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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento VANESSA RAQUEL METZ Efeitos do método pilates no equilíbrio, força muscular e qualidade de vida de idosos: revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados SÃO PAULO 2019

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento

VANESSA RAQUEL METZ

Efeitos do método pilates no equilíbrio, força muscular e

qualidade de vida de idosos: revisão sistemática e

metanálise de ensaios clínicos randomizados

SÃO PAULO

2019

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU

Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento

VANESSA RAQUEL METZ

Efeitos do método pilates no equilíbrio, força muscular e

qualidade de vida de idosos: revisão sistemática e

metanálise de ensaios clínicos randomizados

Dissertação apresentada ao programa de pós-

graduação em Ciências do Envelhecimento da

Universidade São Judas Tadeu como requisito

parcial para obtenção do grau de Mestre em

Ciências do Envelhecimento.

Orientadora:

Professora Dra. Angélica Castilho Alonso

Co-orientadora:

Professora Dra. Kátia Bilhar Scapini

SÃO PAULO

2019

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Metz, Vanessa Raquel

M596e Efeitos do método Pilates no equilíbrio, força muscular e qualidade de vida de idosos: Revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados / Vanessa Raquel Metz. - São Paulo, 2019.

f.: il.; 30 cm.

Orientadora: Angélica Castilho Alonso. Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São Paulo,

2019. 1. Idoso. 2. Exercício físico. 3. Qualidade de vida. I. Alonso, Angélica Castilho. II. Universidade São Judas Tadeu, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências do Envelhecimento. III. Título

CDD 22 – 305.260981

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Universidade São Judas Tadeu

Bibliotecária: Cláudia Silva Salviano Moreira - CRB 8/9237

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“Como compensar as perdas inevitáveis que a idade traz? Usando a cabeça:

em vez de lutarmos para não envelhecer, devemos lutar para não emburrecer. Seguir

trabalhando, viajando, lendo, se relacionando, se interessando e se renovando.

Porque se emburrecemos, aí sim, não restará mais nada.”

Martha Medeiros

Crônica: Morrer em vida é fatal

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AGRADECIMENTOS

Agradeço,

A Deus.

Aos meus pais Sildo e Lorena, que mesmo longe sempre falavam a palavra c

erta ao telefone, dando apoio e motivação pra nunca desistir.

Aos meus irmãos André e Lucas, e também irmãos, Pedro, Anna e Carlos, que

sempre torceram por mim.

Aos meus sobrinhos Matheus e Isadora, onde sempre recarreguei a energia

pra continuar.

Às minhas orientadora e co-orientadora, professoras Dra. Angélica Castilho

Alonso e Dra. Kátia Bilhar Scapini por toda a ajuda, paciência e dedicação para

a realização desse trabalho, onde não mediram esforços para acertar, mesmo

sabendo do tempo que teríamos para realizar, o meu muito obrigada por tudo!

Ao professor e hoje amigo Dr. Rodrigo Maciel Andrade por me incentivar a dar

esse passo e, sempre que pôde, caminhou comigo, tem minha admiração e

eterna gratidão.

Às amizades que eu fiz durante o curso.

Ao Laboratório do Estudo do Movimento do Hospital das Clínicas da Faculdade

de Medicina de São Paulo, à Dra. Julia Maria D’Andrea Greve e aos idosos que

participaram do projeto inicial.

Aos colegas de trabalho, aos alunos, aos amigos e amores, que sempre

entenderam a minha ausência quando foi necessário.

À CAPES pela bolsa.

À Universidade São Judas Tadeu pela oportunidade e ao corpo docente pelo

aprendizado.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Aparelhos do método pilates em estúdio ......................................... 19

Figura 2 - Fluxograma de estratégias de busca .............................................. 32

Figura 3 - Análise do risco de viés dos estudos incluídos ............................... 35

Figura 4 - Porcentagem da análise do risco de viés dos estudos incluídos .... 36

Figura 5 - Comparação pilates versus controle / Equilíbrio Escala de Berg .... 44

Figura 6 - Comparação pilates versus controle / Equilíbrio TUG ..................... 45

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estudos excluídos após avaliação na íntegra ................................ 33

Tabela 2 - Características das intervenções dos estudos incluídos ................ 39

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LISTA DE ABREVIATURAS

AVD Atividade de vida diária

ECR Ensaio clínico randomizado

GDLAM Latin American Development Group for Elderly

GDS Geriatric Depression Scale

GHQ-12 General Health Perception

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MAT Pilates solo

MMII Membros inferiores

MMSS Membros superiores

OMS Organização Mundial da Saúde

PNSPI Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa

POMS Profile of Mood States

PSQI The Pittsburg Sleep Quality Index

PRISMA Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Metanalyses

PRÓSPERO International Prospective Register of Systematic Reviews

QV Qualidade de vida

RM Repetição máxima

RS Revisão Sistemática

SF 36 Short Form- 36

TUG Timed- up and go

WHOQOL World Health Organization Quality of Life

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NORMALIZAÇÃO ADOTADA

Esta dissertação está de acordo com as seguintes normas, em vigor no

momento desta publicação: Referências: adaptado de International Committee

of Medical Journals Editors (Vancouver).

Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Divisão de

Biblioteca e Documentação. Guia de apresentação de dissertações, teses e

monografias. Elaborado por Anneliese Carneiro da Cunha, Maria Julia de A. L.

Freddi, Maria F. Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos

Cardoso, Valéria Vilhena. 3a ed. São Paulo: Divisão de Biblioteca e

Documentação; 2011.

Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com List of Journals

Indexed in Index Medicus

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RESUMO

INTRODUÇÃO:O aumento da expectativa de vida torna o envelhecimento um assunto importante e abrangente. Dado que este pode ser influenciado pela prática de atividade física, o método Pilates tem se destacado por sinalizar efeitos positivos nesta fase da vida. Entretanto esses resultados, em sua maioria, advêm de estudos não randomizados e com baixo rigor metodológico, limitando a interpretação da magnitude da efetividade desta prática. OBJETIVO: Revisar sistematicamente os efeitos da prática do método Pilates sobre aspectos físico-funcionais e qualidade de vida de idosos. MÉTODOS: Os critérios para elegibilidade seguiram a estratégia PICOS. Dessa forma, foram incluídos ensaios clínicos randomizados cujos participantes fossem idosos, cuja intervenção fosse exercício com o método Pilates e que utilizaram como comparador um grupo controle. Os desfechos primários foram equilíbrio, força muscular, qualidade de vida. Os desfechos secundários foram humor, autonomia e flexibilidade. As buscas foram realizadas nas bases eletrônicas Pubmed, Web of Science, LILACS, Cochrane Library e EMBASE, usando os termos MeSHs: “Aged”, “elderly”, “Pilates-Based Exercises”, “Pilates Training”,

“Pilates”, Mat Pilates”, “Equipment-based Pilates”, e sinônimos, em março de 2018. A metanálise, quando possível, foi realizada utilizando os valores de média e desvio padrão dos grupos após o período de intervenção utilizando o modelo de efeitos randômicos. RESULTADOS: A estratégia de busca

identificou 1318 estudos, desses, 22 ECRs (897 indivíduos) foram incluídos a ,

maioria dos estudos envolveu a população feminina. Foi realizada metanálise apenas na variável equilíbrio, por meio de Escala de Berg (três ECRs), onde não houveram diferenças significativas entre o grupo intervenção e controle (2,06 – IC 95%: -1,31, 5.44; I2: 91%) , e também avaliada pelo TUG (seis ECRs) que pode-se observar uma redução de 0,92 segundos na execução do protocolo (IC 95%: -1,67, -0,17; I2: 62%). Mais três ECRs, avaliaram o equilíbrio e os dados foram descritos de forma qualitativa e em apenas um não foi observado diferença significativa entre os grupos intervenção e controle, a favor da intervenção. Em todas as demais variáveis encontradas, devido à grande variabilidade metodológica os dados foram apresentados de forma qualitativa. CONCLUSÃO: Embora os resultados dos estudos incluídos nessa revisão demonstrem que a prática do método pilates por idosos possa ter efeitos positivos em alguns dos desfechos avaliados, esses resultados devem ser interpretados com cautela, uma vez que os estudos apresentam heterogeneidade metodológica e uma parte deles também alto risco de viés.

Palavras-chave: Idoso; Método Pilates; Qualidade de vida

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ABSTRACT INTRODUCTION: Increasing life expectancy makes aging an important and wide subject. Since this can be influenced by the practice of physical activity, the Pilates method has been highlighted for signaling positive effects in this stage of life. However, these results, for the most part, come from non-randomized studies and with low methodological rigor, limiting the interpretation of the effectiveness magnitude of this practice. OBJECTIVE: To systematically review the effects of Pilates method practice on physical-functional aspects and quality of life of the elderly. METHODS: Criteria for eligibility followed the PICOS strategy. Thus, we included randomized clinical trials whose participants were elderly, which the intervention was exercise with the Pilates method and that used as comparator a control group. The primary outcomes were balance, muscle strength, quality of life. Secondary outcomes were mood, autonomy, and flexibility. The searches were performed in the electronic databases Pubmed, Web of Science, LILACS, Cochrane Library and EMBASE, using the terms MeSHs: Aged, elderly, Pilates-Based Exercises, Pilates Training, Pilates, Mat Pilates, Equipment-based Pilates, and synonyms, in March 2018. The meta-analysis, when possible, was performed using the mean and standard deviation values of the groups after the intervention period using the random effects model. RESULTS: The search strategy identified 1318 studies, of which 22 RCTs (897 individuals) were included, most of the studies involved female population. A meta-analysis was performed only in the balance variable, through the Berg Scale (three RCTs), where there were no significant differences between the intervention and control groups (2.06 - 95% CI: -1.31, 5.44, I2: 91%), and also evaluated by the TUG (six RCTs), which it is possible to observe a reduction of 0.92 seconds in the protocol execution (95% CI: -1.67, -0.17, I2: 62%). Three other RCTs evaluated the balance and the data were described in a qualitative way and in only one was not observed a significant difference between the intervention and control groups in favor of the intervention. In all other variables found, due to the wide methodological variability, data were presented in a qualitative way. CONCLUSION: Although the results of the studies included in this review demonstrate that the Pilates method practice by the elderly may have positive effects on some of the outcomes evaluated, these results should be interpreted with caution, since the studies present methodological heterogeneity and a part of them also high risk of bias. Keywords: Elderly; Pilates Method; Quality of life

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1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 14

2. OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 16

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 16

3. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 17

3.1 ENVELHECIMENTO ................................................................................................. 17

3.2 MÉTODO PILATES ................................................................................................... 18

3.2.1 MÉTODO PILATES: PILATES DE SOLO (MAT) E PILATES COM

APARELHOS (ESTÚDIO) ........................................................................................... 18

3.2.2 MÉTODO PILATES E EQUILÍBRIO ................................................................. 19

3.2.3 MÉTODO PILATES E RISCO DE QUEDA ...................................................... 20

3.2.4 MÉTODO PILATES E FORÇA MUSCULAR ................................................... 21

3.2.5 MÉTODO PILATES E QUALIDADE DE VIDA ................................................ 22

3.2.6 MÉTODO PILATES E HUMOR ......................................................................... 23

3.2.7 MÉTODO PILATES E AUTONOMIA ................................................................ 23

3.2.8 MÉTODO PILATES E FLEXIBILIDADE .......................................................... 24

3.2.9 MÉTODO PILATES E COMPOSIÇÃO CORPORAL ...................................... 24

3.2.10 MÉTODO PILATES E AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE ............................. 25

3.2.11 MÉTODO PILATES E QUALIDADE DO SONO ........................................... 25

3.2.12 MÉTODO PILATES E MARCHA .................................................................... 25

4. MÉTODOS .................................................................................................................... 27

4.1 DELINEAMENTO GERAL DO ESTUDO ................................................................ 27

4.2 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE ........................................................................... 27

4.3 ESTRATÉGIA DE BUSCA ....................................................................................... 28

4.4 SELEÇÃO DOS ESTUDOS...................................................................................... 28

4.5 EXTRAÇÃO DOS DADOS ....................................................................................... 29

4.6 AVALIAÇÃO DO RISCO DE VIÉS DOS ESTUDOS INCLUÍDOS ....................... 29

4.7 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................ 29

4.8 PROTOCOLO E REGISTRO .................................................................................... 30

5. RESULTADOS ................................................................................................................ 31

5.1 ESTRATÉGIA DE BUSCA ....................................................................................... 31

5.2 AVALIAÇÃO DO RISCO DE VIÉS DOS ESTUDOS INCLUÍDOS ....................... 34

5.3 CARACTERÍSTICAS DOS INDIVÍDUOS DOS ESTUDOS INCLUÍDOS ............. 37

5.4 CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS INCLUÍDOS ............................................. 38

5.4.1 TIPO DE PILATES ............................................................................................. 38

5.4.2 DURAÇÃO E FREQUÊNCIA DA INTERVENÇÃO ......................................... 38

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5.5. EFEITOS DAS INTERVENÇÕES ........................................................................... 44

