eficÁcia da fisioterapia no tratamento da pubalgia
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Campo Grande – MS 2020
LUCAS VALINI DE OLIVEIRA
EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA TRAUMATICA EM ATLETAS DE FUTEBOL:
REVISÃO LITERARIA
LUCAS VALINI DE OLIVEIRA
EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA TRAUMATICA EM ATLETAS DE FUTEBOL:
REVISÃO LITERARIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNIDERP, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia.
Campo Grande – MS 2020
LUCAS VALINI DE OLIVEIRA
EFICÁCIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DA PUBALGIA TRAUMATICA EM ATLETAS DE FUTEBOL:
REVISÃO LITERARIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNIDERP, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Fisioterapia.
BANCA EXAMINADORA
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Campo Grande 03 de dezembro de 2020.
Dedico este trabalho, em primeiro lugar, а
Deus, porque Ele foi quem me deu força е
coragem durante toda esta longa
caminhada.
E a todos os professores, que foram
essenciais em minha trajetória e
formação.
AGRADECIMENTOS
A elaboração deste trabalho não teria sido possível sem a colaboração,
estímulo e empenho de diversas pessoas.
Primeiramente agradeço a Deus que permitiu que este momento fosse vivido
por mim, que por muitas vezes me deu estímulo e força, esteve do meu lado em
todos os momentos, mantendo-me firme na direção do meu sonho, e a todos que
contribuíram para a realização deste trabalho.
Quero expressar toda a minha gratidão e apreço a todos aqueles que
contribuíram para que esta tarefa se tornasse uma realidade.
A todos quero manifestar os meus sinceros agradecimentos.
OLIVEIRA, Lucas Valini de. Eficácia da Fisioterapia no Tratamento da Pubalgia traumática em Atletas de Futebol: Revisão Literária. 2020. 22 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia.) – UNIDERP, Campo grande, 03 de dezembro de 2020.
RESUMO
Tendo em vista que a pubalgia é caracterizada por um processo inflamatório não infeccioso da sínfise púbica, é causada por desequilíbrios musculares envolvendo músculos abdominais e adutores de quadril. Apresenta grande incidência entre atletas, 2% a 25% de todos os atendimentos em esportivas, sendo um problema grave, devido ao afastamento da prática esportiva por período prolongado para o tratamento fisioterápico da lesão que pode durar aproximadamente de 3 a 9 meses. Devido ao aumento do número de casos, é possível encontrar na literatura diversas propostas de intervenções não cirúrgicas para a pubalgia. O principal sintoma é a dor localizada em sínfise púbica, inserção abdominal inferior e na origem do tendão dos adutores, podendo irradiar para o ventre muscular dos músculos abdominais, adutores, períneo, região inguinal e escrotal, sendo agravada por movimentos pélvicos, deambulação, alongamento ou fortalecimento dos músculos abdominais e adutores ou atividades que aumentem a pressão. Objetivo deste trabalho é verificar, por meio de uma revisão narrativa da literatura. A intervenção apontada na literatura varia de períodos de repouso a intervenções cirúrgicas, porém, o tratamento fisioterapêutico é o mais comum, as técnicas fisioterápicas a serem utilizadas no tratamento da pubalgia no esporte e identificar o nível de evidência de sua eficácia.
Palavras-chaves: Pubalgia. Tratamento. Fisioterapia. Traumático. Atletas de Futebol
OLIVEIRA, Lucas Valini de. Efficacy of Physiotherapy in the Treatment of Traumatic Pubalgia in Soccer Athletes: Literary Review. 2020. 22 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Fisioterapia.) – UNIDERP, Campo grande, 03 de dezembro de 2020.
