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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS DO CEARÁ – VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176) Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR Elaboração do Plano Diretor Municipal com o de Mobilidade Urbana para Jaguaruana e Quixeré; e a revisão/complementação do Plano Diretor Municipal, incluindo o de Mobilidade Urbana dos municípios de Massapê, Santana do Acaraú, Irauçuba, Russas, Morada Nova, Limoeiro do Norte, Tabuleiro do Norte e Jaguaribe CONTRATO 028/CIDADES/2016 RELATÓRIO 4.1 - DIRETRIZES E PROPOSTAS VOLUME I - DIRETRIZES E PROPOSTAS PARA REVISÃO/ELABORAÇÃO DA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA E AMBIENTAL QUIXERÉ Junho 2017

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR

Elaboração do Plano Diretor Municipal com o de Mobilidade Urbana para Jaguaruana e Quixeré; e a revisão/complementação do Plano Diretor

Municipal, incluindo o de Mobilidade Urbana dos municípios de Massapê, Santana do Acaraú, Irauçuba, Russas, Morada Nova, Limoeiro do Norte,

Tabuleiro do Norte e Jaguaribe

CONTRATO 028/CIDADES/2016

RELATÓRIO 4.1 - DIRETRIZES E PROPOSTAS

VOLUME I - DIRETRIZES E PROPOSTAS PARA REVISÃO/ELABORAÇÃO

DA LEGISLAÇÃO URBANÍSTICA E AMBIENTAL

QUIXERÉ

Junho 2017

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ GOVERNADOR Camilo Sobreira de Santana VICE-GOVERNADORA Maria Izolda Cela de Arruda Coelho SECRETARIA DAS CIDADES Secretário das Cidades Jesualdo Pereira Farias Secretário Adjunto das Cidades Germano Rocha Fonteles Secretário Executivo das Cidades Ronaldo Lima Moreira Borges Coordenadora do Programa de Desenvolvimento Urbano de Polos Regionais – Vale do Jaguaribe/Vale do Acaraú Carolina Gondim Rocha Supervisor do Componente de Fortalecimento Institucional Rômulo Cordeiro Cabral Analista de Desenvolvimento Urbano Anderson Tavares de Freitas

COORDENAÇÃO GERAL André Luiz de Oliveira Barra - Engenheiro Civil - CREA 19.226/D Mônica Maria Cadaval Bedê - Arquiteta Urbanista - CAU A7746-1 Ricardo Mendanha Ladeira - Engenheiro Civil - CREA 23.665/D - MG EQUIPE TÉCNICA PRINCIPAL

Brenner Henrique Maia Rodrigues - Geógrafo - CREA 141.975/D - MG Geraldo José Calmon de Moura - Arquiteto - CAU A27602-2 Geraldo Luís Spagno Guimarães - Advogado - OAB/MG 40.851 João Luiz da Silva Dias - CORECON - MG - RD/357-3 Liane Nunes Born - Engenheira Civil - CREA 27233/D - SC Maria de Lourdes Lourenço Moreira - CREA 34862/D - MG EQUIPE TÉCNICA COMPLEMENTAR

Adir Moreira - Engenheiro Sanitarista CREA-MG 37.513/D Ana Flávia Moreira Barra - CREA 186.206/D - MG Cláudia de Sanctis Viana - Geóloga - CREA/MG: 58.059/D Claudinéia Ferreira Jacinto - Assistente Social Cristina Angélica de Paula Serra - CREA 65.223/D - MG Daniele Nunes de Britto Marangoni - Arquiteta Urbanista - CAU A66626-2 Flávia Cristina Silveira Braga - Geóloga - CREA/MG: 127708D Fernanda Lima Bandeira de Mello - Arquiteta Urbanista - CAU A107504-7 Gabriela Aparecida de Fátima Drumond Horta - CREA 102.665/D - MG

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EQUIPE TÉCNICA

Representantes da Secretaria Mun. de Desenvolvimento Urbano, Infraestrutura e Meio Ambiente Daniel Paulo da Silva José Hamilton Ribeiro Andrade Representantes da Secretaria de Administração Leyne Raquel De Oliveira Rebouças Joêmia Mendes Cruz Representantes da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social Maria Edivânia de Brito Martins Jaqueline Brito Silva Representantes da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural Francisco Osvaldo Honorato Francisco Edivan de Lima Costa Representantes da Secretaria Municipal de Saúde Francisca Marília Queiroz Silva Ellen dos Santos Lima Representantes da Secretaria Municipal de Educação Miecio de Souza Almeida Raimunda Danielly de Oliveira Representantes da Secretaria Municipal de Finanças Antônio Joaquim Gonçalves de Oliveira José Ernando de Sousa Gabinete do Prefeito Carlos Alberto Ferreira Lima

Glaydistone Fernando Silva - Tecnólogo de Informação Isnard Monteiro Horta - Engenheiro Civil - CREA MG 9211/D José Abílio Belo Pereira - Arquiteto Urbanista - CAU A113948-7 Leonardo Bedê Lotti - Advogado - OAB/MG 141084 Luis Alberto São Thiago Rodrigues - CREA 29.171/D - MG Maria Angélica Franco Prado - SociólogaMaria Auxiliadora de Vieira - Arquiteta Urbanista Pedro Henrique Pereira Silva - Arquiteto Urbanista - CAU 166239-2 Renata Avelar Barra - Engenheira civil - CREA 104.920/D - MG Renata Silva Oliveira - Arquiteta Urbanista - CAU A69911-0 ESTAGIÁRIOS

Ariel Garcias Barbosa - Estudante de Arquitetura e Urbanismo Gabriel Vasconcelos Silva - Estudante de Engenharia Civil EQUIPE DE APOIO Edina de Souza Guimarães - Geógrafa - geoprocessamento Elizabeth de Souza Guimarães - Fellipe Horta Parreiras - Administrador de Empresas Maria Lucia de Carvalho Guerra - Secretária Patrícia de Souza Viana - Cadista Pedro Lemos de Paula - Técnico - Estudante de Engenharia de TransportesPollyanne Pereira de Amorim Loiola

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR

LISTA DE SIGLAS

AI: Ações Integradas APP: Áreas de Preservação Permanente ARCE: Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará BID: Banco Interamericano de Desenvolvimento CAGECE: Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará CAU: Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo CE: Ceará COEMA: Conselho Estadual do Meio Ambiente CREA: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia EEE: Estação Elevatória de Esgoto ETA: Estação de Tratamento de Água ETE: Estação de Tratamento de Esgoto IFCE: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará OAB: Ordem dos Advogados do Brasil OE: Objetivos Estratégicos PDR: Plano de Desenvolvimento Regional PLHIS: Plano Local de Habitação de Interesse Social PMCMV: Programa Minha Casa Minha Vida RAP: Região Agrícola Produtiva RMF: Região Metropolitana de Fortaleza UDE: Unidade de Diferenciação Espacial UP: Unidade de Planejamento

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 6 1  REFERÊNCIAS CONCEITUAIS E METODOLÓGICAS ...................................... 8 2  EIXOS ESTRATÉGICOS DO DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL ................... 14 3  DIRETRIZES TEMÁTICAS ................................................................................. 17 

3.1  DIRETRIZES REFERENTES A ASPECTOS AMBIENTAIS .................. 17 3.2  DIRETRIZES REFERENTES A ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS .... 18 3.3  DIRETRIZES REFERENTES AOS ASPECTOS TERRITORIAIS .......... 19 

3.3.1  Diretrizes gerais ............................................................................ 19 3.3.2  Estrutura urbana ............................................................................ 20 

3.3.2.1  Diretrizes para crescimento da cidade: expansão e adensamento 20 

3.3.2.2  Centros e atividades urbanas ...................................................... 21 

3.3.2.3  Articulação do território ................................................................ 21 

3.3.2.4  Outras diretrizes ........................................................................... 21 

3.3.3  Patrimônio histórico-cultural e natural ........................................... 22 3.3.4  Habitação ...................................................................................... 22 3.3.5  Mobilidade ..................................................................................... 23 3.3.6  Saneamento Básico ...................................................................... 24 

