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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSOFACULDADE DE DIREITODIREITO EMPRESARIAL

TRABALHO ACADMICO

RESPONSABILIDADE TRIBUTRIA NA SUCESSO DE EMPRESAS:

RESPONSABILIDADE PELAS MULTAS?

RESPONSABILIDADE SOBRE AQUISIO DE ESTABELECIMENTO EM PROCESSO DE FALNCIA OU RECUPERAO JUDICIAL?

DISCENTES: ADEMIR PEIXOTO - CLUDIO GUEDES - JUSCELINO TOMAS - LUIZ FELIPE MIDON - MOACIR PINTO

CUIAB MT2015ADEMIR PEIXOTO - CLUDIO GUEDES - JUSCELINO TOMAS - LUIZ FELIPE MIDON - MOACIR PINTO

RESPONSABILIDADE TRIBUTRIA NA SUCESSO DE EMPRESAS:

RESPONSABILIDADE PELAS MULTAS?RESPONSABILIDADE SOBRE AQUISIO DE ESTABELECIMENTO EM PROCESSO DE FALNCIA OU RECUPERAO JUDICIAL?

Relatrio sobre questes discutidas em sala de aula na Disciplina de Direito Empresarial, especificamente abordando a situao jurdica da Empresa quanto ao Instituto da Responsabilidade Fiscal em casos de sucesso por venda, fuso, incorporao, transformao e ciso, alm da Falncia e ou Recuperao Judicial - atividades de assimilao de conhecimento jurdico na Disciplina de Direito Empresarial na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso.

Prof. Msc. Divanir Marcelo De Pieri

CUIAB MT2015

QUESTES DISCUTIDAS(RESPONSVEL TRIBUTRIO)

RESPONSABILIDADE PELAS MULTAS?

RESPONSABILIDADE SOBRE AQUISIO DE ESTABELECIMENTO EM PROCESSO DE FALNCIA OU RECUPERAO JUDICIAL?

INTRODUO:

A responsabilidade tributria a obrigao legal, assumida pelo sujeito passivo da relao jurdico-tributria, no diretamente beneficiado pelo ato praticado, perante o fisco, de pagar o tributo ou a penalidade pecuniria. Em outras palavras, segundo a doutrina tributria brasileira, responsvel tributrio a pessoa que, sem ter praticado o fato gerador, a lei lhe prescreve o dever de pagar o tributo, excluindo a responsabilidade do contribuinte, ou seja, de quem praticou o fato gerador ou atribuindo-lhe em carter supletivo o cumprimento da obrigao tributria. Ressalte-se que a palavra responsabilidade liga-se idia de ter algum que ir responder pelo descumprimento de um dever jurdico, de modo que responsabilidade e dever jurdico no se confundem. A responsabilidade est sempre ligada ao descumprimento do dever, isto , a no prestao.Neste sentido, MACHADO (2014) aduz que responsabilidade, em sentido amplo, a submisso de determinada pessoa, contribuinte ou no, ao direito do Fisco de exigir a prestao da obrigao tributria. Em sentido estrito, compreende a submisso, em virtude de disposio legal expressa, de determinada pessoa que no contribuinte, mas est vinculada ao fato gerador da obrigao tributria, ao direito do Fisco de exigir a prestao respectiva.A responsabilidade pode ser classificada por substituio ou por transferncia, onde a primeira surge contemporaneamente ocorrncia do fato gerador, e a segunda decorre de evento posterior ocorrncia do fato gerador, no entanto para casos de transferncia h a diviso em transferncia por sucesso , transferncia por solidariedade de terceiros. Toda a presuno jurdica no que diz respeito ao responsvel tributrio est estampada nos arts. 129 usque 138 do CTN, ora distribudo categoricamente nos arts. 129 usque 133 a preceituao legal da figura do responsvel por transferncia, arts. 134 e 135 a responsabilidade de terceiros e nos arts. 136 usque 138 a responsabilidade por infraes.Neste trabalho iremos transcorrer sobre duas questes que se relacionam ora diretamente, ora indiretamente com o entendimento legal preceituado pelos arts 132 usque 137 CTN, logicamente, tudo substanciado pela interpretao doutrinria.No ser alvo de explorao acadmica o instituto da responsabilidade tributria por substituio por no abarcar respostas objetivas s questes atinentes deste trabalho, restando to somente o instituto da transferncia , e esta reduzida sucesso empresarial atravs da fuso, incorporao, transformao, ciso e alienao de empresas, bem como a responsabilidade tributria sobre infraes.No art. 132 do CTN, temos o preceito legal da responsabilidade tributria em fuses, incorporaes e as transformaes de Empresas, no entanto mesmo no sendo elencada no respectivo artigo o instituto de ciso empresarial, motivo gerador de discusses e controversas doutrinrias, grande parte da doutrina entende que o instituto da ciso, previsto na Lei 6.404/76 aperfeioa-se no prprio art. 132 do CTN.No art. 133 do CTN, temos o preceito legal do instituto da responsabilidade tributria diante da adquirncia de fundo de comrcio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, o que diretamente nos auxiliar na soluo das questes do trabalho.No Art. 134 do CTN, temos o preceito legal da responsabilidade tributria solidria, na impossibilidade do cumprimento da obrigaes tributria pelo contribuinte.No Art. 135 do CTN, temos o preceito legal da responsabilidade tributria pessoal resultante de atos praticados com excesso de poderes ou infrao lei, contrato social ou estatuto socialE por fim, nos Art. 136 e 137 do CTN, temos o preceito legal da responsabilidade tributria por infraes legislao fiscal, tambm abarcando pessoalidade, o que neste trabalho tambm ser aclamado respostas das questes.Percebe-se de plano que para ambas as questes em destaque neste trabalho acadmico, as multas (infrao tributria) e a responsabilidade tributria sobre a aquisio de estabelecimento em processo de falncia ou recuperao judicial, sero respondidas objetivamente pelos preceitos dos arts. 133 e 136 do CTN , entretanto, antes da elucidao de ambas as questes, no demasiado frisar que o objetivo do legislador ao instituir a responsabilidade tributria foi assegurar Fazenda Pblica o efetivo recebimento dos crditos devidos, em situaes que o contribuinte se tornar pouco acessvel a cobrana, ou o tributo no puder ser normalmente pago

