efeito neuroprotetor da catequina e do estresse de ... · aos técnicos de laboratório, rafael e...

205
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA MARIA DANIELE AZEVEDO TEIXEIRA EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE IMOBILIZAÇÃO SUBCRÔNICO NA DOENÇA DE PARKINSON EXPERIMENTAL FORTALEZA 2011

Upload: leque

Post on 18-Jan-2019

224 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE MEDICINA

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA

MARIA DANIELE AZEVEDO TEIXEIRA

EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE IMOBILIZAÇÃO SUBCRÔNICO NA DOENÇA DE PARKINSON

EXPERIMENTAL

FORTALEZA

2011

Page 2: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

2

MARIA DANIELE AZEVEDO TEIXEIRA

EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE IMOBILIZAÇÃO SUBCRÔNICO NA DOENÇA DE PARKINSON EXPERIMENTAL

Tese submetida à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em

Farmacologia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em

Farmacologia.

Orientadora: Profa. Dra. Geanne Matos de Andrade Cunha. Tese de Doutorado.

FORTALEZA

2011

Page 3: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

3

MARIA DANIELE AZEVEDO TEIXEIRA

EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE IMOBILIZAÇÃO SUBCRÔNICO NA DOENÇA DE PARKINSON EXPERIMENTAL

Tese submetida à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em

Farmacologia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Farmacologia.

Aprovada em ___/___/______

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________ Profa. Dra. Geanne Matos de Andrade Cunha (Orientadora)

Universidade Federal do Ceará – UFC

____________________________________________________

Prof. Dr. Reinaldo Naoto Takahashi Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

_______________________________________________ Profª. Dra. Lisiane de Oliveira Porciúncula

Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS

_______________________________________________

Profª Dra. Glauce Socorro de Barros Viana

Universidade Federal do Ceará – UFC

________________________________________________

Profª. Dra. Silvânia Maria Mendes de Vasconcelos Universidade Federal do Ceará - UFC

Page 4: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

4

Dedicatórias

A Deus, que está sempre comigo, me guiando pelos bons caminhos;

À minha querida mãe, Maria de Lourdes (in memorian), a mulher mais forte que já conheci e a quem tudo devo, um exemplo de perseverança, luta, ternura e amor;

Ao meu querido pai, Eleazar, que é um exemplo de vida, força e integridade e foi

quem me levou aos caminhos do saber;

Ao meu querido noivo, Marcello, que com imenso amor e companheirismo, passou comigo por todos os momentos difíceis desta jornada, me incentivando sempre;

Á minha tia Socorro, que muito me apoiou e incentivou na conclusão deste

trabalho.

Page 5: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

5

À Maria de Lourdes Azevedo Teixeira

Mãe... São três letras apenas

As desse nome bendito: Também o Céu tem três letras...

E nelas cabe o infinito.

Para louvar nossa mãe, Todo o bem que se disse

Nunca há de ser tão grande Como o bem que ela nos quer...

Palavra tão pequenina,

Bem sabem os lábios meus Que és do tamanho do Céu E apenas menor que Deus!

(Mário Quintana)

Page 6: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

6

AGRADECIMENTOS

À minha querida orientadora, Profª. Dra. Geanne Matos de Andrade, agradeço

pela orientação valiosa, paciência, confiança, atenção, dedicação e amizade, bem

como, pelo incrível aprendizado e pela oportunidade que me foi concedida.

Aos professores do departamento de pós-graduação em farmacologia, em

especial à Profª. Dra. Glauce Socorro de Barros Viana, pelos ensinamentos e pelo

apoio na realização dos experimentos.

À colega e doutoranda Carolina Melo Souza, pelo incrível apoio na realização

dos experimentos e pela amizade sincera e companheirismo.

Aos meus colegas do Laboratório de Neurociências e Comportamento: Ailton,

Monique, Marta, Flávio, Ana Paula e Rosemary. Agradeço pela contribuição na parte

experimental e pela amizade que fica;

Aos bolsistas Jaquellyne, Dayse, Aline, Juliana, Analu e João. Obrigada pela

enorme contribuição e apoio na parte experimental desta tese.

Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e

amizade.

Aos meus colegas do Laboratório de Neurociências e Comportamento:

Carolina, Ailton, Monique, Marta, Flávio, Ana Paula e Rosemary. Agradeço pela

contribuição na parte experimental e pela amizade que fica.

Aos funcionários do departamento de Fisiologia e Farmacologia, em especial

à secretária da pós-graduação, Aura Rhanes.

À CAPES, pelo incentivo científico e suporte financeiro.

Page 7: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

7

A todos que colaboraram para a execução deste trabalho de alguma forma,

muito obrigada!

Page 8: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

8

“O que dá o verdadeiro sentido ao encontro é a busca e é preciso andar muito para alcançar o que está perto."

José Saramago

Page 9: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

9

RESUMO

Efeito neuroprotetor da catequina e do estresse de imobilização subcrônico na

Doença de Parkinson experimental. Maria Daniele Azevedo Teixeira. Orientadora: Profa. Dra. Geanne Matos de Andrade Cunha. Tese de Doutorado. Programa de Pós-graduação em Farmacologia. Departamento de Fisiologia e

Farmacologia, UFC, 2011.

A Doença de Parkinson (DP) é uma desordem neurodegenerativa

caracterizada pela perda de neurônios dopaminérgicos na substancia nigra (SN).

Estudos epidemiológicos sugerem uma associação entre estresse, depressão e DP.

Agentes antioxidantes tem sido relatados como capazes de mudar o curso da

doença, bloqueando a neurodegeneração dopaminérgica. Com a finalidade de

estudar os efeitos neuroprotetores da catequina, um flavonóide encontrado na

Camelia sinensis, o presente trabalho avaliou os efeitos deste composto no

comportamento motor, memória, avaliação imunohistoquímica e bioquímica em um

modelo de DP induzido em ratos pela 6-OHDA. Em uma outra etapa do trabalho

também avaliou-se os efeitos da associação do estresse com a DP sobre estes

mesmos parâmetros, usando um modelo animal de estresse de imobilização

subcrônico (11d/6hrs). Os animais (ratos Wistar machos, 200-250g) foram tratados

com catequina (10 e 30 mg/kg i.p.) diariamente por 16 dias, iniciando-se na ocasião

da lesão estriatal pela 6-OHDA (21µg/ 3µL). Os resultados obtidos demonstram que

a 6-OHDA aumentou o número de rotações contralaterais à lesão induzida por

apomorfina e a catequina nas duas doses foi capaz de reverter esse dano motor.

Houve uma recuperação da atividade exploratória e memória de trabalho promovido

pela catequina nas doses testadas. A 6-OHDA diminuiu a imunorreatividade para

tirosina hidroxilase (TH) e transportador de dopamina (DAT) no corpo estriado e

mesencéfalo, além de promover uma diminuição nos níveis de GSH. A catequina nas

duas doses em animais lesionados pela 6-OHDA foi capaz de recuperar a

imunorreatividade para TH e DAT, além de aumentar significativamente os níveis de

GSH em relação aos animais lesionados pela 6-OHDA. A 6-OHDA promoveu a morte

neuronal demonstrada pela diminuição nos níveis de catecolaminas, a catequina,

por sua vez, foi capaz de reverter esses níveis. O estresse de imobilização

subcrônico não reverteu o número de rotações contralaterais induzidas pela

apomorfina, nem melhorou a memória de trabalho dos danos pela 6-OHDA, mas foi

capaz de melhorar a atividade locomotora e a memória aversiva. O estresse

Page 10: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

10

subcrônico levou os animais a um estado depressivo no teste de nado forçado, o

que não foi observado em animais que sofreram apenas a lesão estriatal. Houve

uma diminuição no ganho de peso nos animais submetidos ao estresse. Além disso,

houve uma aumento discreto da imunorreatividade para a TH e DAT em animais

submetidos ao estresse e lesão pela 6-OHDA. Em relação às catecolaminas, houve

uma reversão parcial nos níveis de noradrenalina e serotonina pelo efeito do

estresse. Os resultados do presente trabalho demonstram que tanto a catequina,

quanto estresse de imobilização foram neuroprotetores neste modelo experimental

da DP. A catequina na dose de 30mg demonstrou um efeito pró-oxidante. O estresse

de imobilização parece ter exercido um condicionamento fisiológico nos animais,

protegendo, de certa maneira, dos efeitos tóxicos da 6-OHDA.

Palavras-chave: Doença de Parkinson experimental, 6-OHDA, catequina, estresse

de imobilização, neuroproteção.

Page 11: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

11

ABSTRACT

Neuroprotector effect of catechin and restraint stress in experimental

Parkinson’s Disease. MARIA DANIELE AZEVEDO TEIXEIRA. Supervisor: Prof. Dr. Geanne Matos de Andrade Cunha. Doctorate’s Thesis. Post-graduation program in Pharmacology. Department of Physiology and Pharmacology, UFC,

2011.

Parkinson’s disease (PD) is a neurodegenerative disorder reported since antiquity and characterized for neuronal dopaminergic loss mainly in the substantia nigra (SN). Epidemiological studies suggest association between depression and PD

and stress has been implicated in causing depression. The currently available therapies can not prevent the progression of PD, but are able to contain the

symptoms. Neuroprotective agents have been reported as able to change the course of the disease, stopping dopaminergic neurodegeneration. Many of these agents are derived from plants with antioxidant actions, as catechin, a flavonoid found in green

tea. In order to study the neuroprotective effects of catechin, the present study evaluated the effects of this compound on motor behavior, memory,

Immunohistochemistry, biochemical evaluation and determination of catecholamines in an animal model of PD by 6-OHDA. Another stage of the study also evaluated the effects of stress associated with PD on the same parameters, in an animal model of

subchronic restraint stress (11d/6hrs). Animals (male Wistar rats, 200-250g) were treated with catechin (10 and 30mg/kg ip) daily for 16 days, starting at the time of

injury by striatal 6-OHDA. Results show that 6-OHDA increased the number of rotations contralateral to the lesion induced by apomorphine and catechin in the two doses was able to reverse the 6-OHDA damage. There was a recovery of exploratory

activity and working memory promoted by catechin in both doses. Catechin in a dose of 30mg worsened the aversive memory. 6-OHDA decreased the immunoreactivity

for tyrosine hydroxylase (TH) and dopamine transporter (DAT) in striatum and midbrain, and promote a decrease in GSH levels. Catechin in two doses in animals injured by 6-OHDA was able to increase the immunoreactivity for TH and DAT,

significantly increasing the levels of GSH compared to lesioned animals by 6-OHDA. 6-OHDA caused neuronal death demonstrated by decreasing levels of

catecholamines, catechin, in turn, was able to reverse these levels. The subchronic restraint stress did not reverse the number of contralateral rotations induced by apomorphine, neither improved the working memory of the damage by 6 -OHDA, but

was able to increase the number of crossings and improve the aversive memory. Stressed subchronic animals led to an increase in immobilization time in the forced

swimming test, which was not observed in animals that were only striatal injury. There was a decrease in weight gain in animals subjected to stress. There was a slight increase of immunoreactivity for TH and DAT in animals subjected to stress and

injury by 6-OHDA. In relation to catecholamines, there was a partial reversal in the levels of noradrenaline and serotonin by the effect of stress. Results of this study

demonstrate that both catechin and immobilization stress were neuroprotective in this experimental model of PD. The catechin in a dose of 30mg was both oxidant and pro-oxidant. Restraint stress appears to have exerted a priming in animals, protecting, in

a way, the toxic effects of 6-OHDA.

Keywords: Parkinson's experimental disease, 6-OHDA, catechin, immobilization stress, neuroprotection.

Page 12: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

12

LISTA DE FIGURAS

1 Mudanças relacionadas a DP na atividade global do circuito

motor talamocortical nos gânglios da base ................................. 33

2 Estruturas de alguns dos flavonóides presentes no chá verde .. 49

3 Protocolo Experimental 1 ............................................................ 63

4 Protocolo experimental 2 ............................................................. 65

5 Arena do teste de campo aberto dividido em quatro quadrantes

iguais ........................................................................................... 68

6 Labirinto em Y............................................................................... 69

7 Representação da perda parcial de receptores de neurônios

dopaminérgicos nigroestratais ...................................................... 72

8 Efeito da catequina sobre a atividade exploratória de ratos

parkinsonianos ............................................................................... 84

9 Efeito da catequina no comportamento rotacional induzido por

apomorfina em ratos lesionados pela 6-OHDA …………………... 86

10 Efeito da catequina (10 e 30mg) na memória operacional de

ratos no teste do labirinto em Y ………………............................... 87

11 Efeito da catequina (10 e 30mg/kg) na memória aversiva

animais lesionados com a 6-OHDA após 15 dias ......................... 89

12 Fotomicrografias representativas neurônios imunorreativos para

tirosina-hidroxilase no mesencéfalo em ratos submetidos à lesão

estriatal ....................................................................................... 90

13 Fotomicrografias representativas de neurônios imunorreativos a

tirosina-hidroxilase no corpo estriado em ratos submetidos à

lesão estriatal ................................................................................. 91

14 Fotomicrografias representativas das respectivas secções de

neurônios imunorreativos ao transportador de dopamina (DAT)

no mesencéfalo de ratos submetidos à lesão estriatal .................. 92

Page 13: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

13

15 Fotomicrografias representativas das respectivas secções de

neurônios imunorreativos ao transportador de dopamina (DAT)

na corpo estriado de ratos submetidos à lesão estriatal ............... 93

16 Determinação da dosagem de nitrito em mesencéfalo de ratos

tratado com catequina (10 e 30mg) ............................................... 95

17 Determinação da dosagem de nitrito em corpo estriado (CE)

direito e esquerdo de ratos tratado com catequina (10 e 30mg) ... 95

18 Determinação da peroxidação lipídica em mesencéfalo de

ratos submetidos a lesão estriatal ................................ ................. 96

19 Determinação da atividade da SOD em mesencéfalo de ratos

submetidos à lesão estriatal .......................................................... 97

20 Determinação da atividade da GSH em mesencéfalo de ratos

submetidos à lesão estriatal ......................................................... 98

21 Avaliação do ganho de peso em animais submetidos a estresse

de imobilização subcrônico (11d/6h) e lesão estriatal com a 6-

OHDA ........................................................................................... 101

22 Avaliação do peso ponderal durante 11 dias em animais

submetidos ao estresse de imobilização subcrônico (11dias/6h) e

lesão estriatal com a 6-OHDA ....................................................... 102

23 Efeito do estresse de imobilização na na atividade exploratória

em submetidos à lesão estriatal com 6-OHDA e estresse de

imobilização subcrônico (11dias/6h) ............................................. 104

24 Efeito do estresse de imobilização subcrônico no comportamento

rotacional induzido por apomorfina em ratos lesionados pela 6-

OHDA ………………………………………….................................. 106

25 Efeito da 6-OHDA e estresse de imobilização (11dias/6h) na

memória operacional de ratos no teste do labirinto em Y ……...… 107

26 Efeito do estresse de imobilização subcrônico na memória

aversiva de animais submetidos a lesão estriatal pela 6 -OHDA ... 109

27 Teste do nado forçado nos animais que sofreram lesão estriatal

submetidos a estresse de imobilização subcrônico (11dias/6h) .... 111

Page 14: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

14

28 Fotomicrografia representativas de neurônios imunorreativos

para tirosina-hidroxilase no mesencéfalo de ratos submetidos a

lesão estriatal e estresse de imobilização ..................................... 113

29 Fotomicrografia representativa de neurônios imunorreativos para

tirosina-hidroxilase no corpo estriado de ratos submetidos a

lesão estriatal e estresse de imobilização ......................... ............ 114

30 Fotomicrografias representativas de neurônios imunorreativos

para o transportador de dopamina (DAT) no mesencéfalo ............ 115

31 Determinação da dosagem de nitrito em mesencéfalo de ratos

submetidos a estresse de imobilização subcrônico (11dias/6h) .... 116

32 Determinação da dosagem de nitrito em corpo estriado de ratos

submetidos a estresse de imobilização subcrônico (11dias/6h) .... 117

33 Avaliação da atividade da superóxido dismutase (SOD) em

tecido mesencefálico de ratos submetidos a estresse de

imobilização subcrônico e lesão estriatal pela 6-OHDA ................ 118

34 Determinação dos níveis de substâncias reativas ao ácido

tiobarbitúrico (TBARS) em mesencéfalo de ratos submetidos à

lesão estriatal que sofreram estresse de imobilização subcrônico 119

35 Determinação dos níveis de TBARS em corpo estriado de ratos

submetidos à lesão estriatal que sofreram estresse de

imobilização subcrônico ................................................................ 120

36 Determinação da atividade da GSH em mesencéfalo de animais

que sofreram lesão estriatal e estresse de imobilização

subcrônico ..................................................................................... 122

37 Determinação da atividade da GSH em corpo estriado de

animais submetidos à lesão estriatal e estresse de imobilização . 122

38 Determinação dos níveis de glicose em ratos submetidos a

estresse de imobilização e lesão estriatal pela 6-OHDA ............... 123

Page 15: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

15

LISTA DE TABELAS 1 Tratamento com catequina ........................................................... 62

2 Estresse de imobilização .............................................................. 64

3 Sítios das lesões estriatais unilaterais com a 6-OHDA ................. 67

4 Efeito da catequina na concentração de monoaminas em tecido

mesencefálico de ratos submetidos à lesão estriatal pela 6-

OHDA .......................................................................................... 100

5 Efeito do estresse de imobilização subcrônico na concentração

de monoaminas em tecido mesencefálico de ratos submetidos

à lesão estriatal .......................................................................... 125

Page 16: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

16

LISTA DE ABREVIATURAS

6-OHDA - 6-hidroxidopamina

ACM - Área cingulato-motora

ANOVA - Análise de variância

ATP - Adenosina tri-fosfato

AVC - Acidente Vascular Cerebral

5-HT - Serotonina

5-HT1A - Receptor de serotonina 1A

5-HT2A - Receptor de serotonina 2A

BDNF - Fator neurotrófico derivado do cérebro

C - Catequina

CL - Corpos de Lewy

CM - Núcleo do tálamo centromediano

CoQ10 - Coenzima Q10

COMT - enzima catecol O-metiltransferase

ELA - Esclerose amiotrófica lateral

D1 - Receptor de dopamina do tipo 1

D2 - Receptor de dopamina do tipo 2

DA - Dopamina

DAT - Transportador de dopamina

Dir - Via direta

DNA - Ácido desoxirribonucléico

DOPAC - Ácido dihidroxifenilacético

DP - Doença de Parkinson

EGC - Epicatequina galato

EGCG - Epigalocatequina

EPM - Erro padrão da média

ERK - Quinase reguladora de sinais extracelulares

EROs - Espécies reativas do oxigênio

FO - Falso-operado

GABA - Àcido γ-amino butírico

GC - Galocatequina

Page 17: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

17

GPe - Globo pálido externo

GPi - Globo pálido interno

GSH - Glutationa reduzida

H2O2 - Radical superóxido

HPA - Eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal

HPLC - Cromatografia líquida de alta performance

HVA - Ácido homovalínico

IL – 1β - Interleucina 1 beta

IF-γ - Interferon-gama

Indir - Via indireta

i.p. - Intra-peritoneal

LCR - líquido céfalo-raquidiano

L-Dopa - L-3,4- dihidroxifenilanina

M1 - Córtex motor primário

MAO - Monoamina oxidase

MAS - Área motora suplementar

Min - minuto

MnSOD - manganês superóxido dismutase

NA - Noradrenalina

NMDA - N-metil-D-aspartato

MPP+ - 1-metil- 4- fenilpiridina

MPTP - 1-metil- 4- fenil-1,2,3,6 – tetraidropiridina

NF- ΚB - Fator de transcrição NF-KB

NO - Óxido nítrico

•OH - Radical hidroxila

Pf - Núcleo do tálamo parafascicular

PKC - Proteína quinase C

PMC - Córtex pré-motor;

PPN - Núcleo pedúnculo-pontino

RNAm - Ácido Ribonucléico mensageiro

SNC - Sistema Nervoso Central

SNc - Substância negra pars compacta

SNpr - Substância negra pars reticulata

SOD - Superóxido dismutase

Page 18: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

18

NST - Núcleo subtalâmico

TBA - Ácido tiobarbitúrico

TH - Tirosina hidroxilase

THA - Treo-hidroxiaspartato

TBARs - Substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

TNF - Fator de necrose tumoral

VA - Núcleo do tálamo ventral anterior

VL - Núcleo do tálamo ventrolateral

Page 19: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

19

SUMÁRIO

I INTRODUÇÃO...................................................................................................... 23

1 Histórico............................................................................................................... 23

2 Epidemiologia........................................................................... ............................ 24

3 Fatores Ambientais............................................................................................... 25

4 Fatores Genéticos.............................................................................................. .. 27

5 Outros fatores predisponentes à doença.............................................................. 29

6 Fisiopatologia......................................................................................................... 30

6.1 Depleção de glutationa...................................................................................... 35

6.2 Disfunção mitocondrial...................................................................................... 36

7 Modelos da Doença............................................................................................. 38

8 Tratamento farmacológico da Doença de Parkinson................ ............................ 41

9 Antioxidantes na Doença de Parkinson................................. ............................... 44

9.1 Catequinas da Camellia sinensis ..................................................................... 47

10 Depressão na Doença de Parkinson.................................................................. 50

11 Estresse e Depressão......................................................................................... 51

12 Estresse e Memória............................................................................................. 54

II RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA......................................................................... 57

III OBJETIVOS......................................................................................................... 59

IV MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 61

1. ANIMAIS.............................................................................................................. 63

2.DROGAS............................................................................................................... 63

3.PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS....................................................................... 63

3.1 PROTOCOLO 1 – Ratos tratados com catequina.............................................. 64

3.2 PROTOCOLO 2 – Ratos tratados com catequina e submetidos a estresse de

imobilização subcrônico.......................................................................................... 66

3.3 Cirurgia Estereotáxica......................................................................................... 68

3.4 Estresse de Imobilização.................................................................................... 69

3.5 Testes Comportamentais..................................................................................... 69

3.5.1 Avaliação da atividade locomotora (teste do Campo Aberto).......................... 70

3.5.2 Labirinto em Y (Y-maze).................................................................................. 71

3.5.3 Esquiva passiva (Passive avoidance test)....................................................... 72

3.5.4 Nado Forçado.................................................................................................. 72

Page 20: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

20

3.5.5 Teste Rotacional.............................................................................................. 73

4. Avaliação imunohistopatológica........................................................................... 75

4.1 Imunohistoquímica para Tirosina Hidroxilase..................................................... 75

4.2 Imunohistoquímica para DAT.............................................................................. 76

5. Análises Bioquímicas............................................................... ............................. 76

5.1 Dosagem de Nitrito................................................................ ............................. 76

5.1.1 Método................................................................................ ............................. 76

5.1.2 Reagentes........................................................................................................ 76

5.1.3 Preparação do Reagente de Griess................................................................. 77

5.1.3 Curva Padrão................................................................................................... 77

5.1.4 Protocolo.......................................................................................................... 77

5.2 Dosagem da enzima superóxido dismutase – SOD............................................ 78

5.3 Determinação da Peroxidação Lipídica – TBARS............................................... 78

5.4 Dosagem de GSH............................................................................................... 79

5.5 Dosagem de Glicose........................................................................................... 81

5.6 Determinação de monoaminas e metabólitos com HPLC.............................. ..... 82

6. Análise Estatística ................................................................................................ 84

V RESULTADOS ...................................................................................................... 83

1. Efeito da Catequina nas doses de 10 e 30mg sobre a lesão estriatal com 6-

OHDA em ratos ....................................................................................................... 83

1.1 Determinação da atividade locomotora através do teste do campo aberto em

ratos com lesão estriatal tratados com catequina ................................................... 83

1.2 Determinação do comportamento rotacional induzido por apomorfina em

ratos com lesão estriatal pela 6-OHDA, tratados com catequina nas doses de 10

e 30mg/kg ............................................................................................................... 85

1.3. Determinação da memória operacional através do teste do labirinto em Y (Y-

maze) em ratos com lesão estriatal tratados com catequina ................................. 87

1.4 Avaliação da memória recente e tardia em ratos com lesão estriatal pela 6-

OHDA, tratados com catequina nas doses de 10 e 30mg/kg ................................. 88

1.5 Efeito da catequina sobre a imunorreatividade para tirosina hidroxilase no

corpo estriado e mesencéfalo de ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-

OHDA ................................................................................................................. ..... 90

1.6 Efeito da catequina sobre a imunorreatividade para o DAT no corpo estriado

Page 21: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

21

e mesencéfalo de ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA .................... 92

1.7 Efeito da catequina sobre a dosagem de Nitrito no corpo estriado e

mesencéfalo de ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA ....................... 94

1.8 Determinação da peroxidação lipídica no mesencéfalo de ratos submetidos à

lesão estriatal com a 6-OHDA, tratados com catequina nas doses de 10 e

30mg/kg .................................................................................................................. 96

1.9 Efeito da catequina nas doses de 10 e 30 mg/Kg sobre a atividade da SOD

(superóxido dismutase) em ratos submetidos a lesão estriatal com a 6-OHDA .... 97

1.10 Efeito da catequina sobre a glutationa reduzida (GSH) no mesencéfalo de

ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA ................................................ 98

1.11. Determinação das concentrações de Dopamina(DA) e seus metabólitos

(DOPAC e HVA), Noradrenalina (NA) e Serotonina (5-HT) no mesencéfalo de

ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA e tratados com catequina nas

doses de 10 e 30mg/kg ............................................................................... ............ 99

2.Efeito do Estresse de Imobilização subcrônico sobre a lesão estriatal com a 6-

OHDA em ratos........................................................................................................ 101

2.1 Avaliação do ganho de peso e peso ponderal .................................................. 101

2.2 Determinação da atividade locomotora através do teste do campo aberto em

ratos com lesão estriatal submetidos ao estresse de imobilização ........................ 103

2.3 Determinação do comportamento rotacional induzido por apomorfina em

ratos com lesão estriatal pela 6-OHDA, submetidos ao estresse de imobilização

subcrônico ............................................................................................................... 105

2.4 Determinação da memória operacional através do teste do labirinto em Y (Y-

maze) em ratos com lesão estriatal submetidos ao estresse de imobilização ....... 107

2.5 Avaliação da memória recente e tardia em ratos com lesão estriatal pela 6-

OHDA, submetidos ao estresse de imobilização subcrônico .................................. 108

2.6 Avaliação do estado depressivo dos animais que sofreram lesão estriatal e

submetidos a estresse de imobilização subcrônico no teste nado forçado............ 110

2.7 Efeito do estresse de imobilização subcrônico sobre a imunorreatividade

para a tirosina hidroxilase no corpo estriado e mesencéfalo de ratos submetidos

à lesão estriatal com a 6-OHDA .............................................................................. 112

2.8 Efeito do estresse de imobilização subcrônico sobre a imunorreatividade

para o Transportador de Dopamina (DAT) no mesencéfalo de ratos submetidos à

lesão estriatal com a 6-OHDA ................................................................................. 115

Page 22: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

22

2.9 Determinação da concentração de Nitrito em ratos submetidos a estresse de

imobilização subcrônico que sofreram lesão estriatal com a 6OHDA ..................... 116

2.10 Efeito do estresse de imobilização subcrônico sobre a dosagem da

Superóxido Dismutase (SOD) no corpo estriado e mesencéfalo de ratos

submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA .......................................................... 118

2.11 Determinação dos efeitos do estresse de imobilização subcrônico sobre a

peroxidação lipídica em de ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA ..... 119

2.12 Efeito do estresse de imobilização subcrônico sobre a Glutationa reduzida

(GSH) em ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA no mesencéfalo e

corpo estriado ......................................................................................................... 121

2.13 Determinação da Glicose em ratos submetidos a estresse de imobilização

subcrônico (11 dias/6h) e lesão estriatal pela 6-OHDA ...................................... 123

2.14 Determinação das concentrações de Dopamina(DA) e seus metabólitos

(DOPAC e HVA), Noradrenalina (NA) e Serotonina (5-HT) no corpo estriado e

mesencéfalo de ratos submetidos ao estresse de imobilização subcrônico (11

dias/6h) e que sofreram lesão estriatal com a 6-OHDA .......................................... 124

VI DISCUSSÃO....................................................................................................... 126

1. Efeito da Catequina nas doses se 10 e 30mg sobre a lesão estriatal com 6-

OHDA ...................................................................................................................... 127

2. Efeito do Estresse de Imobilização subcrônico sobre a lesão estriatal com 6-

OHDA ..................................................................................................................... 140

VII CONCLUSÃO ................................................................................................... 153

REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 154

Page 23: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

23

I-INTRODUÇÃO

HISTÓRICO

A doença de Parkinson foi inicialmente descrita em um contexto médico por

James Parkinson, um clínico geral de Londres, em 1817. Entretanto, a doença já era

conhecida e parcialmente descrita desde os tempos da bíblia.

Existem pelo menos duas referências sobre tremor na bíblia, uma se

encontra no livro de Jó (34:19) (GARCIA RUIZ, 2004). Além disso, encontraram-se

outras referências que se pode atribuir à identificação da Doença de Parkinson por

várias civilizações antigas. Na Índia, 1000 aC, foi publicado o tratado médico

Ayurveda (do sânscrito:ciência, ayur:vida). Se faz referência a uma doença que era

designada por Kampavata, cujos sintomas eram coincidentes com os da Doença de

Parkinson. Curiosamente, para tratar a Kampavata, eles usavam um legume tropical

(Mucuna pruriens) que conheciam pelo nome de Atmagupta. As sementes deste

legume são um fonte natural de elevadas quantidades de L -Dopa.(NAGASHAYANA

et al.,2000).

Galênico, na Grécia antiga, era o mais influente médico da antiguidade e em

seus escritos estão várias referências às alterações posturais e ao tremor: “um tipo

de paralisia que impede as pessoas de andarem corretamente, misturando os lados

e trocando a direita com a esquerda, abstendo-se de levantar o pé e puxando-o para

trás, ao invés disso, como se aproximasse de um acentuado aclive”. (STERN, 1989).

A DP já era bem conhecida em 425 A.C. na China. As primeiras descrições da

doença se encontram no livro Ru Men Shi Qin escrito por Zhang durante o período

da dinastia Jin. Wang Kentang (Dinastia Ming, AD1549-1613) compilou um livro de

44 volumes onde através da medicina tradicional chinesa relatava o uso de

Page 24: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

24

tratamentos como a pílula antitremor à base de ervas e escorpião (ZHANG et

al.,2006).

Desde 1861 até 1868 Jean-Marie Charcot, considerado o fundador da

primeira escola neurológica do mundo e o "pai da neurologia", expandiu os

conhecimentos sobre os sintomas e subsequentemente avançou para a designação

de síndrome da Doença de Parkinson. Sua contribuição foi tão brilhante, que seria

justo que seu nome fosse acrescentado ao de Parkinson na nomeação da doença,

mas foi o próprio Charcot quem sugeriu a mudança do nome "paralisia agitante' para

“doença de Parkinson" (“la maladie de Parkinson”) (MENEZES, 2003 & TEIVE,

1998). As alterações bioquímicas no cérebro foram identificadas nos anos 50 do

século XX, muito devido ao trabalho do cientista sueco Arvid Carlsson, que começou

a testar o uso de L-Dopa em modelos animais. A L-Dopa foi introduzida na prática

clínica em 1967.

EPIDEMIOLOGIA

A Doença de Parkinson (DP) é a segunda desordem neurodegenerativa

progressiva mais comum(depois da Doença de Alzheimer) causada pela perda de

neurônios dopaminérgicos principalmente na substancia nigra. A incidência e a

prevalência da DP estão crescendo com o envelhecimento da população. O número

de casos nos Estados Unidos foi estimado de 340000 em 2005 e é previsto subir

para 610.000 em no ano de 2030 ( DORSEY et al., 2007).

Segundo a Associação Européia de Doença de Parkinson (European

Parkinson Disease Association), a estimativa de DP é de 6,3 milhões de pessoas

no mundo. A idade do aparecimento é comumente após os 60 anos de idade, mas

um entre dez indivíduos é afetado antes dos 50 anos. De acordo com as estatísticas,

1,2 milhões de pessoas na Europa tem DP: aproximadamente 260.000 na

Alemanha, 200.000 na Itália, 150.000 na Espanha, 120.000 no Reino Unido e

Page 25: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

25

117.000 na França. No Brasil, a DP já ultrapassa 200.000 casos (Associação Brasil

Parkinson). Estudos recentes acerca da incidência da doença, apontam que ela

atinge mais indivíduos brancos que negros que habitam grandes cidades nos

Estados Unidos (WILLIS et al., 2010). Na Ásia, a doença parece ser menos

prevalente que em países do ocidente (MUANGPAISAN et al., 2009).

Existe uma maior incidência da doença em homens que em

mulheres (BALDERESCHI et al., 2000). Alguns autores sugerem que a prevalência

da DP em homens é quase duas vezes maior que em mulheres. Além disso, a idade

de aparecimento da doença tende a ser mais tardia em mulheres comparada com a

idade dos homens (ELBAZ et al., 2002; DE LAU et al., 2004; SHULMAN et al., 2007

& PAVON et al., 2010). A maior prevalência da doença em homens levou vários

pesquisadores a questionar se o estrógeno teria um papel neuroprotetor na DP. A

deficiência de estrógeno na menopausa parece agravar os sintomas da doença,

enquanto mulheres que usam estradiol apresentam sintomas (SANDIK, 1989).

Vários estudos sugerem um efeito benéfico do estrógeno na DP (ROCCA et al.,

2007; VEGETO et al., 2009).

ETIOLOGIA

FATORES AMBIENTAIS

Estudos epidemiológicos indicam que a exposição a um certo número de

fatores pode aumentar o risco do desenvolvimento da DP. Alguns dos fatores são

relacionados ao uso de pesticidas e herbicidas, substâncias químicas, exposição a

metais, raspa de madeira e a vida rural. Mesmo tendo os estudos epidemiológicos

apontado para um papel significante dos pesticidas na DP, somente determinados

tipos de pesticidas têm tido sua função biológica investigada em relação à doença.

Assim, pouca evidência biológica está disponível para afirmar que a exposição a

pesticidas seria a causa da doença (HANCOCK et al., 2008 & SAWLE, 1999).

Page 26: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

26

A maior evidência para que haja um fator ambiental na DP é relacionado a

toxina 1,2,3,6-methyl-phenyl-tetrahydropyridine (MPTP). A pesquisa do MPTP se

iniciou quando em 1982, jovens da California se contaminaram ao injetarem uma

heroína sintética contaminada com a toxina, eles desenvolveram uma síndrome

muito parecida com a doença, tanto clinicamente quanto patologicamente (KIDD,

2000). Este composto é um bioproduto da manufatura ilícita de um derivado sintético

da meperidina (OLANOW & TATTON,1999). A descoberta do MPTP como toxina

dopaminérgica levou a um subsequente desenvolvimento de modelos da doença

baseados nesta toxina em macacos e camundongos (BÜELER, 2009).

Uma associação positiva entre a exposição ocupacional ao paraquat

(pesticida agrícola) e o desenvolvimento da doença foi encontrada em alguns

estudos epidemiológicos (SEMCHUK et al., 1992; LIOU et al., 1997; HERTZMAN et

al., 1990). Entretanto outros estudos falharam nesta associação (FIRESTONE et al.,

2005; KAMEL et al., 2007). Bertabet (2002) relata que a exposição experimental de

roedores a herbicidas e pesticidas sustenta ainda mais o envolvimento de toxinas

ambientais na doença de Parkinson.

A dieldrina é um pesticida organoclorado que não é mais produzido, nem

utilizado nos Estados Unidos, mas traços desta substância foram encontrados na

substancia nigra (SN) de pacientes com DP (CORRIGAN et al., 2000). Em estudos in

vitro, dieldrina misturada a uma preparação da proteína neuronal α -sinucleína,

acelera o desenvolvimento de agregados de proteína similares àqueles encontrados

no corpos de Lewy. Rotenona e Paraquat tem o mesmo efeito (UVERSKY et al.,

2001). Um estudo recente demonstrou que a exposição subcrônica à dieldrina altera

a abundância de RNA mensageiro (RNAm) e proteínas no hipotálamo que estão

associadas ao metabolismo, estabilidade e integridade celular, bem como ao

estresse e reparo do DNA (MARTYNIUK et al., 2010). Existe uma corrente científica

que acredita que a combinação de fatores ambientais e genéticos podem contribuir

para o aparecimento da doença, havendo um sinergismo (THIRUCHELVAM, 2000).

Page 27: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

27

Dois estudos adicionaram à literatura mais uma ligação de fatores ambientais

à DP. A primeira investigou a associação entre o consumo de cafeína e a doença

(atuando de forma protetora): Ross et al.(2000) utilizando informações de 8004

homens americanos- japoneses, verificaram que o risco para a DP era 2,2 vezes

maior para não consumidores de café. O risco decaiu com altas quantidades de

cafeína consumida e foi cinco vezes mais alto para aqueles que não ingeriam café.

Este estudo sugere claramente uma relação entre o consumo de cafeína e o risco de

DP, mas não se distingue ainda se esse efeito é neuroprotetor ou se o alto consumo

de café protege da doença por outras razões. Um segundo estudo descreveu um

modelo animal para a doença produzido pela exposição por longo período ao

pesticida rotenona (SIDEROWF and STERN, 2003). A rotenona é um inibidor do

complexo I mitocondrial bem caracterizado e mais conhecida por seu uso como

pesticida. Betarbet e colegas (2003) estudaram o efeito da rotenona em ratos, tendo

observado que a toxina promoveu o aparecimento de sintomas característicos, bem

como achados histopatológicos da DP como inclusões citoplasmáticas similares aos

corpos de Lewis. Este estudo demonstrou que a rotenona constitiu um modelo

animal de estudo da DP e que exposições ambientais a toxinas, especialmente as

que tem ação como inibidoras mitocondriais, podem contribuir para o

desenvolvimento da doença à longo prazo.

Um trabalho recente relata que muitos pesticidas usados comercialmente

inibem diretamente o complexo I mitocondrial causando dano oxidativo e toxicidade

a células de neoblastoma SK-N-MC, sugerindo que a inibição do complexo I pode

ser um mecanismo comum dos pesticidas que promovem toxicidade dopaminérgica

(SHERER et al., 2007).

FATORES GENÉTICOS

Somente uma pequena proporção de casos pode ser atribuída a fatores

puramente genéticos. Altos níveis de deleção genética de DNA mitocondrial tem sido

Page 28: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

28

apontados como importante no processo de perda neuronal seletiva na SN durante o

envelhecimento e DP.

Existe um grande interesse na descoberta do papel dos fatores genéticos na

etiologia da doença (GOLBE, 1990). A hipótese genética ganhou importância com a

identificação da forte evidência para um único gene responsável por causar o

parkinsionismo em pacientes de uma mesma família situados entre a Itália e os

Estados Unidos (SAWLE, 1999). Aproximadamente 5-10% dos pacientes tem uma

forma familiar de parkinsonismo com um padrão autossômico-dominante de herança

genética. Entretanto fatores genéticos parecem ser mais importantes em pacientes

mais jovens, mas não têm importância em pacientes com doença de Parkinson

esporádica (OLANOW & TATTON,1999). A forma de doença de Parkinson

precoce(antes de 50 anos) parece estar ligada a um forte fator de hereditariedade

(pelos menos em homens brancos, o único grupo estudado) (Kidd,2000).

A forma esporádica da doença ocorre na maioria dos casos. A forma familiar

(que compreende menos de 10% dos diagnósticos) apresenta fatores de risco

genéticos específicos que incrementam as possibilidades do desenvolvimento da

doença. Foram identificados 12 locus cromossômicos ligados à forma familiar da DP

(MIZUNO et al., 2008). Mutações em três genes: α-sinucleína, parkina e DJ-1, estão

claramente relacionadas ao aparecimento precoce da doença, enquanto mutações na

UCH-L1 (uma ubiquinação da hidrolase do terminal carboxílico) também estão

implicadas no processo (ERIKSEN, 2003).

A α-sinucleína é uma proteína predominantemente neuronal com 140

aminoácidos. Foram identificados dois pontos de mutação do seu gene cognato em

algumas famílias com DP, entretanto ao que parece, as mutações da α-sinucleína

representam uma causa rara da doença (MOURADIAN, 2002). Mutações na α -

sinucleína que causam a forma hereditária da DP (A30P e A53T) aceleram a

oligomerização da α-sinucleína para dentro de estruturas intemediárias de fibrilização,

chamadas de protofibrilas, estas são hipoteticamente responsáveis pela morte

Page 29: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

29

neuronal na DP (CONWAY et al, 2000). Lucking e colaboradores (2000) examinaram

73 famílias com doença de Parkinson de aparecimento precoce e concluiram que

havia mutações no gene parkina em 49% destas famílias, além de um grande número

de diferentes mutações (SIDEROWF & STERN, 2003).

Alguns indivíduos com a doença apresentam um comprometimento na função

hepática. A enzima P450IID6, que se caracteriza pela capacidade de metabolizar a

debrisoquina, foi encontrada mais disfuncional em pacientes de Parkinson que em

pessoas normais. Os pacientes que desenvolveram a doença mais precocemente

(antes dos 40 anos) eram os mais suscetíveis à disfunção. É interessante observar

que a P450IID6 está presente no sistema nigroestriatal e o MPTP é um substrato

deste complexo (KIDD, 2000).

OUTROS FATORES PREDISPONENTES À DOENÇA:

A prevalência da DP aumenta após a idade de 50 anos, havendo um

incremento maior entre 65 a 90 anos. Um declínio geral na função fisiológica ocorre

naturalmente com o envelhecimento. O radical superóxido, H2O2, e radicais hidroxila

(os mesmos oxidantes produzidos pela radiação) e possivelmente o oxigênio singlet

são produzidos continuamente a altas taxas como produto do metabolismo aeróbico.

Eles danificam macromoléculas celulares incluindo DNA(FRAGA et al.,1990),

proteinas (STADTMAN,1992) e lipídios (MARNETT et al.,1985). O acúmulo de tais

espécies reativas de oxigênio (ERO) pode contribuir para o envelhecimento e

doenças degenerativas associadas à idade.

Muitos estudos tem reportado que episódios de traumatismos cranianos no

passado estão associados com um risco aumentado de desenvolvimento da DP mais

tarde. Riscos podem ser duplicados ou triplicados naqueles em que a injúria foi

severa (DAVIE, 1995 & BOWER, 2003).

Page 30: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

30

O ferro é outra toxina ambiental implicada como causa da DP. Um acúmulo

consistente deste metal na SN tem sido relatado em casos da doença (GERLACH et

al.,2006). Depósitos de ferro parecem ser tóxicos para neurônios da substancia nigra

pars compacta (SNpc) e tem sido observados em conjunto com outras inclusões de

proteína. O ferro pode causar agregação de α-sinucleína (maior constituinte dos

corpos de Lewy), por causa de sua propensão a gerar excesso de espécies reativas

ao oxigênio (EROs) (JELLINGER, 1999).

FISIOPATOLOGIA:

As manifestações clínicas da DP foram inicialmente descritas por James

Parkinson em 1817. Ele relatou em uma monografia alguns dos sintomas clínicos da

doença em seis pacientes. Dentre os quais estavam: bradicinesia, acinesia, tremor

durante o repouso, instabilidade postural, postura curvada e micrografia. Ele não

descreveu a rigidez, descrita por Charcot em 1888.

Os sintomas iniciais da DP aparecem somente após a patologia ter alcançado

um estágio avançado, onde aproximadamente 50% das células dopaminérgicas da

SN já morreram, com uma brusca depleção de 80% da dopamina estriatal (BRAAK et

al.,2003).

A DP é resultante de anormalidades primárias nos gânglios da base, uma

estrutura cerebral que atua em tarefas como a motivação crítica, planejamento motor

e funções de aprendizagem (PRESCOTT, 2009). Os gânglios da base são parte de

uma alça fechada que conecta sequencialmente todas as áreas corticais através do

corpo estriado, globo pálido e tálamo com o córtex frontal. O córtex frontal se projeta

para baixo em direção ao nível espinhal formando circuitos. Os componentes dos

gânglios da base incluem além do corpo estraido(caudato e putamên) e os segmentos

palidais internos e externos(globo pálido interno-gpi e externo-gpe), também o núcleo

Page 31: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

31

subtalâmico (NST) e a substância negra pars reticulata(SNr) e pars compacta(SNc)

(ROSIN et al.,2007 & GALVAN et al., 2008).

