em busca da segurança hídrica no munmicípio de sousa

Upload: fernandoperisse

Post on 10-Feb-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    1/21

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    2/21

    1

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    3/21

    2

    EM BUSCA DA SEGURANA HDRICA NA CIDADE DE SOUSA

    Via Sertaneja

    Os problemas das secas prolongadas no Semi-rido devem seagravar nos prximos anos por causa das mudanas climticas

    Os pesquisadores durante a 1 Conclima (Conferncia Nacional de MudanasClimticas Globais), que ocorreu recentemente em So avaliaram que osproblemas de seca prolongada registrados no Semi-rido Brasileiro (SAB)devem se agravar ainda mais nos prximos anos por causa das mudanasclimticas globais;

    Os riscos que estamos vivendo de uma grande quantidade de pessoa ficaremsem nenhuma gua demonstram que preciso executar aes urgentes deadaptao e mitigao desses impactos. Isso inadivel e urgente.

    Paralelamente necessrio repensar os tipos de atividades econmicas quepodem ser desenvolvidas na regio,

    De acordo com o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastresnos ltimos dois anos foram registrados 1.466 alertas de municpios no SAB.que entraram em estado de emergncia ou de calamidade pblica em razo deseca e estiagem.

    Atualmente esses so os desastres naturais mais recorrentes no Brasil,segundo o rgo.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    4/21

    3

    Eventos extremos devem aumentar naCaatinga, Amaznia e Cerrado

    O Primeiro Relatrio de Avaliao Nacional do PBMC (Painel Brasileiro deMudanas Climticas), que foi divulgado no dia de abertura da Conclima,estima que os eventos extremos aumentem principalmente nos biomasAmaznia, Cerrado e Caatinga.

    Alertaram ainda que as mudanas devem se acentuar a partir da metade e ato final do sculo 21. Dessa forma, o SAB sofrer ainda mais no futuro com oproblema da escassez de gua que enfrenta hoje.

    Se hoje j vivemos uma situao grave, os modelos de cenrios futuros dasmudanas climticas no Brasil indicam que o problema ser ainda pior.

    Por isso, todas as aes de adaptao e mitigao pensadas para serdesenvolvidas ao longo dos prximos anos, na verdade, tm de ser realizadasagora, segundo Marcos Airton de Sousa Freitas, especialista em recursoshdricos e tcnico da ANA.

    A atual seca pode se prolongar por um tempo indeterminado, situadoentre a mdia de 4 anos e meio at o mximo de 9 anos

    O SAB - que abrange Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande doNorte, Paraba, Cear, Piau e o norte de Minas Gerais - vive hoje o segundo

    ano do perodo de seca, iniciado em 2011, que pode se prolongar por umtempo indefinido.

    Um estudo do rgo, com base em dados de vazo de bacias hidrolgicas daregio, apontou que a durao mdia dos perodos de seca no Semirido de4,5 anos.

    Estados como o Cear, no entanto, j enfrentaram secas com durao dequase nove anos, seguidos por longos perodos nos quais choveu abaixo damdia estimada.

    Poder haver uma transio da seca hoje mais rural para uma'seca urbana' caso no haja um considervel aporte de guanos grandes reservatrios em 2013

    Caso no haja um aporte considervel de gua nos grandes reservatrios em2013, poderemos ter uma transio do problema de seca que se observa hoje,mais rural, para uma 'seca urbana' - que atingiria a populao de cidadesabastecidas por meio de adutoras desses sistemas de reservatrios.

    necessrio se repensar os tipos de atividadeseconmicas mais indicadas para a regio

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    5/21

    4

    Como a gua tende a ser um recurso natural cada vez mais raro no SAB nosprximos anos. necessrio se repensar os tipos de atividades econmicasmais indicadas para a regio.

    Talvez a agricultura no seja a atividade mais sustentvel e h evidncias deque preciso diversificar as atividades produtivas na regio, que no podecontinuar a depender apenas da agricultura familiar, cada vez mais difcil de serimplementada.

    Outras medidas necessrias so de realocao de gua entre os setoreseconmicos que utilizam o recurso e seleo de culturas agrcolas maisresistentes escassez de gua enfrentada na regio.

    H culturas no SAB, como capim para alimentao de gado, que dependem deirrigao por asperso. No faz sentido ter esse tipo de cultura que demandamuito gua em uma regio que sofrer muito os impactos das mudanasclimticas.