5.5.1 EQUILÍBRIO........................................................................................................ 44

5.5.2 RISCO DE QUEDA............................................................................................. 46

5.5.3 FORÇA MUSCULAR ......................................................................................... 47

5.5.4 QUALIDADE DE VIDA....................................................................................... 48

5.5.5 HUMOR ............................................................................................................... 49

5.5.6 AUTONOMIA FUNCIONAL ............................................................................... 50

5.5.7 FLEXIBILIDADE ................................................................................................. 51

5.5.8 COMPOSIÇÃO CORPORAL ............................................................................ 51

5.5.9 AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE ...................................................................... 52

5.5.10 QUALIDADE DO SONO .................................................................................. 52

5.5.11 MARCHA ........................................................................................................... 53

6. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 54

6.1. RESUMO DAS EVIDÊNCIAS ................................................................................. 54

6.1.1 EQUILÍBRIO POSTURAL ................................................................................. 55

6.1.2 RISCO DE QUEDA............................................................................................. 57

6.1.3 FORÇA MUSCULAR ......................................................................................... 58

6.1.4 QUALIDADE DE VIDA....................................................................................... 59

6.1.5 HUMOR ............................................................................................................... 60

6.1.6 AUTONOMIA ...................................................................................................... 60

6.1.7 FLEXIBILIDADE ................................................................................................. 61

6.1.8 AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE ...................................................................... 61

6.1.9 OUTROS DESFECHOS ..................................................................................... 62

7. LIMITAÇÕES ................................................................................................................... 64

8. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 66

APÊNDICES ......................................................................................................................... 75

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1. INTRODUÇÃO

O aumento da expectativa de vida e a preocupação com a qualidade de

vida tornam o envelhecimento um assunto importante e abrangente, pois

embora possa ser caracterizado pela deterioração biológica e consequente

diminuição da capacidade funcional (NERI e FREIRE, 2000), pode ser

influenciado por diferentes fatores atrelados aos hábitos diários, tais como

interações sociais e psicológicas (SCHNEIDER e IRIGARAY, 2008) e prática de

atividade física (MATSUDO et al., 2001), dentre outros, o que tornam a velhice

uma experiência única apesar de ser universal.

Segundo dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) a população

idosa no Brasil deverá triplicar até 2050, e a expectativa de vida média será de

84 anos para mulheres e 78 para homens (IBGE, 2016), com esses dados, faz-

se necessária à adoção de bons hábitos para viver com melhor qualidade e

independência.

Sendo assim, e considerando que a prática de atividade física é um dos

fatores que promovem o envelhecimento saudável (MATSUDO et al., 2001), um

programa de atividades físicas deve ser ofertado para a melhoria na aptidão

física e saúde (MAZO et al., 2007) na busca por incremento da qualidade de

vida e autonomia nas atividades de vida diárias, e menor risco de doenças

(MIRANDA e MARQUES, 2018).

Dentre as distintas possibilidades encontradas para a prática de atividade

física, o método pilates tem se destacado pelos benefícios e adesão (PEREZ et

al., 2013), independentemente da forma que esta é praticada, sendo feito o uso

de variados materiais, tais como: rolos, bolas, halteres, faixas elásticas, bosu e

magic circles, é conhecida como MAT ou pilates solo; ou com a ajuda de

aparelhos confeccionados para tais fins, como por exemplo o Cadillac, Reformer,

Chair e Barrel, é conhecido como estúdio.

Embora evidências sinalizem para efeitos positivos de tal método na

melhoria da força (OLIVEIRA et al., 2016), flexibilidade (OLIVEIRA et al., 2016),

equilíbrio (RODRIGUES et al., 2009; BIRD et al., 2012; BARKER et al., 2015),

autonomia funcional (CURI et al., 2018; CURI et al., 2017; ÁNGELES et al.,

2016; OLIVEIRA et al., 2015), percepção de qualidade de vida (CURI et al.,

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2017; LIPOSCKI et al., 2018; OLIVEIRA et al., 2015; RODRIGUES et al., 2010;

CURI et al., 2018) e bem-estar psicológico (ROH, 2018), por além da diminuição

de doenças metabólicas (MELO et al., 2018), respiratórias (ALVARENGA et al.,

2018), ortopédicas (PETERSON e HALADAY, 2018) e neurais (DANIELSON e

EVANS, 2018), delineamentos duplo-cego e randomizado na população idosa

não são a maioria, limitando a interpretação da magnitude da efetividade deste

método, nesta população.

Diante da popularização do método pilates, dos inúmeros benefícios

prometidos com tal prática, e das limitações apresentadas pelas evidências

científicas encontradas, existe a necessidade da realização de uma revisão

criteriosa com o propósito de elencar os efeitos desta prática no idoso.

Assim sendo, considerando a metanálise uma agregação estatística de

dados de estudos primários, que tem por objetivo melhorar o poder estatístico da

análise a fim de gerar estimativas de efeitos mais precisas sobre o fenômeno

analisado (GREENHALGH, 1997), considerar tal abordagem para o melhor

entendimento na aplicação de exercícios do pilates no idoso torna-se uma tarefa

pendente.

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2. OBJETIVO GERAL

Revisar sistematicamente os efeitos da prática do método pilates sobre

aspectos físico-funcionais e qualidade de vida de idosos.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Estimar os efeitos do método pilates no equilíbrio postural

em idosos comparados ao grupo controle.

Estimar os efeitos do método pilates na força muscular em

idosos comparados ao grupo controle.

Estimar os efeitos do método pilates na qualidade de vida

dos idosos comparados ao grupo controle.

Estimar outros possíveis efeitos do método pilates

encontrados na literatura, em idosos comparados ao grupo

controle.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 ENVELHECIMENTO

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o

Brasil passará dos atuais 8,6% de idosos para 13% em 2020, chegando a 20%

da população em 2050 (IBGE, 2016). A população idosa mundial conta hoje com

um décimo de pessoas com 60 anos ou mais.

Segundo esses dados estatísticos, pode-se dizer que a população idosa

no Brasil é a que mais cresce atualmente, isso se deve à melhoria das

condições da qualidade de vida que o país proporcionou nas últimas décadas e

à regulamentação da Política Nacional da Pessoa Idosa (PNSPI) em 2006, que

preconiza um envelhecimento ativo com a finalidade de recuperar, manter e

promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando

medidas coletivas e individuais de saúde em consonância com os princípios e

diretrizes do Sistema Único de Saúde.

Em relação ao envelhecimento ativo, a Organização Mundial da Saúde

(OMS) salienta que o termo “ativo” está relacionado não somente à capacidade

de estar fisicamente ativo e sim ter como objetivo “aumentar a expectativa de

uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas” (OMS, 2005).

Já é sabido que envelhecer e adoecer não são sinônimos, porém no

processo de envelhecimento ocorre uma degeneração progressiva dos sistemas

corporais que comprometem o desempenho funcional do corpo (ABREU et al.,

2005), alterando variáveis físicas como força, flexibilidade e resistência, o que

pode causar um declínio da capacidade funcional (ROGATTO e GOBBI, 2001) e

assim colaborar com o surgimento de patologias características do

envelhecimento, tais como de doenças metabólicas (MELO et al., 2018),

respiratórias (ALVARENGA et al., 2018), ortopédicas (PETERSON e HALADAY,

2018) e neurais (DANIELSON e EVANS, 2018).

Sendo assim, uma das maneiras de manter a independência dos idosos é

a prática regular de atividade física, voltada a melhora da força muscular, da

flexibilidade e da resistência, e consequente efeito positivo na capacidade

funcional dos idosos (HANH et al., 2003; VALLE et al., 2004).

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3.2 MÉTODO PILATES

Foi estudando e aplicando em si, que o alemão Joseph Hubertus Pilates

(1883-1967) criou o método no início do século XX. Mas foi durante a primeira

guerra mundial que o método pilates se tornou conhecido por reabilitar os

soldados que voltavam da guerra (LATEY, 2001). O método finalmente se

popularizou nos anos 80, entre atletas e bailarinos, o que faz do método tanto

uma atividade física como um instrumento de reabilitação.

Joseph Pilates criou 34 movimentos fundamentais, dos quais variações

são propostas com o objetivo de controlar a intensidade, em decorrência da

aptidão e limitações de cada praticante (McMILLAN et al., 1998). Em decorrência

da necessidade de associar o controle dos mecanismos ventilatórios, ativação

muscular da região abdominal, lombar e quadril (denominados centro de força,

ou powerhouse), enquanto mantém as curvaturas fisiológicas da coluna vertebral

(SEGAL, 2004), o método foi inicialmente denominado contrologia (SHEDDEN e

KRAVITZ, 2006).

Diferentes benefícios podem ser atribuídos à prática regular do pilates,

como o incremento de força, flexibilidade, equilíbrio e consciência corporal

(CRUZ-DÍAZ et al., 2015), e consequentemente, na qualidade de vida (BULLO et

al., 2015), tornando assim o método como uma atividade de corpo e mente e

com maior poder de adesão.

3.2.1 MÉTODO PILATES: PILATES DE SOLO (MAT) E PILATES COM

APARELHOS (ESTÚDIO)

O método pilates é classicamente dividido entre exercícios no solo (MAT)

e exercícios em aparelhos (Estúdio). A sequência de exercícios realizadas no

solo envolve um ajuste postural de cintura escapular, coluna e pelve neutras,

mobilização, respiração e exercícios que reforçam a musculatura do centro do

corpo (power-house) (ANDERSON e SPECTOR, 2000). Pode-se utilizar

acessórios como o magic circle, faixas elásticas, bolas, rolos, com a finalidade

de adequar às necessidades do aluno.

Já no repertório de exercícios do estúdio conta-se com o uso de quatro

aparelhos, denominados: Cadillac (a), Ladder Barrel (b), Chair (c) e Reformer (d)

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(Figura 1), que por intermédio do uso de molas, possibilita o ajuste de

intensidade do exercício, auxiliando ou dificultando a realização dos mesmos

(McMILLAN et al., 1998).

Figura 1. Aparelhos utilizados na prática do método em Estúdio, denominados Cadillac (a), Ladder Barrel (b), Chair (c) e Reformer (d) (Metalife, 2019). Acessado em 13/01/2019, https://metalifepilates.com.br/aparelhos-de-pilates

Em ambas as modalidades (MAT e Estúdio) são realizados movimentos

para estabilização, mobilização, fortalecimento e alongamento corporal

(GALLAGHER, 2000), trabalho esse que normalmente resulta em aumento da

força e resistência muscular, ganhos na flexibilidade, melhora no equilíbrio e

propriocepção e coordenação motora (CRUZ-DÍAZ et al., 2015). Os efeitos

positivos incluem ainda bem-estar geral refletindo na qualidade de vida do

praticante (HITA-CONTRERAS et al., 2016).

3.2.2 MÉTODO PILATES E EQUILÍBRIO

O equilíbrio, controlado pela interação dos sistemas vestibular,

neuromuscular e visual (MESQUITA et al., 2015) está entre os fatores físicos

que se deterioram no processo de envelhecimento (RUBENSTEIN, 2006),

a b c d

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20

resultando em uma diminuição do tempo de reação às instabilidades corporais

(MESQUITA et al., 2015).

Assim, atividades físicas que exijam concentração, como o pilates, estão

associadas à melhoria do equilíbrio (SHERRINGTON et al., 2011). No estudo de

Bird et al. (2012) ao avaliarem a intervenção de exercícios de pilates no

equilíbrio estático e dinâmico em idosos, concluíram que o método pode produzir

adaptações neuromusculares capazes de melhorar essa variável quando

comparadas ao grupo que nada fez. Estes dados corroboram com os achados

de Sofianidis et al. (2016), que ao compararem o equilíbrio estático e dinâmico

de idosos (n=32) que praticavam pilates com os que praticavam dança,

concluíram que ambas atividades foram benéficas no equilíbrio, embora cada

uma tenha sua especificidade quanto a adaptação, uma vez que a dança parece

ser ideal para pessoas com problemas de percepção do ritmo e controle

sensório-motor; e o pilates ideal para pessoas com propriocepção reduzida.

Desta forma, a escolha quanto à atividade a ser praticada deverá ser de acordo

com a demanda e preferência do idoso.

3.2.3 MÉTODO PILATES E RISCO DE QUEDA

O risco de quedas aumenta na proporção do envelhecer, uma vez que há

deterioração de sistemas atrelados a manutenção do equilíbrio vestibular,

neuromuscular e visual, (MESQUITA et al., 2015) e massa muscular e óssea

(NINO et al., 2003).

Tal fator deve ser considerado de extrema importância dado que a junção

destes fenômenos constitui como a principal causa de queda e mortis (CLARK et

al., 2012), sendo desta forma, a queda, considerada um problema de saúde

pública.

