eficÁcia da fisioterapia no tratamento da pubalgia

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Campo Grande MS 2020 LUCAS VALINI DE OLIVEIRA EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA TRAUMATICA EM ATLETAS DE FUTEBOL: REVISÃO LITERARIA

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Page 1: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

Campo Grande – MS 2020

LUCAS VALINI DE OLIVEIRA

EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA TRAUMATICA EM ATLETAS DE FUTEBOL:

REVISÃO LITERARIA

Page 2: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

LUCAS VALINI DE OLIVEIRA

EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA TRAUMATICA EM ATLETAS DE FUTEBOL:

REVISÃO LITERARIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNIDERP, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia.

Campo Grande – MS 2020

Page 3: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

LUCAS VALINI DE OLIVEIRA

EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA TRAUMATICA EM ATLETAS DE FUTEBOL:

REVISÃO LITERARIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNIDERP, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Campo Grande 03 de dezembro de 2020.

Page 4: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

Dedico este trabalho, em primeiro lugar, а

Deus, porque Ele foi quem me deu força е

coragem durante toda esta longa

caminhada.

E a todos os professores, que foram

essenciais em minha trajetória e

formação.

Page 5: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

AGRADECIMENTOS

A elaboração deste trabalho não teria sido possível sem a colaboração,

estímulo e empenho de diversas pessoas.

Primeiramente agradeço a Deus que permitiu que este momento fosse vivido

por mim, que por muitas vezes me deu estímulo e força, esteve do meu lado em

todos os momentos, mantendo-me firme na direção do meu sonho, e a todos que

contribuíram para a realização deste trabalho.

Quero expressar toda a minha gratidão e apreço a todos aqueles que

contribuíram para que esta tarefa se tornasse uma realidade.

A todos quero manifestar os meus sinceros agradecimentos.

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OLIVEIRA, Lucas Valini de. Eficácia da Fisioterapia no Tratamento da Pubalgia traumática em Atletas de Futebol: Revisão Literária. 2020. 22 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia.) – UNIDERP, Campo grande, 03 de dezembro de 2020.

RESUMO

Tendo em vista que a pubalgia é caracterizada por um processo inflamatório não infeccioso da sínfise púbica, é causada por desequilíbrios musculares envolvendo músculos abdominais e adutores de quadril. Apresenta grande incidência entre atletas, 2% a 25% de todos os atendimentos em esportivas, sendo um problema grave, devido ao afastamento da prática esportiva por período prolongado para o tratamento fisioterápico da lesão que pode durar aproximadamente de 3 a 9 meses. Devido ao aumento do número de casos, é possível encontrar na literatura diversas propostas de intervenções não cirúrgicas para a pubalgia. O principal sintoma é a dor localizada em sínfise púbica, inserção abdominal inferior e na origem do tendão dos adutores, podendo irradiar para o ventre muscular dos músculos abdominais, adutores, períneo, região inguinal e escrotal, sendo agravada por movimentos pélvicos, deambulação, alongamento ou fortalecimento dos músculos abdominais e adutores ou atividades que aumentem a pressão. Objetivo deste trabalho é verificar, por meio de uma revisão narrativa da literatura. A intervenção apontada na literatura varia de períodos de repouso a intervenções cirúrgicas, porém, o tratamento fisioterapêutico é o mais comum, as técnicas fisioterápicas a serem utilizadas no tratamento da pubalgia no esporte e identificar o nível de evidência de sua eficácia.

Palavras-chaves: Pubalgia. Tratamento. Fisioterapia. Traumático. Atletas de Futebol

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OLIVEIRA, Lucas Valini de. Efficacy of Physiotherapy in the Treatment of Traumatic Pubalgia in Soccer Athletes: Literary Review. 2020. 22 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia.) – UNIDERP, Campo grande, 03 de dezembro de 2020.

