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Revista do Idec | Fevereiro 2011 11 EM FOCO O termo sustentabilidade está na “moda” há algum tempo, mas você sabe o que ele significa? Segundo pesquisa realizada por iniciativa dos institutos Akatu e Ethos (que pode ser consultada no site <http://is.gd/k5l4r>), 84% da população brasileira nunca ouviu falar ou não sabe definir corretamente seu significado. Foram entrevistadas 800 pessoas com idade igual ou supe- rior a 16 anos, de todas as classes sociais e regiões do país. Criado em 1987 por representantes dos governos membros da Co- missão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU), o conceito significa o equilíbrio na convivência entre o homem e o meio ambiente, a viabilização de as- pectos socioeconômicos por meio de alternativas que sustentem a vida na Terra sem prejudicar a qualidade de vida no futuro. A pesquisa aponta que apesar de haver certa dúvi- da quanto ao significado teórico, os cidadãos praticam ações que levam à sustentabilidade em seu dia a dia: sete em cada dez afirmam que fecham a torneira en- quanto escovam os dentes e também apagam as lâmpadas de ambientes desocupados em casa, 34% observam os rótulos dos alimentos e 24% separam o lixo para reciclagem, por exemplo. O estudo constatou que o maior desafio é fazer com que a sustentabilidade seja vista não como uma imposição, mas como uma alternativa benéfica para o mundo, e seja traduzida em práticas e propostas concretas. Sustentabilidade é... PESQUISA Na hora de escolher um carro, o consumidor pode, além de pesquisar preços e modelos, observar a eficiência energética (quan- to consome de combustível) e a quantidade de poluentes que ele emite. Este ano essas duas informações constarão de uma única etiqueta. Isso porque o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) assinaram portaria para a unificação das etiquetas da Nota Verde — que clas- sifica veículos leves de acordo com a emissão de poluentes — e do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) — relacionado ao con- sumo de combustível. O objetivo da junção é aperfeiçoar e harmonizar as informações sobre o impacto que cada veículo causa ao meio ambiente, orien- tando o consumidor a fazer uma compra ecologicamente correta. A medida deve colaborar também para o desenvolvimento de concor- rência positiva entre as empresas, que buscarão produzir veículos que emitam menos poluentes e consumam menos combustível. Duas etiquetas em uma VEÍCULOS Q u e m p r o c u r a , a c h a ! A s e m p r e s a s d e t e l e f o n i a N e x - t e l , T I M , C l a r o , V i v o e G V T t a n t o d e s c u m p r i r a m o D e - c r e t o d o S A C ( n o 6 . 5 2 3 / 2 0 0 8 ) q u e e s t a b e l e c e r e - g r a s p a r a o S e r v i ç o d e A t e n d i m e n t o a o C l i e n t e q u e f o r a m m u l t a d a s p e l o D e p a r t a m e n t o d e P r o t e ç ã o e D e f e s a d o C o n s u m i d o r ( D P D C ) , ó r g ã o l i g a d o a o M i - n i s t é r i o d a J u s t i ç a . A f i s c a l i z a ç ã o f e i t a p e l o D P D C v e r i f i c o u a s s e g u i n t e s v i o l a ç õ e s a o D e c r e t o : a u s ê n c i a d a o p ç ã o f a l a r c o m o a t e n d e n t e n o p r i m e i r o m e n u ; p r a z o s u p e r i o r a u m m i n u t o p a r a o a t e n d i m e n t o ; n ã o e n t r e g a d a g r a v a ç ã o d a l i g a ç ã o ; a t e n d e n t e s n ã o c a p a c i t a d o s ; l i g a ç ã o f i n a - l i z a d a p e l o a t e n d e n t e a n t e s d a c o n c l u s ã o d o a t e n d i - m e n t o ; c o n d i c i o n a m e n t o d e a t e n d i m e n t o a o f o r n e c i - m e n t o d e d a d o s d o c o n s u m i d o r ; v e i c u l a ç ã o d e m e n - s a g e n s p u b l i c i t á r i a s s e m o c o n s e n t i m e n t o d o c o n s u - m i d o r ; e n ã o f o r n e c i m e n t o d o n ú m e r o d e p r o t o c o l o . D e a c o r d o c o m o D P D C , o s v a l o r e s d a s m u l t a s a s e - r e m a p l i c a d a s s ã o d e R $ 7 5 m i l ( N e x t e l ) , R $ 1 0 5 m i l ( G V T ) , R $ 2 2 7 . 5 0 0 m i l ( E m b r a t e l ) , R $ 1 . 2 7 5 m i l h ã o ( T I M ) , R $ 1 . 3 2 0 m i l h ã o ( C l a r o ) , R $ 1 . 5 0 0 m i l h ã o ( T e - l e m a r N o r t e L e s t e S / A O i ) e R $ 1 . 5 9 0 m i l h ã o ( V i v o ) . O c á l c u l o f o i f e i t o c o n s i d e r a n d o -s e o t a m a n h o d o d a n o c a u s a d o a o s c o n s u m i d o r e s e a s i t u a ç ã o e c o n ô m i c a d a s e m p r e s a s , e n t r e o u t r o s f a t o r e s . A q u a n t i a s e r á r e - v e r t i d a a o F u n d o d e D e f e s a d o s D i r e i t o s D i f u s o s ( F D D ) . Falta de compromisso LEI DO SAC PHOTOS.COM SHUTTERSTOCK

