elaboraÇÃo dos planos municipais e regional de … · museu do rio dos sinos mulheres ... de...

78
Revisão 0 Agosto de 2013 ELABORAÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS E REGIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO DOS MUNICÍPIOS DO CONSÓRCIO PRÓ-SINOS SUBPRODUTO 2.3 SITUAÇÃO INSTITUCIONAL MUNICÍPIO DE SÃO LEOPOLDO

Upload: ngothu

Post on 09-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Revisão 0

Agosto de 2013

ELABORAÇÃO DOS PLANOS MUNICIPAIS E REGIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO DOS MUNICÍPIOS DO CONSÓRCIO PRÓ-SINOS

SUBPRODUTO 2.3

SITUAÇÃO INSTITUCIONAL

MUNICÍPIO DE SÃO LEOPOLDO

São Leopoldo – Subproduto 2.3

1

ÍNDICE

1  APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 2 

2  ORGANOGRAMA DO MUNICÍPIO .............................................................................. 4 

3  LEGISLAÇÃO MUNICIPAL VIGENTE NO CAMPO DO SANEAMENTO BÁSICO, DESENVOLVIMENTO URBANO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE ............................................. 9 

4  PLANEJAMENTO DOS SERVIÇOS .......................................................................... 53 

5  FISCALIZAÇÃO E REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS ................................................. 59 

6  PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL ................................................................. 63 

7  EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL ................................................................. 66 

7.1  REDES DE EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO FORMAL E CAPACIDADE PARA APOIAR PROGRAMAS

DE EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL ..................................................................................... 69 7.2  PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................ 72 

8  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 77 

São Leopoldo – Subproduto 2.3

2

1 APRESENTAÇÃO

O presente documento é objeto do contrato nº 06/2012 firmado entre o Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos e a Concremat Engenharia e Tecnologia S/A cujo objeto é a Elaboração dos Planos Municipais e Regional de Saneamento Básico dos Municípios do Consórcio Pró-Sinos.

O trabalho teve início efetivo em 02 de agosto de 2012, conforme Ordem de Serviço nº 003/2012, sendo o prazo de execução de 547 dias – até 31 de janeiro de 2014.

Dos 26 municípios integrantes do Consórcio Pró-Sinos, 23 municípios terão os seus Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSBs) elaborados através deste contrato: Araricá, Cachoeirinha, Campo Bom, Canela, Caraá, Glorinha, Estância Velha, Esteio, Gramado, Igrejinha, Nova Hartz, Nova Santa Rita, Novo Hamburgo, Parobé, Portão, Riozinho, Rolante, Santo Antônio da Patrulha, São Francisco de Paula, São Leopoldo, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Três Coroas.

O Plano Regional de Saneamento Básico (PRSB) abrangerá, além desses 23 municípios, os demais municípios do Consórcio Pró-Sinos – Canoas, Dois Irmãos e Taquara, cujos planos municipais já foram ou estão sendo elaborados em separado.

Os serviços inserem-se no contexto da Lei nº 11.445/07 que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a Política Federal de Saneamento Básico. Os serviços também são balizados pelo Decreto nº 7.217/2010, que regulamenta a referida Lei, bem como pelo Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257/2001) que define o acesso aos serviços de saneamento básico como um dos componentes do direito à cidade.

A Política e o Plano, instituídos pela Lei nº 11.445/2007, são os instrumentos centrais da gestão dos serviços. Conforme esse dispositivo, o Plano de Saneamento estabelece as condições para a prestação dos serviços de saneamento básico, definindo objetivos e metas para a universalização, assim como programas, projetos e ações necessários para alcançá-la.

Como atribuições indelegáveis do titular dos serviços, a Política e o Plano devem ser elaborados com participação social, por meio de mecanismos e procedimentos que garantam à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico.

De acordo com o Termo de Referência, o trabalho está dividido em seis etapas com seus respectivos produtos:

Etapa 1: Plano de mobilização social.

Etapa 2: Diagnóstico da situação do saneamento básico e de seus impactos nas condições de vida da população.

Etapa 3: Prognósticos e alternativas para a universalização dos serviços de saneamento básico. Objetivos e metas.

Etapa 4: Concepção dos programas, projetos e ações necessárias. Ações para emergências e contingências.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

3

Etapa 5: Mecanismos e procedimentos para o monitoramento e avaliação sistemática das ações programadas.

Etapa 6: Relatório final dos planos municipais e regional de saneamento básico.

Ainda, em atendimento ao Termo de Referência, a etapa do diagnóstico compreende o desenvolvimento de 12 subprodutos até a consolidação do Produto 2, como segue:

Subproduto 2.1: Coleta de dados.

Subproduto 2.2: Caracterização geral.

Subproduto 2.3: Situação institucional.

Subproduto 2.4: Situação econômico-financeira.

Subproduto 2.5: Situação dos serviços de abastecimento de água potável.

Subproduto 2.6: Situação dos serviços de esgotamento sanitário.

Subproduto 2.7: Situação dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Subproduto 2.8: Situação dos serviços de drenagem e manejo de águas pluviais.

Subproduto 2.9: Situação do desenvolvimento urbano.

Subproduto 2.10: Situação da habitação.

Subproduto 2.11: Situação ambiental e dos recursos hídricos.

Subproduto 2.12: Situação da saúde.

Este relatório contempla a Etapa 2 – Subproduto 2.3 “Situação institucional”.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

4

2 ORGANOGRAMA DO MUNICÍPIO

A administração municipal de São Leopoldo tem sua representatividade institucional a partir do Gabinete do Prefeito que abriga os gabinetes do vice-prefeito e da Primeira Dama, a Procuradoria Geral, a Controladoria Geral e o Núcleo de Imprensa. O organograma atual foi instituído pela Lei nº 7523, de 13 de outubro de 2011.

As secretarias municipais existentes1 – e os detalhamentos no caso das diretamente relacionadas com os serviços de saneamento - são:

Administração

Compras Públicas

Cultura e Turismo

Desenvolvimento Econômico e Tecnológico

Desenvolvimento Social

Educação

Esporte e Lazer

Fazenda

Garantias Individuais

Gestão e Governo

Diretoria de Planejamento Urbano

Plano Diretor

Habitação

Conferência Municipal das Cidades

Minha Casa Minha Vida

Integração Social

Juventude e Meio Ambiente

Meio Ambiente

Semana do Meio Ambiente 2013

Pró-Sinos

Rede geodésica municipal

Comdema

1 Nomenclatura das secretarias segue modelo do projeto de nova estrutura administrativa que iria ser enviado à Câmara de Vereadores na data de elaboração deste diagnóstico.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

5

Legislação Ambiental

Licenciamento Ambiental

Quero o Rio dos Sinos Vivo

Parque Imperatriz

Projetos

Museu do Rio dos Sinos

Mulheres

Obras

Orçamento Participativo

Saúde

Prevenção e Controle da Dengue

Segurança e Defesa Comunitária

Defesa Civil

Serviços Públicos

Legislação Limpeza Pública

O município tem uma secretaria específica para os assuntos relacionados ao Meio Ambiente, a SEMMAM – Secretaria Municipal de Meio Ambiente, responsável pelo controle e combate a todas as formas de poluição e infração ambientais em São Leopoldo, bem como a promoção e a informação ambiental com a participação popular na gestão socioambiental do município.

Os assuntos relacionados diretamente aos serviços de saneamento básico são tratados pelo:

Serviço Municipal de Água e Esgoto – SEMAE: presta serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de águas pluviais oferecendo abastecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgotos e operação do sistema de macro e microdrenagem;

e pela:

Secretaria de Limpeza Urbana: que faz a gestão dos serviços de manejo dos resíduos sólido: incluindo os serviços de limpeza, manutenção, conservação e embelezamento da cidade. Dentre os serviços destacam-se: capina e roçada, pintura de meio-fio e varrição das áreas públicas, como praças, escolas, ginásios, postos de saúde, cemitérios, creches, avenidas, ruas e outros próprios públicos do município.

A Lei nº 6494, de 17/12/2007, que dispõe sobre a Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental estabeleceu algumas diretrizes para a organização administrativa do município nos artigos reproduzidos a seguir:

São Leopoldo – Subproduto 2.3

6

Art. 30. O Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA - será composto, prioritariamente, pelos órgãos da administração direta e indireta com atuação correlata às áreas de Saneamento ou meio ambiente:

Art. 31. A coordenação do Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA - será integrada pelos órgãos afins: Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, órgão ambiental do município, Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação SEPLAN, Secretaria Municipal da Habitação - SEMHAB, Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer - SMED, Secretaria Municipal da Saúde - SEMSAD, Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Social - SEMEDES, Secretaria Municipal de Segurança Pública - SEMUSP, Secretaria Municipal de Obras Viárias e Serviços - SEMOV, Secretaria Municipal do Orçamento Participativo - SECOP - e pela Procuradoria Geral do Município - PGM, divididos em órgãos gestores e órgãos co-gestores do Sistema Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA:

Parágrafo Único - A execução da coordenação da ação governamental visa articular e ordenar as diversas iniciativas dos demais órgãos da administração direta e indireta, garantindo a transversalidade e unidade dos projetos e programas a serem

Art. 32. Caberá ao órgão ambiental do município e ao Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE - a tarefa de gestores da coordenação do Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA.

I - o órgão ambiental do município, como órgão central, técnico, de planejamento e execução da política de meio ambiente, recursos hídricos e de resíduos sólidos;

II - o Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, como órgão central, técnico, de planejamento e execução da política de abastecimento de água e esgotos.

Art. 33. As Secretarias Municipais de Planejamento e Coordenação - SEPLAN, de Habitação - SEMHAB, da Saúde - SEMSAD, de Educação, Espore e Lazer - SMED, de Segurança Pública - SEMUSP, de Desenvolvimento Econômico e Social - SEMEDES, de Obras Viárias e Serviços - SEMOV, Secretaria Municipal do Orçamento Participativo - SECOP - e pela Procuradoria Geral do Município - PGM são os órgãos setoriais co-gestores do Sistema Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA.

Art. 34. O órgão ambiental do município é o órgão responsável pelo meio ambiente em São Leopoldo.

Art. 35. O Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, criado pela Lei Municipal nº 1.648, de 31 de dezembro de 1971 e alterações, é o órgão central do Saneamento do município.

Art. 36. Cabe prioritariamente ao órgão ambiental do município e ao Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE - a coordenação do processo de elaboração e revisão do primeiro Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA, com a participação da comunidade, sendo obrigatória e realização de consulta pública, audiência pública e aprovação do Conselho Municipal de Saneamento e Meio Ambiente - COMDEMA.

Art. 37. Cabe prioritariamente à Secretaria Municipal de Saúde - SEMSAD, órgão municipal titular do SUS - Sistema Único de Saúde, a coordenação, no âmbito do município, além de suas atribuições inerentes, de vigilância sanitária, educação sanitária, epidemiológica, toxicológica, farmacológica e de promover estudos e pesquisas sobre a nosologia municipal, do processo de elaboração do primeiro Plano Municipal de Controle de Vetores - PMCV, incluindo os animais considerados errantes domésticos.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

7

Parágrafo Único - Para o exercício das atribuições do caput deste artigo, compete também à Secretaria Municipal de Saúde - SEMSAD - o poder de polícia administrativa nas matérias de interesse local, tais como proteção à saúde, aí incluídas a vigilância e a fiscalização sanitárias, à higiene e a realização de ações integradas de proteção ao meio ambiente, bem como dispor sobre as penalidades por infração às leis e regulamentos locais.

Art. 38. Cabe prioritariamente à Secretaria Municipal do Planejamento - SEPLAN - a coordenação do processo de elaboração das leis complementares estabelecidas pelo novo Plano Diretor Municipal, Lei Municipal nº 6.125, de 19 de dezembro de 2006, especialmente os planos setoriais e os códigos municipais.

Art. 39. Cabe prioritariamente à Secretaria Municipal da Educação - SMED - a coordenação da mobilização dos órgãos componentes do Órgão Gestor Municipal de Educação Ambiental - OGEA, visando a assegurar a elaboração do Programa Municipal de Educação Ambiental - PROMEA, bem como a implantação do Centro Permanente de Educação Ambiental - CEPEA.

Art. 41. Cabe prioritariamente à Secretaria Municipal da Habitação - SEMHAB - a formulação, coordenação e execução dos programas de regularização fundiária, urbanização de vilas, bairros e melhorias das unidades habitacionais, bem como dos reassentamentos de moradores de áreas de risco.

Parágrafo Único - O órgão habitacional do Município coordenará e dará atenção especial à elaboração do Plano Municipal de Regularização Fundiária Sustentável, com base nas Resoluções do e nas oito sub-bacias hidrográficas do Município.

Art. 43. Cabe prioritariamente à Secretaria Municipal de Obras Viárias e Serviços - SEMOV - a coordenação dos serviços de manutenção e conservação de praças, canteiro e jardins, bem com da conservação e pavimentação de vias públicas.

§ 1º A Secretaria Municipal de Obras Viárias e Serviços - SEMOV, de forma articulada ao Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, promoverá a elaboração e execução dos projetos e dos planos de intervenção em drenagem urbana em São Leopoldo.

§ 2º O órgão ambiental do município promoverá a fiscalização do manejo de águas pluviais.

Art. 44. Cabe prioritariamente à Secretaria Municipal do Orçamento Participativo - SECOP - a integração das relações comunitárias dos diversos órgãos governamentais, com vistas à transversalidade das políticas públicas, principalmente a coordenação do Fórum de Serviços.

Art. 46. O Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA - orientar-se-á pelas disposições da Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007, que estabelece as Diretrizes Nacionais do Saneamento Básico, tendo por finalidade assegurar a proteção da saúde da população e a salubridade do meio ambiente urbano, além de disciplinar a organização do planejamento e a execução das ações, obras e dos serviços de Saneamento ambiental do município.

Art. 47. Compete ao município de São Leopoldo a gestão, a organização e a prestação direta ou indireta dos serviços de Saneamento ambiental, podendo efetivá-las mediante convênio de cooperação com instituições da administração direta ou indireta de outros entes públicos ou, ainda, organizações sociais legalmente constituídas, ou em regime de concessão ou permissão.

Art. 48. O Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA - contemplará os setores de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de

São Leopoldo – Subproduto 2.3

8

resíduos sólidos, manejo de águas pluviais, englobando a macro e a micro drenagem urbana, o controle vetores e zoonoses.

Art. 48. O Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA - contemplará os setores de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos, manejo de águas pluviais, englobando a macro e a micro drenagem urbana, o controle vetores e zoonoses.

Parágrafo Único - Os planos devem criar as condições de sustentabilidade e equilíbrio econômico-financeiro, sempre que possível, mediante remuneração com a cobrança dos serviços públicos prestados incluindo a cobrança de subsídios tarifários, observando as seguintes diretrizes:

I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário: preferencialmente na forma de tarifas e outros preços públicos, que poderão ser estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos conjuntamente;

II - de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos: taxas ou tarifas e outros preços públicos, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades;

III - de manejo de águas pluviais urbanas: na forma de tributos, inclusive taxas, em conformidade com o regime de prestação do serviço ou de suas atividades.

IV - o controle vetores e zoonoses; com a cobrança dos serviços, inclusive tarifas, de acordo com o tipo de atividades prestadas.

Art. 178. O Poder Executivo criou os conselhos setoriais para propor e deliberar sobre diretrizes para os planos e programas, bem como auxiliar e controlar diretamente as ações do governo municipal, de modo particular os conselhos com atuação na área do desenvolvimento urbano, sanitário e ambiental:

I - Conselho Municipal do Plano Diretor - COMPLAD;

II - Conselho Municipal da Saúde - CMS;

III - Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA;

IV - Conselho Municipal de Habitação e Interesse Social - CMHIS;

V - Conselho Municipal de Segurança Pública.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

9

3 LEGISLAÇÃO MUNICIPAL VIGENTE NO CAMPO DO SANEAMENTO BÁSICO, DESENVOLVIMENTO URBANO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE

A seguir estão elencadas as principais diretrizes que afetam as áreas de Saneamento Básico, Desenvolvimento Urbano, Saúde e Meio Ambiente, sendo detalhadas aquelas consideradas de maior interesse para o Plano Municipal de Saneamento Básico.

Item/Data Diretrizes que afetam a área de Saneamento Básico, Desenvolvimento Urbano, Saúde e Meio Ambiente

Decreto nº 6.568 24/11/20102

Racionaliza o uso de água fornecida pelo SEMAE, estabelece intensificação da fiscalização e dá outras providências.

Decreto nº 6569 24/11/2010

Confere permissão de uso de bem público ao Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio do Sinos – Pró-Sinos e dá outras providências.

Lei nº 7236 27/07/2010

Regulamenta o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano e dá outras providências.

Lei nº 7086 16/12/2009

Autoriza o Poder Executivo Municipal a celebrar contrato com a Faculdade Dom Bosco de Porto Alegre, visando o assessoramento e execução da revisão e atualização do Plano Municipal de Gestão Ambiental – Plangea 2002 e dá outras providências.

Decreto nº 6277 01º /12/2009

Regulamenta o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil do Município de São Leopoldo e dá outras providências.

Decreto nº 4.937 29/01/2007

Regulamenta os procedimentos relativos à implantação do Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos (PRÓ-GIRS) em estabelecimentos públicos ou privados localizados no Município de São Leopoldo e dá outras providências.

Lei nº 61253 19/12/2006

Dispõe sobre o Plano Diretor do município de São Leopoldo, estabelecendo as diretrizes gerais da Política Municipal de Desenvolvimento Territorial, e dá outras providências.

2 Este decreto teve como justificativa: CONSIDERANDO a situação dos mananciais da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos que é preocupante, em decorrência da pouca quantidade de chuva no último período; CONSIDERANDO as análises meteorológicas que não preveem chuvas, capazes de propiciar a recuperação do Rio dos Sinos; CONSIDERANDO os níveis atuais que recomendam a adoção do uso racional e restrito da água distribuída pelo SEMAE para fins estritamente essenciais, evitando o uso de égua para lavagem de veículos, lavagem de calçadas, para irrigação de hortas e jardins e para atividades consideradas não essenciais que possam resultar em prejuízo às necessidades básicas de consumo dos municípios; E vigência conforme: Art. 6º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, com vigência até 31 de março de 2011, prorrogável por sucessivos períodos, enquanto perdurarem as condições que determinam a publicação do presente Decreto. 3 Os detalhes no que se refere às áreas do PMSB serão tratadas pelas áreas específicas de abastecimento de água, coleta e tratamento dos esgotos sanitárias, drenagem e gestão das águas pluviais e dos resíduos sólidos e limpeza urbana.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

10

Item/Data Diretrizes que afetam a área de Saneamento Básico, Desenvolvimento Urbano, Saúde e Meio Ambiente

Lei nº 4.278 02/04/20054

Regulamenta a Lei nº 4.900.

Lei nº 4.900 02/04/2001

Cria o Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente do Município de São Leopoldo – FUNDEMA e dá outras providências.

Lei nº 7742 - 03/08/2012

Aprova o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do município de São Leopoldo/RS, nos termos da Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 e dá outras providências.

Art. 1º Fica aprovado o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Município de São Leopoldo, nos termos da Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Art. 2º O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é parte integrante da presente lei, conforme Anexo I.

Art. 3º É responsabilidade do Município de São Leopoldo a total implantação, aprimoramento e cumprimento das diretrizes, programas e ações do Plano.

Parágrafo Único - Caberá à agência reguladora a fiscalização do cumprimento do Plano e a regulação dos serviços de saneamento, nos termos da Lei nº 11.445, de 05 e janeiro de 2007.

Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 5º Ficam revogadas as disposições em contrário.

Lei nº 7292 - 22/10/2010

Atualiza a reestruturação do Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMDEMA, e dá outras providências.

Com destaque para os seguintes artigos:

Art. 2º - São atribuições do Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA:

IV - Acompanhar a implementação da Agenda 21 Local e da Política Municipal de Desenvolvimento Socioambiental e os seus respectivos planos e programas integrados;

4 Destaque para: Art. 3º - No plano de aplicação de recursos serão definidos percentuais para as áreas de programa, respeitando os seguintes percentuais mínimos para as áreas abaixo: a) 20% de investimentos no controle ambiental do município; b) 20% de investimentos em programas de educação ambiental; c) 20 % de investimentos em unidades de conservação.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

11

Lei nº 7292 - 22/10/2010

V - Participar da elaboração e encaminhamento do projeto do Sistema Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA, que deverá incluir os planos setoriais: de Gestão Ambiental (PLANGEA), das Sub-Bacias, de Saneamento Ambiental e do Código Municipal de Meio Ambiente;

Art. 3º - O Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA será composto pela representação do setor público, integrada preferencialmente pelos órgãos do Sistema Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA, e pela representação da sociedade civil em geral, eleita na Assembleia Municipal Ambiental.

§ 1º - Compreende-se como integrantes do Sistema Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental, os órgãos da administração direta e indireta do Município, constantes da Lei Municipal nº 6.494, de 17 de dezembro de 2007, mais, a Secretaria Municipal de Limpeza Pública - SELIP e a Coordenadoria da Defesa Civil - COMDEC.

Art. 19 - Ficam instituídas pelo menos duas Câmaras Técnicas no Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA, compostas por no mínimo três membros:

I - Câmara Técnica de Saneamento Ambiental;

II - Câmara Técnica de Recursos Hídricos.

Lei nº 7.236 - 27/07/2010

Regulamenta o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano e dá outras providências.

Destaque para:

Art. 7º Os recursos que compõem o Fundo serão aplicados em:

I - ordenamento e direcionamento do desenvolvimento territorial, incluindo infraestrutura, drenagem e saneamento;

Lei nº 6494 – 17/12/2007

Dispõe sobre a Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental e da outras providências.

Art. 1º Esta lei institui a Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental, criando o Sistema Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA - e estrutura o Plano Municipal de Saneamento Ambiental - PLAMASA.

Art. 2º A construção do arranjo legal tem por premissa a organização, no âmbito municipal, das políticas públicas setoriais em prol do desenvolvimento urbano e ambiental, por meio das seguintes medidas:

São Leopoldo – Subproduto 2.3

12

Lei nº 6494 – 17/12/2007

II - a difusão e implementação das leis federais e estaduais do Saneamento básico;

III - a revisão, atualização e consolidação das leis ambientais do Município.

Art. 3º A otimização, a racionalização e a cooperação são pressupostos fundamentais para assegurar a eficiência na prestação dos serviços públicos à população, bem como para diminuir o desperdício de recursos materiais e naturais.

Art. 4º A conjunção de esforços e a cooperação entre os setores do Saneamento ambiental de São Leopoldo é o fundamento do atendimento dos Objetivos e Metas do Milênio, estabelecidos pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD.

Art. 5º São considerados como órgãos setoriais as instituições integrantes da administração direta e indireta do Município, cujas atividades estejam associadas aos serviços de Saneamento, de proteção da qualidade sanitária e ambiental ou aquelas relacionadas direta ou indiretamente com o uso de recursos ambientais.

Art. 6º A efetivação da estruturação do núcleo intersetorial, que agrega os órgãos do desenvolvimento urbano, Saneamento ambiental e infraestrutura do Município, visa a assegurar a integração dos projetos e programas comuns, através de ações conjuntas e da consolidação da instância governamental.

