efeito da aplicação do fósforo em seringais

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Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea Brasiliensis Muell. Arg.)

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Boletim de Pesquisa 70 e Desenvolvimento ISSN 1517-4867 Dezembro, 2004Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg.).

Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea Brasiliensis Muell. Arg.)

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Repblica Federativa do Brasil Luiz Incio Lula da Silva Presidente Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento Roberto Rodrigues Ministro Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Embrapa Conselho de Administrao Jos Amauri Dimzio Presidente Clayton Campanhola Vice-Presidente Alexandre Kalil Pires Hlio Tollini Ernesto Pateriani Luis Fernando Rigato Vasconcellos Membros Diretoria-Executiva da Embrapa Clayton Campanhola Diretor-Presidente Gustavo Kauark Chianca Herbert Cavalcante de Lima Mariza Marilena T. Luz Barbosa Diretores-Executivos Embrapa Amap Antonio Cludio Almeida de Carvalho Chefe-Geral Interino Gilberto Ken-Iti Yokomizo Chefe-Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento Antnio Carlos Pereira Ges Chefe-Adjunto de Administrao

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ISSN 1517-4867 Dezembro, 2004Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Centro de Pesquisa Agroflorestal do Amap Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 70

Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg.).

Antonio Cludio Almeida de Carvalho Edyr Marinho Batista

Macap, AP 2004

Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea Brasiliensis Muell. Arg.)

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Exemplares desta edio podem ser adquiridos na: Embrapa Amap Endereo: Rodovia Juscelino Kubitschek, km 05, CEP-68.903-000, Caixa Postal 10, CEP-68.906-970, Macap, AP Fone: (96) 3241-1551 Fax: (96) 3241-1480 Home page: http://www.cpafap.embrapa.br E-mail: [email protected] Comit de Publicaes da Unidade Presidente: Gilberto Ken-Iti Yokomizo Membros: Antonio Cludio Almeida de Carvalho, Gilberto Ken-Iti Yokomizo, Mrcio Costa Rodrigues, Raimundo Pinheiro Lopes Filho, Ricardo Adaime da Silva, Valria Saldanha Bezerra. Supervisor Editorial: Gilberto Ken-Iti Yokomizo Revisor de texto: Elisabete da Silva Ramos Normalizao bibliogrfica: Solange Maria de Oliveira Chaves Moura Editorao eletrnica: Otto Castro Filho Foto da capa: Antonio Cludio Almeida de Carvalho 1 Edio 1 Impresso 2004: tiragem 150 exemplares Todos os direitos reservados. A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei n 9.610). Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) Embrapa AmapCarvalho, Antnio Cludio Almeida de. Efeito da Aplicao de Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) Antonio Cludio Almeida de Carvalho; Edyr Marinho Batista Macap: Embrapa Amap, 2004. 25p. il.; 21cm (Embrapa Amap. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 70).

ISSN 1517-4867 1. Seringueira. 2. Hevea brasiliensis. 3. Seringal em Desenvolvimento. 4. Fsforo I. Embrapa Amap (Macap, AP). II. Ttulo. III. Srie.

CDD: 633.8952 Embrapa - 2004

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Sumrio

Resumo................................................................................................. Abstract................................................................................................ Introduo............................................................................................. Material e Mtodos................................................................................. Resultados e Discusso........................................................................... Concluses............................................................................................ Referncias Bibliogrficas........................................................................

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Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg.)Antonio Cludio Almeida de Carvalho Edyr Marinho Batista

Resumo

A carncia de resultados de pesquisas demonstrando os efeitos da aplicao de macro e micronutrientes sobre seringueiras adultas, fase de desenvolvimento e fase de produo, tem contribudo para a no aplicao regular de fertilizantes, na maioria dos seringais cultivados da Amaznia. Segundo SILVEIRA (1983), deve ser evitada a generalizao de que a seringueira cresce bem em solos de baixa fertilidade. Isso porque, nos trs primeiros anos, a planta passa por um perodo de intenso crescimento vegetativo e apresenta grande demanda de nutrientes. A regio de Mazago considerada rea de escape ao ataque epidmico do fungo Microcyclus ulei, em funo da mesma apresentar um longo perodo com dficit hdrico e, pelo fato de que a desfolha natural da seringueira ocorre exatamente nesse perodo, em que a umidade do ar baixa e no permite a proliferao do fungo causador do maldas-folhas. Logo, com essas condies climticas, a regio de Mazago pode ser considerada de grande potencial para expanso da heveicultura no Estado do Amap. Num ensaio instalado em 1986, em um solo do tipo latossolo amarelo, textura argilosa, com baixa fertilidade natural e elevada saturao de alumnio, foram estudados quatro nveis de fsforo, nos sete primeiros anos de desenvolvimento de um seringal de cultivo. Neste trabalho so apresentados os resultados desse experimento que fica localizado no municpio de Mazago-AP, nas coordenadas de 0006'54''S de latitude e 5117'22''W.G. de longitude. Essa regio apresenta temperatura mdia anual de 27C e pluviosidade mdia anual de 2700 mm, cuja distribuio de chuva concentra-se num perodo de seis meses, englobando os meses de Janeiro a Junho.

Palavras-chave: Adubao, Fosfato, Amaznia, Amap.1

Eng. Agrnomo, M.Sc., Pesquisador da Embrapa Amap, e-mail: [email protected]

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Effect of Phosphorus Application on Rubber Tree (Hevea brasiliensis Muell. Arg.) Development.