Por além do risco de morte, a queda por si só, é entendida como fator

desencadeante da independência funcional e aparecimentos de transtornos

psicossociais como depressão (RUBESTEIN, 2006). Na contramão desses

dados, a prática de exercícios físicos pode melhorar a condição física e reduzir o

risco de quedas (CRUZ-DÍAZ et al., 2015). As atividades físicas voltadas à

população idosa incluem exercícios aeróbicos, de força, equilíbrio e flexibilidade

e devido à possíveis limitações dado ao processo de envelhecimento o

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programa de exercícios deve ser de baixo impacto e intensidade, fácil realização

e curta duração. (NELSON et al., 2007), e dentre as diversas opções, o pilates

tem uma boa aceitação, dado aos resultados pela atividade proporcionada,

elevada adesão e característica da atividade (BARKER et al., 2015).

Corroborando com tais informações, Mokhtari et al. (2012) ao avaliarem

idosas (n=30) com idade entre 62 e 80 anos, submetidas à um treinamento de

12 semanas, com três sessões MAT pilates semanais, identificaram melhora nos

indicadores de depressão e equilíbrio. Em consonância a tais resultados, Barker

et al. (2015), após um programa de 12 semanas, com duas sessões semanais

de treinamento de pilates, encontraram melhora nos indicadores de equilíbrio e

força de membros inferiores.

Em outro estudo, Roller et al. (2017), identificaram a redução do risco de

quedas de idosos, após dez semanas de exercícios de pilates estúdio somente

no aparelho reformer.

Desta forma, pode-se considerar que o treinamento com pilates é capaz

de desenvolver fatores atrelados a manutenção do equilíbrio e redução do risco

de quedas.

3.2.4 MÉTODO PILATES E FORÇA MUSCULAR

Durante o processo de envelhecimento, há alterações de massa

muscular, gordura e massa óssea (HUGHES et al., 2002), o ganho de massa

gorda e a perda de massa muscular é normal ao envelhecer, e acaba tornando-

se um fator para o surgimento de doenças e incapacidades (SHORT e NAIR,

1999). A presença de sarcopenia é uma realidade principalmente em idosos

sedentários. A força é necessária para a realização de inúmeras atividades

(sentar, caminhar, levantar, carregar e manter a postura).

Oliveira et al. (2016) verificaram a influência do pilates na força muscular

de flexores e extensores de cotovelo de idosos (n=30) após estes serem

submetidos a um programa de 12 semanas com pilates estúdio. Neste estudo,

os idosos foram divididos em dois grupos (grupo de treinamento pilates e

controle) e o resultado obtido na comparação entre grupos foi que os idosos

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praticantes de pilates melhoraram a força e a funcionalidade de membros

superiores.

Em outro estudo, Oliveira et al. (2015), determinaram o efeito de

treinamento de alongamento e do pilates na força de membros inferiores,

equilíbrio e qualidade de vida em 32 idosos, engajados em um programa de 12

semanas, e observaram que o treinamento com pilates produziu resultados de

maior magnitude nos parâmetros analisados (força de membros inferiores,

equilíbrio e qualidade de vida).

3.2.5 MÉTODO PILATES E QUALIDADE DE VIDA

A qualidade de vida (QV) pode ser descrita como a percepção do estado

de saúde física, psicológica e social nas atividades de vida diárias (AVD)

(VECHIA et al., 2005), sendo comumente quantificada por questionários

propostos pelo Latin American Development Group for Elderly (GDLAM), The

World Health Organization Quality Of Life (WHOQOL) e Short Form-36 (SF-36),

e está associada a autonomia e independência funcional no envelhecimento.

A partir deste apontamento, estudos têm sido direcionados para a

identificação dos efeitos da prática de atividade física na QV.

Por exemplo, no estudo de Rodrigues et al. (2010) ao avaliarem 32 idosas

que praticaram pilates estúdio por 8 semanas, identificaram por meio dos

instrumentos GDLAM e WHOQOL-old, efeitos positivos da prática do pilates.

Liposcki et al. (2018) compararam idosos (n=24) que praticaram pilates

por seis meses, ao grupo controle caracterizado por não realizar a prática

regular de qualquer atividade física. Os resultados obtidos pelo SF-36 mostraram

que o grupo que praticou pilates melhorou praticamente em todos os domínios

(capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade,

aspectos sociais e saúde mental) a exceção do domínio aspecto emocional,

enquanto que o grupo controle não obteve melhora em qualquer dos domínios

analisados.

Os achados de Rodrigues et al. (2010) e Liposcki et al. (2018),

corroboraram com indicadores anteriores que sugeriam que a prática de

atividade física pode resultar efeitos positivos em idosos (HAHN, 2003).

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3.2.6 MÉTODO PILATES E HUMOR

Além da saúde física, preocupa-se também com a saúde psíquica dos

idosos. É comum nessa população a presença de sintomas depressivos, insônia

e baixa autoestima. (MAIA et al., 2004) e uma das características do método

pilates é ser uma atividade corpo e mente.

Pensando nisso, Angeles et al. (2016) analisaram idosos (n=20), divididos

em grupo intervenção com pilates e grupo controle por meio do instrumento

Profile of Mood States (POMS) e observaram efeitos positivos nos estados de

humor dessa população após a prática.

3.2.7 MÉTODO PILATES E AUTONOMIA

A autonomia funcional está relacionada à independência física e na

capacidade de realizar as AVDs, essa ainda também está relacionada à

autonomia de pensamento e autodeterminação (CALDAS, 2003). Ao que

parece, a prática regular de alguma atividade física parece ter efeito positivo

nessa variável.

Em seu estudo, Viera et al. (2016) com 40 idosos randomizados e após

12 semanas de intervenção com o método pilates, puderam observar que tal

prática é eficaz para manutenção da aptidão física, melhorando equilíbrio, força

e resistência, comparados ao grupo que não teve intervenção.

Já Curi et al. (2017) verificaram a autonomia em idosos (n=61) que após

16 semanas de intervenção obtiveram melhoras em variáveis físicas, como:

flexibilidade, força e resistência, refletindo assim um incremento na autonomia

funcional.

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3.2.8 MÉTODO PILATES E FLEXIBILIDADE

A flexibilidade pode ser descrita como a amplitude de movimento articular

e tem papel fundamental na independência funcional do idoso (HOLLAND et al.,

2002).

Em específico no método pilates, Oliveira et al. (2015) compararam os

efeitos do alongamento estático e do pilates na flexibilidade em 30 idosos

divididos em dois grupos (pilates vs alongamento), e concluíram que ambos os

treinamentos são eficazes, porém com resultados diferentes conforme segmento

corporal.

Em outro estudo, Fourie et al. (2013) avaliaram a flexibilidade de idosos

praticantes de um programa de MAT pilates de 8 semanas e comparando esses

idosos com o grupo controle caracterizado pela ausência da prática regular de

atividade física, pode-se afirmar que o programa foi capaz de promover um

incremento da flexibilidade corporal geral.

3.2.9 MÉTODO PILATES E COMPOSIÇÃO CORPORAL

Dentre as alterações físicas e funcionais que o processo de

envelhecimento resulta, há também a diminuição da massa corporal e da

estatura e redução da massa livre de gordura (MENEZES E MARUCCI, 2005). A

prática de alguma atividade física na população idosa tem o intuito de tentar

minimizar esses efeitos deletérios do processo de envelhecimento, uma vez que

ela contempla força, resistência muscular, flexibilidade e capacidade aeróbia

(NAHAS, 2006).

Fourie et al. (2013), avaliaram a composição corporal de idosas (n=50)

após oito semanas de intervenção com o método pilates comparados ao grupo

que nada fez, e puderam observar que o grupo intervenção teve uma diminuição

do percentual de gordura corporal.

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3.2.10 MÉTODO PILATES E AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE

O estado de autopercepção de saúde é considerado um importante

preditor de incapacidade funcional nos idosos, englobando aspectos físicos,

psíquicos e sociais. (MACIEL e GUERRA, 2005), como está relacionada ao

declínio funcional, também é considerado um preditor de mortalidade (ALVES e

RODRIGUES, 2005).

Diante disso, Curi et al., (2017) utilizaram o General Health Questionnaire

(GHQ), afim de avaliar a percepção de idosos (n=61) divididos em grupo

intervenção com pilates e grupo controle com intervenção de pilates por 16

semanas e afirmaram que a prática pode melhorar o estado de saúde percebido

entre os praticantes.

3.2.11 MÉTODO PILATES E QUALIDADE DO SONO

As alterações fisiológicas resultantes do processo de envelhecimento

refletem também no sono e na sua qualidade. Pode se dizer que há um aumento

da latência do adormecer (BRUCE et al., 2009), os idosos deitam mais cedo,

mas demoram mais tempo para adormecer.

Curi et al. (2017) avaliaram a qualidade do sono em idosos após 16

semanas de intervenção e observaram que o grupo que sofreu a intervenção

melhorou a qualidade do sono comparado ao grupo controle, que nada fez.

3.2.12 MÉTODO PILATES E MARCHA

A marcha humana é um complexo movimento dependente de um

controle neural multinível, que permite um padrão altamente consistente de

variáveis cinéticas, cinemáticas e de atividade muscular (HAUSDORFF, 2007).

Ao envelhecer esse controle neural sofre alterações então pensando nisso, Roh

et al. (2016), avaliaram a variabilidade na marcha de idosos (n=20), divididos em

dois grupos (intervenção com pilates e grupo controle), e observaram que após 8

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26

semanas de intervenção o grupo pilates mostrou um impacto positivo em relação

a marcha.

A partir dos estudos brevemente apresentados neste tópico, pode-se

perceber a existência de evidências que sinalizam para efeitos positivos do

método pilates nas capacidades físicas (OLIVEIRA et al., 2016), e coordenativas

(RODRIGUES et al., 2009; BIRD et al., 2012; BARKER et al., 2015), alterações

ortopédicas (PETERSON e HALADAY, 2018) e neurais (DANIELSON e EVANS,

2018), e comportamentais como percepção de qualidade de vida (CURI et al.,

2017; LIPOSCKI et al., 2018; OLIVEIRA et al., 2015; RODRIGUES et al., 2010;

CURI et al., 2018) e bem-estar psicológico (ROH, 2018).

Todavia, diferentes níveis de evidência são encontrados, e uma

enormidade de variáveis desfechos com a prática do pilates em idosos, o que

justifica a realização do corrente trabalho.

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27

4. MÉTODOS

4.1 DELINEAMENTO GERAL DO ESTUDO

Revisão sistemática com metanálise de ensaios clínicos randomizados.

4.2 CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE

Os critérios para elegibilidade dos estudos seguiram a estratégia PICOS

(Quadro 1) de acordo com as normas do PRISMA (LIBERATI et al., 2009).

População Idosos

Intervenção Pilates (mat/estúdio)

Comparação Grupo controle sem nenhum outro tipo de intervenção

Desfecho Equilíbrio, força muscular e qualidade de vida

Tipo de estudo Ensaio clínico randomizado (ECR)

Quadro 1 – Critérios de elegibilidade baseado no PICOS

Foram considerados para inclusão nesta revisão sistemática, os ensaios

clínicos com participantes idosos (idade igual ou superior a 60 anos). Foram

incluídos ensaios clínicos randomizados cuja intervenção fosse exercício com o

método Pilates (MAT ou estúdio) e que utilizaram como comparador um grupo

controle (nenhuma intervenção com exercício ou exercício placebo).

Os desfechos primários foram: Equilíbrio (mensurado por meio de

parâmetros establiométricos ou testes clínicos Timed - up and go (TUG), Escala

de Berg, Escala Internacional de Eficácia de Quedas ; Força muscular

(mensurado por dinamometria isocinética ou teste de Repetição máxima (1-

RM)); Qualidade de vida (avaliado pelo questionário SF- 36 ou WHOQOL old).

Além disso, foram considerados como desfechos secundários: Humor

(mensurado pela Geriatric Depression Scale - GDS ou pelo instrumento Profile of

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Mood States - POMS); autonomia (avaliado pelo protocolo GDLAM); e

flexibilidade (medida pelo teste de sentar e alcançar ou por meio do flexímetro).

Foram incluídos também demais desfechos encontrados na literatura na

população idosa, como: composição corporal, qualidade do sono, marcha e auto

percepção de saúde.

Para a realização desta revisão sistemática, foram incluídos somente

ensaios clínicos controlados e randomizados.

Foram excluídos estudos que incluíam no mesmo grupo indivíduos com

idade inferior a 60 anos, que apresentavam outra intervenção associada ao

método pilates e aqueles que se tratavam de estudos duplicados.

