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BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL MAIO 2013 ANO XXIV - Nº 259 Preço avulso: 0,50 € PUBLICAÇÃO MENSAL http://www.paroquiadamaia.net [email protected] EDITORIAL Vivendo ao ritmo pascal sentimos que, independente da vontade de cada um o Reino de Deus vai crescendo como a semente lançada à terra, de noite e de dia, como diz Jesus, independentemente da vontade do lavrador que semeou. É a força do Reino. Se ele crescesse segundo a vontade de alguns já há muito que tinha desaparecido e o mundo seria um deserto. Esta força, que o cristão sente, vem de Deus e assim o trabalho da evangelização é divino. "Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos receber a mim recebe... " "Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos" (Mt.28,19-20). Sai este número do nosso Jornal no Dia Mundial dos Meios de Comunicação Social. É um dia de pensarmos no valor destes meios extraordinários ao serviço da comunidade humana. Deceriam estar sempre ao serviço do bem no campo extraordinário que têm. Pena é que nem sempre acontece, pois as ideologias, o poder económico e outros poderes maquiavélicos os utilizem. sabemos que não há também critério na selecção, se houvesse teriam muitos que fechar portas e janelas, e gente sem escrúlos e sem vergonha não apareceria na ribalta... O que vai por aí!... Louvo todos os que trabalham nestes meios e o fazem com consciência e saber humano, tendo a verdade com o apanágio e critério. O Papa Emérito Bento XVI tinha escrito a mensagem para este dia: “Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização”, a mensagem faz uma reflexão sobre a contribuição das redes sociais para a evangelização, num momento em que a Igreja utiliza as novas mídias sociais para levar a Palavra de Deus a todos os católicos.". Queremos que o S. Miguel siga esta directiva. PDJ DIA 12 DE MAIO 21H30 PROCISSÃO DE VELAS Igreja de Nossa Senhora da Maia - Santuário. Tome parte.

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Page 1: EDITORIAL - Paróquia da Maia · cada vez mais efectiva e afectiva com o coração pastoral de Cristo. • OremospelosDiáconos,paraqueDeusnosso Senhor, que os chamou a este ministério,

BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL MAIO 2013ANO XXIV - Nº 259 Preço avulso: 0,50 €

PUBLICAÇÃO MENSAL

http://www.paroquiadamaia.net [email protected]

EDITORIALVivendo ao ritmo pascal sentimos que,

independente da vontade de cada um o Reino de Deus vai crescendo como a semente lançada à terra, de noite e de dia, como diz Jesus, independentemente da vontade do lavrador que semeou. É a força do Reino. Se ele crescesse segundo a vontade de alguns já há muito que tinha desaparecido e o mundo seria um deserto.

Esta força, que o cristão sente, vem de Deus e assim o trabalho da evangelização é divino. "Quem vos ouve, a mim ouve; quem vos receber a mim recebe... " "Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito santo e ensinando-as a observar tudo quanto vos ordenei. E eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos" (Mt.28,19-20).

Sai este número do nosso Jornal no Dia Mundial dos Meios de Comunicação Social. É um dia de pensarmos no valor destes meios extraordinários ao serviço da comunidade humana. Deceriam estar sempre ao serviço do bem no campo extraordinário que têm.Pena é que nem sempre acontece, pois as ideologias, o poder económico e outros poderes maquiavélicos os utilizem. sabemos que não há também critério na selecção, se houvesse teriam muitos que fechar portas e janelas, e gente sem escrúlos e sem vergonha não apareceria na ribalta... O que vai por aí!...

Louvo todos os que trabalham nestes meios e o fazem com consciência e saber humano, tendo a verdade com o apanágio e critério.

O Papa Emérito Bento XVI tinha escrito a mensagem para este dia: “Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização”, a mensagem faz uma reflexão sobre a contribuição das redes sociais para a evangelização, num momento em que a Igreja utiliza as novas mídias sociais para levar a Palavra de Deus a todos os católicos.".

Queremos que o S. Miguel siga esta directiva.PDJ

DIA 12 DE MAIO 21H30

PROCISSÃO DE VELAS Igreja de Nossa Senhora da

Maia - Santuário.Tome parte.

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CONSULTANDO A HISTÓRIA

S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 2

Continuando a transcrição do contributo do P.e Dr. Joaquim José Moreira dos Santos (Da Confraria do Subsigno à Junta de Freguesia: a propósito de uma mesa. Maia: Edições Vilar do Senhor, 2012 ), aprendemos que as Confrarias do Subsigno – que deram origem às Juntas de Paróquia – reuniam geralmente aos domingos, depois da Missa, “para tratar de assuntos relacionados com o bem--estar da comunidade, nos aspectos religiosos e sociais. O

S. MIGUEL DA MAIA Proprietário e Editor

Paróquia da Maia

Director e

Chefe de RedacçãoP. Domingos Jorge

Colaboradores Ana Maria Ramos

Ângelo SoaresAntónio MatosArlindo CunhaCarlos CostaConceição Dores de CastroHenrique CarvalhoHigino CostaIdalina MeirelesJoão AidoJosé Carlos Teixeira José Manuel Dias CardosoLuís Sá FardilhaManuel MachadoMª Artur C. Araújo BarrosMª Fernanda Ol. RamosMaria Lúcia Dores de CastroMª Luísa C.M. TeixeiraMaria Teresa AlmeidaMário OliveiraPalmira SantosPaula Isabel Garcia Santos

CorrespondentesVários (eventuais)

Col. na Composição João Aido José Tomé

Tiragem 1500 exemplares

NOTÍCIAS DA COMUNIDADE PAROQUIAL

presidente dirigia os trabalhos, presidindo de uma pedra ou mesa – mesa da audiência. Esta pedra colocava-se, por norma, do lado esquerdo (para quem entra) da porta principal da igreja matriz. (…) Barreiros tem duas mesas: uma no adro da Igreja Velha e outra, mais volumosa e mais imponente, enquadrada no pré-fabricado do mesmo adro. Parece ter sido esta a Mesa da Audiência” (p.11)

Maria Artur

Antes de iniciar estas linhas tentei-me a procurar alguma informação adicional sobre a origem da palavra tradição, diversas fontes, não contraditórias parecem conduzir a uma origem latina, a partir do verbo traditio, que significa ação de entregar, de transmitir a alguém. Alguém que se diz tradicional é alguém que recebeu e quer, depois, transmitir o conhecimento recebido, uma herança ou uma responsabilidade do passado. O nosso catecismo associa a palavra Tradição a outra, emblemática para a nossa Fé, Apostólica. A segunda ajuda a compreender quão fundamental é a primeira. A Tradição Apostólica é uma das fontes da Revelação Divina que a Igreja nos apresenta. De facto a vivência dos Apóstolos com Jesus Cristo e os Seus ensinamentos transmitidos de viva voz, são tão basilares para nós enquanto Igreja que, desde sempre, e numa cadeia inspirada pelo Santo Paráclito, os Apóstolos, Papas e Bispos fizeram chegar até nós o testemunho dos Obreiros da Igreja Nascente. Estes homens inspirados pelo Espírito Santo, não temendo anunciar que a morte fora vencida, e com vontade de que chegasse até nós o caminho que o Filho de Deus lhes apontou, quiseram comunicar a todos a sua maravilhosa experiência de vida, que chegou até nós como uma das fontes da nossa fé. Assim não percamos tempo a diminuir a Tradição enquanto comunicação dos Apóstolos porque se confunde com outro tipo de tradições, sem menosprezo das últimas, mas a cada uma o seu lugar.

Neste ano da Fé, importa que deixemos alguns equívocos esclarecidos e busquemos na fonte, ie, no Catecismo da Igreja Católica, ou no seu compêndio, a resposta a algumas inqueitações da nossa vivência como Cristãos. A propósito a palavra Cristão, pensa-se que terá usada a primeira vez pelos discípulos de Jesus em Antioquia, agora cidade turca de Antakya, uma das comunidades fundadas pelos Apóstolos Pedro e Paulo. foi ainda nesta cidade que Paulo iniciou uma das suas três viagens apostólicas, noutro momento, noutro artigo, falaremos um pouco mais sobre a terceira cidade do Império Romano.

José Manuel Dias Cardoso

Palavra Notável - Tradição

PONTOS SALIENTES NA AGENDA PAROQUIAL Todo o mês de Maio, às 21h30, reza-se o Terço, no Santuário e na Igreja de Nossa Senhora da Maia.

- Dia 12 - Procissão de Velas. Sai às 21h30 da Igreja de Nossa Senhora da Maia, percorre a Avenida Santos Leite; Praça do Lavrador; Rua Augusto Simões; Praça Dr. José Vieira de Carvalho; Avenida Visconde de Barreiros; Rua da Igreja , Santuário. Durante o percurso reza-se o Rosário e canta-se louvando Nossa Senhora. As janelas adornam-se com colchas e luzes e as ruas atapetam-se com flores...

- Dia 18 - 21h30 - Vigília de Pentecostes (Jovens orientam)

- Dia 26 - Feira da Primavera. No Adro do Santuário há feira. Que haja muitas bancas de produtos e que muitos venham comprar e visitar. O Solar das Tílias serve almoços e outras iguarias de bom sabor.

