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ELYSIA XPRESSOR Por Miguel Marques | Fotografia: Ivo Godinho A elysia é um fabricante alemão de equipamentos para estúdio que se apresentou em 2005 com o lançamento do alpha compressor, um compressor estéreo de mistura e masterização, construído à mão e apenas com a utilização de componentes discretos, que é hoje uma referência no que diz respeito a compressores mesmo tratando-se de um equipamento que tem um preço de venda ao público que atinge a dezena de milhares de euros. Apesar dos preços quase proibitivos dos produtos elysia, e muito por causa das emulações em plug-in dos mesmos, criadas pela Brainworx (agora Plugin Alliance) a verdade é que rapidamente os produtos da marca tornaram-se numa referência na indústria, graças à transparência e qualidade de compressão, integridade sónica e funções únicas que estão patentes em todos os produtos. Recentemente, a elysia lançou um novo compressor estéreo repleto de funções, o xpressor, que junta alguma da tecnologia dos seus compressores mais valiosos num só equipamento, a um preço muito acessível apesar de, segundo a marca, manter a qualidade sonora e de construção que se espera de um produto elysia. A Produção Áudio recebeu este novo xpressor para análise e tivemos oportunidade de descobrir se este novo compressor cumpre com o prometido, e se é realmente um verdadeiro canivete suíço no que diz respeito às tarefas de compressão de áudio. A compressão de qualidade ao alcance de todos de áudio, sendo que os elementos de controlo, as fun- ções de medição ou mesmo toda a fonte de alimenta- ção podem utilizar circuitos integrados. Além disso, e no que diz respeito ao próprio equipamento, o xpres- sor é uma unidade muito mais compacta, menos elaborada esteticamente e, também por isso, mais económica. Apesar disso, este compressor é extrema- mente bem construído, quase todo ele em alumínio e com um painel frontal consideravelmente grosso e resistente, com destaque para os altos mas confortá- veis potenciómetros em metal, idênticos aos usados no mpressor (que custa cerca de 4 vezes mais...). OS MODELOS O elysia xpressor existe em dois formatos, numa uni- dade de rack de 19” ou em formato série 500 da API, em duas unidades e compatível com todas as Lun- chbox e racks que foram certificadas segundo a VPR Alliance. Apesar das diferenças de tamanho, o circui- to usado e os controlos são exactamente os mesmos nas duas versões e, por essa razão, esta análise é válida para os dois modelos, xpressor e xpressor 500, com excepção das entradas e saídas de sidechain ex- ternas que não estão disponíveis na versão 500 por limitações do formato. Além disso, a diferença entre os dois modelos está também no facto de a versão 500 ser mais compacta e barata já que não tem fonte de alimentação ao contrário da versão em rack que é ligeiramente mais cara pois tem uma fonte de ali- mentação própria. Contudo, esta diferença não deve alterar a performance e rendimento de cada xpressor. ANÁLISE A elysia é uma marca alemã que começou a ganhar o seu espaço na indústria graças ao lançamento do compressor alpha, em 2005, um produto repleto de tecnologia de ponta, construí- do à mão usando apenas componentes discretos e repleto de funções inovadoras que definiu um novo standard de qualidade (e preço!) no que diz respeito a compressão para mistura e masterização. Alguns anos mais tarde, a elysia lançou o mpressor, um compressor estéreo com funções mais criativas e in- dicado para gravação e mistura, também construído à mão e apenas com a utilização de componentes discretos, que apesar de não ser um produto tão caro como o seu irmão mais velho – o alpha – é, ainda as- sim, um produto relativamente caro para a maioria dos profissionais e estúdios. Apesar de existirem versões em plug-in de cada um destes equipamen- tos, criadas e comercializadas pela Plugin Alliance, a elysia sentiu a necessidade de entrar num segmento de mercado mais económico, sem abdicar da quali- dade e integridade sónica que tornou a marca conhe- cida, e foi com esse objectivo que surgiu o xpressor. Antes de abordar em concreto as funcionalidades do xpressor, queríamos já falar das principais diferenças entre este novo compressor e os modelos de topo da marca, para tentar perceber o porquê da grande dife- rença de preço entre os produtos da elysia. A CONSTRUçãO Tivemos oportunidade de falar com a equipa da ely- sia em Frankfurt, nesta última edição da Musikmes- se e Prolight+Sound, que nos explicou que existem duas grandes diferenças na construção e desenvolvi- mento dos produtos elysia: os compressores de topo são construídos à mão apenas com o uso de compo- nentes discretos em todo o equipamento enquanto o xpressor é construído com recurso a PCB, fabricado em máquina e apenas utiliza componentes discretos no circuito de áudio. Isto faz com que o custo de pro- dução e de desenvolvimento seja muito inferior no caso do xpressor, pois é muito mais rápido desen- volver e prototipar um produto que vai ser construí- do através de máquinas do que criar e desenvolver um produto que tem que ser construído e fabricado manualmente. Contudo, todo o circuito de áudio do xpressor é construído apenas com componentes dis- cretos, sempre em tipologia classe A, tal como acon- tece nos modelos de topo. E qual a importância da utilização de componentes discretos na construção de equipamentos para áu- dio? Usando as palavras da elysia, e estabelecendo uma comparação entre a electrónica e o mundo da cozinha, um circuito integrado é o equivalente a usar caldos comprados e pré-preparados para produzir uma refeição, ao invés de usar apenas ingredientes frescos e individuais, que seria o equivalente à utiliza- ção exclusiva de componentes discretos em electróni- ca. Com a utilização única de componentes discretos é possível ter maior controlo sobre o que se pretende construir, com melhor qualidade e integridade sonora mas a um custo muito superior. No caso do xpressor, apenas é utilizado este tipo de construção no circuito | JUNHO ‘12 42 |

