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  • EFEITOS DA APLICAO DE BRAX EM CULTURA DE BATATINHA, EM VRZEA IRRIGADA, NO VALE DO PARABA ( 1 )

    NORBERTO LEITE, engenheiro-agrnomo, Servio do Vale do Para-ba, Departamento de guas e Energia Eltrica, HERMANO GAR GANTINI, engenheiro-agrnomo, Seo de Fertilidade do Solo, Instituto Agronmico, Luiz S. HUNGRIA, engenheiro-agrnomo, Servio do Vale do Paraba, Departamento de guas e Ener-gia Eltrica, e W. R. VENTURINI, engenheiro-agrnomo, Seo de Tcnica Experimental, Instituto Agronmico

    SINOPSE

    So relatados os efeitos produzidos pela aplicao de brax na cultura da batatinha (Solatium tuberosum L.), em solos de vrzea irrigada do Vale do Paraba.

    Quatro doses de brax 10, 20, 30 e 40 kg/ha foram aplicadas de trs maneiras distintas: no sulco de plantio, em cobertura (vinte dias aps a germinao) e parceladamente em 4 pulverizaes foliares sema-nais.

    As melhores doses de brax foram as de 10 e 20 kg/ha, aplicadas no sulco de plantio, em mistura com os demais adubos. As aplicaes em pulverizao provocaram sintomas de toxidez nas folhas, notadamente as de maiores doses.

    1 INTRODUO

    Deficincias de boro (2) ocorrem numa grande variedade de solos e em diferentes condies climticas. Em solos calcrios e em solos cidos e pobres, que receberam pesada calagem, o boro assimilvel pode ser lixiviado aps pesadas chuvas, e sob condies de falta de gua as razes podem no retir-lo em quantidade suficiente.

    (1) Trabalho apresentado na VIII Reunio Anual da Sociedade de Olericultura do Brasil, realizada em Curitiba, entre 14 e 20 de julho de 1968. Recebido para publicao em 4 de janeiro de 1969.

  • Na bibliografia brasileira de batatinha ( i ) poucas referncias foram encontradas, relativas adio de brax ou identifica-o de culturas de batatinha com problemas d e , deficincia de boro. Por outro lado, tm sido observados sintomas de defi-cincia de boro em algumas lavouras (6, 8) que apresentam baixas produes.

    A adio de sulfato de mangans, de cobre, de zinco e fer-roso, molibdato de sdio e brax na adubao da batata, no Vale do Paraba, levou a um aumento de 64% na produo m-dia de trs ensaios realizados em locais diversos (8).

    Gargantini e outros (4), estudando a aplicao de micronu-trientes na cultura da batatinha, em solos de vrzea do Rio Paraba, concluram ser o boro o mais importante.

    Edmond e colaboradores (3) citam como solos mais deficien-tes em boro os solos cansados, os arenosos, os "mucks" e os oriundos de rochas gneas, principalmente naqueles com reaes neutras ou alcalinas. Recomendam aplicar de 5,5 a 33,6 kg/ha de brax, para as culturas herbceas.

    Malavolta (7) aponta o brax (tetraborate de sdio, com 10,6% de B) como o produto mais usado para a correo das deficincias, em doses variveis com os solos e as espcies vege-tais, as quais apresentam sensibilidades diferentes s quantida-des de brax. Cita trs mtodos de aplicao de brax: em mistura com os demais adubos, para as culturas anuais; em cobertura e em pulverizao,, para as plantas hortcolas.

    Com o objetivo de estudar o efeito da aplicao do boro em diversas doses e em diferentes modos de aplicao foi conduzido o experimento aqui relatado.

    2 MATERIAIS E MTODOS

    O experimento foi instalado no .Campo de Pesquisas, do Departamento de guas e Energia Eltrica, municpio de Finda-monhangaba, em solo de vrzea da srie Paraba (9), em local cultivado no ano anterior ao da experincia, onde se constatou ntidos sintomas de deficincia desse nutriente, conforme des-crio de Jones, Brown e Houghland (5).

    Foi adotado o delineamento experimental de blocos ao acaso com parcelas subdivididas, com controle intercalar, com cinco

  • tratamentos e trs sub-tratamentos, com trs repeties. Cada sub-parcela constou de 5 linhas de 10 plantas, no espaamento de 80 cm x 35 cm. As trs linhas centrais foram consideradas teis.

    Os tratamentos e sub-tratamentos foram os seguintes:

    A Testemunha: sem brax.

    Ba Com 10 kg de brax por hectare, aplicados no plantio, em mistura com os demais adubos.

    Bb Com 10 kg de brax por hectare, aplicados parceladamen-te em 4 pulverizaes semanais, iniciadas 20 dias aps a germinao.

    Be Com 10 kg de brax por hectare, aplicados em cobertura, 20 dias aps a germinao, em mistura com sulfato de amnio.

    Ca Com 20 kg de brax por hectare, aplicados no plantio, em mistura com os demais adubos.

    Cb Com 20 kg de brax por hectare, aplicados em 4 pulveri-zaes semanais, iniciadas 20 dias aps a germinao.

    Ce C o m 20 kg de brax por hectare, aplicados em cobertura, 20 dias aps a germinao, em mistura com sulfato de amnio.

    Da Com 30 kg de brax por hectare, aplicados no plantio, em mistura com os demais adubos.

    Db Com 30 kg de brax por hectare, aplicados em 4 pulveri-zaes semanais, iniciadas 20 dias aps a germinao.

