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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES IVAN DE OLIVEIRA GONÇALVES EFEITO DO TREINAMENTO COMBINADO EM IDOSOS NAS VARIÁVEIS DE CAPACIDADE FUNCIONAL, FISIOLÓGICAS, BIOQUÍMICAS E DE MARCADORES INFLAMATÓRIOS Mogi das Cruzes, SP 2013

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

IVAN DE OLIVEIRA GONÇALVES

EFEITO DO TREINAMENTO COMBINADO EM IDOSOS NAS

VARIÁVEIS DE CAPACIDADE FUNCIONAL, FISIOLÓGICAS,

BIOQUÍMICAS E DE MARCADORES INFLAMATÓRIOS

Mogi das Cruzes, SP

2013

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

IVAN DE OLIVEIRA GONÇALVES

EFEITO DO TREINAMENTO COMBINADO EM IDOSOS NAS

VARIÁVEIS DE CAPACIDADE FUNCIONAL, FISIOLÓGICAS,

BIOQUÍMICAS E DE MARCADORES INFLAMATÓRIOS

Dissertação apresentada ao programa de Pós Graduação da Universidade de Mogi das Cruzes, como pré-requisito para obtenção do Titulo de mestre em Biotecnologia. Área de concentração: Biologia

Orientador: Prof Dr. Miguel Luiz Batista Junior

Mogi das Cruzes, SP

2013

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DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação a todos que acreditaram que eu seria capaz de

conseguir vencer mais esta batalha, em especial minha mãe Maria de Oliveira

Gonçalves que sempre esteve do meu lado nos momentos que eu sempre

necessitei e a minha esposa Vanessa Nepomuceno Gonçalves que me aturou

durantes os três anos com muita paciência e amor.

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AGRADECIMENTO

Agradeço ao meu orientador, professor Dr. Miguel Luiz Batista Junior que

perdeu horas do seu precioso tempo, ensinando, corrigindo e me orientando quanto

ser uma pessoa comprometida com meus compromissos e com minha vida

profissional. Sendo eternamente grato pela confiança que depositou em mim.

Aos meus pais, padrinhos e minha esposa Vanessa Nepomuceno Gonçalves

que sempre me ajudaram quando precisei.

A prefeitura municipal de Poá pelo apoio Financeiro.

A Educadora Física Thays Cristina da Silva Nascimento, por me auxiliar nas

avaliações físicas durante o desenvolvimento do projeto.

A técnica de enfermagem Daisy Datovo, por realizar as coletas de sangue

durante o desenvolvimento do projeto.

A secretária de saúde da prefeitura Municipal de Poá Claudia de Deus, por

me fornecer os materiais necessários para a coleta de sangue.

Ao Laboratório Sancet Analises Clinicas pela analise dos marcadores

inflamatórios e bioquímicos.

Ao aluno de mestrado do professor Dr. Miguel Luiz Batista Junior, Felipe que

sempre me auxiliou quando lhe foi pedido ajuda.

Aos participantes da banca de qualificação e defesa Profº Dr. Milton Rocha de

Moraes e o Profº Rogério Antonio Laurato Sertié.

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RESUMO

A população de idoso vem crescendo em grande escala em todo mundo, trazendo consigo uma preocupação geral dos órgãos competentes em relação ao cuidados a serem tomado com esta população, para que a mesma possa envelhecer com qualidade. Além disso, a maior expectativa de vida esta associada ao aumento de doenças como diabetes, hipertensão e obesidade, dentre outras. Um estratégia eficiente, tanto na prevenção primária e secundária, como terapêutica não farmacológica e o treinamento físico. Neste sentido, apesar dos benefícios do treinamento combinado, a maioria dos estudos com a populações de idosos tem se utilizado, principalmente, de programa de treinamento ou com exercício aeróbio ou resistido e pouco se sabe acerca dos possíveis benefícios do treinamento combinado nesta população. Desta forma, o presente estudo propôs estudar o treinamento físico combinado nas variáveis da composição corporal, capacidade funcional, fatores bioquímicos, inflamatórios e hemodinâmicos. Foram 24 idosos submetidos a treinamento combinado em um período de 16 semanas. O dados foram coletados no inicio do treinamento (semana 0), na semana 8 e por fim na semana 16. Os resultados mostraram ao final das 16 semanas de treinamento, aumento da força muscular de membros inferiores (65,2%) e superiores (32,6%), aumento da potencia aeróbia (27,5%), redução da massa corporal total (1,4%), redução da massa gorda (9,7%), aumento da massa magra (5%), redução de RCQ (17%), redução da pressão arterial sistólica (7,3%), pressão arterial média (9,8%) e duplo produto (13,8%). Redução também apresentada para a interleucina 1β (16%), interleucina 8 (7,3%) e leptina (8,4%). Por fim o aumento do HDL (21,3%). Esses dados sugerem que o treinamento combinado foi eficiente em induzir efeitos em diversos sistemas fisiológicos, característico tanto dos efeitos induzidos pelo treinamento isolado, com exercícios aeróbios ou resistência. Além destes, houve um discreto efeito anti-inflamatório. Desta forma, pode ser administrado como tratamento, tanto na prevenção primaria como secundaria em idosos obesos.

Palavras-chave: Treinamento combinado, Idoso, obesidade e marcadores inflamatórios.

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ABSTRACT

The elderly population is growing on a large scale throughout the world, bringing with

it a general concern of the competent bodies regarding the care to be taken with this

population, so that it can grow old with quality. Furthermore, the increase in life

expectancy is associated with the increase of diseases like diabetes, hypertension

and obesity, among others. An effective strategy, both in primary and secondary

prevention, such as non-pharmacological therapy and physical training. In this sense,

despite the benefits of combined training, the majority of studies with older

populations has been used mainly for training program or aerobic or resistance and

little is known about the possible benefits of combined training in this population.

Thus, the present study was to study the combined exercise training on body

composition variables, functional capacity, and biochemical, hemodynamic and

inflammatory. Were 24 elderly patients undergoing combined training for a period of

16 weeks. The data were collected at the beginning of training (week 0), week 8 and

week 16 in order. The results showed the end of the 16 weeks of training increased

muscle strength of the lower limbs (65.2%) and higher (32.6%), increased aerobic

power (27.5%), reduction of total body mass (1.4%), reduced fat mass (9.7%),

increased lean body mass (5%), lower WHR (17%), reduced systolic blood pressure

(7.3%), mean arterial pressure (9.8%) and double product (13.8%). Reduction also

shown for interleukin-1β (16%), interleukin 8 (7.3%) and leptin (8.4%). Finally, the

increase in HDL (21.3%). These data suggest that the combined training was

effective in inducing effects on several physiological systems, both characteristic of

the effects induced by isolated training, aerobic exercise or resistance. In addition,

there was a slight anti-inflammatory effect. Thus, it can be administered as treatment,

both in primary and secondary prevention in elderly obese.

Key-words: Combined training, elderly, obesity and inflammatory markers.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Comportamento do teste de marcha estacionária........................... 63

Figura 2 Comportamento do teste de força muscular superior...................... 64

Figura 3 Comportamento do teste de força muscular inferior........................ 65

Figura 4 Comportamento da massa corporal total......................................... 66

Figura 5 Comportamento da massa gorda.................................................... 67

Figura 6 Comportamento da massa magra................................................... 68

Figura 7 Comportamento do IMC................................................................... 69

Figura 8 Comportamento da relação cintura/quadril...................................... 70

Figura 9 Comportamento da pressão arterial sistólica................................... 71

Figura 10 Comportamento da pressão arterial média...................................... 72

Figura 11 Comportamento do duplo produto................................................... 73

Figura 12 Comportamento da pressão arterial diastólica................................ 74

Figura 13 Comportamento da lipoproteína de alta densidade (HDL).............. 75

Figura 14 Comportamento do colesterol total.................................................. 76

Figura 15 Comportamento da lipoproteína de baixa densidade (LDL)............ 77

Figura 16 Comportamento dos triglicerídeos................................................... 78

Figura 17 Comportamento da glicemia............................................................ 79

Figura 18 Comportamento da interleucina 1 (IL-1β)........................................ 80

Figura 19 Comportamento da interleucina-8 (IL-8).......................................... 81

Figura 20 Comportamento da leptina............................................................... 82

Figura 21 Comportamento da interleucina 6 (IL-6).......................................... 83

Figura 22 Comportamento do fator de necrose tumoral alpha (TNF-α)........... 84

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 Escala subjetiva de esforço de OMNI-RES para o treinamento resistido...........................................................................................

126

Anexo 2 Escala subjetiva de esforço de borg para o treinamento aeróbio.. 126

Anexo 3 Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI e JONES, 1999), em média e desvio padrão, do teste de marcha estacionária em 2 minutos de acordo com o sexo e a idade cronológica............................................................

126

Anexo 4 Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI e JONES, 1999), em média e desvio padrão, do teste de flexão de braço, de acordo com o sexo e a idade cronológica......................................................................................

127

Anexo 5 Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI e JONES, 1999), em média e desvio padrão, do teste de levantar da cadeira em 30 segundos, de acordo com o sexo e a idade cronológica...........................................................

127

Anexo 6 Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos......... 128

Anexo 7 Características gerais de doenças e medicamentos em uso.......... 130

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Características da composição corporal dos indivíduos que participaram da pesquisa...............................................................

59

Tabela 2 Características da pressão arterial dos indivíduos que participaram da pesquisa...............................................................

59

Tabela 3 Características dos marcadores bioquímicos dos indivíduos que participaram da pesquisa...............................................................

60

Tabela 4 Características dos marcadores inflamatórios dos indivíduos que participaram da pesquisa.

60

Tabela 5 Características gerais das doenças dos indivíduos que participaram da pesquisa...............................................................

61

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

a- MSH Hormônio Estimulante de Melanócito

AF Atividade Física

AGRP Peptídeo Relacionado à Proteína Agouti

CRH Hormônio Liberador de Corticotropina

DCNTs Doença Crônica não Transmissível

DCV Doenças Cardiovasculares

DMII Diabetes Mellitus Tipo II

DP Duplo Produto

FC Frequência Cardíaca

FCmax Frequência Cardíaca Máxima

HA Hipertensão Arterial

HDL Lipoproteína de Alta Densidade

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IL-10 Interleucina 10

IL-1ra Receptor de Interleucina 1

IL-1β Interleucina 1 β

IL-6 Interleucina 6

IL-8 Interleucina 8

IMC Índice de Massa Corporal

IMC Índice de Massa Corporal

IPAQ Questionário Internacional de Atividade Física

LDL Lipoproteína de Baixa Densidade

LPS Lipopolissacarídeo

MCT Massa Corporal Total

MG Massa Gorda

MM Massa Magra

NAF Nível de Atividade Física

NPY Neuropeptídeo Y

OMS Organização Mundial de Saúde

PAD Pressão Arterial Diastólica

PAM Pressão Arterial Média

PAS Pressão Arterial Sistólica

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PCR Proteína C Reativa

PNSI Política Nacional da Saúde do Idoso

POF Pesquisa de Orçamentos Familiares

RCQ Relação Cintura/Quadril

TAB Tecido Adiposo Branco

TNF-R Receptores de TNF-α Solúveis

TNF-α Fator de Necrose Tumoral Alpha

VO2max Volume Máximo de Oxigênio

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SUMÁRIO

1.0 INTRODUÇÃO................................................................................... 14

1.1 Envelhecimento................................................................................. 16

1.1.1 Mudanças na composição corporal.................................................. 19

1.1.2 Mudanças no sistema muscular....................................................... 19

1.1.3 Mudanças no sistema respiratório.................................................... 20

1.1.4 Mudanças no sistema cardiovascular............................................... 21

1.1.5 Mudanças no sistema imunológico................................................... 22

1.2 Alterações das capacidades físicas.................................................. 23

1.3 Envelhecimento e doença................................................................. 26

1.3.1 Envelhecimento e obesidade............................................................ 27

1.3.2 Envelhecimento e pressão arterial.................................................... 30

1.3.3 Envelhecimento e marcadores bioquímicos..................................... 33

1.3.4 Envelhecimento e marcadores inflamatórios..................................... 34

1.4 Treinamentos físicos como Intervenção Terapêutica no Envelhecimento.................................................................................

39

1.4.1 Intervenção do treinamento aeróbio no envelhecimento................... 45

1.4.2 Intervenção do treinamento resistido no envelhecimento................. 46

1.4.3 Intervenção do treinamento combinado no envelhecimento............ 49

2 JUSTIFICATIVA................................................................................. 50

3.0 OBJETIVOS...................................................................................... 51

3.1 Geral................................................................................................. 51

3.2 Específicos........................................................................................ 51

4.0 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................ 52

4.1 Avaliações físicas............................................................................. 52

4.2 Avaliações das capacidades funcionais........................................... 53

4.2.1 Teste de sentar e levantar................................................................. 53

4.2.2 Teste flexão de cotovelo.................................................................... 54

4.2.3 Teste de marcha estacionaria........................................................... 54

4.3 Avaliações das variáveis bioquímicas............................................... 55

4.4 Avaliações dos marcadores inflamatórios......................................... 55

4.5 Protocolos de treinamento combinado.............................................. 55

4.6 Analise estatística............................................................................. 57

5.0 RESULTADOS.................................................................................. 57

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5.1 Variáveis das capacidades funcionais.............................................. 62

5.2 Variáveis de composição corporal.................................................... 66

5.3 Variáveis dos fatores hemodinâmicos............................................... 71

5.4 Variáveis dos fatores bioquímicos.................................................... 75

5.5 Variáveis dos marcadores inflamatórios........................................... 80

6.0 DISCUSSÃO..................................................................................... 85

6.1 Composição corporal........................................................................ 88

6.2 Variáveis dos fatores hemodinâmicos.............................................. 91

6.3 Marcadores Bioquímicos.................................................................. 96

6.4 Marcadores inflamatórios.................................................................. 100

7 CONCLUSÃO................................................................................... 107

REFERÊNCIAS................................................................................ 108

ANEXOS.......................................................................................... 125

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1.0 INTRODUÇÃO

A população de idoso vem crescendo em grande escala em todo mundo,

trazendo consigo uma preocupação geral dos órgãos competentes em relação ao

cuidado que deve ser tomado com esta população para que a mesma possa

envelhecer com qualidade, e desta forma, não se tornar um grande problema social

e de saúde publica em todo mundo.

Segundo dados da última pesquisa realizada pelo IBGE, o censo de 2010, a

representatividade dos grupos etários no total da população em 2010 é menor que a

observada em 2000 para todas as faixas com idade até 25 anos, ao passo que os

demais grupos etários aumentaram suas participações na última década. Houve o

alargamento do topo da pirâmide etária e este pode ser observado pelo crescimento

da participação relativa da população com 65 anos ou mais, que era de 4,8% em

1991, passando a 5,9% em 2000 e chegando a 7,4% em 2010. O crescimento

absoluto da população do Brasil nestes últimos dez anos se deu principalmente em

função do crescimento da população adulta, com destaque também para o aumento

da participação da população idosa (IBGE, 2010).

Ocorreu nos últimos anos o aumento das doenças crônicas não

transmissíveis, afetando toda população e em especial, os idosos, haja vista a maior

fragilidade fisiológica que estes anos a mais de vida pode proporcionar.

Consequente a esse processo, tanto o poder público e os grandes centros de

pesquisa têm buscado soluções de intervenção para diminuição dos malefícios e

para maior qualidade de vida desta população.

Uma das intervenções que vem sendo bem descrita na literatura cientifica e

usada em grande escala nos centros de convivência de idosos em todo o Brasil é o

treinamento físico supervisionado (MATSUDO, MATSUDO, et al., 2006).

A prática de exercícios físicos como musculação, caminhada, futebol e até a

dança de salão são extremamente vitais para quem quer envelhecer com saúde.

Exercitar-se é tão importante que pessoas com mais de 60 anos e que praticam

exercícios moderadamente apresentam também um menor consumo de

medicamentos, em comparação a outras mais novas, mas que levam uma vida mais

sedentária (CÂMARA, SANTARÉM, et al., 2007).

O treinamento físico deve ser parte de um estilo de vida que desenvolva o

condicionamento físico em caráter permanente (PALMA, 2009).

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Áreas de pesquisa e a literatura têm enfocado em seus estudos os benefícios

que a prática do treinamento físico ocasiona ao idoso, afirmando que hábitos de vida

ativos estimula a manutenção da capacidade funcional em longo prazo, mantendo

consequentemente, melhor qualidade de vida (BORGES e MOREIRA, 2009).

Este por sua vez pode auxiliar no tratamento das doenças que atingem esta

população e atenuar as deficiências fisiológicas que os anos de vida a mais podem

proporcionar, atuando tanto na prevenção primaria como na prevenção secundaria.

Dentre muitos benefícios podemos citar o auxilio no controle das taxas glicemia e da

pressão arterial, a diminuição da massa gorda, aumento da massa muscular,

combatendo assim a sarcopenia e principalmente auxiliando para a manutenção da

capacidade funcional do idoso, evitando quedas que é um dos grandes causadores

de morte a partir dos 65 anos, proporcionando assim mais liberdade e qualidade de

vida (SIMÕES, 2008).

Dentre as mudanças fisiológicas que ocorrem após os 60 anos, destaca-se a

síndrome de fragilidade, que é definida como um declínio gradual de massa

corporal, força muscular, reduzida disposição física, perda de autonomia,

hospitalização e mortalidade. Sendo que a sarcopenia destaca-se como parte

central dessa síndrome (ROTH, METTER e LING, 2008). Esse declínio tem início

por volta da terceira década da vida, tornando-se mais significativo após os 65

anos de idade. Assim, aos 80 anos, o indivíduo apresenta redução média de 30% de

massa muscular quando comparado a um adulto jovem (PITKALA, RAIVIO e

LAAKKONEN, 2010). Neste aspecto, embora os mecanismos não sejam claros, a

etiologia da sarcopenia parece ser multifatorial, refletindo desequilíbrio metabólico

causado por elevada produção de citocinas catabólicas e reduzida

produção/disponibilidade de hormônios

anabólicos (ROTH, METTER e LING, 2008).

A prática regular de exercício tem sido apontada como intervenção não

medicamentosa com amplos benefícios sobre os sistemas fisiológicos que exibem

deterioração estrutural ou funcional com o curso do envelhecimento (ACSM, 2010).

Dentre os programas de treinamento físico, o treinamento de força muscular vem se

destacando durante o processo de envelhecimento, pois os resultados indicaram

efeito positivo e significativo na melhora do equilíbrio corporal e consequentemente

auxiliando na diminuição de quedas nesta faixa etária (ALBINO, FREITAS, et al.,

2012).

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18

Na maioria dos estudos que procuraram verificar os efeitos do exercício físico

sobre o os componentes corporais, especialmente em relação ao tecido ósseo,

foram utilizados programas de treinamento com exercícios resistidos. Por outro lado,

exercícios aeróbios têm se mostrado efetivos na diminuição do percentual de

gordura corporal (ACSM, 2010).

No entanto, poucos estudos têm associado ambas as modalidades de

exercícios com o intuito de promover modificações tanto dos parâmetros que se

modificam com treinamento de força como os parâmetros que sofrem modificações

com os exercícios aeróbios. Neste aspecto, um dos métodos de treinamento que

vem sendo utilizado nos centros de convivência de idosos é o treinamento

combinado, onde inclui na mesma sessão de treinamento, exercícios aeróbios e

exercícios de força. Por outro lado, o treinamento físico combinado, ainda apresenta

pouca publicação cientifica com os frequentadores destes centros quanto aos

possíveis benefícios que os mesmos podem proporcionar à terceira idade.

1.1 Envelhecimento

O processo de envelhecimento populacional vem-se tornando um dos

maiores desafios para a saúde pública contemporânea, especialmente nos países

onde esse fenômeno tem ocorrido em circunstâncias de pobreza e grande

desigualdade social. O grande aumento da população idosa ocorreu primeiro nos

países desenvolvidos, e vem assumindo nos países subdesenvolvidos uma

agilidade em níveis sem precedentes até então (BURKSMANN, 2008).

No Brasil a população está envelhecendo de forma rápida. Segundo o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a expectativa atual é de 72,7 anos. ,

sendo que a classificação para indivíduos idosos é de 60 anos ou mais (IBGE,

2010).O procedimento de transição demográfica se inicia entre os anos de 1940,

quando há introdução de novas tecnologias, como vacinas, antibióticos e

medicamentos, além da extensão do saneamento básico. Desta forma, até 1980, a

mortalidade havia caído para menos da metade (RUIZ, 2008).

As linhagens da transição demográfica brasileira não se devem apenas ao

avanço tecnológico, mas principalmente à diminuição na taxa de fecundidade

(CELICH, 2008). De fato, em 1960, os níveis de fecundidade, que eram de 5,8 filhos

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por mulher (CARVALHO, 1978), declinam para 2,5 filhos por mulher em 1996

(BEMFAM, 1997), projetando-se, segundo dados recentes do instituto brasileiras de

pesquisas geográficas, até o nível de reposição por volta de 2000, quando se

esperava observar discreto declínio (IBGE, 2010). Em consequência, nosso país

vem apresentando redução do grupo etário jovem, vivenciando com isso o que se

denomina envelhecimento pela base. Estima-se que, por volta de 2025, o Brasil

ultrapasse os 30 milhões de idosos (OMS, 2010)

Alguns autores estimaram uma expectativa e relatam que no Brasil teremos

mais de 50 adultos acima de 65 anos ou mais para cada 100 menores de 15 anos,

projetando então que em 2045 o numero de idosos será maior que o numero de

crianças (WONG, 2006). Elevando a expectativa de vida para 81,3 anos em 2050

(IBGE, 2010). Contudo, deve-se lembrar de que nosso país é marcado por grandes

desigualdades, sejam elas, sociais, territoriais e econômicas – e, desta forma, o

processo de envelhecimento apresentará especificidades variadas, reforçando as

desigualdades, no que diz respeito à qualidade de vida e do bem-estar nas

diferentes classes da população (CELICH, 2008).

O fator envelhecimento deve ser compreendido como um processo não

patológico com a diminuição das capacidades funcionais, sendo entendido por

concepções no âmbito cultural, nos processos biológicos, na sua condição física, na

desigualdade social e todos os demais contextos que podem interferir na vida

longínqua deste idoso (CARMONA, 2006). Refere-se a um processo ou grupo de

processos que ocorrem nos organismos vivos e que, com a passagem do tempo,

motivam a perda de adaptabilidade, a incapacidade funcional e, eventualmente, a

morte.Estes processos são independentes dos ritmos biológicos diários ou sazonais

e de qualquer outra alteração temporária (SILLANPAA, HAKKINEN, et al., 2009).

