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Folha Diocesana de Guarulhos | Maio de 2017

Editorial Enfoque Pastoral

FOLHA DIOCESANA DE GUARULHOS:Diretor Geral: Pe. Marcos V. Clementino - [email protected] Resp.: Pe. Marcos V. Clementino - MTB. 0082732 - SP Secretária: Caetana Cecília FilhaOrientação Pastoral: Pe. Otacílio F. LacerdaEditoração Eletrônica: Luiz Marcelo Gonçalves - 11 97096-4702Impressão: Gráfica Marmar - Fone: 11 99961-4414Cúria Diocesana - Av. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima - Cep: 07122-210Contato: 11 2408-0403 - Email: [email protected]: 30.000 exemplares - www.diocesedeguarulhos.org.br

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“Alegra-te, cheia de graça!O Senhor está contigo.” Lc. 1,28

Como discípulos fiéis acolhemos Maria, como nossa mãe e modelo de ser Igreja. Com a Cheia de Graça somos renovados na páscoa de Nosso Senhor Jesus Cris-to, que nos envia como Igreja a sermos no mundo testemunhas do Reino. Santo Afon-so de Ligório afirma: “Deus quer que, pelas mãos de Maria, cheguem a nós todas as graças”. Por intermédio de sua intercessão, possamos obter os dons do Espírito Santo, que faz a Igreja crescer e cumprir sua mis-são no mundo. Nossa Diocese se enche da graça do Senhor através de Maria, Mãe de Deus e nossa, assim como nossa cidade, que tam-bém tem como padroeira Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Neste mês de maio comemoramos o Centenário da apari-ção de Nossa Senhora de Fátima, a qual te-mos três paróquias dedicadas e com muita alegria celebramos esta grande festa neste ano mariano nacional. Podemos dizer que somos uma diocese profundamente Mariana, contamos com a presença de 14 paróquias, 34 cape-las e nossas 5 foranias sob o patrocínio da Virgem Maria, que expressam nosso amor e devoção. Contamos também com vários movimentos e atividades pastorais que evangelizam e fortalece o povo na sua fé, com os grupos de terços nas casas, com a Legião de Maria, grupos de consagração a Nossa Senhora, terços dos homens, cená-culos, etc. Neste momento estamos rece-bendo nas paróquias a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, celebrando os 300 anos do encontro da Imagem no rio Paraíba. A presença de Maria, a cheia da graça, sempre foi muito forte e marcante na caminhada de nossa diocese. Neste tempo pascal o Senhor Res-suscitado nos dá muitas alegrias, e uma delas em especial vem encher o nosso co-ração de esperança, a ordenação diaconal

dos seminaristas Fábio, Leonardo e Márcio. E também somos chamados a celebrar a caminhada dos seminaristas Alex, Jonas e Marcos pelo recebimento do ministério de acólito; e seminarista Bruno que recebe o ministério de Leitor na Festa de Nossa Se-nhora das Vocações. Convido todos os diocesanos a continuar rezando pelas voca-ções sacerdotais, diaconais e religiosas. A Igreja de Guarulhos é rica em suas atividades pastorais, aconteceu em nossa diocese o Fórum das pastorais so-ciais, que manifesta sua preocupação com os rumos que toma o nosso país, com a proposta da reforma da previdência e tam-bém refletiu sobre os diversos escândalos na política nacional. Também temos a nota da presidên-cia CNBB sobre o aborto, que nos alerta sobre o esforço do supremo tribunal federal de legalizar o aborto. É muito importante que manifestamos a nossa posição em re-lação à vida desde a sua concepção até a morte natural. A Páscoa de Nosso Senhor, renova nossa fé e nos impulsiona em nossa busca pela justiça. Alegremo-nos com a presença de Nossa Senhora em nossa diocese, que cui-da do seu povo e continua a interceder por nós, junto ao seu Filho, para que sejamos promotores dos valores do Reino de Deus: a dignidade da pessoa humana, a defesa da vida e dos desvalidos e uma sociedade mais fraterna. Que as alegrias do Cristo ressuscita-do ilumine e fortaleça a todos em seus diver-sos trabalhos pastorais em nossa diocese e na luta por uma sociedade onde os mais fra-cos são protegidos e promovidos, pois o “Se-nhor derruba do trono os poderosos e exalta os humildes” como sempre nos ensina Nossa Senhora” (Lc 1, 52).

Pe. Marcelo Dias SoaresCoordenador Diocesano de Pastoral

Queridos leitores, neste mês dedicado a Nossa Senhora, nós da Folha Diocesana, estamos enfatizando de modo especial, os 100 anos de aparição de fé e devoção a Nossa Senhora de Fátima. “A 13 de maio de 1917, na Cova da Iria, fregue-sia de Fátima, concelho de Vila Nova de Ourém , atualmente Diocese de Leiria-Fátima, Por-tugal, a crianças pastoreavam um pequeno rebanho quando, por volta do meio-dia, após re-zarem o terço como de costu-me, entretinham-se a construir uma pequena casa de pedras soltas no local onde hoje se encontra a basílica. Eis que, subitamente, avistaram uma luz cintilante; supondo ser um re-lâmpago, resolveram retirar-se, mas, logo abaixo, outro lampe-jo iluminou o espaço e viram, em cima de uma pequena azi-nheira (onde está a Capelinha das aparições), uma “Senhora mais brilhante que o Sol”, de cujas mãos pendiam um terço branco. Iniciavam-se assim as aparições da Virgem Maria (Re-vista Ave-Maria). O testemunho das crianças foi tão importante para o mundo como sinal de esperança, que o Papa Francis-co aprovou a canonização de Francisco e Jacinta. Ainda na linha da espe-rança, o Papa Francisco escre-ve sua mensagem para o 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais, comemorado no dia 31 de maio. Com o tema “Co-municar esperança e confiança no nosso tempo”, o papa pro-

põe um estilo “aberto e criativo” para comunicar esperança. Ele encoraja todos que trabalham na área para comunicar de modo construtivo, ou seja, re-jeitando preconceitos e promo-vendo uma cultura do encontro. Algumas afirmações da mensa-gem para a nossa reflexão des-te mês:1 - A mente do homem está sempre em ação e não pode parar de “moer” o que re-cebe, mas cabe a nós decidir o material que lhe fornecemos. 2 - Há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e de-ter a espiral do medo, resultante do hábito de fixar a atenção nas “notícias más”. 3 - Queria que todos procurássemos ultrapas-sar aquele sentimento de mau humor e resignação que muitas vezes se apodera de nós, lan-çando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal. 4- Para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a rea-lidade só podem ser os da boa notícia: partir da Boa Notícia por excelência, ou seja, o Evange-lho de Jesus Cristo, Filho de deus” (Mc1,1) O nosso jornal, assume este compromisso de ser porta-dor das boas notícias e sinal de esperança nesta imensa cidade de Guarulhos com tantos sinais de desesperanças. Aproveita-mos para parabenizar todas a mães; as paróquias com títulos marianos e de modo especial aos futuros diáconos: Fabio, Leonardo e Marcio, que serão ordenados portadores ordiná-rios da Boa Notícia.