3.4  DIRETRIZES REFERENTES À GESTÃO URBANA E AMBIENTAL ..... 27 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 28 ANEXO I – OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E AÇÕES INTEGRADAS DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO VALE DO JAGUARIBE ....................... 30 

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APRESENTAÇÃO

Apresenta-se neste documento o Relatório nº 4.1 – Diretrizes e Propostas do

Município de Quixeré. Este produto foi desenvolvido pelo Consórcio Prodeurb Ceará,

constituído pelas empresas Tecnotran Engenheiros Consultores LTDA, Instituto da

Mobilidade Sustentável – Rua Viva e Cadaval Arquitetura e Urbanismo LTDA e

vencedor do processo público de seleção instituído pelo edital de Manifestação de

Interesse Nº 20140012/CEL 04/SCIDADES/CE Solicitação de Propostas (SDP) Nº

01 promovido pela Secretaria das Cidades do Governo do Estado do Ceará e Banco

Interamericano de Desenvolvimento (BID) para elaboração e/ou revisão dos Planos

Diretores e de Mobilidade Urbana para os municípios cearenses Jaguaruana,

Quixeré, Massapê, Santana do Acaraú, Irauçuba, Russas, Morada Nova, Limoeiro

do Norte, Tabuleiro do Norte e Jaguaribe, por meio do contrato nº

028/CIDADES/2016.

A realização do trabalho está estruturada nas seguintes etapas:

Etapa 1: Plano Executivo de Trabalho;

Etapa 2: Perfil e Diagnóstico;

Etapa 3: Audiência Pública 01;

Etapa 4: Diretrizes e Propostas;

Etapa 5: Audiência Pública 02;

Etapa 6: Proposta para Legislação Básica;

Etapa 7: Audiência Pública 03;

Etapa 8: Elaboração de Estratégias de Implementação do PDM, Gestão

Municipal e Priorização de Investimentos;

Etapa 9: Consolidação da Consulta Pública On-line;

Etapa 10: Treinamento sobre Plano Diretor;

Etapa 11: Planos Diretores Municipais Consolidados.

Este Produto insere-se na Etapa 4: Diretrizes e Propostas e inclui os

seguintes conteúdos:

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 7

Introdução apresentando as principais referências técnicas, legais e

conceituais utilizadas para elaboração das diretrizes e propostas;

Apresentação de Eixos Estratégicos e respectivas diretrizes estratégicas,

que deverão nortear o desenvolvimento do Município;

Detalhamento das diretrizes por tema.

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1 REFERÊNCIAS CONCEITUAIS E METODOLÓGICAS

Este item tem como objetivo indicar caminhos e processos visando ao

desenvolvimento urbano do Município de Quixeré. Diante disso, entende-se

necessário expor a construção conceitual e metodológica trilhada para se chegar ao

resultado aqui apresentado.

Os pressupostos que levaram à adoção dos conceitos e metodologias

empregados são indicados na resposta ao questionamento: a que comando e a que

necessidade atende o termo “desenvolvimento urbano”? Pode-se dizer que a

necessidade é indicada na realidade do Município, que é dinâmica e demanda

orientação para o sentido do desenvolvimento. O comando é indicado pela

Constituição Federal, que em seu artigo 182 determina que essa realidade dinâmica

se transforme orientada no sentido de um desenvolvimento legalmente definido:

diretrizes gerais fixadas em lei e no plano diretor.

Os pressupostos que se busca, portanto, vêm da articulação da realidade

com a ordem jurídica. Juntas, a realidade e a ordem jurídica devem inspirar um

conceito de desenvolvimento urbano e, simultaneamente, uma metodologia para a

sua realização. As expressões dessa articulação serão os princípios e os

instrumentos do desenvolvimento urbano, sendo o plano diretor o principal dentre

esses.

Como ponto de partida para a construção dos conceitos e metodologias, será

necessária a análise de todo o ordenamento jurídico afeto à matéria do

desenvolvimento urbano, que é de ordem pública. Essa consideração se dá no bojo

do fundamento básico do Estado Democrático de Direito, que se define pela

supremacia da lei em favor das garantias individuais, das garantias sociais e das

garantias difusas. Dessa forma, o desenvolvimento urbano, que diz respeito a todas

essas garantias, deve se submeter à supremacia da lei. Impõem-se, portanto, as

questões colocadas a seguir.

Quais são os comandos constitucionais e quais são os comandos legais que

determinam o desenvolvimento urbano? Como se define legalmente o

desenvolvimento urbano? Quais são os meios e instrumentos legais do

desenvolvimento urbano? Qual é o objetivo do desenvolvimento urbano?

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As respostas a essas questões darão os fundamentos legais do conceito de

desenvolvimento urbano e levarão, a partir de sua projeção sobre a realidade

municipal, à elaboração de uma metodologia de construção dos princípios e

diretrizes para o desenvolvimento urbano específico de Quixeré.

É no artigo 182 da Constituição Federal, no Capítulo II do Título VII, da

Política Urbana, que se tem o comando constitucional sobre o desenvolvimento

urbano. Determina que a política de desenvolvimento urbano visa ao cumprimento

das funções sociais da cidade e da propriedade urbana e ao bem-estar dos seus

habitantes. Nos parágrafos do artigo 182 da Constituição Federal tem-se o

esclarecimento de que o plano diretor é o instrumento principal do desenvolvimento

urbano e que ele é obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes, além de

definir a função social da propriedade.

A interpretação ampla do artigo 182 da Constituição Federal já traz uma ideia

do contorno do que seja desenvolvimento urbano. Entende-se que ele deve ter como

consequência o cumprimento das funções sociais da cidade e da propriedade

urbana e garantir o bem-estar de seus habitantes. As funções sociais da cidade e da

propriedade urbana, portanto, são elementos de construção do conceito de

desenvolvimento urbano ao mesmo tempo em que são, elas mesmas, parte do seu

objetivo. A garantia de bem-estar, por sua vez, traz o elemento material do conceito

na Constituição, no sentido de indicar o que se busca de palpável com o

desenvolvimento urbano.

O Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/2002) vem trazer contornos e

conteúdos mais precisos ao conceito de desenvolvimento urbano, determinado pelo

artigo 182 da Constituição. Em seu artigo 2º o Estatuto da Cidade reafirma a

Constituição, ao indicar que política urbana tem por objetivo ordenar o pleno

desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana através de

diversas diretrizes. Dentre essas diretrizes, as que se prestam à construção do

conceito de desenvolvimento urbano estão no inciso I e inciso II:

Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:

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I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; II – gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; (...)

No inciso I tem-se a garantia do direito a cidades sustentáveis, indicada por

direitos sociais, econômicos e ambientais. Essa prescrição define, portanto, que o

desenvolvimento urbano é sustentável, ou culmina em cidades sustentáveis, ao

garantir equilibradamente direitos de aspectos sociais, econômicos e ambientais.

No inciso II tem-se a gestão democrática como elemento definidor do conceito

de desenvolvimento urbano. Dessa forma, o desenvolvimento urbano não se define

só na materialidade do ordenamento do território, determinado pela função social da

propriedade, induzindo transformações que busquem o equilíbrio social, econômico

e ambiental da cidade sustentável, mas também se define na legitimidade da

produção e da execução dos planos e programas urbanísticos. Estes devem ser

produzidos e executados sob a tutela da participação dos diversos setores da

sociedade, sem a qual lhe carecerá legitimidade.

A função social da propriedade e a gestão democrática informam princípios,

aquele ligado ao território e este ligado à gestão. São eles os princípios da função

social da propriedade e o princípio da gestão democrática da cidade. Trata-se dos

princípios basilares do Direito Urbanístico, o qual tem por finalidade tutelar a garantia

a cidades sustentáveis1.

Chega-se, por fim, a uma proposição de conceito legal para desenvolvimento

urbano. É o processo que produz transformações sociais, econômicas e ambientais

sustentáveis através de sua territorialização, planificada e aplicada por meio de uma

gestão democrática. Território, gestão e sustentabilidade são as palavras-chave extraídas do

conceito de desenvolvimento urbano que fundamentaram o processo de elaboração

dos planos objetos deste trabalho.

1 FERNANDES e ALFONSIN, 2010.

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Uma vez apresentado o fundamento conceitual básico das propostas de

desenvolvimento urbano, é necessário apresentar também outros referenciais legais,

institucionais e técnicos.

