empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

48
EMPRESAS MODELO X EMPRESAS NÃO MODELO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL: UM ESTUDO COMPARATIVO DE INDICADORES ECONÔMICO- FINANCEIROS NO PERÍODO DE 2001 A 2004 1. INTRODUÇÃO O agravamento dos problemas sociais e principalmente ambientais à escala mundial tem levado as empresas à um constante questionamento sobre o atingimento de objetivos financeiros e preservação ambiental, o que gerou uma corrente denominada desenvolvimento sustentável. Nos últimos anos, as discussões sobre o desenvolvimento sustentável tem sido alvo de empresas, governos, escolas e institutos de pesquisa. Os aspectos ambientais têm participado intensamente da agenda de discussão dos diversos agentes da sociedade, como por exemplo na convenção mundial sobre mudança climática na ECO-92, no Protocolo de Kioto em 1997, no Pacto Global lançado pela ONU no Fórum Econômico em Davos em 1999 e recentemente com um ex-vice-presidente dos Estados Unidos ganhando o Prêmio Nobel da Paz de 2007 com a divulgação mundial do documentário “Uma verdade inconveniente”, sobre o aquecimento global. Neste contexto, a legislação ambiental tem-se tornado cada vez mais restritiva, exigindo a responsabilização das pessoas, singulares e coletivas, pelos danos ambientais causados ao planeta. Além disso, nota-se uma crescente pressão social para que as empresas, principais agentes poluidores, internalizem os impactos negativos das suas atividades sobre o meio ambiente, bem como a uma crescente procura por produtos e processos de produção “verdes” e por investimentos ambientalmente e socialmente responsáveis. Tem se observado também, através dos meios de comunicação, uma crescente preocupação das empresas divulgarem suas ações sociais e ambientais, em propagandas de massa, mídia, televisão, revistas, jornais, etc. Tais fatores estão dando fortes indícios de que as organizações têm assumido posturas mais

Upload: lekhanh

Post on 08-Jan-2017

232 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

EMPRESAS MODELO X EMPRESAS NÃO MODELO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL: UM ESTUDO COMPARATIVO DE INDICADORES ECONÔMICO-

FINANCEIROS NO PERÍODO DE 2001 A 2004

1. INTRODUÇÃO

O agravamento dos problemas sociais e principalmente ambientais à escala mundial

tem levado as empresas à um constante questionamento sobre o atingimento de

objetivos financeiros e preservação ambiental, o que gerou uma corrente

denominada desenvolvimento sustentável.

Nos últimos anos, as discussões sobre o desenvolvimento sustentável tem sido alvo

de empresas, governos, escolas e institutos de pesquisa. Os aspectos ambientais

têm participado intensamente da agenda de discussão dos diversos agentes da

sociedade, como por exemplo na convenção mundial sobre mudança climática na

ECO-92, no Protocolo de Kioto em 1997, no Pacto Global lançado pela ONU no

Fórum Econômico em Davos em 1999 e recentemente com um ex-vice-presidente

dos Estados Unidos ganhando o Prêmio Nobel da Paz de 2007 com a divulgação

mundial do documentário “Uma verdade inconveniente”, sobre o aquecimento global.

Neste contexto, a legislação ambiental tem-se tornado cada vez mais restritiva,

exigindo a responsabilização das pessoas, singulares e coletivas, pelos danos

ambientais causados ao planeta. Além disso, nota-se uma crescente pressão social

para que as empresas, principais agentes poluidores, internalizem os impactos

negativos das suas atividades sobre o meio ambiente, bem como a uma crescente

procura por produtos e processos de produção “verdes” e por investimentos

ambientalmente e socialmente responsáveis.

Tem se observado também, através dos meios de comunicação, uma crescente

preocupação das empresas divulgarem suas ações sociais e ambientais, em

propagandas de massa, mídia, televisão, revistas, jornais, etc. Tais fatores estão

dando fortes indícios de que as organizações têm assumido posturas mais

Page 2: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

responsáveis quanto às questões ambientais, marcando o surgimento e

consolidação do conceito de Responsabilidade Social Empresarial (RSE), que, a

nível mundial, tem exigido das empresas uma atuação, foco e, conseqüentemente

prestação de contas nas esferas ambiental e social. Neste contexto, a RSE tem

passado cada vez mais pela integração voluntária das preocupações ambientais na

estratégia empresarial, através da implementação de Sistemas de Gestão Ambiental

(SGA) e da sua certificação de acordo com as normas internacionais ISO 14001 ou

européias EMAS, bem como pela elaboração e divulgação de informação sobre a

atuação, a performance e os impactos ambientais das atividades empresariais, tais

como Balanço Social, Demonstração de valor adicionado, demonstrações com base

na GRI, dentre outras formas de apresentação.

Uma inquietação acadêmica há já algum tempo, tem questionado se estas

atividades de natureza ambiental têm impactos consistentes, negativos ou positivos,

na performance econômica-financeira das empresas. Embora muitos estudos

científicos, em nível mundial, procuraram identificar a relação entre responsabilidade

social corporativa e desempenho financeiro, não encontraram uma resposta

definitiva à esta questão. A este respeito, duas correntes de pensamento têm sido

distinguidas: A corrente tradicional defende que as iniciativas tendentes a melhorar a

performance ambiental impõem elevados custos às empresas, contribuindo, desta

forma, para deteriorar a performance financeira das mesmas. Contrariamente, a

corrente contemporânea defende que aquelas iniciativas contribuem para aumentar

a eficiência e melhorar a imagem da empresa face aos seus stakeholders, podendo

constituir um fator de diferenciação e de competitividade e culminar na melhoria da

performance financeira. Define-se stakeholder com o grupo formado por acionistas,

empregados e outros indivíduos com uma participação nas atividades empresariais

que têm interesse no desempenho financeiro, na entrega dos resultados pretendidos

e na manutenção e viabilidade dos produtos e serviços da mesma.

Na perspectiva tradicional, acredita-se que, dados os custos de muitas iniciativas

ambientais, as empresas enfrentam um trade-off, pelo menos no curto prazo, entre a

performance ambiental e financeira. Os defensores desta linha de pensamento

argumentam que os investimentos na melhoria da performance ambiental

representam custos que geralmente não conferem os benefícios correspondentes às

2

Page 3: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

empresas, na medida em que tendem a repercutir-se na forma de preços mais

elevados dos bens e serviços para os consumidores, desvantagens competitivas

face à concorrência e, conseqüentemente, menor retorno para os acionistas. Nesta

perspectiva, os investimentos ambientais são vistos como custos extra para as

empresas. Como tal, o comportamento racional dos gestores das empresas levá-los-

ia a minimizar os custos discricionários, os gastos ambientais que não são

explicitamente exigidos pela lei, com o intuito de proteger os interesses dos

acionistas e maximizar a sua riqueza. Assim, dado que se acredita que a

performance ambiental só pode ser melhorada em contrapartida de maiores custos e

menores lucros para os acionistas, o nível ótimo de performance ambiental seria o

preconizado pela legislação ambiental.

Estudos têm apontado que problemas como miséria e destruição ambiental estão

tomando proporções alarmantes. O desenvolvimento da consciência ecológica em

diferentes camadas e setores da sociedade mundial acaba por envolver também o

setor empresarial. Os assuntos ligados à gestão ambiental estão crescendo em

importância para a comunidade de negócios, em termos de responsabilidade social,

do consumidor e do desenvolvimento de produtos.

Além disso, a crescente concentração de renda e o agravamento de outros

problemas sociais produzidos ao longo do século sensibilizaram os consumidores,

que passaram a exigir, cada dia mais, a adoção de padrões de conduta ética que

valorizem o ser humano e a sociedade. Conseqüentemente, as empresas passam a

se preocupar com a legitimidade social de sua atuação.

Uma questão que já vem sendo levantada há algum tempo é se as empresas que se

preocupam com tais questões teriam um melhor desempenho econômico-financeiro

em comparação às socialmente não responsáveis.

Para contextualizar o problema, temos um breve histórico da responsabilidade social

desde os seus primeiros passos até a sua difusão por todo o mundo.

De maneira geral, as empresas sempre tiveram como objetivo o lucro. Os sócios

faziam os seus investimentos e esperavam obter um retorno. Então, não havia

3

Page 4: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

grande preocupação com o que acontecia externamente, a menos que isso influísse

no lucro. Mas com o passar dos anos, essa visão foi se modificando, perdendo

força, e preocupações começaram a surgir. Alguns fatos ocorridos pelo mundo

influenciaram nessa mudança de pensamento com mais intensidade.

Um marco importante nessa história ocorreu em 1916, quando Henry Ford deixou de

distribuir parte dos lucros aos acionistas, revertendo esses lucros em prol da

realização de objetos sociais, através de capacitação de produção, aumento de

salários e em fundo de reserva para diminuição esperada de receita devido à

redução dos preços dos carros. A revolta e a resistência por parte dos acionistas

foram grandes, chegando a processos judiciais. Outras ações parecidas foram

sendo feitas por outras empresas pelo mundo inteiro.

Já na década de 80, depois de alguns alarmes sobre a degradação e os impactos da

ação do homem no meio ambiente, surge um novo conceito de atuação das

empresas: O desenvolvimento sustentável ou sustentabilidade, que segundo

definição feita pelas Nações Unidas “é aquele que atende às necessidades das

presentes gerações sem comprometer a capacidade de as futuras gerações

satisfazerem suas próprias necessidades”.

A partir da tragédia de Chernobyl, na ex-União Soviética, ocorrida em 1986, quando

um reator nuclear explodiu na usina, matando instantaneamente 31 pessoas e

provocando várias mortes futuras por câncer devido à exposição à radiação e

causando um grande impacto ambiental, esse conceito de sustentabilidade ganhou

ainda mais força. Surgiu por todo planeta uma preocupação por parte dos

empresários que abrangia além dos funcionários, o meio ambiente e a população

em geral.

No Brasil, o processo foi mais lento que na Europa e nos Estados Unidos. O

movimento de apoio à responsabilidade social, ganha impulso a partir dos anos 90

com o surgimento de muitas ONG’s (Organizações Não Governamentais) e em face

de uma crescente cobrança por transparência, não bastando atuar de forma

responsável, mas sim mostrando resultados. Por isso, as empresas que realizam

4

Page 5: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

ações sociais, demonstram sua performance social em relatórios corporativos e

balanços sociais, aliando responsabilidade social e transparência.

Como destaque tem-se o impulso dado por Herbert de Souza (Betinho), a partir de

1996, sobre a campanha pela atuação das empresas com responsabilidade social,

convocando os empresários a um maior engajamento por meio da divulgação do

Balanço Social, como um instrumento de demonstração deste envolvimento.

Em 1998, foi fundado o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social pelo

empresário Oded Grajew. O Instituto serve de ponte entre os empresários e as

causas sociais. Seu objetivo é disseminar a prática da responsabilidade social

empresarial por meio de publicações, experiências, programas e eventos para os

interessados na temática.

O objetivo principal de todas essas ações seria, obviamente, a diminuição da

pobreza e das injustiças sociais, através da construção de uma cidadania

empresarial, ou seja, desenvolver uma sólida e profunda responsabilidade social nos

empresários e nas empresas, na busca por desenvolvimento humano, social e

ambiental mais justo.

Por isso, a expansão dessas campanhas é muito importante, para garantir que todas

as pessoas tenham direito as necessidades fundamentais para sobrevivência.

Segundo o Relatório Estado do Mundo, publicado pelo Worldwatch Institute (2004),

dos 6,2 bilhões de habitantes do planeta, apenas 1,7 consegue consumir além de

suas necessidades básicas; 1/3 da população não tem acesso à energia, como

eletricidade e combustíveis fósseis. No Brasil, verifica-se que 24,7 milhões de

pessoas são considerados indigentes, vivendo com menos de R$ 75 de renda

familiar por mês. O país é o quarto país em desigualdade de renda no mundo depois

da Namíbia, Lesoto e Serra Leoa. Essa é uma realidade que precisa ser mudada.