Também definido como um processo sequencial, individual, acumulativo,

irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro,

próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne

menos capaz de fazer frente ao estresse do meio ambiente e, portanto, aumente sua

possibilidade de morte (SALUD, 2006).

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A Organização Mundial de Saúde, no seu relatório sobre o envelhecimento e

a saúde nos homens, adota a definição proposta por Kirkwood, segundo a qual o

envelhecimento corresponde a uma diminuição generalizada e progressiva de

função, resultando numa perda de resposta adaptável ao estresse e num aumento

do risco de doença associado com a idade (OMS, 2010).

O envelhecimento vem sendo dividido também como envelhecimento primário

(aging process) e secundário (process of aging). Sendo que o primário traduz as

alterações universais que ocorrem na sequência da idade, nas várias espécies ou

populações, e que são independentes da ocorrência de doença ou de influências do

envolvimento. É um processo que pode ser visto numa perspectiva microscópica e

molecular, interessando particularmente à área da genética e da biologia molecular

(TROTT, GUNDUZ, et al., 2009).

Já o processo de envelhecimento secundário diz respeito aos sintomas

clínicos, isto é, à síndrome do envelhecimento e inclui os efeitos do envolvimento e

da doença. Processo de envelhecimento que corresponde às alterações

relacionadas com a idade, mas motivadas por fatores evitáveis, como o

sedentarismo, a alimentação inadequada ou a exposição a elementos aditivos.

Corresponde, portanto, à interação entre o envelhecimento primário e as influências

do envolvimento e da doença (TROTT, GUNDUZ, et al., 2009).

Ainda que as causas do envelhecimento primário e do envelhecimento

secundário sejam distintas não atuam independentemente, antes interagindo

fortemente umas com as outras. Por um lado, a doença e o envolvimento podem

acelerar o envelhecimento primário e, por outro lado, o envelhecimento primário

contribui para o aumento da vulnerabilidade à doença e ao estresse ambiental.

Por se tratar de um processo comum de praticamente todos os seres vivos, o

envelhecimento deveria ter suas bases fisiológicas melhores conhecidas, à

semelhança dos outros fenômenos orgânicos que caracterizam a concepção, o

desenvolvimento e a evolução dos habitantes deste planeta, em especial o ser

humano. Muitos foram os fatores que impediram o progresso deste conhecimento,

mas, o mais importante, foi à constância com que o envelhecimento natural foi

erroneamente caracterizado como um estado patológico, o que estimulou muito mais

a tentativa de combatê-lo do que entendê-lo (COX, BURKE, et al., 2010).

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Para o mesmo autor, a maior parte do que se conhece do assunto hoje, é

fruto de pesquisas realizadas nestas últimas décadas. Toda esta evolução do

conhecimento modifica conceitualmente o envelhecimento, respondendo não

somente a uma nova gama de interesses profissionais, mas também às

necessidades originadas por uma verdadeira explosão demográfica da população de

idosos.

1.1.1 Mudanças na composição corporal

A partir dos 40 anos, a estatura do individuo começa a declinar cerca de um

centímetro por década (BARBOSA, 2007). Esta perda se deve à diminuição dos

arcos pé, aumento das curvaturas da coluna, além de um encurtamento da coluna

vertebral em razão de alterações nos discos intervertebrais. Os diâmetros da caixa

torácica e do crânio tendem a aumentar. O nariz e os pavilhões auditivos continuam

a crescer, dando a conformação facial típica do idoso (SIECK, 2007). Há alterações

evidentes na composição corporal, com aumento do tecido adiposo que tende a se

depositar na região abdominal e entre os órgãos, ocorrendo em geral após os 35

anos. O teor total de água do corpo diminui por perda de água intracelular, levando à

diminuição da relação fluida intracelular para o extracelular. A concentração de

potássio total, que na maior parte é intracelular, também diminui. A perda de água e

potássio deve-se preferencialmente à diminuição geral do número de células nos

órgãos (SIECK, 2007).

Essas mudanças na composição do corpo levam a uma diminuição da massa

consumidora de oxigênio, quando expressa por unidade de peso ou por unidade de

superfície. Os órgãos internos também são afetados com o envelhecimento, entre os

quais os rins e o fígado são os que mais sofrem prejuízos (ALBINO, FREITAS, et al.,

2012).

1.1.2 Mudanças no sistema muscular

No sistema muscular ocorre uma diminuição do músculo estriado esquelético,

o que também ocorre na sua área de secção, o que demonstra existir uma perda de

massa magra (PORTER, 2006). Estes mesmos autores notaram que, por volta dos

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70 anos, a secção transversal do músculo diminui de 25% a 30% e a força muscular

decresce de 30% a 40%.

No entanto. outros pesquisadores mostraram que, após os 70 anos, a perda

de força se altera negativamente de 1% a 2% ao ano (MARTIN e BUCKWALTER,

2006).

No que se refere às alterações supracitadas em nível celular, os sistemas de

túbulos T e o retículo sarcoplasmático proliferam talvez como um mecanismo de

compensação para assegurar a transmissão do impulso nervoso da célula. As

placas motoras, que no jovem mostram uma série de pregas regulares e uma fenda

estreita, no idoso apresentam um aumento do número de pregas e a fenda sináptica

se torna mais ampla, diminuindo a área de contato entre o axônio e a membrana da

célula (SEYNNES, DEBOER e NARICI, 2007)

Outro parâmetro afetado é a composição da fibra muscular esquelética, que

no jovem, a maior parte dos músculos apresenta fibras de contração rápida ou

branca (Tipo IIb) e fibras vermelhas ou oxidativas (Tipo I) em proporções variadas.

No entanto, no músculo do idoso, vemos fibras em degeneração, de ambos os tipos,

e também fibras hipertrofiadas, talvez como um mecanismo de compensação

(MARTIN e BUCKWALTER, 2006). Em animais foi mostrado que a diminuição do

número de fibras musculares se deve às fibras vermelhas e que as fibras brancas

são as que mais diminuem de volume. Em seres humanos, também as fibras que

diminuem de volume são especificamente as brancas (NARICI e MAGANARIS,

2006). As fibras musculares que desaparecem são substituídas por tecido

conjuntivo, ocorrendo então o aumento do colágeno intersticial no músculo do idoso

(MORSE, THOM, et al., 2005). Tomadas em conjunto, as alterações acima resultam

em uma capacidade reduzida da musculatura estriada esquelética em gerar força e

resistência em situação de contração das fibras musculares.

1.1.3 Mudanças no sistema respiratório

Muito importante para a mecânica respiratória são os elementos da caixa

torácica. Entre o esterno e as cartilagens costais há articulações sinoviais. Com o

envelhecimento elas desaparecem e os elementos ósseos e cartilaginosos se

fundem. Com a idade a fibrocartilagem entre o manúbrio e o corpo do esterno

desaparece, unindo as duas partes ósseas. Como a mobilidade da caixa torácica

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depende destas articulações, as alterações citadas provocam importante diminuição

na sua complacência (SEYNNES, DEBOER e NARICI, 2007). O mesmo autor relata

que no pulmão, a superfície total dos alvéolos mostra discreta diminuição com a

idade. Estudos com moldes de corrosão mostram frequente presença de alvéolos

dilatados em meio a outros normais, bem como fusão de alvéolos formando

cistos,devido à ruptura dos septos inter alveolares (NARICI e MAGANARIS, 2006).

Em razão dessas inúmeras alterações anatômicas e celulares ocorridas no

sistema respiratório, as medidas tanto estáticas quanto dinâmicas da função

pulmonar em geral sofrem deterioração com a idade. Por exemplo, existe uma

lentidão significativa da ventilação e da cinética da permuta gasosa durante a

transição do repouso para o exercício submáximo. Os valores para a capacidade

vital, capacidade pulmonar, volume pulmonar residual e ventilação voluntária

máxima em atletas de endurance com mais de 60 anos são sistematicamente mais

altos que o esperado com base em sua dimensão corporal e muito mais alto que

aqueles de seus congêneres sedentários sadios de mesma idade (MORSE, THOM,

et al., 2005).

1.1.4 Mudanças no sistema cardiovascular

O sistema cardiovascular, bem como a capacidade aeróbia não é imune à

idade. O coração aumenta de peso e há um aumento da espessura da parede do

ventrículo esquerdo (GOODWIN, 2006). No rato, o número de fibras musculares e o

volume mantêm-se aproximadamente constante com o avançar da idade e a rede de

capilares que nutre o miocárdio diminui de densidade (MORLEY, 2007). O nodo

sinoatrial, no jovem é constituído de células musculares pequenas, fibras de tecido

conjuntivo em quantidade moderada e fibroblastos. No idoso, ocorre infiltração de

gordura, aumento do conjuntivo e diminuição das células musculares (NARICI e

MAGANARIS, 2006). O aparelho valvar também sofre alteração significativa com o

envelhecimento. As cúspides da mitral na criança são opacas e não se notam

alterações fibróticas. No idoso surgem placas ateroscleróticas e as cordas tendíneas

se espessam.

As válvulas aórticas se espessam em sua base, ficam opacas e os nódulos

ficam proeminentes, com maior chance de depósitos de placas ateromatosas

(SIECK, 2007). Além das válvulas, as artérias são afetadas por processos

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ateroscleróticos, inclusive as arteríolas, da mesma forma que a aorta. Por exemplo,

as carótidas se estreitam com o envelhecimento, da mesma forma que as

coronárias, sendo esse processo mais intenso no homem que na mulher. Nas

arteríolas renais, mesmo sem hipertensão, o diâmetro é sempre menor no idoso que

no jovem (BAPTISTA e VAZ, 2009).

Tomadas em conjunto, as alterações acima resultam em uma capacidade

reduzida do sistema cardiovascular em manter funções básicas como a de levar

material nutritivo e oxigênio as células dos sistemas orgânicos.

1.1.5 Mudanças no sistema imunológico

O sistema imunológico é um importante fator regulador do funcionamento

harmônico do organismo. A maior incidência de doenças infecciosas, neoplasias e

autoimunes, em pessoas idosas têm sido associadas às alterações da imunidade

celular e humoral nessa faixa etária (FISCHER, 2006).

A maior parte das alterações imunológicas tem sido correlacionada com a

involução e atrofia do timo, que, de forma gradual, nos primeiros 50 anos de vida do

homem perdem até 95% de sua massa e capacidade de produzir hormônios

(SHORT, 2006). Este mesmo pesquisador cita que a atividade imunológica é

exercida por intermédio dos linfócitos T, B e de um mecanismo desequilíbrio

exercido especialmente através de sub populações de linfócitos auxiliares e

supressores.

Experimentos em animais, principalmente em ratos, dão ênfase à hipótese de

que a deficiência imunológica precede o envelhecimento, porém a transposição

desse fenômeno para o homem carece de confirmação. Pesquisas em idosos

evidenciaram que portadores de comprometimento imunológico e maior taxa de

auto-anticorpos apresentavam índice mais elevado de mortalidade (BARRA, REID,

et al., 2010). A deterioração da função imunitária associada ao processo de

envelhecimento se denomina imunosenescência, que contribui de maneira

importante a maior morbimortalidade observada em adultos mais velhos, com maior

incidência de infecções do trato respiratório e urinário (ROBINSON, 2001).

Não é novidade que o fenômeno de imunosenescência compreende uma

série de modificações. E dentre os sistemas orgânicos que sofrem com esse

processo, destaca-se o sistema imunológico, cuja resposta das funções são

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diminuídas ao longo do tempo, recorrente de alterações na tolerância imunológica,

como mudanças nas subpopulações celulares e níveis de síntese de citocinas

(FIGUEIREDO, SAMPAIO, et al., 2007).

Tomadas em conjuntos, essas alterações resultam em uma maior

vulnerabilidade à doenças e infecções, incluindo um aumento da atividade

inflamatória basal, definido como inflammaging e/ou inflamação senil, o qual pode

encontrar-se associado com maior incidência de eventos crônicos não

transmissíveis, tais como doenças cardiovasculares, osteoporose, diabetes mellitus

e caquexia geriátrica na vida tardia (ARMSTRONG, 2007).

A prática regular de exercícios físicos durante todo o ciclo da vida vem sendo

cada vez mais estimulada enquanto estratégia de busca de um

envelhecimento saudável e também para atenuar os deletérios do sistema

imunológico no processo de envelhecimento.

1.2 Alterações das capacidades físicas

Entre os 25 e 65 anos de idade, há uma diminuição substancial da massa

magra ou massa livre de gordura entre 10 a 16%, por conta da redução na massa

óssea, no músculo esquelético e na água corporal total, decorrente do processo de

envelhecimento. A redução da massa muscular é associada, evidentemente, a um

decréscimo na força voluntária, com um declínio de 10-15% por década, que

geralmente se torna aparente somente a partir dos 50 a 60 anos de idade. Dos 70

aos 80 anos de idade tem sido relatada uma perda maior, que chega aos 30%

(NARICI e MAGANARIS, 2006).

Diversas evidências têm apontado para o fato de que o envelhecimento está

associado a um progressivo declínio na massa muscular, fenômeno este conhecido

como sarcopenia (DEBOER, SEYNNES, et al., 2008). A sarcopenia afeta

diretamente a arquitetura muscular, reduzindo a área de seção transversa

anatômica, comprimento das fibras musculares, volume e ângulo de penação dos

músculos, além de reduzir a capacidade de produção de força específica, ou seja, a

força produzida por unidade de massa muscular (NARICI e MAGANARIS, 2006).

Estudos recentes têm demonstrado que o envelhecimento está associado a

uma redução na rigidez dos tendões, aumentando desta forma sua complacência e

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diminuindo sua capacidade de transmissão de força para o osso (KARAMANNIDIS e

ARAMPATZIZ, 2006). Os mesmos autores descrevem que modificações

morfológicas na unida de músculo-tendão como a sarcopenia ou a diminuição da

rigidez tendínea reconhecidamente causam alterações de suas propriedades

mecânicas.

As propriedades mecânicas dos músculos determinam sua capacidade de

produção de força em diferentes comprimentos e velocidades, podendo assim

influenciar de maneira significativa as atividades de vida diária dos seres humanos

(MORSE, THOM, et al., 2005).

O processo de sarcopenia começa aproximadamente a partir dos 50 anos de

idade (HEPPLE, 2006). Quando idosos são submetidos a programas de treinamento

físico, os efeitos deletérios do envelhecimento são contrabalanceados, sugerindo

assim que grande parte dos mecanismos relacionados à sarcopenia pode ser

proveniente do sedentarismo. Neste aspecto, um estudo realizado com indivíduos

sadios de 70-80 anos, demonstrou desempenho de 20 a 40% menor (chegando a

50% nos mais idosos) em testes de força muscular, em relação aos jovens. Essa

perda do desempenho pode também ser explicada pelas mudanças nas

propriedades intrínsecas das fibras musculares (KANNISTO, CHIBALIN, et al.,

2006). A redução de velocidade da contração muscular pode ser devida, em parte, à

menor contribuição das fibras do tipo I para a contração rápida (ANTUNES, STELLA,

et al., 2005). O mesmo autor descreve que existe uma perda diferencial, de acordo

com o tipo de contração executada, as diferenças com os jovens são menores, para

as ações musculares do tipo excêntrico, do que para as contrações isométricas ou

concêntricas, embora o mecanismo não seja conhecido. Uma implicação prática da

redução de velocidade da contração muscular com o envelhecimento é a

capacidade reduzida do músculo para a potência ou produção rápida de força,

agravando o impacto da fraqueza muscular na mobilidade do idoso (SEYNNES,

DEBOER e NARICI, 2007).Esta perda da força muscular pode ser ainda exacerbada

por algumas condições clínicas que afetam os idosos, como acidente vascular

cerebral, enfermidades de Parkinson e Alzheimer, artrites, neuropatia diabética e

distrofia muscular, entre outras (ANTUNES, STELLA, et al., 2005).

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Outro fator que tem sido ventilado é o relacionado à fadiga muscular e sua

relação com o avanço da idade. No entanto, as pesquisas, nesta área, têm sido

inconclusivas, devido, em parte, à variedade de métodos para induzir à fadiga

(HEWETT, MYER e ZAZULAK, 2008).

O mesmo autor cita que, quando as contrações voluntárias sustentadas têm

sido analisadas, os resultados têm sido mais consistentes em demonstrar que não

há efeito do envelhecimento na fadiga muscular. Foi verificado que quando

indivíduos idosos foram comparados a indivíduos jovens, em uma carga absoluta de

trabalho, os idosos recrutaram uma grande porcentagem da sua massa muscular

esquelética, o que resultou em um início precoce da fadiga (BARBOSA, 2007). Por

outro lado, o mesmo autor descreve que existem relatos que não há alterações na

percepção de fadiga, assim como diminuição ou incremento da mesma, com o

decorrer da idade.

O que parece estar claro para os pesquisadores é que a fadiga muscular, que

pode limitar o desempenho, depende de variáveis ligadas à tarefa executada, como

a motivação do indivíduo, o padrão da ativação muscular, a intensidade e duração

em que a atividade contínua for mantida. Existem algumas características especiais

da força muscular que são mantidas, e outras que sofrem maior declínio, com o

processo de envelhecimento.

As variáveis que tendem a apresentar padrões mais estáveis são força dos

músculos envolvidos nas atividades diárias, a força isométrica, as contrações

excêntricas, as contrações de velocidade lenta, as contrações repetidas de baixa

intensidade, a força de articulação de pequenos ângulos e a força muscular no sexo

masculino (MORLEY, 2007). O mesmo autor cita que por outro lado, sofre maior

declínio com a idade, a força muscular dos músculos de atividades especializadas, a

força dinâmica, as contrações concêntricas, as contrações de velocidade rápida, a

produção de potência, a força de articulação de grandes ângulos e a força muscular

no sexo feminino.

Sendo assim podemos considerar um modelo para explicar multifatorial-

mente, a redução da força muscular, com o aumento da idade. De acordo com esse

modelo, essa redução acontece por vários mecanismos, que poderíamos dividir em

três grandes grupos, sendo o primeiro os musculares, como a atrofia muscular,

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alteração da contractilidade muscular ou do nível enzimático, o segundo sendo os

neurológicos, como a diminuição do número de unidades motoras, mudanças no

sistema nervoso e endócrino, e terceira seria os ambientais: como o nível de

atividade física, má nutrição ou doenças (ARMSTRONG, 2007). A redução da massa

magra e a consequente diminuição da força muscular estão associadas à diminuição

da força muscular e massa óssea, alteração da potência aeróbica máxima,

intolerância à glicose, resistência à insulina, menor taxa metabólica de repouso e de

requisição energética disfunção imunológica, desordens do equilíbrio e do andar,

fraturas por osteoporose, velocidade lenta de andar e dependência funcional em

idosos (ANTUNES, STELLA, et al., 2005).

De acordo com os estudos citados acima a perda relacionada à idade dos

motos neurônios alfa, assim como a falta de uso, causada pelo sedentarismo,

doenças catabólicas, medicamentos e desnutrição proteica ou calórica podem

explicar essa atrofia muscular, associada à idade. Parece que os dois maiores

responsáveis por este efeito do envelhecimento são os progressivos processos

neurogênicos e a diminuição na carga muscular, o que poderia levar a hipótese que

essa atrofia muscular não seria necessariamente uma consequência inevitável do

incremento da idade (ANTUNES, STELLA, et al., 2005). Nota-se que as pessoas

que se mantêm fisicamente ativas têm somente perdas moderadas da massa

muscular, mas, quanto dessa perda de massa muscular é uma consequência do

envelhecimento e/ou da diminuição do nível de atividade física, é desconhecido.

1.3 Envelhecimento e doença

O processo natural de envelhecimento traz ainda mudanças significativas no

âmbito da saúde (LIU e FIELDING, 2011). Paralelamente ao aumento dos anos de

vida, depara-se com um maior percentual de doenças crônicas não transmissíveis,

dentre as quais pelo menos uma doença ou condição crônica é referida por 69% dos

idosos brasileiros, com proporção maior entre as mulheres (75%) do que entre

homens (62%), conforme destaca (RAMALHO, 2011). Dentre estes fatores, é de

suma importância para um trabalho de promoção e prevenção na terceira idade

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através do treinamento físico, o entendimento das doenças crônicas não

transmissíveis, que como citado acima sofre grande evolução após os 60 anos.

Juntamente com essas transformações demográficas, o Brasil experimenta

uma transição epidemiológica, ainda que inacabada expressa pelas alterações no

quadro da morbimortalidade (VERA, 2006). Este mesmo autor descreve que nesse

âmbito, a prevalência de doenças infectocontagiosas (responsáveis por 40% do total

de óbitos em 1950, e por 10%, em 1980) começa a ser trocada por patologias mais

complexas, como as crônicas não transmissíveis e distúrbios mentais, tais como

doenças cardiovasculares, câncer e estresse (que em 1950 representavam 12% de

todos os óbitos, elevando-se para 40% em 1980). Ainda segundo o mesmo autor,

essa mudança do perfil epidemiológico ocasiona intervenções mais caras,

demandando tecnologia de alta complexidade. Além disso, requer pessoal

qualificado para formar equipes não somente multidisciplinares, mas também inter

profissionais, com vistas na abrangência da integralidade do cuidado. Toda essa

altercação vem ressaltar que é importante reorientar a organização do sistema de

saúde e do cuidado para atender a essa demanda crescente, requerendo medidas

urgentes por parte das políticas econômicas e sociais, das escolas de formação dos

profissionais de saúde em seus vários níveis e da sociedade em geral.

1.3.1 Envelhecimento e obesidade

Dentre as patologias crônicas não transmissíveis, está à obesidade, condição

a qual era considerada, em séculos passados como símbolo de abundância, saúde

e beleza, atualmente é compreendida uma doença crônica multifatorial marcada pelo

excesso de gordura corporal decorrente da hiperplasia e/ou hipertrofia dos

adipócitos (PADILHA, CRISPIM, et al., 2011). A industrialização e as mudanças nos

padrões de vida e trabalho são fatores que contribuem para transformação nos

padrões das doenças não transmissíveis. Essas transformações apresentam maior

impacto nos países em desenvolvimento. No que tange à obesidade, podemos citar

fatores específicos, tais como: ambientais (falta de tempo para praticar atividades

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físicas, dieta hipercalórica); genéticos e de história familiar; saúde (problemas

hormonais, ansiedade, depressão) e idade (OMS, 2010).

A obesidade, excesso de tecido adiposo no organismo, tem sido considerada

um sério problema de saúde pública, atingindo tanto países desenvolvidos como os

em desenvolvimento. Considerada uma doença integrante do grupo de Doenças

Crônicas Não transmissíveis (DCNTs), as morbimortalidades relacionadas são

doenças cardiovasculares, osteomusculares, neoplásicas, as quais favorecem o

aparecimento de enfermidades, influenciando direta ou indiretamente na saúde do

indivíduo (PINHEIRO, 2006).