ABSTRACT

Bearing in mind that pubalgia is characterized by a non-infectious inflammatory process of the pubic symphysis, it is caused by muscle imbalances involving abdominal muscles and hip adductors. It has a high incidence among athletes, 2% to 25% of all consultations in sports, being a serious problem, due to the withdrawal from sports for a prolonged period for the physiotherapy treatment of the injury that can last approximately 3 to 9 months. Due to the increase in the number of cases, it is possible to find in the literature several proposals for non-surgical interventions for pubalgia. The main symptom is pain located in the pubic symphysis, lower abdominal insertion and at the origin of the adductor tendon, which may radiate to the muscular belly of the abdominal, adductor, perineum, inguinal and scrotal muscles, being aggravated by pelvic movements, ambulation, stretching or strengthening abdominal muscles and adductors or activities that increase pressure. The objective of this work is to verify, through a narrative review of the literature. The intervention indicated in the literature varies from rest periods to surgical interventions, however, physiotherapeutic treatment is the most common, the physiotherapy techniques to be used in the treatment of pubalgia in sports and to identify the level of evidence of its effectiveness Keywords: Pubalgia. Treatment. Physiotherapy. Traumatic. Soccer Athletes

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 09 2 CINTURA PÉLVICA ............................................................................................... 11 3 ANATOMIA DA CINTURA PÉLVICA.................................. 13 4 PUBALGIA TRAUMATICA EM ATLETAS DE FUTBOL E EFICÁcIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO ......................................................................... 18 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 21 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 22

Page 9: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

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1 INTRODUÇÃO

A pubalgia é um processo inflamatório da sínfise púbica que compromete a

musculatura abdominal e estruturas do quadril causada por atividades repetitivas. A

grande intensidade de treinos e jogos torna a pubalgia traumática uma das mais

recorrentes patologias nos jogadores de futebol que possuem treinos intensos e com

curto tempo de repouso causando na estrutura pélvica micro traumas decorrentes da

força de cisalhamento dos músculos.

A pesquisa se justifica pela importância de descrever a importância da

fisioterapia no tratamento da pubalgia traumática em atletas de futebol. Com a

necessidade de retorna rápido as atividades esportivas e a diminuição do quadro

álgico a fisioterapia é o tratamento conservador mais indicado uma vez que os

métodos e técnicas utilizados vem mostrando resultados positivos

A pesquisa presente pretende responder, mais claramente possível, a

questão seguinte do problema. A dor localizada na região do abdômen, virilha e face

interna das coxas são uma das principais características já que as atividades

esportivas de aceleração e desaceleração as quais são submetidos nos treinos

contribuem para o avanço da patologia, provocando um afastamento de suas

atividades. Quais os benefícios da fisioterapia no tratamento da pubalgia traumática

em atletas de futebol?

O objetivo geral do trabalho foi apresentar uma breve revisão da fisiopatologia

e os objetivos específicos foram mostrar a anatômica da estrutura pélvica e

descrever como a fisioterapia atua no tratamento da pubalgia traumática em

jogadores de futebol utilizando suas técnicas e métodos disponíveis para o

tratamento.

O método aplicado será uma revisão literária onde serão utilizados artigos de

pesquisas já existentes na área medica disponíveis na internet e livros.

O tipo de pesquisa realizado neste trabalho foi uma Revisão de Literatura, no

qual foi realizada consulta a livros, dissertações e em artigos científicos selecionados

através de busca nos seguinte base de dados (livros, sites de banco de dados, etc.).

O período dos artigos pesquisados foram os trabalhos publicados nos últimos “ 15

anos As palavras-chave utilizadas na busca foram” pubalgia; Fisioterapia e atletas

de futebol”.

Page 10: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

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O estudo constituiu-se em uma metodologia bibliográfica para identificar

aspectos gerais do tema abordado e para possibilitar o enriquecimento na

construção de novos conhecimentos acadêmicos na área. Através de uma revisão

de literatura, a pesquisa está pautada com base documental em artigos sólidos

publicados.

Como forma critérios de exclusão: outros formatos de publicações

monografias, teses, editoriais e artigos que comprometem a metodologia do

trabalho.

O material coletado das fontes utilizadas foi examinado no intuito de

aprofundar no conhecimento e levantando argumentos de diversos autores que

relatam sobre o assunto.

