em defesa do quadro de carreira do magistério

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1934-2014 anos de ousadia e vitórias! 80 Sindicato dos Professores de Juiz de Fora Filiado à Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério Imediata revogação do Art. 9°.

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Cartilha sobre o ataque do Prefeito Bruno Siqueira ao quadro de carreira do magistério. Entenda passo a passo as consequências da aplicação do artigo 9°.

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Page 1: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

1934-2014 anos de ousadia e vitórias!80

Sindicato dos Professores de Juiz de ForaFiliado à

Em defesa do Quadro de Carreira do MagistérioImediata revogação do Art. 9°.

Page 2: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

Quadro de carreira é o conjunto de cargos que disciplinam, no caso

do serviço público, a hierarquia e as atribuições dos servidores na sua

organização. Nele descrevem-se, também, os critérios a serem utilizados na

promoção dos servidores, com observância aos princípios da antiguidade e

formação, dentre outros.

Em Juiz de Fora, os servidores municipais são regidos pelo Estatuto

dos Servidores, instituído através da LEI N.° 8710 - de 31 de julho de 1995.

O Magistério possui, ainda, o seu Quadro de Carreira do Magistério

(QCM), criado em 1989, através da Lei 7.565, fruto de lutas e negociações

com a Prefeitura, garantindo direitos e conquistas que, ano após ano, se

ampliaram e o tornaram o melhor Quadro do Magistério do país.

Nosso Quadro de Carreira é composto por professores regentes,

coordenadores pedagógicos, secretários escolares, instrutores e os cargos

em provimento, incluindo diretores e vice-diretores. Alguns direitos se

perpetuam desde a sua criação, como é o caso dos triênios e adicionais por

formação. A partir de intensas mobilizações e greves, o QCM foi sendo

aperfeiçoado e avanços foram inseridos: redução da jornada de trabalho,

licença remunerada para aperfeiçoamento, garantia de recesso em janeiro,

adicional de reunião pedagógica (com incorporação parcial), ACVM,

Adicional de Incentivo ao Magistério, eleição direta para direção escolar,

dentre outros. Outras conquistas, mesmo não constando no QCM, foram

incorporadas ao cotidiano dos educadores: critérios, através de edital

público, para contratação temporária; pagamento dos salários dentro do

mês trabalhado; recursos para pesquisa (FAPEB); incorporação de outras

disciplinas na grade curricular e aumento na oferta de aulas nas existentes;

integralidade do pagamento mensal aos contratados no mês de dezembro;

outros.

O que é Quadro de Carreira?

Page 3: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

Cada carreira é estruturada por classes, identificadas por letras

maiúsculas, que se classificam segundo os níveis de formação. Exemplo: PR A

(formação de nível médio) e PR B (formação de nível superior). Há uma

diferença nos valores entre PRA e PRB de 40%. Existem, ainda, os adicionais

de formação: 20% para especialização, 50% para mestrado e 100% para

doutorado.

As classes de cada carreira desdobram-se em interstícios (interva-

los), indicados por algarismos. Exemplo: PRA 1, PRA 2, PRA 3; PRB 1, PRB 2,

PRB 3, e assim sucessivamente, até chegar ao 10. A mudança de número é

automática e se dá a cada três anos de efetivo exercício, garantindo 10% de

acréscimo sobre o salário.

O Magistério Municipal vem, desde 2011, intensificando sua luta

para garantir o cumprimento da Lei do Piso Nacional Salarial dos Educadores

(Lei 11.738/2008) na cidade de Juiz de Fora. Conquistas importantes se

materializaram a partir da determinação e ousadia da categoria, dentre as

quais cabe destacar a redução da jornada de trabalho (para efeito de compa-

ração, o QCM inicial previa 18 horas de regência; em 2000, em greve, o

Magistério conseguiu reduzir a jornada para 15 horas; em 2013, também em

greve, nova vitória: redução para

13 horas e 20). A luta continua

para garantir aos secretários,

instrutores e companheiros em

processo de readaptação a

extensão desse direito.

A greve de 2014

Como é constituída a carreira do Magistério?