Art. 7º Para os efeitos desta lei consideram-se:

III - área de preservação permanente - APP - como uma faixa de preservação de vegetação, geralmente ao longo dos cursos d’água, nascentes, reservatórios e em topos e encostas de morros, destinada à manutenção da qualidade do solo, das águas e também para funcionar como "corredor de fauna";

IV - controle de vetores como o conjunto de ações, a cargo do serviço de controle de zoonoses, que visa a eliminar, diminuir ou prevenir os riscos e agravos à saúde provocados por vetor;

V - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;

VI - desenvolvimento sustentável como a condição de atender as necessidades de recursos da atual geração sem comprometer o direito de acesso das futuras gerações aos mesmos ou a semelhantes recursos;

VII - ecossistema como o conjunto de interações entre os seres vivos e o ambiente que caracteriza determinada área;

VIII - impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

a) saúde, a segurança e o bem-estar da população; b) as atividades sociais e econômicas; c) a biota; d) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e) a qualidade dos recursos ambientais;

IX - meio ambiente como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;

X - poluente como toda e qualquer forma de matéria ou energia que, direta ou indiretamente, cause ou possa causar poluição do meio ambiente;

XI - poluição como toda e qualquer alteração dos padrões de qualidade e da disponibilidade dos recursos ambientais e naturais, resultantes de atividades ou de qualquer forma de matéria ou energia que, direta ou indiretamente, mediata ou imediatamente:

São Leopoldo – Subproduto 2.3

13

Lei nº 6494 – 17/12/2007

a) prejudique a saúde, a segurança e o bem-estar das populações ou que possam vir a comprometer seus valores culturais;

b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;

c) afetem desfavoravelmente a biota;

d) comprometam as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

e) alterem desfavoravelmente os patrimônios genéticos, culturais, histórico, arqueológico, paleontológico, turístico, paisagístico e artístico;

XII - poluidor como a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por atividade causadora de poluição;

XIII - qualidade ambiental como a manutenção da adequada intensidade, concentração, quantidade e características de toda e qualquer forma de matéria e energia ou matéria presente nos recursos ambientais;

XIV - recursos ambientais como o ar atmosférico, as águas superficiais e subterrâneas, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera e os demais componentes dos ecossistemas, com todas as suas inter-relações, necessárias à manutenção do equilíbrio ecológico;

XV - salubridade ambiental como o estado de qualidade ambiental capaz de prevenir a ocorrência de doenças relacionadas ao meio ambiente e de promover o equilíbrio das condições ambientais e ecológicas que possam proporcionar o bem-estar da população;

XVI - Saneamento ambiental como o conjunto de ações que visam a alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental, por meio do abastecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos líquidos, sólidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária do uso e ocupação do solo, prevenção e controle do excesso de ruídos, manejo de águas pluviais, controle de vetores de doenças transmissíveis e demais obras e serviços especializados;

XVII - Saneamento básico como o conjunto de ações entendidas fundamentalmente como de saúde pública, compreendendo o abastecimento de água em quantidade suficiente para assegurar a higiene adequada e o conforto e com qualidade compatível com os padrões de potabilidade, coleta, tratamento e disposição adequada dos esgotos e dos resíduos sólidos, manejo de águas pluviais e controle ambiental de roedores, insetos, helmintos e outros vetores transmissores e reservatórios de doenças;

XVIII - sub-bacia hidrográfica é a parte de uma bacia hidrográfica de um rio maior, correspondente a um de seus afluentes ou tributário e seu entorno;

XIX - tratamento de esgoto como o processo ao qual o esgoto é submetido com o objetivo de eliminar seus constituintes nocivos à saúde;

XX - vetores como os seres vivos que veiculam o agente infeccioso, sendo capazes de transmiti-lo de um hospedeiro a outro;

Art. 8º O planejamento sanitário e ambiental visará ao desenvolvimento sustentado, sendo um processo dinâmico e permanente, baseado na realidade local, devendo realizar-se a partir da análise das condições do meio ambiente natural e construído e das tendências econômicas e sociais de São Leopoldo.

Art. 9º Para atender às premissas estabelecidas no artigo anterior, o planejamento sanitário e ambiental deverá basear-se:

I - na adoção das sub-bacias hidrográficas como unidades físico-territoriais de planejamento e gerenciamento ambiental;

II - no diagnóstico sanitário e ambiental, considerado a partir das condições dos recursos ambientais e

São Leopoldo – Subproduto 2.3

14

Lei nº 6494 – 17/12/2007

da qualidade ambiental, incluindo-se o grau de degradação dos recursos naturais, das fontes poluidoras e do uso do solo no território do Município e das características de desenvolvimento socioeconômico;

III - na avaliação da capacidade de suporte dos ecossistemas, indicando limites de absorção de impactos provocados pela instalação de atividades produtivas e de obras de infraestrutura, bem como a capacidade de saturação resultante de todos os demais fatores naturais e antrópicos;

IV - no zoneamento ambiental.

Art. 10. A bacia hidrográfica e as respectivas sub-bacias do rio dos Sinos são consideradas as unidades territoriais básicas de referência e planejamento das políticas públicas dos recursos hídricos, de Saneamento e de meio ambiental, no âmbito do Município de São Leopoldo.

Parágrafo Único - Para efeitos desta Lei, a bacia hidrográfica e as sub-bacias do rio dos Sinos serão consideradas como a principal referência para a definição do zoneamento ambiental do Município de São Leopoldo.

Art. 11. As unidades de planejamento, zoneamento ambiental e dos recursos hídricos estão embasadas nas 8 sub-bacias do rio dos Sinos, as quais guardam uma relação direta com as regiões do Orçamento Participativo de São Leopoldo, assim listadas:

I - Sub-Bacia do Arroio Kruze;

II - Sub-Bacia do Arroio Sem Nome;

III - Sub-Bacia do Arroio Peão;

IV - Sub-Bacia do Arroio Gauchinho;

V - Sub-Bacia do Arroio Cerquinha;

VI - Sub-Bacia do Arroio da Manteiga;

VII - Sub-Bacia do Arroio Portão-Bopp;

VIII - Sub-Bacia do Arroio João Corrêa.

Art. 12. O Poder Público Municipal desenvolverá e implantará o Plano Municipal de Gestão Integrada das Sub-Bacias dos Arroios do Rio dos Sinos, com o objetivo de promover o planejamento e o zoneamento ambiental na bacia do rio dos Sinos.

Art. 13. A gestão municipal dos recursos hídricos será efetuada em parceria com o Consórcio Intermunicipal de Saneamento Básico do Rio dos Sinos - PRÓ-SINOS - e em consonância com as diretrizes do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrografia do Rio dos Sinos - COMITESINOS, integrante do Sistema Estadual de Recursos Hídricos, congregando usuários de água, representantes governamentais e de entidades atuantes na respectiva bacia.

Parágrafo Único - O Cadastro de Informações Hidrológicas - CIHIDRO - é um mecanismo destinado a auxiliar e subsidiar a implantação do Plano Municipal Integrado das Sub-bacias do Rio dos Sinos.

Art. 16. Para a estruturação da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental serão observados os seguintes princípios:

I - a prevalência do interesse público;

II - a participação efetiva da sociedade nos processos de decisão e na defesa do meio ambiente;

III - a promoção do desenvolvimento ecologicamente sustentável, socialmente justo e economicamente equilibrado;

IV - a responsabilidade socioambiental compartilhada, fundamentada no artigo 225 da Constituição

São Leopoldo – Subproduto 2.3

15

Lei nº 6494 – 17/12/2007

Federal de 1988;

V - a educação ambiental como mobilizadora da sociedade;

VI - a multidisciplinariedade e a transdisciplinariedade no trato das questões socioambientais;

VII - o incentivo à pesquisa científica e tecnológica direcionada para o uso, proteção, monitoramento, preservação e recuperação dos recursos ambientais e dos níveis adequados de salubridade ambiental;

VIII - o respeito à capacidade de pagamento dos usuários na remuneração dos investimentos e dos custos de operação e manutenção do Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA;

IX - mitigação e minimização dos impactos ambientais;

X - a recuperação e/ou compensação do dano ambiental.

Art. 17. São objetivos da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental:

I - proteger a saúde pública e a qualidade do meio ambiente;

II - preservar e assegurar a utilização sustentável dos recursos naturais;

III - disciplinar o uso e exploração dos recursos hídricos;

IV - incentivar a produção e o desenvolvimento de tecnologias ambientalmente limpas;

V - combater à desigualdade socioambiental e seus efeitos prejudiciais à qualidade de vida e à qualidade ambiental da cidade e de seus recursos naturais;

VI - gerar benefícios ambientais, sociais e econômicos por meio dos serviços e atividades que compõem a gestão do meio ambiente e Saneamento;

VII - universalizar os serviços de Saneamento ambiental.

Art. 18. São diretrizes da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental:

I - a integração das ações de governo nas áreas de meio ambiente, Saneamento, recursos hídricos, saúde pública, desenvolvimento urbano e inclusão social;

II - a integração com as políticas de meio ambiente e Saneamento nas esferas de competência da União, do Estado e dos demais municípios e com as demais ações do governo;

III - a melhoria contínua da qualidade ambiental;

IV - adoção de um processo contínuo de desenvolvimento, aperfeiçoamento e revisão da legislação ambiental aplicada ao meio ambiente e ao Saneamento;

V - a utilização de recursos financeiros administrados pelo município que se fará segundo critérios de melhoria da saúde pública e do meio ambiente;

Art. 19. São instrumentos da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental:

I - o Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA;

II - o Plano Municipal de Gestão Integrada das Sub-Bacias do Rio dos Sinos;

III - o controle ambiental integrado e a adequação de atividades efetiva ou potencialmente degradadoras ou poluidoras, englobando o licenciamento ambiental de impacto local, a fiscalização sanitária e ambiental e seus procedimentos das penalidades administrativas;

IV - a política municipal de regularização fundiária sustentável;

V - a gestão unificada em Educação Ambiental - Programa Municipal de Educação Ambiental -

São Leopoldo – Subproduto 2.3

16

Lei nº 6494 – 17/12/2007

PROMEA; Centro Permanente De Educação Ambiental - CEPEA - e o Órgão Gestor Municipal de Educação Ambiental - OGEA;

VI - o estabelecimento de normas, padrões, critérios e parâmetros de qualidade ambiental;

VII - o Relatório Municipal de Qualidade Ambiental - RMQA;

VIII - os diagnósticos ambientais;

X - a avaliação de impactos ambientais e as análises de riscos;

XI - as auditorias ambientais e audiências públicas;

XII - os incentivos à criação ou absorção e desenvolvimento de novas tecnologias voltadas à melhoria da qualidade e salubridade ambiental;

XV - a prestação de informações relativas ao Saneamento ambiental;

XIX - o Código Municipal de Meio Ambiente e Zoneamento Ambiental;

XX - o Conselho Municipal de Saneamento e Meio Ambiente - COMDEMA;

XXI - o Fundo Municipal do Meio Ambiente - FUNDEMA;

XXII - a Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento.

Art. 22. Para o cumprimento do disposto no artigo 30 da Constituição Federal de 1988, no que concerne ao meio ambiente e Saneamento, considera-se como de interesse local:

I - o incentivo à adoção de posturas e práticas sociais e econômicas ambientalmente sustentáveis;

IV - a adoção no processo de planejamento, de normas relativas ao desenvolvimento urbano e econômico que priorizem a proteção ambiental, a utilização adequada do espaço territorial e dos recursos naturais e que possibilitem novas oportunidades de geração de emprego e renda;

V - a ação na defesa, preservação e conservação ambiental no âmbito regional e dos demais municípios vizinhos, mediante convênios e consórcios;

VI - a defesa, preservação e conservação de áreas de interesse ambiental, definidas em legislação municipal complementar;

VII - o licenciamento e fiscalização ambiental com o controle das atividades potencial ou efetivamente degradadoras e poluidoras;

VIII - a melhoria constante da qualidade do ar, da água, do solo, da paisagem e dos níveis de ruído e vibrações, mantendo-os dentro dos padrões técnicos estabelecidos pelas legislações de controle de poluição ambiental federal, estadual e municipal, no que couber;

IX - a coleta, o transporte, a reciclagem, o tratamento e a disposição final dos resíduos sólidos;X - a captação, o tratamento e a distribuição de água, assim como o monitoramento de sua qualidade;

XI - a coleta, transporte e o tratamento de esgotos, além da disposição adequada dos subprodutos gerados neste processo;

XII - o reaproveitamento de efluentes industriais e águas servidas destinados a quaisquer atividades;

XIII - a drenagem e a destinação final das águas pluviais;

XV - a conservação, preservação e recuperação das nascentes, dos cursos d’água, matas ciliares, áreas florestadas, banhados, encostas e topos de morros;

XVI - a garantia de crescentes níveis de salubridade ambiental, através do provimento de infraestrutura sanitária e de condições de salubridade das edificações, ruas e logradouros públicos;

São Leopoldo – Subproduto 2.3

17

Lei nº 6494 – 17/12/2007

XVII - monitoramento de águas subterrâneas visando à manutenção dos recursos hídricos para as atuais e futuras gerações.

Art. 23. Ao município de São Leopoldo, no exercício de sua competência constitucional, cabe mobilizar e coordenar ações, recursos humanos, financeiros, materiais, técnicos e científicos e a participação da população na execução dos objetivos e interesses estabelecidos nessa lei.

Parágrafo Único - A competência do Município para atuar na gestão do Saneamento e/ou do meio ambiente esta assegurada pela legislação nacional e estadual, especialmente pelas leis que estabelecem o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA - e o Sistema Estadual de Saneamento - SESAN.

Art. 24. Para organizar e coordenar os projetos, programas e ações comuns em Saneamento e meio ambiente fica instituído o Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA.

§ 1º O Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA - propõe-se organizar um conjunto de iniciativas institucionais que, respeitadas as respectivas competências, atribuições, prerrogativas e funções, integram-se, de modo articulado e cooperativo, para a formulação e viabilização de projetos e programas comuns, materializados através da execução de ações conjuntas em Saneamento e meio ambiente;

§ 2º A atuação articulada e cooperativa do Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA - voltar-se-á para viabilizar, a toda população, níveis crescentes de qualidade e salubridade ambiental, tendo o compromisso de defender, proteger e conservar os recursos naturais para o benefício das gerações atuais e futuras.

Art. 25. Fica definido o Conselho Municipal de Saneamento e Meio Ambiente - COMDEMA - como o órgão colegiado e externo, de caráter consultivo e deliberativo, com atuação proponente e fiscalizadora dos projetos, programas e ações comuns articuladas pelo Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA.

Art. 26. Os titulares dos serviços públicos de Saneamento básico do Município poderão delegar a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação desses serviços, nos termos da legislação vigente, em especial a Lei nº 11.107, de 06 de abril de 2005.

Art. 27. Os serviços públicos de Saneamento básico, prestados direta ou indiretamente pelos órgãos da Prefeitura Municipal de São Leopoldo, serão regulados em conformidade com as disposições da Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007 e suas respectivas normas regulamentadoras.

Art. 28. Para o cumprimento do estabelecido nesta lei, são atribuições do órgão ambiental do município, no âmbito de sua competência:

I - propor, executar e coordenar, direta ou indiretamente, a Política Ambiental do Município de São Leopoldo;

II - projetar, executar, operar e manter os serviços de coleta, tratamento e disposição final de todos os tipos resíduos sólidos, inclusive a varrição e limpeza manual de vias e logradouros públicos.

Art. 28. Para o cumprimento do estabelecido nesta lei, são atribuições do órgão ambiental do município, bem como do Órgão Municipal de Limpeza Pública, no âmbito de sua competência:

I - propor, executar e coordenar, direta ou indiretamente, a Política Ambiental do Município de São Leopoldo;

II - projetar, executar, operar e manter os serviços de coleta, transporte, transbordo, tratamento, destinação e disposição final ambientalmente adequada de todos os tipos resíduos sólidos, inclusive a varrição e limpeza manual de vias e logradouros públicos;

III - estabelecer normas para a exploração, preservação e o uso de qualquer natureza dos recursos hídricos;

São Leopoldo – Subproduto 2.3

18

Lei nº 6494 – 17/12/2007

IV - estabelecer normas, critérios e padrões de qualidade ambiental e emissão de poluentes relativos à poluição atmosférica, hídrica, sonora, visual e do solo;

V - realizar o licenciamento ambiental das atividades potencialmente poluidoras, controlar sua instalação e funcionamento, exercer o controle e a fiscalização;

VI - licenciar cortes, podas e plantios de árvores em áreas públicas e privadas;

VII - desenvolver atividades de fomento da melhoria contínua da qualidade e salubridade ambiental;

VIII - acionar órgãos estaduais ou federais de controle ambiental quando for necessário, bem como o Ministério Público;

IX - regular o uso, manejo e preservação dos recursos naturais e estabelecer normas e regulamentos para a gestão das unidades de conservação e outras áreas protegidas;

X - participar da elaboração e revisão de Planos Diretores relacionados à sua esfera de competência;

XI - participar dos programas de construção de moradias, melhoria das condições habitacionais e definir critérios de Saneamento básico;

XII - promover a conscientização para a proteção do meio ambiente e da qualidade de vida, através da educação ambiental;

XIII - estimular a participação comunitária no planejamento, implementação e vigilância das atividades que visem à proteção, recuperação e melhoria da qualidade ambiental;

XIV - incentivar o desenvolvimento, a criação, a absorção e a difusão de tecnologias compatíveis com a melhoria da qualidade ambiental;

XV - solicitar auditorias ambientais e audiências ambientais;

XVI - gerenciar os recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente - FUNDEMA;

XVII - celebrar convênios, contratos ou acordos específicos com entidades públicas ou privadas para desenvolver as atividades sob sua responsabilidade de maneira a atender às demandas da comunidade;

XVIII - incentivar, colaborar e participar de estudos e planos de ações de interesse ambiental em nível Federal, Estadual e Regional, através de ações comuns, convênios e consórcios;

XX - aplicar as penalidades previstas nesta Lei e em seus regulamentos.

Art. 29. Para o cumprimento do estabelecido nesta lei, compete ao Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, conforme Lei Municipal nº 1.648, de 31 de dezembro de 1971 e alterações:

I - planejar, executar, operar e manter os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário;

II - promover pesquisas e estudos sobre a ampliação da produção e reservação de água e de redes para sua distribuição, tratamento de esgoto e de redes para sua coleta, bem como para drenagem de águas;

III - fiscalizar projetos, de acordo com critérios técnicos, de instalações hidráulicas e sanitárias dos imóveis;

IV - incentivar, colaborar e participar de estudos e planos de ações de Saneamento ambiental em nível Federal, Estadual e Regional, através de ações comuns, convênios e consórcios;

V - desenvolver atividades de apoio à melhoria contínua da qualidade e salubridade ambiental, desde que de interesse social;

VI - coordenar a elaboração e revisão de Planos Diretores relacionados a sua esfera de competência;

VII - celebrar convênios, contratos ou acordos específicos com entidades públicas ou privadas para

São Leopoldo – Subproduto 2.3

19

Lei nº 6494 – 17/12/2007

desenvolver as atividades sob sua responsabilidade de maneira a atender às demandas da comunidade;

Art. 49. São diretrizes relativas ao abastecimento de água:

I - revisar e atualizar o Plano Diretor de Saneamento do São Leopoldo - PDS - visando a assegurar o abastecimento de água a toda a população com qualidade compatível com os padrões de potabilidade e em quantidade suficiente para a garantia de suas condições de saúde e conforto;

II - desenvolver ações para garantir a preservação dos mananciais de abastecimento de água;

III - assegurar o equacionamento dos problemas de ausência e de intermitência no abastecimento de água, especialmente nas áreas de urbanização precária;

IV - garantir que os problemas de ausência ou precariedade das instalações extradomiciliares de abastecimento de água não sejam responsáveis pela ineficiência do sistema de abastecimento e pelo comprometimento das condições de saúde da população;

V - preservar e recuperar, fontes e nascentes situadas em áreas públicas, como forma de garantir à população o uso desse recurso hídrico com qualidade adequada;

VI - promover a educação sanitária como instrumento de conscientização da população sobre a correta utilização das instalações domiciliares de água e sobre os procedimentos para evitar desperdícios e para assegurar o uso sustentável do recurso natural;

VII - sensibilizar a população sobre as diferenças entre uso abusivo de água, assim entendido como o uso consciente de água tratada para usos menos nobres, e o mau uso, compreendido como a utilização inconsciente e inconsequente do recurso hídrico, além da importância de se evitar tais atitudes.

Art. 50. São diretrizes relativas ao esgotamento sanitário:

I - revisar e atualizar o Plano Diretor de Saneamento de São Leopoldo - PDS - objetivando garantir a toda a população a coleta, a interceptação, o tratamento e a disposição adequada dos esgotos sanitários, como forma de assegurar a saúde pública e a qualidade ambiental dos recursos naturais;

II - assegurar a adoção de tecnologias alternativas em situações que apresentem dificuldades para o atendimento, especialmente nas áreas de urbanização precária;

III - estabelecer medidas que garantam a manutenção do sistema de esgotamento sanitário em áreas de urbanização precária, especialmente em vilas e favelas;

IV - incrementar o trabalho de mobilização social e vigilância sanitária, objetivando convencer a população da importância da adesão ao sistema oficial de esgotamento sanitário;

V - garantir que os equipamentos destinados à coleta dos esgotos sanitários tenham sua integridade física e operacional assegurada, tendo em vista o lançamento indevido de águas pluviais e resíduos sólidos no sistema de esgotamento;

VI - priorizar a ampliação da infraestrutura de interceptores de esgoto nas sub-bacias onde o índice de cobertura por rede coletora seja satisfatório, conforme normas do Plano Diretor de Saneamento de São Leopoldo - PDS;

VII - garantir que a instalação dos sistemas de coleta, a interceptação e o tratamento dos esgotos sanitários tenham seu impacto ambiental mitigado, requerendo mínimas intervenções para urbanização prévia das calhas dos corpos hídricos, a fim de que sejam mantidas as áreas de preservação permanentes dos cursos d’água;

VIII - assegurar a crescente descontaminação das águas pelos esgotos sanitários, em consonância com as classes de enquadramento legalmente definidas;

São Leopoldo – Subproduto 2.3

20

Lei nº 6494 – 17/12/2007

IX - assegurar o equacionamento dos problemas de ausência e inadequação do sistema de coleta de esgotos sanitários, especialmente nas áreas de urbanização precária;

X - garantir que os problemas de ausência ou precariedade das instalações extradomiciliares de esgoto não sejam responsáveis pela ineficiência do sistema de esgotamento sanitário, pela contaminação dos recursos hídricos e pelo comprometimento das condições de saúde;

XI - promover a educação sanitária e ambiental como instrumento de conscientização da população sobre a correta destinação dos esgotos sanitários, seja por meio da rede oficial de coleta ou de métodos alternativos, e sobre os procedimentos para evitar a contaminação dos solos e dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.

Art. 50. São diretrizes relativas ao esgotamento sanitário:

I - revisar e atualizar o Plano Diretor de Saneamento de São Leopoldo - PDS - objetivando garantir a toda a população a coleta, a interceptação, o tratamento e a disposição adequada dos esgotos sanitários, como forma de assegurar a saúde pública e a qualidade ambiental dos recursos naturais;

II - assegurar a adoção de tecnologias alternativas em situações que apresentem dificuldades para o atendimento, especialmente nas áreas de urbanização precária;

III - estabelecer medidas que garantam a manutenção do sistema de esgotamento sanitário em áreas de urbanização precária, especialmente em vilas e favelas;

IV - incrementar o trabalho de mobilização social e vigilância sanitária, objetivando convencer a população da importância da adesão ao sistema oficial de esgotamento sanitário;

V - garantir que os equipamentos destinados à coleta dos esgotos sanitários tenham sua integridade física e operacional assegurada, tendo em vista o lançamento indevido de águas pluviais e resíduos sólidos no sistema de esgotamento;

VI - priorizar a ampliação da infraestrutura de interceptores de esgoto nas sub-bacias onde o índice de cobertura por rede coletora seja satisfatório, conforme normas do Plano Diretor de Saneamento de São Leopoldo - PDS;

VII - garantir que a instalação dos sistemas de coleta, a interceptação e o tratamento dos esgotos sanitários tenham seu impacto ambiental mitigado, requerendo mínimas intervenções para urbanização prévia das calhas dos corpos hídricos, a fim de que sejam mantidas as áreas de preservação permanentes dos cursos d’água;

VIII - assegurar a crescente descontaminação das águas pelos esgotos sanitários, em consonância com as classes de enquadramento legalmente definidas;

IX - assegurar o equacionamento dos problemas de ausência e inadequação do sistema de coleta de esgotos sanitários, especialmente nas áreas de urbanização precária;

X - garantir que os problemas de ausência ou precariedade das instalações extradomiciliares de esgoto não sejam responsáveis pela ineficiência do sistema de esgotamento sanitário, pela contaminação dos recursos hídricos e pelo comprometimento das condições de saúde;

XI - promover a educação sanitária e ambiental como instrumento de conscientização da população sobre a correta destinação dos esgotos sanitários, seja por meio da rede oficial de coleta ou de métodos alternativos, e sobre os procedimentos para evitar a contaminação dos solos e dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos;

XII - desenvolver formas de remuneração pelas atividades prestadas com o objetivo de manutenção dos serviços, de acordo com as disposições da Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007 que estabelece as diretrizes nacionais do Saneamento básico.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

21

Lei nº 6494 – 17/12/2007

Art. 51. São diretrizes relativas ao manejo dos resíduos sólidos:

I - elaborar e implementar o Plano Diretor de Resíduos Sólidos de São Leopoldo - PLANRESOL - visando a garantir o manejo adequado, por parte de toda população, do ponto de vista sanitário e ambiental, dos resíduos sólidos, para proteger a saúde e o bem-estar público;

II - articular, potencializar e promover ações de prevenção da poluição, para reduzir ou eliminar a geração de resíduos sólidos na fonte;

III - promover e assegurar ações de redução, reutilização, reciclagem, recuperação, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos e seus subprodutos, considerando a utilização adequada dos recursos naturais;

IV - incentivar pesquisas de tecnologias limpas e a incorporação de novas tecnologias de produção, para reduzir a geração de resíduos sólidos, os seus impactos ambientais negativos e a sua periculosidade para a saúde;

V - complementar e consolidar a descentralização das atividades de limpeza urbana, particularmente no que concerne às unidades de recepção, triagem e reprocessamento de resíduos recicláveis, e de tratamento e destinação final dos resíduos não recicláveis;

VI - promover a divulgação de informações sobre as características e os impactos ambientais de produtos e serviços;

VII - promover e exigir, a partir da definição de responsabilidades, a recuperação das áreas degradadas ou contaminadas devido à ocorrência de acidentes ambientais ou ao manejo inadequado dos resíduos sólidos;

VIII - incentivar ações direcionadas à criação de mercados locais para materiais recicláveis e reciclados;

IX - minimizar o uso de materiais descartáveis e priorizar o consumo, pelas entidades públicas municipais, de produtos originados total ou parcialmente de material reciclado;

X - incentivar ações direcionadas à criação de centrais integradas de tratamento de resíduos sólidos industriais e de unidades de saúde;

XI - apoiar a formação de cooperativas de trabalho para a realização da coleta e a comercialização de materiais recicláveis;

XII - promover a educação ambiental da população em geral, potencializando o Programa de Educação Ambiental - PROMEA, coordenado pelo Órgão Gestor de Educação Ambiental - OGEA, particularmente nas escolas, por meio do ensino do manejo adequado dos resíduos sólidos.