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elysia xpressor

Por Miguel Marques | Fotografia: Ivo Godinho

A elysia é um fabricante alemão de equipamentos para estúdio que se apresentou em 2005 com o lançamento do alpha compressor, um compressor estéreo de mistura e masterização, construído à mão e apenas com a utilização de componentes discretos, que é hoje uma referência no que diz respeito a compressores mesmo tratando-se de um equipamento que tem um preço de venda ao público que atinge a dezena de milhares de euros. Apesar dos preços quase proibitivos dos produtos elysia, e muito por causa das emulações em plug-in dos mesmos, criadas pela Brainworx (agora Plugin Alliance) a verdade é que rapidamente os produtos da marca tornaram-se numa referência na indústria, graças à transparência e qualidade de compressão, integridade sónica e funções únicas que estão patentes em todos os produtos. Recentemente, a elysia lançou um novo

compressor estéreo repleto de funções, o xpressor, que junta alguma da tecnologia dos seus compressores mais valiosos num só equipamento, a um preço muito acessível apesar de, segundo a marca, manter a qualidade sonora e de construção que se espera de um produto elysia. A Produção Áudio recebeu este novo xpressor para análise e tivemos oportunidade de descobrir se este novo compressor cumpre com o prometido, e se é realmente um verdadeiro canivete suíço no que diz respeito às tarefas de compressão de áudio.

A compressão de qualidade ao alcance de todos

de áudio, sendo que os elementos de controlo, as fun-ções de medição ou mesmo toda a fonte de alimenta-ção podem utilizar circuitos integrados. além disso, e no que diz respeito ao próprio equipamento, o xpres-sor é uma unidade muito mais compacta, menos elaborada esteticamente e, também por isso, mais económica. apesar disso, este compressor é extrema-mente bem construído, quase todo ele em alumínio e com um painel frontal consideravelmente grosso e resistente, com destaque para os altos mas confortá-veis potenciómetros em metal, idênticos aos usados no mpressor (que custa cerca de 4 vezes mais...).

Os MOdelOso elysia xpressor existe em dois formatos, numa uni-dade de rack de 19” ou em formato série 500 da api, em duas unidades e compatível com todas as lun-chbox e racks que foram certificadas segundo a Vpr alliance. apesar das diferenças de tamanho, o circui-to usado e os controlos são exactamente os mesmos nas duas versões e, por essa razão, esta análise é válida para os dois modelos, xpressor e xpressor 500, com excepção das entradas e saídas de sidechain ex-ternas que não estão disponíveis na versão 500 por limitações do formato. além disso, a diferença entre os dois modelos está também no facto de a versão 500 ser mais compacta e barata já que não tem fonte de alimentação ao contrário da versão em rack que é ligeiramente mais cara pois tem uma fonte de ali-mentação própria. Contudo, esta diferença não deve alterar a performance e rendimento de cada xpressor.

