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ELIAS SPINASSI

PARTICIPAÇAO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

DE CAMBÉ: POLÍTICA E CIDADANIA

Orientador: Prof. Dr. Gilmar Arruda

LONDRINA 2012

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Sumário Ficha catalográfica 03

1. Resumo 05

2. Introdução 06

3. Objetivo 08

4. Problematização 10

5. Atividades 12

6. Perfil do aluno e conhecimento prévio 14

7. História política 25

8. Prefeitos que governaram Cambé 32

9. Lideranças dos movimentos sociais que se destacaram no

Município 35

10. Movimentos sociais 42

11. Questões partidárias 48

12. Política ambiental 50

13. Oficina sobre os baners do fotógrafo Arthur Eidam 58

14. Conclusão 63

15. Referências 64

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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Ficha Catalográfica

Artigo Final

Professor PDE/2010

Título PARTICIPAÇAO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DE CAMBÉ: POLÍTICA E CIDADANIA

Autor Elias Spinassi

Escola de Atuação Colégio Estadual Maestro Andréa Nuzzi

Município da Escola Cambé

Núcleo Regional de Educação Londrina

Orientador Gilmar Arruda

Instituição de Ensino Superior UEL

Área do Conhecimento/Disciplina História

Relação Interdisciplinar Geografia – Sociologia - Filosofia

Público Alvo Aluno

Localização Colégio Estadual Maestro Andréa Nuzzi Rua: Bento Munhoz da Rocha Neto, 366

Resumo: A proposta do projeto participação política e movimentos sociais que se caracterizou na implementação na sala de aula, tendo como um dos nortes, o objetivo de desenvolver nos estudantes a responsabilidade social, consciência de cidadania, cultivo a solidariedade onde tudo calha na participação de movimentos sociais e ou participação política. O projeto em questão tem como coluna central de levar os estudantes a se comprometer em

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participar ativamente em movimentos populares. Nesse artigo, o relato da implementação começa com o perfil do aluno e sobre o seu conhecimento prévio sobre a história e participação em movimentos sociais em Cambé. Em seguida, os estudantes analisam conceitos básicos que envolvem o campo da política: Município, Estado, Federação, República e Democracia. Conceitos estudados a partir de documentos. A práxis em sala de aula oportunizou com que os estudantes tivessem um conhecimento panorâmico sobre a história de Cambé desde a sua origem até os dias atuais através da participação dos movimentos populares que teve seu ponto forte nas associações de bairros. A participação em movimentos sociais passa pela movimentação das associações de moradores que têm seus expoentes nos surgimentos das lideranças que ao longo do tempo vão aparecendo e marcando o espaço político no dia-a-dia. São lideranças que no seu anonimato irão fazer o contraponto das lideranças governamentais. São lideranças que buscam a participação política na sociedade em vista da solidariedade social. Os movimentos sociais em Cambé tiveram como ponto forte as associações de bairros. Nesses aspectos os alunos (as) foram motivados a participar em movimentos sociais, que se caracterizou com participação comunitária e compromisso de cidadania. Bem como de importância de refletir sobre os movimentos populares de Cambé que fizeram história através de suas lutas. As oficinas foram marcadas por duas atividades importantes: a primeira, os alunos estudaram o significado da atuação política para a construção da cidadania através de documentos e fotos de movimentos sociais; e a segunda foi através de baners do fotógrafo Arthur Eidam que através das imagens, os estudantes puderam verificar as fotos marcantes de lideranças e do povo que tiveram participação em movimentos sócias.

Palavras-chave Movimento social – política - cidadania – democracia.

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1. RESUMO

O projeto em questão tem como coluna central de levar os estudantes a

se comprometerem em participar ativamente em movimentos populares.

Nesse artigo, o relato da implementação começa com o perfil do aluno e

sobre o seu conhecimento prévio sobre a história e participação em

movimentos sociais em Cambé. Em seguida, os estudantes analisam

conceitos básicos que envolvem o campo da política: Município, Estado,

Federação, República e Democracia.. A práxis em sala de aula oportunizou

com que os estudantes tivessem um conhecimento panorâmico sobre a

história de Cambé desde a sua origem até os dias atuais através da

participação dos movimentos populares que teve seu ponto forte nas

associações de bairros. A participação em movimentos sociais passa pela

movimentação das associações de moradores que têm seus expoentes nos

surgimentos das lideranças que ao longo do tempo vão aparecendo e

marcando o espaço político no dia-a-dia. São lideranças que no seu

anonimato irão fazer o contraponto das lideranças governamentais. São

lideranças que buscam a participação política na sociedade em vista da

solidariedade social. Os movimentos sociais em Cambé tiveram como ponto

forte as associações de bairros. Nesses aspectos os alunos foram motivados

a participar em movimentos sociais, que se caracterizou com participação

comunitária e compromisso de cidadania. Bem como a importância de refletir

sobre os movimentos populares de Cambé que fizeram história através de

suas lutas. As oficinas foram marcadas por duas atividades importantes: na

primeira, os alunos estudaram o significado da atuação política para a

construção da cidadania através de documentos e fotos de movimentos

sociais; e na segunda através de baners do fotógrafo Arthur Eidam, os

estudantes puderam verificar as fotos marcantes de lideranças e do povo

que tive participação em movimentos sociais.

Palavra chave: Participação – movimento social – política - cidadania –

democracia.

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2. INTRODUÇÃO

A temática desenvolvida nesse projeto de pesquisa e trabalhada em sala

de aula, como implementação trata da participação nos movimentos sociais

de Cambé: política e cidadania. Após observar que, no município, as

escolas estaduais e municipais possuem pouco material sobre a

participação política de Cambé, foi constatado que a finalidade da pesquisa

sobre a participação política no Município de Cambé ofereceria aos

professores e, principalmente aos alunos, maiores subsídios para seus

estudos em sala de aula. O recorte da história do município de Cambé,

proposto nesse artigo, teve como enfoque a significação da participação

política que se deu através das diversas camadas sociais que se

organizaram em associações de bairros e outros movimentos. De um modo

geral, será importante estudar e refletir com os alunos que, no município de

Cambé, já houve participação popular; que bairros como Santo Amaro,

Novo Bandeirantes e outros bairros vizinhos tinham participação importante

e fundamental na luta contra a panela vazia, que se caracterizou no

Movimento da Panela Vazia, atingindo seu apogeu “no Movimento Contra a Carestia, pode-se dizer que tal movimento foi no município o ponto de partida para a organização popular local”. (Silveira, 1989, p. 25). As

associações de bairros foram um ponto forte de organização na periferia da

cidade na luta pela implantação de postos de saúde, escolas, transporte

coletivo e pavimentação asfáltica. É importante que os alunos não apenas

conheçam a história da participação política popular do município, mas que

através das reflexões realizadas, venham a se comprometer com a

sociedade, principalmente participando de movimentos populares ou de

partidos políticos.

O escopo deste trabalho é contribuir para que os alunos consigam

ter um claro conhecimento sobre a produção histórica do Município de

Cambé e visualizar como se travou as relações de poder dos anos 60 até a

atualidade. Outros objetivos se fazem necessária e são pertinentes à

realização deste trabalho como: discutir significados e conceitos de política,

história política, ação política; compreender as características do processo

político de Cambé; identificar as principais organizações e correntes

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políticas do município; investigar movimentos políticos populares na história

da cidade e do bairro; estudar os significados da atuação política para a

construção da cidadania; desenvolver o pensamento crítico do aluno sobre

a História política de Cambé e analisar os conceitos de Município, Estado,

Federação, República e Democracia.

Por esse horizonte, o resultado final a que se pretende chegar, cujo

objetivo é de contribuir tanto para os professores como para os alunos,

através de intervenções pedagógicas em sala de aula ou extraclasse, é

que se desenvolva o conhecimento da realidade local, observando as

experiências políticas e as articulações do poder no âmbito municipal.

Essa proposta pedagógica foi desenvolvida com os alunos do

primeiro ano colegial do Ensino Médio, período matutino, no Colégio

Estadual Maestro Andrea Nuzzi, no Jardim Santo Amaro, município de

Cambé. A intervenção pedagógica começou a ser desenvolvida em agosto

de 2011 e terminou em novembro de 2011 com a semana cultural.

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3. OBJETIVO

Dentro de uma perspectiva de melhorar a qualidade de ensino na rede

pública, essa produção didática procurou trabalhar conteúdos que ajudaram

os alunos a conquistar com seus méritos próprios o conhecimento, a

reflexão e o exercício da cidadania. O caderno pedagógico aqui

desenvolvido teve como objetivo central levar os alunos, que são os sujeitos

da educação pública, “ter acesso ao conhecimento produzido pela humanidade que, na escola, é veiculado pelos conteúdos das disciplinas escolares”. (SEED, 2008, p.14). Num primeiro momento

buscou-se investigar os alunos sobre os conhecimentos prévios da

municipalidade de Cambé dentro de uma tônica da história e política local.

Não se constrói um edifício sem as estruturas básicas. Assim os alunos já

dentro da proposta do projeto foram seduzidos a refletir sobre alguns

conceitos básicos que envolvem Democracia, Município, Estado, Federação

e República. A construção da cidadania não acontece de cima para baixo,

que vem pronto e acabado como um protótipo. A cidadania deve ser

construída desde o primeiro ano. Nesse momento é importante que o aluno

tenha contato com a história do município, e é nesta conjuntura, que o aluno

terá uma visão panorâmica, desde a origem do município até os dias atuais.

Com esta visão da história local, o aluno poderá ter uma perspectiva de

participação na vida em comunidade. Na história de Cambé, se destacaram

várias lideranças, tanto no poder executivo e legislativo como lideranças de

movimentos sociais. O aluno só terá interesse em participar de movimentos

sociais ou em organizações partidárias, caso isso, venha contribuir para a

sua história e para uma nova história de comunidade; se obtiver um

conhecimento da história dos líderes do município, tanto daqueles que

governaram o município, como aqueles que através de movimentos sociais,

lutaram e marcaram a sociedade cambeense. A maioria dos estudantes não

estão engajados em movimentos sociais, na luta pelo desenvolvimento

sustentável que envolve o meio ambiente e tão pouco procuram se envolver

em agremiações partidárias, por isso, foi investigado e trabalhado com os

alunos, a história dos movimentos sociais, política ambiental e questões

partidárias. A meta é despertar nos alunos a participação comunitária e

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compromisso de cidadania. O local, no qual o aluno está inserido, no caso a

municipalidade, é o terreno propício para à formação deste ser diante das

diversidades; históricas, políticas, cultural, social e econômica com os quais

convivem. De forma sucinta e breve procurou-se enfocar aspectos da

economia, educação e cultura local, na perspectiva de levar os estudantes a

refletir sobre a importância da economia, educação e cultura na vida do

cidadão. As oficinas foram momentos de oportunidades importantes onde os

(as) alunos (as) puderam compartilhar com seus pares todas as reflexões

estudadas. Na primeira oficina os alunos compartilharam fotos de

movimentos sociais que aconteceram em Cambé e fizeram um estudo de

caso sobre um fato que Associação Cambeense dos Direitos da saúde

acompanhou a respeito de uma paciente gravemente doente. A intenção da

reflexão era seduzir os alunos a refletir sobre a dignidade humana e o

tratamento que os pobres recebem das instituições governamentais e

sensibilizá-los que é urgente unir forças para organizar estruturas justas que

vem ao encontro dos mais pobres e dos excluídos. Finalizando os trabalhos,

os alunos tiveram oportunidade de interagir com um representante de

movimentos sociais que fez história no município através de entrevista.

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4. PROBLEMATIZAÇÃO

A escolha do tema proposto a ser trabalhado, pesquisado e concretizado

com a implementação como exige o projeto do PDE, evidenciou algumas

dificuldades, pois a vida política de Cambé, sempre seguiu um caminho

conservador desde a sua fundação. As lideranças políticas cambeenses

desde 1930 se enfileiraram em políticos que estavam no poder tanto no

estadual como nacional. Raramente ou quase nunca na história política de

Cambé dentre aqueles que ocuparam o poder teve tendência ideológica

esquerdista. A busca do poder na prefeitura sempre foi pelo cargo de

prefeito e de vereadores e nunca por projeto de desenvolvimento ou até

mesmo ideológico.

