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1 Empoderamento e Inclusão Social nas Ações do Programa Bolsa Famíla em Minas Gerais Autoria: Isabela Braga da Matta, Nathalia Carvalho Moreira, Edson Arlindo Silva RESUMO: O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa governamental de transferência de renda que condiciona seu benefício monetário a atitudes positivas das famílias. Este benefício é repassado preferencialmente às mulheres lhes dando a oportunidade de decidir sobre a alocação deste recurso, trazendo-lhes um empoderamento econômico. Este estudo pretendeu identificar o perfil das beneficiárias, investigar as dimensões do empoderamento alcançadas e quais fatores determinam a eficiência do programa. Foi utilizada uma abordagem quantitativa, em onze municípios de Minas Gerais. Mostrando que o PBF influencia positivamente o empoderamento das beneficiárias e que nas mais empoderadas, alcança seus objetivos com maior eficiência.

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Empoderamento e Inclusão Social nas Ações do Programa Bolsa Famíla em Minas Gerais

Autoria: Isabela Braga da Matta, Nathalia Carvalho Moreira, Edson Arlindo Silva

RESUMO: O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa governamental de

transferência de renda que condiciona seu benefício monetário a atitudes positivas das famílias. Este benefício é repassado preferencialmente às mulheres lhes dando a oportunidade de decidir sobre a alocação deste recurso, trazendo-lhes um empoderamento econômico. Este estudo pretendeu identificar o perfil das beneficiárias, investigar as dimensões do empoderamento alcançadas e quais fatores determinam a eficiência do programa. Foi utilizada uma abordagem quantitativa, em onze municípios de Minas Gerais. Mostrando que o PBF influencia positivamente o empoderamento das beneficiárias e que nas mais empoderadas, alcança seus objetivos com maior eficiência.

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1. INTRODUÇÃO Os programas sociais de transferência de renda condicionada têm sido uma estratégia

política de sobreposição à pobreza e mitigação das vulnerabilidades sociais, uma vez que para o recebimento do benefício as famílias tem que cumprir algumas condicionalidades propostas pelo programa relacionadas á saúde, educação e assistência social que estimulam os membros das famílias beneficiárias a buscarem seus direitos fundamentais de saúde eeducação permitindo que elas saiam da situação de vulnerabilidade em que se encontram.

A política de implementação de programas de transferência de renda foi introduzida no Brasil a partir dos anos 90 e abrange aspectos econômicos, sociais, assistenciais, educacionais e de gênero vinculados à Administração Pública. Por mencionar aspectos da concentração de renda e pobreza, torna-se um grande desafio para as políticas públicas, podendo ser considerada, de maneira conjunta, como um poderoso instrumento capaz de reinserir na economia formal um contingente significativo de pessoas destituídas de seus direitos básicos.

Os programas de renda mínima que têm como beneficiária preferencial a mulher focam indiretamente na diminuição da desigualdade de gênero, pois, ao repassarem um benefício mensal, aumentam também a renda per capita de famílias chefiadas somente por mulheres que, de acordo com Sorj (2005), são o modelo de famíliai em ascensão no Brasil.

Além disso, estes programas podem influenciar no empoderamento da mulher, entendido, de forma geral, como a capacidade de fazer escolhas e tomar decisões. Nesse âmbito, os programas sociais empoderam, economicamente e de forma direta, as mulheres beneficiárias, quando repassam o benefício que será administrado de acordo com as prioridades das famílias identificadas pelas mulheres. Todavia, o benefício monetário seria apenas uma das formas de se atingir o empoderamento.

Sendo assim, com a intenção de melhor compreender os impactos dos programas de transferência de renda junto às beneficiárias, este estudo pretendeu investigar quais dimensões do empoderamento são alcançadas pelas mulheres beneficiárias do PBF no estado de Minas Gerais e como esse empoderamento pode influenciar a eficiência do programa. 2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Políticas Públicas e os Programas de transferência de renda

Gusmão (2009) considera que os programas de transferência de renda condicionada, além de complementarem a renda da parcela mais pobre da população, incentivam o acesso a serviços públicos de saúde e educação, reduzindo a vulnerabilidade social e a reprodução intergeracional da pobreza, de modo a criarem condições para as famílias em situação de vulnerabilidade saírem do ciclo de pobreza.