Testemunhar eAnunciar a Esperança

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Folha Diocesana de Guarulhos | Maio de 2017 3

Religiãoe os espaços

públicos

Agenda do Bispo01-05 55ª Assembleia Geral da CNBB em Aparecida

0617h – Missa NS das Vocações e Instituição nos Ministérios de Leitor e Acólito dos seminaristas Bruno, Alex, Jonas e Marcos

19h30 – Pós encontro ECC 3ª. etapa – CDP

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08hh – Missa comunidade NS Fátima – par. Santa Mena

11h – Crisma na paróquia Santa Luzia – Mikail

14h – Encontro Vocacional – Lavras

19h – Crisma e 1ª. Eucaristia – par NS Fátima – Vila Fátima

09 10h – Bênção dependências da Cúria para Pastoral da Criança, Pastoral da Pessoa Idosa e Pastoral Carcerária

14h30 – Atendimento Cúria

10 09h30 – Codipa e 14:30h – Atendimento Cúria

20h – Missa nas casas paróquia Santo Antonio – Parque

11 07h - Missa e encontro Seminário Propedêutico

09h30 – Cons. Presbíteros e 19h30 – Missa par. NS Fátima – Aracília

12 14h30 – Atendimento cúria

13 18h – Missa paróquia NS Fátima – Jd Tranquilidade

14 07h – Missa paróquia São Francisco – Nações

18h – Missa paróquia NS das Dores – Casa Branca – SP

16 09h30 – economato e 14:30h – Atendimento Cúria

17 09h30 – Reuniao geral do clero – Lavras

13h30 – Reunião dos formadores do Seminário – Lavras

18 09-12h – Reunião da CER da CNBB sul 1 – São Paulo

19h30 – Missa nas casas par. Santo Antonio – Vila Augusta

19 10-13h – Reunião Libcom – São Paulo

19h30 – Missa nas casas paróquia NS Aparecida – Cocaia

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10h20 – Palestra no cursinho SOL

15h30 – Palestra 2ª etapa ECC forania Aparecida

19h30 – Crisma paróquia NS Guadalupe

21 10h – Missa Santuario NS Bonsucesso – PASCOM

19h – Crisma paróquia NS Lourdes

22 19h30 – Missa par Santa Rita de Cássia – Jd. Cumbica

23 14h30 – Atendimento cúria

19h30 – Missa nas casas par. NS Aparecida – Jd. Vl Galvão

24 08h30 – Encontro dos bispos - sub regional SP2 – São Paulo

24-25 Participação II Encontro Nacional da Vida Contemplativa – Aparecida

26 09h30 - Atendimento cúria e 15h- Reunião Seminaristas - Lavras

27 19h30 – Missa paróquia São Pedro25 anos de ordenação presbiteral do Pe. José Miguel

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08h30 – Crisma com. São Paulo – par. Santa Terezinha

11h – Crisma paróquia Santo Antonio – Vila Augusta

15h – Ordenação diaconal - paróquia São Judas – Jd. Alice

29 Encontro com os padres de 0 a 10 anos de ordenação

30 09h – Reunião com os padres coordenadores de pastoral do SP 2

15h – Atendimento Cúria

31 09-16h – Seminário Administrativo – Lavras

19h30 – Missa na comunidade das Irmãs da Arca de Maria

Por decisão do Ministério Público na aplicação do Termo de Ajusta-mento de Conduta (TAC), a Prefeitu-ra de Guarulhos não pode mais ce-der os espaços públicos municipais que costumávamos utilizar para os encontros pastorais. Utilizamos os prédios públicos por não termos em nossas comunidades espaços para certas atividades específicas, não ordinárias. Os prédios municipais são dos munícipes. Espaços estes, pelo que entendi – peço perdão se estou equivocado – podem ser uti-lizados pelos munícipes para outras atividades, exceto as de caráter re-ligioso. A utilização desses espaços pela Igreja Católica, não acarreta nenhuma despesa extraordinária ao município, pois se trata apenas da utilização do prédio. Eu, como responsável pela Igreja Católica nesta cidade, morador e eleitor nesta cidade, cidadão brasi-leiro, cidadão honorário guarulhense, bem como todos os católicos que aqui residem, sinto-me discriminado, excluído. As leis existem para corrigir abusos e fazer prevalecer a justiça e equidade. Os encontros pastorais re-alizados nas dependências dos pré-dios municipais, trazem mensagens importantes para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Isso faz parte da missão da Igreja. Diante desta proibição – ainda que possa ser indiretamente – o Evangelho de Cristo está sendo perseguido, bem como os cristãos, as Igrejas (pois não se trata somente da Igreja Católica) e a liberdade religiosa que gozamos por direito. Não quero aqui, nesta colu-na, provocar a administração muni-

cipal a infringir a lei. A lei deve ser cumprida. Não posso, porém, ser impedido de questionar a decisão. A Igreja Católica, fiel à sua missão, de servir à sociedade para que seja justa e fraterna, continua-rá a sua missão. Dentro de nossas possibilidades os nossos edifícios continuarão abertos para reuniões eventuais que a Prefeitura solici-te, como sempre tem acontecido. As parcerias não serão desfeitas. Aprendemos de Jesus a vencer o mal pelo bem. Longe de nós “olho por olho e dente por dente”. Foi relatado a mim, que numa das solicitações de um prédio públi-co, foi dito que o mesmo não seria cedido para o uso da Igreja, pois o Estado é laico. Não restam dúvidas de que o Estado é laico. Graças a Deus que é assim! Temos liberdade de expressar a nossa fé. Entretan-to, os cidadãos do Estado possuem sua fé, sua religião. O Estado não pode determinar a maneira de crer em Deus, ou deixar de crer nEle. A consciência de cada pessoa huma-na é um sacrário inviolável. Espero que o Ministério Pú-blico reveja a aplicação do TAC e “ajuste” de maneira ‘justa” o que deve ser “ajustado”. A população não pode pagar pelos erros da ad-ministração.

+Edmilson Amador Caetano, O.Cist. Bispo diocesano de Guarulhos

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Folha Diocesana de Guarulhos | Maio de 20174

Vida Presbiteral Igreja em MissãoNovos horizontes

“... continuai firmes no Senhor, ó meus queridos” (Fl 4,1)

Padre Berardo este ano comemora os 38 anos da sua ordenação sacer-dotal. Ele é coordenador da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB. Para homenageá-lo, o Re-gional Sul 1 da CNBB realizou uma en-trevista com o padre que, desde 1974, é missionário em terras paulistas. O padre Berardo Graz, conhe-cido como o “Padre Pela Vida”, da dio-cese de Guarulhos, que é também co-ordenador da Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1 da CNBB, de 72 anos, natural de Brescia, na Itátlia, celebrou no mês passado no dia 19 de março o aniversário da sua ordenação presbiteral. Nesse dia foi homenagea-do pelo Hospital Stella Maris. O padre Berardo estudou os quatro primeiros anos no Seminário do Ipiranga e foi ordenado na Diocese de Mogi das Cruzes pelo então Bispo de Mogi das Cruzes D. Emilio Pignoli. “Vim para o Brasil com 29 anos, em 1974, já com a intenção de ser padre. Entrei no seminário do Ipiranga em S. Paulo em 1976 e aos 19/03/1979 fui ordenado presbítero para a Diocese de Mogi das Cruzes por Dom Emílio Pignoli”, explicou em entrevista ao Regional. “Aos 19 anos comuniquei pela primeira vez ao sacerdote, com o qual sempre me confessava, o cha-mado, que me perturbava interior-mente e que não vinha de mim, de que Deus talvez quisesse que eu fosse padre. A leitura do livro “A montanha dos sete patamares”, autobiografia de Thomas Merton, um grande converti-do do comunismo à vida de monge

