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newsletter Nº1
Janeiro 2015
Segurança Energética: um imperativo estratégico entre EUA, Portugal e a Lusofonia
Prof. Vasco Rato, Presidente da FLAD
Ocean Oil Companies: uma agenda industrial luso-americana
Dr. Ruben Eiras, Diretor do Programa Segurança Energética FLAD
Sentença histórica condena o Kremlin por violação do Tratado da Carta da Energia
Dr. Agostinho Pereira de Miranda, Advogado. Docente Universitário. Perito do Secretariado
da Carta da Energia.
Segurança Energética Sustentável: o papel estratégico da eficiência e das renováveis
Eng. Ricardo Leite, Energy Systems Researcher do Programa Segurança Energética FLAD
NAFTA - uma futura ‘superpotência’ energética?
Eng. Pedro Louro, Oil & Gas Researcher do Programa FLAD Segurança Energética
Convidado
Energia e Parceria Atla ntica: Dilemas e Oportunidades
Dr. Carlos Costa Pina, Administrador da Galp Energia
Em parceria com
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O que é Segurança Energética?
A Agência Internacional de Energia (AIE) define a
segurança energética como «uma disponibilidade
física ininterrupta por um preço que é acessível,
respeitando as preocupações ambientais»
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Daqui por uma década, EUA e CPLP fornecerão 36377 milhões de barris diários, o equivalente a 30% do petróleo e gás do globo
A CPLP manter-se-á o 4º maior ‘produtor’ do mundo, ombreando com a Arábia Saudita (9549 bbl/d vs 10602 bbl/d)
Em 2025, os EUA serão o 1º produtor e o Brasil o 5º maior do mundo, atrás da Rússia, Arábia Saudita e Irão
Moçambique afirmar-se-á como o maior produtor de gás natural da África subsaariana
Angola consolida estatuto de potência energética da África Ocidental
EM FOCO
EUA e CPLP irão produzir 30% do petróleo e gás mundial em 2025
Com o apoio da
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Prof. Vasco Rato
Presidente da FLAD
Segurança Energética: um imperativo estraté-
gico entre EUA, Portugal e a Lusofonia
A energia é um dos principais motores de desenvolvimen-
to económico, tecnológico e social. Mas, devido à desi-
gualdade da distribuição geográfica dos recursos ener-
géticos no globo, também é um dos elementos definido-
res das dinâmicas de poder nas relações de interdependência entre os
Estados.
A segurança energética é uma política que actualmente se reveste de
extrema importância estratégica. Com efeito, os serviços energéticos
são um componente ubíquo dos estilos de vida modernos. São neces-
sários para alimentar meios de transporte, fábricas, escritórios, activi-
dades agrícolas, distribuir produtos e climatizar (aquecer e refrescar)
habitações.
No limite, a energia não uma matéria-prima como outra qualquer,
mas sim a pré-condição de todas as outras matérias-primas. Por isso,
a garantia de acesso a serviços energéticos de uma forma segura é
uma questão crucial.
Neste sentido, a FLAD decidiu criar o Programa Segurança Energéti-
ca, o qual tem como missão desenvolver atividades de investigação e
cooperação empresarial e institucional que abordem as dinâmicas ge-
opolíticas, económicas e tecnológicas impactantes da segurança ener-
gética do espaço Atlântico, com um especial enfoque nas interdepen-
dências no sector dos hidrocarbonetos entre os EUA o espaço lusófo-
no (Portugal, Brasil e África Lusófona).
O conhecimento produzido tem como objetivo enriquecer a informa-
ção pública sobre o tema, bem como contribuir para a reflexão estra-
tégica dos decisores políticos intervenientes na segurança energética.
A iniciativa conta com o apoio da sociedade de advogados Miranda,
Correia e Amendoeira.
Esta iniciativa ganha ainda mais relevância se tomarmos em conta
que a CPLP, no seu conjunto, é um bloco geopolítico responsável pela
4ª maior produção de petróleo e gás do mundo.
Aliás, segundo as análises das consultoras IHS e Bernstein Analysis,
Presidência
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cerca de 50% das novas descobertas de petróleo e gás realizadas desde
2010 estão localizadas em países lusófonos (Brasil, Moçambique e An-
gola). Este será um factor transformacional da importância geopolítica
do português na economia global.
Mas ainda há outra característica diferenciadora desta nova era lusófona
do petróleo e gás: a vasta maioria destas reservas (quase 60%) está loca-
lizada em águas ultra-profundas.
Isto significa o espaço lusófono não só está a reforçar a sua importância
geopolítica na economia global em função dos vastos recursos petrolífe-
ros existentes, mas que também poderá afirmar-se como uma força tec-
nológica estratégica naquele domínio energético.
Por sua vez, nesta dimensão, o alargamento da Plataforma Continental
de Portugal irá dotar o país com uma vasta extensão de território mari-
nho com potenciais reservatórios de recursos minerais energéticos, en-
tre metais raros hidrocarbonetos convencionais e não-convencionais,
como, por exemplo, hidratos de metano (gás natural aprisionado em ge-
lo do leito submarino; o Japão e os EUA lançaram recentemente um
programa tecnológico conjunto para explorar este novo recurso).