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Page 1: EM FOCO ‘‘ compromisso - idec.org.br · tel, TIM, Claro, Vivo e GVT tanto descumpriram o De- creto do SAC (n o 6.523/2008) — que estabelece re- gras para o Serviço de Atendimento

10 Revista do Idec | Fevereiro 2011

tatar a realidade existente e obter aadequação aos padrões sanitários.Providências estão sendo tomadas.Ações civis públicas (ACPs) relacio-nadas ao tema já foram ajuizadas emCaraguatatuba, Mogi das Cruzes e emoutras comarcas. Há vários inquéritoscivis instaurados também.

Idec: Já que o senhor falou emações civis públicas, qual a impor-tância delas para o Ministério Pú-blico e para a sociedade?

FGV: Quando o MP age por meiodo processo coletivo da ação civilpública, ele abre as portas do PoderJudiciário para milhares de pessoasque, pelas mais diversas razões deordem prática, não têm condições derealizar a defesa de seu direito indi-vidual na Justiça. Esse é o significadomaior da ação civil pública. E ao re-solver conflitos que interessam a mi-lhares de pessoas, evitam-se milharesde processos individuais que iriamsobrecarregar o Judiciário.

Idec: O Projeto de Lei (PL) no

5.139/09 reúne e disciplina todo oinstrumental para ajuizar as açõescivis públicas, hoje disperso emvárias leis específicas. Esse projetotraz alguma outra mudança impor-tante para as ACPs?

FGV: Por ora esse projeto não estátramitando, mas ele trazia algumasmudanças importantes: além de reu-nir numa só lei toda a disciplina daação coletiva, ele pretende unifor-mizar o processo coletivo. E traz umagrande inovação que é especificar osprincípios que regem o processo cole-tivo. Isso é importante porque osprincípios auxiliam a interpretação eaplicação das normas do processo co-letivo e permitem que sejam feitascom mais facilidade.

O projeto também tornaria o pro-cesso de execução mais claro e eficazno tocante ao cumprimento da deci-são. Outra medida positiva era a cria-ção do cadastro nacional do proces-so coletivo que hoje não existe. O

que é muito ruim, porque muitasvezes ações civis públicas com obje-tos idênticos ou da mesma abrangên-cia são ajuizadas em diferentes uni-dades da federação.

Idec: Em julho de 2008 um “apa-gão” no Speedy prejudicou todosos usuários do Estado de São Pau-lo. Na ocasião, o Procon-SP e o MPfecharam um acordo com a Tele-fônica, por meio do qual ela secomprometeu a dar descontos equi-valentes a cinco dias do serviço acerca de 2,2 milhões de usuários doestado, reparando os danos indi-viduais. Esse mecanismo – no caso,os Termos de Ajustamento de Con-duta – é bom para a proteção dosinteresses dos consumidores?