Abstract

The lack of research results indicating the effect of the fertilizers in the development phase of rubber tree has been contributing to the non use of a correct fertilization in rubber plantations in the Amazonian region. According to SILVEIRA (1983) it should be avoided the generalization that the rubber tree grows well in soils of low fertility. In the first three years the plant raisin for a period of intense vegetative growth and it presents great demand of nutritious. In function of the climatic conditions at that it presents, the area where is located the municipal district of Mazago (Amap State Brazil), this area is considered of escape to the epidemic attack of the Microcyclus ulei, in other words, presents a period with high water deficit and the natural defoliates of the rubber tree happens in that time. Therefore, we believed to exist potential to expansion of the rubber tree cultivation in the State of Amap. However is fundamental that the research about improvement the agronomic practices for the rubber tree cultivation is continued in the State of Amap. In a rehearsal installed in 1986, in a yellow soil of loamy texture, with low natural fertility and high saturation of aluminum, were studied four match levels, in seven years of development of a cultivation rubber plantation. In this work are presented the results of a experiment located in the municipal district of Mazago-AP, coordinates of 00o06'54'' latitude S and 51o17'22'' W.G. of longitude, with medium annual temperature of 27oC and a annual medium rain volume of 2700 mm distributed fron January to June.

Index terms: Fertilization, Phosphorus, Amazon, Amapa, Rubber tree cultivation.

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Introduo Em funo dos problemas causados pela doena conhecida com mal-das-folhas, a recomendao preconizada hoje que na Amaznia, a seringueira seja cultivada apenas nas reas tidas como escape ao ataque epidmico do Microcyclus ulei. Ou seja, reas que apresentam dficit hdrico anual entre 200 e 350 mm, distribudos em perodo de quatro a seis meses, concentrando-se a queda das folhas das seringueiras (desfolha natural das plantas) nos trs meses intermedirios desse perodo (EMBRAPA, 1979). Segundo FALESI et all (1972), os tipos de climas predominantes no Estado do Amap, pelos critrios da classificao de Kppen, so os climas Ami e Awi, os quais apresentam perodo seco definido. O fato de ocorrer a troca natural das folhas das seringueiras justamente nos meses em que ocorre o dficit hdrico nessas regies, elas so consideradas zona de escape e coloca o Estado do Amap na relao dos estados que apresentam as condies possveis para o desenvolvimento dos seringais de cultivo na Amaznia. De acordo com o desenvolvimento das plantas, as seringueiras cultivadas podem ser classificadas em trs fases distintas: fase de viveiro, fase de desenvolvimento e fase de produo. A fase de viveiro envolve perodo de plantio das sementes do porta-enxerto, a enxertia e o crescimento do porta-enxerto (clone) at que o mesmo apresente dois lanamentos maduros. Ao contrrio das demais fases, a fase de viveiro relativamente rpida, dura em torno de um ano e, para o cultivo de seringueiras nesse estdio de desenvolvimento, existem bastante informaes de pesquisas envolvendo a aplicao de macro e micronutrientes. A adubao na fase de desenvolvimento dos seringais de cultivo visa, entre outras coisas, a reduo do perodo de imaturidade das plantas. Isto , antecipar o perodo em que as seringueiras estaro aptas sangria. Em alguns casos, o perodo de imaturidade da seringueira pode demorar at dez anos, no obstante, a adoo de prticas corretas de adubao e tratos culturais pode reduzir esse perodo para at seis anos. SILVEIRA (1983), sugere que a generalizao de que a seringueira cresce bem em solos de baixa fertilidade deve ser evitada, pois nos trs primeiros anos a planta passa por um perodo de intenso crescimento vegetativo, demandando grande quantidade de nutrientes. Os estudos conduzidos por SHORROCKS (1965) na Malsia demonstram que no quarto, quinto e sexto ano de cultivo a planta de seringueira absorve, aproximadamente, 30; 43 e 64 kg/ha de P2O5, em cada ano, respectivamente. Neste trabalho so apresentados os dados referentes aos efeitos de doses de fsforo no desenvolvimento da seringueira at o stimo ano de cultivo. O clone cultivado no experimento foi o IAN 717, que na poca era o mais recomendado para a regio.

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Material e Mtodos

Visando identificar os nveis crticos de adubao de seringal de cultivo no Estado do Amap, em Janeiro de 1986 foi instalado um experimento cujos tratamentos foram formados a partir de dosagens crescentes de nitrognio, fsforo, potssio e magnsio. Como planta indicadora das respostas dos nutrientes foram utilizadas seringueiras do clone IAN 717. Visando a uniformizao do porta-enxerto, as sementes foram obtidas de uma nica rea dos seringais de Belterra, no Estado do Par. Os tocos enxertados com o clone IAN 717 foram plantados no espaamento de 7,0 X 3,0 metros, numa rea do campo experimental da Embrapa no municpio de Mazago-AP, localizado nas seguintes coordenadas geogrficas: 0006'54'' de latitude sul e 5117'22 de longitude oeste. A referida regio tem clima do tipo Ami, segundo classificao de Kppen, com temperatura mdia anual de 27C, umidade relativa do ar de 75% e precipitao anual de 2700 mm, distribudos num perodo chuvoso que vai de janeiro a julho (EMBRAPA,1985). O ensaio foi conduzido em um solo com topografia plana, do tipo latossolo-amarelo de textura argilosa, cujos valores mdios das caractersticas qumicas so os seguintes: pH=4,5; Al3+=1,2 cmolc kg-1; Ca2+ + Mg2+ =1,9 cmolc kg-1; P=2 mg kg-1; K+ =0,04 cmolc kg-1 MO=17 g kg-1. No experimento foi utilizado delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repeties, cujos tratamentos foram formados a partir de diferentes combinaes dos nveis de nitrognio, fsforo, potssio e magnsio. Esses tratamentos foram casualizados em parcelas individuais com reas de 672m2, em que, cada unidade experimental era formada de 21 plantas teis e 24 plantas de bordadura. Os tratamentos, formados por diferentes combinaes dos nveis de nitrognio, fsforo, potssio e magnsio, foram casualizados em unidades experimentais, cuja rea individual era de 672 m2. Cada parcela continha 21 plantas teis e 24 plantas de bordadura. Em funo das condies locais e da grande extenso de reas, foi escolhido o delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repeties. A partir da combinao dos nveis 0, 1, 2 e 4 de N, P, K e Mg, foram formados os tratamentos, que encontram-se descritos abaixo:

