em Órbita n.º 42 - junho de 2004 (ed. especial)

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Em Órbita Vol. 4 - N.º 42 – Junho de 2004 (Edição Especial) A primeira publicação electrónica sobre Astronáutica e a Conquista do Espaço em português

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Edição especial do BOletim Em Órbita dedicada ao primeiro voo espacial tripulado por uma empresa comercial privada.

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Em ÓrbitaVol. 4 - N.º 42 – Junho de 2004

(Edição Especial)

A primeira publicação electrónica sobre Astronáutica e a Conquista do Espaço em português

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Em Órbita

A configuração especial da SpaveShipOne torna-a num veículo único na história da aviação e da conquista espacial.

Índice Voo espacial tripulado Estatísticas 2 O “Ansari X-Prize” 3 História da Fundação “X-Prize” 3 Equipas participantes no “X-Prize” 4 Scaled Composites, LLC e o conceito do Tier One 17 Cronologia para o espaço 19 O primeiro voo espacial privado 22 Lista de astronautas por primeiro voo 24

Tivemos de esperar 42 anos após a histórica missão de Yuri Gagarin para assistirmos a algo que pouco depois do dia 12 de Abril de 1961 se preconizava como um futuro quase imediato para a Humanidade.

A possibilidade do vulgar ser humano poder viajar no espaço ficou mais perto do que nunca no histórico dia 21 de Junho de 2004 com o primeiro voo espacial de um veículo privado.

Todos nós sonhamos um dia em ser astronautas. No entanto o custo proibitivo de tal façanha leva a que o nosso sonho seja real apenas na nossa imaginação.

Este é o motor da Humanidade, a nossa imaginação que um dia nos levará mais alto, mais rápido e mais longe.

Rui C. Barbosa Braga, 21 de Junho de 2004

O boletim Em Órbita, dedicado à Astronáutica e à Conquista do Espaço, é da autoria de Rui C. Barbosa e tem uma edição electrónica mensal.

Versão web editada por José Roberto Costa (http://www.zenite.nu/orbita/ - www.zenite.nu).

Neste número colaboraram José Roberto Costa, José Matos, Alan Pickup, Harro Zimer, Manuel Montes e Don Pettit.

Qualquer parte deste boletim não deverá ser reproduzida sem a autorização prévia do autor.

Para obter números atrasados enviar um correio electrónico para [email protected] indicando os números que pretende bem como a versão (Word97 ou PDF). Os números atrasados são distribuídos gratuitamente.

Rui C. Barbosa (Membro da British Interplanetary Society) Rua Júlio Lima. N.º 12 – 2º

PT 4700-393 BRAGA PORTUGAL

00 351 253 27 41 46 00 351 93 845 03 05

[email protected]

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Voo espacial tripulado

Estatísticas Esta secção do Em Órbita será dedicada a estabelecer as estatísticas relacionadas com o programa espacial tripulado em geral. A secção será actualizada todos os meses à medida que vão tendo lugar os diferentes voo espaciais tripulados e à medida que decorre a permanência das diferentes expedições na ISS.

Os 10 mais experientes Sergei Vasilyevich Avdeyev 747d 14h 09m 36s Valeri Vladimirovich Polyakov 678d 16h 33m 36s Anatoli Yakovlevich Solovyov 651d 00h 00m 00s Sergei Konstantinovich Krikalyov 624d 09h 21m 36s Alexander Yurievich Kaleri 610d 03h 40m 59s Victor Mikhailovich Afanasyev 555d 18h 28m 48s Yuri Vladimirovich Usachyov 552d 22h 19m 12s Musa Khiramanovich Manarov 541d 00h 28m 48s Alexander Stepanovich Viktorenko 489d 01h 40m 48sNikolai Mikhailovich Budarin 444d 01h 26m 24s

Os 10 menos experientes Gherman Stepanovich Titov 1d 01h 18m 00s Boris Borisovich Yegorov 1d 00h 17m 03s Konstantin Petrovich Feoktistov 1d 00h 17m 03s Yang Liwei 0d 21h 21m 36s Virgil Ivan 'Gus' Grissom 0d 05h 08m 37s Malcom Scott Carpenter 0d 04h 56m 05s Yuri Alexeievich Gagarin 0d 1h 48m 00s Sharon Christa McAuliffe 0d 00h 01m 13s Gregory Bruce Jarvis 0d 00h 01m 13s Michael John Smith 0d 00h 01m 13s

Os 10 voos mais longos Valeri Vladimirovich Polyakov 437d 16h 48m 00s Sergei Vasilyevich Avdeyev 379d 14h 24m 00s Musa Khiramanovich Manarov 365d 21h 36m 00s Vladimir Georgievich Titov 365d 21h 36m 00s Yuri Viktorovich Romanenko 326d 12h 00m 00s Sergei Konstantinovich Krikalyov 311d 19h 12m 00s Valeri Vladimirovich Polyakov 240d 21h 36m 00s Leonid Denisovich Kizim 237d 00h 00m 00s Vladimir Alexeievich Solovyov 237d 00h 00m 00s Oleg Yurievich Atkov 237d 00h 00m 00s

Os 10 mais experientes em AEV Anatoli Yakovlevich Solovyov 77h 41m 00s Jerry Lynn Ross 58h 27m 00s Steven Lee Smith 49h 34m 00s Nikolai Mikhailovich Budarin 46h 14m 00s Yuri Ivanovich Onufriyenko 43h 14m 00s Talgat Amangeldyevich Musabayev 43h 02m 00s James Hansen Newman 42h 24m 00s Sergei Vasilyevich Avdeyev 41h 59m 00s Victor Mikhailovich Afanasyev 38h 33m 00s Vladimir Nikolaievich Dezhurov 37h 56m 00s

Astronautas com maior número de voos Jerry Lynn Ross 7Franklin R. Los Angeles Chang-Diaz 7John Watts Young 6Curtis Lee Brown, Jr. 6James Donald Wetherbee 6Collin Michael Foale 6

Número de cosmonautas e astronautas por país URSS/Rússia 98 Cuba 1 México 1 Itália 4 EUA 273 Mongólia 1 Síria 1 Ucrânia 1 Checoslováquia 1 Roménia 1 Afeganistão 1 Espanha 1 Polónia 1 França 9 Japão 5 Eslováquia 1 Alemanha 10 Índia 1 Inglaterra 1 África do Sul 1 Bulgária 2 Canadá 8 Áustria 1 Israel 1 Hungria 1 Arábia Saudita 1 Bélgica 2 China 1 Vietname 1 Holanda 2 Suíça 1 TOTAL 434

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O “Ansari X-Prize” Estabelecido pela Fundação “X-Prize”, este prémio tem como principal objectivo promover o voo espacial tripulado. O prémio no valor de US$ 10.000.000, tem como objectivo catapultar o turismo espacial e será atribuído à equipa que conseguir:

• Com apoio financeiro privado levar a cabo a construção e lançamento de um veículo capaz de transportar três pessoas até uma altitude de 100 km (equivalente a 62,5 milhas);

• Regressar em segurança para a Terra; • Repetir o lançamento com o mesmo veículo num espaço de duas semanas.

Este prémio segue os passos de mais de 100 iniciativas semelhantes levadas a cabo entre 1905 e 1935 e que deram origem à actual industria de aviação.

Segundo os promotores da iniciativa, durante mais de 30 anos tem-se esperado por uma oportunidade para podermos entrar na fronteira do espaço e a Fundação “X-Prize” está a trabalhar para que as viagens espaciais se tornem possíveis para o cidadão comum. Todos os veículos que entram para o “X-Prize” devem transportar passageiros.

Desde a sua criação em Maio de 1996, a Fundação “X-Prize” registou mais de 20 equipas provenientes de sete países para competirem para o prémio. O “Ansari X-Prize” encontra- se totalmente financiado até 1 de Janeiro de 2005 através de donativos privados e suportada por uma apólice de seguro de forma a garantir que o prémio final seja atribuído no dia em que for ganho por alguma das equipas. Fundos adicionais ainda se encontram a ser recolhidos pela fundação para implementar a competição e continuar a sua missão educativa.

Como já foi referido o “Ansari X-Prize” foi inspirado em iniciativas semelhantes e mais precisamente no épico voo transatlântico de Charles Lindbergh no Spirit of St. Louis que ganhou o prémio Orteig (US$ 25.000) em 1927. Utilizando um método em pequena escala, Lindbergh e os seus apoiantes financeiros, a Organização “The Spirit of St. Louis”, demonstraram que uma pequena equipa poderia ultrapassar os esforços governamentais em larga escala.

História da Fundação “X-Prize” Quando em 1994 Gregg E. Maryniak ofereceu a Peter H. Diamandis uma cópia do livro “Spirit of St. Louis” escrito por Charles Lindbergh, nunca imaginou que estaria a dar origem à ideia que acabaria, dez anos mais tarde, por originar o primeiro voo espacial privado.

Após ler o livro, Diamandis apercebeu-se que os prémios que surgiram nos princípios do século XX para promover a aviação, haviam sido um dos motores críticos que dariam origem à actual indústria da aviação. Diamandis teve então a ideia de criar um prémio financeiro para as viagens espaciais como um mecanismo para implementar o seu sonho de viajar no espaço.

Em 1995 Diamandis estabelece a Fundação “X-Prize” com a assistência de Byron K. Lichtenberg, Colette M. Bevis e Gregg E. Maryniak. A fundação recebe um apoio financeiro de Tom Rogers e John McLucas e é inicialmente estabelecida em Rockville, Maryland. O conceito do “X-Prize” foi pela primeira vez anunciado nas páginas da revista Ad Astra da National Space Society. Em finais desse anos, e procurando um apoio para o “X-Prize”, os fundadores do prémio são apresentados aos dirigentes da comunidade de St. Louis por Doug King e Marc Arnold. Doug King havia sido recentemente nomeado Presidente do Museu de Ciência de St. Louis, e Marc Arnold era um homem de negócios bem sucedido em St. Louis. Ambos acreditavam que o “X-Prize” poderia trazer novos benefícios para St. Louis.

St. Louis foram em tempos designada como o centro da indústria da aviação. Recuando aos dias que antecederam Charles Lindbergh, e começando com a Feira Mundial de 1904, St. Louis era um centro para a inovação aeronáutica. As cápsulas Mercury e Gemini foram desenhadas e construídas em St. Louis. No entanto, quando muitos americanos falam em St. Louis lembram-se da sua cerveja ou do seu grandioso Arco. Foi exactamente por estas razões que os líderes dos negócios de St. Louis receberam o “X-Prize” de braços abertos como uma iniciativa de alto nível tecnológico que ajudaria a levar a imagem de St. Louis a um nível global.

Em Janeiro de 1996 os fundadores do prémio encontraram-se com Alfred H. Kerth (Secretário do Progresso Cívico), Doug Fleming (Presidente da Associação de Comercio Regional e Crescimento), Hugh Scott (ex-Presidente da Câmara de Clayton), Walter Metcalf (Presidente da Bryan Cave, a principal firma de advogados de St. Louis) e Doug King. Foi então decidido que o “X-Prize” mudaria a sua sede para St. Louis e que a comunidade de St. Louis iria proporcionar o financiamento para organizar a fundação.

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Foi Al Kerth quem propôs criar uma nova organização (New Spirit of St. Louis) como um mecanismo principal de financiamento para custear as despesas iniciais da fundação. Em 1925, nove cidadãos de St. Louis financiaram em conjunto Charles Lindbergh com os US$ 25.000 que necessitava para construir o Spirit of St. Louis. Este grupo de nove líderes auto denominou-se “Spirit of St. Louis Organization”. O plano de Kerth era o de criar uma nova organização com um grupo de 100 empresários que contribuiriam cada um com US$ 25.000. O primeiro a juntar-se a este grupo foi Ralph Corte, seguindo-se Marc Arnold, Steve Schankman e Irv Zuckerman. No espaço de um mês eram já dez os membros da organização.

A 4 de Março de 1996 foi levado a cabo o primeiro jantar da “Spirit of St. Louis Organization” no histórico Rocket Club. Foi neste mesmo clube, 69 anos antes, que Charles Lindbergh conseguira os fundos que necessitava para construir o seu avião. Utilizando a mesma mesa, o “X-Prize” recebeu 20 novos membros para a “Spirit of St. Louis Organization”. O grupo incluía então algumas das figuras de negócios mais importantes de St. Louis. Após este encontro foi anunciado que o início da competição “X-Prize” seria divulgado em meados de Maio de 1996.

No entanto, antes do anúncio oficial, passos importantes deveriam ser tomados. Estes passos incluíam encontros com a NASA, com a FAA e com os membros das principais organizações espaciais e de aviação americanas, bem como atrair um apoio internacional para o prémio. Os dirigentes do “X-Prize” viajaram então até Paris onde estão baseadas a Federation Aeronautique International e o Aero-Clube de France. Estas organizações juntaram-se então ao “X-Prize” e o grupo seguiu viagem até ao Sri Lanka onde gravaram uma mensagem pessoal de Arthur C. Clarke que serviria como pontapé de saída para o concurso.

A 18 de Maio de 1996, e sobre o Arco de St. Louis, foi anunciada a criação do “X-Prize” com o apoio de muitas personalidades tais como o então Director da NASA, Daniel Goldin, e o astronauta Edwin Aldrin.

A 27 de Setembro de 1997 foi realizada uma nova gala relacionada com o prémio na qual o actor Tom Clancy doou US$ 100.000 para o “X-Prize”. Nesta cerimónia estiveram presentes mais de uma dúzia de equipas que se registaram na competição. Foi através da publicidade gerada nesta gala que o “X-Prize” recebeu o seu maior apoio vinda da FirstUSA. Em Maio de 1998 no Museu do Ar e do Espaço Smithsonian e no Clube Nacional de Imprensa, o “X-Prize”, juntamente com o FirstUSA (BankOne), anunciaram que os primeiros US$ 5.000.000 haviam sido reunidos e que os primeiros cartões de crédito “X-Prize” foram emitidos. Estes cartões permitem aos seus proprietários contribuir para a fundação bem como ganharem uma hipótese de participarem em voos relacionados com o espaço e ganharem prémios (no qual o mais importante será uma viagem espacial).

Em Maio de 2004 o “X-Prize” foi oficialmente denominado “Ansari X-Prize” de forma a reflectir o generoso donativo oferecido pela família Ansari. Os empresários Anousheh e Amir Ansari, provenientes do Irão, sempre tiveram o sonho das viagens espaciais e acreditam que a sua contribuição irá ajudar outros a atingir este sonho.

Equipas participantes no “Ansari X-Prize” No total estão inscritas 26 equipas participantes no “Ansari X-Prize”. A seguir segue uma descrição de cada uma das equipas:

Acceleration Engineering (Lucky Seven) Baseada em Bath, Michigan – Estados Unidos, a Acceleration Engineering apresenta o Lucky Seven como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”. O veículo tem um comprimento de 9,0 metros e uma envergadura de 3,0 metros.