Page 11: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

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2 CINTURA PÉLVICA

Caracterizada por ser uma articulação triaxial a cintura pélvica é responsável

pela sustentação de peso e união entre tronco e membros inferiores o que a torna

uma articulação muito estável e com pouca amplitude de movimento. Juntamente

com o tronco ela auxilia na proteção das vísceras, mantem o centro gravitacional e

equilíbrio do corpo além de contribuir para marcha, todo movimento realizado

começa e termina dentro do centro articular (IDE, 2002).

Composta pelos ossos sacro, ílio, ísquio a articulação sacro-ilíaca articula-se

posteriormente com os ossos do quadril e anteriormente com a sínfise púbica que

por sua vez se articula com as cristas e sulcos ósseas. Por se tratar de uma

articulação sinovial revestida por uma camada de cartilagem hialina esta membrana

reveste as partes que não se articulam, diferentemente da maioria das articulações

diartrodiais esta não possui movimentos involuntários (MARQUES, 2007).

A estrutura ainda é composta por ligamentos e músculos sendo os principais

ligamento anterior formado por fascículos fibrosos sua espessura grossa o torna

muito resistente. O ligamento posterior também pode ser chamado de disco

interbubiano o mesmo possui duas porções chamadas cartilaginosa mais dura e

resistente e a porção fibrocartilaginosa porção mais fragmentada com cavidades

irregulares. O ligamento superior possui coloração amarela e também composto por

fibras horizontais (BIENFAIT, 2000).

Os músculos flexores do quadril sendo os mais importantes retos abdominal,

psoas, ilíaco, sartório, reto femoral juntamente com adutor curto, longo, e pectíneo

localizados na parte anterior da coxa. Os extensores situados anterior a coxa são

glúteo máximo, médios fibras posteriores, glúteo mínimo, cabeça longa do bíceps

femoral, semitendinoso e semimembranoso. músculos adutores magno, adutor

longo, curto e grácil formam os adutores de quadril. Por último temos os abdutores

composto pelos músculos glúteo médio, mínimo e fibras superiores do glúteo

máximo (BUSQUET, 1985).

Page 12: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

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2.1. PUBALGIA

A pubalgia é um dos acometimentos mais comum das lesões no esporte

resultado dos exercícios repetitivos durante as atividades físicas. A patologia trata-se

de uma agressão na sínfise púbica que provoca microtraumas ocasionados pela

força de cisalhamento provocados por exercícios intensos associadas a queda sobre

os pés, ocasionando o encurtamento dos músculos adutores da coxa como adutor

longo, curto, magno e pectíneo assim como estiramento da musculatura do

abdômen (IDE, 2002)

A deambulação e movimentos como chute contribuem para uma piora do

quadro álgico uma vez que nestes movimentos o atleta necessita estar em apoio

unipodal, realizando mudanças bruscas de movimentos ligados a aceleração e

desaceleração, desta maneira a pubalgia e responsável por cerca de 25% das

lesões no esporte sendo 5% no futebol (KISNER,1998).

Para um tratamento eficaz uma boa avaliação é primordial uma vez que um

diagnóstico precoce ajudara a trazer o atleta de volta as suas atividades. Durante a

avaliação a palpação da musculatura seguida de testes específicos para o quadril

como teste de grava e mobilizações passivas e ativas auxilia o terapeuta a fechar o

diagnóstico e iniciar o melhor tratamento (BIENFAIT, 2000).

Page 13: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

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3 ANATOMIA DA CINTURA PÉLVICA

A Cintura Pélvica é freqüentemente comparada com o ombro, já que é uma

articulação triaxial, capaz de funcionar nos 3 planos. Em contraste com ombro, a

cintura pélvica é uma articulação muito estável, feita para sustentação de peso e,

conseqüentemente, sacrifica um pouco a amplitude do movimento. Ao contrario, o

ombro permite uma grande amplitude de movimento, mas não é tão estável. A pelve

é, a porção do esqueleto que une o tronco às extremidades inferiores, um anel

ósseo formado pelo sacro e cóccix, posteriormente, e pelos dois ossos formados

pela fusão do: Ílio (situado posteriormente e lateralmente); Ísquio (porção postero-

inferior); Púbis (porção antero-inferior) (MIRANDA, 2000).

