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COOPERATIVISMO DE CRÉDITO FAZENDO HISTÓRIA A Cooperativa de Mendes e o desenvolvimento do município Inauguração da nova sede em 1968 com o apoio da população de Mendes em sua construção M endes é o berço do cooperativismo de crédito no estado do Rio de Janeiro. Movimento há 90 anos apoiado pelo povo menden- se. No então distrito, em meio à Crise de 1929 no mundo e por con- sequência a Crise do Café no Brasil, o alemão Henry Jessen, inspira- do no cooperativismo rural implantado no século XIX na Alemanha, foi idealizador e um dos fundadores da Cooperativa de Crédito de Mendes, reconhecida pelo Banco Central como a mais antiga em funcionamento ininterrupto no país. Primeiramente chamada de Sociedade Cooperativa de Responsa- bilidade Limitada, mais tarde tornou-se Banco Agrícola de Mendes, conhecida pela população como o “Banquinho de Mendes”, que por 35 anos (de 1929 até 1964) foi o único estabelecimento de cré- dito da região, assumindo o nome de Sicoob Cremendes a partir de 2012 e incorporada pelo Sicoob Fluminense em 2018. A cooperativa nasceu no modelo Luzzatti – aberta para associação –, implementado pelo italiano Luigi Luzzatti em 1865. Nascida e criada com esse perfil, desde sua construção sediada no mesmo local (à Avenida Júlio Braga, 20, Centro Mendes), é também a pri- meira cooperativa de livre admissão do Rio de Janeiro. “A história de Mendes se desenvolveu por conta do clima, já que as pessoas viajavam para a cidade para descansar da tuberculose, Mal do Século. Daí foi originada uma vocação para o turismo. E nisso houve a necessidade das pessoas se juntarem para criar uma comunidade financeira”, contou o presidente da Cooperativa de Crédito de Mendes, gestão 1996-2008, Célio Tavares Ramos, figu- ra carismática e apaixonada pela causa cooperativista, conhecido na cidade como Seu Célio ou Professor Brasil, assim chamado por seus alunos. O cooperativismo em Mendes foi antes de tudo um movimento de cidadania e colaboração. Abrigava ainda figuras ilustres, como o Marechal Rondon, que já em 1952 era associado da cooperativa. Em 1968, o povo mendense participou ativamente da construção da nova sede da Cooperativa de Mendes, por meio de uma ação solidá- ria. Seu Célio lembra que os moradores da cidade ofereceram a mão de obra, um engenheiro fez voluntariamente a planta, motoristas associados doaram pedras, areias e tijolos para a edificação. O grande orgulho da Cooperativa de Crédito de Mendes era ser a correspondente oficial do Banco do Brasil na região. “A con- fiança na cooperativa era tão grande, que nos anos seguintes, Criação da Cooperativa de Mendes em 20 de outubro de 1929, idealizada por Henry Jessen, chamada Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada, tipo Luzzatti; o “Banquinho de Mendes” Edição Comemorativa | Novembro 2019

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Page 1: Edição Comemorativa | Novembro 2019 A Cooperativa de ... · comunidade financeira”, contou o presidente da Cooperativa de Crédito de Mendes, gestão 1996-2008, Célio Tavares

COOPERATIVISMO DE CRÉDITOFAZENDO HISTÓRIA

A Cooperativa de Mendes e o desenvolvimento do município

Inauguração da nova sede em 1968 com o apoio da população de Mendes em sua construção

Mendes é o berço do cooperativismo de crédito no estado do Rio de Janeiro. Movimento há 90 anos apoiado pelo povo menden-

se. No então distrito, em meio à Crise de 1929 no mundo e por con-sequência a Crise do Café no Brasil, o alemão Henry Jessen, inspira-do no cooperativismo rural implantado no século XIX na Alemanha, foi idealizador e um dos fundadores da Cooperativa de Crédito de Mendes, reconhecida pelo Banco Central como a mais antiga em funcionamento ininterrupto no país.

Primeiramente chamada de Sociedade Cooperativa de Responsa-bilidade Limitada, mais tarde tornou-se Banco Agrícola de Mendes, conhecida pela população como o “Banquinho de Mendes”, que por 35 anos (de 1929 até 1964) foi o único estabelecimento de cré-dito da região, assumindo o nome de Sicoob Cremendes a partir de 2012 e incorporada pelo Sicoob Fluminense em 2018.

