eletricidade riscos existentes

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UNIJUÍ UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO CONSTRUÇÃO, MANUTENÇÃO E AMPLIAÇÃO DE REDES E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS: RISCOS EXISTENTES E MEDIDAS DE PROTEÇÃO JAMES DESSUY APPEL Ijuí/RS 2012

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Page 1: Eletricidade   riscos existentes

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ENGENHARIA DE

SEGURANÇA DO TRABALHO

CONSTRUÇÃO, MANUTENÇÃO E AMPLIAÇÃO DE REDES E

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:

RISCOS EXISTENTES E MEDIDAS DE PROTEÇÃO

JAMES DESSUY APPEL

Ijuí/RS

2012

Page 2: Eletricidade   riscos existentes

2

JAMES DESSUY APPEL

CONSTRUÇÃO, MANUTENÇÃO E AMPLIAÇÃO DE REDES E

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:

RISCOS EXISTENTES E MEDIDAS DE PROTEÇÃO

Monografia apresentada ao Curso de Pós-

Graduação Lato Sensu em Engenharia de

Segurança do Trabalho como requisito

parcial para a obtenção do título de

Especialista em Engenharia de Segurança do

Trabalho.

Orientador: Prof. Fernando Wypyszynski

Ijuí/RS

2012

Page 3: Eletricidade   riscos existentes

3

JAMES DESSUY APPEL

CONSTRUÇÃO, MANUTENÇÃO E AMPLIAÇÃO DE REDES E

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS:

RISCOS EXISTENTES E MEDIDAS DE PROTEÇÃO

Monografia defendida e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo

membro da banca examinadora

Banca examinadora

____________________________________________

Prof. Fernando Wypyszynsky, Esp. – Orientador

____________________________________________

Prof. Cristina Eliza Pozzobon, Mestre

Ijuí, março de 2012

Page 4: Eletricidade   riscos existentes

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por estarmos aqui hoje,

e por todas as coisas boas que acontecem.

Agradeço principalmente a minha mãe, Rosane, pelo

apoio incondicional em todas as horas, e por todo o

sacrifício e amor que tem por mim.

Agradeço a minha namorada Luciana, que me faz ver a

vida diferente todos os dias, e me ensina como é amar

uma pessoa.

Agradeço ao Professor Orientador e demais professores

pelas orientações e conhecimentos adquiridos no

decorrer do curso.

Aos amigos que sempre estiveram ao meu lado dando o

apoio necessário para a conclusão desta etapa.

Page 5: Eletricidade   riscos existentes

5

RESUMO

Nos dias atuais é fato inquestionável a necessidade que o homem tem de utilizar a energia

elétrica em seu cotidiano. Dentro deste contexto, os riscos elétricos decorrentes de

instalações inadequadas devem ser extintas das obras, considerando-se que as “instalações

temporárias” não significam “instalações improvisadas” (JÚNIOR, 2007). Sendo a

eletricidade uma fonte de perigo, podendo causar a morte, mesmo quando utilizada em

“baixas tensões” (110 volts ou 220 volts), toda instalação elétrica deve ser executada de

forma segura e por um profissional qualificado. Neste sentido, o presente trabalho tem como

objetivo transmitir informações necessárias à realização de instalações elétricas visando à

prevenção de acidentes de origem elétrica, através de medidas preventivas e de proteção

contra contatos com eletricidade.

Palavras chave: Instalações elétricas; choque elétrico; segurança no trabalho.

Page 6: Eletricidade   riscos existentes

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Percurso da corrente elétrica no corpo humano ...................................................... 15 Figura 2: Quadro principal de distribuição ............................................................................ 17

Figura 3: Quadro intermediário .............................................................................................. 17 Figura 4: Quadro terminal fixo .............................................................................................. 18

Figura 5: Quadro terminal móvel ........................................................................................... 18 Figura 6: Ilustração dos quadros de distribuição em uma construção vertical ...................... 19

Figura 7: Chaves elétricas ...................................................................................................... 20 Figura 8: Altura mínima para instalações aéreas ................................................................... 21 Figura 9: Sinalização de fiação subterrânea ........................................................................... 21

Figura 10: Sinalização de fiação subterrânea e escavação de vala ........................................ 22

Figura 11: Tomadas e plugues blindados ............................................................................... 22 Figura 12: Luminárias blindadas ............................................................................................ 23 Figura 13: Distância de trabalho com equipamentos ............................................................. 24

Figura 14: Contato direto com rede energizada ..................................................................... 25 Figura 15: Distância mínima de trabalho ............................................................................... 26

Figura 16: Barreiras de proteção ............................................................................................ 26 Figura 17: Obstáculo em frente à subestação ......................................................................... 27 Figura 18: Isolamento de emenda .......................................................................................... 27

Figura 19: Contato indireto .................................................................................................... 28 Figura 20: Painel com DR’s ................................................................................................... 29

Figura 21: DR´s ...................................................................................................................... 29 Figura 22: Betoneira aterrada ................................................................................................. 30

Figura 23: Capas de proteção ................................................................................................. 31 Figura 24: Goleira sobre rede de 23 kV ................................................................................. 31 Figura 25: Goleira sobre estrada e rede de 23 kV .................................................................. 31 Figura 26: Manutenção em rede elétrica ................................................................................ 32 Figura 27: Botinas de couro ................................................................................................... 32

Figura 28: Luvas isolantes ..................................................................................................... 33 Figura 29: Luvas de cobertura ................................................................................................ 33 Figura 30: Óculos de segurança ............................................................................................. 34 Figura 31: Capacetes de segurança ........................................................................................ 34 Figura 32: Cinto de segurança/talabarte ................................................................................. 35

Figura 33: Caneta para detectar tensão .................................................................................. 35 Figura 34: Barreiras de sinalização ........................................................................................ 36

Figura 35: Aterramento do caminhão guindauto ................................................................... 38 Figura 36: Aterramento do caminhão guindauto ................................................................... 38

Page 7: Eletricidade   riscos existentes

7

Figura 37: Operador do caminhão guindauto ......................................................................... 38 Figura 38: Colaboradores colocando as capas isolantes no poste a ser levantado ................. 38

Figura 39: Capas protetoras devidamente presas em seu lugar .............................................. 39 Figura 40: Instalação do poste em seu local definitivo .......................................................... 39 Figura 41: Entrada de energia próximo ao galpão ................................................................. 39 Figura 42: Poste de entrada de energia próximo ao galpão ................................................... 39 Figura 43: Caixa de inspeção próxima ao galpão .................................................................. 40

Figura 44: Instalação elétrica no interior do galpão ............................................................... 40 Figura 45: Quadro de distribuição .......................................................................................... 40 Figura 46: Fiação .................................................................................................................... 40 Figura 47: Motor .................................................................................................................... 40 Figura 48: Acionamento do motor ......................................................................................... 40

Figura 49: Poste com transformador na entrada principal de energia da fazenda.................. 41 Figura 50: Entrada principal de energia ................................................................................. 41

Figura 51: Caixa de medição de energia ................................................................................ 41 Figura 52: Ligação do poste até a subestação da cooperativa ................................................ 44 Figura 53: Entrada de energia da subestação ......................................................................... 44 Figura 54: Transformador da entrada de energia de um dos silos ......................................... 44

Figura 55: Passagem de fios de energia entre os cabos de sustentação da torre de

comunicação da cooperativa .................................................................................................. 44

Figura 56: Quadro de disjuntores ........................................................................................... 45 Figura 57: Caixa de inspeção ................................................................................................. 45 Figura 58: Interior do quadro de disjuntores .......................................................................... 45

Figura 59: Transformadores de entrada de energia ................................................................ 45

Figura 60: Transformador de entrada de energia ................................................................... 45

Figura 61: Transformador de entrada de energia ................................................................... 46 Figura 62: Caixa de inspeção ................................................................................................. 49

Figura 63: Caixa com tomadas em árvore .............................................................................. 49 Figura 64: Caixa com tomada em poste ................................................................................. 49 Figura 65: Quadro de distribuição .......................................................................................... 49

Figura 66: Quadro de distribuição .......................................................................................... 49

Figura 67: Disjuntor ............................................................................................................... 49

Page 8: Eletricidade   riscos existentes

8

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Efeitos fisiológicos diretos da eletricidade ............................................................. 15 Quadro 2: Efeitos fisiológicos indiretos da eletricidade .......................................................... 16

Quadro 3: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade ............................. 41 Quadro 4: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade ............................. 46

Quadro 5: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade ............................. 50

Page 9: Eletricidade   riscos existentes

9

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 11

1 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................................ 12 1.1 AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E AS REDES ELÉTRICAS .................................... 12

1.1.1 Definições ..................................................................................................................... 12

1.1.2 O Sistema Elétrico de Potência .................................................................................. 12 1.2 RESPONSABILIDADES SOBRE A QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA ........ 13 1.3 CHOQUE ELÉTRICO ..................................................................................................... 13

1.3.1 Definição ....................................................................................................................... 13 1.3.2 Efeito da Corrente Elétrica ........................................................................................ 14

1.3.3 Classificação do Choque Elétrico .............................................................................. 14 1.3.4 Percurso da Corrente Elétrica através do Corpo Humano ..................................... 14