Supõe-se que o comportamento socialmente responsável das empresas seja um

fator que, além de ajudar a melhorar a situação do país, pode contribuir para a sua

evolução no processo que inclui o fortalecimento da imagem, da reputação e da

longevidade da empresa, podendo também gerar melhores resultados.

5

Page 6: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

A cada ano que passa aumenta o número de empresas instaladas no Brasil, nos

mais diversos setores e de todos os portes, nacionais e multinacionais, deixando a

concorrência acirrada. Segundo pesquisa publicada em Outubro de 2005 pelo

Cadastro Central de Empresas do IBGE, entre os anos de 1996 e 2003, o número

de empresas cadastradas subiu de 2,9 milhões para 4,7 milhões, um aumento de

62,1%.

A responsabilidade social no Brasil é amplamente discutida nos meios acadêmicos e

empresariais e seus defensores alegam que o comportamento socialmente

responsável é fator diferencial que ajuda a construir e a consolidar a marca

empresarial, representando um investimento para a sustentabilidade e o sucesso a

longo prazo. Supõe-se que as empresas que almejam maior participação no

mercado devem então assumir esse comportamento para obterem o seu diferencial.

Realizando ações que beneficiem os menos favorecidos e o meio ambiente, as

empresas se tornam mais próximas da população e da realidade que se encontra o

país. Há uma corrente, da qual fazem parte: TOMEI (1984), GUIMARÃES (1984) e

JONES (1999) que defendem que os problemas sociais devem ser resolvidos pelas

instituições governamentais, mas estas, por sua vez, não resolvem todos esses

problemas. E a sociedade encontra nos trabalhos sociais feitos pelas empresas,

oportunidades de melhores condições de vida. A empresa precisa da sociedade,

pois sem sua aceitação nenhuma empresa permanece no mercado.

O trabalho propõe, então, questionar se as empresas modelo de responsabilidade

social teriam um desempenho econômico financeiro superior ao das empresas não

modelo, com o objetivo principal de verificar se existiria diferença nos resultados

contábeis e financeiros obtidos por empresas brasileiras modelo e não modelo de

diversos portes e ramos de atividade no período de 2001 a 2004.

Estudos anteriores, como TSOUTSOURA (2004); ORLITZKY, SCHMIDT, RYNES

(2003); ARANTES (2006); já levantaram essa hipótese de que as empresas

socialmente responsáveis teriam resultados superiores aos das demais empresas

em função das suas ações sociais.

6

Page 7: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Como objetivos específicos, apresentam-se: levantar quais são as empresas modelo

de responsabilidade social, segundo o guia Exame de Boa Cidadania Corporativa, a

cada ano, de 2001 a 2004; Categorizar essas empresas socialmente responsáveis

por ramo de atividade ao qual cada uma delas pertence; levantar dados contábeis e

índices de análise de todas as empresas por ramo de atividade, com base na revista

Balanço Anual da Gazeta Mercantil, durante esse mesmo período; separar os

índices das empresas socialmente responsáveis e depois compará-los com os das

empresas não socialmente responsáveis.

Escolheu-se abordar como tema desta pesquisa a responsabilidade social das

empresas por ser um assunto atual e amplamente discutido, principalmente em

meios acadêmicos. Ações sociais podem ser benéficas para pessoas de todas as

classes sócio-econômicas e ainda podem trazer melhores resultados para quem as

pratica.

E para comprovar se realmente a responsabilidade social é um diferencial de

competitividade, torna-se importante esse estudo, fazendo um comparativo

embasado em dados concretos, a partir da análise dos resultados e rendimentos

tanto das empresas socialmente responsáveis, quanto das não responsáveis nos

mais diversos setores da economia.

A partir disso, as empresas terão parâmetros para avaliar se é ou não viável assumir

essa postura socialmente responsável e se vale à pena fazer investimentos dessa

natureza.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Responsabilidade Social

Diante da complexidade do assunto e do processo de consolidação da definição do

que é Responsabilidade Social das empresas, temos o conceito do Instituto Ethos:

“Responsabilidade Social é uma forma de conduzir os negócios da empresa de tal

maneira que a torna parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. A empresa

7

Page 8: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das

diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores,

consumidores, comunidade, governo e meio-ambiente) e conseguir incorporá-los no

planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas

dos acionistas ou proprietários.” (ETHOS, 2000)

(CERTO; PETER, 1993, p.279) definem responsabilidade social como “o grau em

que os administradores de uma organização realizam atividades que protejam e

melhoram a sociedade além do exigido para atender aos interesses econômicos e

técnicos da organização".

(OLIVEIRA, 1984, p.205) aponta responsabilidade social como:

“...a capacidade de a empresa colaborar com a sociedade, considerando seus valores,

normas e expectativas para o alcance de seus objetivos. No entanto, o simples

cumprimento das obrigações legais, previamente determinadas pela sociedade, não será

considerado como comportamento socialmente responsável, mas como obrigação

contratual óbvia, aqui também denominada obrigação social.”

Segundo Melo Neto e Froes (2004), o objetivo da responsabilidade social

corporativa é desenvolver a sociedade e a comunidade a partir de novas inserções e

parcerias envolvendo outros agentes, tais como: empresas, ONG's, entidades

filantrópicas, associações comunitárias e o próprio Estado. A ênfase é no exercício

da cidadania empresarial, sob a ótica da empresa-cidadã, socialmente responsável.

O foco é nos direitos humanos, sociais, políticos, culturais e econômicos,

envolvendo funcionários e seus familiares, fornecedores, acionistas, clientes,

parceiros, membros da sociedade e da comunidade.

Ainda na visão do Instituto ETHOS (2000), a responsabilidade social traduz-se na

prática pedagógica de levar as empresas de qualquer tamanho e/ou setor a

compreenderem e incorporarem um comportamento empresarial socialmente

responsável em suas gestões, assumindo suas responsabilidades através de

critérios éticos para o retorno a longo prazo sobre seus investimentos.

8

Page 9: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

No Brasil, a participação de empresas em ações de responsabilidade social

aumentou entre 2000 e 2004, passando de 59% para 69%. Em outras palavras, em

2004, cerca de 600 mil empresas atuavam socialmente de forma voluntária no país.

As conclusões são da Pesquisa Ação Social das Empresas, do Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento.

De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Ação Empresarial pela Cidadania

(AEC-PE) em Maio de 2006, 65% dos brasileiros acham que as empresas têm feito

bons esforços para construir uma sociedade melhor e mais justa, ou seja, o

brasileiro confia mais nas empresas que praticam ações de responsabilidade social.

Isso mostra que cada vez mais os consumidores se conscientizam da importância

que é a busca por melhores condições de vida para sociedade como também a

preservação do meio ambiente, que colaboram para que todos tenham uma vida

com mais qualidade. É uma forma da empresa se adaptar ao que o mercado pede.

A esse respeito, DUARTE (1986) acredita que a empresa é “moldada” pelo contexto

no qual está inserida:

“Deve-se notar que as organizações são entidades concretas, planejadas, criadas,

estruturadas e dirigidas para o desempenho de determinadas tarefas e não meras

abstrações formais ou construtos teóricos. Também não funcionam no vácuo. Inseridas

no ambiente, interagem nele e com ele, afetando-o e sendo por ele afetadas (DUARTE,

1986. p. 37).”

As empresas que, estrategicamente, estão voltadas à gestão da responsabilidade

social assumem uma função de relevante interesse social tratando de questões que

englobam o meio ambiente, portadores de necessidades especiais, educação,

saúde, idoso, criança e outros.

Para MELO NETO e FRÓES (1999, p.78), os principais vetores da responsabilidade

social são: “apoio ao desenvolvimento da comunidade onde atua; preservação do meio ambiente;

investimento no bem estar dos funcionários e seus dependentes, em um ambiente de

tratamento agradável, e em comunicações transparentes; retorno aos acionistas; sinergia

com os parceiros; e satisfação dos consumidores”.

9

Page 10: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Todos esses componentes envolvidos nesse contexto da responsabilidade social, ou

seja, todos os públicos com os quais a organização possa interagir como clientes,

funcionários, fornecedores, acionistas, governo, sociedade e meio ambiente são

chamados os seus stakeholders1. As empresas, por meio das práticas sociais,

ampliam as formas de relacionamentos com seus stakeholders, buscando obter um

diferencial competitivo.

Segundo Berkowitz et al. (2003, p.112), a responsabilidade social para com o

stakeholder se concentra nas obrigações que uma organização tem para com

aqueles que podem afetar a realização de seus objetivos.

E se tratando de objetivos, Melo Neto e Fróes (2001, p.40), acham que o exercício

da responsabilidade social tem por objetivo a melhoria da imagem institucional da

empresa, o que se traduz na melhoria da sua reputação. São os ganhos

institucionais da condição de empresa cidadã que justificam os investimentos em

ações sociais.

E essa é uma questão sempre levantada, de quais seriam os motivos que levariam

uma empresa a agir de forma socialmente responsável, se isso traria algum retorno.

Muitos autores defendem a tese de que a responsabilidade social é um diferencial

competitivo no mercado.

Segundo De Luca (2005, p.25): no atual ambiente empresarial, a responsabilidade

social é vista como uma estratégia para aumentar o lucro e potencializar o

desenvolvimento das empresas a longo prazo, considerando as novas exigências da

sociedade.

Montana e Charnov (2000) afirmam que é do interesse das empresas melhorar a

comunidade na qual estão localizadas e fazem negócios já que tal melhoria

implicaria em benefícios para a própria empresa. Uma atuação socialmente

1 Stakeholder ou, em Português, parte interessada, refere-se a todos os envolvidos em um processo, por exemplo, clientes, colaboradores, investidores, fornecedores, comunidade, etc.

10

Page 11: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

responsável seria bem aceita em nossa sociedade pautada por valores judaico-

cristãos que encorajam a prática da caridade.

Uras (1999) afirma que, mesmo num momento de crise, a Responsabilidade Social

deve ser enfocada na gestão empresarial, cada vez com mais ênfase, não somente

por “considerações de natureza ética, mas também porque é um bom negócio”. O

autor cita os benefícios advindos de uma orientação empresarial ética e com

Responsabilidade Social:

“Uma organização ética ganha confiança do mercado e, no cenário atual globalizado a

reputação e confiança são grandes vantagens competitivas. As organizações confiáveis

atraem a lealdade de clientes, que deve ser um dos fatores mais procurados em qualquer

relacionamento. Internamente uma organização ética e com Responsabilidade Social

possibilita a criação de um ambiente que suporta e estimula a criatividade e a ausência

de medo para assumir responsabilidades, podendo responder mais rápida e

eficientemente às demandas dos clientes. Quanto às organizações estão perdendo com

as táticas que seus funcionários usam para proteger-se motivados pela falta de

transparência da alta direção e de confiança na gestão empresarial?” (URAS, 1999. p.59)

Ainda pertencendo a esse grupo, Rico (2000) acredita na importância da

Responsabilidade Social empresarial e, para a autora, existem alguns motivos que

estão mobilizando os investidores no Brasil: a exclusão social no País que acaba

atingindo os negócios das empresas; maior visibilidade das empresas; Imagem

Institucional e estabelecimento de um diferencial em relação às outras empresas; o

investimento educacional que proporciona em médio e longo prazo uma mão-de-

obra qualificada, de acordo com as exigências da economia global.

As empresas podem contribuir para que os governos elaborem estruturas

normativas e institucionais destinadas a eliminar obstáculos para o investimento

responsável do setor privado e desenvolvimento econômico local, emprego e meio

ambiente.