Além do Estatuto da Cidade, que também é um importante referencial técnico

e institucional, há outras diversas leis federais que constituem referências sobre o

desenvolvimento urbano: Lei 11.124/2005, sobre Habitação de Interesse Social; Lei

11.888/2008, sobre Assistência Técnica à população de baixa renda; Lei

11.445/2007, sobre Saneamento Básico; Lei 12.305/2009 sobre a Política Nacional

de Resíduos Sólidos; Lei 12.587/2012, sobre Mobilidade Urbana; Leis 10.048/2000 e

10.09/2000, sobre Acessibilidade; Lei 12.608/2012, sobre a Política Nacional de

Proteção e Defesa Civil.

No âmbito da competência estadual para legislar sobre o assunto, deve-se

mencionar a Constituição do Estado do Ceará que apresenta, em seu Capítulo X do

Título VIII, Da Política Urbana, prescrições de grande repercussão na elaboração da

legislação urbanística no âmbito municipal. Os artigos 288 e 289 cuidam de

estabelecer diretrizes gerais para a política de desenvolvimento urbano que refletem

a principiologia da Constituição da República e do Estatuto da Cidade:

Art. 288. A política urbana, executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. Art. 289. A execução da política urbana está condicionada ao direito de todo cidadão a moradia, transporte público, saneamento, energia elétrica, gás, abastecimento, iluminação pública, comunicação, educação, saúde, lazer e segurança. Parágrafo único. A propriedade urbana cumpre sua função social, quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade, expressas no plano diretor.

O artigo 290 prescreve matérias relativamente às quais o Plano Diretor deve

se debruçar.

O artigo 291 estabelece diretrizes relativas às políticas de habitação,

ordenamento territorial e políticas de acessibilidade de pessoas com necessidades

especiais. O artigo 293 institui limitações ao direito de construir. O artigo 297

determina ao poder público garantir o direito à moradia e deve ser lido em conjunto

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com o artigo 300, que institui a obrigatoriedade de o ente público garantir recursos

para a habitação de interesse social. Por fim, há o artigo 305, que institui a

obrigatoriedade de órgão municipal instituir zoneamento ambiental.

Outro referencial de âmbito regional é o Plano de Desenvolvimento Regional

(PDR) do Vale do Jaguaribe, elaborado através de um importante esforço de

planejamento do Estado do Ceará. O PDR foi apresentado em 2006, quando se

efetuou o diagnóstico da região e se definiu o papel e a vocação de cada município

integrante. Em 2016 o PDR foi revisto e estabeleceu uma visão para a Região do

Vale do Jaguaribe e um conjunto de 14 Objetivos Estratégicos (OE), organizados por

áreas temáticas - ambiental, social, econômica, infraestrutura, científico-tecnológica

e político institucional - seguidos de 15 Ações Integradas (AI), conforme transcrito

nos Quadros 1 a 6 apresentados como anexo deste documento. Como visão o PDR

define que “O Vale do Jaguaribe será uma região integrada, socialmente justa e

economicamente desenvolvida, através da valorização dos recursos naturais, do

turismo sustentável e da qualidade de vida do seu território”.

Com base no que foi apresentado, foram estabelecidas e organizadas as

diretrizes para a revisão e/ou elaboração da legislação urbanística e ambiental do

Município, a partir dos conceitos expostos e dos resultados do Diagnóstico realizado

(Leitura Técnica e Comunitária), consolidadas a partir da Primeira Audiência Pública,

efetuada em abril de 2017. Definiu-se, em primeiro lugar, os eixos estratégicos de

desenvolvimento do Município que compõem o cenário desejado, bem como as

diretrizes estratégicas correspondentes a cada um. Em seguida, as diretrizes foram

detalhadas por temas e subtemas referentes aos aspectos ambientais,

socioeconômicos, territoriais e de gestão, considerando-se que as questões

ambientais e socioeconômicas sempre terão rebatimento no campo do território ou

da gestão.

Princípios do Desenvolvimento Sustentável

As diretrizes e propostas apresentadas no plano diretor deverão, na sua

formulação e implementação, considerar os princípios do desenvolvimento

sustentável, em suas dimensões social, ambiental e de desenvolvimento econômico,

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 13

concorrendo para o alcance dos objetivos de inclusão social, justiça ambiental e

ecoeficiência das atividades econômicas.

Diretrizes do Plano de Desenvolvimento Regional (PDR)

Para a formulação dos Eixos Estratégicos, das respectivas Diretrizes

Estratégicas e das Diretrizes Temáticas, aqui apresentados, foram considerados,

além da Leitura Técnica e Comunitária, os Objetivos Estratégicos (OE) e as Ações

Integradas (AI) previstos no Plano de Desenvolvimento do Vale do Jaguaribe (PDR)

original e revisto em 2016), procurando-se dessa forma, manter coerência entre o

planejamento regional e o Plano Diretor do Municipal de Quixeré.

Assim, as proposições municipais do Plano Diretor deverão ser

complementares às iniciativas do estado previstas nas Ações Integradas do PDR do

Vale do Jaguaribe, especialmente à Ação Integrada do PDR, AI3: Programa de

ordenamento urbano da região.

Os quadros apresentados no Anexo I resumem os Objetivos Estratégicos

(OE) e as Ações Integradas (AI) do PDR do Vale do Jaguaribe.

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 14

2 EIXOS ESTRATÉGICOS DO DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL

Para consecução dos objetivos do Plano Diretor, são eixos estratégicos do

desenvolvimento do Município de Quixeré:

I - Fortalecimento do Município como importante centro de produção agrícola

da Região do Baixo Jaguaribe, com controle ambiental das atividades produtivas;

II - Estruturação dos núcleos urbanos para melhoria da qualidade da vida de

seus moradores e apoio às atividades rurais, especialmente da Sede e de Lagoinha;

III - Preservação da identidade municipal e do patrimônio histórico, cultural e

ambiental;

IV - Inclusão socioespacial da população mediante ampliação do acesso aos

bens e serviços urbanos.

Para cada eixo, visando ao desenvolvimento municipal, são as seguintes as

diretrizes estratégicas, no âmbito do Plano Diretor:

Diretrizes estratégicas para o Eixo Estratégico I

O foco dinâmico da economia de Quixeré – a Região Agrícola Produtiva

(RAP) – deverá irradiar positivamente para outros setores da economia municipal

(serviços e indústria). Nesse sentido, são diretrizes estratégicas para atingir esse

objetivo:

• desenvolver estratégias para diversificar a inserção do município na

Região Agrícola Produtiva (RAP), reduzindo a importância relativa da fruticultura;

• promover a gestão das relações de interesse público e privado entre as

empresas extrativas e do agronegócio e o Município de Quixeré, mensurando as

externalidades positivas e coibindo ou mitigando externalidades negativas;

• cuidar para evitar a exaustão dos recursos naturais e ameaça à

sustentabilidade, contrariando, assim, a lógica do capital financeiro: retorno máximo

e rápido, “fuga” para outras regiões.

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

CONTRATO 028/CIDADES/2016

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 15

Diretrizes estratégicas para o Eixo Estratégico II

Para atingir os objetivos deste Eixo, a administração municipal deverá se

estruturar para melhorar a gestão urbana e gestão tributária, as infraestruturas de

saneamento e circulação, tomando, no âmbito do Plano Diretor, medidas com vistas

a:

melhorar a articulação entre Sede e distritos, especialmente Sede–

Lagoinha, reforçando essas centralidades, e implementar transporte

público entre eles;

criar normas de ocupação e uso das áreas urbanas da Sede e de

Lagoinha;

ampliar espaços públicos destinados ao lazer e convívio da população;

melhorar as condições de saneamento especialmente das áreas urbanas

da Sede e de Lagoinha;

vincular adensamento e expansão da área urbana às projeções de

crescimento populacional.

Diretrizes estratégicas para o Eixo Estratégico III

As diretrizes estratégicas, no âmbito do Plano Diretor, visando à preservação

da identidade municipal e do patrimônio histórico e cultural, são as seguintes:

Reforçar o centro como espaço de identidade da cidade;

preservar a área de interesse histórico-cultural;

preservar o patrimônio imaterial, incentivando atividades tradicionais das

comunidades;

valorizar e preservar o fundo de vale do Rio Velho.

