em busca do por do sol

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Giovani Cavassin Giulia GueriosJoão Pedro CleveJuliana ZanelattoMatheus CarneiroMatheus MoritaVictor Ferreira. Ilustrações- Matheus Carneiro e Matheus Morita. editora luz

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um livro feito pelos alunos da sétima série do colégio marista santa maria

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Page 1: Em busca do por do sol

—Giovani Cavassin —Giulia Guerios—João Pedro Cleve—

Juliana Zanelatto—Matheus Carneiro—Matheus Morita—

Victor Ferreira.

Ilustrações- Matheus Carneiro e Matheus Morita.

editora luz

Page 2: Em busca do por do sol
Page 3: Em busca do por do sol

Autores:

Giovani

Giulia

João Pedro P.

Juliana Z.

Matheus C.

Matheus M.

Victor

Ilustrações- Matheus M. e Matheus C.

Editora:

Luz

Page 4: Em busca do por do sol

Colleges Marista Santa Maria-Curitiba

12 de novembro de 2010

Capítulos (autores):

I- Giulia

II- João Pedro P.

III- Matheus C.

IV- Giovani

V- Juliana Z.

VI- Matheus C.

VII- Matheus C.

VIII- Matheus C.

IX- Giulia

X- Giovani

XI- Matheus C.

Capítulos (ilustradores):

II—III—IV—V—Matheus C.

VI—VII—VIII—XI—X—XI—Matheus M.

Page 5: Em busca do por do sol

Sumário

I— A notícia......................................... 6

II— A Persuasão.................................8

III— O início de uma aventura............10

IV— Viagem arriscada........................12

V— Perdido na savana.......................15

VI— A festa do deus do sol.................16

VII— Entre a água e o solo..................19

VIII— Alguém me seguia.....................22

IX— Um abrigo um pouco estranho.....24

X— Luta pela sobrevivência.................26

XI— O fim do diário...............................28

Page 6: Em busca do por do sol

A notícia

Toca o despertador às 7h56,sendo que eu precisava acordar as 7h30,mais uma vez havia me

atrasado para o trabalho.

Pus minha roupa com pressa,sem tempo nem de ajustar a gravata.Liguei para o primeiro nú-

mero de táxi que vi em minha frente.O táxi chegou,entrei comendo uma maçã como café da ma-

nhã.O trânsito de Nova York estava infernal e me atrapalhou como sempre,levei mais dez minutos

para chegar ao trabalho. Cheguei. A sede do New York times estava um caos. Não parava de che-

gar gente, redatores, repórteres...o jornal estava a mil!

Mal cheguei e fui chamado para fala com o chefe:

—-Atrasado mais uma vez? Estou decepcionado com suas atitudes James,não é a primeira

vez que você se atrasa.-Disse o chefe.

—-Sim senhor eu sei,é que minha casa é muito longe e o trânsito estava uma loucura!

Prometo que não irá se repetir.

—-Você sempre diz isso, mas nunca cumpre. Desta vez é sério, ou arranja uma matéria

boa, interessante, diferente ,ou você está demitido!

Preocupado,voltei para casa,estava cansado e joguei tudo no chão.Afundei-me numa poltro-

na,peguei um café,frio,amargo e comecei a pensar...Para onde eu iria?Claro para a reportagem ser

perfeita,tenho que sair do país...

Lembrei do sótão,onde havia várias caixas,com as mais variadas coisas dentro.Subi até lá , vi

um baú velho e abri.Havia fotos, panfletos e reportagens,algumas até minhas.Comecei a revirara e

achei uma caixinha preta,não sei o motivo mais era bem chamativa,a vontade de abrir ia crescen-

do.Pronto!Abri.

Achei o que precisava:o país perfeito para minha matéria fotográfica!

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Page 8: Em busca do por do sol

A persuasão

Os países eram Egito, Sudão e o principal, Quênia. Mas, para eu viajar para lá precisava da

permissão do meu chefe... e pelo o que eu o conheço não era tarefa fácil.

Quando cheguei ao trabalho, e desta vez não estava atrasado, antes de qualquer coisa fui à

sala de meu chefe para tentar convencê-lo.

-Não James você não irá sair do país para fazer uma matéria, eu não quero nem que você

saia da cidade!E ainda mais que a África é perigosa.-Disse ele um pouco nervoso.

-Mas eu encontrei matérias perfeitas, veja: a guerra civil no Sudão, a imensa Cairo no Egito,

e também há boatos de que algumas pessoas estão desaparecendo nas savanas do Quênia...

-Desaparecendo?!Quero que vá a fundo nesse assunto, mas, só saia se não achar nada di-

ferente no país, e, deve ter certeza de que esses rumores são verdade.

Óbvio que não vi nada de interessante nesse país, apenas esperei para dizer no momento

certo de que irei para essa tremenda viagem para a África.

Enquanto esperava o momento certo eu passava por dias normais, porém não parava de

olhar pesquisas sobre os três países, precisava me aprofundar sobre o assunto.

Passaram-se semanas de pesquisas e espera, já estava mais do que na hora de falar com o

meu chefe.

-Chefe, estudei tudo sobre o país, e vi que a melhor opção seria ir para a África.

-Tem certeza?Já verificou tudo?

-Sim senhor.

-Bom James, se você diz não poderei recusar ,você vai para a África.

Minha vontade era de pular e comemorar, mas, me controlei.

-Obrigado chefe.

Já está feito, irei para a África!