Nas últimas décadas, a transformação do estilo de vida, e em particular a

mutação dos padrões alimentares, determinou uma pandemia sem precedentes na

história da Humanidade, a obesidade (GUEDES e LEANDRO, 2007). A obesidade é

um fator importante para a diminuição da longevidade em média, cerca de treze

anos e aumento da mortalidade (CABRERA e JACOB, 2005). O mesmo relata a

associação com o Índice de Massa Corporal (IMC) e revela que o risco de

mortalidade e comorbilidade, associados a doenças como diabetes mellitus tipo II,

hipertensão, neoplasias, dislipidemia, doenças cardiovasculares, aumenta

proporcionalmente com o aumento desta medida. Estas comorbilidades relacionam-

se com o estado de inflamação crônica sistêmica de baixo grau observada na

obesidade, resultado do aumento das concentrações plasmáticas de proteínas de

fase aguda e de várias citocinas (BEKRI, 2006).

Hoje, a obesidade e um dos maiores problemas de saúde publica em muitos

países, tanto pelo seu impacto na perspectiva media de vida como pela piora na sua

qualidade. Já é considerada pela Organização Mundial da Saúde como uma

epidemia global, com mais de um bilhão de adultos com excesso de peso, onde pelo

menos trezentos milhões deles são clinicamente obesos (OMS, 2010).

Projeções da Organização Mundial de Saúde, feitas para 2005, indicaram

prevalência de sobrepeso em aproximadamente 1,6 bilhões de adultos e de

obesidade em pelo menos 400 milhões. Calcula-se que em 2015, aproximadamente

2,3 bilhões de adultos terão sobrepeso e 700 milhões serão obesos (OMS, 2010).

No Brasil, observamos índices elevados de obesidade em populações de

baixa renda, especialmente em mulheres, em razão do seu maior número e

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longevidade em relação aos homens. Outro aspecto relevante é que elas procuram

mais atendimento à saúde do que o sexo oposto. Esse fato se reflete na maior taxa

de mulheres em grupos etários mais velhos, correspondendo, os aproximadamente

dois terços da população acima de 75 anos, em países como Brasil e África do

(BUZZACHERA, 2008).

Dados mais recentes do instituto brasileiro de pesquisas geográficas, da

pesquisa de orçamentos familiares 2002-2003(POF), mostram que o excesso de

peso (sobrepeso e obesidade), afeta cerca de 40% da população adulta no Brasil

(IBGE, 2010).

Segundo a mesma instituição, se tratando apenas de obesidade, esses

percentuais passam para 8,9%dos homens adultos e 13,1% das mulheres adultas.

Não diferentemente, os idosos também estão expostos à obesidade. Dentre

as comorbidades que assolam os idosos, elas podem ser potencializadas pela

obesidade, haja vista que esta população já apresenta índices de enfermidades

aumentadas com a idade, mesmo nos idosos que não sofrem de obesidade (OMS,

2010).

Obesidade não é simplesmente o aumento de peso, mas sim o excesso da

gordura corporal. O processo de envelhecimento está associado ao aumento da

massa gordurosa e mudanças no seu padrão de distribuição (LI e HEBER, 2012).

Segundo o mesmo autor, ocorre aumento entre 20 a 30% na gordura corporal

total (2 a 5% por década, após os 40 anos) e modificação da sua distribuição,

tendendo à localização mais central, abdominal e visceral. Do ponto de vista de

gênero, no sexo feminino, há maior tendência de que esse aumento ocorra nos

depósitos viscerais e dos tecidos adiposos subcutâneos, nas regiões das nádegas e

coxas (aparência de “pera”) e nos homens localiza-se mais na região abdominal

(aparência de “maçã”) (TCHERNOF, 2013). Além da obesidade abdominal, o

envelhecimento associa-se a mais infiltração de tecido gorduroso no fígado e nos

músculos (gordura ectópica), que por sua vez correlacionam com resistência

insulínica e intolerância a glicose (DORNER e RIEDER, 2012). Para o mesmo autor,

obesidade e envelhecimento são caracterizados por estado inflamatório sistêmico,

de baixo grau, que leva a perda de massa corporal magra, redução da função

imunológica, declínio cognitivo, aterosclerose e resistência à insulina. A maioria das

substancias inflamatórias como TNF-α e IL-6 tem efeitos catabolicos sobre o

musculoesquelético e esta envolvida na sarcopenia, perda involuntária da massa

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muscular esquelética com o envelhecimento, resultando na redução da capacidade

física, redução da mobilidade e fragilidade (STEPHEN e JANSSEN, 2009).

Dentre todos os fatores citados acima em relação à obesidade, podemos

afirmar que ela não pode sofrer intervenção de um único profissional de saúde, mais

sim de uma equipe multidisciplinar que venha nortear fatores genéticos, orgânicos,

culturais, alimentares, emocionais e de gasto calórico. E dentro desta equipe cabe o

profissional de Educação Física, supervisionar e prescrever o treinamento físico com

objetivo de aumentar o gasto calórico e atenuar as morbidades já existentes devidos

ao quadro de obesidade instalado.

1.3.2 Envelhecimento e pressão arterial

O indivíduo é hipertenso quando, na ausência da terapia anti-hipertensiva,

seus níveis pressóricos são mantidos cronicamente em valores iguais ou superiores

a 140 mmHg para a pressão arterial sistólica e/ou 90 mmHg para a pressão arterial

diastólica (CHOBANIAN, BAKRIS, et al., 2005). O mesmo autor relata estudos que

demonstram que no mundo um em cada cinco indivíduos com idade superior a 18

anos apresenta hipertensão arterial.

A Hipertensão Arterial é uma síndrome clínica caracterizada pela elevação da

pressão arterial a níveis iguais ou superiores a 140 mm Hg de pressão sistólica e/ ou

90 mm Hg de diastólica em pelo menos duas aferições subsequentes obtidas em

dias diferentes, ou em condições de repouso e ambiente tranquilo (BASTOS e

BORENSTEIN, 2008).

As consequências da manutenção elevada dos níveis pressóricos ao longo da

vida é o surgimento, muitas vezes de forma assintomática, de lesões em órgãos-alvo

(CHOBANIAN, BAKRIS, et al., 2005). Entre os fatores de risco para a mortalidade

cardiovascular, a hipertensão arterial chega a explicar 40% das mortes por acidente

vascular e 25% das mortes por doença arterial coronariana (OMS, 2010).

Além disso, tem sido estabelecida a relação da hipertensão arterial como um

dos principais deflagradores para o desenvolvimento da insuficiência renal e da

doença arterial periférica. Doenças crônicas, problemas genéticos, estilo de vida,

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meio ambiente e o próprio envelhecimento atualmente são os principais problemas

de saúde do idoso, sendo necessário, a partir daí, atenção especial aos idosos, com

objetivo de aumentar o número de indivíduos saudáveis e independentes, capazes

de manter, ao máximo, as funções físicas e mentais, com atenção especial aos

portadores de alterações sistêmicas, como hipertensão, diabetes melito e alterações

hormonais (MARCHIORI, 2009).

Segundo o mesmo autor, o idoso pode ser propenso a apresentar sérios

problemas de saúde, dentre eles, a hipertensão arterial, que vem se tornando um

grave problema de saúde pública no Brasil e mundo, provocando inúmeras sequelas

ao portador, contribuindo para uma baixa qualidade de vida, o que favorece o

aparecimento de outras doenças, que por sua vez poderá levar o indivíduo a morte.

Tais achados sempre são acompanhados por lesões nos vasos sanguíneos

com consequentes alterações de órgãos alvos como cérebro, coração, rins e retina

(CHAVES, 2006).

Considerada até a três décadas por alguns autores como consequência

natural do envelhecimento, a hipertensão arterial (HA), foi motivo de controvérsias

quanto a sua importância e necessidade de tratamento, admitindo-se mesmo que

este somente estaria indicado em portadores de hipertensão arterial avançada

(BRITO, 2008). Para o mesmo autor, está muito bem estabelecido que a hipertensão

arterial é fator de risco para doenças cardiovasculares.

No Brasil, há algumas décadas, as doenças do aparelho circulatório ou

cardiovasculares são a primeira causa de morte. A hipertensão arterial representa

uma das situações clínicas que atingem o aparelho circulatório e também, é um dos

principais fatores de risco para outras doenças como as cerebrovasculares, as

vasculares, as isquêmicas do coração e a diabetes mellitus, contribuindo para elevar

os índices de morbidade e mortalidade (MARCHIORI, 2009).

Sua prevalência atinge 20% da população adulta mundial e acredita-se que o

mesmo ocorra no Brasil. A hipertensão arterial apresenta-se como uma síndrome

caracterizada pela presença de níveis de pressão arterial elevados, associados a

alterações hormonais e, no metabolismo, a fenômenos tróficos (hipertrofia cardíaca

e vascular). Quando se encontra em estágio avançado, proporciona lesões graves

em órgãos-alvo como coração, rins, retina, cérebro, que podem levar o indivíduo à

dependência física ou até a morte. Da mesma forma que em outras partes do

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mundo, faz-se importante o seu reconhecimento como um grande problema de

saúde no Brasil (CHAVES, 2006). A Hipertensão Arterial está associada à presença

de diversos fatores de risco, como hereditariedade, sedentarismo, tabagismo,

etilismo, ingestão elevada de sal e obesidade. O sucesso no seu tratamento inclui,

além da utilização correta do medicamento, a mudança dos hábitos de vida

referentes aos fatores citados (MIRANDA, 2009).

A prática da atividade física vem mostrando grandes resultados, pois vários

estudos mostram que essa prática contribui para uma vida social mais ativa,

controlando doenças, além de promover o bem-estar físico e mental do indivíduo

praticante. Assim sendo, a atividade física pode ser vista como um instrumento

capaz de fazer com que o ser humano possa modificar seu organismo, obtendo

melhoras em seu estado de saúde. Através dela pode-se não somente reduzir os

problemas resultantes da hipertensão como também obter-se a redução dos fatores

de risco cardiovasculares, contribuindo, assim, para uma menor morbimortalidade

(LAMBERTUCCI e PITHONCURI, 2008).

A prática de uma atividade física é de suma importância para o idoso, pois

contribui para a melhoria de sua qualidade de vida. Esta prática pode proporciona

inúmeros benefícios. O exercício físico não isométrico, por exemplo, tem se

relacionado com redução da pressão arterial, independentemente dos efeitos de

aumento de sensibilidade a insulina e redução de peso.

Dentre todos os fatores citados acima em relação à hipertensão arterial e o

envelhecimento, podemos afirmar, que ela não pode sofrer intervenção de um único

profissional de saúde, mais sim de uma equipe multidisciplinar que venha nortear

fatores genéticos, orgânicos, culturais, alimentares, emocionais e de gasto calórico.

E dentro desta equipe cabe o profissional de Educação Física, supervisionar e

prescrever o treinamento físico com objetivo de reduzir a pressão arterial e

consequentemente atenuar os problemas que esta doença crônica pode

proporcionar ao idoso.

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1.3.3 Envelhecimento e marcadores bioquímicos

Os dados epidemiológicos mostram que a morte por doenças

cardiovasculares (DCV) aumenta com o avanço da idade. Isso nos mostra a

importância do processo da aterosclerose no idoso, tornando fundamental a sua

prevenção e detecção.

Nas últimas quatro décadas, principalmente, os fatores de risco para o

desenvolvimento das doenças cardiovasculares vêm sendo mais estudado. O

envelhecimento, a (HA), a dislipidemia, o diabetes mellitus II (DM II), o fumo, o

sedentarismo e a obesidade, por exemplo, estão entre os fatores de risco capazes

de levar à disfunção endotelial e, consequentemente, à alterações vasculares com

clara agregação entre esses fatores de risco e a aterosclerose (FREITAS, 2009).

A presença de lesões ateroscleróticas está associada, entre outros, com

níveis elevados de lipoproteína de baixa densidade (LDL) e lipoproteína de alta

densidade (HDL) menor que 40 mg/dl, enquanto, por outro lado, a HDL em nível

elevado tem sido reconhecida como antiaterogênico (WOOD, 2006). O mesmo

autor descreve que esse papel do HDL, apesar de ainda não estar totalmente

estabelecido, é atribuído a sua capacidade de mediação do transporte reverso do

colesterol. Outras estruturas protetoras do HDL têm sido sugeridas, como a inibição

da oxidação do LDL, redução da viscosidade sanguínea, regulação da síntese de

prostaglandinas e tromboxano e ativação da fibrinólise, ação sobre a função

endotelial e ação anti-inflamatória (MACKNESS, 2005).

Ultimamente é observado e associado a pratica insuficiente de atividade

física e as dislipidemias, predispondo então para o aparecimento de doenças

cardiovasculares (BASSUK, 2007). A prática de exercícios físicos supervisionados

vem sendo estimulada atualmente como parte integrante e terapêutica de todos os

fatores de risco da doença arterial coronariana.

O combate à dislipidemia através de exercícios físicos tem sido alvo de

inúmeros estudos e debates científicos em todo o mundo e, atualmente, está sendo

recomendado como parte integrante de seu tratamento (ANTUNES, STELLA, et al.,

2005). Em relação ao exercício aeróbio, o qual usamos também em nossa

prescrição de exercícios físicos, a maior parte dos estudos tem corroborado para

alterações benéficas nos níveis e composição química das frações e subtrações da

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HDL colesterol e LDL colesterol, após um programa de exercícios aeróbios com

diferentes intensidades, durações e frequências, realizadas por indivíduos de

variadas faixas etárias e níveis de aptidão cardiorrespiratória.

O esclarecimento para essas alterações lipoproteicas favoráveis nos níveis

plasmáticos da HDL colesterol, LDL colesterol, com o exercício aeróbio em suas

diferentes intensidades, durações e frequências, mora na melhora do funcionamento

dos processos enzimáticos envolvidos no metabolismo lipídico, mais

especificamente, no aumento da atividade enzimática da lípase lipoproteica, que

favorece um maior catabolismo das lipoproteínas ricas em triglicerídeos, formando

menos partículas LDL aterogênicas e elevando a produção de HDL nascente, além

do acréscimo da lecitina-colesterol-acil-transferase e redução da atividade da lípase

hepática, ambas beneficiando a formação de subtrações HDL colesterol

(GRANDJEAN, 2000). O mesmo autor cita que a redução de atividade da proteína

de transferência de colesterol esterificado com o exercício aeróbio, também parece

ocorrer, aceitando uma prevenção na formação de partículas LDL pequenas e ricas

em colesterol.

1.3.4 Envelhecimento e marcadores inflamatórios

Como já descrevemos e obesidade assola também a população de idosos em

todo mundo, sendo está doença obesidade descrita na literatura como um fator de

grande importância na secreção de marcadores inflamatórios.

Além disso, o envelhecimento também tem sido associadas com alterações

na produção de citocinas pró e anti-inflamatórias (BARRA, REID, et al., 2010).

Macrófagos, assim como outros tipos de células, podem produzir citocinas pró-

inflamatórias tais como interleucina interleucia 6, interleucina 1β e fator de necrose

tumoral alfa (TNF-α). Alguns estudos sugerem que os níveis de citocinas pró-

inflamatórias no soro são aumentados com o avanço da idade, entretanto, existem

poucas evidências de que a produção de IL-6, IL-1β e TNF-α por monócitos ou

macrófagos, quando estimulados com lipopolissacarídeo (LPS), sejam alteradas

com a idade (resposta ao estímulo). Em estudo, utilizando estimulação do vírus

influenza, foi demonstrado um aumento relacionado à idade na produção de TNF-α,

uma citocina pró-inflamatória e uma diminuição concomitante na produção de IL-10,

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uma citocina anti-inflamatória (GUPTA, 2005). Neste mesmo estudo, quando LPS

foi usado como estímulo ao invés do vírus influenza, ocorreu uma redução na

produção de IL-6 e TNF-α nos indivíduos mais velhos.

Atualmente a obesidade é considerada uma doença, com um estado

inflamatório sistêmico de baixa intensidade (subclínico), observado em adultos,

crianças, adolescentes e idosos (DORNER e RIEDER, 2012). Classicamente, a

inflamação envolve eventos relacionados com a ativação de citocinas. Dentre várias,

podemos citar o fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α), as interleucinas 1, 6 e 10 (IL-

1β, IL-6 e IL-10), o antagonista do receptor da interleucina 1 (IL-1ra) e o receptor

para o TNF-α.

O fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), identificado inicialmente como uma

substância encontrada no soro de animais tratados com lipopolissacarídeo (LPS)

que desenvolviam necrose tumoral in vivo, é sintetizado, principalmente, por

fagócitos mononucleares ativados como uma proteína de membrana tipo II não

glicolisada, com extremidade amino terminal intracelular e uma grande extremidade

carboxiterminal extracelular. Acredita-se que a principal função fisiológica desta

citocina é estimular o recrutamento de neutrófilos e monócitos para locais de

infecção e ativar estas células para erradicar os micro-organismos. A ausência de

TNF-α pode levar ao fracasso em conter infecções. Dessa maneira, esta citocina é

essencial para o organismo humano (COSTA ROSA, BELMONTE e SEELAENDER,

1998).

O TNF-α é uma citocina pró-inflamatória responsável inicialmente por necrose

de tumores e indução de caquexia, se sabe que o TNF-α está associado às

condições de obesidade e resistência insulínica (DIPENTA e GREEN-JOHNSON,

2006). Apesar do TNF-α ser pouco expressado no TAB, em situações fisiológicas,

sua expressão está modificada no TAB de obeso (ABBAS, 2005). Nesse tecido, o

TNF-α é expresso por adipócitos e células do estroma vascular, incluindo os

macrófagos. Alguns estudos demonstram que seus níveis plasmáticos possuem

correlação positiva com a obesidade e a resistência insulínica (FERNANDEZ, 2006).

O mesmo autor cita que no TAB, esta citocina reprime a expressão de genes

envolvidos na captação e armazenamento de ácidos graxos livres e glicose; suprime

genes de fatores de transcrição envolvidos na lipogênese; diminui a expressão da

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adiponectina e aumenta a da IL-6. Ele estimula também a produção de outras

citocinas, como IL-6, e proteínas de fase aguda associadas ao processo

inflamatório.

Já em baixas concentrações plasmáticas, age sobre os leucócitos e endotélio

para induzir inflamação aguda, em concentrações amenizadas, medeia os efeitos

sistêmicos da inflamação, tais como febre, produção de proteínas de fase aguda

(amiloide e fibrinogênio) e produção de leucócitos pela medula óssea (ABBAS,

2005). Em altas concentrações plasmáticas, ela pode causar anomalias patológicas

do choque séptico, tais como inibição da contratilidade cardíaca, redução da

resistência dos vasos sanguíneos, levando o desenvolvimento de trombos e,

hipoglicemia severa (FERNANDEZ, 2006).

São reconhecidos no momento dois tipos de receptores para o TNF-α,

sendo que os do tipo I são responsáveis pela transdução de sinal para as células-

alvo, e os do tipo II também chamados de TNF-R (receptores de TNF-α solúveis),

parecem ser inibidores naturais desta citocina, pois não deixam que a mesma se

atrele à outra célula. Portanto é importante o comportamento destes receptores e a

qual o receptor a TNF-α se ligará para desencadear ou não suas funções (COSTA

ROSA, BELMONTE e SEELAENDER, 1998). Assim, torna-se importante o

conhecimento dos efeitos do exercício sobre esta citocina.

A literatura cientifica hoje nos fornece informações que o exercício físico

parece atenuar os níveis basais de repouso de TNF-α. Um estudo de corte

transversal utilizando nível de atividade física auto-reportado demonstrou que

pessoas com alto nível de atividade física apresentaram níveis circulantes de TNF-α

e outros marcadores inflamatórios (tais como IL6 e proteína C reativa) menores do

que aqueles que se auto-reportaram sedentários, independentemente do gênero,

idade, tabagismo, índice de massa corporal, colesterol total, glicose sanguínea e

pressão arterial (PANAGIOTAKOS, 2005). Estes dados nos mostram que o nível de

atividade física por si só relaciona-se ao contrário com os níveis circulantes de TNF-

α. O nível de atividade física elevado reduz os níveis de mediadores da resposta

inflamatória periférica, inclusive a TNF-α, em uma taxa de 20-60% comparado com

estilo de vida sedentário (ABBAS, 2005).

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Outra citocina que também é expressa no processo de envelhecimento e por

toda vida é a IL-1, sendo que sua principal atividade é a de ser mediadora da

inflamação (COSTA ROSA, BELMONTE e SEELAENDER, 1998). Sua ação mais

importante na inflamação se deve aos efeitos no endotélio, leucócitos e fibroblastos,

bem como a indução das reações da fase aguda. A interleucina 1 possui, dois tipos

de receptores, um responsável pela transdução de sinal intracelular e outro (IL1ra –

receptor antagonista de IL1) que inibe a transdução de sinal de IL1.

Assim como o TNFα, a IL1 é sintetizada principalmente por fagócitos

mononucleares ativados, porém ao contrário do TNF-α pode ser produzido também

por vários tipos celulares tais como neutrófilos, células epiteliais (queratinócitos) e

células endoteliais (ABBAS, 2005).

Suas funções fisiológicas são semelhantes às do TNF-α e dependem da

quantidade de citocina produzida, mostrando o efeito redundante destas citocinas.

Em baixas concentrações, atua como mediador da inflamação local,

aumentando a expressão de moléculas de superfície que medeiam à adesão de

leucócitos. Em grandes quantidades, entra na circulação sanguínea e exerce

funções sistêmicas juntamente com TNF-α, tais como febre, síntese de proteínas e

desgaste metabólico. Porém, ao contrário do TNF-α, mesmo em concentrações

muito elevadas de IL1 não se observa choque séptico ou apoptose celular (ABBAS,

2005).

Já, a interleucina 6 é produzida por fagócitos mononucleares, células do

endotélio vascular, fibroblastos e outras células em resposta a micro-organismos e

outras citocinas, especialmente IL1 e TNF-α. Sua fórmula funcional constitui de um

homodímero, com cada subunidade contendo quatro α-hélices. É uma citocina que

atua tanto no sistema imune inato quanto adaptativo, tendo como principais funções

biológicas a síntese de proteínas na fase aguda da inflamação pelos hepatócitos,

estimulação da produção de neutrófilos e crescimento de linfócitos B que se

diferenciam em produtores de anticorpos (ABBAS, 2005).