4.3 ESTRATÉGIA DE BUSCA

As buscas foram realizadas nas principais bases de dados eletrônicas

(Pubmed, Web of Science, LILACS, Cochrane Library e EMBASE) usando os

seguintes termos MeSHs: “Aged”, “elderly”, “Pilates-Based Exercises”, “Pilates

Training”, “Pilates”, Mat Pilates”, “Equipment-based Pilates”, bem como seus

sinônimos. A busca foi realizada em março de 2018. Para produzir uma alta

sensibilidade na busca por ensaios clínicos controlados, foi utilizado uma

sequência de palavras de acordo com cada base a ser pesquisada e não foi

adotada restrição em relação ao idioma ou período de publicação. A estratégia

de busca completa utilizada no Pubmed pode ser vista no Apêndice I.

4.4 SELEÇÃO DOS ESTUDOS

A avaliação para elegibilidade dos estudos foi realizada por dois

revisores independentes (Metz, V. R.; Gomes, A. D.) sendo que as discordâncias

entre os mesmos foram discutidas e resolvidas por consenso. Não havendo

consenso um terceiro revisor (Alonso, A. C.) foi consultado.

Os títulos e os resumos de todos os artigos identificados nas bases de

dados eletrônicas foram avaliados pelas pesquisadoras para busca dos

potenciais estudos elegíveis para inclusão na revisão sistemática. Os estudos

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em que os resumos não forneceram informações suficientes sobre os critérios

de inclusão e exclusão foram avaliados na íntegra pelos mesmos avaliadores.

Foram incluídos na revisão, os ensaios clinicos randomizados que

avaliaram os efeitos do método Pilates em idosos e que tinham pelo menos um

dos desfechos de interesse.

4.5 EXTRAÇÃO DOS DADOS

Para a extração dos dados, os revisores utilizaram um formulário padrão

no qual constavam dados referentes ao método, participantes, intervenção e

desfechos. O modelo seguido para a extração dos dados pode ser visto no

Apêndice II.

4.6 AVALIAÇÃO DO RISCO DE VIÉS DOS ESTUDOS INCLUÍDOS

Após a seleção dos estudos, a qualidade metodológica foi avaliada pelos

mesmos revisores de maneira independente utilizando a ferramenta da

Colaboração Cochrane (CHANDLER et al., 2017) a fim de avaliar os riscos de

viés, como: 1. Geração da sequência aleatória. 2. Ocultação de alocação. 3.

Cegamento de participantes e profissionais. 4. Cegamento de avaliadores de

desfecho. 5. Desfechos incompletos. 6. Relato de desfecho seletivo. As

discordâncias entre os revisores foram discutidas e resolvidas por consenso,

quando não houve consenso, o terceiro revisor foi consultado.

4.7 ANÁLISE DOS DADOS

Foi realizada uma síntese descritiva dos dados e quando possível uma

síntese quantitativa por meio de metanálise.

Quando houve ausência de dados para inclusão na metanálise ou

informações incompletas, tais como número de pacientes, médias e desvios

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padrão, os autores dos estudos primários foram contatados. A metanálise foi

realizada utilizando o modelo de efeitos randômicos. Os dados dos estudos

foram agrupados como diferença entre as médias e as medidas de efeitos de

cada estudo foram obtidas pelos valores pós-intervenção (CHANDLER et al.,

2017). Foi considerado estatisticamente significativo um valor alfa = 0,05.

A heterogeneidade estatística do efeito do tratamento entre os estudos foi

avaliada através do teste Q de Cochran e através do teste de inconsistência (I2),

em que valores acima de 25% e 50% foram considerados como indicativo de

moderada e alta heterogeneidade, respectivamente.

Todas as análises foram realizadas utilizando o software Review Manager

5.3 (Cochrane Collaboration).

4.8 PROTOCOLO E REGISTRO

De acordo com as recomendações do PRISMA (LIBERATI et al., 2009)

essa revisão sistemática foi registrada na plataforma International Prospective

Register Of Systematic Reviews (PROSPERO), sob o número:

CRD42018112149.

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5. RESULTADOS

5.1 ESTRATÉGIA DE BUSCA

A estratégia de busca identificou 1318 estudos nas bases de dados

eletrônicas MEDLINE, EMBASE, LILACS, WEB of SCIENCE e Cochrane Library.

Deste total, 75 estudos foram excluídos por serem duplicados entre as bases e

1159 foram excluídos pelos revisores após análise de título e resumo (Figura 2).

Os 84 estudos restantes, com potencial para a inclusão na revisão, foram

lidos e avaliados na íntegra pelos revisores em relação aos critérios de

elegibilidade para inclusão na revisão. De acordo com esses critérios (desenho

de estudo, participantes e intervenção) foram excluídos 62 estudos que não

atendiam os critérios de elegibilidade propostos (Tabela 1). O estudo de Hwang

et al. (2016), embora fosse um ensaio clínico randomizado com idosos e

intervenção com pilates foi excluído pois não era desfecho de interesse para

essa revisão. Ainda foram encontradas duas publicações múltiplas: Curi et al.,

(2017a) e Curi et al., (2017b), Fourie et al., (2013a) e Fourie et al., (2013b), que

se tratam do mesmo desenho metodológico e população.

Desta forma, 20 artigos foram incluídos nessa revisão sistemática. Todos

os estudos incluídos foram publicados na língua inglesa, com exceção de

Angeles et al. (2016), publicado na língua espanhola.

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Figura 2: Fluxograma de estratégia de busca

Ide

ntifica

çã

o

Tri

ag

em

E

leg

ibili

da

de

In

clu

ído

s

Artigos consultados na íntegra e excluídos

62

MOTIVO Não tinha texto completo: 2 Faixa etária não somente

idosos: 26 Não era ensaio clínico

randomizado: 26 Co-intervenção GC: 7

Desfecho não interesse:1

Publicações múltiplas:2

1318 referências identificadas na pesquisa PUBMED: 1073; EMBASE: 65;

LILACS: 35 WEB OF SCIENCE: 127

COCHRANE LIBRARY:18

Removidos por duplicidade 75

Registros excluídos

1159

Títulos e resumos

selecionados

1243

Leitura de texto completo para elegibilidade

84

Artigos incluídos na revisão

20

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33

A tabela 1 apresenta os estudos excluídos após avaliação na íntegra e os

motivos para exclusão de cada um deles.

Tabela 1 - Estudos excluídos após avaliação na íntegra.

Motivo da exclusão Estudos

Resumo de congresso

/Não texto completo

Alvarenga et al., 2016. Yang et al., 2016

Faixa etária não

somente idosos

Angin et al., 2015. Bergamin et al., 2015. Boix et al., 2017.

Cruz- Díaz et al., 2016.Culligan et al., 2010. Devasahayam

et al., 2016. Donzelli et al., 2006. Eyigor et al., 2010. Fox et

al., 2016. Gomes et al., 2018. Guimarães et al., 2012.

Hagner-Derongowska et al., 2015. Kaya et al., 2012.

Kloubec, 2010. Kofotolis et al., 2016.Kucukcakir et al.,

2013. Lipko et al., 2015. Martin et al., 2013. Miyamoto et

al., 2016. Oksuz, 2017. Patru et al., 2017.Pedriali et al.,

2016.Vancini et al., 2017. Vieira et al., 2013.Von Sperling

et al., 2006. Wajswelner et al., 2012.

Não é ensaio clínico

Randomizado

Bertoli et al.; 2017a. Bertoli et al., 2017b. Bird et al., 2014.

Camargo et al., 2014.Curi Pérez et al., 2014. Geremia et

al., 2015.Gonzaga et al., 2011. Hita- Contreras et al.,

2016.Hyun et al., 2014. Jara et al., 2015. Kuo et al., 2009.

Lamb, 2015. Larkam, 2017. Martin, 2017a. Martin, 2017b.

Pata et al., 2014. Puleo, 2017. Queiroz et al.,

2016.Rodriguez- Fuentes et al., 2014. Ruiz- Montero et al.,

2013. Ruiz- Montero et al., 2014. Shea, 2014. Smith et al.,

2005. Stivala, 2014.Teixeira et al., 2016 Vasconcelos et

al., 2016.

Grupo comparador

com intervenção

Cerda et al., 2011. Dashiti et al., 2015. Josephs et al.,

2015. Jurakic et al., 2015. Markovic et al., 2015. Oliveira

et al., 2015a. Oliveira et al., 2015b. Rutjes et al., 2014.

Shaw et al., 2012.

Desfecho não interesse Hwang et al., 2016.

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34

5.2 AVALIAÇÃO DO RISCO DE VIÉS DOS ESTUDOS INCLUÍDOS

A figura 3 apresenta os resultados de cada estudo incluído em relação

aos itens avaliados: geração da sequência aleatória, alocação sigilosa,

cegamento, cegamento dos avaliadores dos desfechos, dados de desfechos

incompletos e relatório seletivo utilizando a ferramenta da Cochrane Risk of Bias.

Os estudos incluídos, no geral apresentaram média qualidade

metodológica. Pode-se observar que 11 estudos (55%) relataram o método

utilizado para randomização.

Em relação ao critério cegamento (duplo-cego), todos os estudos

incluídos apresentaram um alto risco de viés, contudo isso já era esperado

devido ao fato de se tratar de intervenção com exercício, o que impossibilita o

cegamento dos participantes e pesquisadores.

O cegamento dos avaliadores dos desfechos foi relatado em apenas seis

estudos (30%). Quanto aos dados de desfechos incompletos, descrevendo as

perdas e exclusões os estudos elegidos incluídos nessa RS tiveram uma boa

qualidade metodológica (90%), apenas dois ECRs (10%) apresentaram alto risco

de viés para esse item.

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Figura 3 - Análise de risco de viés dos estudos incluídos de acordo com a

ferramenta da Cochrane.

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A figura 4 representa de forma percentual os dados obtidos em relação à

análise do risco de viés dos artigos incluídos na revisão, ainda de acordo com a

ferramenta da Cochrane.

Figura 4 - Porcentagem da análise do risco de viés dos artigos incluídos.

Legenda:

Randon sequence generation: geração da sequência aleatória

Allocation concealment: alocação sigilosa

Blinding of participants and personnel: cegamento dos participantes e pesquisadores

Blinding of outcome assessment: cegamento dos avaliadores dos desfechos

Incomplete outcome data: dados incompletos

Selective reporting: relatório seletivo

Low risk of bias: baixo risco de viés

Unclear risk of bias: risco de viés incerto

High risk of bias: alto risco de viés

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37

5.3 CARACTERÍSTICAS DOS INDIVÍDUOS DOS ESTUDOS

INCLUÍDOS

Os 20 estudos incluídos resultaram em uma amostra total de 813

indivíduos. Desses, 787 indivíduos foram incluídos nas análises dos estudos e

387 participaram do grupo intervenção com exercício. O estudo de menor

tamanho amostral analisou no grupo intervenção nove participantes (LIPOSCKI

et al., 2018) e o de maior 34 participantes (GABIZON et al., 2016). A faixa etária

dos participantes variou dos 60 anos até 80 anos.

Os estudos de Curi et al., 2017a e Curi et al., 2017b; Fourie et al., 2013a

e Fourie et al., 2013b apresentaram o mesmo desenho metodológico e a mesma

população, sendo considerado esse n somente uma vez na totalidade dos

indivíduos dos ECRs incluídos nessa RS.

Em relação ao gênero, 10 estudos envolveram apenas participantes do

sexo feminino, os outros 10 estudos apresentavam ambos os gêneros. Sendo

assim, a maior população estudada participante do grupo intervenção foi a

feminina, em um total de 317 participantes (89%).

Dos 20 estudos elegidos, em cinco deles a amostra foi composta por

indivíduos que viviam em habitação específica para idosos (25%).

Em todos os estudos considerados na formulação deste trabalho, os

autores não reportaram a presença de alterações de qualquer ordem (funcionais

e/ou patológicas) que pudesse interferir nas variáveis de interesse da pesquisa

por eles realizadas.

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5.4 CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDOS INCLUÍDOS

Os estudos elegidos para essa Revisão Sistemática aplicaram o método

pilates (MAT ou estúdio) em idosos com distintos objetivos e desfechos.

A tabela 2 apresenta dados de cada estudo incluído.

5.4.1 TIPO DE PILATES

Dos 20 estudos incluídos, em 14 deles aplicaram o MAT pilates nos

participantes (70%), e em um estudo (Liposcki et al., 2018) foi ministrado ambos

tipos de pilates (MAT e estúdio). Nos demais cinco estudos a intervenção foi

com o pilates de estúdio (25%).

5.4.2 DURAÇÃO E FREQUÊNCIA DA INTERVENÇÃO

A duração da intervenção foi de no mínimo quatro semanas (Carvalho et

al., 2017) e no máximo 24 semanas (Liposcki et al., 2018; Barker et al., 2015),

sendo que a maior parte dos estudos aplicou 12 semanas de intervenção

(44,4%).

A frequência média foi de duas aulas por semana em 51,8% dos estudos,

nos demais estudos (44,4%) houveram três aulas por semana e apenas em um,

Roller et al. (2017), a frequência foi de uma aula por semana.