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Page 10: Em busca do por do sol

O inicio de uma aventura

Confesso que estava nervoso...Não conseguia parar de pensar nas guerras do Sudão,e das

histórias de desaparecimento do Quênia ,e se eu desaparecesse também?! Estava começando a

concordar com meu chefe,de que a África era perigosa,mas falei comigo mesmo: ‖vamos James,

coragem!‖.

Mas também estava ansioso,eu já viajara por todos os continentes do mundo em busca de

reportagens,mas nunca havia ido a esses países,e meu sonho era tirar uma foto do pôr do sol nas

savanas do Quênia.

Arrumei as malas, discretas, mas únicas, inconfundíveis a meu olhar! E fui descansar... Sabia

que essa seria minha última noite ―bem dormida‖ até o fim da viagem!

No outro dia não me aguentei de ansiedade...Saí de manhã, naquela pressa de sempre! Ainda

eram nove horas da manhã, e meu voo era só as quatro da tarde, mas eu já queria estar no aero-

porto,para me certificar de meus documento e do próprio voo.Eu morava longe deste,e por isso,

quando cheguei fui logo almoçar,já eram 11h e 30!

Depois do almoço recebi uma notícia importante: para meu azar meu voo iria atrasar 3h, por

―problemas na aeronave‖. Deixei o restaurante distraído... E acabei esquecendo meu passaporte.

Quando me dei conta disso já estava na hora do embarque! Ai meu Deus!!!Estava morto. Voltei ao

local e eles me falaram que não tinham visto nada... Entrei em pânico! Avisei todos do controle e

quando já não tinha esperanças... Anunciaram pelo meu nome: Comecei a me alegrar, mas a felici-

dade acabou quando soube que eles só estavam me procurando,pois eu estava atrasado!

Dez minutos depois eu já estava ligando para um táxi pra me buscar,quando uma mulher sim-

pática chamou pelo meu nome,e ela estava com um passaporte na mão: O meu!

Quase agarrei a moça de tanta alegria, mas me controlei e entrei no avião cantarolando!

O voo foi insuportavelmente chato. Cheio de turbulências, com crianças chorando o tempo in-

teiro e o pior de tudo: eu fiquei espremido entre dois homens grandes e espaçosos.

Cheguei umas 14h30min, horário local no Cairo, Egito.

Almocei em um restaurante horrível, típico do Egito. A comida era nojenta, era um tipo de la-

sanha de lula... Nem gosto de lembrar. Passei o dia procurando mapas do Sudão. Jantei em um

restaurante fast-food e dormi num hotel simples de beira de estrada.

Page 11: Em busca do por do sol

No dia seguinte aluguei um jatinho no aeroporto, meu objetivo era chegar em Nairóbi, Quênia,

às 13 horas. Esse voo foi extremamente melhor...Sem crianças, sem turbulências e o melhor de

tudo: Eu estava praticamente sozinho(exceto pelo piloto e um cara estranho,acho que um tipo de

co -piloto) em uma aeronave muito mais confortável e com comida de primeira!

Mas no meio do voo me desesperei, algo terrível e realmente perigoso aconteceu...

Page 12: Em busca do por do sol

Viagem arriscada

-Atenção passageiros– Anunciou o piloto. –Teremos que fazer uma parada de emergên-

cia devido a problemas na aeronave.

Tive que descer em uma pequena cidade no Sudão da qual nem sabia o nome. Era um pe-

queno aeroporto e estava precisando de reformas.

Eram 6h da tarde e eu estava ficando com fome. Fui comer em um pequeno restaurante pró-

ximo ao aeroporto. Enquanto eu me dirigia ao restaurante, escutei tiros. De repente, uma bomba

explodiu próxima a mim. O barulho era ensurdecedor. Senti um forte solavanco e cai pra trás.

Então me dei conta do que estava acontecendo. Estava presenciando uma guerra.

Corri para dentro do restaurante. Me sentia seguro. Até que... Tiros de metralhadora esmiga-

lharam o vidro do pequeno restaurante. Ninguém foi acertado, mas, o pavor que eu senti na ho-

ra e indescritível. Corri para os fundos do local, pois lá não havia portas, e apenas uma janela

que dava em um grande barranco.

Não pensei duas vezes e saltei pela janela. Cai rolando descontroladamente. Enquanto caía,

escutei gritos. Obviamente as outras pessoas presentes no restaurante haviam sido mortas.

Depois de aproximadamente 10 segundos rolando no barranco cheio de pedras pontiagu-

das, parei virado pra cima e sentindo muita dor. Levantei desajeitadamente e quando olhei pra

cima, vi os militares descendo o barranco. Entrei em pânico e corri o mais rápido que pude. Ha-

via na minha frente um paredão de casas. Senti uma forte descarga de adrenalina.Pulei os mu-

ros das casas como nunca havia pulado antes e me escondi dentro de uma casa onde não

havia ninguém. Fechei a porta e permaneci atrás dela, esperando os militares passarem. Escu-

tei seus passos. Pararam bem à frente da porta onde eu estava. Prendi a respiração. Meu cora-

ção batia forte. Procurava não fazer nenhum movimento. Então, escutei-os prosseguindo sua

procura. Nunca me senti tão aliviado. Andei na direção da porta dos fundos. Quando a abri, vi

uma loja de aluguel de jipes. Corri até ela e entrei. O ambiente era pouco iluminado. Vi os jipes

amontoados em uma espécie de cobertura.

-Tem alguém ai? - Perguntei

-Quem é? - Disse uma voz.

- Pretendo alugar um jipe.

- Tudo bem, já estou indo.

Um pequeno homem saiu de trás da porta da sala. Ele tinha grandes bigodes grisalhos, não

tinha cabelo e aparentava ter 60 anos.

