educação musical - da teoria à prática

Upload: cassius-bonfim

Post on 05-Apr-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    1/46

    ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAO DE LEIRIA

    Educao de Infncia2001/2002

    EDUCAO MUSICALDA TEORIA PRTICA

    Ana AntunesIsabel Almeida

    Orientador: Professor Miguel Oliveira

    Maio de 2002

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    2/46

    AGRADECIMENTOS

    Cabe-nos deixar, aqui, expresso o agradecimento ao Prof. Miguel Oliveira, pela

    orientao prestada no decorrer deste trabalho.

    No entanto, justo e oportuno fazer um agradecimento Professora Sandrine

    Milhano, pelos esclarecimentos que possibilitaram o arranque do estudo.

    Deixamos aqui o reconhecimento Maestrina Maria Joo Veloso pelas

    informaes e documentos fornecidos .

    No podemos deixar de salientar e agradecer a cooperao de todos os

    inquiridos, peas fundamentais para a realizao deste trabalho.

    Por ltimo um agradecimento especial s nossas famlias pelo apoio prestado

    quer a nvel psicolgico quer a nvel financeiro, tendo sido elas o nosso porto seguro

    em momentos menos positivos.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    3/46

    RESUMO

    Este estudo procurou investigar qual a correspondncia entre as opes

    tericas dos educadores de infncia tendo por base as Orientaes Curriculares para a

    Educao Pr-Escolar, ao nvel da Expresso Musical, e as suas prticas educativas

    nos concelhos de Bombarral e bidos. Teve em conta dois objectivos, verificar qual

    dos concelhos apresenta maior correspondncia entre a teoria e a prtica e verificar

    qual desenvolve uma prtica mais equilibrada ao nvel dos cinco eixos da Educao

    Musical, definidos pelas Orientaes Curriculares para a Educao Pr-Escolar.

    Foram distribudos inquritos por questionrio a quinze educadores de infncia

    de cada um dos concelhos, inquritos esses que faziam confrontar as opes tericas

    com as prticas desenvolvidas, de uma forma dissimulada.

    Na anlise dos dados foi usada a comparao por mtodo estatstico tendo-se

    verificado que o concelho de Bombarral, alm de apresentar uma maior

    correspondncia que o concelho de bidos entre as opes tericas dos educadores

    de infncia e as suas prticas, apresenta tambm um valor menor de discrepncia

    entre os eixos da Educao Musical em estudo.

    Os resultados interpretados sugerem que os educadores de infncia do

    Concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica mais coerente e equilibrada do que

    os do concelho de bidos.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    4/46

    INDCE

    Introduo

    Parte I Enquadramento terico

    Cap. I Conceito de Educao Musical

    Cap. II O Ensino da Msica

    2.1 Perspectiva Histrica do Ensino da Msica em Portugal

    2.2 Pedagogias Activas do Ensino da Msica

    Cap. III Expresso Musical no Pr-Escolar

    3.1 A importncia da Expresso Musical no Pr-Escolar

    3.2 Desenvolvimento Musical das Crianas em Idade Pr-Escolar

    Cap. IV O Papel do Educador

    Cap. V Orientaes Curriculares para a Educao Pr-Escolar

    Parte II Metodologia

    Parte III Resultados

    Cap. I Apresentao dos resultados

    Cap. II Anlise e discusso dos resultados

    Concluso

    Bibliografia

    Anexos

    Anexo I Apresentao do Inqurito por Questionrio

    Anexo II Grficos

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    5/46

    INTRODUO

    A Educao Pr-Escolar definida pela Lei-Quadro da Educao Pr-Escolar

    como a primeira etapa da educao bsica no processo de educao ao longo da

    vida1.

    Considerando que esta a fase por excelncia para introduzir e desenvolver a

    Educao Musical, pois No podemos corrigir a perda de oportunidades sofrida por

    uma criana durante a fase em que os fundamentos da aprendizagem esto a ser

    estabelecidos...2, optou-se por desenvolver um estudo que abordasse a forma como

    esta est a ser dinamizada na Educao Pr-Escolar. Esta opo teve em conta

    interesses pessoais, e observaes realizadas durante a Prtica Pedaggica que

    revelaram algumas deficincias a nvel do desenvolvimento coerente e adequado da

    Educao Musical.

    Pretende o presente estudo determinar qual a correspondncia entre as opes

    tericas dos educadores de infncia tendo por base as Orientaes Curriculares para a

    Educao Pr-Escolar, ao nvel da Expresso Musical, e as suas prticas educativas

    nos concelhos de Bombarral e bidos.

    Ao estabelecer-se uma relao entre as opes tericas e a prtica dos

    educadores de infncia poder-se- compreender de que forma a abordagem

    Educao Musical realizada nas Instituies Pr-Escolares dos dois concelhos.

    So ento objectivos deste estudo: verificar qual dos concelhos apresenta maior

    correspondncia entre a teoria e a prtica e verificar qual dos concelhos desenvolve

    1in SILVA, M. Isabel Ramos; (1997); Orientaes Curriculares para a Educao Pr-Escolar; p. 15.2in GORDON, Edwin E.; (2000); Teoria de Aprendizagem Musical; p. 305.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    6/46

    uma prtica mais equilibrada ao nvel dos cinco eixos da Educao Musical, definidos

    pelas Orientaes Curriculares para a Educao Pr-Escolar.

    O presente trabalho encontra-se dividido em trs partes, sendo a primeira

    relativa ao Enquadramento Terico do objecto de estudo, onde se abordam aspectos

    como o conceito de Educao Musical, o ensino da msica e a Expresso Musical no

    Pr-Escolar. Numa segunda parte apresenta-se a Metodologia escolhida definindo-se

    aspectos como o tipo de estudo que foi desenvolvido, a populao sobre a qual incidiu

    o estudo, as hipteses, operacionalizam-se as variveis e apresentam-se os

    instrumentos de recolha de dados e a forma como estes sero tratados.

    Na terceira parte, a dos Resultados, estes so descritos e analisados.

    Por ltimo apresentam-se as concluses a que foi possvel chegar com a

    concretizao do estudo.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    7/46

    PARTE I

    ENQUADRAMENTO TERICO

    I

    CONCEITO DE EDUCAO MUSICAL

    Para se compreender qual o significado que a designao Educao Musical

    transporta mostra-se necessrio compreender em primeiro lugar o que afinal a

    msica.

    A msica uma linguagem organizada pelo ritmo, a melodia e a harmonia, que

    desperta no seu ouvinte uma resposta emocional, tem um carcter universal e exprime

    a vida humana sensvel e criadora. (HOHMANN e WEIKART: 1997, p. 657)

    Para Walter Sessions msica ...o movimento controlado do som no tempo...

    feita por humanos que a querem, apreciam e at a amam3. Na perspectiva de

    Schoenberg a msica ...uma sucesso e combinao de tons, organizados de tal

    forma que deixam uma impresso agradvel no ouvido, e a sua impresso na

    inteligncia compreensvel (...) Estas impresses tm o poder de influenciar partes

    ocultas da nossa alma e das nossas esferas sentimentais.4

    Tendo por referncia o que significa a msica o conceito de Educao Musical,

    tem sido alvo de interpretaes diferentes com a evoluo dos tempos. Se por um lado

    chegou a ser interpretado como a simples prtica de ensinar msica, hoje a sua

    interpretao confere-lhe um sentido mais amplo e interdisciplinar.

    3In HOHMANN, Mary; WEIKART, David P.; (1997); Educar a Criana; p.6574id

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    8/46

    A Educao Musical vista nos dias de hoje como algo que se leva criana,

    que lhe proporcionado e que a atrai pelo interesse das suas inmeras actividades.

    No procura formar profissionais, nem colocar as crianas ao servio da arte mas pelo

    contrrio pretende colocar a arte ao servio das crianas.

    Actualmente debate-se a dualidade entre Educao e Expresso, Herbet Read

    define essa dualidade referindo que a educao o cultivo de modos de expresso5.

    No desenrolar deste trabalho podero ser encontradas as duas designaes, Educao

    Musical e Expresso Musical, referindo-se a primeira, s aprendizagens realizadas ao

    longo da vida e a segunda s relativas educao Pr-Escolar.