A concentração plasmática de IL6 em repouso é de aproximadamente

1pg/ml, mas pode atingir 10.000 pg/ml em resposta a infecções sistêmicas severas

(KOHUT, MCCANN e RUSSELL, 2006). Aumentos menos expressivos podem ser

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encontrados em doenças inflamatórias e infecciosas, enquanto pequenos aumentos

crônicos nos níveis de IL6 plasmático de repouso está associado com obesidade,

baixo nível de atividade física, resistência insulínica, diabetes tipo 2, doença

cardiovascular além de servir como preditor de mortalidade (FISMAN, BENDERLY,

et al., 2006).

Como já descrevemos, recentes avanços na área de endocrinologia e

metabolismo mostram que, diferentemente do que se acreditava há alguns anos, o

adipócito não é apenas uma célula armazenadora de energia, mas sim capaz de

sintetizar e liberar diversas substâncias, sendo hoje considerado um órgão

endócrino (FRUHBECK, AMBROSI, et al., 2005). Entre as substâncias liberadas

pelo adipócito incluem-se a adiponectina, marcadores inflamatórios já descritos

neste trabalho e a leptina, sendo esta ultima, que desempenha importante papel no

controle da ingestão alimentar e no controle do peso corporal em mamíferos (AHIMA

e FLIER, 2000).

A leptina foi descoberta no final de 1994 e rapidamente ganhou grande

destaque na literatura científica internacional (ZHANG, PROENÇA e BARONE,

1994). Desde então, um grande número de pesquisas foi desenvolvida sobre o tema

para melhor compreensão de sua função, principalmente com relação à regulação

da ingestão energética e, consequentemente, o papel que este hormônio

desempenha na obesidade (LEIBEL, 2002).

Em humanos, a concentração plasmática de leptina está parcialmente

relacionada ao tamanho da massa de tecido adiposo presente no corpo, pois seus

níveis plasmáticos diferem em indivíduos com mesmo índice de massa corporal

(LEE, REED e PRICE, 2001). Além disso, mulheres geralmente apresentam níveis

maiores de leptina do que homens, e em algumas patologias, como o diabetes

mellitus do tipo II, os níveis plasmáticos de leptina apresentam-se elevados (LEIBEL,

2002).

A literatura cientifica mostra que a leptina reduz o apetite através da inibição

da liberação de neuropeptídeos relacionados ao apetite, como o neuropeptídeo Y

(NPY) e o peptídeo relacionado à proteína Agouti (AGRP), que são peptídeos

orexígenos (LEE, REED e PRICE, 2001). O mesmo autor descreve sua atuação

também através do aumento da expressão e liberação de neuropeptídeos

anorexígenos, como o hormônio estimulante de melanócito (a- MSH), o hormônio

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liberador de corticotropina (CRH) e substâncias sintetizadas em resposta à

anfetamina e cocaína, no sistema nervoso central.

Assim, altos níveis de leptina reduzem a ingestão alimentar enquanto baixos

níveis induzem hiperfagia. Isso é comprovado em animais de laboratório obesos que

apresentam baixos níveis ou total deficiência de leptina. Por isso, esse hormônio

ficou conhecido como o “hormônio da saciedade”. Uma falha na sua produção e/ou

na sua ação sobre os receptores hipotalâmicos poderia desequilibrar positivamente

o balanço energético, gerando o quadro de obesidade (KRABBE, PEDERSEN e

BRUUNSGAARD, 2004).No entanto, estudos realizados em humanos mostram que

os níveis plasmáticos de leptina são elevados em obesos quando comparados com

seus congêneres magros (LEE, REED e PRICE, 2001).

Portanto, torna-se importante o estudo dos efeitos das diferentes modalidades

de exercício sobre o nível plasmático destes marcadores, já que a melhora desses

níveis relaciona-se com importantes parâmetros de saúde.

1.4 Treinamentos físicos como intervenção terapêutica no

envelhecimento

Os benefícios relacionados a prática de exercício físico vem sendo escrito

através dos séculos. Em aproximadamente 65ac, Marcus Tullius Cícero acreditava

que o exercício físico suportava o espírito e mantinha a vigor da mente. Mais

recentemente, em meados de 1760, John Adams, o segundo presidente dos

Estados Unidos da América, sugeriu que “o exercício era revigorante e mantinha

ativa as faculdades do corpo e da mente”. Certamente, não houve somente as

opiniões de políticos e filósofos sobre os efeitos positivos do exercício.

Na tentativa de retardar ou minimizar alguns aspectos do envelhecimento, a

comunidade científica vem considerando ser essencial a prática do exercício físico,

pois esta diminui o risco do desenvolvimento de diversas doenças crônicas

(ANTUNES, STELLA, et al., 2005). Também reduzindo a ansiedade e o eventual

quadro de depressão na população idosa (BUZZACHERA, 2008).

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Um dos aspectos mais interessantes é a relação entre o exercício físico e a

longevidade de vida (ARI, KUTLU, et al., 2005). Este mesmo estudo mostra que as

pessoas que eram fisicamente ativas apresentaram menor risco de mortalidade para

todas as causas do que as fisicamente não ativas. Além disso, foi encontrado que o

nível de condicionamento físico em idosos é fator predito de mortalidade

independente da adiposidade abdominal ou total.

No entanto, deve-se diferenciar conceitualmente atividade física e exercício

físico. A atividade física é uma expressão genérica que pode ser definida como

qualquer movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta

em gasto energético maior do que os níveis de repouso, e o exercício físico é uma

atividade planejada, estruturada e repetitiva, que tem como objetivo final ou

intermediário aumentar ou manter a saúde/ aptidão física (MATSUDO, MATSUDO,

et al., 2006).

Assim, a prática do exercício físico é extremamente importante em virtude do

ritmo de vida que se leva atualmente, o qual cria uma elevação dos níveis de

estresse de ansiedade e do sedentarismo. Este comportamento sedentário com

hábitos de vida inadequados, somados ao envelhecimento, pode desarmonizar o

organismo e predispô-lo a quadros patológicos como doenças cardiovasculares,

hipertensão, diabetes e declínio das funções cognitivas (CABRERA e JACOB,

2005).

Outros fatores de risco como o tabagismo, os hábitos alimentares

inadequados, o estresse mental, e os problemas cognitivos, além da inatividade

física, também estão relacionados com o desenvolvimento dessas doenças crônicas

e com as suas manifestações clínicas (MELLO, FERNANDEZ e TUFK, 2000).

Apesar dos efeitos positivos do exercício físico ser inquestionáveis,

aproximadamente 60% dos norte-americanos não se exercitam regularmente

enquanto 25% não o fazem de forma alguma. Dentre os segmentos populacionais

que tradicionalmente não se engajam na prática de exercícios físicos, se incluem os

indivíduos idosos, notadamente aqueles com menor nível educacional, os fumantes

e os obesos (ACSM, 2010).

No Brasil, constatou-se uma tendência à inatividade física semelhante à

observada nos Estados Unidos. Segundo o relatório sobre os padrões de vida dos

brasileiros elaborado pelo instituto brasileiro de geografia e estatística (IBGE, 2010),

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26% dos homens realizam atividade física regular e somente 12,7% das mulheres

estão envolvidas em algum programa de treinamento.

O mesmo instituto cita que quando se verifica a quantidade de pessoas que

se exercitam pelo menos trinta minutos ou mais por dia, pelo menos três dias na

semana, apenas 10,% dos homens e 5,% das mulheres o fazem.

Na população em geral da cidade de São Paulo, em um levantamento realiza

do sobre a prática de atividade física e os distúrbios do sono, notou-se que havia um

nível de atividade física um pouco maior do que o restante do território nacional, pois

31,3% dos entrevistados estavam engajados em algum tipo de atividade física,

embora somente 36,4% fossem supervisionados por um profissional qualificado

(MELLO, FERNANDEZ e TUFK, 2000).

Além disso, esse estudo revelou que o engajamento em programas de

treinamento físico era maior nas classes sociais mais altas, e que as pessoas

fisicamente ativas apresentavam um menor índice de queixas a respeito dos

distúrbios do sono. Os autores destacaram, também, a importância da

conscientização da população quanto aos benefícios da prática regular e

supervisionada de exercícios físicos, assim como a necessidade da existência de

uma mudança no estilo de vida sedentário da população da cidade de São Paulo no

sentido de se diminuírem as queixas relacionadas à saúde do indivíduo.

Em um estudo com a população do estado de São Paulo, tiveram por objetivo

investigar o nível de atividade física (NAF) nessa população, levando em

consideração o seu gênero, a sua idade e os seus níveis sócios econômicos e

intelectuais. Para levar a cabo o referido estudo, foram realizadas 2001 entrevistas

com 953 homens e 1048 mulheres entre os 14 e os 77 anos, selecionados em 29

cidades de grande, médio e pequeno porte, dentro do Estado (MATSUDO,

MATSUDO, et al., 2006).

Utilizando-se, na sua forma curta, a versão 8 do Questionário Internacional de

Atividade Física (IPAQ) para determinar o nível de atividade física, verificou-se que

45,5% dos homens, 47,3% das mulheres e 46,5% da amostra total, eram pessoas

insuficientemente ativas(sedentários e irregularmente ativos).Assim, nota-se que a

adoção de melhores hábitos de vida representaria uma economia importante para o

Estado, na medida em que se diminuiria a procura por atendimento nos postos de

saúde e nos hospitais da rede pública.

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Assim o incentivo à prática de exercício físico regular é essencial para se

alcançar esta melhora na qualidade devida, especialmente para a população idosa.

Foi promulgada, pelo Ministério da Saúde em 1999, a Política Nacional da

Saúde do Idoso (PNSI) cujo objetivo é a promoção do envelhecimento saudável, a

manutenção e a melhoria ao máximo da capacidade funcional dos idosos, a

prevenção de doenças, a recuperação da saúde dos que adoecem e a reabilitação

daqueles que venham a ter a sua capacidade funciona restringida de modo a

garantir-lhes permanência no meio em que vivem, exercendo de forma independente

suas funções na sociedade (MS, 2005).

Grandes partes das evidências epidemiológicas sustentam um efeito positivo

de um estilo de vida ativo e/ou do envolvimento dos indivíduos em programas de

atividade física e exercício na prevenção e minimização dos efeitos deletérios do

envelhecimento, os pesquisadores destacam, cada vez mais, a necessidade deque

o exercício físico supervisionado seja parte fundamental dos programas mundiais de

promoção da saúde. Não se pode pensar hoje em dia, em “prevenir” ou minimizar os

efeitos do envelhecimento sem que além das medidas gerais de saúde, inclua-se a

atividade física. Essa preocupação tem sido discutida não somente nos chamados

países desenvolvidos ou do primeiro mundo, como também nos países em

desenvolvimento, como é o caso do Brasil.

Um ingrediente fundamental para um envelhecimento saudável é a atividade

física regular, sendo que a prescrição de exercícios para essa população deve

contemplar diferentes componentes da aptidão física, como o condicionamento

cardiorrespiratório, a força, a resistência muscular, a composição corporal e a

flexibilidade (BRITO, 2008).

Pesquisadores têm observado os efeitos da composição corporal e do nível

de atividade física na limitação funcional de idosos, encontrando que uma unidade

de ganho na relação massa magra-massa de gordura reduziu a limitação funcional

relatada por mulheres em 65,5% (ARI, KUTLU, et al., 2005). Mulheres que

participam do Projeto Longitudinal de Envelhecimento e Aptidão Física, ao se

comparar a evolução do perfil antropométrico destas mulheres ativas no período de

um ano, de acordo com a idade cronológica, não foram encontradas diferenças

estatisticamente significantes nessas variáveis no período de um ano em nenhum

dos três grupos de idade cronológica, sugerindo que mulheres envolvidas

regularmente em AF mantêm o perfil antropométrico estável durante o processo de

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envelhecimento independentemente da idade cronológica (MATSUDO, MATSUDO,

et al., 2006). E quando o mesmo autor verificou a evolução de nível de AF das

pessoas com mais de 50 anos, observou que a prevalência de pessoas ativas

aumentou 61% aproximadamente, enquanto a de irregularmente ativas

diminuiu60,0%.

Os efeitos salutares e terapêuticos da atividade física ocorrem devido a

alguns mecanismos conhecidos e devido a outros ainda pouco compreendidos,

entre eles estão o aumento do HDL- colesterol, redução dos triglicerídeos, redução

da pressão arterial de repouso, diminuição da senilidade adrenalina, estimulo de

fatores endoteliais de vaso dilatação, redução da agregação plaquetária, estímulo a

fibrinólise, aumento da sensibilidade das células à insulina, produção de citocinas

anti-inflamatórias, estimulo ao metabolismo dos carboidratos, estímulo hormonal

anabolizante, modulação imunológica, maior gasto calórico, tendência à elevação da

taxa metabólica basal, estimulo trófico musculoesquelético, melhora de a

estabilidade articular dinâmica e analgesia neuroendócrina (CARVALJO, MARQUES

e MOTA, 2009).

Assim como descrevemos em varias características fisiológicas que o

treinamento físico pode atuar, esse também pode induzir aumento na expressão e

na concentração plasmática dos marcadores inflamatórios antes, durante e após

uma única sessão de exercício, assim como nas adaptações crônicas a estas

atividades.

Um marcador importante, já descrito acima é o TNF-α. Em que em um estudo

de corte transversal, verificou-se utilizando nível de atividade física auto-reportados,

sendo que os resultados demonstraram que pessoas com alto nível de atividade

física apresentaram níveis circulantes de TNFα e outros marcadores inflamatórios

(tais como IL6 e proteína C reativa) menores do que aqueles que se auto-reportaram

sedentários, independentemente do gênero, idade, tabagismo, índice de massa

corporal, colesterol total, glicose sanguínea e pressão arterial (PANAGIOTAKOS,

PITSAVOS, et al., 2005). Estes dados indicam nível de atividade física por si só

relaciona-se inversamente com os níveis circulantes de TNF-α. De fato, tem sido

sugerido que o nível de atividade física elevado diminui os níveis de mediadores da

resposta inflamatória periférica, inclusive o TNF-α, em uma taxa de 20-60%

comparado com estilo de vida sedentário (BRUUNSGRAR, 2005).

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Já para outro marcador importante, também descrito acima, a IL6, vários

estudos tem demonstrado, consistentemente, que a concentração de IL6 aumenta

em resposta ao exercício e tem papel relevante como mediador dos efeitos anti-

inflamatórios. Apesar da concentração plasmática das outras citocinas aumentarem

durante o exercício físico, a IL6 é que demonstra aumento mais drástico,

provavelmente, por este motivo, a IL6 é atualmente a citocina mais destacada em

relação aos efeitos do exercício mediados pela a mesma (FISCHER, 2006).

Na interleucina 1, o exercício físico agudo geralmente, não eleva sua

concentração. Isto pode ser parcialmente explicado pelo fato da atividade física

aumentar os níveis de IL1ra (receptor antagonista de IL1) que, por sua conformação,

consegue ligar-se a esta citocina, porém, IL1ra não faz transdução de sinal para que

IL1 atue, deixando, então, esta interleucina desativada (PETERSEN e PEDERSEN,

2005). Dessa maneira, torna-se importante o estudo dos efeitos das diferentes

modalidades de exercício sobre o nível plasmático desta citocina, já que a melhora

desses níveis relaciona-se com importantes parâmetros de saúde.

Um dos aspectos que devem ser considerada na relação atividade física,

doença e saúde em termos populacionais, é a escolha do tipo de atividade física a

ser prescrita na terceira idade. As recomendações específicas de programa de

atividade física para atender a população de adultos maiores de 60 anos de idade,

tais como as normas propostas pela Organização Mundial de Saúde, que sumariza

os critérios de realização de testes em indivíduos acima de 50 anos nos casos de

exercícios vigorosos e nos exercícios moderados, devem ser submetidos atestes de

esforço aqueles com doenças crônicas ou fatores de alto risco e aqueles

sintomáticos (OMS, 2010).

Partindo dessas considerações, o Colégio Americano de Medicina Esportiva,

recomenda o teste de esforço para todo individuo acima de 50 anos que queira

começar um programa de treinamento vigoroso, não sendo necessário a indivíduos

idosos que simplesmente queiram caminhar ou participar de um programa de

treinamento de resistência (ACSM, 2010). Nesse caso um questionário simples para

identificar os sujeitos que necessitem de avaliação médica é suficiente.

A prática regular e sistematizada de atividade física é necessária para a

promoção de saúde, no entanto devem-se levar em consideração algumas

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recomendações. Um programa ideal de exercícios físicos deve ser realizado com

uma frequência semanal de 5-7 dias, com a duração das sessões variando entre 30

a 90 minutos de forma continua ou não, a intensidade da fase aeróbica pode ser

determinada, pelo percentual do consumo máximo de oxigênio ou da frequência

cardíaca máxima (VO2max e FCmax), previamente estabelecida em teste de esforço

ou estimada por fórmulas, utilizando como parâmetro moderado 40 a 75% do

VO2max e ou 55 a 85% da FCmax.

Pra a mesma diretriz citada acima, o treinamento de resistência ou endurance

também pode ajudar a manter e melhorar vários aspectos da função cardiovascular,

o estado de saúde e contribuir para o incremento na expectativa de vida; alem disso,

parece reduzir pressão arterial da mesma maneira no idoso hipertenso como no

adulto jovem hipertenso. Os tipos de exercícios aeróbicos rítmicos que utilizam os

grandes grupamentos musculares e que são parte integral do inicio dos anos de vida

de muitos adultos são: caminhar, correr, nadar e pedalar na bicicleta.

É observado que a prática dos exercícios e de seus efeitos independentes da

modalidade, com acompanhamento cuidadoso dos treinamentos, apoio de exames

clínicos, conhecimento de algumas melhoras alcançadas e possíveis e desejados

efeitos dos exercícios, influência na manutenção da pratica do exercício, sendo que

a manutenção desta pratica produz melhora ou preservação dos ganhos obtidos

com treinamento nos sistemas orgânicos dos idosos, sendo que o envelhecimento

leva a perda gradativa das funções e sua mera manutenção é um ganho importante

a ser considerado (CARMONA, 2006).

Vários estudos mostram que o treinamento físico tem efeitos significativos

sobre a massa muscular e sobre a força desenvolvida pelos músculos (DIK, DEEG,

et al., 2012). No indivíduo idoso está claro que a potência e não a força muscular é o

fator determinante para a melhora da independência e da qualidade de vida

(HARRIS, 2004).

1.4.1 Intervenção do treinamento aeróbio no envelhecimento

Embora o envelhecimento ocasione diversas alterações no sistema

cardiovascular, existe uma diferença bem documentada entre o envelhecimento de

um sedentário e de um idoso que pratica exercício aeróbio (ANTUNES, STELLA, et

al., 2005). O mesmo autor cita que entre os idosos saudáveis, o treinamento aeróbio

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pode melhorar as propriedades sistólicas e diastólicas do coração e aumentar o

VO2max no mesmo grau relativo que ocorre em adultos mais jovens. Com 9 a 12

meses de treinamento aeróbio, o VO2max aumentou 19% em homens e 22% nas

mulheres.

Estes valores estão localizados na extremidade alta do que é observado para

adultos jovens. Entretanto, as diferenças sexuais eram evidentes em vários aspectos

da resposta ao treinamento. Para os homens, a maior capacidade aeróbia, estava

associada com um volume de ejeção máxima 15% maior (e um aumento

correspondente para o débito cardíaco) e uma diferença na % do Vo2màx maior.

Para as mulheres, todo o aumento VO2max era razão, exclusivamente, de uma

expansão na diferença de VO2max.

Isso indica que, para as mulheres mais idosas, o aumento da capacidade

aeróbia conseguido com o treinamento depende de adaptações periféricas no

músculo treinado (BATISTA, SANTOS, et al., 2007). Este mesmo autor escreve que

são necessárias mais pesquisas para determinar se essa ausência de adaptação

circulatória central ao treinamento aeróbio nas mulheres pós-menopausa constitui

um achado importante e se é devido a essas diferenças hormonais na menopausa.

Existe uma gama de estudos que mostram resultados positivos de melhora

cardiovascular de idosos submetidos a treinamento aeróbio (CUNNINGHAM,

PATERSON, et al., 1997). Reportaram em 100 idosos, ‘que um ano de treinamento

aeróbio com intensidade moderado foi suficiente para melhorar em 11% o VO2max,

sendo que em alta intensidade, entre 24 e 48 semanas encontrou-se aumento entre

20 e 30% do VO2max (ACSM, 2010).

Diante da literatura cientifica citada aqui,e das possíveis mudanças positivas

que ele pode proporcionar nos parâmetros cardiovasculares do idosos, o exercício

aeróbio pode ser de extrema importância para uso em um programa de treinamento

físico para idosos que visa diminuir as comorbidades que afetam esta faixa

etária.Sendo assim pretendemos verificar se um programa de treinamento

combinado é capaz de modificar parâmetros aeróbios em idosos obesos.

1.4.2 Intervenção do treinamento resistido no envelhecimento

A redução na massa magra e na força dos músculos estriados esqueléticos

que ocorrem com o envelhecimento representa o resultado combinado de processos

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neuromotores progressivos e de uma queda no nível diário de sobrecarga muscular

(ACSM, 2010). Em homens e mulheres mais velhos, o treinamento com exercício

resistido, facilita a síntese e a retenção de proteínas e diminui a perda natural e até

certo ponto inevitável de massa muscular que ocorre com o envelhecimento

(ANTUNES, STELLA, et al., 2005).

O Colégio Americano de Medicina do Esporte relata que o treinamento

resistido está entre os mais recomendados para a população idosa de ambos os

gêneros, tema que tem sido bastante discutido na comunidade científica, em virtude

dos benefícios que este treinamento traz para a saúde em diversos aspectos

(ACSM, 2010).

Submeteram a um treinamento resistido com intensidade moderada, durante

24 meses, 55 voluntários idosos distribuídos por dois grupos (controle e exercício)

(BRANDON, BOYETTE, et al., 2006). Eles constataram um incremento significativo

da massa muscular e da força dos membros inferiores no grupo exercício resistido,

quando comparado ao controle. Esses achados claramente indicam uma

sensacional plasticidade nas características fisiológicas, estruturais e de

desempenho entre os idosos e que podem ser conseguidos aprimoramentos

acentuados com um treinamento vigoroso até mesmo acima da nona década de

vida. O aprimoramento na força muscular e na aptidão global conseguido por

intermédio do exercício regular pode constituir também a melhor maneira de reduzir

a incidência de lesões ortopédicas em homens e mulheres mais velhos (BRANDON,

BOYETTE, et al., 2006). Neste aspecto alguns estudos demonstram que pessoas

idosas não praticantes de exercícios físicos, tendem a sofrer acidentes por quedas.

Em relação a idosos praticantes de algum exercício físico, como exercícios de

resistência de força, estes tendem a se rejuvenescer (CLEMSON, 2012).