- Quanto é o aluguel de um jipe?

Page 13: Em busca do por do sol

-100 dólares por dia.-respondeu.

- Então vou querer pra sete dias.

Dei o dinheiro para o homem e peguei um jipe verde. Acelerei o jipe ao máximo e segui a

estrada de terra.

Deixando a guerra pra trás, vi um aplaca escrito Quênia, tendo certeza de que estava indo

pelo caminho certo.

Enquanto dirigia, vi dois jipes bloqueando a estrada. Pensei que eram do exercito, pois os

jipes eram camuflados.

Parei o jipe e saí do carro. Seis homens armados com facas vieram em minha direção. Dois

ficaram em frente ao meu jipe, e quatro ficaram em volta de mim.

-Me dê o seu jipe, ou morra. – Disse um deles.

O homem que me ameaçou avançou alguns passos até ficar bem perto de mim.

Não sabia o que fazer. Se desse o carro a eles, iria perder o meu único meio de transporte, e

perderia o meu emprego. E se não o entregasse, eu iria morrer. De repente, desferi um belo soco

na cara do ladrão. Logo em seguida corri para o meu jipe e acelerei, atropelando os dois homens

que estavam na frente.

Então, os três ladrões que sobraram entraram em seus jipes com uma metralhadora embutida

em cada um deles, e assim começou a perseguição.

Page 14: Em busca do por do sol

As metralhadoras disparavam para todo o lado, pois o terreno era irregular (isso salvou

a minha vida). O carro deu um forte solavanco, fazendo com que com que o porta-luvas se a-

brisse, mostrando um revolver e um cartucho com cinquenta balas.

Carreguei o revólver com dificuldade enquanto dirigia. Virei para trás e dei um tiro. Errei.

Bom, eu nunca tinha empunhado uma arma antes!

Um dos ladrões acertou um tiro de raspão em meu braço esquerdo, me fazendo urrar

de dor. Virei para trás e dei três tiros, acertando um no ombro de um atirador, que parou de ati-

rar para colocar a mão em seu ombro latejante.

O outro atirador me acertou, desta vez no osso de meu braço esquerdo, machucando-o

de mais,e o deixando sangrando sem parar.

Tive que dirigir apenas com um braço.

De repente, o jipe dos ladrões deu meia volta e saiu .

Então, vi uma estrutura parecida com um pedágio e duas silhuetas. Estava torcendo, do

fundo do meu coração, para que não fossem mais ladrões.

Page 15: Em busca do por do sol

Perdido na savana

Fui devagar ate lá, meu braço ainda doía muito, quando cheguei, me aliviei, era apenas

a ―entrada‖ do Quênia. Pediram o meu passaporte; até que enfim eu estava fora da guerra.

Fui seguindo uma pequena estrada de terra, que segundo o mapa me levaria ao hotel.

Meu braço ainda latejava muito, me

distraí fazendo um curativo, com um pequeno

pedaço de pano, que havia arrancado da mi-

nha camiseta. E então, me perdi e entrei em

um lugar muito estranho, com alguns arbustos.

Tive que abandonar o jipe, pois não

existia mais estrada. Levei comigo apenas u-

ma bolsa, com coisas essenciais. Caminhei

um pouco mais e me deparei com um pequeno

vilarejo, com pessoas que, pra mim, não eram

normais, tinham algum tipo de cultura que eu

desconhecia, falavam outra língua e estavam

fazendo um ritual muito estranho.

Decidi ligar para o meu chefe, queria

contar pra ele sobre esse vilarejo, mas o celu-

lar estava sem sinal.

O que mais podia dar errado? Meu ce-

lular sem sinal, meu braço machucado e esta-

va perdido.

Continuei andando, ate que uma bela

moça apareceu em minha frente e me ofere-

ceu ajuda. Fiquei surpreso, pois provavelmen-

te ela era daquele pequeno vilarejo e falava a

minha língua.

Ela me levou até a sua tribo, eu estava

muito assustado, e se eles me matassem?

Quando cheguei ao local, fui direto fa-

lar com o cacique. Ele parecia ser grosseiro, mas as aparências enganam, ele me tratou super

bem, me abrigou em uma cabana com comida e bebida a vontade.

Eu estava meio desconfiado, por que eles iriam tratar tão bem um desconhecido?

Page 16: Em busca do por do sol

A festa do Deus do sol

Mesmo desconfiado, entrei na cabana... O que poderia dar errado? Era um lugar pequeno,

mas muito interessante. Era construído de palha e madeira. Seu interior era muito aconchegante,

no centro havia um tipo de cama indígena enorme e confortável. Em mesas de madeira, comidas e

bebidas típicas do Quênia estavam espalhadas. Estas pareciam deliciosas!Além dos fantásticos

kebabs(um sanduíche que mistura carne, batata frita e verduras ―embrulhados‖ naqueles pães ára-

bes)e sambusas(empadas recheadas ), que eu comera na Turquia,havia uma enorme variedade de

espetinhos de carne, frutos do mar, verduras e legumes e para a sobremesa muitas frutas picadas,

como: banana, abacaxi, mamão e manga.

Era final de tarde, e a moça que eu conhecera, Klevakzah, me convidou para irmos até um

local para vermos o pôr do sol.Eu aceitei, era uma ótima ideia inclusive para meu trabalho.Eu pla-

nejava tirar a foto de uma vez! E nós dois fomos, sozinhos, até um lugar calmo, e, como ela disse,

seguro.Enquanto esperávamos a hora certa conversamos muito.Eu lhe contei sobre minhas via-

gens, ela sobre suas aventuras de caça, eu sobre a agitação de Nova Iorque, ela sobre a tranquili-

dade do Quênia(exceto pelos ataques de animais selvagens).Foi então que eu fiquei curioso, e per-

guntei:

-Como você aprendeu minha língua?