ABSTRACT
Bearing in mind that pubalgia is characterized by a non-infectious inflammatory process of the pubic symphysis, it is caused by muscle imbalances involving abdominal muscles and hip adductors. It has a high incidence among athletes, 2% to 25% of all consultations in sports, being a serious problem, due to the withdrawal from sports for a prolonged period for the physiotherapy treatment of the injury that can last approximately 3 to 9 months. Due to the increase in the number of cases, it is possible to find in the literature several proposals for non-surgical interventions for pubalgia. The main symptom is pain located in the pubic symphysis, lower abdominal insertion and at the origin of the adductor tendon, which may radiate to the muscular belly of the abdominal, adductor, perineum, inguinal and scrotal muscles, being aggravated by pelvic movements, ambulation, stretching or strengthening abdominal muscles and adductors or activities that increase pressure. The objective of this work is to verify, through a narrative review of the literature. The intervention indicated in the literature varies from rest periods to surgical interventions, however, physiotherapeutic treatment is the most common, the physiotherapy techniques to be used in the treatment of pubalgia in sports and to identify the level of evidence of its effectiveness Keywords: Pubalgia. Treatment. Physiotherapy. Traumatic. Soccer Athletes
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 09 2 CINTURA PÉLVICA ............................................................................................... 11 3 ANATOMIA DA CINTURA PÉLVICA.................................. 13 4 PUBALGIA TRAUMATICA EM ATLETAS DE FUTBOL E EFICÁcIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO ......................................................................... 18 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 21 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 22
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1 INTRODUÇÃO
A pubalgia é um processo inflamatório da sínfise púbica que compromete a
musculatura abdominal e estruturas do quadril causada por atividades repetitivas. A
grande intensidade de treinos e jogos torna a pubalgia traumática uma das mais
recorrentes patologias nos jogadores de futebol que possuem treinos intensos e com
curto tempo de repouso causando na estrutura pélvica micro traumas decorrentes da
força de cisalhamento dos músculos.
A pesquisa se justifica pela importância de descrever a importância da
fisioterapia no tratamento da pubalgia traumática em atletas de futebol. Com a
necessidade de retorna rápido as atividades esportivas e a diminuição do quadro
álgico a fisioterapia é o tratamento conservador mais indicado uma vez que os
métodos e técnicas utilizados vem mostrando resultados positivos
A pesquisa presente pretende responder, mais claramente possível, a
questão seguinte do problema. A dor localizada na região do abdômen, virilha e face
interna das coxas são uma das principais características já que as atividades
esportivas de aceleração e desaceleração as quais são submetidos nos treinos
contribuem para o avanço da patologia, provocando um afastamento de suas
atividades. Quais os benefícios da fisioterapia no tratamento da pubalgia traumática
em atletas de futebol?
O objetivo geral do trabalho foi apresentar uma breve revisão da fisiopatologia
e os objetivos específicos foram mostrar a anatômica da estrutura pélvica e
descrever como a fisioterapia atua no tratamento da pubalgia traumática em
jogadores de futebol utilizando suas técnicas e métodos disponíveis para o
tratamento.
O método aplicado será uma revisão literária onde serão utilizados artigos de
pesquisas já existentes na área medica disponíveis na internet e livros.
O tipo de pesquisa realizado neste trabalho foi uma Revisão de Literatura, no
qual foi realizada consulta a livros, dissertações e em artigos científicos selecionados
através de busca nos seguinte base de dados (livros, sites de banco de dados, etc.).
O período dos artigos pesquisados foram os trabalhos publicados nos últimos “ 15
anos As palavras-chave utilizadas na busca foram” pubalgia; Fisioterapia e atletas
de futebol”.
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O estudo constituiu-se em uma metodologia bibliográfica para identificar
aspectos gerais do tema abordado e para possibilitar o enriquecimento na
construção de novos conhecimentos acadêmicos na área. Através de uma revisão
de literatura, a pesquisa está pautada com base documental em artigos sólidos
publicados.
Como forma critérios de exclusão: outros formatos de publicações
monografias, teses, editoriais e artigos que comprometem a metodologia do
trabalho.
O material coletado das fontes utilizadas foi examinado no intuito de
aprofundar no conhecimento e levantando argumentos de diversos autores que
relatam sobre o assunto.
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2 CINTURA PÉLVICA
Caracterizada por ser uma articulação triaxial a cintura pélvica é responsável
pela sustentação de peso e união entre tronco e membros inferiores o que a torna
uma articulação muito estável e com pouca amplitude de movimento. Juntamente
com o tronco ela auxilia na proteção das vísceras, mantem o centro gravitacional e
equilíbrio do corpo além de contribuir para marcha, todo movimento realizado
começa e termina dentro do centro articular (IDE, 2002).