Mas nem todos os autores concordam que as empresas devem incorporar a

responsabilidade social à sua política administrativa, que isso não é uma coisa

11

Page 12: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

importante e muito menos uma obrigação. Essa corrente diz que isso teria altos

custos e prejudicaria os lucros da empresa.

Segundo Friedman2, citado por Tomei (1984), “só há uma e apenas uma

Responsabilidade Social da empresa: utilizar recursos (para produção) e colocá-los

em atividades a fim de maximizar os lucros”. De acordo com este ponto de vista, a

“Responsabilidade Social é um comportamento de antimaximização de lucros,

assumido para beneficiar outros que não são acionistas da empresa”. Procedendo

com Responsabilidade Social, acredita o autor, a empresa está se autotributando e,

ao invés de ser elogiada, deveria ser processada.

Ainda nesse sentido, (GUIMARÃES, 1984. p.209), sustenta a opinião de que “...

somente as organizações monopolistas, aquelas que têm o domínio completo do

mercado, é que podem desenvolver programas sociais. Só elas poderiam manter

seus lucros elevados, transferindo gastos para o consumidor.”

Outro argumento contrário a essas ações baseia-se no conceito da função

institucional. (LEAVITT, 1958 citado por JONES, M. 1999) assume que outras

instituições como o governo, sindicatos, igrejas, organizações civis existem para

realizar o tipo de função requerida pela responsabilidade social. Outro ponto é que

os gestores de empresas de mercado não possuem habilidades e/ou tempo para

implementar ações de cunho público.

Alguns estudos semelhantes trazem resultados sobre assumir esse papel de

empresa com responsabilidade social corporativa.

Segundo pesquisa realizada por Tsoutsoura (2004), da Universidade de Berkeley,

na Califórnia, em 2004, analisando através de estudos empíricos a relação entre a

responsabilidade social incorporada e o desempenho financeiro das empresas entre

os anos de 1996 e 2000, num total de 422 companhias, chegou-se à conclusão que

a relação é positiva. O desempenho financeiro depende também de um bom

2 FRIEDMAN, Milton. Capitalismo e liberdade. São Paulo: Arte Nova,1977.

12

Page 13: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

desempenho socialmente responsável. As companhias socialmente responsáveis

têm uma imagem realçada e uma reputação positiva entre consumidores; têm

também a habilidade de atraírem mais empregados hábeis e sócios para seus

negócios. As companhias que adotam os princípios da responsabilidade social

corporativa são mais transparentes e têm menos riscos de eventos negativos como,

por exemplo, corrupção.

Outro estudo feito por Orlitzky, Schmidt, Rynes (2003), diz que podemos ter

confiança nessa associação entre desempenho financeiro e responsabilidade social

corporativa, mas justifica que elas se afetam mutuamente através de um ciclo

vicioso. As companhias mais bem sucedidas financeiramente gastam mais porque

têm recursos para isso, mas a responsabilidade social ajuda-lhes também a

transformar-se numa empresa mais bem sucedida.

Arantes (2006), em estudo sobre o Investimento em Responsabilidade Social e sua

relação com o desempenho Econômico das Empresas baseada na valorização das

ações de empresas segundo o índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI) em

comparação ao índice Dow Jones geral (DJGI), no período de Dezembro de 1993 a

Dezembro de 2005, concluiu sobre uma maior a valorização de ações das empresas

que investem em ações socialmente responsáveis, além de adotarem a

sustentabilidade como prática inserida no negócio. A conquista de mercados

internacionais e a preferência do consumidor por produtos fabricados por empresas

socialmente responsáveis são exemplos do retorno positivo e dos benefícios que o

investimento em responsabilidade social proporciona. Segundo a autora, ao investir

em responsabilidade social e no desenvolvimento sustentável, as empresas

contribuem não somente para reduzir as desigualdades sociais existentes e

minimizar os impactos negativos que suas atividades podem causar para o meio-

ambiente, mas também garantem a perenidade do próprio negócio ao conquistar a

preferência dos investidores e consumidores.

Tinoco e Costeira (2006, p.141-142) estudaram o desempenho econômico,

financeiro e social de empresas do setor alimentício brasileiro no período de 2000 a

2004. Os autores buscaram relacionar indicadores de desempenho, tais como

13

Page 14: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Retorno sobre o Patrimônio Líquido – RSPL; Retorno sobre o Ativo - RSA, Margens

Líquidas e Brutas; Estrutura, tais como: Participação de Capitais de Terceiros,

Endividamento, Índice de Cobertura de Pagamento, Imobilização de Recursos Não

Correntes; Indicadores de Liquidez; Indicadores de Atividade; outros indicadores

financeiros, como EBITDA, Alavancagem e a Demonstração do Valor Adicionado

com indicadores sociais. Como principal conclusão, evidenciou que a qualidade das

decisões de investimento e financiamento é que efetivamente determina a riqueza

dos proprietários. O exercício da responsabilidade corporativa gera retorno para a

empresa, aprimora os relacionamentos com seus diversos usuários e promove o

desenvolvimento sustentável do local onde a empresa está instalada.

Santana, Périco e Rebelatto (2006) estudaram a importância dos investimentos em

responsabilidade sócio-ambiental para o desempenho financeiro corporativo de doze

empresas distribuidoras de energia elétrica em 2003 e 2004. Os autores utilizaram a

ferramenta Análise por Envoltória de Dados (DEA) para calcular a eficiência das

empresas, sendo que um dos principais inputs utilizados foi o investimento em

responsabilidade sócio-ambiental. Os resultados alcançados identificam forte

correlação entre faturamento corporativo e investimento em responsabilidade

socioambiental, sendo possível concluir que o faturamento das empresas pode ter,

como um dos fatores explicativos, os investimentos em responsabilidade sócio-

ambiental. Nas conclusões, os autores reconhecem que investimentos em RSE não

são o único fator determinante de sucesso. Ressaltam que tais investimentos são

relevantes, mas é necessário considerar outros fatores também, de forma a explicar

o êxito de corporações. Há um mix de inputs que deve estar equilibrado para que a

14

Page 15: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

empresa obtenha bons resultados financeiros. Contudo são fortes os indícios que há

associação entre RSE e o desempenho financeiro das empresas.

Borger (2001) estudou a influência da adoção dos conceitos e ferramentas da RSE

na gestão empresarial de três empresas brasileiras. A autora avaliou vários aspectos

ligados à gestão das empresas. Com relação ao desempenho econômico, encontrou

evidências de que o resultado econômico das empresas avaliadas foi afetado

positivamente pela atuação orientada pela RSE, e a autora supõe existir uma

relação positiva entre o desempenho financeiro e as práticas de RSE, conforme

ilustra o relato:

A inserção da RSE na estratégia geral e nas estratégias setoriais é um fator que diferencia as empresas e seu desempenho econômico. As três empresas incluíram a RSE na sua estratégia geral, pois é um diferencial competitivo, mas a Natura foi além,incluindo-a na sua estratégia de inovação, de comunicação e marketing, o que indica que a inclusão nas estratégias das empresas é um fator que afeta o desempenho econômico, senão no curto prazo, a longo prazo. (BORGER, 2001, p.243).

Kitahara (2007) pesquisou a existência de relações significativas entre o

desempenho financeiro de empresas e o seu nível de investimento em ações de

responsabilidade social no período de 2000 a 2004. O autor coletou informações de

897 Balanços Sociais publicados por 298 empresas brasileiras de diversos portes e

segmentos e buscou relação com indicadores de desempenho financeiro das

mesmas. Como principal resultado, verificou que há relação entre os indicadores

financeiros e indicadores de responsabilidade social, tanto para empresas que

operam com resultado positivo ou negativo, contudo esta foi influenciada pelo ramo

de atividade, porte da empresa e ano de publicação do Balanço Social.

15

Page 16: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

O estudo de Bernardo et al (2007) evidenciou, por meio de modelo econométrico,

que os investimentos em responsabilidade social criaram valor econômico agregado

(EVA) para empresas brasileiras de capital aberto que publicaram o Balanço Social

modelo IBASE, de 2000 a 2003, gerando indícios que os investimentos sociais

internos e ambientais representaram uma relação direta com a criação de valor para

o acionista. Nesta mesma linha o estudo de Borba (2005) verificou a relação entre

os desempenhos financeiro e social de empresas brasileiras no período de 2000 a

2002. Como principais resultados verificou a existência de correlação entre as duas

variáveis supra citadas.

2.2 Indicadores Econômico-Financeiros

Os indicadores econômico-financeiros procuram relacionar elementos afins das

demonstrações contábeis de forma a melhor extrair conclusões sobre a situação da

empresa. Existem diversos índices úteis para o processo de análise, sendo

metodologicamente classificados nos seguintes grupos: liquidez, operacional,

rentabilidade, endividamento e estrutura, análise de ações, dentre outros.

Neste trabalho procurou-se usar os seguintes indicadores: EBITDA, Giro dos Ativos,

NCG – Necessidade de Capital de Giro, Incidência Tributaria, Margem de Lucro,

Endividamento, e Retorno sobre o Capital. A justificativa para utilização dos

mesmos, reside no fato de que tais índices são calculados anualmente no periódico

“Balanço Anual da Gazeta Mercantil” no qual há uma classificação de empresas e

grupos/segmentos econômicos. Através da análise desses indicadores foi possível

obter um panorama da situação econômico-financeira das empresas modelos ou

não em responsabilidade social, traçando um paralelo entre elas, para testificar se a

prática da responsabilidade social influencia na obtenção de resultados. A seguir são

definidos cada um dos indicadores utilizados.

16

Page 17: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

1 EBITDA (Earning Before Interests, Taxes, Depreciation and Amortization) (%)Em português, significa “Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e

Amortização”, também conhecido como LAJIDA. O Ebitda ou Lajida leva em conta

apenas o desempenho operacional da empresa e não reflete o impacto no resultado,

dos itens extraordinários, das despesas com investimentos e das mudanças havidas

no capital de giro. O cálculo do EBITDA é muito simples: ao Lucro Operacional

Líquido antes dos impostos adicionam-se os juros, depreciação e amortização.

(BALANÇO ANUAL, 2004)

Segundo ASSAF NETO (2001, p.207) o EBITDA revela, em essência, a genuína

capacidade operacional de geração de caixa de uma empresa, ou seja, sua

eficiência financeira determinada pelas estratégias operacionais adotadas. Quanto

maior o índice, mais eficiente se apresenta a formação de caixa proveniente das

operações (ativos), e melhor ainda, a capacidade de pagamento aos proprietários de

capital e investimentos demonstrada pela empresa.

2 Giro dos Ativos (%)Quociente entre receita líquida e ativo total, como expressão da eficiência com a

qual os ativos são utilizados para gerar vendas de produtos e serviços. Mostra o

tamanho do ativo comprometido para sustentar um nível específico de vendas, ou

seja, os valores de vendas gerados por cada unidade monetária de ativos.

(BALANÇO ANUAL, 2004)

Para GITMAN (2001, p.138) o giro dos ativos “indica a eficiência com a qual a

empresa usa seus ativos para gerar vendas. Geralmente, quanto maior for o giro do

ativo total, mais eficiente será o seu uso”.

Já HELFERT (2000, p.86) diz que o giro dos ativos é “indica o tamanho do ativo

comprometido para sustentar um nível específico de vendas ou, reciprocamente, os

valores de vendas gerados por cada unidade monetária de ativos”.

3 NCG (Necessidade de Capital de Giro) (%)As saídas de caixa ocorrem antes das entradas de caixa, criando uma necessidade

permanente de aplicação de fundos, evidenciada pela diferença entre o valor das

contas operacionais do ativo circulante e das contas operacionais do passivo

17

Page 18: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

circulante. Essas contas operacionais são também conhecidas como contas cíclicas.