Para Filho (2007) a pelve é de suma importância para: - Proteção das

vísceras; - Estabilizaçáo do tronco; - A pelve com os membros inferiores ajuda na

marcha; - A pelve e o tronco mantém o centro de gravidade que é o centro de

equilíbrio de todas às forças; - Qualquer movimento feito com a pelve o que se

movimenta primeiro é a sacro ilíaca (L5, S1) o movimento vai sempre iniciar e

terminar no centro articular;

Participa do movimento de enrolamento e endireitamento, juntamente com o

tronco e a cabeça, com isso essas elipse é de grande importância para a formação

do sistema reto. A sínfise púbica é definida como uma articulação tipo anfiartrose,

isto é, uma juntura cartilaginosa, não sinovial e com pouco movimento, quase nula,

formada pela união fibrocartilaginosa dos dois ossos púbicos. Compreende

superfícies articulares púbicas, unidas por ligamentos interósseo e quatro ligamentos

periarticulares. É importante referir que seu ligamento anterior é reforçado pelos

tendões de músculos que ai se insere (FRANCISCO; PÁSCOA, 1993).

A articulação Sacroilíaca, comumente chamada articulação SI, é uma

articulação sinovial anaxial, entre o Sacro e o Ilíaco. É descrita como uma

articulação plana; contudo suas faces articulares são muitos irregulares. È esta

irregularidade que ajuda a manter estas duas articulações juntas, a função da

articulação sacroiliaca é transmitir peso da parte superior do corpo, através da

coluna vertebral, para os ossos do quadril. É projetada para grande estabilidade e

possuiu muito pouca mobilidade. Como outras articulações sinoviais, sua face

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articular está revestida com cartilagem hialina. A membrana sinovial reveste as

partes não articulares da articulação, possui uma cápsula fibrosa reforçada por

ligamentos. Está articulação difere das outras articulações diartrodiais porque não

tem movimento voluntário (LIPPERT, 2003).

É uma articulação perfeitamente encaixada, as superfícies articulares da

cabeça do fêmur e o acetábulo correspondem melhor uma a outra. Além disso, trata-

se de uma articulação de apoio (BIENFAIT, 2000).

O ligamento interósseo, também chamado de disco interpubiano, é uma

fibrocartilagem que tem a forma de cunha, constituindo-se de duas porções: uma

periférica, dura, densa e muito resistente (porção cartilaginosa) e uma central, mais

friável e que apresenta uma cavidade irregular de paredes aderidas (porção

fibrocartilaginosa), de maior diâmetro nas mulheres (KAPANDJI, 2000).

O quadril tem um grupo de músculos uniarticulares que fornecem a maior

parte do controle e um grupo de músculos biarticulares mais compridos, que

proporcionam amplitude de movimento. Estes músculos também podem ser

agrupados de acordo com sua localização e um pouco por sua função (LIPPERT,

2003).

Os músculos flexores do quadril são os músculos situados na parte anterior

da coxa. Os músculos flexores são numerosos; os mais importantes são: reto

abdominal; psoas; ilíaco; sartório; reto femoral. Certos músculos mediais também

auxiliam na flexão do quadril, são eles: pectíneo; adutor curto e longo; e as fibras

anteriores dos glúteos mínimo e médio. Os músculos extensores do quadril são os

músculos da região glútea e posteriores da coxa: glúteo máximo; fibras posteriores

de glúteo médio; fibras posteriores de glúteo mínimo; porção longa do bíceps

femoral; semitendinoso; semimembranoso; porção extensora do adutor magno

(BIENFAIT, 2000).

Os músculos abdutores são: fibras superiores e laterais de glúteo máximo;

glúteo médio; glúteo mínimo; tensor da fáscia lata; pirifórme; sartório; obturador

interno e externo (auxiliam). Os músculos adutores são: adutor magno; adutor longo

e curto; grácil; pectíneo; psoas ilíaco; fibras inferiores e mediais do glúteo máximo;

semitendinoso e semimembranoso auxiliam. Os músculos rotadores externos são:

piriforme; obturador externo e interno; gêmeo superior e inferior; quadrado femoral;

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fibras posteriores do glúteo médio; sartório; porção longa de bíceps femoral;

pectíneo; grácil; adutores longo, curto e magno. Os músculos rotadores internos são:

glúteo mínimo; tensor da fáscia lata; fibras ant anteriores de glúteo médio;

semitendinoso e semimembranoso auxiliam (GARDNER et al. 1988).