A cooperativa nasceu no modelo Luzzatti – aberta para associação –, implementado pelo italiano Luigi Luzzatti em 1865. Nascida e criada com esse perfil, desde sua construção sediada no mesmo

local (à Avenida Júlio Braga, 20, Centro Mendes), é também a pri-meira cooperativa de livre admissão do Rio de Janeiro.

“A história de Mendes se desenvolveu por conta do clima, já que as pessoas viajavam para a cidade para descansar da tuberculose, Mal do Século. Daí foi originada uma vocação para o turismo. E nisso houve a necessidade das pessoas se juntarem para criar uma comunidade financeira”, contou o presidente da Cooperativa de Crédito de Mendes, gestão 1996-2008, Célio Tavares Ramos, figu-ra carismática e apaixonada pela causa cooperativista, conhecido na cidade como Seu Célio ou Professor Brasil, assim chamado por seus alunos.

O cooperativismo em Mendes foi antes de tudo um movimento de cidadania e colaboração. Abrigava ainda figuras ilustres, como o Marechal Rondon, que já em 1952 era associado da cooperativa. Em 1968, o povo mendense participou ativamente da construção da nova sede da Cooperativa de Mendes, por meio de uma ação solidá-ria. Seu Célio lembra que os moradores da cidade ofereceram a mão de obra, um engenheiro fez voluntariamente a planta, motoristas associados doaram pedras, areias e tijolos para a edificação.

O grande orgulho da Cooperativa de Crédito de Mendes era ser a correspondente oficial do Banco do Brasil na região. “A con-fiança na cooperativa era tão grande, que nos anos seguintes,

Criação da Cooperativa de Mendes em 20 de outubro de 1929, idealizada por Henry Jessen, chamada Sociedade Cooperativa de Responsabilidade Limitada, tipo Luzzatti; o “Banquinho de Mendes”

Edição Comemorativa | Novembro 2019

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povo mendense. Atos de ação de graças, e um grupo de senhoras em orações celebravam a vitória democrática pelos direitos da cooperati-va. Cenário descrito na Carta de Mendes, enviada ao então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, no ano de 2000, em agra-decimento ao apoio à causa cooperativista.

Nesse mesmo ano, quando o Conselho Monetário Nacional (CMN), au-torizava a Cooperativa de Crédito de Mendes a continuar operando, foi justamente Seu Célio o escolhido para receber essa notícia, dada por telefone. “O Banco Central revoga a Resolução 2.608 e as Luzzattis são reintegradas em seus direitos, dizia o telefonema. E eu me tremia todo nesse momento. Foi uma grande emoção”, disparou Seu Célio.

Em 2003, a Resolução Nº 3.106 possibilitou a criação de cooperativas de crédito de livre admissão no Brasil. Em 2018, o então Sicoob Cremendes é incorporado pelo Sicoob Fluminense e ao lado do Instituto Sicoob uma transformação social vem se fazendo presente pelo viés da Educação, tendo como uma das grandes realizações a criação da primeira Cooperativa Mirim do Rio de Janeiro, em Mendes, a União e Cooperativa (Unicoop).

Sessão solene na ALERJ - 1999 - Movimento pela manutenção das Luzzattis

O Instituto Sicoob em Mendes

Espaço Cultural Sicoob Cooperativismo, Memória, Cultura e Cidadania

O Espaço Cultural Sicoob em Mendes acolhe os projetos sociais implantados nas escolas da rede pública do município, nos últi-

mos anos, pelas mãos do Instituto Sicoob e as conquistas do coope-rativismo pelo viés da educação. Um lugar para celebrar e preservar a memória e a cultura do município de Mendes, fruto da parceria com o Banco Cooperativo do Brasil S.A. (Bancoob), o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Rio de Janei-ro (Sescoop/RJ), o Instituto Sicoob e o Sicoob Fluminense.

Além do acervo histórico como legado da quase centenária Coo-perativa de Crédito para a cidade de Mendes, o espaço reflete as

CooperjovemO Cooperjovem é um programa criado pelo Serviço Nacional de

Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), com o objetivo de disseminar a cultura da cooperação, baseada nos princípios e valo-res do cooperativismo, por meio de atividades educativas.

