educação física na educação de jovens e adultos. reflexóes desafios e propostas

1
A Educação Física foi incluída como componente curricular obrigatório na educação básica a partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 9.394 de 1996. Desde então, a Educação Física passou a ser obrigatória pelos níveis e modalidades de ensino, entretanto abria exceções aos estudantes do ensino noturno, deixando sua pratica facultativa. Mais tarde em 2003, a Lei nº 10.793, alterou a redação do artigo 26, parágrafo 3º, da Lei nº 9.394/96 e incluiu a Educação Física como sendo obrigatória em toda a educação básica, inclusive no ensino noturno, porém, deixando a prática facultativa nos seguintes casos: I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; II – maior de trinta anos de idade; III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; IV – amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969; V – (VETADO); VI – que tenha prole. Como fazer com que os alunos desenvolvam competências e habilidades e construam novas aprendizagens através das aulas de Educação Física no ensino noturno (EJA), se a lei limita sua prática . Nota-se que maioria dos alunos estará dispensada da participação nas aulas de Educação Física. Esse foi um entrave, contudo, um grande desafio. O que fazer? Os alunos na sua maioria são trabalhadores, tendo que dividir atenção e disposição entre os estudos, o trabalho e muitas vezes a família. Desta forma, acredita-se que a Educação Física possa representar um espaço de ruptura do tempo de trabalho assalariado e do tempo de "não trabalho”, através do conhecimento da cultura corporal de movimento. Propus uma mudança de paradigma conceitual que se traduz não por alcançar metas de aprendizagem a partir de modelos motores pré-concebidos, mas sim, um olhar sobre a “experiência” do aluno.

Upload: marcelo-souza

Post on 29-Jul-2015

29 views

Category:

Education


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Educação Física na Educação de Jovens e Adultos. Reflexóes desafios e propostas

A Educação Física foi incluída como componente curricular obrigatório na educação básica a partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei 9.394 de 1996. Desde então, a Educação Física passou a ser obrigatória pelos níveis e modalidades de ensino, entretanto abria exceções aos estudantes do ensino noturno, deixando sua pratica facultativa. Mais tarde em 2003, a Lei nº 10.793, alterou a redação do artigo 26, parágrafo 3º, da Lei nº 9.394/96 e incluiu a Educação Física como sendo obrigatória em toda a educação básica, inclusive no ensino noturno, porém, deixando a prática facultativa nos seguintes casos: I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; II – maior de trinta anos de idade; III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática da educação física; IV – amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969; V – (VETADO); VI – que tenha prole. Como fazer com que os alunos desenvolvam competências e habilidades e construam novas aprendizagens através das aulas de Educação Física no ensino noturno (EJA), se a lei limita sua prática. Nota-se que maioria dos alunos estará dispensada da participação nas aulas de Educação Física. Esse foi um entrave, contudo, um grande desafio. O que fazer? Os alunos na sua maioria são trabalhadores, tendo que dividir atenção e disposição entre os estudos, o trabalho e muitas vezes a família. Desta forma, acredita-se que a Educação Física possa representar um espaço de ruptura do tempo de trabalho assalariado e do tempo de "não trabalho”, através do conhecimento da cultura corporal de movimento. Propus uma mudança de paradigma conceitual que se traduz não por alcançar metas de aprendizagem a partir de modelos motores pré-concebidos, mas sim, um olhar sobre a “experiência” do aluno.