    De Com 30 kg de brax por hectare, aplicados em cobertura, 20 dias aps a germinao, em mistura com sulfato de amnio.

    Ea Com 40 kg de brx por hectare, aplicados no plantio, em mistura com os demais adubos.

    Eb Com 40 kg de brax por hectare, aplicados em 4 pulveri-zaes semanais, iniciadas 20 dias aps a germinao.

  • Ec Com 40 kg de brax por hectare, aplicados em cobertura, 20 dias aps a germinao, em mistura com sulfato de amnio.

    A adubao de plantio correspondeu a 50-180-30 kg de N, P2O5 e KoO por hectare, respectivamente, sob as formas de sul-fato de amnio e torta de mamona, superfosfato simples e clo-reto de potssio; em cobertura foram aplicados mais 150 kg de sulfato de amnio por hectare. O brax e os demais adubos foram misturados, aplicados no sulco de plantio e incorporados ao solo manualmente.

    As quantidades de brax para as pulverizaes foram pesa-das e diludas em um litro de gua para cada sub-parcela, utili-zando-se um pulverizador manual equipado com bico de baixo volume. As pulverizaes foram feitas aos 24, 31, 37 e 45 dias aps o incio da germinao. Protocolos de fitotoxidez, relati-vos s 10 plantas da linha til central, tambm foram feitos.

    As aplicaes em cobertura com brax e sulfato de amnio foram feitas a mo, em um dos lados da linha de plantas.

    Plantou-se semente certificada, da variedade Gunda, por ser bastante cultivada na regio. A semente foi padronizada por tamanho dos tubrculos e pelo estado da brotao, a fim de conseguir uniformidade na germinao.

    A irrigao adotada foi mista: controle do lenol fretico, que a usual na regio, e asperso, esta realizada aos 40, 44, 53 e 70 dias.

    Os tubrculos colhidos foram classificados segundo os pa-dres dos mercados da Guanabara e de So Paulo.

    Foi adotado o Tipo Rio, que a soma dos tipos Floro, Espe-cial e Primeira, porque a batata produzida no Vale do Paraba quase toda comercializada na praa do Rio de Janeiro, onde no se separam os citados tipos.

    O ensaio foi plantado em 2 de junho e o incio da germi-nao ocorreu 23 dias depois. Fz-se a colheita no dia 9 de outubro (aos 105 dias) e a classificao e pesagem n3 dia 13.

  • 3 RESULTADOS E DISCUSSO

    O quadro 1 apresenta os resultados das produes, em tone-ladas por hectare de tubrculos classificados, e as porcentagens obtidas sobre a testemunha e as do tipo "Rio"; os dados mos-tram efeitos bastante sensveis da aplicao do brax, na pro-duo da batata.

    Comparando-se as produes do tratamento A (testemunha) com as dos tratamentos B e C e com as dos tratamentos D e E, verifica-se uma queda nas produes destes dois ltimos trata-mentos, indicando que as doses deles constantes foram elevadas, itotxicas. Entretanto, os tratamentos B e C aumentaram a produo, mostrando que a melhor dosagem est entre 10 e 20 kg de brax por hectare. A anlise da varincia aplicada aos dados revelou significncia estatstica para as diferenas observadas.

    Entre as diferentes tcnicas de aplicao verifica-se que, nas quantidades de 10 e 20 kg/ha, a adio do brax aos adubos no sulco de plantio propiciou os maiores rendimentos; em segundo lugar classificou-se a aplicao em pulverizaes. Por outro lado, estas mesmas doses, aplicadas em cobertura, revelaram-se insuficientes, devido provavelmente diluio do brax condi-cionada pelo sistema de aplicao.

    Se nas quantidades de 30 e 40 kg por hectare o brax apre-sentou-se txico quando aplicado em mistura com os adubos no plantio e em pulverizaes, o mesmo no ocorreu quando apli-cado em cobertura, constatando-se ento aumento na produo.

    Quanto s produes do tipo Rio (tubrculos grados) os dados mostram grande influncia das tcnicas de aplicao, no-tando-se que em todos os tratamentos onde o brax foi aplicado juntamente com os adubos, por ocasio do plantio, foram obti-dos os maiores rendimentos.

    No ano anterior ao da instalao do presente ensaio, no mesmo local, constataram-se sintomas de deficincia de boro na variedade Aquila de batatinha, e a aplicao de 30 kg/ha levou a um aumento na produo de at 72% sobre a testemunha (6). Num teste feito paralelamente, a aplicao de brax em pulve-rizao, nas doses de 2,5, 5,0, 10,0, 20,0, 30,0 e 40,0 g por litro, com bico de vaso normal, em mistura com os fungicidas e inse-ticidas usuais, gastando-se 200 ml de soluo por metro de linha de plantas, provocou fitotoxidez branda na dose de 2,5 g por litro, forte na de 5 g e letal nas doses de 10 g por litro para cima.

  • As parcelas testemunhas no mostraram os sintomas de defi-cincia de boro constatados na variedade Aquila, no ano ante-rior (6). Na variedade utilizada neste ensaio, Gunda, no foram constatados os sintomas de deficincia, talvez por ser uma varie-dade menos sensvel falta de boro. Notou-se, entretanto, que o desenvolvimento vegetativo das testemunhas era bastante infe-rior a todos os outros tratamentos.

    4 CONCLUSES

    Nas condies dos presentes ensaios, podem ser tiradas as seguintes concluses:

    a) A melhor dosagem de brax para a cultura da batatinha situou-se entre 10 e