O principal programa de transferência de renda no Brasil é o Programa Bolsa Família (PBF), originado da unificação, em 2003, dos programas de transferência de renda existentes no país (Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e Auxílio Gás). Esta unificação possibilitou a eliminação de desperdícios de recursos e de outros fatores negativos em virtude de objetivos e públicos-alvo concorrentes ou sobrepostos a alguns destes programas.

O PBF beneficia as famílias em condição de pobreza e extrema pobreza, sendo o recebimento do benefício condicionado a contrapartidas comportamentais nas áreas de educação, saúde e assistência social, de acordo com a composição das famílias além do compromisso de manter seu cadastro atualizado nas secretarias municipais. As condicionalidades referentes á saúde determinam o acompanhamento do cartão de vacinação das crianças com idade até 7 anos, acompanhamento médico de mulheres de 14 a 44 anos,

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bem como o acompanhamento da saúde da mulher e do bebê, no caso de gestantes e lactantes, além de realizar o pré-natal. As condicionalidades referentes à educação determinam uma frequência escolar mínima de 85% para as crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos, e de 75% para adolescentes de 16 e 17 anos. E na área de assistência social, o PBF propõe que crianças e adolescentes até 15 anos que se encontram em situação de risco, ou que forem retiradas do trabalho infantil pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), devem participar dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) do Peti, com frequência mínima de 85% no programa, para com isso, reinterar estes à sociedade (MDS, 2012).

Este benefício é repassado preferencialmente às mulheres, visando, com isso, a uma perspectiva de diminuição das desigualdades de gênero ao dar a elas a oportunidade de tomarem decisões relativas à prioridade de aplicação dos recursos, além de poderem fazer escolhas e negociar sua autoridade no âmbito doméstico.

Outra razão para que este benefício seja repassado preferencialmente às mulheres, de acordo com Farah (2004), é a presença feminina expressiva nos programas de crédito cujo foco é a família, tendo em vista a sua participação ativa nestes programas por meio do atendimento às condicionalidades. Isso porque “as atividades propostas pelos Centros Regionais de Assistência Social (CRAS) são mais voltadas para as mulheres” (DALLA COSTA, 2005, p.4).Uma pesquisa qualitativa sobre o programa com foco nos papéis de gênero apontou que as tomadas de decisão sobre educação, saúde e outros aspectos referentes aos filhos, têm sido de competência das mulheres (AGENDE, 2006, p.16).

O repasse do benefício preferencialmente às mulheres traz outras vantagens ao

programa além de colaborar com a diminuição da desigualdade de gênero, ele aumenta a confiabilidade do programa e sua eficiência, uma vez que age diretamente sobre os atores mais expressivos.

Para Hermione Parker (1989, apud SUPLICY, 2002), as políticas públicas de renda mínima poderiam gerar transformações para a mulher, no que diz respeito à sua independência, uma vez que permitem a elas optar por não atuarem no mercado de trabalho devido à necessidade de cuidarem da família, sem se tornarem, por isso, mais dependentes dos companheiros. Nesse contexto, Moreira et al.(2010, p.14) afirmam:

Nota-se a importância da inclusão dessas mulheres na sociedade, uma vez que restritas apenas ao lar e ás atividades domésticas, elas perdem a oportunidade de conhecer seus direitos de cidadã, de participarem mais ativamente das decisões, de serem formadoras de opiniões e de exercer a sua função na sociedade. (MOREIRA et al., 2010, p.14).

Nesse sentido, os programas de transferência de renda condicionada proporcionam aos

seus beneficiários uma maior independência e inclusão como cidadãos, ao exercerem direitos e frequentarem espaços públicos.