    5in SANTOS, Arquimedes; (1989); Mediaes Artistico-Pedaggicas; p.51.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    9/46

    II

    OENSINO DA MSICA

    2.1-PERSPECTIVA HISTRICA DO ENSINO DA MSICA EM PORTUGAL

    Em Portugal semelhana do resto da Europa, at ao sc. XVIII, a msica

    religiosa ocupava um lugar importante sendo a igreja, ou as instituies ligadas

    igreja, que promoviam o ensino da msica, geralmente com o objectivo de

    aperfeioamento tcnico dos que cantavam nos servios religiosos.

    No sculo XV os prncipes das casa de Avis promoveram uma prtica intensa de

    msica polifnica religiosa na corte, fundando capelas, contratando capeles, cantores

    e moos de coro.

    Pensa-se que no decorrer do sculo XVI, que existiu nas escolas das Ss do

    Porto, Viseu e Elvas um ensino regular de msica polifnica. s crianas dotadas, a

    partir dos oito anos, era ministrada uma boa formao musical em escolas que

    funcionavam na S de vora e no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra podendo estas

    seguir a carreira de msicos profissionais.

    Em 1542 foi fundado o primeiro colgio da Companhia de Jesus, os jesutas

    puseram durante algum tempo a prtica e o ensino da msica, ao seu servio,

    reconhecendo a sua capacidade de atrair audincias que pretendiam evangelizar.

    No ano de 1713, D. Joo V fundou um seminrio especializado em garantir um

    ensino adequado da msica aos jovens, transferido posteriormente para o convento de

    S. Francisco com o nome de Seminrio da S Patriarcal, onde eram admitidas crianas

    musicalmente dotadas com idades at aos 8 anos.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    10/46

    J no sculo XIX , com incio do regime liberal, o seminrio foi extinto tendo o

    ensino da msica passado a ser ministrado na Casa Pia numa dependncia a que se

    chamou Conservatrio de Msica tendo como primeiro director Joo Domingo

    Bomtempo. Um ano depois foi criado o conservatrio geral da Arte Dramtica tendo

    por director Almeida Garret, o conservatrio da Casa Pia foi incorporado na mesma

    instituio tendo-se criado o, ainda hoje existente, Conservatrio Nacional.

    A educao musical no ensino oficial teve como antecedente o ensino e a

    prtica coral, integrados no currculo das escolas primrias em 1878.

    O grande impulsionador do desenvolvimento do canto coral nas escolas foi o

    Padre Toms Borba, professor de msica e canto da Escola Primria de Lisboa. Este

    introduziu uma nova pedagogia de educao musical em Portugal, para alm do

    impulsionar do canto coral e de defender que uma boa formao devia passar pelas

    canes didcticas praticadas nas aulas, este comps obras que lhe permitiram o

    desenvolvimento dessas mesmas actividades.

    2.2 - PEDAGOGIAS ACTIVAS DO ENSINO DA MSICA

    Com o incio do sculo XX, os mtodos tericos e intelectuais do ensino da

    msica, utilizados at ento, deram lugar emergncia de uma pedagogia centrada na

    criana, tendo em conta o seu desenvolvimento e interesses. Esta mudana da filosofia

    educativa deveu-se ao paralelo desenvolvimento da psicologia infantil, que possibilitou

    um maior conhecimento da criana como ser dotado de caractersticas e necessidades

    especificas inerentes ao seu desenvolvimento.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    11/46

    Deste modo surgem, na educao, os mtodos da pedagogia activa, que ao

    nvel da educao musical giram em torno de dois ideais, o primeiro o de que a

    educao baseada na actividade da criana e o segundo de que a Educao Musical

    acessvel a todos.

    Vrios foram os pedagogos que ao longo do sculo procuraram desenvolver um

    mtodo de ensino da msica mais prximo da criana.

    Jacques Dalcroze, considerado o pioneiro dos mtodos activos, desenvolveu um

    mtodo rtmico conhecido como Rtmica Dalcroze. Este mtodo ocupa-se

    essencialmente da relao entre a msica e o indivduo, uma vez que o seu autor

    defende o princpio que a sensibilidade musical se constri na experincia da pessoa e

    na sua relao com o meio.

    Apontando o movimento e a voz como os primeiros instrumentos musicais que a

    criana possui Dalcroze baseou a sua metodologia nos ritmos naturais do corpo

    humano, ritmos esses que relacionou com os ritmos musicais e com as capacidades

    criativas da criana. Deste modo a Rtmica Dalcroze foi constituda sob trs elementos

    essenciais, a msica, o movimento e a coordenao. (AMADO: 1999; p. 40)

    Este mtodo desenvolve capacidades auditivas e motoras, a memria e a

    concentrao, educa a sensibilidade e a espontaneidade e estimula a criatividade, em

    suma fornece um desenvolvimento harmonioso das faculdades sensoriais, afectivas e

    mentais. Representa um equilbrio entre o nvel corporal e o mental.

    um mtodo de Educao Musical considerado um mtodo musical de

    educao.

    A voz foi para Zoltan Kdaly (1882/1967) a base do seu trabalho pedaggico.

    Usualmente encontra-se atribuda a designao de mtodo, aos seus ideais sobre

    educao musical no entanto Kodly no criou nenhum processo metodolgico do

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    12/46

    ensino da msica formulou sim princpios educativos. Estes princpios foram

    transformados, articulados e postos em prtica aps o compositor se direccionar para a

    pedagogia musical.

    Kodly lutou sobre o lema Let Music belong to everyone! para que a musica

    fizesse parte do currculo escolar, defendendo que esta uma parte indispensvel do

    conhecimento humano. Segundo este principio a educao musical dever iniciar-se o

    mais cedo possvel, sendo o Jardim de Infncia o momento privilegiado dentro do

    sistema escolar.

    Para kodly o desenvolvimento musical da criana s pode ter sucesso se

    comeado antes dos seis anos, sendo atravs do canto que esta se torna consciente

    dos elementos da msica e desenvolve as suas capacidades e habilidades musicais,

    nomeadamente a capacidade de ouvir e apreciar a msica.

    Edgar Willems (1890/1978) definiu um conjunto de princpios pedaggicos que

    se relacionam, mais do que quaisquer outros, com a psicologia.

    Ao estabelecer uma relao entre a msica, o ser humano e as grandes leis do

    universo, desenvolveu uma metodologia musical centrada em trs elementos da

    msica: o ritmo, a melodia e a harmonia considerando-os como trs aspectos

    diferentes da vida, correspondentes vida fisiolgica, afectiva e mental do homem.

    Tendo por base esta relao Willems atribuiu grande importncia s

    caractersticas naturais do ser humano, a voz e o movimento, definindo em seu torno

    os princpios fundamentais da sua metodologia. Defende assim que a educao

    musical dever-se- iniciar por volta dos trs/quatro anos devendo consistir numa alegre

    prtica musical baseada em canes, experincias rtmicas e auditivas que possibilitem

    criana uma descoberta activa do fenmeno musical.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    13/46

    Esta primeira etapa estabelece as bases da educao musical precedendo o

    estudo mais abstracto da teoria, valoriza em primeiro lugar a vivncia dos fenmenos

    musicais e s posteriormente a sua consciencializao.

    semelhana de Willems, Carl Orff (1895/1982), tentou aproximar o seu mtodo

    de educao musical Natureza e ao corpo humano. Estabelece no entanto um novo

    rumo pedaggico ao dar maior importncia relao palavra, msica e movimento.

    Orff, cria para as escolas um conjunto de instrumentos de percusso cujos

    movimentos de execuo so semelhantes aos que produzem os ritmos corporais. O

    seu mtodo de ensino da msica leva as crianas a expressarem a sua criatividade

    atravs desses instrumentos de percusso, inicialmente produzindo rudos muito

    simples e depois exploses que se tornam cada vez mais elaboradas.

    Este jogo rtmico conduz rapidamente associao de gestos e ritmos simples

    que mais tarde sero agrupados antes que as crianas tenham a noo de como ler ou

    escrever msica. Denota-se uma valorizao do ritmo em detrimento da harmonia.

    A metodologia de Carl Orff ainda hoje aplicada em jardins de infncia e

    escolas primrias do mundo inteiro.

    Maurice Martenot (1898/1980) criou um instrumento musical denominado Ondes

    Martenot, para o qual desenvolveu um mtodo de aprendizagem baseado na escuta

    das pulses internas do ser humano. Deste modo a sua pedagogia assenta no

    desenvolvimento do sentido rtmico e da educao auditiva.

    De acordo com o seu criador o mtodo deve ser introduzido no Jardim de

    Infncia, por volta dos trs anos, atravs de canes cantadas com e para as crianas.