As estruturas dos gânglios da base formam circuitos paralelos que são

divididos em alças motoras, associativas e límbicas, dependendo da função da área

cortical envolvida (MIDDLETON & STRICK, 2000). O estriato e NST recebem

aferências glutamatérgicas de áreas específicas do córtex cerebral ou tálamo e

transferem a informação para os núcleos de saída dos gânglios da base, que são o

globo pálido interno e SNr. A projeção entre o estriato e o gpe/SNr está dividida em

duas vias separadas: uma via direta e uma via indireta, através da intercalação do

globo pálido externo e do núcleo subtalâmico. A via direta conecta diretamente o

estriato aos núcleos de saída (gpi/SNr), e age facilitando o movimento pela

desinibição do tálamo. A via indireta começa na projeção que vai do estriado ao globo

pálido externo (gpe), segue então ao núcleo subtalâmico (nst) e só depois termina nos

núcleos de saída (gpi/SNr) (GALVAN, et al., 2008).

Os neurônios que se projetam para o córtex, NST e tálamo utilizam o

neurotransmissor glutamato, que é conhecido por suas propriedades excitatórias no

SNC, o que resulta em um efeito excitatório na via direta. Desta forma, na via direta

há uma facilitação do movimento. Contrariamente, a projeção de neurônios no estriato

e em ambos os segmentos do globo pálido uti liza GABA, que é considerado um

neurotransmissor inibitório do SNC, resultando em efeitos inibitórios. Portanto, a via

indireta inibe o movimento, inibindo o tálamo ( TEPPER et al. 2007).

Além das aferências corticais que chegam ao corpo estriado, existe uma outra

projeção muito importante que é a via dopaminérgica nigro-estriatal. Essa projeção se

inicia nos neurônios SNc, e termina diretamente nos espinhos dos dendritos dos

neurônios de projeção médios espinhosos. São esses neurônios que dão origem à via

direta e à via indireta. Nessa posição estratégica, a via nigro-estriatal é capaz de

modular o afluxo de informações corticais que chegam aos neurônios de projeção no

estriado. Assim, ela pode modular a atividade das vias direta e indireta. A dopamina é

Page 32: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

32

o neurotransmissor dessa via. Ela atua como neurotransmisor excitatório aos

neurônios que vão formar a via direta, ligando-se a receptores do tipo D1. Por outro

lado, a dopamina é inibitória aos neurônios que vão formar a via indireta, ligando-se a

receptores do tipo D2. Dessa forma, a via nigro-estriatal age facilitando o movimento,

já que ela ativa a via direta e inibe a via indireta (GROENEWEGEN, 2003) (Figura 1).

Existem vários estudos acerca do papel da dopamina a nível estriatal, porém

muitos aspectos ainda não foram compreendidos. Na doença de Parkinson, a

degeneração de neurônios dopaminérgicos da SNc inicia uma cascata de mudanças

funcionais afetando todos os circuitos do gânglios da base. As alterações mais

relevantes afetam o núcleo de saída do circuito, o globo pálido e a SNr, que se tornam

hiperativos, levando a uma inibição excessiva dos sistemas motores tála mo-cortical e

mesencefálico. Tal hiperatividade é sustentada pela entrada glutamatérgica acentuada

que o núcleo de saída recebe do NST (CALABRESI et al., 2000). A reduzida ativação

dos receptores dopaminérgicos, causada pela deficiência de dopamina, resulta na

inibição reduzida dos neurônios da via indireta e na diminuição da excitação dos

neurônios da via direta. A redução da inibição da via indireta origina potente inibição

do gpe, desinibição do NST e excitação aumentada dos neurônios do gpi e da SNr. Já

a ativação diminuída da via direta causa redução de sua influência inibitória sobre o

gpi e a SNr. O resultado final é uma ativação excessiva dos neurônios de saída dos

gânglios da base, gerando excessiva inibição dos sistemas motores e ocasionando os

prejuízos motores característicos da doença de Parkinson (SANTENS et al., 2003)

(figura 1).

Page 33: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

33

Figura 1. Mudanças relacionadas a DP na atividade global do circuito motor

talamocortical nos gânglios da base. Setas negras indicam conexões inibitórias e

setas cinzas indicam conexões excitatórias. A espessura das setas corresponde a sua

atividade presumida. Abreviações: CM, núcleo do tálamo centromediano; ACM, área

cingulato-motora; Dir, via direta; D1 e D2, subtipos dos receptores de dopamina; GPe,

globo pálido externo; GPi, globo pálido interno; Indir, via indireta; M1, córtex motor

primário; Pf, núcleo do tálamo parafascicular; PMC, córtex pré-motor; PPN, núcleo

pedúnculo-pontino; MAS, área motora suplementar; SNc, substância negra pars

compacta; SNr, substância negra pars reticulata; VA, núcleo do tálamo ventral

anterior; VL, núcleo do tálamo ventrolateral.(Fonte: Galvan, 2008) .

Existe um consenso de que o evento patológico mais importante que leva ao

aparecimento dos sintomas motores da DP e em especial a acinesia, é a morte de

neurônios dopaminérgicos no mesencéfalo e nas suas projeções estriatais. A DP é

caracterizada por uma perda celular progressiva principalmente de neurônios

dopaminérgicos do SNC, mas o mecanismo de morte celular ainda não está bem

definido (VON BOHLEN et al., 2004). Tem sido mostrado que neurônios do sistema

nervoso central de pacientes de DP apresentaram características de apoptose e

Page 34: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

34

degeneração autofágica, além de alterações atribuídas a apoptose, como

condensação nuclear, fragmentação da cromatina e formação de corpos do tipo

apoptótico (ANGLADE et al., 1997 & TATTON et al., 2003; TOMPKINS et al., 1997). È

provável que a degeneração das células neuronais na DP envolva apoptose de uma

maneira dessincronizada por um período de tempo prolongado e a sobrevivência do

núcleo com DNA fragmentado dure uma questão de horas.

Possíveis mecanismos de morte celular para neurônios dopaminérgicos nigro-

estriatais incluem estresse oxidativo, processos inflamatórios, óxido nítrico, acúmulo

de ferro, toxicidade do glutamato e diminuição das respostas dos fatores

neurotróficos. Existe um consenso de que a doença de Parkinson não é uma simples

desordem, mas uma síndrome que pode se iniciar por muitos fatores (SCHAPIRA,

1999).

Além da severa depleção de neurônios dopaminérgicos na SNpc, a doença

tem como característica patológica, a presença de corpos de Lewy (CL) nas células

sobreviventes. CL são inclusões intracitoplasmáticas compostas principalmente de

estruturas parecidas com neurofilamentos que se coram positivamente para ubiquitina

e α-sinucleína. Estes corpúsculos não são restritos à SN, eles também podem ser

encontrados no locus coerulos, núcleos basais de Meynert, núcleo cranial motor do

tronco cerebral e mesmo em divisões do sistema nervoso autonômico (TAKAHASHI et

al., 2001).

O aminoácido glutamato desempenha um papel integrativo no funcionamento

dos gânglios da base, como já foi visto, porém o balanço entre glutamato e dopamina

é perturbado quando neurônios dopaminérgicos nigrostriatais sofrem degeneração no

curso da DP (STARR, 1995). Estes neurônios possuem receptores de glutamato que

degeneram quando expostos a excitotoxicidade do glutamato (ALEXI et al., 2000). A

antagonização desta excitoxicidade tem recebido atenção por seu potencial

terapêutico na DP (GOLEMBIOWSK et al., 2002).

Page 35: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

35

A degeneração dos neurônios dopaminérgicos na DP está associada com uma

grande atividade microglial (MCGEER et al., 1988). A gliose é uma característica

neuropatológica marcante em muitas doenças do cérebro cuja única função pensava -

se, por muitos anos, ser a remoção de restos celulares. Desde então crescentes

evidências indicam que o papel da gliose em situações patológicas pode não se

restringir a função de “limpeza”, mas pode também incluir ações que

significativamente e ativamente contribuem para a morte neuronal, especialmente em

desordens neurodegenerativas como a DP (WU, 2002). Células da microglia podem

ter um efeito deletério sobre neurônios dopaminérgicos, elas representam macrófagos

cerebrais e são ativadas com subseqüente produção de citocinas pró-inflamatórias

que agravam o processo neurodegenerativo da DP (SANCHEZ-GUAJARDO et al.,

2010) É relatado um aumento na densidade de células da glia expressando citocinas

pro-inflamatórias incluindo fator-alfa de necrose tumoral (TNF-α) e interleucina-1β

(HUNOT et al., 1999). Níveis aumentados de citocinas como o TNF-α, interleucina-

1β,-2, -4, -6, fator α transformador do crescimento e fatores transformadores do

crescimento β1 e β2 tem sido detectados por vários investigadores no parênquima

cerebral ou no líquor de pacientes com DP (NAGATSU et al., 2000). Além disso,

mudanças nas subpopulações de linfócitos também tem sido reportadas no sangue e

líquor de pacientes de DP (ORR et al., 2002). Essas informações sugerem que ocorre

uma mudança no microambiente do cérebro parkinsoniano, essas mudanças não

envolvem somente células neuronais e da glia, mas também células perféricas do

sistema imunológico e mesmo capilares cerebrais. Os mecanismos pelos quais as

células da glia e citocinas inflamatórias liberadas realizam seus efeitos sobre

neurônios dopaminérgicos ainda não estão completamente entendidos, mas sabe-se

que em modelos experimentais utilizando animais, a inibição do processo inflamatório

previne a neurodegeneração (HIRSCH et al., 2005).

DEPLEÇÃO DE GLUTATIONA

Existem fortes evidências de que a depleção de glutationa (GSH) é o evento

principal na etiologia da DP. A glutationa é uma potente molécula antioxidante que age

Page 36: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

36

como cofator para a conjugação feita pelo sistema P450 no fígado e um cofator para a

família de enzimas antioxidantes glutationa peroxidase. A GSH também desempenha

grandes papéis como antiinflamatório, antitoxina e regulador metabólico. (KIDD,

2000).

É notável que a depleção de GSH contribui para o aparecimento de doenças

neurodegenerativas. Em numerosos modelos animais de depleção de GSH, o

bloqueio da capacidade de sintetizar GSH distorce a capacidade de desenvolvimento

cerebral, resultando em patologias neuronais (BAINS & SHAW, 1997). Mesmo sendo

a quantidade de GSH encontrada no cérebro na ordem de concentrações milimolares,

esta estrutura é mais suscetível ao dano oxidativo que outros tecidos (DRINGEN &

HIRLINGER, 2000). Tradicionalmente, tem se apontado o decréscimo dos níveis de

GSH como consequência do aumento do estresse oxidativo. Entretanto, evidências

recentes sugerem que a depleção de GSH sozinha desempenha um papel ativo na

patogênese da DP (MARTIN & TEISMANN, 2009).

O dano oxidativo promovido pela depleção de GSH pode acelerar o acúmulo

de proteínas defeituosas levando neurônios dopaminérgicos da SN à morte celular

por prejudicar a via ubiquitina-proteossoma da degradação protéica. A restauração

dos níveis normais de glutationa no cérebro pode vir a ser uma estratégia importante

na terapêutica da DP (BHARATH, 2002).

DISFUNÇÃO MITOCONDRIAL:

As mitocôndrias são organelas citoplasmáticas relacionadas ao metabolismo

energético resultante de várias reações bioquímicas que ocorrem dento dela. Essa

energia produzida é que faz com que a vida dos metazoários seja possível. O ATP

(trifosfato de adenosina) mitocondrial é quem gera tal energia. Diferente de outras

organelas nos animais, a mitocôndria tem seu próprio genoma (DNA mitocond rial) que

Page 37: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

37

codifica componentes do sistema de fosforilação oxidativa (OXPHOS). A maquinaria

mitocondrial é composta de cinco multisubunidades (complexo I–V). A fosforilação

oxidativa é o processo metabólico de síntese de ATP a partir da energia liberada pelo

transporte de elétrons na cadeia respiratória (MORAES, 2008).

Por causa do seu alto nível de atividade metabólica e estrutura complexa, as

mitocôndrias são vulneráveis a uma variedade de problemas funcionais (FEARNLEY

& LEES,1991, MULLER-HOCKER, 1992), incluindo aqueles decorrentes de mutações

no DNA nuclear e mitocondrial, uma série de fatores exógenos, como drogas,

infecções, encargos metabólicos (como obesidade ou diabetes mellitus tipo II) certos

fatores da dieta, e episódios de hipóxia cerebral. Finsterer (2006) enfatiza que tecidos

ou órgãos com alta demanda de oxigênio e energia, tais como o cérebro, coração,

fígado, pele, intestino e túbulos renais, são aqueles mais afetados pelas

mitocondriopatias.

Danos nas enzimas mitocondriais na cadeia transportadora de elétrons,

membranas mitocondriais ou na própria cadeia (a partir de qualquer fonte) irão

interferir na formação de ATP e mesmo levar a apoptose celular ou reduzir a sua

habilidade da célula em funcionar. Este processo de fosforilação oxidativa promove a

formação de numerosos radicais livres(espécies reativas ao oxigênio-ERO) os quais

são extremamente reativos e causam oxidação de moléculas vizinhas através da

extração de um elétron. As mitocôndrias são a principal fonte celular de ERO,

particularmente os radicais superóxido que são gerados no complexo I da cadeia

transportadora de elétrons. As ERO podem atacar DNA e proteína mitocondrial

(SCHEFFER, 2001). A razão de formação de EROs pode exceder a habilidade de

enzimas como a superóxido dismutase (SOD), catalase e outros mecanismos

protetores em convertê-las para formas menos reativas ou inofensivas. O estresse

oxidativo descontrolado pode desencadear consequências que resultariam na morte

celular programada (MARTIN, 2006 & LANG, et al.,1998).

Evidências sugerem a hipótese que o complexo I mitocondrial tem importante

Page 38: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

38

papel na etiologia da DP. A atividade do complexo I está reduzida em 35–40% em

homogenatos de substância negra de pacientes da DP em estudos postmortem

(SCHAPIRA et al.,1989; SCHAPIRA et al.,1990a; SCHAPIRA et al., 1990b).

Recentemente foi reportado a ocorrência de uma mutação no DNA mitocondrial na

forma idiopática da doença (PARKER JR & PARKS, 2005) e uma redução associada

na atividade do complexo I nas mitocôndrias do córtex frontal (PATHAK, 2008).

A exposição crônica a inibidores do complexo I, como pesticidas, pode

contribuir para o desenvolvimento da forma idiopática da doença, no entanto, é

improvável que somente a exposição à toxina seja responsável pelo defeito seletivo

no complexo I na população em geral. Pacientes da doença sem qualquer história de

exposição a toxinas também exibem defeitos no complexo I de plaquetas (GU et al.,

1998).

MODELOS DA DOENÇA

Para o melhor entendimento da patofisiologia da DP e também com o objetivo

de desenvolver novos tratamentos, se faz importante o desenvolvimento de modelos

experimentais da doença nos quais novos agentes farmacológicos e estratégias

terapêuticas possam ser acessadas antes dos testes clínicos (BETARBET, 2002).

Requerimentos específicos devem ser preenchidos para se estabelecer um

modelo de doença de Parkinson. Para testar novas estratégias protetoras, o modelo

deve induzir uma lesão intranigral replicável, a perda de neurônios dopaminérgicos

deve manter-se estável além da recuperação espontânea do animal e o modelo deve

proporcionar a oportunidade para que uma estratégia terapêutica possa funcionar

(EMBORG, 2004). Deste modo foram desenvolvidos modelos animais utilizando-se

neurotoxinas dopaminérgicas e modelos de linhagens genéticas com deleção

genética para a doença. Assim, foram introduzidos agentes que seletivamente lesam

e destroem os sistemas catecolaminérgicos tais com 6-hidroxidopamina (6-OHDA) e

Page 39: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

39

1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetrahidropiridina (MPTP) (DAUER & PRZEDBORSKI, 2003).

A 6-OHDA foi o primeiro composto a ser descoberto com a capacidade de

induzir morte seletiva em células catecolaminérgicas (UNGERSTEDT, 1968). É uma

toxina seletiva para neurônios dopaminérgicos. Atualmente, 6-OHDA representa uma

das neurotoxinas mais comumente utilizadas em modelos de degeneração de

projeções catecolaminérgicas centrais, incluindo o sistema nigroestriatal, in vivo e in

vitro (SCHOBER, 2004). A neurotoxina é capaz de induzir dano específico via

estresse oxidativo, uti lizando um sistema transportador de dopamina (DA) e

noradrenalina. Alguns estudos demonstram que a 6-OHDA possui uma potente ação

inibitória na cadeia respiratória mitocondrial. A morte neuronal induzida por 6-OHDA

está ligada fundamentalmente a formação de H2O2, radicais livres tipo hidroxila (•OH)

e quinonas que são produzidas em sua metabolização. Ela não atravessa a barreira

hematoencefálica, por isso deve ser administrada intracerebralmente para exercer

seus efeitos tóxicos. Este modelo experimental tem sido produzido em diversas

espécies incluindo camundongos, ratos, cães e primatas (EMBORG, 2004).

Existem dois tipos de injeção intracerebral com 6-OHDA: diretamente na

substancia nigra levando a uma morte rápida das células (1-3 dias) ou através da

injeção diretamente no corpo estriado, que causa degeneração retrógrada dos

neurônios da substância negra. Esse último modelo causa uma lesão lenta, parcial e

progressiva das células neuronais, em torno de quatro semanas, e tem sido utilizada

com sucesso no intuito de mimetizar a lesão lenta e progressiva da DP (SHIMOHAMA

et al., 2003).

A 6-OHDA é usualmente injetada unilateralmente, enquanto o hemisfério intacto

serve como controle interno. Esta injeção unilateral representa o modelo conhecido

como “hemiparkinsoniano” (PERESE et al., 1989), que se caracteriza por um

comportamento de assimetria motora após a administração de drogas

dopaminérgicas, devido ao desbalanço fisiológico entre o corpo estriado lesionado e o

não-lesionado (BETARBET et al., 2002). Por isso, os animais apresentarão um

Page 40: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

40

comportamento rotacional contralateral no sentido do hemisfério o qual a estimulação

do receptor dopaminérgico for predominante. O comportamento rotacional pode ser

quantificado e correlacionado com o grau da lesão, a maior vantagem desde modelo

(BEAL, 2001).

O MPTP é um inibidor do complexo I mitocondrial que foi acidentalmente

descoberto após humanos serem expostos a ele e desenvolverem sintomas

parkinsonianos em poucas semanas. O MPTP demonstra uma evidência forte de que

o fator ambiental pode ser uma das causas de parkinsionismo e proporciona uma

pista para a possível relevância da função mitocondrial no mecanismo de morte

celular nigral (SAWLE, 1999). Ele é altamente lipofílico e atravessa facilmente a

barreira hematoencefálica. Para exercer efeitos tóxicos o MPTP deve ser convertido

em MPP+ pela enzima MAO-B. MPP+ é então transportado para dentro de neurônios

dopaminérgicos pelo sistema transportador de dopamina, onde inibe o sistema de

transporte de elétrons do complexo I, resultando em falha de energia na célula e na

formação de ânions superóxido (EMBORG, 2004).Os animais mais freqüentemente

utilizados neste modelo são os camundongos e os macacos, ratos são relativamente

insensíveis a toxina (GIOVANNI et al., 1994).

Recentemente, foi reportado que pesticidas agrícolas como a rotenona e o

paraquat, quando administrados sistemicamente podem induzir características

específicas da DP (BETARBET et al., 2002). Por causa da sua similaridade estrutural

com o MPP+, foi hipotetizado que o Paraquat inibia o Complexo I mitocondrial,

entretanto esta hipótese tem sido questionada. Muitas características da disfunção

mitocondrial foram observadas em camundongos, em exposição crônica ou aguda,

incluindo-se perda de neurônios dopaminérgicos, redução da densidade das fibras

positivas para TH e inclusões positivas para α-sinucleína em neurônios

dopaminérgicos. Em culturas mesencefálicas, o pré-tratamento com baixas doses de

Paraquat aumentou a vulnerabilidade de neurônios dopaminérgicos para o MPP+.

Além disso, o Paraquat causou apoptose em culturas primárias de neurônios

dopaminérgicos de rato pela ativação da proteína quinase, resultando na oxidação da

tioredoxina citosólica em células SK-N-MC. Coletivamente, estas informações

Page 41: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

41

sugerem que a vulnerabilidade do neurônio dopaminérgico induzida pelo Paraquat

está relacionada ao aumento do estresse oxidativo e sinalização pro -apoptótica

(BÜELER, 2009).

A rotenona, um composto natural extraído de plantas e utilizado como

inseticida e no controle da população de peixes, tem demonstrado ser capaz de

induzir dano em neurônios dopaminérgicos. Em contraste com o Paraquat, a rotenona

facilmente atravessa a barreira hematoencefálica e membranas biológicas e age

como potente inibidora do Complexo I. A exposição sistêmica de ratos à rotenona

reproduz características da DP, incluindo degeneração nigroestriatal seletiva e

inclusões citoplasmáticas positivas para α-sinucleína (BETARBET, 2000).

Existem algumas limitações no modelo da rotenona, incluindo períodos de

longa administração (semanas a meses); variabilidade da dose; baixa taxa de

sobrevivência dos animais; achados patológicos variáveis e específicos; e diferenças

de efeitos entre espécies e cepas diferentes. Apesar disto, este modelo propõe

descobertas valiosas em relação aos mecanismos relevantes na etiologia da DP

(PETZINGER & JAKOWEK, 2007).

TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DA DOENÇA DE PARKINSON

Não existe cura para a DP, as terapias atualmente disponíveis não conseguem

impedir a progressão da doença. No entanto, muitas opções de tratamento

descobertas recentemente são capazes de controlar os sintomas, levando a uma

melhora significante no controle motor tanto em estágio inicial, quanto em estágios

avançados da doença. As drogas uti lizadas no tratamento da DP agem aumentando

os níveis de dopamina no cérebro ou imitando os efeitos da dopamina (DA) (SINGH

et al., 2006). Uma outra opção terapêutica seriam os agentes neuroprotetores, cuja

importância está nas suas propriedades antioxidantes, estes poderiam ser capazes de

Page 42: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

42

mudar o curso da doença, barrando a neurodegeneração dopaminérgica. Muitos

agentes potencialmente neuroprotetores tem sido identificados e requerem testes

clínicos (HART et al., 2009; SCHAPIRA et al., 2006).

A levodopa é uma amina precursora de dopamina, que age como o

componente chave no tratamento da DP. Ela é oralmente ativa e absorvida no

intestino delgado, sendo logo descarboxilada pela enzima dopa descarboxilase e

apenas uma pequena dose chega inalterada no SNC. A meia vida plasmática da

levodopa é muito curta, não passando de 90 minutos. Assim, uma alta dose é

requerida para que haja efeito, o que leva a vômitos e náuseas nos pacientes. Para

bloquear os efeitos periféricos da dopamina e aumentar a biodisponibilidade da

levedopa, ela é coadministrada com a carbidopa ou a benzerazida, que são inibidores

da descarboxilase do ácido amino aromático (DDC) (PETZINGER & JAKOWEK,

2007). Arritimias cardíacas também estão relacionadas a pacientes com histórico de

doença cardiovascular (BENAIM, 1972). Apesar destes efeitos, a levedopa reduz os

sintomas motores da DP, não agindo nos outros sintomas, nem impedindo a

degeneração nigroestriatal (SINGH, 2007). O tratamento com a levedopa à longo

prazo aumenta o pico de concentração da droga (Cmax) e diminui a meia-vida desta

(T1/2) (MURATA, 2009).O tratamento com a levedopa à longo prazo está associado a

muitos efeitos motores adversos que limitam seu uso, incluindo discinesias e

flutuações motoras.(OLANOW et al., 2004; JANKOVIC, 2005).

A terapia com a levedopa é altamente efetiva durante os primeiros estágios do

tratamento, no entanto, com o tratamento prolongado, os pacientes tendem a

desenvolver complicações motoras. Flutuações na concentração de levedopa no

sangue e no cérebro, produzidas na administração periódica de levedopa podem levar

a estimulação de receptores dopaminérgicos no estriato, o que pode causar

flutuações na resposta clínica levando a discinesia (NAGATSU et al., 2009). As

discinesias são geralmente movimentos involuntários hipercinéticos, sendo os

distônicos e de coréia/coreiformes, os mais comuns (KIEBURTZ, 2008).

Page 43: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

43

Alguns pesquisadores acreditam que a levedopa é de fato neurotóxica e

promove a degeneração neuronal (JENNER & BRIN, 1998; MYTILINEOU et al., 2003;

MÜLLER et al., 2004; WEINER, 2006). A autooxidação da levedopa in vitro leva a

geração de metabólitos que causam estresse oxidativo e levam à destruição neuronal.

Entretanto, sua administração crônica in vivo não demonstrou evidências suficientes

que sugiram que ela acelere a destruição nigroestriatal (MURATA, 2009). Tanto os

efeitos tóxicos e os efeitos neuroprotetores da levedopa foram descritos em vários

estudos, in vivo e in vitro, que investigaram se a levedopa poderia acelerar ou retardar

a progressão da DP em humanos. Apesar disso, a levedopa ainda é a droga mais

efetiva para tratar a DP (HATTORI et al., 2009) e ainda permanecerá muito tempo

como o “padrão ouro” para a terapia da DP, pelo menos até o desenvolvimento de

agonistas dopaminérgicos mais potentes e seguros ou terapias neuroprotetoras e

neurorestauradoras completas (NAGATSU et al., 2009).

Historicamente, agonistas dopaminérgicos foram usados como terapia

adjuvante em conjunto com a levedopa no tratamento de complicações motoras.

Existem muitas evidências indicando a eficácia dos agonistas dopaminérgicos como

adjuvantes na terapia de controle das flutuações motoras e discinesias induzidas pela

L-dopa. Inibidores da monoamina oxidase B (MAO B) e a zonisamida também podem

ser usados na terapia adjuvante para melhorar as flutuações motoras (MURATA,

2009). Os agonistas dopaminérgicos são divididos em duas classes. Os derivados do

ergot incluem bromocriptina, cabergolina, lisuride, e pergolide. Os não-derivados do

ergot incluem apomorfina, piribedil,pramipexole, e ropinirole (SINGH, 2007). Eles

podem ser usados sozinhos para retardar a necessidade de levodopa, ou podem ser

usados em conjunto com a levodopa para aumentar a sua efetividade. Alguns estudos

sugerem que estes agentes tem ação neuroprotetora (SCHAPIRA, 2003; SCHAPIRA

et al., 2006).

Amantadina e anticolinérgicos têm sido utilizados por muitas décadas como

terapia na DP. A amantadina (Symmetrel®) foi aprovada pela FDA (Food and Drug

Administration) em 1966 com a indicação de agente antiviral. Seu uso como agente

antiparkinsoniano foi primeiramente descrito em 1969, quando uma mulher em

Page 44: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

44

avançado estágio da DP notou alívio transiente nos tremores, rigidez e bradicinesia,

durante o uso da amantadina por seis semanas para tratar uma gripe. Estudos

demonstraram que o uso corrente deste agente é efetivo na redução das discinesias.

Estes efeitos parecem ser mediados por sua ação antiglutamatérgica. À amantadina

também é atribuída a capacidade de promover a liberação, prevenir a recaptação ou

influenciar na síntese de dopamina. Seu mecanismo exato ainda não foi esclarecido,

além disso existe a suspeita de que este agente potencialize doenças

cardiovasculares ou mesmo induza convulsões em pacientes suscetíveis (SINGH,

2007).

Os anticolinérgicos são benéficos no tratamento dos sintomas cardinais da DP

e possivelmente no controle do tremor, o que parece ser controverso. Por mais de um

século, até que a levedopa fosse descoberta, a atropina e outros fármacos

relacionados eram a forma de tratamento da DP. Os receptores muscarínicos de

acetilcolina parecem exercer um efeito inibitório nos terminais nervosos

dopaminérgicos, cuja supressão compensa a falta de dopamina. Os efei tos adversos

incluem boca seca, visão borrada, retenção urinária, constipação e propensão a

causar confusão em indivíduos idosos. Anticolinérgicos tem sua indicação preferencial

em pacientes mais jovens como terapia inicial por um curto período (LEUNG & MOK,

2005).

As monoaminas incluem os neurotransmissores catecolaminérgicos dopamina,

norepinefrina e 5-hidroxitriptamina. Os inibidores de monoamina oxidases (MAOs) são

enzimas intracelulares encontradas em membranas mitocondriais que catabolizam

estas aminas. A inibição da MAO-B bloqueia o metabolismo da dopamina e através

disso aumenta tanto a dopamina endógena quanto a dopamina produzida da

Levedopa exogenamente administrada. Inibidores da MAO-B bloqueiam a conversão

de MPTP para o seu metabólito ativo MPP+, que uma neurotoxina seletiva para

substancia negra sugerindo que esta classe de agentes pode ter atividade

neuroprotetoras.

Page 45: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

45

ANTIOXIDANTES NA DOENÇA DE PARKINSON

Substâncias antioxidantes são amplamente discutidas na literatura científica

como agentes promotores da saúde que podem fornecer proteção contra várias

doenças relacionadas ao envelhecimento. Antioxidantes são classificados como

compostos exógenos (naturais ou sintéticos) ou endógenos, responsáveis pela

remoção de radicais livres (EROs) (GILGUN-SHERKI, 2001). Os organismos vivos

normalmente possuem um equilíbrio dinâmico entre a geração de radicais livres e a

sua extinção. Os sistemas de defesa fisiológicos uti lizam de sistemas enzimáticos e

não enzimáticos para neutralizar estes radicais livres. Tais sistemas enzimáticos são

compostos pela catalase, glutationa redutase, superóxido dismutase, glutationa,e

coenzima Q e têm efeito antioxidante pela sua capacidade de transformar EROs em

compostos menos reativos (VALKO et al., 2006). Sistemas não-enzimáticos

antioxidantes incluem a ação direta de substâncias antioxidantes que são

extremamente importantes na defesa contra o estresse oxidativo. A maioria delas

inclui ácido ascórbico e ácido lipóico, polifenóis e carotenóides, compostos estes,

derivados de fontes dietéticas (UTTARA et al., 2009).

O estresse oxidativo é um fator significativo associado ao declínio das funções

fisiológicas com o advento do envelhecimento cerebral. Com o aumento

desproporcional da população em envelhecimento na próxima década, existe uma

grande preocupação em se desenvolver terapias que combatam os processos

oxidativos relacionados ao envelhecimento. Considerável atenção está sendo

direcionada a compostos extraídos de vegetais, frutas, sementes, flores, raízes, chás

e vinho tinto. (BURGENER et al. 2008).

Muitos estudos têm indicado o papel potencialmente importante de

antioxidantes na dieta nas doenças relacionadas ao envelhecimento (MEYDANI et al.,

2001). A dieta mediterrânea, que é rica em frutas e vegetais, tem demonstrado

diminuir a incidência de doenças cardiovasculares (SERRA-MAJEM et a.,l 2006). A

vitamina E, que tem seu papel antioxidante bastante estudado, demonstrou inibir a

Page 46: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

46

oxidação do LDL in vitro (HODIS et al., 2002), diminuir a agregação plaquetária

(MUNTEANU et al., 2004), proteção contra a peroxidação lipídica (PRYOR, 2000) e

prevenir AVCs (CHATTOPADHAY & BANDYO-PADHYAY, 2006), dentre outras

propriedades antioxidantes. A vitamina C, ou ácido ascórbico possui diferentes

funções tanto em seres humanos quanto em outros mamíferos, além disso seu papel

antioxidante é bem conhecido, a vitamina é utilizada como co -fator em diversas

reações enzimáticas. Além dessas funções, a vitamina C parece exercer algumas

ações no sistema nervoso central, como por exemplo na maturação de células tronco

neurais, ou tendo um papel de neuromodulador de neurotransmissores e

neuroprotetor em várias doenças cerebrais. Na DP, o ascorbato parece melhorar a

disponibilidade da levedopa, melhorando os sintomas da doença, além da sua ação

antioxidante( HARRISON & MAY, 2009). Atualmente existe um grande interesse em

substâncias de origem vegetal conhecidas como flavonóides, devido às suas

propriedades antioxidantes e quelantes de metais que teriam um possível papel na

prevenção de doenças crônicas relacionadas ao envelhecimento. (SCHROETER et

al., 2002).

Vários estudos têm demonstrado os efeitos protetores de plantas fenólicas

contra o dano cerebral na DP. Estes estudos utilizam, por exemplo, um composto

único como o resveratrol, a curcumina, a epigalocatequina (EGCG), ou uma mistura

complexa de extratos de uva, mirtilo ou chá verde. Os efeitos neuroprotetores destes

compostos são atribuídos em parte à remoção de radicais livres, à quelação de

ferro/metais e às suas atividades antiinflamatórias (SUN et al., 2008 & VAFEIADOU et

al., 2007).

A selegilina e a rasagilina, inibidores da enzima monoamina-oxidase B (MAO-

B) empregadas no tratamento da DP, são algumas das drogas antioxidantes mais

estudadas em ensaios clínicos e tem provado diminuir a progressão da doença

(YACOUBIAN et al., 2009). A coenzima Q10 (CoQ10) é um co-fator da cadeia

transportadora de elétrons na mitocôndria que tem demonstrado reduzir a

neurodegeneração dopaminérgica em estudos com modelo de camundongo para a

DP (BEAL et al., 1998). Um estudo com 80 pacientes demonstrou que a CoQ10 foi

Page 47: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

47

capaz promover benefícios na progressão da doença na dose de 1200mg por dia

(SHULTS et al., 2002). Um estudo recente mostrou a eficácia da CoQ10 em conjunto

com a creatina, um composto guanidínico, na neuroproteção de animais submetidos a

um modelo experimental da DP (YANG et al., 2009).

CATEQUINAS DA CAMELLIA SINENSIS

A natureza tem sido uma fonte contínua de moléculas farmacologicamente

ativas e ervas medicinais têm sido utilizadas por incontáveis gerações de pessoas.

Além disso, alguns extratos de plantas demonstraram ser neuroativos. Existe um

reconhecimento crescente de que as catequinas, que são polifenóis, exercem um

papel protetor no processo de neurodegeneração (MANDEL, 2005). Os flavonóides

demonstram um grande potencial como antioxidantes porque possuem um grupo

hidroxila altamente reativo que fica oxidado pela doação de elétrons, desta forma

estabilizam o radical livre, transformando-o em uma molécula menos reativa. Além

das muitas propriedades farmacológicas destes compostos, eles parecem melhorar a

função cognitiva durante o envelhecimento e prevenir a demência (SCHMITT-

SCHILLIG et al.,2005, PATIL et al., 2003).

Polifenóis são substâncias naturais presentes em bebidas obtidas de plantas,

frutas e vegetais como óleo de oliva, vinho tinto e chás. Os flavanóides são o maior

grupo de polifenóis responsáveis pelas cores azul, laranja e púrpura nos frutos, folhas

e flores, além de serem encontrados também em vegetais, grãos, especiarias,

sementes, vinho, chá e cerveja. Foram identificados cerca de 6000 diferentes

flavonoides que podem ser divididos em seis classes dependendo da sua estrutura

química: flavanol (catequina), flavona, flavonona, isoflavona, flavonol e antocianidina

(HARBONE, 2000 & BUTTERFIELD, 2002). Os componentes estruturais comuns a

estas moléculas incluem dois anéis benzeno sobre cada lado de uma anel 3-carbono.

A pesquisa com flavonóides ganhou impulso com a descoberta da observação

da correlação na baixa mortalidade cardiovascular de populações mediterrâneas com

Page 48: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

48

a associação no consumo de vinho tinto numa dieta rica em gorduras saturadas. Os

flavonóides no vinho são responsáveis, em parte, por deste efeito (FORMICA, 1995).

Além disso, a associação entre o consumo de flavonóides e seus efeitos a longo

prazo na mortalidade foram estudados posteriormente, e sugeriu-se que o consumo

de flavonóides é inversamente proporcional à mortalidade devido a doença

coronariana cardíaca (KNEKT, 1996). Vários protótipos destes grupos têm

demonstrado promover grandes benefícios fisiológicos, especialmente na função

cognitiva e memória (MANDEL, 2005).

As folhas do chá verde (Camellia sinensis) contêm um alto teor de catequinas,

que constituem 30-45% do extrato sólido da planta (WANG, 1994; YANG, 1993).

Acredita-se que as propriedades favoráveis atribuídas ao consumo do chá são

devidas aos seus componentes bioativos, as catequinas e outros derivados, capazes

de agir diretamente como varredores de radicais e exercerem propriedades

antioxidantes indiretas através da ativação de fatores de transcrição e enzimas

antioxidantes (WISEMAN, 1997). As catequinas do chá verde incluem a catequina (C),

a galocatequina (GC), a epicatequina (EC), a epigalocatequina (EGC), a epicatequina

galato (ECG) e a epigalocatequina galato (EGCG) (LUNDER, 1992; BALENTINE,

1992) (Figura 2). EGCG constitui a catequina mais abundante do chá verde com 65%

do total de conteúdo de catequinas. Uma xícara de chá verde contem 100 a 200mg

de EGCG. A catequina(C) e a galocatequina são as catequinas que estão em menor

quantidade no chá verde (CHU & JUNEJA, 1997).

Muitos estudos epidemiológicos, bem como modelos animais, demonstraram

que o chá verde pode oferecer proteção contra vários tipos de câncer como: de pele,

mama, próstata e pulmão (MUKHTAR & AHMAD, 2000; YANG et al., 2002). Em

adição, o chá verde e a EGCG tem demonstrado ser anti-angiogênicos (capazes de

prevenir o crescimento de vasos sanguíneos nos tumores) (CAO & CAO, 1999;

PFEFFER et al., 2003) e anti-mutagênicos (WANG et al., 1989; HAN, 1997). O chá

verde também demonstrou ser hipocolesterolêmico (YANG & KOO, 2000) e capaz de

prevenir o desenvolvimento de placas ateroscleróticas (CHYU et al., 2004). Chá verde

também demonstrou efeitos antidiabéticos em modelos animais de resistência

Page 49: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

49

insulínica (WU et al., 2004). Outros benefícios à saúde atribuídos ao chá verde

incluem atividade antibactericida (STAPLETON et al., 2004), anti-HIV (NANCE &

SHEARER, 2003), anti-envelhecimento (ESPOSITO et al., 2002) and anti-inflamatória

(DONA et al., 2003).

Figura 2. Estruturas de alguns dos flavonóides presentes no chá verde (Adaptado de

Zaveri, 2006).

Estudos epidemiológicos têm demonstrado o risco diminuído da DP associado

ao consumo de duas ou mais xícaras de chá por dia, da mesma forma, há o risco

diminuído da doença na população chinesa (que tem por hábito consumir chá). Além

disso, é comprovado que na China a prevalência da DP é bem menor que em países

ocidentais (CHECKOWAY, 2002; TAN, 2003 & LI, 1995). Os mecanismos envolvidos

neste papel benéfico do chá verde foram investigados em modelos animais da DP. O

pré-tratamento de camundongos com o extrato de chá verde preveniu a morte de

neurônios dopaminérgicos da via nigroestriatal pelo MPTP (LEVITES et al.,2001). Um

estudo feito por Guo (2005) demonstrou que os polifenóis do chá verde protegem

células da neurotoxicidade da 6-OHDA através de diferentes vias: pela direta inibição

da oxidação da 6-OHDA ou remoção de EROs, pela inibição da PKC ou ERK, pela

inibição da ativação da NF-κB ou por último, pela modulação da morte celular. Uma

das catequinas mais abundantes do chá verde, a EGCG, tem sido extensamente

Page 50: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

50

estudada por seus efeitos neuroprotetores, Levites (2002) demonstrou que ela é

capaz de proteger in vitro células contra a toxicidade da 6-OHDA. Um estudo feito por

Jeong et al. (2007) mostrou que a EGCG aumenta a atividade de neurônios

dopaminérgicos da SN de ratos, provavelmente pela inibição de correntes de potássio

dependentes de cálcio.

A catequina é um dos membros da família dos flavonóides, que apresenta uma

variedade de efeitos farmacológicos. Estudos acerca dos efeitos biológicos da (+) -

catequina em cultura de células e in vivo indicam que este composto, como outros da

classe, é quelante de metais e capaz de inibir a peroxidação lipídica (MOREL, 1998;

CHEN, 1995; LOTITO, 1998). Um estudo realizado por Pignatelli e cols .(2000),

demonstrou a capacidade da catequina em conjunto com outro flavonóide, a

quercetina em inibir a adesão plaquetária, o que pode ser importante para se entender

as propriedades antioxidantes destes compostos nas doenças cardiovasculares. Os

efeitos protetores da catequina também foram estudados na isquemia. Tanto in vitro,

quanto in vivo, a catequina parece ter melhorado a recuperação cardíaca durante a

reperfusão após a isquemia no coração isolado de rato (MODUN, 2003). A catequina

também foi capaz de incrementar a atividade da enzima manganês superóxido

dismutase (MnSOD) in vitro (CHOW, 2002).

Em relação à DP, Nobre Júnior e colaboradores (2003) em um trabalho

desenvolvido no laboratório de Neurociências e Comportamento da Universidade

Federal do Ceará, viram que a catequina foi capaz de proteger da morte neuronal

culturas de células mesencefálicas expostas à 6-OHDA. O mecanismo preciso de

neuroproteção ainda merece maiores estudos, principalmente in vivo.

DEPRESSÃO NA DP

A epidemiologia, bem como estudos de caso controle, sugerem que um relato

Page 51: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

51

de ansiedade e depressão podem preceder a DP (SHIBA et al., 2000; RICHARD,

2005; TANBERG et al, 1997). No Brasil, dois estudos relatam a ocorrência da

depressão em 38.33% e 24% dos pacientes da DP (PRADO et al.,2005, TUMAS et

al., 2008). A depressão tem sido reconhecida como um dos maiores responsáveis

para uma pobre qualidade de vida dos pacientes, piora nas funções motoras e

cognitivas e sobrecarga dos cuidadores na DP (SCALZO et al., 2009). Sabe-se que a

depressão tem maior impacto no prognóstico da DP: pacientes deprimidos tem

menores escores de desempenho da função motora e das atividades diárias, além

disso, exibem mais sintomas cognitivos e relatam uma baixa qualidade de vida

(SHULMAN, 2002; WEINTRAUB, 2003).

A deficiência de noradrenalina e serotonina que acompanha a doença está bem

documentada e a terapia com fármacos que acentuam a transmissão noradrenérgica

ou serotoninérgica atua satisfatoriamente na depressão relacionada a DP. Regiões

que possuem neurônios para estes neurotransmissores (locus coerulus e rafe) são

afetadas pela doença precocemente o que pode explicar o aparecimento destes

sintomas antes dos sintomas motores (DICKSON et al, 2009). Na DP, a depressão

maior pode ser resultante de um estágio avançado da doença degenerativa, uma

disfunção entre o sistema catecolaminérgico (dopamina e noradrenalina) e

serotoninérgico, inclusive sendo um indicativo de um estágio mais avançado da

neurodegeneração (PALHAGEN, 2009). Existe uma hipótese sustentada por alguns

pesquisadores que considera a baixa atividade serotoninérgica como fator de risco

para o desenvolvimento da DP. A serotonina tem função inibitória na liberação de

dopamina no estriato. Assim, a redução da atividade da serotonina pode ser um

mecanismo compensatório para a redução da atividade de dopamina na DP. Porém,

pelo fato de que a diminuição da serotonina predispõe a um quadro depressivo, existe

também a possibilidade de uma maior vulnerabilidade dos pacientes com DP sofrerem

um transtorno depressivo. Logo, a interação entre a depressão e a DP é complexa e

bidirecional. Pode-se afirmar que a depressão é um fator de risco para DP, assim

como a DP é um fator de risco para depressão ( MAYEUX, 1990; SCHUURMANN et

al., 2002).

Page 52: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

52

Uma possível suscetibilidade em desenvolver depressão na DP pode também

estar associada a uma condição genética. Um modelo animal recente para a DP

demonstrou que um gene pode estar envolvido no aparecimento da depressão em

alguns pacientes da doença (LE PEN et al., 2008).

ESTRESSE E DEPRESSÃO

A perda de interesse nas atividades diárias se configura como o sintoma central

da depressão, um estado similar pode ser reproduzido em ratos induzidos a um

regime de estresse crônico (WILLNER, 1997). Nos seres humanos, a depressão pode

estar associada à DP (25-40% dos pacientes), mas ainda não se conhece os

mecanismos que fundamentam esse estado. Supõe-se que esta depressão possa ser

exarcerbada por fatores estressores como a aposentadoria ou perda de algum

membro da família (OKUN & WATTS, 2002). Ao longo da vida ocorrem uma série de

eventos estressantes que envolvem perda, humilhação ou derrota, e que influenciam

o aparecimento da depressão (KESSLER,1997).