Os programas de transferência de renda, no entanto, já foram acusados de perpetuar desigualdades de gênero, sob argumentos meramente especulativos, como reprodução dos papeis sociais, desestímulo ao trabalho e à previdência e dependência do Estado (MEDEIROS et al., 2007, p.23).

Até mesmo os custos administrativos foram usados para acometimento à

implementação de políticas redistributivas focalizadas na parcela da população mais pobre. Contudo, com relação ao desestímulo de trabalhar, de acordo com Medeiros et al. (2007), a crítica se baseia na ideia de que, à medida que os beneficiários atingem certo nível de renda, estes têm incentivos para trabalhar menos ou deixar de trabalhar. Ao contrário de diminuir a

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operosidade dos trabalhadores, é bem possível que eles tenham o efeito de conferir aos trabalhadores pobres recursos que permitam ultrapassar certas barreiras de entrada em segmentos mais vantajosos do mercado de trabalho, como, por exemplo, o fato de um vendedor ambulante ter acesso a crédito para aumentar seu estoque e poder vender mais. 2.2. Pobreza e Desigualdade de Gênero

Para Barros, Henriques e Mendonça (2001), a pobreza não pode ser definida de forma única e universal, no entanto, pode-se afirmar que ela se refere a situações de carência em que os indivíduos não conseguem manter um padrão mínimo de vida condizente com as referências socialmente estabelecidas em cada contexto histórico.

Nesse sentido, ainda para estes autores a linha de pobreza consiste em uma medida das condições de vida dos indivíduos em uma sociedade, pretendendo ser o parâmetro que permite a uma sociedade específica considerar como pobres todos aqueles que se encontram abaixo do seu valor. Também para Gusmão (2009) não existe um consenso a respeito das dimensões da pobreza, mas suas definições agrupam fatores relacionados a direitos considerados essenciais para que as pessoas tenham uma vida digna.

Considerando os autores supracitados, neste trabalho a pobreza é considerada como insuficiência de renda, sendo pobres as famílias que possuem renda per capita inferior à linha de pobreza, ou seja, ao nível mínimo necessário para que possam satisfazer suas necessidades mais básicas. Esse conceito abrange a vulnerabilidade social, uma vez que, de acordo com Gusmão (2009), tendo em vista o pouco acesso dos pobres aos instrumentos adequados para administrar os riscos e lidar com crises, ela passa a significar maior vulnerabilidade. Por estes fatores, a pobreza é tão preocupante na sociedade atual, visto que os pobres estão mais vulneráveis às mazelas sociais, reproduzindo um ciclo de pobreza e vulnerabilidade que estagna o desenvolvimento do país, assim segundo Lavinas e Varsano (1997),

[...] existem razões, de natureza ética e humanitária mais que suficientes para que se sustente a necessidade de atribuir prioridade às ações governamentais que visem reverter o quadro brasileiro de profunda desigualdade social (LAVINAS e VARSANO, 1997, p.6).

Nesse contexto, os programas de transferência de renda mínima se destacam por serem

instrumentos eficientes de redistribuição de renda, mas, por si só, não são capazes de erradicar a pobreza porque não conseguem quebrar o ciclo da sua evolução. Para isso acontecer, eles deveriam se associar a outras iniciativas, como as condicionalidades referentes à saúde e à educação propostas pelo PBF, que são capazes de gerar melhorias para as gerações futuras, tais como o grau de escolaridade, os cuidados com a saúde e o conhecimento dos direitos e deveres de cidadãos, sendo uma forma de empoderamento para essas famílias.

Assim, o PBF surge com o propósito de quebrar o ciclo de pobreza, o que, em longo prazo, traria maiores benefícios á população que hoje se encontra em situação de vulnerabilidade, uma vez que essas pessoas têm direito a uma renda mínima que garanta seu sustento e, para isso, elas cumprem as condicionalidades do Programa que as estimulam a tomar atitudes positivas em relação à educação e à saúde, trazendo maior consciência social e consequente empoderamento.