O ativo circulante operacional (ACO) é o investimento que decorre automaticamente

das atividades de compra / produção / estocagem / venda, enquanto o passivo

circulante operacional (PCO) é o financiamento, também automático, que decorre

dessas atividades. Essas contas mantêm estreita relação com a atividade

operacional da empresa. São diretamente influenciados pelo volume de negócios

(produção e vendas) e características das fases do ciclo operacional. O cálculo da

NCG é feito através da equação: NCG = ACO – PCO. (BALANÇO ANUAL, 2004)

Segundo MATARAZZO (2003), a Necessidade de Capital de Giro é não só um

conceito fundamental para a análise da empresa do ponto de vista financeiro, ou

seja, análise de caixa, mas também de estratégias de financiamento, crescimento e

lucratividade.

4 Incidência Tributária (%)É a forma pela qual o ônus do imposto é dividido entre os participantes do mercado.

Quociente entre lucro líquido e lucro operacional, com base na premissa de que,

através de seu planejamento tributário, a empresa faria um esforço para conservar a

maior proporção possível de seu lucro operacional sob a forma de lucro líquido.

(BALANÇO ANUAL, 2004)

5 Margem de Lucro (%)A margem de lucro indica qual a porcentagem de lucro contida em cada unidade de

mercadoria vendida ou de serviço prestado. É o quociente entre lucro operacional e

receita líquida, para reconhecer a importância da rentabilidade das operações

básicas da empresa para o nível de retorno sobre o capital aplicado. (BALANÇO

ANUAL, 2004)

De acordo com REIS (2003, p. 156), a margem de lucro “indica qual a porcentagem

de lucro contida em cada unidade monetária de mercadoria vendida ou de serviço

prestado e, por complemento aritmético, o custo respectivo”.

18

Page 19: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

6 Endividamento (%)Indica o grau de endividamento da empresa, ou seja, quanto do capital existente no

ativo está comprometido com o pagamento das dívidas. Quociente entre ativo total e

patrimônio líquido, como indicador do grau pelo qual a administração da empresa

conseguiu alavancar favoravelmente os níveis de rentabilidade e eficiência das

operações, ampliando assim o retorno sobre o capital. (BALANÇO ANUAL, 2004)

Na opinião de HELFERT (2000, p. 103), “esse índice descreve a proporção de

dinheiro de terceiros em relação ao total de direitos contra os ativos da empresa.

Quanto maior o índice, maior o risco provável para o credor”.

Sobre esse mesmo índice, GITMAN (2001, p. 139) diz: “a posição do endividamento

de uma empresa indica o montante de recursos de terceiros sendo usado com o

intuito de gerar lucros”.

7 Retorno Sobre o Capital (%)O retorno sobre o capital é um indicador que mede quanto o acionista receberá por

cada unidade monetária investida na empresa. Ele é obtido dividindo-se o

lucro/prejuízo líquido pelo PL (Patrimônio Líquido). (BALANÇO ANUAL, 2004)

GITMAN (2001, p. 143) afirma que “a taxa de retorno sobre o capital mensura o

retorno sobre o investimento dos proprietários na empresa. Quanto maior for esse

retorno, melhor para os proprietários”.

3. ASPECTOS METODOLÓGICOS

A abordagem metodológica utilizada nesse trabalho baseia-se na pesquisa de

avaliação quantitativa, pois utilizou dados contínuos. È também a descritiva, pois

registrou, classificou e interpretou dados e fatos da realidade sobre um determinado

assunto, evidenciando esses dados, mas sem interferir ou modificar essa realidade.

19

Page 20: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Foram objetos desta pesquisa as empresas citadas como modelo de

responsabilidade social no “Guia de Boa Cidadania Corporativa” da Revista Exame

no período de 2001 a 2004. Essas empresas foram escolhidas através da análise

dos indicadores do instituto Ethos. Esses indicadores são uma ferramenta de

aprendizado e avaliação da gestão no que se refere à incorporação de práticas de

responsabilidade social empresarial ao planejamento estratégico e ao

monitoramento e desempenho geral da empresa.

Na coleta de dados foi utilizado a técnica de pesquisa documental. Como critério de

amostragem, foi feito um censo, limitado às informações do periódico Balanço Anual,

pois foram consideradas todas as empresas que tiveram os seus indicadores

publicados no referido periódico. Depois de selecionadas, as empresas foram

separadas pelo ano em que foram citadas e por setor de atividade a qual

pertenciam. Feito isso, foram retirados do periódico “Balanço Anual da Gazeta

Mercantil” os indicadores econômico-financeiros para se fazer uma comparação

entre as empresas consideradas ou não modelo de responsabilidade social. Esses

indicadores foram apurados pelo periódico através de uma avaliação que é feita com

base nos demonstrativos contábeis do último exercício das empresas. As análises

dessas demonstrações contábeis foram elaboradas consoantes às práticas

pertinentes à Legislação Societária e normas da Comissão de Valores Mobiliários.

Conforme indicado anteriormente, os indicadores utilizados foram: o EBITDA ou

LAJIDA (Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização), a

Necessidade de Capital de Giro, a Incidência Tributária, a Margem de Lucro, o Giro

dos Ativos, o Endividamento e o Retorno Sobre Capital.

Para efeito de comparação, foi aplicado o “teste t de Student”, (TRIOLA 1999;

FREUND & SIMON 2000). Esse teste é feito para testar afirmações sobre

parâmetros populacionais, relativos a Médias de Pequenas Amostras, ou seja,

amostras menores que 30 (trinta). Foi utilizado, pois analisa especificamente uma

amostra para distinguir entre os resultados que podem ocorrer facilmente e os que

dificilmente ocorrem. Podendo explicar a ocorrência de resultados altamente

improváveis dizendo que ocorreu efetivamente um evento raro, ou que as coisas não

são como supúnhamos.

20

Page 21: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Para este teste, foram levantadas duas hipóteses:

• A Hipótese nula (H0) representa que as médias das empresas modelo de

responsabilidade social são iguais às médias das empresas não modelo de

responsabilidade social.

• A Hipótese alternativa (H1) apresenta que as médias das empresas modelo de

responsabilidade social são diferentes das médias das não modelo de

responsabilidade social.

4. Apresentação e Análise dos Dados

Na apresentação e análise dos dados, serão analisadas as abordagens e técnicas

discutidas nos capítulos anteriores evidenciando a organização das informações em

tabelas e gráficos para ilustrar os resultados obtidos.

A construção da análise partiu dos resultados obtidos no teste t de Student. Para

aplicação do teste foram utilizadas planilhas do MS Excel onde foram levantados os

indicadores econômico-financeiros retirados do Balanço Anual da Gazeta Mercantil

para efeito de comparação das médias entre as empresas modelo de

responsabilidade social do Guia de Boa Cidadania Corporativa da Revista Exame e

as empresas não modelo de responsabilidade social encontradas no Balanço Anual

já citado.

O material documental usado nas pesquisas foi conseguido em no acervo da

biblioteca da FEA/USP – SP.

A apresentação dos dados será feita mostrando, primeiramente, as empresas

modelo de responsabilidade social em cada ano em que foram citadas, entre 2001 e

2004. Dentro da apresentação anual serão separadas pelo seu setor de atividade e

em seguida por índice.

Como já citado anteriormente, o teste t admite duas hipóteses. Na primeira, a

hipótese nula ou (H0), considera-se que as empresas modelo de responsabilidade

21

Page 22: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

social têm médias iguais às das empresas não socialmente responsáveis. Na

segunda hipótese, a (H1), as médias das empresas modelo são superiores às

médias das demais.

Começando pelo ano de 2001, temos os seguintes dados:

No setor de Metalurgia, sub-setor de Aço, temos como socialmente responsáveis às

empresas Usiminas-MG, a Belgo Mineira-MG e a Belgo Mineira Part.-MG.

Comparando as médias dessas empresas com as demais empresas desse sub-

setor, chegamos ao resultado que o EBITDA aceitou a hipótese nula, ou seja, as

médias são iguais; a NCG rejeitou a hipótese nula, mostrando que as médias são

diferentes; na Incidência Tributária, a Ho foi rejeitada; na Margem de Lucro, a Ho foi

aceita; no Giro dos Ativos, a Ho foi rejeitada; no Endividamento, a Ho foi aceita; e no

Retorno Sobre o Capital, a Ho foi rejeitada.

No setor de Metalurgia, agora no sub-setor Artefatos de Aço, tivemos a empresa

Belgo Bekaert-MG como socialmente responsável, tivemos o EBITDA rejeitando a

hipótese Ho; a NCG também rejeitou Ho; a Incidência Tributária aceita Ho; a

Margem de Lucro rejeita Ho; no Giro dos Ativos, Ho é mais uma vez rejeitada; já no

Endividamento, Ho é aceita; e , finalmente, no Retorno Sobre o Capital, Ho é

rejeitada.

Ainda no setor de Metalurgia, sub-setor de Alumínio e Artefatos, temos como

empresa modelo de responsabilidade social a Alcoa-MG, que apresentou os

seguintes resultados: o EBITDA aceitou a hipótese Ho; a CNG rejeitou a Ho; a

Incidência Tributária também rejeitou Ho; já a Margem de Lucro aceitou a hipótese

Ho; o Giro dos Ativos também aceitou Ho; o Endividamento rejeitou Ho; e o Retorno

Sobre o Capital também rejeitou Ho.

No setor de Alimentos, sub-setor de Conglomerados Alimentícios, temos a empresa

Nestlé-SP como socialmente responsável. Segundo as médias levantadas desse

subsetor, o EBITDA rejeitou a hipótese Ho; a NCG também rejeitou a Ho; na

Incidência Tributária, Ho foi rejeitada; na Margem de Lucro, as médias foram

22

Page 23: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

diferentes e rejeitou Ho; o Giro dos Ativos aceitou Ho; já o Endividamento rejeitou

Ho; e, finalmente, o Retorno Sobre o Capital rejeitou Ho.

No setor de Produtos de Higiene e Limpeza, sub-setor de Perfumarias, tivemos

nesse ano a Natura-SP como empresa socialmente responsável. As médias desse

subsetor tiveram o EBITDA aceitando a hipótese Ho; a NCG rejeitou a Ho; a

Incitência Tributária não obtivemos resultados em função da maioria das empresas

não socialmente responsáveis terem obtido nesse ano resultados operacionais

negativos, o que implicou a não Incidência Tributária; a Margem de Lucro rejeitou a

hipótese Ho; da mesma forma, o Giro dos Ativos também rejeitou Ho; no

Endividamento, Ho foi rejeitada mais uma vez; e no Retorno Sobre o Capital, Ho foi

aceita.

No setor de Química, sub-setor Diversos, tivemos no ano de 2001 a empresa

Henkel-SP como socialmente responsável, tendo as médias do EBITDA aceitando a

hipótese Ho; a NCG também aceitou Ho; da mesma forma, a Incidência Tributária

aceitou Ho; ainda aceitando Ho tivemos a Margem de Lucro; o Giro dos Ativos

aceitou Ho; o Endividamento rejeitou Ho; assim como o Retorno Sobre o Capital,

que também rejeitou Ho.

O quadro 1 mostra os resultados em 2001:

Quadro 1 - Resultados da comparação dos indicadores empresas modelo x não modelo de responsabilidade social 2001

EMPRESA SETOR SUBSETORINDICADORES

I.1 I.2 I.3 I.4 I.5 I.6 I.7Belgo Mineira Metalurgia Aço Ac Rj Rj Ac Rj Ac RJBelgo Mineira

Part.Metalurgia Aço Ac Rj Rj Ac Rj Ac RJ

Usiminas Metalurgia Aço Ac Rj Rj Ac Rj Ac RJBelgo Bekaert Metalurgia Artefatos de Aço Rj Rj Ac Rj Rj Ac RJAlcoa Metalurgia Alumínio Artefatos Ac Rj Rj Ac Ac Rj RJNestlé Alimentos Conglomerados Rj Rj Rj Rj Ac Rj RJNatura Higiene Limpeza Perfumarias Ac Rj --- Rj Rj Rj ACHenkel Química Diversos Ac Ac Ac Ac Ac Rj RJ

Legenda:

23

Page 24: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

I.1 – EBITDA; I.2 – NCG; I.3 – Incidência Tributária; I.4 – Margem de Lucro; I.5 – Giro dos Ativos;

I.6 – Endividamento; I.7 – Retorno sobre Capital. “Ac”- Aceita; “Rj” – Rejeita.