O estresse é um fator comum apontado como desencadeador do aparecimento

depressão, entretanto nem todas as pessoas expostas ao estresse se tornam

deprimidas. Parece haver um componente genético que i nfluencia o desenvolvimento

da depressão maior em algumas pessoas expostas ao estresse. Um estudo sugere

que uma interação entre um gene e o ambiente, em portadores do alelo curto do

transportador de serotonina, pode fazer destes indivíduos, especialmente vulneráveis

a depressão, sob condições estressantes (CASPI et al., 2003). Além disso, existem

indícios de que a dopamina também desempenha um papel importante na

patofisiologia da depressão maior. A amígdala em resposta a situações de ameaça,

aumenta os níveis de dopamina no córtex pré-frontal e no estriato. Efeitos inibitórios

locais garantem o retorno a homeostase, entretanto, um estressor severo pode

romper este sistema de feedback, alterando os níveis estriatais do fator neurotrófico

derivado do cérebro (BDNF), que promove o crescimento e a diferenciação de novos

Page 53: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

53

neurônios e suas conexões. Mudanças no sistema de dopamina estriatal parecem ser

responsáveis pelo aparecimento de sintomas da anedonia, em pacientes com

depressão maior (NESTLER & CARLEZON, 2006; MCCLUNG; NESTLER, 2008; AAN

HET ROT et al., 2009).

Hormônios adrenais (catecolaminas e glicocorticóides) são responsáveis pelos

efeitos nocivos do estresse no SNC e sistema cardiovascular (STRATAKIS &

CHORUSOS, 1995). O hipocampo é um dos principais sítios alvo para estes

hormônios no SNC (WATANABE et al., 1992). Na verdade, tem sido reportado que a

exposição ao estresse crônico em humanos leva a atrofia hipocampal (SHELINE et

al., 1996). A hiperatividade do eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal (HPA) na depressão

maior é um dos achados mais consistentes em psiquiatria. Uma significativa

porcentagem dos pacientes com depressão maior têm demonstrado um incremento

nas concentrações de cortisol(o hormônio glicocorticóide em humanos) no plasma,

urina e líquido céfalo-raquidiano (LCR) (HOLSBOER, 1996).

Algumas dessas ações nocivas dos hormônios adrenais são mediadas por

aminoácidos excitatórios (GILAD et al., 1990; MOGHADDAM, 1993; MAGARIÑOS &

MCEWEN, 1995). Muitas destas mudanças dependem da transcrição dos genes e

síntese de proteínas envolvidas na plasticidade neural e sináptica, haja visto que o

estresse regula fatores neurotróficos, tais como o fator neurotrófico derivado do

cérebro (BDNF) e neurotrofina 3 (NT3) no hipocampo (SMITH et al., 1995). O

estresse induz mudanças na expressão destas proteínas, como a sinaptofisina e

sinaptogmina, contribuindo para a base molecular das mudanças induzidas na

plasticidade sináptica do hipocampo, associadas com o comportamento e alterações

cognitivas (THOME et al., 2001).

Os efeitos do estresse são mediados principalmente pelos glicocorticóides que

têm funções paradoxais no cérebro. Enquanto níveis basais de glicocorticóides são

essenciais para o desenvolvimento neuronal, plasticidade e sobrevivência, níveis de

estresse podem aumentar a vulnerabilidade dos neurônios aos insultos metabólicos,

Page 54: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

54

potencialmente por alterarem a capacidade de defesa neuronal contra o dano

oxidativo (DESOLE et al., 1994).

Algumas ações dos hormônios do estresse podem ser mediadas via liberação

de mediadores secundários. Tem se investigado um possível papel do óxido nítrico

como mediador da injúria induzida pelo estresse (Leza et al., 1998) Evidências tem

sido apresentadas a cerca do papel do óxido nítrico em alguns processos patológicos

no SNC. De fato, uma geração excessiva de óxido nítrico tem sido demonstrada na

epilepsia, dano isquêmico-hipóxico e desordens neurodegenerativas, incluindo

doenças de Alzheimer e de Parkinson e coréia de Huntington (Moncada et al., 1991).

Os mecanismos de indução iNOS (óxido nítrico sintase) durante o estresse ainda

devem ser elucidados, porém foi mostrado em alguns trabalhos que muitos indutores

da iNOS como citocinas são liberados no cérebro do animal estressado (Shintani et

al. 1995).

O estresse leva a múltiplas transformações morfológicas e eletrofisiológicas no

hipocampo de humanos e animais induzindo a alterações significativas de

comportamento (Foy et al 1987; Kim and Yoon 1998; Magariños et al 1997; Xu et al

1997). Estudos com modelos animais têm por objetivo avaliar as mudanças

comportamentais e fisiológicas sob estresse crônico. No modelo de estresse de

imobilização, os animais são mantidos imobilizados em tubos plásticos diariamente

durante algumas horas (LUINE et al., 1994). Este modelo possui elementos

psicogênicos nele que não promovem sofrimento físico, mas de forma diferente, é

uma forma de estressor puramente psicogênico, nele a restrição envolve um

componente físico que limita a resposta/estilo defensivo do animal (MCINTYRE et al.,

1999). A combinação de componentes psicológicos e neurogênicos sugere que o

estresse de imobilização pode resultar em mudanças neuroquímicas e funcionais

generalizadas no cérebro (BOWMAN et al., 2003). No hipocampo do rato, a

corticosterona tem mostrado regular o metabolismo neuronal, funções fisiológicas,

expressão dos genes e alterações na morfologia celular. Consequentemente, certas

funções hipocampais (como aprendizado e memória) parecem ser suscetíveis ao

estresse incontrolável (WALESIUK et al., 2005).

Page 55: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

55

ESTRESSE E MEMÓRIA

O domínio das funções da memória é mediado pelo hipocampo e regiões

corticais vizinhas anatomicamente associadas. Isto foi descoberto a cerca de 50 anos

atrás, com um estudo de caso de um homem (H.M.) que sofreu amnésia após a

remoção do lobo temporal medial para alívio de crises epiléticas. (SCOVILLE &

MILNER, 1957). O hipocampo é uma estrutura localizada no lobo temporal medial que

é necessária para a formação da memória declarativa (ou explícita) em humanos e a

memória espacial (ou relacional/contextual) em roedores (EICHENBAUM, 2000 &

MOSER et al., 1998).

Estudos recentes sugerem que o hipocampo e o córtex pré-frontal são

prováveis candidatos a responsáveis pelas memórias dependentes do contexto no

cérebro (RASCH et al,.2007). Ambas estas duas estruturas expressam uma alta

densidade de receptores para glicocorticóides, hormônios liberados pelo córtex da

adrenal em resposta ao estresse, e são altamente sensíveis ao estresse (WOLF,

2008). Funções da memória que dependem da integridade do hipocampo e córtex

frontal, como a memória espacial ou memória de trabalho, muitas vezes são

prejudicadas quando o estresse ou o cortisol são administrados antes do aprendizado

(SCHWABE et al., 2009).

A exposição ao estresse agudo leva a ativação do eixo hipotalâmico-

hipofisário-adrenal (HPA), e em conseqüência disso, há a liberação de adrenalina e

glicocorticóides da glândula adrenal. Uma vez liberados, adrenalina e glicocorticóides

podem produzir uma variedade de efeitos periféricos, variando do aumento nas

atividades cardiovasculares à diminuição da função gastrintestinal e imunológica e

aumento da mobilização de energia. Hormônios do estresse também desempenham

funções críticas no SNC, incluindo facilitação e consolidação de fortes memórias

emocionais que envolvem ligação de glicocorticóides aos receptores nas regiões

límbicas como o hipocampo e a amígdala. Ao contrário do estresse agudo, a

exposição ao estresse crônico leva a uma disfunção nos níveis de glicocorticóides e

Page 56: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

56

eixo HPA que mediam estados patológicos periféricos e no SNC (REAGAN et al.,

2008). Em nível comportamental, a exposição ao estresse crônico tem demonstrado

aumentar comportamentos relacionados à ansiedade, bem como prejudicar o

aprendizado e memória (LUINE et al., 1994; FILE, 1980).

Um grande número de mudanças fisiológicas induzidas pelo estresse têm sido

observadas no hipocampo, incluindo alterações na morfologia da plasticidade

sináptica neuronal, neurotoxicidade e neurodegeneração em adultos (SAPOLSKY,

1984). Em um estudo com um modelo animal de estresse crônico, Magarinõs et

al.(1997), demonstraram que a aplicação do estresse de imobilização durante três

semanas causou atrofia de dendritos na região CA3 do hipocampo. McEwen (2000)

fez uma extensa análise dos efeitos do estresse crônico e da administração de

corticosterona sobre a morfologia dos dendritos e também observou que três

semanas de estresse levava a atrofia dos dendritos na região CA3 do hipocampo. Um

estudo recente realizado por Lee e colegas (2009), utilizando ressonância magnética

estrutural (MRI), demonstrou que o estresse crônico produziu aproximadamente cerca

de 3% de redução do volume hipocampal.

Page 57: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

57

II. RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA

A doença de Parkinson (DP) é a segunda desordem neurodegenerativa mais

comum, afetando 1 a 2% da população com mais de 60 anos (DE LAU & BRETELER,

2006). Existe um grande interesse na descoberta de novos agentes

antiparkinsonianos que consigam bloquear ou mesmo reverter o processo de

neurodegeneração. Além disto, sabe-se que a doença de Parkinson no decorrer da

sua evolução leva muitos dos pacientes ao estado de depressão. A depressão na

doença de Parkinson (DP) é comum e afeta 38.33% e 24% de brasileiros com a

doença (PRADO et al., 2005; TUMAS et al., 2008), entretanto a etiologia desta

depressão é desconhecida. Evidências sugerem que mudanças bioquímicas, fatores

fisiológicos, fatores estressantes e fatores genéticos podem contribuir para o seu

desenvolvimento (GOTHAM et al., 1986; MAYEUX et al.,1990; CASPI, 2003; LE PEN

et al., 2008). Indiferente das causas, a depressão afeta adversamente a qualidade de

vida dos pacientes com DP.

Vários estudos tem demonstrado os efeitos protetores de plantas fenólicas

contra o dano cerebral na DP. Os efeitos neuroprotetores destes compostos são

atribuídos em parte à remoção de radicais livres, à quelação de ferro/metais e às suas

atividades antiinflamatórias (SUN et al., 2008; VAFEIADOU et al., 2007). As

catequinas do chá verde, que são polifenóis, tem ganhado importância por

demonstrarem exercer um papel protetor no processo de neurodegeneração, agindo

diretamente como removedores de EROs e exercendo efeitos antioxidantes indiretos

através da ativação fatores de transcrição e enzimas antioxidantes (MANDEL, 2005;

SRIVIDHYA et al., 2008; ASSUNÇÃO et al., 2010). A catequina, que é um dos

membros desta família de flavonóides, foi capaz de proteger da morte neuronal

culturas de células mesencefálicas expostas à 6-OHDA (NOBRE JÚNIOR et al.,

2003). Poucos estudos existem acerca das propriedades neuroprotetoras deste

composto in vivo.

Considerando-se que a Doença de Parkinson está frequentemente associada

Page 58: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

58

à depressão e que esta seria agravada por fatores como o estresse crônico,

resolvemos investigar esta associação em um modelo experimental de DP em ratos .

Por um outro lado, o interesse por novas terapias capazes de reverter o processo

neurodegenerativo, nos levou a investigar o papel da catequina na DP experimental

com a neurotoxina 6-OHDA, avaliando através de testes comportamentais, a

memória, a locomoção e a coordenação motora, bem como, através de um estudo

imunohistoquímico a análise e quantificação dos possíveis efeitos neuroprotetores do

flavonóide catequina e dos efeitos do estresse de imobilização subcrônico.

Page 59: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

59

III. OBJETIVOS

Objetivos Gerais

Este trabalho objetiva primeiramente estudar o efeito neuroprotetor da

catequina, uma substância conhecida por possuir propriedades antioxidantes, em

ratos com lesão estriatal produzida pela 6-hidroxidopamina (6-OHDA), num modelo

experimental de DP, sendo analisado sob o ponto de vista comportamental, os efeitos

motores, a memória e depressão; e neuroquímico, como a liberação de dopamina e

serotonina, o estresse oxidativo, a inflamação e o dano neuronal. Em uma segunda

etapa vamos estudar os efeitos do estresse de imobilização subcrônico em animais

submetidos a lesão estriatal com a 6-OHDA .

Objetivos Específicos

- Reproduzir o modelo de parkinsonismo em ratos, pela injeção intra-estriatal

de 6-OHDA, induzindo alterações motoras e dano neuronal na substância

negra e corpo estriado;

- Avaliar o potencial neuroprotetor da catequina, um flavonóide, sobre a lesão

estriatal e do mesencéfalo induzida pela 6-OHDA em ratos;

- Avaliar o potencial neuroprotetor da catequina, sobre os efeitos motores, na

memória e comportamento depressivo induzido pela 6-OHDA em ratos;

- Avaliar as alterações nos sistemas de neurotransmissores envolvidos no

processo neurodegenerativo da DP, através da determinação das

concentrações de monoaminas e de seus metabólitos.

Page 60: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

60

- Avaliar efeito da catequina sobre a peroxidação lipídica, produção de nitrito e

glutationa redutase, induzida pela 6-OHDA em ratos;

- Avaliar a influência do estresse psicossocial (estresse de imobilização) sobre

a lesão estriatal e mesencefálica induzida pela 6-OHDA em ratos;

- Estudar a influência do estresse de imobilização, usando o modelo de

parkinsonismo em ratos, avaliando os efeitos motores, na memória, e

comportamento depressivo;

- Estudar a influência do estresse de imobilização, usando o modelo de

parkinsonismo em ratos, avaliando seus efeitos antioxidantes na

peroxidação lipídica, liberação de nitrito e glutationa redutase;

Page 61: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

61

IV. Material e Métodos

1. ANIMAIS

Ratos Wistar machos sadios, pesando entre 200-250g, provenientes do

Biotério Central da UFC, foram usados no presente estudo. Os animais foram

mantidos sob condições de temperatura e umidade controladas, num ciclo de doze

horas claro/escuro, com livre acesso à alimentação e à água.

Os protocolos experimentais seguiram as recomendações do Colégio Brasileiro

de Experimentação Animal (COBEA), e foram aprovados pelo Comitê de Ética em

Pesquisa Animal da Universidade Federal do Ceará (UFC), nº do protocolo 29/05.

2. DROGAS/REAGENTES

As seguintes drogas foram utilizadas: Catequina (Sigma USA), 6-

hidroxidopamina (Sigma USA), ácido ascórbico, apomorfina (Sigma USA), padrões de

aminoácidos e monoaminas (Sigma USA), quetamina (König Argentina), xilazina

(König Argentina).

3. PROTOCOLOS EXPERIMENTAIS

Os animais foram divididos em 10 grupos, cada um com 10 animais, da

seguinte forma:

Page 62: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

62

3.1 PROTOCOLO 1 – Ratos tratados com catequina

Tabela 1- Tratamento com catequina.

Grupos

Tratamento

1 Falso-operado (salina i.p.), durante 16 dias

2 6-OHDA (21 μg/3μL, intra estriatal) + salina, i.p., 16dias

3 Catequina (10 mg/kg, i .p.), 16 dias

4 Catequina, (30 mg/kg, i.p.), 16 dias

5 6-OHDA (21 μg/3μL, intra estriatal) + catequina(10mg/kg, i.p.),

16 dias

6 6-OHDA (21 μg/3μL, intra estriatal) + catequina (30 mg/kg,

i.p.), 16 dias

Os animais foram submetidos à lesão nigroestriatal com injeção estereotáxica

de 6-OHDA e tratados com catequina nas doses de 10 e 30mg/kg durante 146 dias.

Decorridos 14 dias após a cirurgia, todos os animais foram submetidos a testes

comportamentais. Após a realização destes testes, os animais foram sacrificados

para a realização de testes bioquímicos e imunohistoquímicos (figura 3).

A catequina foi dissolvida em água destilada e administrada nas duas doses

por via intraperitoneal (ip) a partir do dia da cirurgia até o último teste compo rtamental

(aproximadamente 16 dias).

Page 63: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

63

Figura 3. Protocolo Experimental 1.Os animais sofreram a lesão estriatal pela

6-OHDA (ou foram falso-operados) no primeiro dia e começaram a ser tratados neste

mesmo dia. No 14º dia. Os animais foram submetidos ao teste do campo aberto, y-

maze e esquiva passiva. No 15º dia os animais foram submetidos à segunda parte do

teste da esquiva passiva e no 16º dia foram submetidos ao teste de rotacional, sendo

sacrificados e seus cérebros ou dissecados ou perfundidos para posterior análise

imunohistoquímica.

Page 64: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

64

3.2 PROTOCOLO 2 – Ratos tratados com catequina e submetidos a estresse de

imobilização subcrônico.

Tabela 2- Estresse de imobilização

Grupos Tratamento

1 Falso-operado (salina i.p.)

2 Falso-operado + Estresse de imobilização (11dias)

3 6-OHDA (21 μg/3μL, intra estriatal)

4 6-OHDA (21 μg/3μL, intra estriatal) + Estresse de imobilização

(11 dias)

Os animais foram submetidos à lesão nigroestriatal com injeção estereotáxica

de 6-OHDA e submetidos a sessões diárias de estresse de imobilização durante 6

horas. Decorridos 14 dias após a cirurgia, todos os animais foram submetidos a testes

comportamentais. Após a realização destes testes, os animais foram sacrificados

para a realização de testes bioquímicos e imunohistoquímicos (figura 4).

Page 65: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

65

Figura 4. Protocolo experimental 2. Os animais sofreram a lesão estriatal pela

6-OHDA (ou foram falso-operados) no primeiro dia. No 4º dia, estes animais iniciaram

sessões diárias de estresse de imobilização. No 14º dia. Os animais foram

submetidos ao teste do campo aberto, y-maze e esquiva passiva. No 15º dia os

animais foram submetidos à segunda parte do teste da esquiva passiva e no 16º dia

foram submetidos ao teste de rotacional e nado forçado, sendo sacrificados e seus

cérebros ou dissecados ou perfundidos para posterior análise imunohistoquímica.

Page 66: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

66

3.3 CIRURGIA ESTEREOTÁXICA – (UNGERSTEDT,1968)

Os procedimentos de lesão do corpo estriado foram realizados através de

cirurgia estereotáxica. Os animais do grupo falso-operado foram submetidos aos

mesmos procedimentos cirúrgicos, no entanto, não receberam a neurotoxina 6 -

OHDA, sendo somente introduzida à agulha nas mesmas coordenadas

estereotáxicas, seguido de infusão de salina estéril e veículo (ácido ascórbico a 1%).

Os animais foram anestesiados com xilazina (20 mg/kg via intraperitoneal) e

quetamina (100mg/kg via intramuscular) e posicionados no aparelho estereotáxico

(Stoelting). Foi realizada uma incisão de aproximadamente 2 cm de comprimento com

um bisturi, no alto do crânio, expondo-se as suturas ósseas cranianas, com o objetivo

de localizar o bregma.Três cordenadas de acesso ao corpo estriado foram marcadas,

com uma caneta, de acordo com o atlas de Paxinos e Watson (1984). O modelo

experimental de lesão do corpo estriado com a 6-OHDA foi proposto por Ungerstedt

(1968). Foram feitas perfurações nos crânios dos animais com uma broca de baixa

rotação (Dremel), permitindo entrada da seringa Hamilton com a 6-OHDA diretamente

no corpo estriado. As lesões foram feitas unilateralmente, apenas no hemisfério direito

dos animais. Os animais receberam 3 microinjeções de uma seringa Hamilton

contendo 6-OHDA na dose de 7µg/µL por cada sítio. Os sítios onde a lesão foi

realizada situavam-se nas coordenadas descritas na tabela 3. Após as injeções, os

animais tiveram sua pele suturada.

Page 67: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

67

Coordenadas

Estriatais

1ª 2ª 3ª

Antero-posterior +0,5 -0,5 -0,9

Medio-lateral -2,5 -3,0 -3,7

Dorso-ventral -5,0 -6,0 -6,5

Tabela 3. Sítios das lesões estriatais unilaterais com a 6-OHDA (segundo

Paxinos & Watson, 1984).

3.4 Estresse de Imobilização (Restraint stress) (LUINE ET AL., 1994)

Este é um modelo de estresse psicossocial, que induz um comportamento

depressivo no animal. Os animais foram submetidos ao estresse de imobilização

durante doze dias, começados três dias após a cirurgia. Os animais foram colocados

em contensores cilíndricos de acrílico, medindo 22 cm de comprimento, 8,5 cm de

largura e 5 cm de raio (figura 6), perfurados para ventilação durante um período de

seis horas diariamente (10:00 às 16:00hrs).

3.5 Testes Comportamentais

Após 14 dias do início do tratamento, os animais foram submetidos a testes de

comportamento para avaliar a atividade locomotora, memória e severidade da

degeneração nigroestriatal. Os testes empregados foram o do campo aberto, labirinto

em Y, esquiva passiva e apomorfina.

Page 68: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

68

3.5.1 Avaliação da atividade locomotora (teste do Campo Aberto)

(BROADHURST, 1957)

Neste teste é possível avaliar a atividade exploratória do animal. Foi usado o

modelo do Campo Aberto (Open Field). O teste foi realizado 24h após o fim do

tratamento com a catequina. O campo aberto consiste de uma arena quadrada (50 x

50 cm), iluminada com luz vermelha (figura 7). O piso da arena é dividido em 4

quadrados iguais. No teste, os animais foram colocados na arena e deixados para

explorar o ambiente por 5 minutos, durante este período foi registrado o número de

quadrantes atravessados pelo animal (crossing). Também foi avaliado o número de

vezes que o animal se levantou para explorar o ambiente, mantendo-se suspenso

apenas pelas patas traseiras, caracterizando o comportamento exploratório do tipo

rearing. A arena foi limpa com álcool a 20% após cada animal ser retirado, para evitar

que o cheiro de urina e fezes interferissem no teste.

Figura 5. Arena do teste de campo aberto dividido em quatro quadrantes iguais.

(Fontenele Filho, 2009)

Page 69: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

69

3.5.2 Labirinto em Y (Y-maze) (SARTER ET AL., 1988)

Esse teste avalia a memória operacional (working memory) e o aprendizado. O

labirinto em Y consiste de uma caixa acrílica com 2mm de espessura, altura 34,5 cm,

com cada braço medindo 75,5 cm de comprimento e 11,7 cm de largura (figura 8).

Neste teste, o animal foi colocado em um braço e alternou espontaneamente as

entradas nos outros braços durante 8 minutos. Todas as entradas em cada braço

foram sequencialmente anotadas, assim o número total de entradas em cada baço,

bem como a seqüência de entradas, foram registradas. As informações fora m

analisadas para determinar o número de entrada do braço sem repetição. Os dados

foram expressos como a porcentagem de alternância nos braços sem repetição. O

sucesso do teste é indicado pela alta taxa de alternância nos grupos controle,

indicando que os animais podem se lembrar em qual braço eles entraram por último.

O resultado é expresso em porcentagem e obtido através de uma fórmula matemática

(alternações espontâneas % = nº de acertos/total – 2 X 100). Entre cada sessão, o

labirinto foi higienizado com uma solução de álcool a 20% e secado com toalhas de

papel.

Figura 6. Labirinto em Y. Fonte: http://www.bpc.northwestern.edu/assays.html

Page 70: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

70

3.5.3 Esquiva passiva (Passive avoidance test) (BASEADO EM DeNOBLE ET AL.

1986)

O teste tem como objetivo, avaliar a a memória aversiva. Após 14 dias da lesão

com 6-OHDA e tratamento com a catequina (ou estresse de imobilização), os animais

foram habituados ao aparelho de esquiva passiva (UGO BASILLE 21025). O aparelho

consiste de uma caixa de acrílico (48 x 22 x 22), dividida em dois compartimentos

separados por uma porta, um branco (i luminado) e um preto (escuro), este tem o piso

eletrificado.

O animal foi deixado para ambientação no aparelho durante um 1 minuto, e

retirado. Após 30 segundos foi colocado no compartimento iluminado. A tendência de

o animal preferir o ambiente escuro faz com que, ao passar para este compartimento,

o mesmo recebesse um choque de 1,0 mA, durante 1s, com o tempo de latência para

entrar sendo registrado, até um máximo de 300 segundos (treino). O animal foi

retirado e após 15 minutos, foi colocado novamente no compartimento claro sendo

registrada a latência de entrada (memória recente). A retenção do aprendizado foi

testada após 24h, quando os animais foram colocados no compartimento claro e o

tempo de latência para a entrada no escuro foi registrado (os animais nesta fase não

levaram choque) (memória tardia).

3.5.4 Nado Forçado (PORSOLT et al., 1978)

Este modelo experimental é utilizado para o estudo da atividade depressiva.

Neste teste, roedores foram submetidos a um período de nado forçado, uma situação

inescapável de estresse como o objetivo de identificar se os animais estavam em

estado depressivo. Eles foram colocados em um cilindro de acrílico (40cm de altura e

20cm de diâmetro) (figura 9), contendo 20 cm de água por 6 minutos. O tempo de

imobilização (apenas com pequenos movimentos que os impediam de submergir) foi

Page 71: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

71

registrado.

3.5.5 Teste Rotacional (UNGERSTEDT, 1976)

A severidade da depleção de dopamina foi avaliada pelo comportamento

rotacional. Este é um teste sensível para lesões estriatais com extensões maiores que

80%. (Deumens et al., 2002) (figura 10).

Após 15 dias da lesão estriatal, foi injetada uma dose de 3mg/kg de apomorfina

i.p. (Sigma, dissolvidos em salina) em cada animal, estes foram colocados por 60

minutos em bacias plásticas. O comportamento rotacional foi observado e

determinado através do monitoramento das rotações induzidas pela apomorfina, tanto

no número de rotações na direção contrária à lesão(lado contralateral), quanto no

número de rotações na direção da lesão (ipsilaterais).

Page 72: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

72

Apomorfina

Dopamina

Receptor de dopamina

Figure 7. Representação da perda parcial de receptores de neurônios

dopaminérgicos nigroestratais. O animal roda para o lado que estiver com menos

receptores devido a uma assimetria nos hemisférios cerebrais, decorrente de uma up

regulation dos receptores dopaminérgicos no lado lesionado (adaptado de

Wietzikoski, 2006).

Page 73: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

73

4. Avaliação imunohistopatológica

Após os testes, os animais foram subdivididos dentro dos grupos e sacrificados

para a realização das análises bioquímicas ou imunohistológicas. Para a realização

das análises imunohistopatológicas, os animais foram perfundidos

transcardiacamente com paraformaldeído a 4%, os cérebros dissecados, fixados em

formol a 10%, fatiados (20μm) e montados em lâminas gelatinizadas. Foi realizada a

imunohistoquímica para tirosina hidroxilase e transportador de dopamina (DAT).

4.1 Imunohistoquímica para Tirosina Hidroxilase

A Tirosina hidroxilase (TH) é uma enzima envolvida na síntese de dopamina e

um marcador molecular de neurônios dopaminérgicos. Na doença de Parkinson há

uma deficiência de TH, assim como baixos níveis de dopamina. A detecção

imunohistoquímica foi realizada sobre cortes mesencefálicos e estriatais. Para

examinar a extensão da desnervação presente na substância negra, a

imunorreatividade a TH foi avaliada. Os cortes montados em lâminas gelatoinizadas

foram lavados três vezes com 0.05 M Tris buffer (TBS; pH 7.6), o bloqueio da

peroxidase foi feito com H2O2 a 3% diluído em TBS por 30min, e depois lavados 3

três vezes em água corrente. Após a pré-incubação com albumina bovina a 5% (BSA)

+ Triton a 3% (1hora), os cortes foram incubados com o anticorpo primário (1:500),

anti-TH (Calbiochem, Nottingham, United Kingdom) em soro de cabra a 2% durante

48 horas a 4°C. Após três lavagens com TBS, os cortes foram incubados com o

anticorpo secundário (Kit Dako) por 40 minutos e lavados novamente três vezes com

TBS. O cromógeno DAB foi diluído no tampão DAB específico do kit e aplicado sobre

as lâminas. Aguardou-se de 3 a 5 minutos até se obter uma coloração marron. As

lâminas foram montadas em um meio de montagem aquoso e uma base selante foi

aplicada.

Page 74: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

74

4.2 Imunohistoquímica para DAT

DAT é o transportador transmembrana de dopamina que fica localizado na

terminação nervosa pré-sináptica, onde é responsável por finalizar a atividade

de dopamina através da recaptação pré-sináptica desse neurotransmissor, ou seja, o

transporte de dopamina para o sítio pré-sináptico (recaptação). Os receptores

dopaminérgicos parecem apresentar alterações na DP. A perda de dopamina

mesencefálica na doença de Parkinson é acompanhada de uma perda de

DAT (Rachakonda et al., 2004). O procedimento segue o mesmo para TH, sendo o

anticorpo anti-DAT diluído em 1:100.

5. Análises Bioquímicas

5.1 Dosagem de Nitrito (GREEN ET AL. 1981)

5.1.1 Método

O reativo de Griess (N-1-naftiletilenodiamina a 0,1% em água bidestilada,

sulfanilamida 1% em ácido fosfórico 5%) revela a presença de nitrito em uma amostra

(urina, plasma, homogenato tecidual) por uma reação de diazotização que forma um

cromóforo de cor róseo, com um pico de absorbância em 560 nm.

5.1.2 Reagentes

Ácido Fosfórico 5%

Sulfoni lamide 1%

NEED (N-1-naftiletilenodiamina) 0,1% - C10H14N22HCL

Page 75: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

75

5.1.3 Preparação do Reagente de Griess

1volume de ác. fosfórico 5%

1 volume de sulfonilamida 1% em ac. fosfórico 5%

1 volume de NEED 0,1%

1 volume de água destilada.

5.1.3 Curva Padrão

Solução estoque de NaNO2 (10mM em tampão). Pesar 6,9mg e dissolver em

10mL de água destilada. Foram feitas diluições em série e usadas na obtenção da

curva padrão (100; 50; 25; 12,5; 6,25; 3,12; 1,56; 0,76 μM).

5.1.4 Protocolo

Para realização do ensaio foram usados 100 μL do reagente de Griess e

adicionados 100 μL do sobrenadante (amostras previamente centrifugadas) do

homogenato a 10% do corpo estriado e mesencéfalo dos ratos em salina ou 100 μL

μos padrões nas várias concentrações. Para o branco foram usados 100 μL do

reagente de Griess e adicionados 100 μL de salina. A leitura da absorbância foi feita

em 540 nm em leitor de placa. As leituras da absorbância dos padrões (y) foram

plotadas contra a concentração de cada padrão (x), então se determinou a equação

da reta, que foi usada para a determinação da concentração de nitrito em cada

amostra.

Page 76: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

76

5.2 Dosagem da enzima superóxido dismutase - SOD (BEAUCHAMP;

FRIDOVICH, 1971)

A atividade da enzima superóxido dismutase (SOD) foi avaliada medindo-se

sua capacidade de inibir a redução fotoquímica do azul de nitrotetrazolio (NBT).

Nesse método a riboflavina reduzida fotoquimicamente gera O2-, o qual reduz o NBT,

produzindo formazam, que absorve no comprimento de onda de 560 nm. Na presença

de SOD, a redução do NBT é inibida. Os resultados foram expressos em unidades da

enzima, que é a quantidade de SOD necessária para inibir a taxa de redução do NBT

em 50%. O homogenato (10% em tampão fosfato) foi centrifugado (dez minutos 3600

rotações por minuto-rpm a 4°C). O sobrenadante foi retirado e centrifugado

novamente (20 min 12000 rpm 4°C). Para o ensaio, foi utilizado o sobrenadante.

Numa câmara escura, foram misturados 1 mL do meio de reação (tampão fosfato 50

mM, EDTA 100 nM e L-metionina 13 mM pH 7,8), 150 μL do NBT 75 μM, 300 μL

riboflavina 2 μM e 20 μL da amostra ou do tampão uti lizado para o preparo dos

homogenatos. Os tubos contendo a solução obtida foram expostos a lâmpadas

fluorescentes (15W) por 15 minutos. Ao término do tempo o material foi lido em

espectrofotômetro 560 nm.

5.3 Determinação da Peroxidação Lipídica -- TBARS (DRAPER; HADELY, 1990)

A atividade antioxidante foi medida pela dosagem das substâncias reativas ao

ácido tiobarbitúrico (TBARS). Os tecidos mesencefálicos e estriatais foram

homogeneizados a 10% em tampão fosfato 50 mM (pH 7,4) gelado. Duzentos e

cinquenta microlitros (250 µL) do homogenato foram incubados no banho de água a

temperatura de 37ºC por uma hora. Após a incubação, 400 µL de ácido perclórico

(35%) foram adicionados para interromper a peroxidação e centrifugados a 12000

rotações por minuto (rpm) 4ºC por dez minutos. Em seguida, 600 µL do sobrenadante

foram retirados, tendo-se adicionado mais 400 µL de ácido tiobarbitúrico a 0,6%. A

mistura foi levada ao banho de água por 30 minutos a uma temperatura variável de 95

- 100ºC. A solução foi então retirada e colocada para esfriar. Após isso, foi feita a

leitura em 532 nm. A curva-padrão foi obtida mediante da leitura de várias

Page 77: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

77

concentrações de malonaldeído (MDA)-padrão.

5.4 Dosagem de GSH

Glutationa, um tripeptídeo (g-L-glutamil-L-cisteinil-glicina), existe no organismo

em suas formas reduzida (GSH) e oxidada (GSSG), atuando direta ou indiretamente

em muitos processos biológicos importantes, incluindo metabolismo e proteção

celular. Em particular, problemas na síntese de glutationa estão associados a algumas

doenças, nas quais os níveis de glutationa e enzimas que atuam no seu metabolismo

podem ser significativos na avaliação do estresse oxidativo. Mudanças na

concentração deste tripeptídeo podem ser um indicador útil em certas desordens

fisiológicas como alterações dos estados antioxidantes (Meister & Anderson, 1983).

Reagentes

EDTA 0,05M

1. Pesou-se 465mg;

2. Adicionou-se cerca de 20mL de água destilada;

3. Para dissolver o material foi aquecido

4. Depois de dissolvido foi completado o volume até 25mL

Tris 0,4M +EDTA 0,02M

1. Pesou-se 1,212g de Tris;

2. Adicionou-se 10mL de EDTA 0,05M e cerca de 10mL de água

destilada;

3. Ajustou-se o pH 8,9;

4. Completou-se o volume até 25mL.

Page 78: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

78

Ácido Tricloroacético (TCA) 50%

Foi diluído 2x o ácido puro (6,1N).

DTNB 0,01M

1. Pesou-se 5,94mg de DTNB;

2. Dissolveu-se em 1,5mL de metanol;

3. Preparou-se no dia do uso;

4. Armazenou-se fechado e protegido da luz.

PREPARO DA CURVA PADRÃO:

1. Pesou-se 5mg de GSH;

2. Foi diluído em 5mL de água destilada (1mg/mL);

3. Foi diluída a solução 1mg/mL 10x

50µL da 1mg/mL + 450µL de tampão (100µg/mL);

Procedimento Experimental

A determinação da concentração da GSH é realizada em placa de ELISA

(método SEDLAK & LINDSAY, 1968 modificado). Baseia-se na reação do reagente

de Ellman, o 5,5'-ditiobis (ácido 2-nitrobenzóico) (DTNB) com o tiol livre originando um

dissulfeto misto mais ácido 2-nitro-5-tiobenzóico. O preparo das amostras foi feito da

seguinte forma: 40µL de cada amostra (homogenato do tecido a 10% em tampão

fosfato) foi adicionada a um eppendorf + 50µL de água destilada + 10µL de TCA

(ácido tricloro acético) 50%. As amostras foram centrifugadas a 3000 rpm por 15min,

à temperatura de 4ºC. Os sobrenadantes foram separados. Adicionou-se 60µL dos

sobrenadantes à placa de ELISA (mantida resfriada), assim como os brancos. O

material permaneceu resfriado durante todo o ensaio. Imediatamente antes da leitura,

a este foi adicionado o tampão fosfato + 0,65mL de DTNB. Adicionou-se 102µL desta

solução em cada poço da placa. A medida do produto de reação formado foi feita a

leitura da absorbância a 412 nm. A concentração da glutationa reduzida foi expressa

em μg de GSH por grama de tecido.

Page 79: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

79

5.5 Dosagem de Glicose

A glicemia foi dosada pelo método enzimático da glicose-oxidase - kit glicose

pap liquiform (Labtest).

As amostras de sangue foram coletadas após as sessões de estresse de

imobilização subcrônico através do plexo retro-orbital, separadas em alíquotas em

microtubos, centrifugadas (4000rpm/10min) imediatamente após a colheita, sendo o

plasma separado.

No plasma, foi realizada a análise da concentração de glicose através do

método glicose-oxidase. As amostras (1ml) de plasma foram incubadas em banho-

maria por 15 minutos a 37ºC e depois 100μL adicionadas à placa de ELISA. As

leituras do teste e padrão foram feitas em 505nm no leitor de placas, acertanto o zero

com o branco .

Page 80: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

80

5.6 Determinação de monoaminas e metabólitos com HPLC (AGUIAR, 2006).

Método

Para a determinação dos níveis de catecolaminas foi utilizado o equipamento

HPLC (High Performance Liquid Chromatography). Na cromatografia líquida clássica,

um adsorvente (alumina ou sílica) é empacotado em uma coluna e é eluído por um

líquido ideal (fase móvel). Uma mistura para ser separada é introduzida na coluna, e é

carregada através da mesma por um líquido eluente. Se um composto da mistura

(soluto) é adsorvido fracamente pela superfície da fase sólida estacionária, ele

atravessará a coluna mais rapidamente que um outro soluto que seja mais

rapidamente adsorvido. Então, a separação dos solutos é possível se existem

diferenças na adsorção pelo sólido. Os detectores eletroquímicos medem a

condutância do eluente, ou a corrente associada com a oxidação ou redução dos

solutos. Para ser capaz de detectar, no primeiro caso os solutos devem ser iônicos, e

no segundo caso, os solutos devem ter a característica de serem relativamente fáceis

de se oxidarem ou reduzirem.

Detectores eletroquímicos que medem corrente associada com a redução ou

oxidação de solutos são chamados detectores amperimétricos ou coulométricos.

Neste estudo, foi utilizado o tipo amperimétrico que reage com uma quantidade muito

menos de soluto, em torno de 1%. Todas as técnicas eletroquímicas envolvem a

aplicação de um potencial para um eletrodo (geralmente de carbono vítreo), oxidação

da substância que está sendo estudada próximo à superfície do eletrodo, seguindo a

amplificação e medida da corrente produzida. As catecolaminas são oxidadas nos

grupos de anel hidroxil para produzir um derivado ortoquinona com a liberação de

dois elétrons.

Page 81: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

81

Procedimento Experimental

O corpo estriado e o mesencéfalo foram utilizados para preparar homogenatos

a 10% respectivamente. Os tecidos cerebrais foram sonicados em ácido pérclórico

(HCLO4) por 30 segundos e centrifugados por 15 minutos em centrífuga refrigerada a

15000 rpm. O sobrenadante foi separado e filtrado através de uma membrana

(Millipore- 0,2μm) e uma alíquota de 20μl foi retirada e injetada no equipamento de

HPLC para a análise eletroquímica.

Para a análise das monoaminas, uma coluna CLC-ODS (M) com comprimento

de 25cm, calibre 4,6mm e diâmetro da partícula de 3μm da (Shimadzu, Japão) foi

utilizada. A fase móvel foi composta por tampão ácido cítrico 0,163M, pH3,0, contendo

ácido octasulfônico sódico, 0,69M (SOS), como reagente formados do par iônico,

acetonitri la 4% v/v. Dopamina (DA), Ácido homovalínico (HVA), Serotonina (5-HT) e

Ácido diidroxifeni lacético (DOPAC), Ácido homovalínico (HVA), Serotonina (5-HT) e

Ácido 5-hidroxiindolacético (5-HIAA) foram eletricamente detectados usando um

detector amperométrico (Modelo L-ECD-6A da Shimadzu, Japão) pela oxidação em

um eletrodo de carbono vítreo fixado em 0,85V relativo a um eletrodo de referência de

Ag-AgCl.

Soluções Reagentes

Foram pesados 15,75g de ácido cítrico (Grupo Química, RJ, Brasil) e

completado para um volume de 400mL com água puríssima (Milli -Q). Esta solução foi

ajustada para pH 3,0 com hidróxido de sódio 12,5M (Reagen, RJ, Brasil). A esta

solução foi adcicionado o ácido octasulfônico sódico 75g (Sigma, MO, EUA) e

completado o volume para 471,5mL com água Milli-Q. Em seguida, procedeu-se a

filtração e degaseificação, e, posteriormente, adicionados 20mL de acetonitri la( Carlo

Erba Reagenti. MI, Itália) e 10ml de tetrahidrofurano (Sigma, Mo, EUA) para um

volume final de 500mL.

Page 82: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

82

Ácido Perclórico

Foram adicionados 1,8ml de ácido perclórico (Sigma,MO, EUA) em um balão

volumétrico e completado o volume para 300 mL.

Padrões

Os padrões foram preparados em uma concentração final de 4ng de DA, 5-HT,

DOPAC, HVA e 5HIAA. A partir da área dos picos desses padrões, as concentrações

das amostras foram calculadas e os resultados expressos em ng/g de tecido.

6. Análise Estatística

Foram feitos testes não paramétricos para a análise estatística dos testes

comportamentais. O programa de computador usado foi o Graph Pad Instat ® 3.0.

Para ensaios bioquímicos foram feitos ANOVA e o teste de Tukey. Com o critério de

significância de p < 0,05.

Page 83: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

83

V RESULTADOS

1. Efeito da Catequina nas doses de 10 e 30mg sobre a lesão estriatal com 6-

OHDA em ratos.

1.1 Determinação da atividade locomotora através do teste do campo aberto

em ratos com lesão estriatal tratados com catequina.

Para examinar a existência de um possível efeito neuroprotetor mediado pela

catequina, foram realizados experimentos para determinar os parâmetros motores.

Após 14 dias da lesão estriatal com a 6-OHDA, foi realizado o teste de campo aberto

que avalia a atividade locomotora dos animais através da observação dos

comportamentos de crossing e de rearing.

Na figura 8, estão representados os resultados deste experimento. Os

animais lesionados tiveram uma diminuição significativa na atividade locomoto ra. A

catequina protegeu os animais deste déficit. (FO- 10,30 ± 2,600; 6-OHDA - 5,70 ±

0,90; CAT 10 + 6-OHDA- 17,47 ± 2,30; CAT 30 + 6-OHDA- 10,0 ± 3,20; CAT 10 -

9,00 ± 2,28; CAT 30 - 7,33 ± 1,78).

O grupo 6-OHDA teve uma diminuição no comportamento de crossings. Os

animais que sofreram a lesão estriatal e foram tratados com catequina nas doses de

10 e 30mg/kg tiveram um aumento significativo no número de crossings em relação

ao grupo lesionado não tratado (6-OHDA). (FO- 21,10 ± 3,70; 6-OHDA - 14,20 ±

0,80; CAT 10 + 6-OHDA - 24,50 ± 2,40; CAT 30 + 6-OHDA - 21,10 ± 3,70; CAT 10 -

23,67 ± 5,73; CAT 30 - 17,33 ± 0,91).

Page 84: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

84

FO

6-O

HDA

Cat

10+

6-O

HDA

Cat

30+

6-O

HDA

Cat

10

Cat

30

0

10

20

30crossing

rearing

*

**

**N

úm

ero

de

even

tos /

5m

inu

tos

Figura 8. Efeito da catequina sobre a atividade exploratória de ratos parkinsonianos.

Os animais foram submetidos à lesão estriatal com 6-OHDA e tratados com

catequina nas doses de 10mg/kg e 30mg/kg. Os valores são expressos como a

média ± EPM. * versus falso-operado; ** versus 6-OHDA; p <0,05, ANOVA e teste

de Tukey.

Page 85: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

85

1.2 Determinação do comportamento rotacional induzido por apomorfina em

ratos com lesão estriatal pela 6-OHDA, tratados com catequina nas doses de

10 e 30mg/kg.

Para avaliar o comportamento rotacional de animais que sofreram lesão

estriatal pela 6-OHDA, realizou-se o teste padrão que utiliza a apomorfina, um

agonista dopaminérgico que induz rotações de 360°. O teste foi realizado após 16

dias da lesão estriatal.