FGV: Acredito que sim. Ele resolvee satisfaz o interesse de milhares depessoas. A promotoria do consumi-dor ajuizou uma ação coletiva contraa Telefônica que pleiteava R$ 1 bilhãopelo dano coletivo decorrente desseepisódio do apagão e também porproblemas no sinal de TV a cabo. A

ação já foi julgada em primeiro grau ea Telefônica foi condenada em R$ 60milhões. Agora o processo está emfase de recurso no Tribunal. A depen-der da decisão, será possível um ree-xame por parte do STJ [SuperiorTribunal de Justiça) ou pelo STF[Supremo Tribunal Federal], ou ain-da por ambos.

Idec: Numa entrevista sua à rádioJovem Pan, em janeiro de 2010, umdos assuntos abordados foi a tragé-dia decorrente das chuvas em Angrados Reis (RJ). O senhor citou o pro-grama “Cidade Legal”, do Estado deSão Paulo, como importante açãopreventiva que visa a regularizaçãode áreas e minimiza riscos futuros.Como está esse programa hoje?

FGV: Esse programa foi implemen-tado pela Secretaria de Estado da Ha-bitação e é um convênio do municípiocom a secretaria do Estado de SãoPaulo. O objetivo é a regularização deloteamentos clandestinos, com obser-vância das prescrições legais, notada-mente aquelas de caráter urbanístico(terá que atender a exigências proteti-vas). Diferentemente do que acontececom regularizações feitas à margemdesse programa, que não se preocu-pam com a inclinação de terrenos,com as encostas, com os locais ondeestão esses loteamentos, e depois dealguns anos assistimos a tragédias co-mo a do momento [na região serranado Rio de Janeiro].

Idec: Ainda em relação à tragé-dia decorrente das chuvas, o se-nhor não acha que a sociedade po-deria começar a responsabilizar osgovernantes com base em princí-pios como o da responsabilidadeobjetiva (obrigação de reparar odano, independentemente de cul-pa, nos casos especificados emlei), por exemplo?

FGV: Essa possibilidade sempreexistiu e é autorizada pelo ordena-mento jurídico, tanto que há inúme-ras ações propostas.

Na parte material,que rege as relações

de consumo, parece-me que nadade urgente precisa

ser alterado no CDC,porque as normas

cumprem a finalidadea que se propõem

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Revista do Idec | Fevereiro 2011 11

EM FOCO

O termo sustentabilidade está na “moda” há algum tempo, mas você sabeo que ele significa? Segundo pesquisa realizada por iniciativa dos institutosAkatu e Ethos (que pode ser consultada no site <http://is.gd/k5l4r>), 84%da população brasileira nunca ouviu falar ou não sabe definir corretamenteseu significado. Foram entrevistadas 800 pessoas com idade igual ou supe-rior a 16 anos, de todas as classes sociais e regiões do país.

Criado em 1987 por representantes dos governos membros da Co-missão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU), o conceito significa o equilíbrio na convivência

entre o homem e o meio ambiente, a viabilização de as-pectos socioeconômicos por meio de alternativas que

sustentem a vida na Terra sem prejudicar a qualidadede vida no futuro.

A pesquisa aponta que apesar de haver certa dúvi-da quanto ao significado teórico, os cidadãos praticamações que levam à sustentabilidade em seu dia a dia:sete em cada dez afirmam que fecham a torneira en-

quanto escovam os dentes e também apagamas lâmpadas de ambientes desocupados em

casa, 34% observam os rótulos dos alimentos e24% separam o lixo para reciclagem, por exemplo.

O estudo constatou que o maior desafio é fazer com quea sustentabilidade seja vista não como uma imposição,

mas como uma alternativa benéfica para o mundo, eseja traduzida em práticas e propostas concretas.

Sustentabilidade é...PESQUISA

Na hora de escolher um carro, o consumidor pode, além depesquisar preços e modelos, observar a eficiência energética (quan-to consome de combustível) e a quantidade de poluentes que eleemite. Este ano essas duas informações constarão de uma únicaetiqueta. Isso porque o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional deMetrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) assinaramportaria para a unificação das etiquetas da Nota Verde — que clas-sifica veículos leves de acordo com a emissão de poluentes — e doPrograma Brasileiro de Etiquetagem (PBE) — relacionado ao con-sumo de combustível.