1.3.5 Efeitos Fisiológicos Diretos da Eletricidade .............................................................. 15 1.3.6 Efeitos Fisiológicos Indiretos da Eletricidade ........................................................... 16 1.4 LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS ELÉTRICOS ............................................................... 16

1.4.1 Quadros de Distribuição ............................................................................................. 16 1.4.1.1 Quadro Principal de Distribuição ............................................................................... 17 1.4.1.2 Quadros Intermediários (Divisórios) .......................................................................... 17

1.4.1.3 Quadros Terminais: Fixos ou Móveis ........................................................................ 18

1.4.2 Chaves Elétricas .......................................................................................................... 19 1.4.3 Instalações Elétricas Aéreas e Subterrâneas ............................................................ 20 1.4.4 Plugues e Tomadas ...................................................................................................... 22

1.4.5 Iluminação Provisória ................................................................................................. 23 1.4.6 Máquinas e Equipamentos ......................................................................................... 23 1.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA CONTATO COM ELETRICIDADE .............. 24

1.5.1 Proteção Contra Contatos Diretos ............................................................................. 25 1.5.1.1 Distanciamento ou Afastamento ................................................................................ 25

1.5.1.2 Barreiras ..................................................................................................................... 26 1.5.1.3 Obstáculos .................................................................................................................. 27 1.5.1.4 Isolamento .................................................................................................................. 27

1.5.2 Proteção Contra Contatos Indiretos .......................................................................... 28 1.5.2.1 Dispositivo à Corrente Diferencial-Residual (DR) .................................................... 28

1.5.2.2 Aterramento ................................................................................................................ 30

1.5.3 Medidas de Proteção para Redes Elétricas ............................................................... 30 1.5.3.1 Aterramento na Atividade de Manutenção de Redes Elétricas .................................. 30 1.5.3.2 Proteção Contra Contato Indireto nas Redes Elétricas .............................................. 31

Page 10: Eletricidade   riscos existentes

10

1.6 MANUTENÇÃO ............................................................................................................. 32

1.6.1 Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s ......................................................... 32 1.6.1.1 Botina de Couro, Solado Isolante ............................................................................... 32 1.6.1.2 Luvas Isolantes para Eletricista .................................................................................. 33 1.6.1.3 Luvas de Cobertura em Vaqueta ................................................................................ 33 1.6.1.4 Óculos de Segurança .................................................................................................. 34 1.6.1.5 Capacete de Segurança ............................................................................................... 34

1.6.1.6 Cinto de Segurança/Talabarte .................................................................................... 34

1.6.2 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC’s ........................................................... 35 1.6.2.1 Detector de Tensão ..................................................................................................... 35 1.6.2.2 Barreiras / Invólucros / Grades Articuladas / Bandeirolas / Fitas / Placas de

Sinalização / Cones ................................................................................................................ 36

2 METODOLOGIA ............................................................................................................. 37 2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................ 37 2.2 PLANEJAMENTO DA PESQUISA ............................................................................... 37

2.2.1 Procedimento de Coleta e Interpretação dos Dados ................................................ 37

2.2.2 Estudo de Caso ............................................................................................................ 37

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................ 38 3.1 CASO 1: CONSTRUÇÃO/MANUTENÇÃO DE REDES ELÉTRICAS ....................... 38 3.2 CASO 2: ATUALIZAÇÃO E MANUTENÇÃO DE REDE ELÉTRICA EM UMA

FAZENDA ............................................................................................................................. 39

3.2.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 2 .............................. 41 3.3 CASO 3: REFORNA NA REDE DE ENERGIA DE UMA COOPERATIVA .............. 44

3.3.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 3 .............................. 46 3.4 CASO 4: EXPANSÃO E REFORMA NA REDE DE ENERGIA DE UM PARQUE DE

EXPOSIÇÕES ........................................................................................................................ 49

3.4.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 4 .............................. 50

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 54

ANEXOS ............................................................................................................................... 55

Page 11: Eletricidade   riscos existentes

11

INTRODUÇÃO

Ano após ano, vemos em jornais, telejornais, internet e diversos meios de

comunicação que o choque elétrico é uma das principais causas de acidentes graves e até

mesmo mortes tanto na área da construção civil, bem como na área de atuação de

concessionárias/distribuidoras de energia.

Isto ocorre pelo fato que as instalações são feitas por profissionais sem

qualificação, e em muitos casos fora das especificações recomendadas pelo profissional

habilitado, gerando com isso situações de extrema gravidade para a segurança dos

trabalhadores.

Segundo Viana (2007), choque elétrico é o efeito patofisiológico que resulta da

passagem de uma corrente elétrica, chamada de corrente de choque, através do organismo

humano, podendo provocar efeitos de importância e gravidades variáveis, bem como fatais.

Para evitar esses acidentes, as instalações elétricas precisam ser feitas e mantidas de

forma segura por um profissional qualificado, sob a supervisão de um profissional

legalmente habilitado que será responsável pela elaboração do projeto das tais instalações

elétricas, através de recolhimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

Através deste trabalho pretende- se transmitir informações necessárias à realização

de instalações elétricas visando à prevenção de acidentes de origem elétrica, através de

medidas preventivas e de proteção contra contatos com eletricidade. Neste sentido, foi

realizada uma revisão bibliográfica e estudo de casos para avaliação se os mesmo estão ou

não adequados às normas vigentes.

Page 12: Eletricidade   riscos existentes

12

1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E AS REDES ELÉTRICAS

1.1.1 Definições

- Segundo a NR 10, temos a seguinte definição: instalação elétrica é o conjunto das

partes elétricas e não elétricas associadas e com características coordenadas entre si, que são

necessárias ao funcionamento de uma parte determinada de um sistema elétrico.

- Redes elétricas ou redes de energia podem ser definidas como aquelas

responsáveis pela transmissão e distribuição de energia, desde a geração até o consumidor

final, seja ele consumidor industrial, consumidor comercial ou consumidor residencial.

1.1.2 O Sistema Elétrico de Potência

Para uma melhor compreensão dos aspectos de segurança no trabalho nos serviços

realizados em redes de distribuição, é apresentado a seguir um resumo de algumas

características do sistema elétrico de potência.

A energia elétrica gerada nas usinas (hidrelétrica, térmica, nuclear, eólica, solar,

biomassa, etc.) para chegar ao consumidor final passa por processos de transformação que

modificam os níveis de tensão com o objetivo de diminuir as perdas inerentes ao processo de

transmissão e a adequação aos limites requeridos pelos consumidores.

A energia elétrica, produzida na usina geradora, é transmitida às subestações

abaixadoras, através de linhas condutoras chamadas linhas de transmissão, em alta tensão

(consideradas tensões acima de 69kV). As subestações rebaixadoras, normalmente

localizadas próximas aos grandes centros, rebaixam a energia de alta tensão para média

tensão (média tensão normalmente considerada entre 1kV e 69kV).

A energia é então conduzida através das linhas de distribuição primárias (redes de

média tensão) até chegar aos transformadores de distribuição, instalados em postes, ou até as

subestações que existem em prédios ou indústrias. A partir dos transformadores de

distribuição a energia é novamente rebaixa e conduzida até os consumidores finais através

das chamadas linhas de distribuição secundária que operam em baixas tensões (normalmente

de 127V a 440V).

Page 13: Eletricidade   riscos existentes

13

A rede elétrica a que nos referimos trata-se, portanto, de todos os componentes do

sistema elétrico situados desde a saída da subestação próxima aos grandes centros, até a

entrada das instalações dos consumidores, seja ela em média ou baixa tensão.

O termo média tensão é usado normalmente pelas concessionárias de energia

elétrica, porém, existem divergências nas normas quanto aos termos utilizados. A NR 10

estabelece que alta tensão é a tensão superior a 1000V em corrente alternada e 1500V em

corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra, assim não existindo o termo média

tensão. Já a NBR 14039 tem como título “Instalações elétricas de média tensão de 1kV a

36,2kV).

O objetivo de uma empresa distribuidora de energia elétrica é fornecer a energia ao

cliente, dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pela Agência Nacional de Energia

Elétrica (ANEEL). A qualidade, nesse caso, é representada pela continuidade do

fornecimento e os níveis de tensão entregues aos clientes.

1.2 RESPONSABILIDADES SOBRE A QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA

Hoje em dia, muito se discute sobre a qualidade da energia elétrica que chega ao

consumidor final, seja ele em canteiro de obras, seja ele em residência, indústria, comércio,

etc.

Pensando nisso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) emitiu em 9 de

Setembro de 2010 a Resolução Normativa Nº 414 que define as diretrizes sobre até onde a

concessionária/distribuidora de energia tem responsabilidades sobre a energia entregue ao

consumidor. A mesma resolução trata também dos direitos e responsabilidades que o

consumidor tem sobre a energia fornecida a ele.

As partes da Resolução Normativa Nº 414 que tratam desse assunto, estão

reproduzidas no Anexo A do trabalho.

