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    Biomassapara Qumica Verde

    Slvio Vaz JniorEditor Tcnico

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    Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaEmbrapa Agroenergia

    Ministrio Agricultura, Pecuria e Abastecimento

    Embrapa Agroenergia

    Braslia, DF

    2013

    Biomassapara Qumica Verde

    Slvio Vaz JniorEditor Tcnico

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    Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    Embrapa AgroenergiaParque Estao Biolgica, PqEB s/n, Braslia, DFCEP: 70770-901Caixa Postal: 40.315Fone: (61) 3448-4246Fax: (61) [email protected]

    Comit de Publicaes da UnidadePresidente: Jos Manuel Cabral de Sousa DiasSecretria-Executiva: Lorena Costa GarciaMembros: Eduardo Fernandes Formighieri, Joo Ricardo Moreira deAlmeilda, Larissa Andreani, Leonardo Fonseca Valadares, Maria Iara

    Pereira MachadoSuperviso editorial: Jos Manuel Cabral de Sousa DiasReviso de texto: Jos Manuel Cabral de Sousa DiasNormalizao bibliogrfica: Maria Iara Pereira Machado

    Fotos da capa: Sergey Yarochkin/Fotolia, MK/FotoliaCapa, projeto grfico, editorao eletrnica: Athalaia Grfica e EditoraTratamento de ilustraes: Paulo Roberto Pinto

    1aedio1 impresso (2013): 500 exemplares

    Todos os direitos reservados

    A reproduo no-autorizada desta publicao, no todo ou emparte, constitui violao dos direitos autorais (Lei n 9.610).

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Embrapa Agroenergia

    B 615 Biomassa para qumica verde / editor-tcnico, Slvio Vaz Jnior.

    Braslia, DF: Embrapa Agroenergia, 2013.

    196 p. ; il. color.

    ISBN: 978-85-7035-230-9

    1.Biomassa qumica verde. 2. Agroindstria Brasil. I.Vaz Jnior, Silvio.

    660.63 - CDD 22. Ed.

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    iBiomassa para Qumica Verde

    Carlos A. M. Santana

    Economista, Mestre e Doutor em Economia Agrcola; pesqui-sador da Embrapa Estudos e Capacitao.

    Clenilson Martins Rodrigues

    Qumico, Mestre e Doutor em Qumica; pesquisador da Em-brapa Agroenergia.

    Dasciana de Souza Rodrigues

    Qumica Industrial, Mestre e Doutora em Engenharia Qumi-

    ca; pesquisadora da Embrapa Agroenergia.

    Frederico O. M. Dures

    Engenheiro Agrnomo, Mestre em Agronomia e Doutor emFitotecnia; pesquisador da Embrapa Produtos e Mercados.

    Jos Dilcio Rocha

    Engenheiro Qumico, Mestre em Planejamento de SistemasEnergticos e Doutor em Engenharia Mecnica; pesquisadorda Embrapa Agroenergia.

    Patrcia Verardi Abdelnur

    Qumica, Mestre e Doutora em Qumica Orgnica; pesquisa-dora da Embrapa Agroenergia.

    Autores

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    ii Biomassa para Qumica Verde

    Peter Rudolf Seidl

    Qumico Industrial, Mestre e Doutor em Qumica; professor

    da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

    Slvio Vaz Jr.

    Qumico, Mestre em Fsico-Qumica e Doutor em QumicaAnaltica; pesquisador da Embrapa Agroenergia;[email protected].

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    iiiBiomassa para Qumica Verde

    Os conceitos de biorrefinaria e qumica verde enfocamo aproveitamento integral da biomassa, de modo que se crie

    cadeias de valor similares quelas dos derivados do petrleo,porm com menor impacto negativo ao meio ambiente, deforma a contemplar sistemas integrados (matria-prima, pro-cesso, produto e resduos) sustentveis, considerando-se, den-tre outros aspectos, os balanos de energia e massa, o ciclo de

    vida e a reduo de gases do efeito estufa.Conceitos como estes so de fundamental importncia

    para a explorao sustentvel do agronegcio brasileira, almde promover o desenvolvimento de tecnologias nacionais. As-sim, esta obra busca contribuir para o avano no conhecimen-to e na aplicao da biomassa na qumica, de modo a se criar econsolidar novas oportunidades agroindustriais para o Brasil.

    Boa leitura a todos!

    Manoel Teixeira Souza JuniorChefe-geral da Embrapa Agroenergia.

    Apresentao

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    ivBiomassa para Qumica Verde

    Os autores agradecem Embrapa Agroenergia pela opor-tunidade de elaborao e publicao desta obra.

    Agradecem, tambm, ao Prof. Dr. Cludio Mota do Ins-tituto de Qumica da Universidade Federal do Rio de Janeiropela reviso tcnica do texto.

    Agradecimentos

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    vBiomassa para Qumica Verde

    Prefcio 1

    1 BIOMASSA E QUMICA VERDE 5

    Princpios fundamentais 7Oportunidades para a qumica verde no Brasil 11

    Referncias bibliogrficas 13

    2 OFERTA E DISTRIBUIO DE BIOMASSA NO BRASIL 17

    Matrias-primas oleaginosas 19

    Matrias-primas sacardeas 26

    Matrias-primas amilceas 30

    Matrias-primas lignocelulsicas 40Consideraes finais 43

    Referncias bibliogrficas 45

    3 ANLISE QUMICA DA BIOMASSA 49

    Tcnicas analticas tradicionais aplicadas biomassa lignocelulsica 52

    Determinao do teor de celulose, hemicelulose e lignina 54

    Determinao do perfil de acares 55

    Determinao do perfil de ligninas 57

    Anlise composicional da biomassa 61

    Tcnicas analticas avanadas aplicadas biomassa 65

    Tcnicas espectroscpicas, cromatogrficas e espectromtricas 65

    Estudo de metablitos por metabolmica 72

    Avaliao da biomassa processada 73

    Consideraes finais 75

    Referncias bibliogrficas 76

    Sumrio

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    vi Biomassa para Qumica Verde

    4 PROCESSOS QUMICOS CATALTICOS 87

    Processos catalticos aplicados biomassa lignocelulsica 90

    Anlise da composio e caracterizao 93Pr-tratamento 94

    Sntese orgnica 95

    Separao e purificao 99

    Estudo do potencial industrial 100

    Escalonamento 101

    Tratamento de efluentes residuais 102

    Referncias bibliogrficas 103

    5 PROCESSOS BIOQUMICOS 111

    Produtos obtidos da biomassa por processos bioqumicos 114

    Processos bioqumicos para transformao da biomassa 115

    Converso de matrias-primas lignocelulsicas 122

    Converso de matrias-primas oleaginosas 124

    Converso de matrias-primas sacardeas e amilceas 125

    Avanos no desenvolvimento de processos bioqumicos 126

    Processos microbianos 126Processos enzimticos 128

    Aproveitamento de componentes minoritrios da biomassa 131

    Referncias bibliogrficas 132

    6 A PLATAFORMA TERMOQUMICA 139

    A cogerao na indstria brasileira 143

    O processo de pirlise rpida da biomassa 148

    Os produtos primrios 151A pirlise rpida como uma etapa de pr-tratamento de biomassa 154

    Aplicaes potenciais dos produtos 154

    Os gargalos das etapas de transformao 154

    A carbonizao para a produo de carvo vegetal 159

    O processo de gaseificao para a produo de gs de sntese 161

    As aplicaes do gs de sntese 163

    Referncias bibliogrficas 165

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    viiBiomassa para Qumica Verde

    7 POTENCIALIDADES DA BIOMASSA PARA A QUMICA VERDE 169

    Desafios cientficos 177

    Desafios tcnicos 177Desafios econmicos 178

    Referncias bibliogrficas 179

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    1Prefcio

    A necessidade de desenvolvimento de novas matrias--primas renovveis para a qumica, em substituio ao pe-

    trleo, tem se mostrado como um desafio estratgico parao sculo XXI. Neste contexto, o uso dos diferentes tipos debiomassa vegetal amilcea, lignocelulsica, oleaginosa e sa-cardea pode se consolidar tanto como uma alternativa deuso de matrias-primas mais baratas e menos poluentes, bemcomo um modelo de agregao de valor econmico s cadeiasagroindustriais, como as da soja, cana-de-acar, milho, flo-

    restas, entre outras. Tais linhas de ao podero, sobretudo,contribuir para a sustentabilidade dos processos de produode diferentes tipos de produtos qumicos orgnicos, desde de-tergentes a frmacos, os quais so de largo uso na atualidade.

    A qumica verde surge como uma nova filosofia dentrodas cincias qumicas para quebrar velhos paradigmas, comoa grande gerao de resduos e o uso intensivo de petroqumi-

    cos, atravs de uma viso holstica dos processos em laborat-rios e em indstrias. Tal viso, descrita em 12 princpios, buscarevigorar a qumica por meio da reduo da gerao de resdu-os, economia atmica e energtica, e uso de matrias-primasrenovveis, entre outras consideraes de grande relevncia.

    No caso do uso de matrias-primas renovveis, esta uma questo extremamente estratgica para o Brasil, por ser

    Prefcio

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    2 Biomassa para Qumica Verde

    um dos principais pases produtores de biomassa e, conse-quentemente, um dos maiores geradores de resduos agroin-

    dustriais. Desse modo, o aproveitamento da biomassa pelaqumica abre-se como uma nova possibilidade de negcios ede gerao de riquezas para o pas, alm de propiciar menorimpacto negativo ao meio ambiente.

    Os compostos qumicos so os produtos com maior po-tencial de agregao de valor a uma determinada cadeia dabiomassa, dada importncia da indstria qumica conven-

    cional e da qumica fina em diferentes setores da economia,podendo-se destacar compostos que podem ser utilizadoscomo bloco-construtores, intermedirios de sntese e pol-meros. Por outro lado, a necessidade de desenvolvimento detecnologias para a obteno desses produtos apresenta con-siderveis gargalos a serem superados, tanto tcnicos, quantocientficos e de mercado.

    Esta publicao trata do potencial tcnico-econmico dautilizao da biomassa como matria-prima para a qumica, apartir da viso da qumica verde, mostrando um cenrio rela-cionado com as perspectivas e os desafios para o desenvolvi-mento de uma qumica renovvel brasileira.

    Slvio Vaz Jr.

    Braslia (DF), setembro de 2013.

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    5Biomassa e Qumica Verde

    A questo ambiental tomou uma dimenso global nosanos 1990 como consequncia de uma serie de acidentes qu-

    micos, como o desastre de Bhopal na ndia, assim como pro-blemas de contaminao por produtos usados como medica-mentos ou defensivos qumicos (AMATO, 1993). A questodo aquecimento global tem um impacto direto nas empresas,que tm sido pressionadas a mudarem seus hbitos conven-cionais de produo e de desenvolvimento de produtos. Hoje,as organizaes no podem mais ignorar a questo ambiental

    que, associada com diminuio progressiva das fontes fsseisde energia e matria-prima, tem levado a mudana de para-digmas e como consequncia, novos modelos de negcio.