O objetivo da junção é aperfeiçoar e harmonizar as informaçõessobre o impacto que cada veículo causa ao meio ambiente, orien-tando o consumidor a fazer uma compra ecologicamente correta. Amedida deve colaborar também para o desenvolvimento de concor-rência positiva entre as empresas, que buscarão produzir veículosque emitam menos poluentes e consumam menos combustível.

Duas etiquetas em umaVEÍCULOS

Quem procura, acha! As empresas de telefonia Nex-tel, TIM, Claro, Vivo e GVT tanto descumpriram o De-creto do SAC (no 6.523/2008) — que estabelece re-gras para o Serviço de Atendimento ao Cliente — queforam multadas pelo Departamento de Proteção eDefesa do Consumidor (DPDC), órgão ligado ao Mi-nistério da Justiça.

A fiscalização feita pelo DPDC verificou as seguintesviolações ao Decreto: ausência da opção “falar com oatendente” no primeiro menu; prazo superior a umminuto para o atendimento; não entrega da gravaçãoda ligação; atendentes não capacitados; ligação fina-lizada pelo atendente antes da conclusão do atendi-mento; condicionamento de atendimento ao forneci-mento de dados do consumidor; veiculação de men-sagens publicitárias sem o consentimento do consu-midor; e não fornecimento do número de protocolo.

De acordo com o DPDC, os valores das multas a se-rem aplicadas são de R$ 75 mil (Nextel), R$ 105 mil(GVT), R$ 227.500 mil (Embratel), R$ 1.275 milhão(TIM), R$ 1.320 milhão (Claro), R$ 1.500 milhão (Te-lemar Norte Leste S/A — Oi) e R$ 1.590 milhão (Vivo).O cálculo foi feito considerando-se o tamanho do danocausado aos consumidores e a situação econômicadas empresas, entre outros fatores. A quantia será re-vertida ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD).

Falta decompromisso

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Mais segurança aos consumidores de medicamentos. Esse é o objetivo daAgência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao colocar em Consulta Pública,em dezembro do ano passado, uma proposta com frases de alerta que deverãoser disponibilizadas nas embalagens dos medicamentos e também nas bulaspara os pacientes e profissionais.

O documento propõe que além de precauções, contraindicações e medidasque favorecem o uso correto dos medicamentos, seja ressaltado também o graude risco caso sejam utilizados durante a gravidez ou no período de aleitamento.A Anvisa determina que as frases sejam impressas em negrito e com tamanho das

letras nunca inferior ao empregado no restante da bula. No caso daembalagem, as frases devem estar em negri-to ou em maiúsculas e em tamanho que per-mita fácil leitura.

As contribuições à Consulta Pública podemser enviadas até 26 de abril pelo correio paraa Agência Nacional de Vigilância Sanitária –SIA trecho 5, área especial 57, CEP 71205-050, Brasília/DF, pelo fax (61) 3462-5602ou pelo e-mail <[email protected]>.Para ler a proposta acesse <http://is.gd/kizwS> e clique em “Consulta Pública n o 116,de 24 de dezembro de 2010”.

12 Revista do Idec | Fevereiro 2011

MEDICAMENTOS

Imagine poder resolver um problema de consumo no próprio supermer-cado com a ajuda do Procon? Isso ainda não é possível, mas poderá serse o Projeto de Lei (PL) no 799/2010, do deputado Fernando Capaz(PSDB-SP) — que tramita na Assembleia Legislativa do Estado de SãoPaulo —, for aprovado.

O projeto propõe a instalação de postos de atendimento do Procon emestabelecimentos comerciais de grande porte — como aeroportos, shop-pings centers, centros comerciais que tenham mais de 65 lojas e super-mercados com mais de 10.000 m² de área — para atender exclusivamenteaos conflitos relacionados a consumo que ocorrerem no local. O objetivoé facilitar o acesso dos consumidores ao Procon, pois muitos deixam dereclamar e de ir atrás de seus direitos porque precisariam comparecer aospostos oficiais do órgão. A iniciativa deverá também diminuir a procurapelo Poder Judiciário, que é acionado quando um conflito não é solu-cionado de forma amigável pela empresa fornecedora.