Diretrizes estratégicas para o Eixo Estratégico IV

As diretrizes estratégicas, no âmbito do Plano Diretor, visando à inclusão

socioespacial de toda a população mediante acesso aos bens e serviços urbanos,

são as seguintes:

Evitar o processo de dispersão urbana;

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ampliar a prestação de saneamento básico aos moradores do Município;

qualificar os assentamentos precários na Sede e nos distritos;

integrar a política habitacional às demais políticas públicas;

priorizar o atendimento das necessidades habitacionais de interesse

social.

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3 DIRETRIZES TEMÁTICAS

3.1 Diretrizes referentes a aspectos ambientais

I - Diretrizes Regionais

O Município, em articulação com municípios vizinhos, fará gestões junto ao

governo do estado visando à melhoria do gerenciamento do uso da água por meio

da elaboração ou revisão de planos de bacias hidrográficas e/ou plano de gestão de

recursos hídricos, englobando, entre outras medidas:

desenvolvimento de estudos sobre o aproveitamento hídrico subterrâneo

do aquífero cárstico da Formação Jandaíra (Grupo Apodi), em escala

regional;

elaboração de planos de contingência associados à realização dos

estudos hidrológicos para cenários de cheias;

elaboração de estudos hidrológicos em sub-bacias, em escala regional ou

local, visando a utilização sustentável dos recursos hídricos superficiais;

fiscalização municipal e/ou estadual para assegurar o licenciamento

ambiental de construção de açudes com área maior a cinco hectares,

considerados de médio potencial poluidor-degradador (PPD) – Resolução

do Conselho Estadual do Meio Ambiente COEMA Nº 10/2015;

recuperação ambiental de áreas de agricultura em desuso ou promoção

gradual, respaldada nos estudos hidrogeológico, da recuperação da

atividade agrícola e/ou expansão de áreas agricultáveis;

Essas diretrizes serão inseridas, no que couber à ação integradas do PDR,

AI1: Programa de valorização dos recursos ambientais – Desenvolver um plano de

manejo de água para diferentes setores de atividade produtiva, como agricultura e

indústria.

II - Diretrizes Municipais

O Município, em articulação com os órgãos ambientais estaduais, e, quando

couber, com município vizinho, visando à melhoria da qualidade ambiental e à

recuperação de áreas degradadas, tomará, entre outras, as seguintes medidas:

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intensificação do controle das atividades de extração de calcário, areia e

argila;

monitoramento ambiental relativo à emissão de materiais particulados nas

indústrias de beneficiamento de calcário;

controle da atividade de aquicultura, com fiscalização acerca do

licenciamento ambiental, preferencialmente em conjunto com o Município

de Jaguaruana;

controle da indústria cerâmica, incluindo a extração de argila, com

fiscalização acerca do licenciamento ambiental, preferencialmente em

conjunto com o Município de Russas;

impedimento de ocupação em APP por meio de fiscalização e educação

ambiental;

criação de área non aedificandi e/ou de diretrizes especiais ao longo da

encosta do front da Chapada do Apodi;

restrição à ocupação de áreas inundáveis por meio de fiscalização e

educação ambiental;

fiscalização pelas Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente do uso

excessivo de agrotóxicos em áreas de cultivo, com principal enfoque nas

áreas de depósitos aluvionares e de substrato calcário;

controlar atividades econômicas de grande porte, sobretudo a agricultura;

criar sistema de compensação ambiental no Município para atividades

geradoras de impacto, tais como as olarias e mineradoras;

incluir a população na discussão sobre o licenciamento para grandes

empreendimentos;

regulamentar e fiscalizar, por meio da Secretaria de Saúde, o transporte

de carne, atualmente feito em condições sanitárias inadequadas.

3.2 Diretrizes referentes a aspectos socioeconômicos

As diretrizes referentes aos aspectos socioeconômicos, complementares

àquelas definidas como estratégicas para atingir o objetivo de fortalecimento de

Quixeré como centro de produção agrícola da região, são:

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estabelecer parcerias com entidades científicas, com agências federais e

do estado, com o ministério público, para assegurar a prevalência do

interesse público e o desenvolvimento econômico e social sustentável;

buscar investimentos governamentais para que Quixeré volte a prosperar

economicamente, e que se prepare com antecedência para lidar com

futuros períodos de seca prolongada;

apoiar a agricultura familiar e o pequeno produtor de Quixeré, com

assistência técnica, sementes, crédito, canais de comercialização,

infraestruturas de energia e estrada, favorecendo a economia e a

promoção social, inserindo as ações decorrentes dessa diretriz à Ação

Estratégia do PDR, AI7: Programa de desenvolvimento rural sustentável;

promover o controle ambiental de atividades extrativas, especialmente de

calcário na Chapada do Apodi, e de industriais em áreas urbanas e rurais;

melhorar a qualidade do gasto público, investir na qualidade e no

compromisso dos servidores públicos em mais médicos, mais professores,

ampliar a prestação dos serviços, aumentando a renda gerada no

Município;

estabelecer parcerias com universidade, visando aprimorar a capacidade

produtiva local, nos termos da Ação Integrada do PDR, AI10: Programa de

integração universidade e empresa.

3.3 Diretrizes referentes aos aspectos territoriais

3.3.1 Diretrizes gerais

Tendo em vista o ordenamento do território, e considerando a carência de

regulamentação urbanística no Município de Quixeré, faz-se necessário:

criar e implementar legislação urbanística e ambiental;

criar sistema de fiscalização da legislação urbanística e ambiental;

fortalecer a capacidade técnica da administração municipal para promoção

da gestão urbana e ambiental.

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3.3.2 Estrutura urbana

São diretrizes para a estrutura urbana e deverão orientar o

macrozoneamento, o zoneamento urbano, a ocupação e o uso do solo:

3.3.2.1 Diretrizes para crescimento da cidade: expansão e adensamento

Criar, internamente ao perímetro urbano, zonas adensáveis, em virtude de

condições favoráveis do meio físico, acessibilidade, infraestruturas e

características do uso do solo;

criar, internamente ao perímetro urbano, zonas de adensamento restrito,

em virtude de restrições ambientais e condições desfavoráveis de

acessibilidade, infraestruturas e características do uso do solo;

criar, internamente ao perímetro urbano, áreas especiais cujos parâmetros

urbanísticos se sobreporão aos das zonas, visando a implementação de

políticas de intervenção específicas, como a proteção ao patrimônio

histórico nas imediações da Praça da Matriz;

rever os perímetros urbanos na medida e necessidade do crescimento

demográfico, evitando-se a dispersão urbana e a ocupação de áreas

impróprias à urbanização, dando preferência ao adensamento,

observando as seguintes indicações:

− definir como vetores para expansão urbana preferencial na Sede:

ao sul, no sentido da CE-266, ao longo do eixo da Rua Monsenhor

Oliveira; a sudeste, também no sentido da CE-266, ao longo do eixo

da Rua Vereador Efísio Costa; e a leste, no eixo da Rua Professora

Eliza Brito;

− restringir a expansão urbana, na Sede, no sentido dos Bairros Ilha e

Leão;

− reduzir a área de expansão urbana da Vila de Lagoinha;

− propor alternativa à área de expansão urbana do Distrito Industrial

(Lei 575/2016);

planejar a expansão da cidade, regulamentar a forma de implantação de

novos loteamentos e fiscalizar a execução das obras;

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conscientizar proprietários de terrenos e de loteadores para o

cumprimento das normas urbanísticas e de licenciamento de parcelamento

do solo;

impedir ocupação de áreas sujeitas a inundação.

3.3.2.2 Centros e atividades urbanas

Impedir usos incômodos nos centros da Sede e de Lagoinha e estimular o

surgimento de novas centralidades;

estimular a oferta de comércio e serviços em Botica e Boqueirão e

melhorar sua ligação com a Sede;

possibilitar a diversificação de usos conviventes na cidade;

promover a regulamentação de uso das calçadas e definir a forma de sua

implementação e fiscalização;

regulamentar e fiscalizar as edificações para evitar a invasão de calçadas

por propriedades particulares e manter o ordenamento da ocupação.