Art. 51. São diretrizes relativas ao manejo dos resíduos sólidos:

I - elaborar e implementar o Plano Diretor de Resíduos Sólidos de São Leopoldo - PLANRESOL - visando a garantir o manejo adequado, por parte de toda população, do ponto de vista sanitário e ambiental, dos resíduos sólidos, para proteger a saúde e o bem-estar público;

II - articular, potencializar e promover ações de prevenção da poluição, para reduzir ou eliminar a geração de resíduos sólidos na fonte;

III - promover e assegurar ações de redução, reutilização, reciclagem, recuperação, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos e seus subprodutos, considerando a utilização adequada dos recursos naturais;

IV - incentivar pesquisas de tecnologias limpas e a incorporação de novas tecnologias de produção, para reduzir a geração de resíduos sólidos, os seus impactos ambientais negativos e a sua periculosidade para a saúde;

V - complementar e consolidar a descentralização das atividades de limpeza urbana, particularmente

São Leopoldo – Subproduto 2.3

22

Lei nº 6494 – 17/12/2007

no que concerne às unidades de recepção, triagem e reprocessamento de resíduos recicláveis, e de tratamento e destinação final dos resíduos não recicláveis;

VI - promover a divulgação de informações sobre as características e os impactos ambientais de produtos e serviços;

VII - promover e exigir, a partir da definição de responsabilidades, a recuperação das áreas degradadas ou contaminadas devido à ocorrência de acidentes ambientais ou ao manejo inadequado dos resíduos sólidos;

VIII - incentivar ações direcionadas à criação de mercados locais para materiais recicláveis e reciclados;

IX - minimizar o uso de materiais descartáveis e priorizar o consumo, pelas entidades públicas municipais, de produtos originados total ou parcialmente de material reciclado;

X - incentivar ações direcionadas à criação de centrais integradas de tratamento de resíduos sólidos industriais e de unidades de saúde;

XI - apoiar a formação de cooperativas de trabalho para a realização da coleta e a comercialização de materiais recicláveis;

XII - promover a educação ambiental da população em geral, potencializando o Programa de Educação Ambiental - PROMEA, coordenado pelo Órgão Gestor de Educação Ambiental - OGEA, particularmente nas escolas, por meio do ensino do manejo adequado dos resíduos sólidos;

XIII - criar mecanismos de subsídios e custeio que visem garantir a autossustentabilidade do sistema, de acordo com as disposições da Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007 que estabelece as diretrizes nacionais do Saneamento básico.

Art. 52. O Plano Diretor de Resíduos Sólidos de São Leopoldo - PLANRESOL - terá uma abordagem integrada e orientar-se-á pelas seguintes diretrizes:

I - potencializar os dados e as informações contidas no Cadastramento dos Geradores, conforme Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS, subsidiado pelo Diagnóstico Situacional de Resíduos Sólidos do Município;

II - desenvolver a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados no município de São Leopoldo, enfocando a educação socioambiental, visando à redução, à reutilização e à reciclagem;

III - considerar as disposições da Política Nacional de Resíduos Sólidos como instrumento de desenvolvimento econômico, social e ambiental, devendo ser implementada pelo respectivo gerador, incluindo a logística reversa, com o objetivo de:

a) promover ações para garantir que o fluxo dos resíduos sólidos gerados seja direcionado para a sua cadeia produtiva ou para a cadeia produtiva de outros geradores;

b) proporcionar maior incentivo à substituição dos insumos por outros que não degradem o meio ambiente;

c) estimular a produção e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis.

IV - promover a integração das políticas de resíduos sólidos com todos os setores do Saneamento ambiental, privilegiando soluções que apontem para uma gestão socioambiental compartilhada;

V - comprometer todos os atores envolvidos com resíduos sólidos: saúde, educação, desenvolvimento urbano, meio ambiente, Saneamento, desenvolvimento social e segurança pública na sua gestão compartilhada.

VI - Intensificar a implantação do Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS, bem como promover a organização regionalizada dos serviços do setor de resíduos sólidos

São Leopoldo – Subproduto 2.3

23

Lei nº 6494 – 17/12/2007

e limpeza publica, tendo como base as sub-bacias hidrográficas do Rio dos Sinos.

Art. 52. O Plano Diretor de Resíduos Sólidos de São Leopoldo - PLANRESOL - terá uma abordagem integrada e orientar-se-á pelas seguintes diretrizes:

I - potencializar os dados e as informações contidas no Cadastramento dos Geradores, conforme Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS, subsidiado pelo Diagnóstico Situacional de Resíduos Sólidos do Município;

II - desenvolver a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados no município de São Leopoldo, enfocando a educação socioambiental, visando à redução, à reutilização e à reciclagem;

III - considerar as disposições da Política Nacional de Resíduos Sólidos como instrumento de desenvolvimento econômico, social e ambiental, devendo ser implementada pelo respectivo gerador, incluindo a logística reversa, com o objetivo de:

a) promover ações para garantir que o fluxo dos resíduos sólidos gerados seja direcionado para a sua cadeia produtiva ou para a cadeia produtiva de outros geradores;

b) proporcionar maior incentivo à substituição dos insumos por outros que não degradem o meio ambiente;

c) estimular a produção e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis.

IV - promover a integração das políticas de resíduos sólidos com todos os setores do Saneamento ambiental, privilegiando soluções que apontem para uma gestão socioambiental compartilhada;

V - comprometer todos os atores envolvidos com resíduos sólidos: saúde, educação, desenvolvimento urbano, meio ambiente, Saneamento, desenvolvimento social e segurança pública na sua gestão compartilhada.

VI - Intensificar a implantação do Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS, bem como promover a organização regionalizada dos serviços do setor de resíduos sólidos e limpeza publica, tendo como base as sub-bacias hidrográficas do Rio dos Sinos;

VII - Criar, implementar e integrar o Plano Municipal do Gerenciamento dos Resíduos da Construção e Demolição, atendendo a Resolução 307, de 5 de Julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, bem como o instituir Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil para pequenos geradores e os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil para grandes geradores.

Art. 53. São diretrizes relativas à drenagem urbana:

I - elaborar e implementar o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Leopoldo - PDDU, que terá como abrangência a bacia e os banhados do rio dos Sinos no trecho de São Leopoldo, através do Sistema de Proteção às Cheias - Diques, bem como as 08 - oito - Sub-Bacias Hidrográficas listadas no artigo 11 desta lei.

II - viabilizar a toda a população o atendimento adequado por infraestrutura de drenagem urbana, como forma de assegurar a saúde e a qualidade ambiental dos recursos naturais;

III - priorizar o equacionamento dos problemas de ausência e inadequação do sistema de drenagem urbana em situações que envolvam risco de morte e perdas materiais;

IV - privilegiar a adoção de alternativas de tratamento de calhas de corpos hídricos que provoquem o mínimo de intervenção no meio ambiente natural e assegurem as áreas de preservação permanente, e a solução das questões de risco geológico e de inundações, de acessibilidade, esgotamento sanitário e limpeza urbana;

V - articular, em conjunto com o Código Municipal de Meio Ambiente, os estudos visando ao enquadramento dos cursos de água afluentes do rio dos Sinos em São Leopoldo;

São Leopoldo – Subproduto 2.3

24

Lei nº 6494 – 17/12/2007

VI - viabilizar a eliminação dos lançamentos clandestinos de efluentes líquidos e dos resíduos sólidos de qualquer natureza nos sistemas de drenagem pluvial, para assegurar a qualidade da água, o controle de cheias e a saúde pública;

VII - buscar soluções que viabilizem a reabertura de canais fluviais, a partir da concepção e execução de intervenções para adequação e/ou recuperação destas galerias, assegurando também sua integração à paisagem urbana, a mitigação dos impactos ambientais e a melhoria das suas condições de manutenção;

VIII - desenvolver a educação sanitária como instrumento de conscientização da população sobre a correta destinação das águas pluviais e da preservação das áreas permeáveis;

IX - privilegiar ações que minimizem intervenções cujas implicações sejam a expansão de áreas impermeáveis.

Art. 53. São diretrizes relativas à drenagem urbana:

I - elaborar e implementar o Plano Diretor de Drenagem Urbana de São Leopoldo - PDDU, que terá como abrangência a bacia e os banhados do rio dos Sinos no trecho de São Leopoldo, através do Sistema de Proteção às Cheias - Diques, bem como as 08 - oito - Sub-Bacias Hidrográficas listadas no artigo 11 desta lei.

II - viabilizar a toda a população o atendimento adequado por infraestrutura de drenagem urbana, como forma de assegurar a saúde e a qualidade ambiental dos recursos naturais;

III - priorizar o equacionamento dos problemas de ausência e inadequação do sistema de drenagem urbana em situações que envolvam risco de morte e perdas materiais;

IV - privilegiar a adoção de alternativas de tratamento de calhas de corpos hídricos que provoquem o mínimo de intervenção no meio ambiente natural e assegurem as áreas de preservação permanente, e a solução das questões de risco geológico e de inundações, de acessibilidade, esgotamento sanitário e limpeza urbana;

V - articular, em conjunto com o Código Municipal de Meio Ambiente, os estudos visando ao enquadramento dos cursos de água afluentes do rio dos Sinos em São Leopoldo;

VI - viabilizar a eliminação dos lançamentos clandestinos de efluentes líquidos e dos resíduos sólidos de qualquer natureza nos sistemas de drenagem pluvial, para assegurar a qualidade da água, o controle de cheias e a saúde pública;

VII - buscar soluções que viabilizem a reabertura de canais fluviais, a partir da concepção e execução de intervenções para adequação e/ou recuperação destas galerias, assegurando também sua integração à paisagem urbana, a mitigação dos impactos ambientais e a melhoria das suas condições de manutenção;

VIII - desenvolver a educação sanitária como instrumento de conscientização da população sobre a correta destinação das águas pluviais e da preservação das áreas permeáveis;

IX - privilegiar ações que minimizem intervenções cujas implicações sejam a expansão de áreas impermeáveis;

X - viabilizar a sustentabilidade das atividades mediante as cobranças pelos serviços prestados, de acordo com as disposições da Lei Federal nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007 que estabelece as diretrizes nacionais do Saneamento básico.

Art. 54. O Plano Diretor de Drenagem Urbana - PDDU - de São Leopoldo observará, dentre outras diretrizes, as seguintes:

I - a elaboração do cadastro completo dos sistemas de macro e micro drenagem, que deverá contar com mecanismos de atualização contínua e permanente;

São Leopoldo – Subproduto 2.3

25

Lei nº 6494 – 17/12/2007

II - a caracterização da problemática de drenagem urbana no município, enfocando os aspectos relacionados à prevenção e ao controle de inundações, às condições de risco à saúde, ao risco geológico, à expansão do sistema viário, à recuperação e à preservação ambiental, mediante a despoluição e a valorização dos cursos de água e da recuperação e garantia de integridade do sistema de drenagem;

III - a implementação de um sistema de monitoramento que permita definir e acompanhar as condições reais de funcionamento do sistema de macrodrenagem;

IV - a viabilização do aperfeiçoamento institucional e tecnológico do município, de forma a assegurar os mecanismos adequados ao planejamento, à implantação, operação, recuperação, manutenção preventiva e gestão do sistema;

V - a busca de alternativa de gestão que viabilize a autossustentação econômica e financeira do sistema de drenagem urbana.

Art. 56. Fica instituído o Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA - destinado a articular, integrar e coordenar a gestão municipal de Saneamento e os seus respectivos planos setoriais:

I - o Plano Diretor de Saneamento - PDS, englobando os setores de Água e Esgotos;

II - o Plano Diretor de Drenagem Urbana - PDDU;

III - o Plano Diretor de Resíduos Sólidos - PLANRESOL;

IV - o Plano Municipal de Controle de Vetores - PMCV.

Art. 58. Com vistas ao alcance de níveis crescentes de salubridade ambiental, o Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA - conterá, dentre outros, os seguintes elementos:

I - avaliação e caracterização da situação da salubridade ambiental do município, por meio de indicadores sanitários, epidemiológicos e ambientais;

II - os planos diretores setoriais, seus objetivos, diretrizes gerais e metas definidos mediante planejamento integrado, com suas respectivas metas de curto, médio e longo prazos, devendo considerar também outros planos setoriais e regionais;

III - identificação dos obstáculos de natureza político-institucional, legal, econômico-financeira, administrativa e tecnológica que se interponham à consecução dos objetivos e das metas propostos;

IV - formulação de estratégias e diretrizes para a superação dos obstáculos identificados;

V - caracterização e quantificação dos recursos humanos, materiais, tecnológicos, institucionais e administrativos necessários à execução das ações propostas;

VI - definição dos recursos financeiros necessários, de sua origem e do cronograma de aplicação;

VII - programa de investimentos em obras e outras medidas relativas à utilização, recuperação, conservação e proteção dos sistemas de Saneamento, em consonância com Plano Plurianual de São Leopoldo e com as respectivas Leis Orçamentárias Anuais;

VIII - a coerência de ações entre o Plano Municipal de Gestão Integrada das Sub-Bacias do Rio dos Sinos e a organização e estruturação dos serviços de Saneamento básico.

O capítulo relativo à educação ambiental está analisado no item 7.1

Art. 175. A Prefeitura Municipal de São Leopoldo, com o auxílio do Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMDEMA - realizará a cada dois anos uma Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento, aberta à participação popular, para avaliar a situação da qualidade e da

São Leopoldo – Subproduto 2.3

26

Lei nº 6494 – 17/12/2007

salubridade ambiental e propor, debater, modificar e formular as políticas de gestão sanitária e ambiental.

Art. 176. A Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento reunir-se-á obrigatoriamente no primeiro ano de mandato do Prefeito Municipal, em consonância com as Conferências Nacionais do Meio Ambiente e das Cidades.

§ 1º Compete ao Poder Executivo Municipal a convocação ordinária da Conferência de que trata o caput, e ao Executivo ou ao Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMDEMA - a convocação extraordinária.

§ 2º Serão realizadas pré-conferências regionais, de acordo com a distribuição geográfica das sub-bacias de São Leopoldo, conforme descrito no art. 10 desta lei, visando a assegurar a participação dos mais variados segmentos sociais, bem como o acesso da população aos debates a cerca das questões socioambientais em geral.

§ 3º A Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento terá sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovado previamente pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA.

Art. 177. Os conselhos setoriais são mecanismos de deliberação pública, criados no interior do Poder Executivo Municipal, para a participação da sociedade civil, onde o papel dos conselheiros é deliberar, juntamente com o poder público, sobre as respectivas políticas públicas em que atuam.

Art. 178. O Poder Executivo criou os conselhos setoriais para propor e deliberar sobre diretrizes para os planos e programas, bem como auxiliar e controlar diretamente as ações do governo municipal, de modo particular os conselhos com atuação na área do desenvolvimento urbano, sanitário e ambiental:

I - Conselho Municipal do Plano Diretor - COMPLAD;

II - Conselho Municipal da Saúde - CMS;

III - Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA;

IV - Conselho Municipal de Habitação e Interesse Social - CMHIS;

V - Conselho Municipal de Segurança Pública.

Parágrafo Único - Observadas as suas especificidades e finalidades constitutivas, cabe aos conselhos setoriais, dentre outras atribuições, o controle dos respectivos fundos setoriais.

Art. 179. O Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA - é um órgão colegiado paritário, autônomo, deliberativo e com atuação nas áreas afins, especialmente em Saneamento e meio ambiente.

Art. 180. O Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA - é o órgão externo, de apoio, ao Sistema Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA, com a finalidade de estudar, propor, deliberar e fiscalizar no âmbito de sua competência, a implementação de diretrizes das políticas governamentais para o meio ambiente e Saneamento, os recursos em processos administrativos e normas e padrões relativos ao meio ambiente e Saneamento.

Parágrafo Único - A regulação da prestação de serviços em Saneamento e meio ambiente será exercida por um órgão regulador definido pelo Poder Executivo Municipal, em conformidade com a Lei nº 11.445, de 6 de janeiro de 2007.

Art. 181. O Fundo Municipal do Meio Ambiente - FUNDEMA, criado pela Lei Municipal nº 4.900, de 2 de abril de 2001 e reestruturado pela Lei Municipal nº 5.643, de 20 de junho de 2005, é o órgão vinculado à administração direta do município, com a finalidade de arrecadar, captar e gerenciar os recursos financeiros resultantes de atos e ações administrativas praticados em defesa do

São Leopoldo – Subproduto 2.3

27

Lei nº 6494 – 17/12/2007

Saneamento e do meio ambiente.

Art. 182. De acordo com a legislação municipal vigente, o Fundo Municipal do Meio Ambiente - FUNDEMA - tem como objetivos o financiamento de planos e programas, projetos, cursos e congressos, pesquisa e tecnologia que visem ao uso racional e sustentado dos recursos naturais, bem como a implantação de ações voltadas ao controle, à fiscalização, à defesa e à recuperação sanitária e ambiental.

Art. 187. A Semana do Meio Ambiente é uma atividade central do Município e realizar-se-á na primeira semana de junho de cada ano.

Parágrafo Único - O dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, é a data base para a Semana do Meio Ambiente.

Art. 188. A Comissão formada pelos órgãos gestores e co-gestores do Sistema Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA, bem como por outras entidades ecológicas organizarão o evento que trata o artigo anterior.

Art. 189. Com o intuito de observar a organização intersetorial e legal do desenvolvimento urbano, Saneamento e gestão ambiental e também o Plano Diretor Municipal - PDM, Lei Municipal nº 6.125, de 19 de dezembro de 2006, a Prefeitura Municipal de São Leopoldo encaminhará para a aprovação da Câmara Municipal, até 19 de dezembro de 2007 o Marco Regulatório do Saneamento e Meio Ambiente, sistematizado nos seguintes projetos de lei:

I - que dispõe sobre a Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental;

II - que dispõe sobre o Código Municipal de Meio Ambiente e Zoneamento Ambiental;

III - que dispõe sobre o Plano Municipal de Gestão Integrada das Sub-bacias do Rio dos Sinos.

Art. 190. Além das leis que tratam o artigo anterior, a sistematização do anteprojeto de lei levará também em consideração os seguintes estudos:

I - as demandas socioambientais apresentadas pela população;

II - os dados do Projeto Monalisa - Monitoramento das Alterações Ambientais de Impactos Sobre Arroios da Bacia do rio dos Sinos;

III - a leitura social do Processo Participativo do Plano Diretor em 2006;

IV - os diagnósticos socioambientais do Projeto de Olho no Ambiente;

V - a pesquisa da Agenda 21 na Rede Escolar de São Leopoldo.

Art. 191. O processo de construção da Política Municipal de Desenvolvimento Socioambiental - Agenda 21 Local, será conduzido por um Fórum Municipal da Agenda 21 e Combate ao Aquecimento Global, convocado, organizado e presidido pelo Prefeito Municipal.

Art. 192. O Plano de Ação da Prefeitura Municipal de São Leopoldo em Prol da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos é parte integrante da presente lei, constante do Anexo A, e o Protocolo de Compromisso da Prefeitura de São Leopoldo no Combate ao Aquecimento Global, consta no Anexo B.

Parágrafo Único - As informações e proposições do Plano de Ação, juntamente com o Protocolo de Compromissos de Combate ao Aquecimento Global, serão aproveitados na sistematização da Política Municipal de Desenvolvimento Socioambiental - Agenda 21 Local.

Art. 193. No dia 16 de novembro de cada ano comemora-se, no município de São Leopoldo, o Dia do Rio dos Sinos.

Parágrafo Único - Em homenagem a Henrique Luiz Roessler, patrono do ambientalismo no Brasil e filho desta cidade, a semana em que está inserido este dia é denominada Semana Roessler no

São Leopoldo – Subproduto 2.3

28

Lei nº 6494 – 17/12/2007

município de São Leopoldo.

Art. 194. O projeto de lei do primeiro Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA - deverá ser encaminhado ao Poder Legislativo Municipal até 03 - três - anos após a publicação da presente lei.

Parágrafo Único - O Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA - e os demais planos de gestão integrada terão a vigência correspondente ao quadriênio do Plano Plurianual 2009-2013.

Art. 195. Fica criada a Central de Serviços do Município de São Leopoldo, vinculada ao Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA.

§ 1º A Central referida no caput deste artigo será responsável pelo gerenciamento de todos os serviços urbanos de responsabilidade da Prefeitura Municipal de São Leopoldo, bem como servirá de apoio ao Núcleo Intersetorial de Desenvolvimento Urbano.

§ 2º O quadro de pessoal da Central de Serviços do Município será formado por servidores públicos da Secretaria Municipal de Obras Viárias e Serviços - SEMOV, da Secretaria Municipal de Obras da Zona Norte - SENORTE, Secretaria Municipal de Obras da Zona Leste - SELESTE, do órgão ambiental do município e Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE.

§ 3º As despesas de instalação e manutenção da Central de Serviços do Município serão custeadas através de orçamentos próprios dos órgãos elencados no parágrafo anterior.

§ 4º Fica vinculada à Central de Serviços do Município de São Leopoldo a Central de Fiscalização Municipal, que será criada por ato do Poder Público Municipal.

Art. 196. O Poder Executivo Municipal regulamentará esta lei, somente no que couber, até 180 - cento e oitenta - dias, a contar da data de sua publicação.

Parágrafo Único - As disposições da presente lei, cujos prazos estão em aberto, os respectivos encaminhamentos requeridos, deverão ser definidos no prazo máximo de 02 - dois - anos, a contar da publicação desta lei.

Art. 197. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 198. Revogam-se as disposições em contrário, especificamente, a Lei Municipal nº 3.006, de 23 de dezembro de 1985; Lei Municipal nº 3.486 de 04 de agosto de 1989; Lei Municipal nº 3.626, 06 de dezembro de 1990; Lei Municipal nº 4.060, de 27 de março de 1995; Lei Municipal nº 4.853,A, de 04 de outubro de 2000; Lei Municipal nº 5.794 de 02 de dezembro de 2005 e a Lei Municipal nº 5.798 de 05 de dezembro de 2005.

12 Ações no Combate ao Aquecimento Global:

01. Garantir a execução da Campanha Municipal de Arborização 2007-2008, e a meta de plantar 10 mil mudas de árvores, sendo 1/3 com a Árvore Símbolo de São Leopoldo, o Ipê Amarelo, até 21 de setembro de 2008;

02. Fortalecer e ampliar para todos os bairros da cidade o Programa da Coleta Seletiva Compartilhada, que além de beneficiar 120 famílias de catadores, contribui para a diminuição de resíduos destinados ao Aterro Sanitário;

03. Implantar a Unidade de Compostagem de Resíduos Orgânicos, que evitará a destinação destes resíduos para o Aterro Sanitário, diminuindo assim a emissão de gás metano;

04. Realizar campanhas educativas para incentivar a população para diminuir a utilização do automóvel e usar mais os meios de transportes coletivos como o ônibus e o trem;

05. Ampliar as formas alternativas de transporte urbano, priorizando a implantação de ciclovias;

06. Apoiar e participar da mobilização regional em prol da extensão da linha do TRENSURB São

São Leopoldo – Subproduto 2.3

29

Lei nº 6494 – 17/12/2007

Leopoldo-Novo Hamburgo;

07. Intensificar as ações em prol da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, através do Consórcio Público PRÓ-SINOS e do COMITESINOS.

