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Aluno Afiliação Curso de Profissionalização em Serviço Xª edição E Fólio A A Sociedade em Rede e as suas características. A reconversão total do sistema educativo

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Aluno Afiliação

Curso de Profissionalização em Serviço – Xª edição

E – Fólio A A Sociedade em Rede e as suas características.

A reconversão total do sistema educativo

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1) A nova forma de organização social que o autor refere é a sociedade em rede, embora também reconhecida

por alguns como sociedade da informação ou do conhecimento. Terminologia que não é reconhecida pelo autor

fundamentando-se “Não porque conhecimento e informação não sejam centrais na nossa sociedade. Mas

porque eles sempre o foram, em todas as sociedades historicamente conhecidas. O que é novo é o facto de

serem de base microeletrónica, através de redes tecnológicas que fornecem novas capacidades a uma velha

forma de organização social: as redes” (Castells, 2005)

Desde os finais do século XX, a sociedade é marcada pela constante mudança e avanço acelerado da tecnologia,

que revolucionou o conceito de comunicação e informação conhecido até então, pelo que estamos numa nova

era, a do digital/ virtual. Face ao paradigma emergente, surge a sociedade de informação, onde a globalização, a

velocidade, a aceleração, a instantaneidade, a desatualização, a formação permanente e a mediatização, são

algumas das suas características (Meirinhos, 2000), que provocam alterações significativas “em todos os

aspetos da vida social e familiar” (idem), rompendo a barreira do tempo e do espaço, vivendo-se numa

“sociedade em rede” (Castells, 2005).

A sociedade em rede é global, aquilo a que chamamos globalização, a sua base material é o informacionalismo,

em que os valores da liberdade individual e da comunicação aberta tornaram-se supremos. Segundo Castells, as

tecnologias assumem um papel de destaque em todos os segmentos sociais, permitindo o entendimento da nova

estrutura social – sociedade em rede – e por conseguinte, de uma nova economia, na qual a tecnologia da

informação é considerada uma ferramenta indispensável na manipulação da informação e construção do

conhecimento pelos indivíduos, pois “a geração, processamento e transmissão de informação torna-se a

principal fonte de produtividade e poder” (Castells, 1999). Observável principalmente na produção económica

e na cultura material desta nova sociedade. Caracterizada por multifuncionalidade, flexibilidade e redes

descentralizadas.

Segundo Castells (2005), num mundo onde as necessidades, valores e interesses das pessoas estão em constante

mudança, o conceito de sociedade da informação e conhecimento está altamente associado à palavra tecnologia,

que por sua vez é determinada pela própria sociedade. Neste novo modelo de civilização, é a informação que

assume o papel fundamental na produção de riqueza/conhecimento e na contribuição para o bem-estar e

qualidade de vida (Wikipédia, 2008). Existe uma necessidade de adptação da sociedade à rentabilização dos

beneficios da tecnologia.

A informação tem contribuído para a integração, a redução das distâncias geográficas e ao aumento do

nivel de informação das pessoas, por mercados de trabalho dinâmicos em que o mundo é a atual “zona” de

procura de emprego, trabalhadores autoprogramados, libertando-nos dos limites das fronteiras e barreiras ao

acesso dos bens de consumo e comunicação. Assim segundo Castells as principais características desta

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sociedade de rede para além das identificadas são: A informação é a sua matéria-prima (relação simbiótica entre

tecnologia e informação); Capacidade de penetração dos efeitos das novas tecnologias (O poder de influencia

que os meios tecnológicos exercem na vida social, económica e política da sociedade); A Lógica de Redes

(devido as recentes Ti’s as interações entre as pessoas é facilitada, em todos os tipos de processo e

organizações); Flexibilidade (Mutabilidade da informação); Convergência de tecnologias específicas para um

sistema altamente integrado (a convergência dos diferentes campos tecnológicos resulta da sua lógica comum

de produção da informação, onde todos os utilizadores podem contribuir, exercendo um papel ativo na

produção deste conhecimento).

2) Num mundo dinâmico e mutável, a adaptação é fundamentável para o sucesso, assim os nossos sistemas

educacionais devem se reorientar, tal como os conteúdos e a organização dos processos focando a

responsabilidade da escola de hoje em formar cidadãos críticos, criativos, capazes de resolver os problemas de

um mundo globalizado e altamente competitivo.

A sociedade atual tem de garantir que o seu sistema educacional prepara os alunos para a construção do

conhecimento, numa sociedade “submergida” numa torrente de informação.

O professor deve ser um mediador de aprendizagens e não um transmissor de conhecimento. Não se

restringindo a aprendizagem apenas à escola mas aos mais diversos contextos informais por meio de ligações na

rede global.

Devem ser criados critérios para organizar e selecionar a informação, de interesse e não apenas nos deixarmos

influenciar pelos constantes fluxos informativos disponíveis. Devemos adotar o conceito de aprendizagem ao

longo da vida, não nos limitando ao que aprendemos na escola quando esta termina a nossa formação, mas

continuando sempre a aprender, criando-se como que uma “sociedade aprendente”.

“A dinâmica da sociedade da informação requer educação continuada ao longo da vida, que permita ao

indivíduo não apenas acompanhar as mudanças tecnológicas, mas sobretudo inovar” (Takahashi, 2000)

Saber criar um sistema educativo baseado nas TIC, integrando as novas tecnologias, tornando-se essencial dotar

os professores para as utilizar e possuir equipamentos tecnológicos adequados à época. Criar estratégias

pedagógicas inovadoras e significativas tanto para o aluno como para a comunidade, apostando na formação

pedagógica e tecnológica dos docentes, seja inicial, seja contínua. Só assim a escola poderá tirar um verdadeiro

proveito destes recursos e providenciar as bases do sucesso académico desta nova geração de alunos.

A educação deve ser constituída em torno da aprendizagem, e não no ato de ensinar, deixando o aluno adquirir

a técnica do “aprender a aprender”. A sociedade do conhecimento e da aprendizagem (Sociedade em Rede)

deve ser fundeada nos quatro pilares da educação, que segundo Delors (1999) são: aprender a conhecer,

aprender a fazer, aprender a viver em comum e aprender a ser.

De acordo com Meirinhos (2000), o processo educativo deve ser centrado em torno dos conteúdos,

competências e atitudes. Sendo um dos problemas da nossa sociedade atual os conteúdos, pois infelizmente os

alunos não são portadores de uma cultura base suficientemente ampla.

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Referências Bibliográficas

Castells, Manuel. (1999). A Era da Informação: economia, sociedade e cultura, vol. 3. São Paulo: Paz terra.

Castells, M. (2005). A Sociedade em Rede: do Conhecimento à Política. In G. Cardoso, & M. Castells, A

Sociedade em Rede: Do conhecimento à Ação Política (pp. 17-30). Belém: Imprensa Nacional - Casa da

Moeda.

Delors, Jacques (1999). Educação: Um Tesouro a Descobrir. São Paulo: Cortez Editora).

Meirinhos, M. (2000). A Escola Perante os Desafios da Sociedade da Informação . Encontro As Novas

Tecnologias e a Educação (pp. 1-14). Bragança: Instituto Politécnico de Bragança.

Takahashi, Tadao (Org) (2000). Sociedade da informação no Brasil: Livro Verde. Brasília: Ministério da

Ciência e Tecnologia. Disponível em: http://www.inst-informatica.pt/servicos/informacao-e-

documentacao/biblioteca-digital/gestao-e-organizacao/BRASIL_livroverdeSI.pdf. Acedido em:

12/04/2013.

Wikipédia. (Julho de 2008). Sociedade da Informação. Obtido em 10 de Abril de 2013, de Wikipédia, a

enciclopédia livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_da_informa%C3%A7%C3%A3o