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Tabela 2: Características dos estudos incluídos.

Autores/ Ano n/

Grupo

Duração/

Frequência

Objetivo/ Desfecho Tipo Intervenção/ Tipo Resultados

Angeles et al,

2016

20

GP:10

GC:10

12 semanas

3x/ 50 min

Humor/ Estados de

ânimos

MAT Mobilidade, respiração,

aquecimento, aula

principal, relaxamento.

Melhorou humor positivo (vigor)

Reduziu humor negativo (tensão, depressão,

cólera, fadiga).

Barker et al,

2015

53

GP:20/

18

GC:22/

22

12 semanas

Seguimento

24 sem

2x/ 60 min

Risco de quedas

Equilíbrio/ força MMII

Estúdio Aula em grupo de 4-6

alunos; Exercícios para

equilíbrio.

Em 24 semanas não houve diferença para risco de

quedas; melhorou equilíbrio estático e TUG;

melhorou força.

Bird et al., 2012 32

GP:13

GC:14

6 semanas

2x/ 60 min

Equilíbrio Estúdio Exercícios no Reformer

e Cadillac

Programa de exercícios

de mobilidade para fazer

em casa

GP melhorou equilíbrio (TUG)

Curi et al.,2017 a

Curi et al.,2017b

34

GP:31

GC:30

16 semanas

2x/ 60 min

Autonomia/ Satisfação

com a vida

Qualidade do sono e

percepção de saúde

MAT Mobilidade,

aquecimento, aula

principal, série de

exercícios na parede.

GP melhorou autonomia em todas variáveis

(flexibilidade, força, resistência aeróbica, equilíbrio

e qualidade de vida)

GP melhorou estado de saúde percebido e alguns

indicadores de qualidade do sono.

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40

Tabela 2: Características dos estudos incluídos (CONTINUAÇÃO).

Carvalho et al,

2017

42

GP:20

GC:20

4 semanas

3x/ 60 min

Força Muscular MMII MAT Mobilidade, respiração,

rolamentos de coluna,

exercícios de força para

MMII, incremento de

exercícios e repetições,

uso de acessórios.

GP apresentou aumento da força em MMII

(quadríceps e bíceps femoral)

Oliveira et al,

2016

30

GP:15

GC:15

12 semanas

2x/ 60 min

Força muscular MMSS Estúdio Mobilidade,

alongamento,

rolamentos e flexão

lateral de coluna, série

de exercícios de MMSS

no Cadillac, 10

repetições cada.

Intragrupo: GP melhorou força e funcionalidade

(flexores e extensores de cotovelo)

Donath et al,

2016

39

GP:17

GC:15

8 semanas

2x/ 60 min

Equilíbrio estático e

dinâmico

MAT Aquecimento,

respiração, mobilidade,

rolamentos e extensões

de coluna, exercícios em

diferentes posições

(ventral, dorsal, lateral,

quadrupede), três

exercícios/ 12 repetições

cada

GP não causou adaptações significativas no

variável equilíbrio em relação ao GC.

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41

Tabela 2: Características dos estudos incluídos (CONTINUAÇÃO).

Fourie et al.,

2013 a

Fourie et al.,

2013b

50

GP:25

GC:25

8 semanas

3x/ 60 min

Composição corporal

Flexibilidade

MAT Respiração, mobilidade,

aula principal,

alongamento e

relaxamento.

GP baixou o percentual de gordura corporal e

aumentou a massa magra.

GP melhorou a flexibilidade nos segmentos ombro,

joelho e quadril (fleximetro)

Gabizon et al,

2016

88

GP:34

GC:44

12 semanas

3x/ 60 min

Equilíbrio/ Percepção de

saúde

MAT Exercícios em diferentes

posições (ventral, dorsal

e sentado), com uso de

acessórios.

GP não melhorou equilíbrio (Berg; Tinetti), não

melhorou SF-36.

Irez, 2014 30

GP:15

GC:15

14 semanas

3x/ 60 min

Equilíbrio/ Risco e medo

de quedas

MAT Aula em grupo,

exercícios nível iniciante,

uso de acessórios.

GP apresentou melhoras em equilíbrio (Berg) e

diminuição do risco de quedas (Downton Fall Risk

Index) em relação ao GC.

Irez et al, 2011 60

GP:30

GC:30

12 semanas

3x/ 60 min

Flexibilidade/ Força

muscular/ Risco de

quedas

MAT Mobilidade, respiração,

exercícios nível iniciante,

uso de faixa elástica e

bola para exercícios de

resistência,

alongamento.

GP foi eficaz no equilíbrio dinâmico, flexibilidade e

tempo de reação, e força. Diminuiu o número de

quedas.

Liposcki et al,

2018

20

GP:9

GC:11

24 semanas

2x/ 30 min

Qualidade de vida MAT e

estúdio

Exercícios de força,

flexibilidade e equilíbrio,

rolamentos de coluna,

abdominais e

paravertebrais

GP melhorou qualidade de vida (capacidade

funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de

saúde, vitalidade, aspectos sociais e saúde

mental); não melhorou em aspectos emocionais.

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42

Tabela 2: Características dos estudos incluídos (CONTINUAÇÃO).

Mesquita et al,

2015

42

GP:20

GC:18

4 semanas

3x/ 50 min

Equilíbrio MAT Exercícios de

alongamento,

rolamentos de coluna,

força, MMII e MMSS,

abdominais, uso de

acessórios

GP melhorou equilíbrio (diminuiu tempo no TUG e

aumentou escala de Berg)

Mokhtari et al,

2013

30

GP:15

GC:15

12 semanas

3x/ 60 min

Depressão/ Equilíbrio MAT Exercícios de solo (6

semanas).

Exercícios com faixa

elástica (6 semanas)

GP diminuiu a depressão (diminuiu GDS) e

melhorou o equilíbrio (diminuiu TUG)

Taskiran et al,

2014

40

GP:18

GC:22

8 semanas

3x/ 50 min

Qualidade de vida/

Autonomia

MAT Aquecimento, aula

principal, relaxamento e

alongamento.

Pilates mostrou eficaz na qualidade de vida, do

sono, força e flexibilidade logo após término do

treinamento.

Roller et al, 2017 55

GP:27

GC:28

10 semanas

1x/ 45 min

Risco de quedas/

Equilíbrio/ mobilidade

Estúdio Aulas com 4- 5 alunos,

somente no reformer

(mobilidade, força MMII

e MMSS, alongamento)

GP reduziu o risco de quedas melhorando todas as

variáveis. (equilíbrio, mobilidade, percepção

sensorial)

Rodrigues et al,

2010

52

GP:27

GC:25

8 semanas

2x/ 60 min

Autonomia/ Equilíbrio/

qualidade de vida

Estúdio Alongamento global,

aula principal e

relaxamento, diferentes

posições para execução

dos exercícios.

GP com melhora na autonomia e equilíbrio, já na

qualidade de vida não houve melhora significativa

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43

Tabela 2: Características dos estudos incluídos (CONTINUAÇÃO).

Sofianidis et al,

2016

24

GP:12

GC:12

12 semanas

2x/ 60 min

Equilíbrio estático e

dinâmico

MAT Aulas de acordo com

idade e objetivos uso de

bolas e faixas elásticas

GP melhorou o equilíbrio

Vieira et al, 2016 52

GP:21

GC:19

12 semanas

2x/ 60 min

Força muscular, equilíbrio

e resistência

cardiovascular.

MAT Respiração,

aquecimento, aula

principal e relaxamento,

aulas com 8- 10 alunos;

uso de acessórios,

trabalhando diferentes

posições.

GP melhorou equilíbrio dinâmico (diminuiu TUG),

força MMII e resistência aeróbica (six-minute walk

test).

Roh et al, 2016 20

GP:10

GC:10

8 semanas

3x/ 60 min

Marcha MAT Aquecimento, aula

principal e alongamento;

uso de faixa elástica.

GP aumentou capacidade neuromuscular e

diminuiu risco de quedas

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5.5. EFEITOS DAS INTERVENÇÕES

O desfecho mais estudado pelos pesquisadores foi o equilíbrio postural,

que foi avaliado em 11 estudos, representando 50%, já risco de quedas associado

ao equilíbrio foi o desfecho de mais quatro estudos, sendo dessa forma o

equilíbrio avaliado em 68% dos estudos incluídos.

A força muscular foi avaliada em quatro estudos (20%), a qualidade de vida

somada a autonomia em seis estudos totais (30%). Em menor aparição nos

desfechos foi encontrado também a flexibilidade em três estudos (15%), humor

em dois estudos (10%), já a qualidade do sono, composição corporal, percepção

de saúde e marcha foi encontrado um estudo de cada variável.

5.5.1 EQUILÍBRIO

Três ensaios que utilizaram a escala de Berg foram agrupados para

realização de metanálise. foram incluídos nessa análise um total de 176

participantes, 84 no grupo intervenção com pilates e 92 no grupo controle.

Verificamos que não houve diferença significativa na escala de Berg entre o grupo

pilates versus grupo controle (2,06 – IC 95%: -1,31, 5.44; I2: 91%). A exclusão do

estudo de Mesquita et al. (2015) removeu a heterogeneidade, no entanto

continuou não apresentando diferenças para essa evidência (Figura 5).

Figura 5 - Comparação grupo pilates versus grupo controle para equilíbrio

avaliado por meio da escala de Berg

Ao avaliarmos o equilíbrio por meio do teste Time-up and go (TUG),

observamos como resultado da metanálise de seis ensaio clínicos (226

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45

participantes no total; 112 no grupo pilates e 114 no grupo controle) que a

intervenção com pilates reduziu significativamente o TUG em 0,92 segundos (IC

95%: -1,67, -0,17; I2: 62%) (Figura 6).

Figura 6 - Comparação grupo pilates versus grupo controle para equilíbrio

avaliado por meio do teste Timed-up and go (TUG).

Entre os estudos incluídos nessa revisão sistemática, houveram mais três

ensaios (DONATH et al., 2015, RODRIGUES et al., 2010; SOFIANIDIS et al.,

2016) que avaliaram o equilíbrio, entretanto os dados não puderam ser agrupados

para inclusão na metanálise devido a variabilidade apresentada nos métodos

utilizados para a avaliação. Dessa forma, os dados desses estudos serão

descritos de forma qualitativa.

Rodrigues et al. (2010) randomizaram 52 idosas com a intenção de avaliar

o equilíbrio estático por meio do Tinetti test. Após oito semanas de intervenção

com os exercícios de pilates, observaram que o grupo com intervenção de pilates

apresentou incremento (delta percentual) significantemente (p<0,05) maiores no

índice representativo do teste. Demonstrando assim uma melhora do equilíbrio no

grupo intervenção (pré = 23,85 ± 1,49, pós = 24,88 ± 1,07) mas não no grupo

controle (pré = 22,04 ± 2,89, pós = 22,36 ± 2,63).

Corroborando com tais achados, Sofianidis et al. (2016) também com o

intuito de mensurar o efeito do pilates no equilíbrio, randomizaram 32 idosos em

três grupos (grupo controle, grupo pilates e grupo dança). Avaliaram o equilíbrio

estático por meio do teste Tandem Stance (TS) com olhos abertos e olhos

fechados, e o equilíbrio dinâmico a partir da oscilação do centro de pressão em

apoio unipodal. Após 12 semanas de intervenção, e considerando o Tandem

Stance (TS) com olhos abertos, os autores encontraram efeito com significância

estatística para o efeito tempo [F(1,27) = 8,862, p=0,001, η2=0,278] e interação

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46

entre tempo e grupo [F(2,23) = 3,99, p=0,34, η2=0,254], não para o efeitos grupo

[F(2,27) = 2,.073, p=0,145, η2=0,024], sugerindo assim efeito positivo da

intervenção. Considerando o Tandem Stance (TS) com olhos fechados, os

autores encontraram que somente o grupo que sofreu intervenção com o pilates

obteve redução da oscilação nos planos ântero-posterior (t (10) = 2,523 p=0,03) e

médio-lateral (t (9) = 3,029 p=0,014).

Todavia, Donath et al., (2015) encontraram efeito oposto. Ao dividirem 48

idosos em três grupos (grupo controle, intervenção com pilates e com intervenção

de exercícios de equilíbrio), e os submetendo à oito semanas de intervenção,

encontraram diferenças significantes no equilíbrio estático (apoio unipodal com

olhos abertos) e dinâmico (Y Balance Test) entre os instantes pré e pós

intervenção nos três grupos (p<0,001), porém sem diferenças (p<0,05) entre o

grupo que sofreu intervenção com o pilates e o grupo controle,

independentemente do tipo de equilíbrio considerado (estático e dinâmico).

5.5.2 RISCO DE QUEDA

Na presente RS foram incluídos quatros ECRs que avaliaram o risco de

queda em idosos (Barker et al., 2015; Irez., 2014; Irez et al., 2011 e Roller et al.,

2017)

Irez., 2014 utilizou o Downton Fall Risk Index afim de avaliar o risco de

quedas em idosos randomizados (n=45). O grupo pilates apresentou menor risco

de quedas (p = 0,03) pré e pós intervenção o que não aconteceu com o grupo

controle.

