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UNIVERSIDADE ZAMBEZE UNIZAMBEZE FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA Empreendedorismo Curso de Engenharia Informática Docente: Dr. C. Eng. José Alberto Vigueras Moreno Discente: Idilo Januário Framuroze Numero: 111032051027 Beira, aos 13/04/2015

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Page 1: EMPRENDEDORISMO

UNIVERSIDADE ZAMBEZE – UNIZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

Empreendedorismo

Curso de Engenharia Informática

Docente: Dr. C. Eng. José Alberto Vigueras Moreno

Discente: Idilo Januário Framuroze

Numero: 111032051027

Beira, aos 13/04/2015

Page 2: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

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Índice

Resumo ...................................................................................................................................... 3

Introdução .................................................................................................................................. 4

Empreendedorismo .................................................................................................................... 6

1. Historia do empreendedorismo ........................................................................................... 6

2. Conceito e perfil empreendedor ....................................................................................... 10

2.1. O Perfil do Empreendedor......................................................................................... 11

3. Características e competências a desenvolver pelo empreendedor .................................. 11

3.1. Caraterísticas ............................................................................................................. 12

3.2. Competências a desenvolver pelo empreendedor ..................................................... 14

Conclusão ................................................................................................................................. 20

Recomendações........................................................................................................................ 21

Bibliografia .............................................................................................................................. 22

Page 3: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

3

Resumo

O empreendedor não se resume em uma pessoa dona de grandes empresas ou negócios. Trata-

se de uma pessoa cheia de inspiração e é fonte de inspiração para futuros empreendedores. É a

pessoa que vê oportunidades onde nunca se imaginou existir uma. É aquele que assume riscos

e responsabilidades e busca começar algo novo. Portanto, se alguem pensa em comprar uma

empresa já existente ou continuar o negócio de uma outra pessoa, é porque viu lá uma

oportunidade e sentiu a necessidade de fazer algo para melhorar o que já existia, logo, o espírito

empreendedor está também presente em todas as pessoas que mesmo sem fundarem uma

empresa ou iniciarem seus próprios negócios, estão preocupadas e focalizadas em assumir

riscos e inovar continuamente. Deste modo, o empreendedor é alguem de muito valor na

sociendade. Ele emprega pessoas, inova e incentiva o crescimento econômico. Não é

simplesmente provedor de mercadorias ou de serviços, mas fonte de energia que assumem

riscos em uma economia em mudança, transformação e crescimento. Visto isto, o objetivo

deste trabalho é fornecer o conhecimento teórico dos conceitos de um empreendedor, suas

caracterícas e competências à desenvolver como empreendedor, de modo a mostrar o que o

diferencia de muitos e o que o faz uma pessoa de extrema importância.

Palavras-chaves: Empreendedor, Empreendedorismo.

Page 4: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

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Introdução

A cada dia que passa entra no mercado uma imensa variedade de pequenas e médias empresas,

demonstrando a pujante vitalidade da nossa economia. Por outro lado, o número de empresas

deste porte que feixam suas portas é extremamente preocupante. O fracasso imediato dos

pequenos negócios é extremamente elevado. Em muitos casos o problema não está no mercado

nem no produto, mas na maneira improvisada de planejar e tocar os pequenos negócios.

Para ser bem-sucedido, o empreendedor não deve apenas saber criar seu próprio

empreendimento. Deve também saber gerir seu negócio para mantê-lo e sustentá-lo em um

ciclo de vida prolongado e obter retornos significativos de seus investimentos. Isso significa

administrar, planejar, organizar, dirigir e controlar todas as atividades relacionadas direta ou

indiretamente com o negócio.

Neste trabalho farei um estudo teórico do empreendedor. Desde as sua definição, seu perfil,

suas copetências, passando antes por um pequeno historial do esmpreendedorismo.

Vou iniciar o trabalho falando do historial do empreendedorismo. Falarei neste primeiro ponto

sobre a primeira aparição da palavra empreendedor e como foi sendo entendido este conceito

ao longo dos tempos desde a sua primeira aparição. Continuarei anda neste ponto falando de

algumas visões sobre o conceito de empreendedorismo, como são o caso da visão dos

economistas, visão dos comportamentalistas e a da escola dos traços de personalidade. Irei

concluir este primeiro ponto falando da evolução das teorias administrativas.