Desenvolvido no Rio de Janeiro pelo Instituto Sicoob em parceria com as cooperativas do Sistema Sicoob Rio, capacita os professores para que de forma interdisciplinar e transdisciplinar consigam apri-morar a prática educativa junto com seus alunos e as comunidades escolares, se apropriando da cultura da cooperação como uma fer-ramenta propulsora de mudança e transformação social

O intuito é despertar nos educadores e educandos uma conscienti-zação sobre cooperação, auxiliando na aplicação de projetos nas escolas, através do desenvolvimento de uma metodologia educa-cional cooperativa. Ao longo de três anos foram feitas iniciativas que marcaram o projeto, como as hortas comunitárias, maior inte-ração dos pais no cotidiano escolar, abertura das escolas nos fins de semana para a comunidade, entre muitas outras ações.

Concurso CulturalO Concurso Cultural do Instituto Sicoob tem o objetivo de difundir

o conceito da cooperação entre as crianças, motivando a cons-trução da cidadania. A ideia é que escolas e alunos possam refletir e debater juntos, por meio dos desenhos e textos produzidos, as bases do cooperativismo.

O tema de 2019 foi “Todo mundo ganha com a cooperação!”. O Insti-tuto Sicoob lançou no Rio de Janeiro o concurso em dez municípios do estado, incluindo Mendes, nas modalidades Desenho e Redação, envolvendo 126 escolas públicas e privadas e um total de 6.632 alu-nos do Ensino Fundamental.

Cooperativa Mirim de Mendes – União e Cooperação (Unicoop)Com a capacitação de professores realizada pelo Cooperjovem,

o caminho estava pavimentado para lançar, em novembro de 2018, a Cooperativa Mirim União e Cooperação (Unicoop), a primei-ra Cooperativa Mirim do estado do Rio de Janeiro, implementada no Colégio Municipalizado Prefeito João Batista Gurito, no bairro Martins Costa – considerado Zona Rural –, em Mendes.

Mendes mais uma vez está fazendo história no estado do Rio de Ja-neiro nas bases do cooperativismo, conduzida pelo Instituto Sicoob. Na escola que abriga o projeto da Cooperativa Mirim a vida das crianças está sendo transformada. São alunos do Ensino Fundamen-tal que estudam em tempo integral e têm tido a oportunidade de vivenciar o ambiente de cooperação que envolve também os pais e toda a comunidade no ideal de coletividade. Trata-se de um convite à cidadania. A ideia é tão profícua que a Secretaria de Educação de Mendes implementou a Oficina da Cooperação nas escolas de perí-odo integral do município.

Primeira turma do Cooperjovem de Mendes - 2017

Premiação do Concurso Cultural em Mendes - 2018

Abraço nacional às Luzzattis: todos os diretores das 13 Luzzatis exitentes no Brasil se reúnem em Mendes para um Encontro de Solidariedade e Defesa das Luzzattis - 1999

já no período de 64 em diante, os cidadãos mendenses, com receio da crise financeira, correram para retirar o seu dinheiro dos bancos e depositaram em massa as suas economias no Banquinho de Mendes, ou seja, na nossa cooperativa”, disse Seu Célio. Marco na história do cooperativismo local, em 1984 era criada a Central das Cooperativas de Economia e Crédito do Estado do Rio de Janeiro (Cecrerj), tendo funcionado até 1986 na sede do Sicoob Cecremef, e logo depois, em sua sede própria, sob gestão do presidente Gilson Gavião.

Adiantando os ponteiros da cronologia do município, foi em 1999 que a Resolução Nº 2.608 do Banco Central causou um verdadeiro quipro-có na cidade e no cenário do cooperativismo no Brasil e no mundo, impondo no curto prazo de dois anos o encerramento das Luzzattis. Foi então que os diretores das Luzzattis no Brasil realizaram um en-contro, em Mendes, e em seguida começaram uma campanha em uma caravana que percorreu o país para valorizar o cooperativismo de crédito. E lá estava Seu Célio como um dos líderes desse movi-mento. “O momento mais importante da minha carreira foi passar pelos estados brasileiros, visitando as centrais de cooperativas, esta-belecendo um plano maior para o cooperativismo”, contou Seu Célio. Também fazia parte desse grupo Neilton Ribeiro da Silva, atual dire-tor-presidente do Sicoob Fluminense.