- Dai 2 de Junho - 11h00 - Festa da Eucaristia; 16h00 - CORPO DE DEUS - Celebração da Eucaristia na Igreja de Nossa Senhora da Maia,. 17h00 - PROCISSÃO DO CORPO DE DEUS (Igreja, Rua Augusto Martins, Rua Augusto Simões, Praça Dr. José Vieira de Carvalho; Avenisda Visconde de Barreiros, Rua da Igreja e Santuário

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MOVIMENTO DEMOGRÁFICO

Equipa Paroquial Vocacional

BAPTIZADOS Mês de Abril 12 - Emília Bodas Freitas Bourne Webb - Victória Maria Bodas Freitas Fontana 13 - Santiago Henrique Fernandes Da Silva ÓBITOS 02 -António Oliveira Martins (84 anos)07- Maria Adélia Sousa Fernandes (90 anos)21- Américo Ferreira da Silva (65 anos)22 -Manuel Fernando Ol. Gomes da Costa(48 anos)23 - Aurora Jesus Ribeiro (69 anos)

Pró - VOCAÇÃO, por vocaçãoA oração pelas vocações

Conversas de Namorados

Temos dito aqui, m u i t a s v e z e s , que as vocações – todas elas! – b r o t a m da oração fervorosa

e insistente. Por isso, na Semana de Oração pelas Vocações, demos especial relevo à oração própria da Semana, rezada nas várias Missas, e à vigília, felizmente mais participada do que em anos anteriores.

Pelo seu conteúdo, como desafio a que não nos cansemos de rogar a Deus por esta graça para a Sua Igreja, deixamos aqui as invocações dessa mesma vigília, convidando a que as rezemos diariamente nas nossas casas e comunidades:

• OremospelonossoSantoPadre,oPapaFrancisco,para que no exercício do seu ministério, continue a ser testemunha de Cristo Pastor e sinal da unidade da Igreja.

• OremospelonossoBispoManuel,paraqueDeusnosso Senhor, que o elevou ao Episcopado, o conserve e defenda para governar o povo santo de Deus.

• Oremos por todos os Sacerdotes, de um modo

Como prometido, aqui deixamos a palavra aos participantes da última edição das Conversas de Namorados que realizámos aqui na Maia, como anteriormente noticiado neste jornal:

•Estas sessões fizeram-nos pen-sar melhor no que queremos para o futuro, se devemos namorar, casar.

•Gostei bastante. No entanto,penso que deveria ter havido mais discussão e mais tempo para abordar mais assuntos.

•Todas as conversas foram inte-ressantes e todos os assuntos eram pertinentes. Em assuntos da vida (e futuros) a nossa opinião deve ir sendo construída, à medida que dialogamos e acrescentamos conhecimentos. Fo-

ram tardes bem passadas.• Foimuitointeressante.Falou-seemtópicosemrelaçãoaosquaiseusentiafaltadedebate.• Estassessõessobreonamorotornaram-memuitomaismaduraefizeram-merefletirimensosobreomeuprojeto

de vida.• Eugosteidetudoporqueassimjápodemospensardoutramaneiraejátemosoutrasideias.• Pensoquedevehavermaisiniciativasdestasparanosprepararmosparaofuturo.• Ajudou-meapensarnofuturoenasdecisõesqueireitomar.Ajudou-meavercertassituaçõesnoutrasperspetivas

que ainda não tinha pensado/imaginado, para que as minhas decisões possam ser mais sólidas e assim o meu futuro mais feliz.• Oqueretireidebomfoisobreapartilhaeopensamentoqueumcasaltemdeter.• Foiumaexperiênciamuitointeressantequeaprofundouosmeusconhecimentossobreotema.• Gosteidosencontros.Pensoqueforamconstrutivosequenosfizerampensarnasdiferentesperspetivas.• Acheiestassessõesbastanteprodutivasparafundamentarmosanossamaneiradepensar.Gosteimuito!• Diferentesperspetivasnãofaltaram,oquefoicativanteetambémesclarecedoraomesmotempo.• Emambososencontros,foipossível“agitar”osmembrosenvolvidosedespoletarumareflexão,debateetrocade

ideias saudável sobre o tema em questão. Numa época de alguma instabilidade sobre certos princípios, este tipo de iniciativa ganha especial relevo na desmistificação de certos pensamentos, num Mundo cada vez mais “engolido” pela continuamente acelerada evolução. Tendo em conta este fator e o sucesso patenteado pela reação das pessoas envolvidas, resta desejar que este tipo de atividades se possa futuramente repetir.

especial pelo nosso pároco, para que Deus nosso Senhor, que os chamou ao sacerdócio, continue a assisti-los na busca da santidade e na configuração cada vez mais efectiva e afectiva com o coração pastoral de Cristo.

• Oremos pelos Diáconos, para que Deus nossoSenhor, que os chamou a este ministério, os ilumine no serviço ao altar e na assistência aos mais desfavorecidos.

• Oremos pelos monges e monjas contemplativos,que no silêncio dos mosteiros e dos eremitérios, fecundam o mundo com o exemplo da radicalidade e intercedem pela Humanidade dilacerada pelos flagelos sociais e humanos.

• Oremos pelos religiosos e religiosas de vidaapostólica, os quais, seguindo com radicalidade a Cristo na pobreza, na castidade e na obediência, servem o Senhor nas paróquias, nos hospitais, nas escolas, nos países de missão e nos demais lugares onde Cristo deverá ser sempre a novidade do homem de todos os tempos.

• Oremospelosleigosque,contrariandoasmodasdomundo, optaram por servir o senhor no celibato ou a Ele se consagraram de alguma forma mais radical, para que sejam sal da terra e luz do mundo.

• Oremospelasfamílias,deummodoparticularpeloscasais cristãos, para que a fecundidade do seu amor seja um sinal de esperança para os seus filhos e para o mundo.

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S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 4 Maria Teresa e Maria Fernanda

CENTRO SOCIALEu, e alguns utentes do nosso Centro Social, somos de tal modo sensíveis aos neolo-

gismos que, quando os vemos ou ouvimos na comunicação social, escrita ou falada, não sossegamos enquanto não ficarmos devidamente esclarecidos da sua origem e signi-ficado. O neologismo de hoje é o "Átrio dos Gentios".

Recentemente tem aparecido nos jornais a referência ao "átrio dos gentios", encontros levados a cabo em grandes cidades europeias e, ultimamente, também em cidades mais modestas.

Viemos a saber que se trata de sessões públicas de diálogo entre a Igreja e a sociedade civil representada por pessoas de reconhecida competência cultural, ainda que se digam agnósticas, à volta de um tema de real interesse cultural, científico ou social. Em Portugal já se realizaram alguns encontros semelhantes sobre temas acerca da vida humana.

A criação do "átrio dos gentios" em 2011, deve-se ao cardeal Ravasi, presidente do Conselho Pontificio para a Evangelização, recentemente criado por Sua Santidade o Papa Bento XVI. A inspiração do nome radica no "átrio dos gentios" que era um espaço exte-rior existente no antigo templo de Jerusalém, onde podiam entrar os homens não judeus, fossem ou não crentes. Desse modo os "gentios" aproximavam-se dos judeus que tinham no interior do mesmo templo um espaço reservado ao culto dos judeus crentes. !

No fundo, o "átrio dos gentios" é o diálogo fé e cultura levado a cabo num clima de respeito mútuo, sem intuitos polémicos nem apologéticos. Já tinha havido há anos encontros análogos, de que ficaram célebres os do cardeal Ratzinger , do filósofo alemão Habermas, e do cardeal Martini. Os temas eram abrangentes, incluíam a re-flexão sobre o alcance da ciência, sobre a fé, e o sentido da existência.

Hoje, mais que nunca, estas sessões tomam-se necessárias porque se cavou um fosso entre os crentes e os homens da ciência (alguns agnósticos), fruto de muitos mal entendidos sobre o valor da metodologia científica e com reflexos em largas camadas da população.

Nestas sessões, crentes, cientistas e homens públicos podem testemunhar as suas perspectivas acerca de um tema, fazendo compreender as zonas de penumbra, e encontrando-se na acção concreta em favor dos outros. Compreendem que a fé ultrapassa, sem a negar, a experiência científica, e que as preocupações humanas não evitam perguntas fundamentais.

Quando eu estudava filosofia, aprendi que o cérebro humano tem milhões de neurónios e uma reserva que pode entrar em ac-tividade na morte dos outros, resultando desta descoberta o grande avanço dos transplantes e da luta contra o cancro. Mas .... sendo isto admirável, a grande pergunta que brota do coração humano é saber se a sepultura é o fim da nossa vida e daqueles que amamos.

Alguns defendem que nos dissolvemos na natureza como os rios desaparecem no mar, mas estas defesas deixam sem respos-ta o grito que sobe do fundo do "eu" humano: Quem sou eu, afinal? ...

Que sentido tem a minha vida?O átrio dos gentios, segundo entendi, é o espaço para partilhar e encontrar a resposta a todas estas questões que inquietam

a humanidade, mas que encontram facilidade de compreensão nas pessoa de fé que espiritualmente se alimentam da Bíblia.

Ao lado do teu amigo, nenhum caminho será longo, é com este provérbio japonês que Tolentino de Mendonça nos encaminha para a leitura de mais um livro, este onde é refletido o significado profundo da amizade, nos vários âmbitos: vida pessoal, contextos comunitários e crentes, sociabilidades …

A amizade é uma experiência universal e representa para cada pessoa, um percurso inapagável de humanização e de esperança. Contudo, precisamos de uma sabedoria espiritual que nos permita vivê-la mais plenamente. A amizade coloca-nos dentro de Deus. Basta que um ser humano se torne amigo de outro para tornar-se imediatamente amigo de Deus. Assim, o fundamento da amizade é o amor de Deus.

Diz-nos, ainda, o autor: Os santos ensinam-nos o mistério da amizade divina: aceitar o que Deus me quer dar, aceitar a noite e o nada, o silêncio e a demora, aceitar a graça e fraqueza. Aceitar, aceitar. De tudo fazer caminho.