Em seguida, no ponto número 2, irei abordar sobre o conceito e o perfil do empreendedor,

afinal é o que o diferencia de muitos outros que são apenas criadores de empresas (pois nem

todo o criador de empresas pode ser considerado empreendedor. Empreendedor é quem

introduz novidades de produtos ou serviços e é claro, assumindo riscos). Neste ponto

aprsentarei estes conceitos segundo diferentes abordagens. Cloncuirei este ponto falando dos

aspetos que notamos nos empreendedores e o direnciam de outras pessoas, estarei falando

necessariamente do seu perfil.

No último ponto do desenvolvimento deste trabalho irei caraterizar o empreendedor e falarei

das suas principais copetências como empreendedor. Irei começar este ponto abordando as três

carateristicas básicas que identificam o espírito empreendedor esclarecidas por Chiavenato

(2007) que são nomeadamente a disposicão para assumir riscos, a autoconfiança e a

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Empreendedorismo

5

necessidade de realização. Ainda neste ponto falarei de mais algumas carateristicas comuns

entre os entre os empreendedores. Neste mesmo ponto abordarei os assuntos relacionadas às

copetências a serem desenvolvidadas pelos empreendedores que podem ser: copetências

emocionais, auto-conhecimento e a criatividade. Terminarei este ponto apresentando algumas

técnicas para desenvolver a criatividade e as atitudes que a ao empreendedor são

recomendadas.

Page 6: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

6

Empreendedorismo

Vários conceitos associam o termo empreendedorismo com inovação, transformação e

ousadia.

Empreendedorismo significa fazer algo novo, diferente, mudar a situação atual e buscar,

de forma incessante, novas oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação

de valor. (Santos, et al., 2008 Apud Dornelas, 2004)

1. Historia do empreendedorismo

O empreendedorismo tem sua origem na reflexão de pensadores econômicos do século XVIII

e XIX, conhecidos defensores do laissaz-faire ou liberalismo econômico. Esses pensadores

econômicos defendiam que a ação da economia era refletida pelas forças livres do mercado e

da concorrência. (CHIAVENATO, 2007)

1.1.Primeiro uso do termo

O primeiro exemplo de definição de empreendedorismo pode ser creditado a Marco Pólo, que

tentou estabelecer uma rota comercial com o oriente. Neste caso o empreendedor corria os

riscos físicose emocionais, enquanto o capitalista assumia os riscos de forma passiva.

(Vasconcellos, 2008)

1.2. Idade Média

O termo empreendedor foi utilizado para definir aquele que gerenciava grandes projetos de

produção.Não assumia riscos e gerenciava projetos com recursos disponibilizados geralmente

pelo governo. (Vasconcellos, 2008)

1.3. Século XVII

Page 7: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

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Neste período, Richard Cantillon, foi um dos primeiros a diferenciar o empreendedor (que

assume os riscos) do capitalista (que fornece o capital necessário). Neste mesmo período,

surgem os primeiros indícios da relação entre assumir riscos e empreendedorismo.

1.4. Século XVIII

Neste período o capitalista e o empreendedor foram finalmente diferenciados, devido

provavelmente ao início da industrialização que ocorria no mundo. (Vasconcellos, 2008)

1.5. Séculos XIX e XX

Neste período os empreendedores foram frequentemente confundidos com os gerentes ou

administradores, sendo analisados como aqueles que organizam, planejam, dirigem e

controlam as ações desenvolvidas na organização, a serviço do capitalista.

A seguir, a gênese do pensamento sobre empreendedorismo, registra três visões sobre a

expansão do fenômeno: a escola dos economistas, a dos behavioristas (comportamentalistas) e

a dos precursores da teoria dos traços de personalidade. (CHIAVENATO, 2007)

a) A visão dos economistas:

Segundo Chiavenato (2007), citando a obra de Filio (1999), “existe concordância entre os

pesquisadores do empreendedorismo de que os pioneiros no assunto teriam sido os autores

Cantillon (1755) e Jean-Baptiste Say (1803;1815;1816). Para Cantillon, o empreendedor

(entrepreneur) era aquele que adquiria a matéria-prima por um determinado preço e a revendia

a um preço incerto. Ele entendia que, se o empreendedor obtivesse lucro além do esperado,

isso ocorrera porque ele teria inovado. Desde o século XVIII, o autor já associava o

empreendedor ao risco, à inovação e ao lucro, ou seja, ele era visto como pessoa que busca

aproveitar novas oportunidades, vislumbrando o lucro e exercendo suas ações diante de certos

riscos”. Diversos economistas, mais tarde, associaram, de um modo mais contundente, o

empreendedorismo à inovação e procuraram esclarecer a influência do empreendedorismo

sobre o desenvolvimento econômico.