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Aelysia é uma marca alemã que começou a ganhar o seu espaço na indústria graças ao lançamento do compressor alpha, em 2005,

um produto repleto de tecnologia de ponta, construí- do à mão usando apenas componentes discretos e repleto de funções inovadoras que definiu um novo standard de qualidade (e preço!) no que diz respeito a compressão para mistura e masterização. alguns anos mais tarde, a elysia lançou o mpressor, um compressor estéreo com funções mais criativas e in-dicado para gravação e mistura, também construído à mão e apenas com a utilização de componentes discretos, que apesar de não ser um produto tão caro como o seu irmão mais velho – o alpha – é, ainda as-sim, um produto relativamente caro para a maioria dos profissionais e estúdios. apesar de existirem versões em plug-in de cada um destes equipamen-tos, criadas e comercializadas pela plugin alliance, a elysia sentiu a necessidade de entrar num segmento de mercado mais económico, sem abdicar da quali-dade e integridade sónica que tornou a marca conhe-cida, e foi com esse objectivo que surgiu o xpressor. antes de abordar em concreto as funcionalidades do xpressor, queríamos já falar das principais diferenças entre este novo compressor e os modelos de topo da marca, para tentar perceber o porquê da grande dife-rença de preço entre os produtos da elysia.

A cONstRuçãOTivemos oportunidade de falar com a equipa da ely-sia em Frankfurt, nesta última edição da Musikmes-

se e prolight+sound, que nos explicou que existem duas grandes diferenças na construção e desenvolvi-mento dos produtos elysia: os compressores de topo são construídos à mão apenas com o uso de compo-nentes discretos em todo o equipamento enquanto o xpressor é construído com recurso a pCB, fabricado em máquina e apenas utiliza componentes discretos no circuito de áudio. isto faz com que o custo de pro-dução e de desenvolvimento seja muito inferior no caso do xpressor, pois é muito mais rápido desen-volver e prototipar um produto que vai ser construí- do através de máquinas do que criar e desenvolver um produto que tem que ser construído e fabricado manualmente. Contudo, todo o circuito de áudio do xpressor é construído apenas com componentes dis-cretos, sempre em tipologia classe a, tal como acon-tece nos modelos de topo.e qual a importância da utilização de componentes discretos na construção de equipamentos para áu-dio? Usando as palavras da elysia, e estabelecendo uma comparação entre a electrónica e o mundo da cozinha, um circuito integrado é o equivalente a usar caldos comprados e pré-preparados para produzir uma refeição, ao invés de usar apenas ingredientes frescos e individuais, que seria o equivalente à utiliza-ção exclusiva de componentes discretos em electróni-ca. Com a utilização única de componentes discretos é possível ter maior controlo sobre o que se pretende construir, com melhor qualidade e integridade sonora mas a um custo muito superior. No caso do xpressor, apenas é utilizado este tipo de construção no circuito