Neste mês de Maio vamos lembrar Maria como a grande Amiga de Deus.E quem como Ela melhor aceitou participar do plano de Deus a seu respeito?Seja Ela a Amiga que sustenta connosco e a nosso lado, o duro e ligeiro mistério da existência, dando-nos

alento, esperança e alegria!

LIVRO A LIVRONenhum Caminho

Será Longo

Manuel Machado

MAIO

Maio, mês das flores…Maio, mês de Maria!...Senhora, Mãe de Jesus,Rogai por todas as mães, Abençoai-as, guiai-as,Concedei-lhes Vossa luz.

Santa luz que as ilumineE lhes dê sabedoria,Força, firmeza, carinhoPara seus filhos guiaremNa escolha da verdade,Do amor, da amizade…Na escolha do caminho.

Quantos jovens estão sem rumo…Nestes tempos de incerteza,De tensão, de mudança,Ajudai-os, Santa Mãe,A sentir a belezaDa renovação das flores,A ter fé e confiançaNo amor, na alegria,Num futuro de esperança.

Ana Maria Ramos

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EQUIPA PAROQUIAL DE PASTORAL FAMILIAR

Contactos:

917373873 - 229482390 229448287 - 917630347 229486634 - 969037943 966427043 - 229416209 916746491 - 965450809 962384918

ACelebraçãoseráemPenafielnoPavilhãodaAgrival.Seráummomentoquenenhum Casal jamais esquecerá.

No dia 5 de Maio, foi celebrado o dia da Mãe. A Equipa entregou a todas as Mães, nas Eucaristías de Domingo, o Postal alusivo e que está editado em baixo, para ser conhecido por todos.

ACelebraçãoDiocesanadaFamíliaseráa26deMaiode2013,emPenafiel,no Pavilhão da Agrival. Será presidida pelo Sr. Bispo D. Manuel Clemente, que aos casais inscritos entregará o Diploma dos 10, 25, 50, 60 e 75 anos de Matrimónio.

Mesmo quem não esteja inscrito pode participar na Celebração.

Se desejar mais informações pode contactar a Equipa da Pastoral da Família da Paróquia .

www.paroquiadamaia.net; [email protected] - Navegue

E. P.P.FMaria Luísa e José Carlos Teixeira;Jorge Lopes; Lídia Mendes; David Barbosa; Maria Elizabete e Jorge Real; P. Domingos Jorge

Está a decorrer o CPM. - 6 a 24 de Maio de 2013 (2ªs, 4ªs e 6ªs, 21h00)Salão da Paróquia de Vermpim (Igreja)

O CPM é de extraordinária importância. Todos os noivos deveriam frequenta-lo.

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IRÁ A CRISE MELHORAR AS CONSCIÊNCIASTodos os dias, comentamos com muita apreensão,

as medidas que o governo, umas após outras, decide tomar, que nos vão afectando, de uma forma ou de outra, e que essencialmente nos vão tirando parte do que ao longo da vida com muito trabalho e sacrifício obtivemos por direito. São muitas as interrogações, nas conversas de família, com os amigos e no emprego.

Num destes últimos dias comentava, com desâni-mo, uma colega de trabalho que: nunca imaginou, que agora no fim da nossa carreira nos levassem ao retro-cesso a que já nos levaram em termos de remunera-ções, porque na realidade quanto mais se trabalhou e estudou para subir nos concursos de promoção pro-fissional, maior é a percentagem de redução nos ven-cimentos. Dá-nos a sensação da inutilidade das cansei-ras, e sacrifícios de tantos anos, porque, corte atrás de corte, até os fomos aceitando pacificamente, na imensa esperança de que o esforço era de todos, e levaria o país a reerguer-se, mas o que acontece é que as inter-rogações são cada vez maiores, visto que o tempo vai passando e a crise vai-se agravando, ao contrário das nossas expectativas.

Toda a gente teme pelas suas futuras condições e especialmente pelas dos mais novos, filhos e netos. Es-tamos na verdade a atravessar tempos que, por muito que queiramos manter-nos alegres e confiantes a todo o momento, não conseguimos. Parece que começamos a sentir um peso que nos amarrota a corpo e a visão da vida futura, mesmo até, para tempos já muito próximos.

Há muita coisa que nos entristece, pois não pode-mos ficar indiferentes ao que os nossos olhos vêem e os nossos ouvidos ouvem, a todo o momento; as lojas que dum momento para o outro tapam as montras com papel, porque fecharam…mais umas tantas pes-soas para o desemprego pois as noticias confirmam-no, infelizmente…as famílias têm já, algumas delas, pai e mãe desempregados…

Tudo em que nos vamos sentindo envolvidos, tem--nos trazido, também, muitos assuntos à conversa dos nossos princípios de vida, de como vivíamos e além disso, de como viveram os nossos pais e avós.

Precisamente numa dessas conversas, ouvi de co-legas meus o que eu não poderia imaginar, conhecen-do-os como conheço com a posição que têm, tanto social como profissionalmente. Um deles, dizia que só comia bife uma vez por ano, no dia em que fazia anos. Era muito raro comer-se carne em casa dele, não fal-tava o pão, mas umas bolachas ou um doce, isso era um luxo. Mas quando uma outra colega disse que só comeu carne depois de ser casada, que, em pequena, quando ia a casa da avó e ela tinha guardado na massei-ra uns chucharrinhos fritos e ela conseguia comer um, era um manjar…porque só comiam arroz com batatas e batatas com arroz e algumas hortaliças, a fruta nem a deixavam amadurecer nas arvores…já quando anda-va no ensino secundário, tinha um único par de meias brancas de que gostava muito e para as poder calçar no dia seguinte colocava-as debaixo do travesseiro para secarem com o seu calor…

Ao ouvi-la até chorei… Que vida tão dura, até fome passou!!! Hoje é uma grande mulher. Uma profissional

exemplar no topo da carreira. E quantos terão vivido semelhantemente há 50, 60… 80 anos? A vida era tão

difícil para a maioria das pessoas.Os meus pais também são pessoas que viveram dos

seus trabalhos, com uma vida muito regrada em que nada se estragava e se poupava sempre a pensar no futuro – como os ouvia dizer. Aprendi com eles a não ser capaz de estragar ou desperdiçar nada, seja o que for. Ainda bem pequeninos, eu e o meu irmão, a nossa mãe dizia-nos que tínhamos que comer tudo o que estava no prato, porque deitar comida fora era pecado pois havia muita gente a passar fome. Foi ensinamento que ficou para toda minha a vida e passei-o também ás minhas filhas. Tenho este princípio que me norteia em tudo o que tenho ou de que me sirvo, quer em casa quer noutro qualquer local; estragar ou desperdiçar seja o que for a ninguém beneficia, nem mesmo aquele que o faz muitas vezes por desrespeito ou desprezo. E mais do que nunca isso me preocupa, porque não estamos em tempo desperdiçar seja o que for. Há, in-felizmente, outra vez, muita gente a viver com falta de muita coisa começando pela comida, mas tristemente, também, há ainda muita gente a consumir e a desper-diçar sem a mínima sensibilidade para repensar as suas atitudes ou opções que poderiam contribuir para a mudança de que a sociedade tanto carece.

Maria Luisa C. M. Teixeira

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DEUS DEU UM NOVO PAPA À SUA IGREJA. SEU NOME É FRANCISCO

A mãe ajuda os filhos a ver os problemas da vida com realismo e a superá-los

Palavras do papa Francisco no terço do último sábado, na basílica de Santa Maria Maior

ROMA, 06 de Maio de 2013 (Zenit.org) - “Maria é mãe e uma mãe se preocupa acima de tudo com a saúde dos filhos. Ela sabe cuidar da saúde dos filhos sempre com grande e terno amor. Nossa Senhora cuida da nossa saúde. O que é que isto quer dizer? Eu penso em especial em três aspectos: ela nos ajuda a crescer, a encarar a vida e a ser livres”, disse o bispo de Roma depois do terço do último sábado, 4 de maio, quando tomou posse formalmente da basílica de Santa Maria Maior, na Cidade Eterna.

O papa explicou o papel fundamental da mãe na família: “Não se educa, não se cuida da saúde evitando os problemas, como se a vida fosse uma rodovia sem obstáculos. A mãe ajuda os filhos a olhar para os problemas da vida com realismo e a não se perder no meio deles, mas a encará-los com valentia, a não ser fracos e a saber superá-los, no equilíbrio sadio que a mãe 'sente' entre as áreas de conforto e as áreas de risco. E uma mãe sabe fazer isso. Ela conduz o filho nem sempre pelo caminho seguro, porque desse jeito ele não cresceria. Mas também não só pelo caminho do risco, porque é perigoso. A mãe sabe equilibrar essas coisas. Uma vida sem desafios não existe, e um menino ou uma menina que não saiba enfrentá-los correndo os devidos riscos não tem coluna vertebral!”.

O papa afirmou também que “uma boa mãe não apenas acompanha os filhos no crescimento, sem evitar os problemas, os desafios da vida; uma boa mãe também os ajuda a tomar as decisões definitivas com liberdade. Isto não é fácil. Mas uma mãe sabe como fazer isso, mesmo neste momento em que reina a filosofia do provisório. Mas o que significa liberdade? Não é fazer tudo o que se quer; não é se deixar dominar pelas paixões, passar de uma experiência para a outra sem discernimento, seguindo as modas do momento. Liberdade não significa, por assim dizer, jogar pela janela tudo aquilo que não queremos. A liberdade é um presente que recebemos para saber optar pelas coisas boas na vida! Maria, como boa mãe, nos educa para sermos, como ela, capazes de tomar decisões definitivas, com aquela liberdade plena com que ela respondeu sim ao plano de Deus para a sua vida (cfr. Lc 1, 38)".