    Tambm necessrio se repensar o tipo de cultura que vem sendodesenvolvido nos permetros irrigados. Sorgo, milho, banana e coco exigemgrandes quantidades de gua para a sua produo e possuem um baixo valoreconmico. Deve se buscar uma migrao da produo para frutas de maiorvalor econmico e que apresentam maior qualidade no nosso clima.

    O Ministrio Pblico deve provocar um debate a esse respeito junto aos rgosvinculados agricultura, secretarias de agricultura, permetros irrigados,EMATER, EMBRAPA, etc, visando avanarmos no sentido de serem revistas

    as prticas atuais.

    AmpliarO projeto de Transposio do Rio So Francisco tornou-seainda mais necessrio tendo em vista que a escassez dagua ser um problema cada vez maior

    O projeto de transposio do Rio So Francisco tornou-se muito maisnecessrio agora, tendo em vista que a escassez de gua dever ser umproblema cada vez maior no SAB nas prximas dcadas. fundamental paracomplementar as aes desenvolvidas na regio para atenuar o risco dedesabastecimento de gua.

    Alvo de crticas e previsto para ser concludo em 2015, o projeto prev que asguas do Rio So Francisco cheguem s bacias do Rio Jaguaribe, queabastece o Cear, e do Rio Piranhas-Au, que abastece o Rio Grande do Nortee a Paraba.

    A disponibilidade hdrica das bacias do Rio Jaguaribe e Piranha-Audeve diminuir consideravelmente nos prximos anos

    http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/album/2013/01/03/veja-os-destaques-de-meio-ambiente-2013.htm#fotoNav=254http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/album/2013/01/03/veja-os-destaques-de-meio-ambiente-2013.htm#fotoNav=254http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/album/2013/01/03/veja-os-destaques-de-meio-ambiente-2013.htm#fotoNav=254
  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    6/21

    5

    De acordo com um estudo realizado pela ANA, com financiamento do BancoMundial e participao de pesquisadores da Universidade Federal do Cear, adisponibilidade hdrica dessas duas bacias deve diminuir sensivelmente nosprximos anos, contribuindo para agravar ainda mais a deficincia hdrica doSAB.

    As obras da Transposio do So Francisco deveriam seraceleradas para minimizar o dficit de gua do Semirido

    A transposio do Rio Francisco deveria ser acelerada porque contribuiria paraminimizar o problema do dficit de gua no SAB agora e que deve piorar com apreviso de diminuio da disponibilidade hdrica nas bacias do Rio Jaguaribee do Rio Piranhas-Au.

    O Ministrio Pblico deve manter intensa fiscalizao sobre as obras daTransposio e manter a populao informada sobre o seu andamento.

    A vazo do Rio So Francisco devediminuir em at 30% at o fim do sculo

    O Primeiro Relatrio de Avaliao Nacional do PBMC, no entanto, indica que avazo do Rio So Francisco deve diminuir em at 30% at o fim do sculo, oque poderia colocar o projeto de transposio sob ameaa.

    Contudo 70% do volume de gua do Rio So Francisco vem de bacias daregio Sudeste, para as quais os modelos climticos prevem aumento davazo nas prximas dcadas. Isso abre a possibilidade de que as perdas noSAB sejam compensadas pelo aumento da vazo proveniente do Sul.

    Alm disso tem que se considerar que o volume total a ser transposto para asbacias do Rio Jaguaribe e do Rio Piranhas-Au corresponde a apenas 2% davazo mdia da bacia do Rio So Francisco.

    A Transposio do So Francisco somente nos beneficiar deforma efetiva se tivermos capacidade de armazenar grandesquantidades de gua nos perodos de grande vazo

    Na atual seca, a vazo do So Francisco teve que ser reduzida para 1.300m,em razo do nvel da barragem de Sobradinho j ter descido para um tero dasua capacidade de armazenagem.

    Com isso, a gerao de energia eltrica na regio foi igualmente reduzida eduas usinas termoeltricas j foram religadas, ampliando os custos deproduo e a poluio do ar.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    7/21

    6

    Para que a Transposio do So Francisco nos beneficie de forma efetivatemos que possuir grande capacidade de armazenar gua nos perodos degrande vazo.

    preciso que o governo federal diagnostique de forma definitivaos problemas estruturais existentes no Aude Engenheiro Avidose qual a sua capacidade definitiva de armazenagem

    Diante dessa perspectiva de que somente seremos beneficiados pelaTransposio do So Francisco se tivermos condies de armazenar grandesquantidades de gua nos perodos de grande vazo no rio, uma definioconclusiva sobre a real situao do Aude Engenheiro Avidos torna-se aindamais urgente e necessria.