    Atribui deste modo maior importncia aquisio do sentido rtmico, educao da

    voz e do ouvido do que aprendizagem instrumental.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    14/46

    Para Martenot importa educar o aparelho vocal uma vez que considera que o

    desenvolvimento rtmico e meldico no mais do que uma representao mental dos

    movimentos musculares desse mesmo aparelho.

    No que diz respeito leitura de partituras a aprendizagem das notas, esta

    desenrola-se em trs etapas: a imitao, o reconhecimento e a execuo do canto.

    Na dcada de setenta, John Paynter, defendeu, a importncia da criatividade na

    educao musical. A sua pedagogia traduz uma nova ideologia, na medida em que, se

    baseia no principio de que os professores de msica devem procurar conhecer outras

    reas de expresso artstica, tal como os professores dessas reas devero incluir a

    msica nas suas prticas.

    Keith Swanwick, um dos mais importantes tericos do nosso tempo, vem

    acrescentar s teorias clssicas de desenvolvimento, ideias originais, fundamentadas

    na sua prtica docente e no seu trabalho de pesquisa. Cria uma teoria, denominada

    Teoria Espiral, baseada nas ideias de Piaget, ou seja, de que o conhecimento se

    processa por etapas sucessivas e construdo pelo indivduo.

    A partir desta teoria, Swanwick desenvolveu uma pedagogia baseada num

    modelo que identificou como C.L.A.S.P., que em portugus foi traduzido para modelo

    T.E.C.L.A.. O modelo consiste em trabalhar os contedos de forma articulada, para

    favorecer o desenvolvimento cognitivo de forma integral e no fragmentada.

    Deste modo, para uma boa Educao Musical o professor deve, no entender de

    Swanwick, estar atento para no descurar qualquer dos elementos apresentados de

    seguida, resumidos na sigla T.E.C.L.A.:

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    15/46

    Quadro I Explicitao dos Elementos do Modelo T.E.C.L.A.

    T Tcnica (manipulao do instrumento, notao simblica, audio)

    E Execuo(tocar, cantar)

    C Composio (criao, improvisao)L Literatura (histria da msica)

    A Apreciao (reconhecimento de estilos/ forma/ tonalidade/ graus)

    Apesar de desenvolver um trabalho direccionado para a livre experimentao de

    materiais sonoros, Swanwick compreende a importncia do universo sociocultural e

    afectivo do educando, deixando claro que a criana deve ser estimulada com msicas

    do seu dia a dia e dos padres musicais da sua cultura. Alertando no entanto para a

    necessidade de ampliar esse repertrio, possibilitando criana o contacto com

    diferentes estilos e gneros de msica.

    Edwin Gordon um dos mais importantes investigadores actuais no domnio da

    psicologia da msica. Considera que as crianas s podem apreciar a msica se a

    compreenderem, referindo que essa compreenso s possvel atravs da

    interiorizao dos sons.

    Criou a palavra audiao para designar a capacidade para ouvir e compreender

    musicalmente quando o som no est fisicamente presente6.

    Desenvolveu uma teoria que leva aprendizagem da msica atravs da prtica,

    definindo cinco capacidades que as crianas devero desenvolver: ouvir, interpretar,

    ler, escrever e criar. Gordon definiu ainda contedos para cada e possveis sequncias

    de objectivos de aprendizagem.

    Os seus estudos mais recentes incidem no desenvolvimento musical de recm

    nascidos e de crianas em idade pr-escolar.

    6 in AMADO Maria Lusa: (1999); O Prazer de Ouvir Msica - sugestes de audies para crianas; p. 52

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    16/46

    III

    EXPRESSO MUSICAL NO PR-ESCOLAR

    3.1 Importncia da Expresso Musical no Pr-Escolar

    Plato defendia que uma educao para a musica era importante na medida em

    que o ritmo e a harmonia encontram o seu caminho at as profundezas da alma qual

    se ligam e com a qual partilham um elevado grau de comunicao.

    A Expresso Musical mostra-se importante na Educao Pr-Escolar na medida

    em que valoriza a necessidade da criana organizar as suas percepes auditivas,

    contribui para cultivar a sensibilidade e imaginao e possibilita o desenvolvimento da

    expresso e da criatividade.

    A msica na idade pr-escolar representa os fundamentos sobre os quais se irconstruir uma futura aprendizagem musical. Estas experincias devem ser integradas

    numa rotina diria, desta forma so desenvolvidas atitudes relacionadas com criao e

    partilha da msica.

    Acredita-se largamente que a msica possui vrios benefcios para a criana

    para alm daqueles dentro do seu domnio. Pensa-se que esses benefcios contribuem

    de forma importante para o desenvolvimento melhorando as habilidades intelectuais,

    motoras e sociais da criana. Este tem sido um aspecto abordado ao longo dos tempos

    disso exemplo o estudo de Hurwitz, Wolff, Bortnick, Kokas de 19757, que consistiu

    em analisar se a existncia de actividades musicais melhorava a performance de leitura

    em crianas do primeiro ano. Para tal foi aplicado o mtodo de aprendizagem de

    7 in Music and Cognitive Achievement; (1997), disponvel em http://pionet.net/~hub7/fetus.htm

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    17/46

    Kodly ao grupo experimental. Aps o estudo verificou-se que esse grupo exibia uma

    maior performance na leitura do que o grupo onde esse tratamento no foi ministrado.

    Este estudo concluiu que a educao musical facilita o desenvolvimento da habilidade

    de leitura.

    Um outro estudo que considerou os efeitos da existncia de actividades

    musicais, na aprendizagem e na criatividade foi o de Mohanty e Hejmadi8.Este estudo

    foi desenvolvido com crianas de quatro e cinco anos, e consistia ao nvel da

    aprendizagem, na aprendizagem dos nomes das partes do corpo e ao nvel da

    criatividade no desenho do corpo com as suas partes constituintes.

    Existiram quatro grupos em estudo, o de controlo, que no desenvolveu

    nenhuma actividade, um em que foram introduzidos os nomes e as funes das vrias

    partes do corpo atravs da instruo verbal, outro onde as instrues verbais eram

    acrescidas da representao dos movimentos e o ltimo em que as instrues eram

    fornecidas atravs de canes e os movimentos eram representados atravs da dana.

    Verificou-se que o ltimo grupo mostrava um maior desenvolvimento quer no

    nvel da aprendizagem das partes do corpo, quer no da criatividade. A concluso foi

    que o melhoramento das capacidades cognitivas pode resultar de uma variedade de

    experincias educativas mas tendo sido a utilizao da msica o mtodo que se

    mostrou mais eficaz.

    Em suma afirmar-se que a Expresso Musical no Pr-Escolar importante, na

    medida em que facilita o desenvolvimento das capacidades cognitivas, no apenas

    uma suposio mas um dado que tem vindo a ser estudado e comprovado por diversos

    estudos.

    8 in Music and Cognitive Achievement; (1997), disponvel em http://pionet.net/~hub7/fetus.htm

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    18/46

    3.2 Desenvolvimento musical das crianas em idade pr-escolar

    Defendendo que o potencial para a aprendizagem nunca to elevado como

    nos primeiros anos de vida, e que nessa fase que se constrem todos os alicerces

    para o futuro desenvolvimento educativo, Gordon atribui grande responsabilidade aos

    pais e educadores na sua tarefa de orientadores. (GORDON: 2000, pp. 305)

    Dever ter-se em ateno que o processo de aprendizagem musical

    sequencial no se devendo pois exigir respostas musicais especificas por parte das

    crianas quando estas no esto preparadas para as dar, o autor d neste sentido

    grande importncia noo de idade musical.

    Edwin Gordon distingue Audiao Preparatria de Audiao propriamente dita,

    sendo a primeira a fase em que as crianas recebem orientao musical informal

    estruturada e no estruturada, que lhes ir fornecer as bases para a segunda fase, que

    no mais que a educao musical formal.

    O autor diferencia trs tipos de Audiao Preparatria diferentes que por sua vez

    possuem estdios, estdios esses que se sobrepem, podendo a criana passar de um

    para o seguinte sem demostrar externamente que essa mudana est a ocorrer.

    O primeiro tipo de Audiao definido a Aculturao, desenrola-se do

    nascimento at aos 2-4 anos e no mais do que a escuta dos sons tentando

    inconscientemente combin-los e organizando-os em padres que permitam criana

    estabelecer uma comunicao. Os estdios da Aculturao so definidos como: a

    Absoro, a Resposta Alienatria e a Resposta Intencional. No primeiro a criana

    posta em contacto com a msica, ela ouve e colecciona os sons, quanto mais o

    ambiente for rico em tonalidades, harmonias e mtricas mais o proveito que ir retirar

    posteriormente. No segundo estdio a criana poder movimentar-se e balbuciar em

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    19/46

    resposta aos sons da msica, mas sem estabelecer relao com os mesmos.