T01 = N0 P2 K2 Mg2 T02 = N1 P2 K2 Mg2 T03 = N2 P2 K2 Mg2 T04 = N4 P2 K2 Mg2

T05 = N2 P0 K2 Mg2 T06 = N2 P1 K2 Mg2 T07 = N2 P4 K2 Mg2 T08 = N2 P2 K0 Mg2

T09 = N2 P2 K1 Mg2 T10 = N2 P2 K4 Mg2 T11 = N2 P2 K2 Mg0 T12 = N2 P2 K2 Mg1

T13 = N2 P2 K2 Mg4 T14 = N0 P0 K0 Mg0 T15 = N0 P2 K0 Mg0 T16 = N0 P2 K2 Mg0

Embora os trabalhos da literatura indiquem respostas significativas do nitrognio, fsforo, potssio e magnsio, no presente trabalho, foi colocado o nvel 0 (zero) como, indicando a ausncia dos nutrientes, como tratamento no experimento, para ser utilizado

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como comparao e construo da curva de resposta dos nutrientes. Os treze primeiros tratamentos (T01 a T13) permitem que sejam construdas as curvas de respostas do nitrognio, fsforo, potssio e magnsio, enquanto que os trs ltimos tratamentos (T14, T15 e T16) so complementares, os quais sero utilizados para avaliao do efeito simples dos nutrientes. Como o presente experimento visa apresentar resultados sobre os nveis de adubao em toda fase de desenvolvimento da seringueira, que envolvem vrias variveis avaliadas num perodo mnimo de sete anos, seria muito complexo disponibilizar em uma nica publicao todo esse arsenal de informaes. Dessa forma, para efeito de melhor compreenso, cada um dos nutrientes (nitrognio, fsforo, potssio e magnsio) ser minuciosamente abordado em publicao individual. Logo, o estudo que se segue, diz respeito exclusivamente aos efeitos atribudos ao fsforo nas condies edafoclimticas de Mazago, no Estado do Amap. Na Fig.1, somostrados os dados referentes absoro de fsforo pela seringueira, em duas regies distintas. Os dados de HAAG et al (1982) mostram que os valores encontrados no Brasil, no que tange a absoro de fsforo pela seringueira, so bem inferiores aos valores encontrados por SHORROCKS, (1965) na Malsia. No obstante, comparado aos demais macro-nutrientes, o fsforo o elemento absorvido em menor quantidade.

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150 135

Kg / ha de fsforo extrado

Kg / ha de fsforo extrado

1,6

120 105 90 75 60 45 30 15 0

1,2

0,8

0,4

0 0 1 2 3 4

0

1

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Anos aps o plantio

Anos aps o plantio

Fig.1- Absoro de fsforo em seringueiras plantadas no Brasil, com idade entre 1 a 4 anos (HAAG et al, 1982) e de seringueiras de 1 a 10 anos plantadas na Malsia (SHORROCKS, 1965)

Com base nas informaes sobre a quantidade absorvida do fsforo e, considerando que o solo da rea experimental um solo de textura argilosa, com acidez elevada e altos teores de alumnio, foram estabelecidas as dosagens de fsforo (P2O5) para cada um dos nveis de adubao aplicado no experimento, conforme descritos no quadro abaixo. A

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fonte de fsforo utilizada foi o superfosfato triplo e as quantidades das doses anuais, bem como o modo de aplicao do adubo, encontram-se descritos no quadro 1.

Quadro 1. Nveis, dose anual e modo de aplicao do fsforo Ano de Plantio Nvel 0 1 2 4 0 1 2 4 0 1 2 4 Dose Anual Parcelamento e poca de de P2O5 aplicao (grama/planta) 0 - Aplicao da dose total de uma 20 s vez na ocasio do preparo da 40 cova. 50 0 - Aplicao da dose total de uma 30 s vez no incio do perodo 60 chuvoso. 120 0 45 90 180- Aplicao da dose total de uma s vez no incio do perodo chuvoso.

Modo e local de aplicao- Incorporado no interior da cova.

1o ano

2o ano

- Distribudo lano, uni-formemente no interior de um crculo de 1,5 m de dimetro - Distribudo, no interior de um crculo de 3,0 m - Aps o 3o ano o crculo deve seguir a projeo da copa