    A resposta da indstria qumica aos novos tempos foi omovimento relacionado com o desenvolvimento da qumicaverde. Ela comeou no incio dos anos noventa, principalmentenos Estados Unidos, Inglaterra e Itlia, com a introduo de no-

    vos conceitos e valores para as diversas atividades fundamentaisda qumica, bem como, para os diversos setores correlatos daatividade industrial e econmica. Esta proposta logo se amplioupara envolver a IUPAC (International Union of Pure and AppliedChemistry) e a OCDE (Organizao para Cooperao e Desen-

    volvimento Econmico) no estabelecimento de diretrizes para odesenvolvimento da qumica verde em nvel mundial.

    Biomassa e Qumica Verde

    Peter Rudolf Seidl

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    6 Biomassa para Qumica Verde

    A contribuio da qumica para o desenvolvimen-to sustentvel da biodiversidade brasileira foi objeto de um

    workshoprealizado em Manaus, AM, em novembro de 1993,pouco depois da Rio-92. O evento serviu para evidenciar as

    vantagens de agregar valor a produtos extrados de maneirasustentvel em lugar de extinguir este valioso recurso natural.Um longo esforo foi desenvolvido com o apoio dos represen-tantes das vrias universidades, institutos de pesquisas, fede-raes de indstrias, centros de pesquisas de empresas brasi-

    leiras, organizaes de classe do setor qumico e do SenadoFederal, atravs da Comisso Mista de Acompanhamento dasMudanas Climticas. Como fruto deste esforo, foi formali-zada ao Ministro de Cincia e Tecnologia, em agosto de 2007,a proposio de apoio governamental criao da Rede e daEscola Brasileira de Qumica Verde, durante a realizao do1 Workshop Internacional de Qumica Verde realizado em

    novembro de 2007, em Fortaleza (CENTRO DE ENERGIASALTERNATIVAS E MEIO AMBIENTE, 2007). Nesse con-texto, o Ministrio de Cincia e Tecnologia encomendou aoCentro de Gesto e Estudos Estratgicos (CGEE) a propostade estruturao de uma Rede Brasileira de Qumica Verde eda criao da Escola Brasileira de Qumica Verde, como pi-lares organizacionais de uma estratgia nacional de C,T&I

    na rea (CENTRO DE GESTO E ESTUDOS ESTRATGICOS, 2010). O CGEE desenvolveu juntamente com umaefetiva representao da comunidade cientifica e tecnolgicanacional, inclusive empresas, um amplo estudo dos principaistemas correlacionados com a Qumica Verde, tendo comofoco, a experincia nacional nesta rea; bem como, as poten-cialidades da nossa biodiversidade e a estreita cooperao

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    7Biomassa e Qumica Verde

    com a indstria nacional para compor uma proposta de de-senvolvimento da qumica verde no Brasil.

    A proposta assim colocada almeja integrar este esforocom alguns programas que vem sendo desenvolvidos de formaisolada e em desenvolvimento no pas, tendo em vista promovera Qumica Verde no pas como uma estratgia de desenvolvi-mento sustentvel nacional, tendo a ps-graduao nacional,notadamente as reas da biologia, qumica e engenharia qumi-ca, como o patamar deste salto cientfico e tecnolgico.

    Princpios fundamentais

    No decorrer das ltimas duas dcadas, formou-se umconsenso sobre doze princpios fundamentais da qumica ver-de (TUNDO et al., 2000). So eles:

    1. Preveno: prevenir melhor do que remediar reaspoludas;

    2. Eficincia atmica: os mtodos sintticos devem serdesenvolvidos de modo a incorporar o maior nmeropossvel de tomos dos reagentes no produto final;

    3. Sntese segura: devem ser desenvolvidos mtodos sin-tticos que utilizem e gerem substncias com pouca ounenhuma toxicidade sade humana e ao ambiente;

    4. Desenvolvimento de produtos seguros: deve-se bus-car o desenvolvimento de produtos que aps realiza-rem a funo desejada, no causem danos ao ambiente;

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    8 Biomassa para Qumica Verde

    5. Uso de solventes e substncias auxiliares seguros:a utilizao de substncias auxiliares como solventes,

    agentes de purificao e secantes precisa ser evitada aomximo; quando inevitvel a sua utilizao, estas subs-tncias devem ser incuas ou facilmente reutilizadas;

    6. Busca pela eficincia energtica: os impactos ambien-tais e econmicos causados pela gerao da energiautilizada em um processo qumico precisam ser consi-

    derados. necessrio o desenvolvimento de processosque ocorram temperatura e presso ambientes;

    7. Uso de matrias-primas renovveis: o uso de bio-massa como matria-prima deve ser priorizado nodesenvolvimento de novas tecnologias e processos;

    8. Formao de derivados deve ser evitada: processosque envolvem intermedirios com grupos bloqueado-res, proteo/desproteo, ou qualquer modificaotemporria da molcula por processos fsicos ou qu-micos devem ser evitados;

    9. Catlise: o uso de catalisadores, to seletivos quanto

    possvel, deve ser adotado em substituio aos rea-gentes estequiomtricos;

    10. Produtos degradveis: os produtos qumicos preci-sam ser projetados para a biocompatibilidade. Apssua utilizao no deve permanecer no ambiente, de-gradando-se em produtos incuos;

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    9Biomassa e Qumica Verde

    11. Anlise em tempo real para a preveno da polui-o: o monitoramento e controle em tempo real, den-

    tro do processo, devero ser viabilizados. A possibi-lidade de formao de substncias txicas dever serdetectada antes de sua gerao;

    12. Qumica intrinsecamente segura para a prevenode acidentes: a escolha das substncias, bem comosua utilizao em um processo qumico, deve buscar

    a minimizao do risco de acidentes, como vazamen-tos, incndios e exploses.

    Tais conceitos, que tambm se referem produo lim-pa e a inovaes verdes, j esto relativamente difundidos emaplicaes industriais, particularmente em pases com inds-tria qumica bastante desenvolvida e que apresentam rigoroso

    controle na emisso de agentes poluentes. Baseiam-se no pres-suposto de que processos qumicos com potencial de impactarnegativamente o meio ambiente venham a ser substitudos porprocessos menos poluentes ou no poluentes. Tecnologia lim-pa, preveno primria, reduo na fonte, qumica ambien-tal e qumica verde so denominaes que surgiram e foramcunhadas no decorrer das ltimas duas dcadas para tradu-

    zir esse importante conceito. A palavra verde sinnima delimpo e tem uma conotao poltica; a qumica o centro daquesto ambiental; sustentabilidade ambiental, social e econ-mica traduz o futuro desejado; e qumica verde reflete a uniodessas ideias.

    No caso do Brasil, o stimo princpio - uso de matrias-pri-mas renovveis destaca-se como uma grande oportunidade

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    10 Biomassa para Qumica Verde

    estratgica para o pas se inserir e at liderar segmentos rela-cionados a diversas reas da qumica verde em nvel mundial,

    como ser visto no item seguinte.A Conferncia das Naes Unidas para o Desenvolvimen-

    to Sustentvel, mais conhecida como Rio + 20 (CONFERNCIA DAS NAES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL, 2012, propiciou uma oportunidadepara que os principais executivos da indstria qumica mun-dial assumissem compromissos com a sustentabilidade em

    nome de suas empresas (HOGUE, 2012). Estes compromissosforam detalhados pelo representante da Associao Brasilei-ra da Indstria Qumica (ABIQUIM) em uma mesa redondasobre Estratgias Brasileiras para a Incluso da Qumica Ver-de sobre o Processo Produtivo (FREIRE, 2012). Interesse nacadeia de valor baseada na transformao de matrias-primasda biomassa em produtos qumicos est incentivando o desen-

    volvimento de processos de fabricao sustentveis (GALLE-ZOT, 2012). Neste particular cabe ressaltar a distino entrequmica verde e o que conhecido como qumica do verde.A primeira baseada nos 12 princpios anteriormente comen-tados, que, em pases como o Brasil, coloca grande nfase emmatrias-primas renovveis. Por outro lado, ainda h certafascinao com tudo que natural, assim existem empresas

    que fazem o seu marketingem produtos naturais ou isentosde qumica. Existem vrios exemplos de processos baseadosem matrias-primas naturais, ou renovveis, que no so maisfavorveis que os baseados em matrias-primas fsseis em ter-mos de critrios como: consumo de gua ou energia, emissode gases do efeito estufa, potencial de risco ou outro critrioaplicado ao desenho de um processo verde.

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    11Biomassa e Qumica Verde

    Oportunidades para a qumica verde no Brasil

    O Brasil se encontra em uma posio privilegiada paraassumir a liderana no aproveitamento integral da biomassapelo fato de possuir a maior biodiversidade do planeta; disporde: intensa radiao solar; gua em abundncia; diversidadede clima e pioneirismo na produo de biocombustveis dabiomassa em larga escala, com destaque para a indstria cana-

    vieira ou do etanol. O pas rene, ainda, condies para ser o

    principal receptor de recursos de investimentos provenientesdo mercado de carbono no segmento de produo e uso debioenergia, por ter no meio ambiente a sua maior riqueza eapresentar uma enorme capacidade de absoro e regeneraoatmosfrica.

    O papel futuro do agronegcio brasileiro, que se con-figura como uma das mais expressivas contribuies para

    a economia nacional, agora apresenta uma oportunidadereal para instalar a inovao qumica atravs da agregaode valor s matrias-primas renovveis permitindo, assim,que se passe de uma economia de exportao de commoditiespara uma economia de produtos inovadores e de alto valoragregado a bioeconomia. A plena aceitao e adoo des-te novo campo de atividades da qumica nos anos recentes

    se deve ao esforo bem sucedido de se acoplar os interessesda inovao qumica simultaneamente com os objetivos dasustentabilidade.

    No que diz respeito s matrias-primas, duas categoriasdominam a pesquisa hoje: primeira e de segunda gerao.As de primeira gerao so produzidas a partir de culturasricas em carboidratos, amido e leo; as de segunda gerao

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    12 Biomassa para Qumica Verde

    utilizam como biomassa o resduo de partes de culturas nocomestveis. Como exemplo, pode-se citar a rota sucroqumi-

    ca onde, a partir da cana-de-acar, so produzidos produtosqumicos dos mais diversos tipos e aplicaes, como plsticosverdes, alm da produo do etanol como biocombustvel.Neste contexto, as biorrefinarias se tornam uma alternativapara o presente e o futuro da indstria qumica, pois com-preendem instalaes e processos atravs dos quais matrias--primas renovveis e seus resduos so transformados em bio-

    combustveis, produtos qumicos de alto valor agregado, almde energia, insumos e alimentos. uma estrutura anloga das refinarias de petrleo, que fabricam mltiplos produtos,como combustveis (em grande volume) e, com o objetivo deampliar a lucratividade, produzem uma parcela de produtosqumicos de alto valor agregado.