Estudos recentes apresentam resultados que indicam que o treinamento

resistido esta relacionado à atenuação das alterações orgânicas que resultam no

processo de envelhecimento (ALBINO, FREITAS, et al., 2012). Relevante também é o

papel da flexibilidade na vida do idoso (BAPTISTA e VAZ, 2009). Quando idosos

destreinados ou em estado de sedentarismo ou simplesmente pelo fato de estar em idade

avançada, o idoso reduz o seu poder de absorção de proteoglicanos (proteínas de rápido

metabolismo), que por sua vez acabam atrapalhando o processo de hidratação de a

cartilagem articular, consequentemente prejudicando a flexibilidade do indivíduo (KIMURA,

2010).

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Características estas citadas, passiveis de serem amenizadas dentro de um

programa de treinamento resistido com exercícios de amplitudes máximas,

proporcionando uma melhor flexibilidade, ressaltando que cada articulação tem a

sua capacidade de flexibilidade, assim, não podendo comparar uma parte do corpo

com outra (RIBEIRO, DOMINGUES e SILVA, 2008). Dentre os fatores de mudanças,

destacam-se as melhorias que ocorrem na agilidade e no equilíbrio do idoso que

pratica exercícios de resistência de força, sendo que estas melhorias são

transportadas para outros momentos da vida, pois, com as adaptações provenientes

do treinamento resistido, o idoso passa a ter uma melhora nas suas capacidades de

locomoção, orientação e principalmente controle corporal, reduzindo a possibilidade

de acidentes domésticos, comuns nessa idade (MORRIS, 2012). O mesmo autor

relata que o exercício resistido pode promover um aumento na capacidade dos

músculos para gerar energia, tornando o idoso mais disposto.

Outro fator importante que indica benefício do treino de resistência de força é

a proteção da vida dos idosos com diabetes do tipo II, sendo que nessa etapa da

vida ocorrem vários distúrbios no metabolismo, principalmente deficiências na

produção de insulina (CLEMSON, 2012). O mesmo autor descreve atividade física

sendo uma movimentação da musculatura para despesas energéticas e o exercício

físico como uma atividade planejada e direcionada a fim de alcançar um objetivo.

Desta forma, quanto maior a fidelização em um programa de treinamento com

prescrições adequadas, maior será a redução da atividade glicêmica e maximização

das adaptações positivas esperadas (KIMURA, 2010). O mesmo autor cita que o

envelhecimento das células parece diminuir a proliferação e aumento da

sensibilidade a apoptose, que é induzida pela hiperglicemia, ou seja, quanto mais

ativo o idoso for, maior será a captação e consumo de glicose e em decorrência uma

melhoria na atividade da insulina no corpo do indivíduo.

Diante da literatura cientifica citada aqui, e das possíveis mudanças positivas

que o treinamento resistido pode proporcionar, ele pode ser de extrema importância

para uso em um programa de treinamento físico para idosos que visa diminuir as

comorbidades que afetam esta faixa etária.

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1.4.3 Intervenção do treinamento combinado no envelhecimento

Denominam-se treinamento combinado os programas de treinamento que

combinam força e resistência aeróbica na mesma sessão de treino (AOKI, JUNIOR,

et al., 2003). Treinamento de força e resistência pode ser realizado em uma mesma

sessão para melhorar o desempenho em esportes, assim como para reabilitação de

lesões e doenças cardiovasculares (CHTARA, 2005). Muitos esportistas realizam

simultaneamente exercícios de força e aeróbio para evoluir no desempenho. Este

programa de treinamento que combina exercícios de força e aeróbio de baixa e

moderada intensidade é denominado de treinamento combinado (GOMES e AOKI,

2005).

O treinamento de força e treinamento aeróbio podem ser realizados em uma

mesma sessão de treinamento para melhorar o desempenho em esportes e em

reabilitação de lesões, mas também nas doenças cardiovasculares. Alguns estudos

mostram que a natureza e a modalidade do treinamento de força ou aeróbio, a

idade, sexo, e a aptidão física dos participantes, o volume e frequência, a

intensidade e a ordem dos tipos de treinamento podem influenciar nas adaptações

decorrentes do treinamento, como por exemplo, se o treinamento aeróbio apresentar

intensidade alta a ponto de depletar glicogênio muscular, o treino de força será

prejudicado (LEVERITT, ABERNETHY, et al., 2003). Ainda, segundo o mesmo

autor, a razão para que seja realizado este tipo de treinamento é que os benefícios

do treino de força e do treino aeróbio podem ser adquiridos simultaneamente.

Como já descrito acima, exercícios físicos aplicados na população idosa

propicia melhoras similares às observadas em adultos, aperfeiçoando e mantendo a

independência. No entanto, apesar dos bem descritos efeitos do treinamento

combinado, notadamente na proposta de otimizar os efeitos de ambos os tipos de

treinamento, da resistência aeróbio e resistido, pouco nenhum estudo, até onde

sabemos, avaliou este tipo de treinamento em tal população. Desta forma, propomo-

nos a estudar o efeito treinamento combinado, tanto nas variáveis de força, variáveis

hemodinâmicas, bioquímicas, inflamatórias e de capacidade funcional em idosos

fisicamente ativos.

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2.0 JUSTIFICATIVA

Atualmente é crescente a população de idosos em nosso país, tornando-se

um grande desafio para os órgãos competentes o cuidado com qualidade para esta

população. Junto com este crescimento, está população vem sofrendo também com

as doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, hipertensão, diabetes,

dislipidemia e da diminuição da capacidade funcional.

Neste contexto que pode levar esta população para um estado de

sedentarismo, e consequentemente contribuir ainda mais para o desenvolvimento de

doenças que assolam esta população, junto com as comodidades já citadas que

normalmente os atinge, o treinamento físico supervisionado pode ser de grande valia

para a promoção da saúde desta população tão especial.

Hoje na literatura cientifica ha evidencias demonstrando que o treinamento

físico pode ser administrado como terapia não farmacológica para o tratamento e/ou

prevenção primária e secundária destas comodidades, atuando tanto na restauração

como na evolução das capacidades funcionais do idoso (ACSM, 2010). Além disso,

seu efeito esta também relacionada à manutenção da saúde e bem estar do idoso.

Contudo, considerando o efeito benéfico do treinamento físico descritos

acima, o presente projeto propôs estudar a relação do treinamento físico combinado

no processo de envelhecimento em uma população de idosos com sobre peso e a

relação deste programa com as variáveis de capacidade funcional, variáveis

hemodinâmicas, inflamatórias e com as alterações bioquímicas durante este período

de prescrição de exercícios físicos. Além disso, há pouca publicação na literatura

cientifica relacionando o treinamento combinado com a classe de idosos, e se o

mesmo pode proporcionar tanto os benefícios cardiovasculares, que é bem descrito

na literatura em relação ao exercício aeróbio, como os benefícios do treinamento de

força, como aumento da capacidade funcional e aumento da massa magra.

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3.0 OBJETIVOS

3.1 Geral

Avaliar o efeito de 16 semanas de um programa de exercícios físicos

combinado entre exercícios resistidos com pesos livres e exercícios aeróbios

(treinamento combinado), em indivíduos idosos acima de 60 anos nas variáveis de

capacidade funcional, fisiológicas e de marcadores inflamatórios.

3.2 Específicos

- Avaliar as variáveis bioquímicas antes, durante e depois de 16 semanas de

treinamento físico (Colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos e glicemia).

- Avaliar a composição corporal antes, durante e depois de 16 semanas de

treinamento físico (MCT, IMC, MG, MM).

- Quantificar as mudanças de capacidade funcional (Resistência aeróbia, Força

muscular de membros inferiores e superiores) antes, durante e depois de 16

semanas de treinamento físico combinado.

- Avaliar os marcadores inflamatórios antes, durante e depois de 16 semanas de

treinamento físico concorrente (IL-1β, IL6, IL8, Leptina e TNF-α).

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4.0 MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo foi realizado com 26 idosos que frequentam o Centro de Referencia

de Idoso da Prefeitura Municipal de Poá. Antes do inicio do programa de

treinamento, idosos ficaram por 60 dias, sem o exercício físico supervisionado,

obedecendo ao período de férias do centro de referência de idosos. Sendo este um

período de interrupção planejado. Durante o período de recrutamento, cabe destacar

que, inicialmente, foram recrutados 40 idosos e após o inicio do treinamento, por

questões particulares, 14 voluntários desistiram do trabalho.

Foram critérios de exclusão, lesões osteoarticulares que impossibilitaram a

execução da avaliação de capacidade funcional durante a avaliação físicos e idosos

que estavam inaptos para atividade física segundo ordem médica. Antes do início do

estudo, os participantes ficaram informados sobre os objetivos do estudo, leram e

assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, conforme resolução 196 do

Ministério da Saúde.

4.1 Avaliações físicas

Os participantes foram submetidos à avaliação física antes do inicio do

programa de exercícios físicos, na oitava semana e logo após sua conclusão, que foi

de dezesseis semanas. Foi parte da avaliação física a verificação do peso, estatura,

IMC, circunferências, relação cintura/quadril, composição corporal (MM e MG),

frequência cardíaca de repouso, pressão arterial de repouso, pressão arterial média

indireta (PAM= PAS+ [PAD X 2]) e o duplo produto indireto ( DP= FC x PAS). Sendo

estes dois últimos verificados conforme as descrições fisiológicas para o

procedimento (MCARDLLE e KATCH, 2007).

Também aplicou-se anamnese para avaliar o estado de saúde dos

participantes e seus hábitos de vida.

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Foi usado para coleta de dados um software de avaliação física physycal test

6.3, um esfigmomanômetro da marca Sany, trena antropométrica 2 m - Vondere

balança digital com medidor de altura Welmy W200.

Para a verificação da massa gorda e massa magra foi usado o protocolo de

McArdle para três circunferências, sendo abdômen, coxa e panturrilha para

mulheres e Abdômen, antebraço e quadril para homens (MCARDLLE e KATCH,

2007).

4.2 Avaliações das capacidades funcionais

Para a avaliação da capacidade funcional dos idosos participantes foram

utilizados três testes do protocolo dos Testes de Aptidão Física Funcional da bateria

de Testes de (RIKLI e JONES, 1999).

4.2.1 Teste de sentar e levantar

O primeiro utilizado foi o levantar e Sentar na Cadeira, que apresenta como

objetivo avaliar a força e resistência dos membros inferiores (número de execuções

em 30’’ sem a utilização dos membros superiores). Foi utilizado para sua execução

cronometro cadeira com encosto (sem braços), com altura do assento

aproximadamente 43 cm. Por razões de segurança, a cadeira foi colocada contra

uma parede durante o teste. Ao sinal de “partida” o participante eleva-se até à

extensão máxima (posição vertical) e regressa à posição inicial sentado. O

participante é encorajado a completar o máximo de repetições num intervalo de

tempo de 30’’, e enquanto controla o desempenho do participante para assegura o

maior rigor, o avaliador contou as elevações corretas.

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4.2.2 Teste flexão de cotovelo

O segundo teste, que foi o de flexão do cotovelo que apresentou como

objetivo avaliar a força e resistência do membro superior (número de execuções em

30’’). Foi utilizado cronometro cadeira com encosto (sem braços) e halteres de mão

(2,27 Kg para mulheres e 3,36 Kg para homens), como descreve o protocolo original

do teste. Devido à ausência do halter com o peso recomendado pelo protocolo

utilizou-se um peso aproximado de 3,00 kg para as mulheres e de 4,00 para os

homens.

O participante foi encorajado a realizar o maior número possível de flexões

num tempo limite de 30’’, mas sempre com movimentos controlados tanto na fase de

flexão como de extensão. O avaliador acompanhou as execuções de forma a

assegurar que o peso foi transportado em toda a amplitude do movimento – da

extensão total à flexão total.

4.2.3 Teste de marcha estacionaria

O terceiro e ultimo teste aplicado foi o teste da marcha estacionária de 2

minutos, é atualmente utilizado para medir indiretamente a potência aeróbia ou

resistência aeróbia na terceira idade. Ao sinal o voluntario que participou do trabalho

marchou sem deslocamento por dois minutos, tentando atingir com sua perna

predominante a altura de um obstáculo que foi determinado pelo tamanho do fêmur

do individuo que está realizando o teste. Foi contabilizado o numero de repetições

corretas pelo período pré- estabelecido.

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4.3 Avaliações das variáveis bioquímicas

As dosagens dos marcadores bioquímicos foram realizadas mediante a coleta

de amostra de 10 ml de sangue na prega do cotovelo, após período de 10-12 horas

em jejum entre 07h00min e 08h00min da manhã. O soro foi separado por

centrifugação e enviado para analise no Laboratório Sancet Analises Clinicas

situado na Av. Voluntário Fernando Pinheiro Franco n.º: 1020. Centros Mogi das

Cruzes, sendo assim, determinaram os teores de glicemia, colesterol total,

lipoproteína de baixa intensidade (LDL), lipoproteína de alta intensidade (HDL),

triglicerídeos e glicemia. Para tanto o mesmo utilizou técnicas enzimáticas

colorimétricas através do método reativo precipitante para HDL, enzimática

espectrofotométrica colesterol oxidase-peraxidase para CT, e enzimática

espectrofotométrica glicerol fostato/peraxidase para TG, utilizando um aparelho

Selectra da Vitalab.

4.4 Avaliações dos marcadores inflamatórios

Dos marcadores inflamatórios, foram analisados a interleucina 1 (IL1-1β),

interleucina 6 (IL-6), interleucina 8 (IL-8), Leptina e fator de necrose tumoral alfa

(TNF-α), sendo estes analisados pelo mesmo laboratório citado acima. As amostras

foram centrifugadas e armazenadas em -70ºC e posteriormente dosadas pelo

método ELISA, seguindo as especificações correspondentes ao Kit (BD OptEIA TM

obtido da Pharmingen).

4.5 Protocolos de treinamento combinado

As sessões de treinamento foram compostas por; 1-alongamentos 2-

aquecimento, 3-treinamento de resistência muscular, 4- treinamento aeróbio e 5-

volta à calma. O treinamento aconteceu às segundas feiras, quartas feiras e sextas

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feiras, tendo seu horário de inicio as 13h00min e seu termino às 14h30min. O

treinamento de força foi realizado com intensidade modulada e monitorada com

acesso a percepção subjetiva de esforço através do componente neurológico da

força, adotando assim a escala de OMNI-RES (anexo 1), previamente validada

(LAGALLY, ROBERTSON e ROBERT, 2006). Além de avaliar a percepção referida

de esforço específica para exercícios resistidos, esse instrumento se propõe a

indicar qual a abordagem do treinamento com exercícios resistidos (predominância

para desenvolvimento da RML hipertrofia ou força máxima). Sendo que os idosos

participantes apontaram o numero 4 ou 5, sendo este um indicativo de

razoavelmente fácil (treinamento de endurance).

As sessões de treinamento iniciaram sempre com o treinamento resistido,

fazendo parte do mesmo, oito exercícios com pesos livres, alternados por

seguimento muscular, sendo estes, supino com Halteres, agachamento com próprio

peso corpóreo, remada baixa com elástico, fortalecimento de ísquiostibias com

caneleira, elevação de quadril em decúbito dorsal, elevação frontal com elástico,

fortalecimento de gastrocnêmico com halteres e abdominal reto em decúbito dorsal.

O treinamento resistido seguiu a prescrição e recomendação do Colégio

America de Medicina do Esporte (ACSM, 2010). Assim, a sessão de treino foi

composta por oito a dez exercícios resistidos, de 8 a 12 repetições de cada

exercício, com intervalo entre as séries de 40 segundos, intervalo entre os exercícios

de 1 minuto, duas a três vezes por semana e de intensidade moderado, sendo

modulado escala de OMNI-RES, já mencionada acima. Foram 30 minutos de

treinamento aeróbio, sendo este uma caminhada monitorada, com intensidade

controlada por escala subjetiva de esforço de Borg (anexo 2), entre números 12 e

13, que correspondem aproximadamente 60% da frequência cardíaca máxima.

Sendo que na escalo os números vão de 6-20 e são baseados na Frequência

Cardíaca de 60-200 batimentos por minuto. Lembrando que a prescrição foi

supervisionada por um Educador Físico e seguiu também como o treinamento de

força, a prescrição e recomendação do Colégio America de Medicina do Esporte

(ACSM, 2010).

O presente trabalho apresenta algumas limitações, como a aplicação de

protocolos indiretos de composição corporal, avaliação da capacidade aeróbia e

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avaliação de força dos idosos participantes. A aplicação de protocolos indiretos teve

o intuito de adequar à mensuração dos resultados a realidade do centro que

realizamos a coleta, realidade esta da maioria dos centros de convivência de idosos

que usam o exercício físico como fator de integração e socialização desta população

citada.

4.6 Analise estatística

As analises estatísticas dos dados foram realizados através do software

Graphpad Prism 5.03. A média ± erro padrão da média foram calculados para todas

variáveis estudadas. Nosso grupo representa uma amostra não paramétrica, sendo

que para o grupo experimental, usamos este mesmo grupo no inicio do treinamento,

na oitava semana e no final da décima sexta semana de treinamento. Assim,

utilizou-se o teste Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós

test comparando todos os pares de coluna, p<0,01.

5.0 RESULTADOS

Os resultados apresentados no trabalho são oriundos de análise quantitativa

e qualitativa dos dados. Em cada tabela e figura encontram-se os fatores

observados de cada parâmetro analisado e os resultados de sua avaliação

estatística. A Tabela 1 nos mostra um grupo de grande maioria do sexo feminino em

relação ao sexo masculino, apresentando também média de IMC (kg/m²) de 33,22,

caracterizando assim, indivíduos idosos com obesidade (ACSM, 2010). Já na Tabela

2, nos mostra um grupo com caracteristica de pressão aterial de classificação

limitrofe (OMS, 2010). Neste aspecto, cabe destacar que todos os participantes

estavam medicados (tabela 5).

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Na Tabela 3 apresentamos as caracteristicas gerais dos individuos que

participaram da pesquisa, apresentando valores de glicemia, colesterol total,

lipoproteina de alta densidade (HDL), lipoproteina de baixa densidade (LDL) e

triglicerideos (OMS, 2010). Como descrito na pressão arterial, todos os participantes

que segundo prescrição médica, necessitam de medicamento para o controle destes

marcadores, estavam medicados no momento da coleta.

Na Tabela 4 apresentamos as caracteristicas gerais dos individuos que

participaram da pesquisa, apresentando valores de marcadores inflamatório obtidos

na primeira coleta do trabalho.

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Tabela 1: Características da composição corporal dos indivíduos que participaram da pesquisa.

Os dados estão apresentados como média (Min/Max) e valores de referências para sexo masculino, sexo feminino, idades, peso, altura, índice de massa corporal (IMC) e relação cintura/ quadril (RCQ). Valores de referências conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2010).

Tabela 2: Características da pressão arterial dos indivíduos que participaram da pesquisa.

Os dados estão apresentados como média (Min/Max) e valores de referências para pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD). Valores de referências conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2010).

Caracteristicas Valores (Mín/Max)

Sexo masculino 3 ____________________ ________________________

Sexo feminino 23 ____________________ ________________________

Idade (anos) 64,88 (60/76) ________________________

Peso (kg) 78,36 (63/100) ________________________

Altura (cm) 1,56 (1.46/1.70) ________________________

IMC (kg/m²) 33,22 (26.03/43.85) Sexo feminino: Primeiro grau de obesidade

Entre 32,1 e 37,0

Sexo masculino: Primeiro grau de obesidade

Entre 30,1 e 35,0

RCQ (cm) 0,96 (0.79/1.24)

Classificação de risco

para mulheres de 60

a 69 anos

< 0,76: baixo

0,76 a 0,83: moderado

0,84 a 0,90: alto

> 0,90: muito alto

Classificação de risco

para homens de 60 a

69 anos

< 0,91: baixo

0,91 a 0,98: moderado

0,99 a 1,03: alto

> 1,03: muito alto

Valores de referência

Composição corporal

Caracteristicas Valores (Mín/Max)

PAS (mmHg) 131,54 (100.00/170.00) Normal < 130 mmHg

Normal - Limítrofe 130 a 139 mmHg

Hipertensão leve 140 a 159 mmHg

PAD (mmHg) 81,15 (60..00/100.00) Normal <85 mmHg

Normal - Limítrofe 85 a 89 mmHg

Hipertensão leve 90 a 99 mmHg

Pressão arterial

Valores de referência

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Tabela 3: Características dos marcadores bioquímicos dos indivíduos que participaram da pesquisa.

Os dados estão apresentados como média (Min/Max) e valores de referências para glicemia, colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos. Valores de referências conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2010). Tabela 4: Características dos marcadores inflamatórios dos indivíduos que participaram da pesquisa.

Os dados estão apresentados como média (Min/Max) e valores de referências para interleucina 1β (IL1-β), interleucina 6 (IL6), interleucina 8 (IL8), leptina e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α).

Caracteristicas Valores (Mín/Max)

Glicemia (mg/dl) 101,19 (55/164) Normal Até 100 mg/dl

Elevado 100-139 mg/dl

Diabetes Maior de 140 mg/dl

Colesterol t (mg/dl) 177,11 (123/224) Desejável Até 200 mg/dl

Limiar 201-239 mg/dl

Elevado Maior de 240 mg/dl

HDL (mg/dl) 43,69 (30/60) Desejável

Homen: 55 mg/dl

Mulher: 65 mg/dl

Limítrofe

Homen: 35-54 mg/dl

Mulher: 45-64 mg/dl

Elevado

Homen: <35 mg/dl

Mulher: <35 mg/dl

LDL (mg/dl) 103,58 (58/138) Desejável < 130 mg/dl

Limítrofe 130 a 159 mg/dl

Elevado >160 mg/dl

Normal < 250 mg/dl

Triglicerideos (mg/dl) 150,69 (77/290) Limítrofe 250-500 mg/dl

Hipertrigliceridemia > 500 mg/dl

Marcadores bioquimicos

Valores de referência

Caracteristicas Valores (Mín/Max)

IL1-1β(pg/ml) 1,5386 (0,30/4,34) ________________________

IL6 (pg/ml) 5,4 (1,65/12,58) ________________________

IL8 (pg/ml) 3,47 (0,91/6,47) ________________________

Leptina (pg/ml) 39210,56 (7017,87/135620,86) ________________________

TNFα (pg/ml) 7,93 (3/41,96) ________________________

Marcadores inflamatórios

Valores de referência

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Já na Tabela 5 apresentamos as características gerais das doenças dos

participantes do trabalho, com a hipertensão aparecendo na sua totalidade de

participantes (100%), seguido da diabetes tipo II (17%), artrose (21,40%), artrite

(14,20%), hérnia de disco (10,70%), reumatismo (4%), doenças cardiovasculares

(57,14%), níveis elevados de colesterol (46,40%), níveis elevados de triglicerídeos

(30%), hipotireoidismo (10%) e dislipidemia (76,40%).