Este conceito utiliza o lançamento vertical por foguetão e a aterragem utilizando uma asa tipo “parafoil”. O Lucky Seven seria suportado no lançamento e na aterragem por quatro suportes fixos com um comprimento de 1,5 metros. Estes suportes eram parte de uma estrutura metálica que seguravam o sistema de propulsão, uma cabina pressurizada e um sistema de recuperação e reentrada.

Com um lançamento vertical, o motor principal teria uma ignição de 90 s consumindo oxigénio líquido (LOX) e metano. Após a ignição o lançador percorreria uma trajectória em voo livre por mais 100 s até atingir uma altitude de 100 km. Os seus passageiros sentiriam a ausência de peso durante 3,5 minutos.

Após reentrar na atmosfera um pára-quedas seria utilizado para abrandar a descida e quando o ar se tornasse mais denso uma asa tipo

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“parafoil” seria aberta. O veículo deveria regressar ao local de lançamento utilizando um sistema GPS como sistema de orientação, planando para uma aterragem vertical.

Advent Launch Services (Mayflower / Advent) Baseada em Houston, Texas – Estados Unidos, a Advent Launch Services (um grupo de pessoal reformado da NASA com uma grande experiência no desenvolvimento de veículos espaciais)

apresenta o Advent (outras fontes indicam o nome de Advent) como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O lançamento deste veículo seria verticalmente a partir da água e a sua aterragem seria semelhante à de um hidroavião. A Advent Launch Services chegou a desenvolver um veículo experimental com testes do motor a terem lugar em Junho de 2003. A 13 de Junho de 2003 foi levado a cabo um teste que resultou numa explosão que apesar de não destruir o veículo, causou danos na sua tubeira e no sistema de alimentação. Os resultados do teste levaram a uma reformulação do sistema de propulsão.

Mais informação em: www.ghg.net/jimakkerman/.

Aeronautics and Cosmonautics Romanian Association - ARCA (ORIZONT) Baseada em Valcea, Roménia, a ARCA apresenta o ORIZONT como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”. O veículo deverá ser lançado na vertical e após executar uma reentrada balística deverá amarar com o auxílio de pára-quedas.

O veículo, que atingiu a fase de testes em 2003, tem um comprimento de 14,0 metros, um diâmetro de 1,40 metros e um peso de 7.000 kg.

O ORIZONT apresenta um desenho extremamente simples que reduz os seus custos de produção, aumentando a sua fiabilidade. Com um lançamento vertical a partir de uma plataforma, deveria acelerar até atingir uma velocidade de 1.300 m/s e uma altitude de 40 km, altura em que o seu motor

terminaria a sua ignição. Continuando em voo livre, atingiria os 100 km de altitude com uma aceleração inferior a 3,5 g durante todo o voo. Após atingir os 100 km de altitude, dar-se-ia a separação da cápsula coma tripulação a uma altitude de 80 km.

A aterragem da cápsula e do veículo lançador seria levada a cabo em separado com ambos a possuírem um sistema de recolha por pára-quedas para amaragem no mar. Os pára-quedas principais seriam abertos a uma altitude de 4.000 metros e helicópteros deveriam recolher tanto o veículo lançador como a cápsula com os tripulantes a permanecerem no seu interior até o veículo ser transportado para terra firme.

Em Julho de 2001 foram levados a cabo testes de pressurização dos tanques do veículo lançador e em Maio de 2002 foi finalizada a construção da plataforma de testes do ORIZON. Em Abril de 2004 procedeu-se ao ensaio do motor de peróxido de hidrogénio do lançador, atingindo-se 35% da força total.

Mais informação em: www.arcaspace.ro.

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Armadillo Aerospace (Black Armadillo) Baseada em Mesquite, Texas – Estados Unidos, a Armadillo Aerospace apresenta o Black Armadillo como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

Com um peso de 8.000 kg, o Black Armadillo apresenta um conceito de lançamento vertical e aterragem utilizando uma ogiva que absorve a energia do impacto na aterragem. O sistema de propulsão do veículo consiste em quatro motores de monopropolente peróxido de hidrogénio alimentados a partir de um único tanque com uma capacidade de 6.050 litros.

Os primeiros testes do sistema de aterragem tripulado do Black Armadillo têm lugar a 28 de Setembro de 2002 e são levados a cabo com sucesso, o mesmo não se podendo dizer do veículo lançador que falha os seus testes a 16 de Novembro.

A 16 de Fevereiro de 2003 são levados a cabo testes da ogiva do lançador, repetindo-se os testes a 11 de Março com o terceiro teste a ser tripulado. A 15 de Março os testes com um veículo á escala são cancelados devido a problemas com componentes electrónicos e com o software de controlo.

Testes semelhantes aos levados a cabo em Fevereiro e Março de 2003, são repetidos a 5 de Julho de 2003. Em Abril de 2004 são levados a cabo testes do sistema de propulsão com o veículo a elevar-se do solo alguns metros.

Mais informação em: www.armadilloaerospace.com.

Em baixo: A 15 de Junho de 2004 foi levado a cabo com sucesso o lançamento de um protótipo do Black Armadillo. O veículo elevou-se a uma altitude de 40 metros tendo posteriormente aterrado a menos de 0,3 metros do local de onde tinha levantado voo. Imagem: Armadillo Aerospace.

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American Astronautics Corporation - AAC (The Spirit of Liberty) Baseada em Oceanside, Califórnia – Estados Unidos, a AAC apresenta o The Spirit of Liberty como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

Com um peso de 4.500 kg, um comprimento de 12,80 metros e um diâmetro de 0,90 metros, o The Spirit of Liberty apresenta um conceito de lançamento vertical e amaragem no mar

utilizando um sistema de “parafoil” (outras fontes citam a possibilidade de uma aterragem no local de lançamento). Este desenho foi um passo intermédio no desenvolvimento de um veículo de turismo espacial capaz de transportar até 30 passageiros. O seu motor deveria ter uma força de 9.000 kgf.

Mais informação em http://www.americanastronautics.com.

Bristol Spaceplanes, Ltd. (Ascender) Baseada em Bristol, Inglaterra, a Bristol Aerospace Ltd. apresenta o Ascender como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O Ascender foi um conceito para um veículo sub orbital apresentado pela Bristol Aerospace Ltd. nos anos 90. Originalmente o veículo utilizaria uma pista de aterragem convencional para levantar voo e para aterrar. O Ascender

utilizaria um motor turbo-jacto Viper bem como um motor a combustível líquido. O veículo serviria como um demonstrador de tecnologia para o avião espacial da Spacecab. O Ascender seria tripulado por só um astronauta.

Um desenho posterior pretendia que o Ascender fosse o primeiro avião sub orbital desde o X-15 e o primeiro a levar passageiros para o espaço.

Durante a fase inicial do voo dois motores Williams-Rolls FJ44 propulsionariam o veículo até que um motor Pratt & Whitney RL10 que consome hidrogénio e LOX fornecesse o impulso final. O veículo poderia então transportar dois tripulantes e dois passageiros que experimentariam dois minutos de ausência de peso, ao ver o céu tornar-se negro mesmo á luz do dia.

Numa missão normal o Ascender levantaria voo de uma pista de aterragem convencional e utilizaria os seus motores turbo-jacto para atingir uma altitude de 8 km. Nessa altura o piloto enviaria o comando para que o motor de foguetão entrasse em ignição levando o veículo numa trajectória inclinada até atingir a vertical e uma velocidade de Mach 2,8. A partir desta fase o Ascender voaria em voo livre até aos 100 km de altitude. Após atingir os 100 km iniciaria uma descida e atingindo a atmosfera iniciaria um voo planado aterrando na pista da qual levantara voo 30 minutos antes.

Mais informação em www.bristolspaceplanes.com.

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Canadian Arrow (Canadian Arrow) Baseada em London, Ontário - Canadá, a Canadian Arrow é uma das principais concorrentes para o “Ansari X-Prize”.

O Canadian Arrow (imagem ao lado) é um veículo a dois estágios que pode transportar até 3 tripulantes. Tem um comprimento total de 16,46 metros, um diâmetro de 1,65 metros e o seu motor principal desenvolve uma força de 25.900 kgf. O primeiro estágio tem um comprimento de 10,21 metros e um diâmetro de 1,65 metros, possuindo quatro estabilizadores aerodinâmicos na base. O segundo estágio (cabina da tripulação) tem um comprimento de 6,1 metros e um diâmetro de 1,65 metros, possuindo quatro pequenos motores para auxiliar na propulsão do estágio. A cabina da tripulação possui quatro motores a combustível sólido que podem ser utilizados em qualquer altura e mesmo antes do lançamento se for necessário iniciar uma abortagem ou a sequência de emergência durante o voo.

A sequência de lançamento era iniciada com a abertura das válvulas que permitiam a passagem dos propolentes por gravidade para a câmara de combustão do motor. Com a ignição eram produzidos 7.700 kgf e posteriormente os tanques eram pressurizados e o motor atingia a sua força máxima de 25.000 kgf, levantando o veículo da plataforma de lançamento. Aos 55 s e a uma altitude de 27 km terminava a ignição do primeiro estágio e este separava-se do segundo estágio (cabina da tripulação). A ignição do segundo estágio teria uma duração de 5 s mas levaria o veículo a um apogeu a 113 km de altitude no topo de um arco balístico. Os tripulantes não sentiriam uma aceleração superior a 4,5 g no decorrer do voo.

O veículo poderia ser orientado pelo piloto para que os seus passageiros tivessem a melhor vista sobre o planeta. Após a cabina desacelerar até uma velocidade subsónica, eram abertos os três pára-quedas que levariam o veículo a uma amaragem suave.

No dia 25 de Abril de 2002 foi exibido um modelo à escala do Canadian Arrow no Rockefeller Center, Nova Iorque. Os injectores do primeiro estágio foram testados com sucesso a 20 de Julho de 2002 e a 5 de Outubro a plataforma de testes do veículo é finalizada.

Em Junho de 2003 a Canadian Arrow anunciou o seu grupo de astronautas para tripularem o veículo no “Ansari X-Prize” em finais de 2003, mas problemas no desenvolvimento dos motores levaram a um adiamento do primeiro voo.

Mais informação em: www.canadianarrow.com.

Em cima: a equipa de astronautas da Canadian Arrow. Da esquerda para a direita: Larry C. Clark (E.U.A.), David Ballinger (Canadá), Jason Paul Dyer (Canadá), Wayne ‘Terry’ Wong (Canadá), Marvin Edward ‘Ted’ Gow (Canadá) e Yaroslav ‘Yarko’ Pustovyi (Ucrânia). Imagem: Canadian Arrow.

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The da Vinci Project (Wild Fire) Baseado em Toronto, Canadá, o The da Vinci Project apresenta o Wild Fire como o seu veículo concorrente para o “Ansari

X-Prize”. Este conceito tira partido do lançamento em voo a partir de um balão de hélio.

Com um peso de 3.300 kg e uma carga de 400 kg, o veículo tem um comprimento de 4,88 metros e um diâmetro de 1,42 metros.

Basicamente a cápsula (na imagem ao lado durante o regresso à Terra) seria lançada

a partir de um balão de hélio com o foguetão a ser rebocado por debaixo do balão no final de um cabo com um comprimento de 600 metros. Após descolar do solo o balão atingiria uma altitude de 24 km numa hora a partir de onde se daria o lançamento do veículo. Um motor de LOX e querosene colocaria o veículo numa trajectória angular inicial para não atingir o balão, passando posteriormente para uma trajectória vertical até atingir uma altitude de 120 km. O lançador atingiria uma velocidade máxima quer na ascensão quer na reentrada de Mach 4 (4.250 km/h). Um sistema insuflável inovador deveria estabilizar e proteger o veículo durante a reentrada atmosférica. Um pára-quedas abrir-se-ia a uma altitude de 3 km, permitindo que o veículo fosse orientado via GPS para uma zona de aterragem predeterminada. O The da Vinci Project levou a cabo com sucesso testes com o motor do seu veículo, tendo também construído um modelo à escala.

A cápsula Wild Fire era uma esfera com um diâmetro de 1,42 metros, pressurizada a 1 atm. A tripulação utilizaria também fatos pressurizados com um sistema suplente. Seis janelas ovais em torno da cápsula permitiria vistas espectaculares da superfície terrestre durante o apogeu.

O sistema de propulsão consistia em dois motores de 2.300 kgf orientáveis que consumiriam LOX e querosene. O sistema de controlo a reacção utilizaria gás hélio que juntamente com dados de GPS e INS permitira o controlo da atitude da cápsula. O sistema de reacção utilizaria a grande reserva de hélio que levaria o combustível para o motor principal.

Para a recuperação do veículo existiria uma asa tipo “parafoil” e um pára-quedas de reserva, com um pára-quedas adicional na cápsula separável. Um balão totalmente reutilizável seria utilizado como plataforma de lançamento.

A estrutura do foguetão era uma combinação de uma estrutura integrada num escudo aerodinâmico de fibra de carbono. O lugar do piloto era central com dois lugares adicionais colocados em ângulo lateralmente. O controlo de voo seria obtido através de um piloto automático obtido a partir de um avião convencional.

Mais informações em: www.davinciproject.com.

Pablo de Léon & Associates (Gauchito – The Little Cowboy)

Baseado em Buenos Aires, Argentina, Pablo de Léon & Associates apresenta o Gauchito como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O Gauchito (ao lado) é um veículo híbrido que descolaria na vertical e terminaria o seu voo com uma amaragem. O desenho tirava partido da junção de quatro motores que produziriam um máximo de aceleração de 3,5 g com uma ignição até atingir uma altitude de 34 km, após a qual se seguiria um voo livre até aos 120 km de altitude. O veículo proporcionaria cinco minutos de imponderabilidade. Após atingir o apogeu da sua trajectória, o piloto teria de orientar o veículo de forma a colocar o escudo térmico na posição correcta para a reentrada atmosférica. A recuperação era feita por pára-quedas. O veículo era aerodinâmicamente semelhante ao sistema Little Joe que nos anos 60 serviu para testar vários sistemas do Programa Apollo.

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Em Março de 2003 foram levados a cabo testes com a largada de uma cápsula a partir de um avião Hércules C-130 a uma altitude de 16,5 km, com um novo teste a ter lugar em Maio de 2003 a partir de uma altitude de 29,3 km. A 16 de Maio são levados a cabo testes do sistema de suporte de vida, fato pressurizado e controlos ambientais utilizando voos de planadores até uma altitude de 9,1 km. O fato pressurizado foi também submetido a vários testes em câmara fria a uma temperatura de -35ºC.

A 11 de Junho de 2003, quando se preparava para levar a cabo um teste de um modelo a 50% da escala, uma explosão destruiu o veículo antes do lançamento.

As últimas notícias acerca do Gauchito refere que estaria em preparação um segundo teste para Agosto de 2004 utilizando um sistema de controlo de pressão melhorado. Encontravam-se também a decorrer estudos ergonómicos para determinar a melhor maneira de acomodar três pessoas no veículo (tal como é regra do “Ansari X-Prize”).