Os movimentos da articulação do quadril são a flexão, extensão, adução,

abdução, rotação interna, rotação externa e circundação (FILHO, 2007). Em primeiro

lugar, tais movimentos serão observados supondo-se o ilíaco fixo e que é o fêmur

que se desloca em relação a ele (IBidem). - Flexão: é o movimento que aproxima as

faces anteriores da coxa do tronco. A amplitude da flexão é variável de acordo com

vários fatores. A flexão ativa do quadril é menos ampla que a flexão passiva

(HAMILL, KNUTZEN, 1999)

Extensão: A extensão leva o membro inferior para trás do plano frontal. O

músculo extensor do quadril estão situados atrás do plano frontal que passa pelo

centro da articulação, os extensores do quadril tem a função de estabilizar a pelve

no sentido ântero-posterior. Na marcha normal à extensão do quadril é realizada

pelos ísquios-tibiais, na corrida ou caminhada em terreno aclive o glúteo maior é

indispensável. Quando há o tensionamento do ligamento ílio-femoral. A extensão

ativa é menos ampla que a passiva, quando o joelho está estendido à extensão é 20

graus mais ampla do que quando esta fletido. Isso se deve ao fato do músculo

ísquios-tibiais perderem a sua eficiência enquanto realizam a extensão do quadril,

pois eles utilizam grande parte de seu percurso para flexão do joelho (FILHO, 2007).

Adução: A adução leva o membro inferior para dentro e o aproxima do plano

de simetria do corpo. A adução do quadril é realizada por movimentos combinados

como; adução e 4 extensão do quadril, adução e flexão do quadril, adução com

flexão e rotação externa, sendo esta a posição mais instável, e adução de um

quadril e abdução do outro (FILHO, 2007).

- Abdução: A abdução leva o membro inferior diretamente para fora e o

afasta do plano de simetria do corpo. Os músculos abdutores do quadril estão

situados por fora do plano sagital que passa pelo centro da articulação e cujo trajeto

passa por fora e acima do eixo anteroposterior de adução e abdução contido neste

plano.

Page 16: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

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- Rotação: Os movimentos de rotação longitudinal do quadril efetuam-se em

torno do eixo mecânico do membro inferior. A rotação externa é o movimento que

leva a ponta do pé para fora, enquanto que a rotação interna leva a ponta do pé para

dentro. Estando o joelho completamente estendido, não existe a seu nível nenhum

movimento de rotação, e somente o quadril é responsável por esse movimento

(HAMILL, KNUTZEN, 1999).

- Circundação: Como para todas as articulações de três graus de liberdade, o

movimento de circundução do quadril define-se como sendo a combinação dos

movimentos elementares simultaneamente em torno dos três eixos (FILHO, 2007).

Em segundo lugar, tais movimentos serão observados se o fêmur for o ponto fixo e o

ilíaco se deslocar sobre ele, pode-se descrever os movimentos do ilíaco: anteversão,

retroversão, inclinação lateral externa, inclinação lateral interna. Para isso,

observam-se os deslocamentos da espinha ilíaca ântero-superior:

- Anteversão são movimentos que se prolonga na coluna lombar por uma

tendência à lordose, ou seja, o osso ilíaco movimenta-se para cima e para frente

(HAMILL, KNUTZEN, 1999).

- Retroversão são movimentos que se prolonga na região lombar por uma

tendência ao endireitamento da lordose, ou seja, o osso ilíaco movimenta-se para

baixo e para trás. - Inclinação Lateral Direita e Inclinação Lateral Esquerda: são

movimentos que acontecem quando o fêmur no qual a pelve esta inclinada e fixo

como quando se fica de pé sobre uma perna só e a outra perna está livre para se

movimentar, a pelve está inclinada lateralmente para trazer o centro de gravidade

sobre a base e assim manter o equilíbrio pela abdução ou adução na articulação do

quadril da perna que está fixa. Uma inclinação avançada da pelve a partir do ponto

de sustentação é produzida e mantida pela contração dos abdutores do quadril do

pé sustentador. Ambos os movimentos tendem a levar a região lombar a uma

inclinação lateral (FILHO, 2007).