Tabela 5. Características gerais das doenças dos indivíduos que participaram da pesquisa.

Os dados estão apresentados como percentual (%) para hipertensão arterial, diabetes tipo II, artrose, artrite, hérnia de disco, reumatismo, doenças cardiovasculares, níveis elevados de colesterol, níveis elevados de triglicerídeos, hipotireoidismo e dislipidemia.

Caracteristicas Doenças em percentual Medicamentos em uso

Hipertensão 100% Inibidor de ECA e diuréticos

Diabetes tipo II 17% Metformina

Artrose 21,40% Glucosamina e condroitina

Artrite 14,20% Abatacepte, certolizumabe pegol, golimumabe

Hernia de Disco 10,70% Anti-inflamatórios e Analgésicos

Reumatismo 4% Beserol

Doenças Cardiovasculares (DCV) 57, 14 % Crestor,alargam, Ácido acetilsalicílico

Niveis elevados de Colesterol total 46,40% Sinvastatina

Niveis elevados de triglicerideos totais 30% Gemfibrozil ou Fenofibrato

Hipotireoidismo 10% Puran t4

Dislipdemia 76,40% Gemfibrozil ou Fenofibrato e Puran T4

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5.1 Variáveis das capacidades funcionais

Avaliamos as variáveis de capacidade funcional dos indivíduos que

participaram do trabalho pelo teste estacionaria de marcha por 2 minutos sendo este

um teste indireto para variáveis metabólicas e aeróbias e pelos testes de força

muscular para membros superiores e inferiores, sendo estes, testes indiretos para as

variáveis das capacidades funcionais em idosos (RIKLI e JONES, 1999).

O teste de marcha estacionária apresentou valores de referências como

descrito no anexo 3. De acordo com os padrões de referência, nossa amostra

apresentava no inicio do treinamento valores em média de 82,76 repetições, valor

este, menor que os valores de média para a média de idade do nosso grupo que é

de 64,88. Após o período de treinamento, houve melhora no desempenho no teste

estacionário de marcha na semana 8 (10,83%, p< 0,05) e semana 16 (27,56,

p<0,05) em comparação com os valores obtidos antes do inicio do treinamento,

ocorrendo melhora também na semana 8 (15,08%, p< 0,05) comparada com a

semana 16 de treinamento (Figura 1). No final da 16ª semana, a média do grupo

após as 16 semanas de treinamento para 105,57 repetições, sendo este dado maior

que o valor padrão de repetições para a média de idade do grupo.

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Teste de Marcha Estacionaria

Figura 1: Comportamento do teste estacionário de marcha durante as 16 semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=26) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0,S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * p<0,05 em relação o inicio do treinamento (semana 0) e # p<0,05 em relação à 8ª semana de treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

* #

*

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O teste de força de membro superior apresenta também valores de

referências como visualizado no anexo 4. De acordo com os padrões de referência,

nossa amostra apresentava no inicio do treinamento valores em média de 20,84

repetições, valor este, já maior que os valores de média para a média de idade do

nosso grupo que é de 16,1 para mulheres e 19 para homens. Na avaliação da

capacidade de força muscular, os resultados do teste de força de membro superior

apresentaram aumento na 8ª semana (30,47%, p< 0,05) e na 16ª semana (32,67%,

p<0,05), quando comparados como os valores obtidos antes do inicio do treinamento

(Figura 2).

Teste de Força de Membros Superiores

Figura 2: Comportamento do teste de força muscular superior durante as 16

semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0,S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

* *

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O teste de força de membro inferior apresenta valores de referências como

visualizado em anexos (anexo 5). De acordo com os padrões de referência, nossa

amostra apresentava no inicio do treinamento valores em média de 11,26

repetições, valor este, menor que os valores de média para a média de idade do

nosso grupo que é de 14,5 para mulheres e 16,4 para homens. Na avaliação da

capacidade de força muscular, os resultados do teste de força de membro inferior

apresentaram aumento na 8ª semana (43,73%, p< 0,05) e na 16ª semana (65,24%,

p<0,05), quando comparados como os valores obtidos antes do inicio do treinamento

(Figura 3). Desta forma, no final da 16ª semana, a média do grupo após 16

semanas para 18,6 repetições, sendo este dado muito próximo do valor padrão de

repetições para a média de idade do grupo.

Teste de Força de Membros Inferiores

Figura 3: Comportamento do teste de força muscular inferior durante as 16 semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0,S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

*

*

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5.2 Variáveis de composição corporal

Avaliamos a composição corporal durante o período de treinamento

verificando a massa corporal total, massa muscular, massa gorda, IMC e relação

cintura / quadril.

Após o período de treinamento ocorreu discreta alteração na massa corporal

total na 16ª semana (-1,42%, p<0,05) em relação à semana 0. E na semana 16 (-

1,01%, p<0,05) quando comparado com a semana 8 (Figura4).

Massa Corporal

Figura 4: Comportamento da massa corporal total durante as 16 semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0,S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento e # para p<0,05 em relação à 8ª semana de treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

# *

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Durante o período de treinamento foi avaliado a massa gorda (MG), que

apresentou redução na 8ª semana (3,41%, p < 0,05) e na 16ª semana (9,72%, p <

0,05) em relação ao inicio do programa de treinamento (Figura 5).

Massa Gorda

Figura 5: Comportamento da massa gorda durante as 16 semanas de treinamento

combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0,S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

* *

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Já na massa magra (MM), ocorreu aumento na 8ª semana (2,86%, p < 0,05) e

na 16ª semana (5,01%, p < 0,05), em comparação com o inicio do programa de

treinamento combinado (Figura 6).

Massa Magra

Figura 6: Comportamento da massa magra durante as 16 semanas de treinamento

combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

* *

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No índice de massa corporal (IMC), ocorreu pequena redução na 16ª semana

(0,75%, p < 0,05) em relação ao inicio do treinamento. Este redução também foi

demonstrada na 16ª semana (9,8%, p < 0,05) em relação à 8ª semana de

treinamento (Figura 7).

Índice de Massa Corporal

Figura 7: Comportamento do índice de massa corporal (IMC) durante as 16

semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento e # para p<0,05 em relação à 8ª semana de treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

* #

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Para a relação cintura/quadril (RCQ), ocorreu redução na 8ª semana (1,88%,

p<0,05) e na semana 16 (17%, p<0,05), em relação ao inicio do treinamento

combinado (Figura 8).

Relação Cintura/Quadril

Figura 8: Comportamento da relação cintura/quadril durante as 16 semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo # para p<0,05 em relação à 8ª semana de treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8)

e 16 (semana 16).

#

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5.3 Variáveis dos fatores hemodinâmicos

Avaliamos as repostas dos fatores hemodinâmicos, pressão arterial sistólica

(PAS), pressão arterial diastólica (PAD), pressão arterial média (PAM) e duplo

produto (DP) durante o período de treinamento combinado.

Após o período de treinamento ocorreu redução da pressão arterial sistólica

(PAS) já na 8ª semana (7,3%%, p < 0,05) e na 16ª semana (7,9%, p<0,05), em

relação a semana 0. A pressão arterial diastólica não apresentou diferença durante o

período de treinamento (Figura 9).

Pressão Arterial Sistólica

Figura 9: Comportamento da pressão arterial sistólica durante as 16 semanas de

treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

* *

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Para a pressão arterial média (PAM), ocorreu redução na semana 16 (9,86%,

p<0,05), em relação ao inicio do programa de treinamento concorrente (Figura10).

Pressão Arterial Média

Figura 10: Comportamento da pressão arterial média durante as 16 semanas de

treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

*

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No duplo produto (DP), ocorreram alterações já na 8ª semana (- 12,9%,

p<0,5), mas também na 16ª semana (- 13,85%, p<0,5) em relação ao inicio do

programa de treinamento concorrente (Figura11).

Duplo Produto

Figura 11: Comportamento do duplo produto (DP) durante as 16 semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).DP, duplo produto.

* *

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Para a pressão arterial diastólica (PAD), não ocorreram alterações

significativas durante o período de treinamento (Figura 12).

Pressão Arterial Diastólica

Figura 12: Comportamento da pressão arterial diastólica durante as 16 semanas de

treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01.

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77

5.4 Variáveis dos fatores bioquímicos

Avaliamos as repostas dos fatores bioquímicos de colesterol total, HDL, LDL,

glicemia e triglicerídeos durantes as 16 semanas de treinamento concorrente.

Ocorreu aumento da lipoproteína de alta densidade (HDL) já na semana 8

(8,62%, p<0,05) e na semana 16 (21,39%, p<0,05), em relação ao inicio do

treinamento combinado. Apresentando aumento também da 16ª semana (11,75%,

p<0,05) quando comparado com a 8ª semana (Figura 13).

Lipoproteína de Alta Densidade

Figura 13: Comportamento da lipoproteína de alta densidade (HDL) durante as 16

semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento e # para p<0,05 em relação à 8ª semana de treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

#

*

*

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Já o colesterol total, a lipoproteína de baixa densidade (LDL) e os

triglicerídeos não apresentaram diferenças durante o período de tratamento (Figuras

14, 15 e 16).

Colesterol Total

Figura 14: Comportamento do colesterol total durante as 16 semanas de

treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01.

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Lipoproteína de Baixa Densidade

Figura 15: Comportamento da lipoproteína de baixa densidade (LDL) durante as 16

semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01.

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Triglicerídeos

Figura 16: Comportamento dos triglicerídeos durante as 16 semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01.

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Para a glicemia, ocorreu aumento na 16ª semana (5,28%, p<0,05), em

relação ao inicio do treinamento (Figura 17).

Glicemia

Figura 17: Comportamento da glicemia durante as 16 semanas de treinamento

combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16) Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

*

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82

5.5 Variáveis dos marcadores inflamatórios

Avaliamos as repostas dos marcadores inflamatórios Interleucina 1 (IL-1β),

interleucina 6 (IL-6), interleucina 8 (IL-8), leptina e fator de necrose tumoral alpha

(TNF-α) durantes as 16 semanas de treinamento combinado.

Durante o período de treinamento ocorreu redução da interleucina 1β (IL1β) já

na 8ª semana de treinamento (16,1%, p<0,05) e na 16ª semana (18,5%, p<0,05), em

relação ao inicio do programa de treinamento (Figura 18).

Interleucina 1 (IL-1β)

Figura 18: Comportamento da interleucina 1 (IL-1β) durante as 16 semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

* *

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Quando verificamos a Interleucina-8, ocorreu redução na 16ª semana (7,39%,

p<0,05), em relação ao inicio do treinamento (Figura 19).

Interleucina-8

Figura 19: Comportamento da interleucina-8 durante as 16 semanas de treinamento

concorrente. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16(semana 16).

*

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Quando verificamos a leptina, ocorreu redução na 16ª semana (8,46%,

p<0,05), em relação ao inicio do treinamento (Figura 20). A interleucina 6 e o TNF-α

não apresentaram mudanças durante o período de treinamento (Figuras 21 e 22).

Leptina

Figura 20: Comportamento da leptina durante as 16 semanas de treinamento

concorrente. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01. Sendo * para p<0,05 em relação o inicio do treinamento. Sendo 0 (semana 0), 8 (semana 8) e 16 (semana 16).

*

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Interleucina-6

Figura 21: Comportamento da interleucina 6 durante as 16 semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01.

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Fator de Necrose Tumoral Alpha

Figura 22: Comportamento do fator de necrose tumoral alpha (TNF-α) durante as

16 semanas de treinamento combinado. Os resultados estão representados em média (n=28) ± erro padrão da média, nos diferentes períodos de treinamento (S0, S8 e S16). Para analise estatística foi utilizado o Friedman test, para amostras não paramétricas, seguido do pós teste comparando todos os pares de coluna, p<0,01.

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6.0 DISCUSSÃO

Após a administração de um programa de treinamento combinado, por um

período de 16 semanas, o tratamento mostrou-se eficiente em aumentar o

desempenho nos testes de resistência aeróbia e força muscular, evidenciados já na

8ª semana de treinamento. Adicionalmente, os idosos apresentaram redução da

massa corporal total, massa gorda e aumento da massa magra após o período de

treinamento (16ª semana). Ainda, além dos efeitos nas variáveis da composição

corporal, o treinamento foi eficiente em modular as variáveis hemodinâmicas,

notadamente a redução da pressão arterial sistólica, pressão arterial média e duplo

produto, ambos após a 16ª semana.

Em relação às variáveis metabólicas plasmáticas, o protocolo de treinamento

combinado demonstrou, em idosos, aumento de colesterol total em resposta ao

aumento na concentração de lipoproteína de alta intensidade (HDL). Por fim, apesar

do curto período e frequência de treinamento adotado, o programa foi eficiente em

induzir um efeito anti-inflamatório, notadamente demonstrado pela redução da

concentração sérica de IL-1, IL8 e leptina. Ainda, devemos destacar que o

programa de treinamento apresentou dados significativos tantos nos parâmetros, já

caracterizados anteriormente, de treinamento aeróbio como nos parâmetros de

treinamento de força. Isso reforça a importância do treinamento combinado,

caracterizado pela combinação de exercícios de resistência muscular e resistência

aeróbica na mesma sessão de treino.

Inicialmente, o objetivo de nosso estudo foi verificar se o treinamento

combinado, realizado por um período de 16 semanas, com densidade de três

sessões de treinamento por semana, seria eficiente em induzir melhora nas

capacidades físicas tanto às relacionadas à força muscular quanto ao metabolismo

aeróbio e, além disso, reduzir os marcadores inflamatórios após o período de

treinamento.

A redução da capacidade do músculo em gerar força no envelhecimento está

relacionada a vários fatores, dentre eles destacam-se as alterações no sistema

nervoso (atividade neural reduzida), o desequilíbrio entre consumo e gasto de

energia, doenças crônicas degenerativas, e principalmente, alterações no sistema

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muscular, que se caracterizam por diminuição das fibras tipo I e II, decréscimo de

unidades motoras e redução do número ou tamanho das fibras musculares

(TOSCANO e OLIVEIRA, 2009). Alguns estudos demonstram que a redução da

força muscular tem início a partir do final da 4ª década devida, sendo que entre os

35 aos 83 anos, pode ser constatado declínio total de 37%, ou seja, 7,3% por

década (SPANJAARD, REEVES, et al., 2007). A fim de identificar uma serie de

parâmetros fisiológicos e motores, na população de idosos submetidos ao

treinamento combinado, avaliamos as capacidades aeróbias através do teste da

marcha estacionária de 2 minutos, avaliando também a força muscular de membros

inferiores e superiores.

O programa de treinamento combinado aplicado foi eficiente em induzir

alterações de força muscular em membros inferiores e superiores, sendo que, neste

ultimo, o aumento desta capacidade motora foi na ordem de 26,5%, após 16

semanas de treinamento. Esse resultado é similar ao encontrado em indivíduos

submetidos programa de exercícios resistidos com pesos livres, que mediante a um

treinamento de força, apresentou aumento significativo da força de membros

superiores em mulheres acima de 50 anos (CADER e SAMÁRIA, 2007). Resultados

similares também foram demonstrados em outro estudo, que observou 9,5% de

aumento na força de membros superiores, após exercícios de força, equilíbrio,

agilidade, flexibilidade e treinamento aeróbico (FLORINDO, GUIMARÃES, et al.,

2009). Este estudo, apesar de corroboram aos dados encontrados no presente

estudo, não descreve o período de treinamento e nem a intensidade do treinamento.

Outro estudo, avaliou indivíduos entre 86 a 96 anos, submetidos à um

programa de treinamento de força de oito semanas (3 vezes/semana) para fortalecer

a musculatura dos membros inferiores, os quais mostraram melhora, em média de

174% na força e 48% na velocidade do passo (PORTER, 2006). No entanto, quatro

semanas de suspensão do treinamento foram acompanhadas de diminuição de 32%

na força, ressaltando a importância da continuidade do treinamento. No entanto,

apesar desses dados serem parcialmente similares aos demonstrados em nosso

estudo, nosso estudo compreendeu um período de treinamento maior e atingiu um

publico com média de idade menor (64,88 anos).

Outro parâmetro importante, na avaliação dos diferentes programas de

treinamento é o período de intervenção. Pesquisadores verificaram o aumento de

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força muscular em idosos, em uma faixa etária de 56 a 80 anos (DAVIS, ASHBY, et

al., 2005). Depois de 12 semanas de treinamento de força, acorreu aumento de

força significativa tanto para membros superiores como para membros inferiores,

sendo que em nossos achados, o ganho de força já ocorreu na 8ª semana de

treinamento de treinamento combinado. Ainda em relação ao tempo de treinamento,

um outro estudo avaliou o efeito de seis semanas de treinamento com peso de

intensidade moderada, séries de 12-15 repetições, combinado com exercícios de

alongamento em 15 idosos (CAVANI, MIER, et al., 2002). Os mesmos encontraram

melhora significativa do teste de sentar e levantar da cadeira já na sexta semana de

treino. Este estudo citado apresenta ganhos similares ao nosso, e apresenta o

mesmo protocolo de avaliação.

Quando verificamos a força de membros superiores em nosso programa de

treinamento por meio do teste de flexão de braço, encontramos aumento, sendo

estes dados similares ao de um trabalho que observou 9,5% de aumento na força

de membros superiores, após exercícios de força, equilíbrio, agilidade, flexibilidade e

treinamento aeróbico em grupo de idosos de predominância feminina (FLORINDO,

GUIMARÃES, et al., 2009).

Em um estudo realizado, somente com treinamento resistido de força

promoveu alterações significativas para os testes utilizados de autonomia funcional

para as AVD (SCHOT, KNUTZEN, et al., 2003). Sendo então estes achados bem

similares aos nossos que através de testes indiretos observou aumento de força em

membros inferiores e superiores auxiliando assim positivamente na capacidade

funcional dos idosos que participaram do nosso trabalho.

Assim, considerando os nossos resultados, em comparação aos dados de

outros estudos, que estudaram uma população similar, porém, submetidos a

programas de treinamento que enfatizaram apenas uma capacidade motora (aeróbio

ou resistido), demonstramos que o treinamento combinado foi efetivo em induzir

adaptações características tanto do treinamento aeróbio como o resistido, em uma

magnitude próxima ou similar aos encontrados no treinamento isolado. Além disso,

essas alteração já são evidentes a partir da 8 semana de treinamento.

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90

6.1 Composição corporal

Adicionalmente a avaliação das capacidades motoras, avaliamos as variáveis

relacionadas à composição corporal, tais como a massa corporal total, índice de

massa corporal, massa gorda e massa magra, antes, após 8 e 16 semanas de

treinamento combinado. Os trabalhos encontrados na literatura apresentam uma

gama variada de processos metodológicos em relação ao presente estudo, tais

como; duração da pesquisa variando entre 3-6 meses, exercícios aeróbios

realizados em ergômetros bicicleta estacionária e/ou esteira de forma isolada, sem

associação com o treinamento de força, exercícios de força realizados de forma

isolada, com ou sem controle nutricional isoladamente. Nesta ultima variável, a

comparação com os nossos achados se torna limitada e deve ser comparada com

ressalvas. Ainda neste aspecto, as maiores diferenças encontradas em seus

estudos, foram aqueles que associaram exercícios aquáticos e dieta, quando

comparado com os outros grupos diferentemente do programa de treinamento

combinado, que não controlou dieta e realizou exercícios terrestres. No entanto,

apesar do presente estudo não ter controlado a ingestão calórica, os resultados

encontrados em relação à composição corporal demonstraram redução da similar na

massa gorda na 8ª semana e na 16ª semana em relação ao inicio do treinamento.

Outros fatores importantes que avaliamos em nosso estudo foram a

circunferência da cintura, do quadril e a relação cintura/quadril, sendo este um

marcador importante para prevenção de doenças cardiovasculares. Em um

interessante estudo, pesquisadores propuseram um treinamento combinado com

exercício resistido e aeróbio para mulheres de 25 a 50 anos que tinham IMC > 30

kg/m2. O treinamento aeróbio teve duração de 30 minutos e foi realizado em esteira

com intensidade de 70% VO2pico, e o treinamento resistido constitui-se de oito

exercícios que foram feitos em três séries de 15 repetições a 60% 70% do número

de repetições máximas. O treinamento foi realizado três vezes por semana durante

três meses, e após o seu término, verificou-se a redução na circunferência da

cintura, do quadril e na relação cintura/quadril (CARVALJO, MARQUES e MOTA,

2009).

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Assim, considerando os nossos resultados, em comparação aos dados deste

estudo, realizado em uma população diferente quanto à faixa etária, porém,

submetidos a programas de treinamento similar, demonstramos que o treinamento

combinado foi efetivo em reduzir a RCQ na 16ª semana de treinamento combinado.

Em um grupo de 27 mulheres acima de 40 anos, que realizaram, durante o

período de 10 semanas, caminhada em esteira, 4 vezes por semana, a 75 a 80% da

frequência cardíaca máxima, com duração de 40 minutos, observou-se uma

diminuição do percentual de gordura, da gordura corporal e aumento da massa livre

de gordura (BASSUK, 2007). Este ultimo trabalho citado apresenta redução de

gordura e aumento de massa magra similares ao nosso, porém com um protocolo de

exercício exclusivamente composto por exercícios aeróbio e com período de

treinamento menor.

Nosso estudo, como já descrito, proporcionou redução da massa gorda e

aumento da massa magra em um grupo de idosos. Nossos dados são semelhantes

aos encontrado em um estudo realizado com 8 mulheres pós menopausa e 7

homens, com idade entre 61-77 anos, caucasianos, saudáveis e sedentários, com o

IMC dentro da normalidade (24,8 kg/m2). Porém, neste caso, os autores utilizaram

um programa de resistência de 26 semanas, utilizando-se de exercícios em

aparelhos, 3 vezes por semana, com sessões de 45 minutos, constituídas de 2

séries de 10 repetições, com 2 minutos de repouso entre as séries e intensidade de

65-80% de 1 RM. Os mesmos observaram mudança do peso corporal, porém

ocorreu diminuição do percentual de gordura (3,4%), redução da massa de gordura

(3,1 kg) e aumento da massa livre de gordura (2,0 kg). Além disso, verificaram

aumento da força (14,9 - 49,0 kg), elevação do gasto energético total e do gasto

energético de repouso (HUNTER, WETZSTEIN e FIELDS, 2000). Apesar do maior

número de semanas, os efeitos foram similares os nossos, sugerindo que, para a

continuação da melhora das capacidades motoras, a manipulação da variáveis do

treinamento físico podem ter papem relevante.