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As FuNções e Os cONtROlOso elysia xpressor é um equipamento estéreo, um compressor de dois canais, apesar de apenas existir um conjunto de controlos que estão atribuídos aos dois canais em simultâneo. apesar de ser possível funcionar em mono, ou seja, comprimir um canal apenas e deixar o segundo canal sem sinal, é impos-sível funcionar em dual-mono por esta decisão de construção. os controlos do xpressor estão divididos em dois conjuntos de quatro potenciómetros, um primeiro que tem os controlos básicos e tradicionais de um compressor (que se encontram à esquerda da unidade) e um outro conjunto de quatro potencióme-tros atribuídos a funções particulares deste modelo que se encontram do lado direito. a meio, existe um conjunto de leDs que mostram a redução de ganho em tempo real, e um conjunto de switchs que ligam e desligam algumas outras funções do compressor.Começando pela esquerda, temos os potenciómetros de controlo de Threshold, attack, release e ratio que são os controlos básicos do compressor e dis-pensam grandes explicações. Cabe-nos apenas dizer que em relação aos tempos de ataque e reposição do xpressor, são muitas as opções e a versatilidade, sendo que este compressor pode comprimir tão rápi-do como 0.01ms ou tão lento como 120ms, e fazer a reposição de ganho com valores entre 5ms até 1.3s. este valores são mais que suficientes para poder comprimir elementos tão rápidos como bateria e per-cussão mas ainda assim poder usar este compressor para nivelar programa, entre outros exemplos de compressão com tempos lentos.em relação ao rácio, os valores definidos por este controlo começam numa proporção de 1.2 para 1 (1.2:1), e pode ir até infinito para 1 (∞:1), ou seja, limi-tação. Contudo, é neste controlo que surge a primeira particularidade deste compressor, pois existem valo-res de rácio depois de infinito para 1, que são os rá-cios negativos, uma ideia original do mpressor. Numa explicação básica, um rácio negativo permite que o sinal de saída seja menor que o de entrada sempre que este ultrapassa o nível de Threshold, obedecendo na mesma aos tempos de ataque e reposição, numa taxa definida. isto permite criar efeitos de compres-são muito originais, principalmente quando usado com secções rítmicas ou elementos que contenham algum padrão rítmico, pois permite criar efeitos tipo “pumping” ou mesmo simular o efeito de um som tocado ao contrário (basta para isso usar tempos rá-pidos de ataque e reposição, que todo o transiente vai sair do compressor mais baixo em nível que o ori-

ginal e mais baixo que o resto do sinal se for muito comprimido, o que cria a noção de som ao contrário pois este cresce após o transiente e não o contrário).em relação aos quatro switchs de configuração a meio do xpressor, o primeiro que dá pelo nome de “Hit it!” é um bypass para este compressor, ou seja, liga e desliga a compressão, sendo que este equipamento tem true-bypass. o controlo seguinte, chamado Warm Mode, activa um segundo modo de funcionamento do xpressor e é, em termos electróni-cos, um limitador do “slew rate” deste equipamento. Quando activado, este modo faz com o que todo o funcionamento do compressor seja mais lento, ligei-ramente mais grave e com um THD+N mais elevado, o que seria típico de um equipamento mais antigo. sem este modo activado o xpressor é extremamente transparente e limpo nos seus estágios de amplifica-ção, e a inclusão deste modo permite dar saturação e carácter a algumas fontes sonoras.Continuando nos controlos, existem ainda dois swit- chs para activar as funções de log release e auto Fast, outras funções retiradas dos modelos de topo da elysia. o log release activa um modo de com-pressão onde o tempo de reposição segue uma curva logarítmica ao invés de uma taxa constante, o que significa que o tempo de reposição é menor quanto maior for a redução de ganho. esta função é perfeita para uso em masterização ou em programa, pois per-mite que o compressor tenha tempos de reposição mais rápidos quando há transientes de nível elevado no programa e tempos mais lentos nos restantes momentos, criando uma compressão muito mais natural e transparente, já que na grande maioria dos casos é o tempo de reposição que é responsável pela qualidade da compressão. No que diz respeito à função de auto Fast, esta activa um modo de com-pressão em que o tempo de ataque do compressor é reduzido sempre que este detecta sinais rápidos e de nível elevado (transientes). Quando este modo está activado, o compressor ataca com o tempo definido no potenciómetro de ataque mas este valor é auto-maticamente reduzido quando o xpressor detecta estes sinais rápidos. Na prática, esta função permite comprimir mais sinal com as mesmas constantes de tempo pois podemos configurar o compressor para funcionar em tempos médios ou lentos que, de for-ma automática, este vai acelerar os tempos de ata-que para também comprimir os transientes.Faltam apenas quatro potenciómetros para apre-sentar todas as funções do xpressor, e o primeiro define a frequência de corte de um filtro passa-alto