Um aumento significativo no número de rotações contralaterais induzidas por

apomorfina foi observado nos animais lesionados (6-OHDA), quando comparados

com o grupo falso-operado (6-OHDA - 76.30 ± 28.50; FO - 0±0 rotações/h; p<0,01)

(figura 9).

O tratamento com catequina nas doses de 10 e 30mg/kg durante 14 dias após

a lesão estriatal foi capaz de diminuir significativamente o número de rotações

induzidas por apomorfina. No grupo que recebeu catequina 10mg/kg houve uma

redução de aproximadamente 85% no número de rotações induzidas por

apomorfina. No grupo que recebeu catequina 30mg/kg houve uma redução quase

que completa no número de rotações induzidas por apomorfina (aproximadamente

90%) quando comparados com o grupo 6-OHDA. (CAT 10- 11,73 ± 5,90; CAT 30-

0,75 ± 0,47).

Page 86: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

86

FO 6-OHDA Cat 10 Cat 300

50

100

150

ipsi-lateralcontra-lateral

**

**

*

.

Núm

ero

de r

otaç

ões

Figura 9. Efeito da catequina no comportamento rotacional induzido por apomorfina

em ratos lesionados pela 6-OHDA. Os valores são expressos como a média ± EPM

do número de rotações. * versus falso-operado,**versus 6-OHDA; p <0,05, ANOVA e

teste de Tukey.

Page 87: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

87

1.3. Determinação da memória operacional através do teste do labirinto em Y

(Y-maze) em ratos com lesão estriatal tratados com catequina.

Para avaliar o possível efeito neuroprotetor da catequina na memória

operacional dos animais, realizou-se o teste de Y-maze, 14 dias após a lesão

estriatal.

Na figura 10, estão representados os resultados deste experimento. Os

animais que sofreram a lesão estriatal tiveram um déficit na memória quando

comparados aos animais falso-operados. Os animais que foram tratados com

catequina nas duas doses (10 e 30mg/kg) demonstraram uma melhora significativa

na memória operacional (alternações espontâneas (%)) (6-OHDA). (FO- 70.8 ±

5.1%; 6-OHDA- 50.1 ± 9.8%; CAT 10 + 6-OHDA- 77.6 ± 2.1%; CAT + 6-OHDA 30-

80.4 ± 5.7%, CAT 10- 61,20 ± 6,56; CAT 30 - 68,80 ± 3,17).

FO

6-O

HDA

CAT 1

0

CAT 3

0

CAT 1

0

CAT 3

00

25

50

75

100

*

****

alte

rnaç

ões

esp

on

tân

eas

(%)

6-OHDA

Figura 10. Efeito da catequina (10 e 30mg) na memória operacional de ratos no

teste do labirinto em Y. O número de alternações espontâneas foi avaliado após 8

minutos. *versus falso-operado, **versus 6-OHDA; p <0,05, ANOVA e teste de Tukey.

Page 88: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

88

1.4 Avaliação da memória recente e tardia em ratos com lesão estriatal pela 6-

OHDA, tratados com catequina nas doses de 10 e 30mg/kg.

A memória aversiva dos animais submetidos à lesão experimental foi avaliada

através do teste da esquiva passiva, 14 dias após a cirurgia estereotáxica.

Os animais submetidos à lesão estriatal não demonstraram um decréscimo na

memória recente. Da mesma forma, os grupos lesionados tratados com catequina

nas duas doses não evidenciaram alterações significativas em relação ao grupo

falso-operado (FO- 165,20 ± 60,50s; 6-OHDA - 117,0 ± 31,30s; CAT 10 + 6-OHDA -

127,50 ± 33,60s; CAT30 + 6-OHDA - 66,60 ± 58,40s; CAT 10 - 160,80 ± 45,82s; CAT

30 - 55,44 ± 25,18s) (figura 11).

Os animais submetidos à lesão estriatal tiveram um desempenho mais baixo

na memória tardia em comparação ao grupo falso-operado. O tratamento com a

catequina nas duas doses(10 e 30 mg/kg) não foi capaz de reverter o dano

significativo na memória tardia produzido pela lesão estriatal (FO - 266,50 ± 33,40s ;

6-OHDA- 106,50 ± 29,60s; CAT 10 + 6-OHDA- 147,90 ± 35,60s; CAT30 + 6-OHDA-

10,30 ± 2,0s; CAT 10 - 205,90 ± 59,55s; CAT 30 - 94,14 ± 53,21s).

Page 89: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

89

Contr

ole

6-O

HDA

Cat

10+6-

OHDA

Cat

30+6-

OHDA

Cat

equina

10

Cat

equina

300

100

200

300Treino

MR

MT

*

Lat

ênci

a (s

egu

nd

os)

Figura 11. Efeito da catequina (10 e 30 mg/kg) na memória aversiva de animais

lesionados com a 6-OHDA. O tempo de latência para a entrada dos animais no

compartimento escuro foi registrado durante 300 s. Os valores são expressos como

a média ± EPM em segundos. ; *versus falso-operado; p <0,05, ANOVA e teste de

Tukey.

Page 90: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

90

1.5 Efeito da catequina sobre a imunorreatividade para tirosina hidroxilase no

corpo estriado e mesencéfalo de ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-

OHDA.

A imunorreatividade para tirosina hidroxilase em neurônios dopaminérgicos na

SN e corpo estriado foi avaliada. As figuras 12 e 13 ilustram que a 6-OHDA causou

uma redução de neurônios dopaminérgicos no mesencéfalo e no corpo estriado,

quando comparados ao grupo falso-operado. O tratamento com a catequina (10 e

30mg) preveniu a degeneração dos neurônios expostos à toxicidade da 6-OHDA.

Figura 12. Fotomicrografias representativas neurônios imunorreativos para tirosina-

hidroxilase no mesencéfalo em ratos submetidos à lesão estriatal. Coloração marrom

representa células imunorreativas a tirosina-hidroxilase do mesencéfalo. A- Falso-

operado, B- OHDA, C- catequina 10mg + 6-OHDA, D - catequina 30mg + 6-OHDA.

Aumento de 40vezes. Barra 200μm.

Page 91: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

91

Figura 13. Fotomicrografias representativas de neurônios imunorreativos a tirosina-

hidroxilase no corpo estriado em ratos submetidos à lesão estriatal. Coloração

marron representa células imunorreativas à tirosina-hidroxilase ao longo do corpo

estriado . A- Falso-operado, B- OHDA, C- catequina 10mg + 6-OHDA, D - catequina

30mg + 6-OHDA. Aumento de 40vezes. Barra 200μm.

Page 92: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

92

1.6 Efeito da catequina sobre a imunorreatividade para o DAT no corpo

estriado e mesencéfalo de ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA.

Os efeitos da catequina nas doses de 10 e 30mg sobre a imunorreatividade

do transportador de dopamina foram examinados por imunohistoquímica para DAT

(transportador de dopamina). As figuras 14e 15 mostram que a 6-OHDA promoveu

uma redução na expressão do transportador de dopamina na substância negra,

quando comparados ao grupo falso-operado. O tratamento com a catequina na dose

de 30mg preveniu o decréscimo da expressão do transportador de dopamina na

substância negra quando exposta à toxicidade pela 6-OHDA.

Figura 14. Fotomicrografias representativas das respectivas secções de neurônios

imunorreativos ao transportador de dopamina (DAT) no mesencéfalo de ratos

submetidos à lesão estriatal. A- Falso-operado, B- OHDA, C- catequina 10mg + 6-

OHDA Catequina 30mg + 6-OHDA. Aumento de 40 vezes. Barra 200μm.

Page 93: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

93

Figura 15. Fotomicrografias representativas das respectivas secções de neurônios

imunorreativos ao transportador de dopamina (DAT) na corpo estriado de ratos

submetidos à lesão estriatal. A- Falso-operado, B- OHDA, C- catequina 10mg + 6-

OHDA Catequina 30mg + 6-OHDA. Aumento de 40 vezes. Barra 200μm.

Page 94: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

94

1.7 Efeito da catequina sobre a dosagem de Nitrito no corpo estriado e

mesencéfalo de ratos submetidos à lesão estriatal com a 6 -OHDA.

No mesencéfalo (figura 16) foi observada uma diminuição significativa nos

níveis de nitrito do grupo tratado com catequina na dose de 10mg em relação aos

demais grupos e um aumento significativo dos níveis de nitrito no grupo lesionado

pela 6-OHDA e tratado com catequina 30mg (FO - 6.68 ± 0.62µM; FO + CAT 30 -

0.20 ± 0.14 µM; 6-OHDA - 7.18 ± 1.06 µM; 6-OHDA + CAT 10 - 6.49 ± 1.21 µM; 6-

OHDA + CAT 30 - 12.01 ± 2.96 µM).

No corpo estriado (figura 17) foi observado apenas um aumento significativo

do grupo catequina 30 em relação ao grupo falso-operado, do lado direito lesionado

(D). (FO D - 47.27 ± 6.92 µM; FO E - 64.54 ± 30.84 µM; FO + CAT 30 D - 67.48 ±

14.13 µM; FO + CAT 30 E - 31.93 ± 5.02 µM; 6-OHDA D - 31.74 ± 4.65 µM; 6-OHDA

E- 34.28 ± 10.03 µM; 6-OHDA + CAT 10 D - 33.26 ± 5.87 µM; 6-OHDA + CAT 10 E-

39.54 ± 4.75 µM; 6-OHDA + CAT 30 D - 34.59 ± 9.11 µM; 6-OHDA + CAT 30 E -

45.68 ± 8.24 µM).

Page 95: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

95

F.O.

6-O

HDA

6-O

HDA +

Cat

10

6-O

HDA +

Cat

30

FO+ C

at 3

00

5

10

15

*

**

Nit

rito

(M

)

Figura 16. Determinação da dosagem de nitrito em mesencéfalo de ratos tratado

com catequina (10 e 30mg). Os valores são expressos como a média ± EPM em

μM. *versus falso-operado, **versus 6-OHDA; p <0,05, ANOVA e teste de Tukey.

CE Direito CR Esquerdo0

25

50

75

100FO

6-OHDA

6-OHDA + CAT 10

6-OHDA + CAT 30

FO CAT 30

Nit

rito

(

M)

Figura 17. Determinação da dosagem de nitrito em corpo estriado (CE) direito

lesionado e esquerdo de ratos tratado com catequina (10 e 30mg). Os valores são

expressos como a média ± EPM em μMolar.

Page 96: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

96

1.8 Determinação da peroxidação lipídica no mesencéfalo de ratos submetidos

à lesão estriatal com a 6-OHDA, tratados com catequina nas doses de 10 e

30mg/kg.

Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos submetidos

ao ensaio para determinação da peroxidação liipídica, apenas um aumento nos

níveis de TBARS dp grupo catequina 10mg (TBARS – ŋg/gtecido) (FO - 0.28 ± 0.02;

FO + CAT 10 - 0.49 ± 0.05; FO + CAT 30 - 0.30 ± 0.03 ; 6-OHDA - 0.26 ± 0.03; 6-

OHDA CAT 10 - 0.36 ± 0.15; 6-OHDA CAT 30 - 0.26 ± 0.01).

FO

6-O

HDA

6-O

HDA +

Cat

10

6-O

HDA +

Cat

30

FO +

Cat

10

FO +

Cat

30

0.00

0.25

0.50

0.75

TB

AR

s (

ng

/gte

cid

o)

*

Figura 18. Determinação da peroxidação lipídica em mesencéfalo de ratos

submetidos a lesão estriatal. Os valores são expressos como a média ± EPM em

ng/g de tecido.

Page 97: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

97

1.9 Efeito da catequina nas doses de 10 e 30 mg/Kg sobre a atividade da SOD

(superóxido dismutase) em ratos submetidos a lesão estriatal com a 6-OHDA.

Os resultados obtidos (figura 19) demonstram que não houve alterações

significativas na atividade da SOD no mesencéfalo (SOD- U/mg de proteína). (FO -

0.59 ± 0.10; FO+ CAT10 - 0.78 ± 0.16; 6-OHDA - 0.56 ± 0.06; 6-OHDA+CAT10 - 0.46

± 0.005; 6-OHDA+CAT30 - 0.52 ± 0.01).

FO

6-OHDA

6-OHDA+C

AT10

6-OHDA+C

AT30

FO+ C

AT100.00

0.25

0.50

0.75

1.00

SO

D (

U/m

g d

e p

rote

ína)

Figura 19. Determinação da atividade da SOD em mesencéfalo de ratos submetidos

à lesão estriatal. Os valores são expressos como a média ± EPM.

Page 98: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

98

1.10 Efeito da catequina sobre a glutationa reduzida (GSH) no mesencéfalo de

ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA.

Os resultados obtidos (figura 20) demonstram que no mesencéfalo, a 6-

OHDA inibiu significativamente os níveis de GSH em relação ao grupo falso-

operado. O tratamento com a catequina nas duas doses foi capaz de proteger de

maneira significativa o dano oxidativo induzido pela 6-OHDA. (nmol/g de tecido) (FO

- 0,14 ± 0,01; 6-OHDA - 0,058 ± 0,00; 6-OHDA + CAT 10 - 0,18 ± 0,01; 6-OHDA +

CAT 30 - 0,17 ± 0,02; CAT 30 - 0,24 ± 0,05).

F.O.

6-OHDA

6-OHDA +

CAT 10

6-OHDA +

CAT 30

FO+ Cat

30

0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

*

** **

**

nmol G

SH/g t

ecido

Figura 20. Determinação da atividade da GSH em mesencéfalo de ratos submetidos

à lesão estriatal. Os valores são expressos como a média ± EPM. *versus falso-

operado; ** versus 6-OHDA; p < 0,001, ANOVA e teste de Tukey.

Page 99: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

99

1.11. Determinação das concentrações de Dopamina(DA) e seus

metabólitos(DOPAC), Noradrenalina (NA) e Serotonina (5-HT) no mesencéfalo

de ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA e tratados com catequina

nas doses de 10 e 30mg/kg.

A injeção intraestriatal de 6-OHDA produziu lesão nos neurônios

catecolaminérgicos resultando na diminuição da concentração de monoaminas no

mesencéfalo quando comparados aos animais controle (falso-operado). Houve uma

redução de aproximadamente 85% de dopamina nos animais que sofreram a lesão

estriatal, 80% dos níveis de noradrenalina, 93% dos níveis de serotonina e 70% nos

níveis de DOPAC em relação ao grupo falso-operado (Tabela 4). A catequina nas

duas doses foi capaz de diminuir significativamente a perda de monoaminas quando

comparadas ao grupo 6-OHDA. Os níveis de serotonina e DOPAC. não sofreram

alterações significativas em relação a 6-OHDA (Tabela 4).

A catequina 30mg/Kg administrada a animais que sofreram a lesão estriatal

com a 6-OHDA levou a uma diminuição de cerca de 55% nos níveis de dopamina.

Houve também um diminuição na perda de noradrenalina (53%). Os níveis de

serotonina e DOPAC. não sofreram alterações significativas em relação a 6 -OHDA

(Tabela 4).

Page 100: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

100

Tabela 4. Efeito da catequina na concentração de monoaminas em tecido

mesencefálico de ratos submetidos à lesão estriatal pela 6 -OHDA (ng/tecido).

Grupo DA NA 5-HT DOPAC

FO 2363 ± 431 1886 ±151 2904 ±180 143 ±53

6-OHDA 359 ± 83* 369 ± 82* 202 ±142* 42 ±15*

Catequina 10mg 980 ± 120** 882 ± 113 116 ± 38 89 ±32

Catequina 30mg 1200 ± 110** 897 ± 195 40 ± 7 60 ±6*

Cat 10 + 6-OHDA 1000 ± 340** 901 ± 143** 114 ± 68** 110 ± 33

Cat 30 + 6-OHDA

1300 ± 200** 883 ± 76** 49 ± 5** 64 ±10

A catequina foi administrada nas doses de 10 e 30mg/kg, i.p. durante 14 dias. * vs

controle, ** vs 6-OHDA (p<0,05, ANOVA e teste de Tukey). Os resultados são

expressos como média ±EPM do número de experimentos; p<0,05 (ANOVA e teste

de Tukey).

Page 101: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

101

2.Efeito do Estresse de Imobilização subcrônico sobre a lesão estriatal com a 6-

OHDA em ratos.

2.1 Avaliação do ganho de peso e peso ponderal

Na avaliação do ganho de peso nos 3 grupos, observou-se uma diminuição do

ganho de peso significativa nos animais do grupo estresse ao longo de 11 dias. Os

animais estresse + 6-OHDA também demonstraram uma diminuição no ganho de

peso que não foi significativa em relação ao controle (figura 21) (FO - 10,22 ±2,64g;

FO + estresse- -4,71± 3,55g; 6-OHDA - 7,97 ± 3,62g; 6-OHDA + estresse - 4,85 ±

3,54g).

Na avaliação ganho de peso ao longo de 11 dias nos diferentes grupos

estudados, demonstrou-se que nos animais do grupo estresse, o ganho de peso foi

inferior aos dois outros grupos (figura 22).

FO

FO +

est

ress

e

6-OHDA

6-OHDA +

est

ress

e-10

0

10

20

Gan

ho

de p

eso

*

Figura 21. Avaliação do ganho de peso em animais submetidos a estresse de

imobilização subcrônico (11d/6h) e lesão estriatal com a 6 -OHDA. Os valores são

expressos como a média ± EPM; *versus falso-operado; p <0,05, ANOVA e teste de

Tukey.

Page 102: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

102

Peso Ponderal

0 1 2 3 4 5175

200

225

250

275falso-operado

estresse

estresse+6-OHDA

dias em pesagem

Peso

(g)

Figura 22. Avaliação do peso ponderal durante 11 dias em animais submetidos

ao estresse de imobilização subcrônico (11dias/6h) e lesão estriatal com a 6-OHDA .

Os valores são expressos como a média ± EPM.

Page 103: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

103

2.2 Determinação da atividade locomotora através do teste do campo aberto

em ratos com lesão estriatal submetidos ao estresse de imobilização.

Após 14 dias da lesão estriatal com a 6-OHDA e as sessões de estresse, foi

realizado o teste de campo aberto que avalia a atividade locomotora dos animais

através da observação dos comportamentos de crossing e de rearing.

Os resultados obtidos no crossing mostram que não houve alteração

significativa no grupo que sofreu a lesão estriatal. Entretanto, no grupo que sofreu

lesão e foi submetido ao estresse de imobilização subcrônico, houve um aumento

significativo no número de crossings em relação ao grupo 6-OHDA. (Figura 23) (FO

-21,10 ± 3,70; estresse - 23,71 ± 4,35; 6-OHDA - 14,20 ± 0,80; estresse + 6-OHDA -

29,63 ± 2,12).

Os resultados com o rearing mostram uma diminuição significativa deste

comportamento no grupo que sofreu a lesão estriatal (Figura 23) ( FO - 10,30 ±

2,60; estresse - 8,14 ± 2,34; 6-OHDA - 5,70 ± 0,90; estresse + 6-OHDA - 5,70 ±

0,90).

Page 104: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

104

FO

estre

sse

6-O

HDA

estre

sse+

6-O

HDA

0

10

20

30

40crossing

rearing

me

ro d

e e

ve

nto

s

*

**

*

Figura 23. Efeito do estresse de imobilização sobre a atividade exploratória em

submetidos à lesão estriatal com 6-OHDA e estresse de imobilização subcrônico

(11dias/6h). *versus falso-operado, **versus 6-OHDA. p <0,05, ANOVA e teste de

Tukey.

Page 105: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

105

2.3 Determinação do comportamento rotacional induzido por apomorfina em

ratos com lesão estriatal pela 6-OHDA, submetidos ao estresse de imobilização

subcrônico.

Para avaliar o comportamento rotacional de animais que sofreram lesão

estriatal pela 6-OHDA, realizou-se o teste padrão que utiliza a apomorfina, um

agonista dopaminérgico que induz rotações de 360°. O teste foi realizado após 14

dias da lesão estriatal e no final da última sessão de estresse de imobilização.

Um aumento significativo no número de rotações contralaterais induzidas por

apomorfina foi observado nos animais lesionados (6-OHDA), quando comparados

com o grupo falso-operado (6-OHDA - 76.30 ± 28.50 vs FO - 0±0 rotações/h; p<0,01)

(figura 24). O estresse não protegeu ou piorou os animais do déficit induzido pela 6-

OHDA. (6-OHDA + estresse - 88,80 ± 36,19 vs FO - 0±0 rorações/h; p<0,01)

(Figura 24).

Page 106: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

106

falso-o

perado 6-O

HDA

6-OHDA + es

tresse

0

50

100

150ipsi-lateral

contra-lateral*

*

número

de rota

ções

Figura 24. Efeito do estresse de imobilização subcrônico no comportamento

rotacional induzido por apomorfina em ratos lesionados pela 6-OHDA. Os valores

são expressos como a média ± EPM do número de rotações (360°). * versus falso-

operado,**versus 6-OHDA; p <0,05, ANOVA e teste de Tukey.

Page 107: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

107

2.4 Determinação da memória operacional através do teste do labirinto em Y

(Y-maze) em ratos com lesão estriatal submetidos ao estresse de imobilização.

Para avaliar efeito do estresse de imobilização na memória operacional dos

animais experimentais, realizou-se o teste de Y-maze, 14 após a lesão estriatal e

sessões diárias de estresse de imobilização subcrônico.

Os resultados demonstram que houve uma diminuição significativa na

memória de trabalho do grupo que sofreu a lesão estriatal pela 6-OHDA em relação

ao grupo falso-operado. O estresse não exerceu nenhum efeito na memória destes

animais. (Figura 25) (FO - 70,80 ± 5,10; estresse - 64,60 ± 4,15; 6-OHDA - 50,10 ±

9,80; 6-OHDA + estresse - 57,89 ± 4,58).

falso-

opera

do

estre

sse

6-O

HDA

6-O

HDA +

est

ress

e0

25

50

75

100

alte

rnaç

ões

esp

on

tân

eas

(%)

*

Figura 25. Efeito da 6-OHDA e estresse de imobilização (11dias/6h) na memória

operacional de ratos no teste do labirinto em Y. *versus falso -operado, p <0,05,

ANOVA e teste de Tukey.

Page 108: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

108

2.5 Avaliação da memória recente e tardia em ratos com lesão estriatal pela 6-

OHDA, submetidos ao estresse de imobilização subcrônico.

A memória aversiva (recente e tardia) dos animais submetidos ao estresse de

imobilização subcrônico foi avaliada 14 dias após a lesão estriatal.

Não houve alteração significativa na memória recente do grupo lesionado pela

6-OHDA em relação ao falso-operado, porém o grupo lesionado pela 6-OHDA e

submetido ao estresse mostrou uma melhora significativa na memória recente em

relação ao grupo 6-OHDA. Latência (s) (figura 26) (FO - 165,20 ± 60,50s; estresse -

165,20 ± 50,90s; 6-OHDA - 135,00 ± 40,00s; estresse + 6-OHDA - 243,70 ±

36,65s).

Observou-se um decréscimo significativo na memória tardia dos grupos

estresse e 6-OHDA em relação ao grupo controle. Os animais estressados e

submetidos à lesão com 6-OHDA tiveram uma melhora na memória aversiva de

longa duração em relação ao grupo lesionado pela 6-OHDA. Latência (s) (Figura

26). ( FO - 266,50 ± 33,40s; estresse - 95,71 ± 45,58s; 6-OHDA - 98,50 ± 39,60s;

estresse + 6-OHDA - 206,20 ± 39,43s).

Page 109: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

109

falso-

opera

do

estre

sse

6-0H

DA

estre

sse+

6-O

HDA

0

100

200

300

* *la

tên

cia

(s)

**

**

Figura 26. Efeito do estresse de imobilização subcrônico na memória aversiva de

animais submetidos a lesão estriatal pela 6-OHDA. O tempo de latência para a

entrada dos animais no compartimento escuro foi registrado durante 300 s. Os

valores são expressos como a média ± EPM em segundos. * vs controle, ** vs 6-

OHDA (p<0,05, ANOVA e teste de Tukey.

Page 110: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

110

2.6 Avaliação do estado depressivo dos animais que sofreram lesão estriatal e

submetidos a estresse de imobilização subcrônico no teste nado Forçado.

O teste do Nado Forçado foi realizado após 15 dias da lesão estriatal e no

final da última sessão de estresse de imobilização.

Os animais falso-operados que sofreram sessões de 11dias/ 6 horas de

estresse de imobilização tiveram um aumento significativo no tempo de imobilização

quando comparados ao grupo controle (falso-operado), confirmando que o estresse

leva a um comportamento depressivo.

Animais submetidos à lesão estriatal pela 6-OHDA não demonstraram

alteração no tempo de imobilização quando comparados ao grupo falso-operado,

significando que este modelo de DP, não leva os animais a um comportamento

depressivo.

Os animais que sofreram a lesão pela 6-OHDA e foram submetidos ao

estresse tiveram um aumento significativo no tempo de imobilização, quando

comparados ao grupo falso-operado, mas este tempo de imobilização foi

significativamente menor comparado ao grupo sofreu apenas estresse de

imobilização, significando um menor comportamento depressivo deste animais.

(Figura 27) Tempo de Imobilização (s)( FO - 36,83 ± 7,07s; estresse - 215,80 ±

20,26s; 6-OHDA - 56,40 ± 5,7s; 6-OHDA + estresse - 118,50 ± 30,96s).

Page 111: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

111

falso-o

perado

Estre

sse

6-OHDA

6-OHDA +

est

ress

e0

100

200

300

*

***

**

Tem

po

de

Imo

bil

izaç

ão(s

)

Figura 27. Teste do nado forçado nos animais que sofreram lesão estriatal

submetidos a estresse de imobilização subcrônico (11dias/6h). Os valores são

expressos como a média ± EPM em segundos(s). *versus falso-operado; **versus

6-OHDA; ***versus estresse.

Page 112: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

112

2.7 Efeito do estresse de imobilização subcrônico sobre a imunorreatividade

para a tirosina hidroxilase no corpo estriado e mesencéfalo de ratos

submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA.

A figura 28 mostra que a 6-OHDA (B) causou uma redução de neurônios na

substância negra e copo estriado, quando comparados ao grupo falso-operado. O

estresse sozinho(C) alterou a quantidade de neurônios na SN. A associação 6-OHDA

+ estresse promoveu um aumento na expressão destes neurônios na SN(D), quando

comparado com o grupo 6-OHDA(B).

No corpo estriado (figura 29) também houve uma diminuição na

imunorreatividade para TH no grupo 6-OHDA (B). Não foi observado uma aumento

desta imunorreatividade quando estes animais (6-OHDA) foram submetidos ao

estresse (D).

Page 113: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

113

Figura 28. Fotomicrografia representativas de neurônios imunorreativos para

tirosina-hidroxilase no mesencéfalo de ratos submetidos a lesão estriatal e estresse

de imobilização. Coloração marron representa células imunorreativas a tirosina-

hidroxilase no mesencéfalo. A- Falso-operado, B- OHDA, C- estresse D – estresse +

6-OHDA. Aumento de 400vezes. Barra 200μm.

Page 114: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

114

Figura 29. Fotomicrografia representativa de neurônios imunorreativos para tirosina-

hidroxilase no corpo estriado de ratos submetidos a lesão estriatal e estresse de

imobilização. Coloração marron representa células imunorreativas a tirosina-

hidroxilase ao longo do corpo estriado. A- Falso-operado, B- OHDA, C- estresse, D –

estresse + 6-OHDA. Aumento de 40 vezes. Escala 200μm.

Page 115: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

115

2.8 Efeito do estresse de imobilização subcrônico sobre a imunorreatividade

para o Transportador de Dopamina (DAT) no mesencéfalo de ratos submetidos

à lesão estriatal com a 6-OHDA.

Os efeitos do estresse de imobilização sobre a expressão do transportador de

dopamina foram examinados por imunohistoquímica para DAT (transportador de

dopamina). A figura 30 mostra que a 6-OHDA (B) causou uma discreta redução na

expressão do transportador de dopamina na substância negra, quando comparados

ao grupo falso-operado (A). O estresse de imobilização não alterou a expressão do

DAT (C), mas observou-se um discreto aumento desta imunorreatividade nos

animais parkinsonianos submetidos ao estresse (D).

Figura 30. Fotomicrografias representativas de neurônios imunorreativos para o

transportador de dopamina (DAT) no mesencéfalo. A- Falso-operado, B- OHDA, C-

estresse, D – estresse + 6-OHDA. Aumento de 400vezes. Barra 200μm.

Page 116: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

116

2.9 Determinação da concentração de Nitrito em ratos submetidos a estresse

de imobilização subcrônico que sofreram lesão estriatal com a 6-OHDA.

No mesencéfalo não foram observadas alterações significativas entre os

grupos nitrito (FO - 6,68 ± 0,62µM; estresse - 4,04 ± 1,46 µM; 6-OHDA - 7,18 ± 1,06

µM; 6-OHDA + estresse - 6,45 ± 1,44 µM) (figura 31).

No corpo estriado direito (lesionado) houve um aumento significativo nos

níveis de nitrito nos grupos submetidos ao estresse de imobilização em relação ao

grupo 6-OHDA. No corpo estriado esquerdo, não foram observadas alteraççoes

significativas (Figura 32). (FO D - 47,27 ± 6,92 µM; FO E - 64,54 ± 30,84 µM;

estresse D - 74,28 ± 25,08 µM; estresse E - 33,17 ± 5,98 µM; 6-OHDA D- 31.74 ±

4.65 µM; 6-OHDA E- 34,28 ± 10,03 µM; 6-OHDA + estresse D - 71,03 ± 18,14 µM; 6-

OHDA + estresse E - 40,77 ± 4,07 µM).

F.O.

Estre

sse

6-O

HDA

6-O

HDA+est

ress

e0.0

2.5

5.0

7.5

10.0

Nit

rito

(

Mo

lar)

Figura 31. Determinação da dosagem de nitrito em mesencéfalo de ratos

submetidos a estresse de imobilização subcrônico (11dias/6h). Os valores são

expressos como a média ± EPM.

Page 117: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

117

E. direito E. esquerdo0

25

50

75

100falso-operado

estresse

6-OHDA

6-OHDA + estresse

****

M

ola

r

Figura 32. Determinação da dosagem de nitrito em corpo estriado de ratos

submetidos a estresse de imobilização subcrônico (11dias/6h). O corpo estriado

direito corresponde ao lado lesionado pela 6-OHDA. Os valores são expressos

como a média ± EPM em μMolar. **versus 6 -OHDA

Page 118: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

118

2.10 Efeito do estresse de imobilização subcrônico sobre a dosagem da

Superóxido Dismutase (SOD) no corpo estriado e mesencéfalo de ratos

submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA.

A lesão pela 6-OHDA ou o estresse de imobilização subcrônico não

promoveram alterações significativas nos níveis da SOD (figura 33). (FO - 0,59 ±

0,10; estresse - 0,52 ± 0,02; 6-OHDA - 0,56 ± 0,06; 6-OHDA + estresse - 0,46 ± 0,00)

(U/mg de proteína).

falso-

oper

ado

estre

sse

6-OHDA

6-OHDA +

est

ress

e0.00

0.25

0.50

0.75

SO

D(U

/mg

de p

rote

ína)

Figura 33. Avaliação da atividade da superóxido dismutase (SOD) em tecido

mesencefálico de ratos submetidos a estresse de imobilização subcrônico e lesão

estriatal pela 6-OHDA. Os valores são expressos como a média ± EPM.

Page 119: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

119

2.11 Determinação dos efeitos do estresse de imobilização subcrônico sobre a

peroxidação lipídica em de ratos submetidos à lesão estriatal com a 6-OHDA.

Não houve aumento da peroxidação lipídica no tecido mesencefálico dos

grupos testados em relação ao grupo controle (Figura 34). TBARS: (FO - 0,28 ±

0,02; estresse - 0,21 ± 0,01; 6-OHDA - 0,26 ± 0,03; estresse + 6-OHDA - 0,22 ± 0,02)

(ŋg/g de tecido).

Em relação ao corpo estriado, o grupo estresse (corpo estriado direito -

lesionado) apresentou uma diminuição nos níveis de TBARS quando comparados ao

controle e aos outros grupos (figura 35). Nos demais grupos, não houve alterações

significativas.( FO D - 0,85 ± 0,09; FO E - 0,57 ± 0,15; estresse D - 0,21 ± 0,01;

estresse E - 0,61 ± 0,12; 6-OHDA D - 0,67 ± 0,17; 6-OHDA E - 0,55 ± 0,07; 6-OHDA

+ estresse D - 0,95 ± 0,25; 6-OHDA + estresse E- 0,51 ± 0,13).

falso-o

perado

estre

sse

6-OHDA

6-OHDA +

est

ress

e 0.0

0.1

0.2

0.3

0.4

TB

AR

S (

ng

/g d

etec

ido

)

Figura 34. Determinação dos níveis de substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico

(TBARS) em mesencéfalo de ratos submetidos à lesão estriatal que sofreram

estresse de imobilização subcrônico. Os valores são expressos como a média ±

EPM em ng/g de tecido.

Page 120: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

120

Estriado Direito Estriado Esquerdo

0.0

0.5

1.0

1.5

6-OHDA

6-OHDA + estresse

estresse

falso-operado

*

TB

AR

S (

ng

/g d

e t

ecid

o)

Figura 35. Determinação dos níveis de TBARS em corpo estriado de ratos

submetidos à lesão estriatal que sofreram estresse de imobilização subcrônico. Os

valores são expressos como a média ± EPM. * vs controle (p<0,05, ANOVA e teste

de Tukey).

Page 121: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

121

2.12 Efeito do estresse de imobilização subcrônico sobre a Glutationa

Reduzida (GSH) em ratos submetidos à lesão estriatal com a 6 -OHDA no

mesencéfalo e corpo estriado.

Os resultados obtidos no tecido mesencefálico mostram que o grupo que

sofreu a lesão estriatal pela 6-OHDA teve uma diminuição significativa nos níveis

de GSH em relação ao controle. Os animais que sofreram estresse de imobilização

subcrônico tiveram um aumento significativo na concentração da GSH em relação ao

controle. O estresse de imobilização foi capaz de inibir significativamente a

diminuição dos níveis de GSH induzida pela 6-OHDA (Figura 36) GSH: (FO - 0,14 ±

0,01; estresse - 0,22 ± 0,02; 6-OHDA - 0,05 ± 0,00; 6-OHDA + estresse - 0,16 ± 0,01)

(nmol/g de tecido).

No corpo estriado, não houve alterações significativas nas concentrações de

GSH, com exceção de uma diminuição nos níveis de GSH no corpo estriado direito

(lesionado) do grupo estresse quando comparado ao controle ( figura 37). GSH:(FO

D - 14,46 ± 3,26; FO E - 10,19 ± 0,53; estresse D - 9,38 ± 0,60; estresse E - 12,71 ±

2,00; 6-OHDA D - 10,48 1,38; 6-OHDA E - 10,25 ±1,88; 6-OHDA + estresse D - 11,79

± 2,09; 6-OHDA + estresse E - 14,49 ± 2,99) (nmol/g de tecido).

Page 122: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

122

falso-

opera

do

estre

sse

6-O

HDA

6-O

HDA +

est

ress

e 0.0

0.1

0.2

0.3

*

nm

ol

GS

H/g

de

teci

do

*

**

Figura 36. Determinação da atividade da GSH em mesencéfalo de animais que

sofreram lesão estriatal e estresse de imobilização subcrônico. Os valores são

expressos como a média ± EPM. * vs controle, ** vs 6-OHDA (p<0,05, ANOVA e teste

de Tukey).

E. direito E. esquerdo0

10

20falso-operado

estresse

6-OHDA

6-OHDA + estresse*

nm

ol

GS

H/g

de

teci

do

Figura 37. Determinação da atividade da GSH em corpo estriado de animais

submetidos à lesão estriatal e estresse de imobilização. Os valores são expressos

como a média ± EPM em nmol GSH/g de tecido.

Page 123: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

123

2.13 Determinação da Glicose em ratos submetidos a estresse de imobilização

subcrônico (11 dias/6h) e lesão estriatal pela 6-OHDA.

Não foram observadas alterações significativas entre os grupos (figura 38) (

FO - 141,1 ± 13,44; estresse - 141,3 ± 19,22; 6-OHDA + estresse - 139,1 ±

5,25)mg/dL.

Falso-o

perado Estre

sse

Estresse

6-OHDA

0

100

200

Glicose

(mg/d

L)

Figura 38. Determinação dos níveis de glicose em ratos submetidos a estresse de

imobilização e lesão estriatal pela 6-OHDA. Os valores são expressos como a média

± EPM.

Page 124: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

124

2.14 Determinação das concentrações de Dopamina(DA) e seus

metabólitos(DOPAC e HVA), Noradrenalina (NA) e Serotonina (5-HT) no corpo

estriado e mesencéfalo de ratos submetidos ao estresse de imobilização

subcrônico (11 dias/6h) e que sofreram lesão estriatal com a 6-OHDA.

A injeção intraestriatal de 6-OHDA produziu destruição dos neurônios

catecolaminérgicos resultando na diminuição da concentração de monoaminas no

mesencéfalo quando comparados aos animais controle (falso-operado). Houve uma

redução de aproximadamente 85% de dopamina nos animais que sofreram a lesão

estriatal, 80% dos níveis de noradrenalina, 93% dos níveis de serotonina e 70% nos

níveis de DOPAC (Tabela 5).

O estresse de imobilização subcrônico levou a uma diminuição nas

concentrações de dopamina e DOPAC em relação ao controle (aproximadamente 90

e 62%). Os níveis de noradrenalina tiveram um aumento de 20% sobre a influência

do estresse (Tabela 5).

O estresse não protegeu contra a perda de dopamina e seu metabólito

(DOPAC) induzida pela 6-OHDA, mas protegeu da perda de NA e 5-HT induzida pela

6-OHDA, inclusive com um grande aumento de NA em relação aos animais FO.

Page 125: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

125

Tabela 5. Efeito do estresse de imobilização subcrônico na concentração de

monoaminas em tecido mesencefálico de ratos submetidos à lesão estriatal

(ng/tecido).

Grupo DA NA 5-HT DOPAC

FO

Estresse

2,363 ± 431

240 ± 110*

1,886 ±151

2349 ± 222*

2,904 ± 180

2173 ±791.5

143 ± 53

53,9 ± 24,5*

6-OHDA 359 ± 83* 369 ± 82* 202 ± 142* 42 ± 15*

6-OHDA +

Estresse

330 ± 180* 5913 ± 1545** 1550 ± 408.3** 57.3 ± 49.7*

O estresse de imobilização foi realizado durante 11d/6hs * vs controle, ** vs 6-OHDA,

***versus estresse; Os resultados são expressos como média ±EPM do número de

experimentos; p<0,05 (ANOVA e teste de Tukey).

Page 126: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

126

VI DISCUSSÃO

Com o objetivo de investigar um novo agente neuroprotetor capaz de prevenir

a neurodegeneração da doença, investigamos o papel da catequina, um flavonóide

com ação antioxidante e quelante de metais, usando um modelo experimental de

DP. Em uma outra etapa do nosso trabalho também foi avaliado o efeito do estresse

subcrônico neste modelo experimental da DP, levando em consideração a hipótese

de que o estresse poderia induzir a danos em neurônios dopaminérgicos (SMITH et

al., 2002).

A DP tem sido amplamente estudada através de modelos experimentais que

são capazes de reproduzir a perda de neurônios dopaminérgicos que ocorre na

doença. Estes modelos são importantes para o conhecimento dos mecanismos

patológicos da doença, além disso, são essenciais para o desenvolvimento e teste

de novos agentes terapêuticos. Baseados nas características neuropatológicas mais

importantes da DP, toxinas como o MPTP, a 6-OHDA, o paraquat e a rotenona, são

utilizadas para induzir degeneração da via nigroestriatal (MEREDITH et al., 2008). A

6-OHDA é um modelo confiável que leva a déficits motores robustos e é o modelo

mais uti lizado após 40 anos de pesquisas (DA CONCEIÇÃO et al., 2010). Ela tem

estrutura semelhante à dopamina e à noradrenalina e possui alta afinidade para o

transportador de membrana plasmática destas catecolaminas. Seu mecanismo de

toxicidade consiste na sua entrada nos neurônios catecolaminérgicos, onde é

rapidamente oxidada e produz peróxido de hidrogênio e paraquinona, que são

altamente tóxicos, além de inibir o complexo I da cadeia transportadora de elétrons

(MEREDITH et al., 2008). Esta toxina não atravessa a barreira hematoencefálica,

mas quando administrada diretamente no cérebro é capaz de le var a morte de

neurônios dopaminérgicos e noradrenérgicos e seus terminais. A 6-OHDA é

geralmente administrada na SN, feixe prosencefálico medial ou no corpo estriado

(MEREDITH et al., 2008; YAMASHITA & MATSUMOTO, 2007 ).

Page 127: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

127

O modelo uti lizando a 6-OHDA torna mais acessível a evidenciação de danos

motores através de testes específicos, como no caso de lesões unilaterais que

promovem assimetria, como por exemplo o teste rotacional, que é o “gold standard”

para avaliar a magnitude da perda nigroestriatal. (UNGERSTEDT & ARBUTHNOTT,

1970). A injeção da 6-OHDA oferece algumas desvantagens. O fato de não

atravessar a barreira hematoencefálica, sendo necessária uma cirurgia estereotáxica

para administração intranigral ou intraestriatal da toxina, nem sempre leva a uma

perda maciça das células dopaminérgicas (IANCU et al., 2005). Sugeriu-se também

que a cirurgia intraestriatal pode causar uma resposta inflamatória local que induziria

a liberação de várias citocinas, incluindo interleucina 1 beta (IL – 1β ), interferon-

gama (IF-γ) e fator de necrose tumoral α (TNF-α) (WIDNER et al., 1988; CHUNG et

al., 2010). Este modelo não imita todas as características patológicas e clínicas da

DP, como por exemplo, a formação de inclusões citoplasmáticas (corpúsculos de

Lewy), mas no entanto é o modelo mais útil para o estudo de substâncias

neuroprotetoras (HIRSCH et al., 2003). Apesar da disponibilidade de novos modelos,

a 6-OHDA permanece sendo a ferramenta experimental mais utilizada para induzir a

lesão nigroestriatal no rato (BLANDINI et al., 2008).

1. Efeito da Catequina nas doses de 10 e 30mg sobre a lesão estriatal com 6-

OHDA em ratos.

O presente estudo demonstrou que a 6-OHDA foi capaz de produzir danos

motores, confirmando os dados da literatura. Os resultados do teste do campo

aberto demonstraram que a 6-OHDA induziu déficits na atividade exploratória vertical

dos animais. Rizelio et al. (2010) e Srinivasan & Schmidt (2004) demonstraram uma

diminuição significativa no número total de movimentos de rearing (exploração

vertical) em animais submetidos a lesão estriatal com 6-OHDA. A catequina na duas

doses foi capaz de prevenir a diminuição de crossings induzida pela 6-OHDA e na

dose de 10mg preveniu a diminuição do comportamento de rearing.

Page 128: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

128

Poucos estudos existem acerca do efeito da catequina in vivo, em se tratando

de modelos experimentais da DP. A catequina é um flavonóide isolado do chá verde.

Ela, e outros tipos de catequinas pertencentes ao mesmo grupo, possuem na sua

estrutura um grupo hidroxila altamente reativo que fica oxidado pela doação de

elétrons, desta forma estabiliza o radical livre, transformando-o em uma molécula

menos reativa (WEINREB et al.,2009). A epigalocatequina galato (EGCG), que é

catequina mais abundante no chá verde, tem sido extensamente estudada por suas

já conhecidas propriedades antioxidantes e pela sua atividade como quelante de

metais (WEINREB et al., 2009). A EGCG administrada oralmente demonstrou

melhorar a performance de animais submetidos a lesão pelo MPTP em testes

motores (LEAVER et al., 2009). Em um trabalho realizado por Kumar & Kumar

(2009) foi demonstrado que a EGCG aumentou a atividade locomotora de animais

com dano cerebral induzido pelo ácido-3 nitropropiônico. Um trabalho com extrato de

chá preto, que também é rico em catequinas, mostrou que o composto foi capaz de

melhorar a atividade locomotora que havia sido prejudicada pela 6 -OHDA

(CHATURVEDI et al., 2006), corroborando com nossos dados.