    O Ministrio Pblico deve ter papel preponderante para que essa definio seja

    feita no menor prazo possvel.

    Um problema antigo que provoca muita polemica eque cria tenso e medo entre a populao

    Trechos compilados da publicao Barragens do Nordeste do Brasil - 2Edio/DNOCS1990, relatam uma srie de problemas, ressaltando-se que uma das quatro barragens construdas no mundo com essa concepo, e anica, ainda, dentre todas, que permanece em uso.

    Trechos da referida publicao, ajustados com algumas colocaes do EngFrancisco Braga Rolim (Catonho) , so descritos nos pargrafos a seguir (emitlico).

    Os problemas foram detectados j na fase de construoda barragem e seu projeto inicial teve que ser reformulado

    Os estudos da Barragem Eng vidos foram iniciados em 1920 e concludosem 1921, porm a sua construo somente foi iniciada em 1932, sendoconcluda em 1936. Devido a constantes recalques, sofreu abertura emalgumas juntas do macio, obrigando a descaracterizao do projeto original esua posterior modificao por trs vezes consecutivas.

    Seu projeto foi reformulado depois de srios distrbios, acentuados comgrande a cheia de 1963, quando foram iniciados os estudos e observaespara acompanhar o comportamento da barragem e aplicar as medidas decontrole necessrias.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    8/21

    7

    Entretanto, as solues indicadas no se mostraram eficazes e suficientes paragarantir as condies de plena segurana da barragem.

    Em 1972 o projeto foi novamente estudado edetalhado e novas modificaes foram feitas

    Em 1972, o projeto foi novamente estudado e detalhado, fazendo-se novasmodificaes e restaurando-se a barragem, conseguindo melhorar suaestabilidade. Aps as modificaes, tentou-se retomar as operaes normaisdo reservatrio, ou seja, acumulao de gua para abastecimento humano eirrigao nas reas ribeirinhas, descarga de gua para regularizao do rioPiranhas no alto trecho e fornecimento hdrico para o Aude de So Gonalolocalizado 26 km a jusante.

    Mesmo depois das reformas estruturais realizadas, continuaram sendodetectados recalques e abalos que provocaram novas aberturas nas juntas eplacas do revestimento de montante. Com receio de que a barragem venha acolapsar, aes de recuperao continuam sendo realizadas, porm, osproblemas estruturais se evidenciaram a partir de 1984/1985, e permanecem,sendo recorrentes at os dias atuais.

    Os problemas estruturais da barragem de Engenheiro Avidos existem h

    mais de 50 anos e levantam dvidas sobre sua estabilidade e seguranaDesta leitura sucinta do histrico da barragem fica claro que os problemasestruturais da mesma existem h mais de 50 anos, e so muito graves,levantando dvidas sobre sua estabilidade, com a possibilidade de um colapso.

    At para os tcnicos dos rgos responsveis pela operao e manutenotambm h o temor de que esse fato ocorra, mesmo que no reconheampublicamente o fato.

    Nenhuma reforma feita at agora resolveuos problemas de forma definitiva

    Apesar de muitas reformas, remendos, tapa-buracos e manutenes diversasvisando garantir a segurana e a estabilidade da estrutura da barragem, emque todos foram malogrados, as incertezas permanecem, principalmente, anteos sintomas recorrentes de enfraquecimento, que ficam muito evidenciados noperodo de chuvas, pelo aumento da carga e presso hidrulica do volume degua armazenado.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    9/21

    8

    O Aude tem sido monitorado para no ultrapassar75% a 80% da capacidade de acumulao do reservatrio

    So comuns rachaduras, fendas ou buracos, recalques (abatimentos) nomacio tornarem-se visveis, o que obriga o controle imediato do volume de

    armazenamento de gua, geralmente monitorado para no ultrapassar 75% a80% da capacidade de acumulao do reservatrio.

    Segundo o Eng Francisco Braga Rolim (Catonho), esse tipo de controle devolume de gua, para menor, na verdade apenas um paliativo, pois, alm deno resolver o problema existente, coloca em risco a vida milhares de pessoas,e demonstra a preocupao de que ocorra um possvel colapso.

    H 28 anos que a barragem no acumulatodo o volume de gua do projeto

    O monitoramento que controla o volume de gua para menor, realizadorigorosamente desde 1984/1985, ltima vez que este reservatrio atingiu suaplena capacidade e a estrutura da barragem ficou seriamente comprometida.Portanto, h pelo menos 28 anos que esta barragem no acumula todo ovolume de gua de projeto.