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001)

Verificou-se que no ano de 2001, as empresas Usiminas-MG, Belgo Mineira-MG,

Belgo Mineira Part.-MG, Alcoa-MG, Natura-SP e a Henkel-SP aceitam a hipótese Ho

para o EBITDA, enquanto que a Belgo Bekaert-MG e a Nestlé-SP rejeitam a

hipótese Ho para o mesmo índice.

Para a NCG, as empresas apenas a empresa Henkel-SP aceita Ho. Em

contrapartida, Usiminas-MG, Belgo Mineira-MG, Belgo Mineira Part.-MG, Alcoa-MG,

Nestlé-SP e Belgo Bekaert-MG rejeitam Ho nesse índice.

Na Incidência Tributária, as empresas Belgo Bekaert-MG e Henkel-SP aceitam a

hipótese Ho. A Usiminas-MG, a Belgo Mineira-MG, a Belgo Mineira Part.-MG, a

Nestlé-SP e a Alcoa-MG rejeitam essa hipótese Ho. Na empresa Natura-SP não

houve o comparativo.

Para o índice Margem de Lucro, no ano de 2001, as empresas Usiminas-MG, Belgo

Mineira-MG, Belgo Mineira Part.-MG, a Alcoa-MG e a Henkel-SP aceitam a hipótese

Ho, enquanto que a Nestlé-SP, a Natura-SP e a Belgo Bekaert-MG rejeitam essa

hipótese Ho.

Para o Giro dos Ativos, tivemos a Nestlé-SP, a Alcoa-MG e a Henkel-SP que

aceitam a hipótese Ho. Já a Usiminas-MG, a Belgo Mineira-MG, a Belgo Mineira

Part.-MG, a Natura-SP e a Belgo Bekaert-MG rejeitam a hipótese Ho.

No Endividamento, as empresas Usiminas-MG, Belgo Mineira-MG, Belgo Mineira

Part.-MG e Belgo Bekaert-MG aceitam a hipótese Ho. As empresas Nestlé-SP,

Alcoa-MG, Natura-SP e Henkel-SP rejeitam essa hipótese Ho.

Por fim, no Retorno Sobre o Capital em 2001, somente a Natura-SP aceita a

hipótese Ho. Todas as demais empresas (Usiminas-MG, Belgo Mineira-MG, Belgo

24

Page 25: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Mineira Part.-MG, Nestlé-SP, Alcoa-MG, Belgo Bekaert-MG e Henkel-SP) rejeitam a

hipótese Ho.

Pelos dados apresentados, podemos concluir que no ano de 2001, pelas empresas

analisadas, que em 29% dos índices apurados predominou o “aceita a hipótese Ho”,

ou seja, as médias das empresas modelo de responsabilidade social foram

estatisticamente semelhantes às das empresas não socialmente responsáveis. Em

71% dos índices predominou “rejeita a hipótese Ho”, mostrando que os resultados

das empresas modelo de responsabilidade social foram diferentes dos resultados

das empresas não modelo de responsabilidade social, como mostra o gráfico a

seguir:

71%57% 57%

17%33%

17%43%43%

83%57%

43%

67%83%

29%

EBITDA

NCG

Incid. T

ribut.

Margem

Lucro

Giro Ativ

os

Endivi

dament

o

Retorno

Capi

tal

Indicadores

% E

mpr

esas

Aceita Ho Rejeita Ho

Gráfico 1 – Médias do resultado da comparação dos indicadores em 2001

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001)

Observando o gráfico, supõe-se, que no ano de 2001 o investimento em

responsabilidade social tenha sido um fator vantajoso para as empresas que assim

agiram, trazendo resultados econômico-financeiros superiores aos das empresas

não socialmente responsáveis, confirmando o que afirma RICO (2000).

Procedendo a análise no ano de 2002, apresenta-se:

No setor de Metalurgia, sub-setor Aço, no ano de 2002, as empresas socialmente

responsáveis foram a Belgo Mineira-MG e a Belgo Mineira Part.-MG e o resultado do

EBITDA foi de aceitar a hipótese Ho; a NCG aceitou Ho; a Incidência Tributária, da

25

Page 26: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

mesma forma, aceitou Ho; a Margem de Lucro também aceitou Ho; assim como o

Giro dos Ativos que também aceitou Ho; igualmente, o Endividamento aceitou Ho; o

Retorno Sobre o Capital rejeitou Ho.

Nesse mesmo setor, mas no sub-setor Diversos, se destacou como socialmente

responsável à empresa Belgo Bekaert-MG, com o EBITDA aceitando a hipótese Ho;

a NCG rejeita a Ho; a Incidência Tributária também rejeita Ho; a Margem de Lucro

aceita Ho; o Giro dos ativos rejeita Ho; já o Endividamento aceita Ho; assim como o

Retorno Sobre o Capital, que também aceita Ho.

No mesmo setor de Metalurgia, no sub-setor Alumínios e Artefatos, tivemos em 2002

a empresa Alcoa-MG. Os resultados foram o EBITDA aceitando a hipótese Ho; a

NCG aceita Ho; a Incidência Tributária aceita Ho; já a Margem de Lucro rejeita Ho; o

Giro dos Ativos aceita Ho; o Endividamento rejeita Ho; assim como o Retorno Sobre

o Capital, que também rejeita Ho.

No setor de Mineração, no sub-setor Ferrosos, a empresa Samarco Mineração-MG

apresentou que o EBITDA aceita a hipótese Ho; a NCG rejeita Ho; a Incidência

Tributária aceita Ho; a Margem de Lucro rejeita Ho; o Giro dos Ativos aceita Ho; o

Endividamento rejeita Ho; e o Retorno Sobre o Capital também rejeita Ho.

No setor de Auto Peças, sub-setor de Carroçarias tivemos como empresa

socialmente responsável a Marcopolo-RS, que apresentou o EBITDA aceitando a

hipótese Ho; a NCG rejeitou Ho; a Incidência Tributária também rejeitou Ho; a

Margem de Lucro rejeitou Ho; da mesma forma , o Giro dos Ativos, que também

rejeitou Ho; o Endividamento rejeitou Ho; o Retorno Sobre o Capitar aceitou Ho.

No setor de Energia Elétrica, sub-setor de Produção e Transmissão, a empresa

socialmente responsável foi a CPFL Geração-SP, e o EBITDA aceitou a hipótese

Ho; a NCG também aceitou Ho; assim como a Incidência Tributária, que também

aceitou Ho; da mesma forma, a Margem de Lucro aceitou Ho; o Giro dos Ativos

aceitou Ho; já o Endividamento rejeitou Ho; e o Retorno Sobre o Capital também

rejeitou Ho;

26

Page 27: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

No mesmo setor de Energia Elétrica, mas no sub-setor de Distribuição, temos a

CPFL-SP e a CPFL Piratininga-SP como empresas socialmente responsáveis e os

testes de média apontaram que o EBITDA aceitou a hipótese Ho; a NCG aceitou Ho;

a Incidência Tributária aceitou Ho; a Margem de Lucro também aceitou Ho; o Giro

dos Ativos aceitou Ho; o Endividamento também aceitou Ho; o Retorno Sobre o

Capital rejeitou Ho.

No setor de Higiene e Limpeza, sub-setor de Perfumarias, tivemos mais uma vez a

Natura-SP como empresa socialmente responsável e os resultados foram que o

EBITDA rejeitou a hipótese Ho; a NCG também rejeitou Ho; não tivemos Incidência

Tributária em função dos resultados operacionais negativos das empresas não

socialmente responsáveis; a Margem de Lucro aceitou Ho; o Giro dos Ativos rejeitou

Ho; o Endividamento aceitou Ho; e o Retorno Sobre o Capital rejeitou Ho.

No setor de Serviços Especializados, sub-setor de Serviços Especializados, tivemos

como socialmente responsável a empresa Serasa-SP e apresentou como

resultados: o EBITDA rejeitou a hipótese Ho; já a NCG aceitou Ho; a Incidência

Tributária aceitou Ho; assim como a Margem de Lucro que também aceitou Ho; o

Giro dos Atvos rejeitou Ho; o Endividamento aceitou Ho; e o Retorno Sobre o Capital

rejeitou Ho.

No setor de Petroquímica, sub-setor de Produtos Petroquímicos, a Dow Química-SP

se destacou como empresa socialmente responsável e apresentou: EBITDA aceita a

hipótese Ho; a NCG também aceita Ho; já a Incidência Tributária rejeita Ho; a

Margem de Lucro aceita Ho; o Giro dos Ativos aceita Ho; já o Endividamento rejeita

Ho; assim como o Retorno Sobre o Capital que também rejeita Ho.

O quadro 2 mostra os resultados em 2002:

Quadro 2 - Resultados da comparação dos indicadores empresas modelo x não modelo de responsabilidade social 2002

EMPRESA SETOR SUBSETORINDICADORES

I.1 I.2 I.3 I.4 I.5 I.6 I.7Belgo Mineira Metalurgia Aço Ac Ac Ac AC Ac Ac Rj

Belgo Mineira Par. Metalurgia Aço Ac Ac Ac AC Ac Ac Rj

27

Page 28: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Belgo Bekaert Metalurgia Diversos Ac Rj Rj AC Rj Ac Ac

Samarco Mineração Ferrosos Ac Rj Ac RJ Ac Ac Rj

Marcopolo Auto Peças Carroçarias Ac Rj Rj RJ Rj Rj Ac

CPFL Geração Energia ElétricaProdução e

transm.

Ac Ac Ac AC Ac Rj Rj

CPFL Energia Elétrica Distribuição Ac Ac Ac AC Ac Ac Rj

CPFL Piratininga Energia Elétrica Distribuição Ac Ac Ac Ac Ac Ac Rj

Natura Higiene Limpeza Perfumarias Rj Rj --- Ac Rj Ac Rj

SerasaServ.

Especializados

Serv.

Especializados

Rj Ac Ac Ac Rj Ac Rj

Dow Química PetroquímicaProd.

petroquímicos

Ac Ac Rj Ac Ac Rj Rj

Legenda:

I.1 – EBITDA; I.2 – NCG; I.3 – Incidência Tributária; I.4 – Margem de Lucro; I.5 – Giro dos Ativos; I.6 –

Endividamento; I.7 – Retorno sobre Capital. “Ac”- Aceita; “Rj” – Rejeita.

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2002)

No ano de 2002, depois de apuradas todas as médias, verificamos que para o

EBITDA as empresas Alcoa-MG, Belgo Mineira-MG, Belgo Bekaert-MG, Samarco

Mineração-MG, Marcopolo-RS, CPFL-SP, CPFL Geração-SP e Dow Química-SP

aceitam a hipótese Ho. A Natura-SP e a Serasa-SP rejeitam a hipótese Ho para

esse índice.

Para a NCG, as empresas Alcoa-MG, Belgo Mineira-MG, CPFL-SP, CPFL Geração-

SP, Serasa-SP e Dow Química-SP aceitam a hipótese Ho. Já a Belgo Bekaert-MG,

Samarco Mineração-MG, Marcopolo-RS e Natura-SP rejeitam a hipótese Ho.