COMENTRIOS / RESPOSTAS S QUESTES.

2.1. RESPONSABILIDADE PELAS MULTAS:

Quanto as multas, espcie de penalidade tributria, gerada e lanada como crdito tributrio em funo de infrao/descumprimento legal , independentemente da inteno por parte do agente ou responsvel e da efetividade, natureza e extenso dos efeitos do ato, possui carter punitivo, o que todavia podero ser considerados aspectos subjetivos excludentes ou atenuantes da punibilidade para sua aplicao.A responsabilidade por infraes no Direito Tributrio, quanto ao descumprimento de obrigaes principais e acessrias, traduz-se, geralmente em multas e desconsidera a inteno do agente.Isto posto, o crdito tributrio proveniente de multa, tem como responsvel o adquirente do fundo de comrcio ou estabelecimento comercial nos termos do caput do art. 133 CTN, ou seja, aquele que adquiriu o estabelecimento o responsvel pelas multas devidas geradas at a data do ato, no entanto observando os incisos do presente artigo que caracterizam as situaes de responsabilidade integral e subsidiria, respectivamente quando o alienante cessar a explorao do comrcio , indstria ou atividade, e o alientante continuar a explorar qualquer atividade ou iniciar, dentro de seis meses a contar da data da alienao, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comrcio, indstria ou profisso, muito embora claros em sua disposio, existem discusses doutrinrias acerca das penalidades tributrias, no caso multas moratrias ou punitivas, onde h o entendimento que por possurem carter personalssimo no h possibilidade jurdica de se transfererim para outras pessoas, entretanto este conflito de entendimentos jurdicos j est pacificado pelo STJ, onde esclarece-se que as multas moratrias ou punitivas representam dvida de valor que acompanham o passivo do patrimnio adquirido pelo sucessor. Assim, o sujeito passivo, o responsvel pelas multas, a pessoa que continua total ou parcialmente a existir juridicamente sob outra roupagem institucional, por essa razo, no se transfere, simplesmente continua a integrar o passivo da empresa.A despeito dos bons fundamentos que advogam em desfavor da responsabilidade do sucessor pela multa por infrao da legislao tributria, os Tribunais Superiores andam em direes diametralmente opostas. O Superior Tribunal de Justia (STJ) vem entendendo pela sucesso da multa, enquanto que o Supremo Tribunal Federal (STF) interpreta o art. 133 do CTN de forma a afastar a responsabilidade do sucessor quanto s multas. Veja-se:

