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Eduarda Vielmo Bochi Brum

O MUNDO EM MEU

OLHAR

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO

2018

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O MUNDO EM MEU

OLHAR

Eduarda Vielmo Bochi Brum

Projeto “Nascem Poetas e Escritores”

- 7º Ano -

Coordenação do Projeto: Prof.ª Esp. Ana Maria Brum

Diretora: Prof.ª Maria Luiza Tamiosso Machado Vice-Diretora: Prof.ª Roselaine Lehnhardt Lamberti

Coordenação Pedagógica: Prof.ª Lia Amaral Revisão do Texto: Prof.ª Ivete Vial Costa

Diagramação: Prof.ª Luciane Machado Fraga

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO

2018

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM Escola da URI

DEDICATÓRIA

Dedico este livro, que fiz com tanto carinho, esforço

e amor, para minha mãe e meu pai, porque sempre estão

ao meu lado me apoiando e me ensinando o rumo do

caminho certo. Obrigada por tudo. AMOOOO vocês.

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM Escola da URI

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer, principalmente, a Prof.ª Ana Maria

que sempre me ajudou em todas as minhas dúvidas e

dificuldades. Ela que me deu esta ótima oportunidade e

sempre me incentivou nos momentos em que eu achava

que não iria conseguir.

Aos meus pais que estiveram ao meu lado me dando

forças para crescer como pessoa e continuar escrevendo.

Agradeço também a Prof.ª Ivete Vial Costa que fez a

importante revisão do texto do meu livro, com muito

carinho e dedicação.

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM Escola da URI

PREFÁCIO Caro leitor, como não ler esta história da Eduarda,

que traduz a meiguice, ingenuidade, inteligência e

criatividade desta aluna do sétimo ano da Escola da URI.

Esta garota nos leva pelo universo da ficção

mostrando-nos acontecimentos da vida: os avanços, as

dúvidas, os medos, o amor, a esperança, a coragem e a

vida familiar.

Conta-nos a história de uma menina de quinze anos

que tinha um objetivo, fazer intercâmbio para a Europa.

Será que conseguiu? Alguns obstáculos a separavam

dessa possibilidade, foram longos meses até a definição.

Vale a pena fazer a leitura porque a autora tem uma

linguagem muito próxima da oralidade, seu texto tem uma

estrutura ágil e direta que apresenta situações

reveladoras do nosso cotidiano. Ao mesmo tempo

emprega força e leveza nas suas palavras que dão um

sabor especial à obra.

Escrever não é só libertar a alma dos fantasmas, é

também tornar o texto estético. Por isso, o caminho do

escritor é complexo, mas como dizia Lao Tsé: "Um

caminho de 100 léguas começa com o primeiro passo".

Deixo a dica: Leiam este livro. Muitas surpresas ao

longo da narrativa e o final? Ah, talvez triste, engraçado,

romântico. Bem, agora descubra.

Ivete Vial Costa

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM Escola da URI

SUMÁRIO

Capítulo 1: O COMEÇO .......................................... 7

Capítulo 2: MEU PRIMEIRO PASSAPORTE ........ 14

Capítulo 3: A DESPEDIDA ................................... 20

Capítulo 4: O QUE SÃO ESTATÍSTICAS? ........... 25

Capítulo 5: UM LONGO DIA ................................. 30

Capítulo 6: O COMEÇO DE UM SONHO ............. 37

Capítulo 7: QUE TOURADA ................................. 42

Capítulo 8: MAR DE EMOÇÕES .......................... 48

Capítulo 9: UM SONHO REAL ............................. 63

BIOGRAFIA .......................................................... 72

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 7 Escola da URI

Capítulo 1: O COMEÇO

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 8 Escola da URI

Certo dia Luísa inscreveu-se para concorrer a dois

anos de intercâmbio na Europa, mas sem compromisso

nenhum, se conseguisse melhor, pois passara anos e

anos aprendendo várias línguas como francês, inglês,

espanhol e italiano que por coincidência são as línguas

faladas por lá.

Confesso que não é muita coincidência porque amo

a Europa e sempre me interessei em um dia poder

conhecê-la. Imagina, eu, lá em Paris vendo a Torre Eiffel

alcançar as nuvens de tão alta e ficar olhando para ela até

cansar o pescoço e então, talvez, conhecer o grande amor

da minha vida. Até, quem sabe, subirmos o topo da torre

e olhar lá de cima enxergando todas as pessoas

pequeninas, enquanto, nós, sozinhos, apaixonados e

gigantes...

Mas este é apenas um de tantos outros sonhos

meus e para falar bem a verdade nem acredito tanto que

poderei ganhar esta viagem, pois sou uma menina de

muito azar. Já perdi tantas oportunidades e mesmo que

minha mãe continue me dizendo que não podemos parar

de acreditar, estou desistindo.

Meses depois… Bem, agora é a hora, estou indo até

a agência de intercâmbio desacreditada que vou

conseguir, mas não custa nada ir lá dar uma olhadinha

para ver o sortudo vencedor do concurso.

Meus olhos correram do último nome da lista até o

primeiro, quando me deparei com meu nome no topo da

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 9 Escola da URI

lista, pulei e não sei se foi de alegria ou de surpresa por

ter conseguido alguma coisa de valor.

Corri para casa arrumar minhas malas e é claro

contar para minha mãe, porém mal terminei e ela já foi

falando:

- Viu filha! Eu disse e vou continuar dizendo, não

desista, ou melhor, não pare de acreditar.

Depois de toda esta loucura eu fui na minha loja

predileta fashion week que significa semana da moda e

eu a amo demais, pois tem roupas lindíssimas e além

disso não é cara.

Enquanto estava vendo umas roupas, bem no

finalzinho da arara vi um vestido lindo todo branco com

listras pretas que me lembrou muito Paris, pois lá tem

aqueles mímicos que usam uma blusa branca com listras

pretas. E o melhor de tudo estava na promoção, no

entanto ninguém comprava, daí eu pirei por dois motivos:

o primeiro era que eu poderia comprar e o segundo eu não

entendia por que uma pessoa racional conseguia ver

aquele vestido e não querer comprá-lo.

Chegando em casa eu fui mostrar para minha mãe

as roupas que eu tinha comprado e já fui logo

descrevendo:

- Mãe comprei um vestido todo vermelho bordô,

outro branco com listras pretas, uma calça jeans, um

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 10 Escola da URI

shorts, uma blusa branca, outra cinza e mais uma

amarela. E daí, gostou?

- Adorei, mais que isso... amei!

- Que bom, pois mesmo a loja sendo barata foi um

pouco caro comprar tudo isso, mas não dá para comparar

com um intercâmbio pela Europa...

Eu e ela ficamos conversando até que eu olhei para

o canto do meu quarto e vi uma mala toda pronta, então

minha mãe me disse que era a minha mala para a Europa,

entretanto faltava mais ou menos um mês para eu ir...

- Mãe, vou desfazer minha mala porque não sei

como minhas coisas estão organizadas, e na minha

opinião é essencial saber onde fica minha escova de

dentes durante 2 anos.

Então comecei a desfazê-la...

Depois pensei em arrumá-la, novamente, até que...

Din-don. A campainha tocou e era meu pai, ele tinha

passado a semana viajando e eu estava louca para contar

a ele a novidade, por isso desisti de refazê-la e já fui

falando tudo o que tinha acontecido...

Meu pai falou que ele estava muito feliz, entretanto

ao mesmo tempo triste de ter que ficar sem me ver por 2

anos e também falou que eu teria de me cuidar e

aproveitar cada segundo, pois seria uma oportunidade

única e logo em seguida, tirou da sacola uma sacolinha

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 11 Escola da URI

de presente pequenininha e ajeitadinha, tinha laço e tudo,

a maior fofura.

Perguntei para quem era e ele me disse que era para

saudade, fiquei sem entender até que ele viu a minha cara

de dúvida e começou a explicar que era para eu levar

junto comigo na viagem e se eu sentisse muita, mas muita

saudade mesmo, eu teria que abri-la. Naquele momento

eu achei uma breguice total, porém depois achei fofo o

que ele fez.

De noite não conseguia dormir, então comecei a

fazer uma lista que a agência de intercâmbio havia

solicitado.

1-Nome completo: Luiza Guimarães Paes.

2-Nome dos pais: Michel Rigon Guimarães e Juliana

Bochi Paes.

3-Em caso de emergência chamar: Cristina Soares

Queiroz (minha melhor amiga).

4- Alergias: poeira e alguns tipos de fungos.

Enviei ao grupo e me deram uma lista de coisas

PROIBIDÍSSIMAS na viagem.

COISAS PROIBIDÍSSIMAS NA VIAGEM:

1- Nunca sair sem responsáveis;

2- Sair sempre com a camiseta, crachá e pulseira do

intercâmbio;

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 12 Escola da URI

3- Ter passaporte sempre em mãos;

4- Ter o visto em qualquer lugar JUNTO ao

passaporte;

5- Se for fazer o curso de idiomas nunca faltar aula

ao menos que tenha uma virose ou uma doença

bacteriana;

6- Estar com as vacinas em dia antes da viagem.