Procuramos o Procon para saber da viabilidade da proposta, mas oassessor de imprensa nos informou que não tem autorização para falarsobre projetos de lei.

O andamento do projeto pode ser acompanhado pelo site daAssembleia Legislativa do Estado de São Paulo <http://is.gd/kefDC>(clique na pasta “2010”, depois em “Projeto de Lei no 601 a 800/2010”,e em seguida em “Projeto de Lei no 799/2010”).

Postos do Procon emestabelecimentos comerciais

PROJETO DE LEI

As novas regras para o serviço de tele-fonia fixa, aprovadas pela AgênciaNacional de Telecomunicações (Ana-

tel), estão em Consulta Pública desde 22de dezembro. As contribuições podem serenviadas até 21 de março. Em breve, apósuma análise minuciosa da documentaçãoda Consulta Pública, o Idec enviará suacolaboração.

O novo regulamento (uma revisão do re-gulamento vigente) inclui o direito de oconsumidor pedir o envio permanente ouperiódico do detalhamento da conta men-sal na sua fatura, além de obrigar que esteesteja disponível no site da empresa; possi-bilita a fidelização por um ano a planosalternativos, caso haja benefícios para ocliente; obriga que as chamadas por tempodos planos alternativos obedeçam aomesmo sistema de tarifação do plano bási-co; e determina que as empresas de telefo-nia fixa forneçam na fatura a comparaçãoentre os planos alternativo e básico dosúltimos três meses, de maneira que o usuá-rio possa avaliar as vantagens e desvanta-gens de cada um.

A Anatel propõe ainda a simplificaçãodas regras de cobrança e o aperfeiçoamen-to do atendimento ao usuário; além de re-duzir de 90 para 60 dias o prazo para a sus-pensão do serviço por falta de pagamento.

Para ler a proposta na íntegra e contri-buir, acesse o site <www.anatel.gov.br> eclique em “Consultas públicas” na barra lo-calizada à direita. Na tela que se abrirá, cli-que em “Fazer uma contribuição ou visua-lizar o texto de uma consulta”, depois “Vi-sualizar consultas em andamento” e, porfim, em “Listagem de consultas públicas”,altere para 2010 o “Ano de início da con-sulta” e selecione “Consulta Pública no 51”.

TELEFONIA FIXA

EM FOCO

Novas regrasem consulta

Consumidores alertados

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Desde 10 de janeiro os consumidorescontam com novas regras para o chamadoretorno de consultas médicas. As regrasforam estabelecidas pelo Conselho Federalde Medicina (CFM) por meio da Resoluçãono 1.958/2010. De acordo com ela ficaproibido cobrar pela consulta de retorno aomédico, quando esta for marcada para queo paciente apresente os resultados deexames solicitados na primeira consulta.Mas o profissional pode fixar um prazo paraque o paciente retorne.

As consultas de retorno só poderão sercobradas quando novos sintomas surgiremno paciente ou se este contrair outra doença, mesmo que em curto período de tempo.Quando a doença exigir tratamento prolongado a cobrança fica a critério do médico.Mas nesses casos é imprescindível que o profissional informe o paciente, já na primeiraconsulta, sobre a cobrança ou não da consulta seguinte.

Outra mudança determinada pela Resolução é que as operadoras de planos de saúdenão poderão mais estabelecer prazos de intervalo entre as consultas. Isso porque eracomum elas se recusarem a pagar por consultas realizadas em intervalo inferior a ummês, mesmo não se tratando de retorno.

Revista do Idec | Fevereiro 2011 13

Seguindo a onda de produtos certifi-cados, a Agência Nacional de SaúdeSuplementar (ANS) colocou em consultapública — encerrada em 19 de janeiro —uma proposta para que as operadorasde planos de saúde fossem certificadasvoluntariamente. Essas empresas rece-beriam, após a avaliação, um certificadoatestando a qualidade dos serviçosprestados. No entanto, a ANS propunhaque os problemas de qualidade detecta-dos não fossem utilizados pela fisca-lização nem informados aos consumi-dores, o que deixa claro que nenhumamedida seria tomada.