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Empreendedorismo

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b) A visão dos behavioristas

Na década de 1950, os americanos observaram o crescimento do império soviético, o que

incentivou David C. McClelland a buscar explicações a respeito da ascensão e declínio das

civilizações. Os behavioristas (comportamentalistas) foram, assim, incentivados a traçar um

perfil da personalidade do empreendedor. (CHIAVENATO, 2007 Apud Filion, 1999)

Segundo Chiavenato (2007), citando a obra de Filio (1999), “o trabalho desenvolvido por

McClelland (1971) focalizava os gerentes de grandes empresas, mas não interligava claramente

a necessidade de autorealização com a decisão de iniciar um empreendimento e o sucesso desta

possível ligação”.

c) A escola dos traços de personalidade

Ainda que a pesquisa não tenha sido capaz de delimitar o conjunto de empreendedores e

atribuir-lhe características certas, tem propiciado uma série de linhas mestras para futuros

empreendedores, auxiliando-os na busca por aperfeiçoar aspectos específicos para obterem

sucesso. Dado o sucesso limitado e as dificuldades metodológicas inerentes à abordagem dos

traços, uma orientação comportamental ou de processos tem recebido recentemente grande

atenção. (CHIAVENATO, 2007 Apud Filion, 1999)

Ao longo do tempo, tambem existiram alguns conceitos administrativos que predominaram,

em virtudes de contextos sócio-políticos, culturais, desenvolvimento tecnológico,

desenvolvimento e consolidação do capitalismo, entre outros. A Figura abaixo apresenta quais

foram os conceitos mais determinantes em cada época.

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Empreendedorismo

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Figura 1. Evolução histórica das teorias administrativas.

Fonte: (Vasconcellos, 2008 Apud Dornelas, 2001)

O ensino e discussão sobre empreendedorismo tem se intensificado nos últimos anos

principalmente devido ao rápido avanço tecnológico, que requer um número cada vez maior

de empreendedores. O avanço tecnológico aliado com a sofisticação da economia e dos meios

de produção e serviços gerou uma necessidade de formalização de conhecimentos que antes

eram obtidos de forma empírica. Esses fatores nos levam ao que é chamado atualmente de “A

era do Empreendedorismo”, pois são os empreendedores que estão atualmente criando novas

relações de trabalho, novos empregos, quebrando antigos paradigmas e gerando riqueza para a

sociedade. (Vasconcellos, 2008)

Hoje, é evidente a diversidade de negócios e tipos de empreendedor. Novas pesquisas sobre o

perfil do empreendedor são propostas, visto que eles diferem em suas habilidades, busca de

oportunidades, motivação, e também, em educação, envolvimento social, competências sociais

e orientação de tempo e risco. Essa abordagem é chamada de construtivista. A análise

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Empreendedorismo

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psicológica da teoria construtivista tem sido bem aceita dentro do campo do

empreendedorismo. (CHIAVENATO, 2007)

2. Conceito e perfil empreendedor

O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos

produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos

recursos e materiais. (Vasconcellos, 2008 Apud Schumpeter, 1949).

Várias foram as definições em torno do termo Empreendedorismo, com abordagens diferentes:

Kirzner (1973). Citado por Vasconcellos (2008) – “O empreendedor é aquele que cria

equilíbrio, encontrando uma posição clara e positiva em um ambiente de caos e

turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente”;

Harvard Business School - Empreendedorismo é “a identificação de novas

oportunidades de negócio, independentemente dos recursos que se apresentam

disponíveis ao empreendedor”;

Babson College - define o termo de forma ainda mais abrangente: “empreendedorismo

é uma maneira holística de pensar e de agir, sempre com obsessão por oportunidades,

e balanceada por uma liderança”.

O empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio para capitalizar

sobre ela, assumindo riscos calculados. Os seguintes aspectos referentes ao empreendedor, são

encontrados em qualquer definição de Empreendedorismo:

Iniciativa para criar um novo negócio e paixão pelo que faz;

Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e

econômico onde vive;

Aceita assumir riscos e a possibilidade de fracassar.