3o ao 7o ano

Como indicador do efeito da aplicao do fsforo, as seguintes variveis foram coletadas: nmero de lanamentos, tamanho do lanamento (cm); altura da planta (m), dimetro do tronco (mm) a 0,15m do calo de enxertia, stand das parcelas, e circunferncia do caule (cm) a 1,30 m acima do calo de enxertia. As anlises estatsticas dos dados foram feitas conforme preconiza MONTGOMERY (1991). Como primeiro passo da anlise, foi aplicado o teste f-Fisher, atravs da analise de varincia, para avaliar o efeito de todos os tratamentos conjuntamente e, a partir do desdobramento dos graus de liberdade do fator tratamento, foram analisados os efeitos do fsforo individualmente e em conjunto com o nitrognio, o potssio e o magnsio. As comparaes dos efeitos individuais dos nutrientes foram realizadas atravs de contrastes ortogonais. Para as variveis que apresentaram efeitos significativos na anlise de varincia, a anlise estatstica passou para a anlise seguinte (anlise de regresso por polinmios ortogonais) para se definir o tipo de relao funcional existente entre as variveis e as dosagens de fsforo aplicadas. Identificado o modelo que melhor se ajustou curva de resposta, o passo seguinte consistiu em obter as equaes matemticas de cada modelo, respectivamente. Variveis obtidas atravs de contagem, em geral, apresentam distribuies discretas e, portanto, devem ser transformadas para que seja possvel a aplicao de testes estatsticos que requer a normalidade dos dados. Todavia, neste trabalho, o nmero de

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lanamentos, que uma varivel obtida atravs de contagem, tem distribuio aproximadamente normal, uma vez que o resultado de cada unidade experimental resulta da mdia aritmtica das 21 plantas teis de cada parcela. Essa aproximao garantida pelo teorema central do limite e, assim sendo, as anlises de varincia e os demais testes estatsticos foram realizados de forma direta, ou seja, sem transformao. No presente experimento foram testados os seguintes nveis de fsforo: P0, P1, P2, P4. Como a quantidade de fsforo absorvido aumenta conforme o desenvolvimento das plantas, as dosagens anuais de P2O5 de cada nvel modificada a cada ano (Quadro1). Conforme se pode observar, no existe no referido ensaio dosagens correspondentes ao nvel P3. Isso porque os nveis usados nos tratamentos no so distribudos de forma eqidistante, isto , do nvel P2 passa-se diretamente para o nvel P4. Essa metodologia de usar nveis no eqidistantes visa aumentar a amplitude da curva de resposta sem aumentar o nmero de tratamento do experimento. No presente ensaio, com apenas quatro nveis de adubao ter-se-o curvas de respostas com amplitude de cinco nveis de adubao. As anlises estatsticas dos ensaios que possuem nveis no eqidistantes so feitas de forma especfica, levando-se em considerao esse caso particular da no eqidistncia dos nveis, em todos os clculos em que os valores so estimados. Os clculos dos ndices atribudos aos polinmios ortogonais empregados na anlise de regresso, bem como dos valores usados na obteno das equaes matemticas dos modelos foram feitos seguindo a metodologia desenvolvida por NOGUEIRA, 1978.

Resultados e Discusso Os resultados do presente trabalho sero apresentados em duas etapas: A primeira, cujo objetivo informar de uma forma geral e ilustrativa as respostas das variveis estudadas, os resultados das avaliaes feitas em toda fase de desenvolvimento da seringueira, so apresentados de forma conjunta. Na etapa seguinte, as informaes so apresentadas detalhadamente em cada ano de avaliao. Como na fase de desenvolvimento das plantas de seringueira no h dados referentes produo de ltex, o dimetro do caule, altura da planta, nmero e tamanho de lanamentos so os parmetros mais utilizados na avaliao do desenvolvimento do seringal de cultivo. Segundo GONALVES et. al. (1984), existem altas correlaes fenotpica e gentica entre produo e altura, bem como a produo e o dimetro do caule. Dessa forma, como esses caracteres so freqentemente influenciados pelo meio ambiente, eles sero utilizados como parmetros do desenvolvimento das seringueiras cultivadas de forma experimental, nas condies edafoclimticas de Mazago-AP.

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Influncia do fsforo sobre o nmero e tamanho dos lanamentosO tamanho e o nmero de lanamentos das seringueiras na fase juvenil so caractersticas altamente relacionadas com o desenvolvimento das plantas. Conforme se pode observar na Fig. 2, o nmero mdio de lanamentos emitidos a cada avaliao no sofreu muita influncia do nvel de adubao fosfatada aplicada no solo. Na Fig. 3, mostrado que o tamanho mdio dos lanamentos tem resposta semelhante, ou seja, praticamente no h alterao em funo da quantidade de fsforo aplicada. Observa-se que h apenas uma ligeira tendncia de aumento no tamanho dos lanamentos no nvel P1. Essa tendncia pode ser resultado de uma adubao mais equilibrada nesse nvel, uma vez que os demais macroelementos (N, K e Mg) so mantidos em quantidades mdias, enquanto as quantidades aplicadas de fsforo so variadas conforme o nvel. No obstante, conforme pode ser observado na tabela 1, essa tendncia de aumento no tem significncia estatstica.

7

6

Nmero de Lanamentos

5

4

3

2

6 mese aps o plantio 12 meses aps o plantio 18 meses aps o plantio0 1 2 3 4

1

Nveis de P 2O5

Fig. 2 - Efeitos de doses de fsforo sobre o nmero de lanamentos das seringueiras aos 6, 12 e 18 meses aps o plantio.

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40

Tamanho do Lanamento (cm)

35

30

25

6 meses aps o plantio 12 meses aps o plantio 18 meses aps o plantio

20 0 1 2 3 4

Fig. 3 - Efeitos de doses de fsforo sobre o tamanho dos lanamentos das seringueiras aos 6, 12 e 18 meses aps o plantio.