    Relativamente ao terceiro estdio a criana faz uma tentativa de relacionar o

    movimento e o seu balbucio com os sons da msica.

    O segundo tipo de Audiao o da Imitao, pode ir dos 2-4 anos at aos 3-5

    anos e neste estdio que a criana comea a participar conscientemente apesar de

    ainda se concentrar essencialmente no meio que a rodeia. Os estdios da Imitao so

    designados por Abandono do Egocentrismo e Decifragem do Cdigo. No primeiro a

    criana passa a notar a diferena entre aquilo que est a entoar e o que outra pessoa

    executa, consciencializando-se assim que poder estabelecer uma comparao entre o

    que realiza e o que os outros executam. No segundo estdio comea a imitar com

    relativa preciso os sons da msica ambiente, mais especificamente padres tonais e

    rtmicos.

    O terceiro tipo de Audiao o da Assimilao, desenrola-se dos 3-5 anos aos

    4-6 anos onde a criana comea a participar concentrada em si prpria. Os estdios da

    Assimilao so conhecidos por: Introspeco e Coordenao. No primeiro a criana

    toma conscincia da forma como usa os msculos em coordenao com o acto de

    cantar padres tonais e a respirao em coordenao com a entoao de padres

    rtmicos. No segundo estdio a criana aprende a um nvel consciente a coordenar com

    alguma preciso o seu canto de padres tonais com o seu movimento muscular e a sua

    entoao de padres rtmicos com a sua respirao.

    S adquirindo estas capacidades as crianas sero capazes de desfrutar melhor

    a msica e aprender a executar com preciso, usando a voz ou um instrumento

    musical.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    20/46

    Swanwick e Tillman desenvolveram um modelo em espiral que traduz o

    desenvolvimento musical das crianas no decorrer das idades escolares. Estes

    sugerem que a criana atravessa quatro estgios de desenvolvimento musical,

    nomeadamente o estgio do Domnio, da Imitao, do Jogo Simblico e da

    Metacognio, que por sua vez se subdividem em oito modos de acordo com o

    apresentado na figura 1. (SWANWICK: 1991; pg. 85)

    As crianas em idade Pr-Escolar passam pelos Estdios do Domnio e da

    Imitao. O primeiro divide-se em Modo Sensorial e Modo Manipulativo. O Modo

    Sensorial caracteriza-se pela resposta directa, da criana, ao som e ao timbre, atraco

    pelos contrastes de intensidade forte e fraco, produo de sons de forma imprevisvel e

    irregular. O Modo Manipulativo, caracteriza-se pelo interesse das crianas pela

    manipulao de instrumentos, comeando estas a organizar o tempo e o compasso,

    produzem composies sonoras confusas uma vez que se encontram numa fase de

    experimentao.

    No Estdio da Imitao, encontramos o Modo de Expressividade Pessoal e o

    Modo Vernculo. O primeiro caracteriza-se pelo incio do aparecimento da

    expressividade no canto, surgem as mudanas de tempo e dos nveis de altura.

    Nota-se a existncia de produes espontneas que traduzem sentimentos das

    crianas. O Modo Vernculo, caracteriza-se pelo aparecimento nas produes das

    crianas, de figuras meldicas e rtmicas susceptveis de repetio no entanto as

    produes so mais curtas do que as do Modo de Expressividade Pessoal. As crianas

    entram assim na primeira fase de produo musical convencional.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    21/46

    Figura I Modelo espiral do Desenvolvimento Musical de Swanwick e Tillman

    Fonte: SWANWICK, K (1991) : Msica, pensamiento y educacin, pag.85

    Tendo em conta as teorias dos dois pedagogos apresentados visvel a

    convergncia de ambos no que diz respeito aos elementos essenciais do

    desenvolvimento da Expresso Musical na Educao Pr-Escolar. Deste modo ambos

    defendem o desenvolvimento de capacidades como o ouvir ou a audio, o tocar e o

    cantar ou interpretar e executar, e o criar ou a composio. O desenvolvimento do

    movimento relacionado com a msica, est latente, no sendo no entanto evidenciado

    pelos autores.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    22/46

    IV

    PAPEL DO EDUCADOR

    A ideia de existir uma iniciao Educao Musical na Educao Pr-Escolar

    vista como a forma de desenvolver na criana os fundamentos para futuras

    aprendizagens, ou o criar de um gosto e de uma atitude critica perante a msica.

    Os educadores devem aceitar o desafio de educar o pblico. Educar os pais

    sobre qual o valor da msica to importante quanto a educao dada aos filhos. A

    conjugao das duas ir resultar numa compreenso e numa viso mais aberta sobre a

    Educao Musical.

    As actividades pedaggicas ao nvel da Expresso Musical so da competncia

    do educador e pertencendo-lhe a coordenao das mesmas. No h especialista que

    o possa substituir no planeamento de actividades, tendo em conta os interesses das

    suas crianas, no entanto esse facto no impede a cooperao entre educador e

    professores especializados como uma mais valia no processo educativo.Cabe ao educador criar um ambiente que estimule o desenvolvimento da

    capacidade musical da criana e que facilite o seu envolvimento com o material e as

    actividades propostas, questionando e fazendo sugestes que estimulem a criana a

    pensar e a prosseguir a sua explorao.

    Segundo Claparde, o educador deve ...em primeiro lugar concentrar os seus

    esforos de modo a levar a criana a desenvolver uma actividade que lhe seja

    verdadeiramente prpria9.

    9in SANTOS, Arquimedes; (1989); Mediaes Artistico-Pedaggicas; p.50.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    23/46

    essencial que o educador esteja confiante das suas escolhas e aja em

    conformidade com as mesmas, tendo em conta que existem varias formas de interagir

    musicalmente com as crianas, formas essas que afectam o desenvolvimento musical

    das mesmas de modo adequada ou inadequado.

    Reflecte-se assim a importncia de enriquecer e melhorar as suas prprias

    capacidades e conhecimentos musicais, procurando ajuda de forma a adquirir recursos

    musicais adequados ou formao especializada.

    Estes objectivos s podero ser atingidos atravs do esforo de pais,

    professores especializados no ensino da msica e educadores de infncia, s assim

    se desenvolver uma prtica educativa coerente e apropriada Expresso Musical na

    Educao Pr-Escolar.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    24/46

    V

    ORIENTAES CURRICULARES PARA A EDUCAO PR-ESCOLAR

    Nos nossos dias a Educao Pr-Escolar vista como: a primeira etapa da

    educao bsica no processo de educao ao longo da vida10, assim se encontra

    definida nas Orientaes Curriculares para a Educao Pr-Escolar.

    No que concerne Expresso Musical, as orientaes curriculares guiam o

    educador no sentido de que esta dever ser um trabalho de explorao de sons e

    ritmos, que a criana produz e explora espontaneamente e que vai aprendendo a

    identificar e a produzir11.

    Com o intuito de contribuir para uma maior igualdade de oportunidades, as

    Orientaes Curriculares defendem a importncia de uma pedagogia estruturada o que

    implica uma organizao do processo pedaggico, exigindo do educador uma

    planificao do trabalho a realizar e uma avaliao dos processos e dos efeitos sobre o

    desenvolvimento das crianas.

    Ao nvel da Expresso Musical encontra-se uma ramificao de cinco eixos para

    os quais so apresentadas direces que o educador poder seguir no

    desenvolvimento das suas prticas.No eixo relativo ao escutar, d-se importncia explorao de sons que

    podero ser trabalhados atravs de actividades de audio, identificao e reproduo.

    Relativamente ao cantar valoriza-se a relao entre a msica e a palavra,

    estabelecendo-se assim um paralelismo entre o domnio da Expresso Musical e o da

    Linguagem.

    10in SILVA, M. Isabel Ramos; (1997); Orientaes Curriculares para a Educao Pr-Escolar; p. 15.

    11Ib.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    25/46

    No que concerne ao eixo danar, este relaciona-se com o domnio da Expresso

    Motora na medida em que representa a expresso da msica atravs do movimento,

    um dos eixos mais importante para o desenvolvimento da noo de ritmo.