trapista, e o contato com as Confissões de S. Agostinho prepararam o terreno. Tam-bém sempre me impressio-nou o testemunho de vários padres da minha terra de origem, que durante o regi-me fascista e nos anos da guerra não se dobraram ao regime ditatorial e pagaram pessoalmente sua fideli-dade ao Evangelho com a prisão, até em campos de concentração na Alemanha,

e com a própria vida”, afirmou. Como acontecimentos mais marcantes, o padre Berardo destaca o trabalho realizado como médico, par-ticularmente o tempo em que esteve auxiliando na construção e organiza-ção do Hospital Stella Maris em Gua-rulhos. “Já queria entrar no seminário na minha cidade de origem, Brescia, quando, em 1973, o meu diretor es-piritual me propôs uma viagem até S. Paulo, onde uma tia dele, já há muitos anos no Brasil como freira missioná-ria, se dedicava aos hansenianos no sanatório Padre Bento de Guarulhos. Aceitei a proposta da viagem, para estudar a possibilidade de inserir-me no Brasil, o que me permitiria, como médico já formado há quatro anos, de ajudar a jovem congregação da tia freira do meu diretor espiritual a concluir a construção e a organizar o Hospital Stella Maris de Guarulhos, preparando-me ao mesmo tempo para o sacerdócio. O que pesou na balança e me levou a decidir para voltar ao Brasil no ano seguinte foi a desproporção que naquela época (1973-1974) existia entre o número de padres da minha cidade, Brescia, e o numero de padres de Guarulhos, que naquela época tinha mais ou menos a mesma população de Brescia (Hoje Guarulhos tem cinco vezes a popula-ção de Brescia). Guarulhos contava com 10 padres e Brescia com quase 200. Pensei que, como padre, talvez pudesse servir mais a Igreja em Gua-rulhos do que em Brescia”, conta.

Renato PapisJornalista do Regional Sul 1 da CNBB

Padre Berardo38 anos de Ordenação

Com muita alegria, recebi a graça de ocupar este espaço para partilhar a missão, a mim confiada pela Igreja, como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte – MG. A Palavra de Deus, que é sempre uma Boa-Nova, expressa a minha relação com a Diocese de Guarulhos, neste novo momento de graça que estou vivendo, do mesmo modo que marcou e iluminou minha vida quando fui enviado em missão à Diocese de Ji-Paraná – RO, onde permaneci por três anos: “Portan-to, meus queridos irmãos, dos quais sinto tanta saudade, minha alegria e minha coroa, continuai firmes no Se-nhor, ó meus queridos” (Fl 4,1). Entretanto, apesar da sauda-de, a vida segue... E ancorado no lema da minha ordenação episcopal: “Para mim o viver é Cristo” (Fl 1,21), no dia 08 de abril, na Paróquia São Gonça-lo – Contagem – MG, com a presença do Arcebispo, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, dos Bispos Auxiliares, de um grande número de Presbíteros, Religiosos e Religiosas, Seminaristas, e o Povo de Deus, teve início o meu Ministério, propriamente dito. Belo Horizonte, bem como a Cidade de Guarulhos, nos apresen-ta grandes desafios, em que somos chamados a lançar redes em águas mais profundas, proclamando a Pala-vra, insistindo oportuna e inoportuna-mente, convencendo, repreendendo e exortando, com toda a paciência e preocupação de ensinar (2 Tm 4,2). A Arquidiocese, que tem em torno de 5 milhões de habitantes, está dividida em 37 Foranias, com 270 Paróquias e, aproximadamente, 1400 comunidades, atendidas por 700 padres (diocesanos e religiosos),

que são auxiliados pela expressiva presença de Congregações Religio-sas, masculinas e femininas. Devido à dimensão, a Arqui-diocese está dividida em quatro Regi-ões Episcopais, confiadas, cada uma, a um Bispo Auxiliar, sendo a minha, a RENSA - Região Episcopal Nossa Senhora Aparecida. Na RENSA, temos 77 Paró-quias, 464 comunidades e 112 pa-dres. Como tantas outras realidades, precisamos de mais santas vocações sacerdotais e religiosas, para melhor acompanhar o rebanho, pois a messe é grande e poucos são os operários. E é nesta realidade que estou aprendendo a ser Bispo, procurando conduzir o rebanho com carinho e zelo de pastor, empenhado em ser presença amiga e paterna junto aos padres, como tão bem nos exorta o Papa Francisco. Ressalto, de modo especial, a receptividade do Povo de Deus desta Igreja particular de Belo Hori-zonte, que me acolhe carinhosamen-te. Com ele, celebramos a Semana Santa, vivenciando momentos fortes de espiritualidade, como o Sermão do Encontro e do Descendimento do Senhor da Cruz, além de Procissões e Vias-Sacras, Celebração Peniten-cial com os padres, no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, a Missa da Unidade, na manhã da Quinta-fei-ra Santa, com a Bênção dos Santos óleos e a renovação das promessas pelos Presbíteros. Desta celebração, aproximadamente 15 mil pessoas participaram, no Ginásio Mineirinho. Uma emoção indescritível! Concluindo, asseguro mi-nhas orações à Diocese de Guaru-lhos, e peço que não deixem de re-zar por mim, para que eu cumpra o tríplice múnus de santificar, ensinar e governar o Povo de Deus. Vivendo a alegria da Páscoa do Senhor, coloquemo-nos sob o amparo maternal de Maria, que nos acompanha em todos os momentos, ela que é Padroeira da Diocese de Guarulhos e da Arquidiocese de Belo Horizonte: Imaculada Conceição e Nossa Senhora da Boa Viagem, res-pectivamente.

Dom Otacilio F. LacerdaBelo Horizonte - MG

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Folha Diocesana de Guarulhos | Maio de 2017 5

JuventudeFalando da Vida

Uma Jovemchamada Maria

Se procurarmos a resposta para a pergunta acima nos livros de autoajuda, certamente encontraremos mil e uma re-ceitas. Mas felicidade não é como fazer um bolo e, portanto, não basta juntar in-gredientes. A ideia comum de felicidade é materialista e está ligada à satisfação de desejos. Sendo assim, quanto mais condições de consumo o indivíduo pos-suir, mais feliz ele deveria ser, por isso todos almejam a riqueza. Entretanto mesmo entre aque-les que gozam de boa situação finan-ceira, não se vê sinais marcantes de felicidade. Em geral as pessoas mais abastadas convivem com um mau hu-mor contrastante com a sua condição econômica. Basta observar nas festas de ricos para ver que estão preocupa-dos mais com a sua imagem do que com a própria diversão. Se houvesse um “felicitômetro” que medisse o nível de felicidade, seria mais fácil encontrá-la nos churrasquinhos em cima da laje do que nos nobres salões de festas. O budismo sustenta que não existe felicidade baseada na satisfação dos desejos, pois a satisfação de uma necessidade dá origem a outra criando uma busca sem fim. Aristóteles sustenta-va que a felicidade é buscar a sua própria essência, ou seja, desenvolver as suas virtudes, realizando o seu potencial. Se ele fosse vivo hoje, talvez, aconselharia: Construa a sua felicidade fazendo esco-lhas inteligentes sem pensar nos ganhos financeiros e nos bens materiais, pois a felicidade não depende de nada disso. Mas foi Jesus Cristo quem me-lhor respondeu a pergunta que dá nome a este artigo. Tanto nos seus exemplos de vida como nos seus ensinamentos, ele mostrou algo diferente de tudo que co-nhecemos sobre o assunto. Mostrou que a verdadeira felicidade consiste em amar ao próximo. Mas como amar o outro nos tempos atuais onde cada um busca o seu próprio conforto, segurança e poder?

