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FURG Dissertação de Mestrado ELABORAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE FILMES MODIFICADOS DE QUITOSANA POR ÍONS METÁLICOS NA REMOÇÃO DO CORANTE REATIVO PRETO 5 ___________________________________ Denys Alberto da Silva Rodrigues PPGQTA Rio Grande, RS - Brasil 2016

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FURG

Dissertação de Mestrado

ELABORAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE

FILMES MODIFICADOS DE QUITOSANA POR ÍONS

METÁLICOS NA REMOÇÃO DO CORANTE REATIVO

PRETO 5

___________________________________

Denys Alberto da Silva Rodrigues

PPGQTA

Rio Grande, RS - Brasil

2016

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ELABORAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE

FILMES MODIFICADOS DE QUITOSANA POR ÍONS

METÁLICOS NA REMOÇÃO DO CORANTE REATIVO PRETO 5

por

Denys Alberto da Silva Rodrigues

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Química Tecnológica e Ambiental da Universidade

Federal do Rio Grande (RS), como requisito parcial para

obtenção do título de MESTRE EM QUÍMICA.

PPGQTA

Rio Grande, RS - Brasil

2016

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Universidade Federal do Rio Grande Escola de Química e Alimentos

Programa de Pós-Graduação em Química Tecnológica e Ambiental

A Comissão Examinadora abaixo assinada aprova a Dissertação de Mestrado

ELABORAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE FILMES MODIFICADOS DE QUITOSANA POR ÍONS

METÁLICOS NA REMOÇÃO DO CORANTE REATIVO PRETO 5

elaborada por

Denys Alberto da Silva Rodrigues

Como requisito parcial para a obtenção do título de

Mestre em Química

COMISSÃO EXAMINADORA

Profª. Drª. Catarina Motta de Moura (UNIPAMPA)

Prof. Dr. Tito Roberto Sant’Anna Cadaval Junior (FURG)

Prof. Dr. Luiz Antonio de Almeida Pinto (FURG)

Rio Grande, 28 de abril de 2016.

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iv

AGRADECIMENTOS

A Deus

Por me dar oportunidades, saúde e força para continuar esse caminho difícil.

Aos meus pais Jorge e Fátima

Que sempre estiveram ao meu dispor caso eu precisa-se, ajudando-me e me apoiando.

Ensinaram-me muitas coisas, mas uma delas foi que o conhecimento ninguém poderia

tirar de mim. Pai, meu exemplo como homem, trabalhador, honesto, um paizão mesmo.

Mãe, um exemplo de mulher, lutadora e decidida. Obrigado por tudo.

A minha Avó Zenir

Que praticamente me criou, sempre ao meu lado não importa o que acontecesse, me

ajudando, mimando, ensinando, uma mulher realmente incrível. Minha avó, uma

pessoa especial que faz tudo para ajudar quem está próximo a ela. Obrigado. Devo

tudo a ti.

A Fernanda, mulher e grande companheira

Sempre ao meu lado em todos os momentos, acreditando em mim e me apoiando.

Passando tranquilidade quando mais necessito e me dando muito amor e carinho.

Aos meus irmãos Deise, Camila, Natasha, Jorge e Miguel, e aos cunhados

Claudio e Alex

Alguns ajudaram a me criar, e outros conviveram comigo na criação, mas todos sempre

me auxiliando nos momentos difíceis e comemorando nos momentos felizes.

Ao meu amigo Felipe Guimaraes

Que é o cara que para mim define de verdade o sentido da palavra amigo.

A minha amiga Jaque Moura

Que foi fundamental na minha formação, disponibilizando tempo e atenção permanente

para que o trabalho fosse realizado, além de ser uma verdadeira mãe dentro do

laboratório para mim.

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v

Ao Professor Orientador Luiz Antonio de Almeida Pinto

Agradeço ao professor pelas oportunidades que ele me deu e ainda da, pelos

ensinamentos que ele me passa sempre que conversamos e mesmo quando não

conversamos, ainda assim só de estar na presença dele ensinamentos são dados, e

por fim pela dedicação para comigo.

Ao meu coorientador e amigo Professor Dr. Tito Sant’Anna Cadaval Junior

Pela amizade e companheirismo. Por me ajudar a passar pelo mestrado e a manter o

foco no trabalho desenvolvido sendo um grande exemplo como profissional.

Aos bolsistas e Amigos Viviane Arabidian e Carla Costa

Pela colaboração na realização deste trabalho e por terem me dado à oportunidade de

compartilhar o meu humilde conhecimento.

Aos colegas do Laboratório de Operações Unitárias

Pela ajuda, receptividade e aprendizado. Tudo isso foi fundamental na realização deste

trabalho.

Ao amigo Jaques Rizzi (Deus o tenha)

Jaques, um homem de coração grande e um bom amigo. Mesmo não estando presente

no tempo da realização deste trabalho, ele me ensinou muitas coisas quando eu estava

na graduação. O Jaques teve grande importância na minha formação, e é por isso

agradeço a ele.

Aos Professores do Programa de Pós-Graduação

Pelos conhecimentos e aprendizados passados.

À Universidade Federal do Rio Grande e a CAPES

Pela Formação Profissional e bolsa de estudos.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... x

LISTA DE TABELAS ................................................................................................... xi

RESUMO .....................................................................................................................xii

ABSTRACT ................................................................................................................ xiii

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1

1.1. Justificativas......................................................................................................... 3

1.2. Objetivos ......................................................................................................... 3

1.2.1. Objetivos gerais .................................................................................... 3

1.2.2. Objetivos especificos ........................................................................... 3

2. REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 5

2.1. Quitina ............................................................................................................. 5

2.1.1. Aspectos químicos ............................................................................... 5

2.1.2. Processo de extração ........................................................................... 6

2.2. Quitosana ....................................................................................................... 7

2.2.1. Aspectos químicos ............................................................................... 7

2.2.2. Produção da quitosana ........................................................................ 9

2.3. Caracterizações da quitosana .................................................................... 11

2.3.1. Massa molar viscosimétrica média ................................................... 11

2.3.2. Grau de desacetilação (GD) ............................................................... 12

2.4. Filme de quitosana....................................................................................... 12

2.5. Filmes modificados de quitosana............................................................... 13

2.6. Caracterização do filme de quitosana ........................................................ 13

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2.6.1. Propriedades Mecânicas (Tensão de Ruptura – TR e Alongamento

– A) .......................................................................................................... 13

2.6.2. Microscopia eletronica de varredura (MEV) ..................................... 14

2.6.3. Espectrometria na região do Infravermelho (FT-IR) ........................ 14

2.7. Cobre............................................................................................................. 14

2.8. Zinco ............................................................................................................. 15

2.9. Corantes reativos ......................................................................................... 17

2.10. Teoria de adsorção .................................................................................... 17

2.10.1. Isoterma de equilíbrio ...................................................................... 18

2.10.2. Termodinâmica de adsorção ........................................................... 21

2.10.3. Cinética de adsorção ........................................................................ 22

2.11. Dessorção e Reuso .................................................................................... 24

2.12. Uso da quitosana da adsorção de corantes ............................................ 24

3. MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 27

3.1. Obtenção da quitosana ............................................................................... 27

3.1.1. Extração da quitina ............................................................................. 27

3.1.2. Desacetilação da quitina .................................................................... 27

3.1.3. Purificação da quitosana ................................................................... 27

3.2. Caracterização da quitosana ...................................................................... 28

3.2.1. Massa molar viscosimétrica média (MM) ......................................... 28

3.2.2. Grau de desacetilação (GD) ............................................................... 29

3.3. Elaboração dos filmes modificados de quitosana com íons metálicos .. 30

3.4. Caracterização dos filmes modificados de quitosana .............................. 30

3.4.1. Espessura ........................................................................................... 30

3.4.2. Propriedades Mecânicas (Tensão de Ruptura – TR e Alongamento

– A) .......................................................................................................... 30

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3.4.3. Microscopia eletronica de varredura (MEV) dos filmes de quitosana

................................................................................................................. 31

3.4.4. Espectroscopia de energia dispersiva (EDS) ................................... 31

3.4.5. Espectrometria na região do Infravermelho (FT-IR) ........................ 31

3.4.6. Calorimetria exploratória diferencia (DSC)....................................... 31

3.5. Preparação do corante reativo preto 5 ....................................................... 32

3.6. Experimentos de adsorção ......................................................................... 32

3.6.1. Experimentos de equilíbrio ................................................................ 33

3.6.2. Parâmetros termodinâmicos ............................................................. 34

3.6.3. Estudo cinético ................................................................................... 35

3.7. Dessorção e Reuso dos adsorventes ........................................................ 35

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...................................... 36

4.1. Caracterização da quitina ............................................................................ 36

4.2. Caracterização da quitosana ....................................................................... 36

4.3. Filmes modificados de quitosana com íons metálicos ............................. 36

4.3.1. Estudo do melhor eluente para os íons cobre e zinco do filme de

quitosana ................................................................................................ 36

4.4. Características dos filmes de quitosana e filmes modificados de

quitosana ....................................................................................................... 37

4.4.1. Espessura ........................................................................................... 37

4.4.2. Propriedades mecânicas ................................................................... 37

4.4.3. Microscopia eletronica de varredura (MEV) e Espectroscopia de

energia dispersiva (EDS) ....................................................................... 38

4.4.4. Espectrometria na região do Infravermelho (FT-IR) ........................ 40

4.4.5. Calorimetria exploratória diferencial (DSC) ..................................... 42

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ix

4.5. Adsorção do corante textil reativo preto 5 por filmes modificados de

quitosana ....................................................................................................... 45

4.5.1. Isotermas de equilíbrio e Termodinâmica ........................................ 47

4.5.2. Estudos Cinéticos .............................................................................. 52

4.6. Dessorção e Reuso ...................................................................................... 55

5. CONCLUSÕES ....................................................................................................... 58

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 59

APÊNDICE 1 ............................................................................................................... 68

APÊNDICE 2 ............................................................................................................... 71

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x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Monômeros da celulose (a) e da quitina (b). ............................................................... 5

Figura 2. Fluxograma das etapas do processo de extração de quitina. ...................................... 6

Figura 3. Monômero principal da quitosana................................................................................ 8

Figura 4. Esquema de comportamento da quitosana em meio aquoso ácido. ............................ 8

Figura 5. Mecanismo de hidrólise alcalina da quitina. .............................................................. 10

Figura 6. Fluxograma de produção da quitosana. .................................................................... 11

Figura 7. Isotermas características de adsorção.. .................................................................... 19

Figura 8. Estrutura tridimensional otimizada e esquematizada do reativo preto 5.. .................. 32

Figura 9. Imagens de MEV e espectros de EDS: (a),(d) filme puro de quitosana; (b)-(e) FMQ-

Cu; (c),(f) FMQ-Zn. ................................................................................................... 39

Figura 10. Espectros de FT-IR: (a) filme puro de quitosana, (b) FMQ-Cu e (c) FMQ-Zn. ......... 40

Figura 11. Espectros de DSC: (a) filme puro de quitosana, (b) FMQ-Cu e (c) FMQ-Zn. ........... 43

Figura 12. Efeito do pH (2,0 a 8,0) na adsorção de RP5 utilizando: (a) FMQ-Cu, e (b) FMQ-Zn.

................................................................................................................................. 46

Figura 13. Curva de equilíbrio da adsorção do PR5 por: (a) FMQ-Cu, e (b) FQM-Zn. .............. 48

Figura 14. Curvas cinéticas da adsorção do RP5 por filmes de quitosana modificados por íons

metálicos: (a) FQM-Cu, (b) FQM-Zn. ........................................................................ 52

Figura 15. Gráfico dos percentuais de remoção dos ciclos de reuso (adsorção/dessorção): (a)

FQM-Cu, (b) FQM-Zn................................................................................................ 56

Figura 16. Imagens da modificação dos filmes de quitosana com íons metálicos (a) Cu e (b)

Zn. ............................................................................................................................ 69

.........................................................................................................................................................

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xi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Vantagens e desvantagens da aplicação de quitosana na remoção de corantes. . ... 25

Tabela 2. Melhor eluente para retirada do excesso de cobre e zinco dos FMQ. ...................... 36

Tabela 3. Espessura dos filmes de quitosana e quitosana modificada. . .................................. 37

Tabela 4. Tensão de ruptura e alongamento dos filmes de quitosana antes e após a

modificação. .......................................................................................................... 38

Tabela 5. Parâmetros de equilíbrio para a adsorção de RP5 sobre os filmes modificados de

quitosana com íons cobre. ..................................................................................... 49

Tabela 6. Parâmetros de equilíbrio para a adsorção de RP5 sobre os filmes modificados de

quitosana com íons zinco. ..................................................................................... 50

Tabela 7. Parâmetros termodinâmicos para a adsorção do RP5 sobre o filmes modificados de

quitosanas com íons metálico. ................................................................................ 51

Tabela 8. Parâmetros cinéticos para a adsorção do RP5 em FMQ (Cu e Zn). .......................... 54

Tabela 9. Resultados da dessorção do RP5 dos filmes modificados de quitosana com íons

cobre e dos filmes modificados de quitosana com íons zinco.. ............................... 55

Tabela 10. Resultados das capacidades de adsorção e de remoção do RP5 pelos FMQ-Cu e

FMQ-Zn. ................................................................................................................. 69

Tabela 11. Resultados das capacidades de adsorção, percentual de remoção (adsorção) e de

eluição (dessorção) do RP5 pelos FMQ-Cu e FMQ-Zn. .......................................... 70

............................................................................................................................................