O campo de estudos de gênero consolidou-se no Brasil no final dos anos 1970, concomitantemente ao fortalecimento do movimento feminista no país com a incorporação da questão gênero pelas políticas públicas. E sob o impacto desses movimentos, na década de 80 foram implantadas as primeiras políticas públicas com recorte de gênero (FARAH, 2004, p.51).

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Essa inclusão se dá por meio de programas que incorporam a dimensão gênero, mas não têm a mulher como foco específico, apesar de existirem programas que, embora focalizem ou se dirijam a elas, reiteram desigualdades de gênero, ao reafirmarem uma posição tutelada e subordinada da mulher tanto no espaço público como no privado.

De acordo com Cambota e Pontes (2007), ainda que as mulheres sejam mais produtivas, elas auferem rendimentos menores em seus empregos. Além disso, o mercado de trabalho brasileiro pode estar impedindo mulheres de ocuparem cargos de melhor remuneração e, consequentemente, dificultando a mobilidade social feminina e contribuindo para a feminização da pobreza.

No que diz respeito à família, um dos principais indicadores para se perceber as transformações e as permanências na igualdade, sobretudo entre homens e mulheres, estão nos dados sobre chefia. Ao longo da última década, observa-se a manutenção da tendência de aumento na proporção de famílias chefiadas por mulheres, que passou de 19,7%, em 1993, a 28,8%, em 2006.

Tal tendência vem sendo acompanhada com atenção por pesquisadoras do tema, por ser um dado que aponta para contextos de precarização da vida e do trabalho feminino e revela sobre processos de desempoderamento das mulheres. Trata-se, portanto, de um importante indicador de desigualdade de gênero (IPEA, 2008, p. 3).

2.3. Empoderamento

O termo “empoderamento” foi usado, inicialmente, pelo movimento feminista dos anos de 1970 como a alteração radical dos processos e estruturas, de modo que permitisse às mulheres tomar decisões coletivas e individuais. Assim, de acordo com Freire (1992), a liberdade, tendo seu foco principal na transformação cultural, pode ser vista como empoderamento.

Conforme Romano e Antunes (2002), para o combate à pobreza, o empoderamento implica no desenvolvimento de capacidades das pessoas pobres e excluídas socialmente, de modo que superarem as principais fontes de privação de liberdades. Sendo assim, pode-se entender que o empoderamento constitui a ação desenvolvida pelos sujeitos quando participam de espaços privilegiados de decisões, de consciência social e dos direitos sociais. Ainda para Romano e Antunes (2002), a pobreza é perpetuada por relações de poder, sendo, nesse sentido, um estado de desempoderamento. Por essa razão, um dos objetivos dos programas de transferência de renda, na medida em que têm a intenção de quebrar o ciclo de pobreza, é “empoderar” as famílias.

Neste estudo o empoderamento é analisado por meio do comportamento das mulheres em relação aos maridos, filhos, trabalho e conhecimento do Programa Bolsa Família, das quais são beneficiárias.

Os processos de empoderamento das mulheres podem ser direcionados para diferentes dimensões e analisados a partir do arranjo doméstico e da comunidade, como mostrado na

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Figura 1.

Figura 1. Dimensões do empoderamento feminino. Fonte: Elaborado pelos autores baseado em Malhotra, Schuler e Boender, 2002, p. 13.

Nesse contexto, utilizou-se a Figura 1 como principal base conceitual de empoderamento, uma vez que abrange várias dimensões e retrata atitudes identificáveis no comportamento cotidiano das mulheres e das pessoas de seu convívio. 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Definição da amostra

Foram aplicados 255 questionários estruturados, sendo em média 23 questionários em cada um dos onze municípios mineiros (Muriaé e Viçosa, na região da Zona da Mata; Santana da Vargem, Três Pontas, Varginha e Três Corações, na região Sul/Sudoeste; Esmeraldas,

DIMENSÃO ARRANJO DOMÉSTICO COMUNIDADE

ECONÔMICA

A mulher controla o rendimento, a contribuição relativa para o

sustento da família e o acesso e controle dos recursos da família.