Barker et al. (2015) avaliaram o número de quedas e lesões nos grupos

pilates e controle e não observaram diferença significativa entre eles, em 12

semanas de intervenção com o método pilates.

Em outro estudo, Irez et al. (2011) avaliaram o número de quedas por

questionário. O grupo pilates apresentou menor número de quedas que o grupo

controle durante o período de 12 semanas de treinamento.

Roler et al. (2017) observaram que em 10 semanas de intervenção de

exercício pilates no aparelho Reformer, o risco de quedas, por meio de ABC scale

que não teve diferença entre os grupos.

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47

5.5.3 FORÇA MUSCULAR

Dos 20 estudos incluídos nessa revisão, apenas cinco avaliaram a força

muscular (n= 104), porém as técnicas de avaliação e os grupos musculares

estudados foram heterogêneos. Desses, quatro estudos avaliaram a força

muscular de membros inferiores: (Barker et al., 2015; Carvalho et al., 2017; Irez et

al., 2011; Vieira et al., 2017).

No estudo de Barker et al. (2015), 49 idosos (n grupo controle=29; n grupo

intervenção=20) foram avaliados no início do programa, após 12 semanas e após

24 semanas. Foi utilizado como indicativo de força muscular de membros

inferiores o teste de teste sentar e levantar. Os autores encontraram que o grupo

intervenção com pilates aumentou significantemente (pré = 14,55 ± 4,90, pós =

18,20 ± 6,44; p=0,012) a força muscular após 24 semanas de treinamento, o

mesmo não ocorrendo para o grupo controle (pré = 14,07 ± 4,09, pós = 15,55 ±

3,55).

Carvalho et al. (2017), avaliando a força isométrica de 10 segundos de

extensores e flexores de joelhos de 60 idosos (n grupo controle=20; n grupo

intervenção=20; n grupo intervenção com treinamento de facilitação

neuroproprioceptivo=20) após 12 sessões de treinamento, encontraram valores

com significância estatística para o efeito grupo (F2,56=6,77, p=0,002 para

extensores de joelho; F2,56=3,72, p=0,03 para flexores de joelho), medida

(F1,56=23,08, p<0,0001 para extensores de joelho; F1,56=21,23, p<0,0001 para

flexores de joelho), e interação grupo por medida (F2,56=19,97, p<0,0001 para

extensores de joelho; F2,56=6,65, p=0,003 para flexores de joelho). Nas análises

comparativas individuais entre os grupos (post hoc), foi encontrado que apenas o

grupo controle não apresentou modificações na magnitude de força isométrica

analisada.

No estudo de Irez et al. (2011), a força muscular de 60 idosos (n grupo

controle=30; n grupo intervenção=30) foi mensurada após 12 semanas de

treinamento, nos movimentos flexão, adução e abdução do quadril por meio do

teste denominado Muscle Manual Tester. Como resultados, os autores

encontraram significância para a interação tempo e força (F (1, 58) =

24,47,p<0,05, η2 = 0,66, poder= 0,99), tempo e grupo (F (1, 58) = 25,62, p<0,05,

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48

η2=0,32, poder = 0.99), e para o efeito isolado grupo (F (1, 58) = 24,27, p<0,05,

η2=0,29, poder = 0.99).

Vieira et al. (2017) avaliaram a força por meio de STS (sentar e levantar)

em 40 idosos (n grupo controle=19; n grupo intervenção=21) submetidos à 12

semanas de treinamento com pilates e observaram que houve melhora no grupo

submetido à intervenção (p=0,03).

De maneira geral, considerando os resultados encontrados nos estudos

descritos, pode-se concluir que há efeito positivo do treinamento com pilates na

força muscular de membros inferiores.

Quanto aos membros superiores, apenas um estudo se propôs a investigar

tais respostas. Oliveira et al. (2016), estudaram a força muscular de 30 idosos (n

grupo controle=15; n grupo intervenção=15) após 12 semanas de treinamento,

nos movimentos flexão e extensão de cotovelo em isocinético. Como resultado,

os autores observaram aumentos com significância estatística (p<0,05) no pico de

torque e trabalho total a 60 e 180 graus/segundo para o movimento de extensão

de cotovelos, mas não para a flexão de cotovelo. Ainda, quando comparado os

grupos, o treinamento pilates apresentou grandes tamanhos de efeito.

Assim, em que pese as modificações para o movimento de flexão de

cotovelo não terem alcançado significância estatística, dado o tamanho de efeito

encontrado e as magnitudes dos valores, pode-se considerar que a exemplo do

ocorrido para membros inferiores, o treinamento de pilates se mostrou eficaz para

melhora da força de membros superiores. Entretanto, deve-se ter cautela, uma

vez que somente um estudo sustenta esse resultado.

5.5.4 QUALIDADE DE VIDA

Quatro ensaios clínicos randomizados avaliaram a qualidade de vida em

idosos praticantes de pilates:

Liposcki et al. (2018) estudaram o efeito do treinamento de pilates na

qualidade de vida de 20 idosos (n grupo controle=11; n grupo intervenção=9)

após 6 meses de intervenção. A qualidade de vida foi estimada a partir do

formulário Short Form-36 (SF-36). Após o período de intervenção, os autores

encontraram melhora com significância estatística em sete dos oito domínios

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49

mensurados pelo SF-36, sendo estes a capacidade funcional (p<0,001), aspectos

físico (p=0,03), dor (p<0,001), condições gerais de saúde (p=0,04), vitalidade

(p=0.02), aspectos sociais (p=0.03) e saúde mental (p=0,05).

Em contrapartida, e ainda utilizando o formulário SF-36, o estudo de

Gabizon et al. (2016) considerou um grupo formado por 88 idosos (n grupo

controle=44; n grupo intervenção=44) após três meses de intervenção, e

modificações significantes (p<0,05) não foram reportadas.

Já o estudo de Rodrigues et al. (2010) avaliou o mesmo parâmetro,

qualidade de vida, de 52 idosas (n grupo controle=25; n grupo intervenção=27)

após oito semanas de intervenção, por meio do questionário WHOQOL-OLD.

Após o período de treinamento, os autores observaram modificações com

significância estatística (p=0,0411) somente no grupo intervenção com pilates

(delta percentual=1,26%).

Taskiran et al. (2014) avaliaram a qualidade de vida por meio do

Nottingham health profile (NHP), um protocolo de 38 itens e com score de 0 a

100, onde maior pontuação indica pior qualidade de vida, em 40 idosos (n grupo

controle=22; n grupo intervenção= 18) e observaram que logo após a intervenção

o grupo pilates apresentou um decréscimo na pontuação do NHP, indicando uma

melhora na qualidade de vida, mas esse efeito não perdurou ao longo de seis

meses após intervenção.

5.5.5 HUMOR

Apenas dois estudos incluídos tiveram como objetivo de estudo, o humor e

depressão em idosos praticantes de pilates.

Angeles et al. (2016), avaliaram o efeito da prática de pilates sobre o

estado de ânimo por meio do questionário Profile of Mood States (POMS), em 20

idosos (n grupo controle=10; n grupo intervenção=10) após 12 semanas de

treinamento. Como resultado, os autores encontraram interação estatisticamente

significativa (p>0,0001) entre as medidas e os grupos na pontuação total do

POMS. Sendo que o grupo intervenção com pilates apresentou valores

significantemente (p<0,05) menores (pré = 10,5 ± 9,1, pós = 5,9 ± 5,3) na

pontuação total do POMS, fenômeno não observado para o grupo controle (pré =

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50

11,9 ± 13,0, pós = 13,6 ± 12,6). Ainda, a escala vigor apresentou tamanho de

efeito igual a 0,71, tensão igual a -0,42, depressão igual a -0,51, cólera igual a -

0,57 e fadiga igual a -0,45.

Já o estudo de Mokhtari et al. (2013), estudou a depressão em idosos por

meio da Geriatric Depression Scale (GDS). A intervenção durou 12 semanas onde

30 idosos foram divididos em grupo controle e grupo intervenção (n grupo

controle=15; n grupo intervenção=15). Os autores encontraram redução (pré =

7,07 ± 1,907, pós = 5,67 ± 1,209) no grupo intervenção com pilates, mas não no

grupo controle (pré = 6,53 ± 0,99, pós = 7,27 ± 1,710), sendo que tais alterações

alcançaram significância estatística (F=8,365, p<0,007).

5.5.6 AUTONOMIA FUNCIONAL

Nesta variável, dois estudos foram encontrados na busca a partir da

estratégia utilizada.

Rodrigues et al. (2010) submeteram 52 idosas (n grupo controle=25; n

grupo intervenção=27) ao treinamento de pilates, comparando-os a um grupo

controle, que não sofreu qualquer intervenção com exercícios físicos. A

autonomia funcional foi quantificada a partir do protocolo Latin American

Development Group for Elderly (GDLAM).

Como resultado, os autores encontraram uma diferença (delta percentual)

significantemente (p<0,05) maior no grupo intervenção. Assim, redução do índice

GDLAM para o grupo intervenção (pré = 27,21 ± 3,85, pós = 23,58 ± 3,96) mas

não no grupo controle (pré = 26,96 ± 3,37, pós = 27,19 ± 3,58), logo, efeitos

positivos do pilates na autonomia funcional.

Já no estudo de Vieira et al. (2017) foram avaliados parâmetros para

autonomia funcional por meio de testes para o equilíbrio (one leg stance e TUG),

a força de membros inferiores (STS) e mais caminhada de seis minutos, e

puderam observar que o pilates mostrou-se eficaz na manutenção da aptidão

física, melhorando as variáveis estudadas.

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5.5.7 FLEXIBILIDADE

Dois estudos foram encontrados considerando o parâmetro flexibilidade:

Fourie et al. (2013) investigaram o efeito do MAT pilates em 50 idosos (n

grupo controle=25; n grupo intervenção=25) após oito semanas de treinamento,

sendo a flexibilidade mensurado para o movimento de flexão e extensão de

ombros, e flexão de quadril e joelho, todos por meio do Leighton Flexometer.

Como resultado, os autores encontraram que após oito semanas de

intervenção com MAT pilates houve melhoras com significância estatística

(p≤0,05) para os movimento flexão de ombro (pré = 152,84 ± 21,32, pós 179,60 ±

10,53) e quadril (pré = 74,36 ± 13,07, pós = 82,60 ± 16,40), mas não para

extensão de ombros (pré = 54,80 ± 24,0, pós = 61,20 ± 9,99) e flexão de joelhos

(pré = 79,20 ± 10,48, pós = 82,60 ± 16,40).

No estudo de Irez et al. (2011), foram investigados 60 idosos (n grupo

controle=30; n grupo intervenção=30) após 12 semanas de treinamento com

pilates. Considerou-se como indicador de flexibilidade, o teste de sentar e

alcançar.

As análises pós intervenção, indicaram valores com significância estatística

para o efeito flexibilidade (F (1, 58) = 5,81, p<0,05, η2 = 0,09, poder = 0,66), grupo

(F (1, 58) = 17,44, p <0,05, η2 = 0,23, poder = 0,99) e interação tempo e grupo (F

(1, 58) = 12,06, p < 0,05, η2 = 0,17, poder = 0,93).

Embora, com base nos resultados encontrados nos estudos reportados, o

treinamento com pilates parece produzir incrementos na capacidade física

flexibilidade, mais estudos são necessários para suportar essa evidência, uma

vez que os estudos apresentaram metodologias distintas para avaliar a

flexibilidade e o estudo de Fourie et al. (2013) apresentou resultados

contraditórios.

5.5.8 COMPOSIÇÃO CORPORAL

Nessa revisão, apenas um estudo avaliou a composição corporal. Fourie et

al. (2013) investigaram o efeito do MAT pilates em 50 idosos (n grupo

controle=25; n grupo intervenção=25) após oito semanas de treinamento afim de

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saber se uma intervenção com MAT pilates poderia modificar a composição

corporal, esta última baseada nos indicativos de percentual de gordura, índice de

massa corporal, massa livre de gordura e massa gorda.

Como resultado, os autores observaram adaptações com significância

estatística apenas no grupo intervenção, com a redução no percentual de gordura

(pré = 33,85 ± 6,67, pós = 32,23 ± 5,82, p <5) e massa gorda (pré = 25,03 ± 9,53,

pós = 23,69 ± 8,06), e aumento da massa livre de gordura (pré = 46,67 ± 6,33,

pós = 48,04 ± 7,52).

5.5.9 AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE

Dentre os estudos incluídos, o desfecho percepção de saúde apareceu em

dois estudos (Curi et al., 2017b; Gabizon et al., 2016).