08. Qualificar as parcerias com as entidades ambientalistas potencializando as ações e os projetos de educação ambiental:

* UPAN - Viabilizar o Projeto de Revitalização Socioambiental da Rua da Praia, que envolve a implantação do Museu do Rio dos Sinos e da Casa de Cultura Ecológica Henrique Luiz Roessler (antiga casa do ambientalista);

* COOTAF - Potencializar o Programa Municipal de Arborização Urbana e os cursos de Educação Ambiental, priorizando a rede escolar municipal;

* GREENPEACE - Potencializar o Programa Cidade Amiga da Amazônia mediante as seguintes ações:

a) implantação de um sistema de controle e fiscalização do transporte e comercialização de madeira no território de São Leopoldo;

b) buscar progressivamente a implementação de um Programa Municipal de Licitação Sustentável;

* ALPA - Priorizar no Convênio com a SENSAD a implementação de um Programa de Proteção aos animais domésticos, vinculado ao Plano Municipal de Controle de Vetores e Zoonoses;

* METSUL - Aprimorar o Convênio através das instalações da Estação de Meteorologia Banhado das Freiras no Parque Imperatriz Leopoldina;

* INSTITUTO MARTIM PESCADOR - Estruturar em conjunto com a SEMEDES o Programa de Turismo Sustentável (roteiro ecoturístico) de São Leopoldo.

09. Avançar na execução do Programa de Estruturação das Unidades de Conservação, tendo por prioridade a implantação da 2º e 3º Etapas do Projeto Integrado do Parque Imperatriz Leopoldina, cujos equipamentos projetados possuem uma relação direta com as ações de combate ao aquecimento global, via captura de carbono:

* Viveiro Municipal, Centro Permanente de Educação Ambiental (CEPEA), Trapiche do Banhado das Freiras, Mirante da Feitoria, Centro Cívico e Jardim Botânico.

10. Implementar as complementações do novo Plano Diretor Municipal, em especial as disposições que tratam do marco regulatório de desenvolvimento urbano, sanitário e ambiental do Município de São Leopoldo, no qual destaca-se:

* a estruturação do Plano Municipal de Saneamento Ambiental - PLAMASA;

* a organização do Sistema Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA;

a elaboração do Relatório Municipal de Qualidade Ambiental - RMQA;

* a estruturação do Plano Municipal de Gestão Integrada das Sub-Bacias do Rio dos Sinos - Lei dos Arroios;

* a estruturação do Código Municipal de Meio Ambiente e Zoneamento Ambiental.

11. Constituir o Fórum Municipal da Agenda 21 e de Combate ao Aquecimento Global, a ser convocado e presidido pelo Prefeito Municipal;

12. Implantar o Fórum dos Arroios de São Leopoldo, como instrumento de gestão integrada e participativa dos recursos hídricos.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

30

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

Institui o Código Municipal do Meio Ambiente e zoneamento ambiental e dá outras providências.

Com 645 artigos a legislação está organizada em títulos e capítulos. Entre estes destacam-se, por sua vinculação com os temas do PMSB, os seguintes:

Título I – Disposições Preliminares

Cap. I Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental

Com destaque para:

Art. 1º Esta lei institui o Código Municipal de Meio Ambiente e Zoneamento de São Leopoldo, regulando os direitos e obrigações concernentes ao controle, recuperação, conservação e preservação do meio ambiente no município, integrando-o ao Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA e ao Sistema Estadual de Proteção Ambiental - SISEPRA, coerente com a Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental.

Art. 2º A Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental e esta lei, respeitadas as competências da União e do Estado do Rio Grande do Sul, têm por objetivo assegurar a melhoria da qualidade de vida dos habitantes de São Leopoldo, mediante o licenciamento e o controle de todas as formas de poluição, fiscalização, recuperação e preservação dos recursos ambientais, considerando o meio ambiente um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo das atuais e futuras gerações.

Art. 3º O meio ambiente é bem de uso comum do povo, patrimônio comum de toda coletividade, e sua proteção é dever do município e de todas as pessoas e entidades que, para tanto, no uso da propriedade, no manejo dos meios de produção e no exercício de atividades produtivas, deverão respeitar as limitações administrativas e demais determinações estabelecidas pelo Poder Público Municipal, com vistas a assegurar um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras gerações.

Art. 4º As áreas verdes, morros, parques, jardins, praças, arroios, nascentes, banhados, Unidades de Conservação - UCs - e reservas ecológicas municipais são patrimônio público inalienáveis.

Título II – Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental

Cap. II – Atuação Municipal Integrada

Com destaque para:

Art.19 - Cabe aos órgãos gestores do Sistema Municipal Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA - implementar os instrumentos da Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental e, prioritariamente:

I - participar da elaboração e acompanhar a implementação do Plano Municipal de Gestão Integrada do Saneamento Ambiental - PLAMASA;

II - participar da elaboração e acompanhar a implementação do Plano Municipal de Gestão Integrada das Sub-Bacias do Rio dos Sinos;

III - participar da elaboração e acompanhar a implementação desta lei;

IV - promover o controle ambiental integrado: licenciamento e fiscalização ambiental;

V - promover a educação ambiental integrada; VI - viabilizar e coordenar a elaboração anual do Relatório Municipal de Qualidade Ambiental -

RMQA;

VII - difundir e consolidar o controle social, potencializando a atuação do Conselho Municipal do

São Leopoldo – Subproduto 2.3

31

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

Meio Ambiente - COMDEMA.

Cap. III – Instrumentos

Entre os instrumentos elencados neste capítulo devem ser mencionados:

XV - a prestação de informações relativas ao saneamento ambiental;

XVII - os acordos, convênios, consórcios e outros mecanismos associados de gerenciamento de recursos ambientais;

XX - a Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento.

Titulo III – Do Meio Ambiente

Cap. II – Do solo e subsolo

Com destaque para:

Art. 33 Na análise de projetos de uso, ocupação ou parcelamento do solo ou do subsolo, o órgão ambiental do município, no âmbito de sua competência, deverá manifestar-se, dentre outros, necessariamente sobre os seguintes aspectos:

I - usos propostos, densidade de ocupação, desempenho de assentamento e acessibilidade;

II - reserva de áreas verdes e proteção de interesses paisagísticos, ecológicos, arquitetônicos, culturais ou históricos;

III - utilização de áreas com declividade igual ou superior a 30% - trinta por cento, bem como de terrenos alagadiços ou sujeitos a inundações;

IV - saneamento de áreas aterradas com material nocivo à saúde;

V - ocupação de áreas onde o nível de poluição local impeça condições sanitárias mínimas;

VI - proteção do solo, da fauna, da flora e demais organismos vivos e das águas superficiais, subterrâneas, fluentes, emergentes e reservadas;

VII - sistema de abastecimento de água;

VIII - coleta, tratamento e disposição final de efluentes líquidos, resíduos sólidos e emissões atmosféricas;

IX - viabilidade geotécnica, quando o projeto atingir áreas de risco geológico, assim definidas pelo órgão competente.

Cap. III - Das águas

Com destaque para os artigos:

Art. 34 São objetivos do Código Municipal de Meio Ambiente e Zoneamento Ambiental no tocante à proteção das águas:

III - reduzir, progressivamente, a toxicidade e as quantidades dos poluentes lançados nos corpos d’água;

IV - compatibilizar e controlar os usos efetivos e potenciais da água, tanto qualitativa quanto quantitativamente;

V - controlar os processos erosivos que resultem no transporte de sólidos, no assoreamento dos corpos d’água e da rede pública de drenagem;

VI - assegurar o acesso e o uso público às águas superficiais e marginais, exceto em áreas de

São Leopoldo – Subproduto 2.3

32

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

nascentes e outras de preservação permanente, quando expressamente disposto em norma específica;

VII - o adequado tratamento dos efluentes líquidos, visando a preservar a qualidade dos recursos hídricos.

Art. 35 As diretrizes desta lei aplicam-se a lançamentos de quaisquer efluentes líquidos provenientes de atividades efetiva e potencialmente poluidoras instaladas no município de São Leopoldo, em águas interiores, superficiais ou subterrâneas, diretamente ou através de quaisquer meios de lançamento, incluindo redes de coleta e emissários.

Art. 36 Os critérios e padrões estabelecidos em legislação deverão ser atendidos, também, por etapas ou áreas específicas do processo de produção ou geração de efluentes, de forma a impedir a sua diluição e assegurar a redução das cargas poluidoras totais.

Art. 37 Os lançamentos de efluentes líquidos não poderão conferir aos corpos receptores características em desacordo com os critérios e padrões de qualidade de água em vigor, ou que criem obstáculos ao trânsito de espécies migratórias, exceto na zona de mistura.

Art. 39 A captação de água, superficial ou subterrânea, deverá atender aos requisitos estabelecidos pela legislação específica, sem prejuízos às demais exigências legais, sob avaliação técnica e licença ambiental do órgão ambiental do município.

Art. 40 As atividades efetiva ou potencialmente poluidoras ou degradadoras e de captação de água implementarão programas de monitoramento de efluentes e da qualidade ambiental em suas áreas de influência, previamente estabelecidos ou aprovados pelo órgão ambiental do município.

§ 1º A coleta e análise dos efluentes líquidos deverão ser baseadas em metodologias aprovadas pelo órgão ambiental do município ou pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

§ 2º Todas as avaliações relacionadas aos lançamentos de efluentes líquidos deverão ser feitas para as condições de dispersão mais desfavoráveis, sempre incluída a previsão de margens de segurança.

Art. 42 É obrigação do proprietário do imóvel a execução de adequadas instalações domiciliares de abastecimento, armazenagem, distribuição e esgotamento de água, cabendo ao usuário do imóvel a necessária conservação.

Título V – Recursos Hídricos e Áreas Úmidas

Cap. I – Da proteção das águas

Com destaque para:

Art. 221 A gestão das águas pelo Poder Público Municipal obedecerá às seguintes diretrizes:

I - a proteção das águas superficiais e subterrâneas contra ações que possam comprometer seu uso sustentável e o propósito de obtenção de melhoria gradativa e irreversível da qualidade das águas hoje degradadas;

II - a preservação e conservação dos ecossistemas aquáticos e dos recursos naturais conexos às águas;

III - a utilização racional das águas superficiais e subterrâneas assegurando o prioritário abastecimento das populações humanas e permitindo a continuidade e desenvolvimento das atividades econômicas;

IV - a adoção da bacia e sub-bacia hidrográfica como unidade básica de planejamento,

São Leopoldo – Subproduto 2.3

33

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

desenvolvimento e intervenção, considerando o cicio hidrológico na sua integridade;

V - a participação de usuários, comunidades, órgãos públicos, organizações educacionais e científicas na gestão dos recursos hídricos;

VI - a orientação e educação dos usuários acerca do uso racional e sustentável e do gerenciamento dos recursos hídricos;

VII - a divulgação sistemática dos dados de monitoramento qualitativo, quantitativo, bem como dos planos de bacia e sub-bacias hidrográficas;

VIII - a articulação intersetorial e interinstitucional compatibilizando as políticas incidentes;

IX - a reversão da cobrança pelo uso da água para as respectivas bacias.

Art. 231 Nas regiões de recursos hídricos escassos, a implantação de loteamentos, projetos de irrigação e colonização, distritos industriais e outros empreendimentos que impliquem intensa utilização de águas subterrâneas ou impermeabilização de significativas porções de terreno deverão ser feitos de forma a preservar ao máximo o ciclo hidrológico original, a ser observado no processo de licenciamento.

Art. 232 Na elaboração de Planos Diretores e outros instrumentos de planejamento e desenvolvimento urbano deverão ser indicados:

I - a posição dos lençóis de águas subterrâneas vulneráveis;

II - as áreas reservadas para o tratamento e o destino final das águas residuárias e dos resíduos sólidos, quando couber.

Parágrafo Único - O órgão ambiental municipal deverá manifestar-se sobre as áreas reservadas mencionadas no inciso II deste artigo, observada a legislação vigente.

Art. 233 Todos os esgotos deverão ser tratados previamente quando lançados no meio ambiente.

Parágrafo Único - Todos os prédios situados em logradouros que disponham de redes coletoras de esgotos sanitários deverão ser obrigatoriamente ligados a elas, às expensas dos proprietários, excetuando-se da obrigatoriedade prevista no caput apenas as situações de impossibilidade técnica, que deverão ser justificadas perante os órgãos competentes e quando estes comprovarem possuir sistema próprio técnica e ambientalmente mais eficaz que o disponibilizado para este fim.

Art. 235 Dependerá da outorga do uso da água qualquer empreendimento ou atividade que altere as condições quantitativas e qualitativas, ou ambas, das águas superficiais ou subterrâneas, observado o Plano Estadual de Recursos Hídricos e os planos de bacias e sub-bacias hidrográficas do Rio dos Sinos.

Parágrafo Único - A outorga será emitida pelo órgão Gestor de Recursos Hídricos mediante autorização ou licença de uso, quando referida a usos que alterem as condições quantitativas das águas.

Art. 236 A outorga de que trata o artigo anterior será condicionada às prioridades de uso estabelecidas no Plano Estadual de Recursos Hídricos e no planos de bacias e sub-bacias hidrográficas do Rio dos Sinos.

Art. 237 São dispensados da outorga os usos de caráter individual para satisfação das necessidades básicas da vida, assim entendidas como o uso dos recursos hídricos por pequenos núcleos populacionais, as derivações, captações e lançamentos ditos insignificantes e as acumulações de volumes ditas insignificantes.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

34

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

Cap. II – Das águas subterrâneas

Com destaque para:

Art. 241 Incumbe ao Poder Público Municipal manter programas permanentes de proteção das águas subterrâneas, visando ao seu aproveitamento sustentável, e a privilegiar a adoção de medidas preventivas em todas as situações de ameaça potencial a sua qualidade.

§ 1º Os órgãos competentes deverão utilizar recursos técnicos eficazes e atualizados para o cumprimento das disposições do caput, mantendo-os organizados e disponíveis aos interessados.

§ 2º A vulnerabilidade dos lençóis d’água subterrâneos será prioritariamente considerada na escolha da melhor alternativa de localização de empreendimentos de qualquer natureza potencialmente poluidores das águas subterrâneas.

§ 3º Os programas referidos no caput deverão, onde houver planos de bacia hidrográfica, constituir

subprogramas destes, considerando o ciclo hidrológico na sua integralidade. § 4º Toda a pessoa jurídica pública ou privada, ou física, que perfurar poço profundo no território

municipal, deverá providenciar seu cadastramento junto aos órgãos competentes, mantendo completas e atualizadas as respectivas informações.

§ 5º Nas áreas urbanas e de alta concentração industrial deverão ser delimitadas e cadastradas as áreas de proteção de poços utilizados para abastecimento público.

Art. 242 Fica sob a responsabilidade do órgão ambiental municipal a instituição no âmbito local, do Sistema de Controle das Águas Subterrâneas.

Art. 243 São atribuições do Sistema de Controle das Águas Subterrâneas:

I - cadastrar poços tubulares, cacimbas e fontes existentes no município;

II - manter um banco de dados geológicos e hidrogeológicos do subsolo do município;

III - monitorar e controlar a contaminação dos aquíferos nas áreas de recarga, bem como em áreas que envolvam atividades urbanas, comerciais, industriais ou mineração;

IV - indicar áreas de menor risco de contaminação dos aquíferos para implantação de atividades poluidoras.

Art. 244 Fica criado o Cadastro de Poços Tubulares Profundos para utilização de água subterrânea.

Art. 245 Todo poço tubular profundo que vier a ser perfurado no município de São Leopoldo passará por prévia autorização ambiental e deverá ser cadastrado junto ao Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE.

Título VI - Do saneamento ambiental

Com destaque para:

Art. 252 A execução de medidas de saneamento básico residencial, comercial e industrial, essenciais à salubridade ambiental, constitui obrigação do Poder Público, da coletividade e do indivíduo, que para tanto, no uso da propriedade, no manejo dos meios de produção e no exercício de qualquer atividade, ficam obrigados ao cumprimento das determinações legais, regulamentares, recomendações e interdições ditadas pelas autoridades ambientais, sanitárias e outras competentes. Art. 253 É obrigação do proprietário do imóvel a execução e manutenção de adequadas instalações residenciais, comerciais ou industriais ou qualquer outra para armazenamento, distribuição e

São Leopoldo – Subproduto 2.3

35

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

abastecimento de água, esgotamento de efluentes líquidos e drenagem de águas, cabendo ao usuário do imóvel sua necessária conservação.

Art. 254 Compete ao Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE - o estabelecimento de normas, regras e padrões de uso e cobrança relativos à exploração comercial de água, oriunda de mananciais superficiais ou subterrâneos cujas origens, estejam ou não, nos limites do município, efetuada por quaisquer estabelecimentos e distribuídos por rede ou caminhões-pipa.

Art. 255 É vedado ao Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE - conceder isenção ou redução nas tarifas, taxas, contribuições de melhoria ou preços públicos por ele praticados, inclusive, órgãos da administração pública.

Parágrafo Único - Dos efeitos do caput deste artigo ficam excluídas as entidades beneficentes e de assistência social para as quais são aplicados descontos sobre tarifas e preços públicos referentes aos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, bem como taxas e contribuições de melhoria cobradas por todos os serviços prestados pelo Serviço Municipal de Água e Esgotos – SEMAE

Art. 256 Fica o Poder Público autorizado a estabelecer normas e procedimentos para a redução dos volumes de água e dos valores das faturas que apresentem, em virtude de vazamentos de água nas instalações prediais, variações além da média dos volumes apurados nos últimos doze meses anteriores à ocorrência. Art. 257 A utilização da rede de esgotos pluviais para o transporte e afastamento de esgotos sanitários somente será permitida mediante licenciamento pelo órgão ambiental municipal e cumpridas as seguintes medidas:

I - será progressivamente implantada a exigência do tratamento prévio ao lançamento dos esgotos na rede;

II - o processo de tratamento deverá ser dimensionado, implantado, operado e conservado conforme critérios e normas estabelecidas pelos órgãos municipais e estaduais competentes ou, na inexistência destes, conforme as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;

III - qualquer que seja o processo de tratamento adotado deverão ser previamente definidos todos os critérios e procedimentos necessários ao seu correto funcionamento, em especial: localização, responsabilidade pelo projeto, operação, controle e definição do destino final dos resíduos sólidos gerados no processo;

IV - as bocas de lobo e outras singularidades da rede condutora da mistura de esgotos deverão possuir dispositivos que minimizem o contato direto da população com o líquido transportado.

Art. 258 A utilização das redes de esgoto pluviais, cloacais ou mistas para lançamento de efluentes industriais in natura ou semitratados só será permitida mediante licenciamento pelo órgão ambiental e cumpridas as seguintes exigências:

I - as redes deverão estar conectadas a um sistema adequado de tratamento e disposição final;

II - os despejos deverão estar isentos de materiais ou substâncias tóxicas, inflamáveis, interferentes ou inibidoras dos processos de tratamento, danificadoras das instalações das redes ou sistemas de tratamento, produtoras de odores ou obstrutoras de canalizações, seja por ação direta ou por combinação com o líquido transportado.

Cap. I – Do abastecimento de água

Com destaque para:

Art. 259 Os volumes de água consumida serão mensurados através de equipamentos próprios,

São Leopoldo – Subproduto 2.3

36

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

tecnicamente aprovados pelo Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, para efeito de controle e cobrança pelos serviços prestados.

§ 1º A partir desta lei, todas as novas construções multipavimentadas deverão possuir sistema individualizado de medição de água, promovendo a racionalização e o combate ao desperdício.

§ 2º Os equipamentos de medição de volume mencionados no caput deste artigo deverão ser instalados conforme as normas técnicas fixadas pelo Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, sendo de responsabilidade do usuário a preservação de condições físicas para seu correto funcionamento.

§ 3º Sempre que julgar conveniente, o Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE - procederá aferições, revisões, reparos ou trocas dos equipamentos de medição de volume, apropriando os custos dessas tarefas e transferindo-os aos usuários, conforme normas e regulamentos.

§ 4º Nos casos em que não houver possibilidade técnica ou de qualquer outra natureza para a instalação de equipamentos de mensuração citados no caput deste artigo, o Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE - estimará os volumes baseados em parâmetros por ele definidos e efetuará o controle e a cobrança pelos serviços prestados de abastecimento de água, conforme normas e regulamentos próprios.

Art. 260 Quando não for possível medir os volumes de água consumida, em virtude de falhas nos equipamentos de medição ou dificuldades em suas leituras, os volumes serão arbitrados com base na média dos três bimestres anteriores, caso das categorias com lançamento de faturas com validade bimestral ou seis meses anteriores, caso das categorias com lançamento de faturas com validade mensal.

Art. 261 Os imóveis serão dotados de canalizações para a distribuição de água, que se constituem de: I - ramal predial ou a parte compreendida entre a rede de distribuição e o equipamento de medição

do consumo de água;

II - instalação predial ou o conjunto de canalizações, equipamentos e outros dispositivos empregados no abastecimento e distribuição interna de água nos imóveis.

§ 1º A instalação do ramal predial será executada pelo Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, sendo seu custo faturado conforme seus regulamentos.

§ 2º A instalação predial será executada pelo usuário, observadas as normas técnicas e legais fixadas pelo Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE.

Art. 262 Ao usuário que optar pelo abastecimento de água por poço artesiano ou quaisquer outras fontes subterrâneas, é obrigatório disponibilizar local e condições para instalação de equipamentos de medição do volume de água extraída do subsolo, a qual servirá de base para o cálculo e cobrança de tarifa pelo consumo e contribuição direta ou indireta à rede coletora de esgoto, em conformidade com esta lei e a legislação pertinente.

Cap. II – Do esgotamento sanitário

Com destaque para:

Art. 263 Os esgotos sanitários deverão ser coletados, tratados e receber destinação adequada, de forma a evitar-se contaminação dos recursos naturais.

Art. 264 Os volumes de esgotos coletados serão mensurados através de equipamentos próprios, tecnicamente aprovados pelo Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, para efeito de controle e cobrança pelos serviços prestados.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

37

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

Parágrafo Único - A partir desta lei, todas as novas construções deverão ser obrigatoriamente ligadas à rede pública coletora, exceto se comprovarem possuir sistema próprio técnica e ambientalmente mais eficaz que o disponibilizado para este fim.

Art. 265 Nos casos em que não houver possibilidade técnica ou de qualquer outra natureza para a instalação de equipamentos de mensuração citados no artigo anterior, o Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE - estimará os volumes baseados em parâmetros por ele definidos e efetuará o controle e a cobrança pelos serviços prestados de coleta de esgotos, conforme normas e regulamentos próprios.

Art. 266 Quando não for possível medir os volumes de esgoto coletado, em virtude de falhas nos equipamentos de medição ou dificuldades em suas leituras, os volumes serão arbitrados com base na média dos três bimestres anteriores, caso das categorias com lançamento de faturas com validade bimestral ou seis meses anteriores, caso das categorias com lançamento de faturas com validade mensal.

Art. 267 Em habitações desprovidas de rede coletora de esgotos, as medidas adequadas para as instalações sanitárias, de responsabilidade do usuário, ficam sujeitas à aprovação do Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, sem prejuízo das de outros órgãos, que fiscalizará a sua execução e a manutenção, sendo vedado o lançamento de esgotos in natura a céu aberto e sendo obrigatória a adoção de medidas adequadas para a solução.

Art. 268 Toda empresa ou instituição responsável por fonte de poluição das águas deverá tratar seu esgoto sanitário sempre que não existir sistema público de coleta, transporte, tratamento e disposição final de esgotos, atendendo os padrões de emissão estabelecidos.

Cap. III – Do manejo das águas pluviais

Com destaque para:

Art. 269 Os volumes de águas drenadas serão mensurados através de equipamentos próprios, tecnicamente aprovados pelo Poder Público Municipal, para efeito de controle e cobrança pelos serviços prestados. Art. 270 Nos casos em que não houver possibilidade técnica ou de qualquer outra natureza para a instalação de equipamentos de mensuração citados no artigo anterior, o Poder Público Municipal estimará os volumes baseados em parâmetros por ele definidos e efetuará o controle e a cobrança pelos serviços prestados de manejo de águas, conforme normas e regulamentos próprios.

Art. 271 Quando não for possível medir os volumes de águas drenadas em virtude de falhas nos equipamentos de medição ou dificuldades em suas leituras, os volumes serão arbitrados com base na média dos três bimestres anteriores, caso das categorias com lançamento de faturas com validade bimestral ou seis meses anteriores, caso das categorias com lançamento de faturas com validade mensal.