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Ao pensarneste título para o artigo da edição deste mês do nosso Boletim, recordo uma ideia que fazia questão de transmitir aos “meus” caloiros, enquanto era estudante e, por conseguinte, praxista e um dos responsáveis por essasnovas gerações, durante três temporadas. E a ideia, mais palavra menos palavra, girava à volta do seguinte: “Nada na vida é eterno. As pessoas passam e ninguém fica. Ficam, ou devem ficar sim, as memórias vividas,a tradição incutida e o que delas levamos para a vida. As gerações evoluem e, portanto, consequentemente, as formas de o fazer devem acompanhar essa evolução. Desde que os princípios e os objectivos primordiais se mantenham intactos na sua essência.”.

Com efeito, em todos os movimentos e actividades, sejam eles institucionais, governamentais, pastorais, voluntários, ou simplesmente movimentos, o seu porta-estandarte devem ser os objectivos e metas a que se propõem, e não as pessoas que os conduzem. Porque “não temos aqui cidade permanente” (Heb 13, 14), sendo sempre tudo relativamente temporário e cíclico nesta vida terrena. Os desafios chegam à mesma velocidade com que partem. As pessoas que se cruzam no nosso caminho, muitas vezes, também. Mas entre esses instantes, no entanto, fica sempre alguma coisa, quanto mais não sejam as memórias. Gosto de pensar que temos sempre a oportunidade de, em cada passo que trilhamos, aprendermos alguma coisa. De deixarmos um bocadinho de nós naqueles

A semente da Recordação

João Bessa

João Bessa

com quem interagimos. E de, de forma recíproca, levarmos igualmente um bocadinho daqueles que connosco interagem. Compreendendo que cada qual tem a sua forma própria e singular de ver, pensar, avaliar e reagir. Não querendo contudo dizer, necessariamente, lembro-me eu de pensar muitas vezes, que essas diferentes formas sejam melhores ou piores. Mas sim, apenas simplesmente diferentes. Porque nenhum de nós possuiu, tem ou alcançará a “verdade e razão absolutas”. E ter consciência dessa limitação, ainda que possa parecer antagónico, é talvez das maiores virtudes que o ser humano pode ter.

E depois, perante isto, de semente em semente, de memória em memória, assim se podem erguer bons pomares, relativamente equilibrados. Para que possam dar frutos e deixar novas sementes. Repetindo-se ciclicamente esta evolução. De forma a que esse pomar possa crescer e multiplicar-se. Embora, nem sempre, quantidade seja sinónimo de qualidade, dificultando o seu cultivo. Mas por isso, Deus nos legouos dons do Espírito Santo, nomeadamente os da sabedoria, entendimento, fortaleza e o da ciência. Donsesses que se tornam ferramentas fundamentais para sabermos “discernir, segundo a vontade Deus, o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito.” (Rom 12, 2).

“Pedras no caminho? Guardo todas. Um dia vou construir um castelo.”

Dia de S. Jorge

O passado dia 20 de Abril encheu a cidade de Santo Tirso com seis mil Escu-teiros da Região do Porto. Foi dia de festejar o Patrono Mundial do Escutismo, S. Jorge. Pela manhã, foram chegando Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Cami-nheiros acompanhados pelos respectivos Dirigentes que encheram a Praça do Municipo de alegria, côr e cânticos e assim permaneceram na Celebração da

Eucaristía. Na homilia, Sua Excelência Reverendíssima D. Manuel Clemente, deixou uma men-sagem de esperança aos jovens e transbordou palavras e gestos de amizade que sempre tem para com os Escuteiros. Somos gratos pela presença do Sr. Bispo D. Manuel Clemente neste dia! Terminada a Celebração, foi tempo de cada secção viver o Imaginário, “Jorge Cora-ção de Dragão”, e partir para os jogos e ateliers, descobrindo a bonita cidade de Santo Tirso, convivendo, aprendendo e partilhando. O 95-Maia esteve presente com todo o efectivo do Agrupamento, tendo os Exploradores ganho uma Bandeirola de Mérito pela sua prestação nos jogos.

Aniversário do Agrupamento 95-MaiaA 24 de Abril de 1960 realizavam-se pela primeira vez as Promessas de Escutas

no nosso Agrupamento. Durante todos estes anos, muitas foram as crianças e jovens que pelo 95-Maia passaram, aprenderam, cresceram e partiram para a sua vida adul-ta. Levaram com toda a certeza a marca do Escutismo nos seus corações. Recordam com saudades os tempos vividos, as amizades aqui nascidas (algumas para a vida), os acampamentos, os raids, os bivaques e um sem número de aventuras que enchem as conversas quando se encontram. Parabéns a todos os Escuteiros que fizeram e fazem este nosso e vosso Agrupamento 95-Maia. Somos por uma Juventude Melhor,

Palmira Santos

Escutismo

Como é tradição, decorreu mais uma vez, no passado dia 01 de Maio, a Peregrinação Nacional Anual de Acólitos, em Fátima. Pela primeira vez, o Grupo de Acólitos da nossa Paróquia participou da mesma, tendo a oportunidade de viver um dia repleto de alegria e de emoções novas. Estimam-se que se reuniram cerca de 4500 acólitos de todo o país, preenchendo por completo o Centro Pastoral Paulo VI e a Basílica da Santíssima Trindade, nalgumas das actividades que decorreram naquele dia. No entanto, na próxima edição deste Boletim, serão partilhados os testemunhos dos que puderam participar.

Peregrinação Nacional de Acólitos

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SER MULHER CONSAGRADA

Um breve estudo sobre a partici-pação da Mulher na missão da Igreja, desde o Concílio Vaticano II até aos nossos dias, certamente que nos dei-xará estupefactos: “Como a mulher tem uma missão tão única e especial na nossa Igreja. Jesus verdadeiramen-te conta connosco… precisa de nós.”

Isto mesmo se pode notar nas vá-rias referências encontradas na Carta aos bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do homem e da mulher na Igreja e no mundo.“…que as mu-lheres são a esperança de um mundo mais humano, que a nossa civilização tem necessidade de um coração para que o homem possa sobreviver nela sem se desumanizar totalmente”, as-sim deve dar-se “mais espaço às ra-zões do coração” para evitar outra “era glaciar”; afirmou o P. Rainer Can-talamessa.

Embora ainda muito timidamente, as mulheres participaram no Concílio com muito proveito para toda a Igre-ja. A novidade desta participação foi acompanhada de notícias, a quem cha-mavam de “madres” do Concílio.Uma vez passada a novidade, depressa a sua presença se tornou normal nos traba-lhos conciliares; as auditoras, religiosas e leigas, integraram-se nas comissões, trabalhando ativamente.

A Doutrina atual da Igreja fala sobre a mulher e a sua colaboração na sua missão de trazer Jesus para o centro do nosso mundo como algo de imprescindível. Realça assima di-versidade, originalidade e riqueza da dimensão masculina e feminina do ser humano. A Igreja, iluminada pela fé em Jesus Cristo, fala de colaboração ativa entre homem e mulher, precisamen-te no reconhecimento da diferença e apreço pela sua importância.

Isto é confirmado pelos dados da An-tropologia Bíblica: Tanto homem como a

mulher foram criados à “Imagem e se-melhança de Deus” (Gen 1, 26-27).

A Igreja fala da atualidade dos valores femininos na vida da socie-dade: Capacidade de acolhimento do outro. A mulher conserva a profunda intuição de que o melhor da sua vida está feito de atividades orientadas para o despertar do outro, do seu crescimento e a sua proteção.Esta intuição vai unida à sua capacidade física de dar a vida. Seja ou não posta em ação, é uma realidade que estru-tura profundamente a personalidade feminina.

Assim como a maternidade física recorda à virgindade que não existe vocação cristã fora da doação con-creta de si ao outro, igualmente a vir-gindade recorda à maternidade física a sua dimensão fundamentalmente espiritual: não é conformando-se com dar a vida física como se gera realmente o outro. Isto significa que a maternidade também pode encontrar formas de plena realização onde não há geração física. É o caso do sentido da vida da Mulher Consagrada.

MÃE E MODELOA figura de Maria é a referência

fundamental da Igreja. As suas dis-posições de escuta, acolhimento, hu-mildade, fidelidade, louvor e espera, colocam a Igreja em continuidade com a história de Israel. Estas atitu-des convertem-se também, em Jesus e através dele, na vocação de cada batizado.

A maior referência feita por Ben-to XVI tem sido a maternidade. Fa-lando para a mulher disse: “Expresso--vos a minha gratidão porque tendes dado a vida, porque quereis ajudar esta vida a crescer e assim quereis construir um mundo humano, contri-buindo a um futuro humano. E não o

fazeis apenas dando a vida biológica, mas também co-municando o centro da vida, dando a conhecer Je-sus. É tempo de pedir às mães que completem esse dar a vida comunicando a amizade com Jesus”.

A Igreja acolhe o tes-temunho da vida das mu-lheres como revelação dos valores, sem os quais a humanidade se fecharia

na autossuficiência, nos sonhos de poder e no drama da violência.A mu-lher tem que deixar-se converter e reconhecer os valores singulares e de grande eficácia de amor pelo ou-tro de que a sua condição feminina é portadora.