Além disso, existe uma ausência de material nas escolas municipais e

estaduais como também é pobre os conteúdos relacionados à história de

Cambé na internet, nos portais de educação e em livros, isto acaba

dificultando a inserção do conhecimento dentro do ambiente escolar. Grande

parte dos alunos que chegam ao ensino médio desconhecem a história local,

justamente por falta de recursos e materiais que venham oferecer

conhecimentos sobre a história local. Diante dessa situação, a minha

preocupação era entender, conhecer e compreender como será que os

alunos têm contato com a história de Cambé? Que conhecimento o aluno

tem a respeito da política local? O que os munícipes alunos de Cambé

conhecem sobre a história dos movimentos sociais? Teria sido a política de

Cambé praticada pelos mesmos grupos? Qual teria sido o caráter das

articulações políticas? Seriam conservadoras ou de centro-esquerda? Teria

havido algum outro tipo de ação política que não as articulações dos ‘grupos’

estabelecidos? Como entender as práticas políticas individualista,

personalista e clientelista? Poderia se falar em política ou movimentos

políticos populares em Cambé? Quais foram? Quais características

assumiram? “O que leva o homem a agir na sua relação com a política, nos seus engajamentos, nos seus comportamentos eleitorais?”

(Rémond, 1994, p.15). Geralmente a história local é transmitida no quarto

ano do ensino de nove anos (3ª série do ensino fundamental I) de uma

forma muito superficial. Assim é possível afirmar a importância deste

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conhecimento histórico local ser construído de maneira sedimentada na 1º

ano do ensino médio, para que conheça sua realidade e articule tais

condições “entre os conteúdos da história local, da nacional e da universal”. (Schimidt e Cainelli, 2004, p.116). Estas características são

determinantes para a execução deste projeto junto aos 1º anos do ensino

médio.

Visto que foi dito que a política é boa, mas a política não funciona sem a

estrutura do Estado, no caso particular do Brasil e mais particular o

município de Cambé, será conveniente que façamos uma reflexão com os

alunos sobre algumas concepções do Estado, buscando teoria em alguns

pensadores como Maquiavel, Hobbes, Rousseau, Locke e Marx.

Uma vez que os alunos fizeram a reflexão e absorveram o conhecimento

sobre a política e Estado é o momento de levar os alunos a entender e

conhecer o que é ser cidadão. É necessário que os alunos tenham

consciência sobre o grau da importância da cidadania na sociedade. “Todo cidadão tem o direito de expor em público seus interesses e suas opiniões, vê-los debatidos pelos demais, e aprovados ou rejeitados pela maioria”. (Chaui, 2004, p. 225). É esta consciência de participação

social que levará os alunos a refletir sobre movimentos sociais e a

importância da democracia.

É óbvio que nos dias de hoje os movimentos sociais não têm as

mesmas características do século passado, mas o engajamento em novos

momentos sociais fará que o cidadão tenha “maior consciência de sua capacidade de produzir novos significados e novas formas de vida e ação social.” (Outhwaite, 1996, p. 502).

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5. ATIVIDADES

Hoje vivemos em uma sociedade na qual estão inseridas inúmeras

situações que exprimem sinais de escravidão, como a supremacia da

violência, da apatia dos movimentos sociais e dos interesses particulares

que têm mais força que os interesses coletivos. Nesta perspectiva, para que

a implementação pudesse acontecer foi necessária a utilização de um

desenvolvimento metodológico.

Em um primeiro momento os alunos receberam um questionário onde foi

traçado o perfil da turma. Como estamos estudando a história local, é

importante o conhecimento prévio dos alunos que farão parte deste projeto.

Nesse questionário, foram feitas algumas perguntas como: Nome do aluno,

localidade da moradia, tempo da moradia no município e o que sabe sobre

o município de Cambé. Em um segundo momento foram realizadas aulas

expositivas com a utilização do recurso da TV-pendraive passando

conceitos sobre Município, Estado, Federação, República, Presidencialismo

e Democracia. Em seguida os alunos receberam um texto, fizeram uma

leitura, e através de questões organizaram e explicaram os significados das

definições trabalhadas. No terceiro momento, foi exposto o conteúdo

através de aulas explicativas dentro de uma perspectiva interativa onde o

aluno foi o verdadeiro protagonista da aprendizagem. Nessa aula, os

alunos tiveram uma visão panorâmica desde a origem de Cambé até os

dias atuais. Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer os símbolos de

Cambé: como a Bandeira, Brasão e o Hino. Para que isto acontecesse foi

utilizado TV-pendraive para mostrar algumas imagens da origem de Cambé

e de seus símbolos. Ao final da aula os alunos receberam textos, imagens,

fontes que em oficinas irão utilizar. Na quarta aula, foi trabalhado com os

alunos, o que é história política e uma breve biografia dos prefeitos e

lideranças que se destacaram em movimentos sociais de Cambé. Foi

necessária a elaboração de textos dentro de uma linguagem acessível à

série-idade. Estes textos continham idéias chaves da política local,

enriquecidas com a luz de documentos, imagens e outros recursos que se

fizeram necessário. Ao final dos trabalhos, eles realizaram uma pequena

tarefa em casa, onde responderam perguntas relacionadas aos

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personagens de Cambé. Na quinta aula, através da TV-pendraive com aula

expositiva, mapa do município e fotos foi trabalhada a história dos

movimentos sociais, política ambiental e questões partidárias. Os alunos

receberam um texto sobre o conteúdo trabalhado. Na sexta aula, a

perspectiva é de se trabalhar como que Cambé se organiza

economicamente. (Onde está acumulado o capital e em que mãos estão?),

cultura e Educação. Os alunos receberam um texto explicativo sobre a

economia, cultura e educação. Como o hino de Cambé é um poema, os

alunos realizaram com questões interpretativas sobre o município. Entre a

sétima e décima segunda aula, estes momentos foram utilizados para

realização de oficinas onde os alunos foram divididos em grupos para que

pudessem trabalhar documentos e imagens do município. Também nestas

aulas os alunos tiveram uma oficina específica onde foi oportunizado

contato direto com as fotografias tiradas pelo fotógrafo Arthur Eidam. Estas

fotografias foram expostas através de 40 baners no colégio. E finalizando

as oficinas os alunos convidaram um ex-membro e presidente da

associação de Bairro Paulo Tardiolli onde foi entrevistado, com o objetivo de

investigar o trabalho destes movimentos na comunidade e verificar o grau

de participação do povo.

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6. PERFIL DO ALUNO E CONHECIMENTOS PRÉVIOS

A implementação na sala de aula aconteceu de agosto a novembro de

2011. No começo havia receio de que o projeto não viesse a ser concretizado

em sala de aula, por receio de que os alunos não tivessem gosto pelo tema.

Mas aos poucos com motivações, dedicação e força de vontade a

implementação foi realizada com sucesso. Estudar movimentos sociais não é lá

tão atrativo para os alunos, pois essas organizações dão a impressão de estar

fora de moda, mas logo no início foi mostrado para os alunos que os

movimentos sociais de fato não são a salvação de um povo, mas é através das

organizações populares que os pobres e trabalhadores ganham força para lutar

por esperança, liberdade, vida, terra, água, casa, pão e trabalho. Os alunos e

alunas entenderam que as organizações populares transformam uma

sociedade deserta, seca, violenta, injusta e ambiciosa, em uma sociedade

fecunda, livre, igualitária, fraterna, onde se abrem novos horizontes, onde

novos caminhos aparecem e novas lutas no dia-a-dia vão surgindo para que a

semente de uma sociedade ideal com base na democracia não venha a morrer.

A implementação foi realizada no colégio Estadual Maestro Andréa

Nuzzi, Ensino Fundamental e Médio que se localiza na região sudeste da

cidade de Cambé, a Rua Professor Bento Munhoz da Rocha Neto, n.º356,

Conjunto Habitacional Castelo Branco, Município de Cambé, Estado do

Paraná. Tem como finalidade a formação acadêmica de Ensino Fundamental e

Médio, atendendo ao disposto nas Constituição Federal e Estadual, bem como

na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, do Estatuto da Criança e

do Adolescente, observados em cada caso, a legislação e as normas

especificadas aplicáveis, quais sejam: igualdade de condições para acesso e

permanência na escola, não sendo permitida qualquer forma de discriminação

ou segregação; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o

pensamento, a arte e o saber; gratuidade de ensino, com isenção de taxas de

qualquer natureza; valorização dos profissionais de Ensino; e gestão

democrática e colegiada da escola.

Este estabelecimento atende adolescentes, jovens e adultos desde o

sexto ano do Ensino Fundamental até o terceiro ano do Ensino Médio. São

filhos de proletários industriais e comerciários da região local e de

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trabalhadores autônomos, tendo residência nas proximidades do Colégio. É

uma clientela de classe média baixa. O Bairro Castelo Branco onde se localiza

o Colégio Estadual Maestro Andrea Nuzzi, é residencial, vizinho do Jardim

Santo Amaro que é o bairro referencial. O Jardim Santo Amaro, além de ser

residencial, oferece também serviços nas áreas de comércio, financeiros e

industriais. Juntamente com o Jardim Santo Amaro fazem parte da sua

vizinhança os bairros: São Paulo, Parque Manela, São Jorge, Santo André,

Monte Catini, Monte Castelo e outros. A região do Santo amaro engloba uma

população de vinte mil habitantes.

O público alvo com o qual foi trabalhado são alunos e alunas do 1º ano

do Ensino Médio. Inicialmente a proposta que consta no projeto era para se

trabalhar com os estudantes do 9ª ano. Na prática não funcionou, pois os

alunos desse ano, não estavam preparados para discutir o conteúdo da

participação dos Movimentos Sociais de Cambé. Após três aulas com os

alunos e alunas do 9º ano, foi desenvolvida e trabalhada a implementação com

os alunos e alunas do 1º ano do Ensino Médio. Nessa turma verificou-se que

havia 15 alunos entre meninos e meninas que faziam o debate e que se

interessaram pelo tema proposto. A turma trabalhada tinha 35 estudantes.

Esses alunos e alunas são moradores do município de Cambé e fazem parte

dos bairros que circunvizinha o colégio. 44% moram a mais de 15 anos em

Cambé, 31% informaram que moram no município entre 10 e 14 anos no

município e 25% disseram que residem na querida Cambé entre 1 e 9 anos.

Moradores de Cambé

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

Mais de 15 anos 10 a 15 anos 1 a 9 anos

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Todos esses alunos são moradores de bairros que fazem parte do geo-

referencial da escola. 30% são moradores do Jardim Santo Amaro,

considerado o bairro com maior poder aquisitivo; 20% são moradores do

Jardim São Paulo; 20% são moradores parque residencial Castelo Branco e os

outros 30% são moradores dos demais bairros, como: Santo André, Monte

Castelo, Chácara Santa Maria, Parque Manela, Jardim do Café e Jardim União.

Essa turma demonstra ter uma boa homogeneidade, pois todos se conhecem à

um bom tempo e há um vínculo de amizade entre eles muito grande. 25%

destes alunos já estudam no Colégio Estadual Maestro Andrea Nuzzi entre 1 e

3 anos. 67% estudam neste estabelecimento de ensino entre quatro e seis

anos, demonstrando assim que estão nesse colégio desde o sexto ano e

apenas 7% estudam no Andréa Nuzzi entre sete e oito anos.

Como o propósito é trabalhar com esses alunos e alunas a questão dos

movimentos sociais, mais especificamente o da participação dos movimentos

sociais em Cambé, procurou-sei investigar primeiro os conhecimentos prévios

que esses estudantes tem acerca da participação em movimentos populares.

Para começar o trabalho de implementação em sala de aula, procurou-

se conhecer o que esses alunos sabiam e qual entendimento tem sobre a

Participação dos Movimentos Sociais de Cambé. A primeira pergunta feita foi:

Você sabe o que é movimento social? As respostas dos alunos foram as mais

variadas possíveis como:

“É coisa de trabalhos, mas eu já ouvi o movimento

social é trabalhadores de moinho arapongas é uma fábrica e

também eu sou testemunha de Jeová e eu trabalho na rua de

casa em casa que é pregação. (Nelson). É quando pessoas se

unem para melhorar a cidade. Associação de bairros. (Isabele).

Sim já ouvi falar de sindicato. (Mayara). Sim, criança esperança,

obras de caridade. (Aline). Sim, da dengue. (Jéssica). Sim, já

ouvi falar da pastoral da Criança. (Renata). União pela Paz.

(Guilherme). União pela paz e projeto ande bem. (Bruno). Sim, é

quando um grupo de pessoas se unem para fazer melhorias.

(Priscila). Sim. Do sindicato e da pastoral da Criança.

Movimento social, é quando um grupo de pessoas se unem para

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conseguir melhoria social em seu município – país. A política é

um movimento social , por exemplo, quando pessoas se juntam

para uma votação , para decidir o futuro de sua cidade – estado.