Em seu estudo, Curi et al. (2017b), avaliaram 61 idosas (n grupo

controle=31; n grupo intervenção=33) que foram submetidas ao treinamento de

pilates por 16 semanas. Para avaliar tal desfecho, os autores utilizaram o

questionário General health perception (GHQ-12). Os resultados obtidos indicam

que após a intervenção com pilates, houve uma melhora significativa na

percepção de saúde (escore total do GHQ-12 (p <0,001, η2 = 0,19)).

Gabizon et al. (2016) além da qualidade de vida, também avaliaram a

percepção de saúde, por meio do instrumento SF-36 pré e pós três meses de

intervenção com pilates, foram randomizados 88 idosos (n grupo controle=44; n

grupo intervenção=44). Os autores observaram que o grupo pilates melhorou seu

score no teste, aumentando sua percepção de estado de saúde, comparado com

o grupo controle.

5.5.10 QUALIDADE DO SONO

Nessa RS, apenas um estudo avaliou a qualidade do sono em idosos. Curi

et al. (2017), utilizaram o The Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI-BR),

composto por 19 itens de autoavaliação no período de um mês. Os autores

dividiram os idosos (n=61) em dois grupos (grupo intervenção e grupo controle), e

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observaram que após 16 semanas de MAT pilates houve um efeito positivo para o

escore total do PSQI-BR (p = 0,017, η2 = 0,09), principalmente nas variáveis

latência do sono (p = 0,023, η2 = 0,09) e uso de medicamentos para dormir (p =

0,019, η2 = 0,09).

5.5.11 MARCHA

Apenas um estudo incluído nessa revisão sistemática, avaliou a

variabilidade angular entre as articulações durante a marcha em idosos.

Roh et al. (2016) após uma intervenção de oito semanas de MAT pilates,

submeteu 20 idosos (n grupo controle=10; n grupo intervenção=10) a uma análise

do movimento cinemática tridimensional durante a marcha. Foram quantificados

os parâmetros relacionados a variabilidade da coordenação entre joelho e quadril

e entre joelho e tornozelo.

Como resultados do estudo, os autores encontraram após oito semanas de

treinamento com pilates, modificações com significância estatística, somente no

grupo intervenção pilates e na variabilidade coordenativa de quadril e joelho.

Embora em um primeiro momento este possa sinalizar para perda coordenativa,

não o é de fato, e indicam um maior ganho na diversidade de padrão

coordenativo. Logo, efeito positivo do pilates na qualidade da marcha.

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6. DISCUSSÃO

Levando em consideração o aumento da expectativa de vida, bem como o

crescente número de idosos e a preocupação para que o processo de

envelhecimento ocorra com qualidade, preservando e prorrogando a autonomia e

independência funcional, ainda, a recomendação da prática de alguma atividade

física como modo de amenizar as perdas irreversíveis do envelhecer, sendo o

método pilates uma alternativa para essa população específica, objetivou-se

nessa revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados, estimar

os efeitos da prática do método pilates em idosos nas seguintes variáveis

primárias: equilíbrio, força e qualidade de vida; variáveis secundárias: humor,

autonomia e flexibilidade; e ainda foram encontrados desfechos como: percepção

de saúde, qualidade do sono, marcha e composição corporal.

Foi encontrada na literatura pesquisada apenas uma revisão sistemática

com o objetivo de avaliar os efeitos da prática do método pilates em idosos.

(ENGERS et al., 2016), porém essa, sem metanálise, ademais, tal revisão

apresenta algumas diferenças nos critérios de elegibilidade dos estudos como:

nem todos os estudos incluídos eram ECRs, e para os critérios de elegibilidade

dos estudos foi utilizado o Checklist de Downs and Black.

Além disso, na presente RS, foram incluídos outros ECRs (ANGELES et

al., 2016; BARKER et al., 2015; CURI et al, 2017; CARVALHO et al., 2017;

OLIVEIRA et al., 2016; DONATH et al., 2016; GABIZON et al., 2016; LIPOSCKI et

al., 2018., MESQUITA et al., 2015; ROLLER et al., 2017; SOFIANIDIS et al.,

2016; VIEIRA et al., 2016 e ROH et al., 2016) que foram publicados em data

posterior. Também nessa RS estão incluídos dois estudos (MOKHTARI et al.,

2013 e TASKIRAN et al., 2014) que por algum motivo, não foram incluídos pelos

autores.

6.1. RESUMO DAS EVIDÊNCIAS

Essa revisão seguiu os critérios propostos pela Colaboração Cochrane

(HIGGINS; GREEN, 2011) e pelo The PRISMA Statement (LIBERATI et al., 2009)

e incluiu 22 ECRs, totalizando 897 participantes randomizados e 788 incluídos

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nas análises dos estudos. Nos 20 estudos, em 14 deles a intervenção foi com

MAT pilates, cinco estudos com a intervenção do pilates estúdio e um com ambas

intervenções.

A maioria dos estudos tiveram alto ou incerto risco de viés que faz com que

a interpretação dos resultados seja considerada duvidosa. O principal viés é a

blindagem dos participantes, pois em estudos que envolvam exercício isso não é

possível, portanto, todos os ensaios apresentaram alto risco de viés nessa

avaliação. Aproximadamente metade dos estudos apresentaram alto risco de viés

quando considerado à randomização, aleatorização e blindagem dos

pesquisadores.

6.1.1 EQUILÍBRIO POSTURAL

Em relação ao desfecho equilíbrio postural avaliado pelo TUG, a evidência

disponível a partir da metanálise de seis estudos (n grupo controle=114 e n grupo

intervenção=112) que compararam o método pilates versus o grupo controle,

sustenta que a intervenção tem efeito positivo na diminuição do tempo de

realização da tarefa, que corrobora com a RS de Engers et al. (2016). Entretanto,

vale ressaltar que foi observado uma alta heterogeneidade (I2:62%) e devido ao

pequeno números de estudos para essa comparação, não foi possível realizar

metaregressão para tentar identificar as possíveis fontes de heterogeneidade.

Embora o TUG seja um teste de mobilidade, ele é frequentemente utilizado

na literatura como um teste de equilíbrio dinâmico e apresenta escala para riscos

de quedas de acordo com o tempo de execução, conforme descrição a seguir;

menos de 10 segundos para a realização (baixo risco para quedas); de 11 a 20

segundos (médio risco para quedas); e acima de 20 segundos ou mais (alto risco

para quedas) (ALEXANDRE et al., 2012).

Vale ressaltar que dos seis estudos incluídos na metanálise, dois

apresentaram alto risco de viés em todos itens: CURI et al. (2017a) e MOHKTARI

et al. (2013). Em outros dois estudos, não houve cegamento dos pesquisadores:

BARKER et al. (2015) e VIEIRA et al. (2016). Já os estudos de ROLLER et al.

(2017) e BIRD et al (2012) apresentaram boa qualidade metodológica. A maioria

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dos estudos apresentou intervenção de 12 semanas (variando de 6 a 16

semanas), com frequência semanal de duas vezes. Em metade dos estudos, a

intervenção de pilates usou a modalidade MAT.

Segundo Mokthari et al. (2013) a melhora na realização dessa tarefa deve-

se ao fato que os exercícios com pilates necessitam de ativação e coordenação

de vários grupos musculares simultaneamente, além de força e flexibilidade com

ênfase no fortalecimento do complexo lombar- pélvico (core), consciência e

coordenação corporal associados à respiração.

Ainda em relação ao desfecho equilíbrio postural avaliado pela escala de

BERG, embora o pilates tenha resultado em um aumento médio de 2,06 pontos

na escala, não houve diferença estatística entre os grupos pilates e controle a

partir da metanálise de três estudos (n grupo controle=92; n grupo

intervenção=84). Além disso, houve uma alta heterogeneidade (I2:91%) para essa

comparação, pois um dos estudos incluídos nessa metanálise (MESQUITA et al.,

2015), apresentou valores discrepantes e em relação à qualidade metodológica

um alto risco de viés em todos os itens. Quando retirado este estudo em questão

da metanálise, a heterogeneidade foi zerada, no entanto, os resultados continuam

sem diferença significativa, ou seja, não foi observado efeito nesse desfecho.

Apenas o estudo de Gabizon et al., (2016) apresentou qualidade

metodológica boa, dentre os estudos incluídos. Todos os ECRs utilizaram como

intervenção o MAT pilates, com frequência de três vezes na semana, no entanto

houve uma variação de quatro a 14 semanas de período de intervenção.

Ainda em relação aos efeitos da intervenção com o método pilates no

equilíbrio, três estudos (n grupo controle=52; n grupo intervenção=56) não

puderam ser incluídos na metanálise por se tratar de diferentes metodologias para

avaliação dessa variável. (DONATH et al., 2015, RODRIGUES et al., 2010 E

SOFIANIDIS et al., 2016) Em relação a qualidade metodológica os estudos

incluídos apresentaram alto risco de viés, dois trabalhos utilizaram o MAT como

modalidade de pilates, e a frequência semanal foi de duas vezes em todos os três

estudos; a duração da intervenção variou entre oito a 12 semanas, embora os

resultados apresentaram efeito positivo no equilíbrio de idosos que sofreram a

intervenção com o método pilates comparadas ao grupo controle, torna difícil a

comparação pois há diferentes metodologias de avaliação, o que não permite

unificar os dados dos estudos. Um dos estudos apresentou baixa qualidade

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metodológica (SOFIANIDIS et al., 2016) e os outros dois apresentaram média

qualidade metodológica (DONATH et al., 2015 e RODRIGUES et al., 2010).

6.1.2 RISCO DE QUEDA

Quatro ECRs avaliaram o risco de quedas em idosos submetidos à

intervenção com pilates (n grupo controle=95; n grupo intervenção=90). Em três

ECRs a avaliação utilizada foi pela ABC scale (Irez, 2014; Roller et al., 2017; além

de Barker et al., 2015) que nesse último citado utilizou a versão curta desta

escala. Irez (2014) encontrou uma diferença significativa nos tempos pré e pós,

no entanto o autor não apresenta a comparação intergrupos o que limita a

interpretação dos dados, já o estudo de Roller et al. (2017) observaram que, após

10 semanas de intervenção de exercícios de pilates no aparelho Reformer,

surtiram diferenças entre os grupos.

Barker et al. (2015) não encontraram diferenças significativas ente os

grupos, porém salientam que pelo cálculo amostral seriam necessários pelo

menos 804 participantes para detectar diferença entre os grupos, sendo que o

estudo tinha apenas 18 participantes no grupo pilates e 22 no grupo controle,

além de ter utilizado a versão curta da ABC scale.

Apenas o estudo de Irez et al. (2011) mostrou efeito positivo diminuindo o

número de quedas comparado ao grupo controle após 12 semanas de

treinamento avaliado por questionamento sobre o número de quedas.

Em relação à qualidade metodológica os estudos de IREZ et al. (2011) e

IREZ (2014) apresentaram alto risco de viés e utilizaram a modalidade MAT

pilates, com frequência de três vezes na semana por um período de 12 a 14

semanas. Já os estudos de Barker et al. (2015) e Roller et al. (2017), utilizaram a

modalidade do pilates estúdio no período variando de 10 a 12 semanas, com

frequência de duas e até uma vez na semana.

Na RS de Engers et al. (2016), foram incluídos três estudos com essa

variável, sendo um estudo observacional, um ECRs e outro um estudo quase

experimental. Em todos os três estudos, os autores puderam observar uma

melhora na mobilidade e na confiança em relação ao risco de cair em idosos que

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58

foram submetidos a intervenção. Apenas o ECRs de Irez et al. (2014) foi incluído

na presente revisão sistemática.

6.1.3 FORÇA MUSCULAR

Apesar de quatro ECRs com o método pilates terem avaliado a força

muscular (n grupo controle=87; n grupo intervenção=83), não foi possível realizar

cálculos de metanálise devida a variabilidade metodológica entre esses estudos

e, portanto, os dados foram apresentados de forma qualitativa.

Em todos os estudos incluídos nessa RS, houve melhora significativa após

a intervenção com o método pilates. Barker et al. (2015) demostrou que no teste

sentar e levantar, no seguimento de 24 semanas de intervenção o grupo pilates

conseguiu realizar um maior número de repetições do teste no tempo de um

minuto. Carvalho et al. (2017) ao avaliarem a força de extensores e flexores de

joelho em isometria também verificaram melhoras. Irez et al. (2011) mostrou por

meio do Muscle Manual Tester um incremento da força da musculatura do quadril

(abdução, adução e flexão). No estudo de Oliveira et al. (2016) houve um

aumento da força de flexores e extensores de cotovelo no grupo intervenção.

Em relação à qualidade metodológica, dos quatro estudos incluídos, 50%

apresentou qualidade metodológica ruim, com alto risco de viés. (Irez et al.,2011;

Carvalho et al.; 2017) a modalidade de pilates utilizada para intervenção por

ambos foi o MAT, no entanto a duração variou de quatro a 12 semanas e a

frequência foi de três vezes por semana.