Minha mãe viu a luz do meu quarto acesa e foi ver o

que estava acontecendo, então mostrei a ela as regras, e

ela enlouqueceu com a regra número 6 e disse que

minhas vacinas estavam atrasadíssimas o que me

apavorou, pois meu maior medo são as A-G-U-L-H-A-S!

E disse as piores palavras que na minha cabeça

soou alto e muito claro.

-Amanhã, quando formos fazer seu passaporte e

pegar o seu visto também iremos fazer todas as suas

vacinas atrasadas.

Mesmo eu tendo escutado tudo direitinho falei um

ham? Pois eu não fazia vacina desde os meus 11 anos o

que é beeem ruim, pois já tenho 15 anos.

Se eu não estava conseguindo dormir agora eu já

estava arregalada. Passei a noite inteira bolando um

plano para me safar da vacina, porém cheguei a

conclusão de que se eu realmente quisesse viajar, eu

deveria aguentar a dolorida picada..

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 13 Escola da URI

A manhã já tinha chegado, acordei-me, mas não

levantei da cama com a esperança de que minha mãe

esquecesse desta bendita regra número 6.

Ela passou pelo meu quarto e me viu de olhos bem

abertos e perguntou o que eu estava fazendo, porque

tínhamos um longo dia pela frente. Eu a ignorei, todavia

não tinha como continuar deitada, pois ela não tinha

esquecido.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 14 Escola da URI

Capítulo 2: MEU PRIMEIRO PASSAPORTE

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 15 Escola da URI

Levantei da cama, me arrumei e fui tomar café com

meus pais. Logo vi uma listinha em cima da mesa e

perguntei para que era aquela lista, ninguém me

respondeu e então peguei a folha na mão e comecei a ler

era o nome científico de cinco vacinas.

Eu sei o nome científico destes vírus, pois minha

mãe é enfermeira o que me incentiva muito a ser uma

cirurgiã. Fiquei incomodando minha mãe falando que eu

só tinha DOIS braços e como eu poderia fazer CINCO

vacinas? Ela me olhou com uma cara de quem não

aguentava mais ser incomodada e disse:

- Tudo tem seu jeito certo? Então para de me

incomodar e vá se arrumar já estamos saindo.

Fiquei meio triste de ter chateado tanto a minha mãe

a ponto dela me xingar ou sei lá o que foi aquilo. Eu nunca

fui xingada porque sempre fui muito comportada e fazia

tudo o que meus pais mandavam. Eu me lembro da única

vez que realmente ganhei um xingão verdadeiro, foi

quando eu tinha uns 12 anos e estava em uma época

meio rebelde e falei que a roupa da minha mãe estava

ridícula e ela ficou magoada, então meu pai foi até meu

quarto e brigou comigo. Eu me arrependi e fiquei uma

semana deixando minha mãe escolher minhas roupas.

Quando eu fazia alguma coisa errada eles me

xingavam, mas não aquele xingão que dói só de olhar

para cara brava da mãe. Na verdade eles praticamente só

brigavam, e eu chorava muito por qualquer coisa, mesmo

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 16 Escola da URI

quando acabava alguma algo que eu gostasse muito eu

chorava.

- Maria Luizaaaaaa!!!...

Vichii! sabia que minha mãe estava irritada mesmo,

meu nome não é MARIA Luiza, porém sempre quando

minha mãe estava irritada ela chamava todo mundo de

Maria até meu pai.

Entramos no carro e eu na maior calma falei:

- Por que está tão estressada mamãe?

Ela respondeu:

- Eu estou estressada porque uma paciente disse

que eu sou alegre demais, então estou tentando mudar.

- Já imaginou que ela pode ser ranzinza demais?

Ela exclamou:

- É verdade! Muito obrigada, minha filha.

- Foi o que você me disse quando me chamaram de

magricela.

Continuamos andando. Até que...

- Chegamos. Disse minha mãe.

Eu fiquei confusa, pois não conhecia aquele lugar,

daí perguntei se não iríamos fazer vacinas e ela disse que

já estávamos chegando, então eu esforcei minha mente e

me lembrei daquele lugar e de muitos choros. Pronto eu

estava lá na sala de vacinas apavorada e pensando como

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 17 Escola da URI

que minha mãe conseguia colocar uma agulha dentro da

veia de uma pessoa. A moça que iria fazer minhas vacinas

chegou, todavia descobri que meu medo não era da dor

que eu quase não sentia e sim do que causa a dor, do fato

de imaginar que vai ter uma “agulha” “gigante” no interior

do meu corpo.

Acabou eu estou protegida, porém toda picada.

Antes de fazer as injeções a moça sempre diz que é como

uma picada de mosquito, mas eu não acho nada igual e

fico imaginando se elas mentem ou se é nosso cérebro

que nos faz pensar que dói bem mais que uma picada de

mosquito.

Chegamos na hora mais importante do dia para mim,

a hora de ajeitar o passaporte e o visto para Europa é

retirado no desembarque.

O meu passaporte é coisa mais bonitinha de capa

azul e tem cinco estrelinhas douradas e ainda em letras

douradas diz passaporte mercosul e tem também tipo

uma câmera desenhada no cantinho acho que é para

representar o turismo.

Tinha que ser bonito mesmo, pois minha mãe já

tinha agendado desde o dia que concorri para fazer o

intercâmbio.

O homem que tirou o meu passaporte colocou a

minha naturalidade, nome, nacionalidade, data de

nascimento, assinatura e foto do portador.

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 18 Escola da URI

O melhor de tudo é que o prazo de validade dele é

de dez anos!

Fiquei realizada passei hooooras admirando aquela

coisinha pequena e azulzinha tããão fofinha que dá uma

alegria só de olhar, mas me deu um nervosismo de fazê-

lo porque parecia até que o segurança iria mandar nos

prender pela cara que ele estava fazendo.

Mas realizei metade do meu sonho só em fazer meu

PRIMEIRO passaporte e valeu muito a pena acreditar um

pouquinho que eu poderia ganhar. E eu amei recuperar a

minha esperança.

Cheguei em casa e contei todo o meu dia para minha

cachorrinha Babaloo e ela adorou saber que eu fiz o meu

primeiro passaporte e que eu superei o meu maior medo

de agulhas. Bem... pelo menos eu acho.

Meu pai também adorou, principalmente, a parte que

superei meu medo, pois sempre foi ele que me levava

para fazer vacina.

Eu fiquei a noite em claro olhando aquele lindo

passaporte azul. Mas quando meu pai me viu acordada,

diferente da minha mãe ele falou para eu fazer alguma

coisa mais normal ao invés de ficar olhando aquele

passaporte.

No dia seguinte meus pais e eu pensamos em fazer

tipo uma festa, porém só para os melhores amigos e

talvez o meu primo e alguns tios.

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 19 Escola da URI

E então começamos a colocar o nosso plano em

ação.

Isso seria inesquecível, por isso eu fui no

mercadinho perto da minha casa e comprei umas

coisinhas para festa.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 20 Escola da URI

Capítulo 3: A DESPEDIDA

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 21 Escola da URI

Comprei umas letrinhas de E.V. A. que formavam a

sigla CVC, a minha agência de intercâmbio, comprei

também uma toalha de mesa, florezinhas artificiais

laranjas e azuis que são as cores da CVC.

O meu maior desejo para esta festa era de poder que

os meus colegas anônimos de intercâmbio fossem, mas

como já disse eles são meus colegas ANÔNIMOS. Queria

pelo menos saber quem eles são e onde moram. Bem!

tem o grupo de WhatsApp que se chama: “Grupo do

Intercâmbio” que também fazem parte os professores e o

“gerente”.

Depois de ir e comprar várias decorações bregas

para esta “supeer” despedida fui para minha predileta

fashion week e comprei um macacão para a “festa”.

Voltei para casa e mostrei para minha mãe tudinho

o que eu tinha comprado, ela amou e já foi decorando o

nosso galpão, então eu perguntei:

-Mãe, mas a festa não é só amanhã?

Ela respondeu que não, que ela tinha mudado a

festa para hoje. Eu fiquei chocada como minha mãe pode

ser tããããooooo rápida assim.

Por mais que não pareça eu fiquei calma apesar de

ter levado um choque de realidade. Parecia até que minha

mãe estava querendo se livrar de uma vez por todas de

mim, fiquei até desconfiada de que ela estava

escondendo algo.

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 22 Escola da URI

Então, eu como sempre (como uma criança)

comecei as minhas investigações. Peguei minha roupa de

detetive que eu havia ganhado quando eu tinha uns 10

anos. Eu sempre sonhei em ser detetive quando era

menor.

Enfim, coloquei a roupa e comecei a investigar,

investiguei, investiguei. Porém eu não tinha o mesmo

talento que antes, então fui logo perguntando para ela

sem mais nem menos.E quando ela abriu a boca eu vi que

não era nada bom porque disse, literalmente, o meu pior

pesadelo resumido em duas palavras:

- Estou gráávida!