Os movimentos do sacro em relação ao ilíaco são totalmente diferentes. A

força é descendente e o sacro é tributário da coluna lombar, a qual é ligado. É um

segmento da coluna, cujas leis submetem-se, e aqui devemos considerar os dois

ilíacos como segmento fixo. São movimentos sacro ilíacos, a nível da articulação L5

e S1 as curvas invertem-se. O sacro então levado em um movimento de báscula

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antero-posterior em torno de um eixo transversal. O centro de flutuação do sacro

entre os ilíacos estando ao nível do corpo da segunda sacra, todos os eixos do

movimento passa por esse ponto (BIENFAIT, 2000).

Page 18: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

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4 PUBALGIA TRAUMATICA EM ATLETAS DE FUTBOL E EFICÁcIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO

A pubalgia dentro do futebol te m-se caracterizado como um problema grave

e crescente, preocupando atletas, treinadores, médicos e fisioterapeutas. O aumento

de sua incidência é inegável, sendo justificado por algumas hipóteses: aumento da

magnitude e dos valores a serem atingidos pelos atletas, o aumento da carga e do

volume de treinamento, inovações no treinamento da técnica e tática, baixa

preparação técnica dos treinadores (LASMAR, 2002).

A Pubalgia traumática trata-se de uma lesão que aparece pela agressão da

sínfise pubiana, o traumatismo direto felizmente é muito raro. A pubalgia traumática

caracteriza-se por uma seqüência de quedas sobre os pés, as forças de recepção no

solo podem ser desiguais, um ramo pubiano pode elevar-se mais do que o outro,

levando a um cisalhamento do púbis com estiramento dos ligamentos pubianos

associados, ou não, a um bloqueio do ramo pubiano em superioridade. A algia pode

ser referida na virilha, na face interna das coxas ou no abdômen e eventualmente

um aumento da dor pode dificultar o caminhar (CANAVAN, 2001).

A fisioterapia é extremamente útil e efetiva em muitos atletas porque ajuda a

resolver os desequilíbrios musculares do quadril e dos estabilizadores da pelve

através da terapia manual, com o fortalecimento muscular e alongamentos

adequados seguidos de exercícios aeróbico (CIPRIANO, 1999).

Seu tratamento demanda tempo prolongado de três a nove meses, no qual a

interrupção da prática esportiva é essencial. No caso do futebol, a ausência do

jogador por tempo tão prolongado pode determinar sua desvalorização dentro da

equipe. O atleta vê-se então obrigado a escolher entre duas opções: iniciar o

tratamento e correr o risco de perder sua posição na equipe ou ignorar seu

problema, continuando a atividade esportiva sob efeito de dor ou medicamentos, e

só iniciando o tratamento em uma fase crônica e de difícil evolução (HAMILL, 1999).

Essa situação aumenta ainda mais a necessidade do conhecimento dos

mecanismos relacionados ao desenvolvimento da pubalgia, possibilitando a

utilização de medidas preventivas (LASMAR, 2002).

Page 19: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

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4.1 O TRATAMENTO E FISIOTERAPIA

O tratamento da pubalgia caracteriza-se por tempo prolongado de três a nove

meses, sendo o repouso de fundamental importância. Obviamente, quanto mais

cedo for iniciado o tratamento, menor o tempo e melhor seu resultado o (STARKEY,

2001).

O tratamento conservador baseia-se no repouso, aplicações locais de gelo e

ultra-som, uso de antiinflamatórios não esteróides e infiltrações de corticóides

perilocais em alguns casos. Caso se diagnostique um ilíaco bloqueado, o

restabelecimento de sua mobilidade pode ser feito através de técnicas de

manipulação ou técnicas de mobilização (BUSQUET, 1985).

A melhora da flexibilidade de todos os músculos envolvidos direta ou

indiretamente com o púbis, ou seja: isquiotibiais, retofemoral, iliopsoas, adutores,

rotadores externos de quadril, quadrado lombar, é de essencial importância para o

sucesso do tratamento Assim como a correção de possíveis desbalanceamentos de

forças criados pelo futebol como na relação entre abdutores do quadril x adutores e

rotadores internos de quadril (COHEN; ABDALLA, 2003).