    Relativamente ao eixo de tocar, este tido em conta, no Jardim de Infncia, de

    forma a acompanhar as produes vocais das crianas, recorrendo-se geralmente a

    instrumentos de percusso simples, podendo estes ser construdos pelas mesmas.

    Verifica-se neste aspecto um paralelismo com o domnio da Expresso Plstica.

    Por ltimo o eixo criar est directamente ligado aos eixos, cantar, danar e tocar,

    uma vez que atravs deles que a criana cria uma linguagem que lhe possibilita a

    exteriorizao de sentimentos.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    26/46

    PARTE II

    METODOLOGIA

    Este trabalho representa a descrio de um estudo quantitativo que pretendeu

    determinar a correspondncia entre as opes tericas dos educadores de infncia,

    tendo por base as Orientaes Curriculares para a Educao Pr-Escolar, ao nvel da

    Expresso Musical, e as suas prticas educativas nos concelhos de Bombarral e

    bidos.

    Tendo por base a problemtica seleccionada, delimitou-se o campo de anlise

    aos concelhos de Bombarral e de bidos, tendo sido inquiridos trinta educadores de

    infncia a leccionar nos referidos concelhos, respectivamente quinze de cada. No que

    diz respeito sua seleco esta foi aleatria tendo apenas sido considerado o nmero

    relativo a cada concelho.

    Baseando o estudo nos cinco eixos, da Expresso Musical definidos pelas

    Orientaes Curriculares, formularam-se as seguintes hipteses:

    Quadro II Apresentao das Hipteses

    H.1

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de escutar os

    educadores de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa

    com uma maior correspondncia s suas opes tericas do que os educadores de

    infncia do concelho de bidos

    H. 2

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de escutar os

    educadores de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa

    com uma menor correspondncia s suas opes tericas do que os educadores de

    infncia do concelho de bidos

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    27/46

    H. 3

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de escutar os

    educadores de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa

    com correspondncia, s suas opes tericas, igual dos educadores de infncia do

    concelho de bidos

    H. 4

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de cantar os educadores

    de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa com uma maior

    correspondncia s suas opes tericas do que os educadores de infncia do concelho

    de bidos

    H. 5

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de cantar os educadores

    de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa com uma

    menor correspondncia s suas opes tericas do que os educadores de infncia do

    concelho de bidos

    H. 6

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de cantar os educadores

    de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa com

    correspondncia, s suas opes tericas, igual dos educadores de infncia do

    concelho de bidos

    H. 7

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de danar os

    educadores de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa

    com uma maior correspondncia s suas opes tericas do que os educadores de

    infncia do concelho de bidos

    H. 8

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de danar os

    educadores de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa

    com uma menor correspondncia s suas opes tericas do que os educadores de

    infncia do concelho de bidos

    H. 9

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de danar os

    educadores de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa

    com correspondncia, s suas opes tericas, igual dos educadores de infncia do

    concelho de bidos

    H. 10

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de tocar os educadores

    de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa com uma maior

    correspondncia s suas opes tericas do que os educadores de infncia do concelho

    de bidos

    H. 11

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de tocar os educadores

    de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa com uma

    menor correspondncia s suas opes tericas do que os educadores de infncia do

    concelho de bidos

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    28/46

    H. 12

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de tocar os educadores

    de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa com

    correspondncia, s suas opes tericas, igual dos educadores de infncia do

    concelho de bidos

    H. 13

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de criar os educadores

    de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa com uma maior

    correspondncia s suas opes tericas do que os educadores de infncia do concelho

    de bidos

    H. 14

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de criar os educadores

    de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa com uma

    menor correspondncia s suas opes tericas do que os educadores de infncia do

    concelho de bidos

    H. 15

    Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de criar os educadores

    de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica educativa com

    correspondncia, s suas opes tericas, igual dos educadores de infncia do

    concelho de bidos

    Apesar do nmero de hipteses existe um factor comum que determina a

    relao entre as opes tericas e as prticas educativas dos educadores de infncia,

    ele a localizao geogrfica, sendo deste modo esta a varivel independente.

    O factor observado medida que se altera a varivel independente constitui a

    varivel dependente, no caso das hipteses apresentadas esta a correspondncia

    entre a prtica educativa e as opes tericas dos educadores de infncia.

    A recolha de dados processou-se atravs da aplicao de inquritos por

    questionrio12uma vez que se pretendia colocar um conjunto de questes populao,

    de forma a poder recolher dados relativos sua situao profissional. Tendo em vista a

    verificao das hipteses apresentadas, atravs da anlise das relaes estabelecidas

    nas mesmas este revelou-se o melhor mtodo devido a permitir um tratamento

    quantitativo das informaes recolhidas.

    12 Ver anexo I Referente apresentao do inqurito por questionrio

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    29/46

    No que diz respeito estruturao deste instrumento de recolha de informao,

    este foi dividido em duas partes. A primeira parte consiste na apresentao das

    investigadoras e do tema da investigao, no se menciona no entanto o objectivo da

    mesma tendo em conta que este poderia influenciar as respostas dos inquiridos.

    tambm garantido ao inquirido o seu anonimato.

    A segunda parte do Questionrio divide-se em trs grupos. O primeiro grupo

    subdivide-se em sete questes referentes caracterizao do inquirido, tornando

    possvel deste modo traar o seu perfil profissional. A apresentao das questes

    deste grupo esto sob a forma de listagem devendo o inquirido, em cada uma delas,

    escolher apenas a opo correspondente sua situao.

    O segundo grupo, Expresso Musical no Pr-Escolar representa a abordagem

    terica da problemtica. Este grupo subdivide-se em seis questes, a primeira relativa

    opinio do que dever ser a Expresso Musical no Pr-Escolar e as restantes cinco

    relativas ao cinco eixos essenciais da Expresso Musical definidos pelas Orientaes

    Curriculares para a Educao Pr-Escolar . Neste grupo as questes encontram-se

    apresentadas tambm sob a forma de listagem, devendo no entanto o inquirido

    escolher as duas opes que melhor traduzem a sua opinio.

    O terceiro grupo refere-se s Prticas Educativas no que diz respeito

    Expresso Musical. Tambm este grupo se encontra subdividido em seis questes,

    sendo a primeira referente forma como os educadores de infncia se encontram a

    abordar esta rea nas suas prticas e as restantes cinco relativas s prticas

    especficas de cada um dos eixos da Expresso Musical.

    A primeira questo apresentada sobre a forma de listagem com a possibilidade

    de duas opes, as restantes cinco sobre a forma de seleco de frequncia,

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    30/46

    pretendendo-se deste modo medir a frequncia relativa ao desenvolvimento de

    actividades direccionadas para cada eixo referido.

    O segundo e o terceiro grupo estabelecem entre si uma relao da pergunta dois

    seis de cada um dos grupo, na medida em que se pretende verificar se a opo

    terica seleccionada pelo inquirido, no segundo grupo, corresponde s actividades

    prticas seleccionadas por este no terceiro.

    A entrega dos questionrios foi realizada pessoalmente bem como a sua recolha

    tendo sido assim controlado qualquer factor de possvel extravio dos mesmos.

    O tratamento dos dados recolhidos consistiu na anlise estatstica dos mesmos.

    Quantificou-se as respostas dadas ao primeiro e segundo grupos do Questionrio,

    relacionado-as entre concelhos.

    Tratou-se a correspondncia entre as opes tericas do segundo grupo e as

    actividades prticas do terceiro.

    Para tal analisou-se a frequncia com que os inquiridos desenvolvem

    actividades correspondentes s opes escolhidas. De seguida quantificaram-se os

    dados sobre a forma de percentagem de modo a calcular a mdia aritmtica da

    correspondncia entre as opinies tericas e as actividades prticas em cada um dos

    cinco eixos da expresso musical.

    Aps esse tratamento comparam-se as mdias dos dois concelhos.

    Um outro calculo efectuado foi a diferena entre o eixo da Expresso Musical

    com maior percentagem de equivalncia entre as prticas e as opes tericas, e o

    com menor valor, de forma a verificar o equilbrio da abordagem relativa aos cinco

    eixos para cada concelho.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    31/46

    PARTE III

    RESULTADOS

    I

    APRESENTAO DOS RESULTADOS

    1.1 Caracterizao

    Tendo em conta que a amostra do presente estudo foi seleccionada de forma

    aleatria, foi necessria a recolha de elementos que permitissem uma caracterizao

    dos inquiridos, relativa a cada um dos concelhos, de forma a poder verificar-se a

    equivalncia das variveis externas s em anlise no estudo.