Discraft Corporation (The Space Tourist)

Tirando partido da ideia de um disco voador, a Discraft Corporation, baseada em Portland, Oregan – Estados Unidos, apresenta The Space Tourist como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O disco voador, com um diâmetro de 30,0 metros, utilizaria uma pista de aterragem convencional para levar voo e regressar à Terra. O veículo utilizaria jactos de ar num regime de fluxo laminar sobre toda a superfície inferior do veículo. Um sistema de controlo é conseguido ao fazer passar o ar através de uma série de exaustores.

O veículo levantaria voo a uma velocidade de 100 km/h e continuaria a acelerar através de um programa predeterminado. O veículo sairia da atmosfera a uma velocidade de Mach 10 e seguiria um arco balístico até uma altitude de 120 km. O regresso à Terra era conseguido numa sequência inversa ao plano de lançamento. Todo o voo percorreria 775 km de distância proporcionando cinco minutos de ausência de peso aos seus tripulantes.

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Flight Exploration (The Green Arrow) Baseado em Londres, Inglaterra, o Flight Exploration apresenta o The Green Arrow como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

Este veículo era baseado nos desenhos de um foguetão que consumia peróxido de hidrogénio e que fora desenvolvido na Grã-Bretanha durante os anos 50 e 60, e que fora posteriormente abandonado pelo governo. O veículo seria lançado na vertical e regressaria à Terra por meio de pára-quedas. O seu peso seria de 20.000 kg com 14.000 kg de propolente.

O lançamento seria levado a cabo com o auxílio de uma estrutura simples, com o lançador a atingir uma aceleração máxima de 3 g. Após consumir todo o seu propolente o veículo entraria num regime de voo livre até atingir os 100 km de altitude. Em queda livre para a Terra, dar-se-ia a abertura de um sistema de estabilização seguido do pára-quedas principal. O impacto era amortecido por um sistema de “air-bags”.

Fundamental Technology Systems (Aurora) Baseado em Orlando, Florida – Estados Unidos, a Fundamental Technology Systems apresenta o Aurora como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

Este conceito de avião-foguetão utilizaria uma pista convencional para iniciar e finalizar o seu voo espacial. Após uma descolagem a 204 km/h o veículo manteria o voo subsónico até uma altitude de 18 km com um ângulo de inclinação de 75º em relação ao horizonte. Nesta fase o motor do veículo atingiria 100% de potência. Após finalizar a sua ignição o avião atingiria uma altitude de 106 km em voo livre. Antes da reentrada atmosférica o piloto utilizaria um sistema de controlo a reacção para orientar o veículo para uma atitude inicial de desaceleração. O ângulo de voo seria sistematicamente diminuído até que se

pudesse executar a manobra que permitisse o regresso ao local de descolagem.

Mais informação em: www.funtechsystems.com.

HARC – High Altitude Research Corporation (Liberator) A High Altitude Research Corporation, baseada em Huntsville, Alabama – Estados Unidos, apresenta o Liberator como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O Liberator seria lançado a partir de uma plataforma flutuante em mares relativamente calmos. Após chegar ao local de lançamento, o veículo seria colocado numa posição quase vertical (inclinação de 2º). De seguida proceder-se-ia ao abastecimento do veículo com os seus propolentes e o piloto e passageiros entrariam no lançador. Após o final da ignição a cápsula separar-se-ia do lançador e em voo livre atingiria uma altitude de 108 km.

Na sua descida, a uma altitude de 10 km, abrir-se-ia um pára-quedas que auxiliaria na recuperação da cápsula que amararia no oceano, sendo recuperada quase de imediato.

Mais informação em: www.harcspace.com.

IL Aerospace Technologies – ILAT (Negev) Baseada em Zichron Ya’akov, Israel, a IL Aerospace Technologies apresenta o Negev como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

A 2 de Junho de 2004 a ILAT anunciava o seu novo veículo para o “Ansari X-Prize”. Para além de apresentar um novo nome, o desenho do veículo passou por várias iterações nos últimos meses antes do anúncio.

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O Negev será lançado a partir do solo utilizando um balão de ar quente como o primeiro estágio até atingir uma altitude de 10 km, ultrapassando assim a zona de maior resistência atmosférica o que leva a uma considerável poupança de

combustível. Este conceito de lançamento a grande altitude faz com que seja possível desenhar um veículo mais pequeno, mais leve, mais simples e mais eficiente, satisfazendo assim os critérios de um acesso de baixo custo ao espaço.

Após ser largado do balão, o foguetão cairá livremente por 3 s a 5 s (com uma velocidade negativa de 50 m/s) e entrará de seguida em ignição o seu motor de combustível sólido durante 96 s atingindo uma velocidade de Mach 3,4 e uma altitude de 49,6 km. Com a separação do foguetão o balão sentirá de imediato a diferença de balastro e afastar-se-á para uma distância segura. Finalizando a sua queima (com uma aceleração máxima de 4,3 g), o veículo continuará em voo livre até ultrapassar os 100 km de altitude permitindo quatro minutos de ausência de peso aos seus tripulantes. O veículo atingirá uma altitude máxima de 120 km.

Na descida a protecção esférica do nariz do veículo separa-se da cápsula mas permanece ligada através de um cabo, servindo como elemento de estabilização na reentrada. A uma altitude de 5 km e a uma velocidade de 85 m/s dar-se-á início à sequência de abertura do pára-quedas por meios pirotécnicos. Esta altitude é suficientemente elevada para permitir sequências de abertura redundantes em caso de falha do sistema principal. Com a abertura do pára-quedas principal o veículo será desacelerado até uma velocidade de 7 m/s antes da amaragem. Após a amaragem a estabilidade nas águias será providenciada por um balastro inferior formado pelo motor.

Mais informações em: www.ilat.net.

Interorbital Systems (Solaris X) Baseada em Mojave, Califórnia – Estados Unidos, a Interorbital Systems apresenta o Solaris X como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

A Interorbital Systems é uma empresa fundada em 1996 que desenvolve, fabrica e testa motores de combustível líquido, veículos lançadores e veículos espaciais. Por outro lado a IOS procura proporcionar serviços de lançamento para os seus próprios veículos.

Presentemente a IOS dedica-se ao desenvolvimento do Neptune-Solaris Orbital Spaceliner, um lançador tripulado reutilizável a dois estágios. O veículo será lançado a partir das águas territoriais de Tonga e deverá amarar no oceano. O estágio orbital nesta configuração é o

avião orbital Solaris X. O Solaris X é um veículo a propulsão líquida de descolagem vertical e aterragem horizontal que se tornará na bandeira das futuras operações turísticas sub orbitais da IOS.

Wally Funk, uma das originais candidatas a astronautas americanas do famoso “Mercury 13” deverá pilota o Solaris X nas tentativas de lançamento para o “Ansari X-Prize”.

Kelly Space and Technology (LB-X) Baseada em San Bernardino, Califórnia – Estados Unidos, a Kelly Space and Technology apresenta o LB-X como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O LB-X é um planador com forma de asa delta que seria rebocado por um avião Boeing 747. Utilizando o sei próprio motor aceleraria até atingir o espaço exterior e posteriormente regressaria à Terra num voo planado, aterrando em qualquer pista de aterragem convencional. O seu motor consumiria LOX e querosene. Infelizmente, não foi possível reunir fundos suficientes para financiar o projecto.

Mais informações em: www.kellyspace.com.

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Lone Star Space Access Corporation (Cosmos Mariner)

Baseada em Houston, Texas – Estados Unidos, a Lone Star Space Access Corporation apresenta o Cosmos Mariner como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O Cosmos Mariner deveria levantar voo a partir de uma pista costeira perto de Houston com os seus dois motores em potência máxima. Após 15 a 20 minutos de voo, o veículo colocar-se-ia sobre a água para dar início ao voo estratosférico (a uma altitude de 12,2 km e a uma velocidade de Mach 0,8) executando uma manobra de elevação e estabilização antecipando a ignição do motor de foguetão durante 130 s, atingindo uma velocidade de Mach 7 e uma altitude de 61 km. O Cosmos Mariner continuaria a percorrer uma trajectória balística até atingir um apogeu a 100 km de altitude, 100 s mais tarde. Mais

informação em: www.lonestarspace.com.

Micro-Space, Inc. (Crusader X) Baseada em Denver, Colorado – Estados Unidos, a Micro-Space, Inc. apresenta o Crusader X como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O Crusader X (na representação esquemática ao lado) utilizaria uma estrutura central ultraleve com assentos e pára-brisas semelhante a um pequeno submarino de recreio. Esta estrutura abrigaria os motores de controlo e os módulos contendo os pára-quedas. Os módulos de propulsão estariam acoplados lateralmente e não seriam descartados. O sistema de suporte de vida seria transportado pela tripulação.

O lançamento do Crusader X seria na vertical e a sua aterragem seria horizontal. Os motores do veículo foram já por várias vezes testados.

Mais informação em: www.micro-space.com.

PanAero, Inc. (SabreRocket) Baseada em Fairfax, Virgínia – Estados Unidos, a PanAero, Inc. apresenta o SabreRocket como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

Curiosamente em diferentes páginas da Internet são apresentados diferentes propostas da PanAero para o “Ansari X-Prize”. Enquanto que a página oficial do concurso (http://www.xprize.org/) refere o SabreRocket como a proposta desta equipa, a página da própria equipa (http://www.tour2space.com/x-prize/xconcept.htm) refere o Condor-X como o conceito da PanAero para o concurso milionário.

O SabreRocket utilizaria qualquer pista de aterragem convencional para iniciar e finalizar o seu voo, atingindo uma altitude de 100 km utilizando um avião comercial Sabre-40 modificado. O avião seria equipado com sete motores Microcosm. A partir de uma altitude de 55 km e de uma velocidade de Mach 2,97, levaria cerca de 100 s em voo livre para ultrapassar os 100 km de altitude com uma velocidade de Mach 0,4, iniciando posteriormente a descida em queda livre. O apogeu do seu voo seria aos 102 km de altitude. Durante cerca de 80 s o avião desceria sem qualquer propulsão e o tempo total de ausência de peso seria de 180 s.

Utilizando o sistema de controlo de atitude o piloto colocaria o avião num ângulo de voo de 85º ou 90º e com um ângulo de ataque de 70º. Com esta atitude as asas actuariam como um pára-quedas ou como um travão, minimizando assim a carga sobre a tripulação.

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Pioneer Rocketplane, Ltd. (XP) Baseada em Solvang, Califórnia – Estados Unidos, a Pioneer Rocketplane, Ltd apresenta o XP como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O XP era um veículo com capacidade para quatro tripulantes, propulsionado por dois motores a jacto e um motor de foguetão. As suas características faziam do XP um veículo para aplicação militar podendo ser utilizado como plataforma de pesquisa ou observação, e para propósito promocionais. O XP não utilizaria qualquer estágio inicial e poderia atingir velocidades na ordem dos 6.600 km/h e altitudes na ordem dos 107 km, com três ou quatro minutos de ausência de peso. O sistema de protecção

térmica, tanques de propolente nas asas, e outros sistemas foram desenhados com a possibilidade de uma eventual melhoria dando assim a opção para um veículo de maior alcance no futuro sem a necessidade de mais investimentos.

O XP deveria operar a partir de pistas de aterragem normais seguindo os princípios estabelecidos para os veículos experimentais. O veículo deveria ser equipado com uma cabina pressurizada a 0,54 atm mais fatos pressurizados para os seus ocupantes.

O motor de foguetão foi desenvolvido pela ORBITEC (ORBItal TEchnologies Corporation) e poderia proporcionar a performance necessária a um baixo custo com alta fiabilidade e longo tempo de utilização.

Uma sequência normal de voo iniciava-se com uma descolagem utilizando os motores a jacto e posterior ignição do motor de foguetão já em voo horizontal a 9.000 metros de altitude. Os tripulantes sentiriam um máximo de 2 g durante a ignição de 120 s do motor. O final da queima teria lugar a uma altitude de 53 km e a uma velocidade de 3.200 km/h. Após a ignição o veículo continuaria a sua trajectória balística até uma altitude de 107 km. A orientação no espaço seria conseguida utilizando um sistema de controlo a reacção a gás. Na reentrada seria produzida uma desaceleração de 3 g a 4 g, iniciando-se um voo planado horizontal seguido da reactivação dos motores a jacto. A aterragem seria feita na pista de origem com uma duração de voo de uma hora. O tempo de intervalo entre cada voo seria de 3 a 5 dias.

O XP teria um comprimento de 13,10 metros, um diâmetro de 1,52 metros e um peso de 8.200 kg, podendo transportar 400 kg de carga. Como propolentes utilizaria LOX e RP-1 num total de 5.000 kg.

Space Transport Corporation (Rubicon) O Rubicon foi a proposta da Space Transport Corporation, baseada em Forks, Washington – Estados Unidos, como veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O Rubicon seria lançado por sete foguetões a combustível sólido idênticos, cada um com um comprimento de 2,4 metros e um diâmetro de 0,3 metros. Seis dos motores encontrar-se-iam colocados numa formação em anel em torno do sétimo motor central. Os motores exteriores seriam utilizados em pares e posteriormente descartados, seguindo-se a ignição do motor central. O tempo de ignição rondaria os 45 s com uma média de aceleração de 3 g, podendo atingir um máximo de 7 g. O veículo seriam reutilizável quase por completo, com os motores a serem reciclados para um novo voo. Cada missão do Rubicon teria uma duração de 26 minutos e o veículo atingiria um máximo de 30,5 km. O Rubicon terminaria o seu voo com uma amaragem no Pacífico.

O sistema de controlo de atitude do Rubicon era composto por equipamento de detecção de posição, pequenos motores para proporcionar ajustamento de atitude e um micro controlador para accionar os motores. Os instrumentos a bordo incluiriam acelerómetros, giroscópios, inclinómetros e um magnetómetro.

O Rubicon teria uma altura de 6 metros e um peso de 1.800 kg totalmente abastecido.

O lançamento do veículo seria feito a partir de uma plataforma móvel colocada junto à costa do Oceano Pacífico. Mais informações em: www.space-transport.com.

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Starchaser Industries (Starchaser V - Thunderstar) A Starchaser Industries, baseada em Chesire, Inglaterra, apresentou o Starchaser V - Thunderstar como veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O Starchaser-5 tem um comprimento de 27,15 metros e um diâmetro de 1,60 metros, com uma envergadura de 4,8 metros e um peso de 17.000 kg. Como propolentes utiliza o LOX e o querosene.

O conceito do Starchaser utiliza o lançamento vertical seguido por uma aterragem com o auxílio de pára-quedas. A empresa Starchaser Industries iniciou as suas actividades como um programa experimental em 1992. Em 1996 esta equipa levou a cabo com sucesso o lançamento do foguetão Starchaser 2 com um comprimento de 6,7 metros que foi qualificado como o maior foguetão privado a ser lançado a partir de solo europeu. Em Novembro de 2001 a empresa procedeu ao lançamento do veículo Nova com um comprimento de 12 metros. Este veículo incluía um compartimento que poderia alojar um tripulante. Em Abril de 2003 foram levados a cabo testes a grande escala dos motores de foguetão desta empresa.