3.3.2.3 Articulação do território

Estudar alternativas para o transporte público coletivo, facilitando

deslocamentos entre Sede, distritos e localidades;

promover a hierarquização e classificação viária nas áreas urbanas;

indicar melhorias físicas e de regulamentação para as principais vias e

interseções viárias;

indicar diretrizes para expansão do sistema viário, especialmente nos

vetores preferenciais de expansão.

3.3.2.4 Outras diretrizes

Definir, juntamente com órgãos competentes do estado, políticas de

segurança pública para os Distritos de Lagoinha e Água Fria;

encaminhar à Secretaria de Saúde a demanda por fiscalização do

transporte de carne para consumo.

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3.3.3 Patrimônio histórico-cultural e natural

São diretrizes da política municipal de proteção do patrimônio histórico

municipal:

realizar estudos especiais relativos ao patrimônio histórico construído,

visando a adoção de medidas de preservação e incentivos para

conservação de edificações significativas, especialmente no centro da

Sede e na Fazenda Mato Alto;

promover a requalificação da Praça da Matriz e das Ruas Manoel

Gonçalves e Vereador Efísio Costa;

elaborar o inventário de festas típicas e manifestações tradicionais e

promover sua divulgação no Município e na região (ex.: sanfoneiros,

dramistas, cantores, repentistas, bandas locais e festas típicas como a

Paixão de Cristo e o Boi Quixeré);

promover a recuperação do espaço da “Paixão de Cristo” e reativar as

encenações;

reformar e ampliar o mercado público municipal;

implantar mirante no alto da Chapada do Apodi;

inserir as ações de valorização de atrativos históricos, culturais e naturais

de Quixeré ao turismo integrado da região do Vale do Jaguaribe (PDR –

AI6: Programa de qualificação do turismo);

realizar o tratamento sanitário e paisagístico de fundo de vale do Rio

Velho.

3.3.4 Habitação

São diretrizes da política municipal de Habitação, no âmbito do Plano Diretor:

promover a elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social,

inserido na Ação Integrada do PDR, AI3: Programa de ordenamento

urbano da região;

promover a regularização fundiária dos bairros das áreas urbanas,

preferencialmente da Sede e de Lagoinha;

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promover condições mínimas de moradia adequada por meio da

complementação da urbanização do Bairro “Populares”, na Sede;

promover a qualificação ou substituição das casas de taipa ainda

existentes no Município;

prever normas e instrumentos legais que favoreçam a provisão

habitacional de interesse social, entre os quais:

− percentual obrigatório de transferência de área destinada a

habitação de interesse social quando da aprovação de novos

parcelamentos ou, como contrapartida, quando da regularização

fundiária de interesse específico de loteamentos privados;

− parâmetros urbanísticos especiais para empreendimentos

habitacionais de interesse social que viabilizem a moradia

econômica e garantam as condições mínimas de qualidade da

habitação;

− mecanismos que permitam a definição de áreas vazias com a

função social de destinar-se à habitação de interesse social;

garantir, por meio de parcerias com instituições afins e com municípios

vizinhos, o serviço público de assistência técnica em arquitetura e

engenharia, visando qualificar a produção individual da habitação de

interesse social.

3.3.5 Mobilidade

São diretrizes da política municipal de mobilidade, no âmbito do Plano Diretor:

implementar um Programa de Regularização e Qualificação das Calçadas

que estabeleça, entre outras questões, a rede prioritária para tratamento,

que será realizado pela Prefeitura Municipal;

tratar e sinalizar as travessias da CE-356 no distrito de Lagoinha

abrangendo todos os modos de circulação, com tratamento especial

focado na segurança de pedestres e ciclistas;

desenvolver o Plano da Rede Ciclável com implantação de paraciclos e

bicicletários e compartilhamento de vias e calçadas;

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criar o serviço de transporte público coletivo entre a sede e os distritos

com a criação de linhas de ônibus planejadas, regulamentadas e tarifadas

pela Prefeitura Municipal;

garantir a integração e a modicidade tarifária na rede de transporte criada

para atrair usuários do transporte individual e do mototaxi;

estruturar o serviço de taxi, mototaxi e escolar, fortalecendo a gestão

pública sobre os mesmos;

desenvolver um programa de paz no trânsito com ênfase nos

motociclistas, contemplando medidas de educação, engenharia de tráfego

e fiscalização;

organizar e regulamentar o estacionamento, a circulação de veículos

pesados e a operação de carga e descarga em Quixeré;

tratar as Ligações distritais e rodoviárias, inclusive com iluminação pública;

implantar melhorias na circulação e no sistema viário de articulação da

cidade e nas interseções críticas;

elaborar um plano de sinalização viária estabelecendo etapas de

implantação;

estabelecer a hierarquização viária de Quixeré;

construir uma estrutura institucional que permita à municipalidade atender

as demandas impostas na gestão cotidiana do sistema de mobilidade

urbana.

3.3.6 Saneamento Básico

São diretrizes para o saneamento básico do Município, em consonância com

a Lei Complementar Estadual Nº 162/2016, no âmbito do Plano Diretor:

promover a elaboração do Plano Municipal de Saneamento juntamente

com municípios vizinhos, quando couber, nos termos da Lei Federal do

Saneamento Básico (Lei nº 11.445/2007) e do Plano Nacional de

Saneamento Básico, na mesma linha da Ação Integrada do PDR, AI12:

Programa de saneamento;

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 25

assegurar o acesso da população às ações e serviços de saneamento,

associado a programas de saúde pública e educação sanitária, em

consonância com as normas de proteção ao meio ambiente;

promover o controle de vetores e de reservatórios de doenças

transmissíveis, visando à prevenção de consequências danosas à saúde e

a garantia de condições de higiene e conforto;

criar mecanismos para viabilizar a determinação sistemática do quadro

sanitário e epidemiológico do Município a partir do qual as ações de

saneamento sejam definidas e implementadas;

avaliar os instrumentos de concessão dos serviços de abastecimento de

água, visando à introdução de mecanismos de participação da instância

municipal na gestão dos serviços, com apoio da Agência Reguladora de

Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (ARCE);

acompanhar e fiscalizar o convênio firmado com a companhia

concessionária do serviço de forma a assegurar oferta de água às

demandas atuais e futuras;

promover ações junto à concessionária para solucionar a curto prazo as

deficiências da distribuição de água na Sede, especialmente nos Bairros

Pontal e Nova Morada, e nos distritos;

promover ações junto à concessionária para ampliação e adequação do

tratamento de água e da capacidade de reservação, bem como

substituição de rede com diâmetro insuficiente;

promover ações de integração, quando couber, às ações regionais de

recursos hídricos, e utilizando técnicas sustentáveis, como aproveitamento

de água pluvial com redução da evapotranspiração, retenção de águas

pluviais no lençol freático através de infiltração planejada, principalmente

nos distritos e localidades;

estimular estratégias de reuso de águas, tendo em vista a escassez desse

recurso na região;

elaborar, a partir do Plano Municipal de Saneamento, o planejamento do

sistema de esgotamento sanitário e de drenagem urbana, considerando

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 26

que a responsabilidade por esse serviço é do município, definindo etapas

de implantação compatíveis com a capacidade de financiamento

municipal;

promover a recuperação e preservação dos fundos de vale, especialmente

do Rio Velho, incorporando-os à paisagem urbana, de forma que sejam

compatibilizados com o sistema viário e que permitam a implantação de

interceptores de esgoto sanitário;

promover a recuperação e preservação do córrego que escoa ao norte da

cidade (braço do Rio Quixeré) ao longo de todo seu percurso urbano,

protegendo-o dos processos de aterramento e ocupação;

implementar o programa municipal de gestão de resíduos sólidos urbanos,

abrangendo coleta, coleta seletiva, limpeza, disposição do lixo urbano,

hospitalar e dos resíduos inertes;

articular, com municípios vizinhos, no que couber, o planejamento e a

implementação de ações de saneamento, notadamente disposição final de

resíduos sólidos, em consonância com a Ação Estratégica do PDR, AI2:

Programa de coleta e tratamento de resíduos sólidos;

transferir o local de destino final do lixo (atual “lixão”), devido à

proximidade com o matadouro em construção, e operar o novo local de

forma mais adequada, transformando-o pelo menos em aterro controlado:

aterramento em valas, com cobertura dos resíduos e valas especiais para

resíduos sépticos; realizar a cobertura do lixo depositado no “lixão” a ser

desativado;

coibir a queima de resíduos sólidos, evitando poluição atmosférica;

coibir o lançamento de entulho e lixo em logradouros públicos;

apoiar a organização da atividade dos catadores de resíduos recicláveis,

visando reduzir o volume de resíduos a serem aterrados e estimulando

ações sociais;

estimular o desenvolvimento e aplicação de tecnologias e soluções

alternativas de saneamento, visando ao atendimento de assentamentos

habitacionais de interesse social e as localidades rurais.