Na hora fiquei completamente sem reação e

inúmeras perguntas vieram na minha cabeça como: Como

assim? Vou ficar deixada de lado? É uma irmã ou um

irmão? E veio o pior pensamento... Desisto do meu

sonho?

Mas nenhuma, nada, absolutamente nada saiu da

minha boca, mas, sim, quando pensei em desistir saiu,

saiu lágrimas e um seco parabéns, porém só por

educação. Minha mãe tem 37 anos, e me ganhou jovem,

bem ela ainda é jovem...

Não estava acreditando, então, me tranquei no

quarto, o único lugar que parecia ser meu lar, deitei na

cama e olhei o porta - retrato que tinha ao lado da minha

cama, era uma foto minha e dos meus melhores amigos a

Cristina e o Alex que eu considero irmãos, os únicos que

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 23 Escola da URI

devia ter, os únicos que pareciam ser minha família

naquele momento. Então me veio a cabeça de ligar para

eles, pois eles sempre têm um jeito de tornar qualquer,

qualquer coisa ruim em boa, até uma mãe grávida em algo

maravilhoso. Liguei para eles, contei a situação e eles

vieram correndo para falar comigo.

Quando a porta do meu quarto abriu já sabia que

eram eles e não aguentei, desabei, meu mundo desabou

completamente, comecei a chorar, desesperadamente,

pois na verdade não era porque não queria ter um

irmãozinho ou uma irmãzinha, mas, na verdade, não sabia

o porquê deste meu sentimento.

Eles me perguntaram o que tinha acontecido e eu

falei soluçando de tanto chorar:

- Eu sou uma pessoa horrível, né? Vocês estão

pensando nisso desde que souberam, eu sei!

Eles falaram que não e perguntaram por qual motivo

eu estava pensando dessa forma. Eu disse:

- Ué, não está na cara? Eu não quero que um ser

humano nasça, isso é quase um assassinato! Ai, não!

Agora eu sou uma assassi...

Cristina falou com uma voz mandona:

- Fique quieta, se anime! Por favor, sua tristeza me

contagia, assim como sua alegria de sempre, é sua

loucura.

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 24 Escola da URI

- É! Você é nossa melhor amiga assim como nós

somos os seus. Dê uma, apenas uma risada por favor, nós

imploramos, disse Alex.

- Então ok, vou melhorar, aumentar meu alto astral,

aliás, isso agora é o meu pesadelo, mas era meu sonho

quando tinha uns... Sei lá? 7 anos?

Ai! Deixa eu só vou levantar da cama e fingir que

nada, absolutamente, nada está acontecendo. Eu falei.

Semanas passaram-se e eu, felizmente, me

acostumei com tudo isso, fui até no ultrassom com ela e

adivinha é um menino, ter um irmãozinho já é meeio ruim.

E adivinha, ter uma irmã também. E pronto a gota d’água.

Bom vou ser beeeeeemmm sincera, na verdade eu

amei a notícia, pois eu andei pensando e vai ser muito

legal. Quando eu era mais criança tive vááárias fases,

entre elas, a de implorar por um irmão e a de não suportar

a ideia de ter um irmão, esta foi porque tinha muito medo

de ser esquecida. A minha preocupação é que vou ficar

dois anos viajando, então eu vou vê-lo, pessoalmente, só

quando voltar da viagem.

No entanto as coisas foram se resolvendo e se

acalmando. E eu e minha família resolvemos não fazer

nenhuma festa e nada do tipo. Minha mãe sempre falou

de olho grande... Que bom que ainda não tinha convidado

e nem comentado tudo isso com ninguém. Além é claro

da Cristina e do Alex.

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 25 Escola da URI

Capítulo 4: O QUE SÃO

ESTATÍSTICAS?

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 26 Escola da URI

Bem, eu andei muiiiito tempo com o Alex e a Cristina

e só quero ver quando eu for embora. Nós desde

bebezinhos éramos melhores amigos e sempre andamos

juntos, vai ser muito difícil nos despedirmos e ficarmos

longe por dois... Não são dois dias nem dois meses são

dois anos, o que vai parecer duas décadas ou melhor dois

séculos.

Enfim, vou ir direto ao ponto, as chances de eu ter

ganhado aquele intercâmbio era de um em um milhão,

mas eu ganhei, eu tive muita mas muita fé mesmo e eu

acredito que foi isso, foi Deus que me ajudou então vou

continuar tendo fé que meu pai vai ganhar na loteria. Mas

as chances disso acontecer é de uma em 50.063.860...

É eu estava certa as chances eram de uma em

50.063.860, mas o que eu não esperava é que tinha uma

chance ainda. E o que aconteceu foi que quatro meninos

do intercâmbio tiraram notas muito baixas e acabaram

repetindo de ano. Eu me lembro da minha nota mais

baixa, eu chorei por quase 2 dias, está bom por meio dia,

mas da mesma forma é muito tempo. Todavia o que eu

quero dizer é que a Cristina e Alex vão poder ir comigo o

que é ótimo!

Fiquei pensando em qual seria a estatística de três

melhores amigos ganharem um intercâmbio. Tenho

certeza que ninguém conseguiu isso, como aconteceu?

Devo ser a pessoa mais sortuda do planeta!!!

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 27 Escola da URI

Eu e a Cristina combinamos de ir na casa dela para

arrumarmos uma mala de mão para nós duas então

iríamos na farmácia, no mercado, enfim comprar coisas

básicas. Eu levei minha malinha que tinha comprado há

pouco tempo e ela era linda uma coisa fofinha, ela era

toda branquinha com coraçõezinhos vermelhos e era de

seda, bem pequenininha.

Fiz tudo o que tinha que fazer e já arrumei minha

mala. E quando estávamos no mercado, sei lá, me deu

uma coisa muito estranha, não sei explicar, não era uma

dor “externa” na verdade era uma tristeza, não sei porque

me deu aquilo, mas foi do nada e quando olhei para o lado

vi a Cristina chorando discretamente, olhei mais para

frente e vi o Alex com uma garota e meu mundo começou

a girar e girar, até que entendi tudo e me lembrei...

A Cristina tinha me falado que achava que estava

gostando do Alex e percebi que faz alguns meses eu só

estou pensando em mim. Eu entendi que a tristeza não

era bem por causa da tristeza da Cristina, porém na

verdade era por causa que eu notei que, ultimamente, a

Cristina está sendo sempre minha melhor amiga, mas eu

não estava sendo o mesmo com ela. Então prometi a mim

mesma que iria dar um tempo para meus problemas, era

vez dos problemas da Cristina.

Fiquei em choque. Na minha frente estava o Alex,

meu melhor amigo, com uma “namorada” me

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 28 Escola da URI

cumprimentando e ao meu lado tinha uma estante e ao

lado da estante estava a Cristina, minha melhor amiga

chorando. Olhei para os lados, olhei para frente e depois

olhei para trás e vi a saída. E eu inteligentíssima como

sempre fiz a melhor coisa, saí correndo. O que podia

fazer? Estava em choque total.

Cheguei em casa e liguei para Cristina, e para

completar ela não me atendeu, passou pela minha cabeça

milhares de cálculos e eu não parava de pensar: Tem 50%

de chance da Cristina estar de mal comigo, mas também

tem 50% dela não me atender por outro motivo até que...

Dim-Dom, era o Alex, meu coração bateu forte,

respirei fundo e abri porta. E logo quando abri ele já foi

perguntado o que tinha sido aquilo. Entrou no quarto e

falou:

- Luiza responda com sinceridade o que eu vou te

perguntar. Você por acaso gosta de mim?

Meu mundo girou e meus “neurônios” ficaram loucos

o que eu iria fazer agora? Falar que não era eu e sim a

Cristina. Certamente ela iria ficar mais chateada comigo

do que ela já supostamente está, e se eu mentisse que eu

estava afim dele nossa amizade não seria mais a mesma.

Bem na hora a Cristina chegou e nós três

conversamos bastante até que tudo ficou esclarecido.

Entretanto Cristina decidiu esquecer o Alex porque nunca

mais a amizade deles seria a mesma.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 29 Escola da URI

Eu no fundo estava aliviadíssima, pois já estava

imaginando o que seria da minha, digo, nossa viagem,

com os dois de mal, daí eu iria fazer o quê? Arranjar outros

dois melhores amigos? Não teria como.

Bem, mas graças a Deus isso não aconteceu...

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Capítulo 5: UM LONGO DIA

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 31 Escola da URI

Algumas semanas depois...

Hoje é o dia, o dia que eu estava esperando há dois

meses.

Acordei às sete da manhã super ansiosa para

começar essa aventura até que levei um susto pensando

que tinham arrombado meu quarto, mas era “apenas”

minha mãe desabando de chorar.

E ela falou para mim não planejar absolutamente

nada, pois ela tinha planejado um dia só para mim, ela e

para o papai. No entanto não liguei muito, claro que se

fosse qualquer outro dia eu já não iria gostar muito, hoje,

sim, pois a meia noite irei para a Europa ficar lá por 2 anos.