    O Brasil vem se destacando pela produo dos chama-

    dos plsticos verdes, os quais apresentam uma srie de van-tagens ambientais em relao aos produtos feitos a partir decombustvel fssil, pois estudos demonstram que em mdia,para cada tonelada de plstico verde produzido, 2,3 tonela-das de CO

    2so capturadas da atmosfera durante o plantio da

    cana-de-acar.Desse modo, o potencial brasileiro de uso da biomassa

    como matria-prima para a qumica se destaca frente a outrospases devido, principalmente, a sua grande e diversificadaproduo agroindustrial. Saber aproveitar estas vantagens deum modo sustentvel, principalmente quanto ao meio am-biente e biodiversidade, poder levar a uma grande geraode riquezas e de conhecimento estratgico para o pas.

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    13Biomassa e Qumica Verde

    Referncias bibliogrficas

    AMATO, I. The slow birth of green chemistry. Science, Wa-shington, v. 259, p. 1538 1541, 1993.

    CENTRO DE ENERGIAS ALTERNATIVAS E MEIO AMBIENTE. Brazilian network on green chemistry aware-ness, responsibility and action. CENEA: Fortaleza/CE, 18a 21 de novembro de 2007.

    CENTRO DE GESTO E ESTUDOS ESTRATGICOS. Qu-mica verde no Brasil: 2010-2030. CGEE: Braslia/DF,2010, 433 p.

    CONFERNCIA DAS NAES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL. Rio + 20. Disponvel

    em: . Acesso em: dez. 2012.

    FREIRE, E. Estratgia brasileira para incluso da qumica ver-de no setor produtivo. Revista de Qumica Industrial,Rio de Janeiro, v. 736, p. 11, 2012.

    GALLEZOT, P. Conversion of biomass to selected chemical

    products. Chemical Society Reviews, London, v. 41, p.1538 - 1558, 2012.

    HOGUE, C. Rio roundup. Chemical & Engineering News,Washington, v. 28, p. 10 14, 2012.

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    14 Biomassa para Qumica Verde

    TUNDO, P.; ANASTAS, P.; BLACK, D.S.; BREEN, J.; COL-LINS, T.; MEMOLI, S.; MIYAMOTO, J.; POLYAKOFF,

    M.; TUMAS, W. Synthetic pathways and process in greenchemistry introductory overview. Pure and AppliedChemistry, London, v. 72, p. 1207 1228, 2000.

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    17Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    A biomassa vegetal um produto direto da fotossntese,

    por meio da qual o gs carbnico (CO2) convertido em a-cares, os quais, posteriormente, so convertidos nos polmerosestruturais amido,celulose, hemicelulosee lignina. O aprovei-tamento energtico e qumico da biomassa se d atravs deplataformas tecnolgicas complexas, as quais dependem, porsua vez, do tipo de matria-prima e da eficincia adequada dosprocessos de converso. Neste captulo sero tratadas quatro

    classes de biomassa a serem utilizadas como matrias-primasrenovveis para a qumica: as oleaginosas, as amilceas, as sa-cardease as lignocelulsicas.

    Quando buscada a utilizao da biomassa pela qu-mica, h que se considerar a qualidade e a disponibilidadecompetitiva da primeira, alm da eficincia de processos deconverso e aproveitamento de resduos/coprodutos, associa-

    dos governana de ordenamento territorial, infraestrutura elogstica; tais pontos constituem os fatores crticos para a ex-plorao econmica da biomassa. A contribuio da biomas-sa, por exemplo, para a sustentabilidade da matriz energticabrasileira e mundial uma questo estratgica para os pasese regies; porquanto, associa recursos naturais, intelignciae parcerias. Fundamentalmente, uma oportunidade para

    Oferta e Distribuiode Biomassa no Brasil

    Carlos A. M. Santana e Frederico O. M. Dures

    2

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    33/198

    18 Biomassa para Qumica Verde

    o desenvolvimento da agricultura de alimentos conjugadocom a agricultura de energia e com a agricultura de mat-

    rias-primas. Os resultados e impactos esto na capacidade deintegrar a viso agrcola e industrial dos negcios de base tec-nolgica. Biocombustveis, sobretudo etanol e biodiesel, soproduzidos em larga escala porque a energia advinda da bio-massa baseia-se por alguns princpios fundamentais quanto fonte primria ou secundria de energia, matrias-primas dequalidade e disponibilidade, processos de converso eficien-

    tes, infraestrutura e logstica, e uma crescente percepo cole-tiva e individual de mudana de matriz energtica de fssilpara renovvel, com a ltima representada pela biomassa.

    O Brasil, com 851 milhes de hectares territoriais e com-provada evoluo competitiva no agronegcio tropical, apre-senta condies naturais (solo, gua e clima), mo-de-obra,tecnologia e capacidade gerencial e tcnica para ser um dos

    principais players mundiais no negcio da biomassa, tantopara fins energticos, como para a produo de compostosqumicos renovveis. E, por certo, tem uma situao mparfavorvel expanso das cadeias de produo. Uma questorelevante, e que pode auxiliar ao desenvolvimento de princ-pios de qumica verde em escala industrial, que o Brasil j seconstitui em um grande mercado consumidor de biocombus-

    tveis - biodiesel e etanol.Considerando-se o cenrio mundial de produo de bio-massa, o Brasil se destaca por possuir uma grande variedadede matrias-primas disponveis para a qumica verde ou paraa qumica renovvel, considerando-se que ambas aqui se re-ferem ao uso da biomassa como matria-prima para a qumi-ca. A disponibilidade das quatro classes de matrias-primas

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    34/198

    19Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    anteriormente citadas, utilizadas na produo de biocombus-tveis e outros produtos da qumica renovvel, tem crescido

    substancialmente no Pas ao longo dos anos. Vrios fatoresexplicam essa tendncia, entre outros, os avanos cientficos etecnolgicos registrados pela agricultura brasileira, o empreen-dedorismo dos produtores nacionais, o ambiente de polticaspblicas domsticas e a grande dotao de recursos naturais.

    Matrias-primas oleaginosas

    As principais matrias-primas oleaginosas para a qumicarenovvel compreendem a soja, algodo, mamona, palma-de--leo (dend), girassol e o amendoim. O primeiro desses pro-dutos o principal insumo atualmente utilizado pela inds-tria nacional na produo de biodiesel. A produo domsticadessa oleaginosa expandiu a uma taxa mdia anual de 7,5% no

    perodo 1991-2011, aumentando de 14,9 milhes de toneladaspara 74,8 milhes de toneladas. Geograficamente, a produose concentrou nas regies Centro-Oeste e Sul (Tabela 1). Notrinio 2009-2011 elas responderam por 83% da produo to-tal brasileira deste produto.

    Como produtos desta classe de matrias-primas podem--se destacar leos refinados e no refinados, cidos graxos,

    biodiesel, glicerina, sabes e polmeros.Em nvel estadual, a produo de soja tem sido maior noMato Grosso, Paran, Rio Grande do Sul, Gois e Mato Grossodo Sul. No primeiro desses Estados, o volume produzido notrinio 2009-2011 alcanou, aproximadamente, 19 milhes detoneladas (Tabela 1); ou seja, a mais elevada entre todas as de-mais Unidades da Federao. A produo de soja tem crescido

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    35/198

    20 Biomassa para Qumica Verde

    Tabela1.Pro

    duo

    brasileira

    desojaporUnidadesd

    aFederao;mdiadostri

    nios

    (toneladas

    ).

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1

    997-99

    2000-02

    2003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Brasi

    l

    1

    8.914.496

    24.5

    93.7

    81

    29

    .562.5

    17

    37.6

    11.9

    01

    50.8

    83.8

    18

    56.7

    18.3

    06

    66.9

    72.3

    91

    Ron

    dnia

    7.545

    7.647

    11.0

    62

    62.8

    97

    174.2

    35

    281.443

    38

    7.249

    Roraima

    3

    1.400

    24.5

    00

    5

    .973

    Par

    2.140

    4.143

    115.6

    63

    188.330

    25

    5.722

    Tocantins

    15.5

    57

    36.0

    44

    93.9

    17

    192.306

    645.0

    96

    789.624

    1.020.0

    69

    Maran

    ho

    39.8

    12

    146.765

    306.995

    502.527

    853.6

    62

    1.106.300

    1.368.2

    89

    Piau

    2.225

    17.6

    95

    57.7

    08

    106.764

    418.6

    54

    616.095

    93

    1.035

    Cear

    1,101

    1,259

    3

    ,366

    Bahia

    504.423

    882.169

    1.1

    17.1

    80

    1.459.905

    2.107.554

    2.345.678

    3.017.2

    65

    MinasGerais

    1.022.131

    1.126.228

    1.2

    32.9

    29

    1.593.602

    2.644.468

    2.479.440

    2.864.9

    17

    SoPau

    lo

    937.772

    1.216.900

    1.2

    85.7

    60

    1.368.770

    1.755.609

    1.446.014

    1.337.1

    59

    Paran

    3.911.905

    5.822.596

    7.2

    17.2

    48

    8.447.449

    10.2

    40.3

    68

    11.0

    13.3

    86

    12.9

    86.2

    44

    SantaCatarina

    350.685

    427.776

    478.750

    529.650

    653.7

    79

    952.243

    1.287.6

    91

    RioGran

    de

    doSul

    4.645.583

    5.175.415

    5.2

    28.2

    08

    5.782.081

    5.855.184

    8.389.412

    10.0

    74.2

    99

    MatoGrosso

    doSul

    2.059.431

    2.226.652

    2.4

    34.1

    87

    2.956.078

    3.697.370

    4.523.448

    4.822.0

    89

    MatoGrosso

    3.499.960

    5.281.380

    6.9

    20.6

    54

    9.997.547

    15.0

    81.7

    80

    16.2

    24.0

    95

    19.1

    83.7

    15

    Gois

    1.821.069

    2.139.798

    3.0

    97.6

    79

    4.516.897

    6.464.916

    6.186.750

    7.255.3

    65

    DistritoFederal

    96.3

    98

    86.6

    58

    77.1

    31

    89.1

    38

    147.6

    53

    147.303

    172.189

    Fonte:INSTITUTOBRASILEI

    RODEGEOGRAFIAEESTATST

    ICA(2013).

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    36/198

    21Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    substancialmente em outros Estados, particularmente naque-les que conformam a regio conhecida como MATOPIBA

    (Maranho, Tocantins, Piau e Bahia).Uma segunda matria-prima oleaginosa largamente pro-

    duzida no Brasil o algodo. O algodoeiro uma planta quepermite a produo de vrios subprodutos, entre eles o leocomestvel, a rao que fornece energia e protena para ru-minantes, e a farinha de algodo, cujas propriedades para aformao de filmes das protenas de algodo esto sendo pes-

    quisadas para a produo de materiais biodegradveis. Vriosestados brasileiros produzem algodo, principalmente aqueleslocalizados na regio Nordeste e Centro-Oeste. Entretanto, aproduo mais acentuada na Bahia e no Mato Grosso (Tabela2). No trinio 2009-2011, estes dois Estados responderam poraproximadamente 82% da quantidade total produzida no Pas.