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xii

RESUMO

Título: ELABORAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO DE FILMES

MODIFICADOS DE QUITOSANA POR ÍONS METÁLICOS NA REMOÇÃO DO

CORANTE REATIVO PRETO 5

Autor: Denys Alberto da Silva Rodrigues

Orientador: Prof. Dr. Luiz Antonio de Almeida Pinto

Neste trabalho foram produzidos filmes de quitosana, e esses foram modificados

com dois íons metálicos (cobre e zinco) e caracterizados. Os filmes modificados com

cobre e com zinco foram utilização na adsorção do corante Reativo Preto 5 (RP5). Os

filmes modificados de quitosana (FMQ) apresentaram maior estabilidade em sua

estrutura física. A fim de avaliar o comportamento dos filmes modificados (FMQ-Cu e

FMQ-Zn) em processo de adsorção, estes foram aplicados na remoção do corante

reativo preto 5 (RP5) em diferentes condições de pH (2 a 8). O estudo da adsorção foi

realizado sob diversas condições experimentais (pH, temperatura e taxa de agitação)

através das isotermas de equilíbrio, da termodinâmica e da cinética, além de estudar

ciclos de adsorção-dessorção para avaliar a capacidade de reutilização dos filmes. O

filmes modificados de quitosana com íons com cobre e com zinco apresentaram mais

de 90% de remoção do corante RP5 em pH 3,0, e o modelo de Langmuir foi o mais

adequado para representar os dados de equilíbrio para os dois FMQ. As capacidades

máximas de adsorção foram de 1050,1 mg g-1 e 658,4 mg g-1 para FMQ-Cu e FMQ-Zn,

obtidos a 323 K, respectivamente. O processo de adsorção para ambos foi

endotérmico, espontâneo, favorável e controlado pela entropia. A adsorção de RP5

para os FMQ seguiu o modelo cinético de Elovich. O eluente mais adequado para a

remoção do RP5 após adsorção foi o NaOH 0,01 mol L-1, e com estes conseguiu-se

reutilização em cinco ciclos sem grandes perdas no percentual de remoção.

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xiii

ABSTRACT

Title: PREPARATION, CHARACTERIZATION AND DYE ADSORPTION OF

MODIFIED CHITOSAN FILMS FOR METAL IONS.

Author: Denys Alberto da Silva Rodrigues

Advisor: Prof. Dr. Luiz Antonio de Almeida Pinto

In this study chitosan films were produced, and these were modified with two

metal ions (copper and zinc) and characterized. The films modified with copper and zinc

were used in the adsorption of dye Reactive Black 5 (RP5). Chitosan modified films

(CMF) showed more stability in its physical structures. In order to evaluate the behavior

of modified films (CMF-Cu and CMF-Zn) in adsorption process, the films were applied in

the removal of dye reactive black 5 (RB5) at different conditions pH (from 2 to 8). The

adsorption study was conducted under various experimental conditions (pH,

temperature and agitation rate) by the equilibrium isotherms, thermodynamics and

kinetics, as well as, the adsorption-desorption cycles were used to evaluate the reuse

capacity of the films. Chitosan modified films with copper and zinc ions showed more

than 90% removal of RB5, at pH 3.0, and Langmuir model was the most suitable to

represent the equilibrium data, for both. The maximum adsorption capacities were of

1050.1 mg g-1 e 658.4 mg g-1 for CMF-Cu e CMF-Zn, obtained at 323 K, respectively.

The adsorption process was endothermic, spontaneous and controlled by entropy, for

both modified films. The RB5 adsorption by CMF followed the Elovich kinetic model.

The most suitable eluant for the removal of RB5 after adsorption was NaOH 0.01 mol L-

1, and the modified films could be reused in five cycles without great losses in the

removal percentage.

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1. INTRODUÇÃO

As indústrias têxteis vêm contribuindo ativamente no Brasil e no mundo, tanto

beneficamente quanto prejudicialmente. Dentre os benefícios, esta o crescimento

econômico que torna a indústria indispensável. No entanto, entre os malefícios esta a

causa de grandes problemas ambientais, no descarte de altas cargas de despejos

poluidores, com elevado teor de toxicidade ao homem e a natureza.1

Os despejos desse tipo de indústria, se não tratados adequadamente, podem se

tornar um fator preocupante quando despejados em mananciais. Os principais

contaminantes da indústria têxtil são os corantes reativos, que por sua vez são

compostos tóxicos e não biodegradáveis que afetam principalmente a vida aquática.2

Existe cerca de dez mil diferentes tipos de corantes e pigmentos, sendo que

8×105 toneladas são consumidos anualmente em todo o mundo e, aproximadamente,

30% desse valor é consumido no Brasil.2 Estima-se que a formação de efluente

alcance o valor de 15% dessa quantidade.3

A remoção dessas espécies do meio aquoso é extremamente dificultada por

suas elevadas solubilidades, e principalmente devido aos corantes não pertencerem às

mesmas classes de compostos químicos e apresentarem grupos funcionais

diferenciados.4

Existem diversos processos biológicos, físicos, químicos e físico-químicos que

têm sido utilizados para tratar esse tipo de contaminante de meios aquosos, dentre

eles, a adsorção é um dos métodos mais comumente utilizado devido ao seu relativo

baixo custo, a facilidade de operação e elevada eficiência.5-12 Atualmente uma série de

adsorventes tem sido estudados, e destacam-se os provenientes de fontes

renováveis.12 Um adsorvente que vem ganhando seu espaço e se tornado cada vez

mais promissor é a quitosana, uma forma parcialmente desacetilada da quitina. A

quitina é constituída por unidades de β(1→4)-2-amino-2-desoxi-D-glicopiranose e

β(1→4)-2-acetamido-2-desoxi-glicopiranose. É encontrada em abundância na natureza

e tem como principais fontes naturais às carapaças de crustáceos (caranguejo,

camarão, lagosta), sendo também encontrada em insetos, moluscos e na parede

celular de fungos.13,14

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2

A quitosana é biologicamente inerte e apresenta características importantes

como versatilidade, abundancia, atoxidade e bioatividade, além de apresentar alta

eficiência como adsorvente, tornando-a propicia na utilização na operação de

adsorção.2

A utilização de quitosana como adsorvente na forma de pó ou em flocos é muito

frequente. Porém, nestas formas apresenta desvantagens como a necessidade de

centrifugação ou filtração para separação adsorvente/adsorbato após a adsorção.

Esses problemas são minimizados realizando modificações estruturais, tais como a

utilização de filmes de quitosana capazes de serem separados da solução por um

simples gradeamento. Entretanto, existe a necessidade de modificações químicas na

estrutura dos filmes para que o material possa se manter, sem perder suas

propriedades como adsorvente, a fim de possibilitar o reuso do mesmo.13

Assim, este trabalho teve como objetivo, a preparação e modificação de filmes

biopoliméricos de quitosana com diferentes íons metálicos, e avaliá-los na adsorção,

regeneração e reuso frente à remoção do corante têxtil reativo preto 5 de soluções

aquosas. Inicialmente, foi realizado o estudo para a modificação dos filmes com

diferentes íons. A modificação dos filmes de quitosana por íons metálicos foi realizada

pela adsorção dos íons pelos filmes puros, a fim de alterar as propriedades mecânicas,

adsortivas e de reuso do mesmo, devido a presença do metal em sua estrutura

polimérica. Primeiramente, o pH de adsorção para cada íon foi estabelecido de acordo

com a literatura15,16, e posteriormente foram avaliados diferentes eluentes para a

remoção dos íons mais fracamente ligados ao filme. Os filmes modificados de

quitosana (FMQ) foram caracterizados de acordo com a espessura, propriedades

mecânicas (tensão de ruptura - TR e alongamento - A), por microscopia eletrônica de

varredura (MEV), espectroscopia de energia dispersiva (EDS), espectroscopia na

região do infravermelho (FT-IR), calorimetria exploratória diferencial (DSC), e

comparados com o filme puro. Em seguida, foram aplicados na adsorção do corante

têxtil reativo preto 5 (RP5), onde foi realizada a comparação entre as capacidades de

adsorção e de regeneração na remoção do corante RP5 de soluções aquosas. Foram

avaliados o efeito do pH, equilíbrio, termodinâmica, e cinética para cada filme.

Posteriormente, a possibilidade de interações FMQ-RP5 foram elucidadas, e os ciclos

de adsorção-dessorção foram realizados.

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1.1. Justificativas

As indústrias pesqueiras da cidade de Rio Grande/RS possuem um considerável

produção de resíduos de camarão, mostrando que a cidade é um grande polo

pesqueiro. Mais de 60% da massa do camarão pescado é de resíduos como cabeça e

carapaça, e destes aproximadamente 5-7% são compostos por quitina.14 Assim, a

produção de quitosana a partir da quitina obtida dos resíduos de camarão é uma

alternativa para agregar valor a estes coprodutos, que na maioria das vezes acaba

como um passivo ambiental. No Laboratório de Tecnologia Industrial/EQA/FURG estão

sendo realizadas pesquisas para o aproveitamento desses resíduos, como é o caso da

produção de quitosana.

A quitosana é uma matéria-prima renovável e possui alta capacidade de

adsorção em soluções diluídas, e alta afinidade com uma variedade de corantes, além

de possuir uma boa versatilidade, podendo ser utilizada de diversas formas, como por

exemplo, pós, filmes, membranas, fibras, esponjas, géis, esferas ou apoiados em

suportes inertes, entretanto existem poucos estudos a respeito da reutilização dos

adsorventes a fim de possibilitar sua aplicação em maior escala.

1.2. Objetivos

1.2.1. Objetivo geral

O objetivo desta pesquisa foi verificar o potencial de filmes de quitosana

modificados com íons metálicos na remoção do corante reativo preto 5 de soluções

aquosas por adsorção, bem como avaliar a dessorção e o reuso destes.

1.2.2. Objetivos específicos

• Extrair quitina de resíduos de camarão;

• Produzir quitosana a partir da quitina;

• Elaborar filmes de quitosana e fazer suas modificações com íons metálicos;

• Avaliar as propriedades mecânicas (tensão de ruptura e alongamento) dos filmes

modificados e compará-los com os filmes puros;

• Aplicar os filmes modificados de quitosana na adsorção do RP5, em diferentes

valores de pH;

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4

• Obter experimentalmente isotermas de adsorção dos filmes modificados de

quitosana, e verificar o ajuste dos modelos de isotermas (Langmuir e Freundlich) em

diferentes temperaturas;

• Determinar os parâmetros termodinâmicos de adsorção;

• Obter experimentalmente as curvas cinéticas de adsorção, e verificar os ajustes

dos modelos cinéticos para o corante têxtil reativo preto 5, em diferentes taxas de

agitação;

• Verificar diferentes eluentes para o processo de dessorção;

• Avaliar a capacidade e os ciclos de reuso dos filmes modificados de quitosana.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

Esta revisão bibliográfica aborda os temas relacionados a quitina, quitosana,

filmes de quitosana, corantes reativos e teoria de adsorção.

2.1. Quitina

2.1.1. Aspectos químicos

A quitina é um polissacarídeo de cadeia linear constituída, quase que

exclusivamente, por unidades 2-acetamido-2-desoxi-D-glicopiranose unidas por

ligações β(1→4), sendo considerada a segunda substância mais abundante na

natureza, estando atrás somente da celulose que por sua vez tem semelhanças com a

quitina, sendo diferente somente pelo grupo presente no carbono 2 que apresenta uma

hidroxila (Figura 1 (a)), onde na quitina se encontra um grupo acetamido (Figura 1

(b)).17

Figura 1. Monômeros da celulose (a) e da quitina (b).17

(a)

(b)

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6

A quitina, por ser versátil, pode ser utilizada como agente floculante no

tratamento de efluentes, como adsorvente na clarificação de óleos, e em sua maioria

para a produção de quitosana. Na remoção dos grupos acetil da quitina para a

produção da quitosana, as características e as fontes de origem são os fatores que

mais influenciam na velocidade da reação de desacetilação.18,19

Raramente se encontra na natureza a quitina em sua forma pura, por ser uma

matéria natural e taxonômica variada, necessita de processos tecnológicos para que

seja extraído.

2.1.2. Processos de extração

No processo de isolamento da quitina de resíduos de crustáceos é necessário

três etapas de tratamentos químicos denominadas desmineralização, desproteinização

e desodorização, que tem como principal objetivo a retirada de carboidratos, proteínas

e pigmentos, respectivamente. A Figura 2 apresenta o fluxograma das etapas de

extração da quitina.

Figura 2. Fluxograma das etapas do processo de extração de quitina.14

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A desmineralização pode ser realizada com diferentes soluções ácidas, em

diferentes condições de temperatura e tempo. O principal objetivo dessa etapa é a

retirada de minerais (sais de cálcio). Normalmente, essa etapa da extração é bem

sucedida com a utilização de ácido clorídrico diluído à temperatura ambiente por 1 a 3

h.20,21

Diferentes soluções básicas podem ser utilizadas na etapa de desproteinização

que consiste na eliminação de proteínas, porém é mais comumente utilizado o

hidróxido de sódio em temperaturas elevadas (65 a 100ºC).20

A desodorização consiste na retirada de pigmentos e de odores provenientes da

biomassa. Quando presentes, a remoção é feita por branqueamento, com hipoclorito

de sódio, ou com a utilização da mistura de etanol e acetona.20

Para as etapas de extração da quitina, normalmente são utilizadas soluções

diluídas, a temperatura ambiente e com curto tempo de extração para que não ocorra a

degradação do material, evitando assim mudanças das suas propriedades (caráter

macromolecular e a hidrólise dos grupos acetamida).20

2.2. Quitosana

2.2.1. Aspectos químicos

A quitosana é um polissacarídeo linear de alta massa molar obtido a partir da

hidrolise alcalina dos grupos acetamida da quitina. A quitosana é um copolímero

heterogêneo, pois a desacetilação da quitina é parcial, portanto composta tanto por

unidades de 2-acetamida-2-desoxi-β-D-glucopiranose quanto por unidades de 2-amina-

β-D-glucopiranose ligados por ligações do tipo β(1→4), sendo composta em sua

maioria pela segunda unidade. A desacetilação é basicamente a retirada dos grupos

acetil, substituindo-os por grupos amino (NH2), que são grupos bastante reativos e,

portanto ficam disponíveis para reações químicas e formação de sais com ácidos,

sendo essa substituição do grupo na posição 2 a única diferença entre quitina e

quitosana.22 O grupo hidroxila nas posições dos carbonos 3 e 6 também podem ser

utilizados para a formação de derivados. O monômero principal da quitosana pode ser

observado na Figura 3.