Por outro lado, as descobertas de vastas reservas de gás natural nos
EUA e em Moçambique, significa que, em determinadas condições já
discriminadas no primeiro Policy Paper do Programa Segurança Ener-
gética, Portugal também poderá ser uma plataforma receptora do GNL
proveniente dos Estados Unidos e de África para o mercado europeu.
Se a estes factores juntarmos a capacidade produtora e o know-how téc-
nico que Portugal detém no domínio das energias renováveis, reconheci-
dos a nível internacional, verificamos que a segurança energética é uma
área de política de cooperação potencialmente geradora de dinâmicas de
criação de valor. económico, científico, tecnológico e empresarial entre
os EUA e o espaço de língua portuguesa.
Nesta linha de acção, o Programa Segurança Energética FLAD contri-
buirá para a estruturação de um fórum de debate e de análise informada
sobre o tema, fomentando no futuro iniciativas em rede com think-tanks
e universidades norte-americanas.
«A CPLP, no seu conjunto, é um bloco geopolítico responsável pela 4ª maior produção de petróleo e gás do mundo»
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Dr. Ruben Eiras
Diretor do
Programa FLAD
Segurança Energética
Ocean Oil Companies: uma agenda
industrial luso-americana*
C erca de 30% da produção mundial de petróleo provém de
reservatórios localizados nos oceanos, totalizando 24 mi-
lhões de barris diários, segundo a Agência Internacional
de Energia. E de acordo com a consultora IHS Internatio-
nal, mais de 1/5 da produção petrolífera marítima global é realizada
em águas profundas e ultra-profundas (acima dos 1500 metros de
profundidade).
A tendência é o crescimento da contribuição desta fonte de hidrocar-
bonetos para o consumo petrolífero mundial. Este reforço da segu-
rança energética mundial foi essencialmente possível através de um
factor crucial: a inovação tecnológica.
Segundo a mesma IHS International, mais de 70% das novas desco-
bertas de petróleo e gás realizadas na última década estão localizadas
nos oceanos, sendo que metade destas foram identificadas em três
países lusófonos: Brasil, Moçambique e Angola.
Esta tendência na indústria petrolífera aliada à das descobertas de pe-
tróleo e gás não convencionais nos EUA (shale oil e shale gas), indica
que a classificação tradicional das empresas do sector entre Internati-
onal Oil Company (IOC), National Oil Company (NOC) e Indepen-
dentes é insuficiente. É necessária uma classificação baseada nas
competências tecnológicas definidoras da vantagem comparativa.
Isto significa que, no limite, teremos as Conventional Oil Companies
(petróleo e gás convencionais), as Unconventional Oil Companies
(hidrocarbonetos não convencionais) e as Ocean Oil Companies (as
que exploram e produzem hidrocarbonetos nos oceanos). As duas úl-
timas categorias empresariais estão na linha da frente da atual revolu-
ção petrolífera.
A atividade da OOC distingue-se pela sua elevada complexidade tec-
nológica não só na exploração, mas também na produção. Cada pro-
jeto é um gigantesco ‘puzzle’ industrial. Para além dos navios de pro-
dução, é necessário equipamento submarino de alta tecnologia, frotas
de navios de intervenção para a sua manutenção, robots remotamente
Editorial
7
operados e outro tipo de equipamentos altamente especializados, mobi-
lizando recursos navais em larga escala.
O espaço lusófono claramente está posicionado no cluster das OOC. No
Brasil, a Petrobras – parceira da Galp Energia - é um ator estratégico na
vaga inovadora das OOC, pois o foco no «deep offshore» permitiu-lhe
criar novos conceitos geológicos e de engenharia de produção petrolífe-
ra, cujo resultado foi a exploração da fronteira do pré-sal brasileiro, a
maior descoberta da última década.
No continente africano, na costa ocidental, a maioria das produções an-
golanas situam-se no offshore, estando neste momento a avançar para a
exploração do pré-sal, o qual contém probabilidades equivalentes de
vastas reservas como o brasileiro. Por outro lado, na costa oriental, as
enormes quantidades de gás natural descobertas no offshore de Moçam-
bique irão transformar este país na potência africana daquela fonte
energética.
Em Portugal, os prospectos petrolíferos com maior esperança também
se encontram no mar profundo, como atesta a actividade da Partex na
prospecção de gás natural na costa algarvia e a Galp Energia na explora-
ção de petróleo na costa alentejana.
E os EUA também são pioneiros na E&P de águas profundas e ultra-
profundas, com a forte actividade desenvolvida no Golfo do México
(GoM), onde estão envolvidas as maiores operadoras e empresas de ser-
viços petrolíferos (Oil Field Services – OFS). Por exemplo, o poço perfu-
rado a maior profundidade no mundo é o Perdido, num total de 7 km no
fundo oceânico do GoM.
