal tem vantagens em investir fora da Europa Pág. 18 MERCADOS Caminho aberto para o aumento das comissões bancárias Pág. 42 JORGE MIRANDA Cavaco Silva devia ter promovido acordo entre Governo e PS Pág. 3

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Page 1: Empresas vão ter mais apoios no novo QREN · 2013-05-24 · de funcionários públicos oscilará entre os 70 ou 80 mil, afi rma, em entrevista à VE, Hélder Rosalino, secretário

Empresas perdem apoios do POPH à formação profi ssional

Págs. 8 e 9

www.vidaeconomica.pt

Nº 1475 / 11 de janeiro de 2013 / Semanal / Portugal Continental 2,20 J

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

NEWSLETTERS TEMÁTICASSubscrição Gratuita

mailings.vidaeconomica.pt

PUB

No espaço de quatro a cinco anos, a supressão líquida de funcionários públicos oscilará entre os 70 ou 80 mil, afi rma, em entrevista à VE, Hélder Rosalino, secretário de Estado da Administração Pública. Os contratados a termo

despedidos terão direito a subsídio de desemprego. No fi nal de 2012 estavam pendentes na CGA mais de 25 mil

pedidos de passagem à reforma.Págs. 4 e 5

FISCALIDADE

Emissão de fatura também nos pagamentos antecipados

Pág. 29

AUTOMÓVEL

Diferença no custo dos pneus pode ultrapassar os 80%

Págs. 46 e 47

9 720972 000037

0 1 4 7 5

PUB

PUB

Governo reduz 80 mil funcionários nos próximos cinco anos

MINISTRO DA ECONOMIA PROMETE SIMPLIFICAÇÃO DOS PROCESSOS

Empresas vão ter mais apoios no novo QREN

Págs. 6 e 7

PRESIDENTE DA CCLBL

Portugal tem vantagens em investir fora da Europa

Pág. 18

MERCADOS

Caminho aberto para o aumento das comissões bancárias

Pág. 42

JORGE MIRANDA

Cavaco Silva devia ter promovido acordo

entre Governo e PSPág. 3

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2 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

ABERTURA

Top da semana

LOBO XAVIER

A escolha foi acertada, tendo em conta que Lobo Xavier conhece bem a prática das empresas

nacionais. As críticas que foram tecidas à escolha do Governo para a reforma do IRC não são justas. É sabido queu Lobo Xavier é um excelente técnico e que saberá guardar a necessária independência no cargo que lhe foi atribuído. Não restam quaisquer dúvidas que o IRC tem de ser alterado para que as empresas nacionais se tornem mais competitivas. Só um estudo realista e objetivo é compatível com a atual realidade económica.

VÍTOR GASPAR

O ministro das Finanças já nos habituou a tomar decisões difíceis de entender. E raramente vem

a público explicar essas mesmas decisões. A questão do Banif está, de facto, muito mal explicada. Sendo o encaixe de capital realizado com dinheiros públicos, é dever do Governo explicar o que se pretende com esta operação. Sobretudo, era sabido que o banco estava em dificuldades e, como tal, deveriam ser tomadas medidas de imediato, o que não sucedeu. Até se pode afirmar que a situação é muito diferente daquela do BPN, mas nem por isso o dinheiro deixa de vir dos cidadãos e estes não foram tidos nem achados e todo o processo.

EXPANSIÓN

Air France estuda compra da Alitalia

A Air France está a estudar a compra da Alitalia até ao próximo verão. A companhia francesa já possui 25% da Alitalia, mas muitos políticos italianos estão contra esta eventual aquisição. Mas também há quem esteja de acordo com a operação, até porque a italiana manteve números vermelhos no primeiro semestre.Os defensores da operação afirmam que a integração internacional é necessária para assegurar o futuro da empresa. Aliás, se tivesse havido uma aliança há cinco anos, possivelmente a Alitalia estaria hoje em melhor situação. Os partidários do não consideram que se trata de um negócio em que a soberania nacional é colocada em causa.

LES ECHOS

Zona Euro atenua contração

Para a Zona Euro, falar de saída da crise ainda será prematuro, mas começam a surgir sinais de uma luz ao fundo do túnel no que toca a um retorno ao crescimento. De facto, a contração da atividade abrandou em dezembro, em grande medida devido ao bom desempenho da Alemanha.

Isto apesar da manutenção da situação de crise em economias como a francesa, a italiana e a espanhola. Os indicadores apontam para que o pior da crise tenha sido ultrapassado, havendo sinais mais concretos de um retorno ao crescimento. Aliás, nalgumas das principais economias foram atingidos os melhores níveis de produção dos últimos meses, o que resulta num aumento da procura interna.

THE WALL STREET

JOURNAL

Eleições legislativas preocupam Europa

As eleições, este ano, em dois dos maiores países da Zona Euro – Alemanha e Itália – colocam dúvidas sobre as políticas na região e complicam a situação no que se refere à manutenção da moeda única.Com a Zona Euro a entrar no seu quarto ano de crise da dívida e a manterem-se os problemas em países como a Espanha ou a Grécia, é necessário muito trabalho para sustentar a economia e garantir a viabilidade do euro. A Europa está suspensa do regresso de Berlusconi à política italiana. A Alemanha vai a votos em setembro e espera-se uma longa campanha eleitoral. A principal questão é saber quem vai ganhar as eleições e menos quais as políticas que serão

ImprensaEM REVISTA

IPDT ........................... Pág. 5

Crise promete não dar tréguas ao turismo nacional

Internacional .......... Pág. 10

FMI reconhece “erro” na avaliação do impacto das medidas de austeridade

Goodlife .................. Pág. 14

Setor das compras coletivas online está em crescimento

Fiscalidade .............. Pág. 30

Finanças determinam estrutura da Direção-Geral do Orçamento

Em Foco .................. Pág. 32

Turim quer reforçar relações económicas com Portugal

Hertz ....................... Pág. 34

Mototurismo atrai mercados estrangeiros de nicho

ARPT-PNP ............... Pág. 35

Norte quer mais 135 mil dormidas de estrangeiros este ano

ARAC ....................... Pág. 38

Rent-a-car é opção para empresas face a produtos financeiros

Boxer ....................... Pág. 46

Diferenças no custo dos pneus podem ultrapassar os 80%

Nesta edição

04 Atualidade

Governo reduz 80 mil funcionários públicos

18 Negócios e Empresas

Portugal tem vantagens em investir fora da Europa

37 Mercados

“Crise não foi gerada pela União Europeia”

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta Araújo, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO [email protected]; PUBLICIDADE LISBOA vidaeconomica.pt; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

13.200

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

Subsídios de férias e Natal em duodécimos dependem da aceitação do trabalhador

AIP aprova prorrogação do prazo de amortização de empréstimos

TERESA [email protected]

A decisão do pagamen-to, neste ano 2013, de metade dos subsídios de férias e Natal em duodéci-mos no setor privado vai ficar na mão dos trabalha-dores, que terão de a ma-nifestar por escrito junto da entidade patronal no prazo de cinco dias a con-tar do início da vigência do diploma.

A maioria parlamentar PSD/CDS aceitou a pro-posta do PS que prevê que os trabalhadores possam afastar esta forma de paga-

mento, sugerida pelo Go-verno, e votou-a favoravel-mente esta quarta-feira na Comissão de Trabalho da Assembleia da Assembleia da República.

“O regime previsto na presente lei pode ser afas-tado por manifestação expressa do trabalhador a exercer no prazo de cinco dias a contar da entra-da em vigor da mesma, aplicando-se nesse caso as cláusulas de instru-mento de regulamentação coletiva de trabalho e de contrato de trabalho que disponham em sentido diferente ou, na sua au-

sência, o previsto nas nor-mas referidas no artigo anterior”, lê-se na propos-ta do PS, a que a “Vida Económica” teve acesso, e que foi aceite pelos parti-dos que sustentam o Go-verno.

Duodécimos nos contratos a termo só com acordo escrito

De acordo com o novo regime, cuja votação final global, já com as altera-ções propostas pelo PS, ocorre esta sexta-feira no Parlamento, o subsídio de

Natal passa a ser pago, se o trabalhador não se opu-ser, da seguinte forma: 50% até 15 de dezembro de 2013 e os restantes 50% em duodécimos ao longo do ano de 2013.

Quanto ao subsídio de férias, e também se não houver oposição expressa do trabalhador, deve ser pago 50% antes do iní-cio do período de férias e os restantes 50% em duodécimos ao longo do presente ano. No caso de gozo interpolado de fé-rias, os primeiros 50% do subsídio devem ser pagos proporcionalmente a cada

período de gozo. No caso dos contratos

de trabalho a termo e dos contratos de trabalho temporário, o pagamento em duodécimos dos sub-sídios de Natal e de férias depende de acordo escrito entre as partes.

O novo regime, salvo acordo escrito em con-trário a celebrar em data posterior à entrada em vi-gor do diploma, prevalece sobre as cláusulas de ins-trumentos de regulamen-tação coletiva de trabalho e de contratos de trabalho que disponham em senti-do diferente.

A AIP considera “muito positiva” a prorrogação do prazo de amortização de empréstimos contraídos ao abrigo das linhas PME Invest.

“Esta medida vai aliviar a pressão de tesouraria do núcleo mais competitivo das PME portuguesas. Não

constituirá, por si só, uma medida que resolverá os problemas de liquidez das empresas, mas atenuará os efeitos das dificuldades de cobrança e das restrições de acesso ao crédito.”

“O acesso ao crédito e o seu custo constituem os principais problema das

empresas. A AIP concen-tra nele o seu esforço e prioridade associativa.”

Recorde-se que, além da prorrogação do prazo de liquidação dos emprés-timos, a AIP tem defen-dido “a implementação urgente de instrumentos de capitalização de em-

presas, a equiparação do fundo de contragarantia mútua a um fundo pú-blico, alterando-se assim a ponderação das operações de crédito garantidas pe-las sociedades de garantia mútua, e o alargamento do período de desalavan-cagem da banca, exigido

pelo acordo de assistência financeira”.

“A conjugação destas medidas permitiria atenu-ar de forma significativa os efeitos de redução de sto-ck de crédito às empresas, actualmente existente, e a consequente asfixia finan-ceira”, conclui.

PEDRO PASSOS COELHO

O primeiro-ministro decidiu agora enveredar por um discurso populista e que

tantas vezes se revela um erro. Ao afirmar que os Portugueses vão ver “luz ao fundo do túnel” corre o risco de estar errado e de perder ainda mais a sua credibilidade. Tanto mais que estas afirmações foram parar à imprensa estrangeira. Não se sabe em que previsões se apoiou Passou Coelho, mas só muito dificilmente tal será uma realidade, tendo em conta o Orçamento do Estado que foi aprovado.

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“O Presidente da República de-via ter seguido a magistratura de influência para obter um acordo entre o Governo e o PS sobre o OE 2013” – disse Jorge Miranda, no Clube de Pensadores. O cons-titucionalista referiu que a inter-venção do Presidente deveria ter sido “a montante”, na sequência da apresentação do Orçamento na Assembleia da República. Um acordo entre o Governo e o PS, apoiado pelo Presidente da Re-pública, teria evitado os atuais problemas.

Ainda sobre o pedido de fisca-lização, Jorge Miranda conside-rou que a fiscalização preventiva teria sido preferível à fiscalização sucessiva. Este especialista em Direito Constitucional admitiu também que o Presidente da Re-pública tenha informação sobre o Orçamento que não é conhecida e que justifique as opções toma-das.

Jorge Miranda disse também que o OE 2013 devia ter sido apresentado mais cedo, possibi-litando a sua aprovação a 30 de Novembro.

“Espero que o Tribunal Cons-titucional decida sobre o pedido de fiscalização ainda em janeiro” – referiu Jorge Miranda.

Expressão de Estado social

foi criada por Marcelo

Caetano

Na sua intervenção no Clube de Pensadores, Jorge Miranda traçou uma retrospetiva das prin-cipais tendências do direito cons-titucional.

Na Alemanha, a Constituição de Weimar representou uma so-lução de compromisso e teve influência sobre várias constitui-ções, incluindo a Constituição portuguesa de 1933. O Estado passou a ter intervenção social e a regular a actividade económica.

Foi assim que surgiu em Por-tugal a primeira manifestação do Estado social, representando um grande progresso face à situação anterior.

Marcelo Caetano desenvolveu o conceito e utilizava a desig-nação de Estado social. “É por esse motivo que a Constituição de 1976 não fala de Estado so-cial” – explicou Jorge Miranda. Mas a Constituição inclui um “grande catálogo de direitos so-ciais”, com o Serviço Nacional

de Saúde, a Segurança Social e o acesso ao Ensino. Como exem-plo, Jorge Miranda referiu que em 1974 havia entre 30 e 40 mil estudantes no Ensino Superior, enquanto agora temos 10 vezes mais.

“É um facto que há problemas com o Estado social e não é no nosso país. Já se fala no Estado pós-social com a novas reali-dade dos países asiáticos e em particular da China, com níveis de protecção muito inferiores” – afirmou. Com a expansão das trocas comerciais há um novo fe-nómeno de dumping social que vai matando a economia dos paí-ses ocidentais.

Tendo em conta que a crise económica e financeira de 2008 está longe de ser vencida, Jorge

Miranda admite que os direitos sociais dependem cada vez mais da economia do possível.

“Não há alternativa ao Estado social” – garantiu Jorge Miranda. O caminho alternativo seria um regime marxista-leninista com os resultados a que conduziu nos países onde foi aplicado, ou um regime autoritário de direita, o que seria o retorno a um novo salazarismo, agora com um rosto mais humano.

Para defender o sistema actual há que fazer uma grande racio-nalização dos escassos recursos disponíveis.

Pensões só acima dos 65 anos

Joaquim Jorge disse que nin-

guém deveria receber pensões antes do completar os 65 anos,como forma de equilibrar as fi-nanças da Segurança Social eque também não deveria ser permitido a acumulação de pen-sões, com igual fim. Referiu quese sente enganado por um Esta-do que o iludiu e que no futuronão terá a reforma que pensou um dia vir a ter e para a qualcontribuiu. Referiu que o cálcu-lo da pensão deveria ter em con-ta o que efetivamente cada um descontou, devendo ser criada uma comissão que fizesse umaavaliação da situação, poupandomilhões aos cofres da Segurança Social.

Jorge Miranda afirmou-se ge-nericamente de acordo com estas ideias.

Cobrança coerciva supera 1,2 mil milhões de eurosA Autoridade Tributária anunciou que os cofres do Estado receberam 1228 milhões de euros,no ano, através da cobrança coerciva. O que se traduziu em mais 11,7% do que o objetivo de-finido para o ano passado. “Este resultado demonstra a crescente eficácia e a capacidade da ATna cobrança coerciva de dívidas fiscais, fruto da modernização e das recentes reformas operadas na administração fiscal. Houve um ganho de eficiência da AT, tanto ao nível da recuperação das dívidas como no combate ao incumprimento fiscal”, refere a entidade em comunicado.

ATUALIDADE

JORGE MIRANDA NO CLUBE DE PENSADORES

Cavaco Silva devia ter promovido acordo entre o Governo e o PS

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 3

Jorge Miranda afirmou que um acordo entre Governo e Oposição teria resolvido muitos problemas.

Com a expansão das trocas comerciais há um novo fenómeno de dumping social que vai matando a economia dos países ocidentais

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TERESA [email protected]

Vida Económica - O número de funcionários públicos era de 614 mil em 2011, sendo esti-mativa do Ministério das Finan-

ças que, em dezembro de 2014, seja de 574 mil. Quantos sairão por via da reforma e quantos se-rão efetivamente despedidos?

Hélder Rosalino - Entre 2011 e 2012, o conjunto das adminis-trações públicas deverá registar uma redução próxima dos 35 mil trabalhadores (só em 2011 foi registada uma redução de 18,5 mil), sendo de esperar que nos próximos dois anos o ritmo se possa vir a manter. Está de fac-to a ocorrer um ajustamento de grande dimensão, que não deverá ficar longe, no espaço de quatro a cinco anos, de uma redução lí-quida na ordem dos 70 ou 80 mil trabalhadores.

A redução tem ocorrido, sobre-tudo, pela via das reformas, em muitos casos antecipadas, con-jugado com um controlo mui-to apertado de novas admissões que, ainda assim, têm acontecido quando verdadeiramente se justi-ficam. Nos próximos anos, as re-formas continuarão a ser o meca-nismo privilegiado para suportar a redução de trabalhadores. No final de 2012 estavam pendentes de decisão na CGA mais de 25 mil pedidos de passagem à refor-ma. Há, portanto, condições de prosseguir com este processo de ajustamento de forma natural e controlada.

Será, paralelamente, feito um

SECRETÁRIO DE ESTADO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ADMITE SUBSÍDIO DE DESEMPREGO NAS RESCISÕES AMIGÁVEIS

Governo reduz 80 mil funcio nos próximos cinco anosNo espaço de quatro a cinco anos, a supressão líquida de funcionários públicos oscilará entre os 70 ou 80 mil. Os contratados a termo despedidos terão direito a subsídio de desemprego. Já para os que saírem por rescisão amigável, “não haverá, à partida”, esse direito, muito embora possa haver “evoluções num futuro próximo”, revela em entrevista à “Vida Económica” Hélder Rosalino, secretário de Estadado da Administração Pública.

“Nos próximos anos, as reformas continuarão a ser o mecanismo privilegiado para suportar a redução de trabalhadores. No final de 2012 estavam pendentes na CGA mais de 25 mil pedidos de passagem à reforma”, revelou Hélder Rosalino à “Vida Económica”.

BNP Paribas considerado o “Banco do Ano de 2012” O BNP Paribas acaba de ser considerado o “Banco do Ano de 2012”, distinção da International Financing Review (IFR), uma publicação líder no setor financeiro da propriedade de Thomson Reuters. Os prémios IFR são uma referência da indústria ao nível global e a categoria “Banco do Ano” é o mais importante dos pré-mios concedidos.

AIP apoia nomeação de Lobo XavierA AIP apoia a nomeação de António Lobo Xavier para presidir à co-missão de reforma do IRC. Havendo uma necessidade premente de relançar o investimento produtivo e criar condições para melhorar a sua atratividade, a AIP “reconhece competência e capacidade técnica neste fiscalista, para propor uma reforma fiscal do IRC adequada às necessidades da economia e do tecido empresarial”.

ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

“No Relatório do OE2013 está previsto que a redução de trabalhadores implique uma redução da despesa na ordem dos 0,2% do PIB, o que representa cerca de 330 milhões de euros”

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nários públicos

esforço para reduzir o elevado con-tingente de contratados a prazo. Passará a estar também disponível o mecanismo das rescisões por mú-tuo acordo e o quadro da mobili-dade especial terá igualmente que ser melhorado em 2013, do ponto de vista da sua utilização e gestão e também enquanto mecanismo de requalificação de trabalhadores.

VE - Nas rescisões amigá-veis, em vigor desde de 1 de janeiro, os montantes indemni-zatórios são os mínimos da lei ou o Estado pode vir a pagar mais nalguns casos?

HR - Recordo que esta solução estava por regulamentar há vários anos. A minha expectativa é a de que passe a ser um importante mecanismo ao serviço da gestão de recursos humanos no quadro das administrações públicas. Nos termos da Lei que entrou em vi-gor no dia 1 de janeiro, a compen-sação no âmbito dos acordos de cessação corresponde no máximo a 20 dias de remuneração base por cada ano completo de antiguida-de, sendo que o montante global não pode ser superior a 100 vezes a Retribuição Mínima Mensal Garantida, ou seja, 48.500 euros. Ficou, no entanto, prevista a pos-sibilidade de desenvolver progra-mas setoriais de rescisão, em que a compensação a atribuir poderá ser diferente da regra geral, sendo definida caso a caso. Nestes casos,

as regras e os montantes indemni-zatórios poderão ser efetivamente diferentes, sendo definidos em função dos objetivos que se pre-tendam alcançar para cada situa-ção em concreto.

VE - Espera boa recetividade às rescisões amigáveis?

HR - A utilização em gran-de escala das rescisões por mú-tuo acordo dependerá sempre da capacidade financeira que o Estado tiver para financiar pro-gramas com esse objetivo e das realidades concretas a que se venham a dirigir. Para já, nada está previsto a esse propósito, até porque o Governo está ainda a desenvolver uma reflexão inter-na sobre as funções do Estado e sobre a própria organização das administrações públicas. Julgo, independentemente disso, que as rescisões poderão vir a ser uti-lizadas regularmente para resol-ver situações específicas de cada organismo.

VE - Que impacto financeiro vai ter esta redução de funcio-nários públicos?

HR - A redução de funcioná-rios públicos é importante para o ajustamento das contas públicas. No Relatório do OE para 2013 está previsto que a redução de tra-balhadores, no mínimo de 2%, implique uma redução da despesa na ordem dos 0,2% do PIB, o que

representa cerca de 330 milhões de euros. Esta é, porém, uma esti-mativa que poderá ser considerada um pouco conservadora. Não está prevista no OE qualquer verba es-pecífica para o pagamento de in-demnizações.

VE - Os funcionários públi-cos que saírem terão direito a subsídio de desemprego?

HR - Todos os trabalhadores com contrato a termo resoluti-vo estão inscritos na Segurança Social, pelo que terão acesso às prestações sociais em condições de igualdade com os demais tra-balhadores quando os respetivos contratos cessarem, incluindo ao subsídio de desemprego. Nos ca-sos de rescisões por mútuo acor-do não haverá, à partida, pos-sibilidade de acesso ao subsídio de desemprego, muito embora essa seja uma matéria que poderá eventualmente vir a ter evoluções num futuro próximo.

VE - O ex-presidente do Ins-tituto Nacional da Adminis-tração (INA), Luís Valadares Tavares, disse numa entrevista recente que “o problema não é de número [de funcionários públicos], é de nível de com-petência”. Como comenta?

HR - Tendo a concordar com a parte em que refere a necessi-dade de reforçar as competências dos funcionários públicos. Essa será uma das nossas apostas para 2013 e 2014, tendo aqui o INA um papel muito importante a desempenhar no quadro das suas novas atribuições. Já não concor-do totalmente com a parte em que parece concluir que não há um problema na dimensão e na estrutura de efetivos da AP. Eu considero que há, pelo menos em parte. O peso dos grupos profis-sionais com menores qualifica-ções é ainda muito elevado face ao atual perfil funcional da AP, pelo que se torna absolutamente necessário proceder a uma reno-vação de quadros, que só poderá ser suportada num processo de redução alargada do número de trabalhadores. Esta transforma-ção terá que ser acompanhada pela melhoria da gestão e pela alteração de processos e proce-

dimentos de trabalho em toda a extensão da Administração.

VE – O ex-presidente do INA também diz que o problema do país não é tanto nos encargos com salários na AP, direta e in-direta, mas nos custos com a aquisição de bens e serviços. Concorda?

HR - Importa recordar que, em 2010, o total da despesa pública as-cendeu a cerca de 88,5 mil milhões de euros (51,2% do PIB). No final de 2012, o valor da despesa públi-ca deverá ficar perto dos 75,8 mil milhões de euros (45,6% do PIB), o que traduz uma redução de cer-ca de 12,7 mil milhões de euros (-14%) em apenas dois anos. Se olharmos para a decomposição da despesa, percebemos que a despesa corrente primária, onde pontificam as prestações sociais, a despesas com pessoal e os consumos intermédios, cairá entre 2010 e 2012 qualquer coisa como oito mil milhões de euros. Neste valor, a redução dos custos com pessoal representa cerca de 4,4 mil milhões de euros. Nunca nenhum Governo fez uma redução tão significativa da despesa em tão pouco tempo.

Com o devido respeito pelo professor Valadares Tavares, tenho que manifestar a minha surpresa pela análise e pelos números que são citados. Na verdade, julgo que há alguns equívocos nesta análise. Desde logo, importa esclarecer que o valor da rubrica dos con-sumos intermédios (aquisições de bens e serviços e muitas outras coisas fundamentais para o fun-cionamento dos serviços públi-cos) ascendeu a 7,7 mil milhões de euros em 2012 (e não a 22 mil milhões, como é referido), o que traduz uma redução face a 2011 na ordem dos 3,5%, estimando-se para 2013 uma nova redução de 3%. Nunca o valor dos consumos intermédios do Estado atingiu um valor tão baixo. O Governo tem vindo a fazer um trabalho de grande profundidade na redução da despesa também a este nível, utilizando, por exemplo, cada vez mais os acordos de quadro na aquisição de bens e serviços, bem como a aquisição centralizada de serviços de informática e de co-municações.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 5

Crise promete não dar tréguas ao turismo nacionalDe acordo com a 41ª edição do Barómetro Academia do Turismo, desenvolvido pelo IPDT – Instituto do Turismo, a crise promete não dar tréguas ao turismo nacional, o que leva mais de metade dos espe-cialistas inquiridos (55,9%) a afirmar que os resultados globais vão piorar em 2013. É o índice de confiança médio mais baixo desde maio de 2010.

Conferência “Avaliação Geral e Tributação do Património”A Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa pro-move em Lisboa, no próximo dia 16 de janeiro, quarta-feira, a partir das 15 h, a conferência “Avaliação Geral e Tributação do Património”. Em discussão estará a Avaliação Geral de Imóveis, as novas medidas de tributação do património e o seu impacto nas autarquias, empresas e contribuintes.

Prioridade: “preparação da reforma das funções do Estado”

“Aumentar a produtividade da Administração Pública e a sua eficiência e orientá-la mais para as necessidades dos cidadãos” é o que faz mais sentido neste momento, afirma o secretário de Estado da Administração Pública. Nesta entrevista à “Vida Económica”, Hélder Rosalino lembra, contudo, que o Estado tem “reforçado o quadro” de vários organismos, com a abertura em 2012, por exemplo, de concursos para recrutar 2000 médicos, 750 enfermeiros e 1000 novos inspetores tributários.Questionado sobre as suas grandes prioridades para os primeiros meses de 2013, o governante garante que “o Governo está muito empenhado em desenvolver os trabalhos associados à preparação da reforma das funções do Estado” e que, por via das responsabilidades governativas que detém, ele próprio estará “muito envolvido nesse processo”. “Essa será, certamente, a minha maior prioridade para os próximos meses e para todo o ano de 2013”, revela o governante. Das questões remuneratórias à organização e duração do tempo de trabalho, à convergência dos regimes de proteção social, à formação e ao recrutamento, é garantido que haverá “desenvolvimentos em diversas frentes”.

QI-pme tem 375 vagas disponíveis

A quarta edição do QI-pmeestá a arrancar e as candidaturas para as empresas já estão abertas.No total são 375 as vagas dispo-níveis para as PME. A iniciativa é 100% financiada.

O projeto apoia empresas quequeiram apostar na qualificação

dos seus recursos humanos. Paraeste efeito, a AIMinho acreditou,enquanto Organismo Intermédio com delegação de competências do POPH, 13 entidades da região Norte, que vão agora, sob coor-denação da associação, apoiar as PME no seu esforço de inovaçãoatravés do desenvolvimento de programas de formação e consul-toria financiados a 100%.

O QI-pme visa a melhoria dos processos de gestão das micro empresas e PME e reforço dascompetências dos seus quadros de trabalhadores, a promoção daformação orientada para o apoioao desenvolvimento organiza-cional e a promoção do desen-volvimento das microempresas e PME, através do desenvolvi-mento de ações que promovam a otimização de metodologias ede processos de modernização e inovação ao nível da gestão.

As empresas podem ser apoia-das nos domínios da Interna-cionalização, Inovação, Marke-ting e na comunicação, Novas tecnologias e na Web, Vendas,relacionamento com o mercado e canais de distribuição, Qua-lificação dos RH, Processos degestão e Competitividade geral da empresa.

São destinatários deste proje-to empresas ambiciosas que te-nham até 100 trabalhadores com sede na zona Norte do país.

As empresas que desejem can-didatar-se ou obter mais informa-ções deverão contactar a equipa do projeto da AIMinho, atravésdo email [email protected] ou do telefone 253 202 500.

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Os incentivos para as empresas vão aumentar 50% no novo QREN – anunciou Álvaro Santos Pereira. Em 2012, foram pagos quatro mil milhões de euros de incentivos, acrescenta o ministro da EconomiaCom mais de metade da dotação do QREN já recebida, o Governo dá agora prioridade à “educação das pessoas” e à “geração de riqueza e emprego sustentáveis”.Mas há quem considere que o setor agrícola continua a ser penalizado.

A fatia de incentivos destinadas às em-presas vai aumentar para 50% do orçamen-to do novo QREN – anunciou Álvaro San-tos Pereira, durante a conferência “Quadro Estratégico Europeu 2014-2020 - Os Fun-dos Comunitários: Passado e Futuro”, que decorreu esta semana em Lisboa.

O ministro da Economia considera que o próximo pacote de fundos europeus vai ser o mais importante de sempre para Por-tugal, justificando o aumento dos incenti-vos e o envolvimento das empresas.

Durante o debate sobre o Quadro estra-tégico Europeu 2014-2020, o ministro da Economia referiu que o ano de 2012 foi o melhor de sempre em termos da execução do QREN, com um total de pagamentos de 4000 milhões de euros.

Novo QREN vai gerar mais riqueza e emprego

O primeiro-ministro considerou, no mesmo encontro, que o Quadro Estratégi-co Europeu 2014-2020 será determinante para a recuperação da economia nacional. O investimento será uma das componentes fundamentais para que a economia portu-guesa alcance nos próximos anos uma taxa de crescimento superior à média verificada nos últimos 12 anos.

“O novo QREN será colocado ao ser-viço das pessoas, apostando na formação e educação”, sendo nesta matéria impor-tante garantir “a consolidação ao nível da formação dual e da formação avançada”, afirmou Passos Coelho.

Ao encerrar a conferência sobre fundos comunitários, promovida pelo Gover-no, Passos Coelho afirmou que o “novo

QREN será dedicado à geração de riqueza e emprego sustentáveis”.

Para o primeiro-ministro “a qualificação dos portugueses é um dos melhores ativos estratégicos que dispomos”.

Execução do QREN acima da média europeia

Portugal já recebeu mais de metade da dotação do Quadro de Referência Estraté-gica Nacional (QREN) para o período de 2007-2013, estando acima da média euro-peia – afirmou Almeida Henriques.

Para o secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regio-nal, que fez a abertura da conferência, os fundos europeus que Portugal vai receber entre 2014 e 2020 “serão o motor da rein-dustrialização, da expansão e internaciona-lização das PME e de uma especialização inteligente de base regional”.

Até ao final de 2012 Portugal já tinha recebido “da Comissão Europeia 51,4% da dotação do QREN”, ou seja, cerca de 11 mil milhões de euros, um valor acima da média da UE a 27 (36,7%).

“Foram injetados pelo QREN na eco-nomia [portuguesa] perto de quatro mil milhões de euros, 900 milhões dos quais só no mês de dezembro”, referiu.

Almeida Henriques afirmou o ano de 2012 terminou sem pagamentos em atra-so às empresas, tendo sido dispensadas as garantias bancárias para facilitar o investi-mento.

Agricultura penalizada com a gestão dos apoios

“Em 27 anos de adesão já tivemos seis programas plurianuais de apoio à agri-cultura com seis designações diferentes e pontos de vista diferentes” – afirmou Ar-

mando Sevinate Pinto. O ex-ministro da Agricultura do Governo de Durão Barroso foi particularmente crítico quanto à gestão dos apoios, tendo apresentado uma das melhores comunicações do evento.

Segundo referiu, a transição entre pro-gramas tem provocado a paralisação e ino-peracionalidade dos incentivos por perío-dos de dois anos. O problema agravou-se entre 2005 e 2009. Durante quatro anos seguidos os incentivos ao investimento na agricultura estiveram paralisados, o que provocou um enorme prejuízo prejuizo ao setor.

Considerou ser indispensável uma pro-gramação atempada. É indesculpável te-mos todo o tempo à frente e não o faze-mos.

Sevinate Pinto defendeu um máximo de soluções de continuidade no que tem funcionado bem, alterando apenas o que a experiência mostra estar errado.

MINISTRO DA ECONOMIA PROMETE SIMPLIFICAÇÃO DOS PROCESSOS

Empresas vão ter mais apoios no novo QREN

Governo cria dois fundos para indemnizações por despedimentoO Governo pretende criar dois fundos, alimentados pelas empresas, para garantir as indemni-zações por despedimento. O Fundo de Compensação do Trabalho vai obrigar a um desconto de 0,8% da retribuição base de todos os trabalhadores. O Fundo de Garantia de Compensa-ção do Trabalho implica a transferência de 0,2% das remunerações base e diuturnidades dos funcionários.

Exportações para a União Europeia baixamAs exportações registaram um abrandamento de 0,1%, no trimestre terminado em novembro passado, segundo o Instituto Nacional de Estatística. Mas as importações tiveram uma quebra mais acentuada, cerca de 3,6%, sendo que a taxa de cobertura se situou em 80,5% e o défice comercial baixou mais de 511 milhões de euros. A AICEP já se mostrou preocupada com o facto de as exportações para os países comunitários terem apresentado uma descida, ainda que para fora da União Europeia se tenha verificado um crescimento.

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

O ministro da Economia considera que o próximo pacote de fundos europeus vai ser o mais importante de sempre para Portugal.

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Em relação à gestão nacional dos pro-gramas, Sevinate Pinto considerou não termos feito mais que “ligar o complicó-metro”. “Não conseguimos levar à prática a simplificação” – disse o ex-ministro da Agricultura, admitindo ser essa a tendên-cia nos países do Sul da Europa.

A carga burocrática nunca teve paralelo com o que se passou nos outros fundos. Defendeu também a simplificação total para as pequenas ações. “A exigência de ga-rantias bancárias está a impedir o avanço da agricultura. Os bancos não concedem garantias ou impõem custos elevadíssi-mos” – lamentou.

Segundo o mesmo responsável, os priva-dos deveriam ter a possibilidade de subs-tituir a comparticipação pública nos casos em que o Orçamento de Estado não con-segue cofinanciar os investimentos.

Não há subsidiodependência nas PME

“Na indústria do calçado o valor total dos incentivos públicos representa apenas 0,4% das exportações” – afirmou Manuel Carlos Silva. O diretor-geral da Apicaps referiu que os incentivos atribuídos ao se-tor equivalem a oito cêntimos por cada par de sapatos num setor que exportou 11 mil milhões de euros.

O dirigente associativo contrariou a ideia de subsidiodependência no que toca às PME.

“A sociedade precisa de instrumento mobilizador e os fundos europeus poderão contrabalançar a austeridade” – referiu.

Para Manuel Carlos Silva, os passivos da economia são a insustentablilidade, os défices externos, os défices de coesão e os défices ambientais.

“Portugal criou nível de vida mas não nível de emprego” - acrescentou.

Segundo referiu, é necessário revalorizar a produtividade do trabalho em todos os elos da cadeia de valor

Manuel Carlos Silva admitiu que missão do Governo é difícil. “As ambições estive-ram sempre à frente dos recursos disponí-veis. Não há caminhos fáceis para quem é responsável” – acrescentou.

A utilização dos fundos estruturais para financiar despesas correntes representa uma deturpação da sua finalidade – disse Maria da Graça Carvalho à “Vida Económica”. A relatora do Programa Horizonte 2020 defende um papel acrescido das empresas nos programas de incentivo à ciência e à inovação e regras de acesso mais simples e mais flexíveis.Sobre a dotação do Programa Horizonte 2020, a deputada acredita que o Conselho Europeu irá aumentar a atual proposta de 70 mil milhões de euros para um valor próximo dos 80 mil milhões, o que representa um acréscimo significativo em relação ao orçamento do 7.º Programa Quadro em vigor até final de 2013.