Na Incidência Tributária, no ano de 2002, aceitam a hipótese Ho as empresas Alcoa-

MG, Belgo Mineira-MG, Samarco Mineração-MG, CPFL-SP, CPFL Geração-SP, e

Serasa-SP. Rejeitaram a hipótese Ho para esse índice as empresas Belgo Bekaert-

MG, Marcopolo-RS e Dow Química-SP. A empresa Natura-SP não teve comparativo

nesse índice.

Com respeito à Margem de Lucro, tivemos que a Belgo Mineira-MG, a Belgo

Bekaert-MG, a CPFL-SP, a CPFL Geração-MG, a Natura-SP, a Serasa-SP e a Dow

Química-SP aceitam a hipótese Ho. Somente Alcoa-MG, Samarco Mineração-MG e

Marcopolo-RS rejeitam a hipótese Ho.

28

Page 29: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Para o Giro dos Ativos, os resultados foram: Alcoa-MG, Belgo Mineira-MG, Samarco

Mineração-MG, CPFL-SP, CPFL Geração-SP, e Dow Química-SP aceitam a

hipótese Ho. Belgo Bekaert-MG, Marcopolo-RS, Natura-SP e Serasa-SP rejeitam a

hipótese Ho para esse índice.

Nos resultados do Edividamento, as empresas Belgo Mineira-MG, Belgo Bekaert-

MG, Samarco Mineração-MG, Natura-SP, CPFL-SP e Serasa-SP aceitam a hipótese

Ho nesse índice. Já a Alcoa-MG, Marcopolo-RS, CPFL Geração-SP e Dow Química-

SP rejeitam a hipótese Ho para o Endividamento.

Concluindo o ano de 2002, o Retorno Sobre o Capital apresentou somente a Belgo

Bekaert-MG e a Marcopolo-RS que aceitam a hipótese Ho nesse índice. Enquanto

isso, Alcoa-MG, Belgo Mineira-MG, Samarco Mineração-MG, CPFL-SP, CPFL

Geração-SP, Natura-SP, Serasa-SP e Dow Química-SP rejeitam a hipótese Ho.

No ano de 2002, depois de analisados os índices, percebe-se que em 100% deles

predominou “aceita a hipótese Ho”, o que demonstra que nesse ano as médias das

empresas não modelo de responsabilidade social foram semelhantes as das

empresas que atuam com destaque na área da responsabilidade social, como

demonstra o gráfico:

60%60%60%80%

70%67%80%

20%40%40%40%

20%33% 30%

EBITDA

NCG

Incid. T

ribut.

Margem

Lucro

Giro A

tivos

Endivi

dament

o

Retorno

Cap

ital

Indicadores

% E

mpr

esas

Aceita Ho Rejeita Ho

Gráfico 2 – Médias do resultado da comparação dos indicadores em 2002

29

Page 30: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2002)

Com base nos resultados mostrados pelo gráfico, observa-se no ano de 2002, que

os dados apresentados contrariaram a teoria de que a responsabilidade social

necessariamente traz melhores resultados e novamente e a atuação socialmente

responsável não fez com que as empresas que assim atuam obtivessem melhores

resultados frente às demais empresas dos mesmos setores. Diferente do que afirma

HERZOG (2004), que em artigo no “Guia Exame de Boa Cidadania Corporativa”

afirma que a responsabilidade social “é politicamente correto e dá dinheiro”.

Politicamente correto até pode ser, mas não existe a certeza de que dá mais

dinheiro.

Procedendo a análise do ano de 2003, apresenta-se:

No setor de Metalurgia, sub-setor de Aço, as empresas Acesita-MG, Belgo Mineira-

MG e Belgo Mineira Part.-MG como empresas socialmente responsáveis e o

EBITDA aceitou a hipótese Ho; a NCG também aceitou Ho; a Incidência Tributária

aceitou Ho; da mesma forma, a Margem de Lucro que também aceitou Ho; o Giro

dos Ativos aceitou Ho; o Endividamento também aceitou Ho; assim como o Retorno

Sobre o Capital que também aceitou Ho.

No setor de Papel e Celulose, sub-setor de Papel e Celulose, a empresa

socialmente responsável foi a Suzano-SP e o EBITDA aceitou a hipótese Ho;

enquanto a NCG rejeitou Ho; a Incidência Tributária aceitou Ho; a Margem de Lucro

também aceitou Ho; assim como o Giro dos Ativos, que aceitou Ho; o Endividamento

rejeitou Ho; e o Retorno Sobre o Capital aceitou Ho.

No setor de Alimentos, sub-setor de Conglomerados Alimentícios, a empresa

socialmente responsável foi a Perdigão Agroindustrial-SP e o EBITDA rejeitou a

hipótese Ho; a NCG aceitou a Ho; a Incidência Tributária rejeitou Ho; da mesma

forma, a Margem de Lucro rejeitou Ho; o Giro dos Ativos rejeitou Ho; o

Endividamento também rejeitou Ho; e o Retorno Sobre o Capital rejeitou Ho.

30

Page 31: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

No setor de Serviços Especializados, sub-setor de Serviços Especializados, a

empresa Serasa-SP que se destacou como socialmente responsável apresentou: o

EBITDA aceitou a hipótese Ho; a NCG também aceitou Ho; a Incidência Tributária

rejeitou a Ho; já a Margem de Lucro aceitou Ho; o Giro dos Ativos rejeitou Ho; o

Endividamento aceitou Ho; assim como o Retorno Sobre o Capital, que também

aceitou Ho.

No setor de Energia Elétrica, sub-setor de Distribuição, a empresa socialmente

responsável foi a CPFL-SP, e os resultados foram: o EBITDA aceitou a hipótese Ho;

a NCG aceita a Ho; a Incidência Tributária também aceita Ho; a Margem de Lucro

aceita Ho; o Giro dos Ativos também aceita Ho; O endividamento aceita Ho; e o

Retorno Sobre o Capital aceita Ho.

No setor de Higiene e Limpeza, sub-setor de Perfumarias, a Natura-SP foi a

empresa socialmente responsável e apresentou: o EBITDA aceita a hipótese Ho; a

NCG aceita Ho; a Incidência Tributária também aceita Ho; a Margem de Lucro aceita

Ho; assim como o Giro dos Ativos, que aceita Ho; o Endividamento, da mesma

forma, aceita Ho; e o Retorno Sobre o Capital também aceita Ho.

O quadro 3 mostra os resultados em 2003:

Quadro 3 - Resultados da comparação dos indicadores empresas modelo x não modelo de responsabilidade social 2003

EMPRESA SETOR SUBSETORINDICADORES

I.1 I.2 I.3 I.4 I.5 I.6 I.7Acesita Metalurgia Aço Ac Ac Ac Ac Ac Ac AcBelgo Mineira Metalurgia Aço Ac Ac Ac Ac Ac Ac AcBelgo Mineira

Par.Metalurgia Aço Ac Ac Ac Ac Ac Ac Ac

Suzano Papel e Celulose Papel e Celulose Ac Rj Ac Ac Ac Rj AcPerdigão Alimentos Conglomerados Rj Ac Rj Rj Rj Rj Rj

SerasaServ.

Especializados

Serv.

EspecializadosAc Ac Rj Ac Rj Ac Ac

CPFL Energia Elétrica Distribuição Ac Ac Ac Ac Ac Ac AcCPFL Piratininga Energia Elétrica Distribuição Ac Ac Ac Ac Ac Ac AcNatura Higiene e Limpeza Perfumarias Ac Ac Ac Ac Ac Ac Ac

Legenda:

31

Page 32: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

I.1 – EBITDA; I.2 – NCG; I.3 – Incidência Tributária; I.4 – Margem de Lucro; I.5 – Giro dos Ativos; I.6 –

Endividamento; I.7 – Retorno sobre Capital. “Ac”- Aceita; “Rj” – Rejeita.

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2003)

No ano de 2003, depois de apuradas as médias, o EBITDA para as empresas

Acesita-MG, Belgo Mineira-MG, Belgo Mineira Part.-MG, Suzano-SP, Serasa-SP,

CPFL-SP e Natura-SP aceitam a hipótese Ho. Somente a empresa Perdigão

Agroindustrial-SP rejeita Ho para esse índice.

Nos resultados da NCG, as empresas Acesita-MG, Belgo Mineira-MG, Belgo Mineira

Part.-MG, Perdigão Agroindustrial-SP, Serasa-SP, CPFL-SP e Natura-SP aceitam a

hipótese Ho. Só a empresa Suzano-SP rejeita Ho.

Para a Incidência Tributária, aceitam a hipótese Ho, as empresas Acesita-MG, Belgo

Mineira-MG, Belgo Mineira Part.-MG, Suzano-SP, CPFL-SP e Natura-SP. Rejeitam a

hipótese Ho, as empresas Perdigão Agroindustrial-SP e Serasa-SP.

Na Margem de Lucro, a Acesita-MG, Belgo Mineira-MG, Belgo Mineira-MG, Suzano-

SP, Serasa-SP, CPFL-SP e Natura-SP aceitam a hipótese Ho. Somente a Perdigão

Agroindustrial-SP rejeita Ho para esse índice.

No Giro dos Ativos, as empresas que aceitam a hipótese Ho são: Acesita-MG, Belgo

Mineira-MG, Belgo Mineira Part.-MG, Suzano-SP, CPFL-SP e Natura-SP. Já as

empresas que rejeitam Ho para esse índice são: Perdigão Agroindustrial-SP e

Serasa-SP.

Com relação ao Endividamento, as médias apresentaram que as empresas Acesita-

MG, Belgo Mineira-MG, Belgo Mineira Part.-MG, Serasa-SP, CPFL-SP e Natura-SP

aceitam a hipótese Ho. As empresas Suzano-SP e Perdigão Agroindustrial-SP

rejeitam a hipótese Ho.

Para o Retorno Sobre o Capital, os resultados foram: Acesita-MG, Belgo Mineira-

MG, Belgo Mineira Part.-MG, Suzano-SP, CPFL-SP e Natura-SP aceitam a hipótese

Ho. Somente a empresa Perdigão Agroindustrial-SP rejeita Ho para esse índice.

32

Page 33: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

No ano de 2003, em 100% dos índices econômico-financeiros apurados predominou

“aceita a hipótese Ho”, mostrando que os resultados das empresas modelo de

responsabilidade social foram semelhantes aos das empresas não modelo de

responsabilidade social, contradizendo DE LUCA (2005), que afirma que o

comportamento socialmente responsável traz melhor desempenho e econômico-

financeiro, como apontado no gráfico a seguir:

83% 83% 83%71% 71% 71% 83%

29%17%

29%29%17%17%17%

EBITDA

NCG

Incid. T

ribut.

Marg

em Lucro

Giro Ativ

os

Endivi

damen

to

Retorno

Capital

Indicadores

% E

mpr

esas

Aceita Ho Rejeita Ho

Gráfico 3 – Médias do resultado da comparação dos indicadores em 2003

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2003)

Pelo gráfico apresentado, percebeu-se que em 2003 as empresas não socialmente

responsáveis obtiveram médias semelhantes as das empresas socialmente

responsáveis, comprovando também nesse ano que a responsabilidade social não

foi um fator preponderante para alcançar maiores resultados econômico-financeiros,

pois as empresas que não se destacaram por essas ações conseguiram obter

médias semelhantes as das empresas modelo de responsabilidade social na maioria

dos índices analisados.

Procedendo-se a análise no ano de 2004, têm-se:

No setor de Metalurgia, sub-setor de Aço, as empresas Acesita-MG e Belgo Mineira-

MG foram destaques nesse ano e tiveram como resultados: o EBITDA rejeita a

hipótese Ho; a NCG aceita Ho; a Incidência Tributária também aceita Ho; já a

33

Page 34: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Margem de Lucro rejeita Ho; o Giro dos Ativos aceita Ho; o Endividamento rejeita

Ho; e o Retorno Sobre o Capital também rejeita Ho.