Outro fator importante que verificamos, foi o IMC, fator de suma importância

para o diagnostico da obesidade. Inicialmente, o grupo tratado em nosso apresentou

uma média de 33,22 kg/m² de IMC, caracterizando assim, indivíduos idosos com

obesidade (ACSM, 2010). Neste aspecto, após o período de treinamento

combinado, nosso grupo apresentou um sutil aumento no IMC, porem este fato

ocorreu em função da redução da massa gorda e o aumento da massa magra.

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Em relação ao IMC, um estudo que verificou o efeito de um programa

sistematizado de exercícios com pesos na adiposidade e exercícios aeróbios, no

IMC e no peso corporal de mulheres com média de idade de 65,8 anos, composto

de 3 séries de 10 repetições a 50% RM para 6 exercícios, com frequência de 3

vezes por semana durante 12 semanas. Foi observado que houve uma diminuição

do peso (1,5%) e do IMC (1,6%) no grupo com peso e de 3,3% e 2,8% no grupo

aeróbico, respectivamente.

Quanto à adiposidade, houve uma variação em termos percentuais similar

entre ambos os grupos (-9,2% grupo com peso e -10,5% grupo aeróbico) (RASO,

2000). Este estudo nos apresenta indícios que a combinação do treinamento aeróbio

e resistido em uma única sessão pode ser valida no ponto de vista de redução da

massa gorda, mas também no aumento da massa muscular, contribuindo assim para

o aumento da taxa metabólica basal e consequentemente auxiliando no tratamento

da obesidade. Neste aspecto, o treinamento combinado, considerando as alterações

na composição corporal, pode ser de grande valia também para os indivíduos que

atingem a terceira idade, pois como já descrevemos esta classe também vem sendo

afetada pela obesidade. Além disso, as modificações na composição corporal e na

taxa metabólica basal observadas com o treinamento combinado podem ser de

grande importância para o controle de peso a longo prazo, aja visto que ocorreram

alterações na massa magra.

As alterações na composição corporal que ocorreram durante o período de

treinamento podem estar relacionado diretamente associado à característica da

atividade realizada, bem como à dinâmica de dispêndio e consumo calórico. Estudos

indicam que o treinamento aeróbio pode ser empregado eficazmente na redução ou

controle ponderal, devido ao impacto causado sobre o balanço energético,

diminuindo-o, e por promover acréscimos no dispêndio ou na oxidação lipídica, além

de contribuir na manutenção do padrão alimentar (WERNBOM e AUGUSTSSON,

2007). Quanto ao exercício de força, investigações associam reduções na gordura

corporal ao consumo excessivo de oxigênio pós-exercício (Excess Post-Exercise

Oxygen Consumption, EPOC) (MELANSON, DONAHOO, et al., 2002).

Assim, considerando os nossos resultados, em comparação aos dados de

estudos aqui apresentado, demonstramos que o treinamento combinado foi efetivo

em interferir positivamente na composição corporal e consequentemente auxiliar no

tratamento de idosos obesos.

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6.2 Variáveis dos fatores hemodinâmicos

Dentre os fatores hemodinâmicos, altos valores de PA e DCV tornaram-se

doenças de grande epidemia mundial. Por esta razão, existe uma serie de medidas

(medicamentosas e não medicamentosas) no tratamento da hipertensão arterial Os

nãos medicamentosos estão relacionados, principalmente as modificações do estilo

de vida (SBH, 2006).

Neste sentido, diversas pesquisas que mostram os benefícios da aplicação de

exercícios têm sido disponibilizadas na literatura. Em relação à PA, particularmente,

autores têm referido que tanto os exercícios aeróbios, como os exercícios de força

que podem auxiliar no controle e na manutenção dos seus níveis adequados

(POLITO e FARINATTI, 2006). Benefícios agudos do exercício físico sobre a PA,

como a queda dos valores pressóricos pós-exercício quando comparados aos de

repouso pré-exercício, ou aos observados em uma sessão controle sem exercício,

também têm sido um tema amplamente discutido na literatura, fenômeno este

conhecido como hipotensão pós-exercício (LIZARDO e SIMÕES, 2007).

Essas reduções da PA após o exercício físico têm sido demonstradas em

indivíduos hipertensos e normotensos, e após exercícios aeróbios ou exercícios de

força (POLITO, SIMÃO, et al., 2009). De fato, mais recentemente, alguns estudos

têm verificado que a hipotenção pós-exercício também pode ser obtida após a

combinação do exercício aeróbio e de força (KEESE, FARINATTI, et al., 2012).

Recentemente foi verificado os efeitos da realização de uma sessão de

exercício combinando (sendo o exercício aeróbio realizado primeiro) sobre a PA de

11 indivíduos normotensos e relataram HPE significante da PAS do minuto 15 ao

minuto 60 de recuperação pós-exercício (RUIZ, SIMÃO e SACCOMANI, 2011).

Dados estes similares aos nossos achados quanto ao efeito hipotensivo, porém com

diferenças no grupo estudado e na ordem de exceção do treinamento.

Foi relatado também hipotensão pós-exercício, após uma única sessão de

exercício combinado, onde o exercício aeróbio foi executado primeiro. Reduções

significantes de aproximadamente 10 mmHg para a PAS e 2 mmHg para PAD foram

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encontradas (TEIXEIRA, RITTI, et al., 2011). Já no que se refere aos exercícios

combinados onde o exercício de força é realizado anteriormente, foi verificado uma

redução de PAS até duas horas após o término do exercício quando comparado à

sessão controle. Para a PAD, esta duração foi de 50 minutos (KEESE, FARINATTI,

et al., 2012).

Desta forma, há consciência na literatura indicando que tanto o treinamento

aeróbio quanto o treinamento combinado têm efeito sobre o sistema

cardiorrespiratório e efetiva diminuição da pressão arterial, sendo capaz de diminuir

a pressão arterial em 75% dos pacientes hipertensos (SBC, 2007). De acordo com o

Colégio Americano de Medicina do Esporte, a inclusão de exercícios físicos constitui

a pedra angular na prevenção primaria e no controle da hipertensão arterial já

estabelecida (ACSM, 2010).

O programa de treinamento combinado administrado no presente estudo foi

eficiente em induzir alterações de redução de PAS após o período de treinamento,

ocorrendo redução da pressão arterial sistólica (PAS). O treinamento combinado

também apresentou dados satisfatório em relação a pressão arterial média (PAM),

ocorrendo redução em relação ao inicio do programa de treinamento combinado.

Neste quesito, nossos resultados são relevantes, pois a redução na PA após

o treinamento combinado promoveu mudança na categoria da classificação da

média do grupo experimental, de pré-hipertensão para normal, reduzindo,

consequentemente, segundo alguns autores os riscos de eventos cardiovasculares

(POLITO, SIMÃO, et al., 2009).

Tem sido sugerido que a redução de apenas 5 mmHg na pressão arterial

diminui em 40% o risco de acidentes vasculares cerebrais e em 15% o risco de

infarto agudo do miocárdio (FORJAZ, BARTHOLOMEU, et al., 2012). No presente

estudo, os benefícios podem ter sido ainda maiores, já que as reduções

encontradas, em repouso, apresentaram valores superiores a 10 mmHg na PAS e

na PAM. Em um estudo interessante, 36 idosos foram divididos em quatro grupo,

sendo cardiovascular, força, combinado e controle, treinando 3 vezes por semana,

por 12 semanas. Foram aferidas a capacidade funcional, cardiorrespiratório

submáximo e força, sendo estes antes e após o período de treinamento. O grupo

controle não alterou nenhum dos parâmetros citados, porém, ambos os grupos

melhoraram a força de membros inferiores e superiores, reduziram a FC e PA e a

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percepção de esforço. Porém o grupo de treinamento combinado foi o que mais

alterou positivamente o parâmetro de força e das capacidades funcionais (WOOD,

2006). Estes dados são similares ao que observamos em nosso programa de

treinamento combinado, que já na 8ª semana, apresentou alteração significativa

para força muscular e redução de PAS na 8ª e 16ª semana de treinamento.

Os resultados deste trabalho vão ao encontro da posição do Colégio

Americano de Medicina do Esporte (ACSM, 2010). Neste sentido, a importância do

exercício para o idoso e que o treinamento combinado é mais valioso que o

treinamento cardiovascular ou de força isolado, com relação aos aspectos

funcionais. A elevação da PA representa um fator de risco continuo para doença

cardiovascular (SBC, 2007). O mesmo autor descreve que depois dos 65 anos, a

taxa de mortalidade por doenças cardíacas em mulheres ultrapassa a dos homens,

assim como a prevalência da HAS em 29,2% dos homens e em 40,8% das

mulheres.

Foi observado em um programa de exercícios físicos supervisionado de 18

semanas, em idosas hipertensas, modificações nos valores de PAS e PAD com

reduções significativas destas (NELSON ME, NUERNBERGER, et al., 2004). Estes

resultados corroboram com evidencias epidemiológicas que sustentam o efeito

positivo de um estilo de vida ativo e/ou do envolvimento de indivíduos em programas

de atividade física (AF) ou de exercícios físicos na prevenção e na minimização dos

efeitos deletérios do sedentarismo e do envelhecimento, sendo que este estudo

apresentou um período de treinamento muito próximo ao que usamos em nosso

programa de treinamento e que apresentou redução de pressão arterial sistólica,

pressão arterial média e duplo produto, indicando assim menos esforço do musculo

do miocárdio para a mesma carga de trabalho.

Já em mais um estudo que buscou avaliar quatro meses de um programa

domiciliar não supervisionado de exercícios sobre a pressão arterial e aptidão física

em hipertensos adultos e idosos. Foram observados um grupo com exercícios com

26 homens e 52 mulheres e um grupo controle, com 9 homens e 7 mulheres, com

idades entre 25 e 77 anos. O grupo com exercício submeteu-se a um programa

domiciliar de exercícios, com atividades aeróbias (60-80% da FC máxima para a

idade, 30 minutos de caminhadas no mínimo três vezes por semana) e exercícios de

flexibilidade. Os resultados demonstraram que o grupo experimental exibiu

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alterações significativas para todas as variáveis estudadas (peso, relação-cintura

quadril, porcentagem de gordura, pressão arterial e frequência cardíaca). O grupo

controle teve pequenas alterações no peso (+1,3 Kg) e %G (+1,7%). Assim

concluíram que programas domiciliares não supervisionados de exercícios, podem

exercer efeito positivo sobre a PA e aptidão física de hipertensos (FARINATTI,

OLIVEIRA, et al., 2005). Estes dados corroboram com nossos achados quanto à

redução da pressão arterial, sendo que em nosso protocolo de treinamento

combinado entre exercícios resistidos e exercícios aeróbios, ocorreu redução

apenas da PAS.

O efeito hipotensivo foi relatado também em um programa de treinamento em

mulheres de meia idade, hipertensas, após exercícios resistidos, de moderada

intensidade, quanto em idosos hipertensos, em tratamento medicamentoso, com

sessões a 40% de 1 repetição máxima (RM) e durações de 20 e 40 minutos

(SCHER, SANTOS, et al., 2007). Porém este Trabalho apresenta efeito hipotensivo

agudo, sendo este em uma única sessão de treinamento.

Em mais um estudo descrito na literatura sobre o efeito hipotensor do

exercício, foi observado que o treinamento físico provocava redução de 11 mmHg e

8 mmHg na pressão arterial sistólica e diastólica, respectivamente (HAGBERG,

PARK e BROWN, 2000). Diferentemente destes, nossos dados que coletamos em

nosso trabalho apresentou somente a redução da pressão arterial sistólica. Além

disso, nosso programa de treinamento, diferentemente deste ultimo citado,

apresentou redução cronica de PAS após o periodo de treinamento que foi de 16

semanas.

Uma outra variavel importante que verificamos em nosso protocolo de

treinamento combinado, foi o duplo produto. Segundo a literatura cientifica,o duplo

produto (DP) é uma variável pouco utilizada pelos profissionais da saúde (LEITE e

FARINATTI, 2003). Entretanto, este parâmetro está diretamente relacionado com FC

e PA, sendo uma estimativa do trabalho do miocárdio e, portanto, expressando a

intensidade de esforço sobre o miocárdio.

Anteriormente , exercícios com pesos não eram considerados seguros para

populações de risco, pois os exercícios com pesos foram associados a grandes

aumentos da FC e PA (DONNELLY, BLAIR, et al., 2009).Exercícios estes com peso

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que foram introduzidos em nosso protocolo de treinamento. Por outro lado, estudos

mais atuais sobre atividade física com pesos demonstraram segurança e grandes

benefícios para a saúde de cada individuo, quando utilizado volume e intensidades

apropriados (ACSM, 2010). A taxa de trabalho imposta ao miocárdio é menor em

exercícios resistidos do que em exercícios aeróbios, representada por um menor DP

alcançado devido a um menor pico de FC (SWIFT, LAVIE, et al., 2013).

Em nosso estudo, no duplo produto (DP), ocorreram reduções já na 8ª

semana, mas também na 16ª semana em relação ao inicio do programa de

treinamento combinado. Mostrando que para o mesmo esforço após o período de 16

semanas, ocorreu menor trabalho do miocárdio, portanto expressando um grande

fator protetor para as doenças cardiovasculares.

Vale ressaltar e descrever ressaltar o mecanismo fisiológico envolvido neste

processo. Entretanto, esse mecanismo parece diferir de acordo com o tipo de

exercício empregado e a população estudada. Assim, foi verificado em idosos

hipertensos que a queda pressórica pós-exercício se deve à redução do débito

cardíaco, em função da diminuição do volume sistólico (RONDON e BRUM, 2003).

Independentemente do mecanismo hemodinâmico sistêmico, sendo que a

resistência vascular muscular está reduzida após o exercício, o que se deve à

vasodilatação muscular mantida após o exercício, devido à redução da atividade

nervosa simpática (FORJAZ, BARTHOLOMEU, et al., 2012).

Considerando os nossos resultados, em comparação aos dados de estudos

aqui apresentado, demonstramos que o treinamento combinado foi efetivo em

interferir positivamente na redução da PAS, PAM e DP e consequentemente auxiliar

no tratamento de idosos obesos que sofrem de comorbidades que estão atreladas

ao sistema cardiovascular.

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6.3 Marcadores Bioquímicos

Outro efeito clássico do treinamento aeróbio é a melhora dos marcadores

bioquímicos relacionados ao metabolismo de gordura. Hábitos alimentares

associados à prática de exercícios físicos exercem efeito benéfico sobre as

dislipidemias, notadamente uma melhora. Sendo uma intervenção de custo baixo

quando comparado com tratamentos medicamentosos (FAGHERAZZI, SANMIRA, et

al., 2008).

O exercício físico praticado regularmente pode produzir modificações no

metabolismo lipídico e lipoproteico. (SPRECHER, MASSIEN, et al., 2007). No

entanto, são controversas as opiniões a respeito do tipo e da intensidade da

atividade física, tornando-se necessário ainda, o esclarecimento sobre os

mecanismos de ação do exercício físico nos níveis plasmáticos de lipoproteínas

(FRAGALA, KRAEMER, et al., 2009). Além disso, as alterações, medidas pelo

exercício nas alterações séricas de HDL podem ser atribuídas à diminuição de sua

degradação no fígado e aumento de sua síntese (KANNISTO, CHIBALIN, et al.,

2006).

O presente estudo apresentou dados positivos quanto o aumento do HDL já

na 8ª semana de treinamento e na 16ª semana quando comparado com o inicio do

treinamento. Nossos resultados são similares aos encontrados em um estudo

realizado em adultos com idades entre 20 e 60 anos, que mostrou que os mais

ativos fisicamente possuíam maior HDL-c e menor quantidade de LDL-c e VLDL

quando comparados com os sedentários (GUEDES e LEANDRO, 2007). Estes

dados são similares ao nosso projeto quando falamos em HDL.

O mecanismo responsável pelo aumento nos níveis de HDL ainda necessita

de esclarecimento. É possível que a diminuição de sua degradação esteja

relacionada com a menor atividade da triacilglicerol lípase hepática. Esta enzima

hidrolisa fosfolipídios e triglicerídeos de HDL², permitindo que esta partícula libere

seus ésteres de colesterol para o fígado. Isso faz com que a HDL² torne-se mais

densa e transforme-se em HDL³ (SPOSITO, CARAMELLI e FONSECA, 2007). O

exercício físico, diminuindo a atividade dessa enzima, provoca menor transformação

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de HDL² em HDL³ na circulação. Isso ocasiona maior permanência de HDL² na

circulação, que por sua vez capta mais TG e colesterol, explicando assim o efeito

benéfico do exercício físico (PANISI, PÁDUA e MARTINS, 2012).

Estudo com mulheres obesas entre 25 e 50 anos, que se submeteram a

treinamento aeróbio e resistido, por três meses, verificando após este período,

ocorreu significativo aumento das frações de lipoproteína de alta intensidade

(ROCCA, TIRAPEGUI, et al., 2008). Estão são similares ao nosso programa de

treinamento, quanto o período de treinamento, grupo classificado com obesidade e

aumento de HDL, porém divergente quanto ao publico pesquisado.

Também foi realizado um estudo que procurou verificar o impacto do exercício

físico sobre o perfil lipídico e encontraram os seguintes achados, o grupo que

realizou o programa de exercício três vezes por semana com intensidade de 70% a

80% da FCmax, durante 25 minutos e 20 minutos De exercício com pesos

consistindo em duas séries de 12 repetições com 40% a 60% de 1RM, em um prazo

de três e seis meses, teve redução significativa no LDL-c e também no colesterol

total, e o grupo que realizou o mesmo treinamento juntamente com uma dieta, além

da redução nos mesmos aspectos, teve redução do peso corporal e o aumento do

HDL-c (FAGHERAZZI, DIAS e BORTOLON, 2008). Este estudo apresenta

intensidades semelhantes de prescrição de exercícios em relação ao nosso

Programa de treinamento, apresentando dados semelhantes no HDL-c e peso

corporal, porém o nosso estudo não controlou a dieta dos participantes e período de

treinamento foi de 16 semanas. Podendo então ter sido um fator limitante para a

redução do LDL, o período curto de treinamento.

Nosso estudo, como já mencionado, apresentou aumento significativo de

HDL-c, podendo promover um efeito protetor contra a arteriosclerose, sendo que os

achados mostram grande numero de evidencias experimentais sugerindo que

aumentos de HDL-C e/ou suas apolipoproteinas promovem um efeito protetor

importante variando desde prevenção até estabilização e regressão de

arteriosclerose, independente dos níveis de colesterol (FREITAS, 2009).

Um estudo comparou diferentes níveis de intensidade de exercícios físicos

aeróbios em 149 homens e 120 mulheres (pós-menopausa) sedentárias e sem

doenças cardiovasculares, com idades entre 50 e 65 anos, verificando ao final de

dois anos de programa de treinamento, um aumento dos níveis de HDL colesterol

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em diferentes intensidades do exercício, sendo que o grupo de indivíduos que

treinava com uma intensidade mais baixa (60% a 73% da frequência cardíaca

máxima), cinco vezes por semana, alcançou aumentos mais significativos na HDL

colesterol do que o grupo de indivíduos que treinava a uma intensidade maior (73%

a 88% da frequência cardíaca máxima), três vezes por semana, constatando-se que

indivíduos saudáveis de meia idade que praticam exercícios aeróbios de intensidade

moderada podem conseguir alterações benéficas nos níveis lipoproteicos,

salientando, também, que a frequência do exercício pode ser importante na

produção dessas mudanças.

Pesquisadores buscaram verificar se um programa de exercício poderia

provocar mudanças no metabolismo lipídico em diabéticos tipo 2. Para isso, eles

avaliaram 17 sujeitos portadores do diabetes tipo 2. Além destes, oito sujeitos não

diabéticos compuseram o grupo controle. Os indivíduos diabéticos realizaram

exercícios baseados na prescrição do colégio americano de medicina do esporte,

que propõe 20 a 40 minutos de exercícios aeróbios com intensidade de 60% a 85%

do VO2max, quatro vezes por semana. Após seis meses de treinamento, o grupo

que realizou exercício teve redução significante no HDL, bem como na quantidade

de triglicerídeos (STOLINSK, ALAM, et al., 2008). Este trabalho corrobora com

nossos achados no aumento do HDL, porém não foi encontrada em nosso trabalho a

redução de triglicerídeos.

Pesquisa com ratos machos adultos alimentados com uma dieta

hipercalóricos submetidos a exercícios físicos de fim de semana, demonstrando uma

diminuição relevante de triglicerídeos e um aumento nas concentrações de

colesterol HDL quando comparados com ratos sedentários (DUARTE, SENE, et al.,

2003). Este estudo mostra aumento de HDL, sendo estes, dados que vão de

encontro aos nossos achados e também faz referencia a dieta hipercalórica, que

provavelmente venha ser muito parecida com nosso grupo que participou da

pesquisa.

Estudos mostraram que o exercício se mostra eficiente no aumento de HDL

se o estímulo do treinamento físico é suficiente (COUILARD, DESPRES e

LAMARCHE, 2001). Sendo assim, de acordo com estudos anteriores. Nosso protoco

de treinamento apresentou estimulo suficiente para aumentos significativos de HDL.

Além disso, vários estudos sugeriram que o efeito de aumento do HDL pelo

treinamento físico poderia ser amplamente explicado através da perda concomitante

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de gordura corporal (FREITAS, 2009). Tendo estes achados, dados similares aos

nossos que após o período de 16 semanas de treinamento, apresentou redução da

massa gorda.

Em relação à glicemia, nosso trabalho apresentou aumento de glicemia na

16ª semana quando comparado com o inicio do treinamento. Sendo que em nosso

estudo não ocorreu controle e muito menos restrição alimentar, tendo também um

volume de treinamento semanal de três sessões. Isto pode contribuir para a

explicação deste aumento, sendo que em um estudo que avaliaram 40 indivíduos

portadores de diabetes tipo 2 e verificaram que os que realizaram caminhada na

esteira durante 30 minutos a 60% da frequência cardíaca máxima prevista pela

idade, aumentando a intensidade até atingir 70%, quando realizaram o programa

cinco vezes por semana, durante 20 semanas, obtiveram redução significativa na

glicemia de jejum, além de outros benefícios, como a redução do IMC e da

porcentagem de gordura corporal (VANCEA, VANCEA, et al., 2009). Talvez um

volume de treinamento maior, com intensidades maiores e com predominância

aeróbia, venha explicar esta redução de glicemia.