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Empreendedorismo

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2.1. O Perfil do Empreendedor

Ao observar verdadeiros empreendedores, é possível identificar um conjunto de aspectos

que lhes são muito próprios (Rodrigues, 2008):

Os empreendedores são peritos em identificar, explorar e comercializar oportunidades.

São exímios na arte de criar (novos produtos, serviços ou processos).

Conseguem pensar “fora do quadrado”: a maioria das pessoas, por temer o insucesso e

ser avessa ao risco, tem dificuldade em considerar novas formas de abordar problemas

e perspectivar a realidade.

Pensam de forma diferente: os empreendedores têm uma perspectiva diferente das

coisas; adivinham problemas que os outros não vêm ou que ainda nem existem;

descobrem soluções antes mesmo de outros sentirem as necessidades.

Vêm o que outros não vêm: o empreendedor vê oportunidades que escapam aos outros,

ou a que os outros não atribuem relevância.

Gostam de assumir riscos: acreditam nos seus palpites e seguem-nos.

Os empreendedores competem consigo próprios e acreditam que o sucesso ou fracasso

dependem de si. Na sua maioria não desistem e nunca param de lutar pelo sucesso.

Aceitam o insucesso: embora nenhum empreendedor goste de falhar, sabe que a

possibilidade de fracassar é inerente ao risco que qualquer actividade empreendedora

comporta. O insucesso é encarado como uma possibilidade de aprender e evoluir e

previne futuros fracassos.

Observam o que os rodeia: a grande maioria das ideias e inovações bem sucedidas

foram desenvolvidas a partir de uma realidade próxima ao empreendedor – no âmbito

profissional, familiar, de lazer.

Os empreendedores nunca se reformam.

3. Características e competências a desenvolver pelo

empreendedor

Page 12: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

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3.1. Caraterísticas

Na verdade, o empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é

dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar

oportunidades. Com esse arsenal, transforma idéias em realidade, para benefício próprio e para

benefício da comunidade. Por ter criatividade e um alto nível de energia, o empreendedor

demonstra imaginação e perseverança, aspectos que, combinados adequadamente, o habilitam

a transformar uma idéia simples e mal-estruturada em algo concreto e bem-sucedido no

mercado. (CHIAVENATO, 2007)

“O que caracteriza o ímpeto empreendedor? Trata-se de um tema complexo, mas três

características básicas identificam o espírito empreendedor”. (CHIAVENATO, 2007)

1) Necessidade de realização

As pessoas apresentam diferenças individuais quanto à necessidade de realização. Existem

aquelas com pouca necessidade de realização e que se contentam com o statusque alcançaram.

Contudo, as pessoas com alta necessidade de realização gostam de competir com certo padrão

de excelência e preferem ser pessoalmente responsáveis por tarefas e objetivos que atribuíram

a si próprias. McClelland (CHIAVENATO, 2007 Apud McCLELLAND, 1961), psicólogo

organizacional, descobriu em suas pesquisas uma correlação positiva entre a necessidade de

realização e a atividade empreendedora. Os empreendedores apresentam elevada necessidade

de realização em relação às pessoas da população em geral. A mesma característica foi

encontrada em executivos que alcançam sucesso nas organizações e corporações. O impulso

para a realização reflete-se nas pessoas ambiciosas que iniciam novas empresas e orientam o

seu crescimento. Em muitos casos, o impulso empreendedor torna-se evidente desde cedo, até

mesmo na infância.

2) Disposição para assumir riscos:

o empreendedor assume variados riscos ao iniciar seu próprio negócio: riscos financeiros

decorrentes do investimento do próprio dinheiro e do abandono de empregos seguros e de

carreiras definidas; riscos familiares ao envolver a família no negócio; riscos psicológicos pela

possibilidade de fracassar em negócios arriscados. Contudo, McClelland (CHIAVENATO,

2007 Apud McCLELLAND, 1961) verificou que as pessoas com alta necessidade de realização

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Empreendedorismo

13

também têm moderadas propensões para assumir riscos. Isso significa que elas preferem

situações arriscadas até o ponto em que podem exercer determinado controle pessoal sobre o

resultado, em contraste com situações de jogo em que o resultado depende apenas de sorte. A

preferência pelo risco moderado reflete a autoconfiança do empreendedor.