Vida Económica - Está satisfeita com o andamento do debate sobre o novo Quadro Estratégico para os próximos anos?

Maria da Graça Carvalho - Sim, foi uma reunião muito positiva. Notou-se concordância nas principais ideias quanto ao focar os fundos nos próximos sete anos de 2014 a 2020 na competitividade das empresas em geral e aumentar os incenti-vos nas áreas que contribuem para a cria-ção de riqueza e emprego, no concentrar no que é importante evitando fragmentar os investimentos.

Existe também consenso quanto à neces-sidade de termos programas mais simples com regras menos complexas e mais fáceis de aceder, mais flexíveis, com uma grande prioridade às empresas e às PME.

VE - Quando se propõe aumentar os incentivos para as empresas, trata-se de aumentar a intensidade dos apoios ou antes aumentar o número de empre-sas que são apoiadas?

MGC - É um misto de ambos. Por um lado, devemos ter projetos simples, e fáceis de aceder, através de vales para as PME. Por outro lado, e em paralelo, devemos ter programas de grande dimensão que são es-truturantes e fazem a diferença porque têm a cadeia de valor à volta de eixos importan-tes para Portugal.

Além da prioridade para as empresas, é necessário fazer mais com menos, melho-rando a utilização dos recursos naturais, como é o caso da eficiência energética.

VE - Na sua intervenção fez uma refe-rência à deturpação que considera ser a utilização dos fundos por parte dos orçamentos nacionais. Nas suas pala-vras está uma crítica implícita ao que tem sido feito em Portugal?

MGC - Acho que os fundos europeus não devem substituir as despesas correntes necessárias ao país, como e o caso das des-pesas com a formação. Os fundos devem servir para investimento adicional, devem ter uma perspetiva de longo prazo e não para suprir necessidades imediatas, de cur-to prazo, de dia a dia. Para isso há um or-çamento de Estado.

Por muita dificuldades que existam nos Or-çamentos de Estado, devem-se adequar as insti-

tuições aos recursos públicos que existem e não cair na tentação de utilizar fundos estruturais para substituir as receitas do Estado.

Os fundos estruturais devem ir para pro-jetos inovadores, para formação também, mas não para a formação nacional que deve ser financiada pelo Orçamento de Estado.

VE - Que dotação seria razoável para o Programa Horizonte 2020?

MGC -Seria um valor próximo da pro-posta da Comissão Europeia em torno dos 80 mil milhões de euros. Para man-ter o mesmo nível de 2013 multiplicado por sete anos seriam necessários 77 mil milhões de euros. Um montante próximo dos 77 mil milhões deve ser o valor míni-mo que nós podemos aceitar. Atualmen-te estão a decorrer as negociações entre o Conselho e a Comissão Europeia sobre o orçamento do Horizonte 2020.

VE - Portugal também deve melhorar a captação dos apoios à inovação?

MGC - Portugal deve executar bem o QREN, mas também deve ir buscar mais financiamento a outros programas geridos em Bruxelas, tais como o programa-qua-dro Ciência e Inovação, o programa Life, os programas para o ambiente, o Erasmus, a somar ao financiamento do quadro es-tratégico.

MARIA DA GRAÇA CARVALHO ALERTA

Fundos estruturais não devem financiar despesas correntes

Até ao final de 2012 Portugal já tinha recebido da Comissão Europeia 51,4% da dotação do QREN

“Os fundos europeus não devem substituir as despesas correntes necessárias ao país, como é o caso das despesas com a formação”

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 7

Ordem dos Médicos contesta aumento das taxas moderadorasO bastonário da Ordem dos Advogados, José Manuel Silva, contesta um novo aumento dastaxas moderadoras. Considera que a população já não tem condições para um novo agrava-mento dos preços na Saúde, tendo em conta o aumento dos impostos e a redução dos salá-rios. É sobretudo preocupante a redução do número de urgências e de consultas nos cuidados de saúde primários.

Aprovada portaria para desempregados com mais de 45 anosO Governo aprovou uma portaria que tem como objetivo incentivar a contratação de desem-pregados com mais de 45 anos de idade. É criada a dispensa da totalidade da taxa social única ao longo de um ano. Pedro Mota Soares disse que se trata de uma forma de minorar o proble-ma do desemprego. A isenção está prevista para empresas e para instituições sociais que con-tratem desempregados de longa duração.

“Devemos apostar nas áreas que têm maior eficácia e maior eficiência na sociedade” – defende Maria da Graça Carvalho.

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MARTA ARAÚ[email protected]

Até ao final de 2012 estava prevista a existência, no âmbi-to do POPH, de uma linha de incentivos – medida 3.2 e suas sub-regionais – que se destinava a apoiar a formação profissional para as empresas privadas. Era a única linha específica para o efeito, uma vez que o restante, 95% do total do Fundo Social Europeu (FSE) atribuído para este atual Quadro, fora aplicado na formação da administração pública, centros de formação, entre outros.

Empresários e consultores di-zem que, sem qualquer mensa-gem pública nem medidas pre-ventivas, essa linha foi eliminada, o que coloca em risco os planos de formação que tinham deli-neado para os seus funcionários este ano. “Estávamos a preparar a candidatura e todo o seu pro-cesso já estava completo, ou seja,

tínhamos datas para as formações dos nossos trabalhadores para o ano inteiro de 2013, quando nos apercebemos que essa linha de incentivos tinha desaparecido”, explica à “Vida Económica” Or-lando Cordeiro, proprietário da Piquetassiste.

António Cabrita, diretor-geral da Gorin, empresa de consulto-ria, explica que se apercebeu da situação quando, “já na fase para preenchimento das candidaturas para 2013, começámos a estra-nhar o facto de o concurso não abrir”. No entanto, acrescenta, “não havia nenhuma informação nos sites de utilização que escla-recessem a não abertura do mes-mo”.

Fonte oficial do Ministério da Economia e do Emprego contactada pela “Vida Econó-mica” explica que “o QREN foi alvo de uma reprograma-ção estratégica em meados de 2012, com o ajustamento de

todos os programas operacio-nais no sentido de os ajustar às novas realidades decorrentes do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro e aos novos problemas que entre-tanto emergiram na sociedade portuguesa como é o caso do desemprego jovem”.

Para o efeito, acrescenta, “no POPH, entre outras alterações, foi aprovada uma alteração dos critérios de demarcação entre FSE e FEDER. Assim, a elegi-bilidade dos apoios à formação para a inovação e gestão, en-quadrados no Eixo 3 - Gestão e Aperfeiçoamento Profissional, foi limitada aos projetos apresenta-dos ao abrigo do procedimento concursal lançado pelo Programa a 9 de setembro de 2011, con-centrando-se a elegibilidade desta intervenção, para compromissos futuros, no Programa Operacio-nal Fatores de Competitividade e Programas Operacionais Regio-

QREN REPROGRAMADO PARA COMBATER O DESEMPREGO JOVEM

Empresas perdem apoios à formação profissionalA reprogramação do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) fez desaparecer a única linha de incentivos do Programa Operacional Potencial Humano (POPH) que se destinava a apoiar a formação profissional para as empresas privadas. Empresários queixam-se de falta de informação sobre o desaparecimento dos apoios e asseguram que, sem eles, os planos de formação que tinham traçado para 2013 ficam sem efeito. O Ministério da Economia refere que há outras prioridades, nomeadamente o combate ao desemprego jovem.

“Será difícil financeiramente, sem apoios, avançar com formação para todos. Iremos fazer apenas formação pontual e que diga respeito a temas específicos relacionados, por exemplo, com questões fiscais”

Transportes e ferrovia com lugar de destaque no novo QRENUma das prioridade do próximo quadro comunitário de apoio, que abrangerá o período temporal de 2014-2020, vai ser concluir as redes transeuropeias e de transportes ferroviário em bitola europeia e a con-clusão das redes energéticas entre França e Espanha.

Mais de metade do próximo quadro comunitário será para as empresasO ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, diz que mais de metade do próximo quadro comu-nitário de apoio vai ser canalizado para as empresas. “Quer na parte de formação, quer na parte de sistemas de incentivos fiscais e financeiros, o novo QREN tem um papel fundamental para voltarmos a crescer e para termos o fomento industrial de que necessitamos até 2020”, explica o governante.

ATUALIDADE/QREN

8 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

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do POPH

nais do continente das regiões de convergência”.

Sem a linha de incentivos es-pecífi ca para a formação profi s-sional para as empresas privadas, os empresários asseguram não estar com condições fi nanceiras para avançar. “No ano passado tínhamos recorrido a esta linha do POPH para fazer uma for-mação que conseguiu abranger todos os nossos funcionários.

Queríamos implementar novas formações, aliás já tivemos alguns custos com a sua planifi cação, o que fi cará sem efeito”, refere Car-los Leitão, responsável fi nanceiro da Fruprogress. A empresa conta com cerca de 30 funcionários e em 2013 “será difícil fi nanceira-mente, sem apoios, avançar com formação para todos. Iremos fa-zer apenas formação pontual e que diga respeito a temas especí-

fi cos relacionados, por exemplo, com questões fi scais”, explica o mesmo responsável.

Ainda assim, o Governo rejeita a ideia de que a formação profi s-sional para as empresas privadas deixou de ser uma prioridade. “Esta afi rmação não é correta. Houve uma transferência de elegibilidades do FSE para o FE-DER. Esta tipologia continua a ser elegível, só que não no âm-

bito do FSE e, correspondente-mente do POPH, mas nos PO FC - Compete e PO Regionais”, argumenta fonte ofi cial do Mi-nistério da Economia e do Em-prego.

Ainda assim, do lado dos em-presários e consultores a dúvi-da mantém-se. “A informação ofi cial é que a formação para as empresas passava a ser gerida via QREN Compete. Ora, além de

que desmentiram no QREN essa situação, essa opção apenas é vá-lida para as empresas que se can-didatem também a investimento e apenas é elegível a formação específi ca do projeto”, afi rma An-tónio Cabrita.

Segundo foi possível apurar, existiam, por ano, entre 700 e 800 empresas que se candida-tavam diretamente à medida 3.2do POPH.

ATUALIDADE/QREN

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 9

Critical Software e 8over8 fazem parceria para os PALOPA Critical Software (www.criticalsoftware.com) e a8over8 anunciam que acabaram de estabelecer um acordo de parceria no âmbito do qual vão disponibilizar uma solução, que oferece níveis de rentabi-lidade mais elevados aos clientes envolvidos em grandes projetos de capital intensivo, nos países de língua portuguesa.

A faturação em Portugal desceu 3% em 2012No encerramento de 2012 prevê-se para o conjunto do mercado ibérico de distribuição alimentar um volume de negócios de 99 500 milhões de euros, menos 0,7% do que em 2011, com destaque para a quebra próxima dos 3% em Portugal, conclui o Estudo Sectores Portugal DBK sobre Distribuição Alimentar, divulgado pela Informa D&B.

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Organização:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Vida Económica – Patrícia Flores

E-mail: [email protected]

LISBOA 25 e 26 fevereiro

ENQUADRAMENTO:Os aspetos financeiros encontram-se subjacentes a toda a atividade empresarial. Por tal fato, o conhecimento do impacto das decisões quotidianas sobre os resultados globais da empresa é de extrema importância.

OBJETIVOS:

básicos

todos os elementos com responsabilidades numa empresa.

PROGRAMA:

operacional de cada área da empresa

Formador:

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Inflação estabiliza na Zona EuroA inflação interanual nos países da Zona Euro manteve-se estável nos 2,2%, em dezem-bro, sem alterações relativamente ao mês anterior. A energia apresentou a taxa mais elevada (5,2%), seguindo-se a alimentação, as bebidas alcoólicas e o tabaco (com 3,1%), os serviços (1,8%) e os bens industriais (1,1%), excetuando a energia, de acordo com o Eurostat. Pode-se concluir que o índice de preços ao consumidor, tendo em conta a globalidade do ano, tende para a estabilização nos próximos meses.

Alemanha bate recorde de empregoO dinamismo da economia alemã voltou a ter reflexos no comportamento do seu mercado de trabalho. O país voltou a bater o seu próprio recorde de emprego, no ano passado. Atin-giu um volume de 41,53 milhões de empregados, o que se traduziu em mais 416 mil postos de trabalho, relativamente ao exercício anterior. Assim, 2012 foi o sétimo ano consecutivo em que a Alemanha conseguiu aumentar a taxa de emprego. Desde o início da crise assistiu à criação de 2,66 milhões de postos de trabalho.

FMI reconhece “erro” na avaliação das medidas de austeridade

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reconheceu que foi cometido um erro no momento de recomen-dar cortes aos governos europeus. O fundo terá errado na avaliação do impacto da austeridade. Quem o afirma é o economista chefe do fun-do, Olivier Blanchard.

Considera que as previsões e as análises não tomaram suficientemen-te em conta o aumento do desem-prego e a quebra na procura interna com a consolidação orçamental. Ou seja, o FMI admite que os seus es-pecialistas se enganaram nos estudos que desenvolveram e que levaram a recomendar medidas de austeridade, já que, no caso da Grécia, o desvio no agravamento da dívida – apesar

dos cortes na despesa – foi maior do que o esperado. Adianta ainda a organização que os prognósticos uti-lizados partiram de multiplicadores orçamentais de 0,5, quando na rea-lidade o valor deveria ser de 1,5, o que significa que o Executivo ao cor-tar um dólar no seu orçamento fez com que a economia real perdesse 1,5 dólares.

No entanto, o economista assu-me que estes resultados não signifi-cam que a consolidação orçamental seja indesejável, na medida em que as economias desenvolvidas devem ajustar os seus orçamentos, tendo em conta que o acréscimo da dívida e os resultados a curto prazo são fatores que devem ser estudados, no caso de

serem aconselhados mais cortes. De notar que estas declarações podem ter implicações bastante profundas. De facto, a posição parece estar a mudar no que toca a medidas de austeridade, o que implicará uma eventual suavização das regras im-postas.

Por outro lado, especialistas há que colocam questões pertinentes. Por exemplo, se o fundo tivesse as-sumido mais cedo estes erros, muito provavelmente Portugal teria sido um dos países sujeitos a medidas de austeridade menos severas. Há mui-tas dúvidas – e receios – que as medi-das que estão em curso possam levar a situações idênticas àquelas que se têm feito sentir na Grécia.

A Comissão Europeia confirmou que não vai pedir mais ajustamentos a Espanha para cumprir o objetivo de défice acordado com Bruxelas para 2012 e 2013, apesar do risco de desvio por parte de algumas comu-nidades autonómicas.

Conclui Bruxelas que a Espanha tem de-senvolvido uma ação eficaz em termos de esforço orçamental, no sentido de corrigir o seu défice excessivo. Mas ficou o aviso que as disposições da Lei de Estabilidade Orçamental – relativas aos mecanismos de alerta prévio e à correção para limitar os desvios dos objetivos orçamentais das re-giões espanholas – têm de ser implemen-tadas de modo mais eficaz. Se assim não for, corre-se o risco de terem lugar novos desvios orçamentais a nível regional. Por outro lado, Bruxelas quer que o Governo espanhol especifique as medidas adicio-nais permanentes para 2014, no âmbito do cumprimento do défice. Ficou por es-clarecer se Bruxelas veria com bons olhos uma eventual flexibilização do objetivo do

défice por parte das comunidades, tendo em conta que foi aceite alargar o prazo de cumprimento do défice.

Espanha não tem de fazer mais ajustamentos este ano

Entrou em vigor o novo regulamen-to europeu que simplifica os regimes de qualidade dos produtos agrícolas, desig-nadamente as denominações de origem e a indicações geográficas protegidas. Os objetivos passam por garantir a sua quali-dade junto dos consumidores e um preço justo para os produtores.

A nova norma disponibiliza aos consu-midores informação sobre as característi-cas dos produtos, protegerá os nomes dos produtos de qualidade face a usos fraudu-lentos e a falsificações e contribuirá para garantir a diversidade da produção agríco-

la. As novidades principais são os procedi-mentos para registar as denominações de origem e as indicações geográficas prote-gidas de forma mais rápidae simplificada e reforça o modelo dos produtos tradicio-nais garantidos. Trata-se de disponibilizar ferramentas que possibilitem melhorar a comunicação sobre a qualidade dos seus produtos junto dos consumidores. Bruxe-las considera que a solidez da produção agrícola europeia assenta na sua diver-sidade, nos conhecimentos técnicos dos agricultores, na terra e nos territórios de produção.

Produtos agrícolas europeus têm novas normas de qualidade

ATUALIDADE/Internacional

10 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

Não é muito comum uma entidade como o Fundo Monetário In-ternacional reconhecer que cometeu erros na avaliação dos impac-tos previstos para as economias intervencionadas.

Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol.

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ATUALIDADE/Opinião

O Presidente da República acarinhou o lançamento do Conselho da Diáspora. Nunca como agora os talentos portugueses espalhados pelo mundo são tão fundamentais para mostrar que há um novo capital de competência estratégica de base nacional. Numa época de crise complexa, esta aposta nestes novos embaixadores é um sinal de confiança na competitividade portuguesa e na capacidade muito concreta de se alterar duma vez por todas o modelo de desenvolvimento económico para o futuro. O futuro de Portugal faz-se com os portugueses e é essa a mensagem central que importa deixar nestes tempos de crise. Por isso o Conselho da Diáspora é um desafio tão importante.

A economia portuguesa está claramente confrontada com um desafio de crescimento efetivo e sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do setor industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma duma “economia interna” de serviços com um caráter reprodutivo limitado, criou a ilusão no final da década de 90 dum “crescimento artificial” baseado num consumo conjuntural manifestamente incapaz de se projetar no futuro.

Portugal precisa efetivamente de potenciar iniciativas como o Conselho da Diáspora, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. A política pública tem que ser clara – há que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos setores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objetivos. Estamos no tempo dessa oportunidade. Definição clara dos “pólos de competitividade” em

que atuar (terão que ser poucos e com impacto claro na economia); seleção, segundo critérios de racionalidade estratégica, das zonas territoriais onde se vai atuar e efetiva mobilização de “redes ativas” de comercialização das competências existentes para captação de “IDE de inovação”.

O investimento direto estrangeiro desempenha neste contexto um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do “IDE de inovação”, associado à captação de empresas e centros de I&D identificados com os setores mais dinâmicos da economia – tecnologias de informação e comunicação, biotecnologia, automóvel e aeronáutica, entre outros. Trata-se duma abordagem distinta, protagonizada por “redes ativas” de atuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas setoriais (empresas líderes, universidades, centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes.

Uma nova economia, capaz de garantir uma economia nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o “IDE de inovação” é vital na atração de competências que induzam uma renovação ativa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efetiva os “centros de competência” para esta abordagem ativa no mercado global – mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial.

TALENTOS PORTUGUESES NO EXTERIOR TÊM PAPEL CENTRAL NA AGENDA DA COMPETITIVIDADE

O fator diáspora

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação

e Competitividade

Empresa portuguesa adota robô-pintorA Flupol é a primeira empresa portuguesa a adotar um sistema de pintura robotizado que usa visão artificial para produzir num robô (manipulador industrial) os movimentos humanos efetu-ados por um operador especializado. Ao poupar os oito anos de formação de um operário especializado, a Flupol vai acelerar internacionalização de unidades de produção para o Brasil.

FCCN organiza jornadas anuais na Universidade de AveiroA Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) realiza, entre os dias 6 e 8 defevereiro, as suas anuais jornadas, que este ano decorrem na Universidade de Aveiro. A Se-gurança, “Cloud” e RCT – Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade são os temas de destaquedurante as apresentações e workshops.

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 11

229 404 025

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O “green marketing” (marketing ecológico) surge associado a uma filosofia de gestão ancorada na responsabilidade social empresarial que se consubstancia na integração voluntária das componentes ambiental e social na gestão estratégica das organizações, incorporando interesses e benefícios para os seus “stakeholders” (colaboradores, clientes, acionistas comunidade, ambiente, …). Esta conceção está além de motivações filantrópicas. Comporta um estímulo económico: a manutenção de resultados financeiros positivos no longo prazo. Perante um mercado tolhido por uma conjuntura macroeconómica decrépita, em que é preciso competir à escala global, a eficiência na utilização dos recursos e na redução de custos, a capacidade de inovação, diferenciação e de adaptação à envolvente externa, a celeridade em antecipar as novas necessidades de consumo e os comportamentos da concorrência fazem a diferença no (in)sucesso das organizações.

O fenómeno das alterações climáticas tem sido notícia nos “media” e presença assídua na agenda internacional, sendo visível o acordar de consciências para as consequências financeiras reais da finitude dos recursos, da incapacidade de renovação dos sistemas naturais que pode implicar a reconversão de atividades com impactes na cadeia de valor a montante e a jusante.

O Green Marketing atua numa tripla perspetiva: (i) internaliza os problemas ambientais enquanto fatores de risco do core business e que importa mitigar, eliminar, prevenir ou transformar em oportunidade de negócio, contribuindo também para incrementar o capital reputação da organização; (ii) instiga escolhas de consumo que satisfaçam as necessidades do presente, sem prejudicar a satisfação das necessidades

futuras, minimizando desperdícios e custos; (iii) tira partido da sensibilidade da sociedade às questões ambientais oferecendo produtos que se coadunem com tais sensibilidades e facilitando a entrada em nichos premium, estimulando assim a capacidade inovadora e empreendedora dos colaboradores, o que pode constituir um complemento à motivação e à valorização do maior ativo estratégico das organizações, as pessoas.

Com efeito, esta abordagem implica a adoção dos valores ambientais por toda a organização, tatuando-os na cultura de empresa e a criação de dinâmicas internas desde a separação de embalagens para reciclagem à criação de códigos de conduta ético-ambientais e sistemas de controlo de riscos ambientais, desenvolvimento de parcerias que promovam ações concretas de valorização e defesa dos recursos. Importa pois que este posicionamento verde seja reconhecido pelo mercado de forma credível e que o fidelize.

The Body Shop, marca de cosmética de origem exclusivamente natural, tornou--se num ícone na defesa do planeta, utilizando embalagens biodegradáveis, adotando uma atitude proactiva em campanhas ambientais e diferenciando os seus produtos com a certificação dos mesmos por entidades independentes de prestígio, o que garante qualidade e segurança ao consumidor. Opera num mercado de médios players e de bens idênticos. É a identidade green que lhe confere uma imagem diferenciada e vantagem competitiva. A ameaça à biodiversidade e a falta de água potável afetam a sua matéria-prima, impactando a rentabilidade do seu business e legitimando a quantificação de tais riscos, permitindo avaliá-los e antecipar as suas repercussões nos resultados,

tal como preconiza a Estratégia de Crescimento Europeu 2020. Concretamente, o empurrão legislativo chegou em 2008 com a transposição da diretiva de Responsabilidade Ambiental, que institui o princípio do utilizador-pagador, que obriga ao pagamento por danos ambientais imputáveis à empresa e à necessidade de dispor de seguros ambientais.

Por outro lado, o consumidor do século XXI é cada vez mais exigente, sensível ao ambiente, à reciclagem, tende a procurar informação sobre a pegada ecológica, ou seja, a quantificação do impacto no ecossistema causado pela produção do bem que quer consumir, nomeadamente, emissões de dióxido de carbono e gestão de resíduos. Impõe-se uma restruturação no mix do produto numa visão maximalista, incluindo embalagem, serviços complementares, assistência pré e pós-venda, coadunando-o com o valor verde da marca. A procura por produtos ecológicos ainda é, predominantemente, uma procura de nicho urbano, de rendimento médio alto e qualificações académicas medianas. O seu preço deve refletir a estrutura de custos da empresa sem deixar de ser competitivo e ter em conta o preço psicológico que os seus consumidores estão dispostos a pagar. As estratégias de comunicação produto/marca devem fazer singrar a sua identidade, reputação, comportando uma componente educativa e de responsabilidade ambiental arreigadas, bem como de relato de políticas e indicadores ambientais. A informação ambiental começa também a ser considerada pela banca na decisão de conceder créditos e definição de taxas de juro, juntamente com a financeira. Afinal o Ambiente é um desafio contemporâneo, transversal.

ALUNA DO MESTRADO EM FINANÇASINSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO

TRABALHO E DA EMPRESA

Green marketing

TELMA CATARINA MARTINS GONÇALVESVencedor do Tema Marketing*

VENCEDORES DO 8º CTE

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Empresas de telecomunicações estudam infraestrutura europeiaAs grandes operadoras de telecomunicações estão a estudar a possibilidade de desenvolver uma rede de infraestruturas europeia. O objetivo é permitir a ligação dos mercados nacionais do Continente. As subsidiárias estão com problemas financeiros e defrontam agora a concor-rência de grupos rivais que utilizam as suas redes. Através de uma ampla rede europeia seria possível reduzir custos e avançar com novas soluções tecnológicas.

Zona Euro entra em recessão técnicaA economia da Zona Euro entrou em recessão técnica no terceiro trimestre do ano passado, de acordo com os dados mais recentes do Eurostat. De facto, a região teve um recuo de 0,1%, naquele que foi o segundo trimestre consecutivo de contração. Já no conjunto dos países da União Europeia verificou-se um crescimento de 0,1% do PIB, em igual período. No segun-do trimestre, as duas economias tiveram quedas de 0,2%, sendo que a UE conseguiu evitar entrar em recessão técnica no período em análise.

TERESA [email protected]

“Tudo o que sejam obrigações são aumentos diretos dos cus-tos de contexto das empresas”. E as novas regras de faturação que entraram em vigor em Por-

tugal a 1 de janeiro “não fogem a esta regra”. Com a agravante de que, aqui, “o investimento é considerável, numa altura em que o consumo está a reduzir de dia para dia e as empresas ten-tam sobreviver à crise”, adverte

Nuno Camilo, presidente da Associação de Comerciantes do Porto, em declarações à “Vida Económica”.

Na mesma linha, o presiden-te da Associação Comercial do Porto diz que o que o “preocupa

PRESIDENTES DA ASSOCIAÇÃO DE COMERCIANTES E DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO PORTO ADVERTEM

“Este não é o caminho para combater a economia paralela”

PUB mais neste momento é a ques-tão do sentimento de cidadania fiscal”. Diz Rui Moreira que “a crise e o agravamento tributário a que as empresas e os cidadãos estão atualmente sujeitos dis-torcem o princípio da confiança e aumentam a tentação de fuga aos impostos e a informalidade na economia”. E essas é que são “as situações mais difíceis de controlar”.

Manter inalterada a taxa de IVA reforçando os mecanismos de controlo

Questionado sobre se as exi-gências impostas pela Adminis-tração Fiscal estão a distorcer o principal objetivo da contabi-lidade que é o de dar uma in-formação clara e objetiva sobre a situação das empresas, Nuno Camilo, presidente da Associa-ção de Comerciantes, não hesi-ta na resposta: “a Administração Fiscal deseja criar mecanismos de fiscalização e de combate à economia paralela, mas este não é o caminho”.

Afirmando que a Associação de Comerciantes do Porto a que presidente até “concorda com a finalidade” das novas regras da faturação impostas às empresas, Nuno Camilo diz, no entanto, que “este método não é eficaz”, pois “muitas empresas ainda não estão preparadas” para esta “re-volução tecnológica”. E dá um exemplo concreto: “uma merce-aria do interior do país não vai conseguir cumprir” a nova lei.

Confrontado com a mesma interrogação, Rui Moreira tam-bém diz “compreender a inten-ção de combate à fraude e eva-são fiscal por parte do Governo e a tentativa de caminhar no sentido de uma mais justa re-partição do esforço fiscal”. Está, porém, “convencido” de que, “no caso da restauração, este tipo de medidas teria sido mais bem aceite e, porventura, mais eficaz em termos de coleta fiscal se se tivesse mantido inalterada a taxa de IVA, reforçando-se os mecanismos de controlo”.

ATUALIDADE

12 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

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Carclasse com vendas de 73 milhões de euros

A Carclasse registou em 2012 uma fa-turação global de cerca de 73 milhões de euros, uma descida a rondar os 6% em re-lação a 2011 e que se explica pela difícil conjuntura económica em geral e do setor automóvel em particular.

No entanto, o número de vendas no ano passado subiu em relação ao período homó-logo, crescendo de 1801 para 1868 viaturas.

A unidade de Lisboa da Carclasse con-tinuou em 2012 o bom desempenho que tem vindo a registar, com uma faturação de 21,7 milhões de euros, bem acima dos 17,2 milhões verificados em 2011.

Na área comercial, destaca-se a subida no segmento de automóveis usados, que registou uma variação positiva de 8,9%. Realce ainda para o comportamento no segmento Land Rover, com um acréscimo de vendas na casa dos 223%, fruto das no-vidades introduzidas pela marca.

Serviço pós-venda a crescer

Os números apresentados, “apesar de insatisfatórios, são globalmente aceitáveis, quando comparados com a performance do sector automóvel no seu todo e o pró-prio desempenho da Mercedes-Benz em particular”, considera Joaquim Monteiro, diretor-geral da Carclasse.

O serviço de após-venda, uma das gran-des apostas da Carclasse, apresentou um crescimento de 12,6% em relação ao ano anterior.

Preponderante neste resultado foi a performance das oficinas de Lisboa, com um incremento de faturação na ordem dos 2,6 milhões de euros, enquanto na região do Minho, outra zona de forte implantação da Carclasse, os resultados mantiveram-se genericamente inaltera-dos.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 13

RESPOSTAEm 2013 mantêm-se os apoios à contratação existentes em 2012, mas também foram criados novos apoios:A - medida Estímulo 2012;B - isenção total ou parcial da TSU;C - reembolso da TSU no âmbito do programa Impulso Jovem;D - reembolso da TSU na contratação de desempregados com idade igual ou superior a 45 anos (novo);E - reembolso da TSU no âmbito da medida de Apoio à Contratação de Trabalhadores por Empresas Startups (novo).A medida Estímulo 2012 (A) consiste num apoio às empresas que celebrem contratos de trabalho a tempo completo, de duração não inferior a 6 meses, com desempregados inscritos nos Centros de Emprego há pelo menos 6 meses e que proporcionem formação profissional ao trabalhador contratado.O apoio corresponde a 50% da retribuição mensal paga ao trabalhador, até ao limite de 419,22J por mês, pelo período máximo de 6 meses. Há uma majoração de 10% no caso de:celebração de contrato de trabalho sem termo; celebração de contrato de trabalho com desempregados: beneficiários do RSI; com idade igual ou inferior a 25 anos; pessoas com deficiência e incapacidade; mulheres com um nível de habilitações inferior ao 3.º ciclo do ensino básico; inscritos há pelo menos 12 meses consecutivos.A isenção do pagamento de TSU (B), na parte que respeita à entidade empregadora, é atribuída nas seguintes situações:Contratação por tempo indeterminado de: Jovens à procura do 1.º emprego;Desempregados de longa duração;Pessoa que esteja presa em regime aberto,Adesão à medida de rotação emprego-formação: esta medida contempla a formação contínua dos trabalhadores da entidade empregadora e, enquanto se encontram em formação, a sua substituição por desempregados, permitindo-lhes, deste modo, uma experiência profissional no desempenho

das funções dos trabalhadores em formação.No âmbito do Impulso Jovem (C), poderá usufruir do reembolso da TSU paga pelo empregador quando celebre contrato trabalho a tempo completo com jovens entre os 18 e os 30 anos, inscritos como desempregados há pelo menos 12 meses.O reembolso não pode exceder 175 J mensais, nem 18 meses de duração do apoio, e corresponde a: 100% do valor da TSU, se o contrato de trabalho for sem termo;75% do valor da TSU, se o contrato de trabalho for a termo certo.O contrato de trabalho é celebrado sem termo ou a termo certo, pelo período mínimo de 18 meses. No caso de contratação de desempregados com 45 ou mais anos (D), inscritos no Centro de Emprego há pelo menos 6 meses, o reembolso é de 100% (contrato sem termo) ou de 75% (contrato a termo) e tem como limite máximo 200 J mensais e 18 meses de duração, devendo o contrato de trabalho ter a duração mínima de 6 meses.Para as Startups (E), empresas com menos de 18 meses de atividade, capital social superior a 1000 J e menos de 20 funcionários, deverá ser celebrado contrato de trabalho, no mínimo, por 18 meses, devendo o trabalhador possuir qualificação mínima de nível III. O reembolso é de: 100%, até 300 J mensais, para contratos sem termo com desempregado inscrito há pelo menos 4 meses;75%, até 225 J mensais, para contratos a termo com desempregado inscrito há pelo menos 4 meses;50%, até 175 J mensais, para contratos sem termo com desempregado inscrito há menos de 4 meses ou outro trabalhador cujo contrato anterior noutra empresa não era sem termo. [email protected] 348 500

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

Apoios à contratação em 2013

Poderei obter algum apoio na contratação de duas pessoas a tempo completo?

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Um ano rico em prémios para a Quinta do MontalvoO vinho Cepa Pura Aragonez Reserva 2011 foi premiado com uma Medalha de Prata no Estoril Organic Wines Contest 2012. Este foi o primeiro concurso de carácter internacional, exclusivo para vinhos BIO, realizado em Portugal. Partici-param 203 vinhos e foram atribuídas somente sete medalhas (uma em ouro e seis de prata).

NEGÓCIOS E EMPRESAS

CIT com mais 19 aviões A350 XWB na frota

O CIT Group Inc., um dos líderes mundiais de financiamento para transportes, assinou um contrato de confirmação de encomenda de 10 A350-900. O A350 XWB, cuja entrada em serviço está prevista para 2014, tem agora 572 encomendas firmes, de 34 clientes.

O setor das compras coletivas online tem evoluído de forma positiva em Portugal, cor-respondendo cada vez mais às expetativas e necessidades dos clientes. Comprar bens e ex-periências é agora mais barato, mas o cenário está cada vez mais competitivo e desafiante. A Goodlife, empresa especializada em solu-ções de descontos, quer garantir uma posição sólida nesta área, pelo que disponibiliza um serviço global nos descontos. Também quer avançar para a internacionalização, como ex-plicou à “Vida Económica” Gonçalo Sousa Uva, responsável da Goodlife.

Acredita que existe espaço para crescer e que os portugueses valorizam cada vez mais as compras inteligentes, o mesmo produto/experiência a um preço mais reduzido. Como mercado que cresceu muito rapidamente, está-se numa fase em que se começam a des-tacar os projetos com futuro. “Os agentes de mercado estão a desenvolver esforços para que o consumidor entre com confiança no mundo das compras online. O universo de consumidores que ainda não compra online é grande e esse será o grande desafio do mo-mento. A Goodlife trabalha para que o con-sumidor tenha a capacidade de distinguir o tipo de site e decida comprar apenas naqueles que são capazes de lhe transmitir a necessária segurança. Integramos a Associação de Em-presas Portuguesas de Compras Coletivas e estamos a desenvolver iniciativas muito inte-ressantes ao nível de customer care, de parti-lha de informação sobre fornecedores incum-pridores, denúncias de reclamações nos sites, desenvolvimento de um selo de qualidade, entre outras.”

Nos planos da Goodlife está a internacio-nalização, três anos apenas após a sua criação. “A empresa tem como sócios os fundadores do jornal Destak, que tem presença em Por-tugal e no Brasil. No nosso negócio específi-co, toda a experiência acumulada em termos de e-commerce e de marketing digital per-mite-nos estar no ponto ideal para exportar. Ainda estamos, no plano interno, a reforçar a nossa posição competitiva. Adquirimos a

base de dados de um player de menor dimen-são, a Plubee, e assinámos uma parceria para gerir, a partir deste ano, o negócio da Planeo, detida pela Media Capital.”