Composta pelos ossos sacro, ílio, ísquio a articulação sacro-ilíaca articula-se
posteriormente com os ossos do quadril e anteriormente com a sínfise púbica que
por sua vez se articula com as cristas e sulcos ósseas. Por se tratar de uma
articulação sinovial revestida por uma camada de cartilagem hialina esta membrana
reveste as partes que não se articulam, diferentemente da maioria das articulações
diartrodiais esta não possui movimentos involuntários (MARQUES, 2007).
A estrutura ainda é composta por ligamentos e músculos sendo os principais
ligamento anterior formado por fascículos fibrosos sua espessura grossa o torna
muito resistente. O ligamento posterior também pode ser chamado de disco
interbubiano o mesmo possui duas porções chamadas cartilaginosa mais dura e
resistente e a porção fibrocartilaginosa porção mais fragmentada com cavidades
irregulares. O ligamento superior possui coloração amarela e também composto por
fibras horizontais (BIENFAIT, 2000).
Os músculos flexores do quadril sendo os mais importantes retos abdominal,
psoas, ilíaco, sartório, reto femoral juntamente com adutor curto, longo, e pectíneo
localizados na parte anterior da coxa. Os extensores situados anterior a coxa são
glúteo máximo, médios fibras posteriores, glúteo mínimo, cabeça longa do bíceps
femoral, semitendinoso e semimembranoso. músculos adutores magno, adutor
longo, curto e grácil formam os adutores de quadril. Por último temos os abdutores
composto pelos músculos glúteo médio, mínimo e fibras superiores do glúteo
máximo (BUSQUET, 1985).
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2.1. PUBALGIA
A pubalgia é um dos acometimentos mais comum das lesões no esporte
resultado dos exercícios repetitivos durante as atividades físicas. A patologia trata-se
de uma agressão na sínfise púbica que provoca microtraumas ocasionados pela
força de cisalhamento provocados por exercícios intensos associadas a queda sobre
os pés, ocasionando o encurtamento dos músculos adutores da coxa como adutor
longo, curto, magno e pectíneo assim como estiramento da musculatura do
abdômen (IDE, 2002)
A deambulação e movimentos como chute contribuem para uma piora do
quadro álgico uma vez que nestes movimentos o atleta necessita estar em apoio
unipodal, realizando mudanças bruscas de movimentos ligados a aceleração e
desaceleração, desta maneira a pubalgia e responsável por cerca de 25% das
lesões no esporte sendo 5% no futebol (KISNER,1998).
Para um tratamento eficaz uma boa avaliação é primordial uma vez que um
diagnóstico precoce ajudara a trazer o atleta de volta as suas atividades. Durante a
avaliação a palpação da musculatura seguida de testes específicos para o quadril
como teste de grava e mobilizações passivas e ativas auxilia o terapeuta a fechar o
diagnóstico e iniciar o melhor tratamento (BIENFAIT, 2000).
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3 ANATOMIA DA CINTURA PÉLVICA
A Cintura Pélvica é freqüentemente comparada com o ombro, já que é uma
articulação triaxial, capaz de funcionar nos 3 planos. Em contraste com ombro, a
cintura pélvica é uma articulação muito estável, feita para sustentação de peso e,
conseqüentemente, sacrifica um pouco a amplitude do movimento. Ao contrario, o
ombro permite uma grande amplitude de movimento, mas não é tão estável. A pelve
é, a porção do esqueleto que une o tronco às extremidades inferiores, um anel
ósseo formado pelo sacro e cóccix, posteriormente, e pelos dois ossos formados
pela fusão do: Ílio (situado posteriormente e lateralmente); Ísquio (porção postero-
inferior); Púbis (porção antero-inferior) (MIRANDA, 2000).