No setor de Higiene e Limpeza, sub-setor de Perfumarias, a empresa Natura-SP foi

destaque como socialmente responsável e obteve: EBITDA aceita a hipótese Ho; a

NCG rejeita Ho; a Incidência Tributária também rejeita Ho; a Margem de Lucro

aceita Ho; o Giro dos Ativos rejeita Ho; assim como o Endividamento, que também

rejeita Ho; o Retorno Sobre o Capital rejeita Ho.

No setor de Papel e Celulose, sub-setor de Papel e Celulose, destacou-se como

socialmente responsável a empresa Suzano-SP e o EBITDA apresentou resultados

que rejeita a hipótese Ho; a NCG aceita Ho; a Incidência Tributária rejeita Ho; a

Margem de Lucro aceita Ho; o Giro dos Ativos também aceita Ho; o Endividamento

rejeita Ho; e o Retorno Sobre o Capital também rejeita Ho.

No setor de Alimentos, sub-setor de Conglomerados Alimentícios, a Perdigão-SP foi

a empresa socialmente responsável e os resultados foram: o EBITDA rejeita a

hipótese Ho; a NCG aceita Ho; a Incidência Tributária rejeita Ho; a Margem de Lucro

também rejeita Ho; assim como o Giro dos Ativos, que rejeita Ho; o Endividamento é

outro que rejeita Ho; e, finalmente, o Retorno Sobre o Capital rejeita Ho.

No setor de Comércio Varejista, sub-setor de Supermercados, o Pão de Açúcar-SP

foi a empresa socialmente responsável em 2004 e apresentou: o EBITDA aceita a

hipótese Ho; a NCG rejeita Ho; a Incidência Tributária aceita Ho; já a Margem de

Lucro rejeita Ho; o Giro deos Ativos aceita Ho; o Endividamento também aceita H0; e

o Retorno Sobre o Capital rejeita Ho.

No setor de Química, sub-setor de Diversos, a Basf-SP foi a empresa socialmente

responsável e mostrou que: o EBITDA rejeita a hipótese Ho; a NCG aceita Ho; a

Incidência Tributária rejeita Ho; a Margem de Lucro também rejeita Ho; o Giro dos

Ativos aceita Ho; o Endividamento rejeita Ho; e o retorno Sobre o Capital aceita Ho.

O quadro 4 mostra os resultados de 2004:

34

Page 35: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Quadro 4 - Resultados da comparação dos indicadores empresas modelo x não modelo de responsabilidade social 2004

EMPRESA SETOR SUBSETORINDICADORES

I.1 I.2 I.3 I.4 I.5 I.6 I.7Acesita Metalurgia Aço Ac Ac Ac Rj Ac Rj RjBelgo Mineira Metalurgia Aço Ac Ac Ac Rj Ac Rj RjNatura Higiene Limpeza Perfumarias Ac Rj Rj Ac Rj Rj RjSuzano Papel e Celulose Papel e Celulose Rj Ac Rj Ac Ac Rj RjPerdigão Alimentos Conglomerados Rj Ac Rj Rj Rj Rj RjPão de Acúcar Com. Varejista Supermercados Ac Rj Ac Rj Ac Ac RjBasf Química Diversos Rj Ac Rj Rj Ac Rj AcLegenda: I.1 – EBITDA; I.2 – NCG; I.3 – Incidência Tributária; I.4 – Margem de Lucro; I.5 – Giro

dos Ativos; I.6 – Endividamento; I.7 – Retorno sobre Capital. “Ac”- Aceita; “Rj” – Rejeita.

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2004)

No ano de 2004, após apurar todas as médias, percebeu-se que para o EBITDA, as

empresas Natura-SP e Pão de Açúcar-SP aceitam a hipótese Ho. Enquanto isso, as

empresas Acesita-MG, Belgo Mineira-MG, Suzano-SP, CPFL-SP, Perdigão-SP e

Basf-SP rejeitam a hipótese Ho para esse índice.

Para a NCG, as empresas Acesita-MG, Belgo Mineira-MG, Suzano-SP, CPFL-SP,

Perdigão-SP e Basf-SP aceitam a hipótese Ho. Natura-SP e Pão de Açúcar-SP

rejeitam a hipótese Ho.

Na Incidência Tributária, aceitam a hipótese Ho: Acesita-MG, Belgo Mineira-MG,

CPFL-SP, Pão de Açúcar-SP. Rejeitam a hipótese Ho para esse índice as empresas

Natura-SP, Suzano-SP, Perdigão-SP e Basf-SP.

Com relação à Margem de Lucro, tivemos as empresas Natura-SP e Suzano-SP que

aceitam a hipótese Ho. As empresas Acesita-MG, Belgo Mineira-MG, CPFL-SP,

Perdigão-SP, Pão de Açúcar-SP e Basf-SP rejeitam a hipótese Ho. Já no Giro dos

Ativos, aceitam a hipótese Ho as empresas Acesita-MG, Belgo Mineira-MG, Suzano-

SP, Pão de Açúcar-SP e Basf-SP. Rejeitam a hipótese Ho as empresas Natura-SP,

CPFL-SP e Perdigão-SP.

35

Page 36: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

No Endividamento, somente o Pão de Açúcar-SP aceita a hipótese Ho. Todas as

demais empresas (Acesita-MG, Belgo Mineira-MG, Natura-SP, Suzano-SP, CPFL-

SP, Perdigão-SP e Basf-SP) rejeitam a hipótese Ho.

Para o Retorno Sobre o Capital, a CPFL-SP e a Basf-SP aceitam a hipótese Ho. A

Acesita-MG, Belgo Mineira-MG, Natura-SP, Suzano-SP, Perdigão-SP e Pão de

Açúcar-SP rejeitam a hipótese Ho.

Em 2004, apurados os índices econômico-financeiros, em 29% “aceita a hipótese

Ho”, ou seja, as empresas não socialmente responsáveis tiveram resultados

semelhantes às empresas modelo. Em 14%, estatisticamente o número de

empresas que aceitam Ho é igual ao número que rejeitam Ho. Nos 57% restantes,

predominou “rejeita Ho”, significando que as empresas modelo de responsabilidade

social tiveram resultados diferentes das empresas não modelo de responsabilidade

social, como demonstra o gráfico:

25%13%

63%

25%

75%

25%50%

75%87%

37%

75%

25%

75%50%

EBITDA

NCG

Incid. T

ribut.

Marg

em Lucro

Giro Ativ

os

Endivi

damen

to

Retorno

Capita

l

Indicadores

% E

mpr

esas

Aceita Ho Rejeita Ho

Gráfico 4 – Médias do resultado da comparação dos indicadores em 2004

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2004)

Em 2004, observando o gráfico supões-se que, assim como em 2001, a

responsabilidade social pode ter sido um fator que levou as empresas que destacam

36

Page 37: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

por essa atuação a terem resultados econômico-financeiros superiores aos daquelas

que não são modelo de responsabilidade social, como afirma TSOUTSOURA (2004)

em sua pesquisa.

Procedendo a análise de cada indicador, individualmente, e sua evolução ano a ano,

têm-se:

71% 80% 83%

25%29% 20% 17%

75%

2001 2002 2003 2004

Anos

% E

mpr

esas

Aceita Rejeita

Gráfico 5 – Médias do EBTIDA de 2001 a 2004

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001, 2002, 2003, 2004)

Analisando o gráfico sobre as Médias do EBITDA observa-se que dos quatro anos

apurados, 75% desse período apresentaram a hipótese “Aceita Ho”, ou seja, as

médias das empresas socialmente responsáveis são semelhantes às médias das

empresas não modelo de responsabilidade social. Em 25% do mesmo período,

apresentou a hipótese “Rejeita Ho”, em que as médias das empresas socialmente

responsáveis são diferentes das médias das empresas não modelo de

responsabilidade social.

17%

60%

83%75%

83%

40%

17%25%

2001 2002 2003 2004

Anos

% E

mpr

esas

Aceit a Rejeit a

37

Page 38: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Gráfico 6 – Médias da NCG de 2001 a 2004

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001, 2002, 2003, 2004)

Sobre as Médias da NCG observa-se que dos quatro anos apurados, 75% desse

período apresentaram a hipótese “Aceita Ho”, ou seja, as médias das empresas

socialmente responsáveis são semelhantes às médias das empresas não modelo de

responsabilidade social. Em 25% do mesmo período, apresentou a hipótese “Rejeita

Ho”, em que as médias das empresas modelo de responsabilidade social são

diferentes das médias das empresas não modelo de responsabilidade social.

33%

67% 71%

50%

67%

33% 29%

50%

2001 2002 2003 2004

Anos

% E

mpr

esas

Aceit a Rejeit a

Gráfico 7 – Médias da Incidência Tributária de 2001 a 2004

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001, 2002, 2003, 2004)

O Gráfico das Médias da Incidência Tributária supôs que em 50% do período

analisado, apresentou a hipótese “Aceita Ho”, ou seja, as médias das empresas

socialmente responsáveis são semelhantes às médias das empresas não modelo de

responsabilidade social. Em 25%, as médias das empresas modelo de

responsabilidade social foram diferentes das demais, ou seja, apresentou a hipótese

“Rejeita Ho”. Nos 25% restantes, a avaliação ficou nula.

38

Page 39: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

57%70% 70%

25%

43%30% 30%

75%

2001 2002 2003 2004

Anos

% E

mpr

esas

Aceita Rejeita

Gráfico 8 – Médias da Margem de Lucro de 2001 a 2004

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001, 2002, 2003, 2004)

Com relação às Médias da Margem de Lucro, supõe-se que em 75% do período

analisado, apresentou a hipótese “Aceita Ho”, ou seja, as médias das empresas

socialmente responsáveis são semelhantes às médias das empresas não modelo de

responsabilidade social. Em 25%, as médias das empresas modelo de

responsabilidade social foram diferentes das demais, ou seja, apresentou a hipótese

“Rejeita Ho”.

43%

60%71%

63%57%

40%29%

37%

2001 2002 2003 2004

Anos

% E

mpr

esas

Aceita Rejeita

Gráfico 9 – Médias do Giro dos Ativos de 2001 a 2004

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001, 2002, 2003, 2004)

O Gráfico das Médias do Giro dos Ativos mostra que em 75% do período analisado,

apresentou a hipótese “Aceita Ho”, ou seja, as médias das empresas socialmente

39

Page 40: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

responsáveis são semelhantes às médias das empresas não modelo de

responsabilidade social. Em 25%, apresentou a hipótese “Rejeita Ho”, ou seja, as

médias das empresas modelo de responsabilidade social foram diferentes das

demais.

43%60%

71%

13%

57%40%

29%

87%

2001 2002 2003 2004

Anos

% E

mpr

esas

Aceit a Rejeit a

Gráfico 10 – Médias de Endividamento de 2001 a 2004

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001, 2002, 2003, 2004)

Sobre as Médias do Endividamento observa-se que dos quatro anos apurados, 50%

desse período apresentaram a hipótese “Aceita Ho”, ou seja, as médias das

empresas socialmente responsáveis são semelhantes às médias das empresas não

modelo de responsabilidade social. Nos 50% restantes do mesmo período,

apresentou a hipótese “Rejeita Ho”, em que as médias das empresas modelo de

responsabilidade social modelo de responsabilidade social são diferentes das

médias das empresas não modelo de responsabilidade social.

17%

80% 83%

25%

83%

20% 17%

75%

2001 2002 2003 2004

Anos

% E

mpr

esas

Aceit a Rejeit a

Gráfico 11 – Médias Retorno Sobre o Capital de 2001 a 2004

40

Page 41: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001, 2002, 2003, 2004)

A respeito das Médias do Retorno Sobre o Capital, supõe-se que dos quatro anos

apurados, 50% desse período apresentaram a hipótese “Aceita Ho”, ou seja, as

médias das empresas modelo de responsabilidade social são semelhantes às

médias das empresas não modelo de responsabilidade social. Nos 50% restantes do

mesmo período, apresentou a hipótese “Rejeita Ho”, em que as médias das

empresas socialmente responsáveis são diferentes as médias das empresas não

modelo de responsabilidade social.