O movimento contra a aédes egypti (mosquito da dengue),

quando os moradores saem de suas casas e vão ajudar na

limpeza do município, ai combina um dia, para a limpeza de

suas casas. (Amanda). Pessoas que se reúnem para algum

objetivo. É algo que auxilia a sociedade. Movimento social é

quando a comunidade se reúnem para criar algo contra ou favor

do município . Em Londrina a comunidade está fazendo um

movimento contra o prefeito.” (Fala dos alunos).

Os demais alunos manifestaram dizendo que nunca ouviram falar em

movimento social.

A segunda pergunta proposta foi: Você participa de algum movimento

como pastoral, ONG, partido político, obras de caridade, escoteiros, grupo

ambientalista ou grupo social? Qual? Nesta questão 81% disseram que não

participam de nenhum movimento social, 11% manifestaram suas opiniões

dizendo que participam da Infância Missionária que é uma obra ligada a Igreja

Católica, enquanto que 0,8% falaram que participam da “União pela Paz e

Projeto anda Bem” ligado ao poder público.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Movimentos sociais

Não Participam

Infancia Missionária

União pela Paz

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A terceira pergunta foi: Alguém de sua família participa de algum

movimento como pastoral, ONG, partido político, obras de caridade, escoteiros,

grupo ambientalista ou grupo social? Qual? 85% disseram que ninguém

participa de nenhum movimento popular, 11% disseram que seus pais são

Ministros da Eucaristia e 0,4% falaram que suas famílias participam de Grupo

de Reflexão, ambos os movimentos ligados à Igreja Católica. Na discussão que

feita com os alunos, argumentaram que os pais e também eles não participam

de movimentos populares por falta de tempo, que não adianta nada participar

de movimentos, pois os pobres desta comunidade sempre serão pobres e

injustiçados e outros deram a desculpa de que os fracos não têm direitos e não

é um movimento popular que vai defender seus direitos.

Na segunda etapa da investigação dos conhecimentos prévios, foi

pedido para que eles escrevessem em poucas palavras o que sabem sobre o

município de Cambé ou sobre a história de Cambé. As respostas deles foram:

Alguns alunos disseram que não sabiam nada sobre a

história do município. Outros alunos e alunas disseram que

“Sei que antigamente era outro nome dado ao nosso município

como Nova Dantzig.” “O que eu sei é que aqui existiam várias

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Familia / Movimentos Sociais

Não Participam

Ministros da eucaristia

Grupo de Reflexão

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tribos indígenas e que antes se chamava Nova Dantzig.” “Aqui

existe uma das maiores fábricas de remédio do mundo.” “Que o

município evoluiu muito.” “A região de Cambé era totalmente

coberta por florestas densas, praticamente os únicos

habitantes eram os índios, mas no decorrer do tempo foram

chegando imigrantes e colonos. E tem umas das maiores

fábricas de remédios do mundo.”“ A cidade de Cambé conta

com mais ou menos 100 mil habitantes, no começo, se

chamava Nova Dantizig.” “Antigamente era tudo matagal e era

o nosso produtor de café até que houve uma geada e acabou

com tudo e era chamada de nova Dantizig.” “Eu sei que foi

colonizada por pioneiros e foi chamada de Nova Dantizig,

passou por muitas transformações. Hoje se chama Cambé.”

“Sei que antigamente se chamava Nova Dantizig e que hoje

existe uma das maiores fábricas de remédio do mundo.” “No

começo a cidade se chamava de Nova Dantizig e para o

melhor desenvolvimento da cidade foi construída a linha de

trem para que trabalhadores e fazendeiros pudessem viajar.”

“Antigamente possuía o nome de Nova Dantizig, Já teve vários

prefeitos e vereadores bons, meu pai já foi vereador por 3

mandatos consecutivos (Carlos Alberto Vieira de Lima) muito

conhecido como Carlão, hoje a cidade é comandada pelo

prefeito João Pavinato.”

Nesta questão os alunos demonstraram que conhecem um pouco sobre

a história de Cambé, ao mencionar que o nome de origem de Cambé era Nova

Dantzig, e a fábrica Sandoz parece ser um orgulho do município por ser uma

empresa multinacional e que causa orgulho aos cambeenses. Entende-se que

a partir do conhecimento do senso comum, os alunos fazem comparações do

passado com o presente como número de habitantes, e desmatamento.

Outra questão trabalhada com os alunos na implementação foi em

relação à política. Foi perguntado como você pensa a política no município em

Cambé? Alguns alunos não escreveram nada, outros declinaram palavras de

baixo calão ao mencionar a política, outros ainda disseram que política é

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simplesmente razoável, houve aqueles que preferiram dizer que não tinham

opinião formada a esse respeito. Mas, a maioria da sala emitiu opiniões a

respeito da política em Cambe como essas:

“Tem muito político aqui em Cambé.”, “Está precária, pois

há muitos lugares no município precisando de verba para o

concerto e está muito ruim.”, “Para mim é favorável, pois

fizeram rotatórias, viadutos, reformas da escola municipal e

outros. Sempre tem como melhorar, mais no ponto de vista,

para mim é favorável.”, “Não penso que é a melhor

administração, mas as anteriores foram piores. Fizeram muitas

coisas favoráveis ao município, durante esse último governo:

como asfalto, um grande viaduto, reformas em escolas

municipais. Etc. Porém acho que o policiamento piorou não se

vê mais patrulhas escolares fiscalizando entradas e saídas de

escola. Etc.” “Acho que até melhorou um pouco, mas ainda

continua muito enrolado e pode melhorar muito mais.” “É ruim,

pois não tem grandes eventos, nunca fiquei sabendo de algum

movimento que a política fizesse para melhorar a sociedade.”

“Como todas as outras cidades.” “Um lixo, muitos políticos

ladrões.”

Dentro desse propósito em poder colher fruto com o objetivo de realizar

um artigo, foi citado essa pergunta: Quando há reuniões no bairro para discutir

os problemas e reivindicar melhorias para a comunidade, a sua família participa

destes encontros? Comente. O gráfico abaixo, expressa o nível de

participação, de preocupação, de interesse e de responsabilidade que as

famílias ou comunidade tem em busca de melhorias para o bairro. 90% dos

alunos disseram que seus pais ou irmãos não participam de nenhuma reunião

com o objetivo de reivindicar melhorias, enquanto que apenas 10% indicaram

uma luz de participação em reuniões com o propósito de buscar caminhos e

perspectivas para a comunidade.

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Dentre aqueles que optaram pela não participação em reuniões, fizeram

os seguintes comentários:

“Na verdade tem vigilância para cuidar a nossa casa dentro

do bairro.” “Não gosto de participar.” “No meu bairro não há

reuniões.” ”Não, porque eu moro em condomínio fechado e

meu pai não gosta.” “Não. Nunca fiquei sabendo de nenhuma

dessas reuniões.” “Sim. Mas quando eles comentam prefiro sair

de perto pra não escutar promessas sem palavras, ou seja,

nunca cumpre.” “Não. Porque não temos tempo.” “Não. Por que

isso não adianta nada.”

Outra questão interrogada com os alunos e alunas foram: Cite o nome

de um líder comunitário que você conhece no município de Cambé. Pelo

gráfico abaixo se tem uma idéia com que preocupação os estudantes estão

informado, quanto ao conhecimento dos líderes comunitário.

Participação em reuniões

Não: participam

Sim: Participam

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38% dos alunos e alunas disseram que não conhecem nenhum líder

comunitário, 22% citaram o prefeito, 16% falaram que o padre é o líder; outros

16% pronunciaram que o vereador é o líder enquanto que 8% citaram nomes

de líderes comunitários que tem envolvimento com movimentos populares.

Alguns comentários que os alunos e alunas teceram são:

“Conheço o João Pavinato, o nosso prefeito, o Paulo

Tardiolli que é importante destaque, que ele tem deficiência

física, mas é um dos líderes do nosso bairro.” “Não conheço

ninguém que faça alguma coisa pelos oprimidos”. “O município

não tem paz e justiça, não há ninguém que faça alguma coisa.”

Com a intenção de preparar caminhos para o surgimento de novas

lideranças, como propõe essa implementação, uma pergunta se fez pertinente:

Caso você fosse eleito coordenador da sala em que você estuda, aceitaria o

cargo? Como demonstra o gráfico abaixo, 77% não aceirariam o cargo de

coordenador, enquanto que 33% demonstraram vontade e coragem em aceitar

o cargo. As respostas mais comuns que os alunos deram diante da negativa de

não aceitar o cargo de coordenador são:

Líder Comunitário

Não sabe

Prefeito

Padre

Vereador

Líder comunitário

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“Não tenho vocação para liderança”, “É muita

responsabilidade”. “Não tenho tempo para coordenar a sala”.

“Os meus colegas de sala não vão obedecer e tirar sarro de

mim”, “Não quero servir a ninguém”.

Entre aqueles que se propuseram em ser coordenador emitiram essa

opinião.

“Quero ser coordenador, porque quero ser importante”.

“quero ser coordenador pra ser um bom chefe no meu

trabalho”. “Eu aceitaria ser coordenador pra por ordem na

sala.”

Nessa primeira etapa da implementação em sala de aula, uma última

pergunta foi feita: Faça essa reflexão: como que a sua História de vida está

relacionada com a História do município ou com a comunidade em que você

mora? A maioria dos alunos e alunas demonstrando falta de conhecimento do

município e de relatar de forma ordenada a sua própria história. Preferiram não

se manifestar. Mas entre aqueles que responderam, disseram:

Cargo de Coordenador

Não aceitariam

Aceitariam

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“Minha história de vida não está relacionada com a história de

Cambé.” “Só pelo motivo de minha família morar aqui.” “Às

vezes enfrentamos problemas da sociedade, convivem com as

dificuldades de seu bairro e isso influencia em suas vidas.” “Em

relação ao município, faria algo para ajudar, sim. Porém não

basta, um só querer mudar o mundo sozinho, acho que cada

um tem fazer sua parte.” “Eu vivi a minha vida inteira aqui.”

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7. HISTÓRIA POLÍTICA

A reflexão que se faz a seguir envolve alguns conceitos de política,

história política e ação política. O objetivo aqui é discutir com os estudantes

significados e conceitos de política, história política e ação política, tendo como

meta: o despertar dos alunos e alunas para a participação comunitária e

compromisso de cidadania. É necessário dizer que nos dias atuais, há uma

descrença muito grande nas instituições políticas e nos políticos que as

governam. A política tornou-se insignificante e motivos de deboche a ponto de

tornar os cidadãos descomprometidos com a realidade que os cerca. “Os

políticos são impotentes... já não tem programa, seu objetivo é manter-se no cargo.” (Bauman, 2000, p. 12).

A seguir alguns conceitos de política:

Texto 1 (...) que significa tudo que se refere à cidade e, consequentemente, o que é urbano, civil, público, e até mesmo sociável e social. O conceito de Política entendido como forma de atividade ou de práxis humana, está estreitamente ligado ao de poder. Este tem sido tradicionalmente definido como ‘consistente nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem’ (Hobbes) ou analogicamente, como ‘conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados’ (Russell’. Sendo um desses meios, além do domínio da natureza, o domínio sobre os outros homens, o poder é definido por vezes como uma relação entre dois sujeitos, dos quais um impõe ao outro a própria vontade e que determina, malgrado seu, o comportamento. (Bobbio, 2007, p. 954).

Ainda pode-se explicar e afirmar que a,

Texto 2 política decorre da natureza e que a cidade existe por natureza. Os humanos são, por natureza, diferentes dos animais porque são dotados do logos, isto é, da palavra como fala e pensamentos. Por serem dotados da palavra, são naturalmente sociais ou como diz Aristóteles, são animais políticos. Não é preciso buscar nos deuses, nas

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leis ou nas técnicas a origem da Cidade: basta conhecer a natureza humana para nela encontrar a causa da política. Os humanos, falantes e pensantes, são seres de comunicação, e é essa a causa da vida em comunidade ou da vida política. (Chaui, p.194, 2004).

Por isso é importante a participação política que,

Texto 3 Significa o número a intensidade de indivíduos e grupos envolvidos na tomadas de decisões. Desde o tempo dos antigos gregos, consistiu idealmente no encontro de cidadãos livres debatendo publicamente e votando sobre decisões de governo. A teoria mais simples sempre foi que o bom governo depende de altos níveis de participação. (Outhwaite, Bottomore, 1996, p. 559).