Neste sentido, é lógico e oportuno o estabelecimento de uma agenda de
cooperação luso-americana focada na criação de valor das Ocean Oil
Companies, geradora de dinâmicas de desenvolvimento industrial sus-
tentável e de segurança energética para todos os envolvidos.
*artigo originalmente publicano na edição de 30 de Dezembro de 2014 do Jornal i
«Metade do novo petróleo e gás da última década ‘fala’ português e pode alavancar uma rede empresarial dinâmica»
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Dr. Agostinho
Pereira de Miranda
Advogado. Docente Universitário. Perito do Secretariado da Carta da Energia.
Sentença histórica condena o Kremlin
por violação do Tratado da Carta da Energia
A 17 de dezembro de 1994, 46 países, incluindo Portugal,
assinaram em Lisboa o Tratado da Carta da Energia
(TCE). Foi um acontecimento histórico, só possível gra-
ças ao colapso do império soviético, mas que poucos
jornais internacionais (e nenhum português) relataram. Pela primeira
vez, o investimento externo em todo um setor da economia global
passava a ser protegido pelas disposições de um tratado multilateral.
O que é o Tratado da Carta da Energia?
O TCE é muito mais do que um conjunto de mecanismos jurídicos de
proteção do investimento. Ele é parte de um edifício coerente de acor-
dos internacionais sujeitos a um contínuo processo de desenvolvi-
mento e atualização e que é conhecido por Processo da Carta da
Energia.
Este Processo baseia-se numa declaração política – a Carta Europeia
da Energia – e integra quatro instrumentos jurídicos internacionais.
Para além do TCE, que entrou em vigor em 16 de abril de 1998, estão
incluídos no Processo da Carta da Energia os seguintes três acordos
internacionais:
Emenda Relativa às Disposições do Tratado da Carta da Energia
sobre Comércio (genericamente conhecida por Emenda para o
Comércio);
Protocolo para o Transporte;
Protocolo Relativo à Eficiência Energética e aos Aspetos Ambi-
entais Associados (PEERA, segundo o acrónimo anglo-
saxónico).
Pode dizer-se que o TCE compreende quatro pilares: comércio, trans-
porte, ambiente e promoção e proteção do investimento. O comércio
de materiais e produtos energéticos entre as partes que ratificaram o
TCE é regulado pelas regras do GATT, quer os países em causa sejam
Parceiro
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ou não membros da Organização Mundial do Comércio. No tocante ao
transporte de materiais e produtos energéticos, o TCE consagra o princí-
pio da liberdade de trânsito e o da segurança dos fluxos de energia. O
Tratado dedica ainda particular atenção às questões da eficiência ener-
gética e da proteção ambiental, prevendo um vasto conjunto de boas
práticas setoriais.
No relativo à promoção e proteção do investimento, pode dizer-se que o
TCE foi tão longe quanto era possível nesta fase do desenvolvimento do
direito internacional. Desde logo porque abarca tanto a fase de pré-
investimento como a de pós-investimento. Num e noutro caso, o TCE
visa assegurar aos investidores um standard de tratamento não discri-
minatório. Por outro lado, garante que os investimentos não serão
objeto de nacionalização, expropriação ou medidas de efeito equivalen-
te.
O TCE não se limita, como poderia supor-se, a tutelar juridicamente o
investimento nas fontes energéticas mais tradicionais, como o petróleo
ou o gás natural. Estão por ele abrangidas todas as fontes primárias de
energia, fóssil ou renovável, e até a energia nuclear. Por outro lado, o
tratado protege os direitos dos investidores, tanto diretos como indire-
tos, desde as empresas operadoras até às fornecedoras de equipamento
e capital para o setor energético.
A sentença na arbitragem Yukos
A proteção jurídica que o TCE proporciona aos investidores originários
dos países que são parte do mesmo (presentemente 52 estados e 2 orga-
nizações internacionais, incluindo a União Europeia) não tem paralelo
em qualquer outro instrumento internacional similar. Que o diga a Fe-
deração Russa! No passado dia 18 de Julho, um tribunal arbitral 'ad ho-
c', composto por três eminentes juristas internacionais (um americano,
um canadiano e um suíço), condenou o estado russo a pagar uma in-
demnização de mais de 50 mil milhões de dólares (o equivalente a 40
mil milhões de euros) a um grupo de sociedades controladas por 5
'oligarcas' ex-acionistas da extinta petrolífera Yukos. O tribunal enten-
deu que a então maior empresa russa do ramo foi expropriada ilicita-
«A proteção jurídica que o TCE proporciona tem paralelo em qualquer outro instrumento internacional similar»
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mente e por razões de natureza política. Entre os beneficiários da sen-
tença estão o ex-CEO da empresa Mikhail Khodorkovsky, libertado em
dezembro último por perdão presidencial, depois de ter estado detido 9
anos nas cadeias de Putin.