Os mecanismos responsáveis pela recuperação da atividade motora ainda

não estão elucidados, porém algumas pistas apontam para uma explicação destes

mecanismos. Alguns trabalhos demonstram que as catequinas melhoram a utilização

de gordura como fonte de energia em animais submetidos a exercício físico, levando

a uma melhor performance motora destes animais (MURASE et al., 2006). Além

disso, os flavonóides são apontados como inibidores da enzima COMT in vitro, a

enzima que degrada catecolaminas, elevando assim, os níveis de noradrenalina,

aumentando a estimulação do simpático e consequentemente o aumento do

metabolismo (BORCHARDT & HUBER, 1975; LU et al., 2003). A enzima COMT,

também é responsável pela degradação da dopamina. A dopamina é a responsável

pela regulação e controle dos movimentos através da via nigroestriatal, influenciando

os receptores dopaminérgicos pós-sinápticos expressos nos neurônios estriatais

(SMITH & VILLALBA, 2008). Na DP, como sabemos, esta via está prejudicada pela

deficiência de dopamina na SN. Um possível papel da catequina como inibidora da

COMT, atuaria na melhor performance motora dos animais submetidos à lesão pela

6-OHDA e consequentemente nos sintomas motores da DP.

Page 129: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

129

Um outro mecanismo que pode ser responsável pela melhor performance

locomotora dos animais, seria uma possível função das catequinas na liberação do

neurotransmissor glutamato em neurônios motores. Yu e cols (2010) viram que a

EGCG tem uma atividade protetora sobre os neurônios motores, modulando a

atividade de glutamato, que em excesso causa excitotoxidade neuronal, em um

modelo de esclerose amiotrófica lateral (ELA). Na DP, a perda de dopamina é

acompanhada por um distúrbio da neurotransmissão glutamatérgica corticoestriatal,

o que pode resultar num aumento da hiperatividade nas sinapses glutamatérgicas,

que seria altamente tóxico para os neurônios dopaminérgicos (MASSIE et al., 2010).

A catequina pode estar agindo como moduladora na função do glutamato,

diminuindo assim a excitotoxidade produzida por este neurotransmissor.

O modelo “hemiparkinsoniano” da 6-OHDA leva a uma assimetria motora

evidenciada após a administração de agonistas dopaminérgicos resultando em um

comportamento rotacional contralateral à lesão (BETARBET et al., 2002).. Este é o

clássico teste da apomorfina ou rotacional, primeiramente descrito por Ungerstedt

(1977), que proporciona a verificação de grandes lesões nigroestriatais (DEUMENS

et al., 2002).

No presente trabalho, animais lesionados com a 6-OHDA exibiram um grande

número de rotações contralaterais à lesão. Este resultado está em concordância

com a literatura (METZ et al., 2004; SINGH et al., 2006; BALUCHNEJADMOJARAD

& ROGHANI, 2006; RIZELIO et al., 2010; YU et al., 2010) que demonstra que

lesões extensas promovidas pela 6-OHDA acarretam este tipo de comportamento

durante a realização do teste. O agonista dopaminérgico apomorfina induz rotações

contralaterais ao lado lesionado, porque estimula o lado do corpo estriado que se

encontra desnervado, apresenteando uma up regulation dos receptores D2. Esse

fenômeno ocorre somente após uma grande perda de neurônios dopaminérgicos

(UNGERSTEDT, 1971; DEUMENS et al., 2002).

A catequina nas duas doses testadas foi capaz de reverter significativamente

Page 130: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

130

o dano motor promovido pela 6-OHDA no teste da apomorfina. Em um modelo com a

6-OHDA, a EGCG reverteu os déficits motores promovidos pela 6-OHDA no teste da

apomorfina (BALUCHNEJADMOJARAD & ROGHANI, 2006). A catequina

provavelmente atua através dos mesmos mecanismos neuroprotetores da EGCG.

Estudos realizados tanto com extratos do chá verde, quanto com a EGCG in vivo

(LEVITES et al., 2001), relatam a potente atividade destas substâncias em prevenir a

perda de dopamina estriatal e na SN de camundongos. Um dos possíveis

mecanismos pelo qual estes compostos atuam contra as neurotoxinas experimentais

envolveria os seus grupamentos químicos do tipo catecol, que são potentes

antioxidantes e quelantes do íon metálico ferro (GUBINA et al., 1998; GRUNBLATT

et al., 1999; GRUNBLATT et al.,2001; KANG et al., 2010). Além disso, a EGCG em

baixas doses inibiu a atividade da enzima catecol O-metiltransferase (COMT) em

homogenatos de fígado de rato (LU et al., 2003). Sabe-se que a dopamina é um

substrato para a COMT, consequentemente, a inibição desta enzima levaria a uma

maior disponibilidade de dopamina no cérebro, como foi comentado anteriormente.

Um exemplo disto é o uso de inibidores da COMT (entocapone e tolcapone) no

tratamento da DP (WEINREB et al, 2009).

O acúmulo de ferro está implicado em várias patologias neurodegenerativas.

Relata-se que o ferro se acumula em neurônios e microglias da SN de pacientes da

DP (RIEDERER & YOUDIM, 1990; ZECCA et al., 2001). O ferro pode induzir a

excerbação do estresse oxidativo em doenças no cérebro (DESPORT et al., 2002),

porque participa da reação de Fenton que continuamente produz EROs. Substâncias

quelantes de ferro têm demonstrado neuroproteção tanto in vivo quanto in vitro, pois

podem remover o ferro livre prevenindo o estresse oxidativo e consequentemente a

geração de radicais OH• (GOSH et al., 2010). As propriedades quelantes da EGCG

e de outras catequinas na neuroproteção têm sido reconhecidas pela observação de

que tanto MPTP, quanto 6-OHDA aumentaram significativamente os níveis de ferro

na SNpc em camundongos, ratos e macacos (MONTEIRO & WINTERBOURN ,1989;

TEMLETT et al., 1994). Em ratos tratados com MPTP, Mandel e cols. (2004)

mostraram que a EGCG preveniu o acúmulo de ferro na SNpc. Essa propriedade

das catequinas vem sendo pesquisada no tratamento de doenças como a talassemia

onde devido a transfusões de sangue, há uma carga excessiva de ferro (SAEWONG

Page 131: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

131

et al., 2010). Raza e cols. (2006) viram que as catequinas em baixas concentrações

podem inibir parcialmente a reação de Fenton, porém, altas concentrações destas

mesmas catequinas podem ser pro-oxidantes.

A memória operacional ou de trabalho pode ser definida como uma memória

de curta duração para estímulos ou localizações espaciais. Há um armazenamento

de uma informação temporária que será utilizada para o planejamento de uma ação

futura (DUDCHENKO, 2004). Segundo Brioni (1993), o septo medial e o hipocampo

parecem ter papel fundamental na memória operacional. Outros trabalhos sugerem

que a principal área funcional cerebral relacionada à memória operacional é o córtex

pré-frontal (BADDELEY, 1986, GOLDMANN-RAKIC et al., 1990, DUJARDIN &

LAURENT, 2003).

Pacientes com DP têm a memória de trabalho e espacial prejudicada (OWEN,

2004). Segundo Stebbins (1999), a redução da atividade dopaminérgica no estriado

e no lobo frontal pode levar a déficits de memória operacional. Em animais, existem

vários testes usados para avaliar a memória de trabalho. A alternação entre os

braços de um labirinto após um curto prazo tem sido proposto como modelo de

memória de trabalho (LALONDE, 2002).

Observou-se neste trabalho que no teste do Y-maze, os animais que sofreram

a lesão com a 6-OHDA, tiveram a sua memória operacional prejudicada. Estes

dados estão em conformidade com trabalhos que demonstraram que a 6-OHDA,

provavelmente por aumentar o estresse oxidativo, é capaz de promover danos na

memória operacional similares aos danos característicos da DP (HEFCO et al.,

2003; HRITCU & NABESHIMA., 2008; PEREZ et al., 2009).

A catequina nas duas doses, conseguiu prevenir significativamente estes

danos na memória operacional promovidos pela 6-OHDA, provavelmente devido às

suas propriedades antioxidantes. Trabalhos com catequinas do chá verde em

modelos animais têm demonstrado que estas substâncias protegem a memória de

Page 132: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

132

déficits associados ao envelhecimento (UNNO et al., 2007; KISHIDO et al., 2007) e

também previnem danos associados a aprendizagem espacial (LI et al., 2009).

Os possíveis mecanismos pelos quais as catequinas protegem a memória são

muitos. Van Praag e cols. (2007) viram que a epicatequina melhorou a memória e

constataram um aumento da angiogênese no giro dentado do hipocampo, embora

não tenham sido constatado o surgimento de novas células hipocampais. Além

disso, no trabalho citado, a epicatequina em combinação com o exercício físico

aumentou a densidade de neurônios espinhais no giro dentado do hipocampo e

levou a uma up regulation da expressão de genes no tecido hipocampal. Um outro

trabalho mais recente relata que a administração oral de EGCG aumenta a

proliferação celular, diferenciação de neuroblastos e maturação neuronal na zona

subgranular do giro dentado de camundongos (YOO et al., 2010).

A maioria dos trabalhos explora apenas as propriedades antioxidantes e

quelantes de metais das catequinas como responsáveis pela ação neuroprotetora

destes compostos, no entanto existem outros mecanismos moleculares que podem

estar implicados. A habilidade da catequinas em alterar vias sinalizadoras pode

contribuir significativamente para a sobrevivência celular (WEIREB et al., 2009).

Vários trabalhos tem demonstrado que a EGCG atua na ativação da via proteína

quinase C (PKC) (KALFON et al., 2007; CHOU et al., 2007; MANDEL et al., 2008).

Alguns estudos in vitro têm demonstrado que a EGCG é capaz de inibir a

toxicidade induzida pelo glutamato em células de hipocampo de camundongos e

este efeito está associado à redução do acúmulo de EROs e à redução da atividade

transcripcional do NF-κB (FU & KOO, 2006; KANG et al., 2010). O glutamato, como

se sabe, é o principal aminoácido excitatório do SNC e desempenha papéis

importantes em vários processos fisiológicos, incluindo aprendizagem e memória

(ORREGO & VILLANUEVA, 1993). O número de astrócitos da região CA3 do

também foi diminuído pela ação do pré-tratamento com a EGCG, sugerindo que tal

composto possa exercer uma proteção in vivo contra o estresse oxidativo

Page 133: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

133

conjuntamente através da promoção da sobrevivência neuronal e da supressão da

ativação das células da glia (FU & KOO, 2006; KANG et al., 2010). Chao e cols

(2010) sugeriram que a EGCG aumenta a sobrevivência das células através da via

sinalizadora Akt, uma proteína quinase que é responsável pela inibição da apoptose

e down-regulation das proteínas envolvidas na cascata apoptótica.

Outro mecanismo de proteção exercido pelas catequinas seria pela

diminuição do glutamato induzido por Ca+2, o que foi visto em células da linhagem

PC12 (LEE et al., 2004). Já em um estudo com neurônios da SN, Jeong et al.,(2007)

mostraram que a EGCG aumentou a atividade elétrica destes neurônios, esta

atividade elétrica está diretamente relacionada à liberação de dopamina, neste

estudo houve atividade dos neurônios dopaminérgicos através da inibição das

correntes de potássio dependentes de cálcio pela EGCG e este tipo de ação

também pode ter contribuído para o efeito neuroprotetor da catequina visto no

nosso estudo.

As catequinas do chá verde têm sido objeto de estudo de vários autores que

têm relatado suas ações neuroprotetores não só na DP, mas também em outras

doenças neurodegenerativas (MANDEL et al., 2005; HAQUE et al., 2005;

RASOOLIJAZI et al., 2007; HAQUE et al., 2008). Lee e cols. (2009) estudando um

modelo de Doença de Alzheimer, viram que a EGCG preveniu o dano na memória de

animais através da inibição da via ERK/NF-κB .

Em relação à memória aversiva, o presente estudo constatou que a 6 -OHDA

promoveu danos significativos na memória aversiva de longa duração (memória

tardia), porém sem afetar a memória aversiva de curta duração. Corroborando com

estes dados, Fernadez Espejo (2003) demonstrou que lesões com a 6-OHDA no

córtex pré-frontal e núcleo accumbens afetam a memória aversiva de longa duração.

Outros autores (MITCHAM & THOMAS, 1972; ZIS et al.,1974; ECHAVARRIA-MAGE

et al., 1976) também demonstraram que lesões nigroestriatais prejudicam a

aquisição da memória de longa duração.

Page 134: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

134

Disfunções na memória são comuns em pacientes com a DP. Alguns estudos

sugerem que estes pacientes devem ter algum problema em vincular informações

armazenadas a longo prazo, o que é consistente com possíveis defeitos no córtex

entorrinal e hipocampo, regiões envolvidas na consolidação da memória (HELKALA

et al., 1988; PANEGYRES, 2004).

A depleção massiva de dopamina é reproduzida pelo modelo com a 6-OHDA,

onde os sintomas motores aparecem após uma perda de aproximadamente 70%

(DEUMENs, 2002). Jay (2003) demonstrou que a dopamina, parece ser uma das

chaves da regulação de certos estágios da aprendizagem e memória e da

plasticidade sináptica. O que foi reforçado por outros trabalhos que relatam o papel

dos receptores dopaminérgicos na amígdala basolateral e seu envolvimento nos

comportamentos de medo e ansiedade (ABE et al., 2009; DE LA MORA et al., 2010).

No presente estudo, os déficits encontrados na memória aversiva a longo prazo, são

provavelmente decorrentes da ação neurotóxica da 6-OHDA levando à depleção dos

neurônios dopaminérgicos e consequente falta de dopamina que é responsável por

alguns processos da memória e aprendizado.

A catequina na duas doses empregadas não foi capaz de prevenir o déficit de

memória aversiva produzido pela 6-OHDA. Um trabalho com a EGCG mostrou

déficits na memória aversiva em camundongos e atribui a este composto

propriedades amnésicas imitando drogas benzodiazepínicas. Vignes e cols. (2006)

sugerem que a EGCG modula a função do receptor de GABAA, levando a amnésia

anterógrada que é um efeito exercido pelo neurotransmissor GABA. Existe a

possibilidade de que a catequina também possua as mesmas propriedades da

EGCG, já que, as duas substâncias tem estruturas parecidas, justificando assim, a

inabilidade desta em proteger contra os danos de memória induzidos pela 6-OHDA.

Além de não ter protegido contra o déficit de memória induzido pela 6-OHDA,

a catequina na dose de 30mg/kg piorou a memória aversiva dos animais falso-

Page 135: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

135

operados. Uma explicação para este resultado seria um efeito negativo relacionado

à dose. Alguns trabalhos relatam que a catequina pode ter ação pró-oxidante sobre

certas condições (YEN et al., 1997; SHIN et al., 2007; SUH et al., 2010). A atividade

pró-oxidante pode acelerar o dano oxidativo ao DNA, proteínas e carboidratos in

vitro. Yin e cols. (2010) mostraram o efeito pró-oxidante da EGCG em neurônios

hipocampais e atribuiram a este efeito, um excesso de cálcio intracelular, ativação de

caspases, injúria mitocondrial e geração de EROs. O possível efeito pró -oxidante da

catequina parece ser dose-dependente, como demonstrado por Elbling e cols.

(2005) que relataram que alguns compostos polifenólicos podem ter seus

mecanismos de ação dependentes da concentração e associados ao grau de

desbalanço redox e tipo de célula. Chung e cols. (2007) também viram que a EGCG

em doses maiores (acima de 25 μM) não foi capaz de proteger células da linhagem

SH-SY5Y de neuroblastoma humano da citotoxicidade induzida pela rotenona e,

além disso, aumentou a toxicidade do pesticida. A toxidade da rotenona parece

envolver um aumento da apoptose e na produção intracelular do radical superóxido.

A tirosina hidroxilase (TH) tem provado ser um bom marcador para neurônios

que contêm catecolaminas e tem sido utilizada para proporcionar mapas de sistemas

contendo catecolaminas (CUELLO, 1978). No presente trabalho, a imunorreatividade

para TH, promoveu a diminuição da TH no corpo estriado e SN. Estes resultados

estão em concordância com a literatura (CHATURVEDI et al., 2006; KWON et al.,

2010; YOKOIAMA et al., 2010) que demonstram que a 6-OHDA é capaz de diminuir

a expressão de TH em neurônios dopaminérgicos.

A catequina nas duas doses testadas foi capaz de proteger os neurônios

dopaminérgicos contra a 6-OHDA, demonstrado pelo aumento da imunorreatividade

para TH na SN e corpo estriado. Este resultado está de acordo com estudos feitos

com a EGCG que preveniu a perda de TH induzida pelo MPTP em camundongos

(CHOI et al., 2002) e com extrato de catequinas do chá verde (GUO et al., 2007).

Mandel e cols. (2004) também observaram o aumento dos níveis de neurônios

imunorreativos a TH na SNpc de camundongos tratados com EGCG que sofreram

lesão nigroestriatal pelo MPTP.

Page 136: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

136

Os possíveis mecanismos envolvidos que explicam a neuroproteção das

catequinas contra toxicidade da 6-OHDA englobam ações antioxidantes, quelantes

de metais, inibição da enzima COMT, atividade antiinflamatória, estimulação da PKC

e outros fatores de transcrição gênica, bem como um efeito sobre a sobrevivência

celular (VAFEIADOU et al., 2007; MANDEL et al., 2008; ZHAO, 2009; WEIREB et al.,

2009). A atividade antiinflamatória das catequinas se deve à diminuição na

expressão de citocinas pró-inflamatórias e outro mediadores da inflamação

(MARUYAMA et al., 2010; SINGH et al., 2010; HIRAO et al., 2010). A ação

antiinflamatória das catequinas também é atribuída à inibição da enzima

ciclooxigenase 2 (COX-2). Hussein e cols. (2005) sugerem este mecanismo como

responsável por sua ação antitumoral. Foi demonstrado que além dos efeitos

antiinflamatórios, os polifenóis do chá verde têm a capacidade de inibir o bloqueio da

PKC. A PKC que é uma proteína transdutora de sinais intracelulares que se encontra

diminuída pelo efeito oxidante da 6-OHDA. A perda da PKC está implicada em outras

patologias resultantes de dano neuronal, como a isquemia e a privação de glicose. A

expressão da PKC está vinculada à preservação da sobrevivência celular e

formação e consolidação de diferentes tipos de memória. A ativação da proteína

quinase C pelas catequinas parece ser um dos muitos mecanismos neuroprotetores

que impedem a morte dos neurônios dopaminérgicos (LEVITES et al.,2002 ;KIM et

al.,2004; MANDEL et al., 2005; REZNICHENKO et al., 2005; KALFON et al., 2006).

Além disso, outros fatores de transcrição gênica parecem estar envolvidos na ação

das catequinas do chá verde, como as proteínas quinases ativadas por mitógenos

(MAPKs) que são ativadas pelas catequinas e genes pró-apoptóticos que têm a sua

expressão diminuída pela ação da catequina (MANDEL et al., 2005).

O transportador de dopamina (DAT) é uma proteína da membrana plasmática,

expressa exclusivamente em neurônios dopaminérgicos, que age sequestrando a

dopamina liberada na membrana sináptica, regulando assim a amplitude e a duração

da sinalização da dopamina (BANNON, 2005). Em mamíferos, o DAT está distribuído

principalmente em neurônios dopaminérgicos da SNpc, corpo estriado e núcleo

acumbens.. Na DP existe uma redução na densidade do DAT devido à perda dos

terminais dopaminérgicos (STORCH et al., 2004).

Page 137: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

137

No presente trabalho, foi demonstrado que a 6-OHDA promoveu uma

diminuição na imunorreatividade para o DAT, tanto no mesencéfalo, quanto no corpo

estriado. Vários trabalhos tem demonstrado a diminuição da expressão e na

imunorreatividade do DAT na SN e corpo estriado em animais que sofreram lesão

nigroestriatal tanto com a 6-OHDA, quanto com o MPTP (MURER et al., 1998;

MARIN et al., 2008; YOKOYAMA et al., 2008; XU et al., 2009; AFONSO-ORAMAS et

al.,2010). Estes resultados corroboram com trabalhos em estudos post mortem em

pacientes de DP, mostrando que neurônios dopaminérgicos que sobrevivem em

pacientes da DP exibem baixa expressão para o gene do DAT comparados a

indivíduos normais (BANNON, 2005). A diminuição da expressão do DAT é

considerado um achado esperado após lesões dopaminérgicas, já que ele é uma

conseqüência direta da perda de dopamina (AFONSO-ORAMAS et al., 2010).

A catequina nas duas doses conseguiu bloquear uma diminuição do DAT

induzido pela 6-OHDA. Um estudo com cultura de células dopaminérgicas

mesencefálicas, realizado por Pan e cols (2003), mostrou que os polifenóis do chá

verde parecem bloquear a captação da toxina MPP+ pelo DAT. Um outro trabalho

sugere que a EGCG exerce um efeito modulando a internalização do DAT, regulada

pela ativação da PKC (LI et al., 2006). Considerando que tanto o MPTP, quanto a 6-

OHDA são transportados para o neurônio dopaminérgico pelo DAT (UHL, 2003),

muito provavelmente as catequinas do chá verde também atuam inibindo o

transporte da 6-OHDA pelo DAT por estes mesmos mecanismos propostos acima.

Os resultados das análises bioquímicas do nosso estudo demonstraram que a

6-OHDA não promoveu um aumento significativo dos níveis de nitrito, SOD e ou

peroxidação lipídica induzido pela 6-OHDA, como esperado. Trabalhos com a 6-

OHDA reportam que a lesão nigroestriatal causa aumento nos níveis de nitrito

(SINGH et al., 2005; GUO et al., 2007), decréscimo nos níveis da SOD (AHMAD et

al., 2005; YU et al., 2010;) e aumento da peroxidação lipídica (AHMAD et al 2005;

GUO et al., 2007; KABUTO et al., 2007; KHAN et al., 2010).

Page 138: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

138

Em um trabalho realizado no nosso laboratório, Nobre Júnior e cols. (2003)

demonstraram que a catequina, in vitro, foi capaz de prevenir a morte de cultura

primárias de células mesencefálicas de rato induzida pela 6-OHDA, não diminuiu os

níveis de nitrito, mas foi capaz de inibir a peroxidação lipídica. Os mecanismos para

esta citoproteção estão apontados para a diminuição no estresse oxidativo e

quelação de ferro.

No presente trabalho, a catequina, por sua vez, alterou os níveis de nitrito.

Observamos um aumento nos níveis de nitrito no grupo experimental submetido à

lesão estriatal com a 6-OHDA e tratado com catequina na dose de 30mg. Ao que

parece, a catequina nesta dose, teve um efeito pró-oxidante sobre a formação de

nitrito. Este resultado está em concordância com alguns autores que atribuem aos

polifenóis do chá verde uma atividade pró-oxidante (SANG et al., 2005; SHIN et al.,

2007; LAMBERT & ELIAS., 2010).

Estudos em humanos relatam que altas doses de polifenóis do chá verde (600

-1800mg/dia) não causam efeitos adversos (CHOW et al., 2003; BERTUZZI et al.,

2006). No entanto existe um aumento de números de hepatotoxicidade associado ao

consumo de suplementos do chá verde (MAZZANTI et al., 2009). Em animais, como

já comentado, vários trabalhos sugerem um efeito pró-oxidante das catequinas

relacionado ao aumento da dose (CHUNG et al., 2007; YEN et al., 1997; SHIN et al.,

2007; TIAN et al., 2007; SUH et al., 2010). Efeitos pró-oxidantes destes compostos

são apontados também como responsáveis pelas propriedades anticancerígenas e

indutoras da apoptose e estão relacionados à presença de íons ferro-cobre e

aumento de caspases e fatores de transcrição associados à apoptose (AZAM et al.,

2004; LEE et al., 2010).

Uma das primeiras mudanças bioquímicas observadas nos pacientes da DP é

o decréscimo nos níveis da GSH. O GSH é o mais importante componente das

defesas antioxidantes celulares (Dickinson et al., 2002). Em geral, a SN é uma das

estruturas onde o GSH se encontra em níveis mais baixos e na DP os níveis de GSH

Page 139: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

139

sofrem um decréscimo maior (Barath et al., 2002). Níveis baixos de GSH levam a um

aumento do estresse oxidativo, disfunção mitocondrial e consequentemente morte

celular (Jha et al., 2000).

No nosso estudo, a toxicidade da 6-OHDA promoveu um decréscimo nos

níveis de GSH em tecido mesencefálico, corroborando com os dados da literatura

(GARCÍA et al., 2000; AHMAD et al 2005; CHENG et al., 2009; KHAN et al., 2010;

YU et al., 2010). A 6-OHDA é apontada como responsável pelo aumento do estresse

oxidativo, especificamente por promover a produção de radicais superóxido, H2O2,

hidroxil e quinonas, através da sua ação inibitória sobre a cadeia respiratória

mitocondrial (EMBORG, 2004).

A catequina, nas duas doses propostas, aumentou significativamente os

níveis de GSH, revertendo o efeito neurotóxico induzido pela 6-OHDA. Estes efeitos

da catequina provavelmente ocorreram devido às suas propriedades antioxidantes já

descritas no nosso trabalho (WEINREB et al., 2009). O tripeptídeo glutationa possui

importantes funções antioxidantes como cofator em reações de isomerização, na

proliferação celular, regulação da apoptose, defesa celular contra EROs e interação

com outros mecanismos antioxidantes não-enzimáticos (DRINGEN, 2000; FORMAN

et al., 2009). A restauração dos níveis normais de glutationa no cérebro é

considerada uma chave importante na terapêutica da DP e a catequina pode ser

candidata ao tratamento adjuvantes da doença por este motivo.

O presente trabalho mostrou que a injeção unilateral de 6-OHDA no corpo

estriado causou uma diminuição significativa nas concentrações de dopamina (DA),

noradrenalina (NE), serotonina (5-HT) e DOPAC no mesencéfalo. Apesar da 6-

OHDA ter sido injetada no corpo estriado, a lesão atingiu o mesencéfalo

retrogradamente, depletando as monoaminas que se encontram em grande

quantidade na SN (local onde são sintetizadas). As lesões estriatais pela 6 -OHDA

têm demonstrado induzir neurodegeneração retrógrada dos neurônios da SN, que

são progressivas nas primeiras semanas da lesão (BERGER et al., 1991; CADET et

Page 140: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

140

al., 1991; LEE et al., 1996; BLANDINI et al., 2008). Além da perda massiva de DA,

são descritas alterações em outros neurotransmissores, o que inclui alterações nos

níveis de 5-HT no corpo estriado e SN e redução do conteúdo de NA na SN

(READER & DEWAR, 1999). Um estudo realizado pelo nosso grupo também

constatou a que a 6-OHDA causou perda significativa de catecolaminas em tecido

estriatal (AGUIAR et al.,2006).

A catequina nas duas doses estudadas conseguiu diminuir significativamente

a perda de DA e NA no mesencéfalo induzida pela 6-OHDA. Um trabalho realizado a

EGCG, demonstrou a prevenção da perda de DA em animais submetidos à lesão

nigroestriatal pelo MPTP promovido por esta catequina (LEVITES et al., 2001). No

presente estudo, a catequina não foi capaz de reverter a perda de 5-HT induzida

pela 6-OHDA. Ao longo do nosso estudo, pudemos constatar que a catequina parece

ter exercido uma ação pró-oxidante, em doses maiores, como já comentado e

relatado por vários autores e que parece estar relacionado a uma maior

concentração do composto (YEN et al., 1997; CHUNG et al., 2007; SHIN et al., 2007;

SUH et al., 2010; YIN et al., 2010).

A catequina demonstrou, através do nosso estudo, exercer uma ação

neuroprotetora no modelo experimental de DP com a 6-OHDA, estes efeitos foram

evidenciados pela melhor performance dos animais no comportamento motor, na

memória de trabalho, diminuição da morte neuronal e aumento nos níveis de GSH.

Dentre os nossos achados, pudemos constatar que doses maiores deste polifenol

podem ser pró-oxidantes, acentuando o efeito tóxico da 6-OHDA, portanto, é

importante evitar doses maiores deste composto numa terapia para a DP.

2. Efeito do Estresse de Imobilização subcrônico sobre a lesão estriatal com 6-OHDA em ratos.

Segundo Chacot (1878), o estresse foi uma das primeiras causas propostas

para a DP. Foi proposto que tanto o estresse agudo, quanto o crônico podem levar

Page 141: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

141

ao rápido aparecimeto da doença ou piorar os sintomas motores desta (SMITH et al.,

2008). Alguns autores sugerem que o estresse psicológico e social pode levar ao

surgimento de outras doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer

(HASEGAWA, 2007; BISSETE, 2009). O estresse repetido está associado a

alteração de uma série de comportamentos e é capaz de mudar a fisiologia, sistema

imune, sistema endócrino, além de levar a doenças como diabetes, aterosclerose,

câncer e depressão (BUYNITSKY & MOSTOFSKY, 2009). Com base nestas

observações, decidimos estudar os efeitos do estresse sobre a DP no modelo

experimental com a 6-OHDA.

No presente estudo, utilizamos o estresse de imobilização (restraint stress),

onde ratos foram imobilizados em tubos plásticos diariamente durante seis horas por

11 dias (Luine et al., 1994). O estresse de restrição (imobilização) possui elementos

psicogênicos nele que não promovem sofrimento físico, mas de forma diferente, um

estressor puramente psicogênico, a restrição envolve um componente físico que

limita a resposta/estilo de defensiva do animal (McIntyre et al., 1999).

Um parâmetro importante utilizado para avaliar os efeitos do estresse é o

peso corporal. Considerando que a requisição de energia, consumo de alimentos e

processos metabólicos são mediados pelos glicocorticóides, a exposição crônica ao

estresse está relacionada a mudanças no peso corporal, tais como a perda de peso

(MARTI et al., 1994). No nosso modelo experimental, o grupo estressado apresentou

uma diminuição do ganho de peso significativa em relação aos outros grupos

testados. Naert e col.(2010) estudando os efeitos adaptativos do estresse,

observaram que após 5 dias de estresse de imobilização crônico houve um

decréscimo significativo do ganho de peso dos animais. Outros trabalhos também

demonstram esse mesmo efeito (CHEN et al., 2008; MCLAUGHLIN et al., 2009). A

redução no ganho de peso associada ao estresse está relacionada, pelo menos em

parte, pela anorexia (MARIN et al., 2007).

Paradoxalmente, o grupo submetido ao estresse que sofreu a lesão estriatal,

Page 142: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

142

não apresentou uma diminuição significativa no ganho de peso. A associação

estresse e 6-OHDA, de alguma forma, teve um efeito fisiológico positivo sobre este

parâmetro, mas os mecanismos envolvidos são desconhecidos. Também observou-

se que animais que sofreram a lesão pela 6-OHDA, que não foram submetidos ao

estresse, não demonstraram diminuição no ganho de peso.

No teste do campo aberto, os animais falso-operados submetidos ao estresse

de imobilização tiveram um pior desempenho no comportamento exploratório

vertical. Este achado confirma resultados de outros trabalhos com estresse de

imobilização e campo aberto que sugerem que o estresse diminui a atividade

locomotora devido às inúmeras mudanças no comportamento, função autonômica e

secreção hormonal, além de induzir a depressão tanto em humanos quanto em

animais (KAUR et al., 2010; NADE & YADAV, 2010; CHEN et al., 2010).

Animais que sofreram a lesão com a 6-OHDA e que foram submetidos ao

estresse de imobilização tiveram uma melhor performance tanto no comportamento

exploratório vertical, quanto no horizontal. Smith e cols. (2008), estudando o efeito

do estresse crônico no parkinsonismo em ratas fêmeas da linhagem Long-Evans,

obtiveram uma diminuição nestes mesmos parâmetros testados. De maneira

contraditória, no presente trabalho, o estresse de imobilização parece ter induzido

uma melhor performance nestes testes motores.

O estresse de imobilização subcrônico em associação com a 6 -OHDA não

modificou significativamente o número de rotações induzidas pela apomorfina, não

demonstrando um efeito protetor motor na DP. Estes dados são corroborados por um

estudo realizado por Smith e cols (2008) que também avaliou os efeitos da

associação estresse e DP, e que embora os dados mostrados neste trabalho

sugiram um efeito negativo do estresse na progressão da doença, no nosso

trabalho, não evidenciamos uma piora motora.

Page 143: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

143

O estresse social crônico é um dos fatores mais importantes responsáveis

pelo desencadeamento e/ou progressão de desordens depressivas e de ansiedade

em seres humanos (ST-JEAN-TRUDEL et al., 2009; FAGRING et al., 2008; CLOW &

HAMER, 2010). A DP frequentemente está associada à depressão (MAYEUX,1990).

Existe uma associação positiva entre depressão e subseqüente risco de DP

(SCHUURMANN et al., 2002). Por isso, também investigamos um efeito depressivo

da associação do parkinsonismo com o estresse de imobilização subcrônico.

O teste do nado forçado é realizado no intuito de pesquisar novos tratamentos

antidepressivos (PORSOLT, 1979). Ratos e camundongos são forçados a nadar em

um espaço restrito. Um tempo de imobilidade maior está correlacionado com o

comportamento depressivo. No presente trabalho, o modelo de Porsolt (1978) foi

empregado com o objetivo de verificar o comportamento depressivo nos animais

experimentais.

Os animais do grupo estresse apresentaram um comportamento depressivo.

Alguns estudos relatam que o estresse de imobilização é considerado um dos mais

severos estressores que implicam em estresse emocional (VALLÈS et al. 2004).

Estes resultados estão de acordo com a literatura (CANCELA et al., 1991; MOLINA

et al., 1994; ULLOA et al., 2010), que demonstra que o estresse crônico repetido

está associado com o desenvolvimento de manifestações da depressão.

Os animais parkinsonianos não se apresentavam deprimidos, de maneira

diferente daqueles submetidos ao estresse subcrônico. Ao contrário deste resultado

com a 6-OHDA, alguns trabalhos demonstram que a neurotoxina é capaz de induzir

um comportamento depressivo nos animais (TADAIESKY et al., 2008; SANTIAGO et

al., 2010). Estes autores sugerem que este achado ocorre devido à depleção de 5-

HT e de outras catecolaminas pela 6-OHDA. A etiologia da depressão na DP é

complexa e pode resultar da mudança nos níveis 5 -HT relacionada à deficiência

dopaminérgica central associada aos sintomas da doença (MAYEUX,1990). A

dopamina é apontada como uma das monoaminas envolvidas na patofisiologia da

Page 144: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

144

depressão. Através da teoria monoaminérgica foi postulado que a depressão ocorre

devido à falta de monoaminas (5-HT, DA e NA) (DUNLOP & NEMEROFF, 2007). A

anedonia, uma condição que ocorre na depressão maior e que se caracteriza pela

perda da capacidade de sentir prazer, está relacionada a projeções dopaminégicas

no núcleo acumbens, sugerindo que o neurocircuito mesolímbico desempenha um

papel crucial na patogênese da depressão (STEIN, 2008).

Os animais parkinsonianos estressados apresentaram menor comportamento

depressivo do que os estressados sem a doença. Este resultado sugere que a lesão

induzida pela 6-OHDA pode levar a um pré-condicionamento dos animais, fazendo

com que haja menor efeito depressivo. O pré condicionamento é um fenômeno onde

baixas doses de um insulto nocivo protegem o cérebro de futuros insultos

(SHPARGEL et al., 2008). Os mecanismos moleculares responsáveis por este efeito

envolvem sinalização através de moléculas anti-apoptóticas, aumento de fatores

neurotróficos, ativação do receptor NMDA, alteração de fatores de transcrição dentre

outros (MARINI et al., 2008; SHPARGEL et al., 2008).

O estresse de imobilização subcrônico não causou danos na memória

operacional. Vários trabalhos demonstram o efeito prejudicial do estresse na

memória de trabalho. Chen e colaboradores (2010) demonstraram déficits na

memória operacional em testes com Y-maze, em camundongos submetidos ao

estresse de imobilização crônico (6h/28dias). Kleen e cols (2006) também obtiveram

o mesmo resultado. Outros trabalhos relatam que o estresse induz danos na

memória operacional mediados pelo rompimento da regulação do eixo hipotalâmico-

hipofisário-adrenal (HPA) (LUINE et al., 1994; FILE, 1980; RIGHT et al., 2006;

REAGAN et al., 2008). No entanto, é importante salientar que os efeitos do estresse

estão relacionados à duração, intensidade e tipo de estressor. Luine e col.(1996)

demonstraram que ratos submetidos ao estresse de imobilização (6h/13d) tiveram

uma melhor performance no teste do labirinto radial, que envolve a memória de

referência e de trabalho. Os mecanismos apontados parecem envolver alterações

nos sistemas noradrenérgico, colinérgico, serotoninérgico e gabaérgico.

Page 145: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

145

O estresse biológico pode acarretar muito alterações neuroanatômicas e

neuroquímicas no sistema nervoso, no entanto, existem evidências de que certos

tipos de estresse podem facilitar o aprendizado (RADULOVIC, 1999). Os diferentes

efeitos do estresse no aprendizado (prejudicial versus benéfico) dependem de

algumas variáveis que incluem duração do estímulo, intensidade, número de

sessões, tipo de teste e gênero dos animais (SHORS & SERVATIUS, 1997; ADLARD

et al., 2010). McLaughlin e cols. (2007) sugerem que mudanças no comportamento

dos animais relacionadas ao estresse crônico podem ocorrer no período de 7-13

dias de estresse. O estresse de 21 dias/6h é considerado capaz de induzir danos na

memória espacial e retração na células CA3 do hipocampo (MAGARIÑOS &

MCEWEN, 1995; LUINE et al., 1996; MCLAUGHLIN et al.,2007; CONRAD et al.,

2010). O modelo de estresse utilizado no presente trabalho (11d/6h) não demonstrou

induzir danos na memória de trabalho provavelmente devido a menor duração e

intensidade do estressor.

O estresse é um forte modulador da memória. Em roedores, o estresse

moderado tem sido reportado como facilitador da memória, enquanto altos níveis de

estresse prejudicam a sua função (CORDERO & SANDI, 1998; DEL ARCO et al.,

2007; SANDI & PINELO-NAVA, 2007; SANDI et al., 1997; SELDEN et al., 1990). O

estresse aumenta a expressão do gene da noradrenalina nas enzimas que atuam na

sua síntese (Gavrilovic et al., 2009), sendo que o sistema noradrenérgico está

envolvido na consolidação da memória na amígdala (FERRY & MCGAUGH, 2000).

Outros neurotransmissores estão envolvidos na ativação da memória na amígdala,

como é o caso do GABA (MAKKAR et al., 2010).

No presente estudo, animais submetidos ao estresse de imobilização

subcrônico demonstraram um dano significativo na memória aversiva de longa

duração. Estes resultados estão em concordância com a litera tura. Nagata e cols

(2009) demonstraram que sessões de estresse de dez horas diárias por duas

semanas levaram a perda de memória tardia em camundongos, e esta perda é

atribuída ao aumento do estresse oxidativo cerebral e diminuição da neurogênese.

A associação entre a DP e o estresse ainda é um assunto pouco estudado.

Page 146: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

146

Snyder e cols. (1985) estudaram o efeito de vários estressores (exposição ao frio

severo, choques elétricos e privação de glicose) na doença de Parkinson, em um

modelo utilizando a 6-OHDA. Os resultados obtidos revelaram que estes estressores

em conjunto prejudicaram o comportamento motor destes animais. Um outro estudo

(WEIHMULLER et al., 1988) utilizando camundongos submetidos a lesão

nigrostriatal pelo MPTP revelou que o estresse agudo (natação na água gelada)

também piorou déficits motores nestes animais. O modelo de estresse utilizado no

presente estudo é um método menos severo que os utilizados por estes autores,

além de ser um modelo subcrônico, que induz um estresse fisiológico e físico, devido

a imobilidade.

No presente estudo, ratos com lesão estriatal pela 6-OHDA submetidos ao

estresse de imobilização diariamente por 11 dias, apresentaram uma melhora na

memória aversiva de longa duração quando comparados aos animais lesionados

pela 6-OHDA. Alguns trabalhos sugerem que o estresse de imobilização aumentaria

os níveis de dopamina no cérebro (ABERCROMBIE et al., 1989; KIM et al.,2005;

SWANSON et al.,2004), sustentando essa hipótese, a dopamina liberada pode, de

alguma maneira, estar atuando nos processos de formação de memória e

aprendizado, através dos receptores dopaminérgicos específicos (D1 e D2) (JAY,

2003; ABE et al., 2009; DE LA MORA et al., 2010), levando a uma melhor

performance destes animais na memória aversiva de longa duração, quando

submetidos ao teste da esquiva passiva.

O fato do estresse de imobilização em animais falso-operados induzir a

déficits na memória aversiva, enquanto que em animais lesionados com a 6-OHDA e

estressados apresentaram uma melhora na memória, é um fato intrigante. Keefe e

cols (1993) comprovaram que o estresse aumenta o efluxo de dopamina no corpo

estriado de animais submetidos a lesão pela 6-OHDA e este processo parece ser

iniciar através de aminoácidos excitatórios como glutamato e aspartato. Um outro

trabalho (ZIGMOND et al., 1998) acrescenta que o glutamato atua na síntese de

dopamina via receptores ionotrópicos no corpo estriado e na liberação de dopamina

através de receptores da SN, sob condições de estresse prolongado e/ ou

Page 147: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

147

degeneração de neurônios dopaminérgicos. Pode ser que o significado fisiológico

destes achados contraditórios resida no fato de que a associação estresse 6 -OHDA

acarrete uma liberação extra de dopamina em determinada fase da degeneração

nigroestriatal levando a mecanismos compensatórios apenas momentaneamente.

Uma outra explicação seria um possível efeito protetor do condicionamento ao

estresse. O estresse foi aplicado por 11 dias, neste tempo a lesão nigroestriatal

começou a progredir e provavelmente houve algum mecanismo adaptativo, através

de um pré-condicionamento ao estresse, levando a uma melhora nas respostas aos

estímulos fisiológicos, como já citado anteriormente, no teste do nado forçado

também ocorreu esta mesma resposta. Um outro exemplo disso seria o aumento do

ganho de peso no animais submetidos ao estresse e à lesão estriatal, diferente

daqueles animais que sofreram apenas estresse.

O estresse de imobilização subcrônico não alterou a imunorreatividade para

TH no mesencéfalo, quando comparado com o controle, mas o estresse associado à

lesão com a 6-OHDA, aparentemente melhorou o dano neuronal dopaminérgico.

Smith e cols (2008) demonstram que o estresse crônico não aumentou a perda de

TH no mesencéfalo de animais submetidos ao estresse de imobilização por 14 dias

e que sofreram lesão nigroestriatal pela 6-OHDA. Copeland (2005), estudando os

efeitos do estresse crônico, demonstrou que o estresse de 7 dias não alterou os

níveis de TH no corpo estriado.

Alguns trabalhos sugerem que o estresse de imobilização crônico e agudo

aumenta os níveis de TH em células catecolaminérgicas (RUSNÁK et al., 2001;

TÓTH et al., 2008). Dagnino-Subiabre e cols. (2006) relatam que o estresse de

imobilização crônico leva a perda significativa da expressão de TH, mas outros

discordam, Saban & Kvetnanský (2001), reportaram que a substância negra é

relativamente resistente aos efeitos do estresse.

No presente trabalho, foi demonstrado a 6-OHDA foi capaz de promover uma

diminuição na imunorreatividade para o DAT, tanto no mesencéfalo, quanto no corpo

Page 148: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

148

estriado. Vários trabalhos também demonstraram a diminuição do DAT na SN e

corpo estriado (MURER et al., 1998; MARIN et al., 2008; XU et al., 2009). Os

resultados também mostraram que o estresse de imobilização subcrônico, inibiu

discretamente esta perda de DAT. Os resultados da literatura são conflitantes com

relação ao DAT e estresse, um trabalho relata que o estresse crônico diminui os

níveis de DAT no corpo estriado, enquanto o estresse agudo aumenta (LUCAS,

2007). Copeland e cols (2005) observaram que o estresse de imobilizaçao crônico

aumenta a expressão do RNAm e o binding do DAT no mesencéfalo, e esse

aumento parece estar ligado a um mecanismo compensatório que tenta manter a

transmissão dopaminérgica a níveis normais, durante exposição ao estresse.

No presente trabalho, o estresse de imobilização subcrônico aumentou os

níveis de nitrito no corpo estriado direito (lesado), tanto nos animais falso-operados,

quando em animais lesionados pela 6-OHDA. Alguns autores tem demonstrado que

o estresse aumenta parâmetros bioquímicos como o nitrito, em tecidos cerebrais e

atribuem este incremento ao aumento no estresse oxidativo (Dhir et al., 2006;

Kumari et al., 2007; Kumar et al., 2010; Gulati et al., 2009).