Para Filho (2007) a pelve é de suma importância para: - Proteção das
vísceras; - Estabilizaçáo do tronco; - A pelve com os membros inferiores ajuda na
marcha; - A pelve e o tronco mantém o centro de gravidade que é o centro de
equilíbrio de todas às forças; - Qualquer movimento feito com a pelve o que se
movimenta primeiro é a sacro ilíaca (L5, S1) o movimento vai sempre iniciar e
terminar no centro articular;
Participa do movimento de enrolamento e endireitamento, juntamente com o
tronco e a cabeça, com isso essas elipse é de grande importância para a formação
do sistema reto. A sínfise púbica é definida como uma articulação tipo anfiartrose,
isto é, uma juntura cartilaginosa, não sinovial e com pouco movimento, quase nula,
formada pela união fibrocartilaginosa dos dois ossos púbicos. Compreende
superfícies articulares púbicas, unidas por ligamentos interósseo e quatro ligamentos
periarticulares. É importante referir que seu ligamento anterior é reforçado pelos
tendões de músculos que ai se insere (FRANCISCO; PÁSCOA, 1993).
A articulação Sacroilíaca, comumente chamada articulação SI, é uma
articulação sinovial anaxial, entre o Sacro e o Ilíaco. É descrita como uma
articulação plana; contudo suas faces articulares são muitos irregulares. È esta
irregularidade que ajuda a manter estas duas articulações juntas, a função da
articulação sacroiliaca é transmitir peso da parte superior do corpo, através da
coluna vertebral, para os ossos do quadril. É projetada para grande estabilidade e
possuiu muito pouca mobilidade. Como outras articulações sinoviais, sua face
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articular está revestida com cartilagem hialina. A membrana sinovial reveste as
partes não articulares da articulação, possui uma cápsula fibrosa reforçada por
ligamentos. Está articulação difere das outras articulações diartrodiais porque não
tem movimento voluntário (LIPPERT, 2003).
É uma articulação perfeitamente encaixada, as superfícies articulares da
cabeça do fêmur e o acetábulo correspondem melhor uma a outra. Além disso, trata-
se de uma articulação de apoio (BIENFAIT, 2000).
O ligamento interósseo, também chamado de disco interpubiano, é uma
fibrocartilagem que tem a forma de cunha, constituindo-se de duas porções: uma
periférica, dura, densa e muito resistente (porção cartilaginosa) e uma central, mais
friável e que apresenta uma cavidade irregular de paredes aderidas (porção
fibrocartilaginosa), de maior diâmetro nas mulheres (KAPANDJI, 2000).
O quadril tem um grupo de músculos uniarticulares que fornecem a maior
parte do controle e um grupo de músculos biarticulares mais compridos, que
proporcionam amplitude de movimento. Estes músculos também podem ser
agrupados de acordo com sua localização e um pouco por sua função (LIPPERT,
2003).
Os músculos flexores do quadril são os músculos situados na parte anterior
da coxa. Os músculos flexores são numerosos; os mais importantes são: reto
abdominal; psoas; ilíaco; sartório; reto femoral. Certos músculos mediais também
auxiliam na flexão do quadril, são eles: pectíneo; adutor curto e longo; e as fibras
anteriores dos glúteos mínimo e médio. Os músculos extensores do quadril são os
músculos da região glútea e posteriores da coxa: glúteo máximo; fibras posteriores
de glúteo médio; fibras posteriores de glúteo mínimo; porção longa do bíceps
femoral; semitendinoso; semimembranoso; porção extensora do adutor magno
(BIENFAIT, 2000).
Os músculos abdutores são: fibras superiores e laterais de glúteo máximo;
glúteo médio; glúteo mínimo; tensor da fáscia lata; pirifórme; sartório; obturador
interno e externo (auxiliam). Os músculos adutores são: adutor magno; adutor longo
e curto; grácil; pectíneo; psoas ilíaco; fibras inferiores e mediais do glúteo máximo;
semitendinoso e semimembranoso auxiliam. Os músculos rotadores externos são:
piriforme; obturador externo e interno; gêmeo superior e inferior; quadrado femoral;
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fibras posteriores do glúteo médio; sartório; porção longa de bíceps femoral;
pectíneo; grácil; adutores longo, curto e magno. Os músculos rotadores internos são:
glúteo mínimo; tensor da fáscia lata; fibras ant anteriores de glúteo médio;
semitendinoso e semimembranoso auxiliam (GARDNER et al. 1988).