É uma decisão - na verdade trata-se de três arbitragens, cujas decisões
diferem apenas no valor da indemnização e sua justificação - sem prece-
dentes nos anais da justiça comercial internacional. Desde logo pelo
montante da condenação, que equivale a 2,5% do valor do PIB russo, ou
50% das suas reservas em divisas. Nunca uma sentença arbitral tinha
excedido a vigésima parte desta indemnização. Estamos a falar de di-
nheiro suficiente para pagar metade do empréstimo da troika a Portu-
gal. O equivalente a 40 pontes Vasco da Gama!
E, no entanto, a Rússia foi condenada ao abrigo de um tratado do qual
verdadeiramente nunca foi parte. Assinou o TCE em 1994, mas depois
de várias escaramuças jurídicas e diplomáticas, acabou por desistir da
sua ratificação em 2009. Por "distração"(?) dos seus negociadores - a
Noruega e a Austrália, por exemplo, estavam mais atentas - a Federação
Russa ficou sujeita à sua aplicação provisória, prevista no tratado. Por
outro lado e um tanto ironicamente, um tratado concebido para prote-
ger o investimento estrangeiro vem agora beneficiar cidadãos russos,
aliás pouco conhecidos pela sua integridade. É uma humilhação para
Putin - e num valor que se diz ser superior ao impacto financeiro de to-
das as sanções do ocidente impostas na sequência da crise da Ucrânia.
A Federação Russa já apresentou nos tribunais holandeses um pedido
de anulação da sentença arbitral. Dificilmente terá sucesso. Seguir-se-ão
inúmeras batalhas jurídicas nos tribunais dos países onde existam bens
do estado russo ou património que este controle. Neste caso estão, por
exemplo, as ações do estado nas petrolíferas Rosneft ou Gazprom, em-
presas hoje cotadas nas praças europeias. A guerra (fria) nos tribunais
ocidentais vai prolongar-se por muitos anos.
«A condenação pela violação do TCE equivale a 2,5% do PIB russo ou 50% das suas reservas em divisas»
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Dr. Carlos Costa
Pina
Administrador da Galp Energia
Energia e Parceria Atlântica: Dilemas e
Oportunidades
N um mundo globalizado, a política energética enfrenta
em cada região, nacional ou supranacional, o triplo
desafio da competitividade, da sustentabilidade e da
segurança do abastecimento (não confundível com se-
gurança energética), cujos objectivos, sem perder de vista a dimensão
estratégica, devem ser prosseguidos com pragmatismo e equilíbrio,
sob pena de agravamento dos actuais riscos.
Porque em regra a policy é uma consequência da politics, ou da sua
ausência, a UE seguiu o caminho mais fácil de enfatizar o pilar da sus-
tentabilidade, subalternizando a competitividade e a segurança, a que
deveria ter dado idêntica importância. E no âmbito da sustentabilida-
de, enfatizou a dimensão ambiental, subalternizando a dimensão eco-
nómica e social, esquecendo que em espaços integrados a batalha am-
biental nunca pode ser vencida isoladamente.
Dadas as perspectivas positivas em matéria de eficiência energética,
ambiente e clima no que se refere aos objectivos dos vários planos de
descarbonização da economia para 2020, 2030 e 2050, bem como as
perspectivas estruturais infelizmente menos animadoras no plano
económico, impõe-se olhar de novo para os outros dois pilares esque-
cidos da competitividade e da segurança do abastecimento.
Não contrariando essa subalternização, procurou a Comissão Euro-
peia dar um tímido sinal com o seu projecto de reindustrialização da
europa para 2020 com o objectivo central de aumentar o peso da in-
dústria no PIB de 16% para 20%, com reforço da chamada bioecono-
mia, sem atenuação das exigências de redução de emissões, num con-
texto em que as previsões internacionais continuam a apontar a longo
prazo para a subsistência da dependência dos combustíveis fósseis, a
representarem cerca de ¾ das fontes de energia primária, num mer-
cado em que o gás natural (GN) terá o maior crescimento, nomeada-
mente o gás natural liquefeito (GNL), em grande parte (60%) devido
às novas fontes de GN não convencional.
Efectivamente, o crescimento da procura mundial de GN nas próxi-
mas décadas (estimado em 50%, sendo o único combustível fóssil que
Convidado
12
verá o seu peso aumentado no mix energético futuro) e o processo em
curso de aumento da capacidade instalada de liquefacção futura (>7%/
ano) para suportar a duplicação da quota de mercado do GNL no merca-
do de GN em geral, darão um substancial dinamismo a este mercado,
gerando oportunidades a serem aproveitadas tanto pelos países produ-
tores como, dependendo da evolução dos preços, pelos países importa-
dores.
Este é um sector em que a posição relativa dos EUA se apresenta mais
favorável. Sendo o 4º país com maiores reservas provadas de gás natural
no mundo, com cerca de 334tcf1, e simultaneamente o maior produtor
(24000bcf; 20% da produção mundial2), encontra-se numa situação de
auto-suficiência.
Por outro lado, apesar de os preços internacionais do gás natural terem
evidenciado uma relativa convergência ao longo do último ano, as pers-
pectivas futuras apontam para a subsistência de significativos diferenci-
ais de preços, apresentando o mercado americano valores correspon-
dentes a menos de metade dos perspectivados no mercado europeu e
inferiores a 1/3 dos relativos ao mercado asiático. Assim, dada a impor-
tância dos custos com energia nos custos totais das empresas, a vanta-
gem competitiva americana é óbvia.