Nveis de P2O5

Influncia do fsforo sobre a circunferncia das plantas de seringueirasConforme preconizam a maioria dos sistemas de produo de seringueira, o ponto para incio da sangria das plantas exatamente quando 75% das plantas apresentam circunferncia do caule igual ou superior a 45cm a 1,30m acima do calo da enxertia. Dessa forma, em seringais com mais de 2 anos de idade, a avaliao do desenvolvimento do tronco da seringueira passa a ser feita atravs da circunferncia a 1,30m do calo de enxertia. Como o objetivo da adubao das seringueiras em desenvolvimento , entre outras coisas, fazer com que as seringueiras atinjam mais rapidamente o ponto de sangria, a circunferncia do caule passa a ser o parmetro mais importante a ser avaliado aps o segundo ano de cultivo. Os grficos representados na Fig. 6 mostram que a partir do terceiro ano de cultivo, o acrscimo da quantidade de fsforo promove aumentos na circunferncia do caule das plantas de seringueiras. Conforme demonstram os resultados apresentados na tabela 4, h significncia estatstica da resposta da seringueira aplicao fosfatada do terceiro ano em diante. Outra informao importante que pode ser observada na Fig. 6 que a medida que aumenta a idade das plantas de seringueira, maior o incremento obtido com o aumento das dosagens de fsforo.

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45 40

Circunferncia (cm)

35 30 25 20 15 10 5 0 0 1 2 3

3 anos aps o plantio 5 anos aps o plantio 7 anos aps o plantio

4 anos aps o plantio 6 anos aps o plantio

Nveis de P2O5Fig. 6 - Efeitos de doses de fsforo sobre a circunferncia do caule das seringueiras.

Observando a Fig. 6, pode-se verificar que realmente a aplicao de fsforo diminui o perodo de imaturidade das plantas de seringueiras. Tomando o grfico que representa o desenvolvimento ao stimo ano de cultivo, verifica-se que em todos os nveis que contm fsforo (P1, P2 e P4) as seringueiras esto praticamente em ponto de sangria (45cm de circunferncia), enquanto que no nvel que no contm fsforo (P0) as seringueiras apresentam circunferncia em torno de 35cm. Observando novamente os grficos da Fig. 6, verifica-se que as plantas de seringueira apresentaram um incremento mdio de 5 centmetros de circunferncia ao ano e, como no stimo ano de cultivo, o nvel P0 tem em torno de 10 centmetros a menos, a adubao fosfatada reduz em, aproximadamente, dois anos o ponto de sangria do seringal de cultivo. Resposta das seringueiras em desenvolvimento aplicao de fsforo (dois primeiros anos de cultivo) No referido experimento, a aplicao da adubao fosfatada do primeiro ano foi feita de uma nica vez, na ocasio do preparo das covas. As quantidades de P2O5 (gramas/planta) aplicadas para os nveis P0, P1, P2 e P4 foram, respectivamente: 0, 20, 40 e 80. No segundo ano de cultivo, a aplicao do adubo fosfatado foi feita no incio do perodo chuvoso, em uma nica aplicao, com as seguintes quantidades de P2O5 (gramas/planta) para cada um dos nveis, respectivamente: 0, 30, 60 e 120.

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Para avaliao do desenvolvimento das plantas de seringueiras no primeiro e segundo anos de cultivo, foram utilizados os seguintes parmetros: nmero e tamanho mdio dos lanamentos, altura da planta e dimetro do caule. Sobre os dados coletados dessas variveis, foi aplicado inicialmente f-Fisher, atravs da anlise de varincia, para saber se existiam diferenas significativas entre os 16 tratamentos. Como o objetivo do ensaio era verificar os efeitos dos quatro macronutrientes juntos (NPKMg), os trs principais macronutrientes (NPK) , do fsforo juntamente com o potssio (PK) e apenas o efeito individual do fsforo (P), foram aplicados o teste f-Fisher a partir do desdobramento dos 15 graus-de-liberdade do fator tratamento. Nos casos em que houve efeito significativo para o fsforo, o passo seguinte foi aplicar a anlise de regresso por polinmios ortogonais, para verificar o tipo de relao funcional entre os nveis testados. Verificando a significncia dos modelos linar, quadrtico ou cbico, prossegui-se a anlise at obteno das equaes matemticas que explicam o modelo mais adequado para cada uma das superfcies de respostas. Para os dados do segundo ano de cultivo, a anlise estatstica apresentada na Tabela 2, mostra uma resposta significativa a 1% de probabilidade do fsforo associado ao potssio nas variveis tamanho dos lanamentos, altura da planta e dimetro do caule. No caso do efeito do fsforo isoladamente, no houve significncia em nenhuma varivel estudada tanto no primeiro quanto no segundo ano de cultivo. O valor estimado do contraste Y3=T16T14, positivo para o tamanho do lanamento, altura da planta e dimetro indica que o tratamento T16 (que possui o fsforo e potssio) superior ao tratamento T14 (que no possui nenhum nutriente). A anlise estatstica indica que este contraste significativo ao nvel de probabilidade de 1%. A anlise de regresso por polinmios ortogonais (tabelas 1 e 2) no apresentou significncia estatstica em nenhuma varivel estudada, em qualquer modelo linear, quadrtico ou cbico, o que j era de se esperar, uma vez que a anlise de varincia feita anteriormente mostrou que no havia diferenas significativas entre os nveis estudados. Se todos os nveis so iguais estatisticamente, no havia necessidade de se realizar a anlise de regresso, no obstante, essa anlise foi realizada para efeito de comprovao. Observando os dados das seringueiras com idade superior a dois anos (Tabela 3), podese verificar que o fsforo apresentou efeito significativo em todas as variveis estudadas. Logo, a ausncia de resposta do primeiro e segundo ano pode estar associada ao adubo orgnico colocado nas covas, por ocasio do plantio e o mesmo estar suprindo a pequena quantidade de fsforo que as plantas de seringueira demandam para o primeiro e segundo anos de cultivo (Fig.1).