A História política ajuda a refletir o passado e seus significados, para

viver bem o presente não cometendo os mesmos erros do passado e ao

mesmo tempo ajuda a planejar o futuro.

A História Política tem várias perspectivas e cada indivíduo percebe a

história sobre ângulos diferentes, exemplificando:

Texto 4 Para quem viveu 1940 numa pequena cidade do interior do Brasil, na condição de imigrantes italiano, como meu avô, a política podia bem ser definida como a visita do delegado de polícia, que um dia inspecionou a casa e, para não sair de mãos abanando, confiscou o velho rádio de ondas longas. Afinal, o aparelho (que na verdade mal sintonizava a rádio local) poderia ser um perigoso meio de comunicação com o inimigo de guerra no além-mar. Para quem viveu 1963 na condição de uma respeitável senhora de classe média, abastada e católica, a política talvez pudesse ser melhor definida como a luta contra o perigo comunista que ameaçava apossar-se do Brasil, ou então, se fosse o membro de uma liga camponesa, a luta por “reformas de base” que diminuíssem as desigualdades sociais. Para quem viveu 1984, a política podia por certo ser definida como um grito emocionado, rasgado, que a plenos pulmões exigia eleições diretas para presidente da República. Não para depois, mas “já!”

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Para quem viveu 1992, a política podia ser definida como a indignação estampada num rosto pintado para a “guerra cívica”, vista como a revolta intransigente de estudantes muito jovens contra aqueles poderosos que roubaram e mentiram. E que todos queriam “fora!”. (Tosi, 2001, p. 1).

Nos dias de hoje é bem provável que o cidadão irá perceber a

política pela perspectiva da corrupção, da impunidade e do descrédito nos

representantes políticos.

A reflexão proposta para os alunos e alunas foi: A partir do

texto 1 e texto 2 faça uma pequena redação, explicando a diferença entre o

conceito de política e aquilo que as pessoas comentam sobre a política no dia-

a-dia. Aqui a sala foi dividida em grupos, para facilitar a reflexão, a

compreensão e o debate entre eles. Os grupos fizeram estas produções de

texto, em relação ao conceito de política e o que as pessoas pensam sobre a

política.

Primeiro grupo: “O conceito de política está na ação de um

ser humano comandar outras pessoas e governar um

determinado local. Os políticos têm diversas funções,

dependem do seu cargo, grau de comando e local onde

exercem seu poder. Mas, não é bem assim que os políticos são

vistos atualmente, costuma-se julgar os políticos de diversas

formas. Muitas vezes as pessoas jogam problemas nas costas

dos políticos que não são responsabilidade deles. Porém,

existem diversos políticos que não arcam com seus deveres e

obrigações.”

Segundo grupo: “No texto 1, foi visto que a política é tudo

que se refere, tudo que está presente em nossa cidade-estado

ou país. É uma atividade social humana que trabalha para o

bem da sociedade, uma atividade que tem o dever de colocar

em ordem toda a sociedade política, é tudo que está ligado ao

“poder”. É um programa, que tem como objetivos: fazer algo e

que traga vantagens para o município que está sendo

governado. Já o texto 2, é um texto que define a política como

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um objeto da religião, como por exemplo: os seres humanos,

são seres de um Deus que fazem um trabalho para o bem de

sua sociedade, que são a causa da vida em sociedade, isso

porque os humanos estão pensantes e falantes. Seres

comunicativos que vivem juntos em uma sociedade apenas.

Hoje em dia as pessoas pensam mais como o texto 1, ou seja,

que a política é uma atividade trabalhista que serve para

apenas comandar a comunidade e não porque são irmãos e

convivem juntos. Que a política era um termo usado para

corruptos viverem e obterem poder as nossas custas.”

Terceiro grupo: “Entende-se que a política é o que

comanda e que governa a cidade, política é tudo que se refere

à cidade, estado ou país. É uma atividade social, seu objetivo é

trabalhar para o desenvolvimento da sociedade. Essa atividade

também tem o dever de colocar em ordem todo o município e

tudo que se refere ou que está ligado ao “poder”. Seu maior

objetivo é criar projetos para a melhoria do povo. No texto 2, a

política é definida como um fato, um objeto religioso, exemplo:

seres humanos são filhos do mesmo Deus e juntos fazem um

trabalho para o bem da sociedade, e por serem seres

pensantes e falantes, seres comunicativos, trabalham unidos

para o bem de uma comunidade. Atualmente, o pensamento

que predomina é o do texto 1, que a política é uma atividade

trabalhista que serve para comandar e demonstrar poder

econômico e não por que as pessoas são religiosas, irmãos ou

filhos de Deus.”

Quarto grupo: “Bom, muitos brasileiros estão cada vez mais

decepcionados com os governantes, pois, boa parte do que é

prometido muitas vezes não é cumprido. Mas, é necessário

também, muitas vezes que ver o que está errado na sociedade

e levar ao conhecimento dos políticos para que seja analisado

e assim ser solucionado o problema. Não se deve ficar

parados, esperando pela boa vontade de governantes, pois

todos seres humanos são falantes, pensantes e idealistas.”

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Quinto grupo: ”Texto 1. A política é tudo que está em nossa

cidade, estado e país. Uma atividade para o bem da sociedade.

Texto 2, fala que a política é um objeto de religião, como os

humanos fazem o trabalho para o bem da sociedade.”

A questão a seguir foi construída com objetivo de se observar o nível de

compromisso e consciência política dos nossos alunos (as), famílias e

comunidade. Reunidos em grupos de 4 colegas reflitam sobre este problema:

Na sociedade atual, mais particularmente na comunidade ou até mesmo nas famílias quando se fala em política acaba-se sempre

criticando os políticos e o sistema de governo. Por que há uma descrença muito grande nas instituições políticas e nos políticos que as governam? Por que a política tornou-se insignificante e motivos de deboche a ponto de tornar-nos descomprometidos com a realidade que nos cerca?

Grupo 1 fez essa reflexão: “Sim, costuma-se ver muitos

políticos corruptos, e isso compromete aqueles que não são

corruptos, que merecem confiança e respeito. E é por esses

políticos sem caráter que hoje em dia a política é vista como

uma desordem”.

Grupo 2: fez essas observações: “A campanha dos

candidatos é cheia de promessas e sempre a mesma coisa

para a ilusão dos eleitores. Por isso, que há uma descrença,

candidatos com processos de situações fora da lei e dinheiro

comprando o nosso direito de cidadania. Com o passar do

tempo, há várias promessas apresentadas que não são

cumpridas. Os eleitores já estão descrentes da situação que já

nem se importam com que irá ser eleito, se seu candidato tem

ou não propostas, pois, ao passar do tempo percebe-se que

tendo ou não propostas nada será feito.”

Grupo 3: fez essa análise: “Todo político, todo candidato,

quando faz suas campanhas, antes das eleições, fazem muitas

promessas, anunciam mil maravilhas, e prometem um raiar de

vida nova, porém, na maioria das vezes, são promessas falsas

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e sem nenhum compromisso, para a ilusão dos eleitores.

Grande parte dos eleitores têm processos judiciários. Coisas

fora da lei e usam o dinheiro para comprar a cidadania dos

eleitores. O tempo passa, e vê-se que de todas as promessas

feitas, poucas delas são realizadas. Os eleitores insatisfeitos se

tornam descrentes e já não se importam com a situação, em

quem iram votar e quem será eleito, pois percebemos que com

ou sem propostas nada é feito, nada será mudado.”

Grupo 4: Fez essas ponderações: “Muitos desses políticos

não cumprem nem a metade do que prometem. Alguns

políticos acostumados à corrupção não ouvem a voz do povo,

não dão importância aos sofrimentos das comunidades. O

pobre não tem acesso à habitação, à educação e à saúde que

está um caos, com hospitais sem UTI, filas e demora no

atendimento. Não têm como acreditar e manter confiança nos

políticos e nas instituições que governam. Todos os dias vêem

notícias de políticos corruptos, como praticando mensalão,

injustiças, falta de respeito com a população e promessas de

campanhas não cumpridas. Cada vez mais os políticos sem

tornam motivos de piada, de deboche e ninguém mais acredita

e nem se ilude.”

Grupo 5: Concluíram: “ O país não muda nada, ao invés de

melhorar, só piora. Pois os cidadãos se deixam levar por

palavras de políticos e não os cobram. A política e os políticos

se tornaram um deboche, e os brasileiros deixaram de cobrar

pelos seus direitos, pela justiça e por um país mais justo.

A reflexão que se segue adiante tem o propósito de incitar nos alunos a

idéia de que a prática da política não é um privilégio dos tempos modernos,

mas é uma prática que sempre acompanhou a existência humana, seja na

alegria ou na dor, na paz ou na guerra, homem e política sempre caminham

juntos. No texto 3, observa-se que a participação política é uma prática desde a antiguidade dos tempos gregos. Compare com os dias atuais a

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participação política dos indivíduos na comunidade na qual você está inserido. Construa um pequeno texto.

Grupo 1, fez a seguinte análise: “Desde a antiguidade a

população se reunia para a escolha de seus governantes. Os

propósitos de eleição de hoje são diferentes dos tempos

passados, os pensamentos mudaram. Antigamente, ao

escolher seus representantes, as pessoas tinham em mente

um objetivo, hoje em dia as coisas são diferentes, as pessoas

querem coisas que antigamente não eram necessárias.”

Grupo 2, concluíram que “hoje em dia a participação

política está melhor, pois antigamente era muito diferente pelo

fato de que antes a política era composta pelas classes sociais

mais altas, mais poderosas. Já, hoje todos tem direito de votar,

e não existe poder de voto apenas para as grandes classes

sociais. A política está mais ampla e é obrigatória.

Antigamente mulheres não votavam, pois havia muitos

preconceitos, hoje o voto feminino chega a ser obrigatório.”

Grupo 3: fez estas observações: “Atualmente a participação

pública na política é melhor, é mais diário. Antigamente a

política era composta somente pelas classes sociais mais altas,

mais poderosa. E somente os ricos tinham o poder de voto.

Eram eleitos conforme a riqueza que possuem. Hoje o voto é

lei, independente das classes sociais em que mendigos e as

mulheres também votam e até pouco tempo sofriam

preconceitos. Hoje os cidadãos tem o poder de escolher quem

irá governar a sociedade.”

Grupo 4: fez estas ponderações: “Bem no texto 3, fala que

“um bom governo depende de alto níveis de participação”. Lá

no começo do tempos antigos, a política era uma boa maneira

de se organizar uma sociedade, hoje, quando se fala em

política, já pensamos logo em corrupção, impunidade, tudo por

falta de um verdadeiro compromisso com a população. O povo

não tem mais esperança, só resta pão e circo.”

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Grupo 5 fez esta reflexão: “Achamos que pode ser

desnecessário um texto quando a resposta pode ser curta e

direta. Nos tempos passados os cidadãos tinham uma

participação importante no governo, eles exibiam suas

propostas, enquanto que atualmente são poucas as pessoas

que tentam participar da vida política do país. São poucos os

que se aventuram em buscar caminhos que trazem novos

horizontes para banir de vez a cobiça dos ricos, a ostentação

dos burgueses e a opressão que os pobres são subjugados.”

Na próxima questão foi pedido aos alunos e alunas com base no quadro

abaixo, onde descreve os trabalhos dos prefeitos e líderes comunitários. O

objetivo é verificar se os alunos percebem as diferença de trabalho entre os

dois pólos: prefeitos e líderes. Verificar quem de fato está trabalhando pelo

povo, quem de fato está plantando um novo alvorecer.

A questão é: Faça uma comparação dos trabalhos realizados pelos prefeitos com os trabalhos realizados pelas lideranças na suas comunidades.

8. PREFEITOS QUE GOVERNARAM CAMBÉ

Nome do Prefeito Ano Realizações

Eustáchio

Selmann

11-10 –

1947

08-12-

1947

Primeiro prefeito de Cambé.

Jacídio Correia 1947-1951

1955 –

1959

1963-1969

- Organizou o grupo escolar Olavo Bilac, do

qual foi diretor.

Iniciou o calçamento da cidade em 1951.

Construiu o atual prédio da prefeitura.

Urbanizou a Praça Getúlio Vargas.

Adquiriu o terreno para a construção da caixa

d’água no centro da cidade.

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Adquiriu o terreno para a implantação do

parque industrial entre Cambé e Londrina.

Dr. José do

Santos Rocha

1951 –

1954

1959-

1963

Construiu o edifício do Posto de Puericultura.

Construiu a Biblioteca Pública Municipal.

Calçou parte das ruas da cidade de Cambé.