Cap. IV – Manejo de resíduos sólidos e limpeza urbana5

Com destaque para:

Art. 272 - A separação dos resíduos sólidos na origem, visando ao seu reaproveitamento otimizado, é responsabilidade de toda a sociedade leopoldense e do Poder Público Municipal, devendo ser implantada gradativamente no município, mediante programas educacionais e projetos de sistemas

5 Vários artigos tiveram a redação alterada pela Lei nº 7571/2011.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

38

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

de coleta seletiva, de acordo com as leis Federais, Estaduais, e Municipais, bem como do Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS.

§ 1º O gerenciamento dos resíduos sólidos e limpeza pública deverão atender as disposições constantes na Lei Federal nº 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, coordenado pelo Órgão Gestor do SISNAMA - Ministério do Meio Ambiente.

§ 2º O Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS, faz parte do Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA.

§ 3º Além do Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS, entre outros instrumentos, também fazem parte do Plano Municipal de Gestão de Saneamento Ambiental - PLAMASA:

I - o Diagnóstico Situacional dos Resíduos Sólidos do Município de São Leopoldo;

II - a Taxa de Coleta de Lixo.

§ 4º A Taxa de Coleta de Lixo é o instrumento que o Município possui para manter o sistema de coleta do lixo domiciliar.

§ 5º A fim de atender as demandas crescentes de serviços de limpeza urbana, bem como aos preceitos da autossustentabilidade na prestação dos serviços de saneamento básico, estabelecidos pela Lei Federal nº 11.445/2007, o Poder Público Municipal fica autorizado a atualizar progressivamente, nos termos da Lei, os valores da Taxa de Coleta de Lixo.

Art. 273 - Aos estabelecimentos públicos ou privados geradores de resíduos sólidos, cabe a responsabilidade de proceder de forma adequada o gerenciamento dos seus resíduos, devendo adaptarem-se às exigências do Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS, que organizará os geradores constantes no Diagnóstico Situacional da Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos, integrantes do Plano Municipal de Gestão de Saneamento Ambiental - PLAMASA.

Art. 274 O Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS - estabelece que os geradores de resíduos sólidos deverão empregar a sistemática da segregação dos resíduos na origem, da coleta interna, do acondicionamento, do transporte e da destinação final ambientalmente adequada para cada tipo de resíduo gerado nos estabelecimentos privados ou públicos.

§ 1º Os estabelecimentos públicos ou privados que utilizam a coleta domiciliar regular, considerados pequenos geradores de resíduos, deverão prever no projeto de implantação do seu Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS - equipamentos para acondicionamento dos seus resíduos que possibilitem a operação da coleta mecanizada, sendo a aquisição, a manutenção e controle destes contentores basculantes de inteira responsabilidade dos referidos estabelecimentos.

§ 2º A partir do ano de 2008, o município de São Leopoldo adotará a sistemática do Ponto de Entrega Voluntária - PEV, a serem instalados em estabelecimentos públicos ou privados espalhados pela cidade, sendo que a instalação desses equipamentos poderá ser feita em parceria com o estabelecimento, o qual fornecerá os respectivos contentores para a recepção de material reciclável.

§ 3º A destinação final dos óleos de frituras usados é de responsabilidade de seu gerador, bem como os encargos sobre esta responsabilidade, podendo, o mesmo disponibilizar este resíduo, engarrafado, nos Pontos de Entrega Voluntária - PEVs, ou para o Programa de Coleta Seletiva Compartilhada, para sua destinação final adequada.

Art. 275 A adesão e a inserção no Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS, por parte dos estabelecimentos públicos ou privados e pessoas físicas e jurídicas,

São Leopoldo – Subproduto 2.3

39

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

localizados no município de São Leopoldo, deverão ocorrer até o dia 31 de dezembro de 2007, os quais, de acordo com o tipo e o porte da atividade, deverão providenciar também, até esta data, o licenciamento ambiental do estabelecimento e o Termo de Compromisso de Adesão ao Programa de Coleta Seletiva Compartilhada.

§ 1º Todo empreendimento e/ou estabelecimento que demandar licenciamento ambiental, de acordo com a legislação em vigor, deverá dispor de uma área apropriada em suas dependências para o gerenciamento de seus resíduos sólidos, em conformidade com as normas estabelecidas pelo Executivo Municipal pertinentes à matéria, devendo o projeto ser previamente aprovado pelos órgãos municipais competentes.

§ 2º O empreendimento aprovado e licenciado pelo Poder Público Municipal, deverá implantar desde o início das suas operações, o Programa de Gerenciamento de Interno Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS, de forma integrada e estruturada em toda área útil do empreendimento.

§ 3º A separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Municipal, direta ou indireta, na fonte geradora e sua destinação às associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis são reguladas por Decreto Municipal.

§ 4º As instituições da administração direta ou indireta, do Estado ou da União, sediadas em São Leopoldo, também estão sujeitas às disposições da presente lei, especialmente no que tange aos resíduos sólidos.

Art. 276 Os estabelecimentos públicos ou privados de São Leopoldo deverão destinar, prioritariamente, os resíduos sólidos recicláveis aos projetos de geração de trabalho e renda desenvolvidos pelo Poder Público Municipal, nos termos do cronograma operacional desenvolvido conjuntamente entre os geradores e ao órgão ambiental do município, estabelecendo o montante projetado, o local de disposição, a periodicidade das respectivas entregas e outras providências necessárias.

Art. 277 O município deverá implantar e manter adequado sistema de coleta, tratamento e destinação dos resíduos sólidos urbanos, incluindo, segregação, coleta seletiva, reciclagem, compostagem e outras técnicas que promovam a redução do volume total dos resíduos sólidos gerados.

Art. 278 Para a implantação de qualquer método de tratamento e disposição final dos resíduos sólidos deverá ser previamente apresentado projeto específico ao órgão ambiental do município.

Art. 279 - São classificadas como serviços de limpeza urbana e gerenciamento de resíduos sólidos as seguintes atividades:

I - coleta, transporte, transbordo, tratamento, destinação e disposição final ambientalmente adequada do resíduo público, ordinário domiciliar;

II - conservação da limpeza de vias, balneários, sanitários públicos, áreas verdes públicas, parques e outros logradouros e bens de uso comum do povo;

III - remoção de bens móveis abandonados nos logradouros públicos;

IV - outros serviços concernentes à limpeza da cidade6.

Art. 280 Os serviços de limpeza urbana serão regidos pelas disposições desta lei, da legislação

6 Redação dada pela Lei nº 7571/2011.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

40

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

federal vigente e do Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA - e, salvo exceções, executados pelo órgão ambiental do município, por meios próprios ou adjudicando-os a terceiros, gratuita ou onerosamente.

§ 1º O serviço de limpeza urbana, constante do inciso III, do artigo anterior, fica sob responsabilidade de seu gerador.

§ 2º A programação e operação dos serviços de coleta de resíduos urbanos e de limpeza pública serão organizados e estruturados por sub-bacia hidrográfica.

Art. 281 A responsabilidade de um gerador de resíduos somente cessará sobre estes quando, após uso por terceiro, devidamente licenciado pelo órgão ambiental competente, tal resíduo sofrer transformações que os descaracterizem como tais.

Art. 282 O serviço público de manejo de resíduos sólidos observará, dentre outras diretrizes, as seguintes:

I - a garantia do manejo dos resíduos sólidos de forma sanitária e ambientalmente adequada, a fim de proteger a saúde pública, a qualidade das águas subterrâneas e superficiais e a prevenção da poluição do solo, subsolo e do ar;

II - o incentivo e a promoção:

a) implantação e operação da coleta seletiva, prioritariamente, em todo o território do município;

b) da não-geração, redução, minimização da geração, coleta seletiva, reutilização, reciclagem de resíduos sólidos e aproveitamento energético, objetivando a utilização adequada dos recursos naturais e a sustentabilidade ambiental dos sistemas de gestão de resíduos sólidos;

c) da inserção social dos catadores de materiais recicláveis, mediante iniciativas de apoio à sua organização para a formação de associações ou de cooperativas de trabalho e que deverão prioritariamente receber delegação para a realização da coleta, processamento e destinação comercial de materiais recicláveis;

d) da recuperação de áreas degradadas ou contaminadas devido ao manejo inadequado dos resíduos sólidos;

e) do manejo planejado, integrado e diferenciado dos resíduos sólidos urbanos, com ênfase na utilização de tecnologias limpas e na diminuição da geração;

f) da gestão do manejo de resíduos sólidos mediante cobrança pela disposição e prestação dos serviços em todas suas etapas;

g) do desenvolvimento e adoção de mecanismos municipais de cobrança que induzam à quantificação da geração de resíduos sólidos urbanos;

h) das ações de criação e fortalecimento de mercados locais de comercialização ou consumo de materiais recicláveis ou reciclados;

III - a promoção das ações de educação sanitária e ambiental, especialmente dirigidas para:

a) a difusão das informações necessárias à correta utilização dos serviços, especialmente horários de coleta e regras para apresentação dos resíduos a serem coletados;

b) a adoção de hábitos higiênicos relacionados ao manejo adequado dos resíduos sólidos; c) a orientação pelo consumo preferencial de produtos originados total ou parcialmente de material

reutilizado ou reciclado; d) a disseminação de informações sobre as questões ambientais relacionadas ao manejo dos

resíduos sólidos e sobre os procedimentos para evitar desperdícios.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

41

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

Art. 283 O município incentivará à diminuição e racionalização da geração de resíduos sólidos, visando à melhoria da qualidade de vida e da sanidade ambiental, tendo claro que a mudança de hábitos deve partir do cidadão.

Art. 284 O município incentivará à substituição das embalagens plásticas não biodegradáveis por outras, tecnológica e ambientalmente, mais adequadas à sanidade ambiental.

Art. 285 As entidades geradoras de resíduos de saúde, de prestação de serviços, as indústrias, o comércio e os condomínios, residenciais ou não, deverão implantar em seu estabelecimento, até 31 de dezembro de 2007, o Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS, visando à racionalização e minimização da geração de resíduos no seu local de origem.

I - os resíduos sólidos de saúde apenas poderão ser encaminhados a aterro sanitário após prévia descontaminação com a melhor solução técnica disponível;

II - os resíduos sólidos de saúde deverão sofrer separação prévia, visando à minimização do volume de resíduos encaminhados à descontaminação;

III - os resíduos sólidos industriais não poderão, sob nenhuma hipótese, ser enviados a aterros sanitários, devendo ser encaminhados para o melhor tratamento técnica e ambientalmente disponível.

Art. 286 A coleta, o transporte, o tratamento, o processamento e a destinação final dos resíduos sólidos de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços, inclusive de saúde, são de responsabilidade da fonte geradora independentemente da contratação de terceiros, de direito público ou privado, para execução de uma ou mais dessas atividades.

Art. 287 Em situações especiais, definidas pelo órgão competente, a acumulação de resíduos de qualquer natureza será tolerada pelo prazo máximo de 1 - um - ano, após a publicação desta lei, e desde que o responsável comprove que não há risco à saúde pública e ao meio ambiente.

Art. 288 O tratamento, quando for o caso, o transporte e a disposição final de resíduos de qualquer natureza de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços, quando não forem de responsabilidade do município, deverão ser feitas pela própria fonte de poluição e às suas custas.

§ 1º A execução, pelo município, dos serviços mencionados neste artigo, não eximem a responsabilidade da fonte de poluição, quanto a eventual transgressão de dispositivos desta lei.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se também aos lodos, digeridos ou não, sistemas de tratamento de resíduos e de outros materiais.

§ 3º A disposição final dos resíduos de que trata este artigo somente poderá ser feita em locais aprovados no licenciamento ambiental concedido pelo órgão competente.

§ 4º Ficam, os estabelecimentos geradores de resíduos industriais, responsáveis pelo correto gerenciamento dos seus resíduos, no que se refere a acondicionamento, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, fazendo uso da melhor forma técnica e ambientalmente disponível.

Art. 289 Na execução de qualquer serviço de limpeza urbana, os garis deverão usar equipamentos

São Leopoldo – Subproduto 2.3

42

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

de proteção individual, definidos em regulamento, visando à prevenção de acidentes do trabalho.Art. 290 7- O controle da coleta regular, transporte, transbordo, tratamento, destinação e disposição final ambientalmente adequada do resíduo domiciliar são de responsabilidade do órgão municipal competente.

Art. 291 O acondicionamento e a apresentação do resíduo sólido ordinário domiciliar à coleta regular deverão ser feitos levando em consideração as determinações que seguem:

I - o volume dos sacos plásticos e dos recipientes não deve ser superior a 100 - cem - litros ou inferior a 20 - vinte - litros;

II - o acondicionamento do resíduo ordinário domiciliar será feito, obrigatoriamente, na forma seguinte:

a) nas zonas de coleta noturna, em sacos plásticos; nas vilas populares e nas zonas de coleta diurna, fica facultado o uso de outros recipientes indicados em regulamento;

b) materiais cortantes ou pontiagudos deverão ser devidamente embalados, a fim de evitar lesão aos garis;

c) os sacos plásticos ou recipientes indicados devem estar convenientemente fechados, em perfeitas condições de higiene e conservação, sem líquido em seu interior;

III - o resíduo sólido ordinário domiciliar será acondicionado e apresentado à coleta separado em "orgânico" e "seco", visando a seu uso para a coleta seletiva, obedecendo à seguinte classificação:

a) classificam-se como "resíduo sólido orgânico": os restos de cozinha, de jardim, papel higiênico, guardanapos de papel, lenços de papel e absorventes, borra de café, erva-mate, pó de limpeza caseira, tocos de cigarros e cinza, além das fezes de animais;

b) classificam-se como "resíduo sólido seco": vidros - quebrados ou não, papel e papelão, metais, plásticos, restos de tecido, restos de madeira;

IV - os órgãos públicos municipais do Executivo e Legislativo deverão implantar sistema interno de separação dos resíduos sólidos para fins de apresentação à coleta seletiva, conforme Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS - e legislação vigente;

V - as escolas da rede municipal de ensino deverão desenvolver programas internos de separação do resíduo sólido;

VI - os estabelecimentos comerciais deverão colocar à disposição de seus clientes recipientes próprios que garantam a coleta seletiva dos resíduos gerados por sua atividade, cabendo ao Poder Executivo Municipal regulamentar a quantidade e capacidade dos referidos recipientes;

VII - os condomínios localizados nos bairros servidos com a coleta seletiva de resíduos sólidos deverão colocar à disposição dos condôminos recipientes próprios que garantam a coleta distinta dos resíduos gerados pelos mesmos, cabendo ao Poder Executivo Municipal determinar a quantidade e capacidade dos referidos recipientes;

VIII - ficam os síndicos ou administradores dos condomínios obrigados a divulgar as disposições desta lei em folhetos explicativos, com o auxílio, orientação e supervisão do órgão ambiental do município.

7 Redação dada pela Lei nº 7571/2011.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

43

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

Art. 292 Os resíduos sólidos ordinários domiciliares devem ser dispostos no logradouro público junto ao alinhamento de cada imóvel ou em local determinado em regulamento.

Art. 293 A coleta seletiva do resíduo sólido ordinário domiciliar processar-se-á regularmente, sendo que o resíduo seco e o resíduo orgânico deverão ser coletados com a utilização de equipamentos que favoreçam o seu reaproveitamento.

§ 1º O resíduo sólido seco coletado seletivamente será destinado preferencialmente a núcleos de catadores devidamente organizados e cadastrados pelo Poder Público Municipal.

§ 2º Uma vez implantada a coleta seletiva em determinada região da cidade, a separação dos resíduos de que trata esta lei tornar-se-á obrigatória, sendo passível de punição administrativa aquele que não a observar.

Art. 294 Somente serão recolhidos pelo serviço regular de coleta de resíduos sólidos acondicionados em recipientes que estejam de acordo com o disposto neste capítulo.

Art. 295 Os horários, os meios e os métodos a serem utilizados para a coleta regular de resíduos

obedecerão às disposições do Poder Público Municipal.

Art. 296 O acondicionamento, coleta e transporte dos resíduos sólidos especiais, quando não regulado em contrário nesta lei, deverão ser feitos, obrigatoriamente, pelo gerador dos detritos.

Parágrafo Único - A coleta, o transporte e outros serviços relativos aos resíduos sólidos especiais podem ser realizados pelo Poder Executivo Municipal, desde que solicitado para tanto, sendo cobrados segundo tabela própria, a ser regulamentada em lei, acrescidos da taxa de administração de 20% - vinte por cento - do preço estipulado.

Art. 297 É obrigatório o controle do destino final dos resíduos sólidos especiais.

Parágrafo Único - Toda a carga recebida deve ser identificada e pesada, providenciando-se as devidas anotações em planilha própria, especialmente no que diz respeito a sua origem.

Art. 298 Os estabelecimentos de São Leopoldo, que atuam na comercialização de pilhas, baterias, pneumáticos e lâmpadas fluorescentes deverão afixar, em local apropriado e visível pelos clientes, o cartaz das orientações recomendadas pelo Poder Público Municipal, confeccionado e distribuído pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social - SEMEDES - e pelo órgão ambiental do município.

Art. 299 Independente do tipo, classe e/ou do volume, todos os estabelecimentos públicos ou privados geradores de resíduos sólidos especiais são responsáveis pela implantação dos processos de separação de todos os resíduos na origem, especialmente os resíduos recicláveis, que deverão ser preferencialmente destinados ao Programa de Coleta Seletiva Compartilhada ou às Unidades de Triagem conveniadas com o município.

Parágrafo Único - Os estabelecimentos públicos ou privados, incluindo os condomínios residenciais, poderão aderir, mediante Termo de Compromisso ou por demanda do Ministério Público - MP, ao Programa de Coleta Seletiva Compartilhada, em funcionamento desde 1º de novembro de 2005, nas empresas, repartições públicas e nos bairros do município.

Art. 300 Os resíduos de produtos químicos e farmacêuticos e de reativos biológicos deverão receber tratamento que eliminem riscos ambientais, antes de lhes ser dada destinação final.

Art. 301 Os resíduos sólidos perigosos, a critério do órgão ambiental do município, deverão sofrer

acondicionamento, transporte e tratamento adequados antes de sua disposição final, fixados em projetos específicos que atendam aos requisitos de proteção ambiental, sendo que este transporte

São Leopoldo – Subproduto 2.3

44

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

deverá obedecer às exigências e determinações das legislações estadual e federal pertinentes.

Art. 302 Os resíduos de qualquer natureza, portadores de patogênicos ou de alta toxicidade, bem como inflamáveis, explosivos, radioativos e outros assemelhados, deverão sofrer, antes de sua disposição final no solo, tratamento e/ou acondicionamento adequados, estabelecidos através de projetos específicos, que atendam aos requisitos de proteção à saúde pública e ao meio ambiente.Art. 3038 Quanto ao gerenciamento de resíduos provenientes da construção civil e demolição, os geradores são responsáveis pela adequado gerenciamento dos resíduos da construção civil e demolição, desde a origem até a destinação final, conforme as disposições desta lei, bem como, as determinações da legislação vigente.

§ 1º O Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil é um instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção civil e demolição, o qual estará vinculado ao Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA e ao respectivo Plano Diretor de Resíduos Sólidos - PLANRESOL, devendo incorporar:

I - o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil;

II - os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

§ 2º Não sendo observado o caput deste artigo, e, vindo o Poder Executivo Municipal a efetuar os serviços, o custo correspondente será cobrado em dobro, sem prejuízo das sanções cabíveis.

Art. 2909 - O controle da coleta regular, transporte, transbordo, tratamento, destinação e disposição final ambientalmente adequada do resíduo domiciliar são de responsabilidade do órgão municipal competente. Art. 291 O acondicionamento e a apresentação do resíduo sólido ordinário domiciliar à coleta regular deverão ser feitos levando em consideração as determinações que seguem:

I - o volume dos sacos plásticos e dos recipientes não deve ser superior a 100 - cem - litros ou inferior a 20 - vinte - litros;

II - o acondicionamento do resíduo ordinário domiciliar será feito, obrigatoriamente, na forma seguinte:

a) nas zonas de coleta noturna, em sacos plásticos; nas vilas populares e nas zonas de coleta diurna, fica facultado o uso de outros recipientes indicados em regulamento;

b) materiais cortantes ou pontiagudos deverão ser devidamente embalados, a fim de evitar lesão aos garis;

c) os sacos plásticos ou recipientes indicados devem estar convenientemente fechados, em perfeitas condições de higiene e conservação, sem líquido em seu interior;

III - o resíduo sólido ordinário domiciliar será acondicionado e apresentado à coleta separado em "orgânico" e "seco", visando a seu uso para a coleta seletiva, obedecendo à seguinte classificação:

a) classificam-se como "resíduo sólido orgânico": os restos de cozinha, de jardim, papel higiênico, guardanapos de papel, lenços de papel e absorventes, borra de café, erva-mate, pó de limpeza caseira, tocos de cigarros e cinza, além das fezes de animais;b) classificam-se como "resíduo sólido seco": vidros - quebrados ou não, papel e papelão,

8 Regulamentado pelo Decreto nº 6277/2009. 9 Redação dada pela Lei nº 7571/2011.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

45

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

metais, plásticos, restos de tecido, restos de madeira;

IV - os órgãos públicos municipais do Executivo e Legislativo deverão implantar sistema interno de separação dos resíduos sólidos para fins de apresentação à coleta seletiva, conforme Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS - e legislação vigente;

V - as escolas da rede municipal de ensino deverão desenvolver programas internos de separação do resíduo sólido;

VI - os estabelecimentos comerciais deverão colocar à disposição de seus clientes recipientes próprios que garantam a coleta seletiva dos resíduos gerados por sua atividade, cabendo ao Poder Executivo Municipal regulamentar a quantidade e capacidade dos referidos recipientes;

VII - os condomínios localizados nos bairros servidos com a coleta seletiva de resíduos sólidos deverão colocar à disposição dos condôminos recipientes próprios que garantam a coleta distinta dos resíduos gerados pelos mesmos, cabendo ao Poder Executivo Municipal determinar a quantidade e capacidade dos referidos recipientes;

VIII - ficam os síndicos ou administradores dos condomínios obrigados a divulgar as disposições desta lei em folhetos explicativos, com o auxílio, orientação e supervisão do órgão ambiental do município.

Art. 292 Os resíduos sólidos ordinários domiciliares devem ser dispostos no logradouro público junto ao alinhamento de cada imóvel ou em local determinado em regulamento.

Art. 293 A coleta seletiva do resíduo sólido ordinário domiciliar processar-se-á regularmente, sendo que o resíduo seco e o resíduo orgânico deverão ser coletados com a utilização de equipamentos que favoreçam o seu reaproveitamento.

§ 1º O resíduo sólido seco coletado seletivamente será destinado preferencialmente a núcleos de catadores devidamente organizados e cadastrados pelo Poder Público Municipal.

§ 2º Uma vez implantada a coleta seletiva em determinada região da cidade, a separação dos resíduos de que trata esta lei tornar-se-á obrigatória, sendo passível de punição administrativa aquele que não a observar.

Art. 294 Somente serão recolhidos pelo serviço regular de coleta de resíduos sólidos acondicionados em recipientes que estejam de acordo com o disposto neste capítulo.

Art. 295 Os horários, os meios e os métodos a serem utilizados para a coleta regular de resíduos obedecerão às disposições do Poder Público Municipal.

Art. 296 O acondicionamento, coleta e transporte dos resíduos sólidos especiais, quando não regulado em contrário nesta lei, deverão ser feitos, obrigatoriamente, pelo gerador dos detritos.

Parágrafo Único - A coleta, o transporte e outros serviços relativos aos resíduos sólidos especiais podem ser realizados pelo Poder Executivo Municipal, desde que solicitado para tanto, sendo cobrados segundo tabela própria, a ser regulamentada em lei, acrescidos da taxa de administração de 20% - vinte por cento - do preço estipulado.

Art. 297 É obrigatório o controle do destino final dos resíduos sólidos especiais.

Parágrafo Único - Toda a carga recebida deve ser identificada e pesada, providenciando-se as devidas anotações em planilha própria, especialmente no que diz respeito a sua origem.

Art. 298 Os estabelecimentos de São Leopoldo, que atuam na comercialização de pilhas, baterias, pneumáticos e lâmpadas fluorescentes deverão afixar, em local apropriado e visível pelos clientes, o cartaz das orientações recomendadas pelo Poder Público Municipal, confeccionado e distribuído pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social - SEMEDES - e pelo órgão

São Leopoldo – Subproduto 2.3

46

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

ambiental do município.