Produtos e experiências a preços mais acessíveis

Ao nível do consumidor, todos os dias es-tão disponíveis mais de 40 ofertas, em que os clientes Goodlife podem ter acesso a pro-dutos/experiências a um preço mais acessível do que o normal. “O processo de compra é bastante simples e intuitivo, basta escolher o produto, comprar online, receber o vou-cher no mail e ligar para o parceiro e marcar a experiência. De forma totalmente segura, o cliente compra online de forma rápida e simples, tendo o controlo total de todos os passos.”

Os descontos podem ir até aos 90%, sen-do que todas as ofertas são segmentadas por regiões geográficas. A oferta é diversificada e abrange setores como a estética, a restaura-ção, atividades de lazer, hotelaria, serviços e outros. “A Goodlife, como empresa nacional, também pretende dinamizar a economia lo-cal. Os seus parceiros ganham não só visibi-lidade, mas também aumentam os respetivos volumes de negócios com as promoções. Te-mos diversos parceiros em que a Goodlife é o principal canal de captação de novos clientes e tem um papel estratégico na fidelização dos clientes.”

Para além do seu negócio de venda de descontos no modelo de compra coletiva diretamente ao consumidor final, a empresa desenvolve ainda livros de descontos, cartões de fidelidade, websites fechados para clientes, isto, disponibiliza um serviço global na área dos descontos.

GOODLIFE QUER PARTIR PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO

Setor das compras coletivas online está em crescimento

Os descontos nas compras online podem ir até aos 90%

Novo produtor do Douro lança vinhos “gourmet”

A Quinta das Ameias, o mais recente pro-dutor de vinhos da região vitivinícola do Douro, acaba de lançar no mercado os vi-nhos “Quinta das Ameias Tinto Colheita 2011” e “Quinta das Ameias Branco Reserva 2011”.

Segundo as responsáveis pelo projeto, as ir-mãs Margarida Viana Brito e Cármen Viana Mendes, os néctares da Quinta das Ameias, si-

tuada em Folgosa do Douro, no coração da Re-gião Demarcada do Douro, são vinhos de alta qualidade, com características “gourmet” e que se destinam a apreciadores exigentes de vinhos daquela região.

“Estamos empenhadas em potenciar os recur-sos vinícolas da quinta e do seu terroir e tirar partido da qualidade das suas uvas, classificadas com a letra A, para produzir vinhos de referên-

cia”, afirma Margarida Viana Brito.O reforço da oferta vai acontecer já este ano,

com o lançamento de um lote de vinho rosé, previsto para o mês de maio.

“A nossa estratégia de crescimento passa por, nos próximos três anos, consolidar a coloca-ção dos vinhos da Quinta das Ameias em lojas ‘gourmet” e nos melhores restaurantes do norte do país”, revela Cármen Viana Mendes.

14 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

Gonçalo Sousa Uva diz que este é o momento em que se dão a conhecer aquelas empresas que têm projetos válidos para o futuro.

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A NERSANT – Associação Empresarial da Região de San-tarém viu deferida a candidatura que apresentou à DGERT para a certifi cação dos seus serviços for-mativos. No total, foram 16 as áreas temáticas certifi cadas.

A DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, serviço central da ad-ministração direta do Estado que tem por missão apoiar a conceção das políticas relativas ao empre-go, formação e certifi cação pro-fi ssional, atribuiu à NERSANT no passado dia 17 de dezembro a certifi cação dos seus serviços de

formação.“A atribuição da certifi cação é o

reconhecimento global da capaci-dade desta associação prestar ser-viços de formação de qualidade, bem como um reconhecimento formal externo de que a NER-SANT detém competências, meios e recursos adequados para desenvolver atividades formati-vas”, lembrou António Campos, presidente da Comissão Executi-va da NERSANT.

Desenvolvimento pessoal, For-mação de professores e formado-res de áreas tecnológicas, Línguas e literaturas estrangeiras, Comér-

cio, Contabilidade e fi scalidade, Gestão e administração, Secreta-riado e trabalho administrativo,Enquadramento na organização/empresa, Ciências informáticas, Indústrias alimentares, Materiais(indústrias da madeira, cortiça,papel, plástico, vidro e outros),Construção civil e engenhariacivil, Saúde, Serviços de apoio acrianças e jovens, Trabalho social e orientação e Segurança e hi-giene no trabalho são as áreas deformação da NERSANT certifi -cadas pela DGERT, o que permi-te abranger um leque muito vasto de ações de formação.

NERSANT certifi cada para a prestaçãode serviços de formação

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 15

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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PackTurismo agrícolaNas próximas semanas e

meses, a consultora agrónoma “Espaço Visual”, de que sou CEO, vai organizar algumas viagens “de estudo”, em Portugal e no estrangeiro. Dito assim, parece que mudámos de agulha e transformámo-nos numa agência de viagens.

Puro engano. Estamos e estaremos na agricultura, sempre a apoiar os agricultores e os jovens agricultores, os que já estão há muito tempo no negócio e os que querem mudar de vida e entrar num negócio difícil mas com futuro.

E é esse futuro que queremos ajudar a preparar. Para isso, há que ser inventivo e não estar à espera que tudo nos caia no colo. Os empresários portugueses têm de ganhar a batalha da competitividade, é certo. Mas para isso há uma condição essencial: ganhar competências.

É aqui que nós entramos. Estamos a preparar uma série de iniciativas que possibilitam aos empresários agrícolas, aos jovens agricultores, irem conhecer novas realidades agrícolas, novas produções, novas empresas. Aqui e lá fora.

Ganhar contactos, assimilar novas técnicas, novos processos de produção, outros instrumentos de marketing, é aquilo que vamos propor aos nossos clientes e aos potenciais clientes. Os destinos serão diversos e a componente prática, do terreno, estará bem presente.

Temos o know-how decisivo para considerar que este conceito que estamos a lançar irá ajudar muito os novos negócios que estão a surgir na agricultura portuguesa. Vamos chamar-lhe “turismo agrícola”. Nas próximas semanas serão fornecidas mais informações.

JOSÉ MARTINOengenheiro agrónomoJosemartino.blogspot.com

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Foi esta semana publicado em Diário da República o Decreto-Lei 2/2013, de 9 de Janeiro, que reduz para 30 dias os prazos de pagamento aos produtores e fornecedores no setor alimentar. O diploma abre, contudo, a porta a prazos superiores, por autorregulação, anulando o efeito prático da lei.

TERESA [email protected]

“Podem ser estabelecidos pra-zos de pagamento superiores aos previstos no presente decreto--lei, desde que tal possibilidade resulte do disposto em instru-mento de autorregulação que

envolva as estruturas represen-tativas dos intervenientes, de-signadamente da distribuição, da indústria e da produção, nos termos definidos no regime ju-rídico aplicável às práticas indi-viduais restritivas do comércio”, lê-se no artigo 6º-A da lei aca-bada de publicar, cujo teor fora aprovado na reunião de Conse-lho de Ministros de 29 de no-vembro de 2012.

Uma disposição considerada por vários operadores, nomea-damente os ligados à produção e indústria alimentar, como po-dendo anular o efeito prático da obrigatoriedade de as transações comerciais passarem a ter de ser liquidadas, “imperativamente, até 30 dias após a efetiva entre-ga dos bens e da respetiva fatura ao adquirente”. Para mais, “sa-bendo-se da posição dominan-te e do peso negocial do setor da distribuição em Portugal”, como disse à “Vida Económica” um representante da indústria alimentar.

A obrigatoriedade de paga-mento das faturas a 30 dias, que

decorre do diálogo encetado a partir a criação da Plataforma de Acompanhamento das Re-lações na Cadeia Agroalimen-tar (PARCA) com a missão de promover a análise das relações entre os setores de produção, transformação e distribuição de produtos agrícolas, “é uma alte-ração relevante”, disse, em em 29 de novembro, após a reunião de Conselho de Ministros, a mi-nistra das Agricultura, Assunção Cristas.

A governante explicava que a medida terá “um impacto mui-to grande” nos fornecedores, já que as micro e pequenas em-presas constituem cerca de 90% dos produtores agroalimentares, debatendo-se em muitos casos com problemas de tesouraria,

pelo que o encurtamento dos prazos para 30 dias vai “trazer com certeza um bom auxílio e estabelecer melhor relação com a indústria e com a distribui-ção”.

O disposto neste diploma

também abrange as relações co-merciais que caraterizam as fases de produção e transformação da fileira do pescado (incluindo a pesca e a aquicultura), bem como as cooperativas durante um prazo de dois anos.

um leque alargado de serviços de apoio aos proprietários

Os proprietários de imóveis estão confrontados com o aumento do IMI, taxas camarárias, os encargos inerentes à sua habitação e as alterações legislativas que regulam os seus direitos e obrigações.

A Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal é uma nova estrutura associativa que lhe proporciona um conjunto único de serviços: gestão de condomínios, aconselhamento jurídico, atualização de rendas, arrendamento de imóveis, obtenção de benefícios fiscais em IMT, IMI, IVA, apoio à conservação de imóveis, assistência técnica.

Ao fazer a sua pré-inscrição na associação pode começar já a beneficiar dos serviços sem qualquer compromisso, tendo a opção de se tornar posteriormente associado, em condições preferenciais, com isenção de joia.

Pode efetuar a sua pré-inscrição por telefone

(tel. 223399492) ou por e-mail [email protected].

Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal

Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 6.º - 4000-263 Porto

Prazos de pagamento no setor alimentar encurtados para 30 dias

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

16 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

Autoregulação permite alargar os prazos e anular efeito da lei

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DORA TRONCÃ[email protected]

A Body Concept, grupo 100% nacional, conta com 100 unida-des em atividade, das quais 20 pertencem ao mercado interna-cional.

O objetivo da marca, em 2012, foi que 50% do total de clínicas Body Concept e Depil Concept estivessem presentes em território externo. O “mas-ter franchise” Portugal investiu meio milhão de euros na inter-nacionalização.

No mercado brasileiro, a ex-pansão de franchising teve início em meados de Junho de 2011 e em pouco tempo abriram várias lojas (sete no total) em vários estados brasileiros. Susana Mar-tins, sócia-fundadora e diretora de marketing do Grupo Body Concept, fala de “resultados po-sitivos, mesmo no que concer-ne ao mercado europeu, tendo em conta as atuais dificuldades de financiamento existentes na Europa, onde conta atualmente com seis lojas abertas”. Ainda em 2012, o grupo abriu lojas na Polónia, na Bielorrússia e Cabo Verde, além de assinar contratos de entrada nos mercados da Re-pública Checa e Eslováquia com o “master” franchisador.

Trio de empresários vencedores

A história do Grupo começou com Susana Martins e uma se-gunda sócia, Teresa Castanheira, que já tinham trabalhado numa outra rede de franchising, ad-quirindo assim o know how de como criar uma rede, quer em Portugal quer no Brasil. Um terceiro sócio juntou-se ao gru-

po, Alexandre Lourenço, antigo colega de Faculdade, oriundo da área comercial automóvel. “Tra-balhei na criação de uma rede de estética em Portugal. Vendi sete unidades com pouca difi-culdade de entrega e o mercado estava muito diferente porque

desde que começaram os ‘reali-ty shows’, com publicidade aos tratamentos, é que aconteceu o boom a todos os níveis dentro da estética, embora os preços dos serviços fossem muito eleva-dos e as pessoas não conseguiam aceder-lhes. Foi assim que ad-quiri o conhecimento de que era um mercado com grande potencial de crescimento e que acabámos por criar o franchise”, conta Susana Martins.

Concorrência fiscal desigual

O grupo disponibiliza três ti-pos de franchise: “Body”, com e sem cabeleireiro (investimento a partir de 45 mil euros), Body Express (a partir de 39 mil eu-ros) e Depil Concept (a partir de cerca de 20 mil euros).

“Começámos agora com os tratamentos médico-estéticos. Abrir estes serviços foi um pro-cesso complexo junto da enti-dade reguladora de saúde. Não sei como é possível a abertura de tantas clínicas de estética em

Portugal, mas creio que a maio-ria presta serviços de forma ile-gal. Por exemplo, as clínicas fa-turam no geral o IVA a 6%, nósfaturamos os atos de estética a23% e os médicos dizem que em lado nenhum o fazem. Para estes tratamentos, quer em produtosquer a nível legal, é necessário um investimento significativo,cerca de 45 mil a 75 mil euros”,afirma Susana Martins.

Serviços a partir de 75 euros

A Body Concept, rede de clí-nicas de estética e cabeleireiro em Portugal, alarga o “concept”de beleza em colaboração coma cirurgiã Mara Fragomeni, es-pecialista em Cirurgia Plástica, Medicina Estética e Medicinaantienvelhecimento.

As clínicas Body Concept pas-saram a disponibilizar um leque alargado de tratamentos e ci-rurgia médico-estética a preçoscompetitivos (a partir de 75 eu-ros) nas mais de 30 clínicas do Grupo, de Norte a Sul do país.

Body Concept atinge as 100 unidades

Alexandre Lourenço, Teresa Castanheira e Susana Martins, os três sócios do Grupo Body Concept, um grupo 100% nacional que investiu em 2012 meio milhão de euros na internacionalização.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 17

Câmara Luso-Alemã convida para a “Cimeira dos Sabores”A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã está a organizar uma missão empresarial com vista à promoção de produtos alimentares portugueses na “Cimeira dos Sabores”, também designada por “Bolsa de Produtos Gourmet”, que se realiza a 15 de abril de 2013 em Bad Kissingen e é uma iniciativa da associação alemã Corpus Culinario, que reúne os comercianteslíderes de produtos gourmet na Alemanha.

EFAPEL e Kaizen Institute aplicam melhoria contínua A EFAPEL está a desenvolver um projeto de melhoria contínua com a colaboração do Kaizen Institute Portugal. Esta é a segunda vez que a empresa de referência no fabrico de produtos para instalações elétricas e calhas para instalações domésticas e industriais colabora com o Kaizen Institute Portugal, depois de uma parceria inicial estabelecida em 2001.

Franchisados têm formação direta

“Começámos no início deste ano com estes tratamentos e temos um franchisado”, explica Susana Martins. Na abertura, os franchisados recebem no geral 15 dias de formação. Reúnem com todas as supervisoras e franchisadas de dois em dois meses e fazem duas reciclagens anuais, direcionadas para esteticistas ou franchisados. A formação ministrada pelo Grupo Body Concept acontece de forma direta, sem intervenção de terceiros. “Tenho conhecimento de redes espanholas que trabalham em parceria com outras entidades na formação para evitar problemas com franchisados, nós, pelo contrário, a nossa aposta/tema no ano passado foi a formação e este ano é a exigência, exigir e conseguir resultados em função disso.”Ao nível dos equipamentos, as clínicas não necessitam de renovação de equipamentos frequente. Segundo Susana Martins, “há clínicas que continuam com os mesmos equipamentos há oito anos. Existe um aperfeiçoamento a nível do design, mas inovação mesmo acontece cada dois anos”.

“Maioria das clínicas de estética em Portugal presta serviços de forma ilegal”

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VIRGILIO [email protected]

Vida Económica - Quais são as oportunidades de investi-mento e de comércio externo para as empresas portuguesas?

Pedro Pinto - É necessário pen-sar em oportunidades de investi-mento e de comércio externo para as empresas portuguesas, não só em termos de setores mas princi-palmente em termos de mercados. Hoje, mais do que nunca, é preci-so diversificar o destino da nossa internacionalização. Se, tradicio-nalmente e até ao início dos anos 2000, os países europeus eram o principal destino do investimen-to e das exportações portuguesas, atualmente tem-se verificado uma inversão deste paradigma e temos apostado também nos mercados extraeuropeus.

Neste contexto, Portugal tem grandes vantagens como a nossa flexibilidade, a nossa diáspora, que funciona como uma base de apoio incomparável e, prin-cipalmente, a língua portuguesa. Destaco esta última característi-ca porque pode funcionar como vantagem para os investimentos extraeuropeus, na medida em que facilita a entrada de Portugal em mercados emergentes e, tam-bém, como uma vantagem para os investimentos europeus. Cada vez mais se verifica que Portugal é beneficiado por se configurar como uma plataforma de ligação entre a Europa e os novos merca-dos emergentes, designadamente as ex-colónias.

Esta realidade parece à primei-ra vista ser prejudicial para as relações Portugal-Europa e, tam-bém, para as relações luso-belga--luxemburguesas, mas na verdade a Europa será sempre o espaço natural de expansão de Portugal. Importa não esquecer que Portu-gal terá tanto mais peso quanto maior for a relevância da Europa no mundo e, por isso, não pode-mos de modo algum desinvestir nestes mercados.

Relativamente aos setores que configuram oportunidades para Portugal, penso que as áreas da ciência, engenharia e tecnologia são as que possibilidades de su-

cesso têm no exterior. São setores conhecidos pela sua qualidade e pelo seu valor acrescentado, que cada vez mais são procuradas quer no espaço europeu quer fora da Europa. Destaco o setor da energia como um setor muito promissor, bem como o das tele-comunicações. Gostaria de des-tacar ainda o setor do turismo, onde Portugal tem um grande potencial e um “know-how” que deve ser capitalizado e internacio-nalizado.

VE - Qual a vantagem para uma empresa, dado o panora-ma atual do País, de beneficiar destas câmaras de comércio?

PP - Saliento os principais ei-xos de ação da CCLBL e que julgamos permitirem acrescentar valor às empresas que a nós se as-sociam.

Em primeiro lugar, sublinho o potencial das nossas ações de networking, que proporcionam a possibilidade de se criarem con-tactos com uma rede de profis-

PEDRO PINTO, PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO LUSO-BELGA-LUXEMBURGUESA, CONSIDERA

Portugal tem vantagens em fora da Europa

FTM apoia investimentos internacionais nos PALOPOs investidores interessados nos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) podem contar, desde dezembro de 2012, com um novo suporte profissional: a FTM Advogados, Associados & Consultores. Fundada por Fernando Tonim e com sede em Maputo, está disponível para acompanhar investimentos estrangeiros nestes países.

Airfree cria modelos exclusivos para segmento de luxo Em ónix e cristais Swarovski. É com estes materiais que a artista plástica Bijal Patel cria modelos exclusivos para a Airfree. A autora desta linha de Estilo para a marca nacional de purificadores do ar trabalha a partir de ateliers em Dubai e Londres, criando modelos de luxo para clientes que valorizam ter uma peça de design.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

18 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

“A língua portuguesa pode funcionar como vantagem para os investimentos extraeuropeus”, afirma Pedro Pinto.

“A Europa será sempre o espaço natural de expansão de Portugal”. No entanto, “importa não esquecer que Portugal terá tanto mais peso quanto maior for a relevância da Europa no mundo e, por isso, não podemos de modo algum desinvestir nestes mercados”, afirma à “Vida Económica” o advogado Pedro Pinto, presidente da Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa (CCLBL).“Ciência, engenharia e tecnologia são as áreas que possibilidades de sucesso têm no exterior”. Pedro Pinto destaca também os setores da energia, das telecomunicações e do turismo “onde Portugal tem um grande potencial e um know-how que deve ser capitalizado e internacionalizado”.

“As áreas da ciência, engenharia e tecnologia são as que possibilidades de sucesso têm no exterior”

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investir

sionais das mais diversas áreas de negócio, a qual permite aos seus membros ampliar esses contac-tos e aumentar a sua visibilidade, sempre numa perspetiva de de-senvolvimento dos seus negócios. Este é um objetivo central e uma vantagem que podemos oferecer aos nossos associados.

Sublinho também a nossa ofer-ta no âmbito das ações comer-ciais, onde desenvolvemos várias atividades e serviços de acompa-nhamento, como a organização e acompanhamento de missões económicas, acompanhamento da presença em Feiras, ou ain-da a prestação de informações e veiculação de possíveis propos-tas de negócio. Este é o eixo que procuramos desenvolver com mais determinação pois é ele que representa o maior impacto que a Câmara pode ter no incentivo das relações comerciais.

A nossa Câmara de Comércio tem desempenhado o seu papel de forma que cremos muito efi-ciente, baseando a sua ação na procura constante de ações que possam aumentar as relações co-merciais luso-belgo-luxembur-guesas. Realço, por exemplo, as parcerias com Câmaras de Co-mércio congéneres nestes países, que proporcionam aos respetivos sócios uma rede mais integrada de contactos e de apoio.

Relações com a Bélgica e o Luxemburgo em ambiente positivo

VE - De que forma se pode potenciar a relação da Bélgica e do Luxemburgo com Portu-gal?

PP - As relações tanto da Bél-gica como do Luxemburgo com Portugal desenvolvem-se num ambiente bastante positivo. Os principais entraves técnicos e bu-

rocráticos às relações comerciais e de investimento entre estes países têm vindo a ser abolidos atra-vés dos progressivos avanços no processo de integração europeu e, atualmente, podemos afirmar que as relações comerciais entre estes países se encontram bastan-te facilitadas.

Considero que o trabalho a fazer se encontra maioritaria-mente do lado de Portugal, pois é urgente que Portugal apos-te numa mudança da perceção do nosso país no estrangeiro. A meu ver, este é o passo que falta dar para se potenciar ainda mais estas relações. É premente que Portugal seja capaz de consoli-dar uma imagem positiva e que enfatize as vantagens ligadas ao nosso país, como, por exemplo, a nossa localização geográfica, a qualificação dos nossos recursos, a flexibilidade e baixo custo da nossa força de trabalho, as po-tencialidades inerentes às nossas infraestruturas e ainda a força da nossa língua.

Devemos ainda divulgar os exemplos de sucesso de empre-sas que foram bem sucedidas em Portugal, bem como os exemplos de empresas portuguesas que são casos de sucesso no estrangeiro.

VE - Que tem feito a Câmara para dinamizar esta relação?

PP - Para dinamizar as relações comerciais entre estes três países a Câmara aposta em vários tipos de atividades que permitem a apro-ximação entre empresas portu-guesas, belgas e luxemburguesas e aposta em ações de apoio co-mercial que permitem às empre-sas destes países terem um acesso mais seguro e esclarecido a estes mercados.

As atividades da Câmara pro-porcionam uma aproximação entre empresas, empresários e mesmo decisores destes três pa-íses de forma muitas vezes infor-mal, o que torna possível o es-tabelecimento de laços pessoais, profissionais e comerciais que dificilmente seriam estabeleci-dos de outra forma. É esta liber-dade, independência e dinâmica que dotam a CCLBL de caracte-rísticas singulares na promoção das relações luso-belgas-luxem-burguesas.

MARC [email protected]

O mercado português será o próximo passo na estratégia de expansão internacional da marca de champanhes DeSousa. Curio-samente, esta possui uma longín-qua origem portuguesa, como explicou à VE João Fonseca, ad-ministrador da empresa de distri-buição Global Satisfaction.

Tendo combatido na I Guerra Mundial em França, Manuel de Sousa, originário do distrito de Braga, regressou no início dos anos 20 àquele país e à região onde combatera – Champagne –, onde tinha feito conhecimentos e amizades. Levando a sua esposa e o filho recém-nascido António, aquele que hoje se designaria por empreendedor faleceu prematu-ramente com 29 anos. E seria o seu filho António quem viria a casar com a proprietária e viti-

cultora de Champagne Zoémie Bonville, tendo deste matrimó-nio nascido a marca de Cham-pagnes DeSousa.

É esta que, pela mão da quarta geração de produtores, chega ago-ra a Portugal, com a introdução das referências Zoémie De Sousa, Cuvée des Caudalies Grand Cru, Brut Réserve Grand Cru 100% Chardonnay e Cuvée 3A Grand Cru, selecionadas a partir de um conjunto de 12 referências. Os preços médios de venda rondam os 32,5 e 49,5 euros PVP, sendo que as vendas são feitas ‘online’.

Segundo João Ferreira, o obje-tivo da sua empresa é aumentar a notoriedade no mercado nacio-nal, incidindo sobre o consumi-dor final, canal Horeca e garrafei-ras selecionadas. As previsões devendas oscilam entre as seis mil e 10 mil garrafas anuais, sendo que a produção global da casa-mãeronda as 120 mil garrafas anuais.

A Casa De Sousa conta com uma equipa de enologia liderada por Erick e Charlotte de Sousa e detém 12 hectares de vinhas. Refira-se, como curiosidade, que o preço médio de um hectare de vinha em Champagne ronda um milhão de euros.

Por seu turno, a empresa de distribuição Global Satisfactionconta com cerca de três mesesde existência. Sediada em Avei-ro, João Fonseca pretende ainda levar produtos portugueses parao exterior, incluindo conservas, doces, ovos moles, entre outros.

Champanhe DeSousa chega a Portugal

As previsões de vendas oscilam entre as seis mil e 10 mil garrafas anuais.

A revista norte-americana Wine Enthusiast distinguiu o Herda-de do Esporão Touriga Nacional 2008 na sua lista dos 100 melho-res vinhos para guardar (Cellar Se-lection), lançados no último ano, com uma classificação de 94 pon-tos (numa escala de 0 a 100).

A categoria ‘Cellar Selection’ é especificamente dirigida a vinhos com grande potencial de enve-lhecimento e que, em vez de se-rem imediatamente consumidos,

merecem ser guardados na adega, onde vão ainda desenvolver todas as suas qualidades.

Os vinhos monocasta produzi-dos pelo Esporão apenas são lan-çados em anos que apresentam condições excecionais. O verão, apesar de muito seco (não choveu nos meses de junho, julho e agos-to), teve temperaturas médias relativamente mais baixas, o que proporcionou boas condições para o desenvolvimento das ma-

turações.Os vinhos do Esporão têm me-

recido sucessivas distinções darevista. Em 2011, o Private Selec-tion 2009 branco foi premiadocom a nota máxima para vinhos portugueses, com 92 pontos, eo Reserva 2009 branco com 91pontos (numa escala de 0 a 100). Também o Monte Velho Tin-to 2010 e Monte Velho Branco 2010 foram classificados como Best Buys.

Herdade do Esporão Touriga Nacional 2008 entre os melhores vinhos do mundo

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 19

RFF & Associados com nova área para clientes privadosA RFF & Associados formaliza o lançamento do novo serviço destinado ao acompanhamento declientes privados. A equipa responsável é constituída pela associada sénior Mónica Respício Gon-çalves, igualmente responsável no pelouro das relações internacionais pelo Brasil, pela associadasénior Marta Machado de Almeida e pelo associado José Calejo Guerra.

Ramos Catarino reabilita torre de controlo do Aeroporto de FaroA torre de controlo do Aeroporto de Faro está a ser objecto de obras de reabilitação e valorização, levadas a cabo pela Ramos Catarino Dois, empresa do Grupo Catarino, e com projeto da autoria da Technoedif Engenharia. O edifício sofreu importantes danos após a ocorrência de ventos ciclónicos, em outubro passado, necessitando de obras urgentes.

A família De Sousa vai na quarta geração de produtores.

”É urgente que Portugal aposte numa mudança da perceção do nosso país no estrangeiro”

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Só quando os Estados Unidos assumiram a sua dívida como sendo de todos ou o Brasil federalizou a dívida e a passou para a República do Brasil é que se conseguiu maior união política, maior poder de impor regras fiscais, gerir o sistema financeiro de forma diferente. A Europa deveria fazer o mesmo. Esta é uma das ideias contidas no Relatório SAER.

O Relatório SAER sobre a situação eco-nómica e dos negócios no último trimestre de 2012 (um relatório apresentado há 24 anos de forma ininterrupta em Portugal) destaca três ideias principais: a Europa como plataforma geopolítica em que Por-tugal se insere, a consolidação da integra-ção na Europa e a mutualização da dívida.

Em primeiro lugar, refere-se à situação da Europa como plataforma geopolítica em que Portugal se insere, sendo que “tudo o que acontece em Portugal é determinado pela Europa”. José Poças Esteves, diretor da SAER, acentuou a lentidão da Europa nos processos de decisão e questiona se esta é a caminhada normal da Europa, então a que se deve esta lentidão? Fadiga ou pouca vontade de avançar? Para se afastar da ideia de desagregação, se o euro é fundamental apesar da situação económica, não pode haver vários euros, países a várias velocida-des porque os custos são muito dolorosos para alguns países, que politicamente não estão bem”.

A segunda ideia em destaque no relató-rio é que “Portugal tem poucas alternati-vas à federalização, parece contraditório em relação ao que acontece com algumas regiões como a Madeira. A questão do go-verno regional versus governo central tem de ser resolvida para uma consolidação da integração na Europa”, refere José Poças Esteves.

“A terceira ideia diz respeito ao cres-cimento, uma palavra que aparece cada vez mais ao lado da palavra ‘austeridade’. Quando é que a Europa e Portugal come-çam a pensar a implementar medidas para o crescimento? Quando acontecerá a tal refundação? Há ainda que dar um sinal determinante na prática quanto à mutua-lização da dívida na Europa. O que se está a fazer na prática quanto ao processo de mutualização da dívida?”

Seguir o exemplo dos EUA e Brasil

“ Só quando os Estados Unidos assumi-ram a sua dívida como sendo de todos ou o Brasil federalizou a dívida e a passou para

a República do Brasil é que se conseguiu maior união política, maior poder de im-por regras fiscais, gerir o sistema financeiro de forma diferente e para isso acontecer a nível europeu há instituições que têm de ser criadas. Não há sinais de mudança de paradigma da Europa. Os países de perife-ria podem juntar-se como aconteceu com Hollande, Monti e Jaroy, que impuseram soluções à Sra. Merkel.”

“A questão a nível europeu é uma ques-tão política e não financeira, porque a Europa não se assume como Europa para todos os países. A Europa está a viver um momento histórico em relação à concreti-zação da Estratégia 20/20. No âmbito do quadro estratégico comum 2014-2020 ,onde estão a ser concretizadas medidas para a Europa nos próximos anos? A es-tratégia 20/20 é muito bonita, mas mais importante é o que vai acontecer. Há uma alocação de 1% do rendimento nacional bruto da comunidade, cerca de 300 mil milhões/ano. Para mudar a economia da Europa é pouco. Podem ser utilizados para fazer alavancagem de algumas atividades económicas. Por exemplo, o Governo fala da importância dos transportes marítimos nacionais, pela globalização e experiência de carga. Em Leixões temos uma experiên-cia muito positiva com 20% de crescimen-

to/ano. Sines foi transformado em hub pela PSA – Port of Singapure Authority. Estamos a aproveitar a abertura do Canal do Panamá? Estamos em linha reta com o Panamá! O transporte de carga está a crescer e tem um potencial de crescimento elevado, temos outros portos como Barce-lona, Algeciras, Hamburgo que estão em ponto de rutura, Portugal tem uma posi-ção geoestratégica favorável e pode obter fundos do Quadro Estratégico Comum para se financiar.”

“É necessário proceder à ‘refundação’ do acordo com a troika”

O diretor da SAER faz as contas. “Não é muito comum fazer estas contas: a dívi-da é de 120% do PIB, pagamos 200 mil milhões de euros e dentro do quadro fi-nanceiro da troika as taxas de juros são de 5%/ano. O crescimento da economia por-tuguesa deveria ser de 5% a médio longo prazo. Pergunto: quando vamos pedir o perdão da dívida aos nossos credores?”

Os nossos setores mais competitivos são: os portos, a logística dos transportes ma-rítimos, o turismo, as pescas, aquacultura, fundo do mar. Para José Poças Esteves, “temos capacidade de apresentar projetos estruturados. Este é um momento históri-co que não podemos perder e é necessário proceder à ‘refundação’ do acordo com a troika, temos de mudar estruturalmente o que estava acordado e o caminho tem de ser diferente. Não é só ao nível do Estado social, mas sim de um conjunto de incen-tivos aos setores para exportação. O cres-cimento ficou sempre de fora do memo-rando, Não foi tema do governo. Além da reforma do Estado, é fundamental a aposta em setores competitivos que podem fazer crescer a economia a taxas significativas”.

JOSÉ POÇAS ESTEVES, DIRETOR DA SAER, CONSIDERA

Mutualização da dívida poderia incentivar o crescimento económico na Europa

“É necessário proceder à refundação do acordo com a troika”, defende José Poças Esteves Matos.

20 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

VCR Tejo promove formação para profissionais de restauraçãoA Comissão Vitivinícola Regional do Tejo promove, nos dias 14, 21 e 28 de Janeiro, em San-tarém, Alcanena e Lisboa, respetivamente, a ação de formação para profissionais da restauração “As Portas Abertas do Tejo aos Aromas”, de participação gratuita. O objetivo é o de aprofundar conhecimentos sobre os vinhos do Tejo, de forma a fazer “maridagens” perfeitas dos vinhos com as iguarias de cada região.

Siemens apoia segunda edição do Quest 4K A Siemens vai apoiar a segunda edição do Quest 4K, um jogo que pretende ajudar os estudantes a aprender matemática através de desafios que testam os seus conhecimentos de forma divertida. A em-presa vai distinguir os vencedores do 8º e 9º ano de escolaridade que participem no jogo com o Prémio ‘Siemens Ciência’.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

“Quando vamos pedir o perdão da dívida aos nossos credores?”

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MoreTextile na maior feira de têxteis-lar do MundoO Grupo MoreTextile marca presença na Heimtextil, a feira internacional do setor têxtil que se realiza em Frankfurt. Pelo segundo ano consecutivo, o Grupo está representado através das suas participadas António Almeida & Filhos, Coelima e José Machado Almeida (JMA), que nos seus espaços mostra-rão o que de melhor se pode fazer em termos de têxteis-lar em Portugal e na Europa.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 21

Makro aumenta faturação graças à reestruturação

DORA TRONCÃO

Com a aquisição, em maio de 2012, por parte do grupo alemão da área da distri-buição Metro, toda a lógica de funciona-mento da Makro mudou. A reestruturação teve um custo de cerca de 100 mil euros e comportou uma redução do número de funcionários, contando a cadeia grossita atualmente com 1100 colaboradores em Portugal.

António Pinheiro, diretor de Comuni-cação, fala de uma relação completamen-te diferente em relação aos colaboradores, que os motiva, devida a uma comunicação intensa, mas também na forma de fazer chegar as suas mensagens aos clientes. Essa forma de chegar aos clientes passa não só por uma redução de preços de mais de quatro mil produtos, um investimento de cerca de cinco milhões de euros, como também por uma mudança importante do modelo de loja implementado, denomina-do “Mundo de Soluções” pelo Grupo. Tra-ta-se de uma forma de organizar e expor os produtos cujo projeto-piloto aconteceu em Espanha, sendo a exposição feita por áreas – cozinha, limpeza, sala, escritório, — e de forma mais atrativa.

Os clientes parecem ter gostado do novo layout, tendo aumentado a afl uência nas lojas remodeladas – Alfragide, Palmela, Matosinhos, Gaia, Braga e Coimbra – as-sim como o montante gasto em cada vi-sita, segundo António Pinheiro. Todavia, assistiu-se a uma maior racionalização da compra, ou seja, os clientes compram me-

diante as necessidades, deslocando-se à loja com maior frequência, por exemplo duas vezes por dia.

Iniciativas visam chamar mais vezes o cliente à loja

Há várias iniciativas que visam chamar mais vezes o cliente à loja, como, por exemplo, a zona denominada “Poupança Máxima”, cujos folhetos apenas se encon-tram disponíveis “in sin”, com descontos em dezenas de produtos de referência e também uma zona de Outlet, que confere até 80% de desconto em produtos des-continuados. Ao visitar a loja a impressão é de que existe maior diversidade de pro-dutos, no entanto a quantidade mantém--se idêntica ao pré-remodelação. A zona da adega está mais atraente, tem zona de provas e oferece vinhos nacionais com marca própria a preços mais acessíveis, a Monte Baixo. A peixaria está localiza-da numa zona diferenciada – oferecendo peixe da lota todos os dias – assim como os legumes.