O acesso da mulher ao emprego, a propriedades,

acesso ao crédito, representação nas redes

comerciais locais e acesso aos mercados.

SOCIOCULTURAL

Liberdade de movimento da mulher, inexistência de discriminação

contra as filhas e comprometimento com a educação das filhas.

Visibilidade e acesso da mulher aos espaços sociais, acesso ao

transporte, participação em redes sociais, mudança nas

normas patriarcais.

FAMILIAR/INTERPESSOAL

Participação nas tomadas de decisões domésticas, controle

sobre relações sexuais, habilidade para tomar decisões sobre gravidez,

uso de métodos contraceptivos, controle sobre a seleção do

parceiro e quando casar, livre da violência doméstica.

Trocas nos sistemas de matrimônio e parentesco, indicando grande valor e

autonomia para a mulher,campanhas locais

contra violência doméstica.

LEGALConhecimento dos direitos legais,

suporte doméstico para exercer direitos.

Mobilização comunitária por direitos, campanhas

para anúncios dos direitos, efetiva aplicação local dos

direitos legais.

POLÍTICA

Conhecimento do sistema político e meios de acesso a ele, suporte doméstico para engajamento

político, exercício do direito de votar.

Envolvimento ou mobilização da mulher no

sistema político local, suporte para candidatos

ou legislações específicos, representação nos órgãos

de governo locais.

PSICOLÓGICA Autoestima; auto-eficiência, bem-estar psicológico.

Denúncia coletiva de injustiças, potencial de

mobilização.

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Betim, Ribeirão das Neves e Contagem, na região Metropolitana; e Vargem Alegre, na região do Vale do Rio Doce).

O universo da população foi de 1.142.427 (um milhão, cento e quarenta e dois mil, quatrocentos e vinte e sete) famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família no Estado de Minas Gerais até o momento da pesquisa (MDS, 2010). Responderam ao questionário somente mulheres beneficiárias do PBF que foram selecionadas aleatoriamente pelos pesquisadores ou pelas gestoras dos CRAS de cada cidade.

Os municípios visitados foram, respeitando o número mínimo para amostra, escolhidos com base na acessibilidade das suas Secretarias de Assistência Social. Para a aplicação dos questionários foi realizado um primeiro contato com as respectivas Secretarias, ou similares, nas referidas cidades, de modo a apresentar o projeto de pesquisa e agendar as visitas para a coleta de dados.

Em algumas cidades, as mulheres foram convidadas pelos gestores dos CRAS a comparecerem nesse local para serem realizadas as entrevistas. Foram convidadas as mulheres mais frequentes e mais próximas aos CRAS. Em outras cidades, foram entrevistadas as mulheres que compareceram aos CRAS no momento em que a equipe de pesquisa estava presente e, nas demais, as mulheres foram abordadas pelo grupo de pesquisa em seus locais de trabalho ou em suas residências, com o auxilio de um padre que tem uma relação próxima com a sociedade e conhece as mulheres beneficiárias do PBF.

Dessa forma, a visita técnica possibilitou verificar as condições dos municípios e famílias participantes do PBF, sendo de suma importância por permitir intenso e/ou prolongado contato com a situação e com o campo estudado. 3.2 Análise descritiva e o Alfa de Cronbach

A análise descritiva de dados tem a principal função de resumir os dados e informações investigadas, expondo-os da maneira mais prática e simples possível (BRUNI, 2007), facilitando a compreensão das principais características do grupo ou grupos pesquisados. Ela foi utilizada no estudo para se conhecer melhor o grupo estudado (beneficiárias do PBF), assim, foram feitas médias de idade, raça, estado civil e número de filhos para se perceber características comuns a essas mulheres. No intuito de que essas características orientassem estudos futuros ou mesmo esclarecessem fatores comuns.