Iniciou a urbanização da Praça Santo

Antônio, instalando nela o Altar da Pátria.

Dr. José Joaquim

Canedo

1954-1955 Assumiu o lugar de prefeito do Dr. José do

Santos Rocha eleito deputado Estadual.

Dr. Archimedes

C. Mozer

1968 –

1972

Construiu a caixa d’água no centro da

cidade.

Continuou o processo de industrialização do

município.

Dr. Antônio W.

Garcia

1972 -

1976

Sua administração foi marcada pela política

da industrialização.

Deu incentivo ao esporte.

Melhorou a urbanização da cidade.

Dr. Roberto

Conceição

1977 –

1979

Zeloso com a coisa pública e imprimiu na

prefeitura uma política de austeridade.

Recuperou os maquinários e iniciou o

modelamento dos bairros.Trouxe para Cambé

Projeto Cura I (Asfalto, saneamento e infra-

estrutura).

Criou a lei de incentivo à industrialização.

Faleceu no dia 16 de março de 1979, ainda

como prefeito.

Dr. Jehovah

Almeida Gomes

1979 –

1983

Vice prefeito do Dr. Roberto Conceição.

Inaugurou o Conjunto Habitacional Cambé III.

Realizou a pavimentação asfáltica nas Vilas

Mesquita e Guarani.

Reformou o Estádio José Garbelini.

Construiu o Ginásio de Esporte

Luiz Carlos 1983 - Abriu espaço para a participação popular

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Hauly 1987 através das Associações de Moradores.

Criou o Museu Histórico de Cambé.

Em 1987, Hauly renunciou o mandato para se

tornar Secretário da Fazenda no governo de

Álvaro Dias.

Estevo Luiz

forastieri

1987 –

1989

Vice-prefeito na chapa de Luis Carlos Hauly.

Iniciou as obras do terminal rodoviário de

Cambé.

Dr. José do

Carmo Garcia

1989 –

1992

1997 –

2000

2001 –

2004

Inaugurou o Centro Cultural, com a biblioteca,

museu e o setor de artes plásticas.

Construiu o calçadão no centro da cidade.

Padronizou as calçadas.

Asfaltou todos os bairros

Construiu os ginásios de esportes do Jardim

Santo Amaro, Novo Bandeirantes e Ana

Rosa.

Construiu o Centro de Eventos na Praça

Santo Antônio.

Inaugurou a casa de velório, vizinha do

cemitério municipal.

Urbanizou a área de lazer no Córrego da

Verdade conhecido como Zezão.

Dr. Gilberto B.

Martin

1993 -

1996

Priorizou a saúde no seu mandato.

Reduziu a mortalidade infantil de 21,4 em

1994 para 12,7 em 1996.

Na sua gestão o Município de Cambé

recebeu um prêmio da UNICEF “Município

Amigo da Criança”.

Construiu três unidades de saúde em Cambé,

(CAIC, Jardim Silvino e Jardim Ana Rosa).

Aprovou e sancionou o Plano de Cargos de

Carreiras e Salários (PCCS) para o

funcionalismo.

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Construiu o Conjunto Habitacional Dr. José

dos Santos Rocha.

Durante o seu mandato foi fundado o Parque

Histórico Municipal Danziger Hof.

Adelino

Margonar

2005 –

2008

Iluminação da PR 445

Reformas de várias escolas municipais.

João D. Pavinato 2009 - Projeto Atitude

Projeto Hora Cheia.

Projeto Prefeitura em Ação.

Projeto Ação Educativa.

(Cambé: História, Cultura, Economia, 2006, p. 12 a 14)

9. LIDERANÇAS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS QUE SE DESTACARAM

NO MUNICÍPIO.

Cecílio Araújo Chegou à cidade de Cambé com 17 anos.

Participou na Igreja Católica através da PJ

(Pastoral da Juventude), onde fundou o

movimento de jovens (JUCRICA) Juventude

Cristã Católica.

Fundou a associação de bairro do Jardim

Alvorada onde se tornou membro dirigente.

No trabalho com a associação em 1986

lutou contra os altos preços absurdos das

tarifas dos transportes coletivos que

impunham contra a população.

A associação chegava a discutir planilha de

custo com as empresas de transportes

coletivos.

Militou na Pastoral Operária.

Participou do Conselho Municipal de Saúde.

Coordenou o CPD (Conselho Pastoral do

Decanato) de Cambé, onde nos dois últimos

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anos organizou a caminhada pela Paz no

município.

Milita no Partido dos Trabalhadores, onde

hoje é vereador.

Cícero Teixeira Em 1983, Ao lado de Valdemar Ribeiro,

Cícero é eleito vice-presidente da

Associação de Bairro do Jardim Santo

Amaro, permanecendo no cargo por 6 anos.

Em 1988, se torna presidente da associação

de Bairro, permanecendo no cargo até

1992.

Liderou a implantação das hortas

comunitárias no Santo Amaro e Parque

Manela.

Liderou a criação do Conselho de

Segurança do Bairro trazendo para o Santo

Amaro a primeira viatura policial, para dar

segurança exclusiva para a região.

Na liderança da Associação reivindicou e

depois de muita luta conquistou para o

Parque Manela II a pavimentação asfáltica,

assim como para algumas ruas do Santo

Amaro.

Liderou através da Associação de Bairro a

construção do ginásio de esporte.

A rede de esgota foi outra conquista

realizada pela associação de bairro.

Em 1990, Cícero propôs a separação do

estatuto, criando a Associação dos

Moradores do Parque Manela.

Fez parte do CODEFS (Conselho de

Futebol Suíço do Santo Amaro).

Fez parte da APMF da Escola Padre

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Symphoriano Kopf Escola Pedro Tkotz.

Foi eleito vereador por três legislaturas.

Foi Vice-Prefeito, do Prefeito José do Carmo

Garcia de 2001 a 2004.

José Vieira Rodrigues Reside no Jardim Ana Rosa há 34 anos.

É o atual Presidente da Associação do

Jardim Ana Rosa. É presidente da

Associação por sete anos.

Participa da associação de bairros por 30

anos.

No início dos anos oitenta coordenou os

trabalhos da edificação da Escola Antônio

Raminelli.

Foi Presidente da APMF no Colégio Antônio

Raminelli.

Através da Associação de Bairros,

coordenou várias festas e bailes no intuito

de arrecadar fundos para manter a

associação.

Ajudou a fundar a Escola Pré-Corela, luta

realizada através da Associação.

Nos finais dos anos 80 e início dos anos 90

coordenou várias festas para arrecadar

fundos para manter a escola Pré-Corela.

Lutou pela implantação da casa comunitária

no Jardim Ana Rosa. A casa foi construída

através de mutirão, apenas o material é que

foi doado por políticos.

Lutou pela construção da capela no Cambé

IV.

Através da associação lutaram pela

conquista da pavimentação asfaltica no

bairro.

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Lutou pela integração da passagem no

transporte coletivo.

Padre João Batista Pires Foi pároco da Paróquia São Francisco

Xavier por 10 anos, onde desenvolveu um

trabalho da criação das CEBs, (Comunidade

Eclesiais de Base), que mais tarde se

tornaram grupo de reflexão.

Padre João liderou as famílias que estavam

sendo desapropriado no fundo de vale do

Santo Amaro onde seria urbanizado.

Movimento esse que impediu as famílias de

serem retiradas desse local.

Padre José Alves Foi vigário da Paróquia Santo Antônio de

Cambé.

Criou a PJ (Pastoral da Juventude), que

servia de base para engajamento nos

movimentos populares.

Criou o movimento que organizava a

caminhada pela Paz sempre após a Páscoa.

A caminhada sempre era o gesto concreto

da Campanha da Fraternidade.

Paulo Tardiolli Mora na região do Santo Amaro desde

1966, data do seu nascimento.

Foi presidente da Associação de Bairro do

Santo Amaro por 6 anos.

Foi membro ativo da Associação de Bairro

do Jardim Santo Amaro por 15 anos.

Como dirigente da Associação junto com a

comunidade lutou pela casa de velório.

Lutou pela iluminação pública da Rua José

Afonso dos Santos e Rio Iguaçu onde foram

trocadas as lâmpadas de 150 w para 500 w.

Em 2002, junto com a força da igreja

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Católica, liderou o movimento para acabar

com a “Paquera na Avenida”, onde

aconteciam tráficos de drogas, imoralidades,

violência e até morte.

Lutou pela implantação da lotérica no Santo

Amaro.

Lutou pela implantação da passarela na BR

369 Melo Peixoto, ligando o Jardim União

com o Santo Amaro.

Como Presidente da Associação fez

parceria com a Pastoral dos Vicentinos para

arrecadar alimentos e agasalhos para serem

depois distribuídos às famílias carentes da

comunidade.

Foi Presidente da APMF da Escola Pedro

Tkotz.

É o atual Presidente da APMF da Escola

Municipal Padre Symphoriano Kopf.

Lutou pela Reforma da Escola Municipal

Padre Symphoriano Kopf.

Foi membro do Mojusa (Movimento da

juventude Santo Amaro).

Atualmente é membro do grupo Esperança.

Movimento ligado ao Grupo de Renovação

Carismática Católica.

Atualmente é Vereador em Cambé

representado a região do Santo Amaro.

(Informações coletadas através de atas da associação do Jardim Santo Amaro,

Jardim Alvorada, Jardim Ana Rosa)

As produções dos alunos seguiram nessas perspectivas.

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Grupo 1 analisou assim: “Os prefeitos fizeram trabalhos

muito mais elaborados e eles tinham mais condições de

realizar esses trabalhos, já os líderes de comunidade não tem

poder suficiente para realizar as tarefas desejadas. Porém eles

podem informar os prefeitos das reais necessidades e juntos

formar uma excelente comunidade. Os políticos tem diversas

funções, porém a sociedade não vê com bons olhos esses

políticos, mas nem sempre a culpa é deles; porque alguns

políticos são corruptos e isso compromete a reputação dos que

são honestos. Hoje os líderes da comunidade não tem poder

suficiente para realizar tarefas que a população deseja, mas

ele informa o prefeito para tomar as devidas providências.”

O grupo 2 concluiu desta forma: “O prefeito é responsável

por todos os bairros da cidade onde governa. O presidente de

cada bairro é responsável por onde ele mora (ele promove

reuniões com os moradores e associações de bairros) para

discutir as melhorias que a comunidade e os moradores

necessitam, como por exemplo: merenda escolar, saúde,

escola, asfalto, luz, etc. Os líderes levam todas essas

reivindicações para o prefeito que toma as medidas cabíveis de

acordo com seu poder e decisão.”

O grupo 3 fez estas observações: “O prefeito é responsável

por governar os bairros e a cidade; o presidente de bairro que

foi eleito pela comunidade, promove reuniões com os

moradores para discutirem as melhorias a serem s de sua

feitas como: merenda escolar, asfalto, luz, saúde, etc. Tudo

isso é levado ao prefeito que dentro do seu orçamento pode

realizar ou não as reivindicações exigidas.

O grupo 4 seguiu a mesma conclusão do grupo 2.

O grupo 5 refletiu desta forma: “Hoje o trabalho dos líderes

é bem diferente, antes tinha mais participação política das

pessoas, apresentando propostas. Hoje não é bem assim. O

prefeito é responsável pelo bem estar dos habitantes de sua

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cidade e os líderes comunitários vêem o que seus bairros

precisam e comunicam ao prefeito.”

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10. MOVIMENTOS SOCIAIS

Em momentos anteriores, tendo feito a reflexão e absorvido o

conhecimento sobre a política e estado, agora é o momento de entender e

conhecer o que é ser cidadão. É importante que alunos (as) tenham

consciência sobre o grau da importância de cidadania na sociedade. “Todo

cidadão tem o direito de expor em público seus interesses e suas opiniões, vê-los debatidos pelos demais, e aprovados ou rejeitados pela maioria”. (Chaui, 2004, p. 225). Essa consciência de participação social e

cidadania não se aprende somente em livros, informativos e mídia, é

importante que o aluno esteja engajado em algum movimento social ou

partidário.

É óbvio que nos dias de hoje, os movimentos sociais não tem as

mesmas características do século passado, mas o engajamento em novos

movimentos sociais fará com que o cidadão tenha “maior consciência de sua capacidade de produzir novos significados e novas formas de vida e ação social.” (Outhwaite, 1996, p. 502). Ainda nesta perspectiva:

Texto 1 (...) os novos movimentos sociais colocam em questão a validade dos padrões existentes do mundo da vida, tais como normas e legitimidade, e posteriormente ampliam o espaço público. Simultaneamente, como movimentos defensivos, oferecem resistência à intrusão patológica em um mundo de vida que está colonizado por mecanismos sistêmicos de racionalização, econômicos e políticos, que anulam processos de comunicação. (Outhwaite, Bottomore, 1996, p. 502).