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Figura 3. Monômero principal da quitosana.

Quando a quitina passa a ser quitosana, isto é, o grau de desacetilação passa a

ser maior que 50%, a mesma torna-se solúvel em meio aquoso ácido. Quanto maior o

grau de desacetilação maior a solubilidade em meio aquoso ácido, isto ocorre devido à

protonação do grupo amino funcional fazendo com que esses grupos se repelem entre

si, por meio da conversão para um polieletrólito em meio ácido. A Figura 4 apresenta o

esquema de como ocorre a protonação do grupo amino.23

Figura 4. Esquema de comportamento da quitosana em meio aquoso ácido.23

O grau de desacetilação (GD) não determina sozinho a solubilidade da

quitosana, a massa molar também cotribui, ou seja, determinando a distribuição dos

grupos acetil ao longo da cadeia polimérica. Como a desacetilação é feita no estado

sólido e a quitina tem um caráter semicristalino, a estrutura obtida é irregular. O grau de

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ionização depende do pH e do pKa do ácido. A solubilização em ácido clorídrico da

quitosana com alto GD e grau de ionização médio em torno de 0,5 corresponde a um

pH entre 4,5 e 5,0. Para dissolver a quitosana em ácido acético foi observado que a

quantidade de ambos depende um do outro, sendo necessário no mínimo uma

concentração de prótons igual à concentração de unidades amino envolvidas no

processo.13

A quitosana tem sido muito utilizada em muitas áreas de aplicação, destacando-

se nas áreas da biotecnologia (imobilização de enzimas, matriz para cromatografia em

membrana), engenharia biomédica (substituto da pele, promove crescimento dos

tecidos, agente hemostático, atividade biológica, curativos e lentes de contato),

farmacêutico (produção de fármacos (transporte)), agricultura (revestimento de

sementes e fertilizantes e tratamento de solos), indústria de alimentos (conservação de

alimentos, recuperação de produto no processamento de alimentos, clarificação e

desacidificação de sucos de fruta e derivados, agentes emulsificante e estabilizador de

cor, bioconversão, aditivos de rações animais), e indústria química (coagulação,

filtração e adsorção). Além disto, a quitosana apresenta uma facilidade de formar

matrizes filmogênicas, devido suas propriedades intrínsecas como a

biodegradabilidade, biocompatibilidade, bioadesividade, polifuncionalidade e

hidrofilicidade, e seu caráter policatiônico em meio ácido assim como a capacidade de

formar pontes de hidrogênio.13,17

2.2.2. Produção da quitosana

A conversão de quitina em quitosana pode ser feita por meio de uma reação

química ou por reações enzimáticas, sendo o primeiro mais amplamente utilizado por

ter um menor custo. A reação química da desacetilação alcalina consiste da quebra da

ligação N-acetil presentes na quitina deixando a grupo amino reativo livre.23 A Figura 5

apresenta o mecanismo de hidrólise alcalina da quitina.

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10

Figura 5. Mecanismo de hidrólise alcalina da quitina.23

Durante a reação de desacetilação algumas das ligações N-acetil não são

quebradas, e as que são rompidos não se é possível prever quais foram os grupos

desacetilados ao longo da cadeia. Porém, fatores da reação como a concentração

alcalina, a relação entre quantidade de solução alcalina e quantidade de quitina, o

tempo e a temperatura podem ajudar a controlar a velocidade de reação, assim como a

distribuição das unidades desacetiladas e a massa molar.14

A Figura 6 apresenta o Fluxograma com as etapas de produção da quitosana.

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11

Figura 6. Fluxograma de produção da quitosana.14

Apesar de não ser possível controlar a distribuição dos grupos acetil e as

variações no grau de desacetilação, na viscosidade e na massa molar, o método

termoquímico é o mais amplamente utilizado por ser mais eficiente e apresentar alta

produtividade frente a outros métodos.24

2.3. Caracterização da quitosana

2.3.1. Massa molar média viscosimétrica (MM)

Entre as características mais importantes de um polímero, a massa molar é

essencial. A distribuição de massas molares e a estrutura do polímero condicionam

muito de suas propriedades. As técnicas mais estudadas para a determinação da

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massa molar de um polímero são a viscosimetria, a osmometria, a dispersão de luz, a

cromatografia de permeação gel e a espectrometria de massa em matriz com ionização

laser.

A técnica mais comumente utilizada para determinar a massa molar média de

um polímero é a viscosimetria por ser um método simples e apresenta um baixo custo

de equipamento.14

2.3.2. Grau de desacetilação (GD)

Na determinação do grau de desacetilação as técnicas existentes são a análise

elementar, titulação potenciométrica,25,26 espectroscopia de ultravioleta27 e FT-IR28. O

que vai determinar qual é a melhor técnica é o polímero e a sua solubilidade, o método

de purificação e da disponibilidade de equipamento. Os métodos mais usuais na

atualidade são espectroscopia na região do infravermelho (FR-IR)28 e a titulação

potenciométrica.29,30

2.4. Filmes de quitosana

Na formação dos filmes de quitosana, ocorre interações intra e intermoleculares

que formam uma rede tridimensional semirrígida de ligações cruzadas da cadeia

polimérica.31 A escolha do método e dos componentes para formar o filme depende da

finalidade que se quer dar a ele. Primeiramente se deve ter o biopolímero ou agente

formador de filme (macromolécula), para que se obtenha uma matriz com força de

coesão e tensão adequada, então um solvente adequado (água, etanol, água/etanol,

ácido acético, entre outros), caso necessário um plastificante (glicerol, sorbitol, etc.), e

um agente ajustador de pH (soluções alcalinas e ácidas).32

As técnicas para formar filmes biopoliméricos utilizam principalmente uma

solução do polímero para formar uma camada fina, entre elas estão a técnica casting,

extrusão, termoformagem, injeção, sopro, entre outras.33 A técnica casting é a mais

comumente utilizada na atualidade, ela consiste na dissolução do biopolímero em

solvente para a formação da solução formadora de filme, então esta solução é vertida

em um suporte de área conhecida e deixada em repouso para evaporação do

solvente.23,32

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2.5. Filmes modificados de quitosana

Os filmes de quitosana vêm sendo pesquisados vastamente no campo da

adsorção, e o uso de modificações no mesmo se apresenta como uma alternativa para

tornar o adsorvente mais eficiente com relação a capacidade de adsorção e ao reuso.

Existe uma gama de modificações sendo estudadas, entre elas as quitosanas

reticuladas, quitosanas modeladas, derivados de quitosana contendo N, P e S como

heteroátomo, outros derivados de quitosana (quitosana coroa éteres, complexos de

quitosana de EDTA/DTPA, copolímeros de enxerto de quitosana, açúcares de enxerto

de quitosana, derivados de quitosana com 1,3 dicarbonílicos, conjugados de quitosana-

ciclodextrina, seus derivados halogenados), e a impressão molecular.34

2.6. Caracterização dos filmes de quitosana

2.6.1. Propriedades mecânicas (Tensão de Ruptura - TR e Alongamento - A)

As propriedades mecânicas dos filmes são consideradas de alta importância,

pois elas influenciam diretamente em suas aplicações. A flexibilidade, o alongamento e

a tensão de ruptura apropriados são importantes características físicas para que se

determine o comportamento do filme em relação às influências mecânicas externas,

permitindo identificar se o filme é adequado ou não para a utilização a que se destina.35

As principais propriedades mecânicas dos filmes biopoliméricos são a tensão de

ruptura e o alongamento. Essas propriedades são avaliadas com a realização do teste

de tração, no qual uma amostra será deformada até que ocorra o rompimento. A

tensão de ruptura é a resistência máxima que o filme aguenta até o ponto ruptura. O

alongamento por sua vez é o nível de maleabilidade do filme, ou seja, a capacidade do

filme se deformar antes de se romper.36,37

Existem diversos parâmetros que podem influenciar nas propriedades dos

filmes, como por exemplo, a estrutura do polímero, a composição química, a presença

de aditivos, o tipo de solvente e as condições do ambiente para formação do filme.

Os ensaios para determinar as propriedades podem ser feitas em texturômetro

que consiste no alargamento à velocidade constante, das garras que prendem as

extremidades de uma tira de filme.

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14

2.6.2. Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

As morfologias dos filmes são verificadas através de microscopia eletrônica de

varredura (MEV), utilizando um microscópio eletrônico.38 As amostras são metalizadas

com ouro, e são utilizadas acelerações de voltagem de 5 e 10 kV e faixa de

magnificação variando de 30 a 100.000 vezes.

2.6.3. Espectrofotometria na região do infravermelho (FT-IR)

Para identificar os grupamentos funcionais presentes nos filmes de quitosana e

filmes modificados de quitosana, é utilizada análise de infravermelho com transformada

de Fourier (FT-IR). As amostras são submetidas à determinação espectroscópica na

região do infravermelho (450-4500nm), usando a técnica de refletância atenuada

total.39

2.7. Cobre

O cobre (Cu) é um metal de transição pertencente ao grupo 11(IB) da

classificação periódica, apresenta número atômico 29, massa atômica 63,6 e

densidade 8,92 g cm-3. Pode ser encontrado com estado de oxidação 2+ e em menor

escala 1+. No estado puro, denominado cobre nativo, raramente é encontrado na

natureza. Normalmente está associado a outros elementos químicos em várias formas

estruturais, proporções estequiométricas e combinações químicas, formando diversos

minerais.85 É amplamente distribuído no estado elementar como sulfetos, arsenitos,

cloretos e carbonatos. O cobre por apresentar características combinadas de

maleabilidade, condutividade elétrica, condutividade térmica e durabilidade, tem sido

amplamente aplicado em galvanoplastia, ligas, manufatura de fios e condutores,

eletrodos, baterias, tintas e inseticidas, fungicidas.86 As principais formas solúveis

desse metal encontradas nas águas são Cu2+, Cu (HCO3) e Cu (OH)2. A concentração

de Cu dissolvido depende do pH, do potencial de oxirredução da água, da presença de

cátions competidores (Ca2+, Fe2+, Mg2+ , por exemplo), ânions de sais cúpricos

insolúveis (OH- , S2-, PO43-, CO3

2-) e agentes complexantes orgânicos e inorgânicos. Os

principais precipitados formados em águas naturais são malaquita [Cu2(OH)2CO3],

hidróxido de cobre e azurita [Cu3(OH)2(CO3)2]. Em águas com baixa bioquímica de

oxigênio, forma-se Cu2S, Cu2O e cobre metálico, os quais sofrem deposição. A

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combinação de processos de complexação, adsorção e precipitação controlam a

concentração de Cu (II) livre e, na maioria das águas naturais, as condições químicas

são tais que, mesmo em concentrações relativamente elevadas de cobre, estes

processos reduzem o cobre livre para valores extremamente baixos.87 A concentração

normal deste metal no solo é de 20 m kg-1, com variações na faixa de 6 a 80 mg kg-1. O

cobre ocorre nos sólidos e na solução do solo quase que exclusivamente na forma de

Cu2+. As formas reduzidas (Cu+ e Cu°) são possíveis somente em solos em condições

de redução, especialmente na presença de íons de enxofre e de halogênios. Ambientes

ácidos determinam uma maior mobilidade do metal, enquanto condições de pH acima

de 6 favorecem a sua retenção, especialmente em solos tropicais, onde os

sesquióxidos de ferro, alumínio e manganês possuem grande capacidade de retenção

do metal.88 Logo, a dinâmica desse metal no solo é bastante complexa e altamente

afetada por inúmeros fatores do meio, principalmente a composição química, física,

mineralógica do solo, a quantidade de matéria orgânica e o pH.89 Para o homem, a

deficiência ou exposições a altas doses de cobre podem acarretar em efeitos adversos

à saúde. A deficiência desse elemento pode causar anemia hipocrônica, formação

óssea anormal com fragilidade esquelética e osteoporose e anormalidades

vasculares.90 Enquanto que o envenenamento agudo pode acarretar em salivação,

náusea, diarréia e vômito em conseqüência do efeito irritante do cobre na mucosa

gastrointestinal.91

2.8. Zinco

O zinco (Zn) é o primeiro elemento do grupo II B da tabela periódica, possui

número atômico 30, massa atômica 65,38, densidade 7,14 g cm-3 e valência 2+. O

elemento e seus compostos são encontrados na crosta terrestre e estão presentes na

maioria das rochas, certos minerais e alguns sedimentos. O metal é obtido

principalmente da esfalerita, smithsonita (ZnCO3), hemimorfita (silicato básico hidratado

de Zn), além da hopeíta [Zn3(PO4)2.4H2O] e willemita (Zn2SiO4) (BRANCO, 1987).92 O

zinco parece estar distribuído uniformemente nas rochas magmáticas, seu teor

aumenta um pouco nas rochas máficas (80 a 120 ppm) e diminui levemente nas rochas

ácidas (40 a 60 ppm). A concentração do metal nos sedimentos argilosos e folhelhos