Dois ECRs (OLIVEIRA et al.;2016; BARKER et al.; 2015) tiveram duração

de 12 semanas com a frequência semanal de duas vezes e utilizaram o estúdio

como modo de intervenção, porém ambos tiveram baixa qualidade metodológica.

A RS de Engers, et al. (2016), por ter incluído o estudo de Irez et al. (2014)

também relata uma diferença significativa na variável força muscular de flexão de

quadril no grupo pilates. Contudo, faz se necessário ver estes resultados positivos

com prudência, em especial devido a heterogeneidade das avaliações e os

grupos musculares que não se repetiram em nenhum estudo ou em outra RS,

além da qualidade metodológica dos estudos encontrados.

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6.1.4 QUALIDADE DE VIDA

A qualidade de vida também foi avaliada qualitativamente devido à

heterogeneidade metodológica dos quatro estudos incluídos (n grupo

controle=102; n grupo intervenção=88), desses, dois ECRs utilizaram o SF-36

(GABIZON et al., 2016 e LIPOSCKI et al., 2018) para mensurar esse desfecho.

Gabizon et al. (2016) verificaram após 12 semanas de intervenção com

MAT pilates uma melhora apenas no item saúde mental, já Liposcki et al. (2018)

mostraram efeitos positivos em todos os domínios sobre a qualidade de vida, mas

importante destacar que a sua intervenção teve uma maior duração (24

semanas).

Apenas Rodrigues et al. (2010) utilizaram o WHOQOL-OLD para mensurar

a qualidade de vida nessa população após a intervenção com o método pilates,

os resultados mostraram que houve uma melhora no índice geral, porém os

autores não descreveram os resultados por domínios.

Já Taskiran et al. (2014) aplicaram o questionário Nottingham Health Profile

(NHP) com o intuito de avaliar a qualidade de vida, e não foi observado melhora

significativa após oito semanas de intervenção.

Dois estudos apresentaram baixo risco de viés (GABIZON et al., 2016;

LIPOSKI et al., 2018), representando assim uma boa qualidade metodológica. A

duração da intervenção apresentou uma amplitude de oito a 24 semanas, três

estudos utilizaram a modalidade de MAT pilates (GABIZON et al., 2016;

LIPOSCKI et al., 2018; RODRIGUES et al., 2010) e em dois deles (TASKIRAN et

al., 2014; GABIZON et al., 2016) não apresentaram melhora na qualidade de vida

dos participantes. Portanto devido à heterogeneidade das avaliações, do tipo de

intervenção e sua duração e resultados, não é possível afirmar que o pilates

melhorou essa variável.

Com base nos resultados reportados, há necessidade de uma maior

fundamentação para podermos afirmar que o pilates melhora a qualidade de vida,

pois há poucos estudos e contrapontos entre eles.

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6.1.5 HUMOR

Apenas dois ECRs com a intervenção do método pilates avaliaram a saúde

mental dos participantes (n grupo controle=25; n grupo intervenção=25), e ainda

assim com metodologia heterogênea.

Angeles et al. (2016) utilizaram o questionário POMS afim de saber se um

programa de 12 semanas com exercícios do método pilates poderia alterar os

estados de ânimo dos participantes, foi observado que o grupo intervenção com

pilates apresentou pontuação menor como resultado, sendo assim houve uma

melhora no humor negativo (tensão, depressão, cólera e fadiga) e um aumento no

humor positivo (vigor).

Mokhtari et al., (2013) por meio da escala GDS, avaliaram se 12 semanas

de Pilates seriam suficientes para surtir efeitos positivos em relação a depressão

em idosos. Observaram que, mesmo nesse tempo de intervenção, houve uma

melhora significativa nessa variável.

Ambos os estudos foram iguais na modalidade de intervenção (MAT),

duração e frequência e na qualidade metodológica, também apresentaram

resultados positivos para essa variável.

Porém embora estes dois ECRs sinalizem efeitos positivos no humor e

depressão em idosos praticantes de pilates, Engers et al. (2016) não incluíram na

sua RS estudos com essa variável, tornando os contrapontos inviáveis a estes

dados.

6.1.6 AUTONOMIA

Nessa RS dois estudos (n grupo controle=55; n grupo intervenção=58)

foram incluídos para essa variável (RODRIGUES et al., 2010 e CURI et al.,

2017a).

Rodrigues et al. (2010) dividiram e submeteram idosos em grupo controle e

intervenção com exercícios de pilates por oito semanas, e quantificaram a

autonomia funcional por meio do GDLAM, encontrando efeitos positivos no grupo

que sofreu a intervenção. Esse ECRs apresentou média qualidade metodológica.

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Curi et al. (2017) utilizaram o protocolo de Rikli and Jones para avaliar a

autonomia de 31 idosos, após intervenção de 16 semanas com MAT pilates,

observaram que a variável autonomia do grupo intervenção melhorou em relação

ao grupo controle. Porém esse achado deve ser visto com cautela, uma vez que

esse estudo apresentou um alto risco de viés em relação à randomização,

alocação e cegamento.

6.1.7 FLEXIBILIDADE

Os dois estudos que mensuraram flexibilidade (n grupo controle=55; n

grupo intervenção=55) usaram técnicas de avaliação diferentes. Fourie et al.

(2013) avaliaram a flexibilidade de flexão e extensão de ombro, flexão de joelho e

flexão de quadril, enquanto Irez et al., (2011) avaliaram a ação de isquiotibiais e

lombar, por meio do teste de sentar e alcançar, embora ambos estudos

apresentaram efeitos positivos após a intervenção.

A duração da intervenção foi de oito a 12 semanas, com a frequência de

três vezes na semana e a modalidade utilizada por ambas foi MAT pilates. Em

relação a qualidade metodológica dos ECRs, pode-se dizer que o estudo de Irez

et al., (2011) apresentou alto risco de viés em todos os itens avaliados, uma vez

que não estavam descritos os dados no artigo, enquanto o estudo de Fourie et

al., (2013) foi de média qualidade metodológica.

Portanto, com a qualidade metodológica apresentada, o número de

participantes e estudos não nos permite sustentar a evidência de que o método é

eficaz para melhora da flexibilidade em idosos praticantes de pilates. Dessa

forma, mais ensaios clínicos randomizados com melhor rigor metodológico que

tenham como objetivo estudar essa variável são necessários.

6.1.8 AUTOPERCEPÇÃO DE SAÚDE

Na presente RS foram incluídos dois estudos (n grupo controle=74; n grupo

intervenção=65) que avaliaram a percepção de saúde (CURI et al., 2017b;

GABIZON et al., 2016). Os dados encontrados serão descritos de forma

qualitativa devido à variabilidade metodológica.

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Curi et al. (2017b) utilizaram o questionário General health perception

(GHQ-12). Os resultados obtidos indicam que após a intervenção com pilates,

houve uma melhora significativa na percepção de saúde (score total do GHQ-12

(p <0,001, η2 = 0,19)). Porém esse ECRs apresentou um alto risco de viés nos

itens de randomização, alocação e cegamento, pois não estava descrito no artigo

a metodologia utilizada.

Já o estudo de Gabizon et al. (2016) avaliou tal desfecho por meio do

instrumento SF-36. Os autores observaram que o grupo pilates melhorou seu

score no teste, aumentando sua percepção de estado de saúde, comparado com

o grupo controle. Em relação à qualidade metodológica pode-se dizer que esse

ECRs teve um baixo risco de viés, os dados foram descritos no artigo,

determinando assim uma boa qualidade.

Mesmo com os achados positivos para essa variável, são necessários mais

estudos sobre esse dado, já que na revisão sistemática de Engers et al. (2016)

não foi incluído nenhum estudo com esse desfecho.

6.1.9 OUTROS DESFECHOS

Nessa RS, foram encontrados outros desfechos em menor proporção,

sendo apenas um ECRs para cada variável. (composição corporal; qualidade do

sono; marcha, capacidade cardiovascular e satisfação com a vida).

Fourie et al., 2013, estudaram a composição corporal de idosas praticantes

de pilates (n grupo controle=25; n grupo intervenção=25) e observaram que a

prática do método é eficaz nas modificações da composição corporal, como

diminuição do percentual de gordura e aumento da massa magra. Esse dado

corrobora com os achados de Engers et al. (2016), sendo a prática de alguma

atividade física, no caso o pilates, um bom modo para combater uma das piores

consequências do processo de envelhecimento que são alterações na

composição corporal.

Ainda, os autores incluíram mais dois ECRs com esse desfecho que

provavelmente não foram incluídos na presente RS por se tratar de: diferente

faixa etária (40-76 anos) Ruiz-Monteiro et al.(2014); por considerarem esse dado

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no estudo de Irez (2014), onde observaram uma mudança positiva na perda de

peso no grupo intervenção com pilates.

Somente um estudo (n grupo controle=30; n grupo intervenção=31) avaliou

a qualidade do sono, Curi et al. (2017b), onde após 16 semanas de MAT pilates

observaram um efeito positivo para o escore total do PSQI-BR (p = 0,017, η2 =

0,09). Esse achado deve ser interpretado de forma cautelosa pela falta de ECRs

desta variável na literatura.

Outro desfecho encontrado foi a variabilidade articular durante a marcha,

no estudo de Roh et al. (2016), avaliaram por meio de uma análise cinemática

tridimensional durante a marcha em 20 idosos (n grupo controle=10; n grupo

intervenção=10), após oito semanas de intervenção com MAT pilates, foi

observado que houve modificações com significância estatística, somente no

grupo intervenção pilates e na variabilidade coordenativa de quadril e joelho

mostrando um ganho na diversidade de padrão coordenativo, aumentando a

capacidade neuromuscular e surtindo um impacto positivo na marcha de idosos.

Apenas um ECRs (n grupo controle=19; n grupo intervenção= 21) avaliou a

capacidade cardiovascular (VIEIRA et al., 2017) por meio do teste de caminhada

de seis minutos onde observaram que todos os indivíduos (grupo intervenção e

grupo controle) completaram o teste, porém nos indivíduos do grupo intervenção

houve um incremento na distância percorrida em relação ao multidão controle.

No desfecho sobre satisfação com a vida, Curi et al. (2017a) observaram,

por meio da escala Satisfaction with life scale, que a prática de 16 semanas de

pilates, em indivíduos (n grupo controle=30; n grupo intervenção=31), sugere uma

melhoria nesse parâmetro, colaborando com um envelhecimento saudável.

Os resultados acima devem ser vistos com cautela, pois não têm um

comparativo na RS de Engers et al. (2016).

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7. LIMITAÇÕES

Acredita-se importante ressaltar que os estudos incluídos nesta RS

apresentam algumas limitações dentre as quais destacamos:

a) Uma parte dos estudos incluídos não apresentam uma boa qualidade

metodológica, apresentando incerteza ou alto risco de viés em critérios

como geração da sequência aleatória e alocação sigilosa. Em oito estudos

o método utilizado para randomização não foi adequado. Em 10 ECRs a

alocação sigilosa dos participantes foi incerta.

b) Alguns estudos não descrevem de forma adequada as características dos

sujeitos incluídos.

c) A maioria dos estudos não descrevem de forma precisa todas as

características da intervenção.

d) Alguns estudos apresentam os desfechos e os meios de avaliação com

uma falta de padronização na metodologia utilizada.

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8. CONCLUSÃO

O equilíbrio postural foi o desfecho mais estudado e parece que há

algumas evidências que mostram que o método pilates tem efeito positivo nesta

capacidade física. Contudo, esses resultados devem ser interpretados com

cautela devido à alta heterogeneidade estatística apresentada na metanálise.

Devido a poucos estudos, muita heterogeneidade nas técnicas avaliativas,

há poucas evidências de efeitos positivos da prática do método pilates nas

variáveis força e qualidade de vida, bem como no humor, autonomia e

flexibilidade.

Levando em consideração as implicações para pesquisas futuras, é

necessário maior número de ensaios clínicos randomizados com maior rigor

metodológico; uma melhor descrição da intervenção; e principalmente uma

padronização da metodologia para avaliar determinadas variáveis para que se

possa realizar as metanálises melhorando assim os níveis de evidência

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75

APÊNDICES

Apêndice I: Estratégia de Busca na Base de dados PUBMED PUBMED = 1073 (((“Aged” [Mesh] OR “elderly”))

AND (“Pilates-Based Exercises” OR “Exercises, Pilates-Based” OR “Pilates Based Exercises” OR “Pilates Training” OR “Training, Pilates” OR “Pilates” OR “Mat Pilates” OR “Equipment-based Pilates”)) AND (((((randomized controlled trial[pt] OR controlled clinical trial[pt] OR randomized[tiab])))

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Apêndice II: Modelo do formulário padrão para extração dos dados

Artigo/

autor n GI incluidos

n GI analisados

n GC incluidos

n GC analisados

Idade GI

Idade GC

Tipo de pilates

Desfecho Duração/ frequência