Os clientes frequentes são apoiados pes-soalmente nas suas empresas/estabeleci-mentos com visitas por parte da equipa de vendas da Makro de forma a posteriori a automatizar e otimizar as compras.

No ano de 2011, a Makro alcançou 390 milhões de euros de faturação, mantém o mesmo nível em 2012 e pretende crescer em 2013, segundo António Pinheiro, res-ponsável de comunicação. Portugal é geri-do a partir da Makro Madrid.

O novo modelo de loja da Makro parece agradar aos clientes, dado que a afl uência às lojas melho-rou.

Manual de Contabilidade Financeira

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Relato Financeiro: interpretação e análise - 2ª edição

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Dicionário Finanças e Negócios Internacionais

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NOVIDADES

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Umbelino Monteiro entra na InovadomusA Inovadomus – Associação para o Desenvolvimento da Casa do Futuro aprovou a entrada da Umbelino Monteiro como empresa associada. Esta entidade está orientada para a produ-ção de telha cerâmica e está já a participar no projeto ReabilitaDomus. “Acreditamos que a cooperação entre os associados possa potenciar o trabalho em rede e a cooperação, com be-nefícios para os negócios nacionais e internacionais das associadas”, afirmou Teresa Montei-ro, diretora-geral da Umbelino Monteiro.

Aprovado e publicado o Regulamento sobre a Patente

Europeia com efeito Unitário

No último dia de 2012 foi publicado, no Jornal Oficial da União Europeia, o Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho sobre a cooperação reforçada no domínio da criação da proteção unitária de patentes.

O que vem trazer de novo este instrumento legislativo europeu?

Em primeiro lugar, o efeito unitário – a proteção unitária das patentes em todos os Estados-Membros participantes – o que é, desde logo, sinónimo de simplificação. Por ora, para obter semelhante abrangência de proteção é necessário requerer a validação da patente em cada um dos Estados-Membros onde se pretende proteção, independentemente do pedido poder ser centralizado no Instituto Europeu de Patentes (IEP). Em segundo lugar, traz a associada diminuição de custos, tendo em conta o desaparecimento da necessidade de multiplicar as despesas administrativas, de tradução e de apoio jurídico, por todos os Estados-Membros onde se deseje a produção de efeitos de uma patente.

Atualmente, os custos associados a uma patente europeia podem superar os 20 000 euros, para que os efeitos se produzam em todos os Estados-Membros. Se compararmos com os Estados Unidos, por exemplo, onde uma patente custa em média 1850 euros, a conclusão é que as empresas que desejem patentear as suas invenções na UE saem fortemente penalizadas e em desvantagem face a empresas que o requeiram noutros territórios. Com a implementação deste novo Regulamento, a Comissão Europeia espera que os custos baixem para cerca de 700J por patente, cerca de 3% a 5% dos custos atuais.

As boas notícias não se ficam por aqui: o valor da taxa de renovação – paga anualmente durante o período de vigência da patente, nos anos subsequentes ao da sua publicação – será fixado, tendo em conta a situação de pequenas e médias empresas, através da fixação de taxas reduzidas. Um relevante incentivo à inovação científica e tecnológica e sobretudo à proteção da propriedade intelectual das PME em território europeu.

As taxas de renovação das patentes serão retidas em 50% pelo IEP. O restante será repartido entre os Estados-Membros segundo critérios equitativos, tais como número de registos de patentes, dimensão do mercado (garantindo um valor mínimo), compensação dos Estados-Membros cuja língua oficial não seja uma das línguas oficiais do IEP (inglês, francês ou alemão), caso o nível de atividade de registo de patentes seja desproporcionalmente baixo ou cuja adesão à Organização Europeia de Patentes seja relativamente recente (Portugal aderiu em 1992).

Ainda sobre as taxas de renovação da patente: com o objetivo de promover a exploração económica de invenções protegidas por estas novas patentes de efeito unitário, o titular da patente pode autorizar o seu uso através de licença, com o respetivo benefício em troca. Se assim for, o titular da patente beneficiará de uma redução das taxas de renovação.

O Regulamento enuncia ainda a relevância da criação de um Tribunal Unificado de Patentes, a instituir após a ratificação do Acordo sobre o mesmo pelos Estados-Membros participantes.

O novo Regulamento será aplicado a partir de 1 de Janeiro de 2014, ou mais tarde, dependendo da entrada em vigor do Acordo relativo ao Tribunal Unificado de Patentes.

RESPONSÁVEL DEPARTAMENTO DIREITO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL,

TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMÉRCIO ELETRÓNICO DA GALI MACEDO & ASSOCIADOS

ANA MARGARIDA MARQUES*[email protected]

Taxa de desemprego homóloga voltou a aumentarA taxa de desemprego situou-se em 16,3%, em novembro, contra 14,1% em igual período do ano anterior. Relativamente a outubro, a taxa ficou inalterada. Na União Europeia, Portugal manteve a terceira taxa de desemprego mais elevada, no período em análise, atrás da Espanha (26,6%) e da Grécia (26%), enquanto as taxas mais baixas couberam à Áustria (4,5%), ao Lu-xemburgo (5,1%) e à Alemanha (5,4%). O Governo defendeu que uma das soluções passa por orientar a formação para as necessidades das empresas.

A Invest Lisboa lançou esta semana um novo vídeo promo-cional. A realização é de João Botelho e conta com a participa-ção da jovem revelação do fado Gisela João. Lisbon Soul of the World parte da importância da língua e da cultura portuguesa e da sua influência a nível mundial para promover a instalação de criadores e indústrias criativas em Lisboa.

Na sequência da produção dos vídeos Lisboa para Empresas Bra-sileiras e Why Lisbon? em 2011 e Lisbon Startup City em 2012, e mantendo a estratégia de “dar a palavra” ao seu público-alvo, a Invest Lisboa convidou um gru-po de artistas e criativos a pro-duzir um vídeo para promover Lisboa como cidade ideal para a instalação de criadores e indús-trias criativas.

O resultado do trabalho do realizador João Botelho e da sua equipa é o vídeo Lisbon Soul of the World, que procura mostrar a

importância da língua e da cultu-ra portuguesas e a sua influência mundial para, a partir daí, atrair criadores e empresas do sector criativo para Lisboa.

O vídeo pode ser visto em www.investlisboa.com, nas redes sociais no You Tube.

“Lisbon Soul of the World tem

várias características que conside-ramos interessantes como a utili-zação de um Fado brasileiro no momento em que comemoramos um ano de Fado Património da Humanidade e o ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portu-gal”, refere Rui Coelho, director--executivo da Invest Lisboa.

VÍDEO REALIZADO POR JOÃO BOTELHO E COM PARTICIPAÇÃO DE GISELA JOÃO

Lisbon Soul of the World promove capital portuguesa

NEGÓCIOS E EMPRESAS

22 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

A sua empresa posiciona-se como um “conselheiro credível”?

Considera que constitui um conselheiro credível para os seus clientes?

Eu espero que você e a sua empresa considerem ser um “conselheiro credível”. Contudo, a questão relevante é: os seus clientes consideram-no um conselheiro credível?

Não se trata de saber o que é que você acha que é. O importante é saber como é que os seus clientes o posicionam na mente deles? Como é que eles o veem? O que é que eles recordam de si? Como é que eles se referem a si? Como é que eles falam de si? Que respeito têm por si? E quanto confiam em si?

Estipule um momento para criar um rol de clientes que acredita que o consideram um conselheiro credível. Inclua apenas as pessoas que considera que confiam em si e coloque uma pontuação que reflita o seu status como conselheiro credível.

Tenha em atenção que são

conceitos diferentes: “confiar em si” e “confiar em si como um conselheiro”.

A perceção do seu cliente sobre si constitui a sua realidade?

O que é que o empresário está a fazer para se assegurar que obterá um status de conselheiro credível na mente do seu cliente?

E, o que é que pode fazer para melhorar a sua relação e conquistar ou manter esse status?

Quando a sua empresa assumir o posicionamento de conselheiro credível, será percecionado como um parceiro e não como um fornecedor ou vendedor.

Os conselheiros concentram-se em construir negócios positivos para os clientes (e não em apenas procurar negócios). São considerados amigos pelos seus clientes. São apreciados e respeitados.

Procure compreender a situação dos seus clientes, aconselhando-os e assumindo o risco de não fazer negócio. Concentre-se em

fazer com que os clientes lucrem. Ao concentrar-se nas relações de longo prazo, será sempre bem-vindo.

Para adquirir o status de “conselheiro credível” tem de combinar o conhecimento que tem do cliente, do negócio dele e da forma como este vai utilizar, beneficiar e lucrar com os seus produtos e serviços.

O cliente TEM de percecionar que você tem essas qualificações, caso contrário irá manter as portas abertas à sua concorrência.

Os conselheiros credíveis mantêm a sua concorrência bem distante. Constroem uma ponte sólida entre o cliente satisfeito e o cliente fidelizado.

Agora, volte a pegar na lista de clientes que o consideram como um conselheiro credível e pondere como a vai expandir e melhorar?

Comece já e coloque a Sua Empresa um passo à frente da sua concorrência!

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.quantumcrescimentonegocios.com

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Knauf lança produto que assegura poupança energética até 25%A Knauf Insulation lançou um novo produto que assegura uma poupança até 25% na faturaenergética, sem necessidade de realização de obras. Em causa está um novo isolante para in-jetar em parede dupla: a Lã Mineral Supafi l. “Esta nova lã é a única disponível no mercadopara paredes duplas que oferece conforto térmico e acústico total mantendo intacto o estadooriginal da fachada”, explica a empresa.

Empresas Familiares reúnem-se em congresso em fevereiroA Associação das Empresas Familiares vai realizar, a 4 e 5 de fevereiro, o “Congresso Empre-sas Familiares – Crescer e Vencer”. Tal como aconteceu nos anos anteriores, o evento inicia-se com um jantar, no dia 4 de fevereiro e continua com os trabalhos no dia 5 de fevereiro. De acordo com a organização, está já confi rmada a presença do Ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.

MARTA ARAÚ[email protected]

A Sociedade dos Vinhos Borges, detida pelo grupo José Maria Vieira em 1998, foi eleita como “Best Portuguese Produ-cer of the year 2012” pelo júri de uma das mais prestigiadas competições vitivinícolas mundiais, o AWC Vienna - International Wine Challenge. A empresa exporta para mais de 50 países de cinco continentes e foi fundada em 1884 por dois irmãos.

O galardão em causa vem, desta feita, distinguir o trabalho que a empresa desen-

volveu durante este ano, reforçando a sua competitividade internacional. Sendo uma das empresas vitivinícolas mais internacio-nais de Portugal, os produtos da Socieda-de dos Vinhos Borges foram avaliados no AWC Vienna – International Wine Chal-lenge por um júri constituído por diversos especialistas do setor.

Prémio vai-se refl etir no aumento do volume de vendas

Para Pedro Guerreiro, diretor de marke-ting da empresa, “esta distinção da Socie-dade dos Vinhos Borges como “Best Por-tuguese Producer of the year 2012” refl ete o trabalho de uma equipa empenhada em oferecer aos consumidores os melhores vinhos produzidos a partir de castas sele-cionadas e de reconhecida qualidade”. O mesmo responsável refere ainda que “este reconhecimento internacional da SVB per-mite projetar a marca em mercados muito importantes para a Borges, refl etindo-se no aumento do volume de vendas”.

Durante o concurso foram distinguidos com Medalha de Ouro vinhos como o Borges Soalheira 10 Anos, o Borges Douro Reserva tinto 2009, o Lello Reserva tinto 2009, o Lello tinto 2009 e o Borges Dão Reserva tinto 2008. O Meia Encosta tinto 2010, o Borges Real Senhor 2006 e o AT 2010 foram galardoados com Medalha de Prata.

Seguindo a rota e a tradição de regiões vitivinícolas dos Vinhos Verdes, Dão e Douro, a Borges produz diversas marcas em diferentes segmentos, uma oferta pos-sível graças às suas quintas. Aos vinhos de mesa DOC juntam-se os Vinhos do Porto, os espumantes e os Vinhos Rosé.

Vinhos Borges recebem prémio internacional

NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 23

O CONTROLO de GESTÃO nas PME

14 HORAS

PROGRAMA

1. A Preparação e o Controlo de um Orçamento de Exploração numa PME

2. As restrições ao crédito e as implicações no Controlo de Gestão

3. Análise de um modelo prático de Controlo de Gestão para uma PME

4. Os conselhos de grandes empresários e gestores internacionais

5. As novas metodologias

6. Exercícios práticos

PORTO4 e 5 de fevereiro Hotel D. Henrique

Formador:

Preços ( : G120G90

O início e primeiros anos de de-senvolvimento de qualquer negócio são normalmente muito exigentes em termos de dedicação pessoal, alo-cação de tempo e recursos fi nancei-ros. Neste período é normal que os mentores ou fundadores considerem que todo o seu tempo “acordado” é necessário para se dedicarem à em-presa.

As necessidades de recursos fi -nanceiros são enormes, pelo que a prioridade será sempre destiná-los à atividade ou, no caso de se conseguir amealhar alguns montantes, à sua poupança para enfrentar novos in-vestimentos ou potencial imprevisto.

Com este contexto é natural que

se viva numa envolvente de combate ao desperdício e de vivência austera, quer na empresa quer na própria fa-mília.

Este é provavelmente o período de um grande paradoxo: em nome do bem-estar e futuro da família, menos nos dedicamos ou mais descuramos a vivência familiar.

Tentar obter um equilíbrio con-ciliador da dedicação ao negócio e à família é um grande desafi o das pessoas que se dedicam aos negócios familiares, e convém ter bem presen-te que esta atitude poderá marcar de forma defi nitiva a potencial futura dedicação, ou não, dos fi lhos à em-presa familiar.

A austeridade na empresa familiar

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

“Apesar da fi gura frágil, o Mestre José Casais era severo com os fi lhos. O mais velho, António, recebeu uma educação rígida para servir de exemplo aos mais novos. Com onze anos já trabalhava. Os irmãos que lhe seguiam em idade começaram também nas obras muito cedo. Para não fi car com a antiga quarta classe, o rapaz estudava à noite. Ainda criança, trabalhava de dia e, ao fi nal da tarde, ia para a escola, de onde saía quase à meia-noite.Caminhava quilómetros. No dia seguinte, bem cedo, tinha de estar a pé para ir com o pai e os irmãos para as obras, onde começaram como trolhas.Naquela altura, algumas mulheres de Tibães dedicavam-se a levar à cabeça cestos com marmitas que as famílias mandavam para os trabalhadores em Braga. António e os irmãos recebiam muitas vezes as deles primeiro e esperavam pelo pai, que andava a resolver algum problema. Quando este voltava, já não os deixava almoçar. Era tempo de voltar ao trabalho.A relação com os trabalhadores era por vezes complicada. José Rodrigues, antigo operário, lembra-se de um dia de chuva, quando construíam a Casa das Frigideiras do Cantinho.Com pena dos homens, a proprietária do estabelecimento convidou o Mestre a entrar com os trabalhadores e a petiscarem qualquer coisa, o que ele recusou terminantemente, uma vez que havia ainda muito trabalho para fazer. «Só nos deixou comer no fi m. Ora, chateados, viemos todos embora».”

Excerto do livro “Mestria”, p.19 e 20, Ed. Empreiteiros Casais, 2008

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

Pedro Guerreiro, diretor de marketing da So-ciedade do Vinhos Borges, sublinha que “re-conhecimento internacional permite projetar a marca em mercados muito importantes”.

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EMPRESA ESPECIALIZADA EM BI LANÇA NOVO PROGRAMA PARA PARCEIROS

Information Builders e encara 2013 com

Aumentar e melhor a qualidade dos parceiros e expandir o negócio a novos mercados. Estas são as armas com as quais a Information Builders vai combater o ano que agora começa. Apesar de não ter especificado que novos países estão na mira da empresa de business intelligence, Blanca Revilla, diretora de alianças da Information Builders para Portugal, Espanha e México, garantiu à “Vida Económica” que o objetivo é continuar a crescer, “tanto através de um apoio mais profundo aos parceiros como ao estender o negócio a novos territórios”.

SUSANA MARVÃ[email protected]

A Information Builders lançou um novo programa de parcerias. O anúncio foi feito em Espanha, onde Blanca Revilla, diretora de alianças da Information Builders para Portugal, Espanha e México, enalteceu a aposta que esta empresa especializada em business intelligence faz no canal indireto. O objetivo deste novo programa é, basica-mente, construir uma rede de parceiros “de alto nível, baseada em frutíferas relações a longo prazo”.

Relativamente a Portugal, Blanca Revilla explicou à “Vida Económica” que o núme-ro de parceiros tem vindo a crescer paulati-namente, “à medida que vamos expandin-do o negócio a outros países de influência lusa onde não estávamos presentes”.

Entre os objetivos deste novo programa de parcerias, destaca-se o facto de “garantir que qualquer empresa que precise de solu-

Blanca Revilla, diretora de alianças da Information aposta que esta empresa especializada em BI faz no canal

Acer Expande Família de TabletsA Acer anunciou o tablet Iconia B1-A71 concebido para principiantes, consumidores que procuram um dispositivo acessível, famílias em bus-ca de um novo tablet para as crianças e também para utilizadores com uma vida atarefada que desejam um equipamento fácil de transportar e usar.

TECNOLOGIAS

24 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

A Capgemini colabora com o maior operador de manutenção da rede do Metro de Londres para proporcionar uma transformação de TI. Ponto de situação

A Tube Lines efetua a manutenção dos comboios, carris e estações de três das linhas mais movimentadas do Metro de Londres: Jubilee, Northern e Piccadilly que, em conjunto e diariamente, transportam perto de 2 milhões de passageiros. No âmbito de um avultado programa de investimento, que incluiu novas carruagens e estações remodeladas, a Tube Lines implementou um extenso programa de transformação tecnológica. O objetivo era tornar a Tube Lines numa “Empresa 2.0” com TI de nova geração baseadas em ferramentas e tecnologias Web 2.0, de forma a permitir aos colaboradores, parceiros, fornecedores e clientes trabalhar em conjunto de forma mais eficiente. Antes da fase de desenvolvimento do programa, a Tube Lines quis garantir que a infra-estrutura estava preparada para integrar uma mudança desta dimensão. Resultado

A Capgemini é o principal parceiro de TI da Tube Lines sob um acordo de outsourcing de longo prazo assinado em 2005. Ao contrário dos contratos de outsourcing tradicionais, a Capgemini colabora de perto com a Tube Lines usando uma abordagem de “Uma Equipa” para fornecimento dos serviços. As responsabilidades contratuais diárias da Capgemini incluem apoio à equipa da Tube Lines constituída por 2500 colaboradores em 70 locais na capital inglesa. A equipa conjunta, liderada pela Capgemini, desenvolveu um programa de transformação, seguido desde a fase de implementação. A equipa conjunta adoptou um modelo de “reutilizar e reconstruir” em vez de “destruir e substituir”. Ao fazê-lo, transformou com sucesso os níveis de serviço e a taxa de satisfação dos clientes tendo como base as infraestruturas de TI existentes. Este processo originou poupanças significativas, em termos de custos e de tempo. Uma auditoria independente coloca o atual serviço da Capgemini nas primeiras posições em termos de qualidade e nas últimas posições em termos de custos.

A Tube Lines e a Capgemini acordaram que a abordagem a adoptar resultaria numa redução líquida no custo geral da transformação em cerca de 25% e redução significativa do tempo necessário para completar a transformação. Os principais objetivos do programa foram:

de prontidão mensuráveis que teriam que ser alcançados antes do início da fase de transformação;

monitorização para garantir uma avaliação regular e objetiva do desempenho em relação aos critérios de prontidão acordados;

critérios de prontidão para níveis predefinidos acordados.

Ao trabalhar de forma colaborativa, a Capgemini e Tube Lines definiram que para avançar com o plano de transformação não poderia haver nenhum incidente grave durante, pelo menos, seis meses antes do início do programa; os processos operacionais seriam documentados de forma clara, arquivados centralmente e estariam facilmente acessíveis. Outro dos critérios acordados foi a maximização da utilização de bens existentes. As medidas de controlo no Programa de Transformação incluíram um conjunto alargado de processos de monitorização e um programa para “monitorizar os monitores” englobando verificações rigorosas no processo. Para conseguir as melhores práticas em todas as fases, a equipa prestou particular atenção à revisão periódica do desempenho (“key performance indicator”), garantindo a conformidade com os SLA e os resultados. O principal fator de sucesso foi a adoção de uma abordagem completamente colaborativa com gestão conjunta do programa pela Capgemini e pela Tube Lines, partilhando recompensa/risco e transferência de conhecimento em cada etapa por ambas as partes. O auditor independente aplaudiu o rigor, a energia e a meticulosidade com que o programa foi implementado numa avaliação independente. O sucesso do Programa de Transformação permitiu à Tube Lines e à Capgemini iniciar a fase de construção do Programa de Transformação das TI dentro do prazo.

case study

TUBE LINES ALTERA TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO (TI) PARA MANTER LONDRES

EM MOVIMENTO

2013 é encarado com otimismo

Aumentar e melhorar a qualidade dos parceiros e expandir o negócio a novos mercados. Esta parece ser a receita da Information Builders para combater o ano que agora começa. Apesar de não ter especificado que novos países estão na mira da empresa de business intelligence, Blanca Revilla, diretora de alianças da Information Builders para Portugal, Espanha e México, garantiu à “Vida Económica” que o objetivo é continuar a crescer, “tanto através de um apoio mais profundo aos parceiros como ao estender o negócio a novo territórios”. E apesar da grave atual situação económica, a responsável afiançou que a empresa, em 2012, manteve os objetivos em linha com a estratégia marcada no início do ano, “pelo que não houve necessidade de ajustar a nossa estratégia”. Aliás, Blanca Revilla diz mesmo que, graças à estabilidade e confiança na estratégia empresarial da companhia, “as nossas expetativas para 2013 são otimistas”.

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ções de business intelligence, com o pro-pósito de conhecer melhor o seu passado e antecipar-se ao futuro, possa aceder às nossas soluções independentemente da sua dimensão, tipo de negócio ou localização”, sublinhou no evento Blanca Revilla. Além disso, “vamos aumentar a capacidade dos nossos parceiros para que possam oferecer aos seus clientes soluções bem sucedidas e que sejam capazes de distinguir a nossa so-lução de business intelligence como a mais completa do mercado”.

Segundo dados fornecidos pela própria Information Builders, a indústria de bu-

siness intelligence é uma oportunidade de negócio realmente atrativa para o canal, não apenas pelos altos índices de cresci-mento que continua a obter – a Gartner estima um crescimento até 2014 superior a 40% –, mas também porque se trata de um ambiente tecnológico que tradicionalmen-te não está aberto à participação do par-ceiro. “Além disso, a Information Builders pode oferecer ao canal uma série de vanta-gens e benefícios diferenciadores face à sua concorrência: é um fabricante plenamente especializado em inteligência de negócio e nas suas tecnologias adjacentes (integração e integridade de dados), ou seja, naqueles segmentos que permitem transformar os dados em valor para o negócio”.

A empresa gosta de se apresentar como “privada e independente, que não perten-ce a qualquer fabricante multidisciplinar, com tudo aquilo que é suposto em maté-ria de autonomia para conceber e pôr em prática a estratégia empresarial mais con-veniente”.

Programa assenta em três pilares

Segundo a Information Builders, o novo programa de parcerias assenta sobre três pi-lares de colaboração: marketing, vendas e apoio técnico. No marketing, o programa prevê a utilização de material como logó-tipos, brochuras, mensagens e campanhas e casos de sucesso, para além da elabora-ção e execução de eventos, workshops ou tradeshows. Também a comunicação será intensificada neste novo programa, nome-adamente através de comunicados de im-prensa, artigos e entrevistas sobre acordos, novos projetos e soluções).

Nas vendas, a empresa diz ir assegurar eventos exclusivos para parceiros, planos conjuntos com os clientes, colaboração na gestão das contas, assistência preventiva, programas de incentivo e descontos, licen-ça de avaliação para os potenciais clientes,

ferramentas e recursos de vendas.Por último, o apoio técnico, baseado em

diferentes ferramentas como programas de formação ad hoc para parceiros, beta software, validação de soluções, apoio de arquitetura, licenças de demonstração, re-alização de projetos conjuntos, apoio de consultores especialistas em BI da Infor-mation Builders e apoio telefónico e on--line.

A Information Builders organizará a sua rede de parceiros à volta de três categorias, “gold”, “silver” e “register”, dependendo

de uma série de requisitos como sejam onúmero de clientes, volume de negócios e número de consultores formados.

A empresa tanto trabalha com sócios locais como parceiros internacionais, es-tando neste momento, aqui em Portugal,a operar com companhias como a Everis, Novabase, Indra e IBM.

A importância deste anúncio pode serparticularmente relevante se tivermos em conta que a percentagem do volume de negócio realizada em Portugal pelo canalindireto é superior a 50%.

aposta nas parcerias otimismo

Builders para Portugal, Espanha e México, enalteceu aindireto.

A empresa tanto trabalha com sócios locais como parceiros internacionais, estando neste momento, aqui em Portugal, a operar com companhias como a Everis, Novabase, Indra e IBM.

TECNOLOGIAS

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 25

Gatewit abre delegação no MéxicoA Gatewit prepara-se para mais uma eta-pa no seu processo de internacionaliza-ção com a abertura de uma delegação no México, resultado de um investimento de cinco milhões de euros.

PHC ainda mais na nuvemA PHC acaba de apresentar a mais recente onda de inovação (Next Wave) do PHC FX, que vem acrescen-tar leque ainda maior de novidades a este software de gestão na Cloud, concebido especialmente para microem-presas.

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26 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

“Queremos olhar para a crise, que é real e dura, não como um fatalismo, mas como uma oportunidade. E o nosso programa responde bem a esta questão”, afirma à Vida Económica” António Araújo, presidente da Associação da Fileira da Construção do Minho (AFCM), que estruturou o projeto “Construir Oportunidades 2013”, do qual resultou uma candidatura apresentada ao QREN.Este projeto visa a eficiência conjunta na promoção internacional e na prospeção de oportunidades de negócio, encontrando- -se neste momento em apreciação junto da AICEP.

VIRGILIO [email protected]

Vida Económica - O que levou a constituir a AFCM?António Araújo - A acentuada quebra do mercado inter-

no conduziu a um excesso de capacidade instalada da fileira da construção, e por consequência à procura de novos mer-cados para absorver esse excesso, ou seja, conduziu à procura

de mercados externos – à internacionalização. Esta, para ser bem sucedida, requer dimensão e união de esforços e expe-riência em mercados internacionais. Por outro lado, temos um setor tradicional de difícil diálogo interempresarial.

A AFCM, que resultou de uma ação coletiva da Associação Industrial do Minho denominada “Minho Internacional”, pretende justamente responder a estes e outros problemas

através da agregação de empresas da fileira da cons-trução, do alinhamento de interesses e de um tra-balho conjunto, tendo por base uma estratégia

comum e coerente de internacionalização.

VE - Quais são os objetivos prioritá-rios?

AA - Promover e posicionar interna-cionalmente a imagem da AFCM en-

quanto cluster de construção, agregan-do as suas mais importantes valências e aperfeiçoando a capacidade de res-posta operacional à procura inter-nacional de obras, fornecimentos

e projetos. Incentivar todos os fatores que otimizem a compe-titividade. Incorporar no seio da AFCM novas empresas do setor. Selecionar mercados-al-vo, identificando e avaliando novas oportunidades de negó-cio. Criar condições para a rea-lização de projetos conjuntos com instituições universitárias,

profissionais e empresariais de reconhecido mérito. Constituir-

-se como agente dinamizador do aumento de contratações externas na fileira da construção.

Em resumo, contrariar os fatores gerado-res da crise que o setor atravessa e contribuir

para soluções que se mostrem estruturantes, empresarial-mente eficazes e economicamente duradoras.

VE - Que iniciativas pretendem desenvolver?AA - O plano de atividades de 2013 define como princi-

pais atividades a realização do programa “Construir Oportu-nidades 2013” enquanto instrumento aglutinador de ações de prospeção, estudo e avaliação de novas oportunidades em mercados previamente selecionados (Angola, Argélia, Bra-sil, Colômbia, Gabão, México, Moçambique e Senegal), a celebração de protocolos de colaboração com diversas ins-tituições empresariais, profissionais e do ensino superior, a dinamização da atividade dos grupos internos de traba-lho constituídos pelas diferentes empresas que constituem atualmente a AFCM (África, América Latina e Magrebe), incrementar em pelo menos 25% o número de empresas as-sociadas e iniciar a realização de projetos de “marca AFCM” consubstanciados na conceção de novos modelos de forne-cimentos, de prestação de serviços, de sistemas construtivos e de produtos, adequados a uma gama diversificada de mer-cados.

Avaliar oportunidades no terreno VE - Com que recursos financeiros contam para de-

senvolver essas iniciativas?AA - As despesas operacionais são cobertas pela quotização

anual das empresas associadas, pela realização dos projetos que serão angariados no âmbito das atividades de prospe-

ção internacional e por projetos que beneficiem de apoio, comparticipações ou incentivos enquadrados em programas estatais e comunitários.

VE - Qual é a intervenção do QREN no projeto?AA - A exemplo da generalidade das associações setoriais

nacionais, a AFCM está atenta à possibilidade de obtenção de incentivos com origem nos programas de apoio comuni-tário. Nessa medida e sempre que da sua atividade resultem projetos cujas características se adequem aos programas pro-movidos pelo QREN – como é o caso do projeto “Construir Oportunidades 2013” –, ou futuramente pelo próximo pro-grama comunitário de apoio à economia portuguesa, sub-meteremos os mesmos à obtenção dos respetivos incentivos/apoios.

VE - O projeto “Construir Oportunidades 2013” con-siste em quê?

AA - Proporcionar contacto direto com empresas/enti-dades dos países-alvo. Avaliar oportunidades de negócio e investimento no terreno. Angariar novos contactos que con-substanciem novos clientes e contratos de prestação de servi-ços e fornecimentos. Criar visibilidade/notoriedade do Clus-ter da Fileira da Construção e a respetiva credibilização junto dos seus públicos-alvo. Atrair a Portugal potenciais parceiros, clientes e investidores externos. Evidenciar a visitantes exter-nos a capacidade de realização do sector da construção em Portugal, e do cluster em particular, promovendo a imagem do país. As ações distribuem-se pela participação, através de stand AFCM, em feiras internacionais do setor da constru-ção, Projekta (Angola), Constructo (México), Sustain & Build (África do Sul) e Batimatec (Argélia) e na realização de missões externas ao Brasil (São Paulo e Minas Gerais), Mo-çambique, Colômbia, Gabão e Senegal. De sublinhar que em todas estas ações promover-se-ão workshops temáticos centrados no conceito Buildability – integração de compe-tências de projeto, cálculo, gestão e construção tendo em vis-ta otimizar custos de realização e manutenção, cumprindo planos de execução, suprimindo desperdícios e melhorando a qualidade final –, como elemento essencial à promoção das competências detidas pelo cluster AFCM. Estão ainda previstas três missões inversas a Portugal de compradores/decisores do Magreb, África subsaariana e América Latina.

Visamos ainda congregar e alicerçar as relações institucio-nais com a Universidade do Minho, Associação Industrial do Minho, AICCOPN, Ordem dos Engenheiros, Ordem dos Arquitectos e a Ordem dos Engenheiros Técnicos, desig-nadamente na constituição de equipa responsável pela ela-boração do Manual de Boas Práticas da Internacionalização do sector da construção.

VE - Como vê o contexto da atual conjuntura econó-mica e que mensagem gostaria de transmitir?

AA - O nosso programa (“Construir Oportunidades”) res-ponde bem a esta questão. Queremos olhar para a crise, que é real e dura, não como um fatalismo mas como uma opor-tunidade. E é justamente nas oportunidades proporcionadas pela crise que nos encontramos focados e delas pretendemos tirar partido, e que na área internacional são imensas.

ASSOCIATIVISMO

ANTÓNIO ARAÚJO, PRESIDENTE DA AFCM, AFIRMA

“Queremos olhar para a crise como uma oportunidade”

“A internacionalização requer dimensão e união de esforços e experiência em mercados internacionais”, afirma António Araújo.

Critical Materials inova na aeronáuticaA Critical Materials está a desenvolver soluções tecnológicas para a gestão e avaliação da inte-gridade de sistemas estruturais críticos. Atualmente lidera o projeto SHERLOC desenvolvido em co-promoção com o CEIIA – Centro de Excelência e Inovação para a Indústria Automó-vel e a FAP – Força Aérea Portuguesa, tendo como parceiro a OGMA – Indústria Aeronáu-tica de Portugal.

AFCM pretende ser um agente dinamizador do aumento de contratações externas na fileira da construção.

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ASSOCIATIVISMO

Empresários do Algarve aprendem instrumentos de recuperação de empresasA Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) e o Instituto deApoio às Pequenas e Médias Empresas (IAPMEI) vão promover uma sessão de formaçãosobre revitalização empresarial em Loulé. A ação está marcada para dia 14 de janeiro evisa divulgar os instrumentos de apoio à recuperação de empresas, disponíveis no âmbito do Programa Revitalizar.

Associação Empresarial do Baixo Alentejo apoia mulheres a criarem empresasA Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (NERBE/AEBAL) quer promover o em-preendedorismo feminino na região, através de um projeto que vai dar formação e apoio técnico e fi nanceiro a mulheres para criarem as suas próprias empresas. A iniciativa pretende “promover a igualdade de género no ramo empresarial e o empreendedorismo feminino” e “contribuir para a diminuição do desemprego” de mulheres, refere Filipe Pombeiro, presidente da associação.

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LEVE 3 E PAGUE 2

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 27

Valleypark vai receber as primeiras empresas no Cartaxo

Foi emitida no fi nal de dezembro a li-cença de instalação da área de localização empresarial (ALE) do Cartaxo pelo Mi-nistério da Economia. O Parque de Ne-gócios do Cartaxo torna-se, assim, na ter-ceira ALE, a par dos Parques de Negócios de Rio Maior e de Torres Novas, a ser licenciado ao abrigo do DL nº 72/2009 de 31 de março.

O projeto é gerido pela sociedade ges-tora Valleypark, SA, uma sociedade pri-vada de capitais mistos, constituída em Maio de 2006 por um conjunto de enti-dades públicas e privadas da região.

O parque de negócios tem uma área de 162 745 m2, dos quais 106 078 m2 são área loteável, constituindo 119 lotes, destinados a instalação de atividades de indústria, logística, comércio e serviços. 56 667 m2 estão destinados a espaços verdes e enquadramento de todo o lotea-mento, conferindo ao espaço um carácter diferenciador.

A infraestruturação do parque de negó-cios arrancou em junho 2011 e prevê-se a sua conclusão para abril de 2013. A obra está a ser executada por fases, estando neste momento a decorrer a infraestrutu-ração da primeira fase.

Com a criação deste parque de ne-

gócios, o concelho do Cartaxo vai fi car dotado de uma infraestrutura de elevada qualidade urbanística, capaz de acolher as empresas que se queiram instalar, con-tribuindo para a dinamiza ção da econo-mia local.