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são reforçadas, variando de 80 a 120 ppm, enquanto que nos arenitos e rochas

carboníferas as concentrações do metal variam no intervalo de 10 a 30 ppm (KABATA-

PENDIAS & PENDIAS, 1992).93 A utilização do zinco em diversas ramificações da

indústria ocorre, principalmente, devido as suas características químicas e

metalúrgicas. O uso mais comum do zinco é no revestimento de ferro e outros metais

para prevenir a corrosão, sendo também misturado com outros metais para formar ligas

(latão e bronze). Os compostos do zinco são geralmente utilizados na produção de

tintas, cerâmicas, entre outros produtos. Nas águas, o zinco ocorre principalmente no

estado de oxidação 2+, e exibe propriedades anfóteras, dissolvendo-se em ácidos para

formar o cátion hidratado Zn (II), e em bases fortes para formar ânions de zincato

(provavelmente Zn (OH)-24) (USEPA, 1980).94 O zinco dissolvido pode ocorrer como íon

livre hidratado ou como complexo dissolvido e compostos com diferentes graus de

estabilidade. O zinco suspenso pode ser dissolvido com mudanças nas condições das

águas (ex.: pH, potencial redox e especiação da solução) ou pode ser sorvido pela

matéria orgânica em suspensão. Precipitação de compostos solúveis de zinco é

significante somente em condições redutoras em águas muitos poluídas. Geralmente,

em valores baixos de pH, o zinco permanece como íon livre. Este íon tende a ser

adsorvido e transportado por sólidos suspensos em águas não contaminadas (ASTDR,

2005).95 Em águas contaminadas onde a concentração de zinco é alta, a remoção do

metal por precipitação do hidróxido é possível, particularmente quando o pH é maior

que 8,0 (USEPA, 1979).96 Em ambiente aeróbico e na presença de íons sulfeto, a

precipitação de sulfeto de zinco limita a mobilidade do metal. A mobilidade relativa do

zinco no solo é determinada pelos mesmos fatores que afetam seu transporte em

sistemas aquáticos (solubilidade do composto, pH, salinidade) (ATSDR, 2005).95 O

zinco é um metal essencial, logo, tanto a ausência quanto à exposição excessiva

podem trazer efeitos nocivos. A absorção excessiva do metal ao organismo pode levar

a um quadro de intoxicação, resultando em sintomas como vômitos, diarréias e cólicas.

A inalação de vapores de Zn produzidos nos processos de solda e fabricação de ligas

de Zn causam grande irritabilidade e lesões ao sistema respiratório (BRITO FILHO,

1988).97

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2.9. Corantes Reativos

Os corantes reativos fazem parte de uma classe que são amplamente utilizados

pelas indústrias têxteis, e vem crescendo ainda mais seu uso devido à sua reatividade

com as fibras e estabilidade da cor. As moléculas de corantes reativos podem ser

classificadas principalmente pelos seguintes sistemas estruturais: grupo cromóforo, que

é parte responsável pelo fenômeno da cor; um grupo sulfonato, responsável pela

solubilidade e caráter aniônico do corante; e um grupo reativo, capaz de formar

ligações covalentes com grupos hidroxila e amino. Os grupos reativos mais comuns

são do tipo anel heterocíclico e vinilsulfona.40,41

Estas classes de corantes são conhecidas como os mais problemáticos em

efluentes têxteis por serem de difícil remoção, alta solubilidade e baixa

biodegradabilidade.42 Existem espécies de corantes altamente solúveis em água, que

os processos de tratamento tradicionais não são capazes de remover a cor presente

nos efluentes. Desse modo, surge a necessidade de se implantar novos materiais

capazes de minimizar ou até mesmo resolver o problema.43

2.10. Teoria de Adsorção

Inúmeros processos físicos, químicos e biológicos ocorrem na camada entre

duas fases e outras são iniciadas na interface. A tendência de aumento de

concentração e acumulação de uma substância (adsorbato) sobre a superfície do

adsorvente é o que caracteriza o processo de adsorção.44 O fenômeno da adsorção é

termodinamicamente explicado pela existência de forças de atração perpendiculares ao

plano da superfície da fase sólida, que, dessa forma, ocorre a transferência do soluto

para a superfície sólida, passando a apresentar insaturação.45 Então a adsorção

consiste na condensação de partículas, quer sejam íons, moléculas ou partículas

coloidais, na superfície de separação entre alguns sólidos e uma fase gasosa ou

líquida com que estão em contato. Geralmente esse processo é reversível,

dependendo das alterações na pressão, na temperatura, pH e força iônica da solução e

presença de agentes complexantes, quando envolver íons metálicos. A tecnologia de

adsorção é, portanto, espontâneo que tende a reduzir o estado de desordem

molecular.46

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Dependendo da natureza das forças superficiais, a adsorção pode ser

classificada como adsorção física ou fisissorção. A adsorção física é causada por

forças de interação molecular que envolvem dipolos permanentes e os dipolos

induzidos, causando então uma atração superficial que envolve fenômeno de

condensação ou de atração de van der Waals, onde normalmente se observa a

deposição de mais de uma camada de adsorbato sobre a superfície de adsorvente.

Esse tipo de adsorção apresenta calor de adsorção relativamente baixo em relação à

quimissorção, sendo de caráter reversível.45,46

Na adsorção química, ou quimissorção, pode haver a formação de ligações

químicas entre as valências livres do sólido e do adsorbato. Esse processo ocorre por

rearranjo de forças, e é restrito à primeira camada superficial do adsorvente. O

comportamento é característico de adsorção localizada, com as moléculas adsorvidas

fixas na superfície do material adsorvente e, usualmente, se constitui num processo

irreversível com calor de adsorção bem maior que a fisissorção. A natureza das

espécies envolvidas é que permitirá ou não a ocorrência da ligação química. Portanto,

a adsorção química se torna específica, não ocorrendo igualmente para todas as

espécies em solução.45,46

Comumente, são avaliadas as condições de equilíbrio, a cinética, a

termodinâmica, os mecanismos envolvidos e os fatores que afetam o processo de

adsorção em sistemas descontínuos para que haja o correto dimensionamento e

compreensão de um sistema de adsorção. Assim o estudo para determinar modelos de

isotermas, modelos cinéticos e modelos termodinâmicos para cada corante existente

vem crescendo, a fim de buscar explicações mais detalhadas sobre o processo

adsortivo.47-50

2.10.1. Isotermas de Equilíbrio

As isotermas de adsorção são curvas que relacionam a capacidade de

adsorção, q, versus a concentração residual do adsorbato em solução no equilíbrio Ceq.

A interação entre o adsorvente e o soluto é controlada e pode ser interpretada como

um equilíbrio de fase, relacionando a concentração do soluto na fase sólida com sua

concentração na fase líquida que é determinada pela variação dos parâmetros

experimentais (concentração inicial do adsorbato, Co; volume de solução, V; e massa

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de adsorvente, m). A concentração residual do adsorbato em solução é usada para

calcular a capacidade pelo balanço de massa.51

As isotermas podem ser classificadas em função das características da

adsorção como: a interação intermolecular entre o adsorvente e adsorbato, a energia

envolvida no processo, o tamanho dos poros e o número de camadas adsorvidas.

Ruthven (1984) apresentam cinco tipos característicos de isotermas de

adsorção, como mostrado na Figura 7.84

Figura 7: Isotermas características de adsorção.

Fonte 84

As isotermas do tipo I apresentam um platô convexo, o qual está associado à

formação de uma camada monomolecular a adsorventes não porosos ou

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microporosos, nos quais os tamanhos dos poros não são muito maiores que o diâmetro

molecular do adsorbato. Os tipos II e III descrevem a adsorção em multicamadas

geralmente em adsorventes com poros de tamanhos heterogêneos. Isotermas do tipo

IV são relativas à adsorção em duas camadas ou que ocorram nas paredes de poros

muito mais largas do que o diâmetro molecular do adsorbato. As curvas do tipo V

descrevem comportamento similar ao tipo IV, considerando interações fortes e/ou

fracas entre o adsorvente e o adsorbato. 81,84

Existem vários modelos de isotermas, incluindo, Langmuir, Freundlich, BET,

Toth, Temkin, Redlich-Peterson, SIPs, Frumkin, Harkins-Jura, Halsey, Henderson e

Dubinin-Radushkevich. Estas equações de isotermas de equilíbrio são usadas para

analisar dados experimentais de adsorção e descrever o equilíbrio de adsorção.45, 52-54

A seguir são apresentadas as isotermas mais usuais na remoção de corante por

quitosana:

O modelo de adsorção sugerido por Langmuir, também conhecido como

isoterma de Langmuir, atende o fenômeno de adsorção em superfície homogênea, com

um número fixo de sítios específicos disponíveis na superfície, e com a formação de

uma camada superficial monomolecular. O modelo também considera que as

moléculas adsorvidas não sofrem interação como o meio e nem entre si. Apresentando

o adsorvente uma capacidade finita de adsorver determinada substância, a saturação

da monocamada (com Ce→∞) pode ser representada pela Equação 1:45,52

eL

eLm

eCk1

Ckqq

(1)

sendo, qm a máxima capacidade de adsorção na monocamada (mg g-1), kL a constante

de Langmuir (L mg-1), e qe e Ce a capacidade de adsorção (mg g-1) e a concentração de

equilíbrio (mg L-1), respectivamente.

O fator de separação ou fator de equilíbrio (RL) é uma característica essencial do

modelo de isoterma de Langmuir e está representada de acordo com a Equação 2.

eL

LCk1

1R

(2)

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Valores de RL>1 indicam que o processo é desfavorável, RL=1 indicam uma

isoterma linear, 0<RL<1 indicam que o processo é favorável e RL=0 indica que o

processo é irreversível.53

A isoterma de Freundlich é empírica e muito utilizada porque descreve com

muita precisão os dados de ensaios de adsorção em sistemas aquosos, além de

descrever o equilíbrio em superfícies heterogêneas e não restringir a adsorção

somente em monocamada. A mesma está representada pela Equação 3. 45,52

1/n

eFe Ckq

(3)

sendo, kF a constante de Freundlich ((mg g-1)(L mg-1)1/n) e 1/n o fator de

heterogeneidade.

2.10.2. Termodinâmica de adsorção

A determinação dos parâmetros termodinâmicos: variação da energia livre de

Gibbs (ΔG), a variação de entalpia de adsorção (ΔH) e a variação de entropia de

adsorção (ΔS) são importantes, pois denotam características sobre o estado final do

sistema. Além disso, os cálculos destes parâmetros indicam se o processo é

espontâneo e, endotérmico ou exotérmico e oferecem informações sobre a entropia na

interface adsorvente/adsorbato.45,55 De acordo com a termodinâmica, ΔG pode ser

calculado através de Equação 4:

DRTlnkΔG (4)

sendo, kD a constante de equilíbrio termodinâmico (L mg-1).

De acordo com a termodinâmica, a Energia Livre de Gibbs corresponde a

diferença entre a variação da entalpia de adsorção (ΔH) e a variação da entropia de

adsorção (ΔS), à uma temperatura constante. Desta maneira, aplicando este conceito à

Equação 4, os parâmetros termodinâmicos ΔH e ΔS podem ser determinados através

do gráfico de Van’t Hoff’s, ajustando os dados à Equação 5 e obtendo-se um

coeficiente angular ΔH/R e um coeficiente linear ΔS/R:45,55

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22

R

ΔS

RT

ΔHlnk D

(5)

sendo, R = 8,31x10-3 kJ mol-1 K-1 e T a temperatura (K).

2.10.3. Cinética de Adsorção

Os estudos cinéticos de adsorção, além de serem importantes para a explicação

da interação adsorvente/adsorvato, através da determinação de parâmetros como

ordem de reação, constante de velocidade, energia de ativação, também estabelecem

os tempos de equilíbrio reacional.3 Os modelos mais utilizados são o de

pseudoprimeira ordem, pseudossegundo ordem e Elovich.45

A primeira equação de taxa estabelecida para um sistema de adsorção

sólido/líquido foi a de Lagergren, também chamada de pseudoprimeira ordem. Este

modelo assume que a taxa de variação da captação do soluto com o tempo é

diretamente proporcional à diferença entre a quantidade adsorvida no equilíbrio e a

quantidade adsorvida em qualquer tempo, e pode ser expresso de acordo com a

Equação 6:45,56

)q(qkdt

dqte1

t (6)

sendo, qt e qe as capacidades de adsorção no instante “t” e no equilíbrio

respectivamente (mg g-1), e k1 a constante cinética de pseudoprimeira ordem (min-1).

Resolvendo a Equação 6 por variáveis separáveis, considerando qt=0 em t=0 e

qt=qt em t=t, e rearranjando, a cinética de pseudoprimeira ordem pode ser

representada pela Equação 7:57

t))exp(-k(1qq 11t (7)

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sendo, q1 o valor da capacidade de adsorção (mg g-1) obtido através do modelo de

pseudoprimeira ordem.

O modelo cinético de pseudossegunda ordem também é baseado na

capacidade de adsorção da fase sólida, e relata o comportamento do processo em toda

a faixa de tempo de contato, e geralmente, é adequado em processos de

quimissorção.57 Este modelo pode ser expresso de acordo com a Equação 8:45,56

2

te2t )q(qk

dt

dq (8)

sendo, k2 a constante cinética de pseudossegunda ordem (g mg-1 min-1).

Resolvendo Equação 8 por variáveis separáveis, considerando qt=0 em t=0 e qt=

qt em t=t, e rearranjando, a cinética de pseudossegunda ordem pode ser representada

pela Equação 9:57

)(t/q)q(1/k

tq

2

2

22

t

(9)

sendo, q2 o valor da capacidade de adsorção (mg g-1) obtido através do modelo de

pseudossegunda ordem.