    A mamona outra matria-prima oleaginosa disponvel no

    Brasil. O leo produzido por ela possui alta viscosidade e alta so-lubilidade em lcool a baixa temperatura. Ele utilizado de di-ferentes maneiras, por exemplo, na produo de biodiesel e namedicina popular como purgativo. A disponibilidade nacionaldesta matria-prima bem menor do que vrias outras existentesno Pas. No trinio 2009-2011, a produo brasileira de mamonaalcanou 102 mil toneladas (Tabela 3). A maior parte dessa quan-

    tidade veio do Nordeste e em particular, da Bahia e do Cear.Alm das oleaginosas acima descritas, o Brasil produztambm outras trs, a palma-de-leo (dend), o girassol e oamendoim. A produo total da primeira delas aumentou de611 mil toneladas no trinio 1991-1993 para 1,2 milho em2009-2011 (Tabela 4). Praticamente, dois Estados foram res-ponsveis os por este resultado - Par e Bahia.

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    37/198

    22 Biomassa para Qumica Verde

    Tabela2.Pro

    duo

    brasileira

    dealgo

    doher

    bceo

    (em

    caroo

    )porUnidade

    daFede

    rao;mdiadostrinios

    (toneladas

    ).

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1

    997-99

    2000-02

    2003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Brasi

    l

    1.677.188

    1.248.118

    1.1

    56.7

    73

    2.272.213

    3.221.303

    3.664.241

    3.639.3

    68

    Ron

    dnia

    12.6

    37

    2.571

    2.488

    Tocantins

    285

    1.057

    6.052

    3.249

    14.873

    Maran

    ho

    384

    805

    317

    6.181

    2

    0.722

    27.9

    86

    48.895

    Piau

    5.708

    20.8

    74

    3.892

    3.356

    7.131

    34.0

    35

    34.674

    Cear

    23.2

    36

    33.6

    00

    21.0

    16

    29.9

    64

    1

    2.910

    6.546

    3

    .177

    RioGran

    de

    doNorte

    7.797

    17.7

    42

    3.365

    10.1

    51

    1

    1.199

    5.834

    2

    .787

    Para

    ba

    10.6

    61

    15.1

    50

    7.418

    8.893

    1

    1.578

    4.396

    1

    .448

    Pernam

    buco

    2.097

    4.079

    1.174

    3.180

    2.005

    2.023

    1

    .153

    Alagoas

    1.054

    2.544

    2.040

    6.144

    2.374

    2.060

    288

    Bahia

    114.417

    85.3

    86

    58.0

    41

    160.913

    600.9

    75

    1.034.480

    1.164.3

    19

    MinasGerais

    85.2

    87

    61.4

    10

    98.4

    90

    86.6

    97

    124.6

    76

    88.3

    13

    75.297

    SoPau

    lo

    353.775

    249.100

    167.695

    156.216

    207.6

    77

    106.015

    35.600

    Paran

    814.999

    413.193

    131.574

    128.216

    8

    0.204

    21.7

    57

    3.7

    14

    MatoGrosso

    doSul

    80.1

    38

    90.3

    84

    87.9

    26

    150.456

    174.1

    62

    152.162

    171.306

    MatoGrosso

    75.6

    54

    84.2

    80

    326.607

    1.223.141

    1.5

    44.3

    11

    1.908.594

    1.803.4

    04

    Gois

    87.3

    07

    144.065

    242.838

    293.960

    402.3

    42

    262.072

    277.845

    Fonte:INSTITUTOBRASILEI

    RODEGEOGRAFIAEESTATST

    ICA(2013).

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    38/198

    23Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    Tabela3.Pro

    duo

    brasileira

    demamona

    (baga)porUnidade

    daFederao;mdiadotrinio(toneladas

    ).

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1997-99

    2000-02

    2

    003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Brasi

    l

    91.6

    62

    42.8

    45

    49.1

    62

    96.1

    36

    1

    30.4

    10

    105.094

    10

    2.142

    Piau

    4.418

    797

    73

    220

    2.449

    3.086

    910

    Cear

    4.460

    2.583

    436

    1.774

    6.254

    4.615

    9

    .337

    RioGran

    de

    doNorte

    862

    234

    42

    Para

    ba

    46

    13

    5

    726

    791

    143

    Pernam

    buco

    3.840

    3.469

    1.282

    451

    2.079

    2.584

    3

    .485

    Bahia

    65.9

    89

    32.8

    98

    43.2

    00

    73.4

    67

    1

    06.6

    91

    80.2

    98

    76.982

    MinasGerais

    581

    334

    634

    4.394

    2.939

    5.612

    8

    .362

    SoPau

    lo

    9.177

    1.460

    1.054

    3.203

    1.660

    2.182

    1

    .078

    Paran

    2.564

    151

    24

    814

    849

    681

    1

    .570

    RioGran

    de

    doSul

    15

    18

    1.886

    169

    MatoGrosso

    doSul

    384

    378

    93

    555

    493

    MatoGrosso

    1.192

    11.6

    07

    5.253

    1.112

    54

    Fonte:INSTITUTOBRASILEI

    RODEGEOGRAFIAEESTATST

    ICA(2013).

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    39/198

    24 Biomassa para Qumica Verde

    Tabela4.Pro

    duo

    brasi

    leira

    depalma-

    de-leoporUnidade

    daFederao;mdiadotrinio(cac

    ho

    decoco,toneladas

    ).

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1997-9

    9

    2000-02

    2003

    -05

    2006-08

    200

    9-11

    Brasi

    l

    611.781

    694.137

    735.392

    722.906

    903.0

    27

    1.124.036

    1.23

    8.768

    Amazonas

    590

    183

    182

    2.101

    Par

    410.370

    551.254

    542.760

    550.013

    738.3

    03

    932.357

    1.01

    9.131

    Bahia

    157.508

    126.822

    159.375

    172.709

    164.6

    02

    191.497

    217

    .536

    Fonte:INSTITUTOBRASILEI

    RODEGEOGRAFIAEESTATST

    ICA(2013).

    Tabela5.Pro

    duo

    brasileira

    degirasso

    l(emgro)p

    orUnidade

    daFederao,2

    005-2011,(

    toneladas

    ).

    Estados

    2005

    2006

    2007

    2008

    2009

    2010

    2

    011

    Brasi

    l

    60.7

    35

    87.3

    62

    104.923

    148.297

    1

    00.9

    05

    86.6

    08

    77.932

    Cear

    -

    -

    -

    402

    1.266

    838

    1

    .131

    RioGran

    de

    doNorte

    -

    -

    -

    1.231

    1.246

    1

    63

    Para

    ba

    -

    -

    -

    -

    -

    8

    83

    Sergipe

    -

    -

    -

    -

    -

    880

    374

    Bahia

    482

    30

    3.679

    999

    1.933

    437

    431

    MinasGerais

    -

    -

    -

    -

    -

    4.584

    6

    .393

    SoPau

    lo

    -

    -

    -

    -

    806

    700

    107

    Paran

    3.657

    1.891

    1.904

    2.109

    1.398

    130

    44

    SantaCatarina

    -

    -

    66

    2

    -

    -

    -

    RioGran

    de

    doSul

    9.292

    30.0

    38

    30.9

    89

    28.4

    60

    30.3

    07

    15.6

    67

    10.346

    MatoGrosso

    doSul

    12.2

    12

    16.4

    56

    9.089

    6.583

    2.350

    5.175

    3

    .275

    MatoGrosso

    22.2

    07

    29.3

    70

    32.2

    02

    81.5

    56

    54.7

    25

    41.5

    14

    43.922

    Gois

    12.3

    83

    9.187

    26.9

    94

    26.9

    55

    6.718

    16.6

    74

    11.667

    Fonte:INSTITUTOBRASILEI

    RODEGEOGRAFIAEESTATST

    ICA(2013).

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    40/198

    25Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    O girassol uma cultura relativamente nova no Pas. Elacomeou a ser produzida na segunda metade dos anos 2000.

    Durante o perodo 2005-2011 sua produo nacional expan-diu a uma taxa mdia anual de 2,5%, passando de 60 mil to-neladas para 78 mil (Tabela 5). O Centro-Oeste foi a regioque apresentou o maior aumento de produo, seguida a umaboa distncia pelo Sul e Sudeste, respectivamente. Os maiores

    volumes de produo proveem de Mato Grosso e Gois.A produo nacional de amendoim tambm cresceu sig-

    nificativamente nos ltimos anos, aumentando de 156 mil to-neladas no trinio 1991-1993 para 276 mil em 2009-2011. V-rios Estados produzem esta oleaginosa; entretanto, So Paulotem sido responsvel por mais de 70% da quantidade totalproduzida na ltima dcada.

    Um segundo aspecto importante para o uso dessas ole-aginosas como matrias-primas a distribuio da oferta ao

    longo do ano. Nesse sentido, o calendrio de plantio e colheitada principal matria-prima atualmente utilizada na produode biodiesel, a soja, indica um bom potencial de complemen-tariedade com outras culturas oleaginosas, como as palmce-as, para o suprimento do mercado domstico.

    A maioria dos Estados brasileiros planta a soja no pero-do outubro-dezembro e a colhem, em geral, em abril. Paran e

    Mato Grosso, os dois maiores produtores, concentram o plan-tio e a colheita em novembro e maro, respectivamente. Dadoesse calendrio, a indstria nacional conta com uma maior dis-ponibilidade de soja no perodo maro-maio, quando ocorrea principal fase de comercializao. No caso da mamona, maisde 75% da produo nos ltimos cinco anos provem da Bahia.Neste Estado, o plantio realizado principalmente durante o

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    41/198

    26 Biomassa para Qumica Verde

    perodo da 2 quinzena de novembro 1 quinzena de dezem-bro, e a colheita nos meses de junho e julho. Portanto, os pe-

    rodos de colheita da soja e da mamona proporcionam distri-buio razovel de matria-prima oleaginosa para a indstriaqumica nacional. Essa distribuio poder tornar-se melhorcom a expanso da produo de palma-de-leo no Pas.

    Matrias-primas sacardeas

    A qumica renovvel brasileira dispe tambm de umaoferta nacional importante de matrias-primas sacardeas.De um modo geral, as matrias-primas sacardeas fornecema sacarose, dissacardeo formado por glicose e frutose, paraa obteno do etanol, a partir do qual pode-se obter steres,teres, monmeros para a formulao de polmeros verdese de resinas; pode-se obter tambm outros compostos a partir

    da sacarose, como cidos orgnicos. Convencionou-se chamarde sucroqumicaao uso da sacarose pela indstria qumica, ealcoolqumicaao uso do etanol como molcula precursora degrande nmero de compostos qumicos de largo uso na inds-tria qumica.