    No que respeita ao sexo13, a totalidade dos inquiridos so do sexo feminino.

    Relativamente ao grau acadmico14, o Concelho de Bombarral apresenta 14 inquiridos

    com o grau de Bacharelato e 1 com grau de Mestrado. Por seu lado o concelho de

    bidos apresenta 11 inquiridos com grau de bacharelato, e 4 com o grau de

    Licenciatura.

    Para o ano de concluso do curso15 deu-se como referncia o ano de 1997,

    tendo em conta que foi neste ano editada a obra Orientaes Curriculares para aEducao Pr-Escolar. O concelho de Bombarral apresenta 14 inquiridos com

    concluso de curso anterior a 1997 e 1 com concluso posterior ao mesmo ano. No

    concelho de bidos 13 inquiridos concluram o curso antes de 1997 e 2 aps esse

    mesmo ano.

    13Ver anexo II Grfico I14 Ver anexo II Grfico II

    15 Ver anexo II Grfico III

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    32/46

    O tempo de experincia profissional16 foi outro aspecto a ser considerado,

    verificou-se no concelho de Bombarral: no existirem inquiridos com experincia

    profissional inferior a 5 anos; existirem 4 com experincia profissional entre os 6 e os

    10 anos; 4 com experincia profissional entre os 11 e os 15 anos; 4 com experincia

    profissional entre os 16 e 20 anos e 3 com experincia superior a 20 anos. No que

    respeita ao concelho de bidos verificou-se a existncia de: 1 inquirido com

    experincia profissional inferior a 5 anos; 4 com experincia profissional entre os 6 e os

    10 anos; 1 com experincia profissional entre os 11 e os 15 anos; 1 com experincia

    profissional entre os 16 e os 20 anos e 8 com experincia profissional superior a 20

    anos.

    Relativamente ao tipo de instituio17 em que os inquiridos desenvolvem as suas

    prticas educativas verificou-se que no concelho de Bombarral 11 encontram-se em

    Instituies Pblicas, 3 em Instituies Particulares de Solidariedade Social e 1 em

    Instituio Privada. Os inquiridos do concelho de bidos distribuem-se, 11 pelas

    Instituies Pblicas, 2 pelas Instituies Particulares de Solidariedade Social e 2 pelas

    Instituies Privadas.

    Tendo em conta os inquiridos que desenvolvem as suas prticas educativas em

    Instituies Pblicas, analisou-se a sua situao na carreira18, tendo-se verificado que

    no concelho de Bombarral 8 pertencem ao Quadro nico, 2 ao Quadro Distrital de

    Vinculao e 1 encontra-se a contrato. No concelho de bidos 8 inquiridos pertencem

    ao Quadro nico, 3 ao Quadro Distrital de Vinculao e no existem inquiridos a

    contrato.

    16

    Ver anexo II Grfico IV17 Ver anexo II Grfico V18Ver anexo II Grfico VI

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    33/46

    A totalidade dos inquiridos no apresenta qualquer tipo de formao musical

    especifica19.

    No concelho de Bombarral 13 inquiridos afirmam ter conhecimento das

    Orientaes Curriculares relativamente ao domnio da Expresso Musical20, enquanto 2

    afirmam no possuir esse mesmo conhecimento. No que diz respeito ao concelho de

    bidos 14 inquiridos afirmam ter conhecimento das Orientaes Curriculares

    relativamente ao domnio da Expresso Musical, enquanto 1 inquirido afirma no ter

    esse conhecimento.

    1.2 Correspondncia entre as opes tericas e as actividades prticas

    escolhidas pelos inquiridos dos dois concelhos

    Para compreender de que forma as actividades prticas correspondem s

    opinies tericas expressas pelos inquiridos sobre o que deveria ser a Expresso

    Musical na Educao Pr-Escolar, analisou-se a frequncia com que estes

    desenvolvem actividades correspondentes a essa mesma opinio, tendo-se

    uniformizado os valores sobre a forma de percentagem e calculado a mdia aritmtica

    para cada um dos eixos da Expresso Musical. Os resultados desta anlise

    encontram-se representados nas tabelas seguintes.

    Leitura das Tabelas:

    Coluna 1 Opo terica

    Coluna 2 Nmero de respostas (em termos de frequncia absoluta)

    Coluna 3 Opo prtica correspondente opo terica da coluna 1

    19 Ver anexo II Grfico VII20 Ver anexo II Grfico VIII

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    34/46

    Coluna 4 Distribuio do nmero de respostas da coluna 2 pela frequncia com que

    desenvolvem a actividade prtica correspondente. (em termos de frequncia relativa)

    Coluna 5 Valores obtidos na coluna 4 uniformizados em percentagem

    Coluna 6 Soma das percentagens relativas correspondncia e no

    correspondncia entre a opo terica e a opo prtica, estando a correspondncia

    assinalada com a cor amarela.

    Abreviaturas Utilizadas nas Tabelas:

    Mf Com Muita Frequncia F Com Frequncia

    Pf Com Pouca Frequncia N - Nunca

    TABELAS RELATIVAS AOS RESULTADOS DO CONCELHO DE BOMBARRAL

    Tabela I - Desenvolvimento da Capacidade de Escutar

    Grupo II Questo 2 Grupo III Questo 2

    AlneaFrequnciaAbsoluta

    AlneaFrequncia

    RelativaPercentagem

    Soma dasPercentagens

    MF 1 25%F 3 75%

    100%

    Pf 0 0%A 4 A

    N 0 0%0%

    Mf 0 0%F 1 16,7% 16,7%

    Pf 5 83,3%B 6 D

    N 0 0%83,3%

    Mf 3 25%F 9 75%

    100%

    Pf 0 0%C 12 B

    N 0 0%0%

    Mf 0 0%F 4 50%

    50%

    Pf 4 50%D 8 E

    N 0 0%50%

    Mdia: X= (100% + 16,7% + 100% +50%) / 4 = 66,7%

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    35/46

    Tabela II - Desenvolvimento da Capacidade de Cantar

    Grupo II Grupo III

    AlneaFrequnciaAbsoluta Alnea

    FrequnciaRelativa Percentagem

    Soma dasPercentagens

    MF 2 28,6%F 2 28,6%

    57,2%

    Pf 2 28,6%A 7 D

    N 1 14,2%36,8%

    Mf 1 20%F 4 80%

    100%

    Pf 0 0%B 5 A

    N 0 0%0%

    Mf 9 64,3%F 2 14,3%

    78,6%

    Pf 3 21,4%C 14 B

    N 0 0%21,4%

    Mf 0 0%F 2 50%

    50%

    Pf 2 50%D 4 E

    N 0 0%50%

    Mdia: X= (57,2% + 100% + 78,6% +50%) / 4 = 60,2%

    Tabela III - Desenvolvimento da Capacidade de Danar

    Grupo II Grupo III

    AlneaFrequnciaAbsoluta

    AlneaFrequncia

    RelativaPercentagem

    Soma dasPercentagens

    MF 3 21,4%F 8 57,2%

    78,6%

    Pf 3 21,4%A 14 A

    N 0 0%21,4%

    Mf 0 0%F 2 66,7%

    66,7%

    Pf 1 33,3%B 3 C

    N 0 0%33,3%

    Mf 0 0%F 8 80%

    80%

    Pf 2 20%C 10 B

    N 0 0%20%

    Mf 1 33,(3)%F 1 33,(3)%

    66,(6)%

    Pf 1 33,(3)%D 3 D

    N 0 0%33,(3)%

    Mdia: X= (78,6% + 66,7% + 80% +66,(6)%) / 4 = 73%

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    36/46

    Tabela IV - Desenvolvimento da Capacidade de Tocar

    Grupo II Grupo III

    Alnea FrequnciaAbsoluta Alnea FrequnciaRelativa Percentagem Soma dasPercentagensMF 2 20%F 5 50%