Supremo Tribunal Federal:

"1. CDIGO TRIBUTRIO NACIONAL, ART-133. O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL SUSTENTA O ENTENDIMENTO DE QUE O SUCESSOR E RESPONSVEL PELOS TRIBUTOS PERTINENTES AO FUNDO OU ESTABELECIMENTO ADQUIRIDO, NO, POREM, PELA MULTA QUE, MESMO DE NATUREZA TRIBUTARIA, TEM O CARTER PUNITIVO. 2. RECURSO EXTRAORDINRIO DO FISCO PAULISTANO A QUE O STF NEGA CONHECIMENTO PARA MANTER O ACRDO LOCAL QUE JULGOU INEXIGIVEL DO SUCESSOR A MULTA PUNITIVA."(RE 82754, STF, 1 T., DJ 24.03.81, Rel. Min. Antonio Neder)"I.C.M.

- MULTA FISCAL- SUCESSOR. O ADQUIRENTE DO FUNDO DE COMERCIO, NOS TERMOS DO ART. 133 DO CDIGO TRIBUTRIO NACIONAL, RESPONDE PELOS TRIBUTOS DEVIDOS PELO ANTECESSOR, MAS NO PELAS MULTAS, MORMENTE SE ESTAS NO FORAM IMPOSTAS ANTES DA TRANSFERENCIA DO ESTABELECIMENTO. RECURSO EXTRAORDINRIO PROVIDO EM PARTE." (RE 89334, STF, 1 T., DJ 25.08.78, Rel. Min. Cunha Peixoto)

Superior Tribunal de Justia:

"TRIBUTRIO. RECURSO ESPECIAL. EXECUO FISCAL. EMPRESA INCORPORADORA. SUCESSO. RESPONSABILIDADE SOLIDRIA DO SUCESSOR. CDA. APLICAO. ARTS. 132 E 133 DO CTN. PRECEDENTES.

1. Recurso especial oposto contra acrdo que manteve a incluso da empresa alienante, como responsvel solidria, no plo passivo de processo executivo fiscal, em decorrncia de sucesso tributria prevista no art. 133, I, do CTN.2. Os arts. 132 e 133 do CTN impem ao sucessor a responsabilidade integral, tanto pelos eventuais tributos devidos quanto pela multa decorrente, seja ela de carter moratrio ou punitivo. A multa aplicada antes da sucesso se incorpora ao patrimnio do contribuinte, podendo ser exigida do sucessor, sendo que, em qualquer hiptese, o sucedido permanece como responsvel. devida, pois, a multa, sem se fazer distino se de carter moratrio ou punitivo; ela imposio decorrente do no-pagamento do tributo na poca do vencimento.3. Na expresso "crditos tributrios" esto includas as multas moratrias. A empresa, quando chamada na qualidade de sucessora tributria, responsvel pelo tributo declarado pela sucedida e no pago no vencimento, incluindo-se o valor da multa moratria.4. Precedentes das 1 e 2 Turmas desta Corte Superior e do colendo STF.5. Recurso especial no provido."

Entendemos como correta ainterpreteo dada pelo STJ por duas razes. Em primeiro lugar o CTN, ao estabelecer as regras sobre sucesso empresarial, no diferenciou os crditos relativos a multas e a tributos. (ALEXANDRE, 2014). O mesmo autor frisa ainda que o CTN quando quis diferenciar os institutos tributo e multa tributria ele o explicitou como no art. 186.Em segundo lugar, reafirmando colocaes anteriores, o patrimnio definido como um conjunto de bens, direitos e obrigaes. Dessa forma o sucessor no incorpora apenas os bnus mas tambm os nus.No caso de alienao de fundo de comrcio ou estabelecimento, focamos a ateno no art 133, CTN. Nele, reafirma-se regra fundamental pela qual a sucesso empresarial gera a sucesso tributria. O artigo lida com a alienao de um conjunto de bens (materiais e imateriais) de uma pessoa jurdica (ou empresa individual) para outra. Por no se tratar de uma alienao da empresa e sim de bens relativos a ela, a alienao de razo social no gera sucesso tributria. Nesse caso, o legislador buscou facilitar para o Fisco a busca pelo pagamento dos tributos relativos ao fundo ou estabelecimento alienado.No artigo citado, o adquirente responde de forma subsidiria no caso de enquadramento no inciso II. Temos claramento o chamado benefcio de ordem. Em resumo, destacam-se trs elementos referentes ao artigo em discusso:1) a sujeio passiva do adquirente independe da atividade por ele desenvolvida;2) a responsabilidade apenas sobre os tributos relativos ao fundo ou estabelecimento e no sobre os devidos pelo alienante;3) a aplicao do dispositivo se d quando tivermos efetivamente uma alienao. No poderamos falar em sucesso tributria para quem veio a se instalar no mesmo prdio da empresa devedora, mesmo com possveis benefcios relativos ao ponto.