Tendo também em conta a localização na costa atlântica americana das
centrais de GNL, bem como das novas centrais propostas, importa des-
tacar um facto político recente muito mais amplo e da maior importân-
cia: a criação da Parceria Atlântica de Comércio e Investimento (PACI)
entre a UE e os EUA, em cujas directrizes de negociação3 se identificam
dois aspectos fundamentais: (i) em primeiro lugar, o objectivo de libera-
lização comercial para além dos actuais compromissos no quadro da
OMC, visando “(…) promover o comércio de mercadorias, serviços e
tecnologias ecológicos, hipocarbónicos e eficientes, em termos tanto
energéticos como de recursos” (parág. 31); e (ii) em segundo lugar, a de-
finição de “(…) disposições sobre os aspectos da energia e das matérias
-primas relacionados com o comércio e o investimento”. Para o efeito
“as negociações deverão procurar garantir um clima aberto, transpa-
rente e previsível para as empresas no sector da energia, bem como o
acesso sustentável e sem restrições às matérias primas” (parág. 37).
«Os EUA são o 4º país com maiores reservas provadas de gás natural no mundo, com cerca de 334 tcf, sendo também o maior produtor»
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A importância estratégica desta Parceria para um País como Portugal
não poderia ser mais evidente, numa tripla dimensão. Em primeiro lu-
gar na dimensão geopolítica, ao converter a periferia ibérica da europa
numa nova centralidade no espaço atlântico.
Em segundo lugar pelo seu efeito de redução de dependência face à Eu-
ropa assente numa adequada estratégia de diversificação de relações ex-
ternas, que teve uma acentuada aceleração na segunda metade da déca-
da passada e que importa manter. Por fim, no potencial de alargamento
desta relação de pareceria ao espaço do atlântico sul, abrindo igualmen-
te oportunidades a países como o Brasil e os países africanos de expres-
são portuguesa.
Se no caso português a ausência de recursos próprios impõe a imple-
mentação de estratégias de segurança de abastecimento com recurso ao
mercado e à actuação das empresas que nele operam, bem diferente é a
situação dos nossos países irmãos num momento em que as grandes
descobertas recentes de petróleo e gás se situam no Brasil e Moçambi-
que, as quais, adicionadas às de Angola, localizam na geografia lusófona
do hemisfério sul mais de metade das novas descobertas realizadas no
mundo desde 2005.
No caso europeu4, no total de consumo de GN de 18684 bcf, cerca de
16013 bcf5 são importados, dos quais cerca de 5320 bcf6 são originários
da Rússia. Destes, dos quais cerca de 3000 bcf7 via Ucrânia. Não obstan-
te a dependência existente (em alguns países superior a 70%), os volu-
mes em causa estão relativamente alinhados com as quantidades de pro-
dução adicional de GN de África e dos EUA até 2020, estimadas em cer-
ca de 5614 bcf8 (dos quais cerca de 86% provenientes dos Estados Uni-
dos), pelo que num cenário de exportação de gás por parte dos EUA, fica
patente a sua capacidade de substituição, ainda que parcial, das impor-
tações que transitam pelo território ucraniano.
Adicionalmente, esta capacidade é susceptível de ser reforçada pela
oportunidade de utilização de Sines – pela sua localização geoestratégi-
ca, e aptidão portuária – como ponto de entrada europeu de GNL dos
EUA e de África, desde que ligado à rede francesa por pipeline terrestre.
Em termos práticos, só esta conexão por gasoduto apresentaria capaci-
dade de substituição de importações europeias de cerca de ¼ do GN
«Sines, pela sua localização geoestratégi-ca, e aptidão portuária, pode atuar como ponto de entrada europeu de GNL dos EUA e de África, desde que li-gado à rede francesa por pipeline ter-restre»
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russo, contribuindo assim para a diversificação das fontes de abasteci-
mento.
A dependência energética europeia (importando mais de ¾ do petróleo
consumido) contrasta com a referida auto-suficiência expectável nos
EUA e coloca urgência, não apenas nas iniciativas renováveis, mas tam-
bém na construção de redes transeuropeias de energia nas áreas do pe-
tróleo, gás e electricidade.
A segurança do abastecimento reclama, por isso, não apenas o reforço
das ligações eléctricas (v.g., a nível ibérico e entre Espanha e França),
mas também o alargamento dos actuais três principais corredores de
fornecimento de energia (corredor norte, oriental e mediterrânico/
africano) com um corredor sudeste, permitindo transportar gás do Cás-
pio, médio oriente e ásia central, através da Turquia, complementado
pelas ligações nos mares da bacia mediterrânica (mares Negro, Egeu e
Adriático) e no Báltico, aos quais acresce o denominado corredor Norte-
Sul ocidental que, permitindo um maior aproveitamento do fornecimen-
to de gás importado através da península ibérica, reforça igualmente o
referido potencial de aproveitamento de Sines, cujo investimento, pelas
externalidades positivas que gera para a europa, não pode deixar de ser
visto numa perspectiva supranacional.