Em contribuição à consulta pública, oIdec defendeu que o programa de certifi-cação voluntária não entre em vigor esugeriu que ele seja substituído por indi-cadores de qualidade de aplicação com-pulsória. O Instituto destacou ainda ainviabilidade constitucional da propostada ANS, tendo em vista que ela fereprincípios que vinculam a atuação doPoder Público, como o dever de tornarpúblicas as informações de interesse dasociedade e de agir prontamente aoidentificar irregularidades em determina-dos setores.

Certificaçãovoluntária

é inútil

PLANOS DE SAÚDE

PLANOS DE SAÚDE

Consulta de retornonão pode ser cobrada

Mudanças (e economia) à vista! O Ministério de Minas e Energia(MME) determinou, por meio da Portaria no 1.007, que as lâmpadasincandescentes comuns sejam retiradas do mercado até 2016,quando deverão ser substituídas por modelos mais econômicos,como as lâmpadas fluorescentes compactas, as fluorescentes tubu-

lares, as halógenas e as de LED. A não ser que entre junho de 2012e junho de 2016 seja desenvolvida uma tecnologia que torne as

lâmpadas incandescentes mais eficientes.A medida, aliada ao Programa de Metas das Lâmpadas

Fluorescentes Compactas (Portaria no 1.008), fará com que o paíseconomize cerca de 10 terawatts/hora (Twh) por ano até 2030, o

equivalente a mais que o dobro conseguido com o selo Procel. Hoje, no Brasil, sãoconsumidas cerca de 300 milhões de lâmpadas incandescentes por ano e estima-seque elas sejam responsáveis por 80% da iluminação residencial do país.

Existem 147 modelos de lâmpadas incandescentes, de quatro fabricantes diferentes,no mercado brasileiro. Alguns deles, utilizados para fins específicos, continuarão sendofabricados e comercializados: com potência igual ou inferior a 40 W; específico para es-tufas e equipamentos hospitalares; refletores, defletores ou espelhados; usados em sina-lização de trânsito e semáforos; halógenos; infravermelhos usados para aquecimentoespecífico; e utilizados em automóveis.

Adeus às lâmpadasincandescentes

ENERGIA ELÉTRICA

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14 Revista do Idec | Fevereiro 2011

EM FOCO

Uma comissão de juristas criada pelo Senado está ana-lisando o Código de Defesa do Consumidor (CDC)com o objetivo de incluir temas não abordados na

época de sua edição, feita em 11 de setembro de 1990.Em dezembro último, o grupo – presidido pelo ministro

do Superior Tribunal de Justiça Herman Benjamin (um dosautores do Código) – fez sua primeira reunião para discutira inserção de assuntos, como o superendividamento causa-do pelo abuso da oferta de crédito e o comércio virtual, alémde meios alternativos de solução de possíveis conflitos entrecredores e devedores. A comissão, integrada pelos profes-sores Leonardo Roscoe Bessa, Ada Pellegrini Grinover,Cláudia Marques e Roberto Augusto Pfeiffer, terá 180 diaspara concluir os trabalhos, contados a partir de 15 de de-zembro de 2010.

O Idec reconhece a excelência dos integrantes da comissão,que certamente farão propostas para aprimorar o CDC. Noentanto, receia que, ao serem submetidas ao Congresso Na-cional essas propostas desnaturem a essência do Código, jáque qualquer tipo de emenda poderá ser feita.

“O Código de Defesa do Consumidor é uma lei bastantecompleta, que dá conta dos temas atuais”, defende DanielaTrettel, advogada do Idec. “Suas principais características sãoa generalidade e o caráter principiológico de suas disposi-ções, que lhe garantem atemporalidade. Mudanças podemacabar com essas características”, afirma.

Atualizar é preciso?CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Boa notícia! A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (An-visa) publicou, em 17 de janeiro, a Resolução (RDC) no 01/2011, que determina que o agrotóxico metamidofós não poderámais ser usado no Brasil a partir de julho de 2012. Mas sua co-mercialização será suspensa antes, em dezembro deste ano.Fundamentada em estudos toxicológicos, a justificativa é que oagrotóxico usado como inseticida e acaricida (que combate inse-tos e ácaros, respectivamente) — e classificado pela Anvisa comoextremamente tóxico — pode prejudicar os sistemas endócrino,imunológico, neurológico e reprodutor, assim como o desenvolvi-mento do feto.