que existe no sidechain do compressor, chamado de sCF, que está sempre no circuito e pode ir de 31Hz a 1kHz. De seguida, o xpressor tem uma outra função inovadora chamada de Gain reduction limiter (Grl), que é também uma funcionalidade presente nos compressores de topo da marca. esta função é um limitador no circuito de controlo da compressão, que permite configurar o compressor para não comprimir mais que um determinado número de dB. Na práti-ca, significa que independentemente dos valores do compressor, podemos configurá-lo para não compri-mir mais que 6 dB (por exemplo), para garantir que não vamos exagerar ou comprimir em demasia um sinal. os valores do Grl vão de 30 dB a 1.5 dB e existe um pequeno leD amarelo que acende sempre que o limitador entra em funcionamento.É importante reforçar que este limitador não está no circuito de áudio, não é um limitador de sinal mas sim um limitador do controlo do compressor, e por isso a integridade do sinal é garantida.Finalmente, existe um potenciómetro de ganho (Gain) para definir o ganho de saída do compressor e um potenciómetro de Wet/Dry que nos permite ins-

Apesar de ser um compressor estéreo, é impossível funcionar com o xpressor em dual mono pois apenas existe um conjunto de controladores para controlar os dois canais. Na imagem podemos ver a versão rack do xpressor, o modelo que tivemos em análise

O xpressor 500 é em tudo idêntico à versão em rack, apenas é mais compacto e barato por não ter fonte de alimentação já que este módulo é alimentado directamente pela rack da série 500. Este módulo da elysia funciona com todas as Lunchbox e racks que funcionam segundo as normas da VPR Alliance

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O xpressor é um equipamento muito bem construído, fabricado em máquina com um painel frontal pouco elaborado mas suficientemente rijo e espesso. O destaque vai para os enormes mas confortáveis potenciómetros de metal, idênticos aos usados em alguns dos equipamentos de topo da marca, que conferem um ar de qualidade ao produto

Os primeiros quatro controlos do xpressor estão destinados às configurações normais de um compressor, o limiar ou Treshold, os tempos de Attack e Release e, finalmente, o rácio de compressão ou Ratio

A meio da unidade existem quatro switchs que activam algumas da funções inovadoras do xpressor, como é o caso da função de Auto Fast e de Log Release, modos semi-automáticos para os tempos de ataque e reposição do compressor. Ainda nesta secção central do equipamento existe um conjunto de indicadores LED que mostram em tempo real a redução de ganho aplicada

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setantaneamente usar este equipamento em paralelo, misturando o sinal original com o sinal processado em qualquer proporção. esta função é perfeita para comprimir baterias em paralelo, um exemplo clássico onde é possível exagerar na quantidade de compres-são para dar vida e carácter mas misturando esse som com o som não processado para preservar todos os transientes e alguma da dinâmica original.

O PAINel tRAseIROo elysia xpressor na versão rack tem entradas e saídas balanceadas e não balanceadas, em conec-tores xlr e Trs, sendo que ambos os conectores podem funcionar como balanceado ou não balan-ceado, apesar de operarem exclusivamente ao ní-vel nominal de +4 dBu. além das entradas e saídas principais, o xpressor tem uma entrada de sidechain em Trs e uma saída de sidechain também neste conector, que funcionam em balanceado ou não balanceado. esta saída de sidechain é na realidade uma saída em paralelo da soma dos dois sinais de entrada, para permitir processar o sinal de sidechain e voltar a inserir o mesmo mas processado através da entrada de sidechain.por exemplo, é possível ligar um equalizador no meio deste circuito de sidechain para criar um de-esser, sem termos que andar a enviar sinais extra do se-quenciador ou da mesa de mistura! isto, além das utilizações óbvias da entrada de sidechain apenas, que permite usar um qualquer outro sinal de contro-lo para definir o funcionamento do compressor. esta função de sidechain externo é útil para poder com-primir um grupo de guitarras sempre que existe voz principal, ou para comprimir um sinal de baixo sem-pre que existe uma batida de bombo, entre muitas outras hipóteses de processamento.a terminar, na parte de trás do xpressor, versão rack, existe apenas o selector de voltagem para operação a 230v ou 115v, com o respectivo botão para on/off do equipamento e fusíveis de segurança. o facto de o botão de on/off do xpressor estar apenas na parte de trás é sem dúvida um inconveniente para a maioria dos utilizadores, pois quando instalado em bastidor é normalmente impossível aceder à traseira do mes-mo. Mencionámos esta questão à equipa da elysia e a resposta foi que, por questões de integridade de sinal e performance geral do equipamento, é benéfi-co não ter corrente a passar para a frente do mesmo, o que iria acontecer caso houvesse um on/off frontal neste xpressor. a solução fácil e aconselhada pela equipa da elysia é usar uma extensão, power strip ou semelhante com on/off, que não irá afectar a segu-rança ou performance do xpressor.