RESPONSABILIDADE SOBRE AQUISIO DE ESTABELECIMENTO EM PROCESSO DE FALNCIA OU RECUPERAO JUDICIAL.

Toda regra do caput do art. 133 j explorada na questo anterior, s no aplicvel quando o fundo de comrcio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional for adquirido em processo de falncia ou processo de recuperao judicial, como esclarecido no 1 em seus incisos I e II, cabendo trs excees que fazem a responsabilidade recair no adquirente, quando (a) este for scio da sociedade falida ou em recuperao judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperao judicial, (b) Parente, em linha reta ou colateral at o 4 (quarto) grau, consanguneo ou afim, do devedor falido ou em recuperao judicial ou de qualquer de seus scios ou (c) Quando identificado como agente do falido ou do devedor em recuperao judicial com o objetivo de fraudar a sucesso tributria.No recaindo a responsabilidade tributria ao adquirente, o responsvel tributrio continua sendo subjetivamente os processos de falncia ou de recuperao judicial em consonncia ao art. 133 3 CTN.Dessa forma, em matria de sucesso empresarial, ressalta-se o tratamento atribudo pela Lei de Falncia e Recuperao de Empresas aos casos de aquisio judicial de estabelecimento do devedor em crise, em processos de recuperao judicial e de falncia, em que a responsabilidade do adquirente pelas dvidas referentes ao estabelecimento adquirido, inclusive as de natureza tributria e trabalhista, foi afastada (art. 60, pargrafo nico e art. 141, II e, modo de aquisio dado no 142 da Lei n 11.101/2005), in verbis:(...)Art. 60. Se o plano de recuperao judicial aprovado envolver alienao judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenar a sua realizao, observado o disposto no art. 142 desta Lei.Pargrafo nico. O objeto da alienao estar livre de qualquer nus e no haver sucesso do arrematante nas obrigaes do devedor, inclusive as de natureza tributria, observado o disposto no 1o do art. 141 desta Lei.Art. 141. Na alienao conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo:I todos os credores, observada a ordem de preferncia definida no art. 83 desta Lei, sub-rogam-se no produto da realizao do ativo;II o objeto da alienao estar livre de qualquer nus e no haver sucesso do arrematante nas obrigaes do devedor, inclusive as de natureza tributria, as derivadas da legislao do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. 1o O disposto no inciso II do caput deste artigo no se aplica quando o arrematante for:I scio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido;II parente, em linha reta ou colateral at o 4o (quarto) grau, consanguneo ou afim, do falido ou de scio da sociedade falida; ouIII identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucesso.Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo orientao do Comit, se houver, ordenar que se proceda alienao do ativo em uma das seguintes modalidades:I leilo, por lances orais;II propostas fechadas;III prego. 1 A realizao da alienao em quaisquer das modalidades de que trata este artigo ser antecedida por publicao de anncio em jornal de ampla circulao, com 15 (quinze) dias de antecedncia, em se tratando de bens mveis, e com 30 (trinta) dias na alienao da empresa ou de bens imveis, facultada a divulgao por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento da venda. 2 A alienao dar-se- pelo maior valor oferecido, ainda que seja inferior ao valor de avaliao.(...) (destacamos)Por assim ser, o empresrio que vise adquirir estabelecimento em processo de falncia, ou recuperao judicial, deve, entre inmeras coisas, se atentar se o plano de recuperao judicial foi aprovado pela justia.Ainda, observar se foi publicado anncio em jornal de ampla circulao, com 15 (quinze) dias de antecedncia, em se tratando de bens mveis, e com 30 (trinta) dias na alienao da empresa ou de bens imveis, facultada a divulgao por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento da venda.Observado, tais aspectos o bem adquirido estar isento de responder por dvidas do falido. O inciso II Art. 141, acima disposto, de forma hialina prev que na alienao conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, o objeto da alienao estar livre de qualquer nus e no haver sucesso do arrematante nas obrigaes do devedor, inclusive as de natureza tributria, as derivadas da legislao do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. Nos termos do art 60 do Cdigo Civil e do art. 141 da Lei 11.101/05, as alienaes de estabelecimento empresarial ocorridas em realizao de ativo de modo ordinrio em processo de falncia ou recuperao judicial, no implicaro em sucesso obrigacional para o adquirente. Em outras palavras, aquele que adquire estabelecimento empresarial em processo de falncia ou em execuo de plano de recuperao judicial no responder pelos dbitos anteriores.Importante perceber que esta regra afasta a sucesso de dbitos cveis, trabalhistas e tributrios. Especificamente na seara tributria, a Lei Complementar 118/2005 alterou a regra do art. 133 do CTN, adequando a lei tributria previso da nova lei falimentar.Com isso, a sucesso tributria por transferncia no caso de alienao de estabelecimento no ser aplicvel nos casos de arrematao em processo de falncia ou de recuperao judicial. Tal medida visa, de certa forma, permitir a realizao do ativo no processo falimentar.Esta regra de ausncia de sucesso na falncia e na recuperao judicial, contudo, no absoluta. Esta regra no se aplicar (existindo, portanto, sucesso tributria), nos casos em que o adquirente do estabelecimento for scio da sociedade falida ou em recuperao judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperao judicial, parente, em linha reta ou colateral at o 4 (quarto) grau, consanguneo ou afim, do devedor falido ou em recuperao judicial ou de qualquer de seus scios ou identificado como agente do falido ou do devedor em recuperao judicial com o objetivo de fraudar a sucesso tributria.