    Volume liberado por medo de colapso permitiriaabastecer mais de um milho de pessoas por um ano

    Alm de paliativo, esse procedimento impe a diminuio da oferta de gua naregio, j que ocorre menor acumulao de volume de gua, cuja diferenaentre a capacidade mxima e o que efetivamente permitido acumular nabarragem, aproximadamente 60 milhes de m/ano, seria suficiente parafornecer gua a mais de um milho de pessoas, considerando 160 litros porhabitante/dia.

    O que liberado por medo daria para encher uma vez e meia o Aude de SoGonalo.

    A crise de abastecimento que vivemos teve como origem a liberaode grande volume de gua que acabou no sendo reposto pela chuva

    A atual crise que vivemos deveu-se a essa liberao de gua movida a medode colapso. Abriram-se as comportas, permitindo liberao de grande volumede gua que no foi reposto pela chuva.

    Como resultado, a regio passa por um inesperado dilema, nunca antesvivenciada: o conflito pelo uso da gua, que pode se tornar ainda mais srio,

    prejudicando toda regio.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    10/21

    9

    necessria uma soluo definitiva que permita aintegral armazenagem de gua, mas que se garantaa segurana total para a populao.

    conveniente se buscar a soluo definitiva, evitando-se que o cidado paguepor um servio duvidoso em obra historicamente problemtica, massacradapelo desgaste em razo de foras de evento natural ocorrido h milhes deanos, mas que mostra sua fora ao no ser contornado.

    Tambm, no se pode ignorar o fato de que a barragem atual, mesmorestaurada, ainda conserva muito das caractersticas de sua concepooriginal, especialmente na fundao, e isto no nada bom, sendo prudentelembrar que, dentre as quatro barragens idnticas construdas no mundo, essa a ltima, pois as demais j desmoronaram.

    Providncias que podem mitigar os problemas atuaisdo Aude Engenheiro Avidos: levantamento batimetrico,desassoreamento e reflorestamento de suas margens

    Para se determinar de forma mais precisa a capacidade de armazenagem doAude Engenheiro Avidos seria necessrio se realizar o levantamentobatimtrico da superfcie de terra submersa, que at hoje no foi realizado. Issodaria mais segurana no gerenciamento das guas nele acumuladas.

    necessrio tambm que se faa o desassoreamento do aude, o queampliaria sua capacidade de armazenagem de gua sem aumentar a pressosobre sua estrutura.

    Complementarmente, suas margens devem ser reflorestadas para evitar que oassoreamento se repita. Alternativamente, simplesmente adotar medida paraque a mata nativa rebrote e se restabelea.Definida a impossibilidade de se ampliar o nvel de armazenagem do EngAvidos, necessrio que a construo de um novo aude na regio deSousa

    Sem a possibilidade de grandes recargas por parte do Aude Eng Avidos, necessrio que se reative alguns projetos de construo de novos audes naregio de Sousa, a exemplo do Aude de Pereiros.

    preciso que se recupere e fiscalize os 26km de calha de rio queseparam o Aude Engenheiro Avidos do de So Gonalo.

    A distncia apesar de pequena apresenta muitos problemas. No leito do rioesto instaladas muitas barragens e muitos pontos de captao de guailegais.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    11/21

    10

    Alm disso, o assoreamento evidente e as margens encontram-se quase quetotalmente desmatadas.

    A fiscalizao de tudo isso apenas pontual, as irregularidades vo seacumulando.e sempre ampliando.

    O esgoto in n atura das cidades de Nazarezinho e do Distritode Gravat so lanados nesse trecho do rio e o da cidade deMarizpolis diretamente no Aude de So Gonalo

    preciso eliminar todo o lanamento in naturade esgotos nas guas queabastecem nossa cidade;

    O problema maior que recursos federais j foram alocados para isso masinfelizmente foram consumidos por gestores corruptos. Tem que se encontrar

    uma soluo para que as obras necessrias sejam efetivamente realizadas.

    Com a demora que se observa no afastamento dos polticos corruptos e dianteda premncia em se realizar as obras que eliminem a poluio, talvez fosse ocaso de se estudar a participao do exrcito na sua implantao.

