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FERNANDO FREITAS LOUREIRO REQUISITOS DA EXISTÊNCIA DO NEGÓCIO JURIDICO

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Civil II

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Page 1: Elementos Negocio Juridico

FERNANDO FREITAS LOUREIRO

REQUISITOS DA EXISTÊNCIA DO NEGÓCIO JURIDICO

UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO

CURSO DE DIREITO

CAMPO GRANDE – MS

2015

Page 2: Elementos Negocio Juridico

FERNANDO FREITAS LOUREIRO

REQUISITOS DA EXISTÊNCIA DO NEGÓCIO JURIDICO

UNIVERSIDADE CATÓLICA DOM BOSCO

CURSO DE DIREITO

CAMPO GRANDE – MS

2015

Trabalho apresentado à Universidade Católica Dom Bosco, curso de direito, sob solicitação do professor Adelmar Dermeval Bentes.

Page 3: Elementos Negocio Juridico

INTRODUÇÃO

Os negócios jurídicos possuem uma série de particularidades para que de

fato sejam válidos. Um deles são os requisitos do negócio jurídicos que se valem

para que o negócio realizado seja lícito.

Este trabalho terá como escopo dirimir dúvidas acerca dos requisitos para

validade do negócio jurídico, além de conceituar e exemplificar cada instituto

presente dentro deste tema.

O trabalho abordará a Reserva Mental, a Finalidade Negocial, a Idoneidade

do Objeto e por fim a Representação.

Page 4: Elementos Negocio Juridico

Requisitos da Existência dos Negócios Jurídicos

Reserva Mental

Este instituto está previsto no artigo 110 do Código Civil de 2002. O caput

do artigo prevê: “A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja

feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário

tinha conhecimento”.1

Carlos Roberto Gonçalves conceitua:

Ocorre reserva mental quando um dos declarantes oculta a sua verdadeira

intenção, isto é, quando não quer um efeito jurídico que declara querer. Tem

por objetivo enganar o outro contratante ou declaratário. Se este, entretanto,

não soube da reserva, o ato subsiste e produz os efeitos que o declarante

não desejava.2

Dessa forma, pode-se consignar que o objetivo da reserva mental é

enganar, ludibriar o contratante. Porém, para que este instituto tenha validade é

necessária a presença de alguns requisitos, que são: declaração não querida em

seu conteúdo, e propósito de enganar o declaratário ou terceiros.

Por fim, pode-se consignar: “Como afirma o art. 110 retrotranscrito, a

contrario sensu, a manifestação de vontade nesse caso não subsiste. Sem

declaração de vontade, requisito de existência do negócio jurídico, este inexiste”.3

Finalidade Negocial

Gonçalves conceitua:

A finalidade negocial ou jurídica é o propósito de adquirir, conservar,

modificar ou extinguir direitos. Sem essa intenção, a manifestação de

1 BRASIL. CÓDIGO CIVIL DE 2002. LEI 10.406, 10 DE JANEIRO DE 2002.2 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro I – Parte Geral. 10 ed. São Paulo, Saraiva, 2012.3 Idem.

Page 5: Elementos Negocio Juridico

vontade pode desencadear determinado efeito, preestabelecido no

ordenamento jurídico, praticando o agente, então, um ato jurídico em

sentido estrito.4

Dessa forma, podemos definir o negócio jurídico só se vale em caso da

presença da finalidade negocial. Ou seja, com a intenção de produzir os efeitos

supramencionados.

Idoneidade Moral

O instituto da idoneidade moral é requisito de validade do negócio jurídico, ou

seja, para que este seja válido é necessária a presença daquele.

Gonçalves aduz:

A idoneidade do objeto é necessária para a realização do negócio que se

tem em vista. Assim, se a intenção das partes é celebrar um contrato de

mútuo, a manifestação de vontade deve recair sobre coisa fungível. No

comodato, o objeto deve ser coisa infungível. Para a constituição de uma

hipoteca é necessário que o bem dado em garantia seja imóvel, navio ou

avião.5

Pode-se consignar que o objeto deverá sempre condizer com o negócio a ser

praticado, como supracitado. Caso seja inidôneos deve ser nulo o negócio jurídico.

Representação

A representação é de fato um instituto que consiste na atuação jurídica em

nome de outrem, ou seja, é quando uma pessoa elege outra para representá-lo.

Gonçalves aponta: “Constitui verdadeira legitimação para agir por conta de outrem,

que nasce da lei ou do contrato”.6

Porém, existem diversas formar de representação. A representação legal, que

é aquela que se dá em virtude da lei. Gonçalves ensina:

4 Op. Cit.5 Op. Cit.6 Op. Cit.

Page 6: Elementos Negocio Juridico

A representação legal constitui um verdadeiro munus, tendo em vista que o

representante exerce uma atividade obrigatória, investido de autêntico

poder, sendo instituída em razão da necessidade de se atribuir a alguém a

função de cuidar dos interesses das pessoas incapazes. Neste caso, supre

a falta de capacidade do representado e tem caráter personalíssimo, sendo

indelegável o seu exercício.7

Outra espécie é a representação convencional ou voluntária, que é aquela

que se dá em decorrência da vontade, da escolha do outorgante. Carlos Roberto

Gonçalves aponta: “Essa modalidade de representação estrutura-se no campo da

autonomia privada mediante a outorga de procuração, que é o instrumento do

mandato (CC, art. 653, segunda parte), pela qual uma pessoa investe outra no poder

de agir em seu nome”.8

7 Op. Cit. 8 Op. Cit.

Page 7: Elementos Negocio Juridico

Considerações Finais

Este trabalho buscou conceituar e apontar alguns pontos importantes acerca

deste tema de grande relevância para o direito do civil, acerca de aprimorar o

aprendizado acadêmico.

Pode-se dessa forma concluir que os elementos de validade são necessários

para a concretização de um negócio jurídico. A reserva mental consiste, portanto, na

declaração não querida em seu conteúdo, tampouco em seu resultado, tendo por

único objetivo enganar o declaratário. A Finalidade Negocial ou Jurídica é o

propósito de adquirir, conservar, modificar ou extinguir direitos. A Idoneidade do

Objeto deve apresentar os requisitos ou qualidades que a lei exige para que o

negócio produza os efeitos desejados. E a Representação se dá por duas formas,

sendo legal ou voluntária, e os atos praticados pelo representante vinculam o

negócio representado.

Page 8: Elementos Negocio Juridico

Referências Bibliográficas

BRASIL. CÓDIGO CIVIL DE 2002. LEI 10.406, 10 DE JANEIRO DE 2002.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro I – Parte Geral. 10 ed. São

Paulo, Saraiva, 2012.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado. São Paulo, Saraiva,

2011.