A seguir, o gráfico consolidado das médias dos indicadores das empresas nos

quatro anos analisados:

53%47%

66%59% 57% 59% 59%

43%47%53%

41%41%34%41%

EBITDA

NCG

Incid. T

ribut.

Margem Giro

Endivi

dament

o

Retorno

Indicadores

% E

mpr

esas

Aceita Rejeita

Gráfico 12 – Médias gerais e consolidadas do resultado da comparação dos indicadores de 2001 a 2004

FONTE: ANUÁRIO BALANÇO ANUAL GAZETA MERCANTIL (2001, 2002, 2003, 2004)

Procedendo a análise do gráfico consolidado, observa-se que em 86% dos

indicadores avaliados, foi apresentada a hipótese “Aceita Ho”, ou seja, as médias

das empresas modelo de responsabilidade social foram semelhantes as das

41

Page 42: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

empresas não modelo de responsabilidade social. Em 14%, foi apresentada a

hipótese “Rejeita Ho”, mostrando que as médias das empresas socialmente

responsáveis foram superiores as das empresas não socialmente responsáveis.

CONCLUSÃO E SUGESTÕES

O objetivo dessa pesquisa foi analisar e avaliar se o comportamento socialmente

responsável das empresas modelo faz com que essas obtenham resultados

econômico-financeiros superiores aos das empresas que não se destacam pela

atuação socialmente responsável. Essa análise se deu pela aplicação de um teste

estatístico, comparando-se as médias dos indicadores econômico-financeiros das

empresas já citadas.

Respondendo o objetivo e o problema, a pesquisa realizada, cujos resultados foram

mostrados ao longo do trabalho, verificou que, estatisticamente, as empresas

modelo de responsabilidade social não alcançaram um desempenho econômico-

financeiro maior que o das empresas não modelo de responsabilidade social durante

o período avaliado.

No total dos indicadores avaliados, 57% dos resultados apontaram médias

semelhantes entre as empresas modelo de responsabilidade social e as empresas

não modelo de responsabilidade social. Em 43% desses mesmos indicadores, as

empresas socialmente responsáveis tiveram médias superiores às demais

empresas.

Diante dos resultados, conclui-se, numa visão geral, que estatisticamente a

responsabilidade social não foi um fator diferencial para obtenção de melhores

resultados. Das hipóteses propostas pelo teste estatístico, foi aceita a hipótese “H0”,

que representa que as médias das empresas modelo de responsabilidade social são

iguais às médias das empresas não modelo de responsabilidade social.

42

Page 43: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

Depois de observadas todas as conclusões referentes à pesquisa, e por estas terem

apresentado um resultado em que a responsabilidade social não influência

diretamente nos resultados das empresas, não poderíamos aplicar isso o fato de

que as empresas não devam investir em responsabilidade social.

A empresa socialmente responsável deve apoiar projetos sociais

independentemente dos resultados obtidos. Somente assim, tornam-se verdadeiras

empresas-cidadãs, gerando consumidores responsáveis e buscando continuamente

a solução ou, ao menos, a diminuição das carências sociais existentes.

É imprescindível que as empresas e as pessoas estejam dispostas a colaborar com

sua parte, para que todos tenham melhores oportunidades, garantindo o diálogo, a

participação e, conseqüentemente, o resgate da cidadania.

Para dar um prosseguimento aos estudos dessa pesquisa e como sugestões para

melhor avaliar os resultados obtidos poderiam ser feitos estudos futuros, tais como:

• Pesquisas com amostras maiores em períodos mais extensos;

• Pesquisas de campo com consumidores;

• Estudos de caso de empresas avaliando os resultados anteriores e posteriores

às práticas de responsabilidade social;

• Analisar diferentes indicadores de avaliação econômico-financeira como:

índices de liquidez, EVA e MVA;

• Analisar Balanços Sociais e DVA (Demonstração do Valor Adicionado);

• Análise dos benefícios sociais gerados pelas empresas cidadãs socialmente

responsáveis para a comunidade em que estão inseridas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ARANTES, Elaine. Investimento em Responsabilidade Social e sua Relação com o Desempenho Econômico das Empresas. São José dos Pinhais, PR. 2006.

43

Page 44: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanço: Um Enfoque

Econômico-Financeiro. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2000.

BALANÇO ANUAL: Gazeta Mercantil. Ano XXVI. nº 26, Agosto, 2002.

BALANÇO ANUAL: Gazeta Mercantil. Ano XXVII. nº 27, Setembro, 2003.

BALANÇO ANUAL: Gazeta Mercantil. Ano XXVIII. nº 28, Agosto, 2004.

BALANÇO ANUAL: Gazeta Mercantil. Ano XXIX. nº 29, Agosto, 2005.

BERNARDO, Denise Carneiro dos Reis; PESSANHA, Gabriel Rodrigues Gomes;

SILVA, Sabrina Soares da; ÁVILA, Rebeca Contrera. Investimentos em

responsabilidade social criam valor para as empresas? Um estudo das

companhias de capital aberto no Brasil. www.google.com.br, Acesso em

31/12/2007.

BERKOWITZ, Eric N. et al. Marketing. Rio de Janeiro: LTC, 2003.

BORBA, Paulo da Rocha Ferreira. Relação entre desempenho social corporativo

e desemepnho financeiro de empresas no Brasil. Dissertação de Mestrado

(mestrado em Administração) FEA – Universidade de São Paulo – USP, 2005.

BORGER, Fernanda Gabriela. Responsabilidade Social: Efeitos da atuação

social na dinâmica empresarial. Tese de Doutorado. 2001. (Doutorado em

Administração). FEA. Universidade de São Paulo. 2001.

CADASTRO CENTRAL DE EMPRESAS DO IGBE: disponível na Internet em

http://www.ibge.com.br. Acesso em 14/10/2006.

44

Page 45: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

CERTO, Samuel.c.; PETER, 1. Paul. Administração estratégica: planejamento e

implantação da estratégia. São Paulo: Makron Books, 1993.

COSTA, Paulo Roberto Pereira da. A Força da Imagem. Disponível na internet em

http://www.aberje.com.br/antigo/revista/n22/artigo4b. Acesso em 26/09/2006.

DE LUCA, Márcia Martins Mendes. Responsabilidade Social – Um Diferencial Competitivo Para as Empresas. Revista Brasileira de Contabilidade. Nº152,

Mar/Abr 2005.

DUARTE, Gleuso D. Responsabilidade Social: a empresa hoje. Rio de Janeiro:

LTC - Livros Técnicos e Científicos: Fundação Assistencial Brahma, 1986.

FREUND, John E.; SIMON, Gary A. Estatística Aplicada: Economia, Administração

e Contabilidade. 9ª ed. Porto Alegre: Bookman 2000.

GITMAN, Lawrence J. Princípios da administração financeira: Essencial. 2 ed.

Porto Alegre: Bookman, 2001.

GUIMARÃES, Heloísa Werneck Mendes. Responsabilidade social da empresa:

uma visão histórica de sua problemática. Revista de Administração de Empresas. v.

24, n. 4, p. 211-219, out/dez. 1984.

HELFERT, Erich A. Técnicas de Análise Financeira. 9 ed. Porto Alegre: Bookman,

2000.

INSTITUTO ETHOS de Responsabilidade Social: Disponível na internet em

http://www.ethos.org.br. Acesso em 27/04/2006.

45

Page 46: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

JONES, Marc T. The Institutional Determinants of Social Responsibility. Journal

of Business Ethics. Netherlands: Kluwer Academic Publishers. v. 20, p.163-179,

1999.

KITAHARA, José Renato. Responsabilidade Social e desempenho financeiro de

empresas: Um estudo empírico utilizando o Balanço Social padrão IBASE.

Dissertação de Mestrado. (Mestrado em Administração.) FEA – Universidade de São

Paulo. 2007.

MATARAZZO, Dante Carmine. Anaálise Financeira de Balanços: abordagem

básica e gerencial. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, César. Responsabilidade Social & Cidadania Empresarial. Rio de Janeiro, Qualitymark Editora, 1.999.

MELO NETO, Francisco P. de; FROES, César. Gestão da responsabilidade social corporativa: O caso brasileiro. 2 ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

MONTANA, P. J.; CHARNOV, B. H. Administração: Responsabilidade Social, In:

Administração. São Paulo: Saraiva, 2000

OLIVEIRA, José Arimatés de. Responsabilidade social em pequenas e médias empresas. Revista de Administração de Empresas. v. 24, n. 4, p. 203-210, out./dez.

1984.

ORLITZKY, Marc; SCHMIDT, Frank L., RYNES, Sara L. Corporate Social and Financial Performance: A Meta-analysis. Iowa, USA. 2003.

PESQUISA: Ação Social das Empresas: Instituto IPEA. Disponível na internet em

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2006/10/05/materia. Acesso em 28/10/2006.

46

Page 47: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

PESQUISA: Opinião dos Brasileiros a Respeito da Responsabilidade Social das Empresas, Instituto Ação Empresarial pela Cidadania (AEC-PE) em Maio de 2006.

Disponível na internet em http://www.intercidadania.net/noticia.kmf?noticia. Acesso

em 28/10/2006.

RELATÓRIO ESTADO DO MUNDO, Worldwatch Institute (2004) in Despertando para a ação – os grandes temas da responsabilidade social e desenvolvimento sustentável.

Uniethos, 2005.

REIS, Arnaldo Carlos de Rezende. Demonstrações Contábeis: Estrutura e Análise.

Saraiva, 2003.

REVISTA EXAME: Guia de Boa Cidadania Corporativa 2001, Ed. Abril. Dezembro,

2001.

REVISTA EXAME: Guia de Boa Cidadania Corporativa 2002, Ed. Abril. Dezembro,

2002.

REVISTA EXAME: Guia de Boa Cidadania Corporativa 2003, Ed. Abril. Dezembro,

2003.

REVISTA EXAME: Guia de Boa Cidadania Corporativa 2004, Ed. Abril. Dezembro,

2004.

RICO, Elizabeth de Melo. A filantropia empresarial e sua inserção no Terceiro Setor. In: Caderno de Administração PUC-SP, São Paulo, (3), Mar., 2000

47

Page 48: empresas modelo x empresas não modelo de responsabilidade social

SANTANA, Naja Brandão; PÉRICO, Ana Elisa; REBELATTO, Daisy Aparecida do

Nascimento. Investimento em Responsabilidade Sócio-ambiental de empresas

distribuidoras de energia elétrica: uma análise por envoltória de dados. Revista

Gestão Industrial. V.02, n.04, p.124-139, 2006.

TINOCO, João Eduardo Prudêncio; COSTEIRA, Maria Fernanda da Silva. Análise

do desempenho econômico, financeiro, social e ambiental de empresas: Um estudo

de empresas do setor alimentício. Gesta – Revista Eletrônica de Gestão e

Negócios. V.2; N.3; jul./set./2006, p. 141-142.

TOMEI, Patricia A. Responsabilidade social de empresas: Análise qualitativa da

opinião do empresariado nacional. Revista de Administração de Empresas. v. 24, n.

4, p. 189-202, out./dez. 1984.

TRIOLA, Mário T. Introdução à Estatística. 7ª ed. Rio de Janeiro: LTC 1999.

TOUTSOURA, Margarita. Corporate Social Responsibility and Financial Performance. University of California at Berkeley, Califórnia, 2004.

URAS, Francisco Paulo. A Responsabilidade Social é um bom negócio? "O Estado de São Paulo", em 25.08.1999.

48