    70%

    Pf 3 30%A 10 A

    N 0 %30%

    Mf 0 0%F 4 44,4%

    44,4%

    Pf 5 55,6%B 9 C

    N 0 0%55,6%

    Mf 0 0%F 4 80%

    80%

    Pf 1 20%C 5 D

    N 0 0% 20%Mf 1 16,7%F 4 66,6%

    83,3%

    Pf 1 16,7%D 6 E

    N 0 0%16,7%

    Mdia: X= (70% + 44,4% + 80% +83,3%) / 4 = 69,4%

    Tabela V - Desenvolvimento da Capacidade de Criar

    Grupo II Grupo III

    AlneaFrequnciaAbsoluta

    AlneaFrequncia

    RelativaPercentagem

    Soma dasPercentagens

    MF 2 22,2%F 2 22,2%

    44,4%

    Pf 3 33,4%A 9 A

    N 2 22,2%55,6%

    Mf 2 33,3%F 4 66,7%

    100%

    Pf 0 0%B 6 B

    N 0 0%

    0%

    Mf 0 0%F 4 57,1%

    57,1%

    Pf 2 28,6%C 7 E

    N 1 14,3%42,9%

    Mf 1 12,5%F 2 25%

    37,5%

    Pf 3 37,5%D 8 D

    N 2 25%62,5%

    Mdia: X= (44,4% + 100% + 57,1% +37,5%) / 4 = 59,7%

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    37/46

    TABELAS RELATIVAS AOS RESULTADOS DO CONCELHO DE BIDOS

    Tabela VI - Desenvolvimento da Capacidade de Escutar

    Grupo II Questo 2 Grupo III Questo 2

    AlneaFrequnciaAbsoluta

    AlneaFrequncia

    RelativaPercentagem

    Soma dasPercentagens

    MF 6 75%F 2 25%

    100%

    Pf 0 0%A 8 A

    N 0 0%0%

    Mf 0 0%F 0 0%

    0%

    Pf 2 100%B 2 D

    N 0 0%100%

    Mf 1 9,1%F 8 72,7% 81,8%

    Pf 2 18,2%C 11 B

    N 0 0%18,2%

    Mf 0 0%F 5 55,6%

    55,6%

    Pf 3 33,3%D 9 E

    N 1 11,1%44,4%

    Mdia: X= (100% + 0% + 81,8% +55,6%) / 4 = 59,4%

    Tabela VII - Desenvolvimento da Capacidade de CantarGrupo II Grupo III

    AlneaFrequnciaAbsoluta

    AlneaFrequncia

    RelativaPercentagem

    Soma dasPercentagens

    MF 4 44,4%F 4 44,4%

    88,8%

    Pf 1 11,2%A 9 D

    N 0 0%11,2%

    Mf 3 100%F 0 0%

    100%

    Pf 0 0%B 3 A

    N 0 0%0%

    Mf 4 36,4%F 5 45,5%

    81,9%

    Pf 2 18,1%C 11 B

    N 0 0%18,1%

    Mf 0 0%F 5 71,4%

    71,4%

    Pf 2 28,6%D 7 E

    N 0 0%28,6%

    Mdia: X= (88,8% + 100% + 81,9% +71,4%) / 4 = 85,5%

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    38/46

    Tabela VIII - Desenvolvimento da Capacidade de Danar

    Grupo II Grupo III

    Alnea FrequnciaAbsoluta Alnea FrequnciaRelativa Percentagem Soma dasPercentagensMF 4 28,6%F 8 57,1%

    85,7%

    Pf 2 14,3%A 14 A

    N 0 0%14,3%

    Mf 2 66,7%F 1 33,3%

    100%

    Pf 0 0%B 3 C

    N 0 0%0%

    Mf 2 18,1%F 5 45,5%

    63,6%

    Pf 4 36,4%C 11 B

    N 0 0% 36,4%Mf 0 0%F 1 50%

    50%

    Pf 1 50%D 2 D

    N 0 0%50%

    Mdia: X= (85,7% + 100% + 63,6% +50%) / 4 = 74,8%

    Tabela IX - Desenvolvimento da Capacidade de Tocar

    Grupo II Grupo III

    AlneaFrequnciaAbsoluta

    AlneaFrequncia

    RelativaPercentagem

    Soma dasPercentagens

    MF 1 12,5%F 5 75%

    87,5%

    Pf 1 12,5%A 8 A

    N 0 %12,5%

    Mf 0 0%F 3 27,3%

    27,3%

    Pf 8 72,7%B 11 C

    N 0 0%72,7%

    Mf 1 11,2%F 4 44,4%

    55,6%

    Pf 4 44,4%C 9 D

    N 0 0%44,4%

    Mf 0 0%F 2 100%

    100%

    Pf 0 0%D 2 E

    N 0 0%0%

    Mdia: X= (87,5% + 27,3% + 55,6% +100%) / 4 = 67,6%

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    39/46

    Tabela X - Desenvolvimento da Capacidade de Criar

    Grupo II Grupo III

    AlneaFrequnciaAbsoluta

    AlneaFrequncia

    RelativaPercentagem

    Soma dasPercentagens

    MF 0 0%F 1 16,7% 16,7%Pf 5 83,3%

    A 6 A

    N 0 0%83,3%

    Mf 3 25%F 7 58,3%

    83,3%

    Pf 2 16,7%B 12 B

    N 0 0%16,7%

    Mf 1 16,7%F 2 33,3%

    50%

    Pf 3 50%C 6 E

    N 0 0%50%

    Mf 0 0%

    F 3 50% 50%Pf 2 33,3%

    D 6 D

    N 1 16,7%50%

    Mdia: X= (16,7% + 83,3% + 50% +50%) / 4 = 50%

    Para melhor comparar os resultados entre os dois concelhos construiu-se o

    grfico seguinte com as mdias relativas a correspondncia entra a opo terica e a

    actividade prtica de cada um dos eixos da Expresso Musical.

    Grfico I

    66,7

    0%

    59,4

    0%

    60,2

    0% 8

    5,5

    0%

    73%

    74,8

    0%

    69,4

    0%

    67,6

    0%

    59,7

    0%

    50%

    0,00%

    20,00%

    40,00%

    60,00%

    80,00%

    100,00%

    Escutar Cantar Danar Tocar Criar

    Percentagem de respostas em que as actividades prticas correspondem

    s opes tericas escolhidas

    Concelho de Bombarral Concelho de bidos

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    40/46

    No que diz respeito ao desenvolvimento da capacidade de escutar nas crianas,

    os inquiridos do concelho de Bombarral apresentaram 66,7% de correspondncia entre

    as suas prticas e as suas opes tericas enquanto no concelho de bidos essa

    mesma correspondncia foi de 59,4%. Deste modo o concelho de Bombarral apresenta

    uma maior correspondncia sendo a diferena entre ambos de 7,3%.

    Relativamente ao desenvolvimento da capacidade de cantar nas crianas, os

    inquiridos do concelho de Bombarral apresentaram 60,2% de correspondncia entre as

    suas prticas e as suas opes tericas enquanto no concelho de bidos essa mesma

    correspondncia foi de 85,5%. Deste modo o concelho de bidos apresenta uma maior

    correspondncia sendo a diferena entre ambos de 15,3%.

    Quanto ao desenvolvimento da capacidade de danar nas crianas, os

    inquiridos do concelho de Bombarral apresentaram 73% de correspondncia entre as

    suas prticas e as suas opes tericas enquanto no concelho de bidos essa mesma

    correspondncia foi de 74,8%. Deste modo o concelho de bidos apresenta uma maior

    correspondncia sendo a diferena entre ambos de 1,8%.

    Em relao ao desenvolvimento da capacidade de tocar nas crianas, os

    inquiridos do concelho de Bombarral apresentaram 69,4% de correspondncia entre as

    suas prticas e as suas opes tericas enquanto no concelho de bidos essa mesma

    correspondncia foi de 67,6%. Deste modo o concelho de Bombarral apresenta uma

    maior correspondncia sendo a diferena entre ambos de 2,2%.

    No que diz respeito ao desenvolvimento da capacidade de criar nas crianas, os

    inquiridos do concelho de Bombarral apresentaram 59,7% de correspondncia entre as

    suas prticas e as suas opes tericas enquanto no concelho de bidos essa mesma

    correspondncia foi de 50%. Deste modo o concelho de Bombarral apresenta uma

    maior correspondncia sendo a diferena entre ambos de 9,7%.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    41/46

    De forma a verificar o equilbrio da abordagem relativa aos cinco eixos da

    educao Musical, efectuou-se para cada concelho a diferena entre o eixo com maior

    percentagem de equivalncia entre as prticas e as opes tericas, e o com menor

    valor, verificando-se que essa diferena no concelho de Bombarral de 14,7% e no

    concelho de bidos 35,5%.