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3.4 Diretrizes referentes à gestão urbana e ambiental

Para implementação das diretrizes e propostas constantes do Plano Diretor e

demais normas urbanísticas municipais, será necessário:

estruturar a administração municipal para viabilizar a efetiva

implementação das normas urbanísticas e ambientais municipais;

promover integração das políticas urbanas, bem como dessas e com as

políticas econômica, ambiental e sociais;

promover participação da sociedade civil na implementação das políticas

urbanas por meio de sistema de gestão participativa integrando

conferências, conselhos e outras instâncias colegiadas;

criar conselho municipal de política urbana, constituído paritariamente de

membros do poder público e da sociedade civil, tendo por finalidade o

monitoramento e a implementação do plano diretor municipal;

criar, no âmbito do poder executivo, comissão técnica de referência para

tratar dos temas ligados ao desenvolvimento urbano e apoiar o conselho

municipal de política urbana;

participar, juntamente com o estado e municípios vizinhos, da criação de

órgão técnico regional de apoio aos municípios nos assuntos relacionados

com a gestão urbana.

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição Federal. Brasília, DF, 1988.

___________. Lei Federal nº 10.257/2001, que regulamenta os arts. 182 e

183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá

outras providências (Estatuto da Cidade). Brasília, DF, 2001.

CEARÁ. Constituição Estadual do Ceará. Fortaleza, CE, 1989.

___________. Governo do Estado do Ceará, Secretaria das Cidades; Banco

Interamericano de Desenvolvimento (BID). Manifestação de Interesse Nº

20140012/CEL 04/SCIDADES/CE Solicitação de Propostas (SDP) Nº 01 referente

a elaboração do Plano Diretor Municipal com o de Mobilidade Urbana para

Jaguaruana e Quixeré; e a revisão/complementação do Plano Diretor Municipal,

incluindo o de Mobilidade Urbana dos municípios de Massapê, Santana do Acaraú,

Irauçuba, Russas, Morada Nova, Limoeiro do Norte, Tabuleiro do Norte e Jaguaribe.

Fortaleza, 2015.

___________. Secretaria das Cidades do Estado do Ceará. Atualização do

Plano de Desenvolvimento Regional. Programa de Desenvolvimento Urbano de

Polos Regionais - Vale do Jaguaribe e Vale do Acaraú. Produto 2-Diagnóstico.

468p. Fortaleza, CE, 2016.

___________. Produto 1 – Plano Executivo de Trabalho e Detalhamento

da Metodologia para elaboração do Plano Diretor Municipal com o de Mobilidade

Urbana para Jaguaruana e Quixeré e a revisão/complementação do Plano Diretor

Municipal, incluindo o de Mobilidade Urbana dos municípios de Massapê, Santana

do Acaraú, Irauçuba, Russas, Morada Nova, Limoeiro do Norte, Tabuleiro do Norte e

Jaguaribe. Belo Horizonte, 2016.

___________. Produto 2 – Diagnóstico (Leitura Técnica e Comunitária)

para elaboração do Plano Diretor Municipal com o de Mobilidade Urbana para

Jaguaruana e Quixeré e a revisão/complementação do Plano Diretor Municipal,

incluindo o de Mobilidade Urbana dos municípios de Massapê, Santana do Acaraú,

Irauçuba, Russas, Morada Nova, Limoeiro do Norte, Tabuleiro do Norte e Jaguaribe.

Belo Horizonte, 2017.

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

CONTRATO 028/CIDADES/2016

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS DO CEARÁ – VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176)

Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 29

FERNANDES, Edésio; ALFONSIN, Betânia (Coord.). Coletânea de

legislação urbanística: normas internacionais, constitucionais e legislação

ordinária. Belo Horizonte: Fórum, 2010.

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

CONTRATO 028/CIDADES/2016

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS DO CEARÁ – VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176)

Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 30

ANEXO I – OBJETIVOS ESTRATÉGICOS E AÇÕES INTEGRADAS DO PLANO

DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO VALE DO JAGUARIBE

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

CONTRATO 028/CIDADES/2016

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS DO CEARÁ – VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176)

Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 31

Quadro 1 – Diretrizes Ambientais do PDR do Vale do Jaguaribe

DIR

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RIZ

ES

AM

BIE

NT

AIS

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

FUNDAMENTAÇÃO OBJETIVOS EXEMPLO DE ATIVIDADES AÇÕES INTEGRADAS

OE1: Reforçar a proteção e o uso eficiente da água ao longo da sua cadeia de valor

Conforme observado no Diagnóstico Regional, a ocupação desordenada do solo urbano e a poluição dos recursos hídricos pelo aporte de efluentes domésticos e industriais associados à ausência de tratamento de efluentes em diversos municípios da região são condições preocupantes para a preservação dos recursos hídricos.

Propor medidas de uso racional da água e combate ao desperdício Propor medidas de fiscalização e controle de tratamento de efluentes especialmente nos setores agrícola e industrial

Campanhas educativas e de sensibilização em escolas Campanhas educativas e de sensibilização em associações e representações empresariais Programas de incentivo e fiscalização do tratamento de efluentes nos setores agrícola e industrial

AI1: Programa de valorização dos recursos ambientais Desenvolver um plano de manejo de água para diferentes setores de atividade produtiva, como agricultura e indústria.

OE2: Promover o desenvolvimento de um sistema de coleta e tratamento de resíduos sólidos

95,24% dos municípios da região utilizam lixões a céu aberto para disposição final dos resíduos sólidos. Na grande maioria dos lixões é observada a prática de incineração do lixo. Nenhum município conta com centro de triagem para separação dos resíduos recicláveis. Quanto à coleta seletiva de resíduos sólidos, nenhum dos municípios oferta este tipo de serviço à população.

Desenvolver plano de coleta seletiva e centros de reciclagem conjuntamente com cooperativas de catadores Desenvolver plano de implementação de aterros sanitários em grupos de municípios – regularizar e fiscalizar são atividades integrantes deste plano

Plano de coleta seletiva com poder público municipal Criação de centros de reciclagem associado a cooperativas de catadores Programa de conscientização da população para os problemas do lixo Implementação, regularização e fiscalização dos aterros sanitários

AI2: Programa de coleta e tratamento de resíduos sólidos Propor um plano de coleta e tratamento de resíduos sólidos para todos os municípios da região através da organização em municípios vizinhos e do investimento conjunto entre eles, objetivando um avanço ambiental importante para o futuro do desenvolvimento da região do Vale do Jaguaribe.

Fonte: PDR, 2016.

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

CONTRATO 028/CIDADES/2016

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 32

(Continuação) Quadro 1 – Diretrizes Ambientais do PDR do Vale do Jaguaribe

DIR

ET

RIZ

ES

AM

BIE

NT

AIS

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

FUNDAMENTAÇÃO OBJETIVOS EXEMPLO DE ATIVIDADES AÇÕES INTEGRADAS

OE3: Desenvolver planos de ordenamento urbano para todos os municípios da região

As fragilidades arquitetônicas e urbanísticas na região são corroboradas pela inexistência ou ineficácia dos planejamentos urbanos. Conforme observado no Diagnóstico, apenas 6 dos 21 municípios possuem plano diretor e demais leis de regulação do solo urbano, em razão, sobretudo, do número de habitantes (menos de 20.000). Desta forma, são executados loteamentos sem nenhum controle, configurando distritos com traçados viários irregulares, sem zoneamento, de forma espontânea e desordenada.