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Tabela 1. Anlise de varincia, regresso por polinmios ortogonais e comparao dos tratamentos atravs de contrates ortogonais.Testes aplicados s variveis coletadas em seringueiras com 1 ano de idade No de Lanamento 5,862 * 0,726 0,428 0,080 0,004 3,180 9,088 18,130 8,63 % 0,140 0,035 0,054 0,051 1,139 2,622 3,901 9,23 % 0,602 0,462 -0,200 0,045 Tamanho do Lanamento 470,123 ** 35,701 ** 33,415 ** 8,820 0,061 36,366 186,129 692,618 6,55 % 10,732 2,340 2,891 5,501 20,322 13,902 44,957 3,81 % 3,025 ** -0,150 -0,675 0,175 Altura da Planta Dimetro do Caule 197,354 ** 5,611 1,280 4,351 0,012 82,282 88,838 368,474 6,95 % 3,362 2,445 0,822 0,096 23,292 22,942 49,597 7,53 % 1,675 0,800 -1,475 -0,025

FONTE DE VARIAOANALISE DE VARINCIA Tratamento Efeito NPKMg Efeito NPK Efeito PK Efeito P Bloco Erro Total

GL

SOMA DE QUADRADOS3,413 ** 0,378 ** 0,304 ** 0,026 0,005 0,567 1,695 5,676 10,67 % 0,197 0,147 0,027 0,022 0,126 0,300 0,624 9,31 % 0,435 ** 0,390 ** 0,115 -0,050

15 1 1 1 1 3 45 63 Coeficiente de variao

Doses de P 3 Reg, Linear 1 Reg, Quadrtica 1 Reg, Cbica 1 Bloco 3 Desvio de Regresso 9 Total 15 Coeficiente de variao

CONTRASTES

REGRESSO

EFEITO TESTADON P K Mg NPK PK P

DESCRIOY1 = T03 - T14 Y2 = T11 - T14 Y3 = T16 - T14 Y4 = T03 - T05

VALOR ESTIMADO DO CONTRASTE

* Significativo a 5 % de probabilidade

** Significativo a 1 % de probabilidade

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Tabela 2. Anlise de varincia, regresso por polinmios ortogonais e comparao dos tratamentos atravs de contrates ortogonais.Testes aplicados s variveis coletadas em seringueiras com 2 anos de idade ANALISE DE VARINCIA No de Lanamento 4,536 ** 0,732 ** 0,059 0,059 0,004 4,583 4,726 13,844 5,28 % 0,345 0,214 0,011 0,120 1,871 0,619 2,835 4,12 % 0,605 ** 0,172 -0,172 -0,042 Tamanho do Lanamento 610,314 ** 27,380 * 48,020 ** 63,845 ** 0,005 101,187 247,886 959,386 6,11% 13,837 1,089 0,031 12,716 52,062 33,486 99,384 4,90 % 3,700 ** 4,900 ** 5,650 ** -0,050 Altura da Planta Dimetro do Caule 1402,804 ** 262,205 ** 201,001 ** 177,661 ** 15,680 94,087 265,828 1762,719 6,16 % 24,242 0,060 22,796 1,387 29,422 53,252 106,917 5,80 % 11,450 ** 10,025 ** 9,425 ** 2,800

FONTE DE VARIAOTratamento Efeito NPKMg Efeito NPK Efeito PK Efeito P Bloco Erro Total

GL

SOMA DE QUADRADOS2,729 ** 0,259 ** 0,202 ** 0,140 ** 0,001 0,025 0,599 3,353 4,61 % 0,023 0,003 0,005 0,015 0,017 0,038 0,077 2,48 % 0,360 ** 0,317 ** 0,265 ** 0,005

CONTRASTES

15 1 1 1 1 3 45 63 Coeficiente de variao Doses de P 3 Reg, Linear 1 Reg, Quadrtica 1 Reg, Cbica 1 Bloco 3 Desvio de Regresso 9 Total 15 Coeficiente de variao

REGRESSO

EFEITO TESTADON P K Mg NPK PK P

DESCRIOY1 = Y2 = Y3 = Y4 = T03 T11 T16 T03 - T14 - T14 - T14 - T05

VALOR ESTIMADO DO CONTRASTE

* Significativo a 5 % de probabilidade

** Significativo a 1 % de probabilidade

Resposta da aplicao de fsforo no desenvolvimento da seringueira (terceiro ao stimo ano de cultivo) Do terceiro ao stimo ano, a quantidade de P2O5 (grama/planta), conforme os nveis P0, P1, P2 e P4 foram, respectivamente, 0, 45, 90 e 180. A produo das seringueiras, que obtida atravs da sangria das plantas, iniciada somente quando 75% das plantas atingem 45 centmetros de circunferncia do caule. Assim sendo, a espessura do caule das seringueiras, que at o segundo ano era avaliada atravs do dimetro do caule, passou a ser avaliada atravs da circunferncia do caule a 1,30 m acima do caule da enxertia. A anlise de varincia apresentada na tabela 4 mostra que h efeito significativo, a 1% de probabilidade, para os tratamentos e todas as combinaes envolvendo o fsforo. Os valores positivos das estimativas dos contrastes Y1, Y2, Y3 e Y4, apresentados na tabela 3, mostram que os tratamentos que contm o fsforo promoveram maior desenvolvimento das seringueiras. Ao contrrio das anlises anteriores, na Tabela 3 mostrado o efeito significativo da aplicao isolada do fsforo. Atravs da anlise de regresso polinomial foi verificada a significncia da relao quadrtica entre a circunferncia do caule e as dosagens de fsforo aplicadas. Essa relao foi significativa a 5% no terceiro e quarto anos e 1%

Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea Brasiliensis Muell. Arg.)