3) Autoconfiança:

quem possui autoconfiança sente que pode enfrentar os desafios que existem ao seu redor e

tem domínio sobre os problemas que enfrenta. As pesquisas mostram que os empreendedores

de sucesso são pessoas independentes que enxergam os problemas inerentes a um novo

negócio, mas acreditam em suas habilidades pessoais para superar tais problemas. Rotter

(CHIAVENATO, 2007 Apud Rotter, 1966) salienta que existem dois tipos de crença no

sucesso. Para ele, as pessoas que sentem que seu sucesso depende de seus próprios esforços e

habilidades têm um foco interno de controle. Em contrapartida, as pessoas que sentem ter a

vida controlada muito mais pela sorte ou pelo acaso têm um foco externo de controle. As

pesquisas revelam que os empreendedores têm um foco interno de controle mais elevado que

aquele que se verifica na população em geral.

Figura 2. As três características básicas do empreendedor

Fonte: (CHIAVENATO, 2007)

Page 14: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

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Curiosamente, a vontade de ganhar muito dinheiro, as competências de gestão ou o

desejo de poder costumam ocupar os últimos lugares das listas de estudos feitos com

empreendedores sobre as características às quais atribuíam o seu sucesso.

Mas para além destas básicas há um conjunto de outras características comuns aos

empreendedores: (Rodrigues, 2008)

Curiosidade

Capacidade de resistência (física e emocional)

Orientação para objectivos

Independência

Exigência

Elevada propensão ao risco calculado

Tolerância à ambiguidade e à incerteza

Criatividade

Inovação

Visão

Empenho

Aptidão para resolução de problemas

Capacidade de adaptação

Iniciativa

Integridade

Capacidade de angariação de recursos

Capacidade de persuasão

Forte apetência pela mudança

Empatia

Tolerância ao fracasso

Grande capacidade de trabalho

Capacidade de liderança

Sorte

3.2. Competências a desenvolver pelo empreendedor

Page 15: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

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“Os Empreendedores são heróis populares do mundo dos negócios. Fornecem empregos,

introduzem inovações e incentivam o crescimento econômico. Não são simplesmente

provedores de mercadorias ou de serviços, mas fontes de energia que assumem riscos

inerentes em uma economia em mudança, transformação e crescimento.” (Vasconcellos,

2008 Apud Chiavenato, 2004).

3.2.1. Competências emocionais

As competências emocionais agrupam-se em quatro grandes grupos cabendo dentro de cada

um dos grupos um conjunto de competências específicas:

1) Auto-consciência

Auto-consciência emocional: Esta competência permite reconhecer e compreender os

diferentes estados de espírito e a forma como afectam o desempenho social e profissional bem

como as relações com os outros.

Auto-avaliação rigorosa: Trata-se da capacidade de avaliar de forma realista as suas forças

mas também as suas fraquezas.

Autoconfiança: Competência que permite valorizar devidamente os seus pontos fortes e

capacidades mais distintivas.

2) Autogestão

Autocontrole: Capacidade para manter as emoções sob controlo.

Inspirar confiança: A confiança conquista-se através de comportamentos que revelem

integridade, honestidade, fiabilidade e autenticidade.

Conscienciosidade: Capacidade para se autogerir de modo responsável (e.g., ser organizado e

cuidadoso no trabalho).

Adaptabilidade: Competência revelada pela abertura a novas ideias e abordagens,

flexibilidade na resposta à mudança, tolerância à ambiguidade.

Page 16: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

16

Orientação para o êxito: Optimismo, necessidade de auto-aperfeiçoamento e de alcance de

um padrão interno de excelência, persistência.

Iniciativa: Prontidão para aproveitar as oportunidades, inclinação para exceder objectivos,

proactividade.

3) Consciência social

Empatia: Capacidade para perceber os sentimentos e perspectivas dos outros, interesse activo

pelas suas preocupações, sensibilidade às suas especificidades.

Consciência organizacional: Capacidade para ler a realidade organizacional, construir redes

de decisão e ter consciência das correntes sociais e políticas da organização.

Orientação para o cliente: Capacidade para antecipar, reconhecer e ir ao encontro das

necessidades dos Clientes.

4) Competências sociais

Liderança visionária: Capacidade para inspirar e guiar os indivíduos ou grupos em torno de

uma visão convincente.

Influência: Capacidade para persuadir os outros através dos métodos mais adequados a cada

situação.