Isenção de IMT e IMI

O licenciamento d as empresas a insta-lar no Parque será efetuado pela socieda-de gestora e todas as operações de compra de lotes benefi ciarão de isenção de IMT (imposto muni cipal sobre transmissões) e isenção de IMI (imposto municipal so-bre imóveis) durante 10 anos. Estes be-nefícios fi scais contemplados no artigo 69º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, foram consagrados no Orçamento do Estado aprovado para 2013 e consti tuem um forte fator de com petitividade das ALE face aos restantes espaços industriais existentes.

O Parque de Negócios do Cartaxo, apesar de estar em fase de conclusão de infraestruturação, conta com oito lotes vendidos, tendo-se já iniciado a infraestruturação do edifício sede da primeira empresa que se irá instalar no Parque.

No total, são 62 as empresas de origem portuguesa que marcam, esta semana, presença na Heimtexil, em Krankfurt. É considerada a maior feira internacional de têxteis lar e para hotelaria e reúne, anual-mente, mais de 2500 expositores interna-cionais, sendo esperados mais de 70 mil profi ssionais oriundos de 120 países. A presença das marcas nacionais conta com o apoio da Associação Selectiva Moda.

Mais de metade das empresas lusas presentes atuam nos setores premium de roupa de cama e banho, mesa e cozinha. A Lameirinho, a Lasa, a Sorema, o Grupo MoreTextile, a JMA, a Coelima e a Mun-dotêxtil são apenas algumas das 35 empre-sas portuguesas que marcam presença nos pavilhões que reúnem os principais forne-

cedores internacionais de roupa de cama e banho para os segmentos médio-alto ealto.

Durante o certame realiza-se o Fórum de Tendências Heimtextil 2013/2014, um espaço especialmente procurado por deco-radores de interiores e designers, em busca de inspiração e ideias para o seu trabalho. Coube ao Stijlinstituut Amsterdam ela-borar a mesa de tendências da Heimtextil2013/2014, bem como o respetivo Livro de Tendências. Os designers responsáveis pela mesa de tendências selecionaram osmelhores tecidos, cores e padrões de al-guns expositores da Heimtextil para esta-rem presentes no Fórum. Mais uma vez Portugal aparece entre os melhores com 20 empresas selecionadas para esta mostra.

Empresas têxteis portuguesas presentes na Heimtextil em Frankfurt

MARTA ARAÚ[email protected]

A Associação dos Industriais de Hotela-ria e Restauração do Centro (HRCentro) e a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) vão fundir-se. O objetivo passa por congregar esforços nas lutas setoriais.

O secretário-geral da HRCentro, Sou-sa Martins, argumenta que “o momento obriga a que as pessoas se unam com maior força, com maior vigor e mais massa críti-ca, para se fazerem ouvir e para que haja

interesses comuns que se alicercem”. E acrescenta: “As pessoas têm de se unir para resolver os seus problemas. Lutámos cada um por seu lado por questões como o Im-posto sobre o Valor Acrescentado (IVA), a lei do arrendamento, para que não fossem as leis que vieram a sair”.

De acordo com a AHRESP, os associa-dos das duas entidades que agora se agre-gam “passam a ter uma voz mais forte que vai exigir a urgente baixa da taxa do IVA” na alimentação e bebidas, no grupo de trabalho que irá avaliar o regime fi scal do setor.

Associação de Hotelaria do Centro e AHRESP fundem-se

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Produtores de castanhas formam associaçãoCom o objetivo de ajudar a aumentar a produção nacional de cas-tanhas, vai ser criada, até março deste ano, a Associação Portu-guesa da Castanha (APC). Com sede em Vila Real, o organis-mo nasce no seio da rede nacional da fileira da castanha que há três anos defende já um aumento da área de produção e quer incentivar o consumo no país.

Associação Empresarial de Águeda com condições especiais para sócios na Aveiro-ExpoA Associação Empresarial de Águeda (AEA) e a Aveiro-Expo assinaram um acordo de coo-peração institucional que prevê condições preferenciais aos associados desta organização que participem naquela feira económica de março 2013. Na prática, os associados da AEA, fa-zendo prova da condição de associado, beneficiarão de um desconto relativamente ao preçá-rio definido no regulamento.

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MARTA ARAÚ[email protected]

As autarquias de Portalegre, Marvão e Sousel em parceria com a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e apoio da Asso-ciação Empresarial da Região de Portalegre estão a promover um concurso público internacional

de regeneração urbana. O projeto chama-se “Fazer acontecer a rege-neração urbana” e tem como ob-jetivo eleger as melhores solução para revitalizar a zona histórica e comercial em Portalegre, conjun-to de ruas em Marvão e Pousada de S. Miguel em Sousel.

O concurso, que decorre até ao dia 4 de março, tem como

público-alvo profissionais, enge-nheiros, designers, paisagistas, arquitetos, urbanistas, gestores, economistas, etc., que podem concorrer individualmente ou organizarem-se em equipas mul-tidisciplinares e apresentar uma proposta única com ideias para regenerar estas três áreas.

As propostas a concurso serão

CIP e autarquias abrem concurso internacional de regeneração urbana

Concurso internacional “Fazer acontecer a regeneração urbana” pretende premiar as melhores soluções para revitalizar zonas de Portalegre, Marvão e Sousel.

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avaliadas por um júri de profis-sionais e serão atribuídos três prémios: 1º prémio no valor de 15.000 J, 2º prémio de 5000 J podendo ainda ser atribuída uma menção honrosa no valor de 2500 J.

Fonte oficial da CIP explica que ”nesta ação piloto preten-de-se testar ideias e convições instaladas, procurando avaliar, numa fase de estudo prévio, o seu potencial para a revitalização económica da zona a regenerar”. Como objetivos, acrescenta esta confederação patronal, “impor-ta criar uma amostra de casos de intervenção com potencial para vir a ser replicada noutras zonas, cidades e regiões, per-mitindo a recolha de dados de estudo e experiencias de terre-no, para suportar a definição de uma estratégia e de um conjunto de boas práticas, para posterior disseminação e também contri-buir para a aproximação de um conjunto significativo de investi-dores, empresários, académicos, estudantes e das pessoas de cada região, sobre o tema e as zonas com propostas de regeneração, com a possibilidade de se poder estimar o impacto na sua revita-lização económica.”

Portalegre, Marvão e Sousel, localidades da ação-piloto da CIP

Portalegre, Marvão e Sousel, juntamente com Figueira da Foz e Viana do Castelo foram as loca-lidades escolhidas pela CIP para implementar a ação-piloto de re-generação urbana.

De salientar que este concurso é de dimensão internacional e tem como objetivo a recolha de contributos para a melhoria de qualidade de vida das popula-ções. A regeneração urbana além de dar nova vida às zonas de in-tervenção, refere a organização “também tem que ser entendida como forma de reabilitar, ino-var, reestruturar, melhorar e até corrigir certos aspetos, de forma a qualificar e promover a região como um todo”.

ASSOCIATIVISMO

28 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

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Quais as consequências fis-cais de uma SGPS cobrar juros de suprimentos às suas subsidi-árias?

Resposta do Assessor Fiscal Fis-cal:1. São isentos do imposto do selo “os empréstimos com caracteristicas de suprimentos, incluindo os respetivos juros

efetuados por sócios à sociedade” (alínea i) do nº 1 do artigo 7º do CIS);2. Por outro lado, a concessão do suprimento está sujeita a IVA, embora dele isenta (alínea a) do nº 27 do artigo 9º do CIVA);3. Enquanto rendimento, os juros de suprimentos são proveitos tributados em CIRC (alínea c) do nº 1 do artigo 20º

do CIRC). Não existe obrigação de efetuar a retenção na fonte de IRC, quando este tenha a natureza de imposto por conta, no caso de “rendimentos obtidos por sociedades gestoras de participações sociais (SGPS), de que seja devedora sociedade por elas participada durante pelo menos um ano e a participação não seja inferior a 10 % do capital

com direito de voto da sociedade participada, quer por si só, quer conjuntamente com participações de outras sociedades em que as SGPS sejam dominantes, resultantes de contratos de suprimento celebrados com aquelas sociedades ou de tomadas de obrigações daquelas” (alínea h) do nº 1 do artigo 97º do CIRC).

A obrigação de emissão de fatura, a fatu-ra simplificada e os documentos retificati-vos são alguns dos aspetos que a Autorida-de Tributária e Aduaneira achou por bem esclarecer em ofício-circulado. Isto porque a questão das novas regras de faturação têm suscitado várias dúvidas, tendo sido apresentadas instruções complementares.

A emissão de fatura passa a ser obrigató-ria para todas as transmissões de bens ou prestações de serviços, incluindo os paga-mentos antecipados, independentemente da qualidade do adquirente ou do destina-tário dos mesmos, ainda que estes não a so-licitem. Por sua vez, a expressão “fatura ou documento equivalente” é substituída pelo

termo “fatura”. O que significa que apenas a “fatura” ou a “fatura-recibo” cumprem a obrigação de faturação. O preenchimento e a emissão das faturas-recibo efetuam-se obrigatoriamente no portal das Finanças (no endereço eletrónico www.portaldas finanças.gov.pt) e deixa de ser possível a emissão do chamado “recibo verde”.

Para determinação do montante (mil euros) a partir do qual é obrigatória a in-dicação na fatura do nome e do domicílio do adquirente ou destinatário que não seja sujeito passivo do imposto, o valor da fa-tura deve ser considerado sem inclusão do correspondente imposto (ou seja, IVA).

É estabelecida a possibilidade de a emis-

são de uma fatura simplificada em certas operações tributáveis, quando o imposto seja devido em território nacional, desig-nadamente transmissões de bens efetuadas por retalhistas ou vendedores ambulantes e adquirentes não contribuintes, quando o valor da fatura não seja superior a mil euros, e outras transmissões – independen-temente da qualidade do adquirente ou o do destinatário – quando o valor da fatura não seja superior a cem euros. Para deter-minação dos montantes, o valor da fatura deve ser considerado sem inclusão do IVA correspondente.

Quando as faturas simplificadas são emi-tidas por máquinas registadoras, terminais eletrónicos, balanças eletrónicas, entre outros aparelhos, todas as menções obrigatórias, no-meadamente o número de identificação fis-cal do adquirente quando for sujeito passivo (ou não o sendo) o exija, devem ser inseridas pelo referido equipamento.

Quando o valor tributável de uma ope-ração ou o correspondente imposto sejam alterados, deve ser emitido documento retificativo da fatura, com os elementos necessários e a referência à fatura a que res-peita e a menção dos elementos alterados. As notas de crédito e de débito são docu-mentos retificativos de fatura, podendo ser emitidos pelos contribuintes adquirentes dos bens ou dos destinatários dos servi-ços, desde que resultem de acordo entre as partes intervenientes, fornecedor dos bens ou prestador dos serviços e adquirente ou destinatário dos mesmos, quando o valor tributável de uma operação ou o imposto correspondente sejam alterados ou conte-nham a referência à fatura a que respeitam.

Quando, em resultado da concessão de descontos do tipo “rappel” não seja viável a referência às faturas a que, o documento retificativo respeita, podem os sujeitos pas-sivos identificar o período temporal a que se refere, sem prejuízo da indicação do va-lor tributável e do correspondente impos-to, caso este seja objeto de regularização.

AUTORIDADE TRIBUTÁRIA PRESTA ESCLARECIMENTOS

Pagamentos antecipados também estão sujeitos a emissão de fatura

JANEIRO

Até ao dia 15

-soas singulares - Entrega da Declaração Mo-delo 11, pelos notários e outros funcionários ou entidades que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou pro-fissionais com competência para autenticar documentos particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial, das rela-ções dos actos praticados no mês anterior, suscetíveis de produzir rendimentos.

Até ao dia 20

-soas singulares - Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Singulares (IRS).- Entrega, pelas instituições de crédito e com-panhias de seguros, aos sujeitos passivos, de documento comprovativo dos juros, prémios de seguros de vida e outros encargos, pagos no ano anterior e que possam ser deduzidos ou abatidos aos rendimentos. - Entrega, pelas entidades que recebam ou paguem quaisquer importâncias suscetíveis de abatimento aos rendimentos ou dedução à coleta, de documento comprovativo aos su-jeitos passivos- Entrega, pelos devedores de rendimentos obrigados à retenção total ou parcial de impos-to, aos sujeitos passivos, de documento com-provativo das importâncias pagas no ano ante-rior, do imposto retido na fonte e das deduções a que eventualmente tenha havido lugar. - Entrega, pelas entidades registadoras ou depositárias de valores mobiliários, aos in-vestidores, onde constem os movimentos de registo efectuados no ano anterior.

-soas colectivas- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Ren-dimento das Pessoas Colectivas.

- Entrega da Declaração Recapitulativa, pe-los sujeitos passivos do IVA ( regime normal mensal e trimestral e isentos nos termos do artº 53º) que tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros, quando tais operações sejam aí localizadas nos ter-mos do artº 6º do CIVA.

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

Administração Tributária

CRIADO O “COMITÉ

DE CUMPRIMENTO FISCAL”

A Administração Tributária (AT) criou uma unidade especial designada por “Comité de Cumprimento Fiscal”, unidade esta que, numa fase inicial, irá começar por dar espe-cial atenção ao cumprimento fiscal dos profis-sionais liberais e aos contribuintes de maior rendimento.Segundo o Ministério das Finanças, “o Comité de Cumprimento Fiscal” terá como responsa-bilidade a identificação dos principais riscos de cumprimento e a definição da estratégia e linhas orientadores de atuação da AT.Em 2013 estarão em funcionamento duas unidades multidisciplinares de projeto que acompanharão e monitorizarão a atividade de dois segmentos especiais de contribuintes: profissionais liberais e contribuintes de eleva-do rendimento ou património.O Comité será composto, para além do dire-tor-geral da AT, dos subdiretores-gerais com a área da Inspeção Tributária; da Cobrança, da Justiça Tributária e da Unidade dos Grandes Contribuintes.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADE

Autarquias e entidades intermunicipais com novo regime financeiroFoi aprovada uma proposta de lei que estabelece o regime financeiro das autarquias locais e das entidadesintermunicipais. São propostas novas datas de preparação dos orçamentos municipais que permitam a ado-ção de um calendário consistente com o previsto para a apresentação da proposta do Orçamento do Estado. Pretende este diploma estabelecer a elaboração do orçamento a nível local até ao final de outubro. É criado o Conselho de Coordenação Financeira integrado por entidades representativas das administrações central e local.

PRÁTICA FISCAL

SUPRIMENTOS NAS SGPS

INFORMAÇÃO ELABORADA PELA APOTEC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE TÉCNICOS DE CONTABILIDADE [email protected]

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 29

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Este artigo tem como propósito divulgar a nova obrigação declarativa para as entidades empregadoras, explicando o âmbito de aplicação, o modo de envio, o seu preenchimento, bem como o possível objetivo.O Orçamento de Estado para 2013 veio introduzir uma nova obrigação declarativa para as entidades empregadoras relativamente aos rendimentos de trabalho dependente (categoria A de IRS) pagos ou colocados à disposição.O envio desta nova declaração de rendimentos terá uma periodicidade mensal, devendo ser submetida à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) no Portal das Finanças e/ou à Segurança Social no endereço «www.seg-social.pt» até ao dia 10 do mês seguinte ao do pagamento ou colocação à disposição desses rendimentos.Esta nova declaração de rendimentos mensal, para além dos rendimentos sujeitos a retenção na fonte e respetivas retenções na fonte, das deduções de contribuições para a Segurança Social e de outros subsistemas e quotizações sindicais, dos rendimentos isentos sujeitos a englobamento, normalmente incluídos na declaração anual Modelo 10, deverá ainda conter os rendimentos de trabalho dependente não sujeitos a tributação atribuídos aos empregados, que até aqui não eram declarados.

Novos rendimentos a declararOs exemplos de rendimentos que passarão a ser incluídos na nova declaração mensal de rendimentos poderão ser: - A parte de indemnização por cessação do contrato de trabalho não tributada em IRS; a parte de subsídios de refeição não tributada em IRS; a parte de ajudas de custo e o chamado pagamento de quilómetros aos trabalhadores não tributada em IRS. Em qualquer destes exemplos passará a declarar-se autonomamente os montantes que não excedam os limites fiscais previstos no Código de IRS.Outros exemplos de rendimentos não sujeitos a IRS que passarão a ser incluídos na nova declaração mensal poderão ser: - As indemnizações pagas aos trabalhadores em consequência de lesões corporais, doenças e morte, verificadas no exercício das respetivas funções laborais, pagas ou colocadas à disposição; as bolsas atribuídas a praticantes de alto rendimento e de formação desportiva.Para além dos exemplos referidos, deverão ser incluídos na nova declaração de rendimentos quaisquer rendimentos de trabalho dependente não sujeitos a tributação.

Modo de preenchimentoNo preenchimento da nova declaração mensal os rendimentos não sujeitos a tributação deverão ser incluídos de forma autonomizada (através de um código próprio) dos rendimentos submetidos a tributação, ainda que tenham a mesma natureza de rendimentos.No caso do subsídio de refeição, indemnizações ou ajudas de custo e quilómetros pagos, a parte sujeita deste tipo de rendimentos deverá ser incluída globalmente com o código “A”. A parte não sujeita a tributação deverá ser incluída autonomamente com o código específico, conforme definido pelas instruções de preenchimento da nova declaração.

Nova declaração versus Modelo 10Esta nova declaração de rendimentos mensal substituirá a declaração de rendimentos anual (Modelo 10) a entregar até final de fevereiro do ano seguinte, no que respeita a rendimentos de trabalho dependente pagos ou colocados à disposição.A Modelo 10 passará a ser utilizada para declarar os rendimentos pagos ou colocados à disposição das restantes categorias de rendimentos de IRS.No entanto, as pessoas singulares devedoras de rendimentos de trabalho dependente que não se encontrem inscritas para o exercício de atividade empresarial ou profissional, ou encontrando-se, tais rendimentos não se relacionem exclusivamente com essa atividade, poderão optar por declarar esses rendimentos da categoria A de IRS na declaração anual Modelo 10.O exemplo típico destas situações será o pagamento de rendimentos de trabalho de serviço doméstico efetuado por pessoas singulares sem qualquer atividade da categoria B de IRS, ou quando esses rendimentos não sejam imputáveis a essa atividade empresarial ou profissional. Nestes casos, os empregadores (pessoas particulares) poderão continuar a declarar os rendimentos pagos a empregados de serviços doméstico através da declaração anual Modelo 10.

ObjetivoO propósito para o surgimento desta nova declaração de rendimentos não é muito claro.A nova declaração poderá ter a intenção de evitar a evasão fiscal, ao introduzir uma obrigação de declaração com periodicidade mensal, permitindo um controlo mais regular e atempado das remunerações pagas e da respetiva tributação.O facto de se passar a obrigar a declarar os rendimentos não sujeitos a tributação poderá permitir verificar a correta aplicação das normas fiscais, nomeadamente dos limites fiscais de tributação para alguns tipos de rendimentos (por exemplo, ajudas de custo e indemnizações por cessação de contrato). Poderá ainda permitir o controlo da aplicação na nova sobretaxa de IRS sobre os rendimentos de trabalho dependente.Esses procedimentos, apesar de válidos, não parece que venham a resultar num aumento significativo de cobrança de impostos, atendendo à relativamente escassa evasão fiscal normalmente associada ao pagamento de rendimentos de trabalho dependente.A eventual pouco eficácia de cobrança poderá por em causa a relação de custo/benefício associada ao surgimento desta nova declaração de rendimentos, atendendo ao aumento do encargo administrativo introduzido com um envio mensal destas declarações. Essa relação custo/benefício associada à nova declaração de rendimentos poderá estar relacionada com outros propósitos menos claros e não divulgados pela Autoridade Tributária, nomeadamente obter-se informação de todos os rendimentos pagos aos trabalhadores dependentes, incluindo os rendimentos não sujeitos a tributação, para se efetuarem penhoras desses rendimentos para o pagamento de eventuais dívidas fiscais.

Nova declaração de rendimentos

JORGE CARRAPIÇOCONSULTOR DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

CONSULTÓRIO TÉCNICO

Fatura em papel ainda se aplica nalguns casos

Um empresário individual com contabilidade organizada e cuja faturação em 2012 ultrapassa os 100 mil euros poderá continuar a utilizar as faturas em papel feitas por tipografia autorizada, ou tem de mudar para o sistema informático de faturação certificada e enviar por SAF-T para a AT?

Determina o n.º 1 do artigo 2.º da Portaria nº 22-A/2012 que os sujeitos passivos de imposto sobre o rendimento de pessoas singulares e coletivas (IRS e IRC) estão obrigados à utilização exclusiva de programas informáticos de faturação certificados na emissão de faturas ou documentos equivalentes e talões de venda. Porém, quando abrangidos por alguma das alíneas do n.º 2 deste artigo, podem ficar dispensados.

A Portaria n.º 22-A/2012, de 24 de janeiro, estabelece algumas alterações à Portaria n.º 363/2010, de 23 de junho, e regulamenta a utilização obrigatória de programas informáticos de faturação certificados e a emissão de documentos por equipamentos ou programas não certificados. Este normativo entrará em vigor a 1 de abril do corrente ano. Determina o n.º 1 do artigo 2.º da Portaria n. 22-A/2012 que os sujeitos passivos de imposto sobre o rendimento de pessoas singulares e coletivas (IRS e IRC) estão obrigados à utilização exclusiva de programas informáticos de faturação certificados na emissão de faturas ou documentos equivalentes e talões de venda. Porém, quando abrangidos por alguma das alíneas do n.º 2 deste artigo, podem ficar dispensados. Assim, encontram-se excluídos os sujeitos passivos que: - Utilizem software produzido internamente ou por empresa integrada no mesmo grupo económico, do qual sejam detentores os respetivos direitos de autor; - Tenham tido, no período de tributação anterior, um volume de negócios inferior ou igual a 100 mil euros; - Tenham emitido, no período de tributação anterior, um número de faturas, documentos equivalentes ou talões de venda inferior a mil unidades; - Efetuem transmissões de bens através de aparelhos de distribuição automática ou prestações de serviços em que seja habitual a emissão de talão, bilhete de ingresso ou de transporte, senha ou outro documento pré-impresso e ao portador comprovativo do pagamento. Deste modo, entende-se que os sujeitos passivos estão obrigados a adquirirem um programa informático

de faturação certificado nos termos definidos em Portaria se não ficarem excluídos por nenhuma das alíneas do n.º 2 do artigo 2.º (acima descritas). Isto significa que ficam obrigados à emissão de faturas através de programas certificados desde que não preencham ou ultrapassem os requisitos do n.º 2 do artigo 2.º. Tal como refere a Portaria no seu artigo 6.º-B, os sujeitos passivos elencados no artigo 2.º, ou seja, as obrigações a utilizar programa certificado, só podem emitir faturas manuais em caso de inoperacionalidade do sistema (que, logo que seja possível, devem ser recuperadas para o programa). Deste modo, foi-nos dado o entendimento de que os sujeitos passivos com faturação manual (elencados no artigo 2.º), devem abandoná-la e passar a ter faturação informatizada, desde que não verifiquem um dos requisitos no n.º 2 do artigo. 2.º. De acordo com o ponto 10 das FAQ - Portaria de Certificação de Software – ótica do utilizador – Portaria n.º 363/2010, de 23 de junho, é referido o seguinte: «Q10: Tenho um programa certificado, quais as situações em que posso utilizar faturas emitidas manualmente em documentos impressos por tipografias autorizadas? R10: As faturas ou documentos equivalentes só podem ser emitidas de forma manual em caso de inoperacionalidade do programa (nos termos do artigo 8.º da Portaria 363/2010). Podem também ser considerados casos de inoperacionalidade do programa as situações em que o acesso ao programa se mostre inviável. Os documentos assim emitidos devem ser integrados no programa imediatamente após a cessação da sua inoperacionalidade, utilizando uma numeração sequencial própria e uma série específica, anual ou plurianual, por tipo de documento.» Deste modo, em caso de inoperacionalidade do programa, e tendo sido emitidas faturas manuais, o sujeito passivo deverá, a posteriori, integrar no sistema de faturação informatizado essas mesmas faturas manuais.

(INFORMAÇÃO ELABORADA PELA ORDEMDOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS)

30 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

Finanças determinam estruturada Direção-Geral do OrçamentoO Ministério das Finanças publicou a portaria referen-te à estrutura nuclear e ao estabelecimento do número máximo de unidades flexíveis e matriciais da Direção--Geral do Orçamento (DGO), bem como as compe-tências das respetivas unidades orgânicas nucleares.

FISCALIDADE

Publicadas as tabelas práticas do IRSO Governo fez publicar as tabelas práticas do IRS a aplicar aos rendimentos de 2012. As tabelas são um importante instrumento simplificador da aplica-ção das taxas na liquidação do imposto e na conceção das aplicações informáti-cas que lhe servem de base, “permitindo a substituição do mecanismo da divi-são do rendimento coletável em duas partes e a sua consequente aplicação por um sistema de taxa única (taxa normal), corrigido por uma parcela a abater”.

Page 31: Empresas vão ter mais apoios no novo QREN · 2013-05-24 · de funcionários públicos oscilará entre os 70 ou 80 mil, afi rma, em entrevista à VE, Hélder Rosalino, secretário

Obra “Exilados, Políticos e Diplomatas em Tempos Difíceis” será apresentada dia 19A Câmara Municipal de Cascais e a Embaixada da República da Polónia apresentam no próximo dia 19, pelas 15h30, a publicação “Exilados, Políticos e Diplomatas emTempos Difíceis”. A apresentação irá decorrer no Espaço Memória dos Exílios, no Estoril.

EM FOCO

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 31

Os estudantes Mércia Car-réra de Medeiros e Carlos Rafael Borges Mendes rece-beram esta semana o Prémio Científico Casa da América Latina/Santander Totta, nas respetivas categorias de Ci-ências Sociais e Humanas, e de Tecnologias e Ciências Naturais.

A cerimónia realizou-se no edifício-sede do Banco San-tander Totta, e contou com a presença de António Vieira Monteiro, presidente exe-cutivo do Banco Santander Totta, e de António Costa, presidente da Casa da Amé-rica Latina e Presidente da Câmara Municipal de Lis-boa.

Santander Totta promove Ensino Superior

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OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS

[email protected]

Tenho um inquilino que, apesar de ter arrendado há pouco tempo um aparta-mento de que sou proprietário, já come-çou a atrasar-se no pagamento e já por várias vezes o fez depois do dia 8, o que me causa algum transtorno financeiro.

Já lhe disse que, para a próxima vez que se atrase, terá que pagar mais, não é assim? E se ele não pagar? Ouvi dizer que houve alterações legislativas recen-tes ao arrendamento. Será que houve modificações no que respeita ao atraso ou falta de pagamento de rendas?

Efetivamente, as alterações legislativas ao NRAU (Novo Regime do Arrendamento Urbano) publicadas em 14 de agosto vieram alterar o regime que a anterior legislação previa para a resolução do contrato de arrendamento por falta de pagamento de rendas.

A nova legislação continua a prever que, caso as partes não fixem outro regime, o pagamento da renda deve ser efetuado no último dia de vigência do contrato ou do período a que respeita, sob pena de o locatário se constituir em mora e que, neste caso, o senhorio tem o direito de exigir, além das rendas em atraso, uma indemnização igual a 50% do que for devido, salvo se o contrato acabar por ser resolvido com base na falta de pagamento e que enquanto o arrendatário não pagar a renda e indemnização devidas o senhorio terá direito a recusar o recebimento das rendas seguintes, os quais serão considerados em dívida para todos os efeitos.

A legislação continua, ainda, a dispor que o referido direito à indemnização ou à resolução do contrato cessa se o locatário fizer cessar a mora no prazo de oito dias a contar do seu começo. Por este motivo é que, mesmo que no contrato se estipule que o pagamento da renda deve ser feito no dia 1 de cada mês,

se pode efetuar o referido pagamento até ao respetivo dia 8, sem que daí resulte qualquer penalização para o arrendatário.

Contudo, de acordo com as recentes alterações legislativas é inexigível ao senhorio a manutenção do arrendamento no caso de o arrendatário se constituir em mora superior a oito dias, no pagamento da renda, por mais de quatro vezes seguidas ou interpoladas no prazo de 12 meses, com referência a cada contrato

Mais prevê a nova legislação que é inexigível ao senhorio a manutenção do arrendamento em caso de mora igual ou superior a dois meses no pagamento da renda, encargos ou despesas que corram por conta do arrendatário.

A resolução do contrato de arrendamento com os referidos fundamentos pode operar por comunicação ao arrendatário, onde fundadamente se invoque a obrigação que não foi cumprida.

A resolução que assim seja comunicada fica, contudo, sem efeito se o arrendatário puser fim a mora no prazo de um mês, pagando as rendas em dívida, bem assim como a indemnização supra referida igual a 50% do que for devido. Contudo, o arrendatário só pode fazer uso desta faculdade uma única vez, com referência a cada contrato.

De acordo com a nova legislação, se outro prazo não for judicialmente fixado ou acordado pelas partes, a desocupação do locado é exigível após o decurso de um mês a contar da resolução.

Prevê-se que a efetivação do procedimento especial de despejo, também aplicável a despejos com outros fundamentos, seja agilizada através do Balcão Nacional de Arrendamento cuja instalação e definição das regras de funcionamento foram publicadas no transato dia 7 de janeiro.

Mora no pagamento de rendas

ARRENDAMENTO

URBANOMARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

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EM FOCO

32 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

“Atualmente, há numerosas empresas italianas em Portugal, como a Ferrero, a Fiat e a Agusta, por exemplo, entre outras, e queremos intensificar estas relações económicas”, afirmou Piero Fassino, presidente da Câmara de Turim, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália no princípio da passada década e, ainda hoje, um dos maiores representantes políticos do Partido Democrático.

Já passaram alguns dias desde que Piero Fassino esteve em Lis-boa, onde participou num “en-contro com amigos portugueses” para conversar sobre “as opor-tunidades de cooperação entre a cidade de Turim e a cidade de Lisboa e Portugal”.

“Turim foi sempre uma ci-dade industrial e conheceu nos últimos 20 anos uma enorme transformação, que a conduziu a uma identidade mais real; conti-nuando uma cidade industrial, é também financeira, tecnológica, de inovação e investigação, uma capital de cultura e mesmo um destino turístico. Isto faz com que procuremos relações inter-nacionais mais amplas porque nos oferecem oportunidades de trabalho, investimentos e ativida-des”, explicou Piero Fassino.

Ao reunir com a Câmara de Comércio Italiana em Lisboa deixou claro que “queremos uma presença mais larga em alguns setores, como as tecnologias, a saúde, ITC, todos os setores dos serviços públicos e equacionámos

a possibilidade de trabalhar com a Embraer”.

O mesmo responsável assume que “Lisboa é uma grande capi-tal cultural e que também Turim investiu muito na cultura”, logo, juntamente com a Fundação Gulbenkian, pretende pôr em prática programas de cooperação nas áreas da música, cinema, ci-ência e pintura.

“Temos um museu de arte oriental muito importante e a

Gulbenkian tem peças extraordi-nárias de arte islâmica e asiática por isso pensamos numa troca para exposições sobre este tema. Turim é a capital da arte contem-porânea em Itália e Portugal tem uma escola muito interessante de arte contemporânea por isso tam-bém consideramos o intercâmbio de pintores, artistas e exposições. Enviaremos à Gulbenkian uma primeira proposta de trabalho e assim que houver um acordo mú-

tuo começaremos a trabalhar.” Ao nível das atrações culturais,

Piero Fassino destaca ainda os espetáculos musicais em Turim, que ostenta ter “um dos melhores teatros de ópera de Itália. É ca-pital de jazz e também da músi-ca de jovens e a possibilidade de parceria com a Orquestra Gul-benkian e com outras instituições musicais como a Casa da Música do Porto que, em 2103, terá um ano dedicado à música italiana”.

Intercâmbiro entre Lisboa e Turim

E se a visita de Fassino incidiu for-temente na aposta na cultura, outras reuniões também trouxeram frutos, a saber: a aprovação de um quadro de cooperação entre as duas cidades, Lisboa e Turim, com o presidente da Câmara de Lisboa em que foi as-sinado um protocolo de cooperação para determinar os setores em que trabalharão juntas: “a economia, a cultura e o turismo”.

Em junho de 2012 foi inaugu-rada uma linha aérea direta Lisboa--Turim, operada pela TAP, que já favoreceu o fluxo de turismo entre países. “Turim tornou-se destino tu-rístico nos últimos anos. Em 2011 recebeu sete milhões de turistas e queremos alargar esta atividade. Encontrámo-nos com o Tour Ope-rator Abreu e fixámos uma reunião em Turim para começarmos a traba-lhar juntos e reforçar a cooperação a partir deste ano”, anuncia Fassino.

TEDxO’Porto regressa em abril sob o tema “Em Fusão”Pelo quarto ano consecutivo, o Porto será uma das cidades portuguesas anfitriãs de um evento TEDx, conferência TED organizada de forma independente. O TEDxO’Porto realiza-se a 13 de abril. As inscrições para o evento, que decorrerá no Edifício da Alfândega, estão abertas em www.tedxoporto.com. Preço especial de J 40 para as entradas adquiridas até ao final de fevereiro.

ECONOMIA, CULTURA E TURISMO SÃO SETORES COM POTENCIAL DE COOPERAÇÃO

Turim quer reforçar relações económicas com Portugal

Câmara de Turim e Fundação Gulbenkian pretendem pôr em prática programas de cooperação nas áreas da música, cinema, ciência e pintura

”Turim é a cidade mais dinâmica de Itália”

Turim investiu no novo metro, novo sistema ferroviário urbano, implantações para os jogos olímpicos de 2006, transformação urbana da cidade - muitos sítios industriais vazios foram reorganizados para os tornar polos universitários e com atividades. Esta dimensão de investimentos endividou a cidade, mas é uma dívida causada pelo investimento. “Temos um plano para reduzir esta dívida, mas não nos impede de continuar a investir. Turim é a cidade mais dinâmica

de Itália”, acentua o presidente da Câmara. Turim representa 5% do PIB de Itália, é a 2ª província por exportação (15% das exportações do país) e caracteriza-se por uma taxa de internacionalização muito elevada. “Queremos apresentar-nos na cena internacional como um ponto de referência e sobretudo criar condições para fazer chegar à cidade investimentos nacionais e internacionais”, reforça Fassino.

Cortiça aplicada no metro de última geração da SiemensA Corticeira Amorim desenvolveu soluções para o metro de última geração da Siemens – Inspiro. Disponível em primeira mão em Varsóvia, na capital da Polónia, é atualmente um dos metros mais leves do mundo. Com um número de carruagens que pode variar entre três e oito unidades, apresenta uma redução de peso de cerca de 18 toneladas, tendo como ponto de partida um veículo de seis carruagens.

Visita de presidente da Câmara de Turim teve efeitos práticos de cooperação com Portugal.

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A Praça das Cardosas, no Porto, re-cebeu cerca de 100 mil visitantes entre novembro e dezembro de 2012, graças à parceria da Lúcios com o projeto Al-deias do Xisto, dando assim a conhe-cer um dos locais mais nobres da zona histórica aos portuenses e turistas.

A nova praça, reconstruída e con-vertida em espaço comercial e habi-tacional, foi inaugurada a 5 de julho de 2012 e, desde então, tem vindo a ser descoberta não só pelos amantes de arquitetura, atraídos pelos traços eu-ropeus que a praça, em jeito de pátio interior, exibe, mas também dos que apreciam programas culturais diversi-ficados, que permitem a descoberta de novas realidades.