1.3 CHOQUE ELÉTRICO

1.3.1 Definição

É o efeito patofisiológico que resulta da passagem de uma corrente elétrica,

chamada de corrente de choque, através do organismo humano, podendo provocar efeitos de

importância e gravidades variáveis, bem como fatais (VIANA, 2007).

Page 14: Eletricidade   riscos existentes

14

1.3.2 Efeito da Corrente Elétrica

O efeito da corrente elétrica depende dos seguintes itens:

- intensidade da corrente;

- tempo de exposição;

- percurso através do corpo humano;

- condições orgânicas do indivíduo.

1.3.3 Classificação do Choque Elétrico

a) Contato direto

É o contato de pessoas e animais diretamente com partes energizadas de uma

instalação elétrica.

b) Contato indireto

É o contato de pessoas e animais com partes metálicas (equipamentos) ou

elementos condutores que, por falha de isolação, ficaram acidentalmente energizados.

1.3.4 Percurso da Corrente Elétrica através do Corpo Humano

O percurso da corrente elétrica através do corpo humano depende da posição de

contato do indivíduo com a instalação (circuito) energizada ou que venha a ficar energizada,

podendo ser o mais variado possível.

Page 15: Eletricidade   riscos existentes

15

Figura 1: Percurso da corrente elétrica no corpo humano

Fonte: VIANA, 2007.

1.3.5 Efeitos Fisiológicos Diretos da Eletricidade

Quadro 1: Efeitos fisiológicos diretos da eletricidade

Fonte: VIANA, 2007.

Page 16: Eletricidade   riscos existentes

16

1.3.6 Efeitos Fisiológicos Indiretos da Eletricidade

Quadro 2: Efeitos fisiológicos indiretos da eletricidade

Fonte: VIANA, 2007.

1.4 LOCALIZAÇÃO DOS RISCOS ELÉTRICOS

Conhecendo a localização dos riscos elétricos, a NR -10 estabelece alguns itens que

deverão ser seguidos, os quais estão aqui resumidos:

- as instalações elétricas devem ser realizadas e supervisionadas por profissional

autorizado;

- em trabalhos e nas atividades referidas deverão ser adotadas medidas

preventivas;

- utilização de equipamentos compatíveis com a instalação elétrica existente;

- inspeção e controle das instalações periodicamente.

O texto completo da NR – 10 encontra- se no Anexo B.

1.4.1 Quadros de Distribuição

Nos canteiros de obras da indústria da construção, a distribuição de energia elétrica

deve ser feita através dos quadros elétricos de distribuição que, conforme suas características

podem ser:

- quadro principal de distribuição;

- quadro intermediário de distribuição e;

Page 17: Eletricidade   riscos existentes

17

- quadro terminal de distribuição fixo e/ou móvel.

1.4.1.1 Quadro Principal de Distribuição

Este quadro é destinado a receber energia elétrica alimentada pela rede pública da

concessionária. A área destinada ao quadro principal deve ser isolada por anteparos rígidos,

sinalizada corretamente para acesso restrito e livre do armazenamento de qualquer outro

material em seu interior.

Figura 2: Quadro principal de distribuição Fonte: VIANA, 2007.

1.4.1.2 Quadros Intermediários (Divisórios)

Este quadro está destinado a distribuir um ou mais circuitos aos quadros terminais.

Mesmo com acesso ainda restrito, está em local de fácil visibilidade para um perfeito

controle de funcionamento.

Figura 3: Quadro intermediário Fonte: VIANA, 2007.

Page 18: Eletricidade   riscos existentes

18

1.4.1.3 Quadros Terminais: Fixos ou Móveis

São aqueles destinados a alimentar exclusivamente circuitos terminais, isto é,

diretamente máquinas e equipamentos.

As ligações nos quadros de distribuição devem ser feitas por trás, dotando-os ainda

de fundo falso, de modo que a fiação fique embutida.

Figura 4: Quadro terminal fixo

Fonte: VIANA, 2007.

Figura 5: Quadro terminal móvel

Fonte: VIANA, 2007.

Page 19: Eletricidade   riscos existentes

19

Figura 6: Ilustração dos quadros de distribuição em uma construção vertical

Fonte: VIANA, 2007.

1.4.2 Chaves Elétricas

As chaves elétricas mais utilizadas nos canteiros de obras da indústria da

construção são as chaves elétricas blindadas, os disjuntores e as chaves magnéticas.

As chaves elétricas blindadas e os disjuntores devem ser dotados de cadeados ou

dispositivos que permitam o acesso somente de trabalhadores autorizados.

A instalação e utilização de chaves blindadas devem ser convenientemente

protegidas das intempéries e cumprem, entre outras, a função de permitir a interrupção de

energia para executar manutenções de modo seguro, separar circuitos de diferentes locais ou

de utilizações distintas e proteger os equipamentos e as fiações dos circuitos através dos

fusíveis.

Page 20: Eletricidade   riscos existentes

20

Figura 7: Chaves elétricas

Fonte: VIANA, 2007.

1.4.3 Instalações Elétricas Aéreas e Subterrâneas

As instalações elétricas temporárias devem ser dispostas em locais onde não haja

possibilidade de sofrerem choques mecânicos provenientes da movimentação de materiais e

máquinas ou possibilidade de contatos acidentais com os trabalhadores.

Neste tipo de instalação os condutores deverão estar corretamente fixados nestes

postes, exclusivamente através de elementos isolantes elétricos, tais como isoladores, em

altura que não acarrete riscos de contato com pessoa, máquinas ou equipamentos.

Quando não for possível guardar distância segura entre trabalhador ou máquina e a

rede energizada, deverão ser instaladas barreiras de proteção com dimensões suficientes para

garantir proteção eficaz, bem como haver sinalização informando a existência de riscos

naquele local (VIANA, 2007).

Page 21: Eletricidade   riscos existentes

21

Figura 8: Altura mínima para instalações aéreas

Fonte: FILHO, 2001.

Se a instalação elétrica for subterrânea, deverá ser protegida por calhas ou

eletrodutos. Nos locais da passagem da fiação subterrânea, deve haver sinalização indicativa.

Figura 9: Sinalização de fiação subterrânea

Fonte: VIANA, 2007.

Nos trabalhos de escavação, as redes elétricas subterrâneas devem ser devidamente

sinalizadas, o serviço, supervisionado por profissional legalmente habilitado e deve ser

garantido um espaçamento mínimo de segurança de 1,5m entre o local escavado e a rede.

Page 22: Eletricidade   riscos existentes

22

Figura 10: Sinalização de fiação subterrânea e escavação de vala

Fonte: FILHO, 2001.

1.4.4 Plugues e Tomadas

O uso do conjunto plugue e tomada para a ligação dos equipamentos elétricos ao

circuito de alimentação é obrigatório. Nestas ligações, a parte energizada deve ser sempre a

tomada, a fim de evitar à exposição de trabalhadores as partes vivas.

Ambos precisam se proteger contra penetração de umidade ou água. Máquinas ou

equipamentos elétricos móveis só podem ligar por intermédio deste conjunto de plugue e

tomada.

Figura 11: Tomadas e plugues blindados

Fonte: VIANA, 2007.

Page 23: Eletricidade   riscos existentes

23

1.4.5 Iluminação Provisória

Esta iluminação prevê suprir as necessidades do canteiro de obras durante o seu

período de execução e devem ser ligados nos quadros terminais de distribuição onde a altura

da fiação deve ser no mínimo 2,50 m a fim de evitar contatos quaisquer.

Nos locais onde houver movimentação de materiais, tais como escadas, área de

corte e dobra de ferragem, carpintaria etc., as lâmpadas devem estar protegidas contra

impacto por luminárias adequadas.

Figura 12: Luminárias blindadas

Fonte: FILHO, 2001.

1.4.6 Máquinas e Equipamentos

Os operadores de máquinas e equipamentos devem ter em seu treinamento noções

básicas sobre eletricidade, contemplando as medidas de controle necessárias para eliminação

ou neutralização dos riscos elétricos.

Na operação de máquinas de grande porte, medidas adicionais de segurança devem

ser adotadas principalmente quanto ao contato com redes de distribuição de energia elétrica.

As operações com veículos, máquinas e equipamentos devem ser planejadas,

evitando o contato ou o impacto com redes de distribuição de energia e/ou equipamentos

elétricos energizados (VIANA, 2007).

Page 24: Eletricidade   riscos existentes

24

Figura 13: Distância de trabalho com equipamentos

Fonte: VIANA, 2007.

Tanto em canteiro de obras, como em obras para manutenção e construção de redes

elétricas a atividade com caminhão guindauto é de fundamental importância. Os

procedimentos para movimentação do caminhão estão abaixo resumidos.

- Planejamento da tarefa;

- Posicionamento do veículo;

- Inspeção visual das mangueiras e conexões;

- Instalação de aterramento;

- Execução da tarefa.

Os procedimentos completos, assim como fotos exemplificando o trabalho próximo

a redes energizadas podem ser vistos no Anexo C.

1.5 MEDIDAS DE PROTEÇÃO CONTRA CONTATO COM ELETRICIDADE

Segundo FILHO, 2001, todas as instalações elétricas devem ser consideradas

perigosas, porque podem causar acidentes fatais. Por isso, nos trabalhos com eletricidade, é

preciso conhecer o serviço e saber quais as formas de se prot4eger contra os acidentes.