    A principal das matrias-primas sacardeas na atualida-de a cana-de-acar, devido a sua larga utilizao na pro-

    duo de etanol, acar (sacarose) e eletricidade. A produodomstica desta matria-prima expandiu substancialmente noperodo 1991-2011 - taxa de crescimento anual mdia de 5,4%- aumentando de 261 milhes de toneladas para 734 milhes.Geograficamente, a produo tem como principal origem aregio Sudeste. So Paulo e Minas Gerais so, na atualidade,os maiores produtores. O primeiro registrou uma produo

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    42/198

    27Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    mdia de 421 milhes de toneladas no trinio 2009-2011 e osegundo 62 milhes (Tabela 6).

    A regio Centro-Oeste tambm ocupa uma posio dedestaque em termos de produo de cana-de-acar. Gois eMato Grosso do Sul despontam entre as demais Unidades daFederao por apresentar as taxas de crescimento de produomais elevadas. Como resultado deste desempenho, Gois pro-duziu um volume mdio de 49 milhes de toneladas durante operodo 2009-2011 e Mato Grosso do Sul 32 milhes.

    As regies Nordeste e Sul figuram em terceiro e quartolugar no ranking nacional de produo de cana-de-acar.Pernambuco e Alagoas so os Estados que mais contribuempara a produo nordestina e Paran o principal produtor naregio Sul (Tabela 6).

    Alm da cana-de-acar, a qumica renovvel brasileiradispe tambm de outra matria-prima importante, o sorgo sa-

    carino. Sua produo est apenas se iniciando no Pas; contudo,apresenta um grande potencial de uso em diversos segmentosda indstria. Atualmente, o segmento preferencial refere-se aocultivo de sorgo em usinas de grande porte para fornecer ma-tria-prima na entressafra de cana para a produo de etanol.

    Segundo May e Dures (2012), o sorgo sacarino a plantaque mais se adapta ao setor sucroalcooleiro, principalmente

    quando cultivado no vero, visando fornecer matria-primade qualidade para abastecer o mercado na entressafra da cana--de-acar, de forma a reduzir a instabilidade do mercado deetanol no Brasil. Na regio Centro-Sul, a colheita da cana vaide abril a dezembro. O sorgo, plantado de setembro a novem-bro, colhido entre janeiro a maro, poca de entressafra dacana. Uma caracterstica adicional do sorgo que por ser uma

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    43/198

    28 Biomassa para Qumica Verde

    Tabela6.Pro

    duo

    brasileira

    decana-

    de-acarpor

    Unidade

    daFederao;mdiadotrinio(toneladas

    ).

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1997-99

    2000-02

    2003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Brasi

    l

    258.9

    64.4

    92

    304.302.438

    33

    6.905.126

    344.934.450

    411

    .391.5

    46

    557.472.717

    714.358.666

    Ron

    dnia

    22.0

    21

    18.7

    18

    21.9

    40

    17.8

    79

    4.562

    116.537

    23

    5.260

    Acre

    15.9

    84

    3.239

    5.922

    9.389

    2.359

    41.6

    65

    10

    8.315

    Amazonas

    60.8

    10

    54.9

    48

    113.975

    233.648

    267.7

    14

    353.044

    33

    7.377

    Roraima

    698

    634

    999

    1.228

    1.319

    1

    .405

    Par

    409.360

    415.793

    393.594

    425.105

    459.0

    52

    623.607

    69

    4.245

    Amap

    173

    703

    1.740

    1.740

    1.985

    2.612

    2

    .990

    Tocantins

    161.615

    176.343

    120.714

    172.499

    159.5

    95

    262.694

    1.181.4

    87

    Maran

    ho

    1.854.327

    1.295.193

    1

    .131.2

    14

    1.095.941

    1.774.641

    2.584.196

    2.891.4

    81

    Piau

    1.077.863

    759.737

    476.695

    399.695

    549.2

    08

    732.758

    87

    3.401

    Cear

    2.429.095

    1.701.343

    1

    .680.1

    78

    1.729.991

    1.764.041

    2.046.353

    2.279.9

    31

    RioGran

    de

    doNorte

    2.352.503

    2.370.812

    1

    .973.8

    59

    2.324.195

    3.232.287

    3.777.703

    3.934.6

    20

    Para

    ba

    5.955.979

    5.018.900

    3

    .707.9

    59

    4.622.380

    5.804.728

    6.192.811

    6.122.0

    35

    Pernam

    buco

    21.0

    17.2

    45

    19.5

    69.2

    28

    17.546.657

    16.2

    56.5

    39

    18.2

    17.4

    51

    19.1

    97.4

    86

    19.4

    93.8

    64

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    44/198

    29Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1997-99

    2000-02

    2003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Alagoas

    19.2

    68.2

    24

    21.3

    55.8

    78

    26.744.882

    27.2

    20.5

    14

    25.7

    42.8

    38

    25.9

    03.3

    90

    26.8

    04.5

    26

    Sergipe

    1.708.846

    1.314.600

    1

    .356.3

    83

    1.282.030

    1.641.065

    2.252.181

    2.979.3

    36

    Bahia

    3.356.668

    3.869.125

    4

    .734.1

    26

    4.561.143

    5.096.138

    6.039.626

    5.830.4

    39

    MinasGerais

    16.8

    93.4

    76

    15.4

    23.2

    98

    16.912.268

    18.6

    37.2

    47

    23.5

    01.7

    87

    39.6

    22.8

    55

    62.2

    39.8

    30

    EspritoSanto

    1.783.783

    2.195.173

    2

    .407.3

    02

    2.617.831

    4.035.435

    4.606.400

    5.082.2

    48

    RiodeJaneiro

    7.367.398

    7.247.292

    7

    .455.8

    56

    6.464.128

    7.814.260

    6.461.128

    6.004.6

    31

    SoPau

    lo

    1

    43.4

    49.0

    00

    180.460.00019

    6.984.000

    200.226.498

    240

    .772.8

    35

    334.818.743

    420.796.014

    Paran

    13.1

    60.8

    89

    19.9

    47.9

    46

    26.104.063

    26.2

    32.9

    55

    31.4

    28.5

    45

    43.6

    83.0

    37

    49.0

    33.6

    20

    SantaCatarina

    818.084

    513.788

    467.770

    600.143

    6

    18.1

    18

    717.233

    55

    1.246

    RioGran

    de

    doSul

    971.665

    902.639

    930.974

    1.025.960

    1.023.600

    1.341.592

    1.381.3

    78

    MatoGrosso

    doSul

    4.020.870

    4.775.240

    6

    .245.6

    40

    7.323.201

    9.372.319

    16.4

    04.5

    22

    31.6

    33.5

    85

    MatoGrosso

    3.688.416

    6.879.057

    10.049.355

    10.7

    42.8

    83

    13.8

    51.2

    82

    14.8

    01.1

    09

    14.9

    41.7

    70

    Gois

    7.118.286

    8.013.871

    9

    .319.7

    92

    10.6

    96.8

    65

    14.1

    83.5

    99

    24.8

    49.8

    69

    48.8

    56.6

    11

    DistritoFederal

    1.447

    9.572

    17.8

    47

    13.0

    48

    20.8

    75

    38.2

    51

    67.022

    Fonte:INSTITUTOBRASILEIRODEGEOGRAFIAEESTATST

    ICA(2013).

    ContinuaodaTabela6.

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    45/198

    30 Biomassa para Qumica Verde

    planta de ciclo curto (110a 120 dias), propagada por semen-tes, totalmente mecanizvel e possvel de ser processado com

    a mesma tecnologia industrial desenvolvida para a cana.A cultura do sorgo sacarino ainda est em desenvolvi-

    mento; portanto, no dispe de srie histrica oficial. Esti-mativas recentes indicam que a rea plantada partiu de poucomais de 3.000 hectares na safra 2010/2011 para mais de 20.000hectares na de 2011/2012. Considerando esta rea de 20.000ha, com uma produtividade potencial de 2.000 L de etanol e

    uma produo de 40 toneladas de colmos por hectare, espera--se um potencial de negcios equivalente a 40 milhes de L deetanol. Ainda uma oferta tmida do produto perante o tama-nho do mercado de etanol no Brasil, mas com a melhoria nomanejo da cultura e a introduo de novas cultivares de maiorpotencial de produo, esses valores podem at duplicar porrea cultivada.

    O interesse pela cultura do sorgo sacarino est funda-mentalmente relacionado ao setor sucroalcooleiro, abrangen-do usinas de grande porte presentes, principalmente, no Cen-tro-Oeste e no Sudeste do Brasil como negcio preferencial.Entretanto, apresenta potencial de expanso em mini usinasno Rio Grande do Sul, por meio da agricultura familiar.

    Matrias-primas amilceas

    Um terceiro grupo de matrias-primas brasileiras que,juntamente com as anteriores, amplia a gama de fontes de bio-massa disponveis para a indstria qumica nacional, compre-ende as amilceas, ou seja, granferas, razes e tubrculos. Elasproduzem o amido, que um polmero cujo monmero a

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    46/198

    31Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    glicose, que utilizado, principalmente, na produo de eta-nol, o qual pode ser utilizado como um biocombustvel, para

    fins alimentcios e farmacuticos, alm de servir como umbloco-construtor para a alcoolqumica.

    As matrias-primas amilceas mais abundantes no Passo o arroz, o milho e o sorgo granfero. A produo domsticade arroz cresceu substancialmente no perodo 1991-2011 (1,5%ao ano em termos mdios anuais), alcanando uma mdia de12,4 milhes de toneladas no trinio 2009-2011 (Tabela 7).

    Em termos de distribuio geogrfica, a produo encon-tra-se concentrada na regio Sul onde esto localizados os doismaiores estados produtores do Pas, Rio Grande do Sul e SantaCatarina. Juntos, estes estados responderam por 72% da pro-duo mdia observada no perodo 2009-2011. Como ilustraa Tabela 7, a quantidade mdia produzida pelo Rio Grande doSul naquele perodo foi de aproximadamente 8 milhes de to-

    neladas, enquanto que a registrada por Santa Catarina, segun-do maior produtor, foi de 1 milho. Todas as demais Unidadesda Federao produzem arroz; porm, os volumes produzidosso em geral relativamente baixos, com exceo de Mato Gros-so e Maranho. Estes estados contriburam para a produomdia nacional do perodo 2009-2011 com 712 mil toneladase 636 mil, respectivamente.

    Em comparao ao arroz, a produo brasileira de milhoexpandiu de forma mais acentuada entre 1991 e 2011, isso de-vido ao seu crescente uso em diferentes segmentos da econo-mia, particularmente no setor de raes para animais. Espe-cificamente, durante aquele perodo a quantidade produzidacresceu a uma taxa mdia anual de 3,8%, aumentando de 24milhes de toneladas para 56 milhes.

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    47/198

    32 Biomassa para Qumica Verde

    Tabela7.Pro

    duo

    brasileira

    dearrozporUnidade

    daFederao;mdiadotrinio,(

    toneladas

    ).