“Com esta parceria pretendíamos mostrar à população que a praça das

Cardosas é um novo espaço cultural e de convívio a ter em conta na baixa da Porto, e que assim continuará a ser no futuro, com a promoção de novas iniciativas culturais para 2013”, co-menta Filipe Azevedo, administrador da construtora Lúcios.

Desde o dia 15 de novembro, com a inauguração do Espaço X, que a Praça das Cardosas presenteia os que por lá passam com mostras, sabores e saberes da zona centro.

Para além do ciclo de workshops “Criar com Tradição” e do artesana-to em exposição e à venda na loja, na praça foi possível provar os queijos e os azeites da região, os chás e compo-tas tradicionais da zona Centro, assim como assistir a espetáculos de música e representação teatral.

PROGRAMA CULTURAL ORGANIZADO PELAS ALDEIAS DO XISTO

Praça das Cardosas recebeu 100 mil visitantes

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 33

Mercado externo penaliza setor industrialO volume de negócios na indústria nacional registou uma quebra de 5,9%, em novembro,face a igual mês de 2011, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE). A descidaficou a dever-se sobretudo ao forte abrandamento de mais de 11% no mercado externo. Todos os grandes agrupamentos industriais apresentaram variações homólogas negativas, com osbens intermédios, os bens de consumo e de energia a passarem de crescimentos para quedas.Em termos mensais, a descida foi de 5,2%, com uma descida de 0,7% no volume de trabalho.

Martifer obtém projeto solar na ÍndiaO grupo nacional Martifer ganhou a concessão de uma cobertura com mais de mil painéis solares na Índia. A obra é da responsabilidade dos indianos da Mapro Foods, empresa de derivados de fruta. O projeto conta com mais de 1200 mó-dulos e deverá estar concluído já no mês de fevereiro. Vai envolver um total de 50 trabalhadores. A Martifer Solar está presente em mais de duas dezenas de pa-íses e já instalou projetos com mais de 300 MW de potência, em termos globais.

EM FOCO

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O mototurismo tem vindo a despertar o interesse dos apaixonados pelo mundo das duas rodas pelas condições únicas que o nosso país oferece. Nesse sentido, são cada vez mais as empresas que procuram ocupar espaço nesse nicho de mercado, cujo valor acrescentado poderá ser progressivamente maior, tendo em vista os mercados estrangeiros.

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O mototurismo permite, por um lado, potenciar o destino Portugal nos mercados externos mas, em simultâneo, promover a escassa mas dinâmica indústria nacional de fabricantes de motos.

A VE contactou com duas empresas que atuam no segmento, a Hertz e a Tours’r’Us. No primeiro caso, a empresa de ‘rent a car’ disponibiliza um conjunto de motos BMW, no que apelida a coleção Hertz Ride. A promoção das potencialidades de Portugal contou com a visita de um grupo de jorna-listas de Itália, Suíça, Espanha e França, que tiveram a oportunidade de realizar um tour de moto, pelo Alto Alentejo, num total de 440 Km.

A iniciativa engloba-se no âmbito dos passeios de mototurismo Hertz Passeio pelo Sul de Portugal e Passeio pelos Caminhos de Portugal. Estes passeios englobam a oferta de alojamento e refeições, privilegiando as estradas nacionais, a gastronomia e as pai-sagens como cartões de visita do país. “O programa Hertz Ride oferece a possibilida-de de alugar uma moto BMW que integre a “Hertz Motorbike Collection”, onde se destaca a GS1200, pela aptidão para viagens de longo curso”, disse à VE o seu porta-voz, António Silva.

Segundo aquele responsável, Portugal tem condições únicas para o mototurismo: uma paisagem diversificada do Minho ao Algar-ve, condições meteorológicas ideais, hotela-ria, gastronomia e uma cultura excelente e diferenciadora do resto da Europa.

Regresso às origens

A Tours’r’Us surge da iniciativa de Nuno Leotte, formado em gestão hoteleira mas que desde 2007 trabalha no setor do mo-toturismo de aventura para uma empresa norte-americana. “Nestes anos de trabalho, em que viajei pelo mundo, percebi que a moto é a melhor e mais versátil forma de

viajar e conhecer lugares remotos. O concei-to base de uma empresa de mototurismo é sem dúvida o de proporcionar experiências novas e pouco exploradas aos seus clientes”, explicou à VE. Os programas desenvolvi-dos pela Tours’r’Us pretendem mostrar “a diversidade paisagística, cultural e gastro-nómica invejável” num “espaço pequeno”. Assim, e “sabendo que o mercado de hoje exige produtos e serviços “descomplicados”, os programas da empresa incluem “desde a rota predefinida, utilização das motos, aloja-mento, guia especializado e carro de apoio”.

Este nicho ganha cada vez mais adeptos, pois, “cansadas dos modelos de férias con-vencionais, as pessoas procuram hoje novas formas e meios de explorar o mundo e lu-gares mais remotos”, resumiu Nuno Leotte. “De certa forma, hoje procura-se o regresso às origens”.

Operação à escala global

A Hertz firmou diversas parcerias co-merciais com operadores especializados, tanto nacionais como internacionais, para o planeamento de tours em Portugal. Estes tours já estão pré-programados com a marca “Hertz Ride” e com um “guide tour”. No entanto, “há também a possibilidade de de-senvolver as suas próprias rotas com a ajuda de um GPS, que pode ser disponibilizado

pela Hertz”, resumiu. Para António Silva, “profissionalizar a

oferta de serviços no setor do mototurismo através da marca Hertz Ride está a criar um novo mercado de turismo em Portugal”. A Hertz coloca Portugal como um novo des-tino para os apreciadores do mototurismo, “quer através de operadores internacionais especializados, bem como através dos canais de distribuição internacionais da Hertz”, que alcança assim uma cobertura mundial.

A adesão aos programas da Tours’r’Us é essencialmente de turistas estrangeiros, de diversas nacionalidades, que “valorizam este tipo de serviço chave na mão”. Na sua ge-neralidade, “os nossos clientes têm disponi-bilidade financeira, mas pouco tempo e por isso é importante para eles a conveniência do serviço”, disse Nuno Leotte. No caso da Hertz, “a adesão tem vindo a crescer de ano para ano, destacando-se os mercados brasi-leiro e alemão”.

Os programas da Tours’r’Us têm um tem-po de duração que pode variar entre um a oito dias, sendo que o custo médio de cada programa pode variar entre 80 e 120 euros por dia. Os tours são desenvolvidos “à me-dida do cliente”, sendo que “os custos desta oferta variam consoante o pretendido”. O aluguer de uma moto da coleção Hertz Ride tem um custo desde 73 euros/dia.

Por outro lado, a Tours’r’Us firmou uma

parceria com o fabricante nacional de motos AJP, na base do “conceito 100% Portugal”. A parceria permite que a empresa beneficie do apoio direto do fabricante no que toca ao fornecimento dos equipamentos (motos), peças e assistência e a AJP beneficia da pro-moção que a Tours’r’Us faz à marca ao utili-zar e expor os seus produtos ao consumidor, resumiu Nuno Leotte.

PROMOÇÃO DO DESTINO E PARCERIAS COM INDÚSTRIA PORTUGUESA ENTRE AS MAIS-VALIAS DO SEGMENTO

Mototurismo atrai mercados estrangeiros de nicho

O custo médio dos programas de mototurismo pode variar entre 80 e 120 euros por dia, sendo que os tours são sempre desenhados à medida do cliente.

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15º Lés-a-Lés apresentado

Para quem pretende tomar contato de perto com o mototurismo e o mundo das viagens em duas rodas, o 15.º Portugal de Lés-a-Lés, promovido pela Federação de Motociclismo de Portugal, é um bom ponto de partida.A edição deste ano, a decorrer entre 8 e 10 de junho, terá início em Fafe e terminará em Aljezur, com pernoita em Castelo de Vide, percorrendo o interior do país por zonas que normalmente escapam às principais atrações turísticas. Por outro lado, o Lés-a-Lés representa uma forma de aumentar as taxas de ocupação das mesmas localidades, o que representa um importante contributo para as economias locais.

TURISMO

Queda na hotelaria prossegue em OutubroA quebra na hotelaria de Lisboa e Porto prossegue em outubro. Segundo a AHP, o RevPar em Lisboa foi de 64,02 euros (-12,05%). O preço médio por quarto ocupado desceu 10,5%, para 80,64 euros. No gran-de Porto, o RevPar caiu 7,41% face a 2011. O preço médio por quarto ocupado baixou 3,87%, atingindo o montante de 56,83 euros.

Mercados externos entre os principais

alvos deste segmento

Mototuristas podem desenhar programas

à medida

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O trabalho de promoção externa do Porto e Norte pode estar em causa com as alterações ao quadro administrativo do setor, diz a Associação de Turismo do Porto e Norte. O crescimento das dormidas de estrangeiros equilibra a quebra dos nacionais.

MARC [email protected]

Aumentar o número de dormidas de es-trangeiros no Porto em 135 mil é o princi-pal objetivo da Associação de Turismo do Porto e Norte, entidade encarregue da pro-moção externa e liderada pelo vereador do Turismo do Porto, Vladimiro Feliz.

Porém, esta intenção poderá ser prejudi-cada pelas recentes decisões governamen-tais de revisão do quadro administrativo nacional do setor. Segundo Vladimiro Fe-liz, se “a atual lei for para a frente, todo o trabalho realizado até aqui será posto em causa”, disse à VE.

Esse trabalho consubstancia-se, dis-se, “na superação dos objetivos propostos para 2012”, que previam um aumento de dormidas de estrangeiros na região em 5% face a 2011, desiderato esse alcançado no fi nal de Outubro de 2012, garantiu (ver quadro). No segmento negócios, o Porto subiu posições no Ranking Mundial 2011, da ICCA (International Congress and Convention Association) alcançando a 54ª posição.

Contando com um orçamento de 189 mil euros, a ARPT-PNP poderá ainda ver o seu modelo de fi nanciamento em risco, o qual conta com forte contribuição dos operadores privados. Estes, assegurou Vla-dimiro Feliz, “não se reveem na proposta de lei”, pois esta prevê que o “fi nanciamento seja dirigido para a estrutura e não para a promoção”, resume.

O responsável por aquela entidade de promoção refere ainda que “a promoção externa deve ser feita fora das entidades regionais de turismo, por questões de efi -ciência”, sendo que o modelo previsto “não protege pólos como o Douro e Fátima”.

Quebra de preços não explica crescimento

O aumento do número de dormidas de estrangeiros não se explica pela quebra dos preços médios, assegura Vladimiro Feliz. Com a taxa média de ocupação na cidade a

rondar os 50%, o vereador do Turismo con-sidera que não se verifi ca excesso de oferta na hotelaria da cidade e que é o mercado quem deve regular o setor. “Se os operado-res consideram que o investimento é atra-tivo, a autarquia não se deve opor”, disse.

E frisou que estão previstas três novas aberturas de hotéis em 2013 na cidade: uma unidade gerida pelo grupo Hoti Ho-téis no mercado do Bom Sucesso, com 85 quartos; no Armazém Frigorífi co do Peixe, junto ao rio Douro, com 95 quartos, e no edifício Axa, na Avenida dos Aliados, com 177 quartos, a que se junta a prevista ex-

pansão do Pestana na Ribeira. O caderno de atividades da ARPT-PNP

para 2013 prevê atuar nos mercados de Espanha, Reino Unido, Alemanha, Fran-ça, Brasil, Benelux, Itália, Escandinávia e EUA, através de produtos estratégicos como City Breaks, Turismo de Negócios, Touring e Natureza.

O foco do investimento estará centrado no apoio a rotas aéreas e ações com agen-tes do setor, promovendo a proximidade e venda com tour operadores internacionais, bem como o reforço na aposta em canais online.

Bestravel e FCm / Alive Portugal fi rmam parceriaA rede de agências de viagens Bestravel fechou um acordo com a FCm Travel Solutions no seg-mento de viagens de negócios. O objetivo é alar-gar a oferta ao mercado empresarial, promoven-do um produto diferenciado no setor das viagens de negócio que defi ne como corporate de proxi-midade.

TURISMO

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 35

Turismo de compras cresce na EuropaO turismo de compras está em crescimento, muito por força dos BRIC. Segundo o relatório global da WTM 2012, Paris é o princi-pal destino, onde 95% dos visitantes chineses das lojas Louis Vuitton chegam em excursões organizadas. Londres, Frankfurt, Milão e Ma-drid são destinos de topo. A taxa de crescimento anual composta é de 5% a 10% entre 2012 e 2016. Compras e turismo de arte são os segmentos preferenciais.

Norte quer mais 135 mil dormidas de estrangeiros em 2013

Crescimento de dormidas de estrangeiros no Porto e Norte em 2012 é superior a 5%.

DORMIDAS NA HOTELARIA DO PORTO E NORTE

Jan. Fev. Março Abril Maio Jun. Jul. Agosto Set. Total

Dormidas estrangeiros 2012 82.779 92.170 119.461 190.418 214.828 213.243 253.707 319.848 266.862 1.753.316

Dormidas estrangeiros 2011 78.212 82.741 115.926 182.544 204.703 203.968 252.338 314.091 248.897 1.683.420

Dormidas nacionais 2012 139.782 160.913 178.056 180.117 197.887 210.032 217.932 298.148 240.247 1.823.114

Total global 2012 222.561 253.083 297.517 370.535 412.715 423.275 471.639 617.996 507.109 3.576.430

Fonte: INE, ARPT-PNP

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Reduzir os custos de energia em cerca de 25% é a promessa do Cloogy, a mais recente ferramenta da tecnológica portuguesa ISA - Intelligent Sensing Anywhere. Basílio Simões, presidente da ISA, assume que o objetivo é “vender 20 mil Cloogy” em 2013. FERNANDA SILVA [email protected]

O Cloogy é um “serviço de gestão energética doméstico que possibilita a monitorização dos consumos gerais de uma habi-tação, bem como os consumos dos demais aparelhos elétricos através da utilização de tomadas inteligentes”, afirma Basílio Si-mões.

Com preços que variam entre 199 e 709 euros, consoante o grau de sofisticação que o con-sumidor desejar, a ferramenta permite ao seu utilizador con-trolar os consumos e fazer uma utilização mais racional dos equipamentos elétricos. Recor-rendo à leitura dos consumos em tempo real dos diferentes equipamentos através de um te-lemóvel, tablet ou computador, o Cloogy calcula ainda qual o melhor tarifário a adotar.

“Existem vários estudos que indicam que os consumidores residenciais poupariam cerca de um milhão de euros por dia a Portugal se houvesse uma maior eficiência energética e o Cloogy consegue fazer isso”, garante o responsável, lembrando os re-

sultados significativos alcança-dos pelas cerca de mil famílias que tiveram a oportunidade de testar o Cloogy em primeira mão. Nesta fase, recorda o pre-sidente da ISA, a “informação disponibilizada pelo Cloogy ori-ginou importantes reduções nos consumos, que em alguns casos atingiram os 30%, dependendo do consumo mensal dos utiliza-dores bem como dos níveis de eficiência das casas”.

Comparando o novo equipa-mento a “um computador de bordo de um carro que permi-te adequar a condução mais ou menos eficiente conforme as informações que são transmiti-das”, Basílio Simões explica que o Cloogy permite ao consumi-dor saber se tem a tarifa ideal para os consumos que pratica. Ainda assim, acrescenta, “antes de começar a poupar é preciso saber quanto estamos a gastar”. Nesse sentido, o Cloogy “permi-te perceber quanto está a gastar e ajustar o tarifário ou a po-tência contratada e, através das tomadas inteligentes, eliminar consumos de standby”.

Todavia, ressalva o mesmo responsável, “é necessário ter em atenção que o Cloogy por si não poupa energia. O equipamen-to apenas ensina o utilizador a poupar energia e disponibiliza funcionalidades como a simula-ção de tarifários”.

A solução está já disponível para o mercado residencial e de pequenos escritórios, e surge no momento em que está em cur-so o fim das tarifas reguladas e a abertura do mercado de ele-tricidade a vários operadores. Também por isso, para Basílio Simões, a informação disponi-bilizada “será ainda mais impor-tante quando entrar em vigor a 1 de janeiro do próximo ano

a liberalização do mercado de eletricidade em que os clientes terão ao seu dispor uma multi-plicidade de tarifas e de comer-cializadores”.

Exportaçãoé “uma prioridade assumida desde 1999”

Questionado acerca da possi-bilidade de exportação do Cloo-

gy, o presidente da ISA garante que esta é “uma prioridade as-sumida desde 1999, altura em que iniciámos esse processo”. Lembrando que a empresa aca-bou de assinar um contrato em França para o fornecimento de 15 mil Cloogy, Basílio Simões defende que, “hoje em dia, a estratégia de desenvolvimento de qualquer empresa de sucesso passa pela exportação. A ISA dá primazia a este processo e, hoje, tem as suas soluções espalhadas por mais de 25 países dos cinco continentes”.

Quanto a mercados, “todos são promissores”, mas neste mo-mento a ISA “está a apostar nos mercados do Brasil e MENA (Médio Oriente e Norte de Áfri-ca) ”, finaliza.

Solução inteligente reduz consumo de eletricidade em 25%

A solução está já disponível para o mercado residencial e pequenos escritórios

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Nuno Martins (gestor de produto), José Balio Simões (CEO da ISA) e Miguel Águas (Lisboa E-Nova).

Ginásio “low cost” no novo outlet de LisboaO Strada Shopping § Fashion Outlet vai reforçar a sua oferta de serviços com a abertura do Fitness Hut, um ginásio “low-cost” cuja inauguração está prevista para março de 2013. Com cerca de 1900 m2, irá dispor de várias áreas como Cardiofitness, Resistência, Musculação, Combate, Treino Funcional, Sprint e Stretch. Terá ainda DJ “set live” e treinos únicos ao som de DJ convidados.

EMPRESAS

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SSAB com nova geração de produtos de aço

Os novos aços Domex da SSAB criam condições novas para uma produção eficiente e melhor qua-

lidade. O peso do produto final pode agora ser reduzido e simul-taneamente a sua resistência e du-rabilidade são aumentadas.

A formabilidade, a capacidade de dobragem e a soldabilidade são algumas das propriedades da nova geração Domex, juntamen-te com graus reduzidos de tole-rância e um melhor acabamento superfícial. Os resultados obtidos aumentam o potencial para criar designs completamente novos. A maior eficiência aumenta a pro-dutividade, beneficiando a eco-nomia de uma forma geral.

“Este é apenas um dos projetos para o futuro nos quais os nossos designers estão a trabalhar neste momento. Um aço mais resisten-te permite a construção de estru-turas mais leves e o elevado limite de elasticidade também pode ser utilizado para melhorar o desem-penho no que se refere à resistên-cia e à durabilidade. A superfície suave do aço resulta em acaba-mentos de qualidade para apli-cações e pintura de instalações”, afirma Joachim Larsson, director de design e construção para aço de construção na SSAB.

Domex 900/960 e 1100 são chapas de aço de resistência ele-vada, completamente novas para estruturas mais leves e mais resis-tentes.

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A crise do euro não é mais do que uma crise financeira criada pelas políticas go-vernamentais e pelo setor financeiro e a moeda única está forte. Esta foi a ideia deixada, esta semana, por Durão Barroso na conferência dos 40 anos do semaná-rio Expresso. “A crise financeira, e aquilo que muitas vezes erradamente se chama a ‘crise do euro’, não foi gerada pela União Europeia, mas sim por dívidas públicas insustentáveis criadas pelos governos bem como por comportamentos irresponsáveis no domínio financeiro e falhas na super-visão bancária a nível nacional”, referiu o presidente da Comissão Europeia.

O ex-primeiro-ministro reforçou que chamar crise do euro “é inapropriado por-que na realidade a crise não começou” na zona euro. “A crise atinge países que não estão na zona euro, e políticas que são essenciais e indispensáveis para o retorno

da confiança estão a ser aplicadas quer na zona euro quer fora da zona euro. Por ou-tro lado, o euro continua a ser uma moe-da estável e forte. Não há, pois, em rigor, crise do euro, há, isso sim, crise da dívida soberana, há, isso sim, crise do sistema fi-nanceiro na Europa e fora da Europa”, dis-se Barroso, antes de salientar que a União Europeia não só não é causa para a crise como é, mesmo, vítima.

No que respeita ao euro, “os profissio-nais do pessimismo voltaram a enganar--se”, de acordo com presidente da Comis-são Europeia. “Contrariando a maioria dos vaticínios dos analistas de mercado e também de tantos agentes e comentadores políticos, a Grécia manteve-se no euro, e o seu segundo programa de ajustamento co-meçou a ser financiado. Para 2013 a ques-

tão que os mercados colocam não é mais, como há um ano se punha, se o euro vai ou não implodir. Penso poder dizer que a ameaça existencial contra o euro está es-sencialmente ultrapassada”, disse Durão Barroso, sem, contudo, “sugerir que todos os problemas de estabilidade financeira se encontram resolvidos”.

“Mecanismo Único de Supervisão em tempo recorde”

Para resolver esses problemas, estão, segundo o presidente da Comissão Euro-peia, a ser dados passos de rigor orçamen-tal e reformas estruturais, mas também no sistema financeiro. “O BCE anunciou a sua disponibilidade para fazer compras ilimitadas de dívida soberana caso deter-minadas condições estejam preenchidas. E este simples anúncio teve um impacto extremamente relevante na confiança dos investidores na Europa e fora da Europa. O Mecanismo Europeu de Estabilidade foi criado e está operacional desde outubro. Se lhe juntarmos o que transita da Facili-dade Europeia de Estabilidade Financeira, o ‘poder de fogo’ destes instrumentos é de cerca de um trilião de dólares. Ou seja, na zona euro estamos hoje equipados para qualquer crise com sensivelmente o mes-mo volume de fundos que o FMI tem para toda a comunidade financeira mundial.

E recentemente deu-se um passo decisivo para a união bancária, com a criação doMecanismo Único de Supervisão”, referiu.

Barroso admite que a Europa poderiater sido mais célere e menos hesitante, mas sublinha que está a haver decisões. “É também importante realçar que, apesarde muitas hesitações por parte de algunsgovernos, os passos dados até agora foramtodos no sentido de maior integração eco-nómica e institucional, especialmente nazona euro. Ou seja, contrariando muitas das previsões, o que se passou foi um con-junto de passos para mais Europa e nãopara menos Europa”, afirmou.

Durão Barroso sublinhou, ainda, quea união bancária, tal como proposta pela Comissão Europeia, e o aprofundamen-to da União Económica e Monetária são disto um bom exemplo: ação no imediatocombinada com visão de médio e longo prazo. O Mecanismo Único de Supervisãofoi criado em tempo recorde: a Comissão apresentou a proposta legislativa a 12 desetembro, e em 12 de dezembro tínhamosacordo político unânime dos Estados--membros sobre esse novo mecanismo. Mas este é, embora essencial, apenas umapeça da união bancária, que por seu turnose insere no quadro mais amplo de apro-fundamento da União Económica e Mo-netária”, referiu o presidente da Comissão Europeia.

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 37

DURÃO BARROSO CONSIDERA

“Crise não foi gerada pela União Europeia”

O presidente da Comissão Europeia defende que não há crise do euro, mas de dívida soberana e do sistema financeiro.

MERCADOS

PSI-20 (9.01) 6013,08

3,46% Var. Semana

6,33% Var. 2012

Dow Jones 9/Jan .............13404

Var Sem ...............................-0,09% Var 2012 ................................2,27%

Nasdaq 9/Jan ...............3107,427

Var Sem ...............................-0,16% Var 2012 ................................2,91%

IBEX 35 9/Jan ................8606,40

Var Sem ................................1,88% Var 2012 ................................5,37%

DAX 9/Jan .....................7720,47

Var Sem ...............................-0,75% Var 2012 ................................1,42%

CAC40 9/Jan ..................3717,45

Var Sem ...............................-0,44% Var 2012 ................................2,10%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

5750580058505900595060006050

3 Jan 4 Jan 7 Jan 8 Jan 9 Jan

“A crise financeira, e aquilo que muitas vezes erradamente se chama a ‘crise do euro’, não foi gerada pela União Europeia, mas sim por dívidas públicas insustentáveis criadas pelos governos bem como por comportamentos irresponsáveis no domínio financeiro e falhas na supervisão bancária a nível nacional”

“Na zona euro estamos hoje equipados para qualquer crise com sensivelmente o mesmo volume de fundos que o FMI tem para toda a comunidade financeira mundial. E recentemente deu-se um passo decisivo para a união bancária, com a criação do Mecanismo Único de Supervisão”

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O rent-a-car de média duração é, no atual período de crise, uma opção em relação a produtos financeiros, como o renting, o ALD ou o crédito, para as empresas renovarem as suas frotas, de acordo com o secretário-geral da ARAC – Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor. “Não são apenas as aquisições de veículos que podem determinar graves crises empresariais – são também os contratos de locação com períodos longos. Importa de uma vez por todas separar os conceitos de locação operacional e locação financeira e não juntá-los no mesmo contrato que têm, como sabemos, tratamentos contabilísticos e fiscais distintos”, afirma Joaquim Robalo de Almeida, em entrevista à “Vida Económica”.AQUILES [email protected]

Vida Económica – Que balan-ço faz a ARAC de 2012?

Joaquim Robalo de Almeida – Toda a gente fala diariamente da crise, pois particulares e empresas sentem-na na própria pele ou nas afetações dos que estão a sofrer os seus efeitos. Portugal está mais po-bre, e mergulhado numa crise sem precedentes, registando grandes quebras de produção, aumento do desemprego, falências de empresas, problemas de financiamento às em-presas e particulares, uma Justiça que não atua em devido tempo. Uma economia em clara recessão. Encontrando-nos no atual mo-mento em crise profunda no setor de rent-a-car, o qual regista taxas de ocupação de que não há memó-ria, abaixamento de preços, quebra vertiginosa do valor das viaturas oriundas das frotas de rent-a-car, apenas para referir alguns dos prin-

cipais problemas. Estimamos uma quebra no mercado interno que poderá atingir os 40% no volume de negócios, enquanto no mercado externo composto quase exclusi-vamente pelo turismo uma estag-nação ou um ligeiro crescimento, devendo, no entanto, os resultados das empresas serem inferiores a anos anteriores. Nesta situação de crise e com vista à sua manutenção as empresas de rent-a-car adapta-ram as suas próprias estruturas a orçamentos necessariamente mais restritivos e à necessidade de maior eficácia. Isto passa, em alguns casos, pela redução de pessoal, pela reor-ganização das empresas e métodos de trabalho, por maior exigência de produtividade, pelo maior controlo de gestão e por uma oferta o mais adequada possível à procura e perfil dos consumidores.

VE – Quais as perspetivas do setor para 2013 em Portugal?

JRA – Portugal é um país peque-no e tem um historial de ligação entre o Mediterrâneo e o Atlântico, encontrando-se ligado a três conti-nentes que irão ser fontes geradoras de turistas dos mercados europeu, americano e africano e também com um crescimento mais lento no que diz respeito ao mercado asiáti-co, pois Portugal é um destino que está a cerca de cinco horas de voo dos principais mercados emissores de turistas. O principal requisito para que 2013 seja um bom ano tu-rístico para Portugal não reside nas condições do turismo, mas sim nas condições políticas, sendo necessá-rio que Portugal tenha uma vonta-de política forte e determinada para afirmar a importância do turismo para Portugal. Os mercados natu-rais para Portugal são, hoje, e con-tinuarão a sê-lo, os europeus. Mas, além da Europa, outros mercados com raízes históricas a Portugal de-verão ser explorados, como sejam o Brasil, a China e até mesmo a Índia. O turismo é um dos setores vitais para a recuperação nacional. Em Portugal deveremos investir em todo o nosso património turís-tico, desde o sol e praia ao turismo de cidade, passando pelo turismo de natureza e o turismo religioso, devendo a promoção turística em Portugal consistir num verdadeiro plano estratégico a médio prazo. A ARAC entende que é urgente a promoção da marca Portugal, apoiando os empresários do setor turístico enquanto ainda é tempo. Há que combater a crise que se aba-teu sobre o setor.

Portugal é um destino turístico pelas qualidades que tem enquan-to país. É por isso importante

melhorar a linha estratégica, para que avancemos de forma rápida e consolidada na dinamização do tu-rismo em Portugal, à semelhança do que se passa com outros países europeus. Em Portugal, com uma economia fortemente aberta e de-pendente do exterior, deve dar-se uma grande importância ao tu-rismo. A atividade de aluguer de automóveis sem condutor tem um grande significado para a economia portuguesa e em especial para o turismo, representando em grande parte o produto turístico nacional, pois não podemos esquecer que é o primeiro e o último produto turís-tico utilizado por quem nos visita.

VE – O aluguer de média du-ração é opção para as empresas face a produtos financeiros como o renting, o aluguer de longa du-ração ou o crédito?

JRA – Não há dúvida de que as atividades que devem ser terciariza-das são aquelas que, essencialmen-te, possam reduzir as necessidades imediatas de capital, como, por exemplo, a compra ou a troca de uma frota de veículos. O aluguer operacional de veículos é uma pres-tação de serviços e, como tal, ofere-ce inúmeras vantagens para quem o contrata. O aluguer de automóveis sem condutor em regime de curta e média duração tem certamente es-paço para crescer e crescerá no nosso país, à semelhança do que acontece

em todo o mundo. As empresas que necessitam de viaturas em períodos cada vez mais definidos e planea-dos já concluíram que não neces-sitam de uma frota tão numerosa, que as necessidades de veículos são hoje cada vez mais definidas a cur-to prazo e que poderão, através de um melhor planeamento, utilizar veículos automóveis apenas quan-do é realmente preciso, eliminan-do, assim, os períodos “mortos”. As empresas terão de redesenhar as suas estratégias e redes (sobretudo as de maior dimensão), de forma a eliminarem tudo, o que é supér-fluo e não podem estar “agarradas” a contratos de longa duração com cláusulas contratuais gravosas para o cliente no que respeita a rescisões antecipadas. As empresas necessi-tam cada vez mais de gerir o curto prazo e não de assumir responsa-bilidades de longo prazo. Não são apenas as aquisições de veículos que podem determinar graves cri-ses empresariais – são também os contratos de locação com períodos longos. Importa de uma vez por to-das separar os conceitos de locação operacional e locação financeira e não juntá-los no mesmo contrato que têm, como sabemos, tratamen-tos contabilísticos e fiscais distintos. Qual será, então, a melhor solução para uma melhor gestão das despe-sas com automóveis? O rent-a-car.

VE – As dificuldades das em-

presas do setor com o pagamen-to de portagens nas autoestradas ex-Scut estão resolvidas?

JRA – Com a introdução de portagens nas ex-Scut, colocaram--se sérios problemas às empresas de rent-a-car. A inexistência de um procedimento expedito para o pagamento das portagens pelos clientes destas empresas originou reclamações, nomeadamente de cidadãos estrangeiros, muitas vezes incapazes de compreender a lógica do sistema ou ausência de sistema atualmente vigente. A ARAC tem, desde sempre, cooperado como Governo e as demais entidades responsáveis por aquelas infraes-truturas rodoviárias na construção ágil de pagamento das portagens para os veículos das empresas suas associadas. O rent-a-car é um setor da maior importância para o turis-mo nacional, pois é o primeiro e o último produto turístico que é o utilizado por quem nos visita, po-dendo o problema criado com a in-trodução de portagens nas ex-Scut ter um efeito em cascata em todos os produtos turísticos. Os turistas que nos visitam querem que a uti-lização dos vários serviços turísticos sejam um processo simples e não uma fonte de complicações como ainda está a ser o atual sistema de portagens nas ex-Scut. Atualmente decorrem conversações com as Es-tradas de Portugal, cuja administra-ção mostrou grande empenho neste

JOAQUIM ROBALO DE ALMEIDA (ARAC) AFIRMA

Rent-a-car é opção para as empresas face a pro

As dificuldades das rent-a-car com o pagamento de portagens nas ex-Scut arrastam-se “há mais de dois anos”, segundo o secre

-0,77% Var. Semana -0,006% Var. Semana -0,92% Var. Semana

0,99% Var. 2012 -0,898% Var. 2012 0,30% Var. 2012

Euro/Libra 9/Jan .......0,8156

Var Sem ....................... -0,51% Var 2012 ........................ -0,36%

Euro/Iene 9/Jan .... 115,0130

Var Sem ........................ -0,23% Var 2012 ........................ -0,57%

Euribor 3M 9/Jan ......0,1920

Var Abs Sem ................... 0,003 Var 2012 ......................... -0,809

Euribor 1Y 9/Jan .......0,5510

Var Abs Sem ................... 0,007 Var 2012 ......................... -0,953

Ouro 9/Jan ...........1653,95

Var Sem ...................... 0,40% Var 2012 ..................... -1,35%

Prata 9/Jan ...............30,13

Var Sem ...................... 0,92% Var 2012 ..................... -0,40%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (09.01) 1,3071 EURIBOR 6M (09.01) 0,3260 PETRÓLEO BRENT (09.01) 111,45

1,304

1,306

1,308

1,31

1,312

3 Jan 4 Jan 7 Jan 8 Jan 9 Jan0,3160,318

0,320,3220,3240,3260,328

3 Jan 4 Jan 7 Jan 8 Jan 9 Jan110,8

111111,2111,4111,6111,8

112112,2112,4

3 Jan 4 Jan 7 Jan 8 Jan 9 Jan

38 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

MERCADOS

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dutos financeiros

tário-geral da ARAC.

assunto com vista à sua resolução, o qual se arrasta há mais de dois anos com graves prejuízos para as empre-sas do setor.

VE – A ARAC continua a quei-xar-se da fiscalidade portuguesa para o setor?

JRA – A ARAC continua de uma forma constante a chamar à atenção dos mais altos responsáveis pela governação do país para os problemas que afetam o rent-a-car, no sentido de dotar o setor com as mesmas armas concorrenciais que possuem os nossos parceiros europeus, em particular a vizinha Espanha. É uma realidade que os preços dos automóveis novos antes de impostos na União Europeia es-

tão a convergir, de acordo com um estudo efetuado pela Comissão eu-ropeia. No entanto, em Portugal, após impostos, continuamos a ser um dos países onde os automó-veis são mais caros devido ao peso excessivo do Imposto sobre Veí-culos, o qual onera fortemente o preço final dos automóveis. A ní-vel do rent-a-car, a fraca redução do ISV e as condicionantes para as empresas do setor fazem com que os empresários praticamente não recorram a essa “redução”, não existindo em Portugal um sistema de isenção, como acontece na vi-zinha Espanha, onde o rent-a-car está isento do pagamento do im-posto de matrícula (equivalente ao nosso ISV), o que torna muito difícil a concorrência das empresas portuguesas com as suas congéne-res espanholas.

VE – Outro grave problema com que se debatem as empre-sas de rent-a-car é a falta de se-gurança no que respeita ao rou-bo de viaturas.

JRA – O fenómeno tem alas-trado enormemente nos últimos tempos causando, todos os anos, largos milhões de euros de prejuízo às empresas. A ARAC tem insistido e alertado as autoridades para que se intensifiquem as ações de fiscali-zação e procura de automóveis fur-tados, roubados, objeto de abuso de confiança às empresas suas associa-das. A ARAC constata nesta maté-ria que o acordo de Schengen não está a ser operado em Portugal com a eficácia que seria desejável. Con-tinua a não existir uma verdadeira ação de fiscalização que diminua o número de roubos, quer dentro das viaturas (arrombamento de fe-chaduras com roubo da bagagem), quer das próprias viaturas. No pri-meiro caso, em cada ano, cerca de 50% das viaturas de rent-a-car do Algarve são alvo de arrombamen-tos.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 39

Santander poderá provocar saída de três mil funcionáriosA absorção do Banesto por parte do Santander poderá resultar no encerramento de cerca de 700 balcões e na eliminação de três mil postos de trabalho. O banco quer levar a cabo estas medidas sem radicalismos. O ajustamento do pessoal será feito através da recolocação noutras unidades do Santander, tanto em Espanha como no estrangeiro, a rotação natural dos colabo-radores e as saídas por acordo. De salientar que o Santander não beneficiou de qualquer aju-da pública, nem tem problemas de solvência. Tem margem para acordar com os sindicatos o plano de ajustamento.