-É uma longa história... -ela disse com uma voz triste – desde pequena eu queria caçar e brin-

car com os garotos,não agüentava ficar em casa cozinhando e limpando.Eu era a única menina en-

tre sete homens, ou seja, eu já era acostumada a brincar como um menino, e meus irmãos gosta-

vam disso.Então todos me julgavam e falavam que eu era mal educada, e que eu deveria me com-

portar como uma menina e aprender a fazer as coisas domésticas.Revoltada, minha mãe falou que

nunca queria ter tido uma filha como eu, que eu parecia um moleque e que ela não me aceitaria

mais. Para reconquistar a minha mãe, eu resolvi estudar...Fui a Nairóbi, onde estude muito, e a-

prendi a falar três línguas,inglês,Frances e árabe.Então, eles me aceitaram novamente, pois acredi-

tavam que era isso que uma menina exemplar deveria fazer:ser culta e estudiosa.O cacique resol-

veu me nomear a ―representante‖ da tribo, e é isso que eu faço atualmente.

-Nossa...que legal!

Eu estava impressionado.Acho que estava começando a me apaixonar por aquela moça...Ela

era tão linda e inteligente.Eu estava sem palavras e abismado, tanto que nem percebi quando ela

me beijou.Fiquei realmente surpreso e fechei os olhos.Foi um pouco demorado e quando acordei

percebi que o sol não estava mais lá! Eu havia perdido minha chance...mas valeu a pena!

Page 17: Em busca do por do sol

-Voltamos felizes para aldeia.Ela me levou até minha cabana e se despediu, dizendo:

-Usiku mwema!

-o que isso quer dizer?

-Boa noite, na minha língua, suáli.

-Bom... Neste caso... Boa noite, até amanhã.

-Pode deixar que te acordarei , para você tomar seu café da manhã.Fique à vontade, se qui-

ser, é só me chamar naquela cabana- E apontou uma das maiores que o vilarejo tinha.

Estava cansado, mas com muita fome.Devorei tudo o que vi na‖minha― mesa, e não consegui-

a parar de comer.Logo após fui dormir.

Acordei com batidas na porta.Era a Zah(era assim que eu começara a chamá-la), me chaman-

do para tomar café. Ela me deu uma roupa(pois tudo o que eu tinha estava no jipe), da qual eu ves-

ti rapidamente e assim tomei o café com ela.

Passamos o dia passeando pela vila, que era maravilhosa! Meninos treinavam arco e flecha

enquanto meninas brincavam com animaizinhos parecidos com tatus.Havia uma enorme constru-

ção, onde os rituais tribais eram o feitos.Uma enorme fogueira ocupava o centro do local.

Á noite, Zah me entregou uma roupa especial e pediu para que eu vestisse, pois eu participa-

ria do ritual anual para o Deus do sol.

Eu tomei banho e coloquei a roupa.Me senti um idiota, pois a roupa era ridícula.Eu usava uma

mascara laranja, e uma saia coberta de palha, mas eu faria tudo por minha amada!

Quando cheguei no local, me assustei!A tribo inteira estava dançando, algumas pessoas co-

bertas por fogo.Milhares de velas estavam acesas em volta deles, e a fogueira estava com um fogo

muito ―poderoso‖.Eles acreditavam que nesse dia o deus do sol descansava perto deles, e eles de-

veriam tratá-lo bem.Era seu poder que fazia tudo ficar quente e iluminado.

Estava procurando por Klevakzah,quando senti algo prender minhas mãos, olhei para trás e

um enorme africano me segurava.‖Zaaaaaaaaaaahhhhh― , gritei, mas ela não pareceu me ou-

vir.Tentei perguntar para o cara o que estava acontecendo mas ele não entendia o que eu fala-

va.Para minha sorte(ou azar), Zah apareceu, e me explicou tudo:

-Você confiou em mim, seu burro!Ninguém nunca te falou para não conversar com estra-

nhos?!Eu te enganei, precisávamos de uma oferenda ao deus do sol e em vez de irmos para a ci-

dade para procurar alguém, como a tradição, resolvemos pegar um pesquisador burro que cai em

todas as armadilhas...você!Bem, já está na hora de você ir, boa morte, queridinho...

-O afro-descendente me amarrou e me deixou perto da fogueira.Estava muito quente, eu não

conseguia suportar o calor.

Eu não sabia como, mas precisava fugir dali...

Page 18: Em busca do por do sol
Page 19: Em busca do por do sol

Entre a água e o solo

Eu estava desesperado! Não tinha muito tempo, pois me lembrava de ter lido uma reportagem

de um amigo meu do jornal sobre ritos de oferenda a deuses, e normalmente os deuses estavam

famintos, e precisavam de suas oferendas rápido!

Eu olhava para todos os lugares na esperança de haver uma salvação.Ainda pensava em co-

mo a Klevakzah fora má comigo.Ela me enganou perfeitamente...Será que sua historia também era

falsa, e foi usada apenas para me emocionar? Eu não queria ficar mais tempo ali para descobrir!

Milagrosamente avistei um tipo de gancho afiado, perto de mim.Comecei a ir pulando(pois

meus pés estavam amarrados) para perto dele,e finalmente consegui cortar a corda que me amar-

rava nas mãos.Mesmo com os braços livres, fingi estar preocupado e preso.Estava esperando a

hora certa...