A proposta de Jesus parece es-tar muito distante daquilo que aprende-mos, mas podemos adaptá-la a nossa realidade e trazê-la para uma dimensão mais simples da nossa vida. Será que eu posso fazer do meu trabalho bem mais que uma profissão e exercê-lo com amor me dedicando ao próximo? Se dermos uma rápida olhada a nossa volta veremos que a resposta é sim. Seja qual for a sua profissão você pode fazer dela um instrumento de ação para melhorar a vida das pessoas, agin-do com dedicação, responsabilidade e respeito e isso é amar ao próximo. Hoje quando vemos nos no-ticiários de TV cenas fortes de políticos envolvidos com corrupção, falcatruas, desvios de verbas, etc, ficamos muito tristes e desanimados com nosso futuro. Mas saber que existem professores, mé-dicos, engenheiros, advogados e simples operários que trabalham honestamente com amor mesmo dispondo de péssimas condições, isso serve de alento ao nosso desânimo e faz acender em nós a espe-rança de que nem tudo está perdido. Não é errado almejar bens ma-teriais, nem desenvolver o seu potencial interior. A diferença está no para quê e para quem, você busca isso. O egoísmo e a ganância pelo poder nunca vai pro-duzir felicidade. Um famoso livro de autoajuda que já vendeu mais de um milhão de exemplares, ensina que existe um segre-do guardado desde a antiguidade e que nunca foi revelado; ele seria a chave para alcançar o sucesso e, por conseguinte, a felicidade. De certa forma a autora do livro acertou: Existe mesmo desde a an-tiguidade, mas não é nenhum segredo. Quem revelou foi Jesus: Só alcança a felicidade plena aquele que sabe amar e colocar o outro acima dos seus interes-ses pessoais.

Romildo R.AlmeidaPsicólogo clínico

Qual o segredo para ser feliz?

Vivemos tempo de acelera-ção. Nossa juventude é provoca-da a todo tempo em conquistar, “crescer na vida”, “curtir o mo-mento” sem muitas vezes pensar nas consequências de seus atos. Vemos que a cada dia cresce a quantidade de jovens que se aco-modaram em seus lares, vivendo ainda sob a proteção e cuidado de seus pais. Não que isso seja errado, mas percebemos, que a dimensão desbravadora e ousada da juven-tude tem a cada dia se apagado. E estes jovens, parecem tender a uma vida sem perspectivas, sem descobrirem verdadeiramente a sua missão neste mundo. Aliás, gastam suas energias e tempo atrás do “poder” e do “prazer”. Como se o sentido da vida fosse fazer tudo o que está ao alcance, sem critérios de certo ou errado.Mas voltemos há mais de 2000 anos atrás. Ao ler a narrativa do Evangelista São Lucas, percebe-mos que uma menina, de uma cidade chamada Nazaré, conhe-cida por todos nós: MARIA! (Lc 1, 26-38) Pois é .... teve a vida marcada pela presença de Deus. Com disponibilidade, abraça uma novidade em sua história, que muda a direção de muitos so-nhos e projetos. Ela se inquieta sim, mas porque acredita, confia em Deus, se lança nesta novida-de e vive com intensidade tudo o que poderia acontecer. É um sim verdadeiro, repleto de renuncias, muitas vezes sem ver, de maneira concreta, como se dará, o que irá acontecer, mas se abandona sem reservas. O que diriam as pesso-as ao ver esta atitude? Vejamos que Maria não se importa com o que irão dizer, mas a sua energia é gasta em fazer neste mundo o que Deus deseja, pois aqui está a plena realização da vida do ser

humano. Sim ... Uma jovem Meni-na! Que encontrou o sentido de viver. E pela sua entrega, fez com que a Salvação (JESUS) chegas-se a muitas vidas. Maria é modelo para nos-sa juventude. É com o olhar fixo em sua vivência, que nossos jo-vens podem tirar grandes inspi-rações para seu viver. Nossos jo-vens desejam ser feliz, e realizam uma busca desatinada, abraçan-do tudo que lhe aparece pela fren-te. Eles são corajosos, procuram desafios, superarem seus limites, buscam novidades, e quando se encontram com Deus, assim como Maria, encontram todos estes pontos, vivendo um segui-mento concreto. Ter Maria como modelo, é imita-la de modo radical, porém humilde... É SER a nova voz que pede a todos: “ FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER”(Jo2, 5). Talvez SER a voz materna ou pa-terna que a pessoa nunca teve...Talvez SER o amigo que não abandona quando a tribulação se aproxima...Talvez SER o sorriso, o olhar ou o abraço que alivia, cura, salva... Pelo Sim de Maria, o rumo da história do mundo mu-dou. Com certeza, seguindo os passos dela, você jovem ao abra-çar o projeto e plano de Deus, pela sua vida algo neste mundo, na tua família será diferente. Pois aquele que levará contigo é o Sal-vador, quem dá verdadeiro senti-do em nosso existir. Convido você jovem, a entregar-se como Maria dizendo a Deus o seu “Fiat” (faça-se), e pela tua vida, muitas pessoas encon-trarão a este Deus que levas com teu viver. Abraços Fraternos,

Sem. Fabio Lima

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Folha Diocesana de Guarulhos | Maio de 20176

Aconteceu Missa dos Santos Óleos 2017

Veja mais imagens das celebrações da Semana Santapresididas por Dom Edmilson e diversos momentos nas

paróquias de nossa diocese acessando o nosso site:www.diocesedeguarulhos.org.br

Paróquia Santa Mena Paróquia São Batista

Peregrinação da Imagem de Nossa Senhora Aparecida na Diocese

Apresentação dos óleos (Pe Fábio Herculano, Pe Rodrigo Lovatel e Pe Renan)

Presbíteros com o Bispo - Sinal de Comunhão

Consagração do Crisma

Dom Edmilson Amador Caetano, presidiu a missa da benção dos óleos dos enfermos e do óleo dos catecúmenos e a consa-gração do crisma na manhã da quinta-feira Santa(13) na Catedral Imaculada Conceição. Concelebrada com o seu presbitério é um sinal de comunhão dos presbíteros com seu bispo. Os padres re-novaram as promessas sacerdotais. O povo de Deus rezou pelos sacerdotes para que o Senhor derrame sobre eles os seus dons e pelo bispo para que seja fiel à missão apostólica. Antes da benção final, os representantes das paróquias, congregações e casas de formação, receberam das mãos do bispo a mensagem pascal.