Bancos deverão ter mais tempo para se adaptarem às regras de liquidezOs bancos vão ter mais tempo para cumprirem as novas regras de liquidez destinadas a per-mitir-lhes fazer face aos choques. O objetivo é que a banca não deixe de conceder crédito. O rácio de cobertura de liquidez está previsto para 2015, mas os bancos deverão beneficiar de uma prorrogação do prazo limite. As regras relativas a esse rácio deveriam ser aplicadas em si-multâneo com aquelas referentes aos fundos próprios dos bancos e que visam assegurar a sol-vabilidade no longo prazo.

Passaram agora mais de 25 anos desde que Portugal começou a receber dinheiro da União Europeia para a formação profissional e investimento em infraestruturas como estradas, portos e aeroportos. O objectivo era aumentar a produtividade, e tornar Portugal tão produtivo como os países do Norte da Europa donde vinha esse dinheiro, como a Alemanha.

Passado todo este tempo, e gasto todo esse capital, a produtividade em Portugal é pouco mais de metade daquela que prevalece nos países do Norte da Europa, e a cair. Esta falta de produtividade numa economia aberta, como a do Mercado Único, é responsável pela falta de competividade externa, que se traduziu, na última década, por défices recorde na balança de transacções correntes. Os portugueses passaram a importar muito mais do que aquilo que exportavam.

Este é um país em défice, um défice que, depois, ao nível microeconómico, se traduz no défice do Estado, no défice das empresas e no défice dos particulares. Está aqui, no défice externo, a origem dos problemas actuais da economia portuguesa e que levaram à intervenção da “troika”. O défice do Estado, o défice das empresas e o défice dos particulares são apenas consequências dele.

Ao colocar a ênfase, porém, no défice do Estado,

a “troika” e os governantes portugueses estão a tratar um sintoma da doença, e não a própria doença, que é o défice externo. E como é que se trataria esta doença, a do défice externo?

Uma solução seria o abandono do euro. Aceitando uma moeda que desvalorizasse face ao euro, reflectindo o nossa verdadeira produtividade face aos países do Norte da Europa, as exportações subiriam e as importações diminuiriam, colmatando o défice externo e aumentando o emprego.

Dentro do euro, a solução seria negociar com a União Europeia uma derrogação às regras do Mercado Único que nos permitisse, ainda que de forma temporária, impor certas restricções às importações e adoptar certos incentivos às exportações.

Enquanto não resolvermos de forma duradoura o problema do défice externo, nós vamos ter de continuar a endividarmo-nos perante o estrangeiro, e a recorrer à “troika”. É certo que as medidas impostas pela “troika”, com o efeito recessivo que produzem, contribuem, de forma indirecta, para atenuar o défice externo, pela diminuição que causam nas importações.

Mas esta diminuição só é conseguida à custa de um desemprego maciço que já ultrapassou os 16% e continua a subir e, no caso do desemprego jovem, já

caminha para os 40%. Até onde é que o desemprego terá de subir para que o problema do défice externo fique resolvido por esta via, ninguém sabe. Aquilo que se sabe é que, por qualquer das vias anteriores, o problema do défice externo seria resolvido com o desemprego a cair.

No fim, existem, pelo menos, duas conclusões a tirar da experiência portuguesa dos últimos anos dentro da União Europeia, e em especial, dentro do Mercado Único e da Moeda Única.

A primeira é a de que a Moeda Única, a despeito de algumas vantagens que trouxe noutros aspectos, tem sido um ónus para a economia portuguesa, sobrevalorizando-a, impedindo-a de reflectir verdadeiramente aquilo que vale e dificultando o seu ajustamento à realidade.

A segunda é a de que o Mercado Único, representando um ambiente de liberalismo económico entre os países da União Europeia, significou um extraordinário falhanço de Portugal. Devido a razões culturais que deixarei para outra altura tratar, Portugal não tem capacidade para participar nesta corrida.

A economia portuguesa precisa de ser protegida. Sem protecção, definhará, como se está a ver.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE

ARTIGO AINDA NÃO SEGUE O NOVO

ACORDO ORTOGRÁFICO

ProtecçãoEspeculação

PEDRO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SA

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O BES foi nomeado, pelo sé-timo ano consecutivo, o melhor banco na área de trade finance, em Portugal, pela revista inter-nacional “Global Finance”. Os editores desta revista, bem como os analistas do setor, gestores de empresas e especialistas em tec-nologias da informação selecio-naram os melhores bancos que prestam serviços de trade finance em mais de 80 países.

De entre os principais critérios de seleção destacam-se o volu-me transacionado, o âmbito de cobertura global, o serviço ao cliente, o preçário competitivo assim como as inovações tec-nológicas. Foram distinguidos

os bancos que mais apoiaram os seus clientes ao longo de um ano de crise e que descobriram formas inovadoras de minimizar riscos e tornar mais céleres os fluxos de capitais nas operações internacionais.

Segundo os responsáveis desta revista, as linhas de trade finan-ce são essenciais. “Agora mais do que nunca, a disponibilidade de linhas de trade finance a preços razoáveis é crucial para a econo-mia global. Nós selecionámos os bancos que estão a servir melhor as necessidades globais das em-presas que se dedicam ao comér-cio internacional”, refere uma nota enviada às redações.

O Millennium bcp afirma ter terminado 2012 na liderança do número de empresas apoiadas ao abrigo da linha PME Cresci-mento, na sub-linha de Micro e Pequenas Empresas. “O banco terminou o ano passado com uma quota no número de operações de 15,4% neste segmento, a que cor-respondeu 15,2% do montante global desta sub-linha”, refere um comunicado da entidade. “Este desempenho do Millennium bcp no ano que agora terminou espe-lha o compromisso já assumido pelo Banco de apoiar a economia portuguesa, com destaque para as pequenas e médias empresas que compõem uma parte importante do tecido empresarial português. Para 2013 o objetivo assumido

pelo Millennium bcp passa por reforçar a liderança nos programas de apoio às micro e pequenas em-presas, assim como por aumentar o apoio a projetos de maior di-mensão, sólidos e com impacto na economia”, acrescenta.

O Millennium bcp adianta ain-da que em 2013 vai apoiar cerca 20 mil micro e pequenas empre-sas através do programa “Empresa Aplauso”. Segundo o banco, este programa “assegurará para todo o ano condições preferenciais em diversos serviços financeiros, bem

como descontos em serviços não financeiros essenciais no dia a dia, através de parcerias com empresas nacionais de referência”.

Do programa “Empresa Aplau-so 2013” destacam-se os descon-tos no acesso a linhas de crédito para apoio à atividade comercial, em serviços de apoio a pagamen-tos e recebimentos, no apoio à exportação e na aquisição de se-guros.

Ao nível dos serviços não finan-ceiros, são de destacar a aferição gratuita da elegibilidade das em-presas a programas comunitários de apoio, o acesso a informações comerciais de empresas ou a cons-trução de sítios para e-commerce em condições preferenciais, entre outros.

O BPI assinou, um protocolo de cooperação com a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), que visa be-neficiar empresários e agricultores que pretendam instalar-se no pe-rímetro de atividade do Empre-endimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA). Este acordo visa criar um instrumento de colabora-ção bilateral que irá permitir, atra-vés do apoio do BPI, investir em infraestruturas de apoio à utiliza-ção da água, bem como quaisquer outros investimentos de melhoria da rentabilidade e competitivi-dade das explorações agrícolas do EMFA.

“O BPI disponibilizará soluções de financiamento a curto, médio e longo prazo, oferecendo condições especiais de crédito aos agricultores que pretendam desenvolver a sua

atividade no EMFA”, refere o ban-co em comunicado. Segundo a en-tidade, no centro deste protocolo “está, por um lado, o interesse da EDIA em proporcionar condições especiais de apoio aos investimen-tos dos agricultores beneficiários do EFMA e, por outro, o desem-penho do BPI enquanto prestador de serviços financeiros adequados às necessidades do setor agrícola”.

O Governo vai abrir uma nova li-nha de crédito de dois mil milhões de euros para PME. Do montante total da PME Crescimento 2013, assim se vai designar a linha, 400 mil milhões serão, segundo o mi-nistro da Economia, para micro e pequenas empresas e os restantes 1,6 mil milhões de euros para em-presas exportadoras. O prazo de maturidade será de quatro anos, com seis meses de carência.

Discursando no encontro PME Excelência 2012, em Braga, Álva-ro Santos Pereira anunciou ainda o alargamento do prazo para amor-tizações de capital no programa PME Investe, no sentido de dotar as empresas de “folga” de tesouraria.

“Quero anunciar que este mês vai ser lançado o alargamento do prazo nas linhas PME Investe. Um alarga-mento de 12 meses em que poderão não existir amortizações de capital de forma a beneficiar a tesouraria das empresas”, indicou o ministro.

Santos Pereira apontou ainda ser importante reduzir a burocracia e a fiscalidade para aumentar a com-petitividade nacional. “Defendo que Portugal tenha estímulos ao investimento e que, a muito breve trecho, se pense a médio prazo. De-vemos pensar mesmo ao nível da fiscalidade”, referiu. “Portugal tem que baixar a sua fiscalidade muito significativamente nos próximos cinco ou seis anos”, rematou.

Portugal tem vindo a implementar um programa de ajuste orçamental. Apesar das dificuldades colocadas pela significativa recessão que o país tem atravessado, bem evidentes nos 9 trimestres consecutivos de contração do PIB desde o 4º trimestre de 2010, alguns progressos foram contudo conseguidos: (i) uma redução em mais de 4 pp do PIB no défice, excluindo medidas extraordinárias; (ii) uma diminuição superior a 5 pp do PIB no défice primário (ou seja, depois de retirada a componente dos juros da dívida pública) e (iii) uma queda superior a 6 pp do PIB para a despesa pública primária, referindo-se as três variações ao período desde o final de 2009.

Para além da continuação do programa de privatizações (sendo a ANA o exemplo mais recente) e recapitalização do sector bancário, refira-se que não só a Balança de Bens e Serviços e a Balança de Transações Correntes viram uma enorme redução nos seus défices como deverão ambas apresentar um superavit em 2013 (de acordo com as projeções mais recente do Banco de Portugal). Mesmo considerando que este

movimento reflete a enorme contração sofrida pela procura doméstica nos últimos anos, é preciso salientar que o peso das exportações no PIB aumentou em mais de 5 pp desde o final de 2008, um desenvolvimento positivo para o equilíbrio das nossas contas externas no futuro e que refletirá provavelmente alguns ganhos de competitividade conseguidos pela nossa economia.

O programa de assistência financeira da União Europeia/FMI iniciado em 2011 deverá terminar em meados 2014. Este programa inclui o regresso de Portugal aos mercados de dívida pública no 3º Trimestre de 2013 e a autonomia do país, no que se refere à sua capacidade em financiar-se no mercado a taxas de juro sustentáveis, a partir de meados de 2014. O país tem visto as yields da sua dívida caírem em mercado secundário para mínimos desde Dezembro de 2010, reflexo do anúncio do OMT (na sigla inglesa) pelo Banco Central Europeu no ano passado.

Não será uma tarefa fácil para o Estado Português recuperar o acesso aos mercados em 2013. As fracas perspetivas económicas para Portugal, o

elevado nível de dívida pública em percentagem do PIB (acima de 120% é estimado para 2013) e o significativo endividamento do sector privado representam importantes obstáculos. O enquadramento externo será, igualmente, fundamental. Um corte na notação de rating soberano de Espanha colocaria provavelmente este país sem acesso aos mercados, com implicações para Portugal. Adicionalmente, será importante acompanhar a capacidade de a Irlanda voltar aos mercados.

A nível interno, o Orçamento de Estado para 2013 originou vários pedidos de fiscalização pelo Tribunal Constitucional, o que poderá forçar o Governo português a realizar alterações. Mantendo-se várias questões em torno da sustentabilidade da dívida pública portuguesa, parece ser provável que Portugal necessite de mais algum tempo para realizar o ajuste e possa beneficiar de mais suporte. Este suporte adicional deverá, contudo, assumir contornos diferentes e passar provavelmente pela inclusão do Mecanismo de Estabilidade Europeu ou do Banco Central Europeu.

TEXTO REDIGIDO NO DIA 9 DE JANEIRO DE 2013

2013: o ano em que Portugal deverá tentar voltar aos mercados de dívida soberana

JOSÉ SARMENTOanalista de mercados da FINCOR

Trade finance do BES distinguido pelo sétimo ano consecutivo

Millennium bcp reclama liderança na linha PME Crescimento

BPI financia agricultores do Alqueva

PME com nova linha de crédito de dois mil milhões

MERCADOS

Inapa aliena operação de factoring na AlemanhaA Inapa – Investimentos, Participações e Gestão alienou 60% do capital social da em-presa Print Media Factoring (PMF), vocacionada para a concessão de crédito – através do factoring – a empresas do sector gráfico na Alemanha. A operação de alienação terá um impacto positivo de 1,6 milhões de euros nas contas consolidadas da Inapa de 2012 e permitirá uma redução da dívida líquida consolidada no exercício em curso. Fica concluída a estratégia de concentração da Inapa nos seus mercados principais e de desenvolvimento de novos negócios.

Crédito às empresas e famílias espanholas torna a cairO financiamento de que gozam as empresas espanholas é cada vez mais escasso. Em novembro, relativamente a igual mês do ano ante-rior, verificou-se uma quebra de 7,2%, para 779,014 mil milhões de euros. O mais preocupante é que foi o ritmo de quebra mais acentu-ado desde que teve início a crise. A situação não é melhor no crédito às famílias. No período em análise, em termos homólogos, a descida foi de 3,5%, para 643,4 mil milhões de euros.

40 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

O acordo foi assinado com Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva

Banco vai lançar programa “Empresa Aplauso”

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AQUILES [email protected]

Os fundos de investimento mobiliário (FIM) com proteção de capital eram os que apresen-tavam maior rentabilidade a 12 meses na semana que terminou a 28 de dezembro, o que faz aque-la categoria fechar 2012 com o maior retorno ao investidor.

Segundo os dados da Asso-ciação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), o Cai-xagest Mix Emergentes – FEI liderava, naquela data, a tabela da rentabilidade acumulada, com 46,2%. A este, seguem--se três fundos com proteção de capital: Espírito Santo Ren-dimento Fixo IV – FEI (Esaf – FIM), com 42,4%, o Espíri-to Santo Rendimento Fixo IX – FEI (também Esaf – FIM), com 37,9%, e o Espírito Santo Rendimento Fixo VII – FEI (de novo Esaf – FIM), com 37,5%.

No quinto lugar da tabela da APFIPP surge outro fundo da Esaf FIM, mas desta feita da cate-goria obrigações taxa fixa euro, o

Espírito Santos Obrigações Euro-pa (35,2%). Seguem-se-lhe Cai-xagest Super Memory (de novo um fundo com proteção de capi-tal), com 31%, Montepio Euro Financial Services, da categoria de fundos ações setoriais, com 30,6%, e o Millennium Euro Fi-

nanceiras, também da categoria de fundos ações setoriais, com 28,2%. Espírito Santo Rendi-mento Plus – FEI (obrigações) e Caixagest Global Markets – FEI (outro com proteção de capital), ambos com 27%, fecham o “top” 10 da APFIPP.

INDICAM OS DADOS DA APFIPP

Fundos com proteção de capital dominaram rentabilidades em 2012

Barclays lança TPA com personalização de mensagens

BEI aumenta capital para financiar economia

O Barclays lançou no merca-do português um terminal de pagamento automático (TPA) com função de personalização de mensagens que permite aos comerciantes transformar o ato de pagamento numa ação de comunicação com os clientes. Além dessa funcionalidade, o Pronto TPA 2.0, com tecnolo-gia touchscreen, é, segundo o banco, “o mais pequeno e leve do mercado”, o que “lhe confe-re maior portabilidade e facili-dade de utilização”. De acordo com o Barclays, as mensagens no novo TPA “são fáceis de ativar e editar, possibilitando a alteração da mensagem apresen-tada sempre que o comerciante o desejar”.

Com este lançamento, o Bar-

clays renova a oferta Pronto TPA,lançada em 2010, que permite ao comerciantes adquirirem um TPA pronto a utilizar. Ao lançar o “Pronto TPA 2.0”, o banco pre-tende reforçar o “posicionamento enquanto parceiro de referência e líder na inovação ao nível doapoio à gestão de tesouraria no segmento de PME”.

A “Vida Económica” contac-tou o Barclays para saber quais os objetivos concretos, mas o banco não revela números. “Num mer-cado (de TPA) que está estagna-do, ou mesmo em contração, o objetivo é que este novo TPA re-presente um crescimento de 25%em produção em relação à versãoanterior, sem personalização demensagens”, disse-nos fonte do banco.

O Banco Europeu de Investi-mento (BEI) anunciou um au-mento de capital no valor de 10 mil milhões de euros, aprovado pelo 27 Estados-membros da União Europeia para incremen-tar o financiamento à economia e, assim, ajudar à recuperação económica do continente. “Es-tamos empenhados em trabalhar com as autoridades nacionais, investidores públicos e empresas para assegurar o uso eficaz dos empréstimos adicionais nos Es-tados-membros e desbloquear in-vestimento privado significativo para projetos”, disse o presidente do BEI, Werner Hoyer.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 41

BCP já reduziu quadro em 900 pessoasO BCP já conseguiu reduzir o seu quadro de colaboradores no nosso país em cerca de 900 profissionais, na sequência do programa de rescisões por mútuo acordo, reformas e pré-re-formas iniciado em novembro. Aquele número foi atingido com 600 pessoas que aceitaram ou pediram rescisões e 300 a aposentarem-se.

Portugueses preferem recorrer a amigos e à banca para pedir empréstimoO Observador Cetelem questionou os consumidores portugueses sobre a quem recorreriam,caso sentissem necessidade de pedir dinheiro emprestado. 28% dos portugueses acreditam que recorreriam à banca tradicional e 21% a amigos ou família. Apenas 6% admitem que procurariam uma sociedade financeira especializada e 1% poderiam fazê-lo junto de colegas de trabalho e através da banca online. Uma percentagem significativa dos inquiridos preferiunão responder à questão (43%).

Rentabilidades do “top” dez entre 27,6% e 49,2%Nome do fundo Sociedade

gestoraCategoria de

fundosRendibilidade efetiva anual

Classe de risco Volume sob gestão (milhões

de euros)Caixagest Mix Emergentes – FEI

Caixagest F. c/proteção de capital

46,2% 6 9,5

Espírito Santos Rendimento Fixo IV – FEI

Esaf – FIM F. c/proteção de capital

42,4% 6 33,5

Espírito Santos Rendimento Fixo IX – FEI

Esaf – FIM F. c/proteção de capital

37,9% 5 52,3

Espírito Santos Rendimento Fixo VII – FEI

Esaf – FIM F. c/proteção de capital

37,5% 5 45

Espírito Santos Obrigações Europa

Esaf – FIM F. Obrigações Taxa Fixa Euro

35,2% 3 43

Caixagest Super Memory – FEI

Caixagest F. c/proteção de capital

31% 5 19,6

Montepio Euro Financial Services

Montepio Gestão de Ativos

F. Ações setoriais 30,64% 6 4,2

Millennium Euro Financeiras

Millennium bcp Gestão de Ativos

F. Ações setoriais 32,4% 6 26,7

Espírito Santo Rendimento Plus – FEI

Esaf – FIM FEI de Obrigações

27% 2 43,6

Caixagest Global Markets – FEI

Caixagest F. c/proteção de capital

27% 4 58,6

Fonte: APFIPP (28 de dezembro) Werner Hoyer, presidente do BEI.

O Caixagest Mix Emergentes – FEI liderava a rentabilidade acumulada, com 46,2%.

A mensagem pode ser alterada sempre que o comerciante desejar.

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Banca espanhola vai reduzir 55 mil empregos até 2015A banca espanhola não deverá empregar mais que 223 mil profissionais em 2015, quando estiver concluída a rees-truturação de recursos humanos e de instalações por que o setor financeiro passa no país vizinho (tal como em Por-tugal, de resto). Aquele número representa o regresso a valores dos anos 80 (em que havia 250 mil profissionais).

Irlanda regressa aos mercados com taxa de 3,35%A República da Irlanda voltou esta semana aos mercados. O Tesouro co-locou 2,5 mil milhões de euros em títulos de dívida com maturidade em outubro de 2017 com uma taxa de rentabilidade implícita de 3,35%, um valor inferior ao anterior do pedido de resgate daquele país (4,7% antes do resgate). O Governo de Dublin considerou a operação um sucesso.

MERCADOS

AQUILES [email protected]

Os bancos não dão informações sobre eventuais aumentos das comissões em 2013. A “Vida Económica” contactou nove instituições (a saber, Caixa Geral de Depósitos, BCP, BPI, BES, Santander Tot-ta, Banco Popular, Barclays, Crédito Agrí-cola e Montepio) para apurar se preveem alterar a tabela de comissões e despesas so-bre produtos e serviço neste novo ano. No entanto, até ao fecho deste artigo, apenas Banco Popular e Montepio responderam à nossa questão.

Esta ausência generalizada de respostas pode indiciar que está aberto o caminho a novo aumento de comissões neste novo ano, depois de já em 2012 ter havido uma subida. Segundo o último Relatório de Supervisão Comportamental do Banco de Portugal, divulgado em maio último, houve um aumento generalizado das co-missões bancárias no ano que passou face a 2011. A maior subida aconteceu nas comissões iniciais de crédito ao consumo (79,7%, de uma média 99,9 para 179,5

euros). Já nos depósitos, as comissões su-biram 6,3% (para 35,8 euros) nos parti-culares e uns bem mais expressivos 26,1% (para 54,5 euros) nas empresas.

Mercado ditará regras para Popular e Montepio

Quanto ao que se segue, 2013 “esprei-ta”, então, nova subida. Com efeito, nem Montepio nem Banco Popular põem de parte esse cenário. “No Montepio, a atuali-zação de preçário tem sempre em conside-ração três fatores: condições de mercado, concorrência e objetivos estratégicos da instituição. O acompanhamento das rubri-cas de preçário é, por isso, constante. Neste sentido, e conjugando os referidos fatores,

poderão ocorrer atualizações de preçário em 2013”, admitiu à “Vida Económica” fonte da direção de marketing da entidade liderada por António Tomás Correia.

Também no caso do Banco Popular, vai

haver atenção às opções da concorrência. “O Banco Popular vai acompanhar as ten-dências do mercado, contudo não colocará em causa competitividade dos seus produ-tos e serviços”, referiu-nos fonte do banco.

MONTEPIO E POPULAR FORAM ÚNICOS A RESPONDER À “VIDA ECONÓMICA”

Bancos não revelam se vão aumentar comissões este ano

A SAG Gest – Soluções Automóveis Globais celebrou um contrato com vista à compra da totalidade do capital social da Best Fleet Locadora de Veículos. A opera-ção é realizada através da sua participada brasileira Unidas e a transação ronda os 70 milhões de euros.

A Best Fleet é uma empresa brasileira que desenvolve atividades de renting e gestão de frotas para clientes empresariais com bases nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba e prestação de servi-ços em todo o território brasileiro. A frota da Best Fleet é composta maioritariamente por viaturas de gama alta. “Com esta aqui-

sição, a Unidas passa a ter uma presença mais forte no segmento dos veículos exe-cutivos, concretizando um passo impor-tante na consolidação do respetivo negó-cio de renting, de acordo com a estratégia de crescimento e de criação de valor para os seus acionistas, fornecedores e clientes”, de acordo com os responsáveis da SAG. O grupo nacional detém uma participação de 52,72% no capital da Unidas, a qual se manterá inalterada em resultado desta operação de aquisição. A compra está ain-da dependente das autoridades de concor-rência brasileiras e da realização de uma assembleia de acionistas da Best Fleet.

A Associação Portuguesa de Bancos considera positivas as alterações introduzidas no âmbito do Acordo de Basileia III, designadamente o rácio de cobertura de liquidez para a banca. A entidade liderada por Faria de Oliveira refere que as alterações agora intro-duzidas são positivas para a banca nacional.

Acontece que as exigências de rácio de cobertura de liqui-dez foram suavizadas. Mesmo assim, a associação admite que o esforço exigido aos bancos a operarem em Portugal será bastante pesado. Quanto à composição, verifica-se agora uma maior flexibilização do rácio, através do alargamento dos ativos tidos como líqui-dos, permitindo uma maior diversificação, bem como uma menor exigência ao nível das condições de perda de saí-das de caixa, tendo em conta um contexto de crise. Refere a APB: “As condições atu-ais são mais consentâneas com a realidade que a experiência revela.”

A entidade também está de acordo com o alargamento do prazo de implementação das novas regras, possibilitando aos ban-

cos disponibilizarem o necessário finan-ciamento à economia real. Por outro lado, encara como muito positivo o facto de se poder utilizar o “buffer” (almofada) de li-quidez em situação de crise e que pode fi-car temporariamente abaixo do 100%. “É uma decisão muito importante e que se impunha desde a origem.”

SAG adquire empresa brasileira de renting

APB vê como positivas alterações às regras de Basileia

O Fundo Monetário Internacional (FMI) quer cortes mais acentuados nos sa-lários da função pública, nas pensões, nos subsídios de desemprego e no número de funcionários públicos. Isto tendo em vista a redução de quatro mil milhões de euros na despesa, já no próximo ano.

O corte nos salários dos funcionários públicos, das pensões e o aumento da ida-de da reforma são aspetos essenciais para garantir um menor peso do Estado, segun-

do o fundo. Considera ainda que reduzir o número de funcionários públicos até 140 mil resultaria na poupança de cerca de 2,7 mil milhões de euros. Após dois anos na mobilidade especial, os funcionários pú-blicos poderiam ser despedidos. Nas reco-mendações do FMI, algumas classes profis-sionais, como os militares, os professores, os polícias ou os médicos, são apontadas como privilegiadas. O sistema de proteção social é visto como muito caro e injusto.

FMI aconselha cortes mais profundos

na função pública

42 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

A instituição liderada por Faria de Oliveira admite que as exigências ainda são pesadas para a banca nacional.

Está aberto o caminho a novo aumento de comissões em 2013.

As comissões de contas de empresas aumentaram 26% em 2012

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MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 43

João Salgueiro distingue BPN do Banif O caso do Banif, onde o Estado vai injetar 1100 milhões de euros para reca-pitalização, é “claramente diferente” da do BPN, de acordo com o economis-ta João Salgueiro. O ex-presidente da Associação Portuguesa de Bancos elogia a gestão do banco e a supervisão. “O Banif está em boas mãos, tanto da parte da regulação como da gestão. Foi pena chegar a este ponto, a morte do fun-dador [Horácio Roque] não ajudou, mas não estou preocupado”, considera.

Dono da Zara compra edifício sede do BBVA em BarcelonaO fundador da Inditex, Amancio Ortega, comprou esta semana o edifício sede do BBVA em Barcelona, num negócio avaliado em 100 milhões de euros. Este negócio é o terceiro que odono da Zara faz naquela cidade espanhola no espaço de um ano. O edifício, cujo anteriorproprietário era o fundo alemão Deka Inmobilien (comprou em 2006 por 82 milhões), vaicontinuar a ser ocupado pelo banco.

As ações europeias registaram um cres-cimento de mais de 14%, no ano passado, apesar da situação de crise que atravessa a Europa. Foi mesmo superado o valor das congéneres dos Estados Unidos. O “apetite” dos investidores pelos valores eu-ropeus poderá aumentar ainda mais este ano, refere um estudo do “The Wall Street Journal”. São boas notícias para as bolsas

europeias, incluindo Portugal.Em boa medida, a evolução vai depen-

der da política. Se os governos europeus forem capazes de avançar com os planos de reformas, a confiança sairá reforçada. É provável que os investidores mais exi-gentes se interessem pelas ações, em detri-mento dos ativos livres de qualquer risco. No entanto, a aversão ao risco não vai de-

saparecer de um momento para o outro, mas de forma progressiva, à medida que se for deixando de falar da crise da zona euro.

Se os valores de mercado subirem de forma consistente a partir de agora, os in-vestidores podem esperar aumentar a sua rentabilidade com uma melhoria dos re-sultados. Vão surgir mais oportunidades

para selecionar valores. As empresas com contas sólidas, que dão prioridade à ren-tabilidade sobre o capital, serão as mais atrativas.

As empresas que repartem dividendosde modo mais generoso também deverãoser atrativas para os investidores, sobre-tudo aquelas que têm um fluxo de caixa sólido.

Ações europeias vão valorizar ainda mais este ano

A Conta a Crescer – Super Conta Mesada do Santander Totta, a pensar nas crianças entre os zero e os 12 anos, remunera a 1% o saldo existente na conta. O produto pode ser subscrito a partir de 25 euros mas a instituição bancária está, até 31 de janeiro, a dar presentes aos mais pequenos. Se a conta for aberta com 125 euros é oferecida uma lanterna projetora com algumas cenas de um filme de animação que esteve recentemente no cinema e caso o investimento inicial for de 1250J, a criança recebe uma máquina fotográfica.

MARTA ARAÚ[email protected]

Uma conta que cresce monstruosamente

Mesmo as moedas mais pequenas e de menor valor podem fazer as poupanças cres-cer. É com base nesta premissa, que é, aliás, uma boa mensagem para os mais pequenos lá de casa, ainda para mais perante a entra-da num novo ano, que o Santander Totta relançou a sua oferta para os mais pequenos.

Desta feita, a Conta Crescer – Super Conta Mesada dá presentes para os mais novos. Tem como público alvo os pais e encarregados de educação das crianças en-tre os zero e os 14 anos sendo que, para o efeito, e dependendo do valor inicial da abertura de conta, o banco tem presentes para oferecer.

Caso a conta em causa seja aberta com 125 euros, o seu filho recebe uma lanter-na projetora que mostra algumas cenas do filme Hotel Transylvania, que está desde 20 de dezembro nas salas de cinema por-tuguesas. Quem tiver a possibilidade de investir, neste contexto, 1250 euros, é atri-buído como prémio, e sem qualquer tipo de concurso, uma máquina fotográfica.

No entanto, tenha em linha de conta que, neste último cenário, o prémio pressupõe a permanência no banco pelo prazo mínimo de 24 meses. Caso o cliente não cumpra esta con-dição, terá de ressarcir o banco em 52 euros, na proporção do prazo decorrido.

A conta que cresce com eles

Um dos pontos de interesse deste

produto relaciona-se com o facto de remunerar o saldo existente na conta a uma TANB de 1%. O pagamento dos juros ocorre mensalmente. Em para-lelo, o produto financeiro prevê o não pagamento de despesas de manutenção e portes; 0% de comissões nos princi-pais serviços e operações do dia a dia; oferta do cartão Crescer para a criança e mais um cartão recarregável válido para dois anos; bem como a oferta de seguro de Responsabilidade Civil Familiar, até 5000 euros por sinistro e anuidade sem qualquer franquia, durante o primeiro ano de titularidade da conta.

Os depósito e/ou transferência podem acontecer a qualquer momento e abran-ger qualquer valor. O importante é ir amealhando.

A NOSSA ANÁLISE

Super Conta Mesada do Santander remunera a 1% mensalmente

CONSELHOS

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Fixing09.jan.13

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1.3056 -0.35% 0.48% -1.05%

EUR/JPY 114.34 0.36% 6.75% 0.64%

EUR/GBP 0.8151 0.53% 0.95% -0.13%

EUR/CHF 1.2089 -0.01% -0.21% 0.14%

EUR/NOK 7.3250 0.46% -0.17% -0.32%

EUR/SEK 8.5954 0.65% -0.57% 0.16%

EUR/DKK 7.4606 0.01% 0.02% -0.01%

EUR/PLN 4.1090 0.50% 0.41% 0.86%

EUR/AUD 1.2419 -0.42% 0.31% -2.30%

EUR/NZD 1.5579 -0.95% 0.41% -2.90%

EUR/CAD 1.2893 -0.23% 0.57% -1.86%

EUR/ZAR 11.2095 -0.37% -0.62% 0.33%

EUR/BRL 2.6601 -0.85% -1.30% -1.61%

Euro em alta

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O “duplo fundo” registado entre o segundo e terceiro trimestre permitiu uma recuperação que anulou a totalidade das perdas observadas no decurso de 2012. O índice nacional negoceia agora dentro de uma canal ascendente, com a quebra dos 5778 pontos a sugerir a possibilidade do PSI-20 em registar no curto prazo os 6200 pontos.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O último trimestre de 2012 foi de acumular de ganhos para o DAX, tendo encerrado o ano em máximos de quase 4 anos.O índice alemão ultrapassou já a resistência dos 7590 pontos. Este evento técnico sugere uma visita a valores de 2007, junto dos 8100 pontos. No entanto, será importante ter em mente o suporte dos 7200 pontos perante eventuais recuos do índice.

Os intervenientes de mercado já abandonaram a ideia de que o BCE irá reduzir as taxas de referência, no início deste ano. Esta alteração das expectativas surgiu depois de Joerg Asmussen – membro do BCE – ter referido no mês passado que havia muita relutância em realizar tal diminuição. Apesar das previsões de uma contração para a economia da Zona Euro em 2013 o BCE manteve inalteradas as taxas no mês passado. A próxima reunião está marcada para esta quinta-feira, prevendo-se que as taxas se mantenham nos 0,75%. Estas perspetivas, associadas a um menor excesso de liquidez no sistema, contribuíram para uma recuperação das Euribors durante a última semana. A Euribor a 6 meses encontra-se agora nos 0,326% e a Euribor a 3 meses fixou-se nos 0,192%. Durante a última semana vários dados económicos foram relevados na Europa. Em novembro, os preços industriais na Zona Euro caíram pela primeira vez nos últimos cinco meses, em cerca de 0,2% face a outubro. A redução foi justificada pelos menores custos energéticos.

Em comparação com o ano anterior foi verificado um crescimento dos mesmos, de 2,1%. Em dezembro, um aumento dos preços dos alimentos e de serviços sobrepôs-se à queda dos custos energéticos e acabou por contribuir para manter a inflação nos 2,2% na Zona Euro. As expectativas indicavam para um decréscimo, para os 2,1%. Vários analistas acreditam que durante o ano de 2013 a inflação irá cair abaixo do objectivo do BCE de 2%. O sentimento económico vivido na Zona Euro apresentou melhorias no último mês do ano, aumentando para os 87 pontos, o que ocorreu pelo segundo mês consecutivo. A taxa de desemprego, em contrapartida, voltou a aumentar, até aos 11,8%. O sentimento dos investidores na Zona Euro aumentou em janeiro, pelo quinto mês consecutivo até ao nível mais alto dos últimos dois anos, sustentando-se em menores preocupações com a crise de dívida soberana. O índice fixou-se nos -7 pontos, contra os -16,8 pontos de dezembro.As obrigações alemãs recuaram ligeiramente durante a última semana, na sequência de diversas

liquidações de posições despoletadas por menores preocupações com o futuro da economia norte-americana, na sequência do acordo orçamental. Entretanto, no final da semana, os investidores começaram a dar sinais de um novo interesse na aquisição dos ativos alemães, como forma de refúgio a outros ativos de risco dada a consciência dos problemas económicos ainda por resolver. Esta tendência de refúgio tem mantido os rendimentos das obrigações alemãs em níveis reduzidos. O forte interesse por activos de risco tem levado a que emitentes há muito tempo afastados do mercado, tenham vindo a público anunciar novas emissões. É o caso da Irlanda, que planeia uma emissão a cinco anos. Relativamente ao Tesouro português, ainda não há notícias, mas o BES já anunciou intenção de emitir a cinco anos, após o forte sucesso da sua emissão a três anos. Apesar da subida das taxas fixas, pensamos que não há razões que justifiquem a fixação de empréstimos indexados à Euribor.