Então, quando todos estavam de olhos fechados fazendo uma oração(da qual eu não entendi-

a absolutamente nada),eu desamarrei meus pés e pernas e empurrei duas tochas sobre alguns pa-

péis, o que aumentou o fogo, para mantê-los distraídos com outra coisa.Comecei a correr o mais

rápido que podia.De acordo com meus cálculos, eu tinha uns três segundos até que descobrissem

a minha fuga. Posso dizer que meu plano funcionou parcialmente: metade da aldeia se preocupava

com o incêndio e principalmente com as crianças, porém eles eram muitos, e eu não estava lá para

ver, mas acredito que pelo menos meia dúzia percebeu que eu não estava mais lá.

Só deu tempo de eu ouvir pessoas correndo atrás de mim. Mas, mesmo assim eu fui teimoso,

e resolvi ir até minha cabana para pegar minha mala.Por sorte, eu tinha deixado a janela aberta, e

em um grande salto, pulei para dentro.Peguei a bagagem, pulei para fora novamente, mas nesse

momento, o maior homem da tribo(que era um tipo de segurança desta)parou bem a minha frente e

me pegou novamente.Sem pensar em algo melhor, eu dei um chute nele, que o fez cair de dor, fa-

zendo com que eu ganhasse alguns segundos.

Finalmente abandonei a aldeia, mas ainda me preocupava com os ‖monstros africanos― da

tribo!Eu já estava ficando cansado...Após um tempo, descobri que estava fazendo um papel de idi-

ota.Eles já tinham parado de me seguir.Resolvi descansar um pouco,já era tarde e estava escu-

(minha única fonte de luz era uma pequena lanterna.Confesso que estava morrendo de medo, prin-

cipalmente por animais selvagens.Encontrei um buraco coberto por plantas e me escondi lá den-

tro.Eu tinha uma chance, pequena, mas existente de continuar vivo até o outro dia.

Page 20: Em busca do por do sol

Nem me lembro daquela noite, eu apaguei! Mas eu tinha uma ótima notícia:estava vivo! Saí

do buraco, e não gostei do dia...Pois é, acho que aquele tal de Deus do sol não gostou de mim

mesmo, pois o dia estava terrível.Estava muito quente e o calor do sol queimava até meu coro ca-

beludo.E o pior é que eu estava com aquela roupa horrível do ritual(na qual a ―saia― me atrapalhava

e eu estava sem camiseta...Sinceramente, fiquei mais vermelho que uma lagosta depois de um ba-

nho de molho de tomate! Além desses, eu tinha outros problemas gravíssimos...Eu não tinha comi-

da nem bebida, e minha garganta estava seca.

Mesmo já tendo passado dois dias na savana, não tinha reparado em sua beleza (acho que

estava mais preocupado com a beleza de Klevakzah, que agora era um lixo pra mim) Eu não vira

sua vegetação rasteira, com poucas e baixas árvores, seu tom laranja, seu ar seco, suas pequenas

lagoas(inclusive habitadas por jacarés)e principalmente seu pôr do sol, meu principal objetivo.

De repente eu tive a impressão de algo se mexendo. Primeiramente achei que fosse o vento

fazendo os arbustos balançarem, mas reparei que , naquela hora, não tinha vento ali...

Foi quando percebi que era uma leoa procurando uma um alimento para seu marido e seus

filhotes, no começo achei incrível a coragem da mãe, mas me dei conta de que eu seria a presa!

Eu comecei a pensar que mesmo que ela era a mais rápida, eu era o mais inteligente, e deve-

ria ganhar a luta.

Sabia que não deveria correr, mas olhei em volta e não observei nada que pudesse me salvar,

porém, para minha sorte, vi uma daquelas lagoas, e não pensei duas vezes, pois a leoa não entrari-

a na água.

Corri para dentro desta, e assim, eu poderia pensar mais um pouco.Afinal, eu não estava sal-

vo, a leoa poderia achar a água rasa para ela, ou este lago poderia Ester cheio de jacarés.

E eu estava certo! Quatro jacarés emergiram da água e vieram nadando lentamente até

mim.Eu já estava desistindo da vida.

Felizmente, encontrei minha salvação...

Page 21: Em busca do por do sol

.

Page 22: Em busca do por do sol

Alguém me seguia

Estava recuando quando me bati em algo. Olhei para trás e vi uma árvore, pequena, mas

comparada com as outras da savana era enorme.

Rapidamente pulei e agarrei o maior galho, e assim consegui escalar os outros menores, mas

mais altos.Já no topo da árvore, estava a uma altura de uns três metros.Obviamente, na mesma

hora o grupo de jacarés desistiu de mim.Porém a leoa veio correndo para perto da árvore.Naquela

altura, na maioria das árvores, o felino conseguiria pular ou escalá-las, mas aquela era diferente,

pois além de ser torta e cheia de galhos , era escorregadia, e o animal não aguentava ficar agarra-

do nem por dois segundos!

Mas a fera estava faminta, e não desistiu, ficou me esperando... Eu realmente não sabia o que

fazer.Estava morrendo de fome e não aguentaria ficar agarrado naqueles galhos(que inclusive me

machucavam) por muito tempo.Eu tentei afastá-la de varias maneiras: joguei galhos nela, fiz baru-

lhos irritantes, imitei sons parecidos com os de seus ‖companheiros‖ leões...Mas nada adiantou.