Art. 299 Independente do tipo, classe e/ou do volume, todos os estabelecimentos públicos ou privados geradores de resíduos sólidos especiais são responsáveis pela implantação dos processos de separação de todos os resíduos na origem, especialmente os resíduos recicláveis, que deverão ser preferencialmente destinados ao Programa de Coleta Seletiva Compartilhada ou às Unidades de Triagem conveniadas com o município.

Parágrafo Único - Os estabelecimentos públicos ou privados, incluindo os condomínios residenciais, poderão aderir, mediante Termo de Compromisso ou por demanda do Ministério Público - MP, ao Programa de Coleta Seletiva Compartilhada, em funcionamento desde 1º de novembro de 2005, nas empresas, repartições públicas e nos bairros do município.

Art. 300 Os resíduos de produtos químicos e farmacêuticos e de reativos biológicos deverão receber tratamento que eliminem riscos ambientais, antes de lhes ser dada destinação final.

Art. 301 Os resíduos sólidos perigosos, a critério do órgão ambiental do município, deverão sofrer acondicionamento, transporte e tratamento adequados antes de sua disposição final, fixados em projetos específicos que atendam aos requisitos de proteção ambiental, sendo que este transporte deverá obedecer às exigências e determinações das legislações estadual e federal pertinentes.

Art. 302 Os resíduos de qualquer natureza, portadores de patogênicos ou de alta toxicidade, bem como inflamáveis, explosivos, radioativos e outros assemelhados, deverão sofrer, antes de sua disposição final no solo, tratamento e/ou acondicionamento adequados, estabelecidos através de projetos específicos que atendam aos requisitos de proteção à saúde pública e ao meio ambiente.

Art. 30310 Quanto ao gerenciamento de resíduos provenientes da construção civil e demolição, os geradores são responsáveis pela adequado gerenciamento dos resíduos da construção civil e demolição, desde a origem até a destinação final, conforme as disposições desta lei, bem como, as determinações da legislação vigente.

§ 1º O Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil é um instrumento para a implementação da gestão dos resíduos da construção civil e demolição, o qual estará vinculado ao Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA e ao respectivo Plano Diretor de Resíduos Sólidos - PLANRESOL, devendo incorporar:

I - o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil;

II - os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.

§ 2º Não sendo observado o caput deste artigo, e, vindo o Poder Executivo Municipal a efetuar os serviços, o custo correspondente será cobrado em dobro, sem prejuízo das sanções cabíveis.

Art. 30411 Os serviços previstos no artigo anterior poderão ser realizados pelo Poder Público Municipal, a seu critério, desde que solicitado pelo interessado, cobrando o custo correspondente. Para isto, fica criada a tarifa para recebimento, cadastramento, tratamento e destinação final destes resíduos, visando responsabilizar os geradores no intuito de fornecer subsídios para a sustentabilidade do Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos de Construção e Demolição – RCD.

Parágrafo Únicoi - Para fins do caput deste artigo, entende-se por serviços; a coleta, o transporte,

10 Regulamentado pelo Decreto nº 6277/2009. 11 Regulamentado pelo Decreto nº 6277/2009.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

47

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

tratamento e a disposição final dos resíduos da construção civil e demolição e resíduos extradomiciliares. A tarifa deverá ser recolhida por todos os usuários do sistema, geradores de resíduos extradomiciliares e da construção civil; conforme estabelecido em Decreto do executivo municipal.

Art. 30512 No que for pertinente à limpeza e conservação dos logradouros públicos, as construções e demolições reger-se-ão pelas disposições da presente lei e pelas seguintes obrigações:

I - manter em estado permanente de limpeza e conservação o trecho fronteiro à obra;

II - evitar excesso de poeira e queda de detritos nas propriedades vizinhas, vias e logradouros públicos;

III - não dispor material no passeio ou via pública, senão o tempo necessário para sua descarga ou remoção, salvo quando se destinar a obras a serem executadas no próprio logradouro ou muro de alinhamento;

Parágrafo Único - As sanções decorrentes da inobservância do disposto neste artigo serão aplicadas ao responsável pela obra ou ao proprietário do imóvel.

Art. 306 Os estabelecimentos geradores de resíduos de serviços de saúde são responsáveis pelo correto gerenciamento dos mesmos, no que se refere a acondicionamento, prévia separação, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final.

Art. 307 Os estabelecimentos geradores de resíduos sólidos de serviços de saúde deverão implantar sistema interno de gerenciamento, controle e separação dos mesmos para fins de apresentação à coleta, conforme Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PRÓ-GIRS.

Art. 308 São normas para a gestão dos resíduos de saúde:

I - os resíduos serão classificados de acordo com o seu estado físico e o risco potencial de transmissão de agente infeccioso;

II - as possibilidades de transferência do agente infeccioso para o organismo humano e o número de casos de doenças microbianas em relação ao total de admissões hospitalares;

III - obedecer aos atuais conceitos epidemiológicos;

IV - a patogenicidade dos agentes infecciosos, seu habitat e sua possibilidade de sobrevivência nos resíduos sólidos;

V - o tratamento a ser dado a estes resíduos preferencialmente visará ao seu reaproveitamento, ou, em caso de sua impossibilidade, deverá minimizar, ao máximo, o impacto ambiental.

Art. 309 Os estabelecimentos geradores de resíduos de saúde deverão atender aos padrões de qualidade ambiental, conforme legislação em vigor.

Art. 310 Os resíduos provenientes do tratamento de enfermidades infectocontagiosas, bem como os animais mortos que tenham sido usados para experiências, deverão ser coletados separadamente dos demais resíduos, submetidos a imediato tratamento adequado e acondicionados em recipientes apropriados até a sua posterior destinação final.

Art. 311 Quanto ao gerenciamento de resíduos especiais, tipo pilhas e baterias, os estabelecimentos comerciais de São Leopoldo, revendedores destes produtos, devem colocar à

12 Regulamentado pelo Decreto nº 6277/2009.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

48

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

disposição dos seus clientes, recipiente coletor para os mesmos, devendo encaminhá-los posteriormente aos fabricantes, conforme determinam as resoluções ambientais em vigor.

Art. 312 Quanto ao gerenciamento de resíduos especiais, tipo lâmpadas de mercúrio de baixa pressão, também conhecidas como lâmpadas fluorescentes, estas possuem alta capacidade de impactar os meios físico, biológico e antrópico, com vapor de mercúrio.

§ 1º Os fabricantes de produtos que trata o caput deste artigo e/ou seus respectivos representantes comerciais estabelecidos no município de São Leopoldo, serão responsabilizados pela adoção de mecanismos adequados de destinação e gestão ambiental de seus produtos descartados pelos consumidores.

§ 2º Das embalagens constarão advertências aos consumidores sobre os riscos dos produtos, bem como a indicação de formas adequadas de destinação após o uso, de acordo com os princípios da co-responsabilidade e da logística reversa regulamentada pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA.

Art. 313 Quanto ao gerenciamento de resíduos especiais, tipo pneumáticos, as empresas fabricantes e as importadoras destes ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, técnica e ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território leopoldense.

§ 1º Os estabelecimentos locais distribuidores, os revendedores ou aqueles que realizam processos de reforma ou dão uma destinação final técnica e ambientalmente adequada de pneumáticos ficam dispensadas de atender ao disposto neste artigo.

§ 2º Os fabricantes e os importadores poderão criar centrais de recepção de pneus inservíveis, a serem localizadas e instaladas no município, de acordo com as normas ambientais e demais normas vigentes, para armazenamento temporário e posterior destinação final ambientalmente segura e adequada.

§ 3º Os distribuidores, os revendedores e os consumidores finais de pneus, em articulação com os fabricantes, importadores e o Poder Público Municipal, deverão colaborar na adoção de procedimentos, visando a implementar a coleta dos pneus inservíveis existentes no município.

Art. 314 Aquele que utiliza substâncias, produtos, objetos ou resíduos perigosos deve tomar precauções para que não apresentem perigo e não afetem o meio ambiente e a saúde da coletividade, de acordo com a legislação em vigor.

Parágrafo Único - Os resíduos perigosos devem ser reciclados, neutralizados ou eliminados nas condições estabelecidas pelo órgão ambiental do município, de acordo com a legislação pertinente.

Art. 315 Veículos transportando combustíveis, explosivos ou cargas tóxicas, até a sua descarga e, no caso dos veículos e equipamentos tanques, até a lavagem e completa descontaminação, só poderão permanecer estacionados em áreas previamente determinadas pelas autoridades competentes.

Art. 316 É permitida a colocação, no passeio público, de suporte para apresentação dos resíduos sólidos à coleta regular domiciliar, desde que não causem prejuízo ao livre trânsito dos pedestres.

§ 1º Os resíduos sólidos domiciliares apresentados à coleta em suporte deverão estar adequadamente embalados.

§ 2º Os suportes para resíduos sólidos deverão obedecer a padrão e localização estabelecidos em regulamento

São Leopoldo – Subproduto 2.3

49

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

§ 3º São obrigatórias a limpeza e conservação do suporte, pelo proprietário ou possuidor do imóvel em cujo alinhamento estiver instalado.

Art. 317 Os suportes considerados inservíveis serão recolhidos, sem que caiba qualquer espécie de indenização ao seu proprietário e sem prejuízo da multa correspondente à não-conservação ou inobservância do padrão estabelecido pelo município.

Art. 318 O usuário deverá providenciar, por meios próprios, os recipientes necessários ao acondicionamento dos resíduos sólidos gerados, observando as características e especificações determinadas pelo Poder Executivo Municipal e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT

Art. 319 A coleta de resíduos sólidos ou pastosos deverá ser feita de maneira a não provocar o seu derramamento no local de carregamento. Art. 320 O transporte de resíduos sólidos ou pastosos deverá ser feito em conformidade com o que segue:

I - os veículos transportadores de material a granel, assim considerados: terra, resíduos de aterro, entulhos de construções ou demolições, areia, barro, cascalho, brita, escória, serragem e similares, deverão ser dotados de cobertura e sistema de proteção que impeça o derramamento dos resíduos;

II - os veículos transportadores de resíduos pastosos, como argamassa, deverão ter sua carroceria estanque de forma a não provocar derramamento nas vias e logradouros público.

Art. 32113 - O controle e a fiscalização ambiental sobre as disposições desta lei serão efetuados por Fiscais e Agentes de Fiscalização Ambiental dos órgãos ambiental e de limpeza pública do município.

Parágrafo Único - As ações fiscalizatórias poderão ser feitas por agentes designados pelo órgão ambiental municipal, através da fiscalização ambiental integrada, sob a coordenação do órgão ambiental do município.

Art. 322 Fica o Executivo Municipal autorizado a firmar convênios com órgãos públicos e entidades em especial com a Brigada Militar, que visem a garantir a aplicação desta lei.

Art. 32314 - Os veículos transportadores de resíduos sólidos públicos deverão ter estampados, destacadamente, os números de telefone dos órgãos ambiental e de limpeza pública do município, em pelo menos dois pontos distintos, para auxiliar a fiscalização direta a ser exercida pela população.

Art. 324 Este preceito visa a:

I - promover ações para garantir que o fluxo dos resíduos sólidos gerados:

a) seja direcionado para a sua cadeia produtiva;

b) ou para cadeias produtivas de outros geradores;

II - reduzir a poluição e o desperdício de materiais associados à geração de resíduos sólidos;

13 Redação dada pela Lei nº 7571/2011. 14 Redação dada pela Lei nº 7571/2011.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

50

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

III - proporcionar maior incentivo à substituição dos instrumentos por outros que não degradem o meio ambiente;

IV - compatibilizar interesses conflitantes entre os agentes econômicos, ambientais, sociais, culturais e políticos;

V - promover o alinhamento entre os processos de gestão empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental, com o objetivo de desenvolver estratégias sustentáveis;

VI - estimular a produção e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis;

VII - propiciar que as atividades produtivas alcancem marco de eficiência e sustentabilidade;

§ 1º Na operação de coleta e manuseio dos resíduos sólidos reversos, será incentivada a contratação formal das organizações de catadores de materiais recicláveis existentes no município, as quais passarão a responder solidariamente pelo adequado armazenamento e administração dos mesmos, até que ocorra a sua efetiva entrega ao gerador responsável.

§ 2º O Poder Público Municipal deverá instituir formas para se ressarcir pela prestação efetiva dos serviços públicos de coleta e tratamento dos resíduos sólidos, bem como pela destinação final dos rejeitos e pela eventual ação reversa dos resíduos sólidos abandonados em espaços e logradouros públicos.

Art. 325 As iniciativas de projetos consorciados de logística reversa devem promover: I - a regulação do mercado de resíduos sólidos sujeitos à reutilização e tratamento;

II - o incentivo ao crescimento deste mercado;

III - a viabilização da infraestrutura necessária para a coleta, tratamento e comercialização dos resíduos sólidos na forma de novas matérias-primas.

Art. 326 Os resíduos orgânicos provenientes de estabelecimentos de comércio alimentício e de fornecimento de alimentação sofrerão prévio tratamento para efeito de aproveitamento como ração animal ou adubo orgânico.

Art. 460 Constituem infrações ambientais para os efeitos desta lei:

I - utilizar os recursos hídricos para qualquer finalidade, com ou sem derivação, sem a respectiva outorga do uso ou em desacordo com as condições nela estabelecidas;

II - iniciar a implantação ou implantar empreendimento ou exercer atividade relacionada com a utilização de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos, que implique alterações no regime, quantidade ou qualidade das águas, sem aprovação dos órgãos ou entidades competentes;

III - executar a perfuração de poços ou a captação de água subterrânea sem a devida aprovação;

IV - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar valores diferentes dos medidos;

V - descumprir determinações normativas ou atos emanados das autoridades competentes visando à aplicação desta lei;

VI - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competentes no exercício de suas funções;

VII - diluir efluentes de uma fonte poluidora com águas não poluídas de qualquer natureza estranhas ao processo produtivo desta fonte poluidora;

VIII - lavar veículos automotores de qualquer espécie com água potável distribuída pela rede

São Leopoldo – Subproduto 2.3

51

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

pública;

IX - irrigar gramados, jardins e floreiras, bem como qualquer outro uso de água tratada que possa significar uso não prioritário com água potável distribuída pela rede pública;

X - repor totalmente ou trocar águas de piscinas e reservatórios de clubes, entidades ou residências com água potável distribuída pela rede pública;

XI - lavar calçadas de prédios, condomínios ou residências com água potável distribuída pela rede pública.

Art. 461 É proibida a utilização de organismos vivos de qualquer natureza na despoluição de corpos d’água naturais sem prévio estudo de viabilidade técnica e impacto ambiental e sem autorização do órgão ambiental competente.

Art. 462 É proibida a disposição direta de poluentes e resíduos de qualquer natureza em condições de contato direto com corpos d’água naturais superficiais ou subterrâneas, em regiões de nascentes ou em poços e perfurações ativas ou abandonadas, mesmo secas.

Art. 463 E proibido o lançamento, direto ou indireto em corpos d’água, de qualquer resíduo sólido, liquido ou pastoso em desacordo com os parâmetros definidos nas Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, legislação federal e estadual.

Art. 464 Constituem infrações graves, para as quais o Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE - fica autorizado a interromper o fornecimento de água, além de aplicar as sanções, penalidades e multas previstas em leis e regulamentos estabelecidos pelo Poder Executivo Municipal, os seguintes casos:

I - inadimplemento das faturas cobradas pelo Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE - para remunerar os serviços por ele prestados;

II - restabelecimento não autorizado pelo Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE - do fornecimento de água interrompido em virtude de inadimplemento de faturas;

III - lançamento de esgotos in natura;

IV - ligações às redes de água, esgoto ou drenagem efetuadas de forma irregular, clandestina ou não autorizada pelo Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE;

V - vazamentos de esgotos de responsabilidade do usuário e infiltração em imóveis vizinhos;

VI - danos causados, retiradas ou manipulações sem autorização expressa do Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE, nos equipamentos de medição de volume de água consumido ou esgoto coletado, desde que devidamente comprovados.

Parágrafo Único - As infrações cominadas no inciso III não incidirão sobre os imóveis situados em locais não providos de rede pública de coleta de esgoto sanitário, ressalvadas as disposições penais cabíveis.

Art. 465 Também se constituem como infração grave, a exploração ou comercialização de recursos hídricos de origem superficial ou subterrânea sem autorização expressa do Poder Público e sem o pagamento das tarifas e taxas relativas a essas atividades, conforme legislação pertinente.

Art. 466 A coleta, o transporte, o destino e a disposição final de resíduos especiais e extradomiciliares, gerados em imóveis, residenciais ou não, são de exclusiva responsabilidade de seus proprietários.

Parágrafo Único - Na hipótese de transgressão pelo proprietário, e vindo o Poder Público efetuar os serviços, o custo correspondente será cobrado em dobro, sem prejuízo das sanções cabíveis.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

52

Lei nº 6.463 – 17/12/2007

Art. 467 O não pagamento da Taxa de Coleta de Lixo implicará a inscrição do munícipe em Dívida Ativa.

Art. 469 É proibida a importação ou exportação de quaisquer espécies aquáticas, em qualquer estágio de evolução, bem como a introdução de espécies nativas ou exóticas, sem autorização do órgão competente.

Art. 470 É proibido pescar:

I - nos lugares e épocas interditados pelo órgão competente;

II - em locais onde a pesca cause embaraço à navegação;

III - com dinamite e outros explosivos comuns que, em contato com a água, possam agir de forma explosiva;

IV - com substâncias tóxicas;

V - a menos de 500m - quinhentos metros - das saídas de esgotos;

VI - em águas poluídas;

VIII - em cursos d’água, nos períodos em que ocorrem fenômenos migratórios para reprodução, nos períodos de desova, reprodução ou defeso;

IX - com redes de espera com malhas inferiores a 70 mm - setenta milímetros, ângulos opostos, medidas esticadas e cujo comprimento ultrapasse a 1/3 - um terço - dos ambientes aquáticos, colocadas a menos de 200m - duzentos metros - das zonas de confluência de rios e arroios.

Art. 479 Fica expressamente proibido:

I - descarte de resíduos sólidos a céu aberto, em terrenos baldios, áreas erodidas e Áreas de Preservação Permanente - APPs;

II - descarte de resíduos sólidos em cursos d’água, banhados, nascentes e suas respectivas áreas de drenagem;

III - descarte de resíduos sólidos em locais que afetem áreas de drenagem de águas pluviais, esgotos, bueiros e assemelhados;

IV - armazenamento em edificações técnica e ambientalmente inadequadas;

V - descarte de resíduos de serviços de saúde sem prévia neutralização de seus patógenos; VI - encaminhamento a aterro sanitário de resíduos industriais, os quais deverão ser neutralizados

da forma mais adequada técnica e ambientalmente;

VII - fica proibida a fixação de pregos no tronco das árvores com a finalidade de pendurar sacolas com resíduos.

Art. 480 É proibida a diluição ou lançamento de resíduos sólidos e semilíquidos em sistemas de esgoto sanitário ou tratamento de efluentes líquidos, salvo em casos especiais, a serem individualmente analisados pelo órgão ambiental competente.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

53

4 PLANEJAMENTO DOS SERVIÇOS

A Lei 11.445, de 2007, e seu decreto regulamentador – Decreto 7.217, de 21de junho de 2010 - trouxeram um novo marco regulatório para a área do saneamento onde se destaca a obrigatoriedade indelegável do detentor da titularidade – o município15 – de elaborar o planejamento dos serviços de saneamento básico na totalidade da área municipal. Isto significa a abrangência não somente da área urbana como também a rural com seus distritos e vilas. É isto que estabelece o § 9º do artigo 25 do Decreto de regulamentação:

§ 9º O plano de saneamento básico deverá englobar integralmente o território do titular.

Conforme a definição contida na Lei do Saneamento (artigo 3º) o saneamento básico é o “conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:

a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;

b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente;

c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;

d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas”.

Todos estes serviços devem ser prestados obedecendo aos princípios fundamentais relacionados no artigo 2º:

I - universalização do acesso;

II - integralidade, compreendida como o conjunto de todas as atividades e componentes de cada um dos diversos serviços de saneamento básico, propiciando à população o acesso na conformidade de suas necessidades e maximizando a eficácia das ações e resultados;

III - abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos realizados de formas adequadas à saúde pública e à proteção do meio ambiente;

IV - disponibilidade, em todas as áreas urbanas, de serviços de drenagem e de manejo das águas pluviais adequados à saúde pública e à segurança da vida e do patrimônio público e privado;

15 No julgamento de uma ADIN o STF estabeleceu a titularidade compartilhada entre Estado e municípios no caso de Regiões Metropolitanas e aglomerados urbanos oficialmente instituídos.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

54

V - adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais;

VI - articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, para as quais o saneamento básico seja fator determinante;

VII - eficiência e sustentabilidade econômica;

VIII - utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas;

IX - transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados;

X - controle social;

XI - segurança, qualidade e regularidade;

XII - integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos”.

O decreto de regulamentação acrescenta às definições as seguintes obrigações do titular (“o ente da Federação que possua por competência a prestação de serviço público de saneamento básico”);

I - planejamento: as atividades atinentes à identificação, qualificação, quantificação, organização e orientação de todas as ações, públicas e privadas, por meio das quais o serviço público deve ser prestado ou colocado à disposição de forma adequada;

II - regulação: todo e qualquer ato que discipline ou organize determinado serviço público, incluindo suas características, padrões de qualidade, impacto socioambiental, direitos e obrigações dos usuários e dos responsáveis por sua oferta ou prestação e fixação e revisão do valor de tarifas e outros preços públicos, para atingir os objetivos do art. 2716;

III - fiscalização: atividades de acompanhamento, monitoramento, controle ou avaliação, no sentido de garantir o cumprimento de normas e regulamentos editados pelo poder público e a utilização, efetiva ou potencial, do serviço público;

IV - prestação de serviço público de saneamento básico: atividade, acompanhada ou não de execução de obra, com objetivo de permitir aos usuários acesso a serviço público de

16 Art. 27. São objetivos da regulação: I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários; II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas; III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência; e IV - definir tarifas e outros preços públicos que assegurem tanto o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, quanto a modicidade tarifária e de outros preços públicos, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade. Parágrafo único. Compreendem-se nas atividades de regulação dos serviços de saneamento básico a interpretação e a fixação de critérios para execução dos contratos e dos serviços e para correta administração de subsídios.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

55

saneamento básico com características e padrões de qualidade determinados pela legislação, planejamento ou regulação;

V - controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações, representações técnicas e participação nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico;

O planejamento é um processo ordenado e sistemático de decisão, o que lhe confere uma conotação técnica e racional de formulação e suporte para as escolhas da sociedade. Desta forma, o planejamento incorpora e combina as dimensões política e técnica.

O artigo 19 da Lei do Saneamento e os artigos 24 e 25 do Decreto de regulamentação especificam que o plano de saneamento básico, elaborado pelo titular deve conter, no mínimo:

1) diagnóstico da situação e de seus impactos nas condições de vida, utilizando sistema de indicadores de saúde, epidemiológicos, ambientais, inclusive hidrológicos, e socioeconômicos e apontando as causas das deficiências detectadas;

2) metas de curto, médio e longo prazos, com o objetivo de alcançar o acesso universal aos serviços, admitidas soluções graduais e progressivas e observada a compatibilidade com os demais planos setoriais;

3) programas, projetos e ações necessários para atingir os objetivos e as metas, de modo compatível com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos, identificando possíveis fontes de financiamento;

4) ações para situações de emergências e contingências; e

5) mecanismos e procedimentos para avaliação sistemática da eficiência e eficácia das ações programadas.

Para que possam ser buscadas as soluções que levem à universalização dos serviços de água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem - as quatro vertentes do Saneamento básico segundo a Lei 11.445, - é fundamental que os municípios e seus moradores conheçam a situação atual destes serviços.

O diagnóstico é o primeiro passo para a formulação das alternativas que vão indicar o que deve ser feito e quanto vai custar. Quando e como estas alternativas serão executadas e financiadas são decisões (prioridades) a serem tomadas em conjunto pela administração municipal e pelas comunidades. Por isto é importante a informação e participação em todo o processo de elaboração dos Planos Municipais de Saneamento.

O Plano Municipal de Saneamento Básico é um acordo social e político de base técnica. A visão de longo prazo característica dos planos, projetos e investimentos relacionados com o Saneamento extrapola, em muito, o período de uma administração, tornando importante que essa questão seja incorporada por toda a sociedade, de modo que o seu cumprimento seja um compromisso mútuo:

São Leopoldo – Subproduto 2.3

56

Da administração pública – compreendida como os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) que deve acatar as diretrizes aprovadas independentemente da corrente político-partidária que detém os mandatos ou a orientação imprimida pelas instâncias superiores;

Da sociedade – que assume responsabilidades indelegáveis. Entre as obrigações da população estão, por exemplo, participar da coleta seletiva, mudar hábitos quanto à disposição de lixo em vias públicas e outros locais, realizar a ligação domiciliar à rede de esgoto e ser agente de controle social não somente em relação aos serviços prestados mas a comportamentos inadequados por parte de outros usuários (redes clandestinas, “gatos”, etc.).