De acordo com relatos registrados no livro “Cooperativa de Crédito Luzzatti de Mendes”, da autora Lúcia Stela de Moura Gonçalves, o mo-vimento em prol da sobrevivência das Luzzattis, que ganhou visibilida-de chamando atenção da imprensa brasileira e de entidades coopera-tivistas estrangeiras, como a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), foi liderado pela Cremendes. O exemplo de união e luta da coopera-tiva foi uma expressão do Luzzattismo na história do cooperativismo.

Em 2000, a derrogação da Resolução Nº 2.608, que ameaçava as Luzzattis – que já tinham sobrevivido ao período da Segunda Guerra Mundial e ao Regime Militar de 64, bem como aos planos econômicos que sucederam os anos, para controle da inflação – foi uma festa do

Vitória da Democracia – 2000 - Derrogação da Resolução 2.608. O movimento nacional pela manutenção das Luzzattis que culminou com a criação das cooperativas de livre admissão

iniciativas e os marcos dessa trajetória, como o Cooperjovem, o Concurso Cultural e a Cooperativa Mirim de Mendes, Cooperação e União (Unicoop), a primeira do estado do Rio de Janeiro.

O Espaço Cultural Sicoob em Mendes propõe um diálogo direto com a comunidade por meio desses projetos, não só do Instituto Sicoob, mas também da cooperativa e de parceiros que têm como objetivo contribuir para o desenvolvimento social e sustentável da região. Um local onde o passado e o futuro se encontram na missão de construir novas histórias.

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Reinauguração da agência com a presença de autoridades da cidade, do Sistema Rio, de parceiros e associados

Em 2019, fazendo parte de uma série de iniciativas em comemora-ção aos 90 anos da Cooperativa de Mendes, o Sicoob Fluminense reinaugurou no dia 12 de julho a sua agência, totalmente moderni-zada e ampliada, adequada ao novo conceito de identidade visual do Sicoob, entregando para a população um ambiente ainda mais confortável e eficiente.

E complementando essas iniciativas, foi criado no segundo andar da agência o Espaço Cultural Sicoob como um marco desta história de prosperidade da cidade ao lado do cooperativismo.

A entrega desses espaços para a cidade é a contribuição do Sicoob Fluminense, que tem grandes perspectivas para Mendes.

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Célio Tavares Ramos: o líder que marcou o cooperativismo em Mendes

Célio Tavares Ramos foi presidente da Cooperativa de Mendes, de 1996 até 2008, e lutou ao lado de representantes do cooperati-

vismo de crédito no estado e no Brasil pela manutenção das Luzzat-tis e pela causa cooperativista. Aos 89 anos, Seu Célio, ou Professor Brasil, como é conhecido em toda a cidade, tem na cooperativa a sua história de vida e lembra com clareza da emoção de cada perí-odo e seus cenários. Trabalhou dos 13 aos 62 anos na Cooperativa de Mendes, tendo começado como office boy, passando depois a ser responsável pelo Departamento Pessoal, diretor-gerente, dire-tor-conselheiro e diretor-presidente por 12 anos.

Professor Célio Ramos: o baluarte do cooperativismo de Mendes

Em 1999, a então Organização das Cooperativas do Estado do Rio de Janeiro (OCERJ), hoje Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Rio de Janeiro (OCB/RJ), confere o título “Cooperativismo, Princípio e União” ao então presidente da Cremendes, Célio Tavares Ramos, como Cooperativista Emérito, pelos relevantes serviços prestados ao crédito cooperativo e pela mobilização da Cremendes em prol da sobrevivência das Luzzattis no Brasil. Em 2000, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) confere a Medalha Tiradentes a Ramos – segundo a obra “Cooperativa de Crédito Luzzatti em Mendes”, da autora Lúcia Stela de Moura Gonçalves.

Quis o destino da cidade de Mendes ter em sua história a presença importante do banquinho da cidade, o atual Sicoob Fluminense. Entre si, Mendes e Sicoob guardam uma inequívoca e belíssima história de amor. Os fatos respondem por si.

Célio Tavares Ramos

A Cooperativa Mirim de Mendes completa um ano em 2019 e traz como marcos o sucesso de um projeto que oferece às crianças uma nova visão de mundo e uma perspectiva para o futuro. Ajudando os jovens a sonhar, trabalha a autoestima, a participação em socieda-de, a liderança, a força do trabalho em cooperação, a solidariedade, o exercício de pensar no outro, o respeito. Os alunos começam a perceber, na prática, a cooperação como um valor.