O estresse não alterou atividade da SOD e nem a peroxidação lipídica. Um

estudo realizado por Akpinar e cols (2008) mostrou que o estresse de imobilização

crônico (1hora/21dias) aumenta os níveis cerebrais de TBARS, diminui a atividade

da catalase e SOD. Outros trabalhos relatam o aumento do estresse oxidativo

cerebral induzido pelo estresse de imobilização crônico (ABIDIN et al., 2004; SAHIN

& GÜMÜŞLÜ et al., 2007; CHAKRABORTI et al., 2010; BALK et al., 2010). Ao

contrário, destes trabalhos citados, o modelo de estresse empregado não parece ter

acentuado o estresse oxidativo, provavelmente pelo tipo de estresse (moderado e

subcrônico) empregado.

Numerosos estudos têm demonstrado que o estresse de imobilização agudo

ou crônico resulta em um desbalanço do status antioxidante, levando ao aumento do

estresse oxidativo, e dano aos tecidos (OISHI et al.,1999; 2001; ATIF et al., 2008;

Page 149: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

149

GULATI et al., 2009; GULATI et al., 2009; AKPINAR et al., 2008). No presente

estudo, o estresse de imobilização não alterou os níveis de GSH, o que está em

desacordo com alguns trabalhos da literatura que relatam que o estresse diminui os

níveis de GSH (SAHIN & GÜMÜSLÜ et al., 2007; ATIF et al., 2008; AKPINAR et al.,

2008; CHAKRABORTI et al., 2008. Um outro trabalho feito por Madrigal e cols

(2001) mostrou que o estresse de imobilizaçao subcrônico de 7 e 14 dias não

diminui os níveis de GSH, no entanto, na exposição ao estresse por um tempo mais

prolongado (21 dias) acarretou um decréscimo nos níveis de GSH.

Apesar do estresse não ter alterado os níveis de GSH, nos animais

parkinsonianos, o estresse de imobilização conseguiu reverter significativamente os

efeitos induzidos pela 6-OHDA. Este resultado, sugere que o estresse de

imobilização promoveu um pré-condicionamento, levando a uma melhora no dano

neuronal induzido pela lesão estriatal.

De uma maneira geral, a exposição de humanos ao estresse psicológico

crônico e de animais ao estresse de imobilização resulta em dano oxidativo, o que

acarreta mudanças na fisiologia. A ativação do eixo HPA tem sido a medida mais

utilizada para avaliar os efeitos do estresse (RABASA et al., 2010). Quando os

animais são expostos ao mesmo estressor por vários dias, existe uma redução na

resposta do eixo HPA e de outras variáveis fisiológicas devido a uma habituação

para com o estressor. Após 10 ou 14 dias de estresse, os níveis de ACTH e

corticosterona são similares aos controles, isto é, retornam a níveis normais devido

ao feedback negativo do hormônio sobre o eixo HPA (ISHIKAWA et al.,1995; KANT

et al.,1992). Essa redução na resposta parece estar relacionada à familiarização

com o estressor, eventualmente resultando na redução do impacto global do

estresse sobre o organismo (DE BOER et al., 1980; GRISSOM & BHATNAGAR,

2009).

Armario e cols (1990) e De Boer e cols (1980) relatam que a dosagem da

glicose plasmática é uma ferramenta importante para verificação de parâmetros

Page 150: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

150

como a intensidade e a habituação ao estresse. A exposição aguda ao estresse leva

a ativação do eixo HPA, que libera adrenalina e glicocorticóides da glândula adrenal,

o que consequentemente, leva a um aumento na liberação da glicose plasmática

(JACOBSON & SAPOLSKY, 1991). No nosso trabalho, não observamos alterações

na glicose em animais estressados, como esperado, já que depois de 11 dias,

provavelmente, existe uma habituação ao estresse (ARMARIO et al., 1990; RABASA

et al., 2010).

O presente estudo mostrou que a injeção estriatal de 6-OHDA promoveu uma

depleção de DA, NA, 5-HT e DOPAC no mesencéfalo destes animais, como já

comentado na primeira parte desta discussão. O estresse de imobilização de 11

dias/6horas levou a uma depleção significativa de DA e DOPAC no mesencéfalo de

animais controles e não protegeu contra a diminuição induzida pela 6-OHDA.

Imperato e cols. (1993) demonstraram que inicialmente o estresse aumenta os níveis

de DA, mas com repetidas sessões do mesmo estressor, há uma inibição dos

neurônios dopaminérgicos causado pelo surgimento da depressão, que é

consequência do estresse. Outros autores demonstraram que o estresse crônico

diminuiu os níveis de DA. Rasheed & Ahmad e cols. (2010) observaram que vários

tipos de estressores durante 7 dias, diminuíram as concentrações de DA no corpo

estriado. Além disso, Rasheed e cols. relatam um aumento na expressão do receptor

D1 no corpo estriado sob estas condições. O receptor D1 predomina na via direta do

sistema nigroestriatal e facilita o movimento, na DP esta via está prejudicada.

Possivelmente um aumento na expressão do receptor D1 explique uma melhor

performance em alguns testes de animais (crossing e memória aversiva) que

sofreram a lesão estriatal e foram submetidos ao estresse.

O estresse de imobilização subcrônico causou um aumento nos níveis de

noradrenalina nos grupos falso-operado e lesionado pela 6-OHDA. Este resultado é

corroborado por outros autores que viram que o estresse crônico aumenta os níveis

de noradrenalina (ANOKHINA et al., 1985; ADELL et al., 1989; PAVCOVICH et al.,

1990). Como já comentado, o estresse aumenta a expressão do gene da

noradrenalina nas enzimas que atuam na sua síntese (GAVRILOVIC et al., 2009).

Page 151: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

151

Provavelmente este mecanismo está implicado no aumento da NA nos animais q ue

sofreram estresse subcrônico. O estresse protegeu da perda de 5-HT induzida pela

lesão estriatal pela 6-OHDA. Essa depleção de serotonina não está provavelmente

relacionada ao estado depressivo dos animais, verificado através do teste do nado

forçado, mas a depleção de dopamina está possivelmente envolvida na gênese da

depressão.

A depressão clínica está associada à deficiência na função normal das

monoaminas centrais (BONHOMME & ESPOSITO, 1998) e parece resultar em parte

do decréscimo na atividade do sistema serotoninérgico. O sistema serotoninérgico

tem sido amplamente investigado como um elemento chave na patofisiologia da

depressão e como mediador na ação terapêutica de antidepressivos (ALBERT &

LEMONDE, 2004). Não existe somente alteração nos níveis de serotonina, mas

também na expressão de receptores dopaminérgicos. Além disso, inúmeras

evidências favorecem a hipótese de que a neurotransmissão serotoninérgica seja

sensível a diferentes estresses e que esteja envolvida com os processos de

adaptação a eventos aversivos. De acordo com esta teoria, a depressão estaria

relacionada a uma falha na capacidade de adaptação dos receptores 5-HT1A à

exposição crônica a eventos aversivos e, indiretamente, ao excesso de

neurotransmissão mediada pelos receptores 5-HT2A. (DEAKIN & GRAEFF, 1991).

Por um outro lado, a dopamina também parece exercer um papel importante na

patofisiologia da depressão, estando associada ao aparecimento de sintomas como

a anedonia (Stein, 2008). Uma prova disto é que no presente trabalho, os animais

submetidos ao estresse de imobilização demonstraram uma grande depleção de

dopamina, mesmo sem terem sofrido a lesão estriatal pela 6-OHDA.

Nos animais submetidos à lesão nigroestriatal pela 6-OHDA houve uma

grande depleção de 5-HT no mesencéfalo, bem maior que a depleção promovida

pelo estresse de imobilização, no entanto estes animais não se encontravam em

estado depressivo. Este resultado pode ser explicado pelo fato de que a depleção de

5-HT ocorreu devido à lesão e não acarretada pelo estresse de imobilização. A lesão

pela 6-OHDA se mantém restrita ao sistema nigroestriatal, enquanto que o estresse

Page 152: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

152

promove mudanças no sistema serotoninérgico que envolve áreas cerebrais mais

específicas nos roedores, como o hipocampo, núcleo accumbens, amígdala, córtex

pré-frontal e estruturas límbicas (CELADA et al., 2004.; FINK & GÖTHERT, 2007;

SAVITZ et al., 2009; SCHOLL et al., 2010).

Nos gânglios da base, a SN é a região com mais densa inervação de

neurônios serotoninérgicos, principalmente de receptores do tipo 5-HT2C (FOX &

BROTCHIE, 2000). Receptores 5-HT2C são excitatórios e modulam a liberação de

DA pelo sistema nigroestriatal. Pacientes com DP exibem anormalidades nestes

receptores, bem como ratos submetidos à lesão intranigral pela 6 -OHDA (FOX et al.,

1998). Possivelmente, um mecanismo fisiológico adaptativo relacionado ao estresse

e exercido pelos receptores 5-HT2C da SN esteja contribuindo para que os níveis de

serotonina no mesencéfalo não tenham decaído muito nos animais sob o efeito do

estresse de imobilização, que sofreram a lesão estriatal em comparação aos que

sofreram apenas a lesão estriatal. Este mecanismo provavelmente atua melhorando

a transmissão dopaminérgica, já que estes animais evidenciaram uma recuperação

parcial do comportamento motor, diminuição na morte neuronal e aumento das

defesas antioxidantes.

O presente trabalho mostrou que o modelo de estresse de imobilização

subcrônico de 11d/6hrs não levou a uma piora no parkinsonismo experimental. Pelo

contrário, houve uma melhora nos sintomas. Os mecanismos para estes resultados

provavelmente envolvem uma melhora na via serotoninérgica e dopaminérgica, e

merecem ser investigados mais profundamente.

Page 153: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

153

VII. CONCLUSÃO

A catequina, um flavonóide encontrado na Camelia sinensis, demonstrou,

através do nosso estudo, exercer uma ação neuroprotetora no modelo experimental

de DP com a 6-OHDA, estes efeitos foram evidenciados pela melhor performance dos

animais no comportamento motor, na memória de trabalho, diminuição da morte

neuronal e aumento nos níveis de GSH. Dentre os nossos achados, pudemos

constatar que doses maiores deste polifenol podem ser pró-oxidantes, acentuando o

efeito tóxico da 6-OHDA, portanto, é importante evitar doses maiores deste composto

numa terapia para a DP.

O modelo de estresse de imobilização subcrônico de 11d/6hrs não levou a uma

piora no parkinsonismo experimental como poderíamos supor. Pelo contrário, houve

uma melhora nos sintomas motores. O estresse de imobilização também reverteu

parcialmente a morte neuronal no corpo estriado e mesencéfalo nos animais

parkinsonianos. Houve um aumento nos níveis de GSH no tecido mesencefálico,

demonstrando um efeito neuroprotetor sobre este tecido. O estresse de imobilização

não protegeu da diminuição das concentrações de dopamina e DOPAC, mas levou a

um aumento nos níveis de noradrenalina e serotonina no mesencéfalo. A explicação

para estes achados provavelmente envolvem uma melhora nas vias serotoninérgica e

dopaminérgica, o que leva a uma melhora nos sintomas motores.

Os resultados do presente trabalho demonstram que tanto a catequina, quanto

estresse de imobilização foram neuroprotetores neste modelo experimental da DP.

Page 154: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

154

REFERÊNCIAS

AAN HET ROT, M.; MATHEW, S.J.; CHARNEY, D.S. Neurobiological mechanisms in

major depressive disorder. CMAJ, v.180, n.3, p. 305-313. Feb 3,2009. Review.

ABE, K.; FUJIMOTO, T.; AKAISHI, T.; MISAWA, M. Basolateral amygdala D1- and

D2-dopaminergic system promotes the formation of long-term potentiation in the

dentate gyrus of anesthetized rats. Prog Neuropsychopharmacol Biol

Psychiatry. , v.33, n.3, p.552-556. Apr. 2009.

ABERCROMBIE, E.D.; KEEFE, K.A.; DI FRISCHIA, D.S. ;ZIGMOND, M.J.

Differential effect of stress on in vivo dopaminere lease in striatum, nucleus

accumbens ,and medialf rontal cortex. J Neurochem; v.52, p.1655–1658. 1989.

ABIB, R.T.; QUINCOZES-SANTOS, A.; ZANOTTO, C.; ZEIDÁN-CHULIÁ, F.;

LUNARDI, P.S.; GONÇALVES, C.A.; GOTTFRIED, C. Genoprotective effects of the

green tea-derived polyphenol/epicatechin gallate in C6 astroglial cells. J Med Food.,

v.13, n.5, p.1111-1115. Oct. 2010.

ABIDIN, I.; YARGIÇOGLU, P.; AGAR, A.; GÜMÜSLÜ. S.; AYDIN, S.; OZTÜRK, O.;

SAHIN, E. The effect of chronic restraint stress on spatial learning and memory:

relation to oxidant stress. Int J Neurosci., v.114, n. 5, p.683-699. Maio. 2004.

ADELL, A.; GARCÍA-MARQUEZ, C.; ARMARIO, A.; GELPÍ, E. Chronic administration

of clomipramine prevents the increase in serotonin and noradrenaline induced by

chronic stress. Psychopharmacology (Berl)., v.99, n.1, p.22-26. 1989.

ADJENE, J.O ; ABUDU, I.E. Effects of Phyllantus amarus administration on the open

field locomotor activities in adult Wistar rats. International Journal of Biomedical

and Health Sciences., v. 5, n. 3,p. 125-132. Set, 2009.

ADLARD, P.A.; ENGESSER-CESAR, C.; COTMAN, C.W. Mild stress facilitates

learning and exercise improves retention in aged mice. Exp Gerontol. Oct. 2010 .

Page 155: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

155

AFONSO-ORAMAS, D.; CRUZ-MUROS, I.; BARROSO-CHINEA, P.; DE LA ROSA,

D.Á.;CASTRO-HERNÁNDEZ ,J.; SALAS-HERNÁNDEZ, J.; GIRÁLDEZ ,T.;

GONZÁLEZ-HERNÁNDEZ, T. The dopamine transporter is differentially regulated

after dopaminergic lesion. Neurobiol Dis., v. 40, n.3, p.518-30. Dez, 2010.

AGUIAR, L.M.; NOBRE, H.V. JR.; MACÊDO, D.S.; OLIVEIRA, A.A.; FREITAS, R.M.;

VASCONCELOS, S.M.; CUNHA, G.M.; SOUSA, F.C.; VIANA, G.S. Neuroprotective

effects of caffeine in the model of 6-hydroxydopamine lesion in rats. Pharmacol

Biochem Behav., v. 84, n.3.p.415-419. 2006.

AHMAD, A.; RASHEED N, BANU N, PALIT G. Alterations in monoamine levels and

oxidative systems in frontal cortex, striatum, and hippocampus of the rat brain during

chronic unpredictable stress. Stress. , v.13, n.4, p.355-364. Jul. 2010.

AHMAD, M.; SALEEM, S.; AHMAD, A.S.; YOUSUF, S.; ANSARI, M.A.; KHAN, M.B.;

ISHRAT, T.; CHATURVEDI, R.K.; AGRAWAL, A.K.; ISLAM, F. Ginkgo biloba affords

dose-dependent protection against 6-hydroxydopamine-induced parkinsonism in rats:

neurobehavioural, neurochemical and immunohistochemical evidences. J

Neurochem., v.93, n.1, p.94-104. Abril. 2005.

AKPINAR, D.; YARGIÇOĞLU, P.; DERIN, N.; ALICIGÜZEL, Y.; AĞAR, A. The effect

of lipoic acid on antioxidant status and lipid peroxidation in rats exposed to chronic

restraint stress. Physiol Res., v.57, n.6, p.893-901. 2008.

ANOKHINA, I.P,; IUMATOV, E.A.; IVANOVA, T.M.; SKOTSELIAS, IU.G.

Concentration of biogenic amines in different brain structures of the rat adapted to

chronic emotional stress. Zh Vyssh Nerv Deiat Im I P Pavlova., v.35, p.2, p.348-

353. 1985.

ARMARIO, A.; MARTI, J.; GIL, M. The serum glucose response to acute stress is

sensitive to the intensity of the stressor and to habituation.

Psychoneuroendocrinology. ,v.15, n.5-6, p.341- 347. 1990.

ARTS, I. C., HOLLMAN, P. C. H., AND KROMHOUT, D. Chocolate as a source of tea

flavonoids. Lancet, v.354,p. 488, 1999.

Page 156: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

156

ASSUNCAO, M.; SANTOS-MARQUES, M.J.; CARVALHO, F.; LUKOYANOV, N.V.;

ANDRADE, J.P. (in press). Chronic green tea consumption prevents age-related

changes in rat hippocampal formation. Neurobiol. Aging.2010.

ATIF, F.; YOUSUF, S.; AGRAWAL, S.K. Restraint stress-induced oxidative damage

and its amelioration with selenium. Eur J Pharmacol., v.600, n.1-3, p.59-63. 2008.

14 dec. 2008.

ATWOOD, C. S., OBRENOVICH, M. E., LIU, T., CHAN, H. ET AL., Brain Res.Rev.,

v.43, p.1–16. 2003.

AZAM, S.; HADI, N.; KHAN, N.U.; HADI, S.M. Prooxidant property of green tea

polyphenols epicatechin and epigallocatechin-3-gallate: implications for anticancer

properties. Toxicol In Vitro., v.18, n.5, p.555-561. Oct. 2004.

BADDELEY, A. Working memory. Oxford University Press, Oxford, 1986.

BAINS, J.S., SHAW, C.A. Neurodegenerative disorders in humans: the role of

glutathione in oxidative stress-mediated neuronal death. Brain Res Ver., v.25, p.335-

358. 1997.

BALDERESCHI. M; DI CARLO, A.; ROCCA, W.A.; VANNI, P.; MAGGI,

S.; PERISSINOTTO, E. GRIGOLETTO, F.; AMADUCCI, L.; INZITARI, D. Parkinson's

disease and parkinsonism in a longitudinal study: two-fold higher incidence in men.

ILSA Working Group. Italian Longitudinal Study on Aging Neurology., p.55,

p.1358–1363. 2000.

BALENTINE, D. A. Manufacturing and chemistry of tea. In: HUANG, M. et al.

Phenolic compounds in food and their effects on health I: analysis, occurrence, &

chemistry. Washington: American Chemical Society , v.338, p.102-117.1992.

Page 157: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

157

BALK, R. DE S.; BRIDI, J.C.; PORTELLA, R. DE L.; CARVALHO, N.R.

DOBRACHINSKI, F.; DA SILVA. M.H; AMARAL, G.P.; DIAS, G.R.; BARBOSA, N. DE

V.; SOARES, F.A. Clomipramine treatment and repeated restraint stress alter

parameters of oxidative stress in brain regions of male rats. Neurochem Res., v.35, n.11, p.1761-1770. Nov. 2010.

BALUCHNEJADMOJARAD, T. & ROGHANI, M. Green Tea Polyphenol

Epigallocatechin-3-Gallate Attenuates Behavioral Abnormality in Hemi-Parkinsonian

Rat. Iranian Biomedical Journal, v.10, n.4, p. 203-207. Out. 2006.

BANNON MJ. The dopamine transporter: role in neurotoxicity and human disease.

Toxicol Appl Pharmacol., v.204, n.3, p.355-360. Maio. 2005.

BHARATH, S.; HSU, M.; KAUR, D.; RAJAGOPALAN, S.; ANDERSEN, J.K.

Glutathione, iron and Parkinson's disease. Biochem Pharmacol., v.64, n.5-6,

p.1037-1048. Set. 2002.

BARTUS, R.T. Drugs to treat age-related neurodegenerative problems: the final

frontier of medical science? J Am Geriatr Soc., v.38, p.680 –695. 1990.

BEAL, M.F.; MATTHEWS, R.T.; TIELEMAN, A.; SHULTS, C.W. Coenzyme Q10

attenuates the 1-methyl-4-phenyl-1,2,3,tetrahydropyridine (MPTP) induced loss of

striatal dopamine and dopaminergic axons in aged mice. Brain Res., v.783, p.109–

114. 1998

BEAUCHAMP, C.; FRIDOVICH, I. Superoxide dismutase: improved assays and an

assay applicable to acrylamide gels. Anal Biochem., v.44, n.1, p.276-287.

Nov..1971.

BENAIM, M.E. Levodopa and arrhythmias. Br Med J. v.4, n.5831, p.50-51. 1972.

Page 158: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

158

BERGER, K.; PRZEDBORSKI, S.; CADET, J.L. Retrograde degeneration of

nigrostriatal neurons induced by intrastriatal 6-hydroxydopamine injection in rats.

Brain Res Bull., v.26, n.2, p.301-307. Feb, 1991.

BETARBET, R.; SHERER, T.B.; MACKENZIE, G.; GARCIA-OSUNA, M.; PANOV,

A.V.;GREENAMYRE, J.T. Chronic systemic pesticide exposure reproduces features

of Parkinson’s disease. Nat Neurosci., v.3, p.1301-1306. 2000.

BETARBET, R.; SHERER, T.B.; DI MONTE, D.A.; GREENAMYRE, J.T. Mechanistic

approaches to Parkinson's disease pathogenesis. Brain Pathol., v.12,n.4, p.499-510.

Out. 2002. Review.

BETTUZZI, S.; BRAUSI, M.; RIZZI, F.; CASTAGNETTI, G.; PERACCHIA, G.; CORTI,

A.. Chemoprevention of human prostate cancer by oral administration of green tea

catechins in volunteers with high-grade prostate intraepithelial neoplasia: a

preliminary report from a one-year proof-of-principle study. Cancer Res., v.66, n.

2,p.1234-1240. 15 Jan. 2006.

BISSETTE, G. Does Alzheimer's disease result from attempts at repair or protection

after transient stress? J Alzheimers Dis., v.18, n.2, p.371-380. 2009.

BJÖRKQVIST, K. Social defeat as a stressor in humans. Physiol Behav. v.73, n.3,

p.435-442. 2001.

BLANDINI, F.; ARMENTERO, M.T.; MARTIGNONI, E. The 6-hydroxydopamine

model: news from the past. Parkinsonism Relat Disord., v.14, n. 2, p.124-129.

2008.

BONHOMME, N.; ESPOSITO, E. Involvement of serotonin and dopamine in the

mechanism of action of novel antidepressant drugs: a review, J. Clin.

Psychopharmacol. v.18, p. 447–454. 1998.

Page 159: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

159

BORCHARDT, R.T.; HUBER, J.A. Catechol-O-methyltransferase. 5. Structure-activity

relationships for inhibition by flavonoids. J Med Chem, v.18, p.120–122. 1975.

BOWER, J.H.; MARAGANORE, D.M.; PETERSON, B.J. Head trauma preceding PD:

a case-control study. Neurology. v.60; p.1610-1615.

BRAAK, H.; DEL TREDICI, K.; RUB, U.; DE VOS, R.A.; JANSEN STEUR, E.N.;

BRAAK, E. Staging of brain pathology related to sporadic Parkinson’s disease.

Neurobiol Aging., v. 24, p.197–211. 2003.

BRAMBILLA, D.; MANCUSO, C.; SCUDERI, M. R.; BOSCO,P. ; CANTARELLA, G.;

LEMPEREUR, L.; BENEDETTO, G. D.; PEZZINO, S. & BERNARDINI, R. The role of

antioxidant supplement in immune system, neoplastic, and neurodegenerative

disorders: a point of view for an assessment of the risk/benefit profile. Nutrition

Journal, v.7, p.29. 2008.

BRIONI, J.D. Role of GABA during the multiple consolidation of memory Drug

Development Research, v. 28, n. 1, p. 3– 27. Jan.1993.

BÜELER, H. Impaired mitochondrial dynamics and function in the pathogenesis of

Parkinson's disease. Experimental Neurology., v.218, n. 2, p.235-246. 2009.

BUTTERFI ELD, D.; CASTEGNA, A.; POCERNICH, C.; DRAKE, J.; SCAPAGNINI,

G.; CALABRESE, V. Nutritional approaches to combat oxidative stress in Alzheimer’s

disease. J Nutr Biochem.; v.13, p. 444. 2002.

BUYNITSKY, T.; MOSTOFSKY, D.I. Restraint stress in biobehavioral research:

Recent developments. Neurosci Biobehav Rev., v.33, n.7, p.1089-1098. 2009.

CADET, J. L.; LAST, R.; KOSTIC, V.; PRZEDBORSKI, S.; AND JACKSON-

LEWIS, V. Long-term behavioral and biochemical effects of 6-hydroxydopamine

injections in rat caudate-putamen. Brain Res. Bull., v. 26, p. 707-713. 1991.

Page 160: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

160

CALABRESI, P.; CENTONZE, D.; GUBELLINI, P.; MARFIA, G.A.; PISANI, A.;

SANCESARIO, G.; BERNARDI, G. Synaptic transmission in the striatum: from

plasticity to neurodegeneration. Prog Neurobiol., v. 61, n.3, p.231-265.Jun. 2000.

CANCELA, L.M.; ROSSI, S.; MOLINA, V.A. Effect of different restraint schedules on

the immobility in the forced swim test: modulation by an opiate mechanism. Brain

Res Bull., v. 26, n.5, p.6715. 1991.

CAO, Y.; CAO, R. Angiogenesis inhibited by drinking tea. Nature, v.398, n.6726,

p.381, 1999.

CASPI, A.; SUGDEN, K.; MOFFITT, T.E. ET AL. Influence of life stress on

depression: moderation by a polymorphism in the 5-HTT gene. Science, v. 301,

p.386-389. 2003.

CHAKRABORTI, A.; GULATI, K.; RAY, A. Age related differences in stress-induced

neurobehavioral responses in rats: modulation by antioxidants and nitrergic agents.

Behav Brain Res. , v.194, n.1, p.86-91. Dec 1. 2008.

CHAO, J.; LAU, W.K.; HUIE, M.J.; HO, Y.S.; YU, M.S.; LAI, C.S.; WANG, M.; YUEN,

W.H.; LAM, W.H.; CHAN, T.H.; CHANG, R.C. A pro-drug of the green tea polyphenol

(-)-epigallocatechin-3-gallate (EGCG) prevents differentiated SH-SY5Y cells from

toxicity induced by 6-hydroxydopamine.Neurosci Lett., v.469, n.3, p.360-364. Jan.

2010.

CHARCOT, J.M. Leçons du Mardi a La Salpêtrière, (1887–1888). Paris, France:

Bureaux du Progre`s.1888.

CHATTOPADHYAY, A.; BANDYOPADHYAY, D. Vitamin E in the prevention of

ischemic heart disease. Pharmacol Rep, v.58, p.179–87.2006.

CHATURVEDI, R.K.; SHUKLA, S.; SETH, K.; CHAUHAN, S.; SINHA, C.; SHUKLA,

Y.; AGRAWAL, A.K. Neuroprotective and neurorescue effect of black tea extract in 6-

hydroxydopamine-lesioned rat model of Parkinson's disease. Neurobiol Dis., v.22,

n.2, p.421-434. Feb 9.2006.

Page 161: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

161

CHECKOWAY, H.; POWERS, K.; SMITH-WELLER,T.;FRANKLIN, G.M.;

LONGSTRETH, W.T.JR ; SWANSON, P.D. Parkinson’s disease risks associated with

cigarette smoking, alcohol consumption, and caffeine intake. Am J Epidemiol.,

v.155, p.732–738. 2002.

CHEN, H.; TAPPEL, A.L. Protection of vitaminE, selenium, trolox C, ascorbic acid

palmitate, acetylcysteine, coenzyme Q0, coenzyme Q10, b-carotene, canthaxantin,

and (1)-catechin against oxidative damage to rat blood and tissue in vivo. Free

Radic. Biol. Med., v.18, p. 949–953,1995.

CHEN, J.X.; LI, W.; ZHAO, X.; YANG, J.X. Effects of the Chinese traditional

prescription Xiaoyaosan decoction on chronic immobilization stress -induced changes

in behavior and brain BDNF, TrkB, and NT-3 in rats. Cell Mol Neurobiol., v.28, n.5,

p.745-755. Agosto. 2008.

CHEN, Y.; MAO, Y.; ZHOU, D.; HU, X.; WANG, J.; MA, Y. Environmental enrichment

and chronic restraint stress in ICR mice: effects on prepulse inhibition of startle and

Y-maze spatial recognition memory. Behav Brain Res., v. 212, n.1, p.49-55. Set.

2010.

CHEN, W.Q.; ZHAO, X.L.; WANG, D.L.; LI, S.T.; HOU, Y.; HONG, Y.; CHENG, Y.Y.

Effects of epigallocatechin-3-gallate on behavioral impairments induced by

psychological stress in rats. Exp Biol Med (Maywood)., v.235, n.5, p.577-583. Maio,

2010.

CHENG, B.; YANG, X.; AN, L.; GAO, B.; LIU, X,.; LIU, S. Ketogenic diet protects

dopaminergic neurons against 6-OHDA neurotoxicity via up-regulating glutathione in

a rat model of Parkinson's disease. Brain Res., v.1286, p.25-31. Agosto, 2009.

CHOI, J.Y.; PARK, C.S.; KIM, D.J.; CHO, M.H.; JIN, B.K.; PIE, J.E.; CHUNG, W.G.

Prevention of nitric oxide-mediated 1-methyl-4-phenyl-1,2,3,6-tetrahydropyridine-

induced Parkinson's disease in mice by tea phenolic epigallocatechin 3-gallate.

Neurotoxicology., v. 23, n.3, p.367-374. Set. 2002.

CHOU, C.W.; HUANG, W.J.; TIEN, L.T.; WANG, S.J. (-)-Epigallocatechin gallate, the

most active polyphenolic catechin in green tea, presynaptically facilitates Ca2+-

dependent glutamate release via activation of protein kinase C in rat cerebral cortex.

Synapse. v.61, n.11, p.889-902. Nov. 2007.

Page 162: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

162

CHOW, J.M.; LIU, J.C.; CHE, Y.J.; HSIEH, M.H.; KAO, P.F.; CHENG, J.J.; CHAN, P.

The effects of catechin on superoxide dismutase activity and its gene expression in

pheochromocytoma cells. Zhonghua Yi Xue Za Zhi (Taipei)., v.65, n.4, p.138-143.

Abril. 2002.

CHOW, H.H.; CAI, Y.; HAKIM, I.A.; CROWELL, J.A.; SHAHI, F.; BROOKS, C.A.;

DORR, R.T.; HARA, Y.; ALBERTS, D.S. Pharmacokinetics and safety of green tea

polyphenols after multiple-dose administration of epigallocatechin gallate and

polyphenon E in healthy individuals. Clin Cancer Res., v.9, n.9, p.3312-3319. Agosto

15. 2003.

CHU, D.C.; JUNEJA, L.R. General chemical composition of green tea and its

infusion. In: Juneja, L.R., Chu, D.-C., Kim, M. (Eds.), Chemistry and Applications

of Green Tea. CRC Press, Boca Raton, p. 13–22.1997.

CHUNG, W.G.; MIRANDA, C.L.; MAIER, C.S. Epigallocatechin gallate (EGCG)

potentiates the cytotoxicity of rotenone in neuroblastoma SH-SY5Y cells. Brain Res.,

v.24, n.1176, p.133-142. Out. 2007.

CHUNG, Y.C.; KO, H.W.; BOK, E.; PARK, E.S.; HUH, S.H.; NAM, J.H.; JIN, B.K. The

role of neuroinflammation on the pathogenesis of Parkinson's disease. BMB Rep.,

v.43, n.4, p.225-232. Abril. 2010. Review.

CHYU, K.Y., BABBIDGE, S.M., ZHAO, X., DANDILLAYA, R., RIETVELD, A.G.,

YANO, J., DIMAYUGA, P., CERCEK, B., SHAH, P.K. Differential effects of green tea-

derived catechin on developing versus established atherosclerosis in apolipoprotein

E-null mice. Circulation., v.109, n.20, p.2448–2453. 2004.

CLOW, A. ; HAMER, M. The iceberg of social disadvantage and chronic stress:

Implications for public health. Neurosci Biobehav Ver., v.35, n.1, p.1. Set.. 2010.

COPELAND, B.J.; NEFF, N.H.; HADJICONSTANTINOU, M. Enhanced dopamine

uptake in the striatum following repeated restraint stress. Synapse., v.57, n.3, p.167-

174. Sep. 2005.

CORDERO, M. I.; SANDI, C. A role for brain glucocorticoid receptors in contextual

Page 163: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

163

fear conditioning: dependence upon training intensity. Brain Res., v.786, p. 11–17.

1998.

CORRIGAN, F.; WIENBURG, C.; SHORE, R.; DANIEL, S.; MANN, D. Organochlorine

insecticides in substantia nigra in Parkinson’s disease. J Toxicol Environ Health A.,

v.59, n.4, p.229-234. 2000.

CUELLO, A. C. Immunocytochemical studies of the distribution of neurotransmitters

and related substance in CNS. In Handbook of Psychopharmacology, v.9, ed.

IVERSEN, L. L., IVERSEN, S. D. & SNYDER, S. H., p.69-137. New York: Plenum

Press. 1978.

DAGNINO-SUBIABRE, A.; ORELLANA, J.A.; CARMONA-FONTAINE, C.; MONTIEL,

J.; DÍAZ-VELÍZ, G.; SERÓN-FERRÉ, M.; WYNEKEN, U.; CONCHA, M.L.; ABOITIZ,

F. Chronic stress decreases the expression of sympathetic markers in the pineal

gland and increases plasma melatonin concentration in rats. J Neurochem., v.97,

n.5, p.1279-1287. Jun. 2006.

DAUER,W. & PRZEDBORSKI,S. Parkinson’s Disease: Review Mechanisms and

Models. Neuron, v.39, p.889–909, Set. 11, 2003.

DAVIE CA, PIRTOSEK Z, BARKER GJ, ET AL. Magnetic resonance spectroscopy

study of parkinsonism related to boxing. J Neurol Neurosurg Psychiatry, v.58,

p.688-691. 1999.

DEAN, O.; BUSH, A.I.; BERK, M.; COPOLOV, D.L.; VAN DEN BUUSE, M.

Glutathione depletion in the brain disrupts short-term spatial memory in the Y-maze in

rats and mice. Behav Brain Res., v.198, n.1, p.258-262. Mar. 2009.

DE BOER, S.F.; KOOPMANS, S.J.; SLANGEN, J.L. VAN DER GUGTEN, J. Plasma

catecholamine, corticosterone and glucose responses to repeated stress in rats:

effect of interstressor interval length. Physiol Behav. V.47, n.6, p.1117-1124. Jun

1990.

Page 164: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

164

DE LA MORA, M.P.; GALLEGOS-CARI, A.; ARIZMENDI-GARCÍA,

Y.; MARCELLINO, D.; FUXE, K. Role of dopamine receptor mechanisms in the

amygdaloid modulation of fear and anxiety: Structural and functional analysis. Prog

Neurobiol., v.90, n.2, p.198-216. Fev. 2010.

DEL ARCO, A., SEGOVIA, G., GARRIDO, P., DE BLAS, M., AND MORA, F. Stress,

prefrontal cortex and environmental enrichment: studies on dopamine and

acetylcholinase release and working memory performance in rats. Behav. Brain

Res., v.176, p.267–273. 2007.

DE LAU, L.; GIESBERGEN, P.C.; DE RIJK, M.C.; HOFMAN, A.; KOUDSTAAL, P.J.;

BRETELER, M.M. Incidence of parkinsonism and Parkinson disease in a general

population: the Rotterdam Study. Neurology., v.63, p.1240–1244. 2004.

DE LAU, L.M.; BORNEBROEK, M.; WITTEMAN, J.C.; HOFMAN, A.; KOUDSTAAL,

P.J.; BRETELER, M.M. Dietary fatty acids and the risk of Parkinson disease: the

Rotterdam study. Neurology, v.64, p. 2040–2045. 2005.

DE LAU, L.M. & BRETELER, M.M.B. Epidemiology of Parkinson’s disease. Lancet

Neurol., v.5, p. 525–35. 2006.

DENOBLE, V.J.; REPETTI, S.J.; GELPKE, L.W.; WOOD, L.M.; KEIM, K.L.

Vinpocetine: nootropic effects on scopolamine-induced and hypoxia-induced retrieval

deficits of a step-through passive avoidance response in rats. Pharmacol Biochem

Behav., v.24, n.4, p.1123-1128. 1986.

DESOLE, M.S.; MIELE, M.; ESPOSITO, G.; MIGHELI, R.; FRESU, L.; DE NATALE,

G.; MIELE, E. Dopaminergic system activity and cellular defense mechanisms in the

striatum and striatal synaptosomes of the rat subchronically exposed to ma nganese.

Arch Toxicol., v.68, n.9, p.566-570. 1994.

DESPORT, J.C. ; COURATIER, P. Oxidative stress in neurodegenerative diseases.

Nutr Clin Metab., v.16, p. 253–259. 2002.

Page 165: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

165

DEUMENS, R.; BLOKLAND, A.; PRICKAERTS, J. Modeling Parkinson's disease in

rats: an evaluation of 6-OHDA lesions of the nigrostriatal pathway. Exp Neurol.,

v.175, n.2, p.303-317. Jun. 2002.

DICKINSON, D.A. & FORMAN,H.J. Cellular glutathione and thiols metabolism.

Biochem.Pharm., v.64, p.1019–1026. 2002.

DICKSONA, D.W.; FUJISHIROA, H.; ORRB,C.; DELLE DONNEA,A.;

JOSEPHSB,K.A.; FRIGERIOB, R.; BURNETTB, M.; PARISIC, J.E.; KLOSD,K.J.;

AHLSKOGB, J.E. Neuropathology of non-motor features of Parkinson disease.

Parkinsonism and Related Disorders., v.15, n.3, p. 1–5. 2009.

DHIR, A.; PADI, S.S.; NAIDU, P.S.; KULKARNI, S.K. Protective effect of naproxen

(non-selective COX-inhibitor) or rofecoxib (selective COX-2 inhibitor) on

immobilization stress-induced behavioral and biochemical alterations in mice. Eur J

Pharmacol., v.535, n.1-3, p.192-198. 2006.

DONA, M.; DELL'AICA, I.; CALABRESE, F.; BENELLI, R.; MORINI, M.; ALBINI, A.;

GARBISA, S. Neutrophil restraint by green tea: inhibition of inflammation, associated

angiogenesis, and pulmonary fibrosis. Journal of Immunology, v.170, n.8, p.4335–

4341. 2003.

DORSEY, E.R.; CONSTANTINESCU, R.; THOMPSON, J.P.; BIGLAN, K.M.;

HOLLOWAY, R.G.; KIEBURTZ, K; MARSHALL, F.J.; RAVINA, B.M.; SCHIFITTO, G.;

SIDEROWF, A.; TANNER, C.M. Projected number of people with Parkinson disease

in the most populous nations, 2005 through 2030. Neurology, v.68, p.384-386.

2007.

DRINGEN, R.G.J.; HIRLINGER J. Glutathione metabolism in the brain. Eur

JBiochem., v.267, p.4912 –4916. 2000.

DUDCHENKO, P.A. An overview of the tasks used to test working memory in

rodents. Neuroscience and Biobehavioral Reviews., v.28, p.699–709. 2004.

Page 166: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

166

DUJARDIN, K; LAURENT, B. Dysfunction of the human memory systems: role of the

dopaminergic transmission. Curr Opin Neurol., v.16, n.2, p.11-16. Dez.

2003.Review.

DUNLOP, B.W. & NEMEROFF, C.B. 5.The role of dopamine in the pathophysiology

of depression. Arch Gen Psychiatry; v.64, n.3, p.327-337. 2007. Review.

ECHAVARRIA-MAGE, M.T.; SENAULT, B.; DELACOUR, J. Specificity of the effect on

the avoidance conditionning of microinjections of 6-hydroxydopamine in rat nigro-

striatal system. C R Acad Sci Hebd Seances Acad Sci D., v.282, n.9, p.905-907.

Mar. 1976.

EICHENBAUM H. A cortical-hippocampal system for declarative memory. Nat Rev

Neurosci., v.1, n.1, p.41-50. Out. 2000. Review.

ELBAZ, A.; BOWER, J.H.; MARAGANORE, D.M. ET AL. Risk tables for parkinsonism

and Parkinson's disease. J Clin Epidemiol., v.14, p.25–31. 2002.

ELBLING, L.; WEISS, R.M.; TEUFELHOFER, O.; UHL, M.; KNASMUELLER, S.;

SCHULTE-HERMANN, R.; BERGER, W.; MICKSCHE, M. Green tea extract and (−)-

epigallocatechin-3-gallate, the major tea catechin, exert oxidant but lack antioxidant

activities. FASEB J., v.19, p.807–809. 2005.

EMBORG, M.E. Evaluation of animal models of Parkinson's disease for

neuroprotective strategies. J Neurosci Methods, v.139, n.2, p.121-143. Review.

2004.

ESPOSITO, E.; ROTILIO, D., DI MATTEO, V., DI GIULIO, C., CACCHIO, M.,

ALGERI, S. A review of specific dietary antioxidants and the effects on biochemical

mechanisms related to neurodegenerative processes. Neurobiology of Aging, v.23,

n.5, p. 719–735. 2002.

FAGRING, A.J.; KJELLGREN, K.I.; ROSENGREN, A.; LISSNER, L.; MANHEM, K.;

WELIN, C. Depression, anxiety, stress, social interaction and health-related quality of

life in men and women with unexplained chest pain. BMC Public Health, v.8, p. 165.

2008.

Page 167: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

167

FAHN, S.; SULZER, D. Neurodegeneration and neuroprotection in Parkinson

disease. NeuroRx., v.1, n.1, p.139-154. Jan. 2004.

FAROOQUI, A.A.; HORROCKS, L.A. Lipid peroxides in the free radical

pathophysiology of brain diseases. Cell Mol Neurobiol, v.18, p. 599–608. 1998.

FEARNLEY, J.M,; LEES, A.J. Ageing and Parki nson's disease: substantia nigra

regional selectivity. Brain, v.114, p. 2283-2301.1991.

FERNANDEZ ESPEJO, E. Prefrontocortical Dopamine Loss in Rats Delays Long-

Term Extinction of Contextual Conditioned Fear, and Reduces Social Interaction

Without Affecting Short-Term Social Interaction Memory.

Neuropsychopharmacology, v.28, p.490–498. 2003.

FERRY, B.; MCGAUGH, J.L. Role of amygdala norepinephrine in mediating stress

hormone regulation of memory storage. Acta Pharmacol., v.21, n.6, p.481-493.

2000.

FILE, S.E. The use of social interaction as a method for detecting anxiolytic activity

of chlrodiazepoxide-like drugs. J Neurosci Meth., v.2, p. 219−238, 1980.

FIRESTONE , J.A.; SMITH-WELLER, T.; FRANKLIN, G.; SWANSON, P.;

LONGSTRETH,JR. W.T.; CHECKOWAY, H. Pesticides and risk of Parkinson disease:

a population-based case-control study. Arch Neurol., v.62, p.91-95. 2005.

FONTENELE FILHO, A.T. Efeito neuroprotetor do pré-condicionamento por

estresse de contensão sobre a lesão induzida por breve mudança subcrítica

isquêmica: papel dos receptores A1 da adenosina. Dissertação de mestrado.

Farmacologia, UFC; pag. 42. 2009.

FORMAN, H.J.; ZHANG, H.; RINNA, A. Glutathione: overview of its protective roles,

measurement, and biosynthesis. Mol Aspects Med., v.30, n.1-2, p.1-12. 2009.

FORMICA, J.V.; REGELSON, W. Review of the biology of quercetin and related

bioflavonoids. Food Chem Toxicol., v.33, p.1061–80. 1995.

Page 168: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

168

FOX, S.H.; MOSER, B.; BROTCHIE, J.M. Behavioral effects of 5-HT2C receptor

antagonism in the substantia nigra zona reticulata of the 6-hydroxydopamine-

lesioned rat model of Parkinson's disease. Exp Neurol., v.151, n.1, p.35-49.1998.

FOX, S.H.; BROTCHIE, J.M. 5-HT2C receptor binding is increased in the substantia

nigra pars reticulata in Parkinson's disease. Mov Disord., v.15,n.6, p.1064-1069.

2000.

FRAGA, C.G., SHIGENAGA, M.K., PARK, J.-W., DEGAN, P. AND AMES, B.N. Proc.

Natl. Acad. Sci., USA, v.87, p.4533-4537. 1990.

FREIDOVICH, I. Fundamental aspects of reactive oxygen species, or what’s

thematter with oxygen? Ann. N.Y .Acad. Sci., v.893, p.13. 1999.