CONSIDERAES FINAIS:

Este trabalho buscou elucidar questes sobre a responsabilidade tributria quanto s multas em duas situaes: a primeira diz respeito responsabilidade no caso de alienao de fundo de comrcio ou estabelecimento comercial, a segunda refere-se responsabilidade tributria pelas multas no caso de alienao de estabelecimento em processo de falncia ou de recuperao judicial.Quanto a primeira questo, os tribunais superiores divergem em seus entendimentos. O STJ entende que as multas acompanham o passivo do patrimnio aquirido pelo sucessor. Na intepretao do STJ, o sujeito passivo na verdade a massa patrimonial transferida e no a pessoa jurdica em si, que a responsvel tributria. Tal assertiva encontra respaldo, quando o referido Tribunal afirma que o sujeito passivo est sob outra roupagem institucional.Em sentido oposto, o STF faz uma leitura estritamente constitucional do instituto, asseverando que as multas no podem passar da pessoa daquele que perpetrou efetivamente a infrao, o que, no nosso entendimento um equvoco, pois a Constituio deve ser interpretada de forma sistemtica, procurando-se, sempre, irradiar seus efeitos em todas as searas da vida social.No nosso entendimento, a soluo do Superior Tribunal de Justia a mais razovel e consentnea com o ordenamento jurdico e com a ordem tributria, j que a soluo dada pelo STF pode, em ltima instncia, estimular o comentimento de graves infraes, que podem ser elididas, posteriormente, lanando-se mo de uma alienao simulada de estabelecimento, e que na prtica de difcil deteco.Mais inteligente foi a redao da Lei de Recuperao Judicial e Falncias, que deu origem segunda questo estudada por este trabalho, ao prever que o responsvel pelas multas tributrias a pessoa jurdica titular do processo de recuperao judicial ou falncia, salvo excees que envolvem, justamente, a simulao. Nesse caso, pacfica a questo, que no tem rendido grandes controvrsias nos Tribunais Superiores: o responsvel o alienante, desde que atendidas os requisitos estabelecidos em lei (regular processo de falncia ou recuperao judicial e publicidade).

BIBLIOGRAFIA

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