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para os demais. Obtidas as equaes matemticas que explicam as relaes funcionais entre as variveis estudadas e os nveis testados, atravs das derivadas parciais foram calculadas as quantidades de fsforo, para cada ano, que fornece o mximo crescimento da circunferncia do caule das seringueiras. Esses valores em g/planta de P2O5, para o terceiro, quarto, quinto, sexto e stimo anos, respectivamente, so os seguintes: 85, 113, 130, 116 e 120. O conhecimento sobre as exigncias nutricionais da seringueira na fase de desenvolvimento ainda incipiente no Brasil, e na Amaznia insignificante, no existem mais que dez experimentos com essa finalidade. Um dos primeiros estudos sobre a adubao de seringal em formao foi conduzido por REIS (1979) em Latossolo Vermelho-amarelo na regio Sul da Bahia. Nesse estudo o autor encontrou respostas significativas aplicao de fsforo e verificou que as dosagens de P2O5 que promovem o mximo desenvolvimento da circunferncia do caule no segundo, terceiro e quarto ano, foram respectivamente, 26, 45 e 112 kg/ha.

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Tabela 3. Anlise de varincia, regresso por polinmios ortogonais e comparao dos tratamentos atravs de contrates ortogonais.Testes aplicados s variveis coletadas em seringueiras de 3 a 7 anos de idade

Circunferncia do caule em centmetro3o

ano

4o ano

5o ano

6o ano

7o ano 1683,694 ** 580,382 ** 521,483 ** 385,725 ** 84,760 ** 341,558 383,887 2409,13 9 7,22% 193,313 123,118 ** 68,425 ** 46,524

FONTE DE VARIAOTratamento Efeito NPKMg ANLISE DE VARINCIA Efeito NPK Efeito PK Efeito P Bloco Erro Total

GL

SOMA DE QUADRADOS243,331 ** 53,820 ** 44,180 ** 39,560 ** 4,805 * 38,511 57,057 338,899 6,94% 7,592 0,505 5,887 * 1,200 10,412 9,234 27,239 5,98% 5,187 ** 4,700 ** 4,447 ** 1,550 444,267 ** 127,201 ** 104,473 ** 85,805 ** 10,125 * 54,118 81,343 579,728 6,61% 13,382 4,063 8,137 * 1,181 22,652 17,366 53,399 6,47% 7,975 ** 7,227 ** 6,550 ** 2,250 * 859,025 ** 286,801 ** 232,201 ** 162,901 ** 67,280 ** 127,496 179,389 1165,910 7,76% 81,687 44,691 ** 36,429 ** 0,567 37,722 17,607 137,017 5,16% 11,975 ** 10,775 ** 9,025 ** 5,800 ** 1227,405 ** 410,411 ** 310,005 ** 227,911 ** 82,561 ** 263,698 198,784 1689,887 6,36% 104,522 57,216 ** 45,329 ** 1,978 55,452 8,168 18,802 69,767 178,777 27,978 4,20% 14,325 ** 12,450 ** 10,675 ** 6,425 ** 4,21% 17,035 ** 16,147 ** 13,887 ** 6,510 **

15 1 1 1 1 3 45 63 Coeficiente de variao

Doses de P Reg, Linear REGRESSO Reg, Quadrtica Reg, Cbica Bloco Desvio de Regresso Total

3 1 1 1 3 9 15 Coeficiente de variao

EFEITO TESTADOCONTRASTES N P K Mg NPK PK P

DESCRIOY1 = T03 - T14 Y2 = T11 - T14 Y3 = T16 - T14 Y4 = T03 - T05

VALOR ESTIMADO DO CONTRASTE

* Significativo a 5 % de probabilidade

** Significativo a 1 % de probabilidade

No Estado do Par, BERNIZ (1987), encontrou resposta linear a aplicao de fsforo nas seguintes dosagens de P2O5: 60, 70 e 200 kg/ha, respectivamente, no segundo, terceiro e quarto anos. De forma semelhante, VIEGAS et. al. (1992), encontraram resposta linear aplicao do fsforo at o quinto ano de cultivo e do sexto ao nono, as respostas foram quadrticas. Nesse estudo as melhores dosagens de P2O5 foram, respectivamente, 134, 130 e 115 kg/ha.

Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea Brasiliensis Muell. Arg.)

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Em solos de cerrado, no Estado de Gois, PEREIRA, et. al. (2000), encontrou resposta da seringueira aplicao de fsforo. A dose que promoveu crescimento mximo da circunferncia do caule, no perodo de quatro a seis anos aps o plantio, foi 81 kg/ha de P2O5. Transformando os dados obtidos neste trabalho de g/planta para kg/ha, verificamos que as dosagens de P2O5 que promoveram o desenvolvimento mximo da circunferncia do caule no terceiro, quarto, quinto, sexto e stimo anos, foram 43, 56, 65, 58, e 60 kg/ha, respectivamente. Comparando os resultados desse trabalho com os obtidos em outras regies do Brasil, verifica-se que as quantidades de fsforo necessrias ao estabelecimento do seringal de cultivo no Amap so menores.

20

Circunferncia (cm) aos 3 anos

19 18 17 16 15 14 13 12 11 0 45 90 135 180

y =16,04 + 0,034 - 0,0002 x R2

2

= 0,84 *

Quantidade de P2O5 (g/planta)

Fig. 7- Efeitos das doses de fsforo sobre o aumento da circunferncia do caule das seringueiras no terceiro ano aps o plantio.

Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea Brasiliensis Muell. Arg.)