A Cooperativa Mirim tem como alunos associados crianças que se interessam e querem voluntariamente aderir ao projeto participati-vo. Possui um núcleo gestor formado por presidente, vice-presiden-te, secretário e tesoureiro. Também tem conselhos Administrativo e Fiscal. A eleição dos representantes é feita de maneira democrática. As crianças participam ainda de eventos locais nos quais apresen-tam os projetos da cooperativa. Uma das metas decididas em as-sembleia – claro, mirim – para 2019 foi cooperar pela criação de

uma área de lazer no bairro, a construção de um parquinho. E para alcançar esse objetivo as crianças têm produzido, como atividade escolar e pedagógica, biscoitos para levantar recursos – e consegui-ram, inclusive, apoio do poder público local ao projeto. A gestão das lideranças da cooperativa é de um ano e ao longo do tempo novas metas serão traçadas para desenvolvimento de atividades comuni-tárias.

Tio ManinhoLuís Eduardo Ramos é filho de Ruy Gonçalves Ramos, que fundou

o Colégio Cenecista Marechal Rondon, tendo trabalhado durante 44 anos na Cooperativa de Mendes. Nos últimos 28 anos, Ramos tem se dedicado inteiramente às atividades da cooperativa; foi respon-sável por todo o processo de informatização da unidade, além de ter sido o interlocutor entre a cooperativa e o Banco Central. Hoje, assume a função de representante local do Instituto Sicoob, na im-plantação da Primeira Cooperativa Mirim, em Mendes, conhecido e amado pelas crianças como Tio Maninho.

Sonho que se sonha juntoKarollaine Fernanda dos Santos da Silva, 12 anos Presidente da Cooperativa Mirim em 2019“Tenho aprendido de forma mais divertida sobre cooperar e ajudar o próximo. A Cooperativa Mirim me fez acreditar em outros sonhos, como o de ser atriz. Em casa também os meus pais perceberam a mudança, hoje eu ajudo muito mais nas tarefas, e minhas notas tam-bém melhoraram. Eu queria que todo mundo pudesse viver bem e que todos fossem respeitados”.

Maria Beatriz dos Santos de Souza, 10 anos Vice-presidente da Cooperativa Mirim em 2019“Aprendemos que a cooperação está em toda parte. Se a gente pen-sar nas profissões, por exemplo, um professor, uma pessoa que tra-balha com saúde; todos estão fazendo cooperativismo sem saber. Hoje o meu sonho é ser médica e a Cooperativa Mirim me ajudou muito. Se eu for pensar em um desejo, eu queria que tivesse menos racismo na nossa sociedade”.

Isabella Gomes de Oliveira, 11 anos Secretária da Cooperativa Mirim em 2019 “Eu quero ser professora quando crescer. Fazer parte da Cooperati-va Mirim me ensinou que se todo mundo se ajudar a gente consegue

melhorar as coisas. Eu queria que todo mundo pudesse ter um teto e também fico triste em saber que infelizmente nem todas as crian-ças têm escola. Eu acho que ser professor é muito importante para melhorar o futuro”.

Colégio Municipalizado João Batista Gurito

Luciana de Souza Moreira - Diretora

“Toda a escola é envolvida nos projetos da Cooperativa Mirim e uma vez por semana os professores trabalham o tema, sempre de maneira mais lúdica, com atividades de cooperação. O impacto da Cooperativa Mirim na vida dos alunos é muito grande, hoje eles têm a preocupação com o outro, o diálogo aumentou e as brigas diminuíram. Eles pensam em conjunto para resolver os problemas. A parceria com o Sicoob é ótima, estão sempre nos dando apoio, levam as crianças a eventos dando oportunidade e voz para elas mesmas explicarem as iniciativas do projeto”.

Laize Bernardo Monteiro - Orientadora Pedagógica

“É muito evidente a transformação dos valores das crianças nesse primeiro ano de atividade da Cooperativa Mirim. A gente percebe o empoderamento, principalmente das meninas. A postura dos alunos está diferente, existe um maior comprometimento com a escola e a vivência prática do cooperativismo tem refletido diretamente no aprendizado em sala de aula. Existe uma troca de experiências mui-to valiosa acontecendo aqui”.

