emenda - alíquotas do imposto de renda

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EMENDA Nº – CM (à MPV nº 665, de 2014) Art. 1º Inclua-se, onde couber, na Medida Provisória nº 665, de 30 de dezembro de 2014, novo artigo, com a seguinte redação, renumerando-se os demais: “Art. O Poder Executivo Federal poderá propor reestruturação do Imposto de Renda da Pessoa Física, alterando suas alíquotas a fim de cumprir o princípio constitucional da progressividade”. JUSTIFICATIVA O artigo 145, § 1º, da Constituição Federal de 1988, diz que “sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte...”. Assim, com mais alíquotas será possível diferenciar aqueles que têm mais capacidade contributiva daqueles que tem menor capacidade. É possível estabelecer alíquotas maiores e uma tabela crescente de acordo com patamares de renda mais elevados. Não é aceitável que, seja por falta de correção da tabela, seja por sua própria estrutura de alíquotas, aqueles que ganham rendas menores passem a pagar imposto enquanto outros têm sua renda aumentada, mas sua alíquota permanece a mesma – é caso dos ricos e milionários. O economista francês Thomas Piketty, responsável por um dos estudos mais importantes sobre a tributação de grandes fortunas no mundo, concorda com esse diagnóstico: “ Creio que uma das razões pelas quais há muita desigualdade no Brasil é a baixa progressividade do Imposto de Renda. Há também muitos impostos indiretos, que são regressivos e pesam sobre as camadas mais populares”. Assim, a criação de novas faixas de tributação para rendas muito elevadas também é necessário. Hoje a alíquota mais alta é 27,5%. Sendo assim, a classe média paga a mesma alíquota que os ricos e milionários. O diretor de um banco privado que ganha dezenas de milhares de reais paga a SF/15074.84859-14 1e30574016801233371d5e7bdf4e258908c2abb4 Página: 1/2 09/02/2015 17:50:37

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Page 1: Emenda - Alíquotas do Imposto de Renda

EMENDA Nº – CM (à MPV nº 665, de 2014)

Art. 1º Inclua-se, onde couber, na Medida Provisória nº 665,

de 30 de dezembro de 2014, novo artigo, com a seguinte redação,

renumerando-se os demais:

“Art. O Poder Executivo Federal poderá propor reestruturação

do Imposto de Renda da Pessoa Física, alterando suas alíquotas a fim de

cumprir o princípio constitucional da progressividade”.

JUSTIFICATIVA

O artigo 145, § 1º, da Constituição Federal de 1988, diz que

“sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados

segundo a capacidade econômica do contribuinte...”. Assim, com mais

alíquotas será possível diferenciar aqueles que têm mais capacidade

contributiva daqueles que tem menor capacidade.

É possível estabelecer alíquotas maiores e uma tabela crescente

de acordo com patamares de renda mais elevados. Não é aceitável que, seja

por falta de correção da tabela, seja por sua própria estrutura de alíquotas,

aqueles que ganham rendas menores passem a pagar imposto enquanto outros

têm sua renda aumentada, mas sua alíquota permanece a mesma – é caso dos

ricos e milionários.

O economista francês Thomas Piketty, responsável por um dos

estudos mais importantes sobre a tributação de grandes fortunas no mundo,

concorda com esse diagnóstico: “Creio que uma das razões pelas quais há

muita desigualdade no Brasil é a baixa progressividade do Imposto de

Renda. Há também muitos impostos indiretos, que são regressivos e pesam

sobre as camadas mais populares”.

Assim, a criação de novas faixas de tributação para rendas muito

elevadas também é necessário. Hoje a alíquota mais alta é 27,5%. Sendo

assim, a classe média paga a mesma alíquota que os ricos e milionários. O

diretor de um banco privado que ganha dezenas de milhares de reais paga a

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mesma alíquota de um professor universitário. Portanto, novas alíquotas são

necessárias para que haja justiça social tributária, tal como nos países

avançados onde o imposto de renda contem várias faixas com alíquotas bem

elevadas que tributam as rendas dos ricos e milionários.

Por meio da presente Emenda, sinalizamos nosso apoio à

reestruturação da tabela do IRPF, para que, além da devida correção pela

inflação, seja reestruturada a fim de se diferenciar o sacrifício feito pelas

classes médias do País daquele que deveria caber aos mais ricos.

Sala da Comissão,

Senador LINDBERGH FARIAS

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