Anoiteceu e a leoa ainda estava lá. Eu não conseguia dormir, mas para minha felicidade, não

sei se porque estava com fome, ou porque seu prazo de caça havia terminado, a fera fugiu um pou-

co depois do sol se pôr.E mais um dia eu não consegui tirar minha fotografia.A verdade era que eu

também era exigente, e não queria qualquer foto para a matéria, pois esta deveria ficar maravilho-

sa, caso contrário eu seria demitido.

Eu desci da árvore, estava com a boca seca, morrendo de sede, acho que não aguentaria fi-

car mais muito tempo sem beber água. Mesmo sabendo do perigo, bebi um pouco de água daquela

lagoa dos jacarés.Que alívio! Mas tirei minhas mãos rapidamente(eu não queria ser devorado por

eles).Entretanto, eu ainda estava com fome...

Virei para o lado e vi um grupo de veados. Eu não tinha outra escolha! Peguei um galho grande e

forte e em sua ponta, amarrei uma faquinha que estava em minha bolsa.pronto!Minha lança estava

feita.meu plano era ir rastejando bem devagar, e quando estivesse perto,atirasse a lança no animal.

Comecei a rastejar, meu plano estava dando certo, os animais nem me perceberam.Quando

estava a dois metros de distância dos veados,dei um salto e finquei a lança em um deles, que na

mesma hora caiu em cima da vegetação rasteira das savanas.O resto do grupo fugiu em uma velo-

cidade incrível!Por um lado eu me sentia culpado de ter destruído uma vida, mas eu também preci-

sava viver.Eu abri o animal e comecei a comer seus músculos e ...prefiro nem dizer! Era muito no-

jento, mas melhor assim do que ter que ficar com fome.

Page 23: Em busca do por do sol

Agora precisava de algum lugar melhor para ficar, um abrigo.Me lembrei do jipe...se eu o en-

contrasse, poderia voltar para a entrada do Quênia ou ir até uma cidade um pouco maior.Eu estava

decidido em ir procurar o jipe.

De repente tive a impressão de algo(acredito que ―alguém‖)me seguindo.Olhei em volta, mas

não vi nada. Acho que foi apenas minha imaginação.

Eu vivi assim na savana, caçando animais e procurando o jipe ou alguém por duas sema-

nas.Eu já tinha perdido a consciência.Apesar de ter passado calor, fome, sede, medo, e saudade

de Nova Iorque, e de minha família muitas coisas boas aconteceram:Eu observei vários animais e

paisagens diferentes, vivi uma experiência única e o principal é que refleti sobre como minha famí-

lia e meus amigos são importantes, que tenho que dar mais atenção a eles, tudo isso, concluí ob-

servando os elefantes em um daqueles lagos, um ajudando o outro...

Eu, que nunca gostei de Nova Iorque, agora estava sentindo muita falta daquela agitação, das

pessoas, do meu trabalho e até de meu chefe! Ali, no meio do nada, não tinha nada disso... Eu não

tinha com quem conversar, com quem contar piadas ou ate mesmo alguém para cobrar algo de

mim. Eu não tinha mais vida, estava ficando louco!Tinha alucinações o tempo todo... Eu não queria

mais viver. Eu não imaginava que odiaria tanto uma das mais belas paisagens do mundo. Nem ti-

nha tanto interesse no pôr do sol, mas nunca desistiria de meu objetivo.

Tentei usar o celular novamente, mas era óbvio que estava sem sinal. Mas lembrei que nele

tinha um tipo de rastreador, que meu chefe poderia me encontrar.

Mas tudo o que eu tinha pensado antes desapareceu de minha cabeça em um instante, quan-

do eu vi aquilo... o jipe

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Um abrigo um pouco estranho

Era tão real, procurei-o por muito tempo, estava a uns quatro metros dele, pensei que fosse

mais uma de minhas várias alucinações, mas mesmo assim corri em sua direção, estava prestes a

tocá-lo quando senti algo molhado, a sensação era que eu estava me afogando, e realmente eu es-

tava, o jipe era mais uma de minhas alucinações. Novamente jacarés nadavam em minha direção,

aquele lago estava cheio deles, me desesperei.

Reuni minhas últimas forças e nadei o mais rápido que pude, saí do lago e me escondi em

uns arbustos ali perto, despistei os jacarés e continuei andando. Agora estava molhado e com frio,

pois já estava tarde e o vento batia no meu corpo. Precisava descansar, andei mais um pouco e

tive a sensação de alguém me seguindo e me preocupei, já estava de noite e achei um lugar onde

umas árvores tampavam a luz da lua, parei e formei uma espécie de cama com algumas folhas.

Dormi.

Acordei com algo que caiu em minha cabeça, levantei e vi o que era: um pé de laranja, inusi-

tado e uma dela acabou caindo. Peguei algumas e comecei a comer com casca e tudo, a fome me

venceu, fiquei por lá descasando. Após algum tempo olhei para o sol e conclui que já eram umas

três da tarde, então levantei, peguei minhas coisas e voltei a andar, pus em minha cabeça que ti-

nha que achar aquele jipe, pois assim teria mais comunicação com qualquer lugar civilizado.

Andei mais alguns quilômetros e parei um pouco para descansar, comecei a pensar que nun-

ca mais iria voltar, mesmo sabendo que meu chefe me acharia pelo GPS do celular que parecia

não funcionar, pois até agora nenhum sinal dele. Voltei na minha incansável caminhada, e ouvi ba-

rulhos na vegetação, achei muito estranho e aquela sensação de estar sendo perseguido voltou.