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Folha Diocesana de Guarulhos | Maio de 2017 7

Balanço da AssociaçãoElisabeth Bruyère

A T I V O 32.163,49ATIVO CIRCULANTE 26.606,16DISPONIBILIDADES 25.573,27CAIXA 24.743,35

BANCOS CONTA MOVIMENTO 829,92BANCO DO BRASIL C/C 11984-9 829,92

VALORES REALIZAVEIS A CURTO PRAZO 1.032,89CREDITOS DE APLICACOES FINANCEIRAS 1.032,89APLICAÇÃO BCO BRASIL-C/C 11984-9 349,59APLICAÇÃO BCO DO BRASIL - C/C 16558-1 683,30

ATIVO NAO CIRCULANTE 5.557,33ATIVO PERMANENTE 5.557,33IMOBILIZADO TECNICO 8.230,04MÓVEIS E UTENSILIO 5.697,96EQUIP/OS DE INFORMÁTICA 2.532,08

DEPRECIACOES ACUMULADAS -2.672,71DEPR.ACUM.-MÓVEIS E UTENSÍLIOS -1.409,20DEPR.ACUM.-EQUIP/OS DE INFORMÁTICA -1.263,51TOTAL - A T I V O 32.163,49

P A S S I V O 32.163,49PASSIVO CIRCULANTE 4.140,19VALORES EXIGIVEIS A CURTO PRAZO 4.140,19OBRIGACOES SOCIAIS E TRABALHISTAS 3.502,43SALARIOS A PAGAR 1.437,17PROVISÃO DE FÉRIAS 1.520,81PROVISÃO P/ENCARGOS S/FÉRIAS 544,45

OUTRAS OBRIGACOES 637,76CHEQUES A COMPENSAR 637,76

PATRIMONIO LIQUIDO 28.023,30RESULTADOS ACUMULADOS 28.023,30RESULTADO DO EXERCICIO 28.023,30SUPERAVIT E OU DEFICIT ACUMULADOS 28.023,30TOTAL - P A S S I V O 32.163,49

Período de 01/2016 à 12/2016

Vai Acontecer

Tríduo dias 10, 11 e 12 de maio:12h - missa na Igreja do Rosário

Dia 13 de maio- 7h30 - Terço na Catedral- 8h - Missa na Catedral e procis-são até a Igreja do Rosário- 10h - Missa na Igreja do Rosário

- 12h - Ave-maria ao vivo \ bênção da cidade e missa na Catedral.- 15h - Missa na Catedral- 16h30 - Terço - Igreja do Rosário- 17h - Missa na Igreja do Rosárioe procissão luminosa no pátio.

PARTICIPE!

Festa de Nossa Senhora de Fátima na Catedral

MISSA DAS COMUNICAÇÕES

Dia 21 de maio às 10hna Paróquia N. Sra .do Bonsucesso

51º Dia Mundial das Comunicações

“Não tenhas medo,que Eu estou contigo” (Is 43, 5).

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Folha Diocesana de Guarulhos | Maio de 2017

Dízimo Social

8

Dízimo e Ofertas,qual a diferença?

Conjuntura SocialQual a solução para a “crise”?

O Brasil vive em uma crise e com gran-des dificuldades de superação. Podemos pontuar algumas como o desemprego, a saúde, a segurança e a educação, mas uma grande crise é a moral e institucional:

Trabalho: em janeiro de 2017 atingiu o número de 12,9 milhões de pessoas de-socupadas, segundo o IBGE, em 2015 o desemprego representava 9,5% saltando para 12,6% em janeiro 2017, se conside-rarmos os subempregos e os bicos este número dobra chegando a 24,3 milhões no terceiro trimestre 2016, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Do-micílios (PNAD) do IBGE, e que as dife-renças foram significativas na taxa de desocupação entre homens (10,7%) e mulheres (13,8%) no 4º trimestre de 2016. Neste item podemos perceber que essas dificuldades atingem nossas famílias, re-percutindo na saúde, como é o caso da depressão e diversas síndromes;

Educação: escolas públicas sucatea-das, com professores mal remunerados, sem incentivos e segurança;

Segurança Pública: violência crescen-te, descrédito nas autoridades, presídios sem condições de ressocialização;

Saúde: hospitais superlotados sem con-dições de atendimento;

Moral: temos acompanhado no Brasil dos últimos anos uma grande crise política, inclusive com a mudança de presidente, não de forma direta e sem eleições. Mas com o argumento de “solução para a cri-se”. Investigações judiciais avançaram, e o que se viu, foi a revelação de uma corrup-ção generalizada e de “cartas marcadas” para vários assuntos e soluções políticas.

O Congresso Nacional, com grande parte de seus representantes en-volvidos em denúncias, quer a “toque de caixa” propor mudanças radicais sociais que envolvem todos os cidadãos de hoje e seu futuro, sem o devido diálogo e re-presentatividade. A sociedade, em grande parte estimulada pela grande mídia, continua a discutir partidariamente a culpa da crise, enquanto o Congresso, motivada pelo Presidente da República continua que-rendo acelerar o processo de reformas, sem a discussão e participação popular necessárias.

Duas reformas chamam nossa atenção: a Reforma Trabalhista e a Pre-videnciária, que dá forma que está apre-sentada inicialmente exclui direitos, princi-palmente dos mais pobres. A sociedade brasileira tem, em sua cultura a ideia do Salvador da Pátria, de um herói, em contrapartida de um vi-lão, de alguém culpado. Este debate, defi-nitivamente, não transforma a sociedade! A Igreja Católica, atenta às ne-cessidades do povo de Deus, atendendo e convivendo com os mais sofridos, atra-vés da CNBB se posiciona contra as mu-danças proposta que precariza a relação de trabalho e elimina os diretos sociais. Neste sentido, é louvável a colocação e convocação de muitos de nossos bispos. São esses os pontos da refor-ma trabalhista: 1) acordo entre patrões e empregados vale mais que a CLT, 2) trabalhos intermitentes, pagar por hora e não por jornadas tradicionais, 3) Jor-nada de trabalho, trabalhar até 12 horas por dia e 48 semanais, tendo um des-canso de 36 horas, 4) Férias parceladas em até três períodos, 5) Fim do imposto sindical e das homologações assistidas pelo sindicato, 6) trabalhos Home Office (trabalho em casa) livre negociação entre as partes, 7) trabalho terceirizado – sem limites (já aprovado). A grande crise é falta de princípios no campo da moral e da ética de nossas instituições. E um dos caminhos impres-cindíveis é a nossa participação popular e as nossas ações. A Igreja através de seu ministério não está se posicionando que não se deve mudar nada. Há uma discus-são séria, sem paixões partidárias, e Seu compromisso é com a Verdade do Evan-gelho de Jesus Cristo que “veio para que todos tenham Vida” (Jo 10,10).