ANÁLISE PRODUZIDA A 9 DE JANEIRO DE 2013

Analistas acreditam que inflação irá cair abaixo do objetivo do BCE

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd No último trimestre de 2012,

o Eur/Usd quebrou a tendência de queda que vinha caracterizan-do o seu comportamento desde meados de 2011. Este movimen-to neutralizou a pressão vendedo-ra do câmbio, permitindo uma subida a valores acima dos 1,32 dólares.

Este evento reforça o mo-mentum ascendente do câmbio, permitindo ter em mente o ob-jectivo dos 1,35 dólares para as próximas semanas.

Eur/JpyO Eur/Jpy quebrou a tendên-

cia de queda de longo prazo, ten-do conseguido encerrar o ano em máximos de 20 meses. O rápido movimento de subida observado no final de 2012 refletiu a con-tinuação do ressalto verificado nos 95 ienes e sinalizou a impor-tância da zona de resistência dos

104,5 e 105,5 ienes.A próxima zona de resistência

está nos 117,80 ienes, podendo a sua quebra em alta abrir “espaço” para uma visita a valores próxi-mos dos 123,30 ienes.

Eur/GbpDesde o verão de 2011 que o

Eur/Gbp se encontrava numa trajetória de queda. Como tí-nhamos referido, as 0,77 libras não eram fáceis de quebrar e o ressalto efectivamente aconteceu. Com a quebra em alta da linha de tendência, que ocorreu há apenas duas semanas, o cenário tornou-se bastante mais neutral.

A recuperação em curso, ini-ciada no final de julho, está a encontrar resistência natural en-tre 0,8150 e 0,8200. Esses são os níveis a observar nesta fase. Aci-ma dessa zona de preços o padrão gráfico altera-se e as 0,84 libras passam a ser o objetivo seguinte.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)9.janeiro13 31.outubro12 10.outubro12

1M 0.110% 0.109% 0.001 0.111% -0.001

3M 0.192% 0.188% 0.004 0.187% 0.005

1Y 0.551% 0.543% 0.008 0.558% -0.007

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 5 de julho 2012

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 7,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

February 13 0.190%March 13 0.190%April 13 0.195%

September 13 0.210%December 14 0.455%

June 16 0.990%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.180 0.2003X6 0.180 0.2001X7 0.312 0.3423X9 0.317 0.332

6X12 0.340 0.35512X24 0.602 0.622

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0.402 0.4133Y 0.513 0.5235Y 0.842 0.8628Y 1.387 1.397

10Y 1.672 1.682

Obrigações 5Y 10Y 5.40 6.55

3.86 5.130.83 2.110.46 1.473.01 4.280.97 2.030.77 1.850.20 0.83

Fontes: Reuters e IMF

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013

1,2658

1,205

1,33

1,281

1,348

1,317

Pri c e

USD

1,2

1,22

1,24

1,26

1,28

1,3

1,32

1,34

19 04 18 01 22 06 20 03 17 01 22 05 19 02 16 07 21 04 18 02 16 06 20 03

Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2012 Q1 13

4.420

5.160

5.558

5.788

6.2006.350 Pric e

EUR

4.500

4.800

5.100

5.400

5.700

6.000

14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23 30 06 13 20 27 04 11 18 25 01 08 15 22 29 05 12 19 26 04 11 18 25 01 08 15 22 29 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 02 09 16 23 30 07 14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23 30 06 13 20 27 03 10

Q3 11 Q4 2011 Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2012

5.900

5.000

7.2007.475

8.115Pric e

EUR

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2 Q3 Q4 Q1 Q2

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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2013 – um ano de topo em termos de retorno accionista?

Findo o ano de 2012, podemos fazer um balanço geral dos mercados, tendo estes acabado por atingir retornos bastante interessantes.

O principal mercado accionista, tido como o farol dos mercados a nível mundial, o S&P500, almejou um retorno de cerca de 16%. Nos mercados europeus, os retornos foram ainda mais impressionantes, com destaque para o mercado alemão, a atingir mesmo os 30% de retorno.

Um investidor inexperiente poderá pensar como tais retornos foram possíveis, sobretudo atendendo aos acontecimentos que foram surgindo em 2012, um ano rico em eventos com o potencial de colocar o mundo financeiro em alvoroço. O ano, de facto, pautou-se por alguma volatilidade nos mercados, mas tal não impediu números bastante positivos. Desde o “default” por parte da Grécia nas suas obrigações ao agravamento da crise soberana pelos restantes países periféricos, como Portugal, Espanha e Itália, a crise política evidente no seio da União Europeia, a entrada em vigor dos novos mecanismos de estabilidade, a extensão e criação de novos programas de estímulo por parte dos bancos centrais mundiais, com o anúncio do Quantitative Easing 3 por parte da Reserva Federal Americana e demais programas levados também a cabo pelo Banco Central Europeu, podemos afirmar veementemente que o ano transacto teve inúmeras ocasiões dos quais os mercados poderiam ter reagido negativamente. Contudo, tal não se veio a verificar, mostrando o quão resiliente o mercado tem sido desde que o recente ciclo de “bull market” se iniciou em Março de 2009.

Podemos afirmar que os fundamentais económicos têm vindo a deteriorar-se desde então, no entanto nem sempre os mercados reflectem exactamente as condições macroeconómicas existentes, sendo os últimos anos reflexo disso mesmo.

Contudo, 2013 poderá trazer algumas mudanças no que aos mercados diz respeito. O ciclo de “bull market” actual encontra-se já bastante maduro, caminhando para os seus quatro anos de duração, o que o coloca dentro da média de 3,8 anos de duração dos anteriores ciclos. Com base nisto, podemos especular que durante o ano 2013 poderemos vir a assistir a um topo generalizado dos mercados accionistas como o S&P500 e o DAX. O facto de as empresas líderes do início do ciclo, como a Apple e outras empresas do sector de bens de consumo, demonstrarem fraqueza recentemente é mais um indício do grau de maturidade atingido por este “bull market”. Por oposição, o facto de também as financeiras, assim como empresas de sectores cíclicos estarem a demonstrar força, é consistente com a ideia de um possível topo para 2013, dado que esses sectores tendem a ser os últimos a apresentarem força relativa enquanto a fase de topo se vai desenvolvendo.

Quais as implicações para um investidor normal?Para um investidor comum, o foco deverá estar no investimento

periódico das suas poupanças num variado leque de classes de activos, ignorando as notícias e os fundamentais veiculados. Deste modo, estará a garantir que almejará o retorno providenciado pelo mercado, algo que a maioria dos investidores não o consegue, segundo os vários dados existentes. Um portfolio devidamente diversificado em activos como imobiliário, matérias-primas, obrigações e acções será capaz de providenciar o investidor com o potencial de retorno a longo prazo não muito diferente das acções, mas derivado da diferente correlação entre activos, com um risco significativamente menor. Os ciclos negativos devem ser, portanto, encarados pelo investidor como uma oportunidade de adquirir unidades de investimento a preços mais atractivos, nunca descurando a diversificação.

Concluindo, em 2013 poderá apresentar-se, de acordo com os dados, a possibilidade da formação de um topo significativo nos principais mercados accionistas.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO AINDA NÃO SEGUE O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

SALVADOR NOBRE DA VEIGAXTB

Custos com crédito à habitação deverão manter-se baixosOs custos dos portugueses com o crédito à habitação em 2012 foi a mais baixa de sempre e, segundo os especialistas, não deve sofrer grandes aumentos neste novo ano. Os encargos mensais dos portugueses com o crédito à habitação rondam os 1,9 mil milhões de euros, 1,2 mil milhões abaixo do valor de finais de 2011. Os analistas preveem que as taxas Euribor se mantenham ou desçam em 2013.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO 2013 45

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Crédito malparado nas empresas supera 10% O crédito malparado nas empresas atingia, em novembro, 10,16% do total dos empréstimos concedidos (106,67 mil milhões de euros), de acordo com os dados do Banco de Portugal. Trata-se de um novo re-corde. Nas famílias, o crédito de cobrança duvidosa foi de 3,78%. No total (famílias e empresas), o crédito malparado ficou em 6,6% (15,92 milhões de euros).

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 0,764 23,03% 2,000 0,528 -0,325 0,031 -- 24,645 -- 0,00% 09-01-2013 16:38:00

INDITEX 105,55 -3,43% 111,800 62,922 3,868 4,372 27,288 24,142 1,52% 2,13% 09-01-2013 16:38:00

REPSOL YPF 16,215 1,47% 23,860 10,900 1,620 1,697 10,009 9,555 6,28% 5,32% 09-01-2013 16:38:00

TELEFONICA 10,83 3,39% 13,331 7,900 1,191 1,243 9,093 8,713 -- 0,92% 09-01-2013 16:38:00

FRA. TELECOM 8,75 2,87% 11,960 7,835 1,275 1,162 6,863 7,530 15,77% 10,39% 09-01-2013 16:38:44

LVMH 138,05 -2,88% 142,850 108,550 7,227 7,976 19,102 17,308 2,10% 2,18% 09-01-2013 16:35:00

BAYER AG O.N. 72,32 0,49% 73,240 47,625 5,443 5,932 13,287 12,191 2,28% 2,51% 09-01-2013 16:35:10

DEUTSCHE BK 36,7 7,44% 39,510 22,110 3,687 4,343 9,932 8,432 2,04% 2,01% 09-01-2013 16:35:02

DT. TELEKOM 9,137 4,35% 10,060 7,688 0,637 0,674 14,294 13,509 7,65% 7,65% 09-01-2013 16:35:25

VOLKSWAGEN 159,2 -5,66% 169,350 108,500 35,102 23,642 4,531 6,727 1,89% 2,17% 09-01-2013 16:35:24

ING GROEP 7,656 5,14% 7,660 4,440 0,935 1,142 8,188 6,704 -- 0,09% 09-01-2013 16:35:27

Título Última Cotação

Variação Semanal

Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,709 2,89% 1,717 0,945 0,193 0,180 8,855 9,494 1,17% 0,41% 09-01-2013 16:35:00

B. COM. PORT. 0,086 11,69% 0,141 0,047 -0,065 -0,019 -- -- -- 0,00% 09-01-2013 16:39:31

B.ESP. SANTO 1,100 15,91% 1,100 0,434 0,033 0,043 33,333 25,581 -- 0,18% 09-01-2013 16:36:47

BANIF-SGPS 0,154 - 0,382 0,100 -0,330 -0,120 -- -- -- -- 17-12-2012 17-12-2012

B. POP. ESP. 0,760 22,58% 1,973 0,520 -0,325 0,031 -- 24,516 -- 0,00% 09-01-2013 16:23:27

BANCO BPI 1,181 19,29% 1,197 0,338 0,105 0,061 11,248 19,361 -- 0,00% 09-01-2013 16:35:10

BRISA 2,110 0,96% 2,785 1,620 0,093 0,086 22,688 24,535 -- 12,23% 09-01-2013 16:35:00

COFINA,SGPS 0,591 -1,34% 0,770 0,300 0,057 0,053 10,368 11,151 1,69% 2,20% 09-01-2013 16:36:02

CORT. AMORIM 1,850 13,50% 1,890 1,194 0,260 0,270 7,115 6,852 3,51% 4,32% 09-01-2013 16:16:40

CIMPOR,SGPS 3,360 2,75% 5,700 2,930 0,370 0,430 9,081 7,814 4,94% 5,95% 09-01-2013 16:35:00

EDP 2,355 0,21% 2,439 1,628 0,291 0,272 8,093 8,658 7,86% 7,90% 09-01-2013 16:35:00

MOTA ENGIL 1,899 17,22% 1,930 0,951 0,208 0,235 9,130 8,081 5,79% 6,58% 09-01-2013 16:35:00

GALP ENERGIA 12,070 -1,19% 13,775 8,330 0,449 0,527 26,882 22,903 2,65% 1,91% 09-01-2013 16:35:46

IMPRESA,SGPS 0,330 6,45% 0,620 0,260 0,010 0,000 33,000 -- -- 0,00% 09-01-2013 16:35:00

J. MARTINS 14,565 -2,28% 15,872 11,117 0,631 0,747 23,082 19,498 1,89% 2,39% 09-01-2013 16:35:00

MARTIFER 0,620 5,09% 1,140 0,500 -0,115 0,020 -- 31,000 -- -- 09-01-2013 15:35:12

NOVABASE 2,310 0,87% 2,400 1,660 0,235 0,240 9,830 9,625 1,30% 3,68% 09-01-2013 16:35:00

GLINTT 0,130 18,18% 0,160 0,090 -- -- -- -- -- -- 09-01-2013 16:06:54

P. TELECOM 4,151 8,78% 4,410 3,003 0,332 0,349 12,503 11,894 20,96% 9,64% 09-01-2013 16:35:00

PORTUCEL 2,550 9,49% 2,565 1,680 0,268 0,254 9,515 10,039 8,67% 6,94% 09-01-2013 16:35:00

REDES E. NAC. 2,142 1,61% 2,295 1,800 0,255 0,266 8,400 8,053 7,89% 7,89% 09-01-2013 16:35:00

S. COSTA 0,160 23,08% 0,440 0,120 -0,070 0,020 -- 8,000 -- -- 09-01-2013 16:25:59

SEMAPA 6,390 9,79% 6,587 4,602 0,948 0,903 6,741 7,076 3,99% 3,99% 09-01-2013 16:35:12

SONAECOM 1,481 -0,87% 1,800 1,042 0,166 0,149 8,922 9,940 4,73% 4,12% 09-01-2013 16:35:00

SONAE,SGPS 0,744 3,05% 0,749 0,366 0,047 0,055 15,830 13,527 4,45% 4,17% 09-01-2013 16:37:39

SONAE IND. 0,550 10,22% 0,720 0,384 -0,280 -0,147 -- -- -- 0,00% 09-01-2013 16:35:00

SAG GEST 0,320 -5,88% 0,520 0,280 -0,090 -0,010 -- -- -- -- 09-01-2013 16:35:00

TEIX. DUARTE 0,420 23,53% 0,420 0,180 -- -0,030 -- -- -- -- 09-01-2013 16:35:00

Z. MULTIMEDIA 3,171 4,31% 3,300 1,977 0,127 0,150 24,969 21,140 5,05% 5,27% 09-01-2013 16:35:00

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Comprar a versão mais equipada de um modelo representa mais equipamento e um visual mais arrojado. Mas o diferencial nos custos para trocar os quatro pneus pode representar várias centenas de euros. De acordo com os dados solicitados à consultora Boxer pela “Vida Económica”, aquele diferencial pode superar os 80%.

AQUILES [email protected]

Os custos com pneus podem atingir diferenciais superiores a 80% entre diferentes medidas

para o mesmo modelo e motor (poderá ter diferentes níveis de potência), de acordo com os da-dos enviados à “Vida Económi-ca” pela consultora Boxer. A me-dida dos pneus não é, por norma, um fator importante no processo de decisão de compra de automó-vel novo (apenas nos contratos de renting é que são destacados, por influenciarem a renda mensal a pagar). O apelo estético acaba, quase sempre, por ser o mais im-portante, com a escolha a recair pelas versões de equipamento mais recheadas e… com jantes maiores e pneus mais largos.

Se no PVP ou, sobretudo, na mensalidade do financia-mento a diferença nem sempre é marcante, na altura de trocar os pneus (o que acontece a cada 40 a 60 mil km), a carteira é que sofre. Já para não falar quanto maior e mais baixo perfil tem a jante, menos durabilidade mé-dia têm os pneumáticos.

Chegámos às medidas atra-

vés dos sites das marcas e, de-pois, solicitámos à consultora dados para os custos de pneus. Os preços indicados (que in-cluem IVA) são meramente indicativos mas dá para se ter uma ideia dos valores em causa. A “Vida Económica” solicitou dados para seis modelos: BMW 116d/120d, Mercedes C 180 CDI/220 CDI, Nissan Qashqai diesel, Peugeot 208 1.4 HDi, Renault Mégane 1.5 dCi e Volkswagen Polo 1.2 TDI.

Polo e Qashqai com maio-res diferenciais

As marcas “premium” são a exceção à regra de a versão mais equipada ter pneus consi-deravelmente mais caros. Com efeito, o Mercedes C220 CDI (2.2 diesel de 170 cv) tem um custo 27,3% mais baixo (522 euros contra 718,92 euros) do que o 180 CDI (2.2 diesel de 120 cv). Já no caso da BMW, o

“VIDA ECONÓMICA” SOLICITOU À BOXER DADOS PARA O MESMO MODELO E MOTOR

Diferenças no custo podem ultrapassar

O diferencial entre as versões menos e mais equipadas do mesmo modelo e motor atinge mais de 400 euros nos mo-delos analisados.

1.2 VTI 82

Citroën reforça competitividade do C3 com novo motor a gasolina

AQUILES [email protected]

A Citroën reforçou a com-petitividade do C3 com a che-gada do motor 1.2 a gasolina de 82 cv. Este motor, o segundo de dois motores Pure Tech (o outro é um 1.0 de 69 cv que a Citroën optou por não colo-car neste modelo), substitui na gama do C3 dois motores de uma só assentada: o 1.1 de 60 cv e o 1.4 de 73 cv. Tem van-tagens face aos dois, tanto em termos de performance como de consumo.

Em termos de preços, o Citroën C3 associado ao novo propulsor tem preços entre 14 905 e 16 764 euros, conso-ante o nível de equipamento: Attraction, Seduction15 e Se-duction (entre os dois últimos a diferença está apenas nas jantes). ABS, fecho central de portas com comando e fecho automático em andamento, air-bags frontais (o do passageiro com possibilidade de desativa-ção) e laterais, computador de bordo e duas fixações ISOFIX nos bancos traseiros são alguns dos elementos comuns a todos os patamares de equipamen-to. Seduction15 e Seduction acrescentam elementos como airbags de cortina no tejadilho à frente e atrás, cintos com pré--tensores pirotécnicos e limita-

dores de esforço, velocímetro com regulação e limitador de velocidade, faróis de nevoeiro e volante em couro, sistema de ar condicionado manual, siste-ma áudio com leitor de MP3 e comandos sob o volante.

A anos-luz do 1.1

Associado a caixa manual de cinco velocidades, o bloco com 1199 cc permite ao C3 atingir, segundo os dados da marca, 174 km/h de velocidade máxima e chegar aos 100 km/h em 12,3 segundos. Quanto a consumos e emissões de CO2, a marca indica 4,6 l/100 km e 107 g/km.

A “Vida Económica” con-duziu o modelo durante cerca de 200 km e concluiu que este motor representa o “regres-so” da Citroën ao segmento B a gasolina em Portugal. Com efeito, o 1.1 de 60 cv foi muito importante para a estratégia da marca, mas a tecnologia já era muito antiga e, na atual gera-ção do C3, tinha performance muito baixas e consumos de-masiado altos. Já este 1.2 está ao nível das melhores propostas do mercado para este nível de cilindrada e potência. Aliás, se a comparação for feita apenas com motores atmosféricos (sem turbo), é a referência.

Peugeot vai ter crossover do segmento B com 2008O Peugeot 208 não vai ter uma versão “break”, mas antes um crossover (um misto de monovo-

lume e SUV). Batizado de 2008, o modelo vai chegar na primavera para tentar repetir no segmento B o sucesso do 3008 no segmento C. Na primeira informação sobre o modelo, a marca francesa revelou que vai ter motor e-HDi (1.6) e os três cilindros (1.0 e 1.2) a gaso-lina. A Peugeot revelou também o cumprimento do 2008: 4,16 m.

AUTOMÓVEL

46 SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO DE 2013

O motor substitui na gama do C3 o 1.1 de 60 cv e o 1.4 de 73 cv.

Page 47: Empresas vão ter mais apoios no novo QREN · 2013-05-24 · de funcionários públicos oscilará entre os 70 ou 80 mil, afi rma, em entrevista à VE, Hélder Rosalino, secretário

A solução para a ressurreição do setor automóvel passa pela mudança de paradigma, adap-tando o modelo económico do setor à realidade da economia portuguesa, que enfrenta uma das piores crises de sempre, de acordo com João Corga, diretor--geral da empresa de comércio automóvel MBM Mobile. “É necessário refundar o setor, ba-seado em premissas reais, tendo sempre presente que temos to-das as possibilidades de mudar o que há para mudar, mas que é imperativo haver abertura por parte do Estado para conversar, apresentar um pacote de medi-das racionais e de rápida imple-mentação – a par da refundação, com uma perspectiva de longo prazo”, apela.

O atual estado da situação de quebra acentuada na venda de automóveis ligeiros em Portugal, na ordem dos 40,9% em 2012, deve-se a uma conjuntura des-favorável, que vai desde o clima de desconfi ança generalizado dos consumidores até às medidas im-plementadas pelo Estado, decor-rentes das imposições da “troika”. João Corga lembra que o modelo económico do setor se baseia em premissas que estão completa-

mente desadequadas e que a pro-va disso é a queda a pique das re-ceitas do ISV, de os impostos que recaem sobre o setor serem está-ticos e não dinâmicos, logo mais reais. “Como seria de esperar, o setor automóvel sofreu, a par de outros setores, com os constran-gimentos políticos e fi scais, uma vez que o governo quis arrecadar receitas baseado nos pressupostos dos últimos anos, tendo falhado redondamente”, relembra.

O diretor-geral da MBM Mo-bile vai mais longe e lembra que o mercado automóvel, pela im-

portância que tem na economiaportuguesa, é um espelho do real estado do país. “Este setor, pelasua natureza, é um dos melhores indicadores do desempenho eco-nómico de um país como o nos-so: se não está falido, está muito perto”, defende. A mesma fontevê como imperativo a união detodos os operadores para, como apoio do Estado, salvar as em-presas em risco real de falência e apoiar as que ainda se mantêm no ativo a alcançar um patamar de sustentabilidade que permita manter empregos.

Uma marca não muito co-mum nos dias de hoje. Uma ver-são carrinha do Ford Focus com o motor 1.8TDCi, matriculado em março de 2001, alcançou um milhão de km. Este veículo, sempre conduzido pela mesma pessoa e que ao longo destes 11 anos já percorreu mais de um milhão de km, encontra-se em excelente estado quer mecânico, quer visual. “Este é o meu veícu-lo do dia a dia e que nunca me deixou fi car na estrada. Procuro, por isso, mantê-lo em perfeito estado de funcionamento para que possa continuar a usufruir dos seus serviços”, afi rmou João Paulo Reis, o seu proprietário atual. “Este foi o meu carro de serviço durante muitos anos e quando saí da empresa fi quei com ele”, acrescentou.

O Ford Focus, atualmente com mais de um milhão de km, esteve no concessionário CAM Porto, em Perafi ta, onde efetuou uma revisão de rotina, tendo um

representante da Ford Lusitana marcado presença para felicitar e premiar o cliente pela sua fi deli-zação com a oferta da manuten-ção programada de um milhão de km, polimento de faróis, for-ro do volante e lavagem e aspira-ção da viatura. “É sempre com uma enorme satisfação que re-gistamos a fi abilidade dos nossos modelos e, ao mesmo tempo, a

fi delização dos clientes à marca,”disse Pedro Paula Pinto, diretorde pós-venda da Ford Lusitana. “Na Ford trabalhamos todos os dias no sentido de melhorar os nossos produtos e processos,para que possamos garantir um elevado nível de satisfação dos nossos clientes, quer na vendado veículo novo, quer na sua as-sistência em pós-venda”.

dos pneus os 80%

João Paulo Reis assistiu a carrinha na CAM Porto.

O setor automóvel “se não está falido, está muito perto”, segundo João Corga.

Avis Budget vai comprar ZipcarO grupo de rent-a-car Avis Budget vai comprar a empresas de car-sha-ring Zipcar. O negócio, que ainda vai ser aprovado pelos acionistas da Zipcar, vai rondar os 500 mi-

lhões de dólares (383,3 milhões de euros) e deverá estar concluído na primavera. A empresa de car-sharing está presente nos Estados

Unidos e na Europa (sendo Barcelona a única cidade da Península Ibérica). A “Vida Económica” contactou a Avis Portugal para saber se este negócio pode vir a representar a entrada daquele serviço no mercado luso, mas fonte da empresa disse ser cedo para saber. “Até a aquisição ser dada como concluída, é prematuro adiantar conclu-sões acerca de eventuais impactos que esta acção pode vir a ter nas marcas envolvidas”, disse-nos.

-14,1%Quebra nas vendas de motociclos e quadriciclos em 2012

SEXTA-FEIRA, 11 DE JANEIRO DE 2013 47

AUTOMÓVEL

DE CLIENTE DE CONCESSIONÁRIO DO PORTO

Ford Focus SW de 2001 ultrapassa o milhão de km

MBM Mobile apela ao Governopara “refundar” setor

Nissan Qashqai tem o preço absoluto mais alto

VW Polo 1.2 TDI

Medida Uma unidade

Quatro unidades

Diferencial (4 pneus)

185/60 R15 107,97 J 431,88 J80,11%

215/45 R16 194,72 J 778,88 J

Peugeot 208 1.4 HDi

Medida Uma unidade

Quatro unidades

Diferencial (4 pneus)

185/65 R15 104,08 J 416,32 J69,30%

195/55 R16 176,16 J 704,64 J

Renault Mégane 1.5 dCi 110

Medida Uma unidade

Quatro unidades

Diferencial (4 pneus)

195/65 R15 94,46 J 377,84 J38,23%

205/55 R16 130,66 J 522,64 J

Mercedes C 180CDI/220CDI

Medida Uma unidade

Quatro unidades

Diferencial (4 pneus)

195/60 R16 179,73 J 718,92 J-27,30%

205/55 R16 130,66 J 522,64 J

BMW 116d/120d

Medida Uma unidade

Quatro unidades

Diferencial (4 pneus)

195/55 R16 160,04 J 640,16 J16,75%

205/50 R16 186,84 J 747,36 J

Nissan Qashqai diesel (1.5 ou 1.6 )

Medida Uma unidade

Quatro unidades

Diferencial (4 pneus)

215/65 R16 173,38 J 693,52 J64,32%

215/55 R18 284,90 J 1 139,60 J

Fonte: Boxer (valores com IVA)

120d (2.0 de 184 cv) apresenta um valor apenas 16,75% mais elevado do que 116d (2.0 com 116 cv).

Estas são, repetimos, exce-ções. No extremo oposto está o motor de menor cilindrada de todos os analisados, o Volkswa-gen Polo 1.2 TDI, que tem a já referida diferença de 80,11% do preço de pneus entre a ver-são mais e menos equipada: de 431,88 para 778,88 euros. O modelo com a segunda maior clivagem (69,3%) é o Peugeot 208 1.4 HDi, de 416,32 para 704,64 euros.

Ao Nissan Qashqai diesel (1.5 ou 1.6 dCi têm níveis de equipamentos semelhantes) – que tem o terceiro maior dife-

rencial, 64,32% – cabe o “tí-tulo” de modelo com os pneus mais caros. De facto, a versão mais equipada (com jantes de 18 polegadas) dos referidos motores obriga, segundo os da-dos da consultora, o utilizador a despender 1139,60 euros. Já a versão menos equipada “obri-ga” ao pagamento de 693,52 euros para trocar os quatro pneus. Mais em conta.

O modelo que falta referir é o Renault Mégane 1.5 dCi, que apresenta uma diferença de 38,23% entre as versões mais e menos equipadas. No menos equipado, o custo para trocar os quatro pneumáticos é de 377,84 euros, contra 522,64 no melhor “calçado”.

Page 48: Empresas vão ter mais apoios no novo QREN · 2013-05-24 · de funcionários públicos oscilará entre os 70 ou 80 mil, afi rma, em entrevista à VE, Hélder Rosalino, secretário

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O Brasil é desde há muito considerado o país do futuro. Uma consequência natural de ter as maiores reservas de água doce do planeta, a maior fl oresta tropical, terra tão fértil que em alguns lugares os agricultores extraem três colheitas por ano e inúmeros e substanciais recursos minerais. Mas década atrás de década, o futuro ... parecia nunca chegar. Até que recentemente, nas palavras do presidente Lula, o Brasil aparentemente se cansou de ser um país em vias de desenvolvimento. Algo, que quer os dados económicos, quer sociais parecem corroborar.Em termos económicos, na última década, o PIB per capita do Brasil cresceu a 5% ao ano (o dobro da taxa da década anterior), a taxa de desemprego diminuiu de 12% para cerca de 6%, o saldo externo tem agora, ano após ano uma superavit e a crónica dívida externa foi toda paga, fazendo do Brasil o mais recente (e signifi cativo) credor mundial e até emprestador (!) do Fundo Monetário Internacional.Os dados sociais contam uma história semelhante no novo milénio: a esperança de vida aumentou de 70 para 73 anos, a escolaridade média passou de 5,5 para 7,2 anos e a taxa de mortalidade infantil por cada 1000 nascidos vivos diminuiu de 36 para 19.O que acordou esse gigante adormecido (de 200 milhões de habitantes e 8,5 milhões de km2), foram duas coisas: 1) as políticas económicas do prévio (95-2003) presidente Henrique Cardoso, e 2) as medidas sociais do último (2003 – 2010) Lula da Silva.Henrique Cardoso começou por criar um ambiente macroeconómico estável e previsível em que o sector privado pudesse fl orescer com o lançamento de um novo plano para combater a infl ação baseado em quatro vectores: 1) uma nova moeda (o real); 2) que foi deixada fl utuar (anteriormente tinha paridade com o dólar); 3) o banco central concentrou-se no combate à infl ação; e 4) orçamentos ao nível central e federal equilibrados.O resultado foi que a infl ação foi dominada (decrescendo de 66%! em 1995 para 3,2% em 1998 e tem sido basicamente estável desde então) e uma nova credibilidade junto dos mercados internacionais, que se traduziu em melhores ratings e consequentemente muito maior investimento estrangeiro (que cresce desde 2000 à taxa de 22% ao ano).

Houve também um programa alargado de privatizações que permitiu à Embraer tornar-se um dos maiores produtores mundiais de aviões, à CSN um grande exportador de aço, à Petrobras, ser responsável pelo Brasil ser agora exportador de petróleo e à Vale tornar-se líder mundial na área dos recursos minerais. Depois, em 2003, veio Lula, o qual manteve as políticas económicas do seu precessor e as reforçou com as medidas sociais, cujo objetivo era assegurar um mínimo de dignidade aos pobres (água corrente, esgotos e tratamento de resíduos, electricidade), escolaridade e distribuição de rendimento (o salário mínimo aumentou em 100% e foi criada a Bolsa Família, um subsídio aos mais pobres que benefi ciou mais de 12 milhões de famílias). O custo foi pouco mais de 2% do PIB e o resultado uma queda em dez anos da % abaixo da linha de pobreza de 35% para 20%.Assim, o que as medidas de Cardoso (económicas) e Lula (sociais) fi zeram, foi basicamente libertar o imenso potencial do Brasil e recursos naturais: novas descobertas fi zeram do Brasil um exportador de petróleo; no café, açúcar, carne de galinha, bovino e sumo de laranja, etc. - o Brasil é número um no mundo; e em soja, minério de ferro, bem como outros minérios, pasta de papel, etc. - o Brasil é um dos principais exportadores mundiais.Com a nova competitividade da economia brasileira surgiu uma nova geração de multinacionais brasileiras, que se juntaram às tradicionais (Petrobras, Vale, CSN e Embraer): Gerdeu (produtora de aço), Marco Polo (construtora de autocarros), Brasil Foods, WEG (componentes elétricos), Odebrecht e Camargo Correa (construção), Natura (cosméticos), a Coteminas (têxteis), etc.Em síntese, no Brasil, o futuro parece não só promissor, mas também que – de facto - fi nalmente chegou.Lembrando Drucker e Churchill. Drucker dado que as novas multinacionais brasileiras demonstram que “não há países subdesenvolvidos, há apenas países sub-geridos”.E Churchill, quando ele disse que “não há limites à ingenuidade humana, sob as condições necessárias de estabilidade e justiça”. E já agora … de liberdade económica.Feliz Ano Novo.

Nº 1475 / 11 de janeiro 2013 Semanal J 2,20 Portugal Continental

Carnaval, samba e o futuro que (fi nalmente) chegou

NOTA DE FECHO

JORGE A. VASCONCELLOS E SÁ MESTRE DRUCKER SCHOOL PHD COLUMBIA UNIV.Professor Catedrático – [email protected]

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A indústria têxtil e vestuário continua com um desempenho bastante positivo. As respeti-vas exportações cresceram 5,4%, em novem-bro, face a igual mês do ano anterior. Tendo em conta os 11 primeiros meses de 2012, a ITV nacional exportou um total de 3 823 mi-lhões de euros, mais 1,8 milhões do que em período homólogo do exercício precedente.

A Associação Têxtil e Vestuário de Por-tugal (ATP) considera que se trata de um resultado muito positivo, face à situação de crise que se atravessa a nível global. As empresas exportadoras estão a adaptar--se de forma adequada às novas realidades

do mercado. Destaque para o vestuário e acessórios em tecido, com mais 6,2%, a que corresponderam mais 47 milhões de euros. Os tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratifi cados e artigos para usos técnicos aumentaram 17,8%, mais 25 milhões de euros. Os tapetes e outros re-vestimentos tiveram de 9,1%, mais cinco milhões de euros. Quanto aos destinos das exportações da ITV portuguesa, destaque para os crescimentos em mercados como a Espanha, o Reino Unido, os Estados Unidos, Angola e Dinamarca, bem como a China.

Exportações têxteis valem mais de 3,8 mil milhões

As remessas dos emigrantes para Portugal estão a aumentar, como se deduz dos da-dos do Banco de Portugal. Verifi cou-se um aumento de 12,6%, no ano passado, face a 2011, num valor que se cifrou em mais de dois mil milhões de euros. Este crescimento fi cou a dever-se, sobretudo, ao aumento da emigração nos últimos dois anos.

O mais curioso é que há uma mudança nos destinos dos emigrantes. São os casos da Alemanha e de Angola, em particular.

Num ano, as remessas provenientes da Alemanha aumentaram cerca de 55% e de Angola o acréscimo foi de quase 50%, detendo este país agora o terceiro lugar no ranking das remessas dos emigrantes. Em contrapartida, a França e a Suíça têm per-dido peso, mas ainda estão nos primeiros lugares do pódio. O desemprego crescente no país de origem e os salários baixos estão a levar a que um número cada vez maior de portugueses deixem o seu país.

Emigração aumenta remessas para Portugal

A corrida às reformas está a abrandar da função pública. Em fevereiro, serão 1615 funcionários a entrar na reforma, contra mais de dois mil em igual mês do ano pas-sado. O Ministério da Educação lidera a lista de pedidos para a reforma.

O setor da educação vai contar com mais 298 pensionistas, seguindo-se a saú-de, com 255 funcionários a pretenderem passar à aposentação, segundo os núme-ros avançados pela Caixa Geral de Apo-sentações.

Portugueses estão a recorrer menos às reformas antecipadas