Referências: 1. Energy Information Administration (EIA), Country Information, USA, 2014. Disponível online em http://www.eia.gov/countries/country-data.cfm?fips=US&trk=m 2. Energy Information Administration (EIA), Country Information, USA, 2014. Disponível online em http://www.eia.gov/countries/country-data.cfm?fips=US&trk=m 3. Cfr. http://data.consilium.europa.eu/doc/document/ST-11103-2013-DCL-1/en/pdf 4. UE-27, Albânia, Bósnia-Herzegovina, Ilhas Faroe, Macedónia, Montenegro, Sérvia, Suíça, Turquia 5. Energy Information Administration (EIA), International Energy Statistics, Europe, 2014. Disponível em http://www.eia.gov/cfapps/ipdbproject/IeDIndex3.cfm?tid=3&eyid=2012&syid=2012&reverseAxes=0&cid=&cid=r3&pid=26&aid=24&updateB=UPDATE 6. Energy Information Administration (EIA), Country Information, Russia, 2014. Disponível online em http://www.eia.gov/countries/cab.cfm?fips=RS 7. Energy Information Administration (EIA), Country Information, Ukraine, 2014. Disponível online em http://www.eia.gov/countries/country-data.cfm?fips=up 8. World Energy Outlook, pág. 149, Agência Internacional de Energia, 2014.
«Há urgência na construção de redes transeuro-peias de energia nas áreas do petróleo, gás e eletricida-de»
15
Eng. Ricardo Leite
Energy Systems Researcher do Programa FLAD Segurança Energética
Segurança Energética Sustentável: o papel
estratégico da eficiência e das renováveis
A segurança energética da maioria dos Estados permane-
ce em muito condicionada pelos riscos associados ao
fornecimento externo das energias fósseis: o grau de es-
tabilidade política dos países fornecedores e a ameaça
terrorista/de pirataria nos locais de passagem dos produtos até ao seu
destino final.
No caso da União Europeia (UE), esta questão é tão mais premente,
dado que o seu nível de dependência energética é bem elevado, alcan-
çando, por exemplo, 85% de importação de petróleo e 66% de gás na-
tural. Nesta última fonte energética, mais de 30% é assegurada por
importações russas via gasoduto, factor que confere elevada rigidez
na dependência face ao fornecedor.
Neste sentido, a segurança energética de um país ou região fica natu-
ralmente ameaçada quando o fornecimento de energias fósseis está
dependente de terceiros, sobre os quais não se tem qualquer controlo
e que, levados por motivações de índole política, histórica, religiosa
ou económica, podem colocar em causa o seu fornecimento.
Assim, a abordagem à temática da segurança energética, para além de
avaliar as condições de acesso ao fornecimento das energias fósseis,
deve também passar pela promoção de uma política minimizadora de
todos estes riscos, sustentada em 3 vectores geradores de capacidades
endógenas: Eficiência Energética, Energias Renováveis e Investigação
& Desenvolvimento.
Eficiência energética: um potencial (ainda) por explorar
A eficiência energética, quer por via da utilização de equipamentos
mais eficientes, quer por via da redução do desperdício de energia,
permite actuar no lado da procura com impacto directo nas necessi-
dades de importação de energias fósseis.
A aposta no desenvolvimento de tecnologias emergentes é um ponto
que ajudará a contrariar a escalada do lado da procura que irá tam-
bém contribuir para a competitividade da economia.
Opinião
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De acordo com um estudo da AIE, dois terços do potencial económico
para melhorar a eficiência energética permanecerá por explorar até
2035. É urgente definir políticas de remoção de barreiras e que facilitem
o crescimento e desenvolvimento deste mercado, para assim reforçar a
segurança energética do espaço europeu.
Energias Renováveis: escalar a capacidade tecnológica
As energias renováveis, ou intermitentes, por estarem dependentes dos
recursos naturais, vêm substituir a necessidade de consumo de energias
fósseis. Todavia, as recentes evoluções tecnológicas colocam as energias
‘limpas’ cada vez mais como uma opção fiável e em linha com a viabili-
dade económica.
Segundo dois estudos publicados esta semana pela AIE, estima-se que
em 2050 os sistemas fotovoltaicos possam ser responsáveis pela produ-
ção de 16% da electricidade consumida mundialmente e que 11% adicio-
nais possam provir de sistemas de concentração solar.
Combinadas, essas tecnologias solares, poderão evitar a emissão anual
de 6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, o que corresponde sen-
sivelmente às emissões do sector de transportes em todo o mundo. Veri-
ficando-se esta tendência, o Sol será a fonte que mais contribuirá para a
produção de energia eléctrica, mais que o Gás Natural, o Carvão ou o
Nuclear.