O Alfa de Cronbach, foi utilizado para validar o constructo “empoderamento” e é um teste de validação de constructo que toma como referência a média do comportamento da variabilidade conjunta dos itens considerados, pressupondo que, para que um conjunto de variáveis descreva com fidelidade um conceito, seus itens devem ser fortemente correlacionados.

Esse é o coeficiente de confiabilidade mais utilizado para verificar se uma escala ou um conjunto de medidas representa com precisão o conceito estudado e é definido pela fórmula:

1 1

Em que: Cov = Média de covariância entre os pares de itens; Var = Média de variância entre os pares de itens;

= Número de itens (variáveis).

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O refinamento e a validação empírica dos constructos são importantes para garantir a qualidade da medição. Caso o constructo não seja testado empiricamente, se suas variáveis observáveis forem inválidas e não confiáveis, a teoria não terá sustentabilidade e as análises efetuadas poderão conduzir a inferências e conclusões incorretas (MALHOTRA; GROVER, 1998, p.414).

Os valores possíveis de serem assumidos pelo Alfa de Cronbach estão entre o

intervalo de 0 a 1, na literatura existem várias sugestões de corte para a validação do constructo pelo Alfa de Cronbach, sendo 0,60 o valor mínimo recomendado. Caso o resultado da operação seja um número inferior a zero, ou seja, negativo, significa que foi violado o pressuposto fundamental da técnica, que é a correlação positiva dos itens. A Tabela 1 procura evidenciar os valores de Alfa: Tabela 1: Confiabilidade do constructo

Fonte: Elaborada pelos autores. 3.3 Elaboração do questionário: formulação do constructo e escolha da escala de pesquisa

Para mensurar as variáveis estabelecidas, optou-se por utilizar a escala Likert que, segundo Malhotra (2001), é uma escala de medida com cinco ou sete categorias de respostas, variando de “discordo totalmente” a “concordo totalmente”, exigindo que os participantes indiquem seu grau de concordância ou de discordância com cada uma da série de afirmações relacionadas ao objeto de estudo.

Como, de acordo com Hair (2005), para a formulação do questionário estruturado, devem ser definidos previamente os conceitos e constructos a serem pesquisados, assegurando que não haja ambiguidade na sua interpretação, foram utilizadas as etapas recomendadas por Malhotra (2001) para a construção da escala.

Optou-se por utilizar sete categorias de escala que variam de “concordo totalmente” a “discordo totalmente”, contendo a opção de indiferença. Utilizou-se uma escalada equilibrada, pois o número de categorias favoráveis e desfavoráveis deveria ser o mesmo, para não influenciar os respondentes nas suas avaliações. Elegeu-se um número ímpar de categorias, devido à possibilidade de o respondente apresentar uma posição de neutralidade diante da afirmativa que está sendo mensurada. Julgou-se que uma escala não forçada com a opção “indiferente” não obriga o respondente a se manifestar se ele não tiver conhecimento sobre o assunto ou se aquela questão não lhe provocar qualquer opinião.. Dessa forma, as categorias foram dispostas de forma contínua, simétrica e na horizontal como demonstrado na Tabela 2. Tabela 2: Disposição das possíveis respostas

Fonte: Elaborada pelos autores.

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Péssimo Ruim Fraco Bom Excelente

1 2 3 4 5 6 7Concordo totalmente

Concordo pouco

Concordo em partes

Indiferente Discordo em partes

Discordo um pouco

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No modelo Logit, a probabilidade de as mulheres estarem classificadas no estrato de baixo empoderamento pode ser determinada por vários fatores (variáveis explicativas), representados por βiX , regredidos sobre a variável dependente (Y).