Primeiro fomos tomar um café da manhã bem

reforçado na casa da minha avó Fernanda por parte de

pai e ficar por lá um tempinho, pois meus primos estavam

lá e eu tinha que me despedir.

Eu para ser bem sincera não precisava me despedir

de todas aquelas pessoas só das mais chegadas como:

Minha vó Fernanda, meu vô Luciano, minha priminha de

9 meses Sofia, sua irmã de 4 anos que por sinal me ama

até demais, Miranda e seus pais, tia Catarina e tio

Umberto.

Depois de todas essas despedidas e mais um

“poucão” nós fomos para casa da minha outra vó Anita e

meu vô Iuri almoçar, diferente da minha outra vó eles não

chamaram quase ninguém além da minha tia Julia e seus

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 32 Escola da URI

filhos, João, Maria e o casal de gêmeos Lucas e Eduarda.

Almoçamos e ficamos um pouco por lá.

Quando estávamos indo para casa de novo meu pai

percebeu meu desespero e inventou uma desculpa para

afastar a minha mãe, falando:

- Também quero um pouco nem que seja de tempo

com a minha filha. Além disso ela também é minha filha

que vai para a Europa ficar dois anos lá!

Minha mãe concordou plenamente e nos deixou no

centro e voltou para casa de táxi. E meu pai disse você

deve estar enlouquecendo de ouvir e fazer estas loucuras

dar sua mãe e que Iríamos Tomar um Sorvete e conversar

sobre algumas coisas que não devo esquecer.

Sim eu estava realmente pirando com isso, ainda

mais quando ele falou a palavra “conversar” eu pirei mais

porque sempre, pelas leis da física, isso já foi

comprovado, cientificamente, que quando um pai ou mãe

fala as mais apavorantes palavras, “Vamos conversar”

isso não indica nada bom ou agradável.

Mas por incrível que pareça as leis da física e a

ciência do meu mundo estavam meio erradas, pois meu

pai só falou que eu não poderia sair de perto de um

responsável e mais outros blá, blá, blás que ele já falou

mais que um trilhão de vezes.

Eu e o papai nos divertimos mais que demais o que

fez que eu me desabasse. Não literalmente como um

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machucado de ralar o cotovelo. Quero dizer que

machucou “meus sentimentos”. Não que meu pai tenha

me magoado é que ele me fez lembrar de uma coisa, a

única coisa que eu não tinha pensado...

Adeus, uma simples palavra que ninguém dá valor a

não ser na hora de uma real despedida. Dizemos adeus

todos os dias para todas as pessoas que vemos. Mas às

vezes é complicado fazer com que palavras como esta

saiam dos nossos lábios ou melhor do nosso coração.

Eu estava super feliz até me lembrar dessa palavra.

Continuei “feliz”, bem feliz fisicamente, porém não estava

aguentando mais segurar meu choro. Toda frase que meu

pai dizia eu falava apenas “o quê?” para pelo menos

respondê-lo, pois meu corpo estava ali presente, mas eu

estava no meu pequeno mundo cheio de lágrimas. Até

uma hora que eu não aguentei mais segurar nem um

pingo de choro. E meu pai perguntou rapidamente o que

tinha acontecido. Logo eu contei o que tinha acontecido.

E ele me falou com o olhar de pai mais doce que eu já

tinha visto:

- Minha filha, eu e sua mãe, mesmo estando a 9.887

km de distância, nós estaremos contigo sempre em

nossos pensamentos.

Daí meu choro passou e uma gargalhada saiu. Bem

na hora o celular do meu pai tocou, era a minha mãe

enlouquecida de que já estava tarde e eu iria perder meu

voo.

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Chegando em casa abri a porta e...

SURPRESA!

Eu fiquei boiando, sem entender absolutamente

nada. Como assim uma festa surpresa. Então do nada

meu pai me deu um super abraço e também um nas

pessoas presentes.

E foi aí que eu assimilei, me lembrei do porquê dessa

festa. Como podia ter esquecido do aniversário do meu

próprio pai?

Eu estava, literalmente, me odiando por isso. Eu

passei o dia com ele e, mesmo assim, não me lembrei do

aniversário do papai.

Minha vida no Brasil estava literalmente um caos

então não via a hora de ir para a Europa. Lá para mim

acredito que será uma bênção.

Depois que os convidados foram embora eu falei

para o papai que eu tinha me esquecido e pedi perdão. E

para minha surpresa ele disse que já sabia porque sempre

que ele estava de aniversário eu levava café na cama para

ele e também disse que eu não devia ter pedido perdão,

pois isso acontece com todas as pessoas, inclusive nas

horas que estamos com a cabeça muito ocupada.

Fiquei feliz, pois meu pai me fez entender que coisas

assim acontecem. Também porque meu pai me perdoou

pelo meu erro.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 35 Escola da URI

Mais a noite nós três fizemos chocolate quente e

bolo de goiaba para aquecer nossa alma e também pelo

frio que estava fazendo, também fizemos fogo na lareira

da sala principal o que foi muito divertido.

Olhamos o relógio e para nossa surpresa já era

12:14 da noite, ou seja, estávamos 14 minutos atrasados.

Então minha mãe e eu piramos porque odiamos atrasos e

desta vez éramos nós que estávamos atrasadas.

Meu pai pegou duas malas, minha mãe mais uma,

ela não pode forcejar, e eu mais duas e saímos correndo

para solicitar um táxi. Com este tanto de malas, eu

imaginei o que as pessoas que cruzavam por nós

imaginavam. Acredito que pensaram que fôssemos uns

loucos perdidos no meio da rua com cinco malas.

E graças ao nosso bom Deus chegamos no

aeroporto em menos de cinco minutos, porém ainda

tínhamos que encontrar o meu grupo de intercâmbio.

Depois de uns mais ou menos 5 minutos eu

encontrei-os e para minha surpresa era um grupo bem

pequeno mas super simpático, carinhoso e agradável, um

grupo perfeito.

Afinal, tinha chegado a grande hora, talvez a hora

mais esperada da minha vida. Momento único, mas de

brinde um triste e seco adeus.

- Vamos pessoal o nosso voo já está saindo. – disse

a Isabell nossa “mãe” no intercâmbio.

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E com meus olhos lacrimejando não sei se de

tristeza, pois iria perder o nascimento dos meus

irmãozinhos ou se de felicidade pois estava realizando o

meu maior sonho, eu disse:

- Adeus, amo vocês mais que tudo, até mais que a

Europa! E meus pais disseram:

- Nós também, vai com Deus e se cuida!

E eu saí correndo para não me atrasar, um sonho

estava me esperando.

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Capítulo 6: O COMEÇO DE UM SONHO

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 38 Escola da URI

Bom, meu sonho estava, finalmente, se tornando

realidade e eu estava muito ansiosa.

Primeiro iríamos para Lisboa capital de Portugal.

Neste voo, Cristina e Alex e eu combinamos de não nos

sentarmos juntos e nem perto, então eu sentei do lado de

uma menina da Bahia que se chamava Maria Rosária,

mas eu diferente de todos que a chamavam de Maria me

acostumei a lhe chamar de Rosária, pois seu nome era

Maria ROSÁRIA.

Ela era bem divertida por isso nem vi o tempo passar

e quando menos esperava já era noite e só faltava mais

ou menos trinta horas para chegarmos em Lisboa.

E de repente, do nada “BUUM” lá veio minha

primeira turbulência. Eu entrei em pânico total pensei que

não iria nem respirar o ar da Europa porque imaginei que

o avião iria cair. Fiquei em choque até a Rosária falar que

a causa da turbulência era apenas um aumento na

movimentação dos ares na troposfera.

Depois deste agito todo nós finalmente estávamos

em solo europeu. E Lisboa era incrível.

Então pegamos um ônibus e fomos para o nosso

hotel: Hotel Lisboa Embaixador.

Ele era belíssimo parecia até um castelo de tão

grande. Se pudesse poderia ficar morando intercâmbio

inteiro aqui. Pensando bem não, pois meu destino

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principal era a Itália, eu acho o país mais lindo do mundo

por ter Coliseu e tantas culturas apaixonantes.

Como era tarde pegamos as chaves dos nossos

quartos que eram para três pessoas. Fiquei com a Rosária

e com uma menina que eu ainda não conhecia, mas já

sabia que era irmã do Gustavo, um menino super legal,

assim como parecia ser a Catarina, sua irmã.

Entrando no quarto me encontro com Catarina e ela

deu um salto e disse:

- Oi, você deve ser a Maria. Prazer eu sou a

Catarina, irmã do Gustavo!

- Oi na verdade eu sou a Luiza e muito prazer você

parece ser bem legal, o que está fazendo?

E ela com seu ânimo superagitado respondeu:

- Eu ia olhar o quarto, ele parece ser enorme ouvi

dizer que é um dos maiores que a agência reservou!

Eu olhando ao redor havia visto que era realmente

era muito grande. Então, Catarina e eu fomos ver e no

quarto tinha um banheiro com um box, uma banheira e

três pias. No outro lado era realmente o quarto e tinha três

camas de casal, em cima de cada uma havia uma toalha

e dois frascos de shampoo e condicionador. E também

tinha um criado mudo com um abajur para cada cama.