Desenvolver planos de ordenamento urbano para todos os municípios com diferentes níveis de detalhe e diferentes áreas tais como saneamento, habitação, estrutura viária, entre outras.

Atualização de Planos Diretores urbanos dos 5 municípios Desenvolvimento de planos de saneamento, habitação, estrutura viária, entre outros para os demais municípios

AI3: Programa de ordenamento urbano da região Desenvolver planos integrados de ordenamento da região para todos os municípios, podendo incluir por exemplo: Planos Diretores, Planos de Saneamento e Esgotamento, Planos de Mobilidade, entre outros.

Fonte: PDR, 2016.

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

CONTRATO 028/CIDADES/2016

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS DO CEARÁ – VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176)

Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 33

Quadro 2 – Diretrizes Econômicas do PDR do Vale do Jaguaribe

DIR

ET

RIZ

ES

EC

ON

ÔM

ICA

S

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

FUNDAMENTAÇÃO OBJETIVOS EXEMPLO DE ATIVIDADES AÇÕES INTEGRADAS

OE4: Fomentar a organização de setores específicos numa lógica de cadeia produtiva

Considerando a valorização dos recursos locais do Vale do Jaguaribe e a importância da atividade econômica advinda do setor primário, é importante construir e consolidar o desenvolvimento de maior processamento e industrialização de tais produtos oriundos da atividade maioritariamente agropecuária e piscicultura.

Desenvolver um ambiente propício ao alargamento das cadeias produtivas através de parcerias e investimento em pequenos empreendimentos Fomentar a consolidação de novos empreendimentos complementares das cadeias produtivas como forma de assegurar emprego e renda na própria região

Desenvolver um ambiente propício ao alargamento das cadeias produtivas através de parcerias e investimento em pequenos empreendimentos Fomentar a consolidação de novos empreendimentos complementares das cadeias produtivas como forma de assegurar emprego e renda na própria região

AI4: Programa de qualificação de cadeias produtivas Fomentar o desenvolvimento de cadeias produtivas específicas de mais valia para a região e utilizar esta lógica para promover a otimização do uso dos recursos locais e para a promoção e qualificação de emprego e renda envolvidas na cadeia.

OE5: Promover o empreendedorismo tendo em vista a maximização do aproveitamento dos recursos locais

Na região do Vale do Jaguaribe algumas atividades merecem o destaque por representarem grande peso na economia regional que são: a atividade agrícola especialmente frutícola, agropecuária, agroindústria, indústria cerâmica, piscicultura e carcinicultura e ainda o turismo, como atividade de recente desenvolvimento na região.

Fomentar a atividade empresarial na região aproveitando os recursos locais Promover o empreendedorismo como fonte de geração de emprego e renda e de valorização da produção local Qualificar e dar suporte às empresas (indústrias e serviços) já existentes Qualificar a produção e incentivo à exportação

Mobilização dos diferentes atores regionais, tais como Prefeituras Municipais, centros de ensino, associações empresariais, órgãos como SEBRAE e a sociedade civil Programas de incentivo ao empreendedorismo considerando as potencialidades locais Programas de treinamento sobre os fundamentos do empreendedorismo e os princípios básicos de gestão Programa de apoio à qualificação da produção e exportação

AI5: Programa de promoção do empreendedorismo Intervir de forma efetiva nos diferentes domínios estruturantes do ecossistema do empreendedorismo no sentido de fomentar a atividade empreendedora no território considerando as potencialidades locais e maximizar os resultados socioeconômicos decorrentes.

Fonte: PDR, 2016.

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

CONTRATO 028/CIDADES/2016

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Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 34

(Continuação) Quadro 2 – Diretrizes Econômicas do PDR do Vale do Jaguaribe

DIR

ET

RIZ

ES

EC

ON

ÔM

ICA

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OE6: Aprimorar a infraestrutura e os serviços de apoio ao turismo na região

A região do Vale do Jaguaribe tem um nicho turístico mais desenvolvido que corresponde à região de Aracati e litoral, no entanto, mais sete municípios da região constituem alvo de interesse turístico no Estado devendo, assim, serem explorados os atrativos disponíveis com vistas ao desenvolvimento do turismo rural, cultural (patrimônio histórico, eventos religiosos, musicais, de dança, gastronômicos, exposições de arte, de artesanato e outros), de pesca, esportes náuticos, ecoturismo, de sol e praia, entre outros (Fortim, Icapuí e Pindoretama, Jaguaribe, Limoeiro do Norte e Morada Nova).

Promover e qualificar o potencial turístico dos outros municípios Fomentar o desenvolvimento da infraestrutura e serviços da região de Aracati através de treinamentos e investimentos

Qualificação dos profissionais Catalogação e divulgação dos recursos e atrativos naturais Incentivos fiscais e atração de investimentos para melhoria na infraestrutura e serviços oferecidos

AI6: Programa de qualificação do turismo Promover o turismo integrado pela região do Vale do Jaguaribe através de ações como a valorização de outros atrativos naturais, históricos e culturais da região, da qualificação de recursos humanos para o atendimento ao turista e das infraestruturas e serviços relacionados ao setor.

Fonte: PDR, 2016.

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PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS DO CEARÁ – VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176)

Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 35

(Continuação)

Quadro 2 – Diretrizes Econômicas do PDR do Vale do Jaguaribe

DIR

ET

RIZ

ES

EC

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ÔM

ICA

S OE7: Capacitar os atores

locais do setor agropecuário

Conforme identificado no Diagnóstico Regional, há carência na questão do treinamento e qualificação de pessoal para aprimorar e desenvolver o setor agropecuário, em diversas áreas chave para o desenvolvimento da agropecuária da região, tais como técnicas de irrigação, manejo sustentável da produção, qualificação das técnicas de produção e beneficiamento dos produtos, entre outros.

Desenvolver programas de treinamento conjunto com centros de ensino profissionalizantes e universitários para desenvolver a qualificação técnica dos setores agrícola e pecuário para áreas como irrigação, agricultura orgânica, melhores práticas para a pecuária extensiva, entre outros

Promoção de programas transversais e convênios entre universidades e centros de ensino profissionalizante na região para oferecem periodicamente e em locais itinerantes cursos técnicos de pequena duração realmente voltados aos interesses locais

AI7: Programa de desenvolvimento rural sustentável Através da capacitação dos atores locais para uma maior compreensão da importância do correto manejo ou mesmo da dispensa total do uso de agrotóxicos na produção, promover o desenvolvimento produtivo local de forma sustentável social, ambiental e economicamente.

Fonte: PDR, 2016.

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

CONTRATO 028/CIDADES/2016

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS DO CEARÁ – VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176)

Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 36

Quadro 3 – Diretrizes Sociais do PDR do Vale do Jaguaribe

DIR

ET

RIZ

ES

SO

CIA

IS

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

FUNDAMENTAÇÃO OBJETIVOS EXEMPLO DE ATIVIDADES AÇÕES INTEGRADAS

OE8: Desenvolver Plano de dinamização de Unidades de Saúde na região

Conforme identificado nos resultados do Diagnóstico da região do Vale do Jaguaribe, existe uma carência em unidades de atendimento de saúde – especialmente secundária e terciária, nos pequenos municípios. Ainda mais precisamente por considerar que somente 5 municípios concentram quase 50% das unidades de atendimento de saúde.

Dinamizar o sistema de saúde em outros municípios, facilitando o acesso ao atendimento Desenvolver programas de informação e conscientização com a população sobre a importância da prevenção para a saúde e qualidade de vida

Programa de ampliação e descentralização das unidades de saúde secundárias e terciárias em diferentes municípios da região Campanha de sensibilização e prevenção de doenças e saúde da família

AI8: Programa de ampliação e qualificação do atendimento à saúde Promover a criação e dinamização espacial dos pontos de atendimentos de saúde através de financiamentos nacionais ou estaduais e propor a qualificação e atualização do atendimento voltados às necessidades particulares da região.

OE9: Combater a evasão e baixos índices educacionais

As condições de pobreza ou baixa renda são fatores que dificultam o acesso à educação e o entendimento da importância da mesma para o desenvolvimento social de uma população. Foi identificado no Diagnóstico nível elevado de analfabetismo entre adultos e índices escolares baixos tais como: Taxa de Escolarização Líquida, Taxa de Aprovação, Reprovação e Abandono Escolar.