Em Julho de 2003 foi levado a cabo o teste de uma asa tipo “parafoil” com a cápsula Nova e nesta altura esperava-se que em meados de 2004 a empresa levasse a cabo o lançamento do Starchaser Thunderbird X com três tripulantes.

Porém, problemas com o fabrico dos motores levaram ao seu adiamento.

Os dois motores Churchill Mk 3 propulsionariam o veículo a uma velocidade máxima de 1.323,5 m/s (Mach 4,25). Após a separação da cápsula, esta chegaria a uma altitude de 158 km e o lançador a 127 km.

O conceito original havia-se desenvolvido em 2002 para um veículo a dois estágios que incorporava quatro propulsores laterais. No entanto foi verificado que este desenho possuía demasiada potência para os objectivos a que se propunha: ganhar o “X-Prize”. Em princípios de 2003 encontrava-se já desenvolvido um veículo mais leve que poderia transportar uma cápsula mais compacta. A nova cápsula foi baptizada com o nome de Thunderstar e seria transportada por um veículo Strarchaser-5 modificado.

O motor Churchill Mk 3 de propolentes líquidos foi desenhado para fornecer 15.000 kg de força durante um tempo de queima de 70 s. Dois desses motores seriam utilizados para propulsionar o Starchasr-5. O primeiro motor Churchill, o Mk 1, foi submetido a uma série extensiva de testes incluindo cinco testes estáticos, produzindo uma força de 500 kg. O Mk 1 foi útil ao originar dados que permitiram desenvolver o Churchill Mk 2. Este motor foi submetido a uma série de sete testes estáticos que culminaram num teste com uma duração de 53 s. O motor funcionou na perfeição e provou que poderia ser utilizado várias vezes. O Mk 2 foi capaz de desenvolver 3.000 kg de força e tal como o Mk 1 foi útil ao originar dados para uma versão mais avançada.

Todos os motores eram arrefecidos utilizando querosene com o sistema ser tão eficiente que após a queima de longa duração do Mk 2, este poderia ser tocado com a mão.

Mais informação em: www.starchaser.co.uk.

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Suborbital Corporation (Cosmopolis XXI C-21) A Suborbital Corporation, baseada em Moscovo, Rússia, apresentou o Cosmopolis XXI como veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

A Suborbital Corporation anunciava a 15 de Março de 2002 que o seu Cosmopolis XXI estaria pronto em 2004 para transportar os seus primeiros passageiros até ao limite da atmosfera terrestre. O veículo foi apresentado pela Space Adventures na Base Aérea de Zhukovskiy, Moscovo, e segundo esta firma que comercializará o veículo russo, este é capaz de transportar os seus passageiros até uma altitude de 100 km.

O avião espacial, desenhado pelo Grupo de Desenho Myasischev, será transportado até uma altitude de 27 km pelo avião M-55X Geofizika, altura em que se separará e utilizará os seus próprios motores para transportar o seu piloto e dois passageiros num voo que incluirá dois minutos de imponderabilidade.

Este sistema consiste assim num veículo de transporte (M-55x) e um módulo tripulado (C 21). O C-21 é um corpo sustentador reutilizável construído em torno de uma cápsula com capacidades para três pessoas. Inclui uma unidade que alberga o motor e um compartimento de equipamento com sistemas de salvamento e de controlo e suporte á vida. O módulo de propulsão será montado sobre o M-55X e uma ligação entre os dois veículos providenciará informação sobre o estado dos sistemas de propulsão antes da descolagem e separação.

O M-55X transportando o C-21 atingirá uma altitude de 17 km ganhando então velocidade para levar a cabo uma manobra vertical de ascensão. Após atingir os 20 km de altitude e um ângulo de 40º a 60º na sua trajectória, dar-se-á a separação do veículo de transporte. Após atingir uma distância segura, entra em ignição automaticamente o motor de combustível sólido do Cosmopolis levando o veículo a uma altitude de 100 km. Após consumir todo o combustível dá-se a separação do módulo de propulsão e o Cosmopolis XXI continuará a ganhar altitude.

Na fase de descida para a Terra serão estendidas superfícies aerodinâmicas de controlo aumentando assim a performance aerodinâmica do veículo. O avião espacial irá então planar para a zona de aterragem, onde pousará com o auxílio de um pára-quedas.

TGV Rockets (MICHELLE-B) A TGV Rockets, baseada em Bethesda, Maryland – Estados Unidos, apresentou o MICHELLE-B (Modular Incremental Compact High Energy Launch Example) como veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O MICHELLE-B (imagem ao lado) utilizaria um método de descolagem vertical e uma aterragem vertical com o auxílio do seu motor de foguetão. O veículo iria descolar como auxílio de seis motores que consumiriam LOX e querosene com um tempo de queima de 80 s. Durante a ascensão o piloto poderia variar a potência dos motores de forma a gerir as cargas sobre o veículo. Após o final da queima o veículo faria um arco balístico, atingindo uma altitude máxima de 104 km. Um escudo aerodinâmico flexível seria aberto para a reentrada para reduzir a velocidade e controlar as temperaturas daí resultantes. Ao atingir os 3 km de altitude o escudo seria recolhido e o motor activado para a aterragem.

O desenho modular do MICHELLE-B dispõe de módulos de propulsão redundantes independentes e cada um contendo tanques de propolente, um sistema de pressurização e um único motor. O compartimento da tripulação, cabine de voo e porão de carga, seriam isolados dos módulos de propulsão. O sistema de desaceleração aerodinâmico seria fabricado de material flexível. O trem de aterragem armazenável seria colocado em posição para a aterragem. O veículo possuiria um sistema de aviónicos completo com radar, GPS e um sistema de aproximação de precisão. Não haveria a necessidade para detecção do exterior ou sistemas de telemetria, com o veículo a requerer o mínimo de suporte do solo. Tudo o que seria necessário seria um sistema de fornecimento de energia, combustível e oxidante, além de sistemas de suporte da carga.

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O veículo poderia levantar uma carga de 1.000 kg até uma altitude de 100 km, com o voo a originar 200 s de ambiente de microgravidade de alta qualidade. O MICHELLE-B teria um comprimento de 11,40 metros e um diâmetro de 2,40 metros, tendo um peso de 27.800 kg.

Mais informação em: www.tgv-rockets.com.

Vanguard Spacecraft (Eagle) Baseada em Bridgewater, Massachusetts – Estados Unidos, a Vanguard Spacecraft apresenta o Eagle como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O Vanguard Series Launch Vehicle consiste em dois estágios e um veículo espacial. Desenhos alternativos utilizariam tanto propolentes sólidos como propolentes líquidos.

A estrutura do Eagle consistiria em materiais compósitos com um núcleo para proporcionar a máxima força com o mínimo de peso.

Em Setembro de 2003 foi finalizado um modelo à escala do veículo. Este modelo era capaz de transportar uma carga de 18 kg a uma altitude de 120 km.

O Eagle teria um lançamento vertical a partir do solo e uma amaragem no oceano.

Kittyhawk (Kitten) Baseada em Oroville, Washington – Estados Unidos, a Kittyhawk apresenta o Kitten como o seu veículo concorrente para o “Ansari X-Prize”.

O Kitten levantaria voo horizontalmente a uma velocidade de 240 km/h e subiria até aos 12 km de altitude, altura em que introduzindo uma inclinação de 75º, aceleraria a 2 g por dois minutos. Após o final da queima o avião foguete atingiria uma altitude de 100 km em voo livre, iniciando de seguida a descida até ao local de lançamento onde seria reabastecido e iniciaria novo voo.

Uma missão do Kitten teria uma duração de quase duas horas e um serviço rápido entre voos permitiria vários voos por dia. Em cada missão seria possível experimentar-se 4,5 minutos de gravidade zero.

Mais de metade dos fundos necessários para o desenvolvimento do Kitten foram conseguidos através de investidores privados.

A Scaled Composites, LLC e o conceito do Tier One

A Scaled Composites, LLC é uma companhia aeroespacial e de desenvolvimento de materiais compósitos especiais localizada em Mojave, Califórnia, a 129 km de Los Angeles. Fundada em 1982 por Burt Rutan, a Scaled Composites possui uma larga experiência no desenho, fabricação e construção de veículos aéreos, análise e fabricação de estruturas de materiais compósitos, e desenvolvimento de ensaios aéreos.

O Tier One O desenho conceptual do sistema Tier One foi pela primeira vez imaginado por Burt Rutan em 1997. Alguns aspectos deste conceito haviam já sido trabalhados no avião Proteus que levou a cabo o seu primeiro voo a 26 de Julho de 1998. O Proteus era um veículo que podia voar a elevada altitude e executar múltiplas missões. O contrato para o desenvolvimento do Tier One foi assinado em Abril de 2001 por Paul Allen, um bilionário da Microsoft.

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O desenho aerodinâmico foi realizado utilizando um software de dinâmica de fluídos computacional e sem a utilização de túneis de vento. O desenvolvimento incluiu testes térmicos de camadas ablativas para reentrada atmosférica, escotilhas resistentes ao calor e testes à escala de configurações para reentradas atmosféricas.

O principal objectivo do Tier One era ode conseguir ganhar o “X-Prize” ao se tornar no primeiro veículo espacial reutilizável a voar acima dos 100 km de altitude. Apesar de se estimar que o custo por missão rondaria os € 80.000,00, não existiam planos para o desenvolvimento de uma versão comercial deste veículo experimental. A principal preocupação era mostrar que o objectivo de ganhar o “X-Prize” poderia ser atingido de uma forma segura e económica, utilizando conceitos inovadores a nível da aerodinâmica e de propulsão.

O Tier One consiste em dois estágios, o White Knight (veículo de transporte e primeiro estágio) e a SpaceShipOne (um avião espacial). Uma missão tipo do Tier One consistiria no transporte da SpaceShipOne pelo White Knight até um ponto a 65 km do Mojave Airport Base e a uma altitude de 15 km (com uma velocidade de 215 km/h), largar o avião espacial. Após cair em queda livre por escassos segundos, a SpaceShipOne utilizaria o seu motor para se colocar numa trajectória com uma inclinação de 84º e numa ignição de 65 s a 80 s entrar numa trajectória balística para atingir uma altitude máxima de 110 km. Após atingir o apogeu da sua trajectória, o veículo reentraria na atmosfera e em voo planado regressaria ao local de onde havia partido.

White Knight

O White Knight é um avião tripulado equipado com dois motores turbo-jacto desenhado para missões a grande altitude. O cockpit do avião, bem como os seus sistemas aviónicos, sistema de controlo eléctrico, sistema pneumático, sistema de dados e componentes do sistema eléctrico, são idênticos aos instalados na SpaceShipOne. Por esta razão, os ensaios do White Knight serviram também para qualificar todos os sistemas do avião espacial, exceptuando o sistema de propulsão. As características do White Knight permitiram aos pilotos simular as manobras de propulsão, aproximação e aterragem da SpaceShipOne e o avião serviu assim tanto como primeiro estágio do sistema como simulador para os pilotos da SpaceShipOne.

O veículo tem peso de 4.100 kg, pesando 1.200 kg sem combustível. A sua envergadura de asas é de 5,0 metros e o seu diâmetro atinge os 1,52 metros.

SpaceShipOne

A SpaceShipOne é um veículo de três lugares destinado a pesquisas a grande altitude e desenhado para voos sub orbitais a uma altitude de 100 km. A sua singular configuração permite tirar partido das suas qualidades de propulsão, voo planado e aterragem. O seu desenhador quis evitar a utilização de sistemas de aumento de estabilidade normalmente utilizados para controlar a instabilidade inerente em aviões transónicos. Originalmente estava prevista a utilização de travões semelhantes a pétalas seguida da utilização de um sistema de recuperação vertical por pára-quedas. Posteriormente foi decidido utilizar-se actuadores pneumáticos nas asas e proa numa configuração semelhante a um vaivém espacial. Esta configuração proporciona um maior atrito no ar durante a reentrada, sem necessitar de qualquer controlo por parte do piloto. Após o veículo abrandar até aos 160 km/h, as asas e a proa regressam à sua configuração normal e o piloto pode voar o veículo num voo planado a 185 km/h, descrevendo círculos até ao local de aterragem.

O controlo de rotação e translação é levado a cabo por elevons colocados nas extremidades posterioras do veículo. Travões superiores podem ser movidos para o exterior somente para aumentar o atrito e outros inferiores são movidos electricamente para aumentar a estabilidade longitudinal. Todos os comandos são manuais.

A fuselagem do veículo é feita a partir de um só bloco com a parte exterior fabricada em material compósito de carbono e epoxy, com um núcleo feito de Nomex. Na parte posterior da fuselagem, onde o efeito do calor é menor, foi utilizada fibra de vidro (material que permite a passagem de ondas de rádio). Nas asas foi também utilizado o carbono/epoxy, colocado sobre travessas estruturais. Nas áreas onde a temperatura é mais elevada na reentrada, foi colocada uma camada de resina fenólica. Os bordos das asas e o dorso do veículo foram cobertos com um material ablativo que é reaplicado antes de cada voo.

A cabina da tripulação mantém um ambiente agradável. Com um diâmetro de 1,52 metros, possui nove escotilhas que permitem uma visibilidade perfeita. A tripulação não utilizará fatos pressurizados, sendo a pressão no interior mantida com o auxílio de botijas de gás. Esta pressão é mantida mesmo de for perdida a integridade da fuselagem. No interior da cabina encontram-se controlos aerodinâmicos para voo atmosférico e um sistema de controlo por gás para voo espacial. As mesmas botijas de gás que proporcionam pressão para a cabina, fornecem gás para o sistema de controlo a reacção e para a operação dos sistemas pneumáticos dos actuadores e do trem de aterragem.

A propulsão é fornecida por um motor híbrido construído pela SpaceDev. O motor consome N2O (oxidante) e HTPB (combustível) numa combinação não tóxica.

A SpaceShipOne tem um peso de 3.600 kg, pesando 1.200 kg sem combustível. Tem um diâmetro de 1,52 metros e uma envergadura de 5,0 metros.