Estávamos em um ótimo papo e de repente, do

nada, levamos um susto, era a Rosária com uma

convidada para nós “conhecermos”, porém essa

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 40 Escola da URI

convidada era a Cristina que por um acaso era a minha

melhor amiga e tinha sentado com a Catarina ou seja

apenas ela ainda não a conhecia. Nós três madrugamos

conversando. Estava virando uma das melhores noites da

minha vida e de tão divertido que estava eu mal me

lembrava que estávamos em Lisboa. Mas esse

sentimento passou rapidinho quando a Isabell abriu a

porta e disse:

- Cristina o que está fazendo aqui? Vá para seu

quarto com suas colegas! Meninas, vão dormir, pois

amanhã quem não estiver pronta às nove em ponto não

irá conhecer Lisboa! Depois desse chingão fomos dormir

rapidinho. E no dia seguinte...

Eu fiquei pronta às 8 horas e às 8 e meia fui tomar

café e no restante do tempo fiquei esperando nosso guia

turístico. Ele chegou meio atrasado mas nem dei bolas,

pois iria conhecer Lisboa. Quando ele chegou nos disse

tudo que iríamos conhecer.

- Primeiro iremos para o Teleférico de Lisboa

conhecido também como Teleférico do Parque das

Nações ou Teleférico da Expo e vai durar apenas 8

minutos mesmo sendo curto é um passeio muito bonito.

Depois iremos para o Rio Tejo fazer um belo passeio de

barco. Em seguida veremos o Castelo de São Jorge, um

dos castelos mais importantes de Lisboa e um dos

principais pontos turísticos. Logo após iremos para o

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 41 Escola da URI

Museu da cidade considerado o mais importante e ao

mesmo tempo ouvindo inúmeras histórias.

Depois desse longo e interessante passeio eu e

minhas amigas pegamos um sorvete, pois lá é muiiiito

quente. Chegando no hotel vimos várias famílias sem

lugar para ficar o que me deixou bastante curiosa então

fui a pesquisa e descobri que um dos maiores problemas

de Lisboa era o de muita gente para pouco lugar e achei

isso meio estranho já que Portugal é um país de primeiro

mundo.

Algumas semanas depois já me sentia moradora de

lá porque fiz amizade com praticamente todo mundo do

hotel incluindo meus colegas e já estava bem acostumada

com tudo, clima, fuso horário, etc. Mas infeliz ou

felizmente eu já iria para Madrid na Espanha e estava

mais ansiosa porque eu, finalmente, precisaria de uma

língua diferente, “espanhol”.

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Capítulo 7: QUE TOURADA

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 43 Escola da URI

O voo foi excelente não houve nenhuma turbulência,

ou melhor, um aumento da movimentação dos ares na

troposfera. Bem, não foi tão legal, pois todos dormimos,

não tinha ninguém novo para conhecer.

Chegamos bem à tardinha, mas logo já entramos

para o nosso quarto, os colegas de quarto eram sempre

os mesmos. Estava pegando a chave até que vi a uma

lágrima saindo dos olhos da Rosária, então chamei

Catarina que estava ao seu lado, porém ela não tinha se

dado conta. Então fui eu mesma perguntar. Ela me disse

que era porque não poderia ir para o passeio turístico

dessa vez, pois não era nada boa em espanhol então eu,

Cristina e Catarina entramos com ela no quarto e ficamos

até ao amanhecer a ajudando estudar.

No dia seguinte, mesmo que já tínhamos estudado,

prometemos não sair do lado dela, pois poderia precisar

de auxílio, talvez não entendesse ou esquecesse de

alguma coisa, então estaríamos lá para ajudá-la.

Quando o guia chegou como na outra vez nos falou

que iríamos primeiro para o Triângulo da Arte que são três

museus: Prado, Thyssen-Bornemisza e Reina Sofia, após

visitaríamos o Palácio Real e junto iríamos para Catedral

de la Almudena, depois para a principal avenida da

cidade: Gran via, e por último para encerrar com chave de

ouro conheceríamos o coração de Madrid: a Praça Maior.

Depois desse grande passeio voltamos para o hotel e

como sempre, ficamos conversando até tarde.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 44 Escola da URI

Alguns dias depois fomos em um outro passeio

turístico, para ver a Tourada. Confesso que eu imaginava

uma coisa totalmente diferente do que eu vi, imaginava

homens vestidos com roupas de toureiros desfilando em

cima de seus touros. Mas imagina a minha decepção

quando vi aqueles homens “maltratando”, “provocando

aquele animal que, sim, é feroz, mas também é animal

como todos os outros, tigres, borboletas, ursos... Quando

enxerguei aquilo me deu vontade de impedi-los, no

entanto apenas chorei, chorei por causa dos pobres

animais.

Quando cheguei minhas amigas me acalmaram e

meus pais ligaram como fazem todos os dias e me

perguntaram se eu não estava com saudades. Disse que

sim, pois já estava longe de casa há 14 dias e quando falei

isso minha mãe começou a chorar muito. Meu pai pegou

o telefone e começou a contar coisas que estavam

acontecendo na cidade e falou que meus irmãozinhos

estavam saudáveis, mas eles queriam que eu desse

sugestões de nomes, pois iriam nascer um menino e uma

menina então de cara falei “Catarina”, para quando tudo

isso acabasse não sentisse saudades. Em seguida

mostrei as roupinhas que eu tinha comprado, uma do time

“Porto” de Portugal e outra do time “Real Madrid’ da

Espanha, o meu pai que ama futebol adorou, pois achava

que esses times eram muito bons. Também apresentei

para eles a Catarina e a Rosária. Depois de conversarmos

muuuito desligamos.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 45 Escola da URI

Bom lá na Espanha estava o que eu chamo de “mais

que demais”. Estava muito bom, mas eu não via a hora de

chegar na Itália, França... Nós íamos ficar um mês em

Madrid e uns cinco dias em uma cidade pequena

chamada “Ciudad Real’ é um município da Espanha

província de homônima, comunidade autônoma de

Castela-Mancha.

Eu estou amando muito Madrid, mas estou muito

ansiosa para ir à Cidade Real (Ciudad Real), pois moro

em um município pequeno Chamado Santiago e não

estou nem um pouco acostumada em morar numa grande

capital. Imagina! em uma grande capital de um país

estrangeiro!

Eu amo muito as coisas simples e já teve muita

gente me falando para ser arquiteta quando adulta, pois

sou minimalista, para mim menos é mais.

Eu estava pensando em tudo isso até que a porta se

abriu e eu me assustei. Eram os meninos, Gustavo, José

e Paulo. Eles eram os meninos do quarto ao lado do

nosso. E depois de tanto perguntar eles falaram que

vieram usar o banheiro, o deles estava estragado. Então

eu e a Rosária caímos na gargalhada só de ver eles

sapateando de vontade de entrar. Mal sabiam eles que a

Catarina estava lá dentro e ainda por cima maquiando-se.

Disse a eles que a Catarina era muito lenta e achava

que deveriam pedir emprestado o banheiro de outro

quarto porque dali um pouco não seria mais preciso.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 46 Escola da URI

E o Gustavo respondeu:

- Eu sei como minha irmã é demorada, mas nós não

achamos o zelador e os outros quartos estão chaveados.

A demora da Catarina é nossa melhor opção, mas espera

aí, é de noite porque ela está se maquiando?

- A Catarina é tão, mas tão vaidosa, que está

treinando a maquiagem para fazer amanhã. Disse

Rosária.

E todos morremos de tanto rir até que finalmente

depois de muitas conversas e piadas a Catarina sair do

banheiro e os meninos tiveram que fazer par ou ímpar dois

para ver quem iria primeiro.

Mesmo depois deles irem no banheiro ficamos

conversando e essa foi uma noite muito divertidas e uma

das muitas inesquecíveis desta viagem.

No dia seguinte no café os meninos estavam nos

ignorando, não só os meninos mas, sim, todos. As

meninas não notaram, mas quando eu falei isso elas

perceberam e Catarina como sempre fez um escândalo

perguntando por que as pessoas estavam nos ignorando

e a Cristina veio correndo nos contar uma fofoca que

fizeram da gente.

Estavam planejando uma festa surpresa para a

Rosária, pois amanhã seria aniversário dela e eu e a

Catarina amamos a ideia porque a festa será hoje e minha

função é comprar os refris.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 47 Escola da URI

Por mais que seja uma tarefa simples foi muuuuuuito

difícil, pois não tinha nenhuma marca de refrigerante

normal, digo, que tivesse no Brasil, então eu tive que

pegar por intuição. Comprei um chamado “Orange juice”

que parecia fanta laranja.

Todos nós nos reunimos em nosso quarto e nos

escondemos e quando a Rosária chegou SURPRESA!

A festa foi super divertida e o refri que eu escolhi

estava ótimo.