Quando os processos de adsorção envolvem quimissrção em superfície sólida, e

a velocidade de adsorção decresce com o tempo devido à cobertura da camada

superficial, o modelo de Elovich é um dos mais usados, e é representado na Equação

10:45,58

abt)ln(1a

1q t (10)

sendo, ‘a’ a velocidade inicial (dq/dt) = a, quando qt=0 (mg g-1min-1), e b a constante de

dessorção do modelo de Elovich (g mg-1) que indica a extensão da cobertura da

superfície.58

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24

2.11. Dessorção e Reuso

O estudo da dessorção permite, em alguns casos, a obtenção do corante e do

adsorvente isoladamente.59,60 É o processo inverso da adsorção e vários fatores podem

provocar a dessorção do adsorbato, como um aumento na temperatura, variação do

pH, mudança na fase fluida, entre outros. A dessorção é importante para adsorventes

que necessitam regeneração e, com isso, tornar a adsorção um processo mais

econômico. Baixas taxas de dessorção, em casos particulares, sugerem um processo

de quimissorção, como sendo o modo principal de remoção do corante pelo

adsorvente.61

2.12. Uso de quitosana na adsorção de corantes

Na atualidade a quitosana é amplamente pesquisada para a adsorção de

corantes em diferentes países. Há três fatores que influenciam especificamente para a

crescente importância da quitosana como um biomaterial apropriado para a remoção

de corantes:3

- o primeiro é o fato de que a matéria-prima da quitosana é de relativo baixo

custo, obtido a partir de materiais naturais, e a sua utilização como adsorvente é

extremamente satisfatória levando em consideração o custo-benefício. Em muitos

países, resíduos da indústria pesqueira são utilizados como excelentes fontes para

produzir quitosana. Uma vez tendo esses resíduos é perfeitamente possível, produzir

quitosana com baixo custo. O volume de adsorvente usado também é reduzido em

comparação com adsorventes convencionais uma vez que eles são mais eficientes;

- o segundo é grande quantidade de grupamentos funcionais amino e hidroxila

em sua estrutura, que por sua vez, responsáveis pela sua alta capacidade adsortiva

para os mais diversos corantes, além de ter alta seletividade tanto em soluções diluídas

quanto em soluções concentradas;

- o terceiro fator é a sua versatilidade que torna fácil o desenvolvimento de novos

materiais a base de quitosana, como: filmes, membranas, fibras, esponjas, géis,

esferas e nanopartículas, ou apoiados em materiais inertes. O emprego destes

materiais apresenta muitas vantagens em termos de aplicabilidade a um grande

número de processos.

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25

Industrialmente a quitosana ainda não é utilizada para a remoção de corantes, o

que mostra que esta possui também desvantagens, e são necessários estudos nesse

sentido.

Na Tabela 1 são apresentadas algumas vantagens e desvantagens com relação

ao uso da quitosana como adsorvente removedor de corantes de efluentes.

Tabela 1. Vantagens e desvantagens da aplicação de quitosana na remoção de

corantes.

Vantagens Desvantagens

Biopolímero da qual a

quitosana e produzida é de

relativo baixo custo

Variabilidade das características do

polímero

Material abundante e

disponível em vários países

O desempenho depende da origem, do

processo de obtenção, do grau de

desacetilação.

Recurso renovável Requer derivação química para

melhorar seu desempenho

Polissacarídeo catiônico (meio

ácido)

Não é eficaz para corantes catiônicos

(apenas com modificações)

Extremamente rentável Adsorvente de baixa porosidade

Capacidade de interação com

vários corantes

Sensibilidade ao pH

Alta seletividade tanto em

soluções diluídas quanto em

soluções concentradas

Uso limitado em colunas de adsorção

Cinética rápida

Versatilidade

Fonte 3

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Existem diversos fatores que influenciam a adsorção de corantes por quitosana

em sistemas descontínuos. Estes fatores podem ser divididos em: influência das

características da quitosana (origem da quitosana, natureza física e estrutura química),

das condições de ativação, das variáveis do processo, da química do corante, e do

efeito das condições da solução.3,6

A quantidade de quitosana, concentração inicial de corante, tempo de contato e

agitação são as variáveis que influenciam diretamente no processo de adsorção.48,49 As

condições da solução podem ser relacionadas ao pH48, a força iônica e a competição

de moléculas e íons.3

Ao longo dos estudos da adsorção de corantes, foi observado que as primeiras

preocupações são a escolha do adsorvente, o modelo de isoterma para verificar o

comportamento de equilíbrio, o modelo cinético para conhecer o comportamento e a

natureza do processo, e as equações termodinâmicas precisam ser analisadas para

determinar se o processo é espontâneo ou não.3,59

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27

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Obtenção da quitosana

3.1.1. Extração da quitina

A quitina utilizada nos experimentos foi extraída a partir de resíduos de camarão-

rosa (Penaeus brasiliensis), através da execução de tratamentos químicos seqüenciais

destinados a eliminar carbonatos, proteínas e pigmentos, para tal, foram utilizadas as

etapas de desmineralização, desproteinização e desodorização, com soluções de ácido

clorídrico (2,5%), hidróxido de sódio (5,0%) e hipoclorito de sódio (0,36%),

respectivamente.14,62

As etapas para extração de quitina dos resíduos foram realizadas com soluções

diluídas à temperatura ambiente e curtos períodos de operação, para que fosse evitado

qualquer tipo de degradação das propriedades, ligadas ao caráter macromolecular da

quitina e hidrólise dos grupos acetamida durante o processo de extração. Finalmente a

de quitina foi seca a 80°C durante 4 h em um secador de badejas. 14,62

3.1.2. Desacetilação da quitina

As quitosanas foram obtidas com grau de desacetilação de 85%. A reação de

desacetilação da quitina foi realizada em escala de bancada, utilizando solução alcalina

concentrada (45,0%, p/v) à 135±2ºC, mantida sob agitação mecânica constante (50

rpm) em um reator batelada de 3,5 L com manta térmica, e o tempo de reação foi de

240 min para a quitosana com 85% de desacetilação.63

3.1.3. Purificação da quitosana

Para a purificação foi utilizado solução de ácido acético (1% v/v) para dissolver a

quitosana. A solução dissolvida foi centrifugada (Sigma 6-15, D-37520, Alemanha) a

6600×g durante 30 min, para a retirada do material não dissolvido. A seguir foi feita a

precipitação da quitosana elevando o pH a 12,5 com a adição de solução de hidróxido

de sódio (8% p/v), e após esta foi neutralizada com solução de ácido acético 1% (v/v).

Após, a solução foi centrifugada retirada dos reagentes, obtendo-se a pasta de

quitosana que foi seca em secador tipo leito de jorro, onde as condições de operação

utilizadas foram temperatura de entrada de ar de secagem de 90ºC, a concentração da

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pasta de quitosana de 4% (p/p) e com uma taxa de alimentação de pasta de 0,18

kgpasta kg-1inerte h

-1.

3.2. Caracterização da quitosana

3.2.1. Massa Molar Viscosimétrica Média (MM)

As medidas viscosimétricas das amostras de quitosana foram realizadas em

viscosímetro capilar Cannon-Fensk (Schott Geraete, GMBH – D65719, Alemanha), à

temperatura de 25,0±0,1°C.

Para a determinação da massa molar média viscosimétrica foram preparadas

soluções diluídas do biopolímero com solução de ácido acético 0,1 mol L-1 e cloreto de

sódio 0,2 mol L-1 nas concentrações de quitosana de 0,001; 0,003; 0,006; 0,009; 0,012

g mL-1. As medidas viscosimétricas das amostras de quitosana foram realizadas em

viscosímetro capilar Cannon-Fensk (Schott Geraete, GMBH – D65719, Alemanha), à

temperatura de 25,0±0,1°C.

A viscosidade intrínseca [η] foi estimada pelo ajuste da equação de Huggins

(Equação 11) aos resultados obtidos.

ckc

SP .].[][ 2

(11)

sendo, ηsp/c a viscosidade reduzida (mL g-1), ηsp a relação entre as viscosidades do

polímero em solução e do solvente, c a concentração da solução (g mL-1) e k uma

constante válida para cada polímero.

A massa molar média viscosimétrica (MM) da quitosana foi calculada a partir do

valor da viscosidade intrínseca usando a equação de Mark-Houwink-Sakurada

(Equação 12), citada por Roberts e Domszy.64

α(MM)K η] [ (12)

sendo, K=1,81×10-3 mL g-1 e α=0,93 são constantes que dependem do sistema

solvente-polímero.65-68

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3.2.2. Grau de Desacetilação (GD)

A determinação do grau de desacetilação das amostras de quitosana foi

efetuado pelo método de titulação potenciométrica linear. Esta análise foi realizada

dissolvendo 0,25 g de quitosana em 20 mL de solução de HCl 0,1 mol L-1 e avolumada

até 100 mL com água destilada. O pH das soluções foi ajustado em aproximadamente

2,0 com solução padrão de NaOH 0,1 mol L-1, que foi medido com pHmetro (MB10-

Marte-Brasil) sob agitação constante à 600 rpm utilizando um agitador magnético

(Fisatom 752A, Brasil), sendo considerado este, o ponto inicial da titulação. A titulação

prosseguiu até a solução de quitosana alcançar o pH de aproximadamente 6,0 (faixa

de não protonação da quitosana).

Um valor de f(x) correspondente ao volume de NaOH utilizado é calculado

utilizando a Equação 13.

-

B

0 OH - H . N

V V (x) f

(13)

sendo, V0 o volume de solução de quitosana (mL), V o volume de solução de NaOH

utilizado na titulação (mL), NB a concentração de solução de NaOH (meq L-1); [H+] a

concentração de H+ (meq L-1), e [OH-] a concentração de OH- (meq L-1).

A curva de titulação linear foi obtida plotando um gráfico de f(x) em função do

volume corresponde de solução de NaOH. O volume de solução de NaOH ao fim da

titulação, Ve, foi calculado extrapolando a curva de titulação linear em função volume

de solução de NaOH adicionado. O grau de desacetilação da amostra de quitosana foi

calculado utilizando a Equação 14:

100.

204/161 (%) GD

W (14)

1000

)( eBAA VNVN (15)

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sendo, NA a concentração de solução de HCl (meq L-1), VA o volume de solução de

HCl (mL), NB a concentração de solução de NaOH (meq L-1), Ve o volume de solução

de NaOH ao fim da titulação (mL) e W a massa de quitosana (g).27,69

3.3. Elaboração dos filmes modificados de quitosana com íons metálicos

Os filmes de quitosana foram preparados segundo a técnica casting, 23,32,63 de

acordo com o seguinte procedimento: foi utilizado 1,6 g de quitosana dissolvida em

solução de ácido acético 0,1 mol L-1, sob agitação constante de 300 rpm a uma

temperatura de 25 ± 1ºC durante 24 h. Após, 50 mL da solução formadora de filme foi

vertida em placa de petri e levada a estufa com circulação forçada de ar, a 40ºC

durante 24 h, para evaporação do solvente. Após, os filmes foram removidos das

placas e levados ao dessecador por 48 h antes da caracterização e dos experimentos

de adsorção.

Para a modificação dos filmes de quitosana com os íons (cobre e zinco), os

filmes foram cortados em tiras, com área igual a 1 cm2. Amostras de 2 g destes filmes

foram adicionadas a uma solução do respectivo íon de concentração 100 mg L-1,

previamente preparada e o pH da solução ajustado entre 5,0 e 6,0. Estas condições de

adsorção dos íons cobre e zinco pelos filmes de quitosana foram utilizadas segundo

valores obtidos na literatura.15,16,70 Após, foi estudado o melhor eluente para os íons

cobre e zinco para a retirada do excesso dos mesmos da superfície dos filmes de

quitosana.

3.4. Caracterização dos filmes modificados de quitosana

3.4.1. Espessura

A espessura média foi calculada a partir de dez medidas aleatórias na superfície

do filme com a utilização de um micrometro digital (Mitutoya Corp, MDC-25S, Japão).71

3.4.2. Propriedades Mecânicas (Tensão de Ruptura e Alongamento)

Para determinar as propriedades mecânicas, os filmes de quitosana e filmes

modificados de quitosana foram cortados em formato retangular com 100 mm de

comprimento e 25 mm de largura, e foi utilizado um texturômetro (Stable Microsistems

SMD,TA.XP2i, Reino Unido) de acordo com o método ASTM/D00882-00,72com células

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de cargas de 50N. Para realização dos ensaios, adotou-se uma distancia inicial entre

as garras de 50 mm.

Os resultados obtidos da caracterização dos filmes de quitosana e dos filmes

modificados foram comparados através do teste de Tukey a 95% de significância

(p<0,05). As análises foram realizadas em duplicata.

3.4.3. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) dos filmes de quitosana

As análises texturais dos filmes foram verificadas através de microscopia

eletrônica de varredura (MEV), utilizando um microscópio eletrônico (Jeol, JSM 6060,

Japão).38 As amostras foram metalizadas com ouro. Foram utilizadas acelerações de

voltagem de 5 e 15 kV e faixas de magnificação variando de 30 a 10.000 vezes.

3.4.4. Espectroscopia de energia dispersiva (EDS)

As análises de composição elementar da superfície dos filmes de quitosana

após a adsorção foram realizadas através da técnica semi-quantitativa de EDS. As

amostras foram metalizadas a vácuo, utilizando ouro, e colocadas em um microscópio

eletrônico acoplado com a análise de EDS (Jeol, JSM 5800, Japão). Foi utilizada a

aceleração de voltagem de 12,0 kV, com faixa de magnificação variando entre 150 em

10.000 vezes.