    Construes ilegais foram executadas s margens do aude,provocando o desmatamento das mata de reserva permanente eo lanamento de mais esgotos em suas guas

    A mais conhecida dessas construes , sem dvidas, a manso construdapelo Juiz Normando que, desafiando as leis, continua de p at hoje. Esse fatotem servido de incentivo para novas invases de reas de reserva permanente.

    Essas construes tambm desafiam a legislao e poluem as guas doaude, alm do provocar o seu assoreamento razo da derrubada da mataantes existente em suas margens.

    Existe ainda o desmatamento realizado para a implantao de reas deproduo agrcola. Nesse caso, alm de provocar o assoreamento do aude,tambm desviam de forma ilegal gua para a irrigao.

    Por absurdo que parea, alguns proprietrios de residncias nas margens doaude ainda promovem a queimada de parte da sua mata nativa.

    O plantio prximo s margens est contaminando as guas doaude com agrotxico usado no combate s pragas das lavouras

    Infelizmente o combate s pragas das lavouras de coco e banana no permetroirrigado de So Gonalo todo ele baseado no uso de grandes quantidades de

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    12/21

    11

    agrotxicos. Isso pode estar contaminando as guas do aude de formaperigosa para a sade da populao.

    A grande incidncia de cancer existente entre os colonos do permetro irrigadosj derivada do intenso uso de agrotxicos nas suas lavouras. Ela pode se

    acentuar com o crescimento da poluio das guas do aude.

    Uma adutora privada existente no aude irriga amplas reasde fazendeiros ricos em detrimento dos colonos irrigantesque teriam direitos exclusivos ao uso dessa gua

    Esse sistema de irrigao particular, conhecido como Adutora do Eldio, consentido pelo DNOCS que, inclusive, cedeu de forma gratuita a unidade debombeamento que antes captava gua para o abastecimento da cidade deSousa e toda sua tubulao que a distribua.

    A adutora particular, no raro, tem desafiado as ordens de racionamento e sproibies de irrigao emanadas da justia.

    Essa cesso foi feita revelia da lei 8.666 sem qualquer tipo de licitao. Omais correto seria esse equipamento ter sido disponibilizado para a CAGEPA,para servir de back-up da atual unidade de bombeamento, que toda vez quetem que parar para manuteno, provoca falta de gua na cidade.

    Diversos pontos de captao ilegal de gua, atravs de possantesbombas, podem ser encontrados em toda a rea do Permetro Irrigado deSo Gonalo.

    A fiscalizao para coibir essa prtica ilegal apenas pontual e insuficiente.Em razo disso, o uso de bomba vem proliferando na regio com gravesprejuzos para o correto gerenciamento da gua disponvel

    O projeto inicial do Permetro Irrigado abrangia uma rea de 2.800ha ehoje j alcana cerca de 4.400ha j esto sendo utilizados na agricultura.

    Esse crescimento foi devido expanso da populao na rea do permetro.Os colonos foram tendo filhos e netos e suas terras, pequenas desde o incio,foram se tornando insuficientes. Novas reas foram sendo ocupadas de formailegal, mas consentida pelo DNOCS.

    urgente a necessidade de se reformular o atual sistema deirrigao por inundao que alm de desperdiar grande quantidadede gua, saliniza o solo, o tornando imprestvel para a agricultura

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    13/21

    12

    Somente com a mudana do atual sistema de irrigao por inundao para airrigao localizada ser possvel a regularizao fundiria e a agregao denovas reas ao PISG.

    O consumo de gua ser reduzido dos atuais 45 milhes de m anuais para

    apenas 6 milhes. Isso ampliar em muito a segurana hdrica doabastecimento da cidade de Sousa e vizinhas e do prprio permetro irrigado.

    Um projeto j encontra-se em fase final de elaborao e ser em breveapresentado ao Ministrio da Integrao. Esto previstos investimentos mdaordem de 130 milhes de reais.

    No projeto est prevista a construo de duas estaes elevatrias o quepermitir que a gua atinja a todos lotes por gravidade, sem necessidade debombeamento local. Isso reduzir os custos com energia eltrica para todos os

    irrigantes.

    A irrigao localizada tambm proporcionar uma melhoria na qualidade daproduo

    Complementarmente mudana do sistema de irrigao, deve serrealizada a regularizao fundiria das novas reas cultivadas nopermetro.

    Existe atualmente um projeto de regularizao fundiria, integrando de formadefinitiva os irrigantes ilegais, mas consentidos, ao PISG. Dessa formapassariam a contribuir tambmcom o pagamento pela gua utilizada e do rateiodos custos operacionais do permetro.