Por melhor que estava a Espanha nós tivemos que

embarcar para uma nova aventura e põe aventura…

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Capítulo 8: MAR DE EMOÇÕES

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 49 Escola da URI

O voo foi ótimo, todos nós conversamos, foi como eu

digo: mais que demais. A Rosária ficou toda a hora se

gabando de que ela havia ganhado uma lembrancinha da

Isabell e blá blá blá... Infelizmente, desta vez tivemos um

aumento na movimentação dos ares da troposfera isso é

uma turbulência.

O avião era excelente e o melhor de tudo com três

lugares e tinha DVD para colocar o filme que quisesse.

Obviamente eu sentei ao lado da Catarina e da

Rosária e nós colocamos o filme 4 vidas de um cachorro.

O filme mal tinha começado e eu e a Catarina já

estávamos chorando.

Quando chegamos em Roma teve um real choro de

alegria, foi só aí que a minha ficha caiu, eu estava em

ROMA, em ROMA e tinha acabado de sair da Espanha e

Portugal.

Naquele momento minha vida mudou,

completamente, eu estava, finalmente, realizando meu

maior sonho, eu estava na Itália.

O hotel era ótimo, a comida era excelente, tinha mais

pontos turísticos do que todos os outros... Tudo era as mil

maravilhas.

O nosso quarto era gigante. Tinha um banheiro com

quatro pias e um espelho gigante, tinha três boxes e uma

banheira. No outro lado tinha o quarto com uma televisão

de tela plana na parede e três camas de casal e em cada

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 50 Escola da URI

uma tinha um criado mudo, um abajur e o controle em

cima do criado do meio, o meu neste caso.

Em cima das camas tinha aqueles shampoos e

condicionadores de hotel e como eu tinha levado o meu

próprio shampoo que, obviamente, teria que comprar

outro eu levava os que vinham com o hotel na minha mala,

pois minha mãe coleciona e ela adoraria ter alguns da

Europa.

Eu estava amando tudo aquilo eu estava

emocionada e de noite eu liguei a televisão e fiquei

apenas mudando de canal só para ver o que passava na

TV Italiana e passava muita coisa chata, praticamente, só

sobre política.

Eu estava concentrada olhando quais presidentes

iriam se candidatar até que meu celular tocou e adivinha

era a mamãe e papai ligando pelo Skipe e me fizeram

mostrar todo o quarto.

Estávamos conversando quando meu pai deu a

notícia de que o meu irmãozinho iria se chamar Enzo e

minha irmãzinha Cecília. Amei os nomes!

Enquanto estávamos conversando a Isabell chegou

me xingando como sempre, falando que eu podia ficar

vendo televisão, mas não conversando com meus pais,

pois eles faziam muita gritaria. Então me despedi

rapidamente e desliguei.

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Acordei suuuuuuuper cedo e fui a primeira a ficar

pronta para o passeio turístico. Mais ou menos uma hora

depois o guia veio nos avisar o que iríamos fazer.

- Primeiro vamos para o fórum Romano e Paladino

em Roma depois para Vittoriano e Piazza Venezia em

Roma, após iremos para o Panteão de Roma, quase

finalizando o passeio iremos para as praças de Roma e

seus pontos turísticos, a seguir iremos para o vaticano e

encerrando iremos para o famoso Coliseu.

- Além disso faremos uma breve viagem de ônibus

de 4 horas e 30 minutos para a cidade de Pisa ver a torre

de Pisa e sua catedral.

O passeio foi o maior sucesso. No Vaticano

conseguimos ver o Papa, o Coliseu era maior de tudo que

eu já tinha visto, só não era maior que a minha paixão por

viagens. Logo após, na viagem de ônibus que não foi

muito legal, pois a Catarina ficou enjoada e eu e a Rosária

tivemos que tomar conta dela, no entanto valeu muito a

pena, pois a Torre de Pisa foi a melhor atração de todas.

Eu além de apreciá-la, aprendi muito. E descobri que

a Torre foi projetada só para abrigar o sino da catedral de

Pisa, a torre foi iniciada em 1173 e só quando estavam

fazendo o terceiro andar que notaram uma inclinação

devido o afundamento do terreno.

Foi mais que demais, a Itália na minha opinião

ganhou de todas, parece até que ao dormir, sonhei mais

do que já sonho. Todos me acham uma menina

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sonhadora, fantasiosa e criativa, por isso falam também

que me decepciono muito fácil com coisas que faço

errado, pois sei que para alcançar nossos objetivos

passamos por vários obstáculos.

Eu interpreto como o Evereste, todos sonham

chegar no topo, mas para isso temos que enfrentar

desafios que não vão apenas nos ajudar a chegar no topo,

contudo também irão trazer conhecimentos para o resto

de nossas vidas que nos ajudarão, talvez, a chegarmos

no topo de outras montanhas.

Bem, eu amo demais meu Brasil, por isso se tivesse

que escolher entre a Itália e o Brasil, mesmo que ache as

mil maravilhas a Itália, eu escolheria o Brasil diferente de

muitas pessoas que iriam falar sobre situações precárias

e outras coisas, eu digo, exatamente, ao contrário pois

temos que ver o lado bom.

Brasileiro é povo gentil carinhoso e, principalmente,

guerreiro porque luta contra essas situações precárias

que qualquer um iria citar.

Acordei dos meus pensamentos e sonhos malucos,

pois hoje teria uma pequena “reunião” do meu grupo de

intercâmbio. Nesta “reunião” nós apenas repassamos as

coisas que não deveríamos fazer e também para

checamos o nosso visto. Tudo meu estava em ordem

então fiquei esperando as meninas para vermos o filme

italiano que tínhamos combinado até que fui avisada de

que a Rosária havia perdido a carteira de identidade.

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Todos nós procuramos como loucos essa carteira

por mais ou menos 1 hora e meia até que entrei em nosso

quarto e fui ao banheiro. Olhei e olhei e nada até que por

via das dúvidas decidi abrir a necessaire da “Ro” (novo

apelido da Rosária) e ali estava a bendita carteira de

identidade.

Saí gritando, praticamente, para o hotel inteiro:

“Achei, eu achei” até que o Gustavo me deu bolas e foi

avisar para o Leo que faz a mesma coisa que a Isabell.

Quando o Leo ficou ciente ele avisou para todos que a

carteira estava ali e não havia mais motivos para ficarmos

fora do quarto, então colocou todo mundo nos seus postos

e nós assistimos metade do nosso filme.

Antes de dormir enviei um e-mail para os meus pais

como havia prometido a eles.

Para: mamãe e papai

De: sua filha quase europeia Lu

Mamis e papi

Eu estou me divertindo muuuuuuuito,

muito mesmo, porém vocês não vão acreditar

no que aconteceu hoje. Aqui não vai dar para

eu contar direito, então em uma ligação eu

conto.

Daqui há quinze dias estarei indo de

Londres para INGLATERRA e eu estou muito

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 54 Escola da URI

ansiosa para ver se quando eu visitar o “Big

Bang’” irei voltar para o passado, hehehe.

Eu também estou louca para aprender mais

sobre os Beatles, pois eles são de Liverpool

na Inglaterra. Enfim, converso mais com

vocês pelo celular. Beijossss...

Com amor Lu.

E eles me retornaram com um outro e-mail;

Para: nossa filha Luiza

De: seus pais com saudades.

Luiza!

Olá querida, como faço para ver o seu

rosto? Me responde. Estou morrendo de

saudades. Luiza, vou chamar seu pai. Não

tem botão de desligar? Não vou mais falar

com você, não me responde. Ai, não sei mexer

nisto. Luiza, me respondeee. Queridoo! como

eu vejo se ela visualizou?

Minha flor porque não me responde? Vou

desligar. Adeus.

Achei muito engraçado ler esse email, mas vendo

que minha mãe não entende muito de tecnologia eu decidi

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ligar e explicar a ela como funciona e até que enfim ela

entendeu e me enviou um “normal”.

Para: Lu

De: Mãe e pai

Lu

Minha linda desculpe-me por ter perdido

a paciência no último email, mas agora já

sei como é só queria lhe dizer que você faz

muita falta, minha tagarela favorita te amo.

Oi, Lu, tudo bem? É o papai te amo e

estou com saudades.

Bem, depois de muuuuuuito conversarmos por email

eu fui dormir sabendo que daqui quinze dias teria que sair

deste paraíso, todavia não sei se não partiria desta para

melhor.

Bem é hoje! Hoje é o dia em que meu coração

sonhador voa de Roma para Londres na INGLATERRA.

Desde pequena sonho conhecer a rainha Elisabeth para

ver se eu me apaixono pelo príncipe como nos filmes, mas

é óbvio que não vou chegar nem perto da rainha.

O voo foi perfeito e foi a única vez que voei sem

conversar, sem dar bolas para nada que estava

acontecendo ao meu redor e só fiquei pensando

pensando como a vida pode ser boa e como o mundo é

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belo. Só não vemos e, algumas vezes, não sentimos

devido ao “tumultoo” da cidade, do mundo, das notícias

globais, trânsito e etc.