Também ficou estabelecido que “o plano de saneamento básico será revisto periodicamente, em prazo não superior a quatro anos, anteriormente à elaboração do plano plurianual”. E que “o disposto no plano de saneamento básico é vinculante para o Poder Público que o elaborou e para os delegatários dos serviços públicos de saneamento básico”.

Isto vale igualmente para o (a) concessionário (a) conforme o § 7º: “A delegação de serviço de saneamento básico observará o disposto no plano de saneamento básico ou no eventual plano específico”.

O cumprimento do plano, inclusive no sentido de se buscar a viabilidade econômico-financeira, é obrigatório, não só para os prestadores de serviços concessionados, mas, também, para aqueles serviços prestados diretamente pelo titular. Com efeito, o planejamento permitirá aos prestadores de serviços elaborar previamente planos de

obras e de investimentos, captar recursos financeiros e adaptar suas estruturas técnico-operacionais para o atendimento das metas. Já os usuários terão definidos, com clareza, os horizontes para a ampliação da infraestrutura, bem como terão diagnosticadas e projetadas soluções para os problemas específicos de saneamento que lhes afetam diretamente.

Para atender ao imperativo da universalização, especialmente no que se refere a zonas rurais, povoados, distritos e vilas foi ressalvado (§ 6º) que o plano deverá identificar as situações em que não haja capacidade de pagamento dos usuários e indicar solução para atingir as metas de universalização. Um objetivo claro que a lei persegue é o da universalização, o que dá um rumo a todo o planejamento. Fica evidente, também, no regramento legal, que eficiência e sustentabilidade são objetivos permanentes mas que esta deve estar sintonizada com a capacidade de pagamento dos usuários.

Outro item contemplado na legislação no que se refere ao planejamento é a compatibilidade com os planos de bacia. A unidade de planejamento para os PMSB é a bacia hidrográfica. É nela que é captada a água e para seus mananciais convergem os esgotos, com ou sem tratamento. A impermeabilização do solo, o lixo mal disposto e a falta de sistemas de drenagem podem alterar a sua vazão e provocar enchentes que se refletem na vida das populações e cidades. Os limites políticos nem sempre acompanham a dinâmica da natureza.

Toda a prestação dos serviços de Saneamento tem que ser condizente com a proteção ambiental, incluindo a adequada disposição dos dejetos resultantes de seus sistemas de tratamento (lodos de ETAs e ETEs e chorume).

A ausência de redes coletoras de esgoto ou a inadequada utilização da rede pluvial são hoje as principais causas da poluição das águas.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

57

É importante notar que a lei diz que as soluções devem ser graduais e progressivas. Isto significa que o legislador teve a exata compreensão da complexidade das ações na área de saneamento. Este prazo ajuda também a orientar as decisões no que se refere a ações judiciais que muitas vezes impõem aos operadores ou ao poder concedente prazos exíguos para implementar sistemas complexos, como o tratamento de esgotos, por exemplo.

Outro mérito da Lei foi obrigar à elaboração dos planos para que os novos contratos tenham validade e a obrigatoriedade de sua elaboração até o exercício financeiro de 2014 como condição para o acesso a recursos orçamentários da União ou a recursos de financiamentos geridos ou administrados por órgão ou entidade da administração pública federal, quando destinados a serviços de saneamento básico.

E estabeleceu dispositivos que ajudam a equilibrar as relações entre o poder concedente, a sociedade e o operador ao obrigar que os planos prevejam a recuperação dos custos e a remuneração do capital investido. Este é um item inovador porque reflete uma nova visão do setor que tem reconhecida a característica de atividade industrial e agrega valor à água tratada, como um produto. Nada mais correto quando se constata que a indústria de água engarrafada teve um crescimento espantoso nas últimas décadas e que o preço de um litro – pago sem reclamar pelos consumidores – muitas vezes equivale ao de 1 metro cúbico (1.000 litros) de água tratada entregue nas residências.

Mas a responsabilidade do titular vai além da obrigação de planejar. É o município que deve estabelecer a política pública de saneamento em seu âmbito de atuação. A Política Pública prevista no artigo 9º da Lei compreende as definições sobre a elaboração dos planos de saneamento básico, o modelo institucional para a prestação dos serviços, o ente responsável pela regulação e fiscalização, os parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública, os direitos e os deveres dos usuários, o controle social, o sistema de informações e a previsão da intervenção para retomada dos serviços, conforme descrito a seguir.

Art. 9º. O titular dos serviços formulará a respectiva política pública de saneamento básico, devendo, para tanto:

I - elaborar os planos de saneamento básico, nos termos desta Lei;

II - prestar diretamente ou autorizar a delegação dos serviços e definir o ente responsável pela sua regulação e fiscalização, bem como os procedimentos de sua atuação;

III - adotar parâmetros para a garantia do atendimento essencial à saúde pública, inclusive quanto ao volume mínimo per capita de água para abastecimento público, observadas as normas nacionais relativas à potabilidade da água;

IV - fixar os direitos e os deveres dos usuários;

V - estabelecer mecanismos de controle social, nos termos do inciso IV do caput do art. 3º desta Lei;

VI - estabelecer sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de Informações em Saneamento;

VII - intervir e retomar a operação dos serviços delegados, por indicação da entidade reguladora, nos casos e condições previstos em lei e nos documentos contratuais.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

58

Um bom exemplo da importância do planejamento é que o Brasil tem vivenciado nos últimos anos inúmeros desastres rotulados como naturais e que se transformaram em tragédias envolvendo a perda de vidas e de patrimônios. Incorretamente a causa tem sido atribuída a chuvas intensas ou inundações. O verdadeiro foco, porém, é muitas vezes a falta de planejamento e fiscalização no uso do solo urbano e o descuido com um elemento fundamental do saneamento básico que é a área de drenagem.

Para prevenir os problemas provocados pelas chuvas o remédio continua a ser o planejamento. Conforme o geólogo, pesquisador e diretor adjunto do Instituto Geológico (IG) Paulo César Fernandes da Silva “uma ação contínua de planejamento e de ordenamento territorial”, poderia prevenir algumas das tragédias ocorridas nos últimos verões brasileiros. “Os municípios tem que tomar conta do uso de seu solo e da ordenação do seu território”, disse Silva. Esse planejamento, segundo ele, passaria pelas cartas geotécnicas e pelo mapeamento das regiões, com a especificação do tipo de solo e de ocupação. De 1970 até o ano passado aconteceram 1.500 ocorrências de enchentes e inundações somente ao longo de toda a bacia hidrográfica que envolve o Vale do Paraíba, revelou o pesquisador.

No que se relaciona com o planejamento da área de saneamento em São Leopoldo os serviços de água, esgoto e drenagem estão a cargo do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), ficando a gestão dos resíduos no âmbito da Secretaria do Meio Ambiente. Informações importantes estão no Atlas de Meio Ambiente Municipal e no Caderno 2012 do Plano Municipal de Meio Ambiente de São Leopoldo.

Maiores detalhes sobre as funções de planejamento e as diretrizes dadas pela Lei nº 6494, de 17/12/2007, que dispõe sobre a Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental estão analisadas e referidas no item referente ao Organograma do Município.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

59

5 FISCALIZAÇÃO E REGULAÇÃO DOS SERVIÇOS

As experiências do Brasil no que se refere à fiscalização e regulação dos serviços públicos são recentes e ainda não bem assimiladas pela população. A criação dos Conselhos Municipais de Saúde, de Meio Ambiente e outros vem consolidando a participação da comunidade na definição de políticas públicas mas a atuação das agências reguladoras existentes, como as de energia e telefonia, não tem conseguido angariar credibilidade junto à opinião pública

O que está faltando é que se estabeleçam para os serviços públicos relações semelhantes ao que já se consolida como direitos do consumidor. Exemplificando: quando se adquire um produto ou se contrata um serviço ele deve atender a uma série de expectativas. Por exemplo: uma TV deve ter uma boa imagem, as cores devem ser definidas, etc. O mesmo tem que acontecer com os serviços de Saneamento e com um plano como o PMSB. Para que eles possam ser avaliados devem atender aos requisitos que lhes são próprios.

Entre estes estão:

Eficiência: significa a menor relação custo/benefício possível para o alcance dos objetivos estabelecidos em um plano ou na prestação de um serviço;

Eficácia: medida do grau em que o programa atinge os seus objetivos e metas;

Impacto (ou efetividade): indica se o projeto tem efeitos (positivos) no ambiente externo em que interveio, em termos técnicos, econômicos, socioculturais, institucionais e ambientais;

Sustentabilidade: mede a capacidade de continuidade dos efeitos benéficos alcançados através do programa social, após o seu término;

Análise custo-efetividade: similar à ideia de custo de oportunidade e ao conceito de pertinência; é feita a comparação de formas alternativas da ação social para a obtenção de determinados impactos, para ser selecionada aquela atividade/projeto que atenda os objetivos com o menor custo;

Satisfação do beneficiário: avalia a atitude do usuário em relação à qualidade do atendimento que está obtendo do serviço;

Equidade: procura avaliar o grau em que os benefícios de um programa estão sendo distribuídos de maneira justa e compatível com as necessidades do usuário.

Esses indicadores e outros que medem a prestação do serviço por meio de fórmulas matemáticas fazem parte do trabalho de regulação. Esta foi outra novidade trazida pelo marco regulatório do saneamento.

O artigo 2º do decreto de regulamentação define como regulação: ”todo e qualquer ato que discipline ou organize determinado serviço público, incluindo suas características, padrões de qualidade, impacto socioambiental, direitos e obrigações dos usuários e dos responsáveis por sua oferta ou prestação e fixação e revisão do valor de tarifas e outros preços públicos, para atingir os objetivos do art. 27”. E também se refere à fiscalização como as atividades de acompanhamento, monitoramento, controle ou avaliação, no sentido de garantir o cumprimento de normas e regulamentos editados pelo poder público e a utilização, efetiva ou potencial, do serviço público.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

60

E estabelece também as características da entidade reguladora: “entidade reguladora ou regulador: agência reguladora, consórcio público de regulação, autoridade regulatória, ente regulador, ou qualquer outro órgão ou entidade de direito público que possua competências próprias de natureza regulatória, independência decisória e não acumule funções de prestador dos serviços regulados”.

Vários artigos da Lei e do Decreto definem os objetivos, obrigações e prerrogativas da regulação. Entre essas características estão a independência decisória, incluindo autonomia administrativa, orçamentária e financeira da entidade de regulação e a transparência, tecnicidade, celeridade e objetividade das decisões.

No artigo 27 do Decreto 7.217 estão listados os objetivos da regulação:

I - estabelecer padrões e normas para a adequada prestação dos serviços e para a satisfação dos usuários;

II - garantir o cumprimento das condições e metas estabelecidas;

III - prevenir e reprimir o abuso do poder econômico, ressalvada a competência dos órgãos integrantes do sistema nacional de defesa da concorrência; e

IV - definir tarifas e outros preços públicos que assegurem tanto o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, quanto à modicidade tarifária e de outros preços públicos, mediante mecanismos que induzam a eficiência e eficácia dos serviços e que permitam a apropriação social dos ganhos de produtividade.

Parágrafo único. Compreendem-se nas atividades de regulação dos serviços de saneamento básico a interpretação e a fixação de critérios para execução dos contratos e dos serviços e para correta administração de subsídios.

No artigo 29 é estabelecido que cada um dos serviços públicos de saneamento básico pode possuir regulação específica e mais ainda: que cabe ao titular estabelecer legislação no que se refere:

a) aos direitos e obrigações dos usuários e prestadores, bem como às penalidades a que estarão sujeitos; e

b) aos procedimentos e critérios para a atuação das entidades de regulação e de fiscalização;

No caso das dimensões técnica, econômica e social de prestação dos serviços, caberá à entidade reguladora estabelecer:

a) padrões e indicadores de qualidade da prestação dos serviços;

b) prazo para os prestadores de serviços comunicarem aos usuários as providências adotadas em face de queixas ou de reclamações relativas aos serviços;

c) requisitos operacionais e de manutenção dos sistemas;

d) metas progressivas de expansão e de qualidade dos serviços e respectivos prazos;

São Leopoldo – Subproduto 2.3

61

e) regime, estrutura e níveis tarifários, bem como procedimentos e prazos de sua fixação, reajuste e revisão;

f) medição, faturamento e cobrança de serviços;

g) monitoramento dos custos;

h) avaliação da eficiência e eficácia dos serviços prestados;

i) plano de contas e mecanismos de informação, auditoria e certificação;

j) subsídios tarifários e não tarifários;

k) padrões de atendimento ao público e mecanismos de participação e informação; e

l) medidas de contingências e de emergências, inclusive racionamento.

A entidade de regulação deverá instituir regras e critérios de estruturação de sistema contábil e do respectivo plano de contas, de modo a garantir que a apropriação e a distribuição de custos dos serviços estejam em conformidade com as diretrizes estabelecidas na Lei nº 11.445, de 2007.

O artigo 31 abre a possibilidade de que a regulação seja feita:

I - diretamente, mediante órgão ou entidade de sua administração direta ou indireta, inclusive consórcio público do qual participe; ou

II - mediante delegação, por meio de convênio de cooperação, a órgão ou entidade de outro ente da Federação ou a consórcio público do qual não participe, instituído para gestão associada de serviços públicos.

§ 1º O exercício das atividades administrativas de regulação de serviços públicos de saneamento básico poderá se dar por consórcio público constituído para essa finalidade ou ser delegado pelos titulares, explicitando, no ato de delegação, o prazo de delegação, a forma de atuação e a abrangência das atividades a ser desempenhadas pelas partes envolvidas.

§ 2º As entidades de fiscalização deverão receber e se manifestar conclusivamente sobre as reclamações que, a juízo do interessado, não tenham sido suficientemente atendidas pelos prestadores dos serviços.

Art. 32. Os prestadores de serviços públicos de saneamento básico deverão fornecer à entidade de regulação todos os dados e informações necessários para desempenho de suas atividades.

Parágrafo único. Incluem-se entre os dados e informações a que se refere o caput aqueles produzidos por empresas ou profissionais contratados para executar serviços ou fornecer materiais e equipamentos.

Outra característica – a da publicidade dos atos relativos à prestação dos serviços de saneamento – também é definida na regulação, por meio do artigo 33 do Decreto. Ele estabelece que deve “ser assegurada publicidade aos relatórios, estudos, decisões e instrumentos equivalentes que se refiram à regulação ou à fiscalização dos serviços, bem como aos direitos e deveres dos usuários e prestadores, a eles podendo ter acesso

São Leopoldo – Subproduto 2.3

62

qualquer do povo, independentemente da existência de interesse direto”, excluindo desta obrigação os documentos considerados sigilosos em razão de interesse público relevante, mediante prévia e motivada decisão”.

No intuito de garantir a universalização e principalmente a qualidade da prestação dos serviços a legislação inovou ao tornar obrigatório que toda edificação permanente urbana seja conectada à rede pública de abastecimento de água disponível. “Na ausência de redes públicas de abastecimento de água, serão admitidas soluções individuais, observadas as normas editadas pela entidade reguladora e pelos órgãos responsáveis pelas políticas ambiental, sanitária e de recursos hídricos”.

Mas faculta à entidade reguladora normas prevendo prazo para que o usuário se conecte à rede pública, preferencialmente não superior a noventa dias. Decorrido o prazo previsto, fixado nas normas de regulação dos serviços, o usuário estará sujeito às sanções previstas na legislação do titular. “Entende-se como sendo a instalação hidráulica predial: a rede ou tubulação de água que vai da ligação de água da prestadora até o reservatório de água do usuário”.

Também podem ser previstas sanções administrativas e a possibilidade da adoção de medidas administrativas para fazer cessar a irregularidade, bem como a responsabilização civil no caso de contaminação de água das redes públicas ou do próprio usuário.

A Lei nº 649417 estabelece em seu artigo Art. 26. que os titulares dos serviços públicos de Saneamento básico do Município poderão delegar a organização, a regulação, a fiscalização e a prestação desses serviços, nos termos da legislação vigente, em especial a Lei nº 11.107, de 06 de abril de 2005.

Um outro artigo, o 180, prevê o Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA - como órgão externo, de apoio, ao Sistema Integrado de Saneamento e Gestão Ambiental - SINGEA, com a finalidade de estudar, propor, deliberar e fiscalizar no âmbito de sua competência, a implementação de diretrizes das políticas governamentais para o meio ambiente e Saneamento, os recursos em processos administrativos e normas e padrões relativos ao meio ambiente e Saneamento. E no parágrafo único estabelece que a regulação da prestação de serviços em Saneamento e meio ambiente será exercida por um órgão regulador definido pelo Poder Executivo Municipal, em conformidade com a Lei nº 11.445, de 6 de janeiro de 2007.

17 Dispõe sobre a Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental e da outras providências.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

63

6 PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL

O município de São Leopoldo tem um histórico de engajamento da população em atividades participativas tendo o seu Conselho Municipal de Educação completado 40 anos de funcionamento em 2012.

Atualmente estão estruturados 19 Conselhos Municipais que atuam como órgãos de assessoramento com funções consultivas, deliberativas e de fiscalização. Há também três Conselhos autônomos.

Entre os conselhos ativos os que se relacionam diretamente com as questões relativas ao saneamento são o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – Comdema e o Conselho Municipal de Saúde (CMS).

A Ouvidoria é um canal de comunicação permanente à disposição do cidadão para receber reclamações, elogios, sugestões e denúncias referentes aos serviços públicos prestados pelo Município.

Existe uma Secretaria inteiramente dedicada ao orçamento participativo. Este mecanismo adota como sistemática de atuação as reuniões preparatórias e as microrregionalizadas e as assembleias regionais, que elegem os representantes para os fóruns regionais. São estes que votam a proposta de orçamento.

Não há informação disponível sobre a existência de Conselho de usuários ou outro órgão similar junto ao Semae que possa ser caracterizado como de controle social. A Central de Serviços Urbanos (CSU), administrada pelo Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae), registra ocorrências e solicitações referentes ao Semae, Semmam, Semov pelo número 0800 644 3300.

A Lei Municipal nº 6494, que dispõe sobre a Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental, estabeleceu algumas diretrizes para a participação comunitária nos artigos reproduzidos abaixo:

Art. 16. Para a estruturação da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental serão observados os seguintes princípios:

I - a prevalência do interesse público;

II - a participação efetiva da sociedade nos processos de decisão e na defesa do meio ambiente;

Art. 23. Ao município de São Leopoldo, no exercício de sua competência constitucional, cabe mobilizar e coordenar ações, recursos humanos, financeiros, materiais, técnicos e científicos e a participação da população na execução dos objetivos e interesses estabelecidos nessa lei.

Art. 36. Cabe prioritariamente ao órgão ambiental do município e ao Serviço Municipal de Água e Esgotos - SEMAE - a coordenação do processo de elaboração e revisão do primeiro Plano Municipal de Gestão Integrada de Saneamento Ambiental - PLAMASA, com a participação da comunidade, sendo obrigatória e realização de consulta pública, audiência pública e aprovação do Conselho Municipal de Saneamento e Meio Ambiente - COMDEMA.

Art. 175. A Prefeitura Municipal de São Leopoldo, com o auxílio do Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMDEMA - realizará a cada dois anos uma Conferência Municipal de

São Leopoldo – Subproduto 2.3

64

Meio Ambiente e Saneamento, aberta à participação popular, para avaliar a situação da qualidade e da salubridade ambiental e propor, debater, modificar e formular as políticas de gestão sanitária e ambiental.

Art. 176. A Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento reunir-se-á obrigatoriamente no primeiro ano de mandato do Prefeito Municipal, em consonância com as Conferências Nacionais do Meio Ambiente e das Cidades.

§ 1º Compete ao Poder Executivo Municipal a convocação ordinária da Conferência de que trata o caput, e ao Executivo ou ao Conselho Municipal de Meio Ambiente - COMDEMA - a convocação extraordinária.

§ 2º Serão realizadas pré-conferências regionais, de acordo com a distribuição geográfica das sub-bacias de São Leopoldo, conforme descrito no art. 10 desta lei, visando a assegurar a participação dos mais variados segmentos sociais, bem como o acesso da população aos debates a cerca das questões socioambientais em geral.

§ 3º A Conferência Municipal de Meio Ambiente e Saneamento terá sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovado previamente pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente - COMDEMA.

Art. 177. Os conselhos setoriais são mecanismos de deliberação pública, criados no interior do Poder Executivo Municipal, para a participação da sociedade civil, onde o papel dos conselheiros é deliberar, juntamente com o poder público, sobre as respectivas políticas públicas em que atuam.

Participação e Controle social nos PMSBs

O item VI do artigo 2º do Decreto 7.217, que regulamentou a Lei de Saneamento, define controle social como o “conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações, representações técnicas e participação nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico”.

Com base nesta definição o controle social é elencado como um dos princípios basilares da prestação dos serviços de saneamento (artigo 3º, item X) e a sua institucionalização aparece como uma das obrigações do titular dos serviços:

Art. 23 O titular dos serviços formulará a respectiva política pública de saneamento básico, devendo, para tanto:

VI - estabelecer mecanismos de participação e controle social;

Ainda no mesmo decreto o capítulo IV, com quatro artigos (34, 35, 36 e 37), é inteiramente dedicado a explicitar as dimensões e mecanismos do controle social. Que deve ser exercido com a utilização de alternativas como:

1. debates e audiências públicas – que possibilitem o acesso da população; 2. consultas públicas com canais para o recebimento de críticas e sugestões – que devem

ser adequadamente respondidas; 3. conferências das cidades; ou

São Leopoldo – Subproduto 2.3

65

4. participação de órgãos colegiados18 de caráter consultivo,influenciando a formulação da política de saneamento básico, bem como o seu planejamento e avaliação.

O caráter de obrigatoriedade de criação do mecanismo de controle social está explícito no § 6º do artigo 34:

“Será vedado, a partir do exercício financeiro de 2014, acesso aos recursos federais ou aos geridos ou administrados por órgão ou entidade da União, quando destinados a serviços de saneamento básico, àqueles titulares de serviços públicos de saneamento básico que não instituírem, por meio de legislação específica, o controle social realizado por órgão colegiado, nos termos do inciso IV do caput”.

É por meio do controle social que é garantido o direito a informações relacionadas à prestação dos serviços de saneamento sendo recomendada a elaboração pelo prestador - com aprovação da entidade de regulação - de manual de prestação do serviço e de atendimento ao usuário, e o acesso ao relatório periódico sobre a qualidade da prestação dos serviços. Mas a legislação também impõe responsabilidades aos usuários que devem ter conhecimento dos seus direitos e deveres e das penalidades a que podem estar sujeitos.

Outro reforço na obrigatoriedade de constituição e funcionamento dos mecanismos de controle social aparece no capítulo que descreve as condições de validade dos contratos de concessão e de programa:

Art. 39 - § 2º

VI - mecanismos de controle social nas atividades de planejamento, regulação e fiscalização dos serviços.

18 § 3º Nos órgãos colegiados mencionados no inciso IV do caput, é assegurada a participação de representantes: I - dos titulares dos serviços; II - de órgãos governamentais relacionados ao setor de saneamento básico; III - dos prestadores de serviços públicos de saneamento básico; IV - dos usuários de serviços de saneamento básico; e V - de entidades técnicas, organizações da sociedade civil e de defesa do consumidor relacionadas ao setor de saneamento básico. § 4º As funções e competências dos órgãos colegiados a que se refere o inciso IV do caput poderão ser exercidas por outro órgão colegiado já existente, com as devidas adaptações da legislação. § 5º É assegurado aos órgãos colegiados de controle social o acesso a quaisquer documentos e informações produzidos por órgãos ou entidades de regulação ou de fiscalização, bem como a possibilidade de solicitar a elaboração de estudos com o objetivo de subsidiar a tomada de decisões, observado o disposto no § 1o do art. 33.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

66

7 EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL

Os programas e projetos de educação sanitária e ambiental são componentes fundamentais para capacitar a população a exercer o controle social e participar ativamente da elaboração dos planos municipais de saneamento básico e posteriormente da fiscalização dos serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento do esgoto sanitário e dos resíduos sólidos e gestão da drenagem e das águas pluviais.