FU, Y. & KOO, M.W. EGCG protects HT-22 cells against glutamate-induced oxidative

stress. Neurotox Res., v.10, p.23–30. 2006.

FUKUI, H.; MORAES, C.T. The mitochondrial impairment, oxidative stress and

neurodegeneration connection: reality or just an attractive hypothesis? Trends in

Neurosciences., v.31, n.5. 2008.

GALVAN, A.; WICHMANN, T. Pathophysiology of Parkinsonism. Invited review.

Clinical Neurophysiology, v.119 , p.1459–1474. 2008.

GARCÍA, J.C.; REMIRES, D.; LEIVA, A.; GONZÁLEZ, R. Depletion of brain

glutathione potentiates the effect of 6-hydroxydopamine in a rat model of Parkinson’s

disease. J Mol Neurosci., v.14, n.3, p.147-153. Jun. 2000.

GARCÍA RUIZ, P.J. [Prehistory of Parkinson's disease] Neurologia., v.19, n.10,

p.735-737. 2004.

GAVRILOVIC, L.; SPASOJEVIC, N.; DRONJAK, S. Psychosocial stress-related

changes in gene expression of norepinephrine biosynthetic enzymes in stellate

ganglia of adult rats. Auton Neurosci., v.150, n.1-2, p.144-146.Out. 2009.

GERLACH M, DOUBLE KL, YOUDIN MB, RIEDERER P. Potential sources of

Page 169: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

169

increased iron in the substantia nigra of parkinsonian patients. J Neural Transm

Suppl., v.70, p.123-142. 2006.

GHOSH, B.; ANTONIO, T.; REITH, M.E.; DUTTA, A.K. Discovery of 4-(4-2-5-

Hydroxy-1,2,3,4-tetrahydronaphthalen-2-yl)(propylaminoethylpiperazin-1-yl) quinolin-

8-ol and its analogues as highly potent dopamine D2/D3 agonists and as iron

chelator: in vivo activity indicates potential application in symptomatic and

neuroprotective therapy for Parkinson's disease. J Med Chem., v.53, n.5, p.2114-

2125. 11 Mar. 2010.

GILAD, G.M.; GILAD, V.H.; WYATT, R.J.; TIZABI, Y. Region-selective stress-induced

increase of glutamate uptake and release in rat forebrain. Brain Res., v.525, p.2.

p.335-338. 1990.

GILGUN-SHERKI, Y.; MELAMED, E.; OFFEN, D. Oxidative stress induced

neurodegenerative diseases: the need for antioxidants that penetrate the bloodbrain

barrier. Neuropharmacology, v.40, p.959-975. 2001.

GOLDMANN-RAKIC, P.S.; FUNAHASHI, S.; BRUCE, C.J. Neocortical memory

circuit. Cold Spring Harbor Symposia Quantitative Biology, v.55, p. 1025-1038,

1990.

GOTHAM, A.M.; BROWN, R.G.; MARSDEN, C.D. Depression in Parkinson's disease:

a quantitative and qualitative analysis. J Neurol Neurosurg Psychiatry., v.49, n.4,

p.381–389. 1986.

GREEN, L.C.; WAGNER, D.A.; GLOGOWSKI, J.; SKIPPER, P.L.; WISHNOK, J.S.;

TANNENBAUM, S.R. Analysis of nitrate, nitrite, and [15N]nitrate in biological fluids.

Anal Biochem., v.126, n.1, p.131-138, 1982.

GRINBERG, L.N.; NEWMARK, H.; KITROSSKY, N.; RAHAMIM, E.; CHEVION,

M.; RACHMILEWITZ, E.A. Protective effects of tea polyphenols against oxidative

damage to red blood cells. Biochem. Pharmacol., v.54, p.973 –978. 1997.

GRISSOM, N.; BHATNAGAR, S. Habituation to repeated stress: get used to it.

Page 170: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

170

Neurobiol Learn Mem., v.92, p. 215–24. 2009.

GROENEWEGEN, H.J. The basal ganglia and motor control. Neural Plast., v.10,

n.1-2. P.107-120. 2003.

GRUNBLATT, E.; MANDEL, S.; BERKUZKI, T.; YOUDIM, M.B.H. Apomorphine

protects against MPTP induced neurotoxicity in mice. Mov Disord.; v.14, n. 612–618.

1999.

GRUNBLATT, E.; MANDEL, S.; MAOR, G.; YOUDIM, M.B.H. Effects of R-

apomorphine and S-apomorphine on MPTP-induced nigrostriatal dopamine neuronal

loss. J Neurochem., v.77, p.146–156. 2001.

GU, M.; Cooper, J.M.; Taanman, J.W.; Schapira, A.H. (1998) Mitochondrial DNA

transmission of the mitochondrial defect in Parkinson’s disease. Ann. Neurol., v.44,

p.177–186. 1998.

GUBINA, E.; RINAUDO, M.S.; SZALLASI, Z.; BLUMBERG, P.M.; MUFSON, R.A.

Overexpression of protein kinase C isoform epsilon but not delta in human

interleukin-3-dependent cells suppresses apoptosis and induces bcl-2 expression.

Blood., v.91, p.823–829. 1998.

GULATI, K.; CHAKRABORTI, A.; RAY, A. Differential role of nitric oxide (NO) in

acute and chronic stress induced neurobehavioral modulation and oxidative injury in

rats. Pharmacol Biochem Behav., v.92, n.2, p.272-276. 2009.

GUO, Q.; ZHAO, B.; LI, M.; SHEN, S. ET AL. Studies on protective mechanisms of

four components of green tea polyphenols against lipid peroxidation in

synaptosomes. Biochim. Biophys. Acta.; v.1304, p.210–222. 1996.

GUO, S.; BEZARD, E. & ZHAO, B. Protective effect of Green tea polyphenols on the

SH-SY5Y cells against 6-OHDA induced apoptosis through ROS–NO pathway. Free

Radical Biology & Medicine, v.39, p.682–695. 2005

Page 171: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

171

GUO, S.; YAN, J.; YANG, T.; YANG, X.; BEZARD, E.; ZHAO, B. Protective effects of

green tea polyphenols in the 6-OHDA rat model of Parkinson's disease through

inhibition of ROS-NO pathway. Biol Psychiatry., v.62, n.12, p.1353-62. Dec. 2007.

HAN, C. Screening of anticarcinogenic ingredients in tea polyphenols. Cancer

Letters, v.114, n.1–2, p.153–158.1997.

HANCOCK, D.B.; SCOTT, W.K; CHEN,H. Challenges for Epidemiological Research

of Pesticide Exposure and Parkinson’s Disease .US Neurology., Touch

Briefings.p.48-50. 2008.

HAQUE, A.M.; HASHIMOTO, M.; KATAKURA, M.; TANABE, Y.; HARA, Y.; SHIDO, O.

Long-term administration of green tea catechins improves spatial cognition learning

ability in rats. J Nutr., v.136, n.4, p.1043-1047. Abril, 2006.

HAQUE, A.M.; HASHIMOTO, M.; KATAKURA, M.; HARA, Y.; SHIDO, O. Green

teacatechins prevent cognitive deficits caused by Abeta(1–40) in rats. J Nutr

Biochem., v.19, p.619–626. 2008.

HARBORNE ,J.B. ; WILLIAMS, C.A. Advances in flavonoid research since 1992.

Phytochemistry, v.55, p.481-504. 2000.

HARRISON, F.E.; MAY, J.M. Vitamin C Function in the Brain: Vital Role of the

Ascorbate Transporter (SVCT2). Free Radic Biol Med., v.46, n.6, p.719–730. 2009.

HART, R.G.; PEARCE, L.A.; RAVINA, B.M.; YALTHO, T.C.; MARLER, J.R.

Neuroprotection Trials in Parkinson’s Disease:Systematic Review. Mov Disord., v.24,

n.5, p.647-654. 2009.

HASEGAWA, T. Prolonged stress will induce Alzheimer's disease in elderly people by

increased release of homocysteic acid. Med Hypotheses. v.69, n.5, p.1135-1139.

2007.

HATTORI, N.; WANG, M.; TAKAB,H.; FUJIMURAB, T.; YORITAKA, A.; KUBOA, S.,

MOCHIZUKIA, H.Toxic effects of dopamine metabolism in Parkinson’s disease.

Parkinsonism and Related Disorders, v.15, n. 1, p.35–38. 2009.

Page 172: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

172

HEFCO, V.; YAMADA, K.; HEFCO, A.; HRITCU, L.; TIRON, A.; NABESHIMA, T. Role

of the mesotelencephalic dopamine system in learning and memory processes in the

rat. Eur J Pharmacol., v.475, n.1-3, p.55-60. 2003.

HELKALA, E.L.; LAULUMAA, V.; SOININEN, H.; RIEKKINEN, P.J. Different error

pattern of episodic and semantic memory in Alzheimer's disease and Parkinson's

disease with dementia.Neuropsychologia, v.27, p.1241–1248. 1989.

HERTZMAN, C.; WIENS, M.; BOWERING, D.; SNOW, B.; CALNE, D. Parkinson's

disease: a case-control study of occupational and environmental risk factors. Am. J.

Ind. Med., v.17, p.349–355. 1990.

HIRAO, K.; YUMOTO, H.; NAKANISHI, T.; MUKAI, K.; TAKAHASHI, K.; TAKEGAWA,

D.; MATSUO, T. Tea catechins reduce inflammatory reactions via mitogen-activated

protein kinase pathways in toll-like receptor 2 ligand-stimulated dental pulp cells. Life

Sci., v.86, n.17-18, p.654-660. 2010.

HIRSCH, E.C.; HOGLINGER, G.; ROUSSELET,E.; BREIDERT, T.; PARAIN, K.;

FEGER ,J.; RUBERG, M.; PRIGENT, A.; COHEN-SALMON, C.; LAUNAY, J.M.

Animal models of Parkinson’s disease in rodents induced bytoxins: an update J

Neural Transm., n. 65, p.89–100. 2003.

HODIS, H.N.; MACK, W.J.; LABREE, L. ET AL. Alpha-tocopherol supplementation in

healthy individuals reduces low-density lipoprotein oxidation but not atherosclerosis:

the Vitamin E Atherosclerosis Prevention Study (VEAPS). Circulation, v.106,

n.1453–1459. 2002.

HOLSBOER, F.; BARDEN, N. Antidepressants and hypothalamic-pituitary-

adrenocortical regulation. Endocr Rev. v.17, n.2, p.187-205. 1996.

HRITCU, L.; NABESHIMA, T. Effects of right-unilateral 6-hydroxydopamine infusion-

induced memory impairment and oxidative stress: relevance for Parkinson’s disease .

Central European Journal of Biology, v. 3, n.3, p.250-257. 2008.

Page 173: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

173

HUOT, P.; PARENT, A. Dopaminergic neurons intrinsic to the striatum. J

Neurochem., v.101, n.6, p.1441-1447. 2007.

HUSSAIN, T.; GUPTA, S.; ADHAMI, V.M.; MUKHTAR, H. Green tea constituent

epigallocatechin-3-gallate selectively inhibits COX-2 without affecting COX-1

expression in human prostate carcinoma cells. Int J Cancer., v.113, n.4, p.660-669.

2005.

IANCU, R.; MOHAPEL, P.; BRUNDIN, B.; PAUL, G. Behavioral haracterization of a

unilateral 6-OHDA-lesion model of Parkinson’s disease in mice. Behavioural Brain

Research., v.162, p.1–10. 2005.

IMAMURA, A.; FARRER, J.F.; WZSOLEK . Handbook of Parkinson’s Disease,

Pahwa & Lyons. Informacare. New York, London. 2007.

IMPERATO, A.; CABIB, S.; PUGLISI-ALLEGRA,S. Repeated stressful experiences

differently affect the time-dependent responses of the mesolimbic dopamine system

to the stressor. Brain Res., v.60, p.333–336. 1993.

ISHIHARA. L.,; BRAYNE, C. A systematic review of depression and mental illness

preceding Parkinson's disease. Acta Neurol Scand., v.113, p. 211-220.2006.

ISHIKAWA, M.; HARA, CH.; OHDO, S.; OGAWA, N. Plasma corticosterone

response of rats with sociopsychological stress in the communication box.

PhysiolBehav., v.52, p.475–480. 1992.

JACOBSON, L; SAPOLSKY, R. The role of the hippocampus in feedback regulation

of the hypothalamic-pituitary-adrenocortical axis. Endocrin Reviews.; v.12, p.118–

134.1991.

JANKOVIC, J. Motor fluctuations and dyskinesias in Parkinson's disease: clinical

manifestations. Mov Disord., v.20, n.11,p.11-16. 2005. Review.

JAY, T.M. Dopamine: a potential substrate for synaptic Plasticity and memory

mechanisms. Progress in Neurobiology, v.69, p.375–390. 2003.

Page 174: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

174

JELLINGER, K.; PAULUS,W.; GRUNDKE-IQBAL, I.; RIEDERER, P. ET AL., J.

Neural Transm. Park. Dis. Dement. Sect. V.2, p.327–340. 1990.

JELLINGER, K.A. The role of iron in neurodegeneration: prospects for

pharmacotherapy of Parkinson's disease. Drugs Aging., v.14, p.114-140. 1999.

JELLINGER, K. A. Neuropathological spectrum of synucleinopathies. Mov. Disord.,

v.18 n.6, p.2–12. 2003.

JENNER, P.G.; BRIN, M.F. Levodopa neurotoxicity: experimental studies versus

clinical relevance. Neurology., v.50, n.6, p.39-43. 1998.

JEONG, H.S.; JANG, S.; JANG, M.J.; LEE, S.G.; KIM, T.S.; TAG-HEO; LEE, J.H.,

JUN, J.Y.; PARK, J.S. Effects of (-)-epigallocatechin-3-gallate on the activity of

substantia nigra dopaminergic neurons. Brain Res., v.1130, n.1, p.114-118. 2007.

JHA, N.; JURMA,O.; LALLI,G.; LIU,Y.; PETTUSI,E.H.; GREENAMYRE,J.T.; LIU,

R.M.; FORMAN,H.J.; ANDERSEN,J.K. Glutathione depletion in PC12 results in

selective inhibition of mitochondrial complex I activity: implications for Parkinson's

disease. J.Biol. Chem., v.275, p. 26096 –27001; 2000.

JOSEPH, J. A.; SHUKITT-HALE, B.; CASADESUS, G. Reversing the deleterious

effects of aging on neuronal communication and behavior: beneficial properties of

fruit polyphenolic compounds. Am J Clin Nutr., v.81, n.1, p.313-316. 2005.

JUNQUEIRA, V.B.; BARROS, S.B.; CHAN, S.S.; RODRIGUES, L.; GIAVAROTTI, L.;

ABUD, R.L.;DEUCHER, G.P. Aging and oxidative stress. Molecular Aspects of

Medicine, v.25, n.1–2, p. 5–16. 2004.

KABUTO, H.; TADA, M.; KOHNO, M. Eugenol [2-methoxy-4-(2-propenyl)phenol]

prevents 6-hydroxydopamine-induced dopamine depression and lipid peroxidation

inductivity in mouse striatum. Biol Pharm Bull., v.30, n.3, p.423-427. Mar. 2007.

KALFON, L.; YOUDIM, M.B.; MANDEL, S.A. Green tea polyphenol(-)-

Page 175: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

175

epigallocatechin-3-gallate promotes the rapid protein kinase C and proteasome

mediated degradation of Bad: implicátions for neuroprotection. J Neurochem., v.100,

p.992–1002. 2007.

KAMEL, F.; TANNER, C.; UMBACH, D.; HOPPIN, J.; ALAVANJA, M.; BLAIR, A.;

COMYNS, K.; GOLDMAN, S.; KORELL, M.; LANGSTON, J.; ROSS, G.; SANDLER,

D. Pesticide exposure and selfreported Parkinson's disease in the agricultural health

study. Am. J. Epidemiol., v.165, p.364–374. 2007.

KANG, K.S.; WEN, Y.;YAMABE, N.; FUKUI, M.; BISHOP, S.C.; ZHU, B.T. Dual

beneficial effects of (-)-epigallocatechin-3-gallate on levodopa methylation and

hippocampal neurodegeneration: in vitro and in vivo studies. PLoS One., v.5, n.8,

p.11951. 5 Ago. 2010.

KANT, G.J.; BAUMAN, R.A.; ANDERSON, S.M.; MOUGEY, E.H. Effects of

controllable vs. uncontrollable chronic stress on stress-responsive plasma hormones.

Physiol Behav., v.51,p.1285– 1288. 1992.

KAUR, R.; JAGGI, A.S.; SINGH, N. Studies on effect of stress preconditioning in

restrain stress-induced behavioral alterations. Yakugaku Zasshi., v.130, n.2, p.215.

2010.

KEEFE, K.A.; SVED, A.F.; ZIGMOND, M.J.; ABERCROMBIE, E.D. Stress-induced

dopamine release in the neostriatum: evaluation of the role of action potentials in

nigrostriatal dopamine neurons or local initiation by endogenous excitatory amino

acids. J Neurochem., v.61, n.5, p.194319-52. 1993.

KEENEY, P.M.; XIE, J.; CAPALDI, R.A.; BENNETT, J.P. JR. Parkinson's disease

brain mitochondrial complex I has oxidatively damaged subunits and is functionally

impaired and misassembled. J Neurosci., v.26, n.19, p.5256-5264. 2006.

KESSLER, R.C. The effects of stressful life events on depression. Annu Ver

Psychol., v.48, p.191-214. 1997.

KHAN, M.M.; AHMAD, A.; ISHRAT, T.; KHAN, M.B.; HODA, M.N.; KHUWAJA, G.;

RAZA, S.S.; KHAN, A.; JAVED, H.; VAIBHAV, K.; ISLAM, F. Resveratrol attenuates

Page 176: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

176

6-hydroxydopamine-induced oxidative damage and dopamine depletion in rat model

of Parkinson's disease. Brain Res., v.1328, p.139-151. 30 Abr. 2010.

KIEBURTZ, K. Therapeutic strategies to prevent motor complications in Parkinson’s

disease. J Neurol., v.255, n.4, p.42–45. 2008.

KIM, S.T.; CHOI, J.H.; CHANG, J.W.; KIM, S.W.; HWANG,O. Immobilization stress

causes increases in tetrahydrobiopterin, dopamine, and neuromelanin and oxidative

damage in the nigrostriatal system.J.Neurochem., v.95, p.89–98. 2005.

KISHIDO, T.; UNNO, K.; YOSHIDA, H.; FUKUTOMI, R.; ASAHINA, S.; IGUCHI, K.;

OKU, N.; HOSHINO, M. Decline in glutathione peroxidase activity is a reason for

brain senescence: consumption of green tea catechin prevents the decline in its

activity and protein oxidative damage in ageing mouse brain. Biogerontology., v.8,

n.4, p.423-430. Ago. 2007.

KLEEN, J.K.; SITOMER, M.T.; KILLEEN, P.R.; CONRAD, C.D. Chronic stress impairs

spatial memory and motivation for reward without disrupting motor ability and

motivation to explore. Behav Neurosci., v.120, n.4, p.842-851. 2006.

KNEKT, P.; JARVINEN, R.; REUNANEN, A.; MAATELA, J. Flavonoid intake and

coronary mortality in Finland: a cohort study. BMJ., v.312, p.478–481. 1996.

KUMAR, P.; KUMAR, A. Protective effects of epigallocatechin gallate following 3-

nitropropionic acid-induced brain damage: possible nitric oxide mechanisms.

Psychopharmacology (Berl)., v.207, n.2, p.257-270. Dec. 2009.

KUMAR, R.S.; NARAYANAN, S.N.; NAYAK, S. Ascorbic acid protects against

restraint stress-induced memory deficits in Wistar rats. Clinics (Sao Paulo)., v.64,

n.12, p.1211-1217. 2009.

KUMAR, A.; KUMARI, B.; KUMAR, P. Protective effects of selective and non-

selective cyclooxygenase inhibitors in an animal model of chronic stress. Neurosci

Bull., v.26, n.1, p.17-27. 2010.

Page 177: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

177

KUMARI, B.; KUMAR, A.; DHIR, A. Protective effect of non-selective and selective

COX-2-inhibitors in acute immobilization stress-induced behavioral and biochemical

alterations. Pharmacol Rep., v.59, n.6, p.699-707. 2007.

KWON, I.H.; CHOI, H.S.; SHIN, K.S.; LEE, B.K.; LEE, C.K.; HWANG, B.Y.; LIM, S.C.;

LEE, M.K. Effects of berberine on 6-hydroxydopamine-induced neurotoxicity in PC12

cells and a rat model of Parkinson's disease. Neurosci Lett., v.486, n.1, p.29-33.

2010.

LAI, B.C.; MARION, S.A.; TESCHKE, K.; TSUI, J.K. Occupational and environmental

risk factors for Parkinson’s disease. Parkinsonism Relat Disord.; v.8, p.297–309.

2002.

LALONDE, R. The neurobiological basis on spontaneous alternation. Neuroscience

and Biobehavioral Reviews., v.26, p.91-104, 2002.

LAMBERT, J.D.; ELIAS, R.J. The antioxidant and pro-oxidant activities of green tea

polyphenols: a role in cancer prevention. Arch Biochem Biophys., v.501, n.1, p.65-

72. Set 2010.

LANG, A.E.; LOZANO, A.M. Parkinson's disease. Part 1. N Engl J Med., v.339,

p.1044-1053. 1998.

LANGSTON, J.W. The Parkinson’s complex: Parkinsonism is just the tip of the

iceberg. Ann Neurol., v.59, p.591–596. 2006.

LEAVER, K.R.; ALLBUTT, H.N.; CREBER, N.J.; KASSIOU, M.; HENDERSON, J.M.

Oral pre-treatment with epigallocatechin gallate in 6-OHDA lesioned rats produces

subtle symptomatic relief but not neuroprotection. Brain Res Bull., v.80, n.6, p.397-

402. Dez, 2009.

LEE, J.H.; SONG, D.K.; JUNG, C.H.; SHIN, D.H.; PARK, J.; KWON, T.K.; JANG, B.C.;

MUN, K.C.; KIM, S.P.; SUH, S.I.; BAE, J.H. (-)-Epigallocatechin gallate attenuates

glutamate-induced cytotoxicity via intracellular Ca modulation in PC12 cells. Clin Exp

Pharmacol Physiol., v.31, n.8, p.530-536. Ago. 2004.

Page 178: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

178

LEE, C.S.; SAUER, H.; BJORKLUND, A. Dopaminergic neuronal degeneration and

motor impairments following axon terminal lesion by instrastriatal 6-hydroxydopamine

in the rat. Neuroscience., v.72, n.3, p.641-653. Jun, 1996.

LEE, J.W.; LEE, Y.K.; BAN, J.O.; HÁ, T.Y.; YUN, Y.P.; HAN, S.B.; OH, K.W.; HONG,

J.T. Green tea (-)-epigallocatechin-3-gallate inhibits beta-amyloid-induced cognitive

dysfunction through modification of secretase activity via inhibition of ERK and NF-

kappaB pathways in mice. J Nutr., v.139, n.10, p.1987-1993. Out. 2009.

LEE, T.; JAROME, T.; LI, S.J.; KIM, J.J.; HELMSTETTERH, F.J. Chronic stress

selectively reduces hippocampal volume in rats: a longitudinal magnetic resonance

imaging study. Neuroreport., v.20, n.17, p.1554-1558. Nov. 2009.

LEE, M.H.; HAN, D.W.; HYON, S.H.; PARK, J.C. Apoptosis of human fibrosarcoma

HT-1080 cells by epigallocatechin-3-O-gallate via induction of p53 and caspases as

well as suppression of Bcl-2 and phosphorylated nuclear factor-κB. Apoptosis., 2010

Oct 21.

LE PEN, G.; SONNIER, L.; HARTMANN, A. ET AL. Progressive loss of dopaminergic

neurons in the ventral midbrain of adult mice heterozygote for Engrailed1: a new

genetic model for Parkinson' disease? Parkinson Relat Disord ., v.14, p.107-111.

2008.

LEUNG, H.; MOK, V. Parkinson’s disease: aetiology, diagnosis, and management.

Hong Kong Med J., v.11, n. 6. Dez. 2005.

LEVITES, Y.; AMIT, T.; YOUDIM, MB; MANDEL, S. Involvement of protein kinase C

activation and cell survival/cell cycle genes in green tea polyphenol (−)-

epigallocatechin 3-gallate neuroprotective action, J. Biol. Chem., v.277, pp. 30574–

30580. 2002.

LEVITES, Y.; WEINREB, O.; MAOR, G.; YOUDIM, M.B.;MANDEL, S. Green

teapolyphenol (−)-epigallocatechin-3-gallate prevents N-methyl-4-phenyl-1,2,3,6-

tetrahydropyridine-induced dopaminergic neurodegeneration. Journal of

Neurochemistry., v.78, n.5, p. 1073–1082. 2001.

LEVITES, Y.; AMIT, T.; MANDEL, S.; YOUDIM, M.B. Neuroprotection and

Page 179: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

179

neurorescue against Abeta toxicity and PKC-dependent release of nonamyloidogenic

soluble precursor protein by green tea polyphenol (−)- epigallocatechin-3-gallate.

FASEB Journal, v.17, n.8, p.952–954. 2003.

LEZA, J.C.; SALAS, E.; SAWICKI, G.; RUSSELL, J.C.; RADOMSKI, M.W. The effects

of stress on homeostasis in JCR-LA-cp rats: the role of nitric oxide. J Pharmacol

Exp Ther., v.286, n.3, p.1397-1403. 1998.

LI, Q.; ZHAO, H.F.; ZHANG, Z.F., LIU, Z.G.; PEI, X.R.; WANG, J.B.; LI, Y. Long-term

green tea catechin administration prevents spatial learning and memory impairment

in senescence-accelerated mouse prone-8 mice by decreasing Abeta1-42 oligomers

and upregulating synaptic plasticity-related proteins in the hippocampus.

Neuroscience., v.163, n.3, p.74114-9. 2009.

LI, S.C.; SCHOENBERG, B.S.; WANG, C..;, CHENG, X.M.; RUI, D.Y.; BOLIS, C.L.;

SCHOENBERG, D.G. A prevalence survey of Parkinson’s disease and Other

movement disorders in the People’s Republic of China. Arch Neurol., v.42, p.655–

657. 1985.

LI, R.; PENG, N.; LI, X.P.; LE, W.D. (-)-Epigallocatechin gallate regulates dopamine

transporter internalization via protein kinase C-dependent pathway. Brain Res.,

v.1097, n.1, p.85-89. Jun. 2006.

LIN, A.M.; CHYI, B.Y.; WU, L.Y.; HWANG, .LS.; HO, L.T. The Antioxidative property of

Green tea against iron-induced oxidative stress in rat brain. Chin J Physiol., v.41,

p.189–194. 1998.

LIOU, H.H.; TSAI, M.C.; CHEN, C.J.; JENG, J.S.; CHANG, Y.C.; CHEN, S.Y.; CHEN,

R.C. Environmental risk factors and Parkinson's disease: a case-control study in

Taiwan. Neurology, v.48, p.1583–1588. 1997.

LOTITO, B. S.; FRAGA, C. G. (+)-Catechin prevents human plasma oxidation. Free

Radic. Biol. Med., v.24, p.435–441, 1998.

LU, H.; MENG, X.; YANG, C.S. Enzymology of methylation of Tea catechins and

inhibition of catechol-O-methyltransferase by (-)-epigallocatechin gallate. Drug

Metab Dispos., v.3, p.572–579. 2003.

Page 180: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

180

LUCAS, L.R.; WANG, C.J.; MCCALL, T.J.; MCEWEN, B.S. Effects of immobilization

stress on neurochemical markers in the motivational system of the male rat. Brain

Res., v.25, n.1155, p.108-15. Jun. 2007.

LUINE, V.; VILLEGAS, M.; MARTINEZ, C.; MCEWEN, B.S. Repeated stress causes

reversibal impairments of spatial memory performance. Brain Res.; v.639, p.

167−170, 1994.

LUINE, V.; MARTINEZ, C.; VILLEGAS, M.; MAGARIÑOS, A.M.; MCEWEN, B.S.

Restraint stress reversibly enhances spatial memory performance. Physiol Behav.,

v.59,n.1, p.27-32. Jan. 1996.

LUNDER, T. L. Catechins of green tea. In: Huang, M. et al. Phenolic compounds in

food andtheir effects on health II: antioxidants & cancer prevention. Washington:

American Chemical Society, 338p. p.114-120. 1992.

MADRIGAL, J.L.; OLIVENZA, R.; MORO, M.A.; LIZASOAIN, I.; LORENZO, P.;

RODRIGO, J.; LEZA, J.C. Glutathione depletion, lipid peroxidation and mitochondrial

dysfunction are induced by chronic stress in rat brain. Neuropsychopharmacology.,

v.24, n.4, p.420-439. Abr. 2001.

MAGARIÑOS, A.M.; McEWEN, B.S. Stress-induced atrophy of apical dendrites of

hippocampal CA3c neurons: comparison of stressors. Neuroscience., v.69, n.1,

p.83-88. Nov. 1995.

MAGARIÑOS, A.M.; VERDUGO GARCIA, J.M. & MCEWEN, B.S .Chronic restraint

stress altersSynaptic terminal structure in hippocampus. Proc.Natl.Acad.Sci.USA.,

v.94, p.14002–8. 1997.

MAKKAR, S.R.; ZHANG, S.Q.; CRANNEY, J. Behavioral and neural analysis of

GABA in the acquisition, consolidation, reconsolidation, and extinction of fear

memory. Neuropsychopharmacology., v.35, n.8, p.1625-1652.Jul. 2010.

MANDEL, S.; MAOR, G.; YOUDIM, M.B.H. Iron and a-synuclein in the substantia

nigra of MPTP-treated mice. Effect of neuroprotective drugs R-apomorphine and

green tea polyphenol (−)-epigallocatechin-3-gallate. J Mol Neurosci., v.24, p.401–

416. 2004.

Page 181: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

181

MANDEL,S.A.; AVRAMOVICH-TIROSH,Y.; REZNICHENKO,L.; ZHENG,H;

WEINREB,O.; AMIT,T &. YOUDIM, M.B.W. Multifunctional Activities of Green Tea

Catechins in Neuroprotection. Neurosignals, v.14, p.46-60. 2005.

MANDEL, S.A.; AMIT, T.; REZNICHENKO, L. WEINREB. O & YOUDIM, M. B.

H.Green tea catechins as brain-permeable, natural iron chelators-antioxidants for the

treatment of neurodegenerative disorders. Mol. Nutr. Food Res., v.50, p. 229 – 234.

2006.

MANDEL, S.A.; AMIT, T.; KALFON, L.; REZNICHENKO, L.; YOUDIM, M.B. Targeting

multiple neurodegenerative diseases etiologies with multimodal-acting green tea

catechins. J Nutr., v.138, n.8, p.1578-1583. Ag. 2008.

MARIN, C.; AGUILAR, E.; BONASTRE, M. Effect of locus coeruleus denervation on

levodopa-induced motor fluctuations in hemiparkinsonian rats. J Neural Transm.,

v.115, n.8, p.1133-1139. Ago. 2008.

MARINI, A.M.; POPOLO, M.; PAN, H.; BLONDEAU, N.; LIPSKY, R.H. Brain

adaptation to stressful stimuli: a new perspective on potential therapeutic approaches

based on BDNF and NMDA receptors. CNS Neurol Disord Drug Targets., v.7, n.4,

p.382-390. 2008.

MARNETT, LJ., HURD, H., HOLLSTEIN, M.C., ESTERBAUER, D.E. AND AMES,

B.N. Naturally occurring carbonyl compounds are mutagens in Salmonella tester

strain TA104. Mutat. Res., v.148, p.25-34. 1985.

MARTÍ, O.; MARTÍ, J.; ARMARIO, A. Effects of chronic stress on food intake in rats:

influence of stress or intensity and duration of daily exposure. Physiol Behav., v.55,

p.747–53. 1994.

MARTIN, L.J. Mitochondriopathy in Parkinson's disease and amyotrophic lateral

sclerosis. J Neuropathol Exp Neurol., v.65, p.1103-1110. 2006.

MASSIE, A.; GOURSAUD, S.; SCHALLIER, A.; VERMOESEN, K.; MESHUL, C.K.;

HERMANS, E.; MICHOTTE, Y. Time-dependent changes in GLT-1 functioning in

striatum of hemi-Parkinson rats. Neurochem Int., v.57, n.5, p.572-578. Nov. 2010.

Page 182: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

182

MATSUNO-YAGI, A.; MILLER, G.W.; GREENAMYRE, J.T. Mechanism of toxicity of

pesticides acting at complex I: relevance to environmental etiologies of Parkinson's

disease. J. Neurochem., v.100, p.1469–1479. 2007.

MAZZANTI, G.; MENNITI-IPPOLITO, F.; MORO, P.A.; CASSETTI, F.; RASCHETTI,

R.; SANTUCCIO, C.; MASTRANGELO, S. Hepatotoxicity from green tea: a review of

the literature and two unpublished cases. Eur J Clin Pharmacol., v.65, n.4, p.331-

341.Abr. 2009.

MAYEUX, R. The serotonin hypotesis for depression in Parkinson’s disease. Adv

Neurol., v.53, p.163-166. 1990.

MCEWEN, B.S. Effects of adverse experiences for brain structure and function. Biol

Psychiatry., v.48, p.8, n.721-731. 2000.

MCINTYRE, D.C.; KENT, P.; HAYLEY, S.; MERALI, Z.; ANISMAN, H. Influence of

psychogenic and neurogenic stressors on neuroendocrine and central monoamine

activity in fast and slow kindling rats. Brain Res., v.840, n.1-2, p.65-74. 1999.

MCLAUGHLIN, K.J.; GOMEZ, J.L.; BARAN, S.E.; CONRAD, C.D. The effects of

chronic stress on hippocampal morphology and function: an evaluation of chronic

restraint paradigms. Brain Res., v.1161, p.56-64. 2007.

MCCLUNG, C.A.; NESTLER, E.J. Neuroplasticity mediated by altered gene

expression. Neuropsychopharmacology, v.33, p.3-17. 2008.

MEISTER, A.; ANDERSON, M.E. Glutathione. Annu Rev Biochem., v.52, p.711-

760. 1983.

MENEZES, M. S.; TEIVE, H. A. G. Doença de Parkinson. Rio de Janeiro: ed.

Guanabara Koogan, 2003.

MEREDITH, G. E.; SONSALLA, P. K. & CHESSELET, M. F. Animal models of

Parkinson's disease progression. Acta. Neuropathol., v.115, p.385-398. 2008.

Page 183: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

183

METZ, G.A.; PIECHARKA, D.M.; KLEIM, J.A.; WHISHAW, I.Q. Preserved ipsilateral-

to-lesion motor map organization in the unilateral 6-OHDA-treated rat model of

Parkinson's disease. Brain Res., v.1026, n.1, p.126-135. 2004.

MEYDANI, M. Nutrition interventions in aging and age-associated diseases. Ann NY

Acad Sci, v.928, p.226–235. 2001.

MILLER, G.W.; GAINETDINOV, R.R.; LEVEY, A.I.; CARON, M.G. Dopamine

transporters and neuronal injury. Trends Pharmacol Sci., v.20, n.10, p.424-429.

Review. 1999.

MIZUNO, Y.; HATTORI, N.; YOSHINO, H; HATANO, Y.; SATOH, K.; TOMIYAMA, H.;

LI, Y. Progress in familial Parkinson's disease. J Neural Transm Suppl., n. 70,

p.191-204. 2006.

MIDDLETON,F.A.; STRICK, P.L. Basal ganglia and cerebellar loops: motor and

cognitive circuits. Brain Res Ver., v.31, p.236–250. 2000.

MITCHAM, J.C.; THOMAS, R.K. JR. Effects of substantia nigra and caudate nucleus

lesions on avoidance learning in rats. J Comp Physiol Psychol., v.81, n.1, p.101-

107. 1972.

MIZUNO, Y.; HATTORI, N.; KUBO, S.; SATO, S.; NISHIOKA, K.; HATANO, T.;

TOMIYAMA, H.; FUNAYAMA , M.; MACHIDA, Y.; MOCHIZUKI, H. Progress in the

pathogenesis and genetics of Parkinson's disease. Philos Trans R Soc Lond B Biol

Sci., v.363, n.1500, p.2215-2227. 2008. Review.

MODUN, D.; MUSIC, I.; KATALINIC, V.; SALAMUNIC, I.; BOBAN, M. Comparison of

protective effects of catechin applied in vitro and in vivo on ischemia-reperfusion

injury in the isolated rat hearts. Croat Med J. v.44, n.6, p.690-696. 2003.

MOGHADDAM, B. Stress preferentially increases extraneuronal levels of excitatory

amino acids in the prefrontal cortex: comparison to hippocampus and basal ganglia.

J Neurochem., n.60, v.5, p.1650-1657. 1993.

Page 184: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

184

MOLINA, V.A.; HEYSER, C.J.; SPEAR, L.P. Chronic variable stress or chronic

morphine facilitates immobility in a forced swim test: reversal by naloxone.

Psychopharmacology (Berl)., v.114, n.3, p.433-440. 1994.

MONCADA, S.; PALMER, R.M. nhibition of the induction of nitric oxide synthase by

glucocorticoids: yet another explanation for their anti-inflammatory effects? Trends

Pharmacol Sci., v.12, n.4, p.130-131. 1991. Review.

MONTEIRO, H.P.; WINTERBOURN, C.C. 6-Hydroxydopamine releases iron from

ferritin and promotes ferritin-dependent lipid peroxidation. Biochem Pharmacol., v.

138, n.23, p.4177-4182. 1989.

MOREL, I.; CILLARD, P.; CILLARD, J. Flavonoid-metal interactions in biological

systems. In: C.A.Rice-Evans and L.Packer(eds.),Flavonoids in Health and

Disease, pp.163–177.NewYork: Marcel Dekker,Inc.,1998.

MOSER, E.I.; KROBERT, K.A.; MOSER, M.B.; MORRIS, R.G. Impaired spatial

learning after saturation of long-term potentiation. Science., v.28, n.5385, p.2038-

2042. 1998.

MUKHTAR, H.; AHMAD, N. Tea polyphenols: prevention of cancer and optimizing

health. American Journal of Clinical Nutrition., v.71, n.6, p.1698–1702. 2000.

MULLER-HOCKER, J. Mitochondria and ageing. Brain Pathol., v.2, p.149-58. 1992.

MUANGPAISAN, W.; HORI, H.; BRAYNE, C. Systematic review of the prevalence

and incidence of Parkinson's disease in Asia. J Epidemiol., v.19, n.6, p.281-293.

2009.

MÜLLER, T.; HEFTER, H.; HUEBER, R.; JOST, W.H.; LEENDERS, K.L.; ODIN, P.;

SCHWARZ, J. Is levodopa toxic? J Neurol., v.251, n.6, p.44-46. Review. 2004.

MUNTEANU, A.; ZINGG, J.M.; AZZI, A. Anti-atherosclerotic effects of vitamin E-myth

or reality? J Cell Mol Med., v.8, p.59–76. 2004.

MURASE, T.; HARAMIZU, S.; SHIMOTOYODOME, A.; TOKIMITSU, I.; HASE, T.

Green tea extract improves running endurance in mice by stimulating lipid utilization

Page 185: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

185

during exercise. Am J Physiol Regul Integr Comp Physiol., v.290, n.6, p.1550-

1556. Jun. 2006.

MURATA, M. Levodopa in the early treatment of Parkinson’s disease. Parkinsonism

and Related Disorders., v.15, v.1, p.17–20. 2009.

MURER, M.G.; DZIEWCZAPOLSKI, G.; MENALLED, L.B.; GARCÍA, M.C.; AGID, Y.;

GERSHANIK, O.; RAISMAN-VOZARI, R. Chronic levodopa is not toxic for remaining

dopamine neurons, but instead promotes their recovery, in rats with moderate

nigrostriatal lesions. Ann Neurol., v.43, n.5, p.561-575. Maio, 1998.

MYTILINEOU, C.; WALKER, R.H.; JNOBAPTISTE, R.; OLANOW, C.W. Levodopa is

toxic to dopamine neurons in an in vitro but not an in vivo model of oxidative stress. J

Pharmacol Exp Ther., v.304, v.2, p.792-800. 2003.

NADE, V.S.; YADAV, A.V. Anti-stress effect of ethyl acetate soluble fraction of Morus

alba in chronic restraint stress. Pharm Biol., v.48, n.9, p.1038-1046. 2010.

NAERT, G.; IXART, G.; MAURICE, T.; TAPIA-ARANCIBIA, L.; GIVALOIS, L. Brain-

derived neurotrophic factor and hypothalamic-pituitary-adrenal axis adaptation

processes in a depressive-like state induced by chronic restraint stress. Mol Cell

Neurosci., 2010.

NAGASHAYANA, N.; SANKARANKUTTY, P., NAMPOOTHIRI, M.R.; MOHAN,

P.K.; MOHANAKUMAR, K.P. Association of L-DOPA with recovery following Ayurveda

medication in Parkinson's disease. J Neurol Sci., v.176, n.2, p.124-127. 2000.

NAGATA, K.; NAKASHIMA-KAMIMURA, N.; MIKAMI, T.; OHSAWA, I.; OHTA, S.

Consumption of molecular hydrogen prevents the stress-induced impairments in

hippocampus-dependent learning tasks during chronic physical restraint in mice.

Neuropsychopharmacology., v.34, n.2, 501-508. 2009.

NAGATSU, T.; SAWADA, M. L-dopa therapy for Parkinson’s disease: Past, present,

and future. Parkinsonism and Related Disorders., v.15, n.1, p.3–8. 2009.

NAKAO, M.; TAKIO, S.; ONO, K. Alkyl peroxy radical-scavenging activity of

catechins. Phytochemistry, v.49, p.2379–2382. 1998.

Page 186: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

186

NANCE, C.L.; SHEARER,W.T. Is green tea good for HIV-1 infection? Journal of

Allergy and Clinical Immunology., v.112, n.5, p.851–853. 2003.

NESTLER, E.J.; CARLEZON, W.A. JR. The mesolimbic dopamine reward circuit in

depression. Biol Psychiatry., v.59, p.1151-1159. 2006.

NOBRE JÚNIOR, H.V.; CUNHA, G.M.; MAIA, F.D.; OLIVEIRA, R.A.; MORAES, M.O.;

RAO, V.S. Catechin attenuates 6-hydroxydopamine (6-OHDA)-induced cell death in

primary cultures of mesencephalic cells. Comp Biochem Physiol C Toxicol

Pharmacol., v.136, n.2, p.175-180. 2003.

OISHI, K.; YOKOI, M.; MAEKAWA, S.; SODEYAMA, C.; SHIRAISHI, T.; KONDO, R.;

KURIYAMA, T.; MACHIDA, K. Oxidative stress and haematological changes in

immobilized rats. Acta Physiol. Scand., v.165, p.65–69. 1999.

OKUN, M.S.; WATTS, R.L. Depression associated with Parkinson's disease: clinical

features and treatment. Neurology., v.58, n.4, Suppl., p.63-70. Review. 2002.

OLANOW, C.W.; TATTON, W.G. Etiology and pathogenesis of Parkinson's disease.

Annual Reviews in Neuroscience, v.22, p.123–144. 1999.

OLANOW, C.W.; AGID, Y.; MIZUNO, Y.; ALBANESE, A.; BONUCCELLI, U.; DAMIER,

P.; DE YEBENES, J.; GERSHANIK, O.; GUTTMAN, M.; GRANDAS, F.; HALLETT,

M.; HORNYKIEWICZ, O.; JENNER, P.; KATZENSCHLAGER, R.; LANGSTON, W.J.;

LEWITT, P.; MELAMED, E.; MENA, M.A.; MICHEL, P.P.; MYTILINEOU, C.; OBESO,

J.A.; POEWE, W.; QUINN, N.; RAISMAN-VOZARI, R.; RAJPUT, A.H.; RASCOL, O.;

SAMPAIO, C.; STOCCHI, F. Levodopa in the treatment of Parkinson's disease:

current controversies. Mov Disord., v.19, n.9, p.997-1005. 2004. Review.

ORREGO. F.; VILLANUEVA, S. The chemical nature of the main central excitatory

transmitter: A critical appraisal based upon release studies and synaptic vesicle

localization. Neuroscience., v.56, p.539–555. 1993.

OWEN, A.M. Cognitive dysfunction in Parkinson’s disease: the role of frontostriatal

circuitry. Neuroscientist., v.10, p.525–537. 2004.

