EDUCASUL 200823 a 26 de julho de 2008 – Florianópolis-SC

MEUS OITO ANOSCasemiro de Abreu

Oh ! Que saudades que tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais !Que amor, que sonhos, que flores,Naquelas tardes fagueiras,À sombra das bananeiras,Debaixo dos laranjais !

Como são belos os diasDo despontar da existência !- Respira a alma inocênciaComo perfumes a flor;O mar é - lago sereno,O céu - um manto azulado,O mundo - um sonho dourado,A vida - um hino d'amor !

Que auroras, que sol, que vida,Que noites de melodiaNaquela doce alegria,Naquele ingênuo folgar !O céu bordado d'estrelas,A terra de aromas cheia,As ondas beijando a areiaE a lua beijando o mar !

Oh ! dias da minha infância !Oh ! meu céu de primavera !Que doce a vida não eraNessa risonha manhã !Em vez das mágoas de agora,Eu tinha nessas delíciasDe minha mãe as caríciasE beijos de minha irmã !

CONTINUAÇÃO...

Livre filho das montanhas,Eu ia bem satisfeito,Da camisa aberta o peito,- Pés descalços, braços nus -Correndo pelas campinasÀ roda das cachoeiras,Atrás das asas ligeirasDas borboletas azuis !

Naqueles tempos ditososIa colher as pitangas,Trepava a tirar as mangas,Brincava à beira do mar;Rezava às Ave-Marias,Achava o céu sempre lindo,Adormecia sorrindoE despertava a cantar !

...E A ESTRUTURA DA POESIA?

Oh ! Que saudades que tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais !Que amor, que sonhos, que flores,Naquelas tardes fagueiras,À sombra das bananeiras,Debaixo dos laranjais !

“Quando olhamos pela janela vemos através dela, vemos a rua...

Ter consciência fonológica é olhar para a vidraça da janela” (Moreno)

É a consciência dos sons que compõem as palavras que ouvimos e falamos (Cardoso-Martins, 1991).

Permite a identificação de rimas, de palavras que começam ou terminam com os mesmos sons e de fonemas que podem ser manipulados para a criação de novas palavras.

A consciência fonológica relaciona-se com a escrita de forma recíproca:

CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

ESCRITA

PALAVRA SÍLABICO

INTRA-SILÁBICO FONÊMICO

PALAVRA

Ter consciência de que as palavras compõem as frases.

Ex.: Ana sabe andar de bicicleta.

Sílaba: ter consciência de que as palavras são formadas de sílabas.

Ex.: BI – CI – CLE - TA

Ter consciência de segmentos ainda menores que a sílaba (rima e aliteração)

Ex.: Rima: BOLA – ESCOLA Aliteração: A – VIÃO

Ter consciência da parte da palavra que vai da vogal tônica até o final.

Ex.: ESCOLA – COLA – VIOLA – ARGOLA LIMÃO – SABÃO – VIOLÃO - MÃO

Ter consciência da parte inicial das palavras.

Ex.: ABELHA – AVIÃO IGREJA – ÍNDIO FOGO - FACA

Ter consciência de que há segmentos ainda menores – os fonemas

Ex.: s – a – p – o

Este é o nível mais complexo da consciência fonológica, geralmente a

criança já está com a hipótese alfabética de escrita.

TAREFAS

Simples: quando a tarefa é seguida de uma resposta e só há uma operação a fazer.

Ex.: Retire o pedaço SOL de SOLDADOResp.: DADO.

TAREFAS

Complexa: há duas operações a fazer: a primeira é realizada e seu resultado guardado na memória, enquanto é realizada a segunda operação.

Ex.: Retire /m/ de MOLA e substitua por /s/Resp.: SOLA

TIPO DE TAREFAS

Segmentar; Unir; Substituir; Identificar; Produzir; Transpor; Inverter.

Níveis de CF X psicogênese

Cada hipótese de escrita está relacionada ao nível de consciência fonológica da criança

Se a criança está pré-silábica, é provável que ainda não esteja com nível silábico de CF bem desenvolvido;

Níveis de CF X psicogênese

Se a criança está na hipótese silábica de escrita, provavelmente esteja com o nível silábico mais desenvolvido;

Se a criança está alfabética, já compreendeu a relação letra-som e já está com o nível fonêmico de CF mais avançado.

anafono@pop.com.br