No Dicionário de Política, verifica-se a seguinte reflexão a respeito dos

movimentos sociais:

Texto 2

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Podemos distinguir a existência de duas correntes na reflexão dos clássicos. De um lado estão os que, como Le Bon, Tarde e Ortega y Gasset, se preocupam com a irrupção das massas na cena política e vêem nos comportamentos coletivos da multidão uma manifestação de irracionalidade, um rompimento perigoso da ordem existente; De outro lado, estão os que, como Marx, Durkheim e Weber, se bem que com alcance e implicações diversas, vêem nos movimentos coletivos um modo peculiar de ação social, variavelmente inserida ou capaz de se inserir na estrutura global da sua reflexão, quer eles denotem transição para formas mais complexas, a transição do tradicionalismo para o tipo legal –burocrático, quer o início da explosão revolucionária. (Bobbio, 2007, p. 787).

O momento é oportuno para conhecer um pouco da história dos

movimentos sociais, começando a nível mundial, passando pelo Brasil, um

pouco do Paraná e por fim falar do movimento social em Cambé. Os

movimentos sociais sempre tiveram a presença forte e marcante dos jovens,

nas organizações e lutas de nível tanto internacional como local.

Texto 3 Nos anos 1960, os jovens de inúmeros países, como França, Inglaterra, Tchecoslováquia, EUA, México, Brasil, entre outros, revoltaram se contra a forma opressiva que as sociedades de classe assumiram. Lutavam contra a estruturação da sociedade sob o controle de uma indústria avançada, com forte apelo consumista e massificante, que não permitia a contestação, na qual a valorização não recaia sobre os sujeitos, mas sobre a modernização, racionalização e o planejamento burocrático, ou seja, uma sociedade tecnocrática. Ainda, os jovens passaram a lutar contra regimes governamentais autoritários e repressores, como foi o caso da Tchecoslováquia e do Brasil após 1964. Desta forma, grande parte da energia crítica desta nova geração de descontentes foi canalizada para atividades até então não descobertas pelas formas tradicionais de luta política, manifestando-se de maneiras surpreendentes. Uma das formas dos

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jovens explicitarem a sua rebeldia foi pelas manifestações culturais. Contracultura foi o termo criado pela imprensa norte-americana, nos anos 1960, para caracterizar um conjunto de manifestações culturais nos Estados Unidos e Europa, com menor repercussão na América Latina. Assim, contracultura foi a cultura não reconhecida oficialmente, portanto, marginal. A contracultura norte-americana surgiu dos movimentos de contestação do modo de vida e cultura ocidental. Jovens intelectuais, boêmios, marginalizados como os gays e negros, a partir do final da década de 1950, passaram a criticar e a recusar a forma de organização da sociedade americana e o mito do “sonho americano” relativo à idéia de sucesso. Nos anos 1960, os jovens da classe média americana passaram a apoiar os movimentos de contestação e a criticar a cultura estadunidense. Descrentes com o futuro e desencantados com o presente, os jovens de diferentes países tentaram criar um mundo alternativo expresso pela música e pelo movimento underground. (SEED, 2006, p.384)

No Brasil, desde o começo do século XX, os movimentos sociais tiveram

presença forte, principalmente com a participação dos jovens.

Texto 4 No Brasil, os sindicatos surgiram no início do século XX. Nos sindicatos, também chamados sociedades de resistência, os trabalhadores organizavam as lutas pela redução das jornadas e pela melhoria das condições de trabalho, pelo aumento dos salários e pela definição das formas de pagamento. As primeiras grandes mobilizações operárias da nascente indústria brasileira ocorreram em 1903, na indústria têxtil do Rio de Janeiro. Em 1907, ocorreram novas paralisações, dessa vez em São Paulo, Santos, Ribeirão Preto e Campinas, envolvendo trabalhadores da construção civil, metalurgia, indústria de alimentos, gráficos e têxteis. A greve de 1917, em São Paulo teve início no setor têxtil e depois se espalhou por empresas de outros

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ramos. (Projeto Araribá, 2007, p.58, 59).

Ainda no Brasil

Texto 5 Em 1948, criada a federação de Mulheres do Brasil, incluindo várias tendências de esquerda com forte influência do PCB. “Principal objetivo: campanhas contra carestia e pela libertação de presas políticas.” (MPMP, 2005, p. 42) No Brasil, os estudantes, músicos, artistas saíram às ruas para denunciar o regime militar que passou a vigorar no país a partir de 1964. Em 1968, o governo militar institui o AI-5 (Ato Institucional n.º 5), através do qual concretizou a ditadura ao decretar o fechamento do Congresso, estabeleceu a censura aos meios de comunicação e passou a prender e a julgar arbitrariamente qualquer pessoa que fosse considerada contra o regime, denominados de subversivos. (SEED, 2006, p.385).

A partir de 1968, a luta contra a ditadura militar se intensifica através de

luta armada dando destaque,

Texto 6 a Aliança Nacional Libertadora (ALN), o Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8) e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). A repressão aos integrantes destes grupos era muito intensa. Centenas de pessoas foram presas, torturadas e/ou mortas. (SEED, 2006, p.386).

A partir da década de 70, o movimento negro começa a se organizar no

Brasil. “Em 1978, os movimentos negros se organizaram formando o Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNUCDR).” (SEED, 2006, p. 391). Em 1983, em cascavel PR,

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Texto 7

Centenas de trabalhadores rurais decidiram fundar um movimento social camponês, autônomo, que lutasse pela terra, pela Reforma Agrária e pelas transformações sociais necessárias para o nosso país. Eram posseiros, atingidos por barragens, migrantes, meeiros, parceiros, pequenos agricultores... (www.mst.org.br)

A partir daí esses lutadores formaram o MST (Movimento Sem Terra). MST “se organiza em torno de três objetivos principais: lutar pela terra; lutar por Reforma Agrária; lutar por uma sociedade mais justa e fraterna.”

(www.mst.org.br).

O Paraná também tem sua história de lutas,

Texto 8 O Paraná é historicamente, um estado marcado pelas lutas por terra: a Revolta do Contestado (1912-1916); o Levante do sudoeste e a Revolta de Porecatu, no final dos anos 50, são o berço do que se constituiria mais tarde, o movimento dos trabalhadores rurais Sem Terra. (César Sanson, apud). Após 55, ganha força o sindicalismo rurais e se organizam as Uniões gerais de Trabalhadores, que eram ecléticas, envolvendo grupos rurais e urbanos. (César Sanson, apud). O período pós-64 até o meado da década de 70 foi caracterizada pelo silenciamento dos movimentos sociais e da mobilização sindical. A política do governo militar era a prática assistencialista, avanço tecnológico, infra-estrutura básica e educação especializada, a fim de reduzir a prática reivindicatória, além de muito autoritarismo. Entretanto no final da década de 70, a desapropriação de terras produtivas para a construção de barragens das usinas hidrelétricas faz emergir uma ampla ação de movimento populares e sindicatos, para exigir seus direitos com relação a falta de indenização e/ou preços extremamente baixos das terras. Em 1981 surgiu o MASTRO – movimento dos Agricultores Sem-Terra no Oeste do Paraná, como

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um desdobramento do Movimento “Justiça e Terra”. Na região Norte, foi criado o MASTEL (Movimento dos Agricultores Sem-Terra do Leste) e na região sudoeste, o MASTES (Movimento dos Agricultores Sem-Terra do Sudoeste) incorporando também reivindicações quanto às condições de trabalho, produção e comercialização. De julho de 1981 até 1986 muitos congressos e encontros regionais e estaduais foram realizados: em Medianeira, a 1ª Assembléia Estadual de Agricultores; em Cascavel, o 1ª encontro sobre Barragens do Sul do Pais; encontro de Articulação Nacional dos Movimentos Populares e Sindicais (ANAMPOS), que, entre outras coisas, discutia a formação da CUT (Central Única dos Trabalhadores); o 1º Congresso Nacional de Agricultores Sem Terra, em Curitiba. A partir de 1987, foi criada a fundação da associação de Mulheres Rurais e mais tarde, houve a formação de grupos de mulheres através de cooperativas. (MPMP, 2005, p. 77 a 88).

Observa-se que em Cambé a construção dos movimentos sociais

aconteceu mais especificamente através das associações de bairros. Neste sentido René Rémond diz que:

Texto 10 Pensando bem, praticamente não existe outra atividade que atinja um número maior de homens e mulheres, pelo menos nos países democráticos. O princípio segundo o qual todos os cidadãos são iguais entre si e são chamados a participar das grandes escolhas políticas faz da política a "coisa de todos". Mesmo que nem todos façam uso desse direito, todos são chamados, todos estão comprometidos. De outro lado, a política, o que é decidido, não lhes é indiferente. É da política que depende com freqüência seu nível de vida, sua segurança e até, em alguns casos, sua própria existência. Mesmo que não se interessem pela política, a política os alcança. Quando um governo decide declarar guerra, todos os homens e mulheres daquele país são envolvidos. (Rémond. 1994, p. 18)

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11. QUESTÕES PARTIDÁRIAS

Vejamos alguns aspectos da vida partidária em Cambé. A vida política

de Cambé sempre seguiu um caminho conservador desde a sua fundação. As

lideranças políticas cambeenses, desde 1930, enfileiraram-se em políticos que

estavam no poder tanto a nível estadual como nacional. Raramente, ou quase

nunca, na história política de Cambé, dentre aqueles que ocuparam o poder

houve tendência ideológica esquerdista. A busca pelo poder na prefeitura

sempre foi por um cargo de prefeito ou de vereador e nunca por projeto de

desenvolvimento ou até mesmo ideológico.

É importante ressaltar que desde 1ª Legislatura: (1947-1951) à 5ª

Legislatura (1963 a 1969) os partidos que dominaram o poder local são: PSD,

UDN, PTB, PR, PSP e ARENA. O PML (Partido Municipalista de Londrina) veio

para “Nova Dantzig, o sub-diretório desse partido local foi formado a 12

de setembro de 1937 em reunião presidida pelo Dr. Willie Davids.” (Gonzales Neto, 1968, p. 43). Em 1945, “em Cambé é constituído o sub-diretório da UDN e começa a aglutinação em torno de outras siglas partidárias como o novo PSD (Partido Social Democrático)”. (Gonzales

Neto, 1968, p. 45). Assim como também foram formados os partidos: PTB

(Partido Trabalhista Brasileiro) e o PRP (Partido de Representação Popular).

A representação popular nestes partidos é praticamente inexistente,

visto o que diz Gonzales Neto:

Texto 11 O pequeno núcleo urbano de Cambé, então distrito de Londrina, possui uma escassa representação de operários no conjunto de sua população, mas a representação de colonos é grande visto que a maioria da população do distrito está localizada na Zona Rural e o sistema fundiário que embasa essa população é o da pequena e média propriedade. Em Cambé, o PTB exemplifica a situação descrita por Maria Izaura pois, nos vinte anos de regime constitucional de 1946, teve entre seus componentes, proprietários rurais, comerciantes, profissionais liberais, além de trabalhadores propriamente ditos. Assim a representatividade política do distrito é conduzida pela camada

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proprietária, constituída de pequenos e médios proprietários rurais, a que se juntam comerciantes liberais, funcionários que aglutinam o apoio das camadas populares basicamente formadas por colonos e comerciante. (1968, p. 47 e 48).

No dia 27 de outubro de 1965, o governo militar, com o objetivo de

avançar com a repressão, baixou o Ato Institucional nº 02 que extinguia o

pluripartidarismo e adotando o bipartidarismo: ARENA (Aliança Renovadora

Nacional), partido da situação que representava os militares; e o MDB

(Movimento Democrático Brasileiro), partido da oposição. Essa composição

nacional acontece em nível de município, no caso, Cambé.

Enquanto que da 6ª Legislatura (1969 – 1973) à 11ª Legislatura (1993 –

1996) os partidos que permaneceram no pode são: MDB, (que mais tarde se

tornou PMDB) E PDT. Hoje esses partidos são oposições no poder local.

Nas próximas legislaturas o mesmo grupo continuará dando as cartas no

poder local, mas agora em outros partidos como PTB, PSDB e essa dinâmica

segue até a décima quinta legislatura, que á a atual.