eM usOexperimentámos o xpressor em diversos tipos de programa, instrumentos e situações, e em todos os nossos testes houve sempre algo que se destacou neste equipamento: a transparência da compressão! além de ser um equipamento extremamente trans-parente nos seus estágios de amplificação (o que en-tra é o que sai), o xpressor consegue comprimir gran-des quantidades de sinal sem notarmos ou ouvirmos a compressão. e mesmo em alguns instrumentos e fontes mais delicadas, como é por exemplo o caso de voz, conseguimos comprimir sem problema até 10 a 12 dB sem qualquer tipo de artefactos e sem ouvir a compressão a actuar, principalmente se activado o modo de log rel. se activarmos também o modo de auto Fast, é difícil fazer com que o compressor soe mal, já que, com as constantes de tempo relativa-mente automáticas, o xpressor consegue-se adaptar muito bem a todo o tipo de sinal. Mesmo quando experimentamos comprimir misturas inteiras conse-guimos fazer com que o xpressor estivesse constan-

DiGiCo UK Ltd. Unit 10 Silverglade Business Park, Leatherhead Road, Chessington, Surrey KT9 2QL. Tel: +44 (0) 1372 845600

A Audium garante Apoio Técnico 24HTiago LairesTel: 91 603 03 88 / email: [email protected]

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temente a fazer 5 a 6 dB de redução de ganho sem criar qualquer tipo de distorção ou artefactos, de forma muito transparente, mesmo sabendo que ne-nhuma mistura precisa assim de tanta compressão...Uma das melhores características e funções deste xpressor é o limitador de redução de ganho, espe-cialmente quando usado em programa pois permite comprimir todo o conteúdo de forma a finalizar e polir uma mistura e, em simultâneo, deixar alguma da dinâmica original do tema. Basta definir este limi-

tador nos 2-3 dB, configurar os parâmetros do com-pressor com um Treshold baixo e ratio ao mínimo (1.2:1), de forma a que quando chegue, por exemplo, um refrão ou uma parte mais forte o compressor não comprima mais que esses 2-3 dB definidos, permi-tindo assim ao tema crescer apesar da compressão. em utilização, o Gain reduction limiter é quase como se fosse um segundo Threshold, sendo que o primeiro define o nível em que o compressor começa a comprimir e o segundo o valor em que este pára de

comprimir. além de todas estas funções que ajudam à transparência da compressão, é ainda possível mis-turar o sinal original com o sinal processado apenas rodando o potenciómetro de Mix. a utilização óbvia desta função é com a compressão de grupos de bate-ria, usando tempos de ataque e de reposição rápidos, com rácios elevados, para podermos esmagar o tran-siente deste instrumento e puxar todo o som de cai-xa e corpo mas sempre misturado com o som original para continuarmos a ter dinâmica e o transiente in-

Do lado direito do xpressor existem outros quatros potenciómetros para controlo de algumas funções especificas deste compressor, como o caso do controlo de Mix ou de Sidechain Filter. Contudo, o destaque vai para o limitador de redução de ganho GRL que funciona apenas no circuito de controlo do compressor e permite definir um limite de compressão independentemente das configurações do compressor

O elysia xpressor na versão rack tem entradas e saídas balanceadas e não balanceadas, em conectores XLR e TRS, sendo que ambos os conectores podem funcionar como balanceado ou não balanceado, apesar de operarem exclusivamente ao nível nominal de +4 dBu

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Em resumoO elysia xpressor é um compressor estéreo repleto de funções inovadoras que promete ser um verdadei-ro canivete suíço da compressão, com destaque para a utilização exclusiva de componentes discretos no circuito de áudio para garantir a qualidade do sinal em todos os estágios. A elysia conseguiu criar um equipamento de alto nível a um preço acessível e que é mais do que justo. só não leva nota máxima, porque a própria elysia produz o alpha e o mpressor...