De acordo com as referências bibliográficas a pubalgia é uma lesão muito

complexa, com muita dificuldade de diagnóstica-lá precocemente, sendo assim,

acontece uma demora do tratamento, atingindo uma grande quantidade de atletas

de futebol, limitando-os na prática esportiva. Grados (2007), acrescenta: diagnosticar

a causa da dor na virilha pode ser difícil, porque neste ponto pode haver mais do

que um fator contribuindo

Durey (1993) e Grados (2007), afirmam que ficou comprovado que fatores pré

disponentes, como hiperlordose lombar, dismetrias dos membros, pés cavos levam a

pubalgia, sendo assim o tratamento preventivo tem como objetivo de diminuir a

hiperlordose lombar, o uso de palmilhas para que haja uma simetria dos membros,

calçados adequados, gramados em boas condições, tipos de treinamentos e a

preparação física do atleta.

Busquet (1985) e Castropil (2007) afirmam, que o aparecimento da dor na

região do baixo abdômem, e a solicitação excessiva da musculatura abdominal é

necessária para estabilizar o tronco na hora do chute. Este fato acontece, associado

Page 20: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

20

às retrações e os desequilíbrios musculares, desencadeando a lesão, auxiliando no

surgimento de outras lesões como tendinites, estiramentos, distensões e contraturas

musculares ocasionando deteriorização ósteotendíneas. Neste caso deve-se intervir

cirurgicamente.

A fisioterapia entraria com um programa de reequilíbrio muscular e diminuição

das retrações, estiramentos e distensões, através de várias técnicas como

Osteopatia, RPG, entre outras técnicas manuais. Com isso, podemos verificar, que a

opinião dos autores são necessárias, para o aprimoramento das técnicas e

tratamento, objetivando um alongamento e um fortalecimento adequado onde ocorra

o reequilíbrio muscular necessário para o tratamento da pubalgia (CANAVAN, 2001).

O tratamento adequado é multidisciplinar, onde o médico diagnostica e

prescreve os medicamentos; o fisioterapeuta elabora um programa adequado de

reabilitação e o preparador físico atua na perpetuação dos resultados obtidos, sendo

que o tratamento preventivo é a melhor opção, daí a importância de um programa

adequado de exercícios de alongamentos antes e depois dos jogos ou treinos

(STARKEY, 2001).

A fase de reabilitação pode ser dividida em aguda; fase de reabilitação, onde

inicia-se o treinamento aeróbio, fortalecimento dos grupos musculares e os

alongamentos; e por último, a fase de retorno ao esporte, onde se trabalha a

propriocepção específica, e dependendo da evolução, o retorno total ao esporte. O

tratamento clínico inicialmente está baseado no repouso e nas medidas para a

redução do quadro álgico, sendo que às vezes, diminuindo a quantidade de

treinamentos, os sintomas já aliviam. Além da eletrotermofototerapia e hidroterapia,

o tratamento vai de encontro à reeducação do equilíbrio proprioceptivo muscular

através de métodos como Terapia manual, Cinesioterapia, Isostreching de Busquet,

e outros (LASMAR; LASMAR; CAMANHO, 2002).

Page 21: EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA

21

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constata-se que a atuação da fisioterapia desportiva através de programas

preventivos é a melhor estratégia para a realização de uma boa temporada do

atleta profissional, uma vez que disfunções como a pubalgia podem ocasionar

afastamento do atleta de sua função.

As evidências que o exercício, do fortalecimento da musculatura do quadril e

abdominal, pode ser uma intervenção eficaz para o tratamento. Os estudos sugerem

que uma duração de intervenção seja entre 5 e 17 semanas podem ser necessária

para que a intervenção no exercício seja eficaz. As evidências sugerem, portanto,

que os exercícios são fundamentais para a regressão da dor e retorno ao esporte

para atletas com diagnóstico de pubalgia. Os estudos sugerem que os exercícios de

fortalecimento deverão progredir para contrações isométricas e excêntricas.

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REFERÊNCIA

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