As formas de proteção são:

- a proteção contra os contatos diretos;

- a proteção contra os contatos indiretos.

Page 25: Eletricidade   riscos existentes

25

1.5.1 Proteção Contra Contatos Diretos

Existem quatro maneiras de evitar que os trabalhadores sofram acidentes por

contato direto:

- pelo afastamento do trabalhador de rede elétrica;

- pelo uso de barreiras;

- pela isolação das partes vivas;

- pela utilização de obstáculos.

Figura 14: Contato direto com rede energizada

Fonte: FILHO, 2001.

1.5.1.1 Distanciamento ou Afastamento

Podem-se evitar acidentes não permitindo que os trabalhadores se aproximem de

redes elétricas desprotegidas e evitando que os equipamentos sejam instalados próximos às

mesmas.

Deixar uma distância mínima de 5 metros entre a rede elétrica e a atividade

executada pelo trabalhador.

Page 26: Eletricidade   riscos existentes

26

Figura 15: Distância mínima de trabalho

Fonte: FILHO, 2001.

1.5.1.2 Barreiras

As barreiras são instaladas para não deixar que os trabalhadores entrem em contato

com a eletricidade. Elas devem ser fixadas e firmes. Devem estar sinalizadas, para que os

trabalhadores entendam que naquele lugar existe o risco elétrico.

Figura 16: Barreiras de proteção

Fonte: FILHO, 2001.

Page 27: Eletricidade   riscos existentes

27

1.5.1.3 Obstáculos

São utilizados em locais de serviço elétrico que só podem ser frequentados por

profissionais qualificados ou legalmente habilitados.

Figura 17: Obstáculo em frente à subestação

Fonte: FILHO, 2001.

1.5.1.4 Isolamento

É destinada a impedir todo o contato com as partes “vivas” das instalações elétricas,

com o recobrimento total por uma isolação que só possa ser removida através de sua

destruição.

Figura 18: Isolamento de emenda

Fonte: VIANA, 2007.

Page 28: Eletricidade   riscos existentes

28

1.5.2 Proteção Contra Contatos Indiretos

O contato indireto acontece quando uma pessoa encosta-se a peças metálicas

normalmente não energizadas, mas que podem tornar-se “vivas” devido a um erro na

instalação elétrica ou defeitos de isolação.

Canalizações metálicas e carcaças de equipamentos elétricos podem ser armadilhas

para o trabalhador se a rede elétrica ou os equipamentos não estiverem devidamente

aterrados.

Figura 19: Contato indireto

Fonte: FILHO, 2001.

1.5.2.1 Dispositivo à Corrente Diferencial-Residual (DR)

Os dispositivos à corrente diferencial-residual (DR) constituem-se no meio mais

eficaz de proteção das pessoas e animais contra choques elétricos. Estes dispositivos

permitem o uso seguro e adequado da eletricidade, reduzindo o nível de perigo às pessoas,

as perdas de energia e os danos às instalações, porém sem dispensar outros elementos de

proteção (disjuntores, fusíveis etc.). A sua aplicação é específica na proteção contra a

corrente de fuga.

Page 29: Eletricidade   riscos existentes

29

Figura 20: Painel com DR’s

Fonte: http://ime-instalaoemanutenoeltrica.blogspot.com/2010/05/ddr-dispositivo-diferencial-residual.html

Figura 21: DR´s

Fonte: http://www.geindustrial.com.br/produtos/disjuntores/dr/

Page 30: Eletricidade   riscos existentes

30

1.5.2.2 Aterramento

É a ligação intencional com a terra, isto é, com o solo, que pode ser considerado um

condutor através do qual a corrente elétrica pode fluir, difundindo-se (FILHO, 2001).

Este serviço deve ser feito por um profissional qualificado, e supervisionado por

um profissional legalmente habilitado, que conheça perfeitamente a importância das

conexões bem feitas.

Figura 22: Betoneira aterrada

Fonte: FILHO, 2001.

O profissional responsável deverá usar basicamente três normas para o

dimensionamento do aterramento, as quais estão reproduzidas no Anexo D.

- NBR 5410/2004

- NR - 10

- Regulamento das Instalações Consumidoras (R.I.C) da concessionária de energia

onde a obra está situada.

1.5.3 Medidas de Proteção para Redes Elétricas

1.5.3.1 Aterramento na Atividade de Manutenção de Redes Elétricas

Essa ligação intencional com a terra é utilizada nas redes elétricas primárias (tensão

acima de 13,8 KV) e redes elétricas secundárias (tensão trifásica de 380 V), para prevenir o

risco de acidentes com os colaboradores da empresa que irão realizar manutenção nestes

Page 31: Eletricidade   riscos existentes

31

locais. Os procedimentos e equipamentos usados para realização destas atividades estão no

Anexo E.

1.5.3.2 Proteção Contra Contato Indireto nas Redes Elétricas

Na situação de manutenção de redes elétricas são usadas basicamente dois tipos de

proteção:

- Capas de proteção:

Utilizadas em postes e também nas linhas de energia para evitar o contato com as

mesmas e causar um curto circuito.

Figura 23: Capas de proteção

- Goleiras:

Utilizadas para fazer os lançamentos de cabos de redes de energia de 23 kV a 138

kV sobre redes já existentes, rodovias e redes ferroviárias.

Figura 24: Goleira sobre rede de 23 kV Figura 25: Goleira sobre estrada e rede

de 23 kV

Page 32: Eletricidade   riscos existentes

32

1.6 MANUTENÇÃO

As instalações elétricas devem ser inspecionadas constantemente pelo trabalhador

qualificado, que deve mantê-las em boas condições de uso.

Uma manutenção bem feita é uma das principais medidas para evitar riscos de

acidentes, e deve ser executada com a chave geral desligada (FILHO, 2001).

Figura 26: Manutenção em rede elétrica

Fonte: FILHO, 2001.

1.6.1 Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s

1.6.1.1 Botina de Couro, Solado Isolante

Para proteção dos pés contra agentes agressivos e choques elétricos. Não deverá

possuir componentes metálicos.

Figura 27: Botinas de couro

Fonte: www.royalmaquinas.com.br

Page 33: Eletricidade   riscos existentes

33

1.6.1.2 Luvas Isolantes para Eletricista

Para o uso em serviços com risco de choque elétrico em equipamentos energizados

e passíveis de energização.

Obs.: As luvas isolantes não devem ser utilizadas isoladamente, isto é, sem as luvas

de cobertura.

Figura 28: Luvas isolantes

Fonte: www.casadosepis.com.br

1.6.1.3 Luvas de Cobertura em Vaqueta

Utilizadas para proteção das luvas isolantes.

Figura 29: Luvas de cobertura

Fonte: www.dalmoro.com.br

Page 34: Eletricidade   riscos existentes

34

1.6.1.4 Óculos de Segurança

Destina-se à proteção dos olhos contra impactos mecânicos e efeitos decorrentes da

irradiação solar ou do arco elétrico.

Figura 30: Óculos de segurança

Fonte: www.casadosepis.com.br

1.6.1.5 Capacete de Segurança

Destina-se a proteger a cabeça contra impactos, quedas de objetos, contato

acidental com circuitos elétricos energizados. Constituído de material isolante.

Figura 31: Capacetes de segurança

Fonte: www.extincel.com.br

1.6.1.6 Cinto de Segurança/Talabarte

Cinto de segurança do tipo paraquedista é destinado a equilibrar/sustentar o

trabalhador em postes/torres para prevenir quedas por altura. Talabarte é complemento do

cinto de segurança.

Page 35: Eletricidade   riscos existentes

35

Obs.: É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas

(NR10).

Figura 32: Cinto de segurança/talabarte

Fonte: http://caminhosverticais.blogspot.com/2011/04/trabalho-em-altura-risco-e-prevencao.html

1.6.2 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC’s

1.6.2.1 Detector de Tensão

Equipamento empregado para confirmar a presença ou ausência de tensão em um

circuito ou parte dele. Podem ser:

- do tipo de chave de fenda, para uso exclusivo em baixa tensão;

- do tipo eletrônico, para uso em alta e baixa tensões.

Figura 33: Caneta para detectar tensão

Fonte: www.minipa.com.br

Page 36: Eletricidade   riscos existentes

36

1.6.2.2 Barreiras / Invólucros / Grades Articuladas / Bandeirolas / Fitas / Placas de

Sinalização / Cones

São para delimitar as áreas de trabalho ou de perigo, sinalizar e informar riscos

existentes e impedir o contato com partes vivas das instalações elétricas.

Figura 34: Barreiras de sinalização

Fonte: FILHO, 2007.

Page 37: Eletricidade   riscos existentes

37

2 METODOLOGIA

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A presente pesquisa pode ser classificada como um estudo de caso. Os

procedimentos utilizados foram observação e coleta de dados nos locais de estudo na

pesquisa de campo, e de fonte de papel, através de pesquisa bibliográfica e documental.