Acelerei o passo, tinha passado o dia muito bem e não achei que fosse uma alucinação, e re-

almente não era, pois comecei a ver sombras e vultos, primeiro ao meu lado e atrás de mim, de-

pois vindo em minha direção. De repente um homem já de idade, com cabelo e barba longos, se

jogou na minha frente com um grito assustador, e obviamente levei um susto e pulei gritando tam-

bém. O homem disse para eu me acalmar e não me preocupar, iria fazer mal algum a mim, apenas

queria certificar-se de que u iria atacá-lo.

Já estava tarde, e ele me levou a uma caverna que parecia ser sua casa, era um lugar total-

mente diferente de todos que eu já vira em toda a minha vida, tinha de tudo que eu poderia imagi-

nar, onde ele arranjou tudo aquilo eu sei,mas como era um local amplo ele guardava tudo, penas e

peles de animais, até alguns empalhados.O cheiro era de chá de ervas.Perguntei a ele sobre sua

história, então me disse que seu nome era Clark. Nascido em Los Angeles, procurava animais exó-

ticos, mas não teve sorte, pois em uma de suas buscas perdeu suas coisas( e se perdeu), não

Page 25: Em busca do por do sol

encontrou animal algum, e não pode voltar.

Essa resposta não me animou muito.Ele me arrumou um canto para dormir, mal deitei e pe-

guei no sono.aquela foi a melhor noite que tive depois que cheguei ao continente(com exceção da

noite na tribo).De manhãzinha senti o sol no meu rosto,demorei a abrir os olhos, mas quando os

abri levei um susto.Aquele home que pensei que me ajudaria, estava com uma lança enorme quase

fincada em meu peito, seu olhar era de vingança, não entendi por que.Estava quieto em meu canto

sem ter feito nada para ele. Não poderia fazer nada ,se não a lança me mataria.Fiquei paralisa-

do...e agora, o que eu iria fazer?

Page 26: Em busca do por do sol

Luta pela sobrevivência Tentei argumentar com ele, mas sua expressão não mudava. Levantei rapidamente e , de

costas , dei passos longos e largos em direção a saída da caverna.de repente ele pegou a lança e

correu em minha direção.Não havia nada parecido com uma lança ao meu redor, então peguei uma

frigideira de ferro, enferrujada, que estava em uma prateleira torta, co m outros utensílios de cozi-

nha.Clark investiu contra meu peito, mas eu desviei rapidamente, e logo depois acertei-o certeira-

mente na barriga.Ele cambaleou para trás gemendo de dor.Avancei novamente contra ele, mas es-

te me deu um soco no nariz, deixando o sangrando.Antes que aquele maluco tentasse me acertar

novamente, bati com a frigideira em sua cabeça, deixando o tonto.Então, ocorreu algo estranho,

Clark foi atingido por um dardo na barriga! Olhei para trás e avistei um nativo com uma espécie de

zarabatana em sua mão.Era um homem pequeno, careca, e com um pouco de barba no queixo.

Aparentava ter 30 anos e possuía um porte atlético.Ele estava pegando outro dardo oriundo preso

em sua tanga. Me desesperei.o que faria naquele momento?numa tentativa desesperada saí em

disparada na direção do nativo este já havia preparado outro dardo, enchi os pulmões de ar ,e

então...empurrei sua zarabatana para o lado no último instante.Nós dois caímos rolando no chão.A

zarabatana havia caído longe.Me levantei o mais rápido possível.Olhei em sua direção.Ele também

havia se levantado.Mais uma vez corri em sua direção, o nativo fez o mesmo,pulamos um contra o

outro.O pequeno homem segurou meu pescoço ,ele estava me enforcando.As cotoveladas que eu

dava em sua cintura eram inúteis.Estava desesperado para conseguir respirar,mas minhas tentati-

vas de escapatória eram inúteis.Estava perdendo a consciência.aquele seria meu fim, mas enquan-

to eu rolava tentando escapar encontrei um dardo caído.Aquela era minha chance.Segurei o dardo,

levantei-o e investi contra a cintura do nativo.O homem logo me soltou gritando de dor.Rolei para o

lado rapidamente, enchendo meus pulmões de ar.Quando levantei, o homem rolava na grama bai-

xa.De repente, este parou.seu corpo começou a tremer e uma espuma branca, a sair de sua bo-

ca.Então parou. Estava morto.Foi horrível.Senti muito por ter matado o pobre homem.O veneno

não só era muito perigoso, como também causava muita dor e sofrimento a quem era atingido.

Estava livre! Longe de perigos! Andei na direção contraria da caverna. Finalmente poderia

descansar um pouco.

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O fim do diário

Sentei-me em um morro bem baixo, mas superior em relação aos outros e deixei minha pe-

quena bolsa ao meu lado. Estava tudo pronto... Agora era à hora certa para tirar minha foto, estava

ansioso. Enquanto esperava o pôr do sol, resolvi ler novamente meu diário, que não lia ou escrevia

há alguns dias. Nada no mundo continha mais historias e aventuras que ele! Este era meu compa-

nheiro de viagens, mas já estava velho, coitado!Como era grande e grosso, eu já escrevera sobre

muitas viagens nele. Suas páginas, já amareladas, tinham enorme importância para mim. Eu o ga-

nhara há sete anos, mas agora só restavam umas três páginas, ou seja, aquela seria minha ultima

viagem relatada no livro.

Sem esperar mais,o abri e logo me emocionei com meu depoimento na primeira página, sobre

meu maior sonho, de tirar a esperada foto do por do sol queniano em sua paisagem natural: A sa-

vana. Agora eu estava ali... Realizando o meu sonho como fotógrafo e jornalista!