O modelo Logit, assim, simula a relação entre uma probabilidade (que varia de 0 a 1) e um determinado atributo, sendo que esta relação é representada pela função densidade probabilidade acumulada:

Neste modelo, a variável dependente da regressão é o logaritmo das chances de um evento específico, no caso a alocação das mulheres no estrato de baixo empoderamento, conforme a equação:

ln 1

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1. Perfil das mulheres

Foram entrevistadas 255 mulheres, sendo uma média de 23,66 em cada uma das onze cidades pesquisadas. Estas mulheres recebem o benefício do PBF de um mês a sete anos, têm idade média de 38 anos, possuem em média três filhos ou dependentes (24,7%) e uma maioria (42,35%) se declarou parda. A maioria delas é casada (44,31%) ou vivem em união estável (20,39%), a escolaridade predominante é o ensino fundamental incompleto entre 138 mulheres, representando mais da metade (54,12%) do total de beneficiárias. Em geral, elas pararam de estudar porque tiveram que trabalhar ou por influencia da família, o que pode indicar a falta de poder que as mulheres exercem sobre as suas escolhas. 4.2. Constructo “empoderamento”

O constructo “empoderamento” foi baseado em sete variáveis, explicadas na Figura 3

pelas respectivas questões em que foram calcadas.

Figura 3: Constructo Empoderamento. Fonte: Resultados da pesquisa.

Constructo Variável Questão

Autoridade e respeitoO Bolsa Família aumentou sua autoridade e

respeito em casa.

ResponsabilidadesCom o Bolsa Família, as suas responsabilidades

pela família aumentaram.Acesso a recursos de assistência a saúde

Com o Bolsa Família, a família teve mais acesso a médicos e assistência à saúde.

Oportunidades de estudo

Com o Bolsa Família, a família teve mais oportunidade de estudar, fazer cursos de

capacitação e qualificação.Valorização da mulher na

sociedade O Bolsa Família valoriza a mulher na sociedade.

Valor como cidadãO Bolsa Família modificou o seu valor como

cidadã.

EM

POD

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AM

EN

TO

11

Este constructo teve o Alfa de Cronbach de 0,704, mostrando que é relevante e que, neste estudo, o empoderamento foi considerado como percepção das entrevistadas a partir das variáveis supracitadas.

É importante ressaltar que o constructo foi validado partindo do pressuposto de que o PFB empodera financeiramente as mulheres beneficiárias, uma vez que confere a elas uma quantia fixa mensal em dinheiro, e isso, para Malhotra, Schuler e Boender (2002) é considerado uma forma de empoderamento financeiro.

4.3. Fatores determinantes do empoderamento

Por meio da análise Logit, foram identificadas questões que determinam se as mulheres entrevistadas foram classificadas com baixo ou alto empoderamento, conforme a classificação de estratos.

As questões mais relevantes estão na Tabela 4, acompanhadas do seu coeficiente, do desvio padrão e da significância. Tabela 4: Análise Logit

QUESTÕES Coeficiente Desvio padrão Sig. Idade da primeira gestação 0,093 0,043 0,032

Frequencia da mulher ao atendimento médico 0,319 0,120 0,008 O PBF atende às necessidades de educação, saúde e

alimentação da família 0,259 0,097 0,007

O atendimento às condicionalidades diminuem o tempo destinado à família 0,440 0,165 0,008

O fim do PBF atrapalharia o estudo dos filhos 0,464 0,102 0,000 Nota. Estas questões são referentes a um modelo que prevê 87% de certeza. Pseudo R2=0,375. Fonte: Resultados da pesquisa.

As questões foram também transformadas em variáveis, de acordo com a Figura 4:

QUESTÕES VARIÁVEIS Idade da primeira gestação Primeira gestação Frequência da mulher ao atendimento médico Atendimento médico O PBF atende às necessidades de educação, saúde e alimentação da família Atendimento às necessidades da família

O atendimento às condicionalidades diminui o tempo destinado à família Atendimento às condicionalidades

O fim do PBF atrapalharia o estudo dos filhos Estudo dos filhos Figura 2. Questões x Variáveis Fonte: Resultados da pesquisa.