Mas, além disso, fiquei pensando que todos os

sonhos da minha vida estavam se realizando menos um,

o amor da minha vida não estava aparecendo. Eu estava

sonhando com tudo isso até que meu pensamento foi

interrompido por uma voz gritante falando:

- Lu, Lu! Ro, ei, acordem! Vocês estão perdendo. É

a Cristina - Disse a Catarina.

E quando me acordei parece até que eu levei um

choque de realidade. O que estava mais-que-perfeito

desabou, mas só um pouquinho. O que estava

acontecendo é que a “Cris” (apelido da Cristina) estava

BEIJANDO o Gustavo.

Eu o amava como amigo, porém eu amava a Cris

muito mais, e se ele começasse a namorá-la e brigassem

eu iria ter que deixar de ser amiga de um deles, seria o

Gustavo.

Mas também era porque eu sei como é quando um

amigo seu começa a namorar. Você que sempre o apoiou

vai ficar de lado e quando eles brigarem, você que foi

deixada de lado, vai terá de dar atenção para ele.

Apesar disso eu acho mais que demais ser a amiga

que apoia, afinal, você será sempre a pessoa que ele vai

chamar primeiro.

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Sabe o Alex? Pois é ele começou a namorar a

melhor amiga da Agatha que gosta do Gustavo.

E agora que eu notei que a Agatha vai odiar a Cris.

A melhor amiga dela a, Bianca, ficará ao lado dela, ou

seja, se o Alex ficar ao lado da namorada ele vai ficar

contra nós.

Enfim, enviei uma mensagem para a Cris, pois não

podemos sair dos nossos assentos durante o voo.

Na mensagem dizia:

Cris vc gosta dele? Pq vc sabe as

consequências, né?

É sério, Cris, vc já pensou no Alex?

E foi assim que ela me retornou:

Ah, eu não tinha pensado nisso!

Minha internet móvel está acabando

depois conversamos melhor.

Fiquei apavorada, mas consegui voltar para o meu

mundinho sonhador, até que quando menos esperava,

estávamos chegando na terra da realeza. Em Londres.

E o hotel assim como em toda a Europa era ótimo,

porém tinha um pequeníssimo detalhe. A partir de agora

o quarto de hotel é separado e em Paris que é o nosso

destino principal o hotel será só para intercambistas de

países distantes.

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O hotel era como sempre mais que demais como

sempre. Tinha uma cama que parecia um pouco menor

do que a de casal. Dos lados tinham dois criados mudos

iguais e em um deles tinha um abajur lindíssimo e bem

grande. No outro não tinha nada então coloquei meus 5

livros: 3 de romance, 1 de mistério e o outro de ação e

aventura. Dormi tarde, pois a televisão inglesa tem muitos

programas legais.

Hoje, diferente do que nos outros dias eu cheguei

meio atrasada porque não estava nem um pouco a fim de

sair, estava com um pressentimento ruim.

O guia turístico ainda não tinha chegado, então a

Cristina veio falar comigo e me disse que tinha certeza do

que estava fazendo, pois AMAVA o Gustavo e que só não

faria isso se eu não gostasse. E é claro que eu disse que

tudo bem. Quando o nosso guia chegou como sempre ele

nos disse o que iríamos visitar.

- Primeiro nós iremos para o Palácio de Westminster,

depois para a London Eye, seguindo iremos para a

Catedral de St Paul’s, depois para o Palácio de

Bukingham, após partiremos para a Torre de Londres e

enfim iremos para o incrível Big Ben às 20:00 e quando

voltarmos iremos novamente passar pelo castelo

Bokingham.

Tudinho saiu como planejado menos uma coisa...

Nós estávamos em um ônibus de turismo voltando

do incrível e inesquecível Big Ben. Quando estávamos

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 59 Escola da URI

passando pela segunda vez no Palácio Bukingham

ouvimos um forte estrondo e ficamos apavorados porque

avistamos fumaça, pessoas correndo e gritando por

socorro.

Comecei a chorar, minha vida passou pela minha

mente, meus sonhos, e inclusive uma aula da senhora

Marta de história, que nos explicou o que era um atentado

terrorista, e era isso um ATENTADO TERRORISTA daí,

sim, que minha vida inteira passou pelos meus olhos.

Desde a vez em que eu olhei aquela lista com a

minha aprovação, do momento em que descobri que

minha mãe estava grávida ou em que o Alex e a Cristina

brigaram, e também naquele dia em que eu conheci a Ro

o a Catarina, minha vida foi um real sonho.

E eu não tirei o olho daqueles homens armados e

quando eu vi BOOM um homem, um homem EXPLODIU.

Eu estava apavorada e o meu coração estava saindo

pela boca. Corri para baixo do ônibus sem ninguém ali,

somente, eu. E no meio daquela multidão eu vi a Catarina

correndo e gritei no tom mais alto da minha vida já sem

forças, mas ela ouviu. Começou a olhar para os lados e

até que me viu acenando para ela vir onde eu estava.

Ela veio. Ficamos paradas, estáticas, apavoradas,

só olhando uma para a cara da outra até que a polícia

chegou, porém as explosões ficaram fortes, cada vez mais

altas, um barulho ensurdecedor como um eco até que

finalmente foi diminuindo e acalmando.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 60 Escola da URI

A polícia acalmou a todos dizendo que os terroristas

já tinham sido presos. O povo começou a sair dos

esconderijos e a voltar, vagarosamente, ao seu cotidiano.

Para eles isso era normal.

Então nós voltamos para o hotel e fomos ver se

alguém estava ferido. Graças a Deus a Isabell recrutou

quase todo mundo. E assim ninguém do grupo se feriu.

Por todos esses acontecimentos inesperados a nossa

guia resolveu que iríamos a Paris um mês antes, pois

estávamos receosos. Pensando bem, fiquei feliz, pois

chegaremos em Paris no dia do meu aniversário.

Este mês passou super devagar acho que porque

estávamos com medo. Os meus pais passaram a me ligar

duas vezes por dia e me mandar um e-mail por semana.

Todos ficaram muito preocupados. Teve pais que até

tentaram tirar os filhos do intercâmbio, mas graças a Deus

tudo foi explicado e ficou tudo em ordem.

Alguns dias depois estávamos agindo como sempre

agimos e andando com as pessoas que sempre andamos.

Hoje iremos fazer outro tour e eu estou com um

pouco de medo, pois não foi nada legal no final do outro

passeio.

A Ro era quem estava mais nervosa. Ela nos disse

que ela quase foi atingida por um tiro por isso ela foi quem

ficou mais traumatizada além de mim e da Catarina, pois

no nosso “esconderijo” era o único que dava para ver tudo.

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Esse tour foi ótimo. Nada demais aconteceu foi

apenas um tour normal e o mais legal foi que voltamos

para ver o relógio Big Ben.

Nós aprendemos muito sobre ele, mas eu só

conseguia pensar no meu filme favorito: De Volta Para o

Passado.

Aprendemos o que pouca gente sabe sobre o “Big

Ben”. Na verdade é o apelido do sino que reside na torre

do relógio do palácio de Westminster e o nome oficial do

sino é Great Bell, o do relógio, Great Clock, e o da torre

onde eles residem é Elisabeth Tower. É muita coisa

interessante e curiosa para nós sabermos.

Eu amei tudo isso mas vai ter que acabar. Dia 20 de

novembro é daqui uma semana e dia 20 de novembro é o

meu aniversário.

Bem, meu “niver” está chegando e eu acho que

ninguém vai se lembrar e nem fazer nada, mas por mim

tudo bem, afinal eu nunca fui de gostar muito de festas.

Sempre passava o meu tempo livre lendo ou assistindo

séries na Netflix, pois são as coisas que mais adoro fazer.

Quando fico triste eu faço uma delas porque começo a

entrar nas histórias e pouco tempo depois nem lembro por

que eu estava triste.

Alguns dias depois...

É amanhã, é amanhã. Amanhã eu vou para Paris a

cidade do amor. Ah! E amanhã eu também vou completar

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16 anos, porém estou muito mais empolgada para ir à

França.

Hoje é o dia do nosso voo e eu estou muito ansiosa

para ver que aventura eu vou viver neste país, certamente

vão ser muitas, pois em apenas meio mês na Europa já

arrumei as melhores amigas, conheci novas culturas, uma

das minhas melhores amigas está namorando com o

irmão de uma delas, meu melhor amigo está namorando

com a melhor amiga da menina que odeia uma das

minhas melhores amigas e eu sofri um atentado terrorista.

Tenho certeza que em um ano e meio vai acontecer muita

coisa.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 63 Escola da URI

Capítulo 9: UM SONHO REAL

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O meu voo foi ótimo. Eu e meus amigos ficamos

conversando, cantando e jogando alguns jogos. Foi ótimo

até a Isabell falar que teríamos que fazer uma prova

amanhã e que 10 dos 20 iriam voltar para o Brasil e que o

resto iria ficar em Paris para estudar inglês e a cultura

francesa.

Quem dos 10 com as menores notas iriam sair?

Então a diversão, aquele sonho acabou e todos nós

pegamos nossos livros e começamos a estudar para a

prova.