3.4.5. Espectroscopia na região do infravermelho (FT-IR)

Para identificar os grupamentos funcionais presentes nos filmes de quitosana, foi

utilizada análise de infravermelho com transformada de Fourier (FT-IR).39 As amostras

foram submetidas à determinação espectroscópica na região do infravermelho (450-

4500 cm-1) (Prestige 21, 210045, Japão) usando a técnica de refletância atenuada total

(ATR-FTIR).

3.4.6. Calorimetria exploratória diferencial (DSC)

As características térmicas dos filmes foram determinadas por análises térmicas

de DSC utilizando um calorímetro (Shimadzu, DSC–60, Japão). As amostras dos filmes

foram pesadas (3,0 mg) em panelas de alumínio hermeticamente fechadas, e como

referência foi utilizado um recipiente vazio. As amostras foram analisadas em

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atmosfera de N2 com vazão de gás de 50 mL min-1, em intervalo de temperatura de 20

°C a 400 °C, a uma taxa de aquecimento de 10 °C min-1,

3.5. Preparação do corante reativo preto 5

O corante têxtil reativo preto 5 (RP5) é um corante reativo aniônico do tipo diazo

sulfonado, e que apresenta fórmula molecular Na4O19S6C26H21N5, massa molar 991,83

g mol-1 e índice de cor 20505. É um corante orgânico, solúvel em água e com detecção

de UV-visível na faixa de λmax = 597 nm.23 O corante (RP5) (95% de pureza) foi

fornecido pela Sigma-Aldrich, Brasil, e utilizado sem purificação adicional. A Figura 8

apresenta a estrutura molecular do corante RP5.

Figura 8. Estrutura tridimensional otimizada e esquematizada do reativo preto 5.23

Primeiramente, a solução-estoque (1,00 g L-1) foi preparada por dissolução do

corante em água destilada. As soluções de trabalho foram obtidas diluindo a solução

estoque de corante para as concentrações necessárias. Para ajustar o pH das

soluções, foram utilizadas soluções tampão com a mistura de ácido cítrico (C6H8O7 0,1

mol L-1) e fosfato de sódio (Na2HPO4 0,2 mol L-1) (testes preliminares mostraram que

não existe interações significativas entre a solução tampão e o RP5). Todas as

soluções foram preparadas com água destilada.

3.6. Experimentos de adsorção

As soluções de RP5 (1,00 g L-1) foram preparadas, e os valores de pH foram

ajustados de 2,0 a 8,0, com solução tampão fosfato dissódico/ácido cítrico 0,1 mol L-1.

Os ensaios foram realizados em três etapas, com a dosagem de adsorvente de 250 mg

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L-1 e de adsorbato de 100 mg L-1. Na primeira etapa foi avaliado o efeito do pH, à

temperatura de 298 K e taxa de agitação de 100 rpm, sendo as soluções agitadas até

que o equilíbrio fosse alcançado. Na segunda etapa foram obtidas as isotermas de

equilíbrio, em temperaturas de 293, 303, 313 e 323 K, nas condições mais adequadas

de pH e concentração de corante de 50 a 500 mg L-1. Na terceira etapa, foram obtidas

curvas cinéticas de adsorção à diferentes taxas de rotação (50, 100, 200 rpm), que

foram realizadas nas condições mais adequadas de temperatura e pH.

Em todos os testes acima, a concentração RP5 foi determinada por

espectrofotometria (Biospectro, SP-22, Brasil). Os experimentos foram realizados em

duplicata (n=2).

3.6.1. Experimentos de equilíbrio

Foram preparadas soluções contendo o corante têxtil reativo preto 5 em seis

diferentes concentrações (50, 100, 200, 300, 400 e 500 mg L-1), e tamponadas com

solução fosfato dissódico/ácido cítrico no melhor pH definido. Os filmes em dimensões

de 1 cm × 1cm foram adicionados às soluções contendo corante. As soluções foram

colocadas em frascos de 500 mL e agitadas à 100 rpm, usando um agitador

termostatizado (Fanem 315SE, Brasil) por 24 h, quando a saturação foi observada.

Após, determinou-se a quantidade de corante remanescente na fase líquida por

espectrofotometria (Quimis, Q108, Brasil). A capacidade de adsorção no equilíbrio (qe)

foi determinada pela Equação 16:

Vm

CCq e0

e

(16)

sendo, C0 e Ce as concentrações inicial e no equilíbrio na fase líquida (mg L-1),

respectivamente, m a massa de adsorvente (g) e V o volume da solução (L).

A fim de estabelecer a correlação mais adequada para as curvas de equilíbrio,

foram utilizados os modelos de Langmuir (Equação 1) e Freundlich (Equação 3),

apresentados no item Revisão da Literatura (Seção 2). Os parâmetros das isotermas

foram determinados por regressão não linear utilizando o método de estimação Quasi–

Newton (Statistica 7.0 Statsoft, EUA), sendo minimizada a função objetivo soma dos

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quadrados da diferença. A qualidade do ajuste foi verificada de acordo com o

coeficiente de determinação (R2) (Equação 17) e o erro médio relativo (EMR) (Equação

18).

, , ,  , 

, ,

2 2n n

i exp i exp i exp i model2 i i

2n

i exp i expi

q q q qR

q q

(17)

n

i i,

i,eli,

q

qq

nE

1 exp

expmod100 (18)

sendo, qi, os valores de qe preditos pelo modelo, qi,exp os valores experimentais de qe,

expi,

_

q a média dos valores experimentais de qe, e n o número de pontos experimentais.

3.6.2. Parâmetros termodinâmicos

As variações da energia livre de Gibbs (ΔG°), da entalpia (ΔH°) e da entropia

(ΔS°) foram estimadas a partir das Equações 19, 20 e 21, respectivamente:73

)Dw

0 Kln(ρ RT -=ΔG (19)

STΔHΔGº (20)

RT

ΔH-

R

ΔS=)Kln( Dwρ (21)

sendo, R a constante universal dos gases (kJ mol-1 K-1), T é a temperatura (K), ρw é

massa específica da água (g L-1) e KD a constante de equilíbrio termodinâmico. A

constante KD foi estimada a partir da capacidade máxima de adsorção e a constante

de equilíbrio da isoterma de melhor ajuste, levando em consideração a massa molar do

corante.73

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3.6.3. Estudo cinético

Primeiramente, foi preparado 1 L de solução, com concentração de corante de

100 mg L-1 e o melhor pH definido. Após, foram adicionado de filmes de quitosana (250

mg L-1) em cada solução.

Os experimentos foram realizados em jar test (Nova ética, 218 MBD, Brasil), sob

agitação de 50, 100 e 200 rpm e temperatura ambiente (25±1 °C). Alíquotas foram

retiradas em intervalos de tempo pré-estabelecidos. A concentração do corante foi

determinada por espectrofotometria (Quimis, Q108, Brasil). A capacidade de adsorção

no tempo “t” (qt) foi determinada pela Equação (22):

Vm

CCq t0

t

(22)

sendo, C0 e Ct as concentrações inicial e final na fase líquida no tempo t (mg L-1),

respectivamente, m a massa de adsorvente (g) e V o volume da solução (L).

Para correlacionar os dados cinéticos de adsorção, foram utilizados os modelos

de pseudoprimeira ordem (PPO), pseudossegunda ordem (PSO) e Elovich, conforme

apresentado nas Equações (7, 9 e 10), do item Revisão da Literatura (Seção 2).

3.7. Dessorção e Reuso dos adsorventes

Para o estudo da dessorção foram realizados quatro diferentes tratamentos com

a utilização de dois eluentes (NaOH e NH4OH) em duas concentração cada (0,001 e

0,01 mol L-1).3,74 Os filmes modificados de quitosana após serem utilizados como

adsorventes, foram submersos nas diferentes soluções de eluição. Após 24 h as

concentrações finais de corante presente nas soluções foram determinadas.

Após definir o melhor eluente, foram realizados cinco ciclos de

adsorção/dessorção, onde foram determinados os percentuais de adsorção na

condição experimental mais adequada (determinada no presente trabalho), bem como

o percentual de dessorção utilizando o eluente que apresentou o melhor percentual de

remoção dentre os estudados.

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36

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1. Características da quitina

A quitina extraída das carapaças de camarão pelas etapas de desmineralização,

desproteinização, desodorização e secagem apresentaram a seguinte composição

centesimal (%p/p, em base úmida): 1,1 ± 0,2% de cinzas, 0,2 ± 0,1% de proteína e 6,0

± 1,0% de teor de umidade.

4.2. Características da quitosana

Após as etapas de desacetilação e purificação, a quitosana apresentou as

seguintes características de massa molar e grau de desacetilação, 150 ± 2 kDa e 85,0

± 0,4 %, respectivamente.

4.3. Filmes modificados de quitosana

4.3.1 Estudo do melhor eluentes para íons cobre e zinco do filme de

quitosana

Após a inserção dos íons para a modificação dos filmes de quitosana, foi

estudado o melhor eluente para a retirada do excesso de íons. A Tabela 2 apresenta os

resultados referente aos diversos eluentes testados.

Tabela 2. Melhor eluente para retirada do excesso de íons cobre e zinco dos FMQ.

FMQ-Cu FMQ-Zn

Eluente (0,01 mol L-1)

Dessorção (%) Eluente

(0,01 mol L-1) Dessorção (%)

EDTA 28,23 EDTA 33,77

HCl 25,55 HCl 45,76

HNO4 30,49 HNO4 28,97

NaOH 0,11 NaOH < 0,01

NH4OH 1,41 NH4OH 14,94

NaCl 0,24 NaCl 17,06

NH4Cl 0,73 NH4Cl 57,12

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37

Observa-se na Tabela 2, que os eluentes mais adequados para a remoção do

excesso de íons dos FMQ foram a solução de EDTA e de NH4Cl 0,01 mol L-1 para os

íons cobre e zinco, respectivamente. Obtendo bons resultados também para o ácido

nítrico, no entanto estes danificaram a estrutura dos filmes. Após definir o eluente mais

adequado, foi realizada a caracterização dos FMQ.

4.4. Características dos filmes de quitosana e filmes modificados de

quitosana

4.4.1 Espessura

As espessuras médias dos filmes antes e depois das modificações estão

apresentadas na Tabela 3.

Tabela 3. Espessura dos filmes de quitosana e quitosana modificada.

Espessura (μm)*

Filme de quitosana 121 ± 9ª

Filme modificado com o íon cobre 114 ± 8a

Filme modificado com o íon zinco 119 ± 9a

* valor médio ± desvio padrão (n=10); letras sobrescritas iguais não apresentam diferenças significativas

ao nível de 95% (p > 0,05).

Pode-se observar na Tabela 3 que os valores de espessura dos filmes após a

modificação não apresentaram diferença significativa ao nível de 95% (p > 0,05) em

todas as amostras.

4.4.2 Propriedades mecânicas

As propriedades mecânicas de tensão de ruptura e alongamento para os filmes

antes e depois da modificação com estão apresentados na Tabela 4.

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38

Tabela 4. Tensão de ruptura e alongamento dos filmes de quitosana antes e após a

modificação.

Tensão de ruptura*

(MPa)

Alongamento*

(%)

Filme puro de quitosana 19,9 ± 0,4ª 5,9 ± 0,2ª

Filme modificado com o íon cobre 4,0 ± 0,1c 2,3 ± 0,2b

Filme modificado com o íon zinco 8,1 ± 0,2d 0,9 ± 0,1c

* valor médio ± desvio padrão (n=2); letras sobrescritas diferentes na mesma coluna apresentam

diferenças significativas (p < 0,05); letras sobrescritas iguais na mesma coluna não apresentam

diferenças significativas (p > 0,05)

Pode-se observar na Tabela 4 que o valor de tensão de ruptura diminuiu 80%

e 60% após a modificação com cobre e zinco, respectivamente. Já para o

alongamento, as modificações com os íons diminuíram consideravelmente os seus

valores. Estes resultados sugerem a ocorrência de alteração na estrutura polimérica da

quitosana devido a presença dos mesmos, que com a inserção e a retirada dos íons

posteriormente, pode ter deixados espaços vazios que afetaram as propriedades

mecânicas dos filmes.

4.4.3. Microscopia eletrônica de varredura (MEV) e Espectroscopia de

energia dispersiva (EDS)

Na Figura 9 esta apresentadas as imagens de MEV e os espectros de EDS dos

filme puros de quitosana (FQ) e filmes modificados de quitosana (FMQ).

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39

Figura 9. Imagens de MEV e espectros de EDS: (a),(d) filme puro de quitosana; (b)-(e)

FMQ-Cu; (c),(f) FMQ-Zn.

É possível observar nos espectros de EDS, Figura 9 ((e)-(f)), a presença dos

íons metálicos, confirmando a presença do cobre (9-e) e do zinco (9-f) nos FMQ.

Pode-se observar também que o filme de quitosana, Figura 9 (a), antes da

modificação apresenta concavidades e protuberâncias. Já após as modificações, tanto

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40

com cobre (Figura 9 (b)), quanto com zinco (Figura 9 (c)) essas características são

minimizadas, tornando os filmes modificados com os íons mais compactos (densos).

4.4.4. Espectroscopia na região do infravermelho (FT-IR)

A Figura 10 mostra os espectros FT-IR de filme puro de quitosana (FQ) e dos

filmes modificados de quitosana (FMQ) com os íons estudados.

Figura 10. Espectros de FT-IR: (a) filme puro de quitosana, (b) FMQ-Cu, (c) FMQ-Zn.