Os movimentos da articulação do quadril são a flexão, extensão, adução,
abdução, rotação interna, rotação externa e circundação (FILHO, 2007). Em primeiro
lugar, tais movimentos serão observados supondo-se o ilíaco fixo e que é o fêmur
que se desloca em relação a ele (IBidem). - Flexão: é o movimento que aproxima as
faces anteriores da coxa do tronco. A amplitude da flexão é variável de acordo com
vários fatores. A flexão ativa do quadril é menos ampla que a flexão passiva
(HAMILL, KNUTZEN, 1999)
Extensão: A extensão leva o membro inferior para trás do plano frontal. O
músculo extensor do quadril estão situados atrás do plano frontal que passa pelo
centro da articulação, os extensores do quadril tem a função de estabilizar a pelve
no sentido ântero-posterior. Na marcha normal à extensão do quadril é realizada
pelos ísquios-tibiais, na corrida ou caminhada em terreno aclive o glúteo maior é
indispensável. Quando há o tensionamento do ligamento ílio-femoral. A extensão
ativa é menos ampla que a passiva, quando o joelho está estendido à extensão é 20
graus mais ampla do que quando esta fletido. Isso se deve ao fato do músculo
ísquios-tibiais perderem a sua eficiência enquanto realizam a extensão do quadril,
pois eles utilizam grande parte de seu percurso para flexão do joelho (FILHO, 2007).
Adução: A adução leva o membro inferior para dentro e o aproxima do plano
de simetria do corpo. A adução do quadril é realizada por movimentos combinados
como; adução e 4 extensão do quadril, adução e flexão do quadril, adução com
flexão e rotação externa, sendo esta a posição mais instável, e adução de um
quadril e abdução do outro (FILHO, 2007).
- Abdução: A abdução leva o membro inferior diretamente para fora e o
afasta do plano de simetria do corpo. Os músculos abdutores do quadril estão
situados por fora do plano sagital que passa pelo centro da articulação e cujo trajeto
passa por fora e acima do eixo anteroposterior de adução e abdução contido neste
plano.
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- Rotação: Os movimentos de rotação longitudinal do quadril efetuam-se em
torno do eixo mecânico do membro inferior. A rotação externa é o movimento que
leva a ponta do pé para fora, enquanto que a rotação interna leva a ponta do pé para
dentro. Estando o joelho completamente estendido, não existe a seu nível nenhum
movimento de rotação, e somente o quadril é responsável por esse movimento
(HAMILL, KNUTZEN, 1999).
- Circundação: Como para todas as articulações de três graus de liberdade, o
movimento de circundução do quadril define-se como sendo a combinação dos
movimentos elementares simultaneamente em torno dos três eixos (FILHO, 2007).
Em segundo lugar, tais movimentos serão observados se o fêmur for o ponto fixo e o
ilíaco se deslocar sobre ele, pode-se descrever os movimentos do ilíaco: anteversão,
retroversão, inclinação lateral externa, inclinação lateral interna. Para isso,
observam-se os deslocamentos da espinha ilíaca ântero-superior:
- Anteversão são movimentos que se prolonga na coluna lombar por uma
tendência à lordose, ou seja, o osso ilíaco movimenta-se para cima e para frente
(HAMILL, KNUTZEN, 1999).
- Retroversão são movimentos que se prolonga na região lombar por uma
tendência ao endireitamento da lordose, ou seja, o osso ilíaco movimenta-se para
baixo e para trás. - Inclinação Lateral Direita e Inclinação Lateral Esquerda: são
movimentos que acontecem quando o fêmur no qual a pelve esta inclinada e fixo
como quando se fica de pé sobre uma perna só e a outra perna está livre para se
movimentar, a pelve está inclinada lateralmente para trazer o centro de gravidade
sobre a base e assim manter o equilíbrio pela abdução ou adução na articulação do
quadril da perna que está fixa. Uma inclinação avançada da pelve a partir do ponto
de sustentação é produzida e mantida pela contração dos abdutores do quadril do
pé sustentador. Ambos os movimentos tendem a levar a região lombar a uma
inclinação lateral (FILHO, 2007).