Eu já esquecera, porém estava no diário, que minha primeira viagem internacional fora ao Mé-

xico, que ao mesmo tempo é perto dos Estados Unidos, em relação a distância, mas muito ―longe‖

e diferente de acordo com seus costumes... Estava conseguindo me lembrar como a viagem fora

boa. Eu experimentei novas comidas (e principalmente aquelas deliciosas tequilas), dancei danas

típicas, comprei um enorme chapéu mexicano (que tenho guardado em meu sótão até hoje!) e me

diverti muito conhecendo suas belas paisagens.o diário também me fez lembrar das viagens a Ásia

(neste continente já visitei china, índia, Japão, indonésia,Jordânia,Israel, Arábia saudi-

ta,Cazaquistão, Líbano etc.) e como estranhei suas culturas...mas também já comi de tudo, desde

baratas e lagartos na China até testículos de lhamas no Peru! Vi paisagens frias como o Cabo Horn

(o fim do mundo!), na patagônia (argentina/Chile) até as mais quentes, no deserto do Saara, no E-

gito. Vi de montanhas altíssimas no Himalaia a paisagens muito abaixo do nível do mar, como o

mar morto, na Jordânia.Estive em áreas secas como no deserto do atacama como super úmidas e

chuvosas no Havaí. Enfim, nunca me cansarei de viajar, acho tão bom conhecer novas culturas,

observar novas paisagens, e experimentar novas aventuras...

Perdi a noção do tempo relembrando as coisas do passado, e quando vi, já estava na hora da

foto! Peguei minha máquina rapidamente e click! ,realizei meu sonho! A foto tinha ficado incrível.

Era estranho... ainda tinha a sensação de alguém me seguindo...mas estava acostumado com

tantas alucinações!

Refleti que minha história, o diário, ainda não estava completo, restavam algumas páginas,

que poderiam se tornar importantes. Comecei a escrever da caverna, de Clark, e inclusive o que

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Esta na hora de me despedir de uma história grande e bela, mas sobrarão recordações de pesso-

as que talvez não achem que isso e um tesouro, como eu. Espero que ao menos quem fique com

isso,[não sei se entregarei para meus filhos(se eu tiver), nem sei se voltarei para casa(se sobrevi-

verei)],respeite e guarde esse livro como se fosse sagrado, pois agora, eu gostaria de dizer que ele

é extremamente impor ―

Este foi o diário de James Walker, um homem que dedicou sua vida em busca de seu sonho,

a foto do pôr do sol, e nunca deixou de ter esperança. Com certeza ele é um exemplo para todos

nós, de perseverança e otimismo.

Após três semanas de espera por essa reportagem, eu, Brian Campbell, resolvi ir atrás, com

minha equipe de busca, e então, com um helicóptero conseguimos visualizar seu corpo, encontrado

morto em um local parecido com o descrito no diário. De acordo com pesquisas científicas, feitas

através de restos de seu corpo, é provável que suas suspeitas de perseguição não terem sido alu-

cinações, um grande felino estava seguindo-o, e na hora certa, quando James estava quieto e ino-

fensivo, o animal o atacou com uma mordida no pescoço, e depois comeu partes de seu corpo.

O diário e seus objetos foram encontrados no mesmo lugar, e levados à família de James.

Colocamos sua matéria no jornal, e depois de um ano, ele virou um ícone e exemplo para a

sociedade, ficou famoso, e a partir de sua história, principalmente feito com base nos fatos relata-

dos no diário, um livro de suas aventuras fora publicado.

James, preocupado com o cuidado de seu diário, agora mal sabe sua importância para toda a

sociedade.

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Sobre os autores…

Giovani Polinare Cavassin: Nasceu dia 23 de janeiro.Fez os capítulos 04 e 10, além de sempre expressar sua opinião e apresentar suas ideias a respeito dos temas cen-trais dos capitulos.

Giulia Castilho Poleto Gue-

rios: Nasceu dia 21 de março.Fez os capítulos 01 e o9, além de contribuir muito dando ideias e formatando o livro (inclusive deu a ideia da ca-pa).Foi a coordenadora do livro por muito tempo e sempre assumiu um papel de liderança.

João Pedro Peixoto Cleve: Nasceu dia 16 de novembro.Fez o capítulo 02 e sempre ajudou na composição da base dos capitulos.

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Juliana Richa Zanellato: Nasceu dia 13 de dezembro.Criou o capi-tulo 05,e sempre organizou os trabalhos do livro alem de expressar suas ideias.

Matheus Campos Carneiro: Nasceu dia 17 de maio.Escreveu os capi-tulos 03, 06, 07, 08 e 11.Desenhou as imagens dos capitulos 02, 03, 04 e 05. Fez toda a revisão do li-vro. Colaborou também ajudando a formatar o li-vro e dando suas opiniões e apresentando suas i-deias(inclusive do título).

Matheus Morita Grudtner:

Nasceu dia 30 de janeiro.Ajudou muito o grupo em relação as ilustrações.Desenhou as ima-gens dos capitulos:06, 07, 08, 09, 10 e 11.

Victor de Paiva Franco Fer-

reira Nasceu dia 08 de janeiro.Colaborou com a criação do tema central do livro, alem de sempre respeitar os outros integrantes.

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O livro ―em busca do por do sol’ , conta uma aventura de um jornalista , James Walker, que fez de tudo para continuar trabalhando na new york times, e principalmente para realizar seu sonho:tirar uma foto do por do sol nas savanas do Quênia, mas para isso, ele precisou passar por muitos perigos, como animais selvagens, la-drões armados, graves aluci-nações... será que ele conse-guiu?

Em busca

do

Pôr do sol

Editora: Luz