elysia xpressor – compressor estéreo em tipologia discrete class-AFABRIcANte: www.elysia.comdIstRIBuIçãO: www.elysiastore.de | www.masteringmansion.comPReçO: xpressor 500 – 649 euros (mais IVA), xpressor rack 990 euros (mais IVA)

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AplicaçõesO xpressor é um compressor estéreo repleto de funções que pretende ser um equipamento ex-tremamente versátil e completo. disponível em duas versões, uma versão rack e uma versão não alimentada para série 500 da API, o xpres-sor engloba alguma das características dos compressores mais famosos da marca num só equipamento a um preço de venda muito com-petitivo mas mantendo o nível de qualidade de um produto elysia. Apesar de ser um produto estéreo este compressor não pode funcionar em dual mono, pois apenas existe um conjunto de controlos para ambos os canais, sendo que essa é uma das razões para o seu baixo preço de venda ao público. A transparência na compressão e nos estágios de ganho deste equipamento é a sua principal característica sonora.

tacto. Tivemos também oportunidade de usar esta função na compressão de um baixo, usando tempos muito rápidos de ataque e de reposição, de forma a distorcer o som e puxar todo o médio e ataque des-te instrumento, mas usando apenas uma pequena percentagem do som comprimido, o suficiente para dar vida e definição ao baixo na mistura sem se ouvir perceptivelmente qualquer distorção.Uma outra função que demonstrou ser bastante útil, principalmente quando se comprime programa, é o filtro de sidechain que permite retirar frequências graves e médio graves do sinal de controlo e compri-mir apenas em função do restante sinal. apesar de ser uma função que existe em muitos outros com-pressores, esta não deixa de ser uma função muito útil e que completa bem o leque de opções deste compressor. De todos os testes que fizemos, não há nada que o xpressor não consiga fazer no que toca a compressão: desde nivelar programa ou controlar picos e transientes, seja em instrumentos solo ou misturas inteiras, conteúdos sensíveis como vozes ou instrumentos acústicos ou até electrónica e ou-tras fontes mais agressivas e pujantes.

cONclusãOÉ muito raro nos dias de hoje encontrar um equipa-mento que não emula nenhum outro, que não imita um tipo de som ou uma resposta de funcionamento de um equipamento mais famoso, que não é basea-do em nenhum esquema electrónico de algo já exis-

tente, que é simplesmente uma ferramenta potente e inovadora, construída de raiz para resolver proble-mas. o xpressor representa isso, um mundo de solu-ções e opções para comprimir áudio numa unidade extremamente bem construída e concebida, capaz de comprimir em todo o tipo de conteúdo e em to-dos os cenários imagináveis, de forma transparente, musical e precisa. o xpressor consegue tudo isto e é diferente da concorrência em grande parte pela qua-lidade do próprio equipamento mas principalmente pela capacidade e historial da elysia em perceber o que é a compressão áudio e quais as funções que um profissional precisa para ter melhor rendimento neste processo.

o que surpreende neste equipamento não é o enor-me número de funções disponíveis mas sim o facto de todas elas serem extremamente úteis, únicas e de fazerem a diferença quando se precisa de comprimir áudio. ainda para mais, a elysia conseguiu fazer tudo isto a um preço de venda ao público que não tem con-corrência quando se compara o tipo de construção e a qualidade deste xpressor, o que torna este equipa-mento um caso de sucesso! Não temos dúvidas que todo o estúdio teria a ganhar em ter um xpressor no seu arsenal, seja em formato rack ou em série 500, pois é este tipo de ferramentas que faz com que o trabalho de um profissional se torne mais fácil e de melhor qualidade, a cada dia de trabalho.

O elysia xpressor apenas tem forma de ligar ou desligar no painel traseiro, o que é um inconveniente pois quando no bastidor é na maioria das vezes difícil de aceder ao botão de on/off. Contudo, é por uma boa razão que este botão de on/off apenas está na traseira do equipamento, para evitar passar corrente para a frente, para ter menos ruído e interferências dentro do equipamento

Na imagem é possível ver as “goelas” do xpressor em versão rack, uma tradição da marca já que a elysia faz questão de mostrar o interior de todos os seus equipamentos para que se possa ver e avaliar a qualidade de construção dos mesmos

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