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42

Na Figura 10 (a), foram observadas as bandas características do filmes puros de

quitosana. As bandas em 3400, 3260 e 3150 cm-1 são referentes aos estiramentos das

ligações O-H e H-N-H. Vibrações de estiramento da ligação C=O em relação às amidas

se apresenta em 1640 cm-1. As vibrações angulares em 1550 cm-1 e as vibrações de

estiramento em 1150 cm-1 são em relação as ligações N-H e C-N, respectivamente. As

bandas em 1410 e 1335 cm-1 podem ser atribuídos ao estiramento das ligações CH2 e

CH3CO, respectivamente. A banda em 1050 cm-1 poderia ser atribuída ao estiramento

da ligação C-O.75,76

Nas Figuras 10 (b) e (c), tanto o FMQ-Cu quanto o FMQ-Zn apresentaram

também as bandas características de um filme de quitosana, no entanto não

apresentaram as bandas referentes as ligações O-H e H-N-H (3400, 3260 e 3150), e

também não apresentaram a banda referente ao C=O em 1630 cm-1, mostrando, já de

inicio, que os íons modificaram o material. Foi observada também que as intensidades

das bandas em 1550, 1410, 1340 e 1050 cm-1 foram diminuídas drasticamente nos

FMQ-Cu e FMQ-Zn. Isto ocorreu, pois a presença dos íons no filme de quitosana

causou uma estabilização dos grupos funcionais do polímero, o que dificultou a

conversão de radiação em energia vibracional. Pode-se observar que, as vibrações

angulares sofreram grandes mudanças em sua capacidade de absorver energia no

infravermelho. Também que, as intensidades das bandas do FMQ-Zn foram bem

menores em relação aos o outros filmes.

4.4.5. Calorimetria exploratória diferencial (DSC)

A Figura 11 apresenta as curvas DSC do filme puro de quitosana (FQ) e dos

filmes modificados de quitosana com os íons (FMQ-Cu, FMQ-Zn).

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Figura 11. Espectros de DSC: (a) filme puro de quitosana, (b) FMQ-Cu e (c) FMQ-Zn.

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44

Na Figura 11 (a), o filme puro de quitosana mostrou um pico exotérmico a 279,3

°C, com entalpia de 78,9 J g-1. Este pico pode ser atribuído à transição vítrea do

polímero puro.77 Em 325,6 °C, um pico endotérmico com entalpia de -31,1 J g-1, foi

observado. Este comportamento é típico para os polímeros semicristalinos, e é uma

mudança termodinâmica de primeira ordem (fusão cristalina). Nesta temperatura, o

sistema de energia é suficiente para vencer as forças intermoleculares secundários

entre as cadeias de fase cristalina, e ocorre uma mudança na estrutura do polímero

para um estado fluido.78

Na Figura 11 ((b), (c),) para os FMQ, os espectros apresentaram uma redução

na entalpia da transição vítrea em relação ao filme puro de quitosana, sendo os valores

de entalpia para o FMQ-Cu e FMQ-Zn de 60,9 J g-1 e 72,3 J g-1, respectivamente. Além

disso, a banda a 325,6 °C, relacionadas com a degradação do filme puro de quitosana

não ocorreu nos FMQ. Em relação aos picos endotérmicos em 201,3 °C no espectro do

FMQ-Cu (Figura 11 (b)), e em 205,1 °C no espectro do FMQ-Zn (Figura 11 (c)), com

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entalpias de -78,6 J g-1 e -44,2 J g-1, respectivamente, provavelmente ocorreram devido

a presença de uma maior quantidade de íons presentes, causando uma maior

distorção na estrutura do polímero. Observado que, esses apresentaram eluição dos

íons dos filmes de 28% para o FMQ-Cu e de 57% para o FMQ-Zn, portanto, a mais

íons metálicos no FMQ-Cu do que no FMQ-Zn. Finalmente, todas estas alterações

podem ser atribuídas à presença dos íons metálicos na estrutura do polímero, o que

leva a uma reestruturação das cadeias e a atribuição de estabilidade térmica para o

filme.

4.5. Adsorção do Corante Reativo Preto 5 por filme modificado de

quitosana

Os filmes modificados de quitosana, foram utilizados para remover o corante

têxtil (RP5), e avaliar a capacidade de adsorção e percentual de remoção em diferentes

condições de pH (2,0 a 8,0).

A Figura 12 apresenta os valores da capacidade de adsorção e o percentual de

remoção dos filmes modificados de quitosana em diferentes pHs (2,0 a 8,0).

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Figura 12. Efeito do pH (2,0 a 8,0) na adsorção de RP5 utilizando: (a) FMQ-Cu, e (b)

FMQ-Zn.

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Na Figura 12, pode-se observar que a adsorção de RP5 foi favorecido pela

redução do pH de 8,0 para 2,0, tanto para o FMQ-Cu quanto para o FMQ-Zn, em

estudos anteriores foi observado o mesmo para o filme modificado de quitosana com o

íon vanádio (FMQ-V).70 Isto ocorre, devido a protonação dos grupos amino da

quitosana (NH2) devido ao aumento dos íons H+ presentes na solução, fazendo com

que esse grupos sejam convertidos em grupos NH3+. Estes grupos protonados são os

responsáveis pela interação com o RP5, que é um corante aniônico. 79,80

Assim, no efeito do pH, as condições mais adequadas para a adsorção de RP5

foram em pH 3,0 para ambos os filmes modificados (FMQ-Cu e FMQ-Zn). Nessas

condições, o FMQ-Cu e o FMQ-Zn apresentaram capacidades de adsorção de cerca

de 270 mg g-1 e 370 mg g-1, e porcentagens de remoção próximo de 70% e 95%,

respectivamente. Em estudos anteriores, foi encontrado para o FMQ-V valores

semelhantes, portanto a inserção dos íons não afetam a capacidade de adsorção do

adsorvente.70 Deste modo, para a continuidade do trabalho, foi utilizadas as condições

mais adequadas de pH.

4.5.1. Isotermas de equilíbrio e termodinâmica

As curvas de equilíbrio de adsorção em diferentes temperaturas (293, 303, 313 e

323 K) foram constituídas, a fim de verificar o efeito da temperatura e da concentração

de adsorbato na capacidade de adsorção dos FMQ. A Figura 13 apresenta o gráfico

das curvas de equilíbrio em diferentes temperaturas.

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Figura 13. Curva de equilíbrio da adsorção do PR5 por: (a) FMM-Cu, e (b) FMQ-Zn.

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Observa-se na Figura 13, que tanto o FMQ-Cu quanto o FMQ-Zn apresentam

isotermas caracterizadas como tipo I. Este tipo de isoterma apresenta um limite na

capacidade de adsorção que corresponde à formação de uma camada monomolecular

em adsorventes não porosos ou microporosos.81 Além disso, a Figura 13, mostra que

as capacidades de adsorção aumentaram com o aumento da temperatura,

comportamento inverso encontrados em estudos anteriores relatados para FMQ-V,

onde ocorreu um aumento na capacidade de adsorção com a diminuição da

temperatura. 70

Os parâmetros de equilíbrio para a adsorção de RP5 por FMQ foram calculados

utilizando os modelos de Langmuir (Equação 1) e Freundlich (Equação 3). Os

parâmetros dos ajustes dos modelos utilizados estão apresentados na Tabela 5 e 6.

Tabela 5. Parâmetros de equilíbrio para a adsorção de RP5 sobre os filmes

modificados de quitosana com íons cobre.

T (K) Langmuir

kL(L mg–1) qm(mg g–1) R2 EMR (%)

293 0,0826 428,6 0,999 4,41

303 0,0873 694,0 0,996 2,50

313 0,0898 835,7 0,986 3,39

323 0,2757 1050,1 0,994 3,89

T (K) Freundlich

kF(mg g–1)(mg L–1)–1/nF nF R

2 EMR (%)

293 231,1 9,446 0,998 4,54

303 269,7 6,012 0,991 4,18

313 288,1 5,214 0,985 7,18

323 411,2 5,331 0,959 20,70

Pode-se observar na Tabela 5 que principalmente pelos baixos valores do erro

médio relativo (EMR<5,00%) mostram que o modelo de Langmuir foi o mais adequado

para representar a adsorção do RP5 por FMQ-Cu. Os valores de kF e qm aumentaram

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50

com o aumento da temperatura, que mostra que a afinidade adsorvente-RP5 foi

máxima a 323 K.

Tabela 6. Parâmetros de equilíbrio para a adsorção de RP5 sobre os filmes

modificados de quitosana com íons zinco.

T (K) Langmuir

kL(L mg–1) qm (mg g–1) R2 EMR (%)

293 0,1335 258,3 0,998 0,74

303 0,1368 306,2 0,993 0,73

313 0,2613 489,7 0,987 2,35

323 0,1622 658,4 0,992 2,09

T (K) Freundlich

kF(mg g–1)(mg L–1)–1/nF nF R

2 EMR (%)

293 210,7 31,65 0,998 1,00

303 220,4 18,64 0,993 0,88

313 271,0 9,30 0,982 6,08

323 287,2 6,79 0,987 6,01

Pode-se observar também que para adsorção do RP5 por FMM-Zn, a Tabela 6

mostra que o modelo de Langmuir foi o mais adequado, obtendo baixos valores do erro

médio relativo (EMR<3,0%). Os valores de kL aumentaram com o aumento da

temperatura, que mostra que a afinidade adsorvente-adsorbato foi máxima à 323 K. A

mesma tendência foi encontrada para qm, portanto a capacidade de adsorção foi

favorecida a 323 K. Já para os FMQ-V, apresentado por Cadaval Jr70, mostrou que a

maior afinidade entre adsorvente-RP5 foi a uma temperatura de 298 K, e o modelo que

se ajustou melhor os dados experimentais foi o modelo de Langmuir.

O comportamento termodinâmico da adsorção do corante reativo preto 5 por

filmes modificados de quitosana com íons metálicos (cobre e zinco) foi mensurado

através das variações da entalpia, entropia e energia livre de Gibbs. A Tabela 7

apresenta os valores destes parâmetros para os processos de adsorção. Os valores de

ambas as variações da energia livre de Gibbs foram estimados de acordo com a

Equação 19.

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A variação de entalpia (ΔH0) (kJ mol-1) e variação de entropia (ΔS

0) (kJ mol−1

K−1) foram determinados pelo método gráfico de Van’t Hoff de acordo com a Equação

21.

Tabela 7. Parâmetros termodinâmicos para a adsorção do RP5 sobre o filmes

modificados de quitosanas com íons metálico Cu e Zn.

FMQ-Cu Temperatura (K)

293 303 313 323

KD (L g–1) 82,59 ± 0,63 87,34 ± 0,87 89,78 ± 0,72 275,71 ± 1,31

ΔG0 (kJ mol–1) -11,97 ± 0,01 -12,44 ± 0,02 -12,88 ± 0,01 -14,60 ± 0,03

ΔH0 (kJ mol–1) 1,92 ± 0,22

ΔS0 (kJ mol–1 K–1) 0,0473 ± 0,005

FMQ-Zn Temperatura (K)

293 303 313 323

KD (L g–1) 133,46 ± 1,21 136,83 ± 1,07 261,31 ± 1,57 162,20 ± 1,09

ΔG0 (kJ mol–1) -12,48 ± 0,02 -12,93 ± 0,01 -14,09 ± 0,02 -13,98 ± 0,01

ΔH0 (kJ mol–1) 2,31 ± 0,17

ΔS0 (kJ mol–1 K–1) 0,0504 ± 0,007

Os valores de KD (Tabela 7) aumentaram com o aumento da temperatura para

ambos os adsorventes, confirmando que a adsorção de RP5 polo FMQ-Cu e pelo

FMQ-Zn foram favorecidas a temperatura de 323 K. Os valores negativos de ΔG°

indicaram que ambas as adsorções do corante RP5 foram processos espontâneos e

energeticamente favoráveis.82 Os valores positivos de ΔH° mostrou que os processos

ocorreram endotérmicamente, e os valores de ΔS° foram positivos para os dois FMQ

sugerindo o aumento da aleatoriedade nas interfaces sólido/solução devido às

interações existentes entre os adsorventes e adsorbato.

Nos estudos feitos anteriormente da adsorção do RP5 por FMQ-V,70

apresentaram bons parâmetros termodinâmicos, onde foi concluído que o processo é

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espontâneo e exotérmico, tendo sua maior capacidade de adsorção a uma temperatura

de 298 K.

4.5.2. Estudo Cinético

As curvas cinéticas para os FMQ foram obtidos em pH 3,0 e à temperatura de

298 K, e também foi determinado o efeito da taxa de agitação (50, 100 e 200 rpm). As

curvas são mostradas na Figura 14.

Figura 14. Curvas cinéticas da adsorção do RP5 por filmes de quitosana modificados

por íons metálicos: (a) FQM-Cu, (b) FQM-Zn.

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A taxa de absorção e a capacidade de adsorção do RP5 foram elevadas com o

aumento da taxa de agitação, para o FMQ, no intervalo de tempo considerado (Figura

14). Isto ocorre, pois o aumento da taxa de agitação acarreta um aumento da

dissipação de energia e da turbulência na zona de mistura. Como consequência, uma

diminuição da camada limite no filme ocorre.80

Os modelos cinéticos de pseudoprimeira ordem, pseudossegunda ordem e de

Elovich foram ajustados aos dados experimentais, e esses resultados são

apresentados na Tabela 8.

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Tabela 8. Parâmetros cinéticos para a adsorção do RP5 em FMQ (Cu e Zn).