José Luiz Gomes de AlmeidaSecretário Executivo das Pastorais Sociais

Caros irmãos e irmãs e na Fé, a Paz de Cristo esteja com vocês.Nos dois últimos exemplares vi-mos a fundamentação bíblica de dízimos e ofertas. Nesta edição vamos refletir sobre a distinção básica entre ambos. O quinto mandamento da Igreja, nos lembra que é necessá-rio “Ajudar a Igreja em suas neces-sidades”, cada um conforme as próprias possibilidades (CCE 2043), inspirado no Testemunho dos Apóstolos sobre as primeiras Co-munidades Cristãs (At 2,45; 4,32-35) se trata de uma obrigação de amor adquirida pelo fato de perten-cermos ao Corpo de Cristo, que é a Igreja; para manter o culto, as obras de apostolado, o honesto sustento dos ministros, como também so-correr os pobres com as próprias rendas (CIC 222) e isto se dá por meio de ofertas e dízimos. Mas a pergunta é: Os dí-zimos e as ofertas (coletas) são mesma coisa? A resposta é não. Veja bem: o espírito que os moti-va é o mesmo, mas o significado de ambos é diferente. A Conver-são coloca a todos num espírito de ENTREGA, mas a abertura de cada pessoa a Obra de Deus nesse itinerário é diferente. Todo aquele que está no Caminho deve saber que o Dízi-mo pertence à Deus (Lev 27,30); se trata de uma devolução e não de doação. É, portanto, a déci-ma parte, ou um valor conforme a sinceridade do coração o mais possivelmente fixo no mês, que eu estipulo para me associar a Deus na vida da Igreja. E as ofertas (coleta)? São uma doação daquilo que é meu; ou seja, além daquilo que devolvi eu faço ‘um algo a mais’. Acontecem no ofertório da missa (na celebração da palavra acon-tece enquanto se prepara o altar para a Comunhão), são ofertas espontâneas, porque não são valores fixos, mas são de grande

importância para a vida da

Comunidade. É sair de si mesmo para estar sobre o altar; é parti-lha, como Cristo que se partiu por nós, nós nos partimos por Ele, nos mais pobres. “Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo Ele fez em meu favor?”. O Venerável Bispo Ful-ton Sheen que inspirou esse ar-tigo; interpretou o fato das cole-tas acontecerem no momento do ofertório dizendo: “Vocês estão na patena e no cálice, sob a for-ma de pão e vinho. Na verdade, a coleta é feita no ofertório, para simbolizar o sacrifício que vocês fazem de si mesmos. A coleta nos prepara para a comunhão, ajuda a fazer o sacrifício. Se eu estives-se fazendo a coleta, usaria este argumento. Apenas quero dizer que agora vocês estão no altar” O dízimo e a caixinha das ofertas em suas diferenças e se-melhanças nos dizem algo pro-fundamente evangélico: nos ajuda a perceber que quando achamos que já fizemos o bastante por nos-sa Comunidade, Família, Amigos ou Trabalho, Jesus chega e nos diz que podemos fazer um algo a mais, andar uma milha a mais; dar não só a túnica, mas também o manto; levar o tapa numa face e oferecer a outra; amar os inimigos e orar pelos que nos perseguem; aquela caixinha da coleta é um in-comodo para muitos, por que ela é um exercício para a capacidade de fazer o algo mais, fazer o sa-crifício de si mesmos, dando de si algo que não seja superficial, mas que toca profundamente porque é nosso, é da nossa carteira, “é importante para mim”. Ela com-plementa o sentido do dízimo, e ensina que quando achamos que já fizemos tudo, Deus nos diz: se creres verás a glória de Deus. É por isso irmãos que todo dizimista pode e deve ofertar também durante a missa, e todo aquele que faz suas ofertas, pode e deve ser um dizimista.

Sem. Marcio Arielton

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Folha Diocesana de Guarulhos | Maio de 2017

BíbliaLiturgia

9

A espiritualidade de Maria

Da Páscoa ao Pentecostes, os símbolos revelam o Ressuscitado

“Minha alma dá glórias ao Se-nhor, meu coração canta alegre e feliz, olhou para mim com tanto amor, que me escolheu, me elegeu e me quis”. Assim entoou o poe-ta, com as palavras cantadas por Maria, a Mãe de Jesus, ao exaltar a ação de Deus na vida dos mais pobres, os humilhados. Maria, como parte do povo pobre e fraco (Sf 3, 12), o resto de Israel, permaneceu fiel ao Projeto de Deus: a Aliança de Amor com o povo. Maria gera em seu ventre Je-sus, o Filho do Altíssimo, o Santo. Ele é Deus, é o Filho Amado do Pai. Je-sus quer fazer de nós um povo novo, o povo da Nova e Eterna Aliança, por isso assume sua missão de nos reve-lar o Amor do Pai. Maria compreende no se-guimento de Jesus que sua missão como discípula missionária é mais importante que ser a Mãe de Jesus, e a sua participação junto à comuni-dade é um testemunho vivo de quem assumiu verdadeiramente caminhar com Cristo e com a comunidade. De educadora passa a discípula, apren-diz de Jesus. Maria foi uma mulher pro-fética e libertadora. Ela permanece sempre como a mulher de fé mise-ricordiosa e testemunha de Cristo. Por isso mesmo, é colocada como o modelo acabado de discípula do Senhor. Atenta às necessidades dos que sofrem, Maria de Nazaré conti-nua presente em cada pessoa que acolhe a Palavra do Seu Filho. Como nas Bodas de Caná continua a nos orientar como mãe e mestra: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Aquela que acompanhou o sofri-mento do Seu Filho, “em pé” ao pé da cruz (Jo 19,25), que estava com os discípulos ainda desanimados e amedrontados (At 1,4), continua como companheira fiel para que a glória de Deus ocorra em todos os tempos e lugares, e o desejo de Jesus se realize plenamente: “que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10).

Para ser uma verdadeira presença de Igreja, ser a “imagem” de Cristo no mundo de hoje, é pre-ciso que nosso comportamento seja semelhante ao de Jesus Cristo, que recusou todas as tentações de di-nheiro, prestígio, consumo e poder. Boff afirma: “A Igreja de Cristo tinha algo que o império não tinha. Era uma força inabalável: a fé no Senhor ressuscitado”. Essa mesma fé da Igreja de Cristo deve ser a fé dos cristãos comprometidos com sua peregrina-ção neste mundo, para ser presen-ça transformadora. Esta se une e, fortalecida no amor, constrói novas relações de respeito e justiça. Nes-te sentido, Maria é o modelo, é a mulher forte, a mulher discípula, se-guidora de Jesus, aquela que sem medo gerou vida. Em primeiro lugar a vida de Jesus por excelência e de-pois a sua participação e resistência não permitiram a morte da comuni-dade. Mais que um convite, a vida de Jesus é uma exigência para quem acredita no Amor e na Vida, em um mundo sem privilégios para poucos e muitos sem nada, como denun-ciou Dom Helder Câmara; “Basta de injustiça! Basta de uns sem saber o que fazer com tanta terra e milhões sem um palmo de terra onde morar. Basta de alguns tendo que vomitar para comer mais e 50 milhões mor-rendo de fome num só ano. Basta de uns com empresas se derramando pelo mundo todo e milhões sem um canto onde ganhar o pão de cada dia. Mariama, Senhora Nossa, Mãe querida, nem precisa ir tão longe, como no teu hino. Nem precisa que os ricos saiam de mãos vazias e o pobres de mãos cheias. Nem pobre nem rico. Nada de escravo de hoje ser senhor de escravo de amanhã. Basta de escravos. Um mundo sem senhor e sem escravos. Um mun-do de irmãos. De irmãos não só de nome e de mentira. De irmãos de verdade, Mariama”.