PÅLHAGEN, S.E.; EKBERG, S.; WÅLINDER, J.; GRANÉRUS, A.K.; GRANERUS, G.;

Page 187: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

187

HMPAO, SPECT, I.N. Parkinson's disease (PD) with major depression (MD) before

and after antidepressant treatment. J Neurol., v.256, n.9, p.1510-1518. 2009.

PANEGYRES, P.K. The contribution of the study of neurodegenerative disorders to

the understanding of human memory. QJM., v.97, n.9, p.555-567.2004.

PARKINSON, J. An essay on the shaking palsy.London, UK: Sherwood, Neely,

and Jones. 1817.

PATHAK, R.U.; DAVEY, G.P. Complex I and energy thresholds in the brain.

Biochimica et Biophysica Acta., v.1777, p.777–782. 2008.

PATIL, C.S.; SINGH, V.P.; SATYANARAYAN, P.S. ET AL. Protective effect of

flavonoids against aging- and lipopolysaccharide-induced cognitive impairment in

mice. Pharmacology, v.69, p.59-67. 2003.

PAVCOVICH, L.A.; CANCELA, L.M.; VOLOSIN, M.; MOLINA, V.A.; RAMIREZ, O.A.

Chronic stress-induced changes in locus coeruleus neuronal activity. Brain Res

Bull., v.24, n.2, p.293-296. 1990.

PÉREZ, V.; MARIN, C.; RUBIO, A.; AGUILAR, E.; BARBANOJ, M.; KULISEVSKY, J.

Effect of the additional noradrenergic neurodegeneration to 6-OHDA-lesioned rats in

levodopa-induced dyskinesias and in cognitive disturbances. J Neural Transm.,

v.116, n.10, p.1257-1266. Out. 2009.

PARKER, W.D. JR; PARKS, J.K.; SWERDLOW, R.H. Complex I deficiency in

Parkinson's disease frontal cortex. Brain Res., v.1189, p.215-118. 2008.

PARKER, W.D. JR,; PARKS, J.K. Mitochondrial ND5 mutations in idiopathic

Parkinson's disease. Biochem Biophys Res Commun., v.326, n.3, p.667-669. 2005.

PETZINGER, G. M.; JAKOWEC, M.W. Animal Models Of Parkinson’s Disease And

Page 188: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

188

Related Disorders. In: Handbook for Parkinson’s Disease. Fourth Edition. Eds. R.

Pahwa, and K. Lyons, Macel Dekker, Inc., NY, NY. 2007.

PFEFFER, U.; FERRARI, N.; MORINI, M.; BENELLI, R.; NOONAN, D.M.; ALBINI, A.;

Antiangiogenic activity of chemopreventive drugs. International Journal of

Biological Markers, v.18, n.1, p.70–74. 2003.

PIGNATELLI, P.; PULCINELLI, F.M.; CELESTINI, A.; LENTI, L.; GHISELLI, A.;

GAZZANIGA, P.P.; VIOLI, F. The flavonoids quercetin and catechin synergistically

inhibit platelet function by antagonizing the intracellular production of hydrogen

peroxide. Am J Clin Nutr., v.72, n.5, p.1150-1155. 2000.

PRADO, R.C.; BARBOSA, E.R. Depression in Parkinson' disease. Arq

Neuropsiquiatr., v.63, p.766-771. 2005.

PRESCOTT, I.A. Synaptic plasticity in basal ganglia output neurons in

parkinson’s disease patients. Thesis. Master of Science 2009. Department of

Physiology, University of Toronto. 2009.

PRYOR, W.A. Vitamin E and heart disease: basic science to clinical intervention

trials. Free Rad Biol Med, v.28, p.141–164. 2000.

PORSOLT, R.D.; ANTON, G.; BLAVET, N.; JALFRE, M. Behavioural despair in rats: a

new model sensitive to antidepressant treatments. Eur J Pharmacol., v.47, n.4,

p.379-391. 1978.

PORSOLT, R.D. Animal model of depression. Biomedicine., v.30, n.3, p.139-140.

1979.

RABASA, C.; DELGADO-MORALES, R.; MUÑOZ-ABELLÁN, C.; NADAL, R.;

ARMARIO, A.. Adaptation of the hypothalamic-pituitary-adrenal axis and glucose to

repeated immobilization or restraint stress is not influenced by associative signals.

Behav Brain Res. 2010.

RACHAKONDA, V.; PAN, T.H.; LE, W.D. Biomarkers of neurodegenerative disorders:

Page 189: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

189

how good are they? Cell Res., v.14, n.5, p.347-358. 2004. Review.

RADAK, Z.; SASVARI, M.; NYAKAS, C.; KANEKO, T.; OHNO, H.; GOTO ,S. Single

bout of Exercise eliminates the immobilization-induced oxidative stress in rat brain.

Neurochem. Int., v.39, p.33–38. 2001.

RAMSEY, J.M. Basic pathophysiology: modern stress and the disease process.

Menlo Park (CA): Addison-Wesley Publishing. p.30–73. 1982.

RASCH,B.; BÜCHEL,C.; GAIS,S.; BORN,J. Odor cues during slow-wave sleep

prompt declarative memory consolidation. Science, v.315, p.1426–1429. 2007.

RASHEED, N.; AHMAD, A.; PANDEY, C.P.; CHATURVEDI, R.K.; LOHANI,

M.; PALIT, G. Differential response of central dopaminergic system in acute and

chronic unpredictable stress models in rats. Neurochem Res., v.35, n.1, p.22-

32. Jan. 2010.

RASOOLIJAZI, H.; JOGHATAIE, M.T.; ROGHANI, M.; NOBAKHT, M. The beneficial

effect of (-)-epigallocatechin-3-gallate in an experimental model of Alzheimer's

disease in rat: a behavioral analysis. Iran Biomed J., v.11, n.4, p.237-243. 2007.

RAZA, H.; JOHN, A. In vitro protection of reactive oxygen species-induced

degradation of lipids, proteins and 2-deoxyribose by tea catechins. Food Chem,

Toxicol., v.45, p.1814–1820. 2007.

READER, A.; DEWAR, K.M. Effects of denervation and hyperinnervation on

dopamine and serotonin systems in the rat neostriatum: implications for human

Parkinson's disease, Neurochem Int., v.34, p. 1–21.1999.

REAGAN, L.P.; GRILLO, C.A.; PIROLI, G.G. The As and Ds of stress: metabolic,

morphological and behavioral consequences. Eur J Pharmacol., v.585, n.1, p.64-75.

Review. 2008.

RESNAUD, S.; DE LORGERIL, M. Wine, alcohol, and the French paradox for

coronary heart disease. Lancet, v.339, p.1523–1526, 1992.

Page 190: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

190

REZAI-ZADEH, K.; SHYTLE, D.; SUN, N. ET AL. Green tea epigallocatechin-3-

gallate (EGCG) modulates amyloid precursor protein cleavage and reduces cerebral

amyloidosis in Alzheimer transgenic mice. J. Neurosci., v.25, p.8807–8814. 2005.

REZNICHENKO, L.; AMIT, T.; ZHENG, H.; AVRAMOVICH-TIROSH, Y.; YOUDIM,

M.B.; WEINREB, O.; MANDEL, S. Reduction of iron-regulated amyloid precursor

protein and beta-amyloid peptide by (-)-epigallocatechin-3-gallate in cell cultures:

implications for iron chelation in Alzheimer's disease. J Neurochem., v.97, p. 527-

536. 2006.

RIBEIRO, A. J. & SEBASTIÃO, A.M. Caffeine and Adenosine. Journal of

Alzheimer’s Disease., v.20, p.3–15. 2010.

RICHARD, I.H. Anxiety disorders in Parkinson’s disease. Adv Neurol., v.96, p.42–55.

2005.

RIEDERER, P.; SOFIC, E.; RAUSCH, W. D.; SCHMIDT, B; REYNOLDS,

G.P.;JELLINGER, K.; YOUDIM, M.B. Transition metals, ferritin, glutathione, and

ascorbic acid in parkinsonian brains. J. Neurochem., v.52, p.515–520. 1989.

RIEDERER ,P.; YOUDIM, M.B.H.; BEN-SHACHAR, D.; REICHMANN, H.;

JELLINGER, K. The implications of increased iron in parkinsonian substantia nigra

and its high affinity binding to melanin for dopamine neurondegeneration. Eur J

Pharmacol., v.183, p.3–4. 1990.

RIZELIO, V.; SZAWKA, R.E.; XAVIER, L.L.; ACHAVAL, M.; RIGON, P.; SAUR,

L.; MATHEUSSI, F.; DELATTRE, A.M.; ANSELMO-FRANCI, J.A.; MENESES,

M.; FERRAZ, A.C. Lesion of the subthalamic nucleus reverses motor deficits but not

death of nigrostriatal dopaminergic neurons in a rat 6-hydroxydopamine-lesion model

of Parkinson's disease. Braz J Med Biol Res., v.43. n.1, p.85-95. 2010.

ROCCA, W.A.; BOWER, J.H.; MARAGANORE, D.M.; AHLSKOG,

J.E.; GROSSARDT, B.R.; DE ANDRADE, M.; MELTON, L.J. 3RD. Increased risk of

cognitive impairment or dementia in women who underwent oophorectomy before

menopause. Neurology., v.69, n.11, p.1074-1083. 2007.

ROSIN, B.; NEVET , A.; ELIAS, S.; RIVLIN-ETZIONA, M.; ,ISRAEL, Z.;

BERGMAN,H. Physiology and pathophysiology of the basal ganglia−thalamo−cortical

Page 191: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

191

networks. Parkinsonism and Related Disorders., v.13, p. 437–439. 2007.

ROSS, G.W.; ABBOTT, R.D.; PETROVITCH, H.; MORENS, D.M.; GRANDINETTI, A.;

TUNG, K.H. ET AL. Association of coffee and caffeine intake with the risk of

Parkinson disease. JAMA., v.283, p.2674-2679. 2000.

RUSNÁK, M.; KVETNANSKÝ, R.; JELOKOVÁ, J.; PALKOVITS, M. Effect of novel

stressors on gene expression of tyrosine hydroxylase and monoamine transporters in

brainstem noradrenergic neurons of long-term repeatedly immobilized rats. Brain

Res., v.899, n.1-2, p.20-35. 2001.

SABBAN, E.L.; KVETNANSKÝ, R. Stress-triggered activation of gene expression in

catecholaminergic systems: dynamics of transcriptional events. Trends Neurosci.,

v.24, n.2, p.91-98. 2001.

SAEWONG, T.; OUNJAIJEAN, S.; MUNDEE, Y.; PATTANAPANYASAT, K.;

FUCHAROEN, S.; PORTER, J.B.; SRICHAIRATANAKOOL, S. Effects of green tea

on iron accumulation and oxidative stress in livers of iron-challenged thalassemic

mice. Med Chem., v.6, n.2, p.57-64. Mar. 2010.

SAHIN, E.; GÜMÜŞLÜ, S. Immobilization stress in rat tissues: alterations in protein

oxidation, lipid peroxidation and antioxidant defense system. Comp Biochem

Physiol C Toxicol Pharmacol., v.144, n.4, p.342-347. Jan. 2007.

ST-JEAN-TRUDEL, E.; GUAY, S.; MARCHAND, A. The relationship between social

support, psychological stress and the risk of developing anxiety disorders in men and

women: results of a national study. Can J Public Health., v.100, p.148-52. 2009.

SALAH,N.; MILLER, N.J.; PAGANGA, G.; TIJBURG, L.; BOLWELL, G.P.; RICE-

EVANS, C Polyphenolic flavanols as scavengers of aqueous phase radicals and as

chain-breaking antioxidants. Arch Biochem Biophys., v.322, p.339–346. 1995.

Page 192: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

192

SANCHEZ-GUAJARDO, V.; FEBBRARO, F.; KIRIK, D.; ROMERO-RAMOS, M.

Microglia acquire distinct activation profiles depending on the degree of alpha-

synuclein neuropathology in a rAAV based model of Parkinson's disease. PLoS

One., v.5, n.1, p. 8784. 2010.

SANDI, C.; LOSCERTALES, M.; GUAZA, C. Experience-dependent facilitating effect

of corticosterone on spatial memory formation in the water maze. Eur. J. Neurosci.,

v.9, p.637–642. 1997.

SANDI, C.; PINELO-NAVA, M. T. Stress and memory: behavioral effects and

neurobiological mechanisms. Neural Plast., v. 2007, p.78970. 2007.

SANDYK, R. Estrogen and the pathophysiology of Parkinson’s disease. Int.

J.Neurosci., v.45, p.119–122. 1989.

SANG, S.; LEE, M.J.; HOU, Z.; HO, C.T. YANG, C.S. Stability of tea polyphenol (-)-

epigallocatechin-3-gallate and formation of dimers and epimers under common

experimental conditions. J Agric Food Chem., v.53, n.24, p.9478-9484.Nov 30.

2005.

SANTENS, P.; BOON, P. ; VAN ROOST, D; AND CAEMAERT, J. The

pathophysiology of motor symptoms in Parkinson’s disease. Acta neurol.belg .,

v.103,p.129-134. 2003.

SANTIAGO, R.M.; BARBIEIRO, J.; LIMA, M.M.; DOMBROWSKI, P.A.; ANDREATINI,

R.; VITAL, M.A. Depressive-like behaviors alterations induced by intranigral MPTP, 6-

OHDA, LPS and rotenone models of Parkinson's disease are predominantly

associated with serotonin and dopamine. Prog Neuropsychopharmacol Biol

Psychiatry., v.34, n.6, p.1104-1114. 2010.

SAPOLSKY, R.M.; KREY, L.C.; MCEWEN, B.S. Glucocorticoid-sensitive hippocampal

neurons are involved in terminating the adrenocortical stress response. Proceedings

of the National Academy of Sciences of the United States of America., v.81,

p.6174–6177. 1984.

SARTER, M.; BODEWITZ, G.; STEPHENS, D.N. Attenuation of scopolamine-induced

impairment of spontaneous alternation behavior by antagonist but not inverse agonist

and antagonist β-carboline. Psychopharmacology., v.94, p.491–495. 1988.

Page 193: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

193

SCALZO, P.; KUMMER, A.; CARDOSO, F.; TEIXEIRA, A.L. Depressive symptoms

and perception of quality of life in Parkinson's disease. Arq Neuropsiquiatr., v.67,

n.2A, p.203-208. 2009.

SELDEN, N. R.; COLE, B. J.; EVERITT, B. J.; ROBBINS, T. W. Damage to ceruleo-

cortical noradrenergic projections impairs locally cued but enhances spatially cued

water maze acquisition. Behav. Brain Res., v.39, p.29–51. 1990.

SCHAPIRA, A.H.; COOPER, J.M.; DEXTER, D.; JENNER, P.; CLARK,

J.B. MARSDEN, C.D. Mitochondrial complex I deficiency in Parkinson's disease.

Lancet., v.1, n.8649, p.1269. 1989.

SCHAPIRA, A.H.; COOPER, J.M.; DEXTER, D.; CLARK, J.B.; JENNER, P.;

MARSDEN, C.D. Mitochondrial complex I deficiency in Parkinson's disease. J

Neurochem., v.54, n.3, p.823-827. 1990.

SCHAPIRA, A.H. Science, medicine, and the future: Parkinson's disease. BMJ. Jan

v.318, n.7179, p.311-4. 1999.

SCHAPIRA, A.H. Neuroprotection in PD- a role for dopamine agonists? Neurology,

v.61, n.6, p.34–42. 2003.

SCHAPIRA, A.H.; BEZARD, E.; BROTCHIE, J .; CALON, F.; COLLINGRIDGE, G.L.;

FERGER, B.; HENGERER, B.; HIRSCH, E.; JENNER, P.L.E.; NOVÈRE, N.; OBESO,

J.A.; SCHWARZSCHILD, M.A.; SPAMPINATO, U.; DAVIDAI, G. Novel

pharmacological targets for the treatment of Parkinson's disease. U, Davidai G.Nat

Rev Drug Discov. v.5, n.10, p.845-854. Review. 2006.

SCHATZKIN, A.; LANZA, E.; CORLE, D.; LANCE, P.; IBER, F.; CAAN, B.; SHIKE, M.;

WEISSFELD, J.; BURT, R.; COOPER, M. R.; KIKENDALL, J. W.; CAHILL, J. Lack of

effect of a low-fat, high-fiber diet on the recurrence of colorectal adenomas. N. Engl.

J. Med., v.342, p.1149–1155, 2000.

SCHMITT-SCHILLIG, S.; SCHAFFER, C.C.; WEBER, G.P.; ECKERT, W.E.; MÜLLER,

W.E. Flavonoids and the aging brain. Journal of physiology and pharmacology,

v.56, n. 1, p. 23 - 36. 2005.

Page 194: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

194

SCHROETER, H.; BOYD, C.; SPENCER, J.P.; WILLIAMS, R.J.; CADENAS, E.;

RICE-EVANS, C. MAPK signaling in neurodegeneration: influences of flavonoids and

of nitric oxide. Neurobiol Aging., v.23, n.5, p.861-880. 2002. Review.

SCHUURMANN, A.G.; AKKER, M.; ENSINCK, K.T.J.L.; METSEMAKERS, J.F.M.;

KNOTTNERUS, J.A.; LEENTJENS, A.F.G. ET AL. Increased risk of Parkinson’s

disease after depression. A retrospective cohort study. Neurology, v.58, p.1501-

1504. 2002.

SCHWABE, L.; BÖHRINGER, A.; WOLF, O.T. Stress disrupts context-dependent

memory. Learn Mem. V.16, n.2, p.110-113. 2009.

SCOVILLE, W.B.; MILNER, B. Loss of recent memory after bilateral hippocampal

lesions. J. Neurol. Neurosurg. Psychiatry, v.20, p.11–12. 1957.

SCOTT, B. C.; BUTLER, J.; HALLIWELL, B.; ARUOMA, O. I. Evaluation of the

antioxidant actions of ferulic acid and catechins. Free Rad. Res. Commun., v.19, p.

241–253, 1993.

SEMCHUK, K.M.; LOVE, E.J.; LEE, R.G. Parkinson's disease and exposure to

agricultural work and pesticide chemicals. Neurology, v.42, p.1328–1335. 1992.

SERRA-MAJEM, L.; ROMAN, B.; ESTRUCH, R. Scientific evidence of interventions

using the Mediterranean diet: A systematic review. Nutr Rev, v.64, p.27–47. 2006.

SHELINE, Y.I. Hippocampal atrophy in major depression: a result of depression-

induced neurotoxicity? Mol Psychiatry., v.1, n.4, p.298-299. 1996.

SHERER, T.B.; RICHARDSON, J.R.; TESTA, C.M.; SEO, B.B.; PANOV, A.V.; YAGI,

T.;

SHINTANI, F.; NAKAKI, T.; KANBA, S.; KATO, R.; ASAI, M. Role of interleukin-1 in

stress responses. A putative neurotransmitter. Mol Neurobiol., v.10, n.1, p.47-71.

1995. Review.

SHIBA, M.; BOWER, J.H.; MARAGANORE, D.M.; MCDONNELL, S.K.; PETERSON,

B.J.; AHLSKOG, J.E. ET AL. Anxiety disorders and depressive disorders preceding

Page 195: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

195

Parkinson’s disease: A case-control study. Mov Disord., v.15, p.669–677. 2000.

SHIMOHAMA, S.; SAWADA, H.; KITAMURA, Y.; TANIGUCHI, T. Disease model:

Parkinson's disease. Trends Mol Med., v.8; p.360-365. Review.2003.

SHIN, J.K.; KIM, G.N.; JANG, H.D. Antioxidant and pro-oxidant effects of green tea

extracts in oxygen radical absorbance capacity assay. J Med Food., v.10, n.1, p.32-

40. Mar. 2007.

SHORS, T.J.; SERVATIUS,R.J.The contribution of stressor intensity, duration, and

context to the stress-induced facilitation of associative learning. Neurobiol.

Learn.Mem., v.68, p.92–96.1997.

SHPARGEL, K.B.; JALABI, W.; JIN, Y.; DADABAYEV, A.; PENN, M.S.; TRAPP, B.D.

Preconditioning paradigms and pathways in the brain. Cleve Clin J Med., v.75, n.2,

p.77-82. 2008.

SHULMAN, L.M.; TABACK, R.L.; RABINSTEIN, A.A.; WEINER, W.J. Nonrecognition

of depression and other non-motor symptoms in Parkinson’s disease. Parkinsonism

Relat Disord., v.8, p.193–197. 2002.

SHULMAN, L.M. Gender differences in Parkinson's disease. Gend Med., v.4, p.8–18.

2007.

SHULTS, C.W.; OAKES, D.; KIEBURTZ, K.; BEAL, M.F.; HAAS, R.; PLUMB, S.;

JUNCOS, J.L.; NUTT, J.; SHOULSON, I.; CARTER, J.; KOMPOLITI, K.;

PERLMUTTER, J.S.; REICH, S.; STERN, M.; WATTS, R.L.; KURLAN, R.; MOLHO,

E.; HARRISON, M.; LEW, M. Effects of coenzyme Q10 in early Parkinson disease:

evidence of slowing of the functional decline. Arch Neurol., v.59, p.1541–1550.

2002.

SINGAL, A.; KAUR, S.; TIRKEY, N.; CHOPRA, K. Green tea extract and catechin

ameliorate chronic fatigue-induced oxidative stress in mice. J Med Food., v.8, n.1,

p.47-52. 2005.

Page 196: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

196

SINGH, H.; PILLAY, V.; CHOONARA, Y. E. Advances in the treatment of Parkinson’s

disease. Progress in Neurobiology, v.81, p.29–44. 2007.

SINGH, R.; AKHTAR, N.; HAQQI, T.M. Green tea polyphenol epigallocatechin-3-

gallate: inflammation and arthritis. Life Sci., v.86, n.25-26, p.907-918. 2010.

SINGH, S.; DAS, T.; RAVINDRAN, A.; CHATURVEDI, R.K.; SHUKLA, Y.; AGARWAL,

A.K.; DIKSHIT, M. Involvement of nitric oxide in neurodegeneration: a study on the

experimental models of Parkinson's disease. Redox Rep., v.10, n.2, p.103-109.

2005.

SINGH, S.; AHMED, R.; SAGAR, R.K.; KRISHANA, B. Neuroprotection of the

nigrostriatal dopaminergic neurons by melatonin in hemiparkinsonium rat. Indian J

Med Res., v.124, n.4, p.419-426. 2006.

SMITH, M.A.; MAKINO, S.; KIM, S.Y.. KVETNANSKY, R. Stress increases brain-

derived neurotropic factor messenger ribonucleic acid in the hypothalamus and

pituitary. Endocrinology., v.136, n.9, p.3743-3750. 1995.

SMITH, A.D.; CASTRO, S.L.; ZIGMOND, M.J. Stress-induced Parkinson's disease: a

working hypothesis. Physiol Behav., v.77, n.4-5, p.527-531. 2002.

SMITH, L.K.; JADAVJI, N.M.; COLWELL, K.L.; KATRINA PEREHUDOFF, S.; METZ,

G.A. Stress accelerates neural degeneration and exaggerates motor symptoms in a

rat model of Parkinson's disease. Eur J Neurosci., v.27, n.8, p.2133-2146. Abr.

2008.

SMITH, Y.; VILLALBA, R. Striatal and extrastriatal dopamine in the basal ganglia: an

overview of its anatomical organization in normal and Parkinsonian brains. Mov

Disord., v.23, n.Suppl 3, p.534-547. 2008.

SNYDER. A.M.; STRICKER, E.M.; ZIGMOND, M.J. Stress-induced neurological

impairments in an animal model of parkinsonism. Ann Neurol., v.18, n.5, p.544-551.

1985.

SRINIVASAN, J.; SCHMIDT, W.J. Behavioral and neurochemical effects of

noradrenergic depletions withN-(2-chloroethyl)-N-ethyl-2-bromobenzylaminein 6-

Page 197: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

197

hydroxydopamine-induced rat model of Parkinson’s disease. Behavioural Brain

Research., v.151, p.191–199. 2004.

SRIVIDHYA, R.; ZARKOVIC, K.; STROSER, M.; WAEG, G.; ZARKOVIC, N.;

KALAISELVI, P. Mitochondrial alterations in aging rat brain: effective role of (−)-

epigallo catechin gallate, Int. J. Dev. Neurosci., v.27,p. 223–231. 2009.

STRATAKIS, C.A.; CHROUSOS, G.P. Neuroendocrinology and pathophysiology of

the stress system. Ann N Y Acad Sci., v.771, p.1-18. 1995.

SUN, A.Y.; WANG, Q.; SIMONYI, A.; SUN, G.Y. Botanical phenolics and brain health.

Neuromolecular Med., v.10, n.4, p.259-274. 2008. Review.

STADTMAN, E.R. Protein oxidation and aging. Science, v.257, p.1220-1224. 1992.

STAPLETON, P.D.; SHAH, S.; ANDERSON, J.C.; HARA, Y.; HAMILTON-MILLER,

J.M.; TAYLOR, P.W. Modulation of beta-lactam resistance in Staphylococcus aureus

by catechins and gallates. International Journal of Antimicrobial Agents, v.23, n.5,

p.462–467. 2004.

STEBBINS, S.G.; GABRIELI, J.D.E.; MASCIARI, F.; MONTI, L.; GOETZ, C.G.

Delayed recognition memory in Parkinson´s disease: a role for working memory?

Neuropsychology, v. 37, p.503-510, 1999.

STEIN, D.J. Depression, anhedonia, and psychomotor symptoms: the role of

dopaminergic neurocircuitry. CNS Spectr., v.13, n.7, p.561-565. Review. 2008.

STERN,G. Did parkinsonism occur before 1817? Journal of Neurology,

Neurosurgery, and Psychiatry. Special Supplement, p.11-12. 1989.

STEWART, F. Parkinson's Disease: Diagnosis and Clinical Management, 2nd Edition.

Demos Medical Publishing, LLC. 2007

STORCH, A.; LUDOLPH, A.C.; SCHWARZ, J. Dopamine transporter: involvement in

selective dopaminergic neurotoxicity and degeneration. J Neural Transm., v.111,

n.10-11, p.1267-1286. 2004.

SUH, K.S.; CHON, S.; OH, S.; KIM, S.W.; KIM, J.W.; KIM, Y.S.; WOO, J.T.

Page 198: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

198

Prooxidative effects of green tea polyphenol (-)-epigallocatechin-3-gallate on the HIT-

T15 pancreatic beta cell line. Cell Biol Toxicol., v.26, n.3, p.189-199. Jun. 2010.

SWANSON,C.J.; PERRY,K.W.; SCHOEPP,D.D.The mGlu2/3 receptor agonist,

LY354740, blocks immobilization-induced increases in noradrenaline and dopamine

release in the rat medial prefrontal cortex. J.Neurochem., v.88, p.194–202. 2004.

TADAIESKY, M.T.; DOMBROWSKI, P.A.; FIGUEIREDO, C.P.; CARGNIN-FERREIRA,

E.; DA CUNHA, C.; TAKAHASHI, R.N. Emotional, cognitive and neurochemical

alterations in a premotor stage model of Parkinson's disease. Neuroscience., v.156,

n.4, p.830-840. 2008.

TAKAHASHI, H.; WAKABAYASHI, K. The cellular pathology of Parkinson’s disease.

Neuropathology, v.21, p.315–322, 2001.

TANDBERG, E.; LARSEN, J.P.; AARSLAND, D.; LAAKE, K.; CUMMINGS, J.L. Risk

factors for depression in Parkinson disease. Arch Neurol., v.54, p.625–630. 1997.

TEISMANN, P.; MARTIN, L,H. Glutathione-a review on its role and significance in

Parkinson’s disease. The FASEB Journal., v.23, p.3263-3272. 2009.

TEIVE, H.A.G. O papel de Charcot na Doença de Parkinson. Arq Neuropsiquiatr.,

v.56, n.1, p.141-145. 1998.

TEMLETT, J.A.; LANDSBERG, J.P.; WATT, F.; GRIME, G.W. Increased iron in the

substantia nigra compacta of the MPTP-lesioned hemiparkinsonian African green

monkey: evidence from proton microprobe elemental microanalysis. J Neurochem.,

v.62, n.1, p.134-146. 1994.

TEPPER, J. M.; ABERCROMBIE, E.D.; BOLAM, J.P. Basal ganglia macrocircuits.

Progress in Brain Research, v.160. 2007.

Page 199: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

199

TIAN, B.; SUN, Z.; XU, Z.; HUA, Y. Chemiluminescence analysis of the prooxidant

and antioxidant effects of epigallocatechin-3-gallate. Asia Pac J Clin Nutr., v.16, n.1,

p.153-157. 2007.

THIRUCHELVAM, M.; RICHFIELD, E.K.; BAGGS, R.B.; TANK, A.W.; CORY-

SLECHTA, D.A. The nigrostriatal dopaminergic system as a preferential target of

repeated exposure to combined paraquat and maneb - implications for Parkinson’s

disease. Neuroscience, v.20, n.24, p. 9207-9214. 2000.

THOME, J.; PESOLD, B.; BAADER, M.; HU, M.; GEWIRTZ, J.C.; DUMAN, R.S.;

HENN, F.A. Stress differentially regulates synaptophysin and synaptotagmin

expression in hippocampus. Biol Psychiatry., v.50, n.10, p.809-812. 2001.

TÓTH, Z.E., ZELENA, D.; MERGL, Z.; KIRILLY, E.; VÁRNAI, P.; MEZEY,

E.; MAKARA, G.B. PALKOVITS, M. Chronic repeated restraint stress increases

prolactin-releasing peptide/tyrosine-hydroxylase ratio with gender-related differences

in the rat brain. J Neurochem., v.104, n.3, p.653-666. 2008.

TUMAS, V.; RODRIGUES, G.G; RICIOPPO, F; TARSIS, L.A.; CRIPPA, J.A.S.The

accuracy of diagnosis of major depression in patients with Parkinson' disease: a

comparative study among the UPDRS, thegeriatric depression scale and the Beck

depression inventory. Arq Neuropsiquiatr., v.63, p.152-156. 2008.

UHL, G.R. Dopamine transporter: basic science and human variation of a key

molecule for dopaminergic function, locomotion, and parkinsonism. Mov Disord.,

v.18, n.7, p. 71-80. 2003.

ULLOA, J.L.; CASTAÑEDA, P.; BERRÍOS, C.; DÍAZ-VELIZ, G.; MORA, S.; BRAVO,

J.A.; ARANEDA, K.; MENARES, C.; MORALES, P.; FIEDLER, J.L. Comparison of

the antidepressant sertraline on differential depression-like behaviors elicited by

restraint stress and repeated corticosterone administration. Pharmacol Biochem

Behav., v.97, n.2, p.213-221. 2010.

UNGERSTEDT, U.; ARBUTHNOTT, G.W. Quantitative recording o frotational

Behavior in rat safter 6-hydroxy-dopamine lesions of the nigrostriatal Dopamine

system. Brain Res. 1970.

Page 200: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

200

UNGERSTEDT, U. Postsynaptic supersensitivity after 6-hydroxy-dopamine induced

degeneration of thenigro-striatal dopamine system. Acta. Physiol. Scand., n.367, p.

69–93. 1971.

UNGERSTEDT, U; MARSHALL, J.F. Supersensitivity to apomorphine following

destruction of the ascending dopamine neurons: Quantification using the rotational

model. European Journal of Pharmacology., v. 41, n. 4, p. 361-367. 1977.

UNNO, K.; TAKABAYASHI, F.; YOSHIDA, H.; CHOBA, D.; FUKUTOMI,

R.; KIKUNAGA, N.; KISHIDO, T.; OKU, N.; HOSHINO, M. Daily consumption of

green tea catechin delays memory regression in aged mice. Biogerontology., v.8,

n.2, p.89-95. 2007.

URAKAMI, K.; MASAKI, N.; SHIMODA, K.; NISHIKAWA, S. AND TAKAHASHI, K.

Increase of striatal dopamine turnover by stress in MPTP-treated mice. Clin

Neuropharmacol., v.11, n.4, p.360-368, 1988.

UTTARA, B.; SINGH, A.V.; ZAMBONI, P; MAHAJAN, R.T. Oxidative Stress and

Neurodegenerative Diseases: A Review of Upstream and Downstream Antioxidant

Therapeutic Options. Current Neuropharmacology, v.7, p.65-74. 2009.

UVERSKY, V.; LI, J.; FINK, A. Pesticides directly accelerate the rate of alpha-

synuclein fibril formation: a possible factor in Parkinson’s disease. FEBS Lett., v.500,

n.3, p.105-108. 2001.

VAFEIADOU, K.; VAUZOUR, D.; SPENCER, J.P. Neuroinflammation and its

modulation by flavonoids. Endocr Metab Immune Disord Drug Targets., v.7, p.211–

224. 2007.

VALKO, M.; RHODES, C.J.; MONCOL, J.; IZAKOVIC, M.; MAZUR, M. Free radicals,

metals and antioxidants in oxidative stress-induced cancer. Chem Biol Interact.,

v.160, n.1, p.1-40. 2006.

Page 201: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

201

VALLÈS, A.; MARTÍ, O.; ARMARIO, A. Long-term effects of a single exposure to

immobilization: a c-fos mRNA study of the response to the homotypic stressor in the

rat brain. J Neurobiol., v.66, n.6, p.591-602. 2006.

VANITALLIE, T.B. Parkinson disease: primacy of age as a risk factor for mitochondrial

dysfunction. Metabolism Clinical and Experimental. v.57, n.. 2, p.50–55. 2008.

VAN PRAAG, H.; LUCERO, M.J.; YEO, G.W.; STECKER, K.; HEIVAND, N.; ZHAO,

C.; YIP, E.; AFANADOR, M.; SCHROETER, H.; HAMMERSTONE, J.; GAGE, F.H.

Plant-derived flavanol (-)epicatechin enhances angiogenesis and retention of spatial

memory in mice. J Neurosci., v.27, n.22, p.5869-5878. 2007.

VEGETO, E.; BENEDUSI, V.; MAGGI, A. Estrogen anti-inflammatory activity in brain:

a therapeutic opportunity for menopause and neurodegenerative diseases. Front

Neuroendocrinol., v. 29, n.4, p.507-519. 2008.

VIGNES, M.; MAURICE, T.; LANTÉ, F.; NEDJAR, M.; THETHI, K.; GUIRAMAND,

J.; RÉCASENS, M. Anxiolytic properties of green tea polyphenol (-)-epigallocatechin

gallate (EGCG). Brain Res., v.1110, n.1, p.102-115. 2006.

WALESIUK, A.; TROFIMIUK, E.; BRASZKO, J.J. Gingko biloba extract diminishes

stress-induced memory deficits in rats. Pharmacol Rep., v.57, n.2, p.76-87. 2005.

WANG, Z.Y.; CHENG, S.J.; ZHOU, Z.C.; ATHAR, M.; KHAN, W.A.; BICKERS, D.R.;

MUKHTAR, H. Antimutagenic activity of green tea polyphenols. Mutation Research,

v.223, n.3, p.273–285. 1989.

WANG, Z.Y.; HUANG, M.T.; LOU, Y.R.; XIE, J.G.; REUHL, K.R.; NEWMARK, H.L.;

HO, C.T.; YANG, C.S.; CONNEY, A.H. Inhibitory effects of black tea, green tea,

decaffeinated black tea, and decaffeinated green tea on ultraviolet B light-induced

skin carcinogenesis in 7,12-dimethylbenz[a]anthra cene-initiated SKH-1 mice.

Cancer Res., v.54, p.3428–3455. 1994.

WATANABE, Y.; GOULD, E.; MCEWEN, B.S. Stress induces atrophy of apical

dendrites of hippocampal CA3 pyramidal neurons. Brain Res., v.588, v.2, p.341-345.

1992.

Page 202: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

202

WATERHOUSE, A. L.; WALZEM, R. L. Nutrition of grape phenolics. In: C. ª Rice-

Evans and L. Packer (eds.), Flavonoids in Health and Disease, pp. 359–385. New

York: Marcel Dekker, 2010.

WEIHMULLER, F.B.; HADJICONSTANTINOU, M.; BRUNO, J. P. cute stress or

neuroleptics elicit sensorimotor deficits in MPTP-treated mice. Neuroscience Letters.,

v. v.85, n.1, p.137-142. 1988.

WEINER, W.J. Motor fluctuations in Parkinson's disease. Rev Neurol Dis., v.3,

p.101-118. Review. 2006.

WEINREB, O.; AMIT, T.; MANDEL, S.; YOUDIM, M.B. Neuroprotective molecular

mechanisms of (-)-epigallocatechin-3-gallate: a reflective outcome of its antioxidant,

iron chelating and neuritogenic properties. Genes Nutr., 2009.

WEINTRAUB, D.; MOBERG, P.J.; DUDA, J.E.; KATZ, I.R.; STERN, M.B.

Recognition and treatment of depression in Parkinson’s disease. J Geriatr

Psychiatry Neurol., v.16, p.178 –183. 2003.

WIDNER, H.; BRUNDIN, P.; BJORKLUND, A.; MOLLER, E. Immunological aspects

Of neural grafting in the mammalian central nervous system. Prog Brain Res., v.78,

p.303–307. 1988.

WILLNER P. Validity, reliability and utility of the chronic mild stress model of

depression: a 10-year review and evaluation. Psychopharmacology (Berl)., v.134,

n.4, p.319-329. 1997.

WILLNER, P.; MITCHELL, P.J. The validity of animal models of predisposition to

depression. Behav Pharmacol., v.13, n.3, p.169-188. 2002.

WINTER, C.; VON RUMOHR, A.; MUNDT, A.; PETRUS, D.; KLEIN, J.; LEE,

T. Morgenstern R, Kupsch A, Juckel G. Lesions of dopaminergic neurons in the

substantia nigra pars compacta and in the ventral tegmental area enhance

depressive-like behavior in rats. Behav Brain Res., v.184, n.2, p.133-141. 2007.

Page 203: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

203

WISEMAN, S.A.; BALENTINE, D.A.; FREI, B. Antioxidants in tea. Crit Rev Food Sci

Nutr., v.7, n.8, p.705-718. 1997. Review.

WOLF, O.T. The influence of stress hormones on emotional memory: Relevance for

psychopathology. Acta Psychol.(Amst.), v.127, p.513–531. 2009.

WRIGHT, R.L.; LIGHTNER, E.N.; HARMAN, J.S.; MEIJER, O.C.; CONRAD, C.D.

Attenuating corticosterone levels on the day of memory assessment prevents chronic

stress-induced impairments in spatial memory. Eur J Neurosci., v.24, n.2, p.595-

605. 2006.

WRIGHT WILLIS, A.; EVANOFF, B.A.; LIAN, M.; CRISWELL, S.R.; RACETTE, B.A.

Geographic and Ethnic Variation in Parkinson Disease: A Population-Based Study of

US Medicare Beneficiaries Department of Neurology, Washington University.

Neuroepidemiology., v.34, n.3, p.143-151. 2010.

WU, D.C.; TIEU, K.; COHEN, O.; CHOI, D.K.; VILA, M.; JACKSON-LEWIS,

V.; TEISMANN, P.; PRZEDBORSKI, S. Glial cell response: A pathogenic factor in

Parkinson's disease. J Neurovirol. n.6, p.551-558. 2002.

WU, L.Y.; JUAN, C.C.; HWANG, L.S.; HSU, Y.P.; HO, P.H.; HO, L.T. Green tea

supplementation ameliorates insulin resistance and increases glucose transporter IV

content in a fructose-fed rat model. European Journal of Nutrition, v.43, n.2, p.116–

124. 2004.

XU, L.; CHEN, W.F.; WONG, M.S. Ginsenoside Rg1 protects dopaminergic neurons

in a rat model of Parkinson's disease through the IGF-I receptor signalling pathway.

Br J Pharmacol., v.158, n.3, p.738-748. 2009.

YAMASHITA, H.; MATSUMOTO, M. Molecular pathogenesis, experimental models

and new therapeutic strategies for Parkinson's disease.Regen Med., v.2, n.4, p. 447-

455. Julho, 2007.

Page 204: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

204

YANG, C.S.; WANG, Z.Y. Tea and cancer. J Natl Cancer Inst., v.85, p. 1038–1049.

1993.

YANG, C.S.; MALIAKAL, P.; MENG, X. Inhibition of carcinogenesis by tea. Annual

Reviews in Pharmacology and Toxicology, v.42, p.25–54. 2002.

YANG, L.; CALINGASAN, N.Y.; WILLE, E.J.; CORMIER, K.; SMITH, K.; FERRANTE,

R.J.; BEAL, M.F. Combination therapy with coenzyme Q10 and creatine produces

additive neuroprotective effects in models of Parkinson's and Huntington's diseases.

J Neurochem., v.109, n.5, p.1427-1439. 2009.

YANG, T.T.; KOO, M.W. Chinese green tea lowers cholesterol level through an

increase in fecal lipid excretion. Life Sciences, v.66, n.5, p.411–423. 2000.

YEN, G.C.; CHEN, H.Y.; PENG, H.H. Antioxidant and pro-oxidant effects of various

tea extracts. J Agric Food Chem., v.45, p.30–34.1997.

YIN, S.T.; TANG, M.L.; DENG, H.M.; XING, T.R.; CHEN, J.T.; WANG, H.L.; RUAN,

D.Y. Epigallocatechin-3-gallate induced primary cultures of rat hippocampal neurons

death linked to calcium overload and oxidative stress. Naunyn Schmiedebergs

Arch Pharmacol., v.379, n.6, p.551-564.Jun, 2009.

YOKOYAMA, H.; TAKAGI, S.; WATANABE, Y.; KATO, H.; ARAKI, T. Role of reactive

nitrogen and reactive oxygen species against MPTP neurotoxicity in mice. J Neural

Transm., v.115, n.6, p.831-842. Jun. 2008.

YOKOYAMA, H.; YANO, R.; KUROIWA, H.; TSUKADA, T.; UCHIDA, H.; KATO,

H.; KASAHARA, J.; ARAKI, T. Therapeutic effect of a novel anti-parkinsonian agent

zonisamide against MPTP (1-methyl-4-phenyl-1,2,3,6- tetrahydropyridine)

neurotoxicity in mice. Metab Brain Dis., v.25, n.3, p.305-313. 2010.

YOO, K.Y.; CHOI, J.H.; HWANG, I.K.; LEE, C.H.; LEE, S.O.; HAN, S.M.; SHIN, H,C.;

KANG, I.J.; WON, M,H. (-)-Epigallocatechin-3-gallate increases cell proliferation and

Page 205: EFEITO NEUROPROTETOR DA CATEQUINA E DO ESTRESSE DE ... · Aos técnicos de laboratório, Rafael e Vilani, pela contribuição no trabalho e amizade. Aos meus colegas do Laboratório

205

neuroblasts in the subgranular zone of the dentate gyrus in adult mice. Phytother

Res., v.24, n.7, p.1065-1070. Jul. 2010.

YU, Y.P.; JU, W.P.; LI, Z.G.; WANG, D.Z.; WANG, Y.C.; XIE, A.M. Acupuncture inhibits

oxidative stress and rotational behavior in 6-hydroxydopamine lesioned rat. Brain

Res., v.8, n.1336, p.58-65.Jun. 2010.

ZAVERI, N.T Green tea and its polyphenolic catechins:Medicinal uses in cancer and

noncancer applications. Life Sciences, v.78, p.2073–2080. 2006.

ZECCA, L.; GALLORINI, M; SCHUNEMANN, V.; TRAUTWEIN, A.X.; GERLACH, M.;

RIEDERER, P.; VEZZONI, P.; TAMPELLINI, D. Iron, neuromelanin and ferritin

content in the substantia nigra of normal subjects at different ages: consequences for

iron storage and neurodegenerative processes. J Neurochem., v.76, p.1766–1773.

2001.

ZHAO, B. Natural antioxidants protect neurons in Alzheimer's disease and

Parkinson's disease. Neurochem Res., v.34, n.4, p.630-638. Abr. 2009.

ZHEN-XIN ZHANG, M.D.; ZHEN-HUA DONG, M.D.; GUSTAVO, C.; ROMA´N, M.D.

Early Descriptions of Parkinson Disease in Ancient China. Arch neurol., v. 63, 2006.

ZIGMOND, M.J.; CASTRO, S.L.; KEEFE, K.A.; ABERCROMBIE, E.D.; SVED, A.F.

Role of excitatory amino acids in the regulation of dopamine synthesis and re lease in

the neostriatum. Amino Acids., v.14, n.1-3, p.57-62. 1998.

ZIS, A.P.; FIBIGER, H.C.; PHILLIPS, A.G. Reversal by L-dopa of impaired learning

due to destruction of the dopaminergic nigro-neostriatal projection. Science., v.185,

n.4155, p.960-2. 1974.