Os movimentos do sacro em relação ao ilíaco são totalmente diferentes. A
força é descendente e o sacro é tributário da coluna lombar, a qual é ligado. É um
segmento da coluna, cujas leis submetem-se, e aqui devemos considerar os dois
ilíacos como segmento fixo. São movimentos sacro ilíacos, a nível da articulação L5
e S1 as curvas invertem-se. O sacro então levado em um movimento de báscula
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antero-posterior em torno de um eixo transversal. O centro de flutuação do sacro
entre os ilíacos estando ao nível do corpo da segunda sacra, todos os eixos do
movimento passa por esse ponto (BIENFAIT, 2000).
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4 PUBALGIA TRAUMATICA EM ATLETAS DE FUTBOL E EFICÁcIA DA FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO
A pubalgia dentro do futebol te m-se caracterizado como um problema grave
e crescente, preocupando atletas, treinadores, médicos e fisioterapeutas. O aumento
de sua incidência é inegável, sendo justificado por algumas hipóteses: aumento da
magnitude e dos valores a serem atingidos pelos atletas, o aumento da carga e do
volume de treinamento, inovações no treinamento da técnica e tática, baixa
preparação técnica dos treinadores (LASMAR, 2002).
A Pubalgia traumática trata-se de uma lesão que aparece pela agressão da
sínfise pubiana, o traumatismo direto felizmente é muito raro. A pubalgia traumática
caracteriza-se por uma seqüência de quedas sobre os pés, as forças de recepção no
solo podem ser desiguais, um ramo pubiano pode elevar-se mais do que o outro,
levando a um cisalhamento do púbis com estiramento dos ligamentos pubianos
associados, ou não, a um bloqueio do ramo pubiano em superioridade. A algia pode
ser referida na virilha, na face interna das coxas ou no abdômen e eventualmente
um aumento da dor pode dificultar o caminhar (CANAVAN, 2001).
A fisioterapia é extremamente útil e efetiva em muitos atletas porque ajuda a
resolver os desequilíbrios musculares do quadril e dos estabilizadores da pelve
através da terapia manual, com o fortalecimento muscular e alongamentos
adequados seguidos de exercícios aeróbico (CIPRIANO, 1999).
Seu tratamento demanda tempo prolongado de três a nove meses, no qual a
interrupção da prática esportiva é essencial. No caso do futebol, a ausência do
jogador por tempo tão prolongado pode determinar sua desvalorização dentro da
equipe. O atleta vê-se então obrigado a escolher entre duas opções: iniciar o
tratamento e correr o risco de perder sua posição na equipe ou ignorar seu
problema, continuando a atividade esportiva sob efeito de dor ou medicamentos, e
só iniciando o tratamento em uma fase crônica e de difícil evolução (HAMILL, 1999).
Essa situação aumenta ainda mais a necessidade do conhecimento dos
mecanismos relacionados ao desenvolvimento da pubalgia, possibilitando a
utilização de medidas preventivas (LASMAR, 2002).
19
4.1 O TRATAMENTO E FISIOTERAPIA
O tratamento da pubalgia caracteriza-se por tempo prolongado de três a nove
meses, sendo o repouso de fundamental importância. Obviamente, quanto mais
cedo for iniciado o tratamento, menor o tempo e melhor seu resultado o (STARKEY,
2001).
O tratamento conservador baseia-se no repouso, aplicações locais de gelo e
ultra-som, uso de antiinflamatórios não esteróides e infiltrações de corticóides
perilocais em alguns casos. Caso se diagnostique um ilíaco bloqueado, o
restabelecimento de sua mobilidade pode ser feito através de técnicas de
manipulação ou técnicas de mobilização (BUSQUET, 1985).
A melhora da flexibilidade de todos os músculos envolvidos direta ou
indiretamente com o púbis, ou seja: isquiotibiais, retofemoral, iliopsoas, adutores,
rotadores externos de quadril, quadrado lombar, é de essencial importância para o
sucesso do tratamento Assim como a correção de possíveis desbalanceamentos de
forças criados pelo futebol como na relação entre abdutores do quadril x adutores e
rotadores internos de quadril (COHEN; ABDALLA, 2003).