Convido-vos a ler comigo es-tas palavras, deixando que o Espíri-to Santo nos ajude a reconhecer a importância da Mulher na Igreja e agradecer o serviço à Missão que realiza.“Dou-te graças, mulher – mãe, que te convertes no seio do ser hu-mano com a alegria e as dores de parto de uma experiência única, a qual te faz sorriso de Deus para a criança que vem á luz e te fazes guia dos seus primeiros passos, apoio do seu crescimento, ponto de referência no posterior caminho da vida.

Dou-te graças, mulher – espo-sa, que unes irrevocavelmente o teu destino ao de um homem, mediante uma relação de recíproca entrega, ao serviço da comunhão e da vida.

Dou-te graças, mulher – filha e mulher – irmã, que dás ao núcleo fa-miliar e também ao conjunto da vida social as riquezas da tua sensibilidade, intuição, generosidade e constância.

Dou-te graças, mulher – traba-lhadora, que participas em todos os âmbitos da vida social, económica, cultural, artística e política, mediante a indispensável contribuição que dás à elaboração de uma cultura capaz de conciliar razão e sentimento, a uma conceção da vida sempre aberta ao sentido do “mistério”, à edificação de estruturas económicas e políticas mais ricas da humanidade.

Dou-te graças, mulher – consa-grada, que a exemplo da maior das mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo en-carnado, te abres com docilidade e fi-delidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e toda a humanidade a viver para Deus uma resposta – esponsal, que expressa maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura.

Dou-te graças, mulher, pelo fac-to de seres mulher! Com a intuição própria da tua feminilidade enrique-ces a compreensão do mundo e con-tribuis à plena verdade das relações humanas”.

(Missionárias do Santíssimo Sacramento e Maria Imaculada)

Irmâ Isabel Lemos

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Há dias li uma pequena história que me tocou pro-fundamente: certo dia chegou a uma cidade um profeta. Começou, em plena praça central a gritar que queria mudar o país. Gritava, gritava, e uma considerável multi-dão acudiu a escutá-lo, mais por curiosidade do que por interesse. O profeta punha toda a sua alma nas palavras, exigindo a mudança dos costumes. Mas os dias passavam e cada dia estavam menos pessoas apostadas em rece-ber a mensagem do Profeta. Ninguém estava disposto a mudar de vida. Mas o Profeta não desanimava e conti-nuava a sua missão, mesmo que as pessoas interessadas em ouvir a sua mensagem, fossem cada vez menos. Até que chegou um dia em que ninguém ficou na praça a ouvi-lo. Passavam os dias e o profeta não desanimava, apesar de já não haver nenhum ouvinte. Então alguém se aproximou do Profeta e segredou-lhe: Porque continua a pregar? Não vê que ninguém está disposto a mudar? O Profeta respondeu: “continuo a gritar porque, se eu me calasse, eles me teriam mudado a mim”.

Conclusão: não devemos trabalhar, porque esperamos conseguir um fruto, mas porque é o nosso dever, porque acreditamos naquilo que estamos a dizer ou a fazer.

Mudar o mundo é muito difícil, ou quase impossível. O mesmo se poderá dizer de nós mesmos. É muito difí-cil a alguém mudar os seus próprios hábitos ou rotinas, mudar convicções, modos de viver e de encarar a vida. O homem é um animal de hábitos daí que...

Diz-se que o velho sufi Bayacid, contava aos seus discípulos: “Quando eu era jovem, era revolucionário, e a minha oração consistia em dizer a Deus: “Dai-me força para mudar o mundo”. Mais tarde, à medida que fui ficando adulto, dei-me conta que não tinha mudado

TRANSFORMAR O MUNDO

Mário Oliveira

E s p e c i a l m e n t e elaborada para a P A R Ó Q U I A DA MAIA. Será acompanhada pelo Rev.mo. Sr.Padre Dr.Domingos Jorge

Lugares Limitados

INSCRIÇÕES ATÉ 30 de Maio 2013

3 0 d e J u -l h o - P a r ó q u i a /P o r t o / L i s b o a /V a r s ó v i a / N i e -p o k a l a n o w /C z e s t o c h o w a ( V i r g e m N e g r a ) / C r a c ó v i a W i e -l i c z k a ( m i n a s d e

s a l ) / L a g i e w n i k i ( S a n t u á r i o d a D i v i n a M i s e r i c ó r d i a - I r m ã F a u s t i n a ) / Z a k o p a -n e ( I g r. N ª S ª d e F á t i m a ) A u s c h w i t z ( C a m p o d e C o n c e n t r a ç ã o o n d e m o r r e r a m P. Ko l b e S . ( E d i t h S t e i n ) / Wa d o v i c e / K a l w a r i a Z e b r y d o w s k a / N o w a H u t a /Va r s ó v i a 6 A g o s t o - Va r s ó v i a / L i s b o a , / P o r t o / P a r ó q u i a .

Pode procurar o Programa nos Cartórios Paroquiais

PEREGRINAÇÃO À POLÓNIA30 de JULHO a 6 de AGOSTO de 2013

uma só alma. Então a minha oração começou a ser: “Senhor, dai-me a graça, de transformar os que estão em contacto comigo, ainda que seja só a minha família. Penso que se tivesse rezado assim desde o princípio, não teria malbaratado a minha vida”.

Este mundo está cheio de reformadores que nem sequer começaram por reformar-se a si mesmos.

Como falar de liberdade se não se é espiritualmen-te livre? Como pregar o amor se não se ama? Como exigir dos outros, se não somos exigentes connosco? Como pedir respeito se não sabemos respeitar?

O poeta diz que em nós é que está tudo, no entanto falta alguma coisa que é pôr ao serviço dos outros aquilo que de facto temos cá dentro. Não interessa que façamos de nós mesmos um museu onde se guardem em cofre forte as nossas qualidades e a nossa história. Devemos, antes, disponibilizar o que de melhor temos em nós, para que os que nos rodeiam cresçam e apro-veitem a nossa riqueza interior.

A única maneira de mudarmos o nosso “mundo”, onde vivemos, é conseguir que dessa mudança irradie algo de positivo . Um homem em paz consigo mesmo, pode ser fonte de paz para os outros. Não precisa de falar de alegria, porque a revelará em todas as suas palavras e atitudes. Um ser humano com verdadeira fé nas suas ideias, pregá-las-á sem abrir os lábios, simples-mente vivendo.

É óptimo que nos preocupemos com a transforma-ção do mundo. Contanto que isso não seja uma descul-pa para nos dispensarmos de cultivar o nosso próprio jardim. Porque no dia em que o nosso jardim melhorar, já o mundo terá começado a ser melhor.

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O Artigo 283 do Tratado sobre o Funcionamento da União Euro-peia (TFEU), designado frequen-temente por Tratado de Lisboa, confere ao Banco Central Europeu (BCE) - que em conjunto com os Bancos Centrais Nacionais dos Paí-ses do Euro, constituem o Eurosis-tema - a principal missão de con-duzir a política monetária da União. Neste quadro, são de destacar as seguintes funções:

• preservaropoderdecom-pra do euro e, consequentemente, a estabilidade de preços na área do euro

• definire executara políticamonetária para a área do euro

• a condução de operaçõescambiais

• adetençãoegestãodasre-servas oficiais dos países da área do euro

• apromoçãodobomfuncio-namento dos sistemas de pagamen-tos.

• Exercerodireitoexclusivode autorizar a emissão de notas na área do euro

• assegurar a estabilidade fi-nanceira e supervisão bancária

O BCE tem, assim, um poder exclusivo na condução da política monetária dos 17 países do euro e um elevado poder condicionante na dos 11 que não o integram. Tem tido um papel central na gestão da

O Banco Central Europeu e a Gestão da CriseArlindo Cunha

actual crise económico-financeira, designadamente ao intervir direc-tamente na garantia da estabilidade do sistema bancário.

Se, no que respeita à política monetária, o BCE tem conseguido assegurar a estabilidade do euro e do sistema financeiro europeu em geral, já no domínio da política eco-nómica da U.E., onde também tem influência, ainda que menos directa, as coisas não têm corrido bem. Bas-ta reter a este propósito a taxa de desemprego de 12%, o crescimento negativo do Produto Interno Bruto (PIB) de -0,6% em 2012 e previsão de -0,3% em 2013 ou a situação de deflação devida à redução da pro-cura.

Nada de surpreendente, se con-siderarmos que a política de disci-plina das finanças públicas (redução dos défices) tem normalmente im-pactos recessivos sobre a econo-mia. Por isso é que cabe à política económica a activação de medidas proactivas de apoio à economia real capazes de contrabalançarem aqueles efeitos contraccionistas.

Apesar de tais políticas econó-micas competirem mais à Comissão Europeia e aos Estados Membros do que ao BCE, este tem tentado criar um quadro propício às políti-cas de crescimento e emprego, de-signadamente pela redução da taxa de juro de referência que, em pou-co mais de um ano passou de 1,5% para 0,5%. Tratando-se ta taxa que o BCE cobra nas operações de re-financiamento dos bancos, seria de esperar que estes, depois de terem garantido a sua solidez e estabili-dade (à custa das intervenções do BCE e dos governos nacionais e…dos contribuintes que pagam tudo isto por via das políticas de austeri-dade), tivessem uma política de faci-litação do crédito às empresas. Esta, para além de ser eticamente justa, por corresponder a uma retribui-ção pelos sacrifícios que foram im-postos a todos, seria fundamental para o relançamento da economia.

Em vez disso, temos assistido a uma política cautelosa, de retracção do crédito às empresas e de cobrança de juros muitos altos, sem qualquer relação com a taxa de 0,5% que os mesmos bancos pagam ao BCE para se financiarem.