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Cronologia para o espaço A tabela a seguir mostra um resumo dos passos levados a cabo pela Scaled Composites LLC até ao primeiro voo espacial privado que teve lugar a 21 de Junho de 2004. Para mais informações:

• http://www.scaled.com/projects/tierone/logs.htm

• http://www.astronautix.com/craft/spaipone.htm

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Cronologia para o espaço

Data Voo Tripulação Tempo de voo (h:m) Objectivos

1-Ago-02 1L Douglas B. Shane; Peter Siebold 0:12 Avaliação das qualidades de manobrabilidade e performance 5-Ago-02 2L Douglas B. Shane; Peter Siebold 1:30 Repetição do primeiro voo; avaliação dos sistemas pneumáticos e de aviónicos

19-Ago-02 3L Michael W. Melvill; Douglas B. Shane 2:48 Qualificação e avaliação de nova tripulação; voo a 7,6 km de altitude e 130 km/h

27-Ago-02 4L Peter Siebold; Douglas B. Shane 2:30 Qualificação e avaliação de nova tripulação; voo a 10,7 km de altitude e 130 km/h

6-Set-02 5L Brian Binnie; Douglas B. Shane 2:00 Qualificação e avaliação de nova tripulação; voo a 13,7 km de altitude e 130 km/h; prática de técnicas de aproximação em voo planado

9-Out-02 6L Douglas B. Shane; Brian Binnie 0:54 Avaliação de alterações técnicas 10-Out-02 7L Douglas B. Shane; Brian Binnie 3:00 Finalização dos testes do voo anterior; voo a 13,7 km de altitude e 139 km/h

16-Out-02 8L Michael W. Melvill; Brian Binnie 1:36 Avaliação dos melhoramentos a nível de software; voo a 15,2 km de altitude e Mach 0,55; prática de técnicas de aproximação

17-Out-02 9L Brian Binnie; Peter Siebold 2:12 Treino de pilotos na fase de propulsão; prática de voo em formação com o avião Proteus

17-Out-02 10L Peter Siebold; Brian Binnie 1:06 Simulação de aproximação para aterragem 24-Out-02 11L Douglas B. Shane; Michael W. Melvill 0:18 Voo de formação da FAA para o piloto 24-Out-02 12L Michael W. Melvill; Douglas B. Shane 0:18 Voo de formação da FAA para o piloto 24-Out-02 13L Brian Binnie; Peter Siebold 0:18 Voo de formação da FAA para o piloto 24-Out-02 14L Peter Siebold; Douglas B. Shane 0:18 Voo de formação da FAA para o piloto

12-Nov-02 16L Brian Binnie; Peter Siebold 2:00 Avaliação do motor, sistema ECS e sistema de aviónicos; simulação de falha de travão na aterragem

24-Fev-03 17L Brian Brinnie; Michael W. Melvill 2:48 Avaliação da performance dos motores após melhoramentos 7-Mar-03 18L Michael W. Melvill; Corie Bird 3:18 Avaliação do sistema ECS 15-Abr-03 20L Michael W. Melvill; Brian Binnie 0:42 Voo de ensaio para demonstração aérea

15-Abr-03 19L Michael W. Melvill; Brian Binnie 1:12 Voo de ensaio para demonstração aérea; primeiro voo com sistema de lançamento do SpaceShipOne

18-Abr-03 21L Michael W. Melvill; Brian Binnie 0:12 Voo de demonstração da combinação Tier One: White Knight/SpaceShipOne 26-Abr-03 22L Michael W. Melvill; Brian Binnie 0:18 Demonstração aérea 2-Mai-03 23L Michael W. Melvill; Richard Aldrich 2:18 Avaliação de performance do motor em altitude

20-Mai-03 24C/01C Peter Siebold; Brian Binnie 1:48 Avaliação do interface aerodinâmico entre os dois veículos (SpaceShipOne sem tripulação)

3-Jul-03 25L Brian Binnie; Peter Siebold 2:12 Ensaio do perfil de voo planado 11-Jul-03 27L Brian Binnie; Peter Siebold; Stinemetz 0:42 Voo de eficiência para o piloto 11-Jul-03 26L Michael W. Melvill; Brian Binnie; Burt Rutan 2:00 Ensaio do perfil de voo planado

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Data Voo Tripulação Tempo de voo (h:m) Objectivos

11-Jul-03 28L Peter Siebold; Brian Binnie; Losey 0:30 Voo de eficiência para o piloto 29-Jul-03 29C/02C Brian Binnie; Bird; Michael W. Melvill (SSO) 2:06 Primeiro voo tripulado da SpaceShipOne 7-Ago-03 30L/03G Brian Binnie; Bird; Michael W. Melvill (SSO) 1:06 Primeiro voo livre da SpaceShipOne

27-Ago-03 31LC/04GC Brian Binnie; Bird; Michael W. Melvill (SSO) 1:06 Avaliação da qualidades de voo e performance da SpaceShipOne; Missão abortada 20 minutos antes da separação devido a problema no sistema GPS

27-Ago-03 32L/05G Brian Binnie; Bird; Michael W. Melvill (SSO) 1:06 Objectivos semelhantes ao voo anterior 11-Set-03 33L Michael W. Melvill; Brian Binnie; Tighe 2:42 Avaliação do perfil de aproximação e aterragem da SpaceShipOne 18-Set-03 34L Michael W. Melvill; Brian Binnie; Alsbury 2:42 Avaliação do perfil de aproximação e aterragem da SpaceShipOne 19-Set-03 35L Peter Siebold; Brian Binnie; Nichols 2:06 Avaliação do perfil de aproximação e aterragem da SpaceShipOne

23-Set-03 37L/06G Peter Siebold; Stinemetz; Johnson; Michael W. Melvill 1:30/12m15s Terceiro voo livre da SpaceShipOne

17-Out-03 38L/07G Peter Siebold; Bird; Moore; Michael W. Melvill 1:06/17m49s Quarto voo livre da SpaceShipOne; Avaliação de modificações estruturais 5-Nov-03 39L Peter Siebold; Brian Binnie 1:30 Avaliação das alterações aos sistemas aviónicos e pratica de aterragem 6-Nov-03 15L Peter Siebold; Brian Binnie 2:24 Avaliação contínua do sistema de propulsão, ECS e aviónicos

14-Nov-03 40L/08G Brian Binnie; Stinemetz; Peter Siebold (SSO) 1:24/19m55s Quinto voo livre da SpaceShipOne; ensaio de novo piloto; Testes de estabilidade e controlo

19-Nov-03 41L/09G Brian Binnie; Bird White; Michael W. Melvill (SSO) 2:06/12m25s Sexto voo livre da SpaceShipOne; avaliação dos sistemas de emergência e de

manobrabilidade

4-Dez-03 42L/10G Peter Siebold; Stinemetz; Brian Binnie (SSO) 1:18/13m14s Sétimo vvo livre da SpaceShipOne; ensaio de novo piloto; Teste funcional do sistema de propulsão

17-Dez-03 43L/11P Brian Binnie (SSO) Primeiro voo propulsionado da SpaceShipOne (Lanç: 14,6 km; Vel: 207 km/h; Propulsão a: 13,5 km; Vel: Mach 0,55; Fim propulsão: Mach 1,2; Apogeu: 20,7

km) 18-Fev-04 45L Peter Siebold; Brian Binnie 1:36 Prática de voo; avaliação de novo software e prática de aterragem 18-Fev-04 44L Michael W. Melvill; Brian Binnie 1:42 Prática de voo; avaliação de novo software e prática de aterragem 18-Fev-04 46L Brian Binnie; Michael W. Melvill 0:42 Prática de voo; avaliação de novo software e prática de aterragem 4-Mar-04 47L Brian Binnie; Bird 1:18 Ensaio da separação da SpaceShipOne para o voo 12G; avaliação de software 8-Mar-04 48L Brian Binnie; Stinemetz 1:24 Ensaio da separação da SpaceShipOne para o voo 12G; avaliação de software 11-Mar-04 49L/12G Brian Binnie; Stinemetz; Peter Siebold (SSO) 1:18/18m30s Voo planado da SpaceShipOne sem propulsão; teste do piloto; 30-Mar-04 50L Michael W. Melvill; Brian Binnie 2:00 Avaliação dos sistemas aviónicos; ensaio da separação e aterragem 31-Mar-04 51L Brian Binnie; Michael W. Melvill 2:00 Ensaio para a missão 13P 5-Abr-04 52L Peter Siebold; Karkow 2:00 Avaliação dos sistemas aviónicos; ensaio da aterragem

8-Abr-04 53L/13P ???; Peter Siebold (SSO) Voo propulsionado da SpaceShipOne (Lanç: 13,96 km; Vel: 230 km/h; Propulsão a: 11,7 km; Fim propulsão: Mach 1,6; Apogeu: 32 km)

13-Mai-04 56L/14P ???; Michael W. Melvill (SSO) Voo propulsionado da SpaceShipOne (Lanç: 14 km; Vel: 220 km/h; Propulsão a: 11,7 km; Fim propulsão: Mach 2,5; Apogeu: 65 km)

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O primeiro voo espacial privado O dia nasceu perfeito no Aeroporto Mojave, Califórnia, um bom sinal para os acontecimentos históricos que teriam aí lugar a 21 de Junho de 2004. Os receios de que fortes ventos poderiam lograr a tentativa do primeiro voo espacial privado, depressa se dissiparam quando foram registados ventos de 17,4 km/h na zona já invadida por milhares de pessoas que queriam ser testemunho vivo do primeiro voo espacial da SpaceShipOne.

Às 1319UTC era anunciado que tudo corria como estava planeado e que as condições atmosféricas eram favoráveis para o voo. Às 1337UTC o avião White Knight transportando no seu dorso a SpaceShipOne, emergia do hangar e passava à frente da multidão que se encontrava em Mojave. Após percorrer uma pista de descolagem, o avião posicionou-se no seu final e iniciou os preparativos para a missão. Entretanto dois aviões levantaram voo (1341UTC e 1345UTC) para, desde o ar, registarem imagens do histórico acontecimento.

A descolagem da combinação Tier One (White Knight / SpaceShipOne) teve lugar às 1347UTC. Auxiliado pelos seus dois motores turbo-jacto, o White Knight começou a ganhar altitude ao mesmo tempo que simulava um voo do SpaceShipOne devido às suas características aerodinâmicas. Às 1408UTC ambos os veículos encontravam-se a uma altitude de 7.620 metros, com os controladores a anunciar às 1412UTC que tudo corria como planeado.

Ás 1436UTC os veículos encontravam-se a 10.058 metros de altitude e às 1449UTC era dada luz verde para a separação da SpaceShipOne que teria lugar no minuto seguinte. Caindo em queda livre, Michael Melvill colocava o veículo numa orientação tal que lhe permitiu de seguida iniciar uma ascensão para o espaço. A ignição do motor da SpaceShipOne teve lugar às 1450UTC e teve uma duração de aproximadamente 80 s, finalizando-se às 1452UTC. Após o final da ignição o avião espacial continuou numa trajectória parabólica, ganhando altitude sobre os controlos do seu piloto que anunciava às 1453UTC não existirem quaisquer problemas.

Ás 1455UTC era atingida uma altitude de 96,3168 km com o piloto a suportar uma aceleração de 5 g. Durante esta fase não se sabia ao certo qual a altitude que havia sido atingida pelo veículo que às 1457UTC iniciava já a reentrada atmosférica para o regresso à Terra. Às 1502UTC um dos aviões que acompanhou a missão anunciava que tudo parecia normal com o veículo e que eram visíveis alguns efeitos térmicos da reentrada atmosférica sobre a sua fuselagem dianteira. Às 1509UTC A SpaceShipOne era já visível do solo à medida que se aproximava em voo planado para a aterragem.

O Tier One inicia a sua primeira missão espacial às 1347UTC do dia 21 de Junho de 2004. A bordo da SpaceShipOne seguia Michael Melvill que se tornaria no primeiro astronauta privado (imagem em baixo). Imagem: Arquivo fotográfico do autor.

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Por esta altura, e em comunicação com o centro de controlo da missão, Michael Melvill relatava que ouvira três grandes estrondos durante o voo. No entanto era mais uma vez sublinhado que tudo estava normal com o veículo.

Às 1513UTC era dada a luz verde para a abertura do trem de aterragem e este teria lugar às 1514UTC na pista RW30 do Mojave Airport. A missão em voo livre da SpaceShipOne teve uma duração de aproximadamente 24 minutos. Melvill abandonava o veículo às 1528UTC sendo saudado por muitos membros da Scaled Composites, LCC e pelo público que assistiu ao voo.

Posteriormente seria anunciado que a SpaceShipOne havia atingido uma altitude de 100,1240568 km, fazendo de Michael Melvill o 274º astronauta dos Estados Unidos e o 435º ser humano a viajar no espaço.

A SpaceShipOne finaliza a sua primeira missão espacial com uma aterragem na pista 30 do Aeroporto de Mojave, Califórnia, após um voo de 24 minutos. De notar a singular configuração do seu trem de aterragem dianteiro. Imagem: Arquivo fotográfico do autor.

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Lista de cosmonautas e astronautas por primeiro voo A seguinte lista compila os nomes de todos os cosmonautas e astronautas que viajaram no espaço quer em voos sub orbitais quer em voos orbitais. De referir que p limite inferior do espaço encontra-se, por definição, a 100 km de altitude. Das missões do avião experimental X-15, apenas dois voos superaram esta altitude. Estes voos foram realizados por Joseph Albert Walker a 19 de Julho de 1963 (X-15-90) e a 22 de Agosto de 1963 (X-15-91), o que torna também Joseph Albert Walker no primeiro americano a realizar dois voos espaciais.

Não incluídos nesta lista estão os tripulantes das missões Soyuz T-10/1 (que teve lugar a 27 de Setembro de 1983 e cujo foguetão lançador 11A511U Soyuz-U explodiu na plataforma de lançamento) e STS-51L OV-099 Challenger (que foi destruído a 28 de Janeiro de 1986 durante o lançamento).