2.2 PLANEJAMENTO DA PESQUISA

2.2.1 Procedimento de Coleta e Interpretação dos Dados

Primeiramente foi realizada uma revisão bibliográfica para um melhor

entendimento de conceitos como: canteiro de obras, choque elétrico, localização de onde

podem ocorrer os choques e medidas de prevenção e mitigação dos riscos presentes nas

instalações elétricas.

2.2.2 Estudo de Caso

A visita e o levantamento dos riscos elétricos foram realizados em locais de

diferentes padrões, tais como construção de linhas de energia próximo a redes energizadas,

visitas para levantamento de dados em fazendas, cooperativas e parque de exposições, com

finalidade de fazer melhorias nas redes de energia destes locais.

Page 38: Eletricidade   riscos existentes

38

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

3.1 CASO 1: CONSTRUÇÃO/MANUTENÇÃO DE REDES ELÉTRICAS

Como a energia é algo indispensável em nossas vidas nos dias de hoje, a construção

de novas redes de energia, principalmente as próximas a redes existentes, devem ocorrer

sem que as mesmas sejam desligadas do sistema, para não haver prejuízo aos consumidores

e também a concessionária responsável. Para tanto são utilizadas equipes especializadas em

“linha viva” (que operam sem ter a energia da rede cortada) para o trabalho. As figuras 35 a

40 ilustram uma equipe fazendo a colocação de um poste para uma nova rede, próximo a

uma rede energizada.

Figura 35: Aterramento do caminhão

guindauto

Figura 36: Aterramento do caminhão

guindauto

Figura 37: Operador do caminhão

guindauto

Figura 38: Colaboradores colocando as

capas isolantes no poste a ser levantado

Page 39: Eletricidade   riscos existentes

39

Figura 39: Capas protetoras

devidamente presas em seu lugar

Figura 40: Instalação do poste em seu

local definitivo

3.2 CASO 2: ATUALIZAÇÃO E MANUTENÇÃO DE REDE ELÉTRICA EM UMA

FAZENDA

Em visita a uma fazenda foram realizados levantamentos para a atualização da rede

de energia existente e melhora em diversos pontos em que a segurança da instalação poderia

facilmente causar acidentes. As figuras 41, 42 e 43 mostram a entrada de energia e a caixa

de inspeção próximo a um dos galpões.

Figura 41: Entrada de energia próximo

ao galpão

Figura 42: Poste de entrada de energia

próximo ao galpão

Page 40: Eletricidade   riscos existentes

40

Figura 43: Caixa de inspeção próxima

ao galpão

Figura 44: Instalação elétrica no

interior do galpão

As figuras 45, 46, 47 e 48 mostram as instalações elétricas e de motores no interior

de outro galpão cobertas de poeira e teias de aranha.

Figura 45: Quadro de distribuição

Figura 46: Fiação

Figura 47: Motor

Figura 48: Acionamento do motor

As figuras 48, 50 e 51 mostram a entrada principal de energia da fazenda.

Page 41: Eletricidade   riscos existentes

41

Figura 49: Poste com transformador na

entrada principal de energia da fazenda

Figura 50: Entrada principal de

energia

Figura 51: Caixa de medição de energia

3.2.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 2

Quadro 3: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade

ESTUDO

DE CASO

DESCONFORMIDADE SUGESTÃO PARA

CONFORMIDADE

CASO 2 Figura 42

- Ligações irregulares, podem causar

curto- circuito, aumento de

Troca por poste de

concreto; descida dos fios

condutores de energia

através de tubo de PVC

rígido com revestimento

anti- chamas.

Page 42: Eletricidade   riscos existentes

42

corrente/tensão que pode causa

incêndio.

Figura 43

- Fios de bitolas diferentes, emendas

mal feitas. Riscos de choque elétrico e

curto- circuito, incêndios.

Recomenda-se a

construção de uma nova

caixa ou a compra de uma

já pronta, para evitar que

seu interior seja exposto ao

tempo e também a animais.

Figura 44

- Fiação, tomadas e disjuntores antigos

e expostos. Risco de choque elétrico,

incêndios.

Recomenda- se a instalação

do disjuntor dentro de uma

caixa para disjuntores onde

o acesso não é permitido a

todos. A fiação deve ser

trocada e deverá ser usado

eletrodutos rígidos de pvc

com revestimento anti-

chamas fixados na parede

para a passagem dos fios.

Figura 45 e 46

- Instalação elétrica antiga, má

conservada. Riscos de choque elétrico,

Quadro de distribuição

deverá ser trocado, assim

como a fiação que chega e

sai do mesmo.

Page 43: Eletricidade   riscos existentes

43

aumento de corrente/tensão, incêndios.

Figuras 47 e 48

- Falta de aterramento no motor, risco

de choque elétrico, má conservação do

motor, risco de incêndio.

O motor deverá ser

substituído por um do tipo

blindado e com proteção a

correia para evitar

acidentes.

Figura 51

- Disjuntor geral não fixado, emendas

de fios. Riscos de choque elétrico, curto

circuitos, incêndios.

Recomenda- se realizar a

fixação do disjuntor dentro

da caixa de medição e

refazer as isolações

presentes nos fios para

evitar problemas futuros.

Page 44: Eletricidade   riscos existentes

44

3.3 CASO 3: REFORNA NA REDE DE ENERGIA DE UMA COOPERATIVA

As figuras 52 e 53 mostram a entrada principal de energia da cooperativa.

Figura 52: Ligação do poste até a

subestação da cooperativa

Figura 53: Entrada de energia da

subestação

A figura 54 mostra a entrada de energia de um dos silos da cooperativa. A figura 55

mostra por onde passam os fios de energia.

Figura 54: Transformador da entrada

de energia de um dos silos

Figura 55: Passagem de fios de energia

entre os cabos de sustentação da torre

de comunicação da cooperativa

As figuras 56, 57 e 58 mostram o quadro de disjuntores e a caixa de inspeção de um

dos locais de armazenagem.

Page 45: Eletricidade   riscos existentes

45

Figura 56: Quadro de disjuntores

Figura 57: Caixa de inspeção

Figura 58: Interior do quadro de disjuntores

As figuras 59, 60 e 61 mostram o estado de dois transformadores na entrada de

energia de outro local de armazenagem.

Figura 59: Transformadores de entrada

de energia

Figura 60: Transformador de entrada

de energia

Page 46: Eletricidade   riscos existentes

46

Figura 61: Transformador de entrada de energia

3.3.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 3

Quadro 4: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade

ESTUDO

DE CASO

DESCONFORMIDADE SUGESTÃO PARA

CONFORMIDADE

CASO 3 Figuras 52 e 53

- Risco de choque elétrico, curto

circuito, incêndios.

Nesse caso, deve-se fazer o

pedido a concessionária de

energia para realizar a poda

das árvores para evitar o

contato de galhos com a

fiação a fim de evitar

curto- circuitos.

Page 47: Eletricidade   riscos existentes

47

Figura 54

- Pelo acesso fácil, trabalhadores não

habilitados podem entrar no local.

Risco de choque elétrico.

É recomendável a

construção de uma

subestação de energia para

que os disjuntos e demais

cabeamento seja protegido

da ação do tempo,

aumentando assim a

segurança.

Figura 55

- Rede de energia próxima a cabos de

fixação, pode ocasionar choque elétrico

bem como curto circuito.

Recomenda- se fazer um

novo projeto para a

mudança de caminho dessa

rede.

Figura 56, 57 e 58

- Quadros antigos, circuitos extras,

Recomenda- se a troca da

caixa de distribuição e dos

disjuntores que estão em

seu interior, pois existem

várias ligações extras nos

mesmos. Quanto à caixa de

inspeção é recomendável

sua troca para que os cabos

em seu interior não sofram

a ação do tempo e as

intempéries.

Page 48: Eletricidade   riscos existentes

48

caixa de inspeção aberta. Riscos de

choques elétricos, aumento de

corrente/tensão, incêndios.

Figura 59, 60 e 61

- Acesso fácil a trabalhadores não

habilitados, má conservação dos

transformadores. Riscos de choques

elétricos, incêndios.

Assim como na figura 51, é

recomendável a construção

de uma subestação de

energia para melhorar a

segurança do local, visto

que os transformadores

estão isolados somente por

uma cerca metálica.

Também é recomendada a

troca dos transformadores

devido ao estado dos

mesmos apresentados nas

figuras.

Page 49: Eletricidade   riscos existentes

49

3.4 CASO 4: EXPANSÃO E REFORMA NA REDE DE ENERGIA DE UM PARQUE DE

EXPOSIÇÕES

As figuras 62 a 67 mostram as estruturas existentes num parque de exposições.

Figura 62: Caixa de inspeção

Figura 63: Caixa com tomadas em

árvore

Figura 64: Caixa com tomada em poste

Figura 65: Quadro de distribuição

Figura 66: Quadro de distribuição

Figura 67: Disjuntor

Page 50: Eletricidade   riscos existentes

50

3.4.1 Desconformidades e Sugestões para Conformidade do Caso 4

Quadro 5: Resumo das desconformidades e sugestões para conformidade

ESTUDO

DE CASO

DESCONFORMIDADE SUGESTÃO PARA

CONFORMIDADE

CASO 4 Figura 62

- Caixa de inspeção exposta ao tempo,

emendas nos cabos. Risco de choque

elétrico, incêndio.