Daí, o recente desabafo do Pre-sidente do BCE, o italiano Mário Draghi, que considerou uma “frus-tração” a forma como os esforços do Banco Central Europeu, desig-nadamente pela redução substan-cial da taxa de referência, estavam a chegar de forma tão dissipada à economia real.

Não está em causa uma polí-tica de redução dos défices públi-cos, que coloque as respectivas despesas públicas num patamar de sustentabilidade e liberte recursos para apoiar o sector privado. O que falta são as políticas públicas de reequilíbrio. Mas para evitar que estas gerem novas despesas públi-cas, terão que passar muito por ins-trumentos financeiros geridos pelo sistema bancário.

Ora, se os bancos não tiveram a clarividência de tomar eles próprios estas iniciativas, compete à Comis-são Europeia e aos Governos Na-cionais criar políticas de enquadra-mento que os conduzam a financiar a economia. Não se trata, de forma alguma, de uma interferência dos poderes públicos na esfera de ges-tão da banca. Trata-se, tão só, de a obrigar a dar à sociedade o retorno pelos sacrifícios que esta fez (e está a fazer) para a salvar…a ela, banca!

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Desde o falecimento do padrinho da Lúcia e meu, que recebo livros sobre o luto, a perda, a dor e o sofrimento. Todos eles oferecidos pelo meu Jorge, que me conhece bem e sabe escolher muito bem os livros que eu hei de ler. Estes livros ajudaram--me e ainda me ajudam a perceber muita coisa, a filtrar sentimentos e dor, não só meus, mas também dos “meus”. Alguns livros são mais técnicos, escri-tos por psicólogos e outros profissionais. Apresen-tam a vertente técnica e a vivência profissional, com casos e estudos de caso. Outros, são escritos com o coração por alguém que sofreu, de algum modo, uma perda. Partilham connosco a sua dor e a sua experiência pessoal. Ajudam-nos a perceber que não acontece só a nós.

A propósito disto apresento um texto, melhor, um testemunho de um jovem hospitalizado e que foi abordado pelos voluntários da pastoral da saúde. Já o fiz no facebook há algum tempo, faço-o agora aqui. Publiquei-o e publico-o, porque me ajudou a mim; porque poderá ajudar mais alguém. Fez-me perceber que há muitos lutos e muitas maneiras de viver o luto. Fez-me relembrar uma situação de perda sem perder a pessoa querida. Fez-me reviver o ambiente triste de um hospital. E, acima de tudo, questiona-me (-nos) para a nossa própria “utilidade”…

«Sou um rapaz de vinte e dois anos, estou no hospital e lembrei-me de escrever algumas linhas… espero que tenhas um pouco de tempo para lê-las.

Sou Marcos, tenho cabelos compridos, e sou um desses rapazes que já viste passar na estrada com a moto a toda a velocidade, talvez até alguma vez me tenhas visto, mas não terás tido tempo para reparar em mim porque eu tinha pressa; o semáforo verme-lho não me dizia nada, pois só me interessava correr.

Um dia fiquei debaixo de um carro, pois queria fazer uma ultrapassagem, mas não consegui; não me recordo de nada do que aconteceu… Encontro-me

agora num hospital sem uma mão e sem uma per-na. Durante uma ou duas horas procurei pensar que era apenas um sonho, mas em vão! Agora é esta a minha realidade: não tenho uma mão e falta-me uma perna…

Mas que estranho! Agora, que deveria estar tris-te, sinto uma grande paz dentro de mim. Aquele cho-que tão violento fez-me perceber que estou vivo…, coisa em que nunca reparara.

Caro/a amigo/a, só agora me dei conta de que estou vivo; quando estava na discoteca parecia-me que o era, mas na realidade estava morto, era como um brinquedo, saltava e gritava ao som da música enquanto as luzes ofuscavam os meus olhos. Que tolo! Hoje vejo o sol e agradeço ao criador pelos meus olhos; já os tenho há vinte e dois anos e nun-ca me tinha dado conta disso; descobri um mundo que não conhecia; descobri o mundo do sofrimento; oh! quantas coisas vi no hospital! Mas agora sinto em mim uma grande paz; hoje enxuguei as lágrimas de um rapaz que perdeu a mãe e tomei nos meus braços uma criança doente; sorri a um ancião que estava sozinho e tudo isto está a encher o vazio que tinha dentro de mim. Sabes? Confesso-te que nunca como agora senti o desejo de amar, de cantar, de agradecer ao Senhor por esta maravilhosa vida que me deu.

Se chegares a ler esta carta, gostaria de pergun-tar-te uma coisa: tu ainda tens as duas mãos e os dois pés, tens todo o corpo…, não é verdade? Mas tens consciência de que estás vivo? Para onde vão os teus pés? O que fazem as tuas mãos? Feliz de ti se os teus pés te levarem a visitar quem está só; feliz de ti se as tuas mãos enxugarem uma lágrima. Espero que também tu possas ver o mundo com novos olhos. Desejo-te todo o bem do mundo. Adeus. Marcos»

Nota de rodapé: extraído do livro “Porquê justa-mente a mim!”, de Arnaldo Pangrazzi, Paulinas.

Estamos todos mortos...

Conceição Dores de Castro

As conferências vicentinas são a célu-la base de uma organização mundial com o nome de Sociedade de S. Vicente de Paulo. Como em qualquer sociedade, regemo-nos por regras e princípios comuns. Ter regras, não é de forma nenhuma limitador, pelo con-

trário, ajuda-nos a saber o que fazer, como atuar e, não menos importante, como nos entendermos.

Fazer parte de uma sociedade tão grande, tão nobre, e saber que continua a crescer e a desempenhar um papel cada vez mais importante no mundo atual, é motivo de grande satisfação e dá-nos coragem para continuarmos a fazer mais e melhor.

Tal como Jesus resumiu os mandamentos a um só "Amai--vos uns aos outros", também a Regra Vicentina se pode re-sumir a uma só, amar os irmãos reconhecendo neles o rosto de Cristo.

Reconhecer o rosto de Cristo nos irmãos mais pobres pode parecer lirismo, mas é algo que realmente se consegue. Na verdade, não é mais do que vermo-nos a nós mesmos no rosto dos irmãos.

Quando visitamos as "nossas" famílias, encontramos si-

tuações muito diferentes. Nuns casos as dificuldades têm ori-gem em famílias desestruturadas, noutros rapidamente per-cebemos que se as pessoas tivessem um pouco mais de juízo poderiam viver melhor, outros a quem a vida foi realmente madrasta, mas em todos vamos tomando cada vez mais cons-ciência de que somos iguais, somos irmãos. Podia ser qualquer um de nós.

Ajudar uma pessoa carenciada, é como ajudar um amigo ou um familiar. É alguém que passamos a conhecer, a quem nos afeiçoamos e a quem queremos bem. Não por ter pena, mas por amor. É muito diferente. Não são coitadinhos, são como cada um de nós, têm virtudes e defeitos, alegrias e tris-tezas, dúvidas e anseios.

Um dos 5 princípios fundamentais da SSVP diz simples-mente, "O vicentino está ao serviço dos Pobres. Não julga, está disponível".

Durante as nossas visitas às famílias, penso muitas vezes, como serão estes mesmos encontros na vida eterna. Quando nos voltarmos a cruzar, depois de terminada a jornada aqui na terra, de que lado estará cada um de nós, dos que ajudam ou dos que precisam de ajuda?

CONFERÊNCIA VICENTINA- A REGRA VICENTINA

Carlos Costa

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Sinais para o MundoVivemos actualmente um tempo de renovada

esperança. Um tempo que requer de todos nós, vontade e disponibilidade para olhar e ver, ouvir e escutar. Olhar e ver o que se passa ao nosso redor, ouvir e escutar os apelos e interpelações do sucessor de Pedro, cuja palavra não se enquadra em nenhuma das lógicas dominantes que inundam o espaço mediático global.

Quando recentemente foi anunciado que Bento XVI, regressaria ao Vaticano, para viver o resto dos seus dias, num Convento, podendo aí continuar o seu preciosíssimo trabalho de Teólogo, foram muitos os canais de televisão que se apressaram a fazer análises e comentários, a esta surpreendente notícia. Uma notícia que surge ao arrepio do que havia sido anunciado e que tinha sido dada como vontade de Bento XVI – “…viver retirado do Mundo…”.

Ao chamar para perto de si, o seu antecessor, o Papa Francisco, dá mais um sinal sobre o sentido do seu pontificado.

Fiquei muito sensibilizado pelo significado deste sinal, de um Papa que, ao contrário do que, porventura, o Mundo esperava, bem dizer que a dignidade da pessoa humana, qualquer que seja a sua condição, género ou idade, não se pode submeter a valores seculares. Por isso, não permitiu que o Papa Imérito, se afastasse, para lhe dar espaço e não perturbasse a sua acção, ou visibilidade mediática. Nenhuma dessas lógicas preenche o seu espírito, porque são de outra ordem, as suas preocupações e anseios. São, certamente, de uma natureza e dimensão que escapa a quem não consegue alcançar o desprendimento das mordomias, da vã glória dos poderes transitórios e das reverências de circunstância.

Um desprendimento traduzido na expressão de que “…o verdadeiro poder é o serviço…”.

Bem sabemos que a cultura que inspira os detentores do poder, está alicerçada num relativismo materialista que não entende esta linguagem, e até se sente incomodado com ela.

Contrariando essa cultura instalada, de um protagonismo egocêntrico, que impõe a lei do “Rei morto Rei posto”, que contamina as lideranças em todo o Mundo, o Papa Francisco não hesitou um segundo em afirmar que seria visita frequente do seu antecessor e amigo, ao lado de quem já se ajoelhou e rezou, num outro sinal extraordinário, dado a partir da residência pontifícia de Castelo Gandolfo.