FMQ-Cu FMQ-Zn

Taxa de agitação 50 rpm 100 rpm 200 rpm 50 rpm 100 rpm 200 rpm

Pseudo primeira ordem

q1 (mg g–1) 227,32 256,98 291,08 129,57 184,31 251,63

k1 (min–1) 0,0164 0,0162 0,0345 0,0197 0,0220 0,0144

R2 0,975 0,993 0,993 0,916 0,976 0,984

EMR (%) 3,72 0,44 1,11 6,55 3,48 3,07

Pseudo segunda ordem

q2 (mg g–1) 258,49 297,03 319,89 144,59 203,06 300,23

k2 (g mg–1 min–1) 0,0001 0,0001 0,0001 0,0002 0,0002 0,0001

R2 0,987 0,993 0,993 0,948 0,986 0,992

EMR (%) 0,76 2,79 0,15 2,75 1,62 1,38

Elovich

a (mg g–1 min–1) 0,0053 0,0067 0,0068 0,0056 0,0093 0,0142

b (g mg-1) 16,17 18,46 70,89 15,92 23,10 18,73

R2 0,996 0,995 0,994 0,977 0,994 0,997

EMR (%) 0,44 1,49 0,35 1,12 0,82 0,29

Pode-se observar na Tabela 8 que o modelo de Elovich foi o mais apropriado

para representar a cinética de adsorção de RP5 por ambos os filmes modificados, pois

obtiveram respostas melhores de coeficientes de correlação e erros médios relativos.

Os valores de “a” aumentaram com o aumento da agitação, mostrando que a adsorção

é mais rápida em altas agitações, e “b” apresentou mesmo comportamento, mostrando

que no tempo considerado a agitação favoreceu a capacidade de adsorção. O aumento

da velocidade de agitação também favoreceu a capacidade de adsorção do FMQ-V

frentes ao RP570, sendo o modelo cinético que melhor se ajustou foi o modelo de

pseudoprimeira ordem.

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55

4.6. Dessorção e Reuso

Para a dessorção do RP5 dos FMQ, dois eluentes foram testados (NaOH e

NH4OH em diferentes concentrações), que foram previamente estudados para os FMQ-

V.70 A Tabela 9 apresenta os percentuais de dessorção obtidos em cada um dos

tratamentos realizados.

Tabela 9. Resultados da dessorção do RP5 dos filmes modificados de quitosana com

íons cobre e dos filmes modificados de quitosana com íons zinco.

FMQ-Cu FMQ-Zn

Eluentes Concentração (mol L-1) Dessorção (%) Dessorção (%)

NaOH 0,001 14,38 ± 4,21 57,76 ± 11,85

0,01 27,92 ± 2,66 62,06 ± 1,36

NH4OH 0,001 13,31 ± 0,02 5,22 ± 0,91

0,01 27,03 ± 0,38 57,72 ± 1,30

Observa-se na Tabela 9, que o eluente mais adequado para a dessorção do RP5

de ambos os adsorventes foi a solução de NaOH 0,01 mol L-1. Isto ocorre pois com o

aumento do pH causa a desprotonação dos grupamentos amina dos filme, o que não

ocorre tão evidenciado para o NH4OH, pois este além de liberar OH-, libera H+ vindos

da amônia. Este resultado também confirma o mecanismo de interação eletrostática

entre RP5-FMQ, uma vez que estas interações foram rompidas com a solução de

NaOH, uma vez que o aumento da concentração do eluente aumenta a quantidade

deste no meio o que possibilita a dessorção.

Após definir os eluentes apropriados foram realizados cinco ciclos de

adsorção/dessorção para todos os filmes, para avaliar se o mesmo poderia ser

reutilizado. A Figura 15 apresenta os percentuais de remoção de adsorção/dessorção

em cada ciclo de reuso.

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Figura 15. Gráfico dos percentuais de remoção dos ciclos de reuso

(adsorção/dessorção): (a)FMQ-Cu, (b) FMQ-Zn.

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57

Pode-se observar que o FMQ-Zn (Figura 15 (b)) apresentou menores resultados

de reutilização nos três primeiros ciclos em comparação com o FMQ-Cu (Figura 15 (a)).

No entanto, o FMQ-Zn manteve suas propriedade por um maior número de ciclos

chegando ao final do quinto ciclo intacto e pronto para ser novamente reutilizado, o que

não ocorreu no FMQ-Cu, que no quinto ciclo perdeu suas propriedades físicas,

dificultando sua reutilização. Ao final do quinto ciclo de adsorção/dessorção o FMQ-Cu

perdeu aproximadamente 50% da sua capacidade de remoção, além de sua estrutura,

enquanto o FMQ-Zn perdeu aproximadamente 30% da sua capacidade de remoção

sem perder sua estrutura físicas. O FMQ-V obteve valores melhores de capacidade de

adsorção em relação aos dois filmes utilizados neste trabalho, e em comparação

somente ao FMQ-Cu manteve as propriedades físicas da mesma forma, perdendo-as

somente após o quinto ciclo de adsorção.70 As propriedades físicas do FMQ-Zn foram

as melhores, mantendo-se até o quinto ciclo e mostrando potencial para continuar por

mais ciclos. A capacidade de adsorção do FMQ-Zn diminuiu após o primeiro e segundo

ciclo, mas a partir do terceiro se manteve até o final.

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5. CONCLUSÕES

Nesta pesquisa, os filmes modificados de quitosana com dois íons metálicos

(FMQ-Cu e FMQ-Zn) foram elaborados, e comparados com o filme de quitosana (FQ).

A modificação foi realizada pela adsorção dos íons metálicos segundo condições na

literatura, e o excesso de íons foi removido através de um estudo de eluentes, onde o

melhor eluente para o FMQ-Cu foi o EDTA 0,01 mol L-1, e para o FMQ-Zn foi o NH4Cl

0,01 mol L-1. Como características, FQ, FMQ-Cu e FMQ-Zn, apresentaram

respectivamente: espessura média de 120 μm, 114 μm e 119 μm, resistência à tração

de 19,9 MPa, 4,0 MPa e 8,1 MPa, e alongamento de 5,9%, 2,3% e 0,9%. As análises

de MEV e EDS mostraram as alterações devido as modificações com os íons, onde os

FMQ passaram a ter uma superfície mais lisa. O FT-IR mostrou que com a inserção

dos íons houve uma estabilização das vibrações dos grupamentos funcionais

característicos da quitosana, o que também foram demonstrados pelas análises de

DSC, onde avaliaram que as estabilidades térmicas dos filmes aumentaram com a

modificação por íons. Os FMQ foram aplicados na adsorção do corante têxtil reativo

preto 5 (RP5) em diferentes valores de pH. Os resultados mostraram que ambos, o

FMQ-Cu e FMQ-Zn, tiveram suas melhores adsorções em pH 3,0, promovendo

remoções de 70% e 93% do RP5, respectivamente. Nestas condições, o modelo de

Langmuir foi adequado para representar ambos os dados de equilíbrio, e as

capacidades máximas de adsorção foram de 1050,1 mg g-1 e 658,4 mg g-1 para FMQ-

Cu e FMQ-Zn, a 323 K, respectivamente. Os dois processos foram endotérmico,

espontâneos, favorável e controlado pela entropia. O modelo Elovich foi adequado para

representar o comportamento cinético para os adsorventes frente ao RP5, utilizando

taxas de agitação na faixa de 50 a 200 rpm. Os FMQ foram adsorventes adequados

para o RP5, sendo que apresentaram boas capacidade de adsorção, uma cinética

rápida e os dois adsorventes puderam ser reutilizados cinco vezes no processo, sendo

que o FMQ-Zn mostrou potencial para a reutilização por mais ciclos. O eluente que

melhor removeu o RP5 dos FMQ foi o NaOH em uma concentração de 0,01 mol L-1.

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mineral-brasileiro-2001-cobre/view> (acesso em 09/03/2016).

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APÊNDICE 1

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Figura 16. Imagens da modificação dos filmes de quitosana com íons metálicos (a) Cu

e (b) Zn.

(a) (b)

Tabela 10. Resultados das capacidades de adsorção e de remoção do RP5 pelos

FMQ-Cu e FMQ-Zn.

FMQ-Cu FMQ-Zn

pH qe (mg g-1) R (%) qe (mg g-1) R (%)

2 333,3±3,0 83,6±1,0 385,6±2,9 97,6±0,7

3 271,4±6,8 68,4±1,2 379,9±6,9 96,2±1,7

4 257,9±7,4 65,3±1,3 297,7±2,2 75,4±0,6

5 173,7±7,9 44,0±1,3 230,7±0,9 58,4±0,2

6 85,6±,6,1 21,8±1,2 126,8±5,0 32,1±1,3

7 86,1±9,7 21,8±1,6 104,4±8,5 26,4±2,2

8 68,9±15,2 17,4±2,6 89,8±2,3 22,7±0,6

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Tabela 11. Resultados das capacidades de adsorção, percentual de remoção

(adsorção) e de eluição (dessorção) do RP5 pelos FMQ-Cu e FMQ-Zn.

FQM-Cu FQM-Zn

Ciclos qe (mg g-1) Adsorção

(%) Dessorção

(%) qe (mg g-1)

Adsorção (%)

Dessorção (%)

1 390,5±6,2 97,6±2,2 67,9±1,8 354,2±6,1 88,6±2,2 61,5±2,1

2 287,7±6,7 71,9±2,4 67,4±1,7 279,8±5,9 69,9±2,1 60,2±2,2

3 272,0±4,6 68,0±1,7 63,5±2,0 251,3±5,0 62,8±1,8 51,6±1,4

4 194,9±5,1 48,7±1,9 59,0±1,5 236,9±4,5 59,2±1,7 51,3±2,1

5 170,0±5,5 42,5±2,0 58,3±2,1 223,0±6,6 55,8±2,3 47,8±1,6

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APÊNDICE 2

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Produção bibliográfica vinculada à dissertação:

a) Artigos submetidos para revistas

RODRIGUES, D.; MOURA, J.; DOTTO, G.; CADAVAL JR., PINTO, L.

Preparation, characterization and dye adsorption/reuse of chitosan-

vanadate films. Submetido para: Polymer Bulletin – manuscript number:

POBU-D-15-00722.

b) Trabalhos completos publicados em anais de congressos

MOURA, J. M. ; RODRIGUES, D. A. S. ; GRÜNDMANN, D. D. R. ;

MOURA, C. M. ; PINTO, L. A. A. Adsorção do corante têxtil reativo preto 5

de soluções aquosas utilizando quitosana com diferentes graus de

desacetilação nas formas de pó e filme. In: XX Congresso Brasileiro de

Engenharia Química, 2015, Florianópolis. Anais do XX Congresso

Brasileiro de Engenharia Química. p. 7119.

RODRIGUES, D. A. S.; GRÜNDMAM, D. D. R.; FARIAS, B. S.; MOURA, J.

M.; CADAVAL JÚNIOR, T. R. S.; PINTO, L. A. A. Equilíbrio, termodinâmica

e reuso de filmes de quitosana modificados com íons vanádio na adsorção

do corante reativo preto 5. In: XXXVII Congresso Brasileiro de Sistemas

Particulados, 2015, São Carlos. Anais do XXXVII Congresso Brasileiro de

Sistemas Particulados, 2015. p. 1172.

RODRIGUES, D. A. S.; GRUNDMANN, D. D. ; MOURA, J. M. ; CADAVAL

JR., T. R. S. ; PINTO, L. A. A. . Kinetic study and influence of pH on the

adsorption of reactive black 5 dye by chitosan films modified with

vanadium.. In: XIV Latin American Symposium on Polymers, 2014, Porto

de Galinhas - PE. XIV SLAP, 2014.

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ESQUERDO, V. M. ; QUINTANA, T. M. ; SILVA, J. B. ; RODRIGUES, D. A.

S. ; DOTTO, G. L. ; PINTO, L. A. A. . Chitosan scaffold for the adsorption of

FD&C red 40. In: XIV Latin American Symposium on Polymers, 2014, Porto

de Galinhas - PE. XIV SLAP, 2014.

c) Resumos expandidos publicados em anais de congressos

ARABIDIAN, V. C. ; COSTA, C. C. ; BAGIO, J. R. ; RODRIGUES, D. A. S. ;

CADAVAL JR., T. R. S. ; PINTO, L. A. A. . Estudo da influência do pH na

adsorção do corante têxtil reativo preto 5 por filmes de quitosana

modificados com cobre. In: 14ª Mostra da Produção Universitária, 2015,

Rio Grande. 14ª MPU, 2015.

d) Resumos publicados em anais de congressos

ARABIDIAN, V. C. ; COSTA, C. C. ; RODRIGUES, D. A. S. ; CADAVAL

JR., T. R. S. ; PINTO, L. A. A. Avaliação da cinética de adsorção do

corante reativo preto 5 por filmes de quitosana modificados com íons

cobre. In: XXII Encontro de Química da Região Sul, 2015, Joinville - SC.

XXII SBQsul, 2015.

COSTA, C. C. ; ARABIDIAN, V. C. ; RODRIGUES, D. A. S. ; CADAVAL

JR., T. R. S. ; PINTO, L. A. A. Estudo da dessorção de íons cobre de

filmes de quitosana para fins de reutilização do adsorvente. In: XXII

Encontro de Química da Região Sul, 2015, Joinville - SC. XXII SBQsul,

2015.

MOURA, J. M. ; RODRIGUES, D. A. S. ; GRUNDMANN, D. D. ; MOURA,

C. M. ; PINTO, L. A. A. Adsorção do corante têxtil reativo preto 5 de

soluções aquosas utilizando quitosana com diferentes graus de

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desacetilação nas formas de pó e filme. In: XX Congresso Brasileiro de

Engenharia Química, 2014, Florianópolis - SC. XX COBEQ, 2014.

e) Outros trabalhos publicados no periodo

MOURA, JAQUELINE M.; FARIAS, BRUNA S. ; RODRIGUES, DENYS A.

S. ; MOURA, CATARINA M. ; DOTTO, GUILHERME L. ; PINTO, LUIZ A.

A. Preparation of Chitosan with Different Characteristics and Its Application

for Biofilms Production. Journal of Polymers and the Environment, v. 23, p.

470-477, 2015.