Recomenda- se a troca da

caixa de inspeção por uma

nova, já pronta, ou a

construção de uma. É

visível também que

existem emendas nos fios,

as quais devem ser

inspecionadas, e se estivem

ruins, realizar a troca dos

cabos.

Figuras 63 e 64

- Caixa de madeira com tomada e

disjuntor fixa em árvores e caixa com

disjuntor e tomadas com ninho de

animais. Riscos de choque elétrico,

incêndios.

É recomendável a troca da

primeira caixa por uma

caixa com fechadura e

fixada em poste próprio

para o seu fim e não em

árvores. No segundo caso,

recomenda-se manter

sempre fechada a caixa,

pois a mesma conta com

um sistema de fechadura

para evitar que animais

façam seu ninho dentro da

mesma.

Page 51: Eletricidade   riscos existentes

51

Figura 65

Quadro de distribuição em madeira com

disjuntores e tomadas. Risco de curto

circuito, choque elétrico.

É recomendada a troca por

um quadro feito de metal,

com fechadura e divisória

para a fixação dos

disjuntores em um lado e

as tomadas de outro.

Figura 66

Quadro de distribuição de madeira

próximo à rede de água. Risco de

choque elétrico.

É recomendável a troca do

quadro de distribuição por

um de metal e colocado em

local apropriado, longe da

rede de água.

Figura 67

Disjuntor de alimentação. Risco de

choque elétrico.

É recomendável a

colocação desse disjuntor

dentro de um quadro de

distribuição próprio para o

mesmo.

Page 52: Eletricidade   riscos existentes

52

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A identificação, avaliação e controle dos riscos são indispensáveis para a garantia

de um ambiente de trabalho seguro, gerando uma sistematização, a partir do momento em

que esses riscos puderem ser quantificados e qualificados.

Desta forma, sugere-se uma intervenção integrada, envolvendo empresários,

trabalhadores, os diversos setores ligados à construção civil, setor elétrico e à fiscalização.

Tendo como principal finalidade a implantação de um sistema que vise melhores condições

de saúde e segurança do trabalhador.

Hoje em dia, ainda há dificuldades na implementação de algumas normas referentes

às instalações elétricas, pois em muitos casos, o profissional responsável pela obra está

sendo exigido pela administração da empresa para apresentar resultados, mas com custos

mais baixos. Com isto, o profissional acaba deixando de lado algumas questões muito

importantes para segurança.

Pensando nesses casos, muitas empresas especializadas em produzir produtos para

segurança no trabalho, vem desenvolvendo cada vez mais alternativas que tenham um baixo

custo, mas que também apresentem todas as condições de segurança que as normas atuais

exigem.

O que se encontra em muitas empresas, é que as mesmas possuem somente um

profissional habilitado junto a seu quadro de colaboradores para a realização de alterações,

ampliações de redes internas e manutenção de toda a parte elétrica.

Nos casos apresentados e estudados, nota-se que somente no primeiro caso, o da

construção de redes de energia próximo a redes energizadas é que as regras e normas do

setor são cumpridas, pois a fiscalização é maior nas concessionárias de energia e nas

empresas que prestam serviços a estas. Nos outros casos, foi observado que muitas

instalações foram realizadas por trabalhadores que não são habilitados nem possuem

Page 53: Eletricidade   riscos existentes

53

treinamentos para o serviço. Isso resulta em riscos para os trabalhadores, construções e

também em pessoas em geral que possam estar presentes no local. Com uma maior

fiscalização dos órgãos responsáveis, e até mesmo a conscientização dos proprietários e

trabalhadores dos locais quanto ao perigo que esse tipo de instalação pode causar, esses

riscos podem ser reduzidos em grande parte.

Mesmo existindo vários procedimentos das instalações elétricas provisórias com

segurança, há situações em que nem sempre tais procedimentos podem ser aplicados. Para

estes casos, recomenda-se que o responsável técnico consulte a Delegacia Regional do

Trabalho, para definir soluções seguras. Como exemplo, para execução de serviços em

altura sugere-se a utilização do cinto de segurança tipo paraquedista com dois talabartes.

Além da elaboração de um plano de instalações elétricas temporárias, sugere-se

incluir no Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria de Construção

(PCMAT) a verificação periódica do aterramento das instalações, incluindo a sua medição.

É imprescindível o treinamento dos eletricistas através da NR - 10 envolvidos não somente

na instalação, mas também nos serviços de manutenção e elevar a consciência dos

engenheiros e supervisores do serviço.

Page 54: Eletricidade   riscos existentes

54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALENCAR, L. H. et al. Utilização do dispositivo de proteção à corrente diferencial residual

em instalações provisórias do canteiro de obra. In: XXIII Encontro Nac. de Eng. de

Produção, Ouro Preto, MG, Brasil, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: instalações elétricas

de baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.

______. NBR 14039: instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 36,2 kV. Rio de

Janeiro, 2005.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Normas Regulamentadoras de Segurança e

Medicina do Trabalho. NR 10: segurança em instalações e serviços em eletricidade. Brasília,

2004. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_10.pdf>. Acesso

em: 13 jul. 2011.

FILHO, A. R. (coord.) et al. Engenharia de segurança do trabalho na indústria da

construção. São Paulo: Fundacentro, 2001.

JUNIOR, B. B. et al. Procedimentos de segurança para instalações elétricas em canteiros de

obras. In: XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Foz do Iguaçu, PR,

Brasil, 2007.

MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA IMPLANTAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE

CANTEIRO DE OBRAS NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Sociedade Brasileira de

Engenharia de Segurança (SOBES). Disponível em: <http://sobes.org.br/site/wp-

content/uploads/2009/08/canteiro.pdf>. Acesso em: 25 set. 2011.

MENEZES, V. L.; JUNIOR, A. S. M. O risco do choque elétrico em canteiros de obras na

cidade de Campina Grande – PB. In: XXVIII Encontro Nacional de Engenharia de

Produção, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2008.

VIANA, M. J. (coord.) et al. Instalações elétricas temporárias em canteiros de obras. São

Paulo: Fundacentro, 2007. 44p.: il. (Recomendação técnica de procedimentos).

Page 55: Eletricidade   riscos existentes

55

ANEXOS

Page 56: Eletricidade   riscos existentes

56

Anexo A: Resolução Normativa Nº 414 da ANEEL

A Resolução Normativa Nº 414 da ANEEL, de 9 de Setembro de 2010, estabelece

as condições gerais de fornecimento de energia elétrica de forma consolidada e atualizada.

O Capítulo XII da referida resolução trata das responsabilidades da distribuidora. A

Seção III, refere-se às diretrizes para a adequação na prestação de serviços.

Seção III

Das Diretrizes para a Adequada Prestação dos Serviços

A distribuidora é obrigada a fornecer energia elétrica aos interessados cujas

unidades consumidoras, localizados na área concedida ou permitida, sejam de caráter

permanente e desde que suas instalações elétricas satisfaçam às condições técnicas de

segurança, proteção e operação adequadas, ressalvadas as exceções previstas na legislação

aplicável.

A distribuidora deve observar o princípio da isonomia nas relações com os

consumidores.

A distribuidora é responsável, além das obrigações que precedem o início do

fornecimento, pela prestação de serviço adequado a todos os seus consumidores, assim

como pelas informações necessárias à defesa de interesses individuais, coletivos ou difusos.

§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade,

eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e modicidade das

tarifas.

§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das

instalações e a sua conservação, assim como a melhoria e expansão do serviço.

§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço, observado o disposto no

Capítulo XIV, a sua interrupção:

I – em situação emergencial, assim caracterizada a deficiência técnica ou de

segurança em instalações de unidade consumidora que ofereçam risco iminente de danos a

pessoas, bens ou ao funcionamento do sistema elétrico ou, ainda, o caso fortuito ou de força

maior; ou

II – após prévia notificação, por razões de ordem técnica ou de segurança em

instalações de unidade consumidora, ou pelo inadimplemento do consumidor, considerado o

interesse da coletividade.

Page 57: Eletricidade   riscos existentes

57

§ 4o Pela prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica, a

distribuidora deve cobrar as tarifas homologadas pela ANEEL, facultada a aplicação de

descontos sobre esses valores, desde que as reduções não impliquem pleitos compensatórios

posteriores quanto à recuperação do equilíbrio econômico-financeiro e seja observada a

isonomia.

As alterações das normas e padrões técnicos da distribuidora devem ser

comunicadas aos consumidores, fabricantes, distribuidores, comerciantes de materiais e

equipamentos padronizados, técnicos em instalações elétricas e demais interessados, por

meio de jornal de grande circulação.

Parágrafo único. Adicionalmente, faculta-se à distribuidora comunicar as alterações

por outros meios que permitam a adequada divulgação e orientação.

A distribuidora deve comunicar ao consumidor, de forma escrita, específica e com

entrega comprovada, a necessidade de proceder às correções pertinentes, quando constatar

deficiência não emergencial na unidade consumidora, em especial no padrão de entrada de

energia elétrica, informando-lhe o prazo para regularização e o disposto no § 1o.