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12. POLÍTICA AMBIENTAL

Rapidamente, vejamos alguns aspectos do meio ambiente em Cambé.

A questão do meio ambiente é discutida em todos os níveis da sociedade,

comunidade em geral, entre os governantes e empresários, porém pouca coisa

tem acontecido de concreto em relação à preservação e sustentabilidade do

meio ambiente. A exemplo de outras localidades, Cambé também tem a sua

parcela de culpa na degradação do meio ambiente.

Texto 12 As terras onde se localiza o atual município de Cambé eram compreendidas por uma imensa floresta e nestas terras viveram diversos povos indígenas a base de caça, pesca, coleta de frutas, plantas e raízes e de uma agricultura rudimentar. Eram livres, donos da terra e viviam com muita abundância, apesar das técnicas aparentemente simples que utilizavam. (Rosangela Nogueira, 2008. p.14) A imensa maioria da vegetação e dos animais foi devastada no processo de colonização, primeiro com o intuito de retirar a madeira para corte e venda, outro fator de igual importância foi o aproveitamento da terra roxa para o plantio especialmente do café. (Rosangela Nogueira 2008. p. 22)

A degradação do meio ambiente praticada com a ação humana em

Cambé foi grande e Gonzales Neto relata que

Texto 13

A indústria madeireira representada por 5 serrarias evidencia a atividade predatória que foi a indiscriminada derrubada Da densa floresta que cobria a ubérrima terra roxa do setentrião paranaense; atividade essa praticada pelas inúmeras serrarias aqui estabelecidas de e pelos colonos que não respeitavam a cláusulas no contrato de compra que estabelecia a reserva de

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10% por imposição da lei , nas terras adquiridas. (1968, p. 34).

Em Cambé, a ausência de políticas públicas voltada para a natureza tem

levado alguns setores da sociedade a se organizarem e lutarem pelo meio

ambiente. Há cinco anos têm ocorrido passeatas e caminhadas para

sensibilizar a sociedade, no sentido de tomar consciência e se comprometer

pela causa da sustentabilidade do meio ambiente no município. Essas

organizações vêm reivindicando a preservação dos mananciais, das nascentes,

dos fundos de vale, da coleta seletiva do lixo e da conscientização do cidadão

em preservar e cuidar do nosso eco sistema. Agora é o momento de se

conscientizar, entender, compreender, estudar e propor ações humanas que

venham contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade sustentável.

Neste momento da implementação, a meta é o engajamento dos alunos

em movimentos sociais, participação comunitária e compromisso de cidadania,

é fazer com que os estudantes se saiam do comodismo que o sistema lhes

impõe. Esse é o momento em que os alunos, por meio de reflexões em torno

de alguns documentos, poderão ter um olhar diferente. Para realizar este

estudo, a sala foi dividida em grupos.

A questão proposta é: O que impedem os jovens de participarem de

movimentos sociais?

Grupo 1: “Falta de conhecimento, interesse e alguém que

organize”.

Grupo 2: “Os novos movimentos sociais que sempre

colocam em questão a validade dos padrões existentes do

mundo da vida , como as normas e legitimidade.”

Grupo 3: “O que impede os jovens de participarem de

movimentos sociais é principalmente a falta de vontade,

insegurança de si próprio. Na maioria das vezes, os jovens

quando pensam em participar de algum movimento social já

têm a idéia de que nada poderá dar certo.”

Grupo 4: “Falta de vontade, de querer, e não se expor.”

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Grupo 5: Falta de interesse, informação, motivação,

coragem, comprometimento, organização, responsabilidade,

criatividade e determinação.”

Apesar do GTR não fazer parte da implementação, essa questão

também foi dirigida aos colegas, onde os mesmos permitiram que as respostas

fossem aqui compartilhadas.

O Professor Fernando fez esta observação: “São vários os

mecanismos que levam os nossos alunos à ausência de

qualquer participação em movimentos sociais, dentre os quais

destacamos alguns: O sistema sócio-político econômico na

atual conjuntura cria obstáculos que de um modo geral leva

não só os alunos, mas as pessoas, a uma apatia e

consequentemente ao conformismo de que “tudo está bom, a

vida é mesmo assim, se mudar é perigoso piorar. Finalmente,

não menos importante, nos deparamos com a falta de

conscientização de certos professores, que deixam de levar a

cabo as suas responsabilidades em relação à

autoconscientização sócio-política e à conscientização de seus

próprios alunos.”

A Professora Jaqueline sinalizou assim: “Eu vejo que o

sistema capitalista tem gerado, dentre outras situações, o

isolamento, o individualismo. Há uma dificuldade em

reconhecer a necessidade do coletivo à consciência do

exercício da cidadania, o que gera o distanciamento entre as

pessoas, por causa da correria da vida diária em busca da

obtenção, do” ter”, ou seja, as pessoas acabam se envolvendo

com essa rotina e se esquecem da participação, da

responsabilidade social.”

A Professora Luciana fez estas ponderações: “O

comportamento de nossos alunos apatia, indiferença à política,

às questões sociais" é o reflexo da sociedade capitalista em

que vivemos, como já foi dito pelos colegas. Mas o que mais

me assusta como professora é como o significado do "coletivo"

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se perdeu ao longo do tempo. Vivemos a era do "imediatismo"

e torna-se difícil persuadir as pessoas, principalmente nossos

alunos, a alcançar objetivos em prol do coletivo, pois os

resultados são a longo prazo. O individualismo, característico

do sistema capitalista, acaba se sobrepondo ao coletivo. Nesse

sentido, é muito importante trabalhos como o do Prof. Elias,

pois podemos resgatar esse sentimento do coletivo e trazer o

aluno para o exercício da cidadania!”

A Professora, Rozilda fez esta análise: “Acredito que a

maioria dos jovens e alunos estão adormecidos, desmotivados

sobre política, acho que a descredibilidade vem da formação,

das oligarquias que foram implantadas desde a Grécia antiga

(Esparta) e democracia (Atenas) até os dias atuais, narradas

pela própria história. Percebo que as pessoas, de modo geral,

não dão o devido valor de exercer sua plena cidadania, falta

conhecimento sobre a importância política a nível de

intervenção Brasil-Estado-Município-Bairro, enfim, administrar

sua própria vida. Falta acreditar na democracia, lutar pelo bem

comum.”

Retornando aos alunos (as), foi proposta esta questão, tendo por foco

estas duas citações: “Todo cidadão tem o direito de expor em público seus

interesses e suas opiniões, vê-los debatidos pelos demais, e aprovados ou rejeitados pela maioria”. (Chaui), “maior consciência de sua capacidade de produzir novos significados e novas formas de vida e ação social.” (Outhwaite) e mais o texto 1.

Elabore um texto de 10 a 15 linhas descrevendo sobre a importância da

cidadania e a participação na comunidade.

O grupo 1: “Nós temos que mudar nossa forma de pensar

e parar de falar ‘para que lutar, se talvez não ganhamos nada.

Nós temos que começar a lutar, porque se não ganharmos

alguém poderá ganhar no futuro, temos que parar de ver os

outros fazerem e tomar uma iniciativa e começar a participar

da sociedade.Temos que ter consciência de até onde podemos

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chegar, temos o direito de expor nossos interesses, nossa luta

pode dar novos padrões à sociedade. Se antigamente os

negros e as mulheres não tivessem conquistados os direitos

que tem hoje, provavelmente a história deles seria amarga e

sem perspectivas.No passado, as lutas aconteceram porque

eles acreditaram e plantaram a semente. Então, por que hoje é

diferente? Nós temos que começar e parar de ver os outros

fazerem e começar a fazer.”

O grupo 2, “Cidadão é o habitante de um estado livre, com

direitos civis e políticos; consequentemente, cidadania consiste

nas conquistas da sociedade e é de suma importância, pois

cada um fazendo sua parte como cidadão, exigindo um

cumprimento correto das leis, é possível viver em um ambiente

mais justo, onde há respeito recíproco. Há várias formas de

exercer a cidadania, desde a mais simples, como jogando o

lixo no lixo, e cobrando da administração pública bons serviços

para a comunidade. Com certeza teremos ‘bons resultados se

corrermos atrás’ de nossos direitos e dos direitos da nossa

comunidade que muitas vezes não são cumpridos pela

administração. O respeito é fundamental para a convivência

das pessoas em qualquer lugar.”

Grupo 3, “Para formar uma cidadania é necessário ser um

cidadão, ou seja, indivíduo que tem direitos políticos e civis.

Sendo assim, a cidadania é formada pela condição de cidadão.

É muito importante para o debate, discutir sobre o interesse de

cada um, mesmo sabendo que nem tudo que é discutido pode

ser aprovado. A participação da cidadania na comunidade é

sempre visível, pois cada um tem uma condição diferente de

participação, nem sempre os pensamentos de todos os

cidadãos são iguais, mas é nesse momento que a comunidade

se unem para uma transformação na sociedade, buscando

alterar algo de errado na política, para ter os seus direitos

garantidos.”

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Grupo 4, “É importante participar e “ficar ligado” nos

acontecimentos em nosso município, mas a maioria das

pessoas não se importa com que acontece com os pobres que

sofrem silenciosamente e que amargam uma vida dura sem

perspectivas.”

Grupo 5 “Expor suas opiniões, ideias e seus interesses em

debates com a comunidade é de extrema importância. Para se

ter consciência sobre o grau da importância da cidadania na

sociedade, não precisamos buscar ou encontrar em livros,

jornais, revistas e na mídia. As pessoas têm que começar a

participar dos movimentos sociais a partir de suas

necessidades, que fazem parte de sua realidade, porque é isso

que vai fazer com que todos nós tenhamos mais capacidade

de fazer novas ações sociais, mudança na forma de vida e de

obter novos significados e assim exercer a nossa cidadania.”

Objetivo da organização popular é despertar nos alunos a importância

das mobilizações através dos sindicatos, pois só é possível conquistar justiça,

direitos e benefícios por meio da organização popular. Esta questão é

pertinente neste sentido.

No texto 4, percebe-se que a influência dos trabalhadores foi importante

na formação dos sindicatos. Explique as lutas e as mobilizações realizadas

pelos sindicatos.

As respostas dos grupos seguiram este caminho.

Grupo 1: “Lutas pela redução da jornada de trabalho, pela

melhoria das condições de trabalho, pelo aumento do salário e

pela definição das formas de pagamento. A primeira grande

mobilização operária da nascente indústria brasileira ocorreu

em 1903, na indústria têxtil do Rio de janeiro. Em 1907,

ocorreram novas paralisações, dessa vez em São Paulo,

Santos, Ribeirão Preto e Campinas, envolvendo trabalhadores

da construção civil, metalurgia, indústria de alimentos, gráficos

e têxteis.”

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Grupo 2: “As primeiras grandes mobilizações operárias da

nascente indústria brasileira ocorreram em 1903, na indústria

têxtil do Rio de Janeiro.Em 1907, ocorreram novas

paralisações, em São Paulo, Santos, Ribeirão Preto e

Campinas, envolvendo trabalhadores da construção civil,

metalurgia, indústria de alimentos, gráficos e têxteis. A greve

de 1917, em São Paulo, também teve início no setor têxtil e

depois se espalhou por empresas de outros ramos.”

Grupo 3: “No Brasil, os sindicatos tiveram início no século

XX. Nos sindicatos, os trabalhadores organizaram lutas pela

redução das jornadas e pela melhoria nas condições de

trabalho, pelo aumento de salários e para definir as formas de

pagamento. Algumas das mobilizações operárias ocorreram

em 1903 na indústria têxtil do Rio de Janeiro. Em 1907

ocorreram novas paralisações em São Paulo, Santos, Ribeirão

Preto e Campinas envolvendo trabalhadores da construção

civil, indústria de alimentação, têxtil, etc. Em 1917, houve uma

greve que teve início em São Paulo, começou no setor têxtil e

que se espalhou para empresas de outros ramos.” O grupo 4 e

5 seguiram as mesmas colocações dos grupos 1, 2 e 3.

Em Cambé já houve algum movimento com participação popular? Nesta

pergunta a intenção é saber até que ponto os nossos estudantes conhecem, se

já ouviram falar, se os pais comentam sobre algum movimento popular no

município.

O grupo 1, 4 e 5 responderam apenas que sim.

Grupo 2: “sim. Um exemplo foi na década de 80. O objetivo

era organizar uma associação de bairro influenciada por

lideranças de pastorais religiosas, onde houve a participação

direta através de reuniões para discutir pautas do bem comum

do cidadão.”