    A captao de gua pela CAGEPA no oferece segurana hdrica populao e deve ser reforada com a unidade de bombeamento hojeemprestada Adutora do Eldio

    A unidade de bombeamento que capta gua do aude de So Gonalo para aETA da CAGEPA composta de duas bombas que durante uma parte dotempo devem trabalhar em conjunto. Se precisam de manuteno, a cidadeinexoravelmente no ser abastecida por um bom perodo de tempo;

    A unidade de bombeamento que pertence ao DNOCS e est emprestada chamada Adutora do Eldio, ao arrepio da Lei 8.666 deveria servir de back uppara as bombas da CAGEPA, aumentando a segurana hdrica da populaoda cidade.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    14/21

    13

    preciso se acabar com o jogo de empurra entre DAESA e CAGEPA edefinir quanto realmente de gua est sendo entregue cidade

    Desde que o DAESA se separou da CAGEPA conhecido o jogo de empurra entreessas duas empresas quando falta gua na cidade. preciso se dar um fim a isso.

    As alternativas so trs:

    1. Medio da Vazo - O ideal seria se ter um medidor de vazo lacrado e que a partirda sua leitura fosse emitido um boletim dirio de gua entregue Sousa. Essemedidor existe, mas segundo fomos informados estaria instalado em um local degrande declividade, o que prejudicaria a medio.

    preciso que se determine a viabilidade de transferi-lo para um local adequado e quea partir da se estabelea o controle desejado.

    2. Um fiscal do DAESA colocado todos os dias na ETA. Essa soluo pelo quesoubemos j foi adotada no passado com sucesso, a partir de uma deciso judicialdesciso judicial, j que a CAGEPA no aceitava a fiscalizao.

    3. Fixar o registro de sada da ETA para Sousa com um cadeado, impedindo o seufechamento, que seria desnecessrio.

    Um sistema de abastecimento que no tem nenhuma capacidade dearmazenar gua no oferece nenhuma segurana hdrica populao

    Sem reservatrios de segurana, qualquer falha ou necessidade de interrupo nosistema causa inevitvel falta de gua, com prejuzos para toda a populao.

    Com o crescimento da cidade e a multiplicao vertiginosa do nmero deunidades familiares, tornou-se quase impossvel se manter oabastecimento nas reas elevadas da cidade somente atravs demanobras na rede

    Tornou-se necessrio a implantao de estaes elevatrios nessas reasmais elevadas a fim de que a presso na tubulao seja mantida em nveis quepossibilite o abastecimento de todas as residncias.

    O ideal seria se armazenar gua nas reas elevadas em reservatrios aonvel do solo e bombe-la depois para reservatrios suspensos para serdistribuda

    Coincidentemente, em nossas cidade quase todos os bairros mais elevados j

    possuem reservatrios ao nvel do solo e suspensos.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    15/21

    14

    Alto CapanemaMutiro/Projeto MarizNcleo 1Ncleo 2Ncleo 3

    A nica exceo so os bairros Andr Gadelha/Alto do Cruzeiro onde deveriamser construdos os reservatrios de solo e elevados. Nessa rea, sernecessrio ainda que se invista na ampliao da capacidade da rede dedistribuio que possui hoje apenas a espessura de 75mm.

    necessrio que se faa uma avaliao das atuais condies desses

    reservatrios e de suas unidades de bombeamento

    Para que se possa elaborar um plano de armazenagem de gua e de estaeselevatrias necessrio que se faa uma avaliao das atual situao dosreservatrios existentes e de suas unidades de bombeamento.

    A capacidade de armazenagem dever ser suficiente para oabastecimento de um a trs dias da rea abrangida por cada elevatria.Todo o sistema dever ter capacidade para o abastecimento de toda acidade por dois dias.

    Todo o projeto dever ser submetido ao governo federal para a captao derecursos para a sua execuo. A implantao desse sistema dever serprogressiva, iniciando-se com recursos prprios por aqueles que exigiremmenor investimento.

    No pode existir segurana hdrica se a grande maioria das residncias

    no possui caixas d'gua.

    A prefeitura deveria buscar uma linha de crdito no governo federal para ofinanciamento de caixas d'gua para residncias, a serem pagas de formaparcelada.