§ 1o A inexecução das correções pertinentes no prazo informado pela distribuidora

enseja a suspensão do fornecimento, conforme disposto no inciso II do art. 171.

§ 2o Caracteriza deficiência na unidade consumidora, o não atendimento às normas

e padrões técnicos vigentes à época da sua primeira ligação.

A distribuidora deve desenvolver e implementar, em caráter rotineiro e de maneira

eficaz, campanhas com vistas a:

I – informar ao consumidor, em particular e ao público em geral, sobre os cuidados

especiais que a energia elétrica requer na sua utilização;

II – divulgar os direitos e deveres específicos do consumidor de energia elétrica;

III – orientar sobre a utilização racional da energia elétrica;

IV – manter atualizado o cadastro das unidades consumidoras;

V – informar ao consumidor, em particular e ao público em geral, sobre a

importância do cadastramento da existência de equipamentos elétricos essenciais à

sobrevivência humana, conforme previsto no § 7o do art. 27; e

VI – divulgar outras orientações por determinação da ANEEL.

A distribuidora deve promover, de forma permanente, ações de combate ao uso

irregular da energia elétrica.

O Capítulo XIII da Resolução Normativa Nº 414 trata sobre as responsabilidades

dos consumidores.

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CAPÍTULO XIII

DAS RESPONSABILIDADES DO CONSUMIDOR

Seção I

Dos Distúrbios no Sistema Elétrico

Quando o consumidor utilizar em sua unidade consumidora, à revelia da

distribuidora, carga susceptível de provocar distúrbios ou danos ao sistema elétrico de

distribuição, ou ainda a instalações e equipamentos elétricos de outros consumidores, a

distribuidora deve exigir o cumprimento das seguintes medidas:

I – instalação de equipamentos corretivos na unidade consumidora, no prazo

informado pela distribuidora, ou o pagamento do valor das obras necessárias no sistema

elétrico, destinadas à correção dos efeitos desses distúrbios; e

II – ressarcimento à distribuidora de indenizações por danos a equipamentos

elétricos acarretados a outros consumidores, que, comprovadamente, tenham decorrido do

uso da carga provocadora dos distúrbios.

§ 1o Na hipótese do inciso I do caput, a distribuidora é obrigada a comunicar ao

consumidor, de forma escrita, específica e com entrega comprovada quanto:

I – às obras que realizará e o necessário prazo de conclusão, fornecendo, para tanto,

o respectivo orçamento detalhado; e

II – ao prazo para a instalação de equipamentos corretivos na unidade consumidora,

cujo descumprimento enseja a suspensão do fornecimento, conforme disposto no inciso III

do art. 171.

§ 2o No caso referido no inciso II do caput, a distribuidora é obrigada a comunicar

ao consumidor, de forma escrita, específica e com entrega comprovada, a ocorrência dos

danos, assim como a comprovação das despesas incorridas, nos termos da legislação e

regulamentos aplicáveis, garantindo-lhe o direito à ampla defesa e o contraditório.

Seção II

Do Aumento de Carga

O consumidor deve submeter previamente o aumento da carga instalada que exigir

a elevação da potência disponibilizada à apreciação da distribuidora, com vistas à

verificação da necessidade de adequação do sistema elétrico, observados os procedimentos

dispostos nesta Resolução.

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Seção III

Da Diligência além do Ponto de Entrega

É de responsabilidade do consumidor, após o ponto de entrega, manter a adequação

técnica e a segurança das instalações internas da unidade consumidora.

§ 1o As instalações internas que ficarem em desacordo com as normas e padrões a

que se referem as alíneas “a” e “b” do inciso I do art. 27, vigentes à época da primeira

ligação da unidade consumidora, devem ser reformadas ou substituídas pelo consumidor.

§ 2o Na hipótese de a distribuidora constatar o disposto no § 1o, ela deve notificar o

consumidor na forma do art. 142.

O consumidor é responsável:

I – pelos danos causados a pessoas ou bens, decorrentes de defeitos na sua unidade

consumidora, em razão de má utilização e conservação das instalações ou do uso inadequado

da energia;

II – pelas adaptações na unidade consumidora, necessárias ao recebimento dos

equipamentos de medição decorrentes de mudança de grupo tarifário, exercício de opção de

faturamento ou fruição do desconto tarifário referido no art. 107;

III – pelos danos causados aos equipamentos de medição ou ao sistema elétrico da

distribuidora, decorrentes de qualquer procedimento irregular ou deficiência técnica da

unidade consumidora; e

IV – pela custódia dos equipamentos de medição ou do TCCI da distribuidora, na

qualidade de depositário a título gratuito, quando instalados no interior de sua propriedade,

ou se, por solicitação formal do consumidor, o equipamento for instalados em área exterior à

propriedade.

Parágrafo único. A responsabilidade por danos causados aos equipamentos de

medição externa não pode ser atribuída ao consumidor, salvo nos casos de ação comprovada

que lhe possa ser imputada.

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Anexo B: NR 10.4 – Segurança na construção, montagem, operação e manutenção

10.4 - SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO, MONTAGEM, OPERAÇÃO E

MANUTENÇÃO

10.4.1 As instalações elétricas devem ser construídas, montadas, operadas,

reformadas, ampliadas, reparadas e inspecionadas de forma a garantir a segurança e a saúde

dos trabalhadores e dos usuários, e serem supervisionadas por profissional autorizado,

conforme dispõe esta NR.

10.4.2 Nos trabalhos e nas atividades referidas devem ser adotadas medidas

preventivas destinadas ao controle dos riscos adicionais, especialmente quanto a altura,

confinamento, campos elétricos e magnéticos, explosividade, umidade, poeira, fauna e flora

e outros agravantes, adotando-se a sinalização de segurança.

10.4.3 Nos locais de trabalho só podem ser utilizados equipamentos, dispositivos e

ferramentas elétricas compatíveis com a instalação elétrica existente, preservando-se as

características de proteção, respeitadas as recomendações do fabricante e as influências

externas.

10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam isolamento

elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas, e serem inspecionados e testados de

acordo com as regulamentações existentes ou recomendações dos fabricantes.

10.4.4 As instalações elétricas devem ser mantidas em condições seguras de

funcionamento e seus sistemas de proteção devem ser inspecionados e controlados

periodicamente, de acordo com as regulamentações existentes e definições de projetos.

10.4.4.1 Os locais de serviços elétricos, compartimentos e invólucros de

equipamentos e instalações elétricas são exclusivos para essa finalidade, sendo

expressamente proibido utilizá-los para armazenamento ou guarda de quaisquer objetos.

10.4.5 Para atividades em instalações elétricas deve ser garantida ao trabalhador

iluminação adequada e uma posição de trabalho segura, de acordo com a NR 17 –

Ergonomia, de forma a permitir que ele disponha dos membros superiores livres para a

realização das tarefas.

Além do descrito na NR – 10, na prevenção dos riscos existentes em quadros de

distribuição, devemos observar os seguintes itens presentes na pág. 169 da NBR 5410/2004:

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8.3.2.1 Estrutura

Deve ser verificada a estrutura dos quadros e painéis, observando-se seu estado

geral quanto a fixação, integridade mecânica, pintura, corrosão, fechaduras e dobradiças.

Deve ser verificado o estado geral dos condutores e cordoalhas de aterramento.

8.3.2.2 Componentes

No caso de componentes com partes móveis, como contatores, relés, chaves

seccionadoras, disjuntores etc., devem ser inspecionados, quando o componente permitir, o

estado dos contatos e das câmaras de arco, sinais de aquecimento, limpeza, fixação, ajustes e

calibrações. Se possível, o componente deve ser acionado umas tantas vezes, para se

verificar suas condições de funcionamento.

No caso de componentes sem partes móveis, como fusíveis, condutores,

barramentos, calhas, canaletas, conectores, terminais, transformadores, etc., deve ser

inspecionado o estado geral, verificando-se a existência de sinais de aquecimento e de

ressecamentos, além da fixação, identificação e limpeza.

No caso de sinalizadores, deve ser verificada a integridade das bases, fixação e

limpeza interna e externa.

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Anexo C: Procedimento operacional padrão para uso de caminhão guindauto

Neste anexo, é apresentado o procedimento que deve ser seguido quando se

trabalha com caminhão guindauto próximo as redes energizadas. Após o procedimento

algumas fotos mostram o caminhão guindauto, sendo utilizada para construção e

manutenção de redes de energia.

Primeiro passo: Planejamento da tarefa, verificar equipamentos de proteção

individual e coletiva e também as ferramentas a serem utilizadas no processo.

Observação:

- Em caso de construção ou manutenção em redes energizadas, o operador do

guindauto deverá utilizar luvas para proteção de alta tensão e estar sobre um tapete de

borracha isolante. O poste deverá ser envolto em uma cobertura isolante para evitar a

condução de energia e o estropo deverá ser de nylon, também para evitar a condução de

energia.

Segundo passo: Posicionar o veículo em superfície plana e instalação de sinalização

de segurança.

Terceiro passo: Inspeção visual do estado físico das mangueiras e conexões quanto

a corrosão e apodrecimento e se existe vazamento de óleo das mesmas.