Para as sociedades ocidentais, pródigas em esconder do Mundo, do convívio das comunidades e das famílias, os velhos, os diferentes e inadaptados, este sinal é bem claro e expressa, com a bondade que caracteriza o Papa Francisco, o direito de existir e de permanecer vivendo em comunidade, em nome de uma dignidade que a ninguém deve ser negada ou diminuída, a dignidade humana.

Encontro, como não poderia deixar de ser, uma coerência e uma acção consequente, que dá ao Papa Francisco, a virtude de ser portador de uma corajosa esperança que a todos nos deve contagiar, no acolhimento dos seus sinais. Sinais que vão muito para além das palavras, e se realizam em atitudes concretas, como esta de receber, para viver, porta com porta, Bento XVI, sublinhando com este gesto, que a Igreja conta com todos, porque é de todos e para todos…

Victor Dias

PARA O 47º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

«Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização» [12 de Maio de 2013]

O desenvolvimento das redes sociais requer dedicação: as pessoas envolvem-se nelas para construir relações e encontrar amizade, buscar respostas para as suas questões, divertir-se, mas também para ser estimuladas intelectualmente e partilhar competências e conhecimentos. Assim as redes sociais tornam-se cada vez mais parte do próprio tecido da sociedade enquanto unem as pessoas na base destas necessidades fundamentais. Por isso, as redes sociais são alimentadas por aspirações radicadas no coração do homem

O desafio, que as redes sociais têm de enfrentar, é o de serem verdadeiramente abrangentes: então beneficiarão da plena participação dos fiéis que desejam partilhar a Mensagem de Jesus e os valores da dignidade humana que a sua doutrina promove. Na realidade, os fiéis dão-se conta cada vez mais de que, se a Boa Nova não for dada a conhecer também no ambiente digital, poderá ficar fora do alcance da experiência de muitos que consideram importante este espaço existencial. O ambiente digital não é um mundo paralelo ou puramente virtual, mas faz parte da realidade quotidiana de muitas pessoas, especialmente dos mais jovens. As redes sociais são o fruto da interacção humana, mas, por sua vez, dão formas novas às dinâmicas da comunicação que cria relações: por isso uma solícita compreensão por este ambiente é o pré-requisito para uma presença significativa dentro do mesmo.As redes sociais, para além de instrumento de evangelização, podem ser um factor de desenvolvimento humano. Por exemplo, em alguns contextos geográficos e culturais onde os cristãos se sentem isolados, as redes sociais podem reforçar o sentido da sua unidade efectiva com a comunidade universal dos fiéis. As redes facilitam a partilha dos recursos espirituais e litúrgicos,

tornando as pessoas capazes de rezar com um revigorado sentido de proximidade àqueles que professam a sua fé. O envolvimento autêntico e interactivo com as questões e as dúvidas daqueles que estão longe da fé, deve-nos fazer sentir a necessidade de alimentar, através da oração e da reflexão, a nossa fé na presença de Deus e também a nossa caridade operante: «Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como um bronze que soa ou um címbalo que retine» (1 Cor 13, 1).

No ambiente digital, existem redes sociais que oferecem ao homem actual oportunidades de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Mas estas redes podem também abrir as portas a outras dimensões da fé. Na realidade, muitas pessoas estão a descobrir – graças precisamente a um contacto inicial feito on line – a importância do encontro directo, de experiências de comunidade ou mesmo de peregrinação, que são elementos sempre importantes no caminho da fé. Procurando tornar o Evangelho presente no ambiente digital, podemos convidar as pessoas a viverem encontros de oração ou celebrações litúrgicas em lugares concretos como igrejas ou capelas. Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital. Sempre e de qualquer modo que nos encontremos com os outros, somos chamados a dar a conhecer o amor de Deus até aos confins da terra.

Enquanto de coração vos abençoo a todos, peço ao Espírito de Deus que sempre vos acompanhe e ilumine para poderdes ser verdadeiramente arautos e testemunhas do Evangelho. «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho atoda a criatura» (Mc 16, 15).

Vaticano, 24 de Janeiro – Festa de São Francisco de Sales – do ano 2013.

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI

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Notas Soltas

Notas soltas. Assim será o meu contributo para o BIP deste mês. Chamo-lhe notas soltas, pois poderá não haver qualquer relação entre os apontamentos. Ou poderáexistir.Poderáapenasdependerdaleituraquedelessefizer.Poderádepen-der do esforço e da vontade em encontrar neles qualquer ligação. E poderá até não haver nem necessidade nem vontade alguma de o fazer.

A expressão «preparar ou estudar o improviso» é certamente familiar para muitos. O sentido antagónico da expressão faz-nos, quase sempre, esboçar um sorriso. D. Manuel Clemente usou uma expressão parecida, aquando das Jornadas Vicariais, ao afirmarsernecessárioprepararcomcuidadoasiniciativasespontâneas.Porvezes,julgamos não ter deixado espaço para o inevitável imprevisto mas, ainda assim ele acontece. Quando julgámos ter acautelado as situações possíveis, é sempre prudente considerarumamargemparaoimprevisto,aindaquedifícildequantificar.Obomsenso diz-nos para contar com o imprevisto. Às vezes, parecem ser pormenores. Olhando mais de perto, tornam-se pormaiores e fazem muita diferença.

Ainda que pareça que assim se está a retirar às pessoas e aos acontecimentos a espontaneidade que lhes é devida, o processo de preparação implica tempo, esforço, dedicação, envolvimento e muitas vezes a partilha. Aqui, revejo alguns dos valores que estamos todos obrigados a promover em nome da dignidade de cada um e consequentemente da sociedade.

No lado oposto desta lógica, situa-se o boato. O boato nasce, cresce e torna--se forte, propaga-se e, depois de estragos feitos, tende a esmorecer, normalmente, quando outro surge. O boato torna-se assim, quase um ser. Tem alguém que lhe dá vida, muitos outros ajudam-no a crescer e a engordar, até que é abandonado e esquecido. Entretanto, causa sofrimento. Ofende. De verdade, se não causar sofri-mento perde as qualidades de boato. Por muito inofensivo que possa querer ser, quem lança os boatos pretende algo que nada tem a ver nem com a verdade nem com a dignidade. Quem os lança não está minimamente interessado na verdade. Não a procura nem a promove. Raramente considera as consequências. Melhor dizendo, afere as consequências mas, não se preocupa com estas.

Tal como noutros contextos, em que tenho aplicado o conceito de democracia, o boato é também muito democrático. Parte de pessoas oriundas das mais diversas classes sociais e atinge outras sem olhar à sua posição social, poder económico, raça, género ou credo religioso. Ninguém resiste a um «bom boato». E podem ser tão tristes, tão deprimentes e tão arrasadores os efeitos de um boato, que se torna incompreensível que alguém os espalhe e os faça crescer.

Cuidar do terreno para que a verdade possa ganhar raiz e crescer é provavel-menteaformamaiseficazdeevitarqueafaltadestaeamesquinhezdamentiradominem a nossa vida.

Henrique CarvalhoPaula Isabel

Ano da FéOração das Trindades ou

"Ângelus"De manhã. Ao meio-dia. E à tardeSoava o toque das TrindadesParava-se e Orava-sePreces às divindadesAlguém elevava a vozE recitava para nós……Respondermos!.. “Santíssima Trindade nos perdoeNos parta em bem, por este mundo alémSem fazermos mal a ninguém…-O Anjo do Senhor anunciou a Maria.E Ela concebeu-O pelo poder do Es-pírito Santo.Ave-Maria… -Eis aqui a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a Sua Palavra.Ave-Maria…-E o Verbo divino encarnou. Fez-se Homem. E habitou entre nós.Ave-Maria…Rogai por nós Santa Mãe de Deus.Para que sejamos dignos das promes-sas de Cristo.Amém.” (E continuava o trabalho)MãesM usas do nosso nascerà madeiras sem limiteE strelas do nosso viverS eres de tratamento vipe.Ter mãe é ter um jardimMais encantador que o ÉdenSentir um odor a jasmimAo beijar a nossa mãe.E quanto às mães. Por direitoQuem as tem. Beije-lhe a mãoQuem as não tem. Por respeitoBeije-as, com o coração!...

26 de Maio de 2013

FEIRA DA

PRIMAVERAVai ser um dia de

domingo de verdadeira fraternidade.

O que se leva, vende-se e o saldo é todo entregue

para as Obras do Lar de Nazaré.

Espera-se que muitos montem a sua banca

de vendas e que muitos venham comprar e visitar.