De acordo com as referências bibliográficas a pubalgia é uma lesão muito
complexa, com muita dificuldade de diagnóstica-lá precocemente, sendo assim,
acontece uma demora do tratamento, atingindo uma grande quantidade de atletas
de futebol, limitando-os na prática esportiva. Grados (2007), acrescenta: diagnosticar
a causa da dor na virilha pode ser difícil, porque neste ponto pode haver mais do
que um fator contribuindo
Durey (1993) e Grados (2007), afirmam que ficou comprovado que fatores pré
disponentes, como hiperlordose lombar, dismetrias dos membros, pés cavos levam a
pubalgia, sendo assim o tratamento preventivo tem como objetivo de diminuir a
hiperlordose lombar, o uso de palmilhas para que haja uma simetria dos membros,
calçados adequados, gramados em boas condições, tipos de treinamentos e a
preparação física do atleta.
Busquet (1985) e Castropil (2007) afirmam, que o aparecimento da dor na
região do baixo abdômem, e a solicitação excessiva da musculatura abdominal é
necessária para estabilizar o tronco na hora do chute. Este fato acontece, associado
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às retrações e os desequilíbrios musculares, desencadeando a lesão, auxiliando no
surgimento de outras lesões como tendinites, estiramentos, distensões e contraturas
musculares ocasionando deteriorização ósteotendíneas. Neste caso deve-se intervir
cirurgicamente.
A fisioterapia entraria com um programa de reequilíbrio muscular e diminuição
das retrações, estiramentos e distensões, através de várias técnicas como
Osteopatia, RPG, entre outras técnicas manuais. Com isso, podemos verificar, que a
opinião dos autores são necessárias, para o aprimoramento das técnicas e
tratamento, objetivando um alongamento e um fortalecimento adequado onde ocorra
o reequilíbrio muscular necessário para o tratamento da pubalgia (CANAVAN, 2001).
O tratamento adequado é multidisciplinar, onde o médico diagnostica e
prescreve os medicamentos; o fisioterapeuta elabora um programa adequado de
reabilitação e o preparador físico atua na perpetuação dos resultados obtidos, sendo
que o tratamento preventivo é a melhor opção, daí a importância de um programa
adequado de exercícios de alongamentos antes e depois dos jogos ou treinos
(STARKEY, 2001).
A fase de reabilitação pode ser dividida em aguda; fase de reabilitação, onde
inicia-se o treinamento aeróbio, fortalecimento dos grupos musculares e os
alongamentos; e por último, a fase de retorno ao esporte, onde se trabalha a
propriocepção específica, e dependendo da evolução, o retorno total ao esporte. O
tratamento clínico inicialmente está baseado no repouso e nas medidas para a
redução do quadro álgico, sendo que às vezes, diminuindo a quantidade de
treinamentos, os sintomas já aliviam. Além da eletrotermofototerapia e hidroterapia,
o tratamento vai de encontro à reeducação do equilíbrio proprioceptivo muscular
através de métodos como Terapia manual, Cinesioterapia, Isostreching de Busquet,
e outros (LASMAR; LASMAR; CAMANHO, 2002).
21
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constata-se que a atuação da fisioterapia desportiva através de programas
preventivos é a melhor estratégia para a realização de uma boa temporada do
atleta profissional, uma vez que disfunções como a pubalgia podem ocasionar
afastamento do atleta de sua função.
As evidências que o exercício, do fortalecimento da musculatura do quadril e
abdominal, pode ser uma intervenção eficaz para o tratamento. Os estudos sugerem
que uma duração de intervenção seja entre 5 e 17 semanas podem ser necessária
para que a intervenção no exercício seja eficaz. As evidências sugerem, portanto,
que os exercícios são fundamentais para a regressão da dor e retorno ao esporte
para atletas com diagnóstico de pubalgia. Os estudos sugerem que os exercícios de
fortalecimento deverão progredir para contrações isométricas e excêntricas.
22
REFERÊNCIA
BIENFAIT, Marcel. As bases da Fisiologia da Terapia Manual. Ed. revista e atualizada, São Paulo: Summus editorial, 2000. BUSQUET, Leopoldo. A Pubalgia: Medicina Osteopática e na Medicina Despotiva. Vol. 03, Lisboa: Europress, 1993.
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