Celia Soares de SousaTeóloga Leiga

O tempo da Páscoa que estamos vivendo tem um enfoque especial so-bre a construção-criação da Igreja. O encontro com o Ressuscitado dá novo sentido à vida em comunidade. Os discípulos amedrontados transfor-mam-se em testemunhas corajosas do Reino. Se nós não podemos, hoje, vivenciar o encontro com Cristo face a face, a Igreja nos deixou os símbo-los-sinais sacramentais, que fazem acontecer esta presença transforma-dora do Senhor. Porém, símbolos não são nada sozinhos; somente na rela-ção com a Palavra e a Comunidade assumem uma força viva que revela o Cristo presente. Se tomarmos como exemplo alguns símbolos que se re-petem neste tempo pascal, já desco-brimos este dinamismo. Os símbolos nos permitem viver a novidade pascal, a cada vez que celebramos. Podem ser os mesmos textos, ritos, leituras e cantos, mas se estamos atentos à realidade, que é sempre diferente, percebemos uma luz nova, que nos chama a avançar sempre. O símbolo da água... “Der-ramarei sobre vós uma água pura, sereis purificados de todas as faltas”, cantamos na Quaresma. Agora, no tempo pascal, a música ganha outro tom: “Banhados em Cristo, somos uma nova criatura! As coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo! ”. O texto da bênção da água para o tempo pascal, no Missal Ro-mano, repete a bênção feita na Vigí-lia Pascal. Recorda os momentos do Antigo Testamento, em que a água foi sinal de bênção e de aliança. E o ministro termina pedindo: “Que esta água seja para nós recordação do nosso batismo, e nos faça participar da alegria dos que foram batizados na Páscoa”. Em todo o tempo pascal é possível fazer este rito, no ato peni-tencial, para dar este caráter batismal à celebração. O símbolo da luz... a fogueira acesa na noite do sábado da Páscoa alimenta a luz do Círio, que foi à nos-sa frente entrando na igreja. Como outrora a coluna de fogo conduziu o povo hebreu pelo deserto, hoje é o Cristo vivo que vai à nossa frente, dissipando as trevas de nossa vida e nosso mundo. E aclamamos: “Ben-

dito seja Cristo Senhor, que é do Pai imortal esplendor!”. Em todas as cele-brações do tempo pascal acendemos o Círio, para nos recordar desta vitória da luz sobre as trevas, da graça sobre o pecado. O símbolo do ar... no segun-do domingo da Páscoa, o Senhor se encontra com os discípulos, lhes dá a paz, a alegria e o seu Espírito. Este mesmo sopro vai animando a missão da comunidade, que vemos retratada nas primeiras leituras dos domingos. A cada vez com testemunhos e con-sequências diferentes: nas comuni-dades de Pedro e João, na missão de Paulo e Barnabé. O Espírito Santo acende em nós o amor, a paixão por Jesus Cristo e por seu Reino, e nos leva a pautar nossa vida pela intimi-dade com o Senhor. Ele se manifesta vivo nas comunidades, e também em nossas comunidades e realidades de hoje. No último domingo pascal, no Pentecostes, esta amorosa força do Espírito confirma a missão da Igreja, de ser aberta, acolhedora e inclusiva, falando uma língua que as pessoas entendam e reconheçam como reve-ladora do amor de Deus. Os símbolos têm sentido, se são colocados no eixo entre a Palavra e a assembleia celebrante. Da Pala-vra e da tradição da Igreja receberam um significado: água que purifica, luz que aquece e ilumina, sopro que transforma. O desafio é nos colocar-mos como assembleia sensível à voz de Deus, que nos fala através deles. Que em nossas liturgias possamos ter esta sensibilidade, para participar da “alegria dos que foram batizados na Páscoa”, e receber a graça que nos reanima, para sermos reconstruídos como Igreja que anuncia e testemu-nha o Ressuscitado.

Pe Jair Costaassessor diocesano de Liturgia

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Folha Diocesana de Guarulhos | Maio de 2017

Programe-se

10

Maio 2017

DIA HORARIO ORGANIZAÇÃO ATIVIDADE LOCAL

6 8h30 -13h Catequese Esc. CatequéticaFor. Imaculada

N. Sra FatimaTranquilidade

6 9h00 SeminárioDiocesano

Festa N. Senhora das Vocações

Seminário Diocesano - Lavras

6 8h30-12h Fé e Política Esc. Diocesana Virgo Potens

6 15h PASCOM Reunião CDP - Centro Diocesano

6 18h - 22h ECC Pós Enc. - 3ª Etapa CDP - Centro Diocesano

6 e 7 08h - 17h Pastoralda Saúde

ForaniaBonsucesso

Sta Cruz e N. SraAparecida - P. Dutra

7 11h Pastoral da Pes-soa Idosa - PPI

Missa -11 anos PPI

N. Sra AparecidaBela Vista

7 13h SAV Encontro Voca-cional Masculino

Seminário Diocesano - Lavras

7 14h30 Past. da Saúde Enc.de Agentes CDP - Centro Diocesano

7 N. Sra Apareci-da Cocaia

Show de Pêmios CDP - Centro Diocesano

9 19h30 - 21h30

RCC Encontro de Intercessores

Catedral N.Sra.Conceição

10 9h30 CODIPA Reunião Cúria Diocesana

11 9h30 CP Cons. Presbíteros Cúria Diocesana

11 19h30 CDDV Reunião Virgo Potens

12 20h Forania Rosário Encontro liturgia com padres

Sta. Rosa de Lima

12 e 13

09h- 18h Pastoralda Criança

AssembleiaDiocesana

CDP - Centro Diocesano - SALA

13 13h - 18h ECC - Todas as Foranias

FormaçãoCoordenador Geral e Equipes

CDP - Centro Diocesano

13 8h30-12h Fé e Política EscolaDiocesana

CDP - Centro Diocesano

13 8h30 - 13h

Catequese Esc. Catequé-tica - Forania Aparecida

Santa Cruz - Taboão

13 15h COMIDI e IAM Reunião COMIDI CDP - Centro Diocesano

13 14h - 16h Past. Carcerária Reunião Mensal Catedral

13 15h Legião de Maria Encontro Dioce-sano de Legio-nários

N. Sra Fátima - Vila Fátima

13 14h SAV/PV Reunião Mensal Catedral

15 Pastoral Familiar Dia Internacional da Família

Paróquias

16 9h30 Economato Administrativo Cúria Diocesana

17 9h30 CP Reunião do Clero Sem. Diocesano - Lavras

17 14h Pastoral da Criança

Encontrão de Líderes

Santa Luzia - Alvorada

18 9h Pastoral da Pes-soa Idosa - PPI

Reunião Sede PPI

19 20h Forania Imacu-lada

Encontro liturgia com padres

Parque Sto. Antonio

19 - 20- 21

Dia todo ECC ECC 1ª Etapa Sta Cruz - Pres. Dutra

19 - 20- 21

Dia todo ECC ECC 2ª Etapa - Forania Apare-cida

Colégio Lidia Kitz

20 8h30 - 13h

Catequese Escola Catequé-tica - Iniciação à Vida Cristã - Forania Rosário

Santa Mena

20 9h Vicentinos Reunião do Con-selho Central

Cumbica

20 14h Past. Criança Retiro Santo Antônio - Gopoúva

20 15h Pastoral do Batismo

Formação - Fo-rania Fátima

Santa Luzia - Alvorada

20 18h SAV - PV Evento pró--vocações

CDP - Centro Diocesano

20 8h30-12h Fé e Política Esc. Diocesana CDP - Centro Diocesano

20 e 21

08h - 17h Pastoral da Saúde

Forania Imacula-da / Aparecida / Rosário

Sto Antonio - Gopoúva

21 08h - 17h COMIDI e IAM EDIAM /174 anos de IAM

CDP - Centro Diocesano

21 a definir PJ Oficinando A definir

21 08h - 17h Sobriedade Retiro Espiritual Santuário - Cabuçu

21 10:00 PASCOM Missa Diocesana da Comunicação

Santuário N. Sra Bonsu-cesso

24 09h - 16h Chancelaria Formação Secretários(as)