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ESTÁTUA DO BEATO JOÃO PAULO IIOf. Alguém ............................................................5.000.00€ Transporte...................... 10.788,00 €

Quem desejar fazer a sua dádiva (oferta) para o LAR DE NAZARÉ, por transferência bancária, pode fazê-lo usando o

NIB: 0045 1441 40240799373 19 Balcão da Caixa do Crédito Agrícola (Maia) ou

entregar nos Cartórios Paroquiais. A Obra é nossa .Após a transferência indique-nos o NIC para lhe passarmos o Recibo para apresentar na Decl. do IRS

IGREJAS DE Nª Sª DO BOM DESPACHO E DE Nª Sª DA MAIA

E OBRAS PAROQUIAISMês de Abril recebeu-se

PLANOMAIA

CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL LAR DE NAZARÉ

OFERTAS - MarçoTransporte..........................................224.085,55

A Transportar...................................... 1070,00O Lar de Nazaré é uma obra traduz a comunhão dos cris-

tãos/ rentes. Surgiu e cresceu em tempo de crise económica a

Abril - 2º Domingo 538,00; 3º Domingo 598,00; 4º Domingo 535,70; 1º Domingo de Abril 767,00; Vários 683,02; 1º Domingo de Maio 810,70; Cofre de NªSenhora da Maia Nossa Senhora da Maia 33,65 Santíssimo 14,90; S. Miguel 8,80; Obras 3,80; Cofre de NossaSenhora do Bom Despacho: S.Gonçalo e S. Francisco de Paula0,40; Santíssimo 9,20; Sagrado Coração de Jesus 70,90; Sto.António40,50; S.Roque 5,90 ; Almas 40,00; Anjo da Guarda 32,60; S.Miguel eS, João 5,80; S.José e Menino Jesus 3,90; S.Lourenço e S. Sebastião1,00; NªSª do Bom Despacho (cofre) 190,80; Santa Teresinha e StaBárbara 1,60; NªSª da Assunção 9,10; Acção Social 0,70; NªSª deFátima 60,90; NªSª do Bom Despacho (Sacristia) 223,50; Obras 2,20. Cofre da Capela dos Passos-Abril : NªSª da Dores 33,90;S.ta Eufémia e S.Frutuoso 15,80;Obras 13,30; Senhor dos Passos 55,50; Senhor dos Amarrados 94,40; Acção Social 13,10. Emília Gonçalves (Oratório 3601) 27,00: Sagrada Família (Machado) 25,87.

3067 – Maria S Martins.............................................................40,00 3068 – Alguém (J.B)...................................................................10,003069 – Alguém............................................................................ 10,003070 - Guido Ferreira da Siva.....................................................10,003071 – Alguém............................................................................10,003072 –Aguém..............................................................................50,003073 – Maria Lúcia..................................................................... 10,003074 – Guido Ferreira da Silva..... ...............................................10,003075 – Mª Fernada e António Teixeira (Bodas Prata)........100,003076 –Por Maria Joaquina Barros...........................................15,00 3077 –Guido Ferreira da Silva ...............................................10,003078 – Baptismo de Pedro Veiga F. Pacheco Carvalho ............75,003079 - Fernando Silva e Esposa..............................................100,003080 – Guido Ferreira da Silva....................................................10,003081 - Venda CDs (Visitas Virtuais Igrejas da Maia S.P.S.I, Lda (Lucilia e José Manuel Cardoso............ 500,003082 - Maria Ilídia Teixeira ................................................... 100,003083 - Guido Ferreira da Silva ........................................... 10,00

que se juntaram outras crises de valores. Não há dia nenhum em que não páre, por momentos que seja, para olhar o Lar e saudar os operários, quando é possível e os vejo. Na minha mini máquina Fotográfica vou registando o seu crescer. O Lar é uma obra da Paróquia. Tenho pena que ainda haja quem não seja "capaz de ver com olhos de ver". Ele vai crescendo... Graças a Deus, a Nossa Senhora, Sasgrada Família e ao Beato João Paulo II... e à gente de bom coração. e colabora.

LAR DE NAZARÉ

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S. MIGUEL DA MAIABOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL

ANO XXIV Nº 259 2013 Publicação Mensal

PROPRIEDADE DA FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DA MAIADirector: Padre Domingos Jorge

Chefe de Redacção: Adelino de Lima MartinsTelef: 229448287 / 229414272 / 229418052Fax: 229442383 [email protected]

Registo na D.G.C.S. nº 116260Empr. Jorn./Editorial nº 216259http://www.paroquiadamaia.net

Impresso na Tipografia Lessa Largo Mogos, 157 - 4470 VERMOIM - MAIA

Telef. 229441603

Tiragem 1.500 exemplares

Luís Fardilha

Pela Cidade... ATÉ QUANDO? E ATÉ ONDE?

Seria difícil imaginar uma situação que fosse mais preju-dicial ao trabalho de um edu-cador do que a instabilidade relativamente à sua situação profissionaleaincertezaquan-to àquilo que pode esperar num futuro mais ou menos próximo. È, por isso, inexpli-cável a actuação que tem sido seguida pelos responsáveis do sistema de ensino em Portugal que parecem apostados em deixar em permanente sobres-salto os agentes de ensino, os alunos e os encarregados de

educação.Para um ministro da educação que antes de o ser criticava

justamente a constante alteração dos programas das disciplinas escolares e defendia as vantagens de esperar que cada reforma completasse o seu ciclo de implantação antes de ser submetida a alterações, é estranho que esteja empenhado em introduzir alterações no programa de Matemática tão pouco tempo depois detercomeçadoaserimplantado!Pormuitasjustificaçõesquesejam avançadas – dizendo respeito a principal às divergências entreasMetasCurricularesfixadaseoprogramaqueestavaemvigor(eaindaestará,pelomenosatéaofinaldocorrenteanolectivo) - uma intervenção intempestiva como esta, para além de estar em contradição com tudo aquilo que se acreditava ser o pensamento pedagógico de Nuno Crato, introduz um factor de perturbação que não se limita à disciplina que agora está em causa. Torna-se agora legítimo perguntar qual é o período de validade de todos os programas que estão em vigor e suspeitar que a qualquer momento poderão ser alterados. Para quem desejava estabelecer com muita clareza os conteúdos que os alunosdeveriamdominarnofinaldecadaciclodeestudose queria que o trabalho dos professores estivesse centrado na sua aquisição pelos alunos, o mínimo que se poderá dizer équeesteziguezagueemmatériadefixaçãodosprogramasnão vem ajudar nada a que esses objectivos sejam alcançados.

O episódio da alteração do programa de Matemática foi, contudo, apenas um detalhe no conjunto de anúncios que vie-ram instaurar ainda mais incerteza e insegurança no seio duma classeprofissional–osprofessores–queéjáumadaquelasque mais estão sujeitas ao stress. É hoje perfeitamente sabido queasobrigaçõeseexigênciasimpostasaestesprofissionais-chamados a dar resposta a múltiplas solicitações para as quais nem sempre estão preparados e esmagados entre o desinte-resse e os problemas sociais e psicológicos dos seus alunos, por um lado, e a pressão constante exercida pela entidade patronal (o governo) e pela sociedade, por outro - se tornam frequentemente insuportáveis, conduzindo-os aos consultórios psiquiátricos ou a atitudes ainda mais extremas. A farsa em que se tornou o processo de avaliação do seu desempenho é um dos exemplos de como se pode perder tempo e gastar dinheiro numa acção cujos propósitos não parecem ter sido outros senão a perseguição e a exposição social duma classe cujos sindicatos representativos teriam alcançado uma visibi-lidade e intervenção política demasiado fortes.

Nos últimos anos o ambiente laboral nas escolas não cessou de se degradar, com prejuízo da qualidade do trabalho desenvolvido. Agora, a este agravamento sensível das condições laborais, veio somar-se um conjunto de factos e de anúncios quedeixaramosprofissionaisdoensinopúblicoaindamaisintranquilos. O mais recente concurso nacional para colocação de professores contribuiu fortemente para adensar as nuvens

negras sobre as expectativas de carreira dos docentes. Para aludirmos à parábola evangélica, tornou-se mais difícil “um camelo passar pelo buraco duma agulha” do que um professor encontrar um lugar disponível no quadro duma escola. Ou seja, caminhamos a passos largos para uma precarização generalizada dos contratos de trabalho nesta área, deixando os docentes sempre no limiar do desemprego. Como se pode tomar me-didas destas e falar, ao mesmo tempo, em cultura de escola, inserção no meio envolvente do estabelecimento de ensino, ou desenvolvimento de Projectos Educativos próprios? Que incentivo pode ter um professor nestas condições contratuais para se empenhar a cem por cento na colaboração com os restantes colegas de trabalho ou em projectos que ele não tem perspectiva nenhuma de ver implantados?

Comosenãofossejásuficienteaavalanchequetematingidoultimamente o ensino português – e poderia ter referido ainda, por exemplo, os cortes salariais que têm atingido o conjunto dos funcionários públicos – especula-se, agora, como será aplicado nas escolas o alargamento dos horários de trabalho para as 40 horas semanais no sector público. Como nada de concreto foi anunciado, refere-se a possibilidade de o número de horas efectivas de aula ser aumentado. Infelizmente, haverá seguramente quem ache isto muito bem… Mas esses não sabem qual é o trabalho real dos professores que desejam ser bonsprofissionais.Paraestes,dar22horasdeaulasrepresentajá bem mais do que 40 horas de trabalho: para preparar os materiais didáticos para utilização na turma, com a pesquisa, aselecçãoe/ouanecessidadedecriaçãoqueissosignifica;para ver, corrigir e avaliar os trabalhos feitos em casa ou na aula,quandonãohá temposuficienteparao fazerna sala;paraelaborarprovasdeavaliação,corrigi-laseclassificá-las.Aeste trabalho diário há que somar as horas de reuniões (de departamento, de grupo, de directores de turma, intercalares, de avaliação, com os encarregados de educação…) e as horas de formação obrigatória, feita ao sábado ou em horário pós-laboral.

Poderão dizer-me que nem todos os professores fazem tudo isto, ou que nem todas as disciplinas exigem o mesmo tempo para a preparação das aulas ou para a elaboração e correcção das provas de avaliação. È certo. Mas essas diferenças não impedem que se considere uma insensatez de consequên-cias pedagógicas incalculáveis que o ministério da educação venha a tornar efectiva a opção que anda no ar, e que passa por “espremer” ainda mais os recursos humanos duma escola pública que já está à beira da implosão.