No dia seguinte já em Paris nos levaram para uma

das salas de aula em que íamos estudar e nos aplicaram

uma prova fácil. As matérias eram matemática para

calcular o valor do dólar e euro, inglês para nos

comunicarmos com alguém e francês que é a língua da

França também para nos comunicarmos, além de

geografia e história da França e Brasil.

Quando eu terminei a prova, fiquei com uma

sensação boa, então falei para a Cristina que ainda estava

em prova:

- Bonne chance, ça ira.

Que significa “boa sorte, você vai ir bem” e ela me

respondeu:

-Je ne suis pas triste!

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E isso significa “eu não estou triste!” e foi nessa hora

que eu vi que a Cristina tinha chances de não passar o

que me deixou nervosa de novo.

Fomos para aquele hotel para intercambistas bem

tarde para dormirmos.

No dia seguinte eu e as meninas fomos ver quem

tinha passado. A Cristina era o último nome da lista das

pessoas que tinham passado. A Catarina estava por um

décimo na frente da Cristina. A Ro e o Alex como sempre

muito inteligentes eram o quarto nome um do lado do

outro, pois tinham tirado a mesma nota. E o meu até agora

não tinha aparecido, então comecei a olhar a lista das

pessoas que não tinham passado.

Olhei aquela lista do início ao final e não achava o

meu nome por isso sem esperança alguma eu voltei a ler

a outra lista e o segundo nome era... Luiza Guimarães

Paes.

Eu tinha passado e foi só naquela hora que notei que

eu estava em Paris, PARIS.

O meu mundo já tinha virado um universo de tão feliz

que eu estava naquele momento. Acho que meu coração

nunca tinha batido tão rápido e forte como bateu naquele

momento.

Mas como diz a frase, tudo que é bom dura pouco.

Dito e feito. Eu olhei para o lado e vi o Alex meio triste,

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bom ele estava rindo, mas eu conheço o meu melhor

amigo da minha vida inteira.

Chamei o Alex e ele me disse que estava triste

porque a Bianca sua namorada não tinha passado. Eu

achei fofo e falei:

- Ah, Alex, não fica assim senão eu que vou ficar

triste também, mas me responde uma coisa. Você

realmente a AMA ou era só uma paixonite?

E ele me respondeu sendo sincero como sempre:

- É Lu, você tem razão era só uma paixonite mesmo.

Eu dei um sorriso e ele falou:

- Obrigada por sempre estar me apoiando, amo te

minha irmã de outra mãe.

E eu e ele ficamos uma tarde conversando até de

noite quando ele foi para o meu quarto e continuamos

conversando até que nossa conversa foi interrompida pela

Isabell nos chamando para uma espécie de reunião.

Quando chegamos nessa “reunião” ela disse:

- SURPRESA!

A Catarina me olhou e disse:

- Pensou que eu não iria me lembrar, né?

Eu não estava assimilando nada, por isso falei:

- Mas hoje não é meu aniversário!

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E a Cristina me explicou que a festa seria hoje, pois

ontem estávamos na prova e estaríamos todos focados.

Mas o meu real sorriso se abriu quando a Isabell

disse:

- De presente vou dar a você e a todos o passeio

para conhecerem a torre Eiffel sozinhos, digo, cada um vai

fazer o tour com outro grupo de intercâmbio do Canadá.

A festa foi mais que demais e nos divertimos

muuuuuuuito, cantamos, dançamos, mas a Cris só ficou

com o Gustavo nem falava comigo.

Mas em compensação a Ro, Catarina e eu

dançamos muito e depois fizemos uma festa do pijama no

meu quarto. Convidamos a Cristina, mas ela não quis vir.

Na nossa “super” noite do pijama dançamos,

pulamos na cama, lemos livros românticos e de terror e a

Ro e a Catarina pintaram todo o meu rosto de batom

enquanto eu dormia. Mas a parte que eu mais gostei foi a

que elas me fizeram um vídeo para nunca me esquecer

delas.

No vídeo elas falaram que como eu sou meio

esquecida não era para eu esquecer do cabelos claros da

Catarina e dos negros da Ro, os olhos idênticos aos meus

da Ro e os azuis da Catarina, para eu nunca mudar e

nunca esquecer o quanto elas me amam.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 68 Escola da URI

Foi aí que comecei a chorar, pois naquele momento

eu notei como posso ser importante para algumas

pessoas assim como elas são para mim.

Mas a festa não tinha acabado por aí. Quando vi

que elas tinham dormido eu fiz uma coisa muito feia, eu

me vinguei. E elas riram demais, pois elas ainda não

tinham conseguido dormir.

No dia seguinte eu acordei bem tarde por causa da

festa o que me rendeu um “na última vez você se atrasa,

hahahah, sem problemas” o que era um problema

GIGANTE para uma adolescente que nunca se atrasava.

Eu estava bem menos ansiosa do que das últimas

vezes, pois por um ano e meio vou poder ver tudo isso. A

minha agência de intercâmbio nos deixa sair em grupos

desde que a gente não se separe e também eles nos

revistam para ver se estamos saindo com tudo em ordem

e temos que estar no local combinado, na hora certa, além

disso só podemos ir com um dos ônibus de turismo ou do

intercâmbio.

Estava pensando em tudo isso e me lembrei que

sairíamos com os intercambistas do Canadá. Como a

rotina deles não é a mesma que a nossa o nosso guia não

apareceu. Iríamos nos encontrar em um lugar combinado

com os outros intercambistas.

Fomos para o local planejado e nos encontramos

com o grupo. Cinco de nós iríamos ficar com cinco do

grupo dos Canadenses e vice-versa.

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EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 69 Escola da URI

No lugar planejado sortearam cinco pessoas para ir

com eles, eu fui uma delas, mas não fiquei muito alegre,

pois eu não conversava com os outros quatro que foram.

Porém acabei fazendo amizade com um canadense

e o amigo dele era muito lindo, carinhoso e gentil. Mas eu

não estava passando bem, pois eu ficava pensando no

Noah (Canadense do qual estou falando).

Enfim eu não parava de pensar nele, principalmente,

quando eu lia meus livros de romance, eu não conseguia

parar de sorrir até que a Maiara, uma menina do meu

grupo de intercâmbio, falou que isso era paixão.

E eu notei que era verdade quando percebi que eu

olhava a cada rosto na rua, cada olhar, cada sorriso, na

esperança de que fosse o dele...

Logo fomos para a Catedral Notre Dame, depois

para o tão famoso Museu do Louvre, para o Arco do

Triunfo, para o que me deu muito medo, o Cemitério Père

Lachaise.

Fomos para todas essas atividades e nós não

parávamos de olhar um para o outro o que estava me

enlouquecendo e o sorriso ainda estava estampado em

meus lábios.

E só quando fomos para o Bairro de Montmartre que

eu falei com o Noah que era o amigo do canadense que

eu tinha feito amizade.

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 70 Escola da URI

Nós conversamos muuuuuuuuito e eu sentia que ele

também gostava de mim.

Depois quando fomos para o Jardim de Luxemburgo,

não paramos de conversar o tempo inteiro. Ele era bem

engraçado e sonhador como eu.

Enfim, quando chegamos na torre Eiffel eu cansei o

pescoço de tanto olhar para cima até que uma mão tocou

os meus ombros e falou: “É linda, não!” era o Noah.

Eu respondi:

- Muito!

Então ele falou que estava esperando o elevador

para subir na torre assim como eu.

Nós subimos juntos e as palavras saíram da minha

boca sem ao menos perceber que estava falando:

- Eu estou apaixonada.

E ele disse:

- Sério? Eu também.

Foi aí que eu fiquei realizada, sem ligar para nada,

amigos, irmãos, viagens, Europa, Paris, torre Eiffel. Não

estava ligando para nada, absolutamente nada, eu

apenas estava perdida no seu olhar e nas suas palavras

então ele só me olhou e...

Me deu um delicado beijo na bochecha e no silêncio

do momento, apenas, ficamos nos olhando e lá

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 71 Escola da URI

estávamos nós dois, gigantes, como se nada pudesse nos

atrapalhar.

No dia seguinte eu acordei bem cedo no primeiro dia

de aula, meus horários eram os mesmos do Noah.

Abri a cortina e lá estava eu olhando para a torre

Eiffel que avistava do meu quarto do hotel. A minha

esperança naquela hora tinha chegado junto de um

sentimento muito agradável e quando vi o mundo estava

em meu olhar.

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O MUNDO EM MEU OLHAR

EDUARDA VIELMO BOCHI BRUM 72 Escola da URI

BIOGRAFIA

Eduarda Vielmo Bochi Brum é uma jovem escritora

santiaguense que nasceu em 14 de julho de 2006.

Esta obra é seu primeiro livro. Além de amar

escrever, ler, é admiradora de culturas e costumes de

outros países bem como o gosto por viagens.

Atualmente, mora com os pais, estuda inglês e

dança.

No futuro deseja formar-se em Medicina, por ser

uma profissão linda e nela a possibilidade de ajudar as

pessoas.

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O MUNDO EM MEU OLHAR

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