CDP - Centro Diocesano

26 20h Forania Fátima Encontro liturgia com padres

Aracillia

26 - 27 - 28

Dia todo ECC ECC 2ª Etapa Forania Apare-cida

EE Elisio de Oliveira Neves - CECAP

27 8h30 - 13h

Catequese Escola Catequé-tica - Forania Fátima

Santa Luzia - Alvorada

27 14h - 18h Catequese Escola Catequé-tica - Forania Bonsucesso

Santa Cruz - Pres. Dutra

27 e 28

8h Pastoral da Pes-soa Idosa - PPI

Capacitação Santa Luzia - Alvorada

27 Pastoral Familiar 7º Simpósio Na-cional da Família

Aparecida - SP

27 e 28

08h - 17h Pastoral da Saúde

Forania Imacula-da / Aparecida / Rosário

Sto Antonio - Gopoúva

28 Pastoral Familiar 9ª Peregrinação Nacional da Família

Aparecida - SP

28 08h - 13h RCC - Ministério de Formação

Formação Módu-lo Básico

CDP - Centro Diocesano

31 9h30 CE Seminário Admi-nistrativo - Clero

Seminário Diocesano - Lavras

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Folha Diocesana de Guarulhos | Maio de 2017 11

51ª FESTA EM LOUVOR A PADROEIRANOSSA SENHORA DE FÁTIMA - JD. ARACÍLIA

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IMPRESSO ESPECIAL7220993744 - DR/SPMMITRA DIOCESANA

CORREIOS

Folha Diocesana de Guarulhos | Maio de 201712

CNBB

ATENÇÃO COLABORADORES:Enviem suas matérias até o dia 15 de cada mês, contendo no máximo 30 linhas, com corpo 14. Caso venha com um número maior de linhas, faremos a redução proporcional.Sugestões e críticas: [email protected]

NOTA DA CNBB “Pela vida, contra o aborto”

“Não matarás,mediante o aborto,o fruto do seu seio.”

(Didaquê, século I)

O Conferência Nacional dos Bispos do Brasil--CNBB, através da sua Presidência, reitera sua posição em defesa da integralidade, inviolabili-dade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural . Condena, assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam lega-lizar o aborto no Brasil. O direito à vida é incondicional. Deve ser respeitado e defendido, em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa huma-na. O direito à vida permanece, na sua totalida-de, para o idoso fragilizado, para o doente em fase terminal, para a pessoa com deficiência, para a criança que acaba de nascer e também para aquela que ainda não nasceu. Na realidade, desde quando o óvulo é fecundado, encontra-se inaugurada uma nova vida, que não é nem a do pai, nem a da mãe, mas a de um novo ser huma-no. Contém em si a singularidade e o dinamismo da pessoa humana: um ser que recebe a tarefa de vir-a-ser. Ele não viria jamais a tornar-se huma-no, se não o fosse desde início . Esta verdade é de caráter antropológico, ético e científico. Não se restringe à argumentação de cunho teológico ou religioso. A defesa incondicional da vida, funda-mentada na razão e na natureza da pessoa hu-mana, encontra o seu sentido mais profundo e a

sua comprovação à luz da fé. A tradição judaico--cristã defende incondicionalmente a vida huma-na. A sapiência e o arcabouço moral do Povo Eleito, com relação à vida, encontram sua pleni-tude em Jesus Cristo . As primeiras comunidades cristãs e a Tradição da Igreja consolidaram esses valores . O Concílio Vaticano II assim sintetiza a postura cristã, transmitida pela Igreja, ao longo dos séculos, e proclamada ao nosso tempo: “A vida deve ser defendida com extremos cuidados, desde a concepção: o aborto e o infanticídio são crimes abomináveis”. O respeito à vida e à dignidade das mulhe-res deve ser promovido, para superar a violência e a discriminação por elas sofridas. A Igreja quer acolher com misericórdia e prestar assistência pastoral às mulheres que sofreram a triste experi-ência do aborto. O aborto jamais pode ser consi-derado um direito da mulher ou do homem, sobre a vida do nascituro. A ninguém pode ser dado o direito de eliminar outra pessoa. A sociedade é devedora da mulher, particularmente quando ela exerce a maternidade. O Papa Francisco afirma que “as mães são o antídoto mais forte para a propagação do individualismo egoísta. ‘Indivíduo’ quer dizer ‘que não se pode dividir’. As mães, em vez disso, se ‘dividem’ a partir de quando hos-pedam um filho para dá-lo ao mundo e fazê-lo crescer”. Neste tempo de grave crise política e econômica, a CNBB tem se empenhado na de-fesa dos mais vulneráveis da sociedade, particu-larmente dos empobrecidos. A vida do nascituro está entre as mais indefesas e necessitadas de proteção. Com o mesmo ímpeto e compromis-so ético-cristão, repudiamos atitudes antidemo-cráticas que, atropelando o Congresso Nacional, exigem do Supremo Tribunal Federal-STF uma função que não lhe cabe, que é legislar. O direito à vida é o mais fundamental dos direitos e, por isso, mais do que qualquer outro, deve ser protegido. Ele é um direito intrínseco à condição humana e não uma concessão do Estado. Os Poderes da República têm obriga-ção de garanti-lo e defendê-lo. O Projeto de Lei 478/2007 – “Estatuto do Nascituro”, em tramita-ção no Congresso Nacional, que garante o direito à vida desde a concepção, deve ser urgentemen-te apreciado, aprovado e aplicado. Não compete a nenhuma autoridade pú-

blica reconhecer seletivamente o direito à vida, assegurando-o a alguns e negando-o a outros. Essa discriminação é iníqua e excludente; “cau-sa horror só o pensar que haja crianças que não poderão jamais ver a luz, vítimas do aborto” . São imorais leis que imponham aos profissionais da saúde a obrigação de agir contra a sua consci-ência, cooperando, direta ou indiretamente, na prática do aborto. É um grave equívoco pretender resolver problemas, como o das precárias condições sa-nitárias, através da descriminalização do aborto. Urge combater as causas do aborto, através da implementação e do aprimoramento de políticas públicas que atendam eficazmente as mulheres, nos campos da saúde, segurança, educação sexual, entre outros, especialmente nas localida-des mais pobres do Brasil. Espera-se do Estado maior investimento e atuação eficaz no cuidado das gestantes e das crianças. É preciso assegu-rar às mulheres pobres o direito de ter seus filhos. Ao invés de aborto seguro, o Sistema Público de Saúde deve garantir o direito ao parto seguro e à saúde das mães e de seus filhos. Conclamamos nossas comunidades a unirem-se em oração e a se mobilizarem, promo-vendo atividades pelo respeito da dignidade inte-gral da vida humana. Neste Ano Mariano Nacional, confiamos a Maria, Mãe de Jesus, o povo brasileiro, pedindo as bênçãos de Deus para as nossas famílias, es-pecialmente para as mães e os nascituros. Brasília - DF, 11 de abril de 2017

Cardeal Sergio da RochaArcebispo de BrasíliaPresidente da CNBB

Dom Murilo S. R. Krieger, SCJArcebispo de São Salvador da Bahia

Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner, OFMBispo Auxiliar de Brasília

Secretário-Geral da CNBB