O metamidofós já é proibido nos países da União Europeia, naChina, no Paquistão, na Indonésia, no Japão, na Costa do Marfime em Samoa. No Brasil foi aprovado para controlar pragas nas cul-

turas de algodão, amendoim, batata, feijão, soja, tomate e trigo.O Idec apoia a decisão do órgão de retirar o produto do mer-

cado, já que a ação só tende a beneficiar os consumidores, mascritica o prazo de dois anos para que isso efetivamente aconteça(estipulado para que os estoques das empresas sejam esvazia-dos e elas possam se adaptar à nova regra). “O esforço de reti-rar do mercado os agrotóxicos que fazem mal à saúde deve seraplaudido, mas uma decisão de governo não pode sobrepor osinteresses econômicos à saúde pública”, declara Juliana Ferreira,advogada do Idec.

O Instituto já participou de audiências públicas para a reavalia-ção de outros agrotóxicos e acredita que não se pode admitir queo controle dessas substâncias seja abrandado, já que não há dú-vida de seus efeitos negativos para a saúde dos consumidores.

AGROTÓXICOS

Uso e comercialização do metamidofós são proibidos

IDEC

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Revista do Idec | Fevereiro 2011 15

Para garantir a quem tem segurode carro indenização por pos-síveis incidentes causados pela

chuva, a Superintendência de SegurosPrivados (Susep) – órgão vinculado aoMinistério da Fazenda, responsávelpelo controle e pela fiscalização domercado de seguros – indicou, em2004, que todos os planos que te-nham cobertura total (contra colisão,incêndio e roubo) se responsabilizemtambém por submersão total ou par-cial do veículo em água doce, inclu-sive se ele estiver estacionado no sub-solo de uma casa ou edifício. De acor-do com essa regra, apenas não será in-denizada a pessoa que colocar o au-tomóvel em risco, por exemplo, ten-tando atravessar uma área inundada.

Dependendo da apólice, os consu-midores também podem receber in-denização caso uma árvore caia sobreo veículo. O ideal é verificar, antes deassinar o contrato, se o seguro cobrecasos como esse.

Já os seguros residenciais podem

cobrir danos ocasionados por fenô-menos naturais, como vendaval,furacão, ciclone, tornado e granizo.Alguns incluem cobertura de perdasou estragos por enchentes e alagamen-tos, mas custam mais caro. “O contra-to de seguros é de transferência deriscos. Os riscos a que o bem seguradoestá sujeito e a probabilidade maior oumenor de a seguradora ter de pagarindenização determinam o valor doprêmio [valor pago pelo consumidorpelo seguro]”, diz a advogada do IdecMaíra Feltrin Alves.

DIREITO À INFORMAÇÃOO artigo 6o do Código de Defesa do

Consumidor determina que o fornece-dor deve prestar informações claras eadequadas sobre os termos contratuais

e as condições de cumprimento, alémde destacar as cláusulas que restringemo direito do consumidor – como asque excluem coberturas. Maíra alertaque “as coberturas e os direitos depen-dem do que está determinado no con-trato, por isso é imprescindível anali-sar cuidadosamente o que a apólice doseguro oferece”.

Casas e automóveis danificados pelas fortes chuvas são comuns no verão.Contratar seguro é uma alternativa para evitar prejuízos, mas nãosem antes ler o contrato com atenção para saber o que ele cobre

Em casos de perdas e danos provo-cados em automóveis ou casas porfenômenos naturais, o segurado devecomunicar o sinistro à seguradora omais breve possível.

Para ter direito à indenização é ne-cessário preencher o Aviso de Sinistro eapresentar os documentos requeridosno contrato. Fotos do bem danificadopodem servir como prova.

Após a entrega dos documentos, opagamento da indenização deverá serfeito em até 30 dias. Se houver dúvidafundada e justificável por parte daseguradora, ela poderá solicitar novosdocumentos. Nesse caso, o prazo de30 dias será reiniciado.

Se acontecer com você

Será seguro?

DÚVIDA LEGAL

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