Page 4: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

No ano passado, durante a campanha salarial, a Administração

Bruno Siqueira anunciou a concessão de reajuste diferenciado, apontando

um índice para o PRA em janeiro e outro índice para o restante da categoria,

em maio; agravou a situação ao excluir os secretários e instrutores.

Bastou esse gesto para o Magistério deflagrar greve, que durou

quase 30 dias e que culminou em proposta de acordo apresentada e aprova-

da em assembleia. Vale ressaltar que, durante a greve, em mesa de negocia-

ção, os representantes da PJF reconheceram que a intenção de reajuste

diferenciado foi um equívoco, prontamente descartada.

Finalizada a greve, o Magistério terminou o semestre e entrou de

férias. Para nossa surpresa, o prefeito Bruno Siqueira envia uma Mensagem

à Câmara, na primeira quinzena de julho, com os termos acordados adiciona-

dos de um artigo que o autoriza a complementar o salário daqueles que

receberem valor inferior ao Piso Nacional:

Art. 9º Fica autorizada a complementação salarial, a título de

vencimentos, sempre que for constatado que, isoladamente, quaisquer

dos padrões de vencimentos fixados para os cargos das classes de

Professor Regente A, Professor Regente B, Coordenador Pedagógico,

Diretor Escolar, Vice-Diretor Escolar e Instrutor de Formação Profissional,

tenha se tornado inferior ao valor previsto em norma federal como o valor

do piso salarial nacional da educação básica.

Ou seja, diferentemente do acordado, o prefeito dá um golpe no

Magistério, com a ajuda da maioria dos vereadores e QUEBRA O QUADRO

DE CARREIRA, tão duramente conquistado por anos de luta!

Page 5: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

Com o golpe do prefeito colocado em prática, inicia-se o desmonte

do Quadro de Carreira do Magistério. Vejamos: o reajuste a ser aplicado no

salário inicial de nossa tabela deve ser, segundo o MEC, de 13,01%. Segundo

o prefeito Bruno Siqueira, o reajuste será dado apenas ao PRA1, já que ele

recebe menos que o valor proporcional do Piso Nacional. Ao restante da

categoria, discute-se, em maio, juntamente com os demais servidores, outro

índice, provavelmente, o IPCA, cerca de 6%. Nessa linha de raciocínio,

fizemos uma projeção para os próximos cinco anos para constatar o

achatamento de nossa carreira (considerando os índices citados acima como

média):

- A diferença de um número para o outro é de 10%

- PJF aplica reajuste de 13,01% para o PRA1;

- PJF é forçada a aplicar 2,74% para o PRA2, para que ele não fique

abaixo do Piso proporcional;

- Note-se que não há mais diferença entre o PRA1 e o PRA2;

- A distância entre o PRA2 e o PRA3 reduziu-se a 7,07%.

Entenda como o prefeito destrói o QCM

Page 6: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

- No caso da PJF aplicar 6% para os demais membros do QCM (IPCA)

- Para o PRA2, aplica-se 3,26%, já que ele teve 2,74% em janeiro

- A diferença do PRA1 para o PRA2 ficou em 3,17%

- A diferença do PRA1 para o PRB1 caiu para 38,24

- Não há diferença entre PRA1 e PRA2

- A diferença entre PRA2 e PRA3 ficou em 0,42%

- No caso da PJF aplicar 6% para os demais membros do QCM (IPCA)

- Acabou a diferença entre PRA1 e PRA2

- A diferença entre PRA2 e PRA3 ficou em 6,45%

- A diferença entre PRA1 e PRB1 caiu para 29,67%

Page 7: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

- Não há diferença entre PRA1, PRA2 e PRA3

- A diferença entre PRA3 e PRA4 caiu para 3,61%

- No caso da PJF aplicar 6% para os demais membros do QCM (IPCA)

- Acabou a diferença entre PRA1, PRA2 e PRA3

- A diferença entre PRA3 e PRA4 ficou em 9,83%

- A diferença entre PRA1 e PRB1 caiu para 21,62%

- A PJF igualou os valores do PRA1, PRA2, PRA3 e PRA4 (para este

último teve que antecipar 2,88% para não ficar abaixo do Piso proporcional

- A diferença entre PRA4 e PRA5 ficou em 6,91%

Page 8: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

- No caso da PJF aplicar 6% para os demais membros do QCM (IPCA)