Alguns autores explicam a relação de empoderamento com as questões supracitadas, como Malhotra, Schuler e Boender (2002), ao ressaltarem que a habilidade de tomar decisões sobre gravidez e uso de métodos contraceptivos caracterizam uma forma de empoderamento familiar e intrapessoal, reconhecendo, portanto, o relacionamento desse tema com a idade da primeira gravidez, uma vez que maioria das mulheres afirmou que engravidou porque não conhecia métodos contraceptivos.

Do mesmo modo, Freire (1992), ao definir empoderamento como uma transformação cultural que, nesse caso, permite às mulheres procurarem médicos com maior frequência - tendo, assim, acesso a um direito -, valida a questão “frequência ao atendimento médico” como um dos fatores determinantes para o empoderamento.

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Igualmente, a questão “atendimento às necessidades da família” se relaciona com o empoderamento econômico das mulheres que, para Malhotra, Schuler e Boender (2002), é relativo ao controle dos recursos da família por parte das mulheres. Sendo assim, uma vez que assumem o controle sobre os recursos, contribuindo para o sustento da família, elas conseguem observar que os recursos do Bolsa Família não são suficientes para suprir todas as necessidades, mas ajudam a família a superar essa dimensão da pobreza.

Quanto mais empoderadas, as mulheres acreditam que o atendimento às condicionalidades não diminui seu tempo destinado às outras atividades da família. Isso comprova, segundo Malhotra, Schuler & Boender (2002), um empoderamento psicológico, já que elas se mostram psicologicamente saudáveis, não se sentindo incomodadas em cumprir com as condicionalidades do programa. Além do fato de saberem que isso nada mais é do que sua função de mãe (manter a frequência do filho da escola, manter o cartão de vacina atualizado), as mulheres empoderadas têm maior conhecimento das suas obrigações e necessidades dentro da família, bem como sabem da importância do estudo e do atendimento médico para as futuras gerações.

O empoderamento se relaciona ao estudo dos filhos na medida em que, para Freire (1992), tem seu foco principal na transformação cultural. Sendo assim, como maioria das mulheres possui apenas o ensino fundamental porque tinham necessidade de trabalhar, elas veem a necessidade (como mudança cultural) de que seus filhos adquiram mais alta escolaridade. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Retomando os principais resultados, cabe ressaltar que os estudos considerados trouxeram elementos que possibilitaram compreender o empderamento das mulheres beneficiárias , na medida em que se identificou que o programa Bolsa Família empodera as mulheres beneficiárias para além da dimensão econômica.

Ainda foi possível identificar fatores determinantes para a previsão do empoderamento que permitem dizer que as condicionalidades tratam-se de contrapartidas essenciais para a melhoria da saúde e da escolarização das crianças, além de empoderarem indiretamente as mulheres, pelo fato de estas se legitimarem como representantes legais da família. Nesse sentido, ressalta-se a necessidade de maior orientação a respeito destas condicionalidades, para que seus efeitos positivos sejam cada vez mais solidificados.

Dessa forma, constatou-se que, nas mulheres mais empoderadas, o programa alcança seus objetivos com maior eficiência, uma vez que elas atendem melhor às condicionalidades (sem que estas atrapalhem o tempo destinado às outras atividades da família) e assumem uma consciência social a respeito da desvinculação do ciclo de vulnerabilidade, manifestada na importância dada à educação e à saúde dos filhos, mesmo diante de uma futura e provável interrupção do benefício.

Para estudos futuros, sugere-se que estes sejam realizados em outros estados na tentativa de uma análise comparativa e que abordem diferentes aspectos do PBF, analisando outros impactos do programa nas suas beneficiárias ou mesmo na sociedade como um todo. Por fim, espera-se que os dados e os avanços alcançados neste estudo sirvam como ferramenta orientadora, para que gestores públicos possam elaborar políticas que visem a empoderar as mulheres, tornando o PBF mais eficiente em seus objetivos.

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i Famílias monoparentais, constituídas somente por mãe e filhos.