Telma Cristina Trindade - Professora “O que temos percebido aqui é o desenvolvimento do senso crítico dos alunos. Hoje eles fazem questionamentos e estão muito mais interessados. Eu acompanhei de perto essa transformação. As crianças também eram muito inseguras e os temas trabalhados têm ajudado na construção da cidadania, mas também estão contribuindo muito na questão da elevação da autoestima deles. A Cooperativa Mirim promove um empoderamento e cria oportunidades. Participar de um evento, apresentar as ideias desenvolvidas, isso vale muito para essas crianças. Hoje eles pensam em estudar, fazer faculdade, isso não existia antes. Eles estão enxergando um mundo de oportunidades”.

Secretaria de Educação de MendesGabriela Brum - Coordenadora Geral“Fomos agraciados com o projeto da Cooperativa Mirim, que alinhou de maneira bem positiva as ações nas escolas e veio ao encontro do que nós acreditamos na Secretaria de Educação e do que desejamos para os nossos alunos. A educação cooperativista é o caminho. Só temos que agradecer à cooperativa e ao Instituto Sicoob por acredi-tarem no nosso município”.

Representantes da Comissão de Constituição e os primeiros Conselheiros de Administração e Fiscal da Unicoop, eleitos em novembro de 2018

Luis Eduardo Ramos ensinando os princípios do cooperativismo para as crianças do Unicoop

Cooperativa Mirim - Dia da posse da diretoria, abril 2019

Professor Célio Ramos recebendo de Waldecir Palhares, o título de “Emérito Cooperativista Brasileiro” - Cecrespa - Belém - PA - 1998

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pério, e foi uma mulher que firmou o termo legal tratando de co-operativismo. O termo mais antigo que temos notícia foi firmado pela Princesa Isabel, já em 1872, quando autorizou a alteração de estatutos de diversas sociedades anônimas cooperativas nas quais se verificava, além do nome, os princípios e valores do cooperati-vismo.

O espaço cultural que o Sicoob está criando tem a missão de ini-ciar um processo de guarda e revisão dessa história e de, através do passado, mostrar para as gerações futuras que o cooperativis-mo é o melhor instrumento de mudança de vida social.

Luiz Edson Feltrim Superintendente do Instituto Sicoob A implementação do Espaço Cultural Sicoob no município de Mendes signifi-ca um importante avanço na execução e ampliação dos programas do Instituto Sicoob na localidade. Ao disponibilizar ambiente preparado para acolhimento de instituições parceiras e beneficiários dos nossos programas – além de ofere-

cer estrutura adequada e acessível –, o Espaço Cultural facilitará a atuação do Instituto Sicoob na região, contribuindo para ampliação do impacto social gerado, principalmente por meio do acesso da comunidade local à cultura e à educação financeira, cooperativista e empreendedora.

O Instituto Sicoob atua junto ao Sicoob formulando, compartilhan-do, disseminando metodologias sociais e trabalhando de maneira integrada com as cooperativas. Mobiliza funcionários e dirigentes voluntários, que formados no programa Voluntário Transformador, participam da implementação das iniciativas sociais do Instituto junto às comunidades onde o Sicoob atua. Os eixos de atuação do Instituto Sicoob foram definidos a partir do alinhamento entre o re-torno social do negócio e os desafios do cooperativismo de crédito na promoção da justiça social e cidadania financeira. Deste alinha-mento emergiram três pilares que pautam sua agenda social, com programas e projetos que abordam temas pelos quais o Sicoob im-pacta, positivamente, as localidades onde atua. Os eixos de atua-ção estão amparados no 5º Princípio do Cooperativismo: educação, formação e informação e, sempre que convergentes, aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), definidos pela ONU e pela agenda estratégica dos reguladores.

Luiz Antônio Ferreira de Araujo Presidente do Sicoob Central Rio“A grande importância da Cooperativa de Mendes transcende o espaço do Sistema Sicoob Rio, projetando-se com destaque no cenário do cooperativismo nacional. Criada em 1929, situa-se entre as mais antigas cooperativas brasileiras em atividade e, nascida Luzzatti, tornou-se precursora das cooperativas de Livre Admissão, modalidade em

grande evidência no presente. O Espaço Cultural do Sicoob em Mendes, criado em razão dos 90 anos de história da cooperativa, apresenta-se como um importante instrumento de integração do sistema cooperativista com a comunidade, constituindo-se, ainda, como um difusor do cooperativismo e repositório da memória do pioneirismo da Cooperativa de Mendes”.

