ementa, etnografia (graduação 2013)

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Etnografia em Foco: questões de método, subjetividade e criatividade. Professora Roberta Campos ([email protected] ) EMENTA: A necessidade de pensar a relação do pesquisador com seu objeto de estudo tem sido preocupação relativamente recente na antropologia, apesar de referências clássicas a esta questão nos trabalhos de Malinowski, Lévi-Strauss, Evans-Pritchard e outros. É proposta desta disciplina pensar a relação entre o antropólogo (situação /relações de poder,sua experiência sensações e emoções) com seus “informantes” em campo, na construção de etnografias, conceitos e teorias na antropologia. Salienta-se ainda, como elementos tematizados nas discussões, a imaginação e a criatividade no fazer antropológico, o debate sobre imersão/observação participante (intimidade no campo /“go native” X objetividade ) e a temporalidade do trabalho de campo (densidade etnográfica do tempo longo x instante criativo). Questões que nos levarão à visão positiva da crítica feminista e pós-moderna sobre o papel das emoções na construção do conhecimento antropológico e, por outro, ao problema da desigualdade nas relações afetivas/intímas no trabalho de campo. Avaliação: Uma das avaliações será definida pela professora e pelos alunos, podendo envolver prática do trabalho de campo em grupo,tendo por foco a reflexão sobre a

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Page 1: Ementa, Etnografia (Graduação 2013)

Etnografia em Foco:

questões de método, subjetividade e criatividade.

Professora Roberta Campos

([email protected] )

EMENTA: A necessidade de pensar a relação do pesquisador com seu objeto de estudo

tem sido preocupação relativamente recente na antropologia, apesar de referências

clássicas a esta questão nos trabalhos de Malinowski, Lévi-Strauss, Evans-Pritchard e

outros. É proposta desta disciplina pensar a relação entre o antropólogo (situação

/relações de poder,sua experiência sensações e emoções) com seus “informantes” em

campo, na construção de etnografias, conceitos e teorias na antropologia. Salienta-se

ainda, como elementos tematizados nas discussões, a imaginação e a criatividade no

fazer antropológico, o debate sobre imersão/observação participante (intimidade no

campo /“go native” X objetividade ) e a temporalidade do trabalho de campo (densidade

etnográfica do tempo longo x instante criativo). Questões que nos levarão à visão

positiva da crítica feminista e pós-moderna sobre o papel das emoções na construção do

conhecimento antropológico e, por outro, ao problema da desigualdade nas relações

afetivas/intímas no trabalho de campo.

Avaliação: Uma das avaliações será definida pela professora e pelos alunos, podendo

envolver prática do trabalho de campo em grupo,tendo por foco a reflexão sobre a

experiência etnográfica e sua escrita. A outra será trabalho dissertativo do conteúdo

bibliográfico (Formato: mínimo 7 e máximo 10 laudas, espaço 2; letra Times New

Roman 12). Compondo ainda o segundo exercício, uma apreciação /análise de uma abra

etnográfica.

1a AULA: Apresentação do programa e definição da avaliação.

DO MÉTODO: a importância do particular (?) e o problema do provincianismo nas

ciências sociais brasileiras.

2ª AULA: Ana Luiza carvalho da Rocha e Cornélia Eckert. Etnografia: saberes e

práticas.

Page 2: Ementa, Etnografia (Graduação 2013)

3ª AULA: CARDOSO DE OLIVEIRA, R. Ver, ouvir, escrever.

4ª AULA: Peirano, Mariza G.S. (2006) “A favor da Etnografia”.

5ª AULA: Reis, Fabio Wanderley (1991) “O Tabelião e a Lupa: Teoria, Método

Generalizante e Idiografia no Contexto Brasileiro”. RBCS, vol. 16, ano 6, julho, p.27-4.

Peirano, Mariza (1991) “Os Antropólogos e suas Linhagens”. Idem., p.43-51.

Texto de apoio para debate: Costa, Sergio (2010) “Teoria por Adição” in Carlos

Benedito Martins e Heloisa Helena T. de Souza Martins, Horizontes das Ciências

Sociais-Sociologia. São Paulo: ANPOCS.

A especificidade da pesquisa qualitativa: O que ela pode nos dizer.

6ª AULA: Cardoso de Oliveira, Roberto (2000) “O lugar – em lugar – do método” in O

trabalho do antropólogo.São Paulo: Unesp.

Alguns modelos de etnografia:

Modelos Fundadores da Etnografia

7ª AULA: Malinowski (Introdução dos “Argonautas do Pacífico Ocidental”)

8ª AULA: F. Boas. (in Stocking jr., George (1999), “Um ano entre os Esquimós” in A

Formação da antropologia americana 1883-1911-Franz Boas. Rio de Janeiro:

Contraponto-UFRJ.