Quarto passo: Verificar o nível de óleo do caminhão conforme o manual do

fabricante.

Quinto passo: Instalar o aterramento: introduzir a haste de aterramento no solo

numa profundidade mínima de 0,60 m. Desenrolar toda a cordoalha de aterramento; conectar

a cordoalha de aterramento na haste, verificando se as conexões estão corretas. Instalar um

cone para sinalização do local, próximo da haste de aterramento, quando a haste estiver fora

da área de isolamento.

Observações:

- Se não houver a possibilidade de instalar a haste de aterramento, a conexão da

cordoalha poderá ser feita no fio de descida (do aterramento do transformador ou do neutro

da rede secundária) ou na haste de âncora do estai. Se houver a necessidade de prolongar a

cordoalha de aterramento, utilizar o conjunto de aterramento primário do veículo.

- Se a rede (BT e/ou AT) estiver desenergizada e aterrada, não é necessário aterrar o

veículo.

- É vedada a travessia de rua com a cordoalha de aterramento sem que a mesma seja

interditada.

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Sexto passo: Baixar os estabilizadores (sapatas) para alívio da suspensão do

veículo.

Observações:

- Nivelar lateralmente o veículo com auxílio da regulagem dos estabilizadores.

- Quando o solo oferecer baixa resistência, auxiliar o apoio dos estabilizadores com

apoios para as sapatas.

- Conforme a carga e a distância da lança verificar a necessidade de extensão lateral

dos braços dos estabilizadores (sapatas).

Sétimo passo: Executar a tarefa para qual o veículo foi posicionado: liberar os

braços do equipamento e movimentá-lo.

Oitavo passo: Desfazer as tarefas anteriores.

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Anexo D: Normas para aterramento

Segundo a NBR 5410/2004, toda edificação deve dispor de uma infraestrutura de

aterramento, denominada ”eletrodo de aterramento”, sendo admitida as seguintes opções:

a) Preferencialmente, uso das próprias armaduras do concreto das armações;

b) Uso de fitas, barras ou cabos metálicos, especialmente previstos, imersos no

concreto das fundações;

c) Uso de malhas metálicas enterradas, no nível das fundações, cobrindo a área

da edificação e complementadas, quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos

dispostos radialmente;

d) No mínimo, uso de anel metálico enterrado, circundando o perímetro da

edificação e complementado, quando necessário, por hastes verticais e/ou cabos dispostos

radialmente.

Nota: outras soluções de aterramento são admitidas em instalações temporárias; em

instalações em áreas descobertas, como em pátio e jardins; em locais de acampamento,

marinas e instalações análogas; e na reforma das instalações existentes, quando a adoção das

práticas mencionadas anteriormente for impraticável.

A infraestrutura de aterramento prevista anteriormente deve ser concebida de modo

que:

a) seja confiável e satisfaça os requisitos de segurança das pessoas;

b) possa conduzir correntes de falta à terra sem risco de danos térmicos,

termomecânicos e eletromecânicos, ou de choques elétricos causados por essas correntes;

c) quando aplicável, atenda também aos requisitos funcionais da instalação.

Como as opções de eletrodos de aterramento indicadas são também reconhecidas

pela ABNT NBR 5419, elas podem e devem ser usadas conjuntamente pelo sistema de

proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) da edificação, nas condições especificadas

naquela norma.

Segundo a NR 10, o profissional responsável pelo projeto, deverá obedecer as

seguintes regras:

10.2 - MEDIDAS DE CONTROLE

10.2.3 As empresas estão obrigadas a manter esquemas unifilares atualizados das

instalações elétricas dos seus estabelecimentos com as especificações do sistema de

aterramento e demais equipamentos e dispositivos de proteção.

10.2.8 - MEDIDAS DE PROTEÇÃO COLETIVA

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10.2.8.3 O aterramento das instalações elétricas deve ser executado conforme

regulamentação estabelecida pelos órgãos competentes e, na ausência desta, deve atender às

Normas Internacionais vigentes.

10.3 - SEGURANÇA EM PROJETOS

10.3.4 O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento, a

obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção e a conexão à

terra das partes condutoras não destinadas à condução da eletricidade.

10.3.5 Sempre que for tecnicamente viável e necessário, devem ser projetados

dispositivos de seccionamento que incorporem recursos fixos de equipotencialização e

aterramento do circuito seccionado.

10.3.6 Todo projeto deve prever condições para a adoção de aterramento

temporário.

Quanto ao Regulamento das Instalações Consumidoras (RIC), irá depender da

região onde se desenvolverá o projeto, pois cada concessionária/distribuidora de energia

adota um regulamento.

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Anexo E: Procedimentos para aterramento de redes primárias e secundárias

Neste anexo, são apresentados os procedimentos para a instalação de aterramento em

redes primárias e secundárias. O presente procedimento tem como documento de referência

“CPFL – Aterramento Temporário de Redes de Aéreas de Distribuição Primária e

Secundária”.

- Quando não é utilizado o neutro da rede secundária como aterramento.

- Abrir as chaves que isolam completamente o trecho de rede primária onde serão

realizados os trabalhos;

- Com o detector de tensão (figura abaixo), verificar a ausência de tensão nas três

fases;

Fonte: http://www.heliteequipamentos.com.br/eletronicos.php

- Fixar o trado ou haste de aterramento no solo;

- Fixar o cabo de aterramento no trado ou haste de aterramento através do grampo

de torção;

- Elevar até o alcance do eletricista a vara de manobra com o trapézio e o conjunto

de aterramento;

- Com o auxílio da vara de manobra, instalar primeiro o grampo que contém o

condutor de descida na fase correspondente, e posteriormente nas demais fases;

- Para retirar o conjunto, basta repetir os procedimentos acima na ordem inversa.

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- Quando é utilizado o neutro da rede secundaria como aterramento

- Abrir as chaves que isolam completamente o trecho de rede primária onde serão

realizados os trabalhos;

- Com o detector de tensão, verificar a ausência de tensão nas três fases;

- Fixar o cabo de aterramento no neutro da rede secundária;

- Elevar até o alcance do eletricista a vara de manobra com o trapézio e o conjunto

de aterramento;

- Com o auxílio da vara de manobra, instalar o primeiro grampo na fase do lado da

haste de aterramento, o segundo na fase do meio e o terceiro na outra fase;

- Para retirar o conjunto, basta repetir os procedimentos acima na ordem inversa.

- Atenção

- Verificar antes de sua utilização, as condições dos componentes do conjunto de

aterramento;

- Em estruturas de fim de linha, verificar se o estai está conectado ao neutro da

rede;

- Verificar se o neutro da rede secundaria não esta seccionado ou apresentando

emendas duvidosas;

- ATENÇÃO PARA POSSÍVEIS CIRCUITOS SECUNDÁRIOS ENERGIZADOS

SOB A REDE PRIMÁRIA DESENERGIZADA: Se o trecho da rede secundaria embaixo da

rede primária onde for instalado o conjunto de aterramento, pertencer a um circuito

adjacente que se mantém energizado, antes de instalar o cabo de aterramento, os condutores

da rede secundária deverão ser isolados através de coberturas de borracha, para evitar o

contato do grampo e/ou do eletricista com as partes energizadas desta rede;

- A rede ou linha a ser aterrada, deverá ser considerada energizada até que se

instalem completamente todos os conjuntos de aterramento e nenhum serviço deverá ser

iniciado até que todos os pontos de aterramentos tenham sido efetivados para proteger a área

de serviço.

- Devem ser instalados tantos conjuntos de aterramento quantos forem necessários

para que a área de serviço fique totalmente protegida, conforme as figuras abaixo;

- Todo aterramento deverá ser feito de tal modo que todo o trabalho e os eletricistas

se situem dentro do trecho aterrado

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Ponto de trabalho

situado em estrutura de

fim de rede primária.

Ponto de trabalho

situado entre duas

estruturas de rede

primária.

Ponto de trabalho em

derivação de ramal

primário.

Zona de trabalho em

derivação de ramal

primário.

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Zona de trabalho em

cruzamento primário.

Zona de trabalho na

rede primária.

- Aterramento temporário da rede secundária

Sequencia de passos para a instalação do conjunto de aterramento rápido em redes

de distribuição secundarias:

- Abrir as chaves fusíveis do transformador que alimenta o circuito;

- Com o voltímetro, verificar a ausência de tensão nos condutores;

- Nota: Verificar a ausência de tensão na rede, medindo a tensão entre fases e entre

fase e neutro.

- Amarrar a escada no poste;

Se for o conjunto de aterramento da figura a seguir:

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- conectar o grampo de uma das extremidades ao neutro da rede secundaria para,

em seguida, conectar os demais grampos nos outros condutores na sequencia: controle, fase

A, fase B e fase C. para a retirada do conjunto, proceder na ordem inversa;

Se for o bastão de aterramento da figura a seguir:

- instalar com firmeza segurando-o pela empunhadura de fibra de vidro. Verificar

se todos os grampos se encaixaram nos seus respectivos condutores. Para retirá-lo segure o

bastão pela empunhadura a empurre firmemente para cima.

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- Conjunto de aterramento temporário, padrão CEMIG