    Um outro aspecto medido foi a forma como os inquiridos se encontram a

    desenvolver a Expresso Musical nas suas Prticas Educativas21, no presente ano

    lectivo. Tendo cada inquirido escolhido duas das opes de resposta verificaram-se no

    concelho de Bombarral os seguintes resultados: 5 respostas relativas opo de

    actividades planeadas; 15 respostas relativas opo como parte da rotina diria,

    existindo momentos para a explorao de canes; 10 respostas relativas opo

    como complemento ou introduo de actividades e 0 respostas relativas opo sobre

    a forma de projecto e por ltimo 0 respostas relativas opo no abordo pois a

    instituio possui um professor de msica.

    No que diz respeito ao concelho de bidos os resultados foram os seguintes: 6

    respostas relativas opo de actividades planeadas; 15 respostas relativas opo

    como parte da rotina diria, existindo momentos para a explorao de canes; 19

    respostas relativas opo como complemento ou introduo de actividades e 0

    respostas relativas opo sobre a forma de projecto e por ltimo 0 respostas relativas

    opo no abordo pois a instituio possui um professor de msica.

    21 Ver anexo II Grfico XV

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    42/46

    II

    ANLISE E DISCUSSO DOS RESULTADOS

    Tendo em conta os dados apresentados no capitulo anterior relativos

    caracterizao dos inquiridos pode-se inferir que as amostras seleccionadas, referentes

    aos dois concelhos em estudo, so semelhantes diferindo um pouco uma da outra no

    aspecto relativo ao tempo de experincia profissional dos inquiridos, no qual o concelho

    de bidos apresenta um nmero mais elevado na categoria de mais de 20 anos de

    experincia profissional.

    Relativamente s actividades prticas e as opes tericas escolhidas pelas

    inquiridos, pode-se verificar que o concelho de Bombarral apresenta maior

    correspondncia entre as suas prticas e as opes tericas em trs dos eixos da

    Expresso Musical, nomeadamente, o escutar, o tocar e o criar. Deste modo

    verificam-se as hipteses, apresentadas na metodologia com o nmero 1, 10 e 13, a

    saber:

    Hiptese 1 - Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de

    escutar os educadores de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica

    educativa com uma maior correspondncia s suas opes tericas do que os

    educadores de infncia do concelho de bidosHiptese10 - Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade

    de tocar os educadores de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma

    prtica educativa com uma maior correspondncia s suas opes tericas do que os

    educadores de infncia do concelho de bidos

    Hiptese 13 - Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade

    de criar os educadores de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    43/46

    educativa com uma maior correspondncia s suas opes tericas do que os

    educadores de infncia do concelho de bidos

    No que diz respeito ao concelho de bidos verifica-se que apresenta maior

    correspondncia entre os restantes dois eixos da Expresso Musical, nomeadamente,

    o cantar e o danar. Verificando-se assim as hipteses, apresentadas na metodologia

    com o nmero 5 e 7, a saber:

    Hiptese 5 - Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de

    cantar os educadores de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica

    educativa com uma menor correspondncia s suas opes tericas do que os

    educadores de infncia do concelho de bidos

    Hiptese 7 - Relativamente ao desenvolvimento, nas crianas, da capacidade de

    danar os educadores de infncia do concelho de Bombarral desenvolvem uma prtica

    educativa com uma menor correspondncia s suas opes tericas do que os

    educadores de infncia do concelho de bidos.

    Todas as outras hipteses mostraram-se nulas.

    Relativamente aos eixos escutar, cantar e criar as diferenas entre os dois

    concelhos so bastante significativas, enquanto nos eixos danar e tocar no so to

    acentuadas.

    O concelho de Bombarral apresenta um maior equilbrio na abordagem relativa

    aos cinco eixos da Educao Musical, do que o concelho de bidos.

    Tendo em conta as ideias tericas expressas por Edwin Gordon e Keith

    Swanwick, e as directrizes das Orientaes Curriculares para a Educao Pr-Escolar,

    os diferentes eixos da Expresso Musical devero receber uma abordagem equivalente

    entre si. Deste modo verifica-se que o concelho de Bombarral, ao demonstrar um maior

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    44/46

    equilbrio entre os diferentes eixos, onde se desenvolve uma Prtica Educativa mais

    correcta neste sentido.

    Relativamente forma como a Expresso Musical abordada notou-se ao nvel

    dos dois concelhos uma preferncia pela integrao da mesma na rotina diria,

    existindo momentos para a explorao de canes e como complemento ou introduo

    de actividades, tendo a primeira opo sido a mais escolhida em ambos os concelhos.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    45/46

    CONCLUSO

    Este estudo props-se verificar a correspondncia entre as opes tericas dos

    educadores de infncia tendo por base as Orientaes Curriculares para a Educao

    Pr-Escolar, ao nvel da Expresso Musical, e as suas prticas educativas nos

    concelhos de Bombarral e bidos.

    Os objectivos definidos foram atingidos, tendo-se concludo que o concelho do

    Bombarral apresenta uma maior correspondncia entre opes tericas e as

    actividades prticas levadas a cabo, sendo tambm o concelho que apresenta um

    maior equilbrio na abordagem relativa aos cinco eixos da educao Musical, do que o

    concelho de bidos.

    Conclu-se assim que se desenvolve no concelho do Bombarral uma prtica

    mais coerente e equilibrada do que no concelho de bidos, ficando no entanto os

    valores um pouco aqum dos ideais para o desenvolvimento correcto da Expresso

    Musical na Educao Pr-Escolar.

    Seria urgente a elaborao de um estudo, a nvel nacional, nos moldes do aqui

    apresentado, tendo em considerao no apenas a rea de Expresso Musical, mas

    todas as reas curriculares da Educao Pr-Escolar, de forma a identificar carncias a

    nvel das prticas educativas, que fossem posteriormente compensadas com formao

    nas reas mais carnciadas ou com a criao de um programa para a Educao

    Pr-Escolar.

  • 8/2/2019 Educao Musical - Da Teoria Prtica

    46/46

    BIBLIOGRAFIA

    A.A.V.V.; Enciclopdia de Educao Infantil; Nova Presena; Rio de Mouro; 1997; pp. 1329 1430

    AMADO,Maria Lusa;O prazer de ouvir musica, sugestes pedaggicas de audies para crianas

    ; Caminho da Educao; Lisboa 1999; pp. 13 - 55GORDON, Edwin E.; Teoria de Aprendizagem Musical Competncias, contedos e padres;

    Fundao Calouste Gulbenkian; 2000; Lisboa pp.63 470

    HOHMANN, Mary; WEIKART, David P.; Educar a Criana; Fundao Calouste Gulbenkian; Lisboa;

    1997; pp. 657 - 678

    MONTESSORI, Maria;A descoberta da Criana; Portuglia; Lisboa; s/d; pp. 273 -279

    MORAIS,Domingos;Msica no 1 Ciclo; Noesis; n 49; 1999; pp. 44 47.

    MORENO, Miguel Angel; Experiencias y ideias sobre la musica en la escoela; Marcea; Madrid; 1983

    pp.13 -29

    MOURA,Ana de;A educao da criana ; Livros Horizonte, Lisboa; 1974; pp. 533 558

    RAFAEL,Fernando;Expresso e Educao Musical no 1 Ciclo; Noesis; n53; 2000; pp. 24 25

    RODRIGUES, Helena;Msica para os pequeninos - Elementos da perspectiva de Edwin Gordon;

    Boletim da APEM; n95; pp. 16-18.

    SANTOS,Arquimedes;Mediaes Artstico Pedaggicas;Livros Horizonte; Lisboa; 1989; pp. 47 93

    SILVA, M. Isabel Ramos; Orientaes Curriculares para a Educao Pr-Escolar; Ministrio da

    Educao; Lisboa; 1997; pp. 15 -65

    SWANWICK, K.; Msica, pensamiento y educacin; Ediciones Morata; Madrid; 1991; pp. 40 87

    Fontes on-line:

    About Music learning theory; disponvel em:

    http://www.unm.edu/~audiate/learning.html

    Musical development of the young child; disponvel em:

    http://www.music4kidsonline.com/meyc/musdev.htm

    Music improves reasoning in Pre-school children; disponvel em:

    http://elwood.pionet/~hub7/pre.htm

    Music makes a difference resource guide to educational research; disponvel em:

    http://elwood.pionet/~hub7/diff.html

    Phases and stages in early music learnig; disponvel em:

    http://www.mh-freiburg.de/gruhn/phase.html

    Reaching children with music; disponvel em:

    http://menc.org/guides/startmusic/intro.htm

    Teatching music for feelingful intelligence;disponvel em:

    http://pionet.net/~hub7/feel.html