Contudo, para estas políticas gerarem um efeito positivo na promoção
das energias renováveis, estas deverão promover a confiança dos inves-
«Se nada mudar, dois terços do potencial económico para melhorar a eficiência energética permanece-rá por explorar até 2035»
Fionte Maria van der Hoeven, “Global Trends in Energy Efficiency and Renewables”, Paris, 13 March 2014, IEA IEC ISO Work-
shop on International Standards in support of policies for energy efficiency and renewable energy
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tidores no longo-prazo.
I&D: criar o futuro
De forma a sustentar o crescimento das energias renováveis, como tam-
bém da eficiência energética, é necessário que continue a existir um for-
te investimento em I&D criador de tecnologias novas e mais eficientes.
A fileira tecnológica do armazenamento energético é um bom exemplo
desta tipologia de inovação. São sistemas (p.e., baseados em baterias)
que permitem “acumular” a energia renovável produzida nos horários
de menor necessidade (como acontece no caso da eólica, cujo maior ní-
vel de geração se realiza durante o período noturno), para ser utilizada
nos horários de maior procura.
Em suma, obtém-se maior segurança energética maximizando a utiliza-
ção de uma energia renovável e aumentando a eficiência da rede eléctri-
ca, entregando a energia produzida próximo do local do consumo.
Neste sentido, existe a oportunidade de, através da implementação de
um processo de normalização a nível internacional, incentivar a I&D em
sistemas mais eficientes. A implementação de uma estratégia facilitado-
ra do diálogo e da cooperação entre empresas, investidores, centros de
investigação e universidades contribuirá igualmente para acelerar a evo-
lução destas soluções tecnológicas.
Esta via permitirá a prazo que a Segurança Energética de um país ou re-
gião diminua a dependência extrema das condições de acesso ao forne-
cimento das energias fósseis, ser consolidando forças endógenas assen-
tes no triplo vector da eficiência energética, das energias renováveis e da
Investigação & Desenvolvimento.
«O Sol será a fonte que mais contribuirá para a produção de energia eléctrica, mais do que o Gás Natural, o Carvão ou o Nuclear»
18
Eng. Pedro Louro
Oil & Gas Researcher do
Programa FLAD Segurança
Energética
NAFTA - uma futura ‘superpotência’
energética?
N o ano em que Estados Unidos, Canadá e México come-
moram os 20 anos do Acordo Norte Americano de Li-
vre Comércio, os três países podem estar à beira de se
transformar numa ‘superpotência’ energética. Em con-
traste, a Europa está refém da Rússia e do Médio Oriente para satisfa-
zer o seu consumo de petróleo e gás natural, em competição direta
com a Ásia sedenta por energia a fim de satisfazer a sua alta taxa de
crescimento económico.
No entanto, para que o cenário da ‘Superpotência Energética’ venha a
ser concretizado, ainda existe um longo caminho pela frente, onde a
coordenação de políticas energéticas, o consumo exagerado e o des-
perdício de energia nos EUA e a ineficiente indústria petrolífera do
México constituem os principais desafios.
Actualmente o México produz cerca de 3,7 milhões de barris dia e o
Canadá 3,23 milhões barris dia. Cada um destes países usa cerca de 2
milhões de barris dia, estando a produção Mexicana a decair e a do
Canadá a crescer com as areias betuminosas (‘oil sands’) . Com efeito,
em 2020 o Canadá poderá atingir uma produção diária equivalente à
do Irão.
Os EUA produzem actualmente 8,37 milhões de barris dia, mas usam
cerca de 21 milhões, a par de um crescimento exponencial na produ-
ção de ‘shale gas’.
No passado mês de Novembro, o Eagle Ford, uma das regiões de
‘shale’ mais prometedoras dos EUA atingiu a produção de 1 bilião de
barris de petróleo equivalente, sendo que mais de 70% foi produzido
nos últimos 2 anos. Só o Eagle Ford é actualmente responsável pela
produção de 16% do consumo dos EUA.
Por outro lado, o México ficará marcado em 2014 pela alteração cons-
titucional implementada por Peña Neto com vista à implementação
de uma reforma energética que permitirá a entrada de investidores
estrangeiros para a exploração e produção de petróleo e gás, após cer-
ca de 75 anos de monopólio constitucional nas mãos do estado atra-
Opinião
19
vés da empresa estatal, PEMEX, com uma produção de 3,6 milhões de
barris de óleo e gás natural por dia.
Com a entrada de investidores privados no sector da energia no México,
espera-se um aumento significativo da produção diária mexicana, atra-
vés, (1) da exploração das águas profundas do Golfo do México (já am-
plamente desenvolvidas na parte Norte Americana do daquela região,
mas por explorar na parte Mexicana), (2) da inversão do declínio da
produção dos campos existentes. Ambos os caminhos só poderão ser
atingidos com o know-how tecnológico e capital que o México e a PE-
MEX não dispõem.