    Complementarmente, deve ser estudado um programa de distribuio detambores plsticos de 200 litros para armazenagem no solo no interior dasresidncias. So reservatrios baratos e podem ser obtidos at gratuitamente

    em empresas como a PETROBRAS.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    16/21

    15

    Uma poltica de crescimento da capacidade de armazenagem de guapela populao torna-se necessria em razo da possibilidade de haverum colapso no abastecimento nas cidades

    Alm de ampliar a segurana hdrica da populao, a ampliao da capacidadedomstica de armazenar gua cria um mnimo de infra-estrutura que sernecessrio no caso de haver colapso no abastecimento de gua da cidade.Como est hoje, nem o abastecimento por carro pipa ser possvel de serrealizado em muitas residncias.

    A prefeitura deve apresentar um programa de trabalho nesse sentido e assinarum TAC definindo os prazos para implement-lo.

    preciso adotar medidas emergenciais para evitar e coibir o consumoilegal de gua, a instalao de bombas para sugar gua da rede central ea manuteno do abastecimento sem o pagamento das contas de gua

    Boa parte do desabastecimento atual devida a esse conjunto de aesilegais. Os 'gatos' ainda proliferam pela cidade e quem no paga gua, no temporque economizar. O mesmo raciocnio vale para quem no paga as contas econtinua a ser abastecido. A ausncia de hidrmetros tem efeito semelhante.

    Quem consome muito ou pouco, paga a mesma coisa.

    J a instalao de bombas uma atitude egosta que faz com que alguns notenham nenhum racionamento e outros fiquem sem nenhuma gua. Ocorreque, na maioria das vezes, a instalao das bombas elimina o hidrmetro paraque a suco seja maior.

    Os instrumentos administrativos e legais tm demonstrado serem insuficientespara coibir essas prticas. necessrio que se crie novos instrumentos sob aforma de reviso da legislao local existente e at mesmo decises judiciais,provocadas pelo MP.

    A Cmara dos Vereadores dever ser envolvida no debate e encaminhamentode solues no que se refere reviso da legislao existente.

    A situao grave e emergencial. Exige, portanto, medidas duras e urgentes.

    O DAESA dever disponibilizar para a populao um telefone DIDQUE-

    DENCIA para que a populao denuncie as residncias onde estosendo cometidas as infraes

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    17/21

    16

    preciso contar com o apoio da populao no combate s infraes que estoprejudicando o abastecimento da populao

    O DAESA dever dar ampla divulgao a todos os autos de infraeslavrados em decorrncia da sua fiscalizao, inclusive remetendo para aimprensa as fotos dos flagrantes

    preciso se utilizar a fora da presso da opinio pblica para que as pessoassejam inibidas a cometer e at continuar cometendo essas irregularidades.

    O DAESA deve apresentar de imediato um programa de instalao dehidrmetros e assinar um TAC se comprometendo a cumpri-lo

    Esse rgo j vem instalando hidrmetros, mas necessrio que torne pblicoesse programa e d cincia da sua implementao.

    preciso que o DAESA estabelea absoluta prioridade para a manuteno da

    rede de gua tratada nos casos de ocorrncia de vazamentos, evitando odesperdcio que tanto enfurece a populao. O MP deve determinar um tempomximo para os reparos nesses casos.

    POOS SUBTERRANEOS: FONTES ALTERNATIVAS DECAPTAO DE GUA

    Os poos ocupam hoje um papel secundrio no abastecimentodas populaes sertanejas

    Na zona rural ainda comum se encontrar os poos superficiais, oschamados cacimbes. Mas os poos perfurados so mais difceisde serem encontrados, principalmente em operao.

    A maioria deles foi perfurada em momentos de crise noabastecimento e depois tiveram a sua manuteno abandonada. Os

    que ainda funcionam encontram-se localizados em propriedadesparticulares.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    18/21

    17

    J na zona rural mais comum se encontrar poos perfurados emoperao, em geral de forma precria e necessitando demanuteno.

    preciso que se faa o inventrio dos que seriam recuperveis eelaborado um programa para recuper-los

    A prefeitura de Sousa vem realizando um programa deperfurao de poos de baixa profundidade em praas pblicase na zona rural

    Esse programa est correto nos seus objetivos e na localizao dospoos. Deveria prosseguir mesmo que a crise de abastecimentomelhorasse.

    A perfurao de poos profundos deve ter como objetivoreforar a vazo de gua na rede de distribuio de toda acidade

    O poo profundo perfurado em nossa cidade pelo governo federal apedido da prefeitura tinha esse objetivo: reforar a vazo da rede deabastecimento.

    A sua locao dever ser definida por critrios absolutamentetcnicos, levando em considerao o maior potencial de existnciade gua no subsolo.