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1997-99

    2000-02

    2003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Brasi

    l

    9.867.203

    10.1

    39.7

    27

    9

    .259.1

    50

    10.5

    88.2

    53

    12.2

    68.1

    58

    11.5

    49.6

    30

    12.4

    54.7

    08

    Ron

    dnia

    180.370

    216.377

    136.670

    127.499

    1

    71.9

    61

    143.919

    16

    4.269

    Acre

    48.2

    41

    40.8

    46

    25.0

    12

    33.6

    29

    34.2

    97

    29.7

    19

    23.571

    Amazonas

    3.404

    5.304

    23.4

    44

    34.9

    66

    21.3

    34

    14.6

    73

    9

    .927

    Roraima

    23.0

    65

    38.7

    07

    43.0

    04

    62.8

    00

    1

    24.5

    84

    114.350

    92.575

    Par

    221.341

    325.652

    380.386

    401.236

    6

    17.7

    51

    353.128

    25

    8.785

    Tocantins

    326.343

    357.257

    332.293

    354.254

    4

    21.8

    34

    349.589

    43

    0.383

    Maran

    ho

    667.799

    847.402

    528.755

    659.933

    6

    98.6

    09

    690.930

    63

    5.694

    Piau

    231.455

    327.381

    151.526

    166.692

    1

    97.7

    65

    186.878

    19

    9.077

    Cear

    131.871

    170.129

    118.619

    94.0

    15

    92.3

    19

    89.8

    53

    83.572

    RioGran

    de

    doNorte

    3.452

    4.144

    809

    3.724

    6.047

    4.674

    6

    .256

    Para

    ba

    17.8

    74

    18.8

    91

    7.389

    7.724

    9.613

    7.984

    4.4

    18

    Pernam

    buco

    22.2

    39

    22.0

    56

    15.7

    83

    17.3

    26

    38.6

    32

    22.6

    61

    17.288

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    48/198

    33Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1997-99

    2000-02

    2003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Alagoas

    28.1

    50

    17.5

    79

    31.6

    45

    33.2

    17

    11.7

    16

    12.9

    02

    17.616

    Sergipe

    24.5

    89

    16.9

    57

    32.7

    41

    35.3

    22

    37.2

    44

    54.7

    00

    41.580

    Bahia

    94.1

    00

    79.5

    02

    86.4

    03

    57.8

    59

    62.3

    38

    30.3

    01

    42.022

    MinasGerais

    735.910

    526.752

    333.533

    217.369

    2

    17.5

    97

    166.691

    10

    8.893

    EspritoSanto

    89.7

    60

    58.1

    90

    24.2

    97

    14.8

    59

    10.4

    70

    7.805

    3

    .642

    RiodeJaneiro

    65.5

    71

    44.9

    92

    17.0

    61

    11.1

    30

    9.846

    8.318

    7

    .542

    SoPau

    lo

    327.784

    249.820

    143.900

    109.530

    1

    00.6

    20

    84.1

    69

    81.239

    Paran

    199.771

    210.012

    177.688

    181.414

    1

    70.9

    11

    173.359

    17

    5.406

    SantaCatarina

    628.180

    635.478

    656.710

    871.521

    1.033.921

    1.042.702

    1.018.7

    66

    RioGran

    de

    doSul

    4.448.158

    4.541.799

    4

    .435.1

    44

    5.241.216

    5.712.860

    6.820.272

    7.931.1

    32

    MatoGrosso

    doSul

    214.703

    239.603

    224.507

    220.148

    234.8

    65

    194.691

    16

    0.575

    MatoGrosso

    634.720

    765.520

    1

    .066.2

    48

    1.394.891

    1.897.784

    703.502

    711.508

    Gois

    500.030

    376.986

    263.201

    233.427

    329.4

    24

    239.096

    225.067

    Fonte:INSTITUTOBRASILEI

    RODEGEOGRAFIAEESTATST

    ICA(2013).

    ContinuaodaTabela7.

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    49/198

    34 Biomassa para Qumica Verde

    Tabela8.Pro

    duo

    brasileira

    demilhoporUnidade

    daFederao;mdiadotri

    nio,(

    toneladas

    ).

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1

    997-99

    2000-02

    2003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Brasi

    l

    2

    8.062.033

    32.8

    02.4

    56

    31

    .596.4

    25

    36.7

    41.4

    36

    41.7

    42.7

    31

    51.2

    35.7

    47

    53.9

    14.8

    36

    Ron

    dnia

    263.400

    308.859

    197.233

    175.412

    227.5

    81

    273.319

    358.281

    Acre

    62.3

    37

    47.7

    55

    33.7

    72

    48.4

    82

    6

    0.059

    58.1

    54

    73.404

    Amazonas

    7.432

    9.522

    14.4

    30

    15.8

    64

    2

    7.345

    31.8

    52

    33.359

    Roraima

    3.310

    12.4

    75

    16.2

    47

    18.0

    77

    2

    5.480

    16.5

    33

    12.467

    Par

    249.200

    380.587

    538.676

    477.582

    551.2

    75

    587.008

    537.497

    Amap

    194

    467

    662

    1.263

    1.105

    1.922

    2.8

    50

    Tocantins

    85.7

    80

    91.9

    64

    96.9

    19

    123.115

    146.8

    34

    176.670

    281.713

    Maran

    ho

    275.874

    311.953

    188.280

    323.273

    397.7

    73

    457.591

    568.747

    Piau

    165.373

    323.555

    133.989

    152.189

    184.7

    80

    240.675

    505.462

    Cear

    192.260

    446.880

    269.557

    499.219

    468.9

    56

    623.485

    543.068

    RioGran

    de

    doNorte

    33.5

    83

    82.2

    51

    20.0

    90

    44.6

    67

    5

    1.085

    44.5

    36

    32

    .836

    Para

    ba

    76.0

    51

    165.699

    51.1

    94

    74.9

    45

    8

    6.055

    116.583

    58

    .391

    Pernam

    buco

    71.6

    95

    233.375

    78.9

    31

    82.3

    06

    8

    7.718

    165.994

    128.934

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    50/198

    35Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1

    997-99

    2000-02

    2003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Alagoas

    15.2

    07

    43.0

    11

    30.8

    03

    36.9

    13

    2

    5.386

    41.6

    52

    33.085

    Sergipe

    23.1

    97

    85.5

    10

    94.5

    79

    57.3

    46

    142.8

    30

    335.608

    644.829

    Bahia

    471.573

    708.891

    865.115

    1.054.721

    1.481.281

    1.548.032

    2.144.2

    15

    MinasGerais

    3.758.777

    3.585.604

    3.8

    45.2

    06

    4.353.935

    5.840.721

    5.943.126

    6.387.5

    58

    EspritoSanto

    294.016

    162.197

    137.195

    121.722

    128.0

    26

    88.2

    86

    81.533

    RiodeJaneiro

    56.9

    14

    41.0

    78

    35.5

    25

    27.3

    72

    2

    4.911

    22.7

    17

    18

    .326

    SoPau

    lo

    3.943.367

    3.639.527

    3.7

    92.4

    07

    3.734.560

    4.491.059

    4.416.710

    3.687.7

    05

    Paran

    6.760.644

    8.361.282

    8.1

    53.7

    80

    9.932.808

    11.2

    99.0

    17

    13.7

    03.8

    38

    12.4

    33.8

    40

    SantaCatarina

    2.673.296

    3.104.935

    2.6

    75.6

    47

    3.483.389

    3.421.305

    3.589.573

    3.516.7

    09

    RioGran

    de

    doSul

    4.061.789

    4.571.811

    3.8

    91.1

    77

    4.657.193

    3.429.342

    5.243.049

    5.197.7

    32

    MatoGrosso

    doSul

    903.061

    1.333.418

    1.8

    50.2

    82

    1.545.674

    2.245.849

    2.996.789

    3.197.6

    22

    MatoGrosso

    780.592

    1.301.455

    1.1

    96.0

    68

    1.828.028

    3.361.682

    6.052.639

    8.036.7

    33

    Gois

    2.753.842

    3.352.092

    3.2

    63.1

    44

    3.735.465

    3.337.151

    4.184.778

    5.133.5

    73

    DistritoFederal

    80.3

    72

    96.3

    04

    125.520

    135.916

    198.1

    26

    274.627

    264.368

    Fonte:INSTITUTOBRASILEI

    RODEGEOGRAFIAEESTATST

    ICA(2013).

    ContinuaodaTabela8.

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    51/198

    36 Biomassa para Qumica Verde

    Da mesma forma que o arroz, o milho tambm produzidoem todas as Unidades da Federao. Historicamente, a sua produ-

    o tem sido maior na regio Sul e em seguida no Centro-Oeste(Tabela 8). Paran o principal Estado produtor de milho do Pas;entretanto, Rio Grande do Sul e Santa Catarina tambm se desta-cam como grandes fornecedores. No Centro-Oeste os principaisEstados produtores so Mato Grosso, Gois e Mato Grosso do Sul.

    O sorgo granfero se destaca devido ao rpido crescimen-to que vem experimentando no Pas, especialmente a partir de

    2003. Sua produo aumentou de 236 mil toneladas em 1990para 787 mil em 2003 e, posteriormente, registrou quantidadessuperiores a 1,4 milho de toneladas em todos os outros anos.Tal expanso ocorreu, principalmente, em Gois, Mato Grosso,Mato Grosso do Sul e Minas Gerais (Tabela 9) como resultadodo seu cultivo aps a colheita da soja.

    Um fator importante com respeito disponibilidade das

    matrias-primas amilceas mencionadas acima que elas socultivadas em diferentes perodos, o que permite uma maioroferta ao longo do ano. O milho produzido em duas safras noMato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paran, Bahia, Minas Gerais,Esprito Santo e So Paulo. A primeira geralmente entre setem-bro e janeiro, e a segunda de janeiro a junho. O arroz cultivadonos principais Estados produtores de outubro a abril; e o sorgo,

    na maioria dos casos, plantado aps a colheita da soja, ou seja,em janeiro, e colhido em junho-julho.O grupo das matrias-primas amilceas, formado por

    razes e tubrculos inclui, principalmente, a mandioca. Amandioca um dos principais alimentos energticos para umgrande nmero de pessoas no mundo. Alm disso, ele servepara a alimentao animal.

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    52/198

    37Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    Tabela9.Pro

    duo

    brasileira

    desorgogranferopor

    Unidade

    daFederao;md

    iadotrinio,(

    toneladas

    ).