9ª AULA: A Escola de Chicago. Texto: William Foote Whyte “A sociedade de

esquina” in (Observação participante e o Anexo A).

Um outro modelo: Bourdieu. A relação entre teoria e etnografia

10ª AULA: Wacquant, Loic. “Seguindo Pierre Bourdieu no campo”. Revista de

Sociologia e Política.

11ª AULA: Bourdieu . Participant Objectification. J. Roy. anthrop. Inst. (N.S.) 9, 281-

294) .

Colocando em perspectiva o trabalho de campo.

12ª AULA: DA MATTA, R. (1978) ,“O ofício do etnólogo ou como ter antrhopological

blues” in Edson Nunes, A Aventura Sociológica. Riode Janeiro: Jorge Zahzar.

Page 3: Ementa, Etnografia (Graduação 2013)

13ª AULA: VELHO, Gilberto (1978) “Observando o Familiar”.Idem.

14ª AULA: primeiro exercício

(Dando continuidade Trabalho de campo)

15ª AULA: Giumbelli, Emerson (2002). “Para além do “trabalho de

campo”: reflexões supostamente malinowskianas”. Rev. bras. Ci.

Soc. vol.17 no.48 São Paulo Feb. 

16ª AULA: Aula expositiva com base nos seguintes textos

George Marcus: Fieldwork is not used to be.

Michael Atikins objects that look: how is ambiguityof body and self maintained in the

public.

Da Experiência Etnográfica e seus afetos, seus dilemas e desafios:

Da Experiência e seus afetos: dilemas e desafios da etnografia

17ª AULA: Grossi, Miriam Pillar(1992) “Na busca do outro encontra-se a si mesmo” in

Trabalho de Campo & Subjetividade,PPGA –UFSC.

_______: Lagrou, Elsje Maria (1992) “Uma experiência Visceral”.idem.

18ª AULA: Favret-Saada, J.(2005). Os Afetos, a etnografia. Cadernos de Campos, n.13.

___________(2005) Ser Afetado. Idem

Texto não obrigatório mas altamente recomendado! Irwin, Katherine (2006) Into the

Dark Heart of Ethnography: the lived ethics and Inequality of intimate field

relationships. Qual.Sociol , 29:155-175. (texto opcional)

19ªAULA: Cavalcanti, Maria Laura Viveiros de Castro. (2007) “Conhecer

desconhencendo: a etnografia do espiritismo e do carnaval carioca” in Velho &

Kuschnir(orgs) Pesquisas Urbanas. Rio de Janeiro: Zahar.

Page 4: Ementa, Etnografia (Graduação 2013)

20a AULA: Da Silva, Vagner Gonçalves. (2000). O antropólogo e sua magia. (p.23 a

80). São Paulo: Edusp.

21ª AULA: Tomquist, Carmen Suzana (2007) Vicissitudes da subjetividade: auto-

controle, auto-exorcismo e liminariedade na antropologia dos movimentos sociais in

Bonnetti&Fleischer Entre Saias justas e Jogos de Cintura. Florianópolis: editora

Mulheres-EDUSNIC.

22ª AULA: temática a ser escolhida em sala ( sugestão: relatos biográficos e etnografia)

23ª AULA ( Sugestão: fotoetnografia, netetnografia).

24ª , 25ª, 26ª,27ª,28ª : AULAS: TRABALHO DE CAMPO.

29ª AULA: Tutoria para confecção do 2ª exercício

Antropologia, etnografia a escrita etnográfica

Para os interessados (texto não obrigatório) um experimento interessante: a

autobiografia. (analisar um dos capítulos Três famílias de Luis Fernando Dias Duarte e

Edlaine Campos) .

Texto adicional não obrigatório:

CALDEIRA, T. P. do R. (1988). "A presença do autor e a pós-modernidade em

Antropologia". Novos Estudos, n° 21. On line no seguinte link:

http://www.4shared.com/dir/19332274/f9d11399/sharing.html

AULA: Carvalho, Jorge J. (2001). “O Olhar etnográfico e a voz subalterna”. In

Horiz.Antropol. vol.7 no.15 PortoAlegre July 2001. http://www.scielo.br/scielo.php?

script=sci_arttext&pid=S0104-71832001000100005

Marcus, George E. (1991). “Problemas de La etnografia contemporânea em El mundo

moderno”. In Clifford, James & Marcus, George E. (Eds): Retórica de La Antropología.

Madrid: Júcar Universidad. ______________ (1991a). “Epílogo: La escritura

etnográfica y la carrera antropológica”. Idem. Ambos estão on line no seguinte link :

http://www.4shared.com/dir/19332274/f9d11399/sharing.html

Page 5: Ementa, Etnografia (Graduação 2013)

30ª AULA: Entrega dos trabalhos.