No caso dos PMSBs há correntes defendendo que promover a educação sanitária e ambiental seria uma das obrigações da atividade regulatória19 como explica o texto elaborado por especialistas da Agência Reguladora de Serviços de Saneamento Básico de Natal (RN) ARSBAN:

“Numa abordagem estratégica que privilegia a participação da população envolvida na busca de soluções viáveis para os problemas de saneamento ambiental, uma das ferramentas mais importantes é a Educação Sanitária e Ambiental pautada na concepção de um planejamento que visa a resultados positivos, benefícios e uma eficiente política de gestão pública dos serviços de saneamento básico, estes entendidos como: o abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana, coleta, tratamento e disposição de resíduos sólidos (lixo)”.

Os especialistas consideram que ”o processo de participação do usuário e o controle social dos serviços ofertados pela concessionária devem ser visualizados como parte relevante do processo de formulação estratégica da regulação, seja na forma do aumento da conscientização social acerca do papel do órgão regulador, ou como componente de alcance no estabelecimento de um marco regulatório, que priorize a conscientização sanitária e ambiental e o estímulo na procura de instrumentos de comunicação da agência e na participação cidadã do usuário dos serviços concedidos, gerando a confiança do mesmo e da sociedade como um todo”.

Entre os conteúdos a serem abordados nesta proposta de educação sanitária e ambiental estão os relacionados à “distribuição, uso e aproveitamento racional dos recursos hídricos, a coleta, tratamento, destino final dos esgotos e a possibilidade de reuso de água, além da coleta, destinação adequada, tratamento, redução do consumo, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos domésticos”.

Nesta abordagem é considerado que o papel da agência reguladora e do organismo de controle social (Conselho de Saneamento ou similar), “é preponderante na ação educativa junto ao cidadão usuário do sistema, seja na formulação, acompanhamento e execução da Política Pública de Saneamento Ambiental Municipal ou no formato de ações de divulgação das suas realizações, que gere conhecimento sanitário e ambiental e o acesso à informação de maneira democrática e cidadã ao usuário do sistema de prestação de serviços concedidos ou delegados”.

19 A Educação Sanitária e Ambiental como Instrumento de Participação Popular, Conscientização e Controle Social na Regulação dos Serviços de Saneamento Ambiental - José Ivam Pinheiro, MSc. [email protected], Bel. Urbano Medeiros Lima. [email protected] , e Pedro Celestino Dantas Júnior. [email protected]. ARSBAN, Av Miguel Castro -1206-Lagoa Nova, Natal / RN – CEP 59.075-620.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

67

Na medida em que conhece melhor o funcionamento e as características dos serviços de saneamento e suas implicações no dia a dia da cidade a população pode ser estimulada “à organização e participação na busca das resoluções dos problemas vivenciados cotidianamente na gestão regulatória além de claramente adicionar o componente da mudança de atitudes e comportamentos, de maneira pró-ativa em favor de melhorias nas condições de saúde, qualidade de vida e reflexos positivos no meio ambiente e seu entorno”.

Os resultados de uma melhor capacitação do usuário, e consequentemente a adoção de novos hábitos e atitudes resulta em “um processo de sensibilização, comprometimento e consciência ambiental, com ênfase na aprendizagem sobre o tema tratado, permitindo o desenvolvimento de competências: análise, decisão, planejamento e pesquisa, ou seja, o que os atores sociais necessitam para o pleno exercício da cidadania”.

Este posicionamento sustenta a importância de agregar à educação ambiental que já vem sendo praticada e impulsionada por todas as esferas de governos e com vários programas em andamento no município de São Leopoldo e em toda a região do Vale do Rio de Sinos os conteúdos específicos da educação sanitária a começar por aqueles relacionados aos PMSBs, desde a legislação que os regra, aos seus requisitos mínimos e ao papel que cada agente público e que a própria população deve desempenhar para alcançar o objetivo da universalização dos serviços com a qualidade e a regularidade requeridas.

Uma pesquisa realizada em 2008 em São Leopoldo20 buscou avaliar o grau de consciência ambiental de alunos da 8ª série do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio. De um total de 1.982 alunos, sendo 1009 na 8ª série e 973 do 3º ano foram selecionadas algumas turmas para aplicação de um questionário. Com base nos 218 questionários devolvidos a autora do estudo obteve um quadro avaliativo sobre o conhecimento e preocupação dos alunos quanto aos temas ambientais e em que medida este conhecimento – ou a falta dele - se traduz em mudanças de hábitos identificados pela pegada ecológica deste alunado.

Pelas respostas obtidas é possível perceber que em uma questão relevante para a área de saneamento, como a separação dos resíduos pela população, ainda há um expressivo contingente que não adotou este hábito. De fato, 35,3% dos alunos da 8ª série e 31,5% dos do 3º ano responderam que “nunca” separam o lixo que produzem. No outro extremo, apenas 24,4 dos estudantes da 8ª série e 14,1% do 3º ano informaram que “sempre” separam o lixo.

Outro dado preocupante é o grau de conhecimento destes alunos sobre temas ambientais relevantes consubstanciado por algumas das respostas que integram o estudo já citado.

A – Você sabe onde fica a Secretaria de Meio Ambiente de sua cidade?

Não - 77% dos alunos da 8ª série e 86% dos alunos do ensino médio.

B - Já navegou no barco Martin Pescador?

20 Avaliação da Consciência Ambiental de Alunos da Rede Pública Estadual: Um Indicador da Qualidade da Educação Ambiental em São Leopoldo/RS - tese de mestrado da UFRGS, Ailim Schwambach. Instituto de Ciências Básicas e da Saúde – Departamento de Bioquímica – Curso de Pós-graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e da Saúde.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

68

Não - 70% dos alunos da 8ª série e 57% dos alunos do ensino médio.

C – Conhece algum projeto que envolva a proteção do meio ambiente em sua cidade?

Não - 92% dos alunos da 8ª série e 84% dos alunos do ensino médio.

D – Conhece a Legislação Ambiental de seu município?

Não - 91% dos alunos da 8ª série e 94% dos alunos do ensino médio.

E - Conhece algum arroio limpo de sua cidade?

Não - 98% dos alunos da 8ª série e 99% dos alunos do ensino médio.

F – Conhece algum valão de sua cidade?

Não - 90% dos alunos da 8ª série e 94% dos alunos do ensino médio.

O Instituto Trata Brasil e o Ibope vêm realizando pesquisas de opinião periódicas com respostas igualmente reveladoras do desconhecimento da população a respeito das questões ligadas ao saneamento. A última pesquisa, realizada em 2012 incluiu 1.008 entrevistas realizadas em 26 grandes cidades do país, com população acima de 300 mil habitantes, e em todas as regiões.

Quando perguntados sobre o que entendiam pelo termo “saneamento básico” 13% das respostas foram “Não Sabe”, mas outros 16% deram resposta não relacionadas com o saneamento. Esta soma representa quase 1/3 da população.

Na hora de identificar quais serviços deveriam ser prioridade nas prefeituras, o saneamento perde para a saúde (78% x 3%), educação (81% x 3%), segurança (67% x 13%) e desemprego (64% x 19%). Sobre a existência de esgotos correndo a céu aberto próximo da residência, 47% afirmaram haver esgoto ou córrego, enquanto 53% de não haver. Dos que identificam esgotos a céu aberto, o índice mais elevado ficou com aqueles que dizem não estar ligados à rede de coleta (73%).

Quanto à disposição das pessoas em pagar por estes serviços, 50% dos entrevistados afirmaram que não pagariam para ter seus esgotos ligados à rede. Ao serem perguntados sobre o valor pago pela água/esgoto, 58% afirmaram ser CARO em relação à qualidade do serviço prestado.

Na avaliação do cidadão para o desempenho da Prefeitura nos diversos serviços do saneamento básico, a nota média foi 5,7 (entre 0 e 10). Por desempenho em cada serviço, prevaleceu a coleta de lixo com a maior nota (7,7), seguido do tratamento de água (7,2), coleta de esgoto (5,8) e finalmente o tratamento do esgoto (5,4).

Apesar de, quando estimulado, reconhecer a importância do saneamento básico, o brasileiro das grandes cidades não se mobiliza para cobrar melhorias. Ao serem perguntadas sobre o tema, 75% das pessoas afirmaram NÃO cobrarem. Dos que dizem cobrar, a maior parte solicita a limpeza de bueiros (7%) e o desentupimento do esgoto existente (5%).

Sobre como / onde gostariam de encontrar informações sobre o saneamento básico, 38% dos entrevistados disseram “na TV”, 24% na conta de água, 15% em boletins e 15% em

São Leopoldo – Subproduto 2.3

69

jornais, 13% nas rádios. Na média nacional, a Internet foi citada por apenas 10% dos entrevistados, mas os números são maiores entre os mais escolarizados e de maior renda. Nos menos escolarizados prevalece o rádio e o jornal.

Sobre campanhas de orientação da população sobre o saneamento básico, 70% dos entrevistados declararam não conhecer campanhas e 20% afirmam ter visto tais campanhas. 54% afirmaram não haver campanhas nas escolas e 26% dizem que viram nas escolas.

Embora muitas vezes o cidadão não saiba a real situação do saneamento onde mora, como cobrar melhorias e não se mobilize pelo avanço nos serviços, a maior parte dos entrevistados (68%) sabe que o Prefeito é o responsável. 19% dizem ser o Estado, 3% o Governo Federal e 4% as empresas privadas.

No que se refere à fiscalização, a maior parte dos entrevistados (55%) diz caber também à Prefeitura e 18% ao governo do Estado. A Agência Reguladora, órgão diretamente responsável, foi citada por apenas 1% dos entrevistados. 13% das pessoas não sabem quem deve fiscalizar.

Estes levantamentos mostram que embora a percepção das pessoas sobre as questões ambientais tenha evoluído a partir da Rio-92 as mudanças de hábitos são ainda muito lentas. No caso do Vale do Sinos, que já vivenciou vários episódios de mortandade de peixes e deterioração das condições ambientais de seu principal manancial, mesmo com vários programas de educação em andamento e todo o trabalho já desenvolvido pelo Comitê de Bacia (Comitesinos), Consórcio Pró-Sinos e Coletivos Educadores há um longo caminho a percorrer.

Ainda é grande o desconhecimento sobre as etapas de tratamento dos esgotos e do funcionamento dos sistemas de drenagem urbana mesmo entre os professores e educadores ambientais revelando a necessidade de agregação de conteúdos sobre saneamento básico aos programas e projetos em desenvolvimento.

7.1 REDES DE EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO FORMAL E CAPACIDADE PARA APOIAR PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL

Diversos instrumentos legais dão suporte e respaldo para as ações de educação ambiental em São Leopoldo. A começar pela Lei nº 7292/2010 que atualiza a reestruturação do Comdema. Em seu artigo 11 estabelece que os membros do Órgão Gestor de Educação Ambiental - OGEA terão participação permanente, com direito de voz.

Mas o grande destaque da educação Ambiental está na Lei nº 6494, de 17 de dezembro de 2007. que dispõe sobre a Política Municipal Integrada de Saneamento e Gestão Ambiental. Neste documento “a educação ambiental como mobilizadora da sociedade” é um dos princípios para a estruturação da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental (art.16, item V).

Um capítulo inteiro (dos artigos 95 até o 117) é dedicado a estabelecer toda a proposta que o município deve adotar para este tema, a começar pela definição:

Art. 95. Entende-se por Educação Ambiental, para os fins previstos nesta lei, a forma abrangente de educação que se propõe a atingir todos os cidadãos, inserindo a variável meio ambiente em suas dimensões física, química, biológica, econômica, política, ética,

São Leopoldo – Subproduto 2.3

70

social e cultural em todas as disciplinas e em todos os veículos de transmissão de conhecimentos, em caráter formal e não formal.

Vêm, a seguir, os objetivos fundamentais da educação ambiental, entre os quais se incluem a garantia de democratização das informações ambientais; o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e sócia e o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do meio ambiente como um valor inseparável para exercício da cidadania.

Entre os princípios norteadores, destacam-se: o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo; a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade; o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinariedade; a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais

Ao estabelecer, no artigo 98, o Programa Municipal de Educação Ambiental - PROMEA, o município traçou o objetivo de “assegurar ao indivíduo e à coletividade a construção de valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”.

Nos artigos seguintes são estabelecidos os princípios básicos norteadores às ações do programa e a necessária articulação com as políticas municipais de educação, desenvolvimento urbano e ambiental, bem como os sistemas de educação, meio ambiente e saneamento.

A lei cria também o Órgão Gestor Municipal de Educação Ambiental – OGEA com a finalidade de promover a Educação Ambiental em seus aspectos formais e não formais, através da discussão, gestão, coordenação, acompanhamento, avaliação e implementação das atividades de Educação Ambiental no município. Determina as diretrizes, o funcionamento e a composição. No artigo 110 fica estabelecido que o Centro Permanente de Educação Ambiental - CEPEA - se constitui em um espaço de educação ambiental funcionando como ferramenta de integração e viabilização para uso dos professores das diversas redes de ensino, na procura da inserção da Educação Ambiental como tema transversal em nossas escolas.

Importante destacar o artigo 114 que ao incluir a Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino determina que seja integrada às disciplinas de modo transversal, contínuo e permanente e seja feita a adequação dos programas já vigentes de formação continuada de educadores.

E, no artigo 115, que “deverão ser criados, mantidos e implementados, sem prejuízo de outras ações, programas de educação ambiental integrados:

I - a todos os níveis e modalidades de ensino;

II - às atividades de conservação da biodiversidade, de zoneamento ambiental, de licenciamento e revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras, de gerenciamento de resíduos, de gerenciamento mineral - pedreiras do morro do Paula e extração de areia do rio dos Sinos, de gestão de recursos hídricos, de ordenamento de

São Leopoldo – Subproduto 2.3

71

recursos pesqueiros, de manejo sustentável de recursos ambientais, de ecoturismo e melhoria da qualidade ambiental;

III - às políticas públicas, econômicas, sociais e culturais, de ciência e tecnologia de comunicação, de transporte, de saneamento e de saúde;

IV - aos processos de capacitação de profissionais promovidos por empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas;

V - a projetos financiados com recursos públicos;

VI - ao cumprimento da Agenda 21 Local;

VII - a projetos em parceria com o Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos - PRÓ-SINOS e a Agência Regional de Águas;

VIII - ao estudo e controle de espécies silvestres não autóctones em desequilíbrio ambiental, tornando-se ou efetivamente sendo causadores de danos à saúde pública e animal, ao meio ambiente e à economia municipal”.

E no artigo 117 é dada a condição de sustentabilidade ao se prever que “as despesas decorrentes da Política de Educação Ambiental correrão por conta do Orçamento Geral do Município”.

A educação ambiental também aparece, nesta mesma lei, como um dos instrumentos da Política Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental (art. 19) e uma das atribuições do órgão ambiental do município, bem como do Órgão Municipal de Limpeza Pública, no âmbito de sua competência:

“XII - promover a conscientização para a proteção do meio ambiente e da qualidade de vida, através da educação ambiental”;

No artigo 39 é dada prioritariamente à Secretaria Municipal da Educação - SMED - a coordenação da mobilização dos órgãos componentes do Órgão Gestor Municipal de Educação Ambiental - OGEA, visando a assegurar a elaboração do Programa Municipal de Educação Ambiental - PROMEA, bem como a implantação do Centro Permanente de Educação Ambiental - CEPEA.

Ao estabelecer as diretrizes relativas ao abastecimento de água (art. 49) a legislação considera imprescindível promover a educação sanitária como instrumento de conscientização da população sobre a correta utilização das instalações domiciliares de água e sobre os procedimentos para evitar desperdícios e para assegurar o uso sustentável do recurso natural e sensibilizar a população sobre as diferenças entre uso abusivo de água, assim entendido como o uso consciente de água tratada para usos menos nobres, e o mau uso, compreendido como a utilização inconsciente e inconsequente do recurso hídrico, além da importância de se evitar tais atitudes.

O mesmo está previsto em relação ao esgotamento sanitário (art. 50) no item XI – “promover a educação sanitária e ambiental como instrumento de conscientização da população sobre a correta destinação dos esgotos sanitários, seja por meio da rede oficial de coleta ou de métodos alternativos, e sobre os procedimentos para evitar a contaminação dos solos e dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos”.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

72

E também ao manejo dos resíduos sólidos onde ela é considerada uma diretriz (art. 51):

“XII - promover a educação ambiental da população em geral, potencializando o Programa de Educação Ambiental - PROMEA, coordenado pelo Órgão Gestor de Educação Ambiental - OGEA, particularmente nas escolas, por meio do ensino do manejo adequado dos resíduos sólidos”.

E igualmente no que se refere à drenagem (art. 53)

“VIII - desenvolver a educação sanitária como instrumento de conscientização da população sobre a correta destinação das águas pluviais e da preservação das áreas permeáveis”.

No artigo 78 são citados os projetos

I - as Caravanas Ambientais - programa desenvolvido prioritariamente junto aos arroios de São Leopoldo, de forma interativa com a comunidade, especialmente com os moradores de áreas de risco;

II - a Coleta Seletiva Compartilhada - programa que articula e integra vários segmentos da sociedade, com prioridade para a organização das comunidades de catadores de resíduos, gerando trabalho e renda, assegurando a inclusão social destas comunidades.

7.2 PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

No quadro a seguir estão resumidos os principais programas em São Leopoldo na área da educação sanitária e ambiental:

São Leopoldo – Subproduto 2.3

73

Nome do Programa

Objetivo Órgão executor

Abrangência Ano de início

Fase atual

Coletivo Educador Ambiental

Troca experiências sobre temas socioambientais, promove a divulgação de tais ações na rede municipal e estadual, elaboração e concretização de práticas sustentáveis, enfatizando para isso a integração pedagógica no cotidiano escolar e não-formal.

SMED Escolas

Água para a Vida Sensibilizar sobre as questões de recuperação de áreas degradadas, preservação e revitalização de nascentes e áreas de preservação, promovendo à participação em forma de saídas de campo, levando-os das nascentes a foz dos cursos d’água formados pelas sub-bacias que compõem a bacia do Rio dos Sinos.

UPAN Quatro edições nos municípios de Sapucaia do Sul; São Leopoldo; Esteio e Canoas.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

74

Nome do Programa

Objetivo Órgão executor

Abrangência Ano de início

Fase atual

Fórum Regional da sub-bacia do Arroio Sapucaia

Recuperação e conservação dos morros areníticos, banhados e nascentes das sub-bacias do Rio dos Sinos, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Refap-Metroplan

Canoas, Esteio, Sapucaia e São Leopoldo.

Out/2000

Protocolo de cooper. 2002

Diagnóstico socioeconômico da área da bacia, edificação e implantação de uma incubadora de serviços em Esteio, concluídos.

Reuniões semanais

Laboratório de Revitalização de Nascentes (realizado)

Laboratório de Inclusão Ambiental (realizado)

PASEC/UNISINOS – Programa de Ação Sócio-educativa na Comunidade

O Programa mapeia e diagnostica as situações de riscos sociais, ambientais e de violação dos direitos de crianças e adolescentes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Marta no município de São Leopoldo.

Unisinos O serviço atua, principalmente, na região Norte do município de São Leopoldo.

2003 Realiza trabalhos e propostas de inclusão digital para fortalecer a participação cidadã e integrar os participantes à sociedade do conhecimento.

Desenvolve o Projeto Horta Mãe da Terra na vila Santa Marta em São Leopoldo.

Centro de Referência, na escola Santa Marta.

Análise, proposição e implementação de soluções para problemas socioambientais existentes nas comunidades; Elaboração e manutenção de canteiros para produção de hortaliças orgânicas; Captação da água da chuva para irrigação; Desenvolvimento de ações em educação ambiental; Realização de mutirões ecológicos.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

75

Nome do Programa

Objetivo Órgão executor

Abrangência Ano de início

Fase atual

Projeto Ipê amarelo Promover a arborização das escolas do município;

Multiplicar, promover e regionalizar as ações de educação ambiental no município;

Promover o uso e manejo adequado dos espaços públicos de lazer e preservação ambiental (parques, praças, matas);

Mobilizar nas ações de plantio e educação ambiental nas escolas e nas comunidades referenciadas;

Promover o debate sobre as questões climáticas (aquecimento global), qualidade do ar, das águas (poços, vertentes, córregos, arroios e Rio dos Sinos) e da terra e ações concretas em nível local para a redução dos danos causados ao meio ambiente;

Promover ações e projetos de educação ambiental na Educação de Jovens e Adultos (EJA).

OGEA – Órgão Gestor Municipal de Educação Ambiental

SEMMAM – Secretaria Municipal do Meio Ambiente

SMED – Secretaria Municipal de Educação e Desporto

SEMAE – Serviço Municipal de Água e Esgoto

Mais de 10.000 pessoas atingidas diretamente por ações de educação ambiental

Plantio em ações diretas de educação ambiental envolvendo as comunidades locais, entidades, estudantes e cidadãos voluntários superior a 10.000 mudas/ano de espécies nativas.

Realização de oficinas e palestras em todas as escolas da rede municipal de ensino fundamental

Fortalecimento da gestão integrada em educação ambiental envolvendo além das entidades parceiras, os órgãos governamentais da administração direta (como Secretaria de Meio Ambiente e Secretaria de Educação) e da administração indireta (Semae – Serviço Municipal de Água e Esgoto).

São Leopoldo – Subproduto 2.3

76

Nome do Programa

Objetivo Órgão executor

Abrangência Ano de início

Fase atual

Dia do Rio do Sinos Lei nº 6494, de 17/12/2007 Art. 193. No dia 16 de novembro de cada ano comemora-se, no município de São Leopoldo, o Dia do Rio dos Sinos. Parágrafo Único - Em homenagem a Henrique Luiz Roessler, patrono do ambientalismo no Brasil e filho desta cidade, a semana em que está inserido este dia é denominada Semana Roessler no município de São Leopoldo.

O Rio dos Sinos é Nosso Desenvolver e expandir a consciência ecológica dos alunos; Valorizar a saúde e a vida através da educação ambiental; Reconhecer o ser humano como principal agente de transformação do mundo em que vivemos.

Grupo Sinos 21 municípios da bacia do Rio dos Sinos com escolas participantes

328 turmas inscritas

10.000 alunos (mais de 100 mil pessoas)

Lançado em 2007, o projeto teve continuidade em 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012.

A 7ª edição ocorrerá de 01 de julho a 25 de novembro. Os números alcançados nestes seis anos de competição mostram que os estudantes atenderam ao chamado.

Instituto Martim Pescador

É uma Instituição sem fins lucrativos que visa à preservação ambiental e a ordenação do desenvolvimento responsável da região em torno da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos.

Instituto Martim Pescador

De 2003 até dez/2010, foram atendidas em torno de 155.000 pessoas, (90% estudantes da Rede Pública Estadual e Municipal).

Atividades de Educação Ambiental em navegações diárias pelo Rio dos Sinos, atendendo grupos que se confrontam com a realidade impactante de suas águas. Durante todo o percurso, os tripulantes são orientados por educadores ambientais e demais profissionais que abordam aspectos ambientais, históricos, econômicos e sociais da região.

São Leopoldo – Subproduto 2.3

77

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PINHEIRO, JOSÉ IVAN, Msc ET ALL, A Educação Sanitária e Ambiental como Instrumento de Participação Popular, Conscientização e Controle Social na Regulação dos Serviços de Saneamento Ambiental.

MORAES SANTOS, LUIZ ROBERTO, ET ALL, Formulação da Política de Saneamento Ambiental de Alagoinhas-Bahia a partir de Conferência Municipal como Instrumento de Participação e Controle Social: Exemplo para a Formulação de Políticas Estadual e Nacional de Saneamento. <www.bvsde.paho.org/bvsacd/abes22/cdxli.pdf >. Acesso em agosto,2013.

ZANTA, VIVIANA MARIA ET ALL, Tema Transversais: saneamento e educação ambiental: guia do profissional em treinamento: nível 2 / Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental (org). – Salvador: ReCESA, 2008. 69 p.

MINISTÉRIO DAS CIDADES, SECRETARIA NACIONAL DE SANEAMENTO AMBIENTAL PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM SANEAMENTO, Caderno metodológico para ações de educação ambiental e mobilização social em saneamento -- Brasília, DF: Ministério das Cidades, 2009.

PESQUISA IBOPE/WWF. Consumo Sustentável. Ibope Inteligência. Brasil.2002.

BID, Goiânia Sustentável. Plano de Ação. Goiânia, GO. 2001.

BRASIL, MMA. O que o brasileiro pensa do Meio Ambiente – edição 2012. CP2-Pesquisas. Brasília, DF. 2012.

LEIS MUNICIPAIS - www.leismunicipais.com.br. Acesso em junho-julho 2013.