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1997-99

    2000-02

    2003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Brasi

    l

    273.953

    316.436

    562.017

    831.323

    1

    .828.8

    77

    1.683.225

    1.772.3

    78

    Tocantins

    1.138

    10.1

    73

    31.0

    72

    39.260

    Cear

    442

    512

    433

    6.466

    14.5

    98

    13.2

    36

    5

    .836

    RioGran

    de

    doNorte

    5.119

    4.027

    211

    24.9

    32

    16.4

    95

    11.894

    Pernam

    buco

    516

    189

    370

    6.269

    10.6

    56

    3

    .085

    Bahia

    29.9

    79

    16.3

    53

    18.3

    01

    30.9

    19

    95.7

    15

    86.6

    06

    11

    9.582

    MinasGerais

    12.9

    97

    43.1

    58

    80.5

    47

    63.6

    97

    243.242

    186.323

    31

    5.211

    SoPau

    lo

    89.9

    60

    65.3

    25

    88.6

    70

    79.4

    93

    234.440

    183.998

    82.023

    Paran

    2.254

    535

    1.423

    12.2

    31

    25.0

    61

    10.5

    48

    RioGran

    de

    doSul

    86.4

    19

    55.1

    35

    59.4

    39

    101.150

    44.0

    65

    56.3

    68

    47.477

    MatoGrosso

    doSul

    1.904

    4.733

    50.2

    77

    105.786

    197.249

    179.646

    16

    4.205

    MatoGrosso

    27.8

    35

    50.1

    25

    80.8

    28

    164.070

    290.358

    257.531

    21

    0.519

    Gois

    15.9

    92

    75.4

    95

    179.965

    259.466

    630.111

    628.937

    72

    7.845

    DistritoFederal

    698

    336

    1.530

    6.522

    12.2

    50

    20.9

    98

    36.268

    Fonte:INSTITUTOBRASILEI

    RODEGEOGRAFIAEESTATST

    ICA(2013).

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    53/198

    38 Biomassa para Qumica Verde

    Tabela10.Pro

    duo

    brasi

    leira

    deman

    diocaporUnidade

    daFederao;mdiad

    otrinio,(

    toneladas

    ).

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1997-99

    2000-02

    2003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Brasi

    l

    22.7

    70.5

    98

    22.5

    43.4

    69

    20.087.754

    22.9

    24.2

    58

    23.9

    19.8

    83

    26.6

    27.7

    51

    24.9

    06.7

    07

    Ron

    dnia

    543.299

    502.067

    192.261

    280.521

    446.4

    48

    507.669

    50

    6.154

    Acre

    417.613

    330.151

    236.861

    345.601

    483.7

    61

    600.069

    78

    3.388

    Amazonas

    380.471

    568.630

    896.147

    952.918

    810.7

    89

    862.684

    91

    3.478

    Roraima

    44.3

    41

    41.0

    81

    56.5

    33

    7

    6.260

    77.1

    80

    77.167

    Par

    2.979.048

    3.716.485

    3

    .822.6

    99

    4.067.574

    4.570.724

    5.031.493

    4.597.4

    61

    Amap

    19.0

    86

    26.1

    18

    35.6

    60

    62.4

    93

    7

    2.643

    91.4

    86

    13

    0.681

    Tocantins

    131.306

    134.297

    181.762

    182.005

    331.4

    24

    338.503

    33

    3.426

    Maran

    ho

    1.855.612

    1.751.188

    772.137

    1.037.117

    1.370.389

    1.738.683

    1.512.4

    26

    Piau

    1.220.568

    814.392

    316.739

    395.534

    390.0

    23

    508.729

    53

    5.601

    Cear

    860.876

    681.223

    443.736

    753.093

    779.4

    94

    845.192

    71

    4.632

    RioGran

    de

    doNorte

    378.873

    461.355

    369.528

    355.300

    560.8

    74

    553.582

    41

    1.318

    Para

    ba

    369.612

    355.476

    214.492

    229.729

    261.1

    69

    285.302

    23

    7.025

    Pernam

    buco

    970.716

    758.543

    496.476

    424.080

    527.5

    35

    644.858

    63

    9.859

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    54/198

    39Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    Estados

    1991-93

    1994-96

    1997-99

    2000-02

    2003-05

    2006-08

    20

    09-11

    Alagoas

    202.437

    394.451

    350.924

    359.080

    240.0

    75

    244.163

    30

    8.522

    Sergipe

    536.162

    615.621

    512.711

    453.205

    457.2

    89

    499.464

    48

    6.906

    Bahia

    3.661.341

    2.997.030

    3

    .027.9

    72

    3.933.711

    4.223.243

    4.411.570

    3.204.8

    69

    MinasGerais

    989.205

    849.293

    871.457

    861.588

    886.5

    21

    900.265

    82

    5.091

    EspritoSanto

    302.673

    330.936

    241.819

    252.793

    279.3

    17

    302.041

    22

    9.314

    RiodeJaneiro

    194.189

    220.354

    205.255

    183.834

    169.1

    65

    137.657

    18

    8.795

    SoPau

    lo

    589.520

    723.565

    616.587

    872.756

    1.031.837

    1.056.994

    1.157.4

    82

    Paran

    2.502.207

    3.036.959

    3

    .211.3

    46

    3.616.222

    2.876.645

    3.510.436

    3.948.9

    68

    SantaCatarina

    1.045.115

    759.181

    603.596

    661.314

    573.6

    42

    609.132

    53

    3.025

    RioGran

    de

    doSul

    1.560.763

    1.416.759

    1

    .336.1

    72

    1.278.447

    1.226.423

    1.336.248

    1.286.8

    28

    MatoGrosso

    doSul

    382.529

    511.229

    562.018

    647.856

    505.0

    79

    516.294

    54

    4.200

    MatoGrosso

    410.760

    269.946

    275.171

    398.876

    468.1

    42

    555.737

    45

    9.378

    Gois

    233.302

    267.624

    245.512

    251.791

    289.0

    09

    447.851

    32

    8.972

    DistritoFederal

    7.984

    6.258

    7.636

    10.2

    89

    1

    1.964

    14.4

    68

    11.742

    Fonte:INSTITUTOBRASILEI

    RODEGEOGRAFIAEESTATST

    ICA(2013).

    ContinuaodaTabela10.

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    55/198

    40 Biomassa para Qumica Verde

    Como mostra a Tabela 10, a produo brasileira de man-dioca cresceu moderadamente durante o perodo 1991-2011.

    Concretamente, a quantidade mdia observada nos trinios1991-1993 e 2009-2011 aumentou de 23 milhes de toneladaspara 25 milhes. Todas as Unidades da Federao a produzeme, com exceo da regio Centro-Oeste, todas as demais re-gies possuem pelo menos um Estado que figura na lista dosseis principais produtores nacionais de mandioca. Esta listacompreende o Estado do Par, maior produtor do Pas, Para-

    n, Bahia, Maranho, Rio Grande do Sul e So Paulo.Em relao disponibilidade da mandioca ao longo do

    ano, o calendrio agrcola indica um bom suprimento duran-te vrios meses do ano. A mandioca colhida nos diferentesmeses do ano, porm apresenta uma maior disponibilidade deoferta entre janeiro e junho devido a intensificao da colheitadurante este perodo.

    Matrias-primas lignocelulsicas

    A perspectiva de esgotamento do petrleo, a elevao doseu preo e as mudanas climticas tm motivado uma corridados pases para a produo de energia a partir de fontes re-novveis. Atualmente vrios pases, como o Brasil, dominam

    e utilizam as tecnologias de produo de biocombustveis deprimeira gerao, por exemplo, o etanol produzido a partir dacana-de-acar. Paralelamente ao uso dos biocombustveis deprimeira gerao, os governos e a iniciativa privada vm reali-zando importantes esforos para desenvolver e aplicar tecno-logias voltadas para a produo de combustveis de segundagerao, ou seja, aqueles obtidos por novas rotas tecnolgicas

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    56/198

    41Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    que utilizam como matria-prima a biomassa lignocelulsi-ca, especialmente a celulose; o mesmo tambm se d para a

    utilizao da hemicelulose e da lignina na obteno de com-postos qumicos renovveis, como bloco-construtores e inter-medirios de sntese, que possam substituir os petroqumicos.O Brasil, com sua grande biodiversidade, possui uma ampla

    variedade de matrias-primas lignocelulsicas que, juntamen-te com a capacidade de pesquisa e desenvolvimento do Pas,pode torn-lo um dos principais produtores de biocombust-

    vel de segunda gerao.A biomassa lignocelulsica pode ser obtida de diferen-

    tes matrias-primas tais como: madeira (florestas, bosques,cavacos desclassificados de eucalipto e pinus, serragem, etc.);resduos agrcolas de cereais (casca de arroz, sabugo do milho,palha do trigo), bagao de cana-de-acar e de sorgo sacarino;resduos da indstria de papel e celulose; e resduos munici-

    pais. Tendo em vista a natureza desses materiais e o recentedesenvolvimento de atividades de pesquisa na rea de bio-combustveis de segunda gerao, as estatsticas sobre a suadisponibilidade escassa. Entretanto, existem algumas infor-maes disponveis que proporcionam uma primeira quanti-ficao, embora distante do que se percebe existir.

    Por exemplo, Dos Santos et al. (2011) estimam que no

    Brasil a quantidade de resduos lignocelulsicos gerada anual-mente de aproximadamente 350 milhes de toneladas. Con-siderando que uma das principais fontes de materiais lignoce-lulsicos o setor sucroalcoleiro e, adotando o teor de celulose,hemicelulose e lignina no bagao como parmetro de compa-rao - 47% m/m de celulose, 27,5% m/m de hemicelulose e20,3-26,3% m/m de lignina - chega-se a quantidade potencial

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    57/198

    42 Biomassa para Qumica Verde

    respectivamente de 164,5, 96,25 e 71,05 milhes de toneladasdestes componentes que podem ser obtidas a partir de resduos

    lignocelulsicos no Brasil. claro que aqui no so conside-rados outros tipos de resduos agroindustriais, o que pode au-mentar em muito esta previso, como se v mais a frente.

    Outras informaes que contribuem para uma primeiracompreenso sobre o potencial de matria-prima lignocelul-sica existente no Brasil so: a quantidade produzida pelo Pasde produtos agrcolas que como a cana-de-acar, arroz, sorgo

    sacarino e vrios outros, produzem materiais/resduos ligno-celulsicos; e a rea plantada com pinus e eucalipto.

    Tabela 11. Brasil: rea plantada com eucalipto e pinus por Unidade daFederao; valores acumulados em 31/12/2010 mil hectares.

    Estados Eucalipto Pinus Total

    Amap 12 0 12

    Para 49 0 49Bahia 439 83 522

    Maranho 67 0 67

    Piau 30 0 30

    Esprito Santo 136 0 136

    Minas Gerais 200 3 203

    Rio de Janeiro 2 0 2

    So Paulo 371 34 405

    Paran 112 148 260Rio Grande do Sul 189 11 200

    Santa Catarina 17 125 142

    Mato Grosso 1 0 1

    Mato Grosso do Sul 158 0 158

    Total 1.783 404 2.187

    Fonte: ASSOCIAO BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL (2013).

  • 7/21/2019 EMBRAPA livro_biomassa.pdf

    58/198

    43Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    Em relao rea plantada com pinus e eucalipto a Tabela11 indica que em 31 de dezembro de 2010 a superfcie cultivada

    com esses dois tipos de florestas totalizava, em termos acumu-lados, 2,2 milhes de hectares, sendo 1,8 milho com eucalip-to e 404 mil com pinus. A maior disponibilidade de madeiraproveniente dessas florestas naquele ano correspondia regioSudeste e em seguida ao Nordeste e Sul. A Bahia se destaca en-tre todos os estados por apresentar naquele ano a maior exten-so de rea plantada com eucalipto e pinus no Pas. So Paulo,

    Paran e Rio Grande do Sul tambm plantaram grandes reascom essas florestas. A extenso dessas reas e a sua distribuiogeogrfica oferecem uma aproximao grosseira da oferta dematria-prima lignocelulsica proporcionada pelas plantaesde pinus e eucalipto no Pas naquele ano.