Tendo estes factores em consideração, verifica-se que a transformação
dos países da América do Norte nos maiores produtores e exportadores
de petróleo e gás natural do mundo, só será possível se:
Os EUA conseguirem incrementar a eficiência energética da sua
frota, edifícios e indústrias, com as empresas ESCOS (Energy Ser-
vice Companies), amplamente desenvolvidas nos EUA, a desempe-
nharem um papel determinante;
O México terá de ser bem-sucedido na implementação da reforma
energética, atraindo investimento e empresas estrangeiras ou terá
de enfrentar uma catástrofe económica que resultará em mais emi-
gração clandestina para os EUA;
Impulsionarem a interligação das redes energéticas, dos sistemas
de transporte e dos ‘pipelines’ entre os três países, as quais estão
hoje altamente desconectadas;
Actualmente o tema das infra-estruturas e interligações comerciais en-
tre os três países está na agenda politica com diversos projectos em dis-
cussão ou execução como, por exemplo, o projecto do pipeline Keystone
XL. Este pretende atravessar os EUA para escoar o petróleo Canadiano
para os mercados internacionais através do Golfo do México ou do pipe-
line Los Ramones. Esta nova infra-estrutura deverá ser responsável por
um aumento de 45% das exportações e Gás natural dos EUA para o Mé-
xico, com vista à dinamização da indústria Mexicana, por via do acesso
a uma fonte de energia barata.
Em simultâneo, também nos EUA o polémico tema das exportações de
«O Keystone XL deverá ser responsável por um aumento de 45% das exportações e gás natural dos EUA para o México»
20
crude encontra na abertura do sector petrolífero do México uma possí-
vel solução, com a PEMEX a manifestar interesse em importar o crude
ligeiro produzido nos EUA como forma de melhorar a produção das su-
as refinarias, e exportar o crude pesado Mexicano que as refinarias do
Texas e Louisiana transformam.
Este acordo de câmbio de crude entre os dois países poderá ser decidido
apenas pela administração Obama, sem necessidade de aprovação do
Congresso, pode vir a ser a forma de pela primeira vez em 40 anos se
contornar a proibição de exportações de crude dos EUA.
Mas todas estas são meras possibilidades que poderão redundar numa
‘NAFTA’ Energética.
Para já, certo é que a revolução energética que os países da NAFTA estão
a preconizar aumentará nos próximos anos a segurança energética da
região, estimulará o fortalecimento e crescimento do seu tecido empre-
sarial com a disponibilização de energia barata, e alterará profundamen-
te a geopolítica da energia com a América do Norte como exportadora
para as outras duas regiões mais economicamente desenvolvidas (Ásia e
Europa).
«A revolução energética que os países da NAFTA estão a preconizar aumentará nos próximos anos a segurança energética da região»
21
NO RADAR
Notícias, sites , livros e eventos sobre segurança energética
No seguimento do reforço da se-
gurança energética como pilar do
conceito estratégico da NATO, foi
criado em 2012 o NATO Energy
Security Centre of Excellence
(ENSEC COE). Sediado na Lituânia,
tem como missão para auxiliar
Comandos Estratégicos , outros organismos da NATO,
nações , parceiros e outras entidades civis e militares ,
apoiando o processo da NATO capacidade de desenvolvi-
mento , a eficácia da missão , e interoperabilidade nos
curto, médio e longo prazos , fornecendo expertise
abrangente e atempada sobre todos os aspectos da se-
gurança energética . A missão inclui soluções de baixo
custo para suportar as necessidades militares , a eficiên-
cia energética no domínio operacional , e interação com
o meio acadêmico e da indústria.
Para saber mais: http://www.enseccoe.org/en/about-
us/centre-of-excellence.html
Centro de Segurança
Energe tica da NATO
Atualizado em Julho de 2014, este estudo realizado pela
Comissão Europeia centrou-se
essencialmente na realização de
testes de stress à rede europeia de
gasodutos e armazenamento de
gás natural com a finalidade de
verificar a resiliência e a robustez
face a uma eventual disrupção de
abastecimento de gás russo, no curto prazo.
Para saber mais: http://ec.europa.eu/energy/
doc/20140528_energy_security_study.pdf
Relato rio da Segurança
Energe tica da UE
O Baker Institute, um centro de investigação de políticas
públicas da Rice University, realizou recentemente um
estudo muito completo sobre a mudança geopolítica
gerada pelas novas fontes de gás natural provenientes
dos EUA.
Para consultar: http://www.enseccoe.org/en/about-
us/centre-of-excellence.html
A geopolí tica do ga s natural—
estudo da Rice UNiversity
Da autoria de Daniel
Yergin, um dos mais
reputados especialis-
tas em segurança
energética nos EUA,
vencedor de um Pré-
mio Pulitzer e recente-
me condecorado pela
Administração Oba-
ma, o livro «The
Quest» é uma obra
fundamental para
compreender os fun-
damentos estratégicos
da política energética
na globalização. O
autor prima pela imparcialidade, realismo e clareza da
sua análise.
Para saber mais: http://www.amazon.com/The-Quest-
Energy-Security-Remaking/dp/0143121944
Na estante
The Quest: Energy, Security,
and the Remaking of the Mo-
dern World
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newsletter Nº1
Janeiro 2015
Em parceria com
Para saber mais:
Ruben Eiras
Diretor Programa Segurança Energética FLAD
www.flad-pse.com