Grupo 3: “Sim. Foi na década de 80, influenciada pela

cidade vizinha de Londrina, onde existiam movimentos

populares mais estruturados, como: sindicatos, associações de

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bairros e pastorais. O ponto forte dos movimentos sociais em

Cambé, se deu na organização de associações de bairros,

influenciadas por lideranças de pastorais religiosas, onde

houve uma participação direta tanto do povo como dos

dirigentes políticos para discutirem pautas relacionadas ao bem

comum dos cidadãos. No Município de Cambé já houve

participação popular. Alguns bairros tiveram participação

importante e fundamental na luta contra a panela vazia.”

Esta última pergunta com referência aos movimentos sociais tem o

propósito de verificar o espírito de liderança e o nível de liderança dos nossos

estudantes. Caso você, fosse um representante da comunidade na Câmara

dos Vereadores ou fosse um representante da associação dos moradores, que

tipo de reivindicação você proporia na área do meio ambiente para a sua

comunidade e para o município levando em consideração as nove ações dos

Parâmetros Curriculares?

Grupo 1: “Fazer mutirão para coleta do lixo, plantar árvores

no centros urbanos, mutirão contra a dengue, preservação das

matas, realização de pistas para caminhadas nos bosques e

preservação dos nossos rios.”

Grupo 2: “Colocação de recipientes para reciclado em cada

ponto principal da cidade, onde todos ajudariam.”

Grupo 3: “Criaria um projeto onde as pessoas teriam que

fazer a coleta seletiva de seu lixo, e cada cidadão teria

descontos em seus impostos. Um projeto para a

conscientização das pessoas para o devido cuidado do meio

ambiente”

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13. OFICINA SOBRE OS BANERS DO FOTÓGRAFO ARTHUR EIDAM.

Nesta última parte da implementação em sala de aula, os alunos foram

incentivados a trabalhar com imagens sobre a história de Cambé. Essas

imagens estão expostas em 40 baners que narram à trajetória política,

econômica, social, cultural e ambiental desde o surgimento de Cambé até os

dias atuais. Esses baners foram cedidos pelo Museu Histórico de Cambé, os

quais ficaram expostos no pátio do colégio durante a semana cultural para

serem apreciados e viajarem pelo tempo histórico de Cambé.

Arthur Adolpho Eidam nasceu em 28 de junho de 1917, em Bom Jardim,

distrito de Ipiranga, Estado do Paraná. Devido à crise da Bolsa de Valores de

1929, resolveu migrar para o Norte do Paraná, mais precisamente na região de

Rolândia. Depois da morte de seu pai Max, Arthur recebeu a visita de um

amigo

Chamado August Lange, que era fotógrafo ambulante de profissão. Em pouco tempo ensinou os segredos básicos da arte da fotografia. Com 23 anos de idade, Arthur Eidam estabeleceu-se em Nova Dantzig. A maioria das fotos retratava senhoras, moças e rapazes da sociedade, com suas roupas dominicais nas saídas das missas ou em pequenas festas dos finais de semana e feriados da cidade. Também o trabalho foi registrado, tais como derrubadas de matas, o início das plantações de lavouras e a alegria das colheitas. Aspectos da pequena vila também, suas ruas esburacadas, casas de comércios com sua arquitetura característica de povoações localizadas na fronteira da colonização. Enfim parte da memória fotográfica de Cambé foi registrada nas lentes do fotógrafo Arthur Eidam. Em cores ou preto e branco, Arthur Eidam prestou inestimável serviço à história de Cambé, eternizando imagens do cotidiano de nossa cidade por quase 40 anos. Cenas de pioneiros em suas lavouras, de homens e mulheres nos bailes e quermesses, além de acompanhar as mudanças da pequena vila que foi se transformando em cidade. (Cambé nas lentes de Arthur Eidam/Museu Histórico de Cambé, 2009, p. 14, 18 e 21).

Na mesma metodologia, os alunos foram divididos em grupos para

pesquisar nos baners do fotógrafo Arthur Eidam, fotos ou imagens que

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caracterizassem movimentos sociais, organização social ou associação de bairros.

Grupo 1: escolher o baner do Parque Histórico Municipal

Danziger Hot, local de chegada do primeiro núcleo de

imigrantes a futura cidade de Cambé. Outra imagem que

caracteriza ideia de organização social é a imagem onde os

estudantes se encontram para um evento cívico.

O grupo 2 escolheu o baner da família Tkotz. Neste baner

há quatro imagens. A foto 1 é sobre a inauguração: que

caracteriza organização social, pois há um grupo distinto de

pessoas interagindo entre si com o objetivo de festejar. Foto 2:

visita de estudante à casa da família Tkotz. Foto 3: a casa

sendo transportada pela Br. Organização social, onde um

grupo de pessoas teria se reunido e decidido a transportar a

casa para um local onde seria melhor protegida e mais

visitada. Foto 4: Família Tkotz. Organização familiar.

Grupo 3: Este grupo escolheu o baner sobre o Museu

Histórico de Cambé. Neste baner há cinco imagens: a primeira

foto evidencia a união de estudante de um grupo escolar com o

objetivo de aprender e realizar atividades cívicas; a segunda

imagem retrata um projeto comunitário que caracteriza uma

organização social com o apoio dos estudantes; a terceira

imagem mostra uma sala de arqueologia onde há estudantes

curiosos observando inúmeros objetos históricos; a quarta

imagem há uma organização social onde um grupo de pessoas

demonstra interesse e compartilha o modo de agir, pensar e de

troca de ideias; a quinta imagem retrata uma sala de exposição

de objetos antigos que nos transmite a história do povo de

Cambé.

Nos baners do fotógrafo Arthur Eidam há várias fotos históricas

que retratam a vida cotidiana nos anos 40, 50, 60 e 70. Compare a situação da vida das pessoas de hoje de Cambé com daquela época. O que mudou ou transformou? O que permaneceu? Semelhanças?

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Diferenças? Pesquise, pense, troque ideias com seus colegas e faça um relatório.

Grupo 1: Como podemos ver, que desde os anos 40

Cambé vem sofrendo mudanças. Nossa praça atualmente

possui uma fonte com luzes e sons, várias árvores, bancos etc.

Antigamente era uma pequena praça sem bancos e com

poucas árvores. Tudo mudou com o passar do tempo. As

pessoas também vêm se industrializando, se atualizando com

a modernidade, na maneira de se vestir e de agir. As

brincadeiras, os brinquedos também foram mudando, com a

influência da tecnologia. Na época de nossos pais, os

brinquedos eram bonecas feitas de espiga de milho e carrinhos

de madeira. Já nos dias de hoje os brinquedos infantis se

modernizaram, surgindo os “laptops” e vídeogames e dentre

outros. Algumas brincadeiras antigas ainda permanecem nas

escolas como a “ciranda” e “amarelinha”. Podemos concluir

que com o passar do tempo as coisas mudaram muito e vão

continuar mudando.

Grupo 2: A convivência com as pessoas antigamente era

muito melhor, todos se respeitavam, havia maior segurança,

porém, hoje, com a modernidade tivemos várias inovações,

principalmente na área da saúde que melhorou muito. Com o

tempo, ruas mudaram de nome e surgiram novos bairros. No

passado havia muitas matas e poucas cidades e hoje temos o

inverso.

Grupo 3: Vimos que desde os anos 40, Cambé sofreu

muitas transformações. Um dos baners do fotógrafo Arthur

Eidam nos mostra a Avenida Inglaterra em 1949, mostra a

antiga estação rodoviária que se localizava onde atualmente é

a Praça Getúlio Vargas. Essa antiga rodoviária se parecia com

uma pequena casa de madeira. Na Praça Getúlio Vargas,

atualmente, possui uma fonte com luzes e sons, várias árvores,

bancos e onde em finais de ano, na época do natal, é

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enfeitada. Na praça se construía casinha de Papai Noel para

distribuir doces às crianças, e possuía poucos bancos e

árvores. Tudo mudou dos anos 40, 60 até os dias atuais, assim

como a cidade e o estado. As pessoas também vêm se

industrializando, se atualizando com a modernidade, através da

maneira de se vestir e de agir. Antigamente, o comprimento

dos vestidos e saias era até o joelho, diferente de hoje, que

usam roupas curtas. Antes, os homens não usavam brincos ou

acessórios no geral, como pulseiras, colares e correntes, hoje é

comum. As brincadeiras, os brinquedos também foram

mudados por influência da tecnologia. Nossos pais, que são da

década de 60, 70, quando crianças brincavam com bonecas

feitas de espiga de milho e carrinhos de madeira batido com

prego. Hoje, os brinquedos infantis são “laptops” e vídeogames

que ajudam no desenvolvimento das crianças. Algumas coisas

são semelhantes, como jogos de “amarelinha”, uma brincadeira

antiga que permanece nas escolas, e algumas modas que

voltam com o tempo, como roupas de bolinhas e calças “bicos

de sino”, modas que vão e voltam, mas a única coisa que

permanece é a fé de nossos cristãos. O resto tudo muda, ou

melhor, se moderniza.

No intuito de levar os alunos a aguçar a imaginação através das

imagens dos pioneiros explícitas nos baners do fotógrafo, propus esta questão.

Nos baners do fotógrafo Arthur Eidam, há várias fotos que retratam a presença dos primeiros pioneiros de Cambé ainda na época de Nova

Dantzig. Imagine que você e o seu grupo estivessem no lugar desses pioneiros desbravado essa região. Escreva uma carta para o prefeito de sua cidade relatando as suas experiências, dificuldades que estão passando no meio da mata e reivindicando melhoria para a região.

O grupo 1 refletiu esta questão desta forma: Antigamente

os moradores sofreram com a falta de asfalto, pois as

estradas eram de chão batido.Havia dificuldades com a

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questão da saúde, pois não havia postos de saúde, os

moradores sofriam também com a falta de transporte. A

educação também era um caso complicado, pois não havia

escola para todos, muitas pessoas não tinham condições de

frequentar uma escola. Achamos que para melhorar deveria ter

mais escola, algum tipo de unidade de saúde, transporte e

asfalto. Com isso a cidade de Cambé melhoraria muito.

O grupo 2 relatou a questão desta forma: Caro Prefeito.

Agradecendo as pelas terras que nos deu, informamos que

mesmo com dificuldades conseguimos construir nossa casa

com recurso da mata, e temos uma boa renda que tiramos da

nossa terrinha. Hoje temos dois filhos e conseguimos nos

alimentar bem. Um deles, Arthur, o qual gosta muito de

fotografias. Também salientamos que as estradas estão muito

precárias e quase não conseguimos passar com nossas

carroças. A saúde de nossa cidade está fragilizada, então

pedimos que faça as devidas melhorias.

O grupo 3 fez esta análise sobre a questão acima:

Antigamente se fazia pouquíssimo para as necessidades da

população. Fazer estradas não era prioridade de governo. Para

o povo do campo, as suas necessidades era obter ferramentas

como machado, serrote, trançador e outros instrumentos para

desbravar a mata, é claro que melhor seria se houvesse mais

transporte naquele tempo, pois os habitantes precisavam se

deslocar de um lugar para o outro. As pessoas ficavam debaixo

do sol para esperar os transportes chegarem. Achamos que

deveria haver pontos de ônibus para facilitar um pouco mais, e

no caso da rodoviária, deveria aumentar e construir banheiros

para o uso diário.

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14. CONCLUSÃO

Vejo que este trabalho realizado em sala de aula na forma de

implementação trouxe resultados positivos. Primeiro porque os alunos se

interessaram pelo assunto; segundo que os conteúdos trabalhados são

pertinentes à área da política e da vida cotidiana, nas quais os alunos e seus

familiares estão inseridos, o que acaba aguçando a curiosidade dos mesmos.

De um modo geral, os alunos participaram de forma efetiva na construção do

conhecimento histórico através de construção de texto, de seminários, de

análise de imagens e principalmente na participação da semana cultural com

as apresentações dos baners. No decorrer da caminhada da implementação,

houve aqueles alunos descompromissados, que não tiveram participação ativa

e efetiva no processo da implementação. A causa da não participação destes

alunos não é exclusividade da disciplina de história, mas é uma realidade que

se observa em todas as disciplinas do Ensino Médio. Os resultados do

processo da aprendizagem dos alunos expressos nesse trabalho podem trazer

ao coletivo do colégio a esperança de que os estudantes têm condições de se

organizarem e se interessarem em participar de algum movimento popular e

poder colocar em prática aquilo o que se aprendeu em sala de aula. São essas

atitudes de pensamento que levam os estudantes a mudarem de postura e

assumirem novos conceitos de cidadania que possam transformar a sociedade.

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