Desenvolver os outros: Capacidade para identificar necessidades/oportunidades de

desenvolvimento dos outros e para agir de forma a promover o alargamento das suas

competências.

Comunicação: Ser bom ouvinte e ser capaz de comunicar de modo claro e convincente.

Catalisador da mudança: Capacidade para promover e incentivar a mudança dentro da

organização contribuindo activamente para a eliminação das resistências por parte da equipa

que lidera.

Gestão de conflitos: Capacidade para gerir os conflitos emergentes na organização.

Criar laços: Competência que permite a criação e desenvolvimento de redes de relações

interpessoais.

Page 17: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

17

Espírito de equipa e cooperação: Capacidade colaborar eficazmente com os outros

conseguindo criar sinergias de grupo na prossecução de objectivos comuns.

Sendo certo que o desenvolvimento deste conjunto de competências é desejável em qualquer

indivíduo, no caso do empreendedor será decisivo para o seu sucesso. Condição prévia ao bom

desenvolvimento destas características é um profundo conhecimento de si próprio. (Rodrigues,

2008)

3.2.2. Auto-conhecimento

Uma das características do empreendedor de sucesso é o conhecimento que tem de si próprio.

Sabe que não é rentável desperdiçar esforços em áreas e/ou actividades nas quais não tem

competências. A sua base de desenvolvimento pessoal e profissional é o conhecimento dos

seus pontos fortes, dos seus valores e objectivos e das formas concretas de alcançar o que

pretende. (Rodrigues, 2008)

3.2.3. Criatividade

Embora todos tenhamos talentos criativos falta-nos muitas vezes confiança na nossa própria

criatividade. O termo criatividade tem um significado que vai muito além de possuir um talento

artístico. É sim, a capacidade de utilizar a imaginação para criar novas ideias.

A criatividade é uma característica inata a todos os seres humanos. Cabe a cada um de nós

desenvolver essa capacidade. (Rodrigues, 2008)

Antes de mais deverá estar atento ao que se passa à sua volta: o desenvolvimento da capacidade

criativa, tal como qualquer outra competência, exige concentração e atenção. Comece por ver

o mundo que construiu à sua volta: a sua casa, o seu trabalho, as suas relações sociais são

expressões criativas criadas por si. Compreender que a criatividade pode assumir muitas formas

é um primeiro passo para desenvolver a sua capacidade de criar de forma consciente.

(Rodrigues, 2008)

Características das pessoas criativas

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Empreendedorismo

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Inteligência

Capacidade de adaptação

Auto-estima elevada

Orientação para desafios

Curiosidade

Interesse

Técnicas para desenvolver a criatividade:

☝ Brainstorm: a técnica da “tempestade de ideias” é um processo que permite gerar um

conjunto de ideias, associações e conceitos livres e aleatórios que vistos de fora poderão

parecer sem nexo. Contudo, e por se tratar de uma técnica onde as ideias flúem sem

qualquer censura, permite bons resultados em termos de criatividade. A velocidade do

processo permite ultrapassar o circuito lógico do hemisfério esquerdo do nosso cérebro,

permitindo o surgimento de ideias imaginativas vindas do hemisfério direito – o lado

criativo. Deste processo nascem muitas vezes soluções para problemas ou

produto/serviço especialmente inovador.

☝ Potenciar o surgimento de ideias: esta estratégia consiste em reunir o máximo de

informação possível sobre determinado problema (através da leitura, de conversas com

outras pessoas entendidas nesse assunto, entre outros). Depois deverá pensar sobre esse

tema durante o tempo necessário ao surgimento de uma ideia. A solução encontrada é

razoável? Em caso afirmativo, experimente-a. Caso contrário continue a pensar. Se

resultar óptimo, senão, recomece o processo até que surja uma ideia. O importante é

aprender a não colocar obstáculos à sua mente.

☝ Estimular o lado criativo do cérebro: existem técnicas que permitem “desligar” o lado

lógico do cérebro permitindo o livre trabalho do nosso lado criativo. Uma dessas formas

é escrever ou desenhar algo com a mão não-dominante, deixando o instinto conduzir os

músculos. O que de aqui resultar é um produto do seu lado criativo. Outra possibilidade

é fechar os olhos e desenhar o que visualiza na sua mente. Poderá ainda escrever os

seus pensamentos diariamente, à medida que vão surgindo. As ideias deverão fluir

livremente procurando não fazer qualquer juízo de valor. Quanto mais praticar esta

técnica mais facilidade terá em deixar fluir as suas ideias, pensar de forma abstracta e

Page 19: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

19

em tomar decisões. A sua mente está progressivamente mais aberta a novas ideias e

menos preconceituosa.