- Não existe mais diferença entre PRA1, PRA2, PRA3 e PRA4

- A diferença entre PRA4 e PRA5 caiu para 0,28%

- A diferença entre PRA1 e PRB1 caiu para 0,95%

- Não existe diferença entre o PRA de 1 a 5

- No caso da PJF aplicar 6% para os demais membros do QCM (IPCA)

- Acabou a diferença entre PRA1 e PRB1

- A diferença entre PRB1 e PRB2 caiu para 4,15%

Page 9: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

O prefeito Bruno Siqueira é um péssimo exemplo para a população

de Juiz de Fora. Descumpre uma lei federal e descumpre também o Regime

Jurídico Único, que estabelece as carreiras, garantindo o interstício entre os

números (progressão) e as letras (acesso). Observe o que diz o Estatuto dos

Servidores Municipais:

CAPITULO III

DO DESENVOLVIMENTO NA CARREIRA DA PROGRESSÃO

FUNCIONAL POR ANTIGÜIDADE

Art. 27 - Cada cargo de provimento efetivo é estruturado em 10

(dez) interstícios horizontais, com vencimentos escalonados em ordem

crescente, guardada a diferença de 10% (dez por cento) de um para outro.

Além disso, ao pagar o salário do PRA contratado, aplica o índice

como abono, mantendo o salário abaixo do Piso Nacional na

proporcionalidade, como a própria PJF interpreta. O STF JÁ PROCLAMOU

QUE ADICIONAIS, ABONOS OU QUAISQUER OUTROS BENEFÍCIOS NÃO

PODEM COMPOR O SALÁRIO PARA EFEITO DE PISO NACIONAL SALARIAL DOS

EDUCADORES.

Como visto acima, a intenção do Sr. Bruno Siqueira é clara: destruir o

Quadro de Carreira do Magistério, como Aécio e Anastasia fizeram com os

companheiros da rede estadual. Acabar com as conquistas que foram

construídas durante anos e anos de luta! Nós, que fizemos concurso e

ingressamos no serviço público com a garantia de uma carreira não podemos

Prefeito é um fora-da-lei!

Prefeito usa de mentiras para enganar população

Page 10: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

nos sujeitar aos caprichos de quem, por incompetência ou má fé, impõe ao

povo de nossa cidade uma das piores administrações já vista em nossa

história.

Nossa história comprova: as lutas sempre envolvem o coletivo de

nossa categoria. Mexeu com um, mexeu com todos! Foi assim na greve que

garantiu, em 2000, a redução da jornada de trabalho para os companheiros

que atuavam na Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.

Naquela ocasião, os professores de 6º ao 9º ano já cumpriam 15 horas em

sala de aula, mas os educadores dos anos iniciais trabalhavam 20 horas em

sala. Mesmo assim, a greve foi feita com a participação maciça da categoria.

Resultado: garantimos a redução para todos em regência! Também é assim

com a luta dos secretários escolares, instrutores e companheiros em

processo de readaptação que exigem o cumprimento da Lei do Piso e têm

direito ao 1/3 de redução.

Se queremos garantir nossas conquistas, só há uma alternativa:

aos desmandos do Sr. Bruno Siqueira, na mobilização e

A SITUAÇÃO É GRAVE! NÃO PODEMOS PERMITIR A RETIRADA DE

NOSSOS DIREITOS!

RESISTIR AVANÇAR

LUTAR!

Nossa categoria não será dividida:

a unidade é nossa força!

Page 11: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

Sindicalize-se!

O Sinpro somos nósnossa força,nossa voz!!!

Page 12: Em defesa do Quadro de Carreira do Magistério

‘Não se deixe cooptar.

Não se deixe esmagar.

Lutar sempre!’

Florestan Fernandes

1934-2014 anos de ousadia e vitórias!80

Sindicato dos Professores de Juiz de ForaFiliado à