Marco Aurélio Borges de Almada Abreu Diretor-presidente do Bancoob - Banco Cooperativo do Brasil S/A

O cooperativismo precisa de referên-cias históricas para conhecer a si pró-prio. Nesse aspecto, a história do co-operativismo brasileiro tem origem difusa. No Sul apresenta influências do modelo alemão, no Rio de Janeiro, capi-tal, do modelo americano. Mendes é um

dos grandes pilares do cooperativismo italiano, tendo sido a ver-tente mais forte no Brasil, entre 1920 e 1950, sobretudo ao lado do crédito rural. Na linha do tempo do sistema Sicoob, Mendes é a cooperativa com data de fundação mais longínqua, de 1929. Trata-se de uma cooperativa exemplar, que continuou existindo passando por muitas transformações econômicas e políticas da história ao longo desses anos.

Na década de 90, o Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC) fazia o serviço de compensação de cheque gratuitamen-te, com apoio estatal. O governo Collor extinguiu o BNCC e o ser-viço passou a ser feito pelo Banco do Brasil mediante uma taxa equivalente a R$ 1,61 (à época, Cruzeiro). A soma desse valor multiplicada pelo número de cheques era maior do que as sobras das cooperativas, ficando inviável para todos. Então foi feito um movimento pleiteando que todos os bancos pudessem prestar atendimento às cooperativas. Mas como já havia sido feita ta-xação, as demais instituições estipularam taxas muito próximas desse valor, o que não resolveu. Foi então que as cooperativas se juntaram para criar o seu próprio banco, o Bancoob, em 1996. O Bancoob passou a compensar os cheques pelo valor de cinco centavos. Com isso, as cooperativas, que já estavam em desenvol-vimento, tiveram uma força maior com esse recurso para prolife-ração e presença mais marcante no país.

A característica de ser um banco privado deu maior dinamismo aos processos. O Bancoob ajudou as cooperativas em quatro eta-pas principais: na compensação dos cheques, com valor da taxa muito inferior; na implementação de processos tecnológicos; no acesso às cooperativas aos mesmos recursos dos bancos; e ain-da criou e disponibilizou para as cooperativas todos os produtos e serviços de uma instituição financeira tradicional. É um traba-lho contínuo. Hoje o Bancoob está ajudando as cooperativas na questão da Transformação Digital.

No contexto de Mendes, é importante ressaltar a figura do Sr. Célio Tavares Ramos, que atravessou muitos momentos difíceis da história. Sua liderança, pela postura ética e estatura pessoal de polidez, constituiu um grande exemplo para outros líderes.

Vinicius Mesquita Presidente do Sistema OCB/RJ - Sescoop/RJAs histórias do cooperativismo de crédi-to no estado do Rio de Janeiro e da Co-operativa de Mendes se misturam. Tal afirmação pode ser corroborada pelo Banco Central, que reconhece a Cre-mendes, agora unificada ao Sicoob Flu-minense, como a cooperativa de crédito mais antiga em funcionamento ininter-

rupto no país. E esses 90 anos, que serão comemorados em outu-bro de 2019, mostram a sua pujança e seu crescimento, demons-trado pela presença em 29 municípios, do Sul Fluminense à região Serrana, passando pelo Médio-Paraíba. Outro destaque da Coope-rativa de Mendes é a valorização de conceitos como solidariedade, responsabilidade, democracia e igualdade junto aos cooperados e à comunidade. Essa preocupação com o próximo foi expressa em ações do Dia de Cooperar que a Cremendes desempenhou ao longo dos últimos anos, ratificando que a construção de um mundo melhor depende de atitudes simples.

Além disso, Mendes foi pioneira ao constituir uma Cooperativa Mi-rim no estado do Rio de Janeiro, com apoio do Instituto Sicoob. Este trabalho merece aplausos por despertar nas crianças o sen-timento de cooperação, estimulando-as desde cedo a terem auto-nomia e ainda a serem protagonistas das próprias iniciativas que implementam.

O Sistema OCB/RJ sempre teve como premissas fortalecer o mo-vimento cooperativista fluminense e defendê-lo como modelo so-cioeconômico capaz de gerar oportunidades para todos. Por meio da OCB/RJ sempre lutamos junto aos poderes Executