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Eduarda Vielmo Bochi Brum
O MUNDO EM MEU
OLHAR
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO
2018
O MUNDO EM MEU
OLHAR
Eduarda Vielmo Bochi Brum
Projeto “Nascem Poetas e Escritores”
- 7º Ano -
Coordenação do Projeto: Prof.ª Esp. Ana Maria Brum
Diretora: Prof.ª Maria Luiza Tamiosso Machado Vice-Diretora: Prof.ª Roselaine Lehnhardt Lamberti
Coordenação Pedagógica: Prof.ª Lia Amaral Revisão do Texto: Prof.ª Ivete Vial Costa
Diagramação: Prof.ª Luciane Machado Fraga
ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO
2018
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM Escola da URI
DEDICATÓRIA
Dedico este livro, que fiz com tanto carinho, esforço
e amor, para minha mãe e meu pai, porque sempre estão
ao meu lado me apoiando e me ensinando o rumo do
caminho certo. Obrigada por tudo. AMOOOO vocês.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM Escola da URI
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer, principalmente, a Prof.ª Ana Maria
que sempre me ajudou em todas as minhas dúvidas e
dificuldades. Ela que me deu esta ótima oportunidade e
sempre me incentivou nos momentos em que eu achava
que não iria conseguir.
Aos meus pais que estiveram ao meu lado me dando
forças para crescer como pessoa e continuar escrevendo.
Agradeço também a Prof.ª Ivete Vial Costa que fez a
importante revisão do texto do meu livro, com muito
carinho e dedicação.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM Escola da URI
PREFÁCIO Caro leitor, como não ler esta história da Eduarda,
que traduz a meiguice, ingenuidade, inteligência e
criatividade desta aluna do sétimo ano da Escola da URI.
Esta garota nos leva pelo universo da ficção
mostrando-nos acontecimentos da vida: os avanços, as
dúvidas, os medos, o amor, a esperança, a coragem e a
vida familiar.
Conta-nos a história de uma menina de quinze anos
que tinha um objetivo, fazer intercâmbio para a Europa.
Será que conseguiu? Alguns obstáculos a separavam
dessa possibilidade, foram longos meses até a definição.
Vale a pena fazer a leitura porque a autora tem uma
linguagem muito próxima da oralidade, seu texto tem uma
estrutura ágil e direta que apresenta situações
reveladoras do nosso cotidiano. Ao mesmo tempo
emprega força e leveza nas suas palavras que dão um
sabor especial à obra.
Escrever não é só libertar a alma dos fantasmas, é
também tornar o texto estético. Por isso, o caminho do
escritor é complexo, mas como dizia Lao Tsé: "Um
caminho de 100 léguas começa com o primeiro passo".
Deixo a dica: Leiam este livro. Muitas surpresas ao
longo da narrativa e o final? Ah, talvez triste, engraçado,
romântico. Bem, agora descubra.
Ivete Vial Costa
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM Escola da URI
SUMÁRIO
Capítulo 1: O COMEÇO .......................................... 7
Capítulo 2: MEU PRIMEIRO PASSAPORTE ........ 14
Capítulo 3: A DESPEDIDA ................................... 20
Capítulo 4: O QUE SÃO ESTATÍSTICAS? ........... 25
Capítulo 5: UM LONGO DIA ................................. 30
Capítulo 6: O COMEÇO DE UM SONHO ............. 37
Capítulo 7: QUE TOURADA ................................. 42
Capítulo 8: MAR DE EMOÇÕES .......................... 48
Capítulo 9: UM SONHO REAL ............................. 63
BIOGRAFIA .......................................................... 72
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Capítulo 1: O COMEÇO
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Certo dia Luísa inscreveu-se para concorrer a dois
anos de intercâmbio na Europa, mas sem compromisso
nenhum, se conseguisse melhor, pois passara anos e
anos aprendendo várias línguas como francês, inglês,
espanhol e italiano que por coincidência são as línguas
faladas por lá.
Confesso que não é muita coincidência porque amo
a Europa e sempre me interessei em um dia poder
conhecê-la. Imagina, eu, lá em Paris vendo a Torre Eiffel
alcançar as nuvens de tão alta e ficar olhando para ela até
cansar o pescoço e então, talvez, conhecer o grande amor
da minha vida. Até, quem sabe, subirmos o topo da torre
e olhar lá de cima enxergando todas as pessoas
pequeninas, enquanto, nós, sozinhos, apaixonados e
gigantes...
Mas este é apenas um de tantos outros sonhos
meus e para falar bem a verdade nem acredito tanto que
poderei ganhar esta viagem, pois sou uma menina de
muito azar. Já perdi tantas oportunidades e mesmo que
minha mãe continue me dizendo que não podemos parar
de acreditar, estou desistindo.
Meses depois… Bem, agora é a hora, estou indo até
a agência de intercâmbio desacreditada que vou
conseguir, mas não custa nada ir lá dar uma olhadinha
para ver o sortudo vencedor do concurso.
Meus olhos correram do último nome da lista até o
primeiro, quando me deparei com meu nome no topo da
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lista, pulei e não sei se foi de alegria ou de surpresa por
ter conseguido alguma coisa de valor.
Corri para casa arrumar minhas malas e é claro
contar para minha mãe, porém mal terminei e ela já foi
falando:
- Viu filha! Eu disse e vou continuar dizendo, não
desista, ou melhor, não pare de acreditar.
Depois de toda esta loucura eu fui na minha loja
predileta fashion week que significa semana da moda e
eu a amo demais, pois tem roupas lindíssimas e além
disso não é cara.
Enquanto estava vendo umas roupas, bem no
finalzinho da arara vi um vestido lindo todo branco com
listras pretas que me lembrou muito Paris, pois lá tem
aqueles mímicos que usam uma blusa branca com listras
pretas. E o melhor de tudo estava na promoção, no
entanto ninguém comprava, daí eu pirei por dois motivos:
o primeiro era que eu poderia comprar e o segundo eu não
entendia por que uma pessoa racional conseguia ver
aquele vestido e não querer comprá-lo.
Chegando em casa eu fui mostrar para minha mãe
as roupas que eu tinha comprado e já fui logo
descrevendo:
- Mãe comprei um vestido todo vermelho bordô,
outro branco com listras pretas, uma calça jeans, um
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shorts, uma blusa branca, outra cinza e mais uma
amarela. E daí, gostou?
- Adorei, mais que isso... amei!
- Que bom, pois mesmo a loja sendo barata foi um
pouco caro comprar tudo isso, mas não dá para comparar
com um intercâmbio pela Europa...
Eu e ela ficamos conversando até que eu olhei para
o canto do meu quarto e vi uma mala toda pronta, então
minha mãe me disse que era a minha mala para a Europa,
entretanto faltava mais ou menos um mês para eu ir...
- Mãe, vou desfazer minha mala porque não sei
como minhas coisas estão organizadas, e na minha
opinião é essencial saber onde fica minha escova de
dentes durante 2 anos.
Então comecei a desfazê-la...
Depois pensei em arrumá-la, novamente, até que...
Din-don. A campainha tocou e era meu pai, ele tinha
passado a semana viajando e eu estava louca para contar
a ele a novidade, por isso desisti de refazê-la e já fui
falando tudo o que tinha acontecido...
Meu pai falou que ele estava muito feliz, entretanto
ao mesmo tempo triste de ter que ficar sem me ver por 2
anos e também falou que eu teria de me cuidar e
aproveitar cada segundo, pois seria uma oportunidade
única e logo em seguida, tirou da sacola uma sacolinha
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de presente pequenininha e ajeitadinha, tinha laço e tudo,
a maior fofura.
Perguntei para quem era e ele me disse que era para
saudade, fiquei sem entender até que ele viu a minha cara
de dúvida e começou a explicar que era para eu levar
junto comigo na viagem e se eu sentisse muita, mas muita
saudade mesmo, eu teria que abri-la. Naquele momento
eu achei uma breguice total, porém depois achei fofo o
que ele fez.
De noite não conseguia dormir, então comecei a
fazer uma lista que a agência de intercâmbio havia
solicitado.
1-Nome completo: Luiza Guimarães Paes.
2-Nome dos pais: Michel Rigon Guimarães e Juliana
Bochi Paes.
3-Em caso de emergência chamar: Cristina Soares
Queiroz (minha melhor amiga).
4- Alergias: poeira e alguns tipos de fungos.
Enviei ao grupo e me deram uma lista de coisas
PROIBIDÍSSIMAS na viagem.
COISAS PROIBIDÍSSIMAS NA VIAGEM:
1- Nunca sair sem responsáveis;
2- Sair sempre com a camiseta, crachá e pulseira do
intercâmbio;
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3- Ter passaporte sempre em mãos;
4- Ter o visto em qualquer lugar JUNTO ao
passaporte;
5- Se for fazer o curso de idiomas nunca faltar aula
ao menos que tenha uma virose ou uma doença
bacteriana;
6- Estar com as vacinas em dia antes da viagem.
Minha mãe viu a luz do meu quarto acesa e foi ver o
que estava acontecendo, então mostrei a ela as regras, e
ela enlouqueceu com a regra número 6 e disse que
minhas vacinas estavam atrasadíssimas o que me
apavorou, pois meu maior medo são as A-G-U-L-H-A-S!
E disse as piores palavras que na minha cabeça
soou alto e muito claro.
-Amanhã, quando formos fazer seu passaporte e
pegar o seu visto também iremos fazer todas as suas
vacinas atrasadas.
Mesmo eu tendo escutado tudo direitinho falei um
ham? Pois eu não fazia vacina desde os meus 11 anos o
que é beeem ruim, pois já tenho 15 anos.
Se eu não estava conseguindo dormir agora eu já
estava arregalada. Passei a noite inteira bolando um
plano para me safar da vacina, porém cheguei a
conclusão de que se eu realmente quisesse viajar, eu
deveria aguentar a dolorida picada..
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A manhã já tinha chegado, acordei-me, mas não
levantei da cama com a esperança de que minha mãe
esquecesse desta bendita regra número 6.
Ela passou pelo meu quarto e me viu de olhos bem
abertos e perguntou o que eu estava fazendo, porque
tínhamos um longo dia pela frente. Eu a ignorei, todavia
não tinha como continuar deitada, pois ela não tinha
esquecido.
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Capítulo 2: MEU PRIMEIRO PASSAPORTE
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Levantei da cama, me arrumei e fui tomar café com
meus pais. Logo vi uma listinha em cima da mesa e
perguntei para que era aquela lista, ninguém me
respondeu e então peguei a folha na mão e comecei a ler
era o nome científico de cinco vacinas.
Eu sei o nome científico destes vírus, pois minha
mãe é enfermeira o que me incentiva muito a ser uma
cirurgiã. Fiquei incomodando minha mãe falando que eu
só tinha DOIS braços e como eu poderia fazer CINCO
vacinas? Ela me olhou com uma cara de quem não
aguentava mais ser incomodada e disse:
- Tudo tem seu jeito certo? Então para de me
incomodar e vá se arrumar já estamos saindo.
Fiquei meio triste de ter chateado tanto a minha mãe
a ponto dela me xingar ou sei lá o que foi aquilo. Eu nunca
fui xingada porque sempre fui muito comportada e fazia
tudo o que meus pais mandavam. Eu me lembro da única
vez que realmente ganhei um xingão verdadeiro, foi
quando eu tinha uns 12 anos e estava em uma época
meio rebelde e falei que a roupa da minha mãe estava
ridícula e ela ficou magoada, então meu pai foi até meu
quarto e brigou comigo. Eu me arrependi e fiquei uma
semana deixando minha mãe escolher minhas roupas.
Quando eu fazia alguma coisa errada eles me
xingavam, mas não aquele xingão que dói só de olhar
para cara brava da mãe. Na verdade eles praticamente só
brigavam, e eu chorava muito por qualquer coisa, mesmo
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quando acabava alguma algo que eu gostasse muito eu
chorava.
- Maria Luizaaaaaa!!!...
Vichii! sabia que minha mãe estava irritada mesmo,
meu nome não é MARIA Luiza, porém sempre quando
minha mãe estava irritada ela chamava todo mundo de
Maria até meu pai.
Entramos no carro e eu na maior calma falei:
- Por que está tão estressada mamãe?
Ela respondeu:
- Eu estou estressada porque uma paciente disse
que eu sou alegre demais, então estou tentando mudar.
- Já imaginou que ela pode ser ranzinza demais?
Ela exclamou:
- É verdade! Muito obrigada, minha filha.
- Foi o que você me disse quando me chamaram de
magricela.
Continuamos andando. Até que...
- Chegamos. Disse minha mãe.
Eu fiquei confusa, pois não conhecia aquele lugar,
daí perguntei se não iríamos fazer vacinas e ela disse que
já estávamos chegando, então eu esforcei minha mente e
me lembrei daquele lugar e de muitos choros. Pronto eu
estava lá na sala de vacinas apavorada e pensando como
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que minha mãe conseguia colocar uma agulha dentro da
veia de uma pessoa. A moça que iria fazer minhas vacinas
chegou, todavia descobri que meu medo não era da dor
que eu quase não sentia e sim do que causa a dor, do fato
de imaginar que vai ter uma “agulha” “gigante” no interior
do meu corpo.
Acabou eu estou protegida, porém toda picada.
Antes de fazer as injeções a moça sempre diz que é como
uma picada de mosquito, mas eu não acho nada igual e
fico imaginando se elas mentem ou se é nosso cérebro
que nos faz pensar que dói bem mais que uma picada de
mosquito.
Chegamos na hora mais importante do dia para mim,
a hora de ajeitar o passaporte e o visto para Europa é
retirado no desembarque.
O meu passaporte é coisa mais bonitinha de capa
azul e tem cinco estrelinhas douradas e ainda em letras
douradas diz passaporte mercosul e tem também tipo
uma câmera desenhada no cantinho acho que é para
representar o turismo.
Tinha que ser bonito mesmo, pois minha mãe já
tinha agendado desde o dia que concorri para fazer o
intercâmbio.
O homem que tirou o meu passaporte colocou a
minha naturalidade, nome, nacionalidade, data de
nascimento, assinatura e foto do portador.
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O melhor de tudo é que o prazo de validade dele é
de dez anos!
Fiquei realizada passei hooooras admirando aquela
coisinha pequena e azulzinha tããão fofinha que dá uma
alegria só de olhar, mas me deu um nervosismo de fazê-
lo porque parecia até que o segurança iria mandar nos
prender pela cara que ele estava fazendo.
Mas realizei metade do meu sonho só em fazer meu
PRIMEIRO passaporte e valeu muito a pena acreditar um
pouquinho que eu poderia ganhar. E eu amei recuperar a
minha esperança.
Cheguei em casa e contei todo o meu dia para minha
cachorrinha Babaloo e ela adorou saber que eu fiz o meu
primeiro passaporte e que eu superei o meu maior medo
de agulhas. Bem... pelo menos eu acho.
Meu pai também adorou, principalmente, a parte que
superei meu medo, pois sempre foi ele que me levava
para fazer vacina.
Eu fiquei a noite em claro olhando aquele lindo
passaporte azul. Mas quando meu pai me viu acordada,
diferente da minha mãe ele falou para eu fazer alguma
coisa mais normal ao invés de ficar olhando aquele
passaporte.
No dia seguinte meus pais e eu pensamos em fazer
tipo uma festa, porém só para os melhores amigos e
talvez o meu primo e alguns tios.
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E então começamos a colocar o nosso plano em
ação.
Isso seria inesquecível, por isso eu fui no
mercadinho perto da minha casa e comprei umas
coisinhas para festa.
O MUNDO EM MEU OLHAR
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Capítulo 3: A DESPEDIDA
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 21 Escola da URI
Comprei umas letrinhas de E.V. A. que formavam a
sigla CVC, a minha agência de intercâmbio, comprei
também uma toalha de mesa, florezinhas artificiais
laranjas e azuis que são as cores da CVC.
O meu maior desejo para esta festa era de poder que
os meus colegas anônimos de intercâmbio fossem, mas
como já disse eles são meus colegas ANÔNIMOS. Queria
pelo menos saber quem eles são e onde moram. Bem!
tem o grupo de WhatsApp que se chama: “Grupo do
Intercâmbio” que também fazem parte os professores e o
“gerente”.
Depois de ir e comprar várias decorações bregas
para esta “supeer” despedida fui para minha predileta
fashion week e comprei um macacão para a “festa”.
Voltei para casa e mostrei para minha mãe tudinho
o que eu tinha comprado, ela amou e já foi decorando o
nosso galpão, então eu perguntei:
-Mãe, mas a festa não é só amanhã?
Ela respondeu que não, que ela tinha mudado a
festa para hoje. Eu fiquei chocada como minha mãe pode
ser tããããooooo rápida assim.
Por mais que não pareça eu fiquei calma apesar de
ter levado um choque de realidade. Parecia até que minha
mãe estava querendo se livrar de uma vez por todas de
mim, fiquei até desconfiada de que ela estava
escondendo algo.
O MUNDO EM MEU OLHAR
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Então, eu como sempre (como uma criança)
comecei as minhas investigações. Peguei minha roupa de
detetive que eu havia ganhado quando eu tinha uns 10
anos. Eu sempre sonhei em ser detetive quando era
menor.
Enfim, coloquei a roupa e comecei a investigar,
investiguei, investiguei. Porém eu não tinha o mesmo
talento que antes, então fui logo perguntando para ela
sem mais nem menos.E quando ela abriu a boca eu vi que
não era nada bom porque disse, literalmente, o meu pior
pesadelo resumido em duas palavras:
- Estou gráávida!
Na hora fiquei completamente sem reação e
inúmeras perguntas vieram na minha cabeça como: Como
assim? Vou ficar deixada de lado? É uma irmã ou um
irmão? E veio o pior pensamento... Desisto do meu
sonho?
Mas nenhuma, nada, absolutamente nada saiu da
minha boca, mas, sim, quando pensei em desistir saiu,
saiu lágrimas e um seco parabéns, porém só por
educação. Minha mãe tem 37 anos, e me ganhou jovem,
bem ela ainda é jovem...
Não estava acreditando, então, me tranquei no
quarto, o único lugar que parecia ser meu lar, deitei na
cama e olhei o porta - retrato que tinha ao lado da minha
cama, era uma foto minha e dos meus melhores amigos a
Cristina e o Alex que eu considero irmãos, os únicos que
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devia ter, os únicos que pareciam ser minha família
naquele momento. Então me veio a cabeça de ligar para
eles, pois eles sempre têm um jeito de tornar qualquer,
qualquer coisa ruim em boa, até uma mãe grávida em algo
maravilhoso. Liguei para eles, contei a situação e eles
vieram correndo para falar comigo.
Quando a porta do meu quarto abriu já sabia que
eram eles e não aguentei, desabei, meu mundo desabou
completamente, comecei a chorar, desesperadamente,
pois na verdade não era porque não queria ter um
irmãozinho ou uma irmãzinha, mas, na verdade, não sabia
o porquê deste meu sentimento.
Eles me perguntaram o que tinha acontecido e eu
falei soluçando de tanto chorar:
- Eu sou uma pessoa horrível, né? Vocês estão
pensando nisso desde que souberam, eu sei!
Eles falaram que não e perguntaram por qual motivo
eu estava pensando dessa forma. Eu disse:
- Ué, não está na cara? Eu não quero que um ser
humano nasça, isso é quase um assassinato! Ai, não!
Agora eu sou uma assassi...
Cristina falou com uma voz mandona:
- Fique quieta, se anime! Por favor, sua tristeza me
contagia, assim como sua alegria de sempre, é sua
loucura.
O MUNDO EM MEU OLHAR
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- É! Você é nossa melhor amiga assim como nós
somos os seus. Dê uma, apenas uma risada por favor, nós
imploramos, disse Alex.
- Então ok, vou melhorar, aumentar meu alto astral,
aliás, isso agora é o meu pesadelo, mas era meu sonho
quando tinha uns... Sei lá? 7 anos?
Ai! Deixa eu só vou levantar da cama e fingir que
nada, absolutamente, nada está acontecendo. Eu falei.
Semanas passaram-se e eu, felizmente, me
acostumei com tudo isso, fui até no ultrassom com ela e
adivinha é um menino, ter um irmãozinho já é meeio ruim.
E adivinha, ter uma irmã também. E pronto a gota d’água.
Bom vou ser beeeeeemmm sincera, na verdade eu
amei a notícia, pois eu andei pensando e vai ser muito
legal. Quando eu era mais criança tive vááárias fases,
entre elas, a de implorar por um irmão e a de não suportar
a ideia de ter um irmão, esta foi porque tinha muito medo
de ser esquecida. A minha preocupação é que vou ficar
dois anos viajando, então eu vou vê-lo, pessoalmente, só
quando voltar da viagem.
No entanto as coisas foram se resolvendo e se
acalmando. E eu e minha família resolvemos não fazer
nenhuma festa e nada do tipo. Minha mãe sempre falou
de olho grande... Que bom que ainda não tinha convidado
e nem comentado tudo isso com ninguém. Além é claro
da Cristina e do Alex.
O MUNDO EM MEU OLHAR
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Capítulo 4: O QUE SÃO
ESTATÍSTICAS?
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 26 Escola da URI
Bem, eu andei muiiiito tempo com o Alex e a Cristina
e só quero ver quando eu for embora. Nós desde
bebezinhos éramos melhores amigos e sempre andamos
juntos, vai ser muito difícil nos despedirmos e ficarmos
longe por dois... Não são dois dias nem dois meses são
dois anos, o que vai parecer duas décadas ou melhor dois
séculos.
Enfim, vou ir direto ao ponto, as chances de eu ter
ganhado aquele intercâmbio era de um em um milhão,
mas eu ganhei, eu tive muita mas muita fé mesmo e eu
acredito que foi isso, foi Deus que me ajudou então vou
continuar tendo fé que meu pai vai ganhar na loteria. Mas
as chances disso acontecer é de uma em 50.063.860...
É eu estava certa as chances eram de uma em
50.063.860, mas o que eu não esperava é que tinha uma
chance ainda. E o que aconteceu foi que quatro meninos
do intercâmbio tiraram notas muito baixas e acabaram
repetindo de ano. Eu me lembro da minha nota mais
baixa, eu chorei por quase 2 dias, está bom por meio dia,
mas da mesma forma é muito tempo. Todavia o que eu
quero dizer é que a Cristina e Alex vão poder ir comigo o
que é ótimo!
Fiquei pensando em qual seria a estatística de três
melhores amigos ganharem um intercâmbio. Tenho
certeza que ninguém conseguiu isso, como aconteceu?
Devo ser a pessoa mais sortuda do planeta!!!
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 27 Escola da URI
Eu e a Cristina combinamos de ir na casa dela para
arrumarmos uma mala de mão para nós duas então
iríamos na farmácia, no mercado, enfim comprar coisas
básicas. Eu levei minha malinha que tinha comprado há
pouco tempo e ela era linda uma coisa fofinha, ela era
toda branquinha com coraçõezinhos vermelhos e era de
seda, bem pequenininha.
Fiz tudo o que tinha que fazer e já arrumei minha
mala. E quando estávamos no mercado, sei lá, me deu
uma coisa muito estranha, não sei explicar, não era uma
dor “externa” na verdade era uma tristeza, não sei porque
me deu aquilo, mas foi do nada e quando olhei para o lado
vi a Cristina chorando discretamente, olhei mais para
frente e vi o Alex com uma garota e meu mundo começou
a girar e girar, até que entendi tudo e me lembrei...
A Cristina tinha me falado que achava que estava
gostando do Alex e percebi que faz alguns meses eu só
estou pensando em mim. Eu entendi que a tristeza não
era bem por causa da tristeza da Cristina, porém na
verdade era por causa que eu notei que, ultimamente, a
Cristina está sendo sempre minha melhor amiga, mas eu
não estava sendo o mesmo com ela. Então prometi a mim
mesma que iria dar um tempo para meus problemas, era
vez dos problemas da Cristina.
Fiquei em choque. Na minha frente estava o Alex,
meu melhor amigo, com uma “namorada” me
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 28 Escola da URI
cumprimentando e ao meu lado tinha uma estante e ao
lado da estante estava a Cristina, minha melhor amiga
chorando. Olhei para os lados, olhei para frente e depois
olhei para trás e vi a saída. E eu inteligentíssima como
sempre fiz a melhor coisa, saí correndo. O que podia
fazer? Estava em choque total.
Cheguei em casa e liguei para Cristina, e para
completar ela não me atendeu, passou pela minha cabeça
milhares de cálculos e eu não parava de pensar: Tem 50%
de chance da Cristina estar de mal comigo, mas também
tem 50% dela não me atender por outro motivo até que...
Dim-Dom, era o Alex, meu coração bateu forte,
respirei fundo e abri porta. E logo quando abri ele já foi
perguntado o que tinha sido aquilo. Entrou no quarto e
falou:
- Luiza responda com sinceridade o que eu vou te
perguntar. Você por acaso gosta de mim?
Meu mundo girou e meus “neurônios” ficaram loucos
o que eu iria fazer agora? Falar que não era eu e sim a
Cristina. Certamente ela iria ficar mais chateada comigo
do que ela já supostamente está, e se eu mentisse que eu
estava afim dele nossa amizade não seria mais a mesma.
Bem na hora a Cristina chegou e nós três
conversamos bastante até que tudo ficou esclarecido.
Entretanto Cristina decidiu esquecer o Alex porque nunca
mais a amizade deles seria a mesma.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 29 Escola da URI
Eu no fundo estava aliviadíssima, pois já estava
imaginando o que seria da minha, digo, nossa viagem,
com os dois de mal, daí eu iria fazer o quê? Arranjar outros
dois melhores amigos? Não teria como.
Bem, mas graças a Deus isso não aconteceu...
O MUNDO EM MEU OLHAR
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Capítulo 5: UM LONGO DIA
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 31 Escola da URI
Algumas semanas depois...
Hoje é o dia, o dia que eu estava esperando há dois
meses.
Acordei às sete da manhã super ansiosa para
começar essa aventura até que levei um susto pensando
que tinham arrombado meu quarto, mas era “apenas”
minha mãe desabando de chorar.
E ela falou para mim não planejar absolutamente
nada, pois ela tinha planejado um dia só para mim, ela e
para o papai. No entanto não liguei muito, claro que se
fosse qualquer outro dia eu já não iria gostar muito, hoje,
sim, pois a meia noite irei para a Europa ficar lá por 2 anos.
Primeiro fomos tomar um café da manhã bem
reforçado na casa da minha avó Fernanda por parte de
pai e ficar por lá um tempinho, pois meus primos estavam
lá e eu tinha que me despedir.
Eu para ser bem sincera não precisava me despedir
de todas aquelas pessoas só das mais chegadas como:
Minha vó Fernanda, meu vô Luciano, minha priminha de
9 meses Sofia, sua irmã de 4 anos que por sinal me ama
até demais, Miranda e seus pais, tia Catarina e tio
Umberto.
Depois de todas essas despedidas e mais um
“poucão” nós fomos para casa da minha outra vó Anita e
meu vô Iuri almoçar, diferente da minha outra vó eles não
chamaram quase ninguém além da minha tia Julia e seus
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 32 Escola da URI
filhos, João, Maria e o casal de gêmeos Lucas e Eduarda.
Almoçamos e ficamos um pouco por lá.
Quando estávamos indo para casa de novo meu pai
percebeu meu desespero e inventou uma desculpa para
afastar a minha mãe, falando:
- Também quero um pouco nem que seja de tempo
com a minha filha. Além disso ela também é minha filha
que vai para a Europa ficar dois anos lá!
Minha mãe concordou plenamente e nos deixou no
centro e voltou para casa de táxi. E meu pai disse você
deve estar enlouquecendo de ouvir e fazer estas loucuras
dar sua mãe e que Iríamos Tomar um Sorvete e conversar
sobre algumas coisas que não devo esquecer.
Sim eu estava realmente pirando com isso, ainda
mais quando ele falou a palavra “conversar” eu pirei mais
porque sempre, pelas leis da física, isso já foi
comprovado, cientificamente, que quando um pai ou mãe
fala as mais apavorantes palavras, “Vamos conversar”
isso não indica nada bom ou agradável.
Mas por incrível que pareça as leis da física e a
ciência do meu mundo estavam meio erradas, pois meu
pai só falou que eu não poderia sair de perto de um
responsável e mais outros blá, blá, blás que ele já falou
mais que um trilhão de vezes.
Eu e o papai nos divertimos mais que demais o que
fez que eu me desabasse. Não literalmente como um
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 33 Escola da URI
machucado de ralar o cotovelo. Quero dizer que
machucou “meus sentimentos”. Não que meu pai tenha
me magoado é que ele me fez lembrar de uma coisa, a
única coisa que eu não tinha pensado...
Adeus, uma simples palavra que ninguém dá valor a
não ser na hora de uma real despedida. Dizemos adeus
todos os dias para todas as pessoas que vemos. Mas às
vezes é complicado fazer com que palavras como esta
saiam dos nossos lábios ou melhor do nosso coração.
Eu estava super feliz até me lembrar dessa palavra.
Continuei “feliz”, bem feliz fisicamente, porém não estava
aguentando mais segurar meu choro. Toda frase que meu
pai dizia eu falava apenas “o quê?” para pelo menos
respondê-lo, pois meu corpo estava ali presente, mas eu
estava no meu pequeno mundo cheio de lágrimas. Até
uma hora que eu não aguentei mais segurar nem um
pingo de choro. E meu pai perguntou rapidamente o que
tinha acontecido. Logo eu contei o que tinha acontecido.
E ele me falou com o olhar de pai mais doce que eu já
tinha visto:
- Minha filha, eu e sua mãe, mesmo estando a 9.887
km de distância, nós estaremos contigo sempre em
nossos pensamentos.
Daí meu choro passou e uma gargalhada saiu. Bem
na hora o celular do meu pai tocou, era a minha mãe
enlouquecida de que já estava tarde e eu iria perder meu
voo.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 34 Escola da URI
Chegando em casa abri a porta e...
SURPRESA!
Eu fiquei boiando, sem entender absolutamente
nada. Como assim uma festa surpresa. Então do nada
meu pai me deu um super abraço e também um nas
pessoas presentes.
E foi aí que eu assimilei, me lembrei do porquê dessa
festa. Como podia ter esquecido do aniversário do meu
próprio pai?
Eu estava, literalmente, me odiando por isso. Eu
passei o dia com ele e, mesmo assim, não me lembrei do
aniversário do papai.
Minha vida no Brasil estava literalmente um caos
então não via a hora de ir para a Europa. Lá para mim
acredito que será uma bênção.
Depois que os convidados foram embora eu falei
para o papai que eu tinha me esquecido e pedi perdão. E
para minha surpresa ele disse que já sabia porque sempre
que ele estava de aniversário eu levava café na cama para
ele e também disse que eu não devia ter pedido perdão,
pois isso acontece com todas as pessoas, inclusive nas
horas que estamos com a cabeça muito ocupada.
Fiquei feliz, pois meu pai me fez entender que coisas
assim acontecem. Também porque meu pai me perdoou
pelo meu erro.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 35 Escola da URI
Mais a noite nós três fizemos chocolate quente e
bolo de goiaba para aquecer nossa alma e também pelo
frio que estava fazendo, também fizemos fogo na lareira
da sala principal o que foi muito divertido.
Olhamos o relógio e para nossa surpresa já era
12:14 da noite, ou seja, estávamos 14 minutos atrasados.
Então minha mãe e eu piramos porque odiamos atrasos e
desta vez éramos nós que estávamos atrasadas.
Meu pai pegou duas malas, minha mãe mais uma,
ela não pode forcejar, e eu mais duas e saímos correndo
para solicitar um táxi. Com este tanto de malas, eu
imaginei o que as pessoas que cruzavam por nós
imaginavam. Acredito que pensaram que fôssemos uns
loucos perdidos no meio da rua com cinco malas.
E graças ao nosso bom Deus chegamos no
aeroporto em menos de cinco minutos, porém ainda
tínhamos que encontrar o meu grupo de intercâmbio.
Depois de uns mais ou menos 5 minutos eu
encontrei-os e para minha surpresa era um grupo bem
pequeno mas super simpático, carinhoso e agradável, um
grupo perfeito.
Afinal, tinha chegado a grande hora, talvez a hora
mais esperada da minha vida. Momento único, mas de
brinde um triste e seco adeus.
- Vamos pessoal o nosso voo já está saindo. – disse
a Isabell nossa “mãe” no intercâmbio.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 36 Escola da URI
E com meus olhos lacrimejando não sei se de
tristeza, pois iria perder o nascimento dos meus
irmãozinhos ou se de felicidade pois estava realizando o
meu maior sonho, eu disse:
- Adeus, amo vocês mais que tudo, até mais que a
Europa! E meus pais disseram:
- Nós também, vai com Deus e se cuida!
E eu saí correndo para não me atrasar, um sonho
estava me esperando.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 37 Escola da URI
Capítulo 6: O COMEÇO DE UM SONHO
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 38 Escola da URI
Bom, meu sonho estava, finalmente, se tornando
realidade e eu estava muito ansiosa.
Primeiro iríamos para Lisboa capital de Portugal.
Neste voo, Cristina e Alex e eu combinamos de não nos
sentarmos juntos e nem perto, então eu sentei do lado de
uma menina da Bahia que se chamava Maria Rosária,
mas eu diferente de todos que a chamavam de Maria me
acostumei a lhe chamar de Rosária, pois seu nome era
Maria ROSÁRIA.
Ela era bem divertida por isso nem vi o tempo passar
e quando menos esperava já era noite e só faltava mais
ou menos trinta horas para chegarmos em Lisboa.
E de repente, do nada “BUUM” lá veio minha
primeira turbulência. Eu entrei em pânico total pensei que
não iria nem respirar o ar da Europa porque imaginei que
o avião iria cair. Fiquei em choque até a Rosária falar que
a causa da turbulência era apenas um aumento na
movimentação dos ares na troposfera.
Depois deste agito todo nós finalmente estávamos
em solo europeu. E Lisboa era incrível.
Então pegamos um ônibus e fomos para o nosso
hotel: Hotel Lisboa Embaixador.
Ele era belíssimo parecia até um castelo de tão
grande. Se pudesse poderia ficar morando intercâmbio
inteiro aqui. Pensando bem não, pois meu destino
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 39 Escola da URI
principal era a Itália, eu acho o país mais lindo do mundo
por ter Coliseu e tantas culturas apaixonantes.
Como era tarde pegamos as chaves dos nossos
quartos que eram para três pessoas. Fiquei com a Rosária
e com uma menina que eu ainda não conhecia, mas já
sabia que era irmã do Gustavo, um menino super legal,
assim como parecia ser a Catarina, sua irmã.
Entrando no quarto me encontro com Catarina e ela
deu um salto e disse:
- Oi, você deve ser a Maria. Prazer eu sou a
Catarina, irmã do Gustavo!
- Oi na verdade eu sou a Luiza e muito prazer você
parece ser bem legal, o que está fazendo?
E ela com seu ânimo superagitado respondeu:
- Eu ia olhar o quarto, ele parece ser enorme ouvi
dizer que é um dos maiores que a agência reservou!
Eu olhando ao redor havia visto que era realmente
era muito grande. Então, Catarina e eu fomos ver e no
quarto tinha um banheiro com um box, uma banheira e
três pias. No outro lado era realmente o quarto e tinha três
camas de casal, em cima de cada uma havia uma toalha
e dois frascos de shampoo e condicionador. E também
tinha um criado mudo com um abajur para cada cama.
Estávamos em um ótimo papo e de repente, do
nada, levamos um susto, era a Rosária com uma
convidada para nós “conhecermos”, porém essa
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 40 Escola da URI
convidada era a Cristina que por um acaso era a minha
melhor amiga e tinha sentado com a Catarina ou seja
apenas ela ainda não a conhecia. Nós três madrugamos
conversando. Estava virando uma das melhores noites da
minha vida e de tão divertido que estava eu mal me
lembrava que estávamos em Lisboa. Mas esse
sentimento passou rapidinho quando a Isabell abriu a
porta e disse:
- Cristina o que está fazendo aqui? Vá para seu
quarto com suas colegas! Meninas, vão dormir, pois
amanhã quem não estiver pronta às nove em ponto não
irá conhecer Lisboa! Depois desse chingão fomos dormir
rapidinho. E no dia seguinte...
Eu fiquei pronta às 8 horas e às 8 e meia fui tomar
café e no restante do tempo fiquei esperando nosso guia
turístico. Ele chegou meio atrasado mas nem dei bolas,
pois iria conhecer Lisboa. Quando ele chegou nos disse
tudo que iríamos conhecer.
- Primeiro iremos para o Teleférico de Lisboa
conhecido também como Teleférico do Parque das
Nações ou Teleférico da Expo e vai durar apenas 8
minutos mesmo sendo curto é um passeio muito bonito.
Depois iremos para o Rio Tejo fazer um belo passeio de
barco. Em seguida veremos o Castelo de São Jorge, um
dos castelos mais importantes de Lisboa e um dos
principais pontos turísticos. Logo após iremos para o
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 41 Escola da URI
Museu da cidade considerado o mais importante e ao
mesmo tempo ouvindo inúmeras histórias.
Depois desse longo e interessante passeio eu e
minhas amigas pegamos um sorvete, pois lá é muiiiito
quente. Chegando no hotel vimos várias famílias sem
lugar para ficar o que me deixou bastante curiosa então
fui a pesquisa e descobri que um dos maiores problemas
de Lisboa era o de muita gente para pouco lugar e achei
isso meio estranho já que Portugal é um país de primeiro
mundo.
Algumas semanas depois já me sentia moradora de
lá porque fiz amizade com praticamente todo mundo do
hotel incluindo meus colegas e já estava bem acostumada
com tudo, clima, fuso horário, etc. Mas infeliz ou
felizmente eu já iria para Madrid na Espanha e estava
mais ansiosa porque eu, finalmente, precisaria de uma
língua diferente, “espanhol”.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 42 Escola da URI
Capítulo 7: QUE TOURADA
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 43 Escola da URI
O voo foi excelente não houve nenhuma turbulência,
ou melhor, um aumento da movimentação dos ares na
troposfera. Bem, não foi tão legal, pois todos dormimos,
não tinha ninguém novo para conhecer.
Chegamos bem à tardinha, mas logo já entramos
para o nosso quarto, os colegas de quarto eram sempre
os mesmos. Estava pegando a chave até que vi a uma
lágrima saindo dos olhos da Rosária, então chamei
Catarina que estava ao seu lado, porém ela não tinha se
dado conta. Então fui eu mesma perguntar. Ela me disse
que era porque não poderia ir para o passeio turístico
dessa vez, pois não era nada boa em espanhol então eu,
Cristina e Catarina entramos com ela no quarto e ficamos
até ao amanhecer a ajudando estudar.
No dia seguinte, mesmo que já tínhamos estudado,
prometemos não sair do lado dela, pois poderia precisar
de auxílio, talvez não entendesse ou esquecesse de
alguma coisa, então estaríamos lá para ajudá-la.
Quando o guia chegou como na outra vez nos falou
que iríamos primeiro para o Triângulo da Arte que são três
museus: Prado, Thyssen-Bornemisza e Reina Sofia, após
visitaríamos o Palácio Real e junto iríamos para Catedral
de la Almudena, depois para a principal avenida da
cidade: Gran via, e por último para encerrar com chave de
ouro conheceríamos o coração de Madrid: a Praça Maior.
Depois desse grande passeio voltamos para o hotel e
como sempre, ficamos conversando até tarde.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 44 Escola da URI
Alguns dias depois fomos em um outro passeio
turístico, para ver a Tourada. Confesso que eu imaginava
uma coisa totalmente diferente do que eu vi, imaginava
homens vestidos com roupas de toureiros desfilando em
cima de seus touros. Mas imagina a minha decepção
quando vi aqueles homens “maltratando”, “provocando
aquele animal que, sim, é feroz, mas também é animal
como todos os outros, tigres, borboletas, ursos... Quando
enxerguei aquilo me deu vontade de impedi-los, no
entanto apenas chorei, chorei por causa dos pobres
animais.
Quando cheguei minhas amigas me acalmaram e
meus pais ligaram como fazem todos os dias e me
perguntaram se eu não estava com saudades. Disse que
sim, pois já estava longe de casa há 14 dias e quando falei
isso minha mãe começou a chorar muito. Meu pai pegou
o telefone e começou a contar coisas que estavam
acontecendo na cidade e falou que meus irmãozinhos
estavam saudáveis, mas eles queriam que eu desse
sugestões de nomes, pois iriam nascer um menino e uma
menina então de cara falei “Catarina”, para quando tudo
isso acabasse não sentisse saudades. Em seguida
mostrei as roupinhas que eu tinha comprado, uma do time
“Porto” de Portugal e outra do time “Real Madrid’ da
Espanha, o meu pai que ama futebol adorou, pois achava
que esses times eram muito bons. Também apresentei
para eles a Catarina e a Rosária. Depois de conversarmos
muuuito desligamos.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 45 Escola da URI
Bom lá na Espanha estava o que eu chamo de “mais
que demais”. Estava muito bom, mas eu não via a hora de
chegar na Itália, França... Nós íamos ficar um mês em
Madrid e uns cinco dias em uma cidade pequena
chamada “Ciudad Real’ é um município da Espanha
província de homônima, comunidade autônoma de
Castela-Mancha.
Eu estou amando muito Madrid, mas estou muito
ansiosa para ir à Cidade Real (Ciudad Real), pois moro
em um município pequeno Chamado Santiago e não
estou nem um pouco acostumada em morar numa grande
capital. Imagina! em uma grande capital de um país
estrangeiro!
Eu amo muito as coisas simples e já teve muita
gente me falando para ser arquiteta quando adulta, pois
sou minimalista, para mim menos é mais.
Eu estava pensando em tudo isso até que a porta se
abriu e eu me assustei. Eram os meninos, Gustavo, José
e Paulo. Eles eram os meninos do quarto ao lado do
nosso. E depois de tanto perguntar eles falaram que
vieram usar o banheiro, o deles estava estragado. Então
eu e a Rosária caímos na gargalhada só de ver eles
sapateando de vontade de entrar. Mal sabiam eles que a
Catarina estava lá dentro e ainda por cima maquiando-se.
Disse a eles que a Catarina era muito lenta e achava
que deveriam pedir emprestado o banheiro de outro
quarto porque dali um pouco não seria mais preciso.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 46 Escola da URI
E o Gustavo respondeu:
- Eu sei como minha irmã é demorada, mas nós não
achamos o zelador e os outros quartos estão chaveados.
A demora da Catarina é nossa melhor opção, mas espera
aí, é de noite porque ela está se maquiando?
- A Catarina é tão, mas tão vaidosa, que está
treinando a maquiagem para fazer amanhã. Disse
Rosária.
E todos morremos de tanto rir até que finalmente
depois de muitas conversas e piadas a Catarina sair do
banheiro e os meninos tiveram que fazer par ou ímpar dois
para ver quem iria primeiro.
Mesmo depois deles irem no banheiro ficamos
conversando e essa foi uma noite muito divertidas e uma
das muitas inesquecíveis desta viagem.
No dia seguinte no café os meninos estavam nos
ignorando, não só os meninos mas, sim, todos. As
meninas não notaram, mas quando eu falei isso elas
perceberam e Catarina como sempre fez um escândalo
perguntando por que as pessoas estavam nos ignorando
e a Cristina veio correndo nos contar uma fofoca que
fizeram da gente.
Estavam planejando uma festa surpresa para a
Rosária, pois amanhã seria aniversário dela e eu e a
Catarina amamos a ideia porque a festa será hoje e minha
função é comprar os refris.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 47 Escola da URI
Por mais que seja uma tarefa simples foi muuuuuuito
difícil, pois não tinha nenhuma marca de refrigerante
normal, digo, que tivesse no Brasil, então eu tive que
pegar por intuição. Comprei um chamado “Orange juice”
que parecia fanta laranja.
Todos nós nos reunimos em nosso quarto e nos
escondemos e quando a Rosária chegou SURPRESA!
A festa foi super divertida e o refri que eu escolhi
estava ótimo.
Por melhor que estava a Espanha nós tivemos que
embarcar para uma nova aventura e põe aventura…
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 48 Escola da URI
Capítulo 8: MAR DE EMOÇÕES
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 49 Escola da URI
O voo foi ótimo, todos nós conversamos, foi como eu
digo: mais que demais. A Rosária ficou toda a hora se
gabando de que ela havia ganhado uma lembrancinha da
Isabell e blá blá blá... Infelizmente, desta vez tivemos um
aumento na movimentação dos ares da troposfera isso é
uma turbulência.
O avião era excelente e o melhor de tudo com três
lugares e tinha DVD para colocar o filme que quisesse.
Obviamente eu sentei ao lado da Catarina e da
Rosária e nós colocamos o filme 4 vidas de um cachorro.
O filme mal tinha começado e eu e a Catarina já
estávamos chorando.
Quando chegamos em Roma teve um real choro de
alegria, foi só aí que a minha ficha caiu, eu estava em
ROMA, em ROMA e tinha acabado de sair da Espanha e
Portugal.
Naquele momento minha vida mudou,
completamente, eu estava, finalmente, realizando meu
maior sonho, eu estava na Itália.
O hotel era ótimo, a comida era excelente, tinha mais
pontos turísticos do que todos os outros... Tudo era as mil
maravilhas.
O nosso quarto era gigante. Tinha um banheiro com
quatro pias e um espelho gigante, tinha três boxes e uma
banheira. No outro lado tinha o quarto com uma televisão
de tela plana na parede e três camas de casal e em cada
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 50 Escola da URI
uma tinha um criado mudo, um abajur e o controle em
cima do criado do meio, o meu neste caso.
Em cima das camas tinha aqueles shampoos e
condicionadores de hotel e como eu tinha levado o meu
próprio shampoo que, obviamente, teria que comprar
outro eu levava os que vinham com o hotel na minha mala,
pois minha mãe coleciona e ela adoraria ter alguns da
Europa.
Eu estava amando tudo aquilo eu estava
emocionada e de noite eu liguei a televisão e fiquei
apenas mudando de canal só para ver o que passava na
TV Italiana e passava muita coisa chata, praticamente, só
sobre política.
Eu estava concentrada olhando quais presidentes
iriam se candidatar até que meu celular tocou e adivinha
era a mamãe e papai ligando pelo Skipe e me fizeram
mostrar todo o quarto.
Estávamos conversando quando meu pai deu a
notícia de que o meu irmãozinho iria se chamar Enzo e
minha irmãzinha Cecília. Amei os nomes!
Enquanto estávamos conversando a Isabell chegou
me xingando como sempre, falando que eu podia ficar
vendo televisão, mas não conversando com meus pais,
pois eles faziam muita gritaria. Então me despedi
rapidamente e desliguei.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 51 Escola da URI
Acordei suuuuuuuper cedo e fui a primeira a ficar
pronta para o passeio turístico. Mais ou menos uma hora
depois o guia veio nos avisar o que iríamos fazer.
- Primeiro vamos para o fórum Romano e Paladino
em Roma depois para Vittoriano e Piazza Venezia em
Roma, após iremos para o Panteão de Roma, quase
finalizando o passeio iremos para as praças de Roma e
seus pontos turísticos, a seguir iremos para o vaticano e
encerrando iremos para o famoso Coliseu.
- Além disso faremos uma breve viagem de ônibus
de 4 horas e 30 minutos para a cidade de Pisa ver a torre
de Pisa e sua catedral.
O passeio foi o maior sucesso. No Vaticano
conseguimos ver o Papa, o Coliseu era maior de tudo que
eu já tinha visto, só não era maior que a minha paixão por
viagens. Logo após, na viagem de ônibus que não foi
muito legal, pois a Catarina ficou enjoada e eu e a Rosária
tivemos que tomar conta dela, no entanto valeu muito a
pena, pois a Torre de Pisa foi a melhor atração de todas.
Eu além de apreciá-la, aprendi muito. E descobri que
a Torre foi projetada só para abrigar o sino da catedral de
Pisa, a torre foi iniciada em 1173 e só quando estavam
fazendo o terceiro andar que notaram uma inclinação
devido o afundamento do terreno.
Foi mais que demais, a Itália na minha opinião
ganhou de todas, parece até que ao dormir, sonhei mais
do que já sonho. Todos me acham uma menina
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 52 Escola da URI
sonhadora, fantasiosa e criativa, por isso falam também
que me decepciono muito fácil com coisas que faço
errado, pois sei que para alcançar nossos objetivos
passamos por vários obstáculos.
Eu interpreto como o Evereste, todos sonham
chegar no topo, mas para isso temos que enfrentar
desafios que não vão apenas nos ajudar a chegar no topo,
contudo também irão trazer conhecimentos para o resto
de nossas vidas que nos ajudarão, talvez, a chegarmos
no topo de outras montanhas.
Bem, eu amo demais meu Brasil, por isso se tivesse
que escolher entre a Itália e o Brasil, mesmo que ache as
mil maravilhas a Itália, eu escolheria o Brasil diferente de
muitas pessoas que iriam falar sobre situações precárias
e outras coisas, eu digo, exatamente, ao contrário pois
temos que ver o lado bom.
Brasileiro é povo gentil carinhoso e, principalmente,
guerreiro porque luta contra essas situações precárias
que qualquer um iria citar.
Acordei dos meus pensamentos e sonhos malucos,
pois hoje teria uma pequena “reunião” do meu grupo de
intercâmbio. Nesta “reunião” nós apenas repassamos as
coisas que não deveríamos fazer e também para
checamos o nosso visto. Tudo meu estava em ordem
então fiquei esperando as meninas para vermos o filme
italiano que tínhamos combinado até que fui avisada de
que a Rosária havia perdido a carteira de identidade.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 53 Escola da URI
Todos nós procuramos como loucos essa carteira
por mais ou menos 1 hora e meia até que entrei em nosso
quarto e fui ao banheiro. Olhei e olhei e nada até que por
via das dúvidas decidi abrir a necessaire da “Ro” (novo
apelido da Rosária) e ali estava a bendita carteira de
identidade.
Saí gritando, praticamente, para o hotel inteiro:
“Achei, eu achei” até que o Gustavo me deu bolas e foi
avisar para o Leo que faz a mesma coisa que a Isabell.
Quando o Leo ficou ciente ele avisou para todos que a
carteira estava ali e não havia mais motivos para ficarmos
fora do quarto, então colocou todo mundo nos seus postos
e nós assistimos metade do nosso filme.
Antes de dormir enviei um e-mail para os meus pais
como havia prometido a eles.
Para: mamãe e papai
De: sua filha quase europeia Lu
Mamis e papi
Eu estou me divertindo muuuuuuuito,
muito mesmo, porém vocês não vão acreditar
no que aconteceu hoje. Aqui não vai dar para
eu contar direito, então em uma ligação eu
conto.
Daqui há quinze dias estarei indo de
Londres para INGLATERRA e eu estou muito
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 54 Escola da URI
ansiosa para ver se quando eu visitar o “Big
Bang’” irei voltar para o passado, hehehe.
Eu também estou louca para aprender mais
sobre os Beatles, pois eles são de Liverpool
na Inglaterra. Enfim, converso mais com
vocês pelo celular. Beijossss...
Com amor Lu.
E eles me retornaram com um outro e-mail;
Para: nossa filha Luiza
De: seus pais com saudades.
Luiza!
Olá querida, como faço para ver o seu
rosto? Me responde. Estou morrendo de
saudades. Luiza, vou chamar seu pai. Não
tem botão de desligar? Não vou mais falar
com você, não me responde. Ai, não sei mexer
nisto. Luiza, me respondeee. Queridoo! como
eu vejo se ela visualizou?
Minha flor porque não me responde? Vou
desligar. Adeus.
Achei muito engraçado ler esse email, mas vendo
que minha mãe não entende muito de tecnologia eu decidi
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 55 Escola da URI
ligar e explicar a ela como funciona e até que enfim ela
entendeu e me enviou um “normal”.
Para: Lu
De: Mãe e pai
Lu
Minha linda desculpe-me por ter perdido
a paciência no último email, mas agora já
sei como é só queria lhe dizer que você faz
muita falta, minha tagarela favorita te amo.
Oi, Lu, tudo bem? É o papai te amo e
estou com saudades.
Bem, depois de muuuuuuito conversarmos por email
eu fui dormir sabendo que daqui quinze dias teria que sair
deste paraíso, todavia não sei se não partiria desta para
melhor.
Bem é hoje! Hoje é o dia em que meu coração
sonhador voa de Roma para Londres na INGLATERRA.
Desde pequena sonho conhecer a rainha Elisabeth para
ver se eu me apaixono pelo príncipe como nos filmes, mas
é óbvio que não vou chegar nem perto da rainha.
O voo foi perfeito e foi a única vez que voei sem
conversar, sem dar bolas para nada que estava
acontecendo ao meu redor e só fiquei pensando
pensando como a vida pode ser boa e como o mundo é
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 56 Escola da URI
belo. Só não vemos e, algumas vezes, não sentimos
devido ao “tumultoo” da cidade, do mundo, das notícias
globais, trânsito e etc.
Mas, além disso, fiquei pensando que todos os
sonhos da minha vida estavam se realizando menos um,
o amor da minha vida não estava aparecendo. Eu estava
sonhando com tudo isso até que meu pensamento foi
interrompido por uma voz gritante falando:
- Lu, Lu! Ro, ei, acordem! Vocês estão perdendo. É
a Cristina - Disse a Catarina.
E quando me acordei parece até que eu levei um
choque de realidade. O que estava mais-que-perfeito
desabou, mas só um pouquinho. O que estava
acontecendo é que a “Cris” (apelido da Cristina) estava
BEIJANDO o Gustavo.
Eu o amava como amigo, porém eu amava a Cris
muito mais, e se ele começasse a namorá-la e brigassem
eu iria ter que deixar de ser amiga de um deles, seria o
Gustavo.
Mas também era porque eu sei como é quando um
amigo seu começa a namorar. Você que sempre o apoiou
vai ficar de lado e quando eles brigarem, você que foi
deixada de lado, vai terá de dar atenção para ele.
Apesar disso eu acho mais que demais ser a amiga
que apoia, afinal, você será sempre a pessoa que ele vai
chamar primeiro.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 57 Escola da URI
Sabe o Alex? Pois é ele começou a namorar a
melhor amiga da Agatha que gosta do Gustavo.
E agora que eu notei que a Agatha vai odiar a Cris.
A melhor amiga dela a, Bianca, ficará ao lado dela, ou
seja, se o Alex ficar ao lado da namorada ele vai ficar
contra nós.
Enfim, enviei uma mensagem para a Cris, pois não
podemos sair dos nossos assentos durante o voo.
Na mensagem dizia:
Cris vc gosta dele? Pq vc sabe as
consequências, né?
É sério, Cris, vc já pensou no Alex?
E foi assim que ela me retornou:
Ah, eu não tinha pensado nisso!
Minha internet móvel está acabando
depois conversamos melhor.
Fiquei apavorada, mas consegui voltar para o meu
mundinho sonhador, até que quando menos esperava,
estávamos chegando na terra da realeza. Em Londres.
E o hotel assim como em toda a Europa era ótimo,
porém tinha um pequeníssimo detalhe. A partir de agora
o quarto de hotel é separado e em Paris que é o nosso
destino principal o hotel será só para intercambistas de
países distantes.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 58 Escola da URI
O hotel era como sempre mais que demais como
sempre. Tinha uma cama que parecia um pouco menor
do que a de casal. Dos lados tinham dois criados mudos
iguais e em um deles tinha um abajur lindíssimo e bem
grande. No outro não tinha nada então coloquei meus 5
livros: 3 de romance, 1 de mistério e o outro de ação e
aventura. Dormi tarde, pois a televisão inglesa tem muitos
programas legais.
Hoje, diferente do que nos outros dias eu cheguei
meio atrasada porque não estava nem um pouco a fim de
sair, estava com um pressentimento ruim.
O guia turístico ainda não tinha chegado, então a
Cristina veio falar comigo e me disse que tinha certeza do
que estava fazendo, pois AMAVA o Gustavo e que só não
faria isso se eu não gostasse. E é claro que eu disse que
tudo bem. Quando o nosso guia chegou como sempre ele
nos disse o que iríamos visitar.
- Primeiro nós iremos para o Palácio de Westminster,
depois para a London Eye, seguindo iremos para a
Catedral de St Paul’s, depois para o Palácio de
Bukingham, após partiremos para a Torre de Londres e
enfim iremos para o incrível Big Ben às 20:00 e quando
voltarmos iremos novamente passar pelo castelo
Bokingham.
Tudinho saiu como planejado menos uma coisa...
Nós estávamos em um ônibus de turismo voltando
do incrível e inesquecível Big Ben. Quando estávamos
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 59 Escola da URI
passando pela segunda vez no Palácio Bukingham
ouvimos um forte estrondo e ficamos apavorados porque
avistamos fumaça, pessoas correndo e gritando por
socorro.
Comecei a chorar, minha vida passou pela minha
mente, meus sonhos, e inclusive uma aula da senhora
Marta de história, que nos explicou o que era um atentado
terrorista, e era isso um ATENTADO TERRORISTA daí,
sim, que minha vida inteira passou pelos meus olhos.
Desde a vez em que eu olhei aquela lista com a
minha aprovação, do momento em que descobri que
minha mãe estava grávida ou em que o Alex e a Cristina
brigaram, e também naquele dia em que eu conheci a Ro
o a Catarina, minha vida foi um real sonho.
E eu não tirei o olho daqueles homens armados e
quando eu vi BOOM um homem, um homem EXPLODIU.
Eu estava apavorada e o meu coração estava saindo
pela boca. Corri para baixo do ônibus sem ninguém ali,
somente, eu. E no meio daquela multidão eu vi a Catarina
correndo e gritei no tom mais alto da minha vida já sem
forças, mas ela ouviu. Começou a olhar para os lados e
até que me viu acenando para ela vir onde eu estava.
Ela veio. Ficamos paradas, estáticas, apavoradas,
só olhando uma para a cara da outra até que a polícia
chegou, porém as explosões ficaram fortes, cada vez mais
altas, um barulho ensurdecedor como um eco até que
finalmente foi diminuindo e acalmando.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 60 Escola da URI
A polícia acalmou a todos dizendo que os terroristas
já tinham sido presos. O povo começou a sair dos
esconderijos e a voltar, vagarosamente, ao seu cotidiano.
Para eles isso era normal.
Então nós voltamos para o hotel e fomos ver se
alguém estava ferido. Graças a Deus a Isabell recrutou
quase todo mundo. E assim ninguém do grupo se feriu.
Por todos esses acontecimentos inesperados a nossa
guia resolveu que iríamos a Paris um mês antes, pois
estávamos receosos. Pensando bem, fiquei feliz, pois
chegaremos em Paris no dia do meu aniversário.
Este mês passou super devagar acho que porque
estávamos com medo. Os meus pais passaram a me ligar
duas vezes por dia e me mandar um e-mail por semana.
Todos ficaram muito preocupados. Teve pais que até
tentaram tirar os filhos do intercâmbio, mas graças a Deus
tudo foi explicado e ficou tudo em ordem.
Alguns dias depois estávamos agindo como sempre
agimos e andando com as pessoas que sempre andamos.
Hoje iremos fazer outro tour e eu estou com um
pouco de medo, pois não foi nada legal no final do outro
passeio.
A Ro era quem estava mais nervosa. Ela nos disse
que ela quase foi atingida por um tiro por isso ela foi quem
ficou mais traumatizada além de mim e da Catarina, pois
no nosso “esconderijo” era o único que dava para ver tudo.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 61 Escola da URI
Esse tour foi ótimo. Nada demais aconteceu foi
apenas um tour normal e o mais legal foi que voltamos
para ver o relógio Big Ben.
Nós aprendemos muito sobre ele, mas eu só
conseguia pensar no meu filme favorito: De Volta Para o
Passado.
Aprendemos o que pouca gente sabe sobre o “Big
Ben”. Na verdade é o apelido do sino que reside na torre
do relógio do palácio de Westminster e o nome oficial do
sino é Great Bell, o do relógio, Great Clock, e o da torre
onde eles residem é Elisabeth Tower. É muita coisa
interessante e curiosa para nós sabermos.
Eu amei tudo isso mas vai ter que acabar. Dia 20 de
novembro é daqui uma semana e dia 20 de novembro é o
meu aniversário.
Bem, meu “niver” está chegando e eu acho que
ninguém vai se lembrar e nem fazer nada, mas por mim
tudo bem, afinal eu nunca fui de gostar muito de festas.
Sempre passava o meu tempo livre lendo ou assistindo
séries na Netflix, pois são as coisas que mais adoro fazer.
Quando fico triste eu faço uma delas porque começo a
entrar nas histórias e pouco tempo depois nem lembro por
que eu estava triste.
Alguns dias depois...
É amanhã, é amanhã. Amanhã eu vou para Paris a
cidade do amor. Ah! E amanhã eu também vou completar
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 62 Escola da URI
16 anos, porém estou muito mais empolgada para ir à
França.
Hoje é o dia do nosso voo e eu estou muito ansiosa
para ver que aventura eu vou viver neste país, certamente
vão ser muitas, pois em apenas meio mês na Europa já
arrumei as melhores amigas, conheci novas culturas, uma
das minhas melhores amigas está namorando com o
irmão de uma delas, meu melhor amigo está namorando
com a melhor amiga da menina que odeia uma das
minhas melhores amigas e eu sofri um atentado terrorista.
Tenho certeza que em um ano e meio vai acontecer muita
coisa.
O MUNDO EM MEU OLHAR
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Capítulo 9: UM SONHO REAL
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 64 Escola da URI
O meu voo foi ótimo. Eu e meus amigos ficamos
conversando, cantando e jogando alguns jogos. Foi ótimo
até a Isabell falar que teríamos que fazer uma prova
amanhã e que 10 dos 20 iriam voltar para o Brasil e que o
resto iria ficar em Paris para estudar inglês e a cultura
francesa.
Quem dos 10 com as menores notas iriam sair?
Então a diversão, aquele sonho acabou e todos nós
pegamos nossos livros e começamos a estudar para a
prova.
No dia seguinte já em Paris nos levaram para uma
das salas de aula em que íamos estudar e nos aplicaram
uma prova fácil. As matérias eram matemática para
calcular o valor do dólar e euro, inglês para nos
comunicarmos com alguém e francês que é a língua da
França também para nos comunicarmos, além de
geografia e história da França e Brasil.
Quando eu terminei a prova, fiquei com uma
sensação boa, então falei para a Cristina que ainda estava
em prova:
- Bonne chance, ça ira.
Que significa “boa sorte, você vai ir bem” e ela me
respondeu:
-Je ne suis pas triste!
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 65 Escola da URI
E isso significa “eu não estou triste!” e foi nessa hora
que eu vi que a Cristina tinha chances de não passar o
que me deixou nervosa de novo.
Fomos para aquele hotel para intercambistas bem
tarde para dormirmos.
No dia seguinte eu e as meninas fomos ver quem
tinha passado. A Cristina era o último nome da lista das
pessoas que tinham passado. A Catarina estava por um
décimo na frente da Cristina. A Ro e o Alex como sempre
muito inteligentes eram o quarto nome um do lado do
outro, pois tinham tirado a mesma nota. E o meu até agora
não tinha aparecido, então comecei a olhar a lista das
pessoas que não tinham passado.
Olhei aquela lista do início ao final e não achava o
meu nome por isso sem esperança alguma eu voltei a ler
a outra lista e o segundo nome era... Luiza Guimarães
Paes.
Eu tinha passado e foi só naquela hora que notei que
eu estava em Paris, PARIS.
O meu mundo já tinha virado um universo de tão feliz
que eu estava naquele momento. Acho que meu coração
nunca tinha batido tão rápido e forte como bateu naquele
momento.
Mas como diz a frase, tudo que é bom dura pouco.
Dito e feito. Eu olhei para o lado e vi o Alex meio triste,
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 66 Escola da URI
bom ele estava rindo, mas eu conheço o meu melhor
amigo da minha vida inteira.
Chamei o Alex e ele me disse que estava triste
porque a Bianca sua namorada não tinha passado. Eu
achei fofo e falei:
- Ah, Alex, não fica assim senão eu que vou ficar
triste também, mas me responde uma coisa. Você
realmente a AMA ou era só uma paixonite?
E ele me respondeu sendo sincero como sempre:
- É Lu, você tem razão era só uma paixonite mesmo.
Eu dei um sorriso e ele falou:
- Obrigada por sempre estar me apoiando, amo te
minha irmã de outra mãe.
E eu e ele ficamos uma tarde conversando até de
noite quando ele foi para o meu quarto e continuamos
conversando até que nossa conversa foi interrompida pela
Isabell nos chamando para uma espécie de reunião.
Quando chegamos nessa “reunião” ela disse:
- SURPRESA!
A Catarina me olhou e disse:
- Pensou que eu não iria me lembrar, né?
Eu não estava assimilando nada, por isso falei:
- Mas hoje não é meu aniversário!
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 67 Escola da URI
E a Cristina me explicou que a festa seria hoje, pois
ontem estávamos na prova e estaríamos todos focados.
Mas o meu real sorriso se abriu quando a Isabell
disse:
- De presente vou dar a você e a todos o passeio
para conhecerem a torre Eiffel sozinhos, digo, cada um vai
fazer o tour com outro grupo de intercâmbio do Canadá.
A festa foi mais que demais e nos divertimos
muuuuuuuito, cantamos, dançamos, mas a Cris só ficou
com o Gustavo nem falava comigo.
Mas em compensação a Ro, Catarina e eu
dançamos muito e depois fizemos uma festa do pijama no
meu quarto. Convidamos a Cristina, mas ela não quis vir.
Na nossa “super” noite do pijama dançamos,
pulamos na cama, lemos livros românticos e de terror e a
Ro e a Catarina pintaram todo o meu rosto de batom
enquanto eu dormia. Mas a parte que eu mais gostei foi a
que elas me fizeram um vídeo para nunca me esquecer
delas.
No vídeo elas falaram que como eu sou meio
esquecida não era para eu esquecer do cabelos claros da
Catarina e dos negros da Ro, os olhos idênticos aos meus
da Ro e os azuis da Catarina, para eu nunca mudar e
nunca esquecer o quanto elas me amam.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 68 Escola da URI
Foi aí que comecei a chorar, pois naquele momento
eu notei como posso ser importante para algumas
pessoas assim como elas são para mim.
Mas a festa não tinha acabado por aí. Quando vi
que elas tinham dormido eu fiz uma coisa muito feia, eu
me vinguei. E elas riram demais, pois elas ainda não
tinham conseguido dormir.
No dia seguinte eu acordei bem tarde por causa da
festa o que me rendeu um “na última vez você se atrasa,
hahahah, sem problemas” o que era um problema
GIGANTE para uma adolescente que nunca se atrasava.
Eu estava bem menos ansiosa do que das últimas
vezes, pois por um ano e meio vou poder ver tudo isso. A
minha agência de intercâmbio nos deixa sair em grupos
desde que a gente não se separe e também eles nos
revistam para ver se estamos saindo com tudo em ordem
e temos que estar no local combinado, na hora certa, além
disso só podemos ir com um dos ônibus de turismo ou do
intercâmbio.
Estava pensando em tudo isso e me lembrei que
sairíamos com os intercambistas do Canadá. Como a
rotina deles não é a mesma que a nossa o nosso guia não
apareceu. Iríamos nos encontrar em um lugar combinado
com os outros intercambistas.
Fomos para o local planejado e nos encontramos
com o grupo. Cinco de nós iríamos ficar com cinco do
grupo dos Canadenses e vice-versa.
O MUNDO EM MEU OLHAR
EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 69 Escola da URI
No lugar planejado sortearam cinco pessoas para ir
com eles, eu fui uma delas, mas não fiquei muito alegre,
pois eu não conversava com os outros quatro que foram.
Porém acabei fazendo amizade com um canadense
e o amigo dele era muito lindo, carinhoso e gentil. Mas eu
não estava passando bem, pois eu ficava pensando no
Noah (Canadense do qual estou falando).
Enfim eu não parava de pensar nele, principalmente,
quando eu lia meus livros de romance, eu não conseguia
parar de sorrir até que a Maiara, uma menina do meu
grupo de intercâmbio, falou que isso era paixão.
E eu notei que era verdade quando percebi que eu
olhava a cada rosto na rua, cada olhar, cada sorriso, na
esperança de que fosse o dele...
Logo fomos para a Catedral Notre Dame, depois
para o tão famoso Museu do Louvre, para o Arco do
Triunfo, para o que me deu muito medo, o Cemitério Père
Lachaise.
Fomos para todas essas atividades e nós não
parávamos de olhar um para o outro o que estava me
enlouquecendo e o sorriso ainda estava estampado em
meus lábios.
E só quando fomos para o Bairro de Montmartre que
eu falei com o Noah que era o amigo do canadense que
eu tinha feito amizade.
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Nós conversamos muuuuuuuuito e eu sentia que ele
também gostava de mim.
Depois quando fomos para o Jardim de Luxemburgo,
não paramos de conversar o tempo inteiro. Ele era bem
engraçado e sonhador como eu.
Enfim, quando chegamos na torre Eiffel eu cansei o
pescoço de tanto olhar para cima até que uma mão tocou
os meus ombros e falou: “É linda, não!” era o Noah.
Eu respondi:
- Muito!
Então ele falou que estava esperando o elevador
para subir na torre assim como eu.
Nós subimos juntos e as palavras saíram da minha
boca sem ao menos perceber que estava falando:
- Eu estou apaixonada.
E ele disse:
- Sério? Eu também.
Foi aí que eu fiquei realizada, sem ligar para nada,
amigos, irmãos, viagens, Europa, Paris, torre Eiffel. Não
estava ligando para nada, absolutamente nada, eu
apenas estava perdida no seu olhar e nas suas palavras
então ele só me olhou e...
Me deu um delicado beijo na bochecha e no silêncio
do momento, apenas, ficamos nos olhando e lá
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estávamos nós dois, gigantes, como se nada pudesse nos
atrapalhar.
No dia seguinte eu acordei bem cedo no primeiro dia
de aula, meus horários eram os mesmos do Noah.
Abri a cortina e lá estava eu olhando para a torre
Eiffel que avistava do meu quarto do hotel. A minha
esperança naquela hora tinha chegado junto de um
sentimento muito agradável e quando vi o mundo estava
em meu olhar.
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BIOGRAFIA
Eduarda Vielmo Bochi Brum é uma jovem escritora
santiaguense que nasceu em 14 de julho de 2006.
Esta obra é seu primeiro livro. Além de amar
escrever, ler, é admiradora de culturas e costumes de
outros países bem como o gosto por viagens.
Atualmente, mora com os pais, estuda inglês e
dança.
No futuro deseja formar-se em Medicina, por ser
uma profissão linda e nela a possibilidade de ajudar as
pessoas.
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