O mecanismo responsável pelo aumento nos níveis de HDL ainda necessita

de esclarecimento. É possível que a diminuição de sua degradação esteja

relacionada com a menor atividade da triacilglicerol lípase hepática. Esta enzima

hidrolisa fosfolipídios e triglicerídeos de HDL2, permitindo que esta partícula libere

seus ésteres de colesterol para o fígado, fazendo com que a HDL2 torne-se mais

densa e transforme-se em HDL 3 (SHARMAN, GERAGHTY, et al., 2004). O

exercício físico, diminuindo a atividade dessa enzima, provoca menor transformação

de HDL2 em HDL3 na circulação. Isso ocasiona maior permanência de HDL2 na

circulação, que por sua vez capta mais TG e colesterol, explicando o efeito benéfico

do exercício físico (KANNISTO, CHIBALIN, et al., 2006).

Considerando os nossos resultados, em comparação aos dados de estudos

aqui apresentado, demonstramos que o treinamento combinado foi efetivo em

interferir positivamente no aumento do HDL, sem aumento de colesterol total,

triglicerídeos e LDL, podendo assim auxiliar no tratamento de idosos obesos que

sofrem de comorbidades que estão atreladas ao sistema cardiovascular.

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6.4 Marcadores inflamatórios

O treinamento físico supervisionados pode ajudar a conter o declínio da

função imune relacionada ao envelhecimento (ABBAS, 2005). Apesar do curto

período e frequência do programa de treinamento combinado adotado, o programa

foi eficiente em induzir um discreto efeito anti-inflamatório, notadamente

demonstrado pela redução da IL-1 que sofreu redução na 8ª semana de

treinamento e na 16ª semana, em relação ao inicio do programa de treinamento.

Redução também verificada na interleucina 8 na 16ª semana de treinamento,em

relação ao inicio do treinamento. Já para a leptina, ocorreu redução na 16ª semana,

em relação ao inicio do treinamento.

Atualmente, o aumento dos níveis de mediadores inflamatório tem sido

relatado durante o envelhecimento e tem papel relevante no desenvolvimento de

processos patológicos crônicos que representam a maior parte das causas de

mortalidade em população idosa (BARRA, REID, et al., 2010). Neste sentido, o

termo inflamm-aging é utilizado para descrever respostas orgânicas complexas a

vários estímulos inflamatórios mediados por elevados níveis de citocinas pró-

inflamatórias, em resposta as alterações fisiológicas que ocorrem no envelhecimento

(GIUNTA, 2006). Sugere-se que inflamm-aging seja desencadeado mediante

desorganização funcional crônica da primeira linha de defesa orgânica, ou seja, do

sistema imunitário inato que opera com a função de detectar, em amplo espectro, a

presença de invasores (microrganismos) ou alterações internas (sinalizadores). Após

estes eventos, inicia-se uma resposta que na grande maioria dos casos

reestabelece o equilíbrio. No entanto, durante o envelhecimento, ocorre uma

atenuação da resposta imunológica, denominada imunossenescência, que pode ser

responsável pela modificação no perfil de citocinas pró-inflamatórias (CANDORE,

COLONNA-ROMANO, et al., 2006). Provavelmente desencadeada também pela

associação de doenças crônicas não transmissíveis que assolam está faixa etária da

população.

Tendo em vista a base literária associando marcadores inflamatórios e várias

doenças que podem assolar a classe de idosos, os dados encontrados sugerem que

o programa de treinamento físico adotado pode ter contribuindo para um menor

estado de inflamação sistêmica de baixa intensidade. Sendo esta uma resposta

inflamatória que pode causar variedade de agressões clínicas severas que se

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manifestam por duas ou mais condições de temperatura corporal > 38°C ou < 36°C,

frequência cardíaca >90 batidas por minuto ou frequência respiratória > 20

inspirações por minuto (ABBAS, 2005). No entanto, como não temos os valores de

base para as citocinas inflamatórias, relacionadas a população estudada, o efeito

anti-inflamatório nesta população deve ser avaliado em maiores detalhes futuros.

Além disso, já tem sido descrito que as respostas inflamatórias estão

envolvidas na patogênese de doenças relacionadas com a idade, uma vez que

doença de Alzheimer, aterosclerose, diabetes e alguns cânceres apresentam

importante componente inflamatório em suas respectivas fisiopatologias

(PEDERSEN e FISCHER, 2007). Ainda achados recentes da literatura cientifica

demonstram a forte associação entre os níveis de mediadores inflamatórios

circulantes e o risco de mortalidade, independentemente de morbidades pré-

existentes, sugerindo que citocinas desencadeiam/potencializam tais processos

patológicos crônicos e/ou atuam como marcadores sensíveis de distúrbios

metabólicos em idosos (PEDERSEN, 2011). Em sintonia com esta hipótese,

observações epidemiológicas sugerem que doenças como aterosclerose, sarcopenia

e declínio cognitivo compartilham de alguns fatores etiológicos no qual mediadores

inflamatórios fornecem a possível base comum (KRABBE, PEDERSEN e

BRUUNSGAARD, 2004).

Por outro lado, a prática regular de exercício tem sido apontada como

intervenção não medicamentosa com amplos benefícios sobre sistemas fisiológicos

(ACSM, 2010), como descrito anteriormente. Adicionalmente, é bem estabelecidos

que sessões agudas de exercício podem induzir respostas anti-

inflamatórias(PEDERSEN e FISCHER, 2007).

Os estudos que mensuraram os efeitos crônicos do exercício físico sobre

marcadores inflamatórios são menos comuns. Os autores utilizaram, na sua maioria,

o sangue, coletado antes e após os protocolos propostos, caracterizando assim

análise agudo do protocolo de treinamento. Os resultados apontam, como efeito

crônico, uma diminuição do quadro pró-inflamatório local e sistêmico. Alguns

trabalhos mostraram atenuação na produção e secreção das proteínas de fase

aguda, maior produção e secreção de citocinas com função anti-inflamatória

(PETERSEN e PEDERSEN, 2005).

Resultados de estudos observacionais evidenciam correlação negativa entre

o volume de atividade física e níveis de mediadores inflamatórios circulantes

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(NICKLAS e BRINKLEY, 2009). O mesmo autor descreve que quanto mais ativo

fisicamente o indivíduo menor a chance dos efeitos indesejáveis de citocinas pró-

inflamatórias. Sugere-se que ajustes adaptativos observados em fibras musculares e

sistema imunitário inato ao exercício regular contribuem com a redução dos níveis

basais de citocinas pró-inflamatórias, incluindo o TNF-α, e IL-1β, sendo este dado

sugestivo ao nosso, com relação à redução de IL-1β.

Além dos benefícios cardiovasculares, induzidos tanto pelas adaptações na

função do coração enquanto bomba, como nas adaptações periféricas, já descritos

neste trabalho, o treinamento físico parece capaz de modular, na vigência de um

quadro inflamatório crônico anormal, a expressão de citocinas pró inflamatórias e

anti-inflamatórias (JUNIOR, LOPES, et al., 2009).

Outro fator importante descrito em nosso trabalho, é que a prática de

exercício físico tem sido associada com benefícios sobre o sistema cardiovascular

(LEUNG, YUNG, et al., 2008). Estudo populacional evidenciou que níveis mais

elevados de mediadores inflamatórios foram associados com incidência de isquemia

cardíaca, observados naqueles com menor aptidão física (ZHANG, SCHILLER e

WHOOLEY, 2010).

Vários autores têm relatado um aumento nas concentrações séricas de

citocinas anti-inflamatórias ou redução das citocinas pro inflamatórias após

diferentes formas de exercício nos quais em vários estudos foi observado um

aumento de cerca de 100 vezes da IL-6 em sua concentração plasmática

(PEDERSEN e FEBBRAIO, 2008). Sendo que o mesmo autor descreve que o

aumento de IL-6 está intimamente ligado à intensidade do exercício, a qual

representa indiretamente a massa muscular envolvida na atividade contrátil.

Exercícios que envolvam uma massa muscular limitada, como, por exemplo,

músculos das extremidades superiores, podem ser insuficientes para aumentar as

concentrações plasmáticas de IL-6 acima dos níveis pré-exercício. Por outro lado, a

corrida, que envolve uma grande quantidade de grupos musculares, é a modalidade

de exercício em que observou-se o mais pronunciado aumento de IL-6 (PEDERSEN

e FEBBRAIO, 2008). Estes relatos vem de encontro aos nossos achados que não

apresentaram mudanças significativas em IL-6, sendo que o exercício prescrito foi

de moderada intensidade. O pico dos níveis séricos desta citocina é alcançado no

final da realização do exercício ou em um curto período após este, seguido por um

rápido decréscimo voltando para os níveis do período pré-exercício (FISCHER,

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2006). Deste modo, as combinações entre a modalidade a intensidade e a duração

da atividade física determinam a magnitude do aumento da concentração plasmática

de IL-6 induzido pelo exercício (PEDERSEN e FEBBRAIO, 2008). Na mesma linha,

IL-8 parece exercer efeitos angiogênicos (PEDERSEN, 2011), também produzida

pela contração muscular, parece ter efeitos anabólicos e na redução da adiposidade

(BARRA, REID, et al., 2010).Tendo apresentado redução das concentrações de IL-8

após o nosso protocolo de treinamento. Ocorre ainda uma grande divergência de

dados nos estudos e os autores atribuem a falta de consenso na literatura aos

diferentes desenhos experimentais de pesquisa.

Estudo em ratos Wistar com IC induzida por infarto agudo do miocárdio, após

o emprego de um programa de treinamento aeróbio moderado (corrida em esteira)

com duração de 10 semanas, apresentou reversão de parâmetros inflamatórios

(BATISTA, SANTOS, et al., 2007). Desta forma, nosso programa de treinamento foi

capaz de diminuir alguns marcadores inflamatórios, proporcionando assim, segundo

os achados na literatura, proteção maior para as doenças que assolam o sistema

cardiovascular.

Outro parâmetro inflamatório estudados foi a leptina. Entre as substâncias

liberadas pelo adipócito incluem-se a adiponectina, o fator de necrose tumoral alpha

(TNF-α), alguns hormônios sexuais e a leptina que discutiremos a seguir.

Especificamente, a leptina desempenha importante papel no controle da ingestão

alimentar e no controle do peso corporal em mamíferos (GIUNTA, 2006).

Quando homens obesos, foram submetidos à intervenção dietética e

exercícios aeróbios, durante 16 meses, foi verificada a redução plasmática de leptina

do grupo treinado em relação ao grupo controle. (PASMAN, WESTERTEP-

PLANTENGA e SARIS, 1998). Estes achados, vão de encontro ao nosso estudo,

porém se difere em relação ao período de treinamento e característica do protocolo

de exercícios. Sendo também que em nosso grupo não acorreu controle alimentar

durante o período de treinamento

Outro estudo interessante, com mulheres obesas após a menopausa,

encontrou redução de 36% no nível plasmático de leptina após 16 semanas de

treinamento com pesos associado à redução de peso corporal. Por outro lado, as

mulheres do mesmo estudo que faziam apenas o treinamento com pesos, mas não

participavam do esquema de redução ponderal, não apresentavam qualquer

alteração no nível plasmático de leptina (ZAFEIRIDS, SMILIOS, et al., 2003). Estes

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dados corroboram com nossos estudos em relação ao período de treinamento e

concomitantemente na redução da leptina.

Estudo com pacientes diabéticos foi observado redução no nível plasmático

de leptina na fase aguda do programa de treinamento físico com pesos, mas

nenhuma alteração foi encontrada, cronicamente, após seis semanas desse tipo de

treinamento (KANALEY, FENICCHIA, et al., 2001). Estes dados diferem do nosso

trabalho quanto à fase de treinamento que foi observado a redução da leptina, acha

visto que em nosso estudo a redução ocorreu de forma crônica após 16 semanas de

treinamento combinado.

Já um protocolo que avaliou 186 homens divididos em três grupos sendo,

dieta, exercício aeróbio e grupo controle, verificou redução tanto no grupo que

realizou somente a dieta quanto o grupo que realizou somente exercício (FRANKS,

FAROOQI, et al., 2003). Corroborando com nossos dados de redução de leptina,

porém com protocolo de exercícios aeróbios, sendo que nosso protocolo foi

realizado com treinamento combinado.

Em um programa de exercícios resistidos, por 16 semanas de treinamento em

mulheres menopausadas, foi comparado o grupo de exercício e exercício com a

dieta, ocorrendo apenas diminuição da leptina no grupo que realizou dieta e

exercício (RYAN, PRATLEY e GOLDBERG, 2000). Este trabalho vai de encontro ao

nosso período de treinamento, porém somente com exercícios resistidos e com

redução da leptina no grupo que apresentou controle nutricional, sendo que em

nosso trabalho a redução ocorreu sem a restrição calórica.

Estudo com mulheres com sobrepeso submetidas a oito semanas de

intervenção dietética hipocalórica e programa de exercício aeróbio [60% da

frequência cardíaca máxima, 5 vezes/semana, 60 minutos/dia], reduziram o

percentual de gordura e tiveram diminuição das concentrações de leptina sérica de

jejum (FRAGALA, KRAEMER, et al., 2009). Em homens com sobrepeso, resultados

similares foram encontrados em caminhada, 12 meses, 3 vezes/semana, 60

minutos/dia. (ROKLING-ANDERSEN, RESELAND, et al., 2007).

Este achado vão de encontro ao nosso trabalho que também proporcionou

redução plasmática de leptina, porém se difere no protocolo de treinamento, sendo

que nosso protocolo usou o treinamento combinado entre exercícios resistidos e

aeróbios.

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Em estudo com homens obesos, observaram-se modificações na massa

muscular e na adiposidade de sujeitos submetidos a 12 semanas de exercício de

força dinâmico, 3 vezes/semana, 1 hora/dia, 17 tipos de exercícios a 70% de uma

repetição máxima (1RM). Os indivíduos apresentaram aumento da força muscular,

melhora da sensibilidade à insulina, aumento de 24,4% na taxa de eliminação de

glicose/kg de massa livre de gordura e diminuição de 21% na leptina plasmática

(KLIMCAKOVA, POLAK, et al., 2006). Neste estudo a protocolo de exercício foi de

somente treinamento resistido e em uma amostra predominantemente de homens

obesos, sendo assim com características diferentes de nossa amostra em relação

ao protocolo de treinamento e sexo dos participantes.

É importante ressaltar evidências, mostrando as adaptações referentes ao

controle da inflamação pelo treinamento físico regular e sistematizado ainda são

incipientes. Possivelmente um aumento na condição orgânica pró-inflamatória pelo

estímulo do exercício agudo seria contrabalançado pelo ambiente anti-inflamatório

crônico, que restringiria a magnitude e duração da inflamação e proporcionaria

regeneração tecidual e adaptação (BASSEL-DUBY, OLSON e E.N, 2006).

Embora o mecanismo pelo qual o treinamento físico modifica a resposta

imunitária seja desconhecido, acredita-se que a liberação aguda de citocinas

derivadas de fibras musculares, particularmente IL-6, regule a produção de

mediadores inflamatórios liberados por células mononucleares periféricas (NICKLAS

e BRINKLEY, 2009) . E indiretamente, por ação no metabolismo de tecidos e órgãos

(PEDERSEN e FEBBRAIO, 2008).

No âmbito de investigações com populações geriátricas, os resultados são ainda

contraditórios (FISCHER, 2006). Por exemplo, foi observado que o treinamento resistido

melhorou a força muscular, sem, no entanto, alterar significativamente os níveis plasmáticos

de TNF-α e IL-6 em idosos com síndrome de fragilidade (BRUUNSGRAR, 2005). Por outro

lado, o estudo, comparando os efeitos do treinamento aeróbio com o resistido, verificou que,

enquanto o primeiro reduziu os níveis de mediadores inflamatórios de forma generalizada, o

último provou declínio, exclusivamente, sobre o receptor solúvel do fator de necrose

tumoral-α (TNF-α) (KOHUT, MCCANN e RUSSELL, 2006). Outro estudo combinando

sessões de exercício aeróbio e resistido não reduziu significativamente os níveis de IL- 6 em

idosos obesos e mulheres com osteoartrite (NICKLAS, AMBROSIUS, et al., 2009). Neste

contexto, é provável que divergências observadas sejam, em parte, decorrência de poder

insuficiente dos testes, heterogeneidade genética da amostra, influências nutricionais e

ambientais não investigadas (NICKLAS e BRINKLEY, 2009). Ainda dentre estes fatores

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descritos, mudanças nos quadros séricos de citocinas podem influenciar positivamente em

mudanças fisiológicas importantes que podem atenuar várias comorbidades.

Um estudo populacional evidenciou que níveis mais elevados da adipocina

resistina e incidência de isquemia cardíaca foram observados naqueles com menor

aptidão física (ZHANG, SCHILLER e WHOOLEY, 2010). Em recente revisão, Brandt

e Pedersen (2010) evidenciaram que o exercício físico é fundamental no controle da

aterosclerose, pois a prática de exercícios apresenta como efeito crônico a redução

na expressão de citocinas pró-inflamatórias como o TNF-α, ademais a musculatura

esquelética quando estimulada libera miocinas anti-inflamatórias como a IL-6 e IL-15

(BRANDT e PEDERSEN, 2010).

Em conjunto, estes resultados sugerem que o incremento dos níveis

sistêmicos de mediadores pró-inflamatórios circulantes em população idosa constitui

fator comum entre o estilo de vida, fatores de risco para DCV e alterações

fisiológicas durante a imunossenescência.

Considerando os nossos resultados, em comparação aos dados de estudos

aqui apresentado, demonstramos que o treinamento combinado foi efetivo em

interferir positivamente na redução da IL-1β, IL 8 e leptina, podendo assim colaborar

no tratamento de idosos obesos que sofrem de comorbidades que estão atreladas a

processos inflamatórios de baixa intensidade.

Uma possível limitação deste estudo foi a falta de controle do uso de

fármacos relativos à patologia, visto que várias idosas faziam usos de diferentes

tipos de fármacos, bem como os hábitos alimentares das mesmas, o que

provavelmente pode ter influenciado os resultados. Para uma continuidade em

estudos com mesma abordagem, um trabalho multidisciplinar tende a ser promissor,

bem como a realização de experimentos similares por períodos mais prolongados,

com avaliações mais frequentes (3 em 3 meses) e diferentes níveis de intensidade

na prescrição dos exercícios, sendo realizado talvez, testes diretos para mensurar

capacidade cardiorrespiratório e força.

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CONCLUSÃO

Após um período de 16 semanas de treinamento combinado em idosos obesos, o

presente estudo apresentou seguintes modificações;

1- Aumento da potencia aeróbia, aumento da força muscular superior e inferior

dos idosos participantes, auxiliando assim como já descrito neste trabalho na

manutenção das atividades de vida diária e consequentemente proporcionando

maior qualidade de vida para os idosos.

2- Redução da massa corporal total, aumento da massa magra, redução também

da massa gorda e relação cintura/quadril, proporcionando assim como já bem

elucidado na literatura cientifica a diminuição dos riscos de doenças

cardiovasculares nesta população. Outro fator de suma importância que concluímos

em nosso estudo com um protocolo de treinamento combinado, foi o aumento do

HDL dos participantes sem o aumento do colesterol total, LDL e triglicerídeos.

3- Redução da PAS, PAM e do duplo produto, relacionando com este ultimo

dado descrito, um menor esforço cardíaco para a mesma intensidade de trabalho ao

final das 16 semanas de treinamento.

4- Redução significativa da IL1-β, IL8 e da leptina séricos, indicando assim que

após o período de treinamento este grupo apresentou redução dos marcadores

inflamatórios.

Desta forma, considerando os parâmetros avaliados, o treinamento combinado

realizado por um período de 16 semanas foi eficiente em induzir efeitos em diversos

sistemas fisiológicos, característico tanto dos efeitos induzidos pelo treinamento

isolado, com exercícios aeróbios ou de força muscular. Desta forma, nossos dados

demonstram que tal programa de treinamento pode ser administrado como

tratamento, tanto na prevenção primaria como secundaria em idosos obesos.

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ANEXOS-

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Anexo 1: Escala subjetiva de esforço de OMNI-RES para o treinamento resistido (LAGALLY, ROBERTSON e ROBERT, 2006)

Anexo 2: Escala subjetiva de esforço de borg para o treinamento aeróbio

(BORG e NOBLE, 1974)

Anexo 3. Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI e JONES, 1999), em média e desvio padrão, do teste de marcha estacionária em 2 minutos de acordo com o sexo e a idade cronológica.

Nº Intensidade de esforço percebido

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10 Extremamente pesado

Caracteristica do treinamento

Endurance

Endurance

Hipertrofia

Força

Extremamente facial

Facil

Razoavelmente facil

Razoavelmente pesado

Pesado

Nº Intensidade de esforço percebido

6 _

7 Muito fácil

8 _

9 Fácil

10 _

11 Relativamente fácil

12 _

13 Ligeiramente cansativo

14 _

15 Cansatico

16 _

17 Muito cansativo

18 _

19 Exausto

20 _

Idade 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94

Mulher 91 90 84 84 75 70 58

± 24 26 25 24 23 22 21

Homen 101 101 95 91 87 75 69

± 21 23 23 27 24 24 26

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Anexo 4. Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI e JONES, 1999), em média e desvio padrão, do teste de flexão de braço, de acordo com o sexo e a idade cronológica.

Anexo 5. Valores padrões de referência (repetições) para a população americana (RIKLI e JONES, 1999), em média e desvio padrão, do teste de levantar da cadeira em 30 segundos, de acordo com o sexo e a idade cronológica.

Idade 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94

Mulher 16,1 15,2 14,5 14 13 12,2 10,9

± 4,6 4,3 4,4 4,4 4,1 3,8 3,8

Homen 19 18,4 17,4 16,2 16 13,6 12

± 4,7 5,3 5 4,6 4,3 4,3 3,5

Idade 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94

Mulher 14,5 13,5 12,9 12,5 11,3 10,3 8

± 4 3,5 3,6 3,8 4,2 4 5,1

Homen 16,4 15,2 14,5 14 12,4 11,1 9,7

± 4,3 4,5 4,2 4,3 3,9 4,6 3,8

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Anexo 6. Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos

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Anexo 7. Características gerais de doenças e medicamentos em uso

Caracteristicas Doenças em percentual Medicamentos em uso

Hipertensão 100% Inibidor de ECA e diuréticos

Diabetes tipo II 17% Metformina

Artrose 21,40% Glucosamina e condroitina

Artrite 14,20% Abatacepte, certolizumabe pegol, golimumabe

Hernia de Disco 10,70% Anti-inflamatórios e Analgésicos

Reumatismo 4% Beserol

Doenças Cardiovasculares (DCV) 57, 14 % Crestor,alargam, Ácido acetilsalicílico

Niveis elevados de Colesterol total 46,40% Sinvastatina

Niveis elevados de triglicerideos totais 30% Gemfibrozil ou Fenofibrato

Hipotireoidismo 10% Puran t4

Dislipdemia 76,40% Gemfibrozil ou Fenofibrato e Puran T4