    O Ministrio Pblico deve atuar no sentido de evitar que essa

    deciso seja influenciada por fatores pessoais ou polticos.

    SEGURANA HDRICA DA POPULAO DIFUSA

    Convivncia com o Semi-rido: Programa Um Milho de Cisternas

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    19/21

    18

    Uma das aes de adaptao que comeou a ser implementada no SAB nosltimos anos foi o Programa Um Milho de Cisternas. De acordo com ospesquisadores, contribuiu para diminuir sensivelmente a vulnerabilidade doacesso gua, principalmente da populao rural difusa,.

    Lanado em 2003 pela Articulao Semi-rido Brasileiro, rede formada pormais de mil ONGs que atuam na gesto e no desenvolvimento de polticas deconvivncia com a regio Semi-rida,

    O programa visa implementar um sistema nas comunidades rurais da regiopor meio do qual a gua das chuvas capturada por calhas, instaladas nostelhados das casas, e armazenada em cisternas cobertas e semi-enterradas.

    As cisternas so construdas com placas de cimento pr-moldadas, feitas pelaprpria comunidade, e tm capacidade de armazenar at 16 mil litros de gua.

    Recentemente o governo federal vem introduzindo grandes cisternas feitas de

    material plstico. As organizaes populares tm oposto grande resistncia aonovo modelo.

    Em razo disso, o programa vem sofrendo grande lentido, justamente em ummomento que se tornou mais necessrio.

    preciso se analisar as vantagens e desvantagens de cada tipo decisterna tipo de cisterna e se tomar medidas urgentes para que oprograma seja imediatamente reiniciado

    As cisternas de placa foram desenvolvidas e implantadas pelas entidadespopulares do Serto, aglomeradas na Articulao do Semi-rido.

    O programa desenhado pelas entidades populares tem como vantagem aparticipao de operrios locais na construo das cisternas, gerando empregoe renda no Serto.Alm disso, o movimento popular usa a sua estrutura pararealizar a conscientizao da populao a respeito da convivncia com o Semi-rido. As cisternas seriam o ponto de partida: guardar na poca e chuvas para

    quando a seca chegar.As cisternas plsticas tm provocado resistncias no movimento popularporque eliminam a participao de operrios sertanejos e transfere a rendapara cidades grandes.

    Existem dvidas tambm se resistiriam temperaturas extremas e o forte soldo Serto.

    As objees do movimento popular escondem alguns outros fatos. O P1MCtambm gerou corrupo e empreguismo dentro do movimento popular. Emuitas vezes as cisternas de placa foram construdas de forma errada e

    apresentaram rachaduras e vazamentos.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    20/21

    19

    A construo das cisternas de placas muito lenta e diante da urgncianecessria na implantao de cisternas, principalmente na zona rural, o idealseria o movimento popular aceitar as cisternas plsticas e realizar o trabalho deconscientizao a partir delas.

    Mas difcil que aceitem. Ento tm que ser adotadas medidas paradistribuio das cisternas j estocadas aqui no Serto por outros meios eampliar esse programa governamental.

    As cisternas so fundamentais para acumular a gua das chuvas e, na totalfalta delas, para receber o abastecimento via carros-pipa.

    O ministrio Pblico tem que agir no sentido do programa prosseguir deimediato.

    As barragens Subterrneas acumulam gua em baixo

    da terra ao longo dos drenos naturais, impedindo a suaevaporao e permitindo o plantio em sua superfcie.

    Outra tcnica de convivncia com o SAB a ser usada pela populao difusa eno alcanada pelas adutoras de gua, o barramento subterrneo realizadoao longo dos drenos naturais. Acumulam gua em baixo da terra, evitando asua evaporao e permitindo o plantio em sua superfcie.

    Ainda no existe um programa federal de incentivo construo de barragenssubterrneas. Mas com as mudanas climticas previstas em funo doaquecimento global a sua implementao seria conveniente implement-lo.

    necessrio que se pressione para que um programa de construo debarragens subterrneas seja implementado de imediato.

    A prefeitura deve criar uma Conselho Municipal de Segurana Hdrica,para debater os planos, projetos de abastecimento e acompanhar a suaexecuo

    O Conselho dever ser composto pelos Secretrios de Planejamento, Infraestrutura, Agricultura e Finanas, DAESA, DNOCS, um Vereador de oposioe outro de situao, Membros da Sociedade Civil e Ministrio Pblico.

  • 7/22/2019 Em busca da segurana hdrica no Munmicpio de Sousa

    21/21

    20