☝ Relaxe e medite: o pensamento lógico gera ondas beta no cérebro enquanto que a

meditação e o relaxamento produzem ondas alfa que têm muitos efeitos positivos entre

os quais se inclui o pensamento criativo. Existem técnicas de respiração que ajudam a

libertar a mente e a mudar a actividade cerebral de ondas beta para alfa. Ouvir melodias

simples e suaves também ajuda a mudar a frequência das ondas cerebrais.

☝ Faça qualquer coisa fora de contexto: ser criativo é estar aberto a novos pensamentos e

experiências. Tente quebrar algumas rotinas fazendo algo que nunca fez, algo

simples como alterar a rota para o emprego ou sentar-se num diferente lugar à

mesa. Ficará surpreendido com o efeito criativo que as pequenas mudanças

conseguem provocar.

☝ Uma experiência interessante pode ser pedir a ajuda de uma criança ou de uma familiar

mais velho na resolução de um problema particularmente difícil. A criança sem o

constrangimento do conhecimento e a pessoa mais velha com a sabedoria da

experiência poderão trazer algo de novo ao problema e novas perspectivas que se

poderão revelar bastante úteis e inspiradoras.

Atitudes recomendadas ao empreendedor

☝ Estar receptivo a novas ideias: pessoas que não valorizam o seu talento criativo

perdem inúmeras oportunidades de criar algo de inovador. É frequente colocar de lado

algumas ideias por desafiarem alguns valores e convicções nunca antes questionados.

Antes de rejeitar uma ideia pense se o está a fazer por hábito ou preconceito. Se for o

caso, volte a pensar nela.

☝ Ser realista na apreciação de novas ideias: uma ideia só por ser nova não é

necessariamente boa. Deve ser feita uma análise cuidada e realista que permita avaliar

o potencial dessa ideia no mercado.

☝ Não desistir antes do tempo: as novas ideias nem sempre são bem aceites de imediato.

Pode ser necessário esperar algum tempo para ver o seu esforço criativo recompensado.

Page 20: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

20

Conclusão

A capacidade de detetar oportunidades onde os outros não conseguem ver não é algo genénico,

ou seja, não nascemos com ela. Mas podemos cultivar este hábito, pois ser empreendedor é

também saber ouvir as opiniões de muitos e fazer uma síntese de modo a criar uma ideia

própria.

O perfil de um empreendedor é bastante recheado, o empreendedor é alguem dotado de muitas

ideias, muitas capacidades e vêm o que outros não vêm, portanto de deseja ser empreendedor

uma das primeiras habilidades a desenvoler é saber obeser cuidadosamente o que lhe rodeia

pois é onde estão as oportunidades.

A perseverança, o desejo e vontade de traçar o rumo da sua vida, a competitividade, a auto-

estima,o forte desejo de vencer, a auto-confiança e a flexibilidade são algumas das principais

carateristicas do empreendedor. Por isso ele nunca desiste e tem confiança nos seus planos,

percistindo sempre na esperança de obter os resultados desejados.

Page 21: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

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Recomendações

☝ Fixe metas e objetivos globais e localize os meios adequados para “chegar lá”, da

melhor maneira possível;

☝ Não duvide das sua capacidades, pois é la onde se esconde o grande poder do

empreendedor;

☝ “E lembre-se, nunca deixe para amanhã o que podes fazer hoje”

“O espírito empreendedor envolve emoção, paixão, impulso, inovação, risco e intuição. Mas

deve também reservar um amplo espaço para a racionalidade.” (CHIAVENATO, 2007)

Page 22: EMPRENDEDORISMO

Empreendedorismo

22

Bibliografia

CHIAVENATO, I. (2007). Empreendedorismo : dando asas ao espírito empreendedor (2.ed.

rev. e atualizada ed.). São Paulo: Saraiva.

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EMPREENDEDORISMO. Belo Horizonte: Faculdade Novos Horizontes.

Vasconcellos, M. (2008). Gestão: Empreendedorismo. Florianópolis: Instituto de Ensino

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