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Cir cu nfe r nci a (c m) ao s4 an os

24

22

20

18

16

y = 20,06 + 0,045 x - 0,0002 R = 0,91 *2

2

14

12 0 45 90 135 180

Quantidade de P 2 O5 (g/planta)

Fig. 8 Efeitos das doses de fsforo sobre o aumento da circunferncia do caule das seringueiras no quarto ano aps o plantio.

Cir cu nfe r nci a (c m) ao s5 an os

30 28 26 24 22 20

y =23,43 + 0,104 x - 0,0004 x R2 = 0,99 * *18 16 0 45 90 135

2

180

Quantidade de P 2O5 (g/planta)

Fig. 9 - Efeitos de doses de fsforo sobre a circunferncia do caule da seringueira no quinto ano aps o plantio.

Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea Brasiliensis Muell. Arg.)

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40

Circunferncia (cm) aos 6 anos

38 36 34 32 30 28 26 24 22 20 18 0 45 90 135 180

y =30,28 + 0,116 x -0,0005 x 2

R

2

= 0,98

**

) Quantidade de P2O5 (g/planta)

Fig.10 - Efeitos de doses de fsforo sobre a circunferncia do caule da seringueira no sexto ano aps o plantio.

100

Stand (%) 4 anos aps o plantio

90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 0 20 40 60 80 2

y =37,99 +2,027 - 0,018 x R 2 = 0,96* *

Quantidade de K2 O (g/planta)

Fig.11- Efeitos de doses de fsforo sobre a circunferncia do caule da seringueira no stimo ano de cultivo.

Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea Brasiliensis Muell. Arg.)

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ConclusesA adubao de instalao de um seringal com adubos orgnicos e fertilizantes fosfatados pode suprir a necessidade da planta. A aplicao de fsforo reduz em dois anos aproximadamente, o perodo de imaturidade das plantas de seringueira, nas condies do Amap. A seringueira no responde aplicao de fsforo nos dois anos iniciais de plantio, nas condies edafoclimticas do Amap e, portanto, a aplicao de adubos fosfatados pode ser feita a partir do terceiro ano em diante. O desenvolvimento mximo da circunferncia do caule da seringueira nas condies ecolgicas do Amap, promovido pela adubao fosfatada no terceiro, quarto, quinto, sexto e stimo anos aps o plantio nas dosagens 43 kg P2O5/ha, 56 kg P2O5/ha, 65 kg P2O5/ha, 58 kg P2O5/ha e 60 kg P2O5/ha, respectivamente.

Referncias bibliogrficasBERNIZ, J.M.J. Influncia do nitrognio fsforo e potssio em seringueira jovem (Hervea brasiliensis Muell Arg.) Viosa: UFV, 1987. (UFV - Tese de Doutorado). 9p. EMBRAPA. Relatrio tcnico anual da UEPAT/MACAP. Macap, 1985. 70p. FALESI, I.C.; BASTOS, T. X. & MORAES, V. H. F. Zoneamento agrcola da Amaznia. Belm: IPEAN, 1972. (IPEAN. Boletim Tcnico, 54). 153p. GONALVES, P.de S.; ROSSETTI, A. G.; VALOIS, A. C. C.; VIEGAS, I. de J. Estimativas de correlaes genticas e fenotpicas de alguns caracteres quantitativos em clones jovens de seringueira. Brazilian Journal of Genetics, v.2, n.1, p.95107,1984. HAAG, H. P.; DECHEN, A.R.;SARRUGE, J.R.; GUERRINI, I.A.; WEBER, H.; & TENRIO, Z. Nutrio mineral da seringueira: macha de absoro de nutrientes. Campinas: Fundao Cargil, 1982. 86p. MONTGOMERY, D.C, Design and Analysis of Experiments. John Wiley & Sons, 1991. 3 ed. 650p. NOGUEIRA, I. R. Mtodo geral para obteno de tabelas de polinmios ortogonais. Revista de Agricultura de Piracicaba, So Paulo: 53(4), p. 269-279, 1978. PEREIRA, V. A. Doses de NPK para formao de seringais em solos de cerrado. 8p, 2000 (INTERNET: www.borrachanatural.agr.br).

Efeito da Aplicao do Fsforo no Desenvolvimento da Seringueira (Hevea Brasiliensis Muell. Arg.)

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REIS, E.L. Efeito do nitrognio, fsforo e potssio no desenvolvimento da seringueira (Hevea brasiliensis Muell. Arg) no sul do Estado do Bahia. Piracicaba: ESALQ, 1979. (ESALQ - Dissertao de Mestrado). 61p. EMBRAPA. Reunio de zoneamento agrcola para o plantio da seringueira, 1979. Manaus, 1979.( Embrapa CNPSO. Relatrio). 18p. SHORROCKS, Y.M. Mineral nutrition growth and nutrient cycle of Hevea brasiliensis. I. Growth and nutrient content. Journal of the Rubber Research Institute of Malaya, Kuala Lumpur, v.19, p. 32-47, 1965. SILVEIRA, J. A. G. da. In: Nutrio e Adubao de Seringueira no Brasil. Coord. Henrique Paulo Haag. Campinas: Fundao Cargill, 1983. 116p. VIGAS, I de J.M. Doses de nitrognio, fsforo e potssio no desenvolvimento da seringueira (Hevea brasiliensis Muell Arg.) em latossolo amarelo textura mdia. Boletim da Faculdade de Cincias Agrrias do Par, Tracateua, PA., v.16, p.81-103, 1987. VIGAS, I. de J.M. Resposta da seringueira aplicao de nitrognio, fsforo e potssio em latossolo amarelo textura mdia. Belm do Par: CPATU, 1992. (Embrapa CPATU. Boletim de Pesquisa, 125). 34p.

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