Desenvolver programa de alfabetização de adultos Desenvolver programas de conscientização da importância da educação formal para o desenvolvimento regional

Implementação campanhas de sensibilização para a importância do ensino formal Estruturação de programa de alfabetização de adultos

AI9: Programa de combate à evasão escolar no Ensino Básico e Médio Através de programas de incentivo e novas propostas educacionais pretende-se atingir maior público com acesso à educação formal básica e de nível Médio e também através da qualificação dos profissionais do ensino para melhor atender as necessidades da região, de acordo com as características do contexto local.

Fonte: PDR, 2016.

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

CONTRATO 028/CIDADES/2016

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS DO CEARÁ – VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176)

Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 37

Quadro 4 – Diretrizes Científico-Tecnológicas do PDR do Vale do Jaguaribe

DIR

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CIE

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ICA

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OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

FUNDAMENTAÇÃO OBJETIVOS EXEMPLO DE ATIVIDADES

AÇÕES INTEGRADAS

OE10: Potencializar a capacidade produtiva local através da integração universidade empresa

Devido à insuficiência na oferta de programas voltados à capacitação específica para incentivar e potencializar a capacidade produtiva local e os setores específicos, foi identificada a necessidade de realizar parcerias com universidades para apoiar e acompanhar diretamente pequenos e médios empreendimentos das cadeias produtivas priorizadas pelas regiões.

Proporcionar maior atenção dos centros de ensino para as realidades locais e efetivamente contribuir para seu desenvolvimento Aprimorar a capacidade produtiva local, tanto em áreas técnicas como de gestão e negócios, através de parcerias entre universidades e empresas

Criação de núcleos/centros de desenvolvimento de setores produtivos locais específicos com profissionais multidisciplinares nas universidades com o objetivo de fornecer assessoria técnica aos produtores/industriais/comerciantes

AI10: Programa de integração universidade e empresa Desenvolver a capacidade produtiva da região através do desenvolvimento de parcerias com universidades para apoiar e acompanhar diretamente pequenos e médios empreendimentos das cadeias produtivas priorizadas pela região. Buscando desenvolver a cultura do investimento e a busca por inovação junto a universidades, além de melhorar a capacidade dessas instituições em atender as reais necessidades das empresas.

OE11: Estimular o desenvolvimento e utilização de tecnologias da informação compatíveis com as necessidades de desenvolvimento da região

A inclusão digital e tecnológica de uma população tem resultados socioeconômicos importantes para o desenvolvimento regional. Desta forma, é possível tornar uma região mais coesa e “reduzir distâncias” através do desenvolvimento e utilização de tecnologias da informação.

Promover o desenvolvimento e utilização de tecnologias da informação como forma de potenciar resultados socioeconômicos importantes para o desenvolvimento regional. Diminuir da exclusão e isolamento das populações através das tecnologias de informação

Promoção da implantação generalizada de redes de banda larga Desenvolvimento de centros de conectividade para a população rural

AI11: Programa de inclusão digital e tecnológica Promoção de inclusão digital e tecnológica a partir da disseminação de informação e acesso à internet à toda a população de forma fácil e de baixo custo, bem como promover a inclusão de tecnologias informáticas em centros educacionais nas comunidades rurais.

Fonte: PDR, 2016.

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

CONTRATO 028/CIDADES/2016

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS DO CEARÁ – VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176)

Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 38

Quadro 5 – Diretrizes de Infraestrutura do PDR do Vale do Jaguaribe

DIR

ET

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DE

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FR

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RU

TU

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OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

FUNDAMENTAÇÃO OBJETIVOS EXEMPLO DE ATIVIDADES

AÇÕES INTEGRADAS

OE12: Desenvolver Plano de aprimoramento do serviço de saneamento básico na região Objetivo: Exemplos de atividades:

Considerando os resultados do Diagnóstico, o saneamento básico foi identificado como um elemento a ser melhorado no que se refere especialmente à qualidade dos esgotos sanitários. Somente quatro municípios da região possuem unidades de tratamento completo de resíduos, que são: Aracati, Russas, Jaguaribe e Tabuleiro do Norte.

Desenvolvimento de sistemas de esgotamento sanitários em todos os municípios da região

Programa de saneamento básico no Vale do Jaguaribe

AI12: Programa de saneamento Propor a melhoria do sistema público de saneamento básico a partir de investimentos em nível estadual, nacional ou mesmo internacional, através do financiamento bilateral de órgãos como o Banco Mundial ou Banco Interamericano de Desenvolvimento.

OE13: Melhorar as condições de mobilidade nas cidades e entre cidades da região

Na região do PDR Jaguaribe, excetuando-se Aracati, Russas, Morada Nova, Jaguaribe e Limoeiro do Norte, os demais municípios não possuem sistema de transporte municipal regulamentado. Nesses municípios o transporte é realizado por meio de vans, táxis e motos sem controle por parte do poder municipal.

Regularizar e fiscalizar sistemas de transporte dentro dos municípios; Propor a ampliação dos transportes públicos municipais e entre municípios da região; Desenvolver modos suaves de mobilidade, tais como ciclovias e espaços adequados para pedestres

Programa de cadastramento e regularização de sistemas de transporte municipais Programa de desenvolvimento de meios de transporte público como ônibus modernizados e de fácil acesso à população Criação de ciclovias e áreas pedonais nos municípios

AI13: Programa de mobilidade Desenvolver programas de melhoria na pavimentação de vias nos municípios do Vale do Jaguaribe, bem como de estradas de ligação entre as cidades da região. Ainda objetiva-se desenvolver planos de facilitação de mobilidade urbana, desenvolvendo novos projetos de mapeamento e otimização das rotas e trajetos de ônibus municipais e intermunicipais, bem como propor o desenvolvimento de ciclovias e qualificação da estrutura espacial do pedestre nos municípios.

Fonte: PDR, 2016.

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Relatório 4.1 – Diretrizes e Propostas. Volume I

CONTRATO 028/CIDADES/2016

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO URBANO DE POLOS REGIONAIS DO CEARÁ – VALE DO JAGUARIBE/VALE DO ACARAÚ (BR-L1176)

Contrato de Empréstimo Nº 2826/OC-BR 39

Quadro 6 – Diretrizes Político-Institucionais do PDR do Vale do Jaguaribe

DIR

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RIZ

ES

PO

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ICO

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ITU

CIO

NA

IS

OBJETIVOS ESTRATÉGICOS

FUNDAMENTAÇÃO OBJETIVOS EXEMPLO DE ATIVIDADES

AÇÕES INTEGRADAS

OE14: Promover a integração dos municípios e a qualificação da gestão pública na região

Foram identificados problemas de gestão pública no Diagnóstico Regional, tais como: ausência de programas de capacitação, elevados gastos com pessoal, baixo nível de poupança dos municípios para realização de investimentos, dificuldade na arrecadação de tributos, dificuldade em parceria com outros municípios, falta de fiscalização eficiente, quantidade e qualificação dos servidores insuficiente, carência de investimentos, ausência de orçamento participativo, entre outros.

Criar uma gestão pública integrada da região, de modo a que sejam unidos esforços para a sustentabilidade e desenvolvimento do Vale do Jaguaribe Promover uma reforma na gestão pública da região através da capacitação e otimização de processos

Programa de formação e capacitação de gestores públicos Programa de desburocratização e otimização de processo através da informatização dos processos administrativos Desenvolvimento de um comitê de gestão regional

AI14: Programa de excelência na gestão pública Com o objetivo de promover a transparência e maior eficácia dos serviços públicos oferecidos na região, busca-se qualificar os gestores públicos e propor um programa de modernização dos sistemas e processos públicos, através da informatização e otimização de processos. A15: Unidade de Governança Regional Com a criação de uma unidade de governança regional integrada propõe-se criar um ambiente propício para consolidação a longo prazo de um órgão autogerido composto pelas principais representações sociais da região. O objetivo deste órgão é garantir o efetivo cumprimento de todas as medidas propostas no PDR e de dar continuidade ao mesmo.

Fonte: PDR, 2016.