    Consideraes finais

    A demanda global por terras produtivas dever aumen-tar. Primeiro, pode-se esperar um aumento da demanda poralimentos e para produtos de origem animal na dieta, comoconseqncia do aumento da populao e de crescimento darenda. Segundo, analistas de energia afirmam que o uso dabiomassa para fins energticos pode aumentar substancial-

    mente, como um resultado de polticas para reduzir as emis-ses crescentes de CO2. Terceiro, uma maior demanda por

    fibras naturais tambm pode ser esperada. A crescente com-petio por terras e insumos modernos para a produo dealimentos, bioenergia e bioprodutos uma questo mundial.Pde-se observar neste captulo que o Brasil tem potencialpara se tornar um dos lderes mundiais na economia baseada

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    44 Biomassa para Qumica Verde

    na biomassa, ou bioeconomia, devido a sua variada e grandeproduo agrcola.

    Os estudos relacionados aos biocombustveis lquidosavaliam a demanda e a capacidade de atendimento da mes-ma, em toda a cadeia produtiva aqui faz-se uma analogia scadeias do petrleo, onde os combustveis, por serem de lar-go uso e baixo valor, promovem em um primeiro momento a

    viabilidade econmica para a produo dos petroqumicos, demaior valor agregado. Cenrios internacionais diferenciados

    de oferta e demanda de matrias-primas, recursos naturais etecnologias, demonstram forte tendncia para a expanso deproduo e uso de biocombustveis e bioprodutos da biomas-sa, com vantagens comparativas para as regies tropicais, oque produz significantes avanos na gerao de tecnologia. Acompetitividade deve se dar atravs da melhoria da produtivi-dade de matrias-primas utilizando-se mtodos biotecnolgi-

    cos, uso racional de gua, fertilizantes e protetivos sanitrios,de modo a promover o melhor aproveitamento de todo o po-tencial da biomassa. Pode-se observar, contudo, uma eviden-te preocupao objetiva ou difusa, quanto aos usos diretose indiretos da terra, competio entre alimentos e matrias--primas agroindustriais, balanos de massa e de energia, e oaumento da produtividade com sustentabilidade.

    Os avanos da cana-de-acar em regies distintas doterritrio nacional, e o amadurecimento das tecnologias agro-nmicas e industriais resultaram em um padro tcnico, eco-nmico, social e ambiental altamente competitivo para o setorsucroalcooleiro, que podem servir como um modelo para ouso da biomassa pela qumica. Nos ltimos 35-40 anos estesetor experimentou ganhos de produtividade e de viabilidade

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    45Oferta e Distribuio de Biomassa no Brasil

    tcnico-econmica, baseadas em ordenamento territorial, am-pliao e uso de novos conhecimentos e de gesto, com agrega-

    o de valor a produtos, resduos e coprodutos. Na atualidade,existe um portflio diversificado de produtos: acar, etanolde primeira gerao (1G), biofertilizante, biogs, bagao paracogerao (calor e eletricidade) e material lignocelulsicopara o etanol de segunda gerao (2G). Tem-se tambm o de-senvolvimento do potencial de agregao de valor s cadeiasagroindustriais, por meio de novos materiais, molculas e co-

    produtos, o que constitui uma matriz tecnolgica em francaevoluo. Isto implica em reconhecer que a aplicao do co-nhecimento tem natureza diferenciada de livre a protegida.E o domnio tecnolgico e os ativos negociveis passam a teralto valor de mercado, tornando-se moeda de troca tecno-lgica. Desse modo, oportuno considerar que a agriculturapoder, em um futuro prximo, tornar-se a principal fornece-

    dora de matrias-primas para a indstria qumica.

    Referncias bibliogrficas

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE CELULOSE E PAPEL. Re-latrio florestal 2010-2011. Disponvel em: . Acesso em: 14 fev. 2013.

    DOS SANTOS, M. F. R. F.; BORSCHIVER, S.; COUTO, M.A. P. G. Iniciativas para o uso da biomassa lignocelulsicaem biorrefinarias: a plataforma sucroqumica no mundoe no Brasil. Economia & Energia, Rio de Janeiro, AnoXV, n.o82, p. 14-32, 2011.

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    46 Biomassa para Qumica Verde

    INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATS-TICA. Produo agrcola municipal. Disponvel em: . Acesso em: 14fev. 2013.

    MAY, A.; DURES, F. O. M.Sorgo sacarino anova apostaparaproduo de lcool. Campo& Negcios, Uberln-dia, v. 9, n. 109, p. 64-65, 2012.

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    49Anlise Qumica da Biomassa

    Devido grande diversidade de biomassa disponvel, necessrio e essencial realizar estudos analticos para melhorcompreender a composio qumica da mesma, alm das suas

    propriedades fsico-qumicas. Esta etapa analtica primor-dial para que se possa escolher a biomassa adequada para umdeterminado processo e, como consequncia, obter o produ-to final desejado com rendimentos economicamente viveis(SLUITER et al., 2010). Um exemplo no caso da produo deetanol, onde necessrio que a biomassa tenha altos teores decarboidratos, pois os acares sero consumidos no processo

    de fermentao.Uma breve reviso de alguns processos de converso deveser aqui considerada. Para o processo de produo de biocom-bustveis a partir da pirlise, o bio-leo o produto formado demaior interesse, pois um lquido rico em hidrocarbonetos, compotencial de ser convertido a combustivel lquido e substituir odiesel e a gasolina (JARVIS et al., 2012). Neste caso, desejvel

    Anlise Qumica da Biomassa

    Patrcia Verardi AbdelnurClenilson Martins Rodrigues

    3

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    50 Biomassa para Qumica Verde

    que a biomassa tenha grande quantidade de compostos fenlicos(provenientes da lignina), uma vez que estes possuem maior po-

    der calorfico, sendo mais eficientes no processo de combusto.Para a produo de biodiesel, a composio qumica da

    biomassa influencia diretamente no produto gerado. O biodie-sel produzido principalmente pela transesterificao metlicados triacilglicerdeos (TAG), presentes na matria-prima (gor-dura animal ou leo vegetal). A distribuio de cidos graxosem TAG varia substancialmente de acordo com a matria-pri-

    ma utilizada, em termos do comprimento da cadeia e dos nveisde insaturao. Alteraes na composio da mistura resultantedos steres metlicos dos cidos graxos (FAME), produto finalde maior interesse, influencia nas propriedades fisico-qumicasdo biodiesel, podendo comprometer sua eficincia como com-bustvel, como por exemplo, nos parmetros de corrosividade,

    viscosidade e estabilidade (ABDELNUR et al., 2008).

    Com base nestas informaes fica claro que o entendimen-to da composio original da biomassa um fator chave em apli-caes industriais, uma vez que os rendimentos, a composio, aestrutura e outras propriedades dos produtos so influenciadaspelas propriedades da matria-prima (GMEZ et al.,2007).

    Na atualidade, diversos mtodos vm sendo utilizados paraa anlise composicional e a caracterizao de biomassa, desde os

    considerados tradicionais, baseados em anlises mais robustas,at aqueles que utilizam tcnicas avanadas. Neste contexto, di-versos mtodos e tcnicas empregados na anlise e caracterizaoda biomassa sero apresentados ao longo deste captulo.

    De modo a facilitar o entendimento do captulo, devemosconsiderar a seguinte nomenclatura utilizada na qumica ana-ltica (VAZ JNIOR; SOARES, 2012):

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    51Anlise Qumica da Biomassa

    A tcnica analticautiliza-se de um fenmeno fsicoou qumico para a identificao ou quantificao de

    um composto qumico de interesse (analito);

    O mtodo analtico aplica a tcnica analtica para adeterminao do composto em um meio especfico(matriz analtica);

    Oprocedimento um conjunto de detalhamentos tc-nicos para a aplicao de um mtodo analtico em

    uma amostra de interesse, considerando-se a amos-tragem, a eliminao de interferentes e a validaodos dados obtidos;

    Oprotocolo um conjunto de orientaes detalhan-do os procedimentos que devero ser seguidos paraque os resultados sejam aceitos por uma agncia ou

    rgo regulador, baseando-se em uma legislao ounorma existente.

    Cabe ressaltar que quanto ao uso, as anlises qumicasso empregadas para fins de identificao, quantificao oucaracterizao. A identificao tem por finalidade observar apresena do composto qumico em uma matriz (ex.: presena

    de furfural no meio aquoso de reao); a quantificao deter-mina a concentrao do composto presente (ex.: concentraode sacarose em caldo de cana-de-acar), enquanto que a ca-racterizao determina preferencialmente o comportamentodo composto frente a um fenmeno fsico ou qumico (ex.:bandas de absoro na regio do infravermelho mdio) (VAZJNIOR; SOARES, 2012).

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    52 Biomassa para Qumica Verde

    Como j comentado no primeiro captulo desta obra, aaplicao dos princpios da qumica verde de grande rele-

    vncia para uma qumica menos agressiva ao meio ambiente;nesse sentido, tais princpios devem ser observados no de-senvolvimento e no uso dos mtodos de anlise qumica dabiomassa.

    Tcnicas analticas tradicionais aplicadas biomassa ligno-celulsica

    A biomassa lignocelulsica composta majoritariamentepor celulose, hemicelulose e lignina e se destaca em termosde produo em relao s demais classes da biomassa vegetal oleaginosa, amilcea e sacardea, j que ela formada pe-los polmeros naturais constituintes da estrutura morfolgicados vegetais. No entanto, existem outros compostos presentes

    em menor quantidade, os quais podem ser classificados comocinzas, extrativos, entre outros (Figura 1).

    33%

    28%

    24%

    15%

    celulose

    hemicelulose

    lignina

    outros

    Figura 1.Composio mssica (% m/m) da biomassa lignocelulsica. Fon-te: adaptado deHon e Shiroshi (2001).

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    53Anlise Qumica da Biomassa

    Com base na Figura 1, considera-se, de forma geral, queos compostos qumicos presentes em maior quantidade na

    biomassa so os polmeros derivados de carboidratos (ce-lulose e hemicelulose) e lignina. A celulose um polmerocomposto por unidades monomricas de acares de seiscarbonos (hexoses); a hemicelulose um polmero ramifica-do constitudo de acares de cinco carbonos (pentose) e deseis carbonos (glicose). A lignina pode ser descrita como umpolmero fenlico complexo.

    Apesar da presena e quantidade destes acares variaremde acordo com a biomassa analisada, o acar mais abundantenos diferentes tipos de material a glicose, seguida pela xilose(ALMEIDA et al., 2011). Por exemplo, no bagao de cana-de--acar glicose