A terceira coluna tem a seguinte forma: PAÍS n.º de viajante do país/n.º cumulativo

Nome Missão N.º de Ordem Yuri Alexeievich Gagarin Vostok URSS 1/1 Alan Bartlett Shepard, Jr. MR-3 Mercury-Redstone 3 ‘Freedom-7’ EUA 1/2 Virgil Ivan 'Gus' Grissom MR-4 Mercury-Redstone 4 ‘Liberty Bell-7’ EUA 2/3 Gherman Stepanovich Titov Vostok-2 URSS 2/4 John Herschell Glenn, Jr. MA-6 Mercury-Atlas 6 ‘Friendship-7’ EUA 3/5 Malcom Scott Carpenter MA-7 Mercury-Atlas 7 ‘Aurora-7’ EUA 4/6 Andrian Grigorievich Nikolayev Vostok-3 URSS 3/7 Pavel Romanovich Popovich Vostok-4 URSS 4/8 Walter Marty Schirra, Jr. MA-8 Mercury-Atlas 8 ‘Sigma-7’ EUA 5/9 Leroy Gordon Cooper, Jr. MA-9 Mercury-Atlas 9 ‘Faith-7’ EUA 6/10 Valeri Fyodorovich Bykovsky Vostok-5 URSS 5/11 Valentina Vladimirovna Tereshkova Vostok-6 URSS 6/12 Joseph Albert Walker X-15A (90) EUA 7/13 Vladimir Mikhailovich Komarov Voskhod URSS 7/14 Konstantin Petrovich Feoktistov Voskhod URSS 7/14 Boris Borisovich Yegorov Voskhod URSS 7/14 Pavel Ivanovich Belyayev Voskhod-2 URSS 10/17 Alexei Arkhipovich Leonov Voskhod-2 URSS 10/17 John Watts Young GT-III Gemini-Titan III ‘Molly Brown’ EUA 8/19 James Alton McDivitt GT-IV Gemini-Titan IV EUA 9/20 Edward Higgins White, 2nd GT-IV Gemini-Titan IV EUA 9/20 Charles 'Pete' Conrad GT-V Gemini-Titan V EUA 11/21 Frank Frederick Borman GT-VII Gemini-Titan VII EUA 12/23 James Arthur Lovell, Jr. GT-VII Gemini-Titan VII EUA 12/23 Thomas Patten Stafford GT-VIA Gemini-Titan VIA EUA 14/25 Neil Alden Armstrong GT-VIII Gemini Titan VIII EUA 15/26 David Randolph Scott GT-VIII Gemini Titan VIII EUA 15/26 Eugene Andrew Cernan GT-IX Gemini Titan IX EUA 17/28 Michael Collins GT-X Gemini Titan X EUA 18/29 Richard Francis Gordon, Jr. GT-XI Gemini Titan XI EUA 19/30 Edwin Eugene "Buzz" Aldrin GT-XII Gemini Titan XII EUA 20/31 Walter Cunningham AS-7 Apollo Saturn 7 EUA 21/32 Donn Fulton Eisele AS-7 Apollo Saturn 7 EUA 21/32 Georgi Timofeyevich Beregovoi Soyuz-3 URSS 12/34 William Alison Anders AS-8 Apollo Saturn 8 EUA 23/35 Vladimir Alexandrovich Shatalov Soyuz-4 URSS 13/36 Boris Valentinovich Volynov Soyuz-5 URSS 14/37 Alexei Stanislavovich Yeliseyev Soyuz-5 URSS 14/37 Yevgeni Vasilievich Khrunov Soyuz-5 URSS 14/37 Russel Louis 'Rusty' Schweickart AS-9 Apollo Saturn 9 EUA 24/40 Georgi Stepanovich Shonin Soyuz-6 URSS 17/41 Valeri Nikolaievich Kubasov Soyuz-6 URSS 17/41 Anatoli Vasilievich Filipchenko Soyuz-7 URSS 19/43 Vladislav Nikolaievich Volkov Soyuz-7 URSS 19/43 Viktor Vasilievich Gorbatko Soyuz-7 URSS 19/43 Alan LaVern (Al) Bean AS-12 Apollo Saturn 12 EUA 25/46

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John Leonard 'Jack' Swigert AS-13 Apollo Saturn 13 EUA 26/47 Fred Wallace Haise, Jr. AS-13 Apollo Saturn 13 EUA 26/47 Vitali Ivanovich Sevastyanov Soyuz-9 URSS 22/49 Stuart Alan Roosa AS-14 Apollo Saturn 14 EUA 28/50 Edgar Dean Mitchell AS-14 Apollo Saturn 14 EUA 28/50 Nikolai Nikolaievich Rukavishnikov Soyuz-10 URSS 23/52 Viktor Ivanovich Patsayev Soyuz-11 URSS 24/53 Georgi Timofeyevich Dobrovolski Soyuz-11 URSS 24/53 James Benson Irwin AS-15 Apollo Saturn 15 EUA 30/55 Alfred Merril Worden AS-15 Apollo Saturn 15 EUA 30/55 Thomas Kenneth Mattingly, II AS-16 Apollo Saturn 16 EUA 32/57 Charles Moss Duke AS-16 Apollo Saturn 16 EUA 32/57 Ronald Ellwin Evans AS-17 Apollo Saturn 17 EUA 34/59 Harrison Hagen 'Jack' Schmitt AS-17 Apollo Saturn 17 EUA 34/59 Joseph Peter Kerwin SL-2 Skylab 2 EUA 36/61 Paul Joseph Weitz SL-2 Skylab 2 EUA 36/61 Owen Key Garriot SL-3 Skylab 3 EUA 38/63 Jack Robert Lousma SL-3 Skylab 3 EUA 38/63 Vasili Grigorievich Lazarev Soyuz-12 URSS 26/65 Oleg Grigorievich Makarov Soyuz-12 URSS 26/65 William Ride Pogue SL-4 Skylab 4 EUA 40/67 Gerald Paul (Gerry) Carr SL-4 Skylab 4 EUA 40/67 Edward George Gibson SL-4 Skylab 4 EUA 40/67 Pyotr Ilyich Klimuk Soyuz-13 URSS 28/70 Valentin Vitalievich Lebedev Soyuz-13 URSS 28/70 Yuri Petrovich Artyukhin Soyuz-14 URSS 30/72 Lev Stepanovich Dyomin Soyuz-15 URSS 31/73 Gennady Vasilievich Sarafanov Soyuz-15 URSS 31/73 Alexei Alexandrovich Gubarev Soyuz-17 URSS 33/75 Georgi Mikhailovich Grechko Soyuz-17 URSS 33/75 Donald Kent 'Dick' Slayton ASTP Apollo-ASTP 18 EUA 43/77 Vance DeVoe Brand ASTP Apollo-ASTP 18 EUA 43/77 Vitali Mikhailovich Zholobov Soyuz-21 URSS 35/79 Vladimir Viktorovich Aksyonov Soyuz-22 URSS 36/80 Vyacheslav Dmitrievich Zudov Soyuz-23 URSS 37/81 Valeri Ilyich Rozhdestvensky Soyuz-23 URSS 37/81 Yuri Nikolaievich Glazkov Soyuz-24 URSS 39/83 Vladimir Vasilyevich Kovalyonok Soyuz-25 URSS 40/84 Valeri Viktorovich Ryumin Soyuz-25 URSS 40/84 Yuri Viktorovich Romanenko Soyuz-26 URSS 42/86 Vladimir Alexandrovich Dzhanibekov Soyuz-27 URSS 43/87 Vladimir Remek Soyuz-28 Checoslováquia 1/88 Alexander Sergeievich Ivanchenkov Soyuz-29 URSS 44/89 Miroslaw Hermaszewski Soyuz-30 Polónia 1/90 Sigmund Werner Paul Jahn Soyuz-31 RDA 1/91 Vladimir Afanasyevich Lyakhov Soyuz-32 URSS 45/92 Georgi Ivanov Ivanov Soyuz-33 Burlgária 1/93 Leonid Ivanovich Popov Soyuz-35 URSS 46/94 Bertalan Farkas Soyuz-36 Hungria 1/95 Yuri Vasilievich Malyshev Soyuz T-2 URSS 47/96 Pham Tuan Soyuz-37 Vietname 1/97 Arnaldo Tamayo Mendez Soyuz-38 Cuba 1/98 Leonid Denisovich Kizim Soyuz T-3 URSS 48/99 Gennady Mikhailovich Strekalov Soyuz T-3 URSS 48/99 Viktor Petrovich Savinykh Soyuz T-4 URSS 50/101 Zhugderdemidiyn Gurragcha Soyuz-39 Mongólia 1/102 Robert Laurel 'Crip' Crippen STS-1 OV-102 Columbia OFT-1 EUA 45/103 Dumitru Dorin Prunariu Soyuz-40 Roménia 1/104 Joseph Henry Engle STS-2 OV-102 Columbia OFT-2 EUA 46/105 Richard Harrison Truly STS-2 OV-102 Columbia OFT-2 EUA 46/105

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Charles Gordon Fullerton STS-3 OV-102 Columbia OFT-3 EUA 48/107 Anatoli Nikolaievich Berezovoi Soyuz T-5 URSS 51/108 Jean-Loup Jacques Marie Chrétien Soyuz T-6 França 1/109 Henry Warren (Hank) Hartsfield, Jr. STS-4 OV-102 Columbia OFT-4 EUA 49/110 Alexander Alexandrovich Serebrov Soyuz T-7 URSS 52/111 Svetlana Yevgenyevna Savitskaya Soyuz T-7 URSS 52/111 Robert Franklin Overmayer STS-5 OV-102 Columbia EUA 50/113 Joseph Percival Allen STS-5 OV-102 Columbia EUA 50/113 William Benjamin Lenoir STS-5 OV-102 Columbia EUA 50/113 Karol Joseph (Bo) Bobko STS-6 OV-099 Challenger – TDRS-A EUA 53/116 Donald Harold Peterson STS-6 OV-099 Challenger – TDRS-A EUA 53/116 Franklin Story Musgrave STS-6 OV-099 Challenger – TDRS-A EUA 53/116 Vladimir Georgievich Titov Soyuz T-8 URSS 54/119 Frederick Hamilton (Rick) Hauck STS-7 OV-099 Challenger EUA 56/120 Sally Kristen Ride STS-7 OV-099 Challenger EUA 56/120 John McCreary Fabian STS-7 OV-099 Challenger EUA 56/120 Norman Earl Thagard STS-7 OV-099 Challenger EUA 56/120 Alexander Pavlovich Alexandrov Soyuz T-9 URSS 55/124 Daniel Charles (Dan) Brandenstein STS-8 OV-099 Challenger EUA 60/125 Dale Alan Gardner STS-8 OV-099 Challenger EUA 60/125 Guion Stewart (Guy) Bluford, Jr. STS-8 OV-099 Challenger EUA 60/125 William Edgar Thornton STS-8 OV-099 Challenger EUA 60/125 Brewstar Hokinson Shaw, Jr. STS-9 OV-102 Columbia – Spacelab-1 EUA 64/129 Robert Allen Ridley Parker STS-9 OV-102 Columbia – Spacelab-1 EUA 64/129 Byron Kurt Lichtenberg STS-9 OV-102 Columbia – Spacelab-1 EUA 64/129 Ulf Dietrich Merbold STS-9 OV-102 Columbia – Spacelab-1 RFA 1/129 Robert Lee 'Hoot' Gibson STS-41B OV-099 Challenger EUA 67/133 Bruce McCandless, II STS-41B OV-099 Challenger EUA 67/133 Ronald Erwin McNair STS-41B OV-099 Challenger EUA 67/133 Robert Lee Stewart STS-41B OV-099 Challenger EUA 67/133 Vladimir Alexeievich Solovyev Soyuz T-10 URSS 56/137 Oleg Yurievich Atkov Soyuz T-10 URSS 56/137 Rakesh Sharma Soyuz T-11 Índia 1/139 Frank Richard 'Dick' Scobee STS-41C OV-099 Challenger EUA 71/140 James Douglas Adrianus van Hoften STS-41C OV-099 Challenger EUA 71/140 George Driver Nelson STS-41C OV-099 Challenger EUA 71/140 Terry Jonathan Hart STS-41C OV-099 Challenger EUA 71/140 Igor Petrovich Volk Soyuz T-12 URSS 58/144 Michael Loyd Coats STS-41D OV-103 Discovery EUA 75/145 Judith Arlene Resnick STS-41D OV-103 Discovery EUA 75/145 Steven Alan Hawley STS-41D OV-103 Discovery EUA 75/145 Richard Michael Mullane STS-41D OV-103 Discovery EUA 75/145 Charles David Walker STS-41D OV-103 Discovery EUA 75/145 John Andrew McBride STS-41G OV-099 Challenger EUA 80/150 Kathryn Dryer Sullivan STS-41G OV-099 Challenger EUA 80/150 David Cornell Leestma STS-41G OV-099 Challenger EUA 80/150 Marc Joseph Jean-Pierre Garneau STS-41G OV-099 Challenger Canadá 1/150 Paul Desmond Scully-Power STS-41G OV-099 Challenger EUA 80/150 David Mathienson Walker STS-51A OV-103 Discovery EUA 84/155 Anna Lee Fisher STS-51A OV-103 Discovery EUA 84/155 Loren James Shriver STS-51C OV-103 Discovery - DoD EUA 86/157 Ellison Shoji Onizuka STS-51C OV-103 Discovery - DoD EUA 86/157 James Frederick (Jim) Buchli STS-51C OV-103 Discovery - DoD EUA 86/157 Gary Eugene Payton STS-51C OV-103 Discovery - DoD EUA 86/157 Donald Edward Williams STS-51D OV-103 Discovery EUA 90/161 Margaret Rhea Seddon STS-51D OV-103 Discovery EUA 90/161 Jeffrey Allen (Jeff) Hoffman STS-51D OV-103 Discovery EUA 90/161 Stanley David Griggs STS-51D OV-103 Discovery EUA 90/161 Edwin Jacob 'Jack' Garn STS-51D OV-103 Discovery EUA 90/161 Frederick Drew Gregory STS-51B OV-099 Challenger – Spacebab-3 EUA 95/166

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Don Leslie Lind STS-51B OV-099 Challenger – Spacebab-3 EUA 95/166 Lodewijk van den Berg STS-51B OV-099 Challenger – Spacebab-3 EUA 95/166 Taylor Gun-Jin Wang STS-51B OV-099 Challenger – Spacebab-3 EUA 95/166 John Oliver Creighton STS-51G OV-103 Discovery EUA 99/170 Matilda Shannon Wells Lucid STS-51G OV-103 Discovery EUA 99/170 Steven Ray Nagel STS-51G OV-103 Discovery EUA 99/170 Patrick Pierre Roger Baudry STS-51G OV-103 Discovery França 2/170 Bin Salman Bin Abdelaziz al-Saud STS-51G OV-103 Discovery Arábia Saudita 1/170 Roy Dunbard Bridges, Jr. STS-51F OV-099 Challenger – Spacelab-2 EUA 102/175 Anthony Wayne England STS-51F OV-099 Challenger – Spacelab-2 EUA 102/175 Karl Gordon Henize STS-51F OV-099 Challenger – Spacelab-2 EUA 102/175 Loren Wilber Acton STS-51F OV-099 Challenger – Spacelab-2 EUA 102/175 John-David Francis Bartoe STS-51F OV-099 Challenger – Spacelab-2 EUA 102/175 Richard Oswalt Covey STS-51I OV-103 Discovery EUA 107/180 John Michael Lounge STS-51I OV-103 Discovery EUA 107/180 William Frederick Fisher STS-51I OV-103 Discovery EUA 107/180 Vladimir Vladimirovich Vasyutin Soyuz T-14 URSS 59/183 Alexander Alexandrovich Volkov Soyuz T-14 URSS 59/183 Ronald John Grabe STS-51J OV-104 Atlantis – DoD EUA 110/185 David Carl (Dave) Hilmers STS-51J OV-104 Atlantis – DoD EUA 111/185 William Arthur Pailes STS-51J OV-104 Atlantis – DoD EUA 111/185 Bonnie Jeanne Dunbar STS-61A OV-099 Challenger – Spacelab-D1 EUA 113/188 Reinhard Furrer STS-61A OV-099 Challenger – Spacelab-D1 RFA 2/188 Ernest Willie Messerschmitt STS-61A OV-099 Challenger – Spacelab-D1 RFA 2/188 Wubbo Johannes Ockels STS-61A OV-099 Challenger – Spacelab-D1 Holanda 1/188 Bryan Daniel O'Connor STS-61B OV-104 Atlantis EUA 114/192 Mary Louise Cleave STS-61B OV-104 Atlantis EUA 114/192 Sherwood Clark Spring STS-61B OV-104 Atlantis EUA 114/192 Jerry Lynn Ross STS-61B OV-104 Atlantis EUA 114/192 Rodolfo Neri-Vela STS-61B OV-104 Atlantis México 1/192 Charles Frank (Charlie) Bolden, Jr. STS-61C OV-102 Columbia EUA 118/197 Franklin R. de Los Angeles Chang-Diaz STS-61C OV-102 Columbia EUA 118/197 Robert Joseph Cenker STS-61C OV-102 Columbia EUA 118/197 Clarence William 'Bill' Nelson Jr. STS-61C OV-102 Columbia EUA 118/197 Alexander Ivanovich Laveikhin Soyuz TM-2 URSS 61/201 Alexander Stepanovich Viktorenko Soyuz TM-3 URSS 62/202 Muhammad Ahmed Fares Soyuz TM-3 Síria 1/202 Musa Khiramanovich Manarov Soyuz TM-4 URSS 63/204 Anatoli Semyonovich Levchenko Soyuz TM-4 URSS 63/204 Anatoli Yakovlevich Solovyev Soyuz TM-5 URSS 65/206 Alexander Panayotov Alexandrov Soyuz TM-5 Bulgária 2/206 Valeri Vladimirovich Polyakov Soyuz TM-6 URSS 66/208 Abdul Ahad Mohmand Soyuz TM-6 Afeganistão 1/208 Sergei Konstantinovich Krikalyov Soyuz TM-7 URSS 67/210 Guy Spence Gardner, Jr. STS-27 OV-104 Atlantis – DoD EUA 122/211 William McMichael Shepherd STS-27 OV-104 Atlantis – DoD EUA 122/211 John Elmer Blaha STS-29 OV-103 Discovery – TDRS-D EUA 124/213 Robert Clyde Springer STS-29 OV-103 Discovery – TDRS-D EUA 124/213 James Philip (Jim) Bagian STS-29 OV-103 Discovery – TDRS-D EUA 124/213 Mark Charles Lee STS-30 OV-104 Atlantis – Magellan EUA 127/216 Richard Noel 'Dick' Richards STS-28 OV-102 Columbia – DoD EUA 128/217 James 'Jim' Craig Adamson STS-28 OV-102 Columbia – DoD EUA 128/217 Mark Neil Brown STS-28 OV-102 Columbia – DoD EUA 128/217 Michael James McCulley STS-34 OV-104 Atlantis – Galileo EUA 131/220 Ellen Louise Shoulman Baker STS-34 OV-104 Atlantis – Galileo EUA 131/220 Manley Lanier 'Sonny' Carter, Jr. STS-33 OV-103 Discovery – DoD EUA 133/222 Kathryn Cordell Ryan Thornton STS-33 OV-103 Discovery – DoD EUA 133/222 James Donald Wetherbee STS-32 OV-102 Columbia – LDEF EUA 135/224 Marsha Sue Ivins STS-32 OV-102 Columbia – LDEF EUA 135/224 George David Low STS-32 OV-102 Columbia – LDEF EUA 135/224

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Alexander Nikolaievich Balandin Soyuz TM-9 URSS 68/227 John Howard Casper STS-36 OV-104 Atlantis – DoD EUA 138/228 Pierre Joseph Thuot STS-36 OV-104 Atlantis – DoD EUA 138/228 Gennady Mikhailovich Manakov Soyuz TM-10 URSS 69/230 Robert David (Bob) Cabana STS-41 OV-103 DIscovery – Ulysses EUA 140/231 Bruce Edward Melnick STS-41 OV-103 DIscovery – Ulysses EUA 140/231 Thomas Dale Ackers STS-41 OV-103 DIscovery – Ulysses EUA 140/231 Frank Lee Culbertson, Jr. STS-38 OV-104 ATlantis – DoD EUA 143/234 Charles Donald 'Sam' Gemar STS-38 OV-104 ATlantis – DoD EUA 143/234 Carl Joseph Meade STS-38 OV-104 ATlantis – DoD EUA 143/234 Ronald Anthony Parise STS-35 OV-102 Columbis – ASTRO-1 EUA 146/237 Samuel Thornton Durrance STS-35 OV-102 Columbis – ASTRO-1 EUA 146/237 Victor Mikhailovich Afanasyev Soyuz TM-11 URSS 70/239 Toyohiro Akiyama Soyuz TM-11 Japão 1/239 Kenneth Donald Cameron STS-37 OV-104 Atlantis – GRO Compton EUA 148/241 Jerome (Jay) Apt III STS-37 OV-104 Atlantis – GRO Compton EUA 148/241 Linda Maxine Godwin STS-37 OV-104 Atlantis – GRO Compton EUA 148/241 Donald Ray McMonagle STS-39 OV-103 Discovery – DoD EUA 151/244 Lloyd Blaine Hammond, Jr. STS-39 OV-103 Discovery – DoD EUA 151/244 Richard James (Rick) Hieb STS-39 OV-103 Discovery – DoD EUA 151/244 Charles Lacy Veach STS-39 OV-103 Discovery – DoD EUA 151/244 Gregory Jordan (Greg) Harbough STS-39 OV-103 Discovery – DoD EUA 151/244 Anatoli Petrovich Artsebarskiy Soyuz TM-12 ‘Juno’ URSS 71/249 Helen Patricia Sharman Soyuz TM-12 ‘Juno’ Inglaterra 1/249 Sidney McNeill Gutierrez STS-40 OV-102 Columbia – SLS-1 EUA 156/251 Tamara Elizabeth (Tammy) Jerningan STS-40 OV-102 Columbia – SLS-1 EUA 156/251 Francis Andrew 'Drew' Gaffney STS-40 OV-102 Columbia – SLS-1 EUA 156/251 Millie Hughes-Fulford STS-40 OV-102 Columbia – SLS-1 EUA 156/251 Michael Allen (Mike) Baker STS-43 OV-104 Atlantis – TDRS-E EUA 160/255 Kenneth Stanley Reightler, Jr. STS-48 OV-103 Discovery – UARS EUA 161/256 Toktar Ongarbaevich Aubarikov Soyuz TM-13 URSS 72/257 Franz Viehbock Soyuz TM-13 Áustria 1/257 Terence Thomas (Tom) Henricks STS-44 OV-104 Atlantis – DSP EUA 162/259 Mario Runco, Jr. STS-44 OV-104 Atlantis – DSP EUA 162/259 James Shelton Voss STS-44 OV-104 Atlantis – DSP EUA 162/259 Thomas J. (Tom) Hennen STS-44 OV-104 Atlantis – DSP EUA 162/259 Stephen Scott Oswald STS-42 OV-103 Discovery – IML-1 EUA 166/263 William Francis Readdy STS-42 OV-103 Discovery – IML-1 EUA 166/263 Roberta Lynn Bondar STS-42 OV-103 Discovery – IML-1 Canadá 2/263 Alexander Yurievich Kaleri Soyuz TM-14 Rússia 73/266 Klaus-Dietrich Flade Soyuz TM-15 Alemanha 5/266 Brian Duffy STS-45 OV-104 Atlantis – ATLAS-1 EUA 168/268 Collin Michael Foale STS-45 OV-104 Atlantis – ATLAS-1 EUA 168/268 Dirk Frimout STS-45 OV-104 Atlantis – ATLAS-1 Bélgica 1/268 Kevin Patrick Chilton STS-49 OV-105 Endeavour – Intelsat-6 EUA 170/271 Kenneth Dwane (Ken) Bowersox STS-50 OV-102 Columbia – USML-1 EUA 171/272 Laurence James Delucas STS-50 OV-102 Columbia – USML-1 EUA 171/272 Eugene Huu-Chau Trinh STS-50 OV-102 Columbia – USML-1 EUA 171/272 Sergei Vasilyevich Avdeyev Soyuz TM-15 ‘Antares’ Rússia 74/275 Michel Enge Charles Tognini Soyuz TM-15 ‘Antares’ França 3/275 Andrew Michael (Andy) Allen STS-46 OV-104 Atlantis – TSS-1 EUA 174/277 Claude Nicollier STS-46 OV-104 Atlantis – TSS-1 Suiça 1/277 Franco Malerba STS-46 OV-104 Atlantis – TSS-1 Itália 1/277 Curtis Lee (Curt) Brown, Jr. STS-47 OV-105 Endeavour – Spacelab-J EUA 175/280 (Nancy) Jan Davis STS-47 OV-105 Endeavour – Spacelab-J EUA 175/280 Mae Carol Jemison STS-47 OV-105 Endeavour – Spacelab-J EUA 175/280 Mamoru Mohri STS-47 OV-105 Endeavour – Spacelab-J Japão 2/280 Steven Glenwood MacLean STS-52 OV-102 Columbia – Lageos-II Canadá 3/284 Michael Richard 'Rich' Uram Clifford STS-53 OV-103 Discovery – DoD EUA 178/285 Susan Jane Helms STS-54 OV-105 Endeavour – TDRS-F EUA 179/286

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Alexander Fyodorovich Poleshchuk Soyuz TM-16 EO-13 Rússia 75/287 Kenneth Dale Cockrell STS-56 OV-103 Discovery – ATLAS-2 EUA 180/288 Ellen Lauri Ochoa STS-56 OV-103 Discovery – ATLAS-2 EUA 180/288 Bernard Anthony Harris, Jr. STS-55 OV-102 Columbia – Spacelab-D2 EUA 182/290 Charles Joseph Precourt, Jr. STS-55 OV-102 Columbia – Spacelab-D2 EUA 182/290 Hans Wilhelm Schlegel STS-55 OV-102 Columbia – Spacelab-D2 Alemanha 6/290 Ulrich Walter STS-55 OV-102 Columbia – Spacelab-D2 Alemanha 6/290 Janice Elaine Voss STS-57 OV-105 Endeavour – EURECA EUA 184/294 Nancy Jane Currie (Sherlock) STS-57 OV-105 Endeavour – EURECA EUA 184/294 Peter Jeffrey 'Jeff' Karl Wisoff STS-57 OV-105 Endeavour – EURECA EUA 184/294 Vasili Vasilievich Tsibliyev Soyuz TM17 EO-14 ‘Altair’ Rússia 76/297 Jean-Pierre Haigneré Soyuz TM17 EO-14 ‘Altair’ França 4/297 Daniel Wheeler (Dan) Bursch STS-51 OV-103 Discovery – ACTS EUA 187/299 James Hansen Newman STS-51 OV-103 Discovery – ACTS EUA 187/299 Carl Erwin Walz STS-51 OV-103 Discovery – ACTS EUA 187/299 Richard Alan Searfoss STS-58 OV-102 Columbia – SLS-2 EUA 190/302 David Alan Wolf STS-58 OV-102 Columbia – SLS-2 EUA 190/302 William Surles McArthur, Jr. STS-58 OV-102 Columbia – SLS-2 EUA 190/302 Martin Joseph Fettman STS-58 OV-102 Columbia – SLS-2 EUA 190/302 Yuri Vladimirovich Usachyov Soyuz TM-18 EO-15 Rússia 77/306 Ronald Mark Sega STS-60 OV-103 Discovery – WSF EUA 194/307 Thomas David (Tom) Jones STS-59 OV-105 Endeavour – SRL-1 EUA 195/308 Yuri Ivanovich Malenchenko Soyuz TM-19 EO-16 Rússia 78/309 Talgat Amangeldyevich Musabayev Soyuz TM-19 EO-16 Rússia 78/309 James Donald Halsell, Jr. STS-62 OV-102 Columbia – IML-2 EUA 196/311 Leroy Chiao STS-62 OV-102 Columbia – IML-2 EUA 196/311 Donald Alan Thomas STS-62 OV-102 Columbia – IML-2 EUA 196/311 Chiaiki Naito-Mukai STS-62 OV-102 Columbia – IML-2 Japão 3/311 Jerry Michael Linenger STS-64 OV-103 Discovery – SAFER EUA 199/315 Terrence Wade Wilcutt STS-68 OV-105 Endeavour – SRL-2 EUA 200/316 Steven Lee Smith STS-68 OV-105 Endeavour – SRL-2 EUA 200/316 Yelena Vladimirovna Kondakova Soyuz TM-20 EO-17 ‘EUROMIR-94’ Rússia 80/318 Joseph Richard 'Joe' Tanner STS-66 OV-104 Atlantis – ATLAS-3 EUA 202/319 Scott Eduard Parazynski STS-66 OV-104 Atlantis – ATLAS-3 EUA 202/319 Jean-François André Clervoy STS-66 OV-104 Atlantis – ATLAS-3 França 5/319 Eileen Marie Collins STS-63 OV-103 Discovery – Spacehab-3 EUA 204/322 William George Gregory STS-67 OV-105 Endeavour – ASTRO-2 EUA 205/323 John Mace Grunsfeld STS-67 OV-105 Endeavour – ASTRO-2 EUA 205/323 Wendy Barrien Lawrence STS-67 OV-105 Endeavour – ASTRO-2 EUA 205/323 Vladimir Nikolaievich Dezhurov Soyuz TM-21 EO-18 Rússia 81/326 Nikolai Mikhailovich Budarin STS-71 OV-104 Atlantis – MSM-1 Rússia 82/327 Kevin Richard Kregel STS-70 OV-103 Discovery TDRS-G EUA 208/328 Mary Ellen Weber STS-70 OV-103 Discovery TDRS-G EUA 208/328 Yuri Pavlovich Gidzenko Soyuz TM-22 EO-20 ‘EUROMIR-95’ Rússia 83/330 Thomas Reiter Soyuz TM-22 EO-20 ‘EUROMIR-95’ Alemanha 8/330 Michael Landen Gernhardt STS-69 OV-105 Endeavour – WSF EUA 210/332 Kent Vernon Rominger STS-73 OV-102 Columbia – USML-2 EUA 211/333 Catherine Grace "Cady" Coleman STS-73 OV-102 Columbia – USML-2 EUA 211/333 Michael Eladio Lopez-Alegria STS-73 OV-102 Columbia – USML-2 EUA 211/333 Fred Weldon Leslie STS-73 OV-102 Columbia – USML-2 EUA 211/333 Albert Sacco, Jr. STS-73 OV-102 Columbia – USML-2 EUA 211/333 Christopher Austin Hadfield STS-74 OV-104 Atlantis – MSM-2 Canadá 4/338 Brent Ward Jett, Jr. STS-72 OV-105 Endeavour – Spartan OAST EUA 216/339 Daniel Thomas Barry STS-72 OV-105 Endeavour – Spartan OAST EUA 216/339 Winston Elliott Scott STS-72 OV-105 Endeavour – Spartan OAST EUA 216/339 Koichi Wakata STS-72 OV-105 Endeavour – Spartan OAST Japão 4/339 Yuri Ivanovich Onufriyenko Soyuz TM-23 EO-21 Rússia 84/343 Scott Jay 'Doc' Horowitz STS-75 OV-102 Columbia – USMP-3/TSS-1R EUA 219/344 Maurizio Cheli STS-75 OV-102 Columbia – USMP-3/TSS-1R Itália 2/344 Umberto Guidoni STS-75 OV-102 Columbia – USMP-3/TSS-1R Itália 2/344

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Andrew Sydney Withiel Thomas STS-77 OV-105 Endeavour – Spacehab-4 EUA 220/347 Richard Michael Linnehan STS-78 OV-102 Columbia – Spacelab-LMS EUA 221/348 Charles Eldon Brady, Jr. STS-78 OV-102 Columbia – Spacelab-LMS EUA 221/348 Jean-Jaques Favier STS-78 OV-102 Columbia – Spacelab-LMS França 6/348 Robert Brent Thirsk STS-78 OV-102 Columbia – Spacelab-LMS Canadá 5/348 Valeri Grigoryevich Korzun Soyuz TM-24 EO-22 ‘Cassiopeia’ Rússia 85/352 Claudie André-Deshays Haigneré Soyuz TM-24 EO-22 ‘Cassiopeia’ França 7/352 Alexander Ivanovich Lazutkin Soyuz TM-25 EO-23 ‘EUROMIR-97’ Rússia 86/354 Reinhald Ewald Soyuz TM-25 EO-23 ‘EUROMIR-97’ Alemanha 9/354 Susan Leigh Still STS-83 OV-102 Columbia – Spacelab MSL-1 EUA 223/356 Roger Keith Crouch STS-83 OV-102 Columbia – Spacelab MSL-1 EUA 223/356 Gregory Thomas Linteris STS-83 OV-102 Columbia – Spacelab MSL-1 EUA 223/356 Carlos Ismael Noriega STS-84 OV-104 Atlsntis – MSM-6 EUA 226/359 Edward Tsang Lu STS-84 OV-104 Atlsntis – MSM-6 EUA 226/359 Pavel Vladimirovitch Vinogradov Soyuz TM-26 EO-24 Rússia 87/361 Robert Lee Curbeam, Jr. STS-85 OV-103 Discovery EUA 228/362 Stephen Kern Robinson STS-85 OV-103 Discovery EUA 228/362 Bjarni Vladimir Tryggvanson STS-85 OV-103 Discovery Canadá 6/362 Michael John Bloomfield STS-86 OV-104 Atlantis – MSM-7 EUA 230/365 Steven Wayne Lindsey STS-87 OV-102 Columbia – USMP-4 EUA 231/366 Kalpana Chawla STS-87 OV-102 Columbia – USMP-4 EUA 231/366 Takao Doi STS-87 OV-102 Columbia – USMP-4 Japão 5/366 Leonid Konstantinovich Kadenyuk STS-87 OV-102 Columbia – USMP-4 Ucrânia 1/366 Joe Frank Edwards, Jr. STS-89 OV-105 Endeavour – MSM-8 EUA 233/370 Michael Pillip Anderson STS-89 OV-105 Endeavour – MSM-8 EUA 233/370 James Francis Reilly II STS-89 OV-105 Endeavour – MSM-8 EUA 233/370 Salizhan Shakirovich Sharipov STS-89 OV-105 Endeavour – MSM-8 Rússia 88/370 Léopold Eyharts Soyuz TM-27 EO-25 ‘Pegasus-98’ França 8/374 Scott Douglas Altman STS-90 OV-102 Columbia – Neurolab EUA 236/375 Dafydd (David) Rhys Williams STS-90 OV-102 Columbia – Neurolab Canadá 7/375 Kathryn Patricia Hire STS-90 OV-102 Columbia – Neurolab EUA 236/375 Jay Clark Buckey STS-90 OV-102 Columbia – Neurolab EUA 236/375 James Anthony Pawelczyk STS-90 OV-102 Columbia – Neurolab EUA 236/375 Dominic Lee Pudwill Gorie STS-91 OV-103 Discovery – MSM-9 EUA 240/380 Janet Lynn Kavandi STS-91 OV-103 Discovery – MSM-9 EUA 240/380 Gennady Ivanovich Padalka Soyuz TM-28 EO-26 Rússia 89/382 Yuri Mikhailovich Baturin Soyuz TM-28 EO-26 Rússia 89/382 Pedro Francisco Duque STS-95 OV-103 Discovery Espanha 1/384 Frederick Wilford Sturckow STS-88 OV-105 Endeavour – ISS-01-2A Unity EUA 242/385 Ivan Bela Soyuz TM-29 EO-27 Eslováquia 1/386 Rick Douglas Husband STS-96 OV-103 Discovery – ISS-02-2A.1 EUA 243/387 Julie Payette STS-96 OV-103 Discovery – ISS-02-2A.1 Canadá 8/387 Valery Ivanovich Tokarev STS-96 OV-103 Discovery – ISS-02-2A.1 Rússia 91/387 Jeffrey Shears Ashby STS-93 OV-102 Columbia – Chandra EUA 244/390 Scott Edward Kelly STS-103 OV-103 Discovery – HSM-3A EUA 245/391 Gerhard Paul Julius Thiele STS-99 OV-105 Endeavour – SRTM Alemanha 10/392 Sergei Viktorovich Zaletin Soyuz TM-30 EO-28 Rússia 92/393 Jeffrey Nels Williams STS-101 OV-104 Atlantis – ISS-2A.a EUA 246/394 Richard Alan Mastracchio STS-106 OV-104 Atlantis – ISS-2A.b EUA 247/395 Daniel Christopher Burbank STS-106 OV-104 Atlantis – ISS-2A.b EUA 247/395 Boris Vladimirovich Morukov STS-106 OV-104 Atlantis – ISS-2A.b Rússia 93/395 Pamela Ann Melroy STS-92 OV-103 Discovery – ISS-3A EUA 249/398 Mark Lewis Polansky STS-98 OV-104 Atlantis – ISS-5A Destiny EUA 250/399 James McNeal Kelly STS-102 OV-103 Discovery – ISS-5A.1 Leonardo EUA 251/400 Paul William Richards STS-102 OV-103 Discovery – ISS-5A.1 Leonardo EUA 251/400 John Lynch Philips STS-100 OV-105 Endeavour – ISS-6A Rafaello EUA 253/402 Yuri Valentinovich Lonchakov STS-100 OV-105 Endeavour – ISS-6A Rafaello Rússia 94/402 Dennis Anthony Tito Soyuz TM-32 ISS-2S EUA 254/404 Charles Owen Hobaugh STS-104 OV-104 Atlantis – ISS-7A Quest EUA 255/405 Patrick Graham Forrester STS-105 OV-105 Discovery – ISS-7A.1 Leonardo EUA 256/406

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Mikhail Vladislavovich Tyurin STS-105 OV-105 Discovery – ISS-7A.1 Leonardo Rússia 95/406 Konstantin Mirovich Kozeyev Soyuz TM-33 ISS-3S ‘Andromeda’ Rússia 96/408 Mark Edward Kelly STS-108 OV-105 Endeavour – ISS-8A Rafaello EUA 257/409 Daniel Michio Tani STS-108 OV-105 Endeavour – ISS-8A Rafaello EUA 257/409 Duane Gene Carey STS-109 OV-102 Columbia – HSM-3B EUA 259/411 Michael James Massimino STS-109 OV-102 Columbia – HSM-3B EUA 259/411 Stephen Nathaniel Frick STS-110 OV-104 Atlantis – ISS-8A S0 EUA 261/413 Lee Miller Emile Morin STS-110 OV-104 Atlantis – ISS-8A S0 EUA 261/413 Rex Joseph Walheim STS-110 OV-104 Atlantis – ISS-8A S0 EUA 261/413 Roberto Vittori Soyuz TM-34 ISS-4S ‘Marco Polo’ Itália 4/416 Mark Richard Shuttleworth Soyuz TM-34 ISS-4S ‘Marco Polo’ África do Sul 1/416 Paul Scott Lockhart STS-111 OV-105 Endeavour – ISS UF-2 Leonado EUA 264/418 Philippe Perrin STS-111 OV-105 Endeavour – ISS UF-2 Leonado França 9/418 Sergey Yevgenyevich Treshchev STS-111 OV-105 Endeavour – ISS UF-2 Leonado Rússia 97/418 Peggy Annette Whitson STS-111 OV-105 Endeavour – ISS UF-2 Leonado EUA 265/418 Piers John Sellers STS-112 OV-104 Atlantis – ISS-9A S1 EUA 266/422 Sandra Hall Magnus STS-112 OV-104 Atlantis – ISS-9A S1 EUA 266/422 Fyodor Nikolayevich Yurchikhin STS-112 OV-104 Atlantis – ISS-9A S1 Rússia 98/422 Frank DeWinne Soyuz TMA-1 ISS-5S ‘Odissea’ Bélgica 2/425 Donald Roy Petit STS-113 OV-105 Endeavour – ISS-11A ITS-P1 EUA268/426 John Bennett Herrington STS-113 OV-105 Endeavour – ISS-11A ITS-P1 EUA268/426 William Cameron 'Willie' McColl STS-107 OV-102 Columbia – FREESTAR EUA270/428 Laurel Blair Salton Clark STS-107 OV-102 Columbia – FREESTAR EUA270/428 Ilan Ramon STS-107 OV-102 Columbia – FREESTAR Israel 1/428 David McDowell Brown STS-107 OV-102 Columbia – FREESTAR EUA272/428 Yang Liwei Shenzhou-5 China 1/432 André Kuipers Soyuz TMA-4 ISS-8S ‘DELTA’ Holanda 2/433 Edward Michael Fincke Soyuz TMA-4 ISS-8S ‘DELTA’ EUA 273/433 Michael W. Melvill White Knight/SpaceShipOne EUA 274/435

Explicação dos Termos Técnicos Impulso específico (Ies) – Parâmetro que mede as potencialidades do combustível (propulsor) de um motor. Expressa-se em segundos e equivale ao tempo durante o qual 1kg desse combustível consegue gerar um impulso de 10N (Newtons). É medido dividindo a velocidade de ejecção dos gases de escape pela aceleração da gravidade. Quando maior é o impulso específico maior será o rendimento do propulsante e, consequentemente, do motor. O impulso específico (em vácuo) define a força em kgf gerada pelo motor por kg de combustível consumido por tempo (em segundos) de funcionamento:

(kgf/(kg/s)) = s Quanto maior é o valor do impulso específico, mais eficiente é o motor.

Tempo de queima (Tq) – Tempo total durante o qual o motor funciona. No caso de motores a combustível sólido representa o valor do tempo que decorre desde a ignição até ao consumo total do combustível (de salientar que os propulsores a combustível sólido não podem ser desactivados após a entrada em ignição). No caso dos motores a combustível líquido é o tempo médio de operação para uma única ignição. Este valor é usualmente superior ao tempo de propulsão quando o motor é utilizado num determinado estágio. É necessário ter em conta que o tempo de queima de um motor que pode ser reactivado múltiplas vezes, é bastante superior ao tempo de queima numa dada utilização (voo).

Impulso específico ao nível do mar (Ies-nm) – Impulso específico medido ao nível do mar.

Combustíveis e Oxidantes N2O4 – Tetróxido de Nitrogénio (Peróxido de Azoto); De uma forma simples pode-se dizer que o oxidante N2O4 consiste no tetróxido em equilíbrio com uma pequena quantidade de dióxido de nitrogénio. No seu estado puro o N2O4 contém menos de 0,1% de água. O N2O4 tem uma coloração vermelho acastanhada tanto nas suas fases líquida como gasosa, sendo incolor na fase sólida. Este oxidante é muito reactivo e tóxico, tendo um cheiro ácido muito desagradável. Não é inflamável com o ar, no entanto inflamará materiais combustíveis. Surpreendentemente não é sensível ao choque mecânico, calor ou qualquer tipo de detonação. O N2O4 é fabricado através da oxidação catalítica da amónia, onde o vapor é utilizado como diluente para reduzir a temperatura de combustão. Grande parte da água condensada é expelida e os gases ainda mais

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arrefecidos, sendo o óxido nítrico oxidado em dióxido de nitrogénio. A água restante é removida em forma de ácido nítrico. O gás resultante é essencialmente tetróxido de nitrogénio puro. Tem uma densidade de 1,45 g/c3, sendo o seu ponto de congelação a -11,0ºC e o seu ponto de ebulição a 21,0ºC.

UDMH ( (CH3)2NNH2 ) – Unsymmetrical Dimethylhydrazine (Hidrazina Dimetil Assimétrica); O UDMH é um líquido altamente tóxico e volátil que absorve oxigénio e dióxido de carbono. O seu odor é ligeiramente amoniacal. É completamente miscível com a água, com combustíveis provenientes do petróleo e com o etanol. É extremamente sensível aos choques e os seus vapores são altamente inflamáveis ao contacto com o ar em concentrações de 2,5% a 95,0%. Tem uma densidade de 0,79g/cm3, sendo o seu ponto de congelação a -57,0ºC e o seu ponto de ebulição a 63,0ºC.

LOX – Oxigénio Líquido; O LOX é um líquido altamente puro (99,5%) e tem uma cor ligeiramente azulada, é transparente e não tem cheiro característico. Não é combustível, mas dar vigor a qualquer combustão. Apesar de ser estável, isto é resistente ao choque, a mistura do LOX com outros combustíveis torna-os altamente instáveis e sensíveis aos choques. O oxigénio gasoso pode formar misturas com os vapores provenientes dos combustíveis, misturas essas que podem explodir em contacto com a electricidade estática, chamas, descargas eléctricas ou outras fontes de ignição. O LOX é obtido a partir do ar como produto de destilação. Tem uma densidade de 1,14 g/c3, sendo o seu ponto de congelação a -219,0ºC e o seu ponto de ebulição a -183,0ºC.

LH2 – Hidrogénio Líquido; O LH2 é um líquido em equilíbrio cuja composição é de 99,79% de para-hidrogénio e 0,21 orto-hidrogénio. O LH2 é transparente e som odor característico, sendo incolor na fase gasosa. Não sendo tóxico, é um líquido altamente inflamável. O LH2 é um bi-produto da refinação do petróleo e oxidação parcial do fuelóleo daí resultante. O hidrogénio gasoso é purificado em 99,999% e posteriormente liquidificado na presença de óxidos metálicos paramagnéticos. Os óxidos metálicos catalisam a transformação orto-para do hidrogénio (o hidrogénio recém catalisado consiste numa mistura orto-para de 3:1 e não pode ser armazenada devido ao calor exotérmico da conversão). Tem uma densidade de 0,07 g/cm3, sendo o seu ponto de congelação a -259,0ºC e o seu ponto de ebulição a -253,0ºC.

NH4ClO4 – Perclorato de Amónia; O NH4ClO4 é um sal sólido branco do ácido perclorato e tal como outros percloratos, é um potente oxidante. A sua produção é feita a partir da reacção entre a amónia e ácido perclorato ou por composição entre o sal de amónia e o perclorato de sódio. Cristaliza em romboedros incolores com uma densidade relativa de 1,95. É o menos solúvel de todos os sais de amónia. Decompõe-se antes da fusão. Quando ingerido pode causar irritação gastrointestinal e a sua inalação causa irritação do tracto respiratório ou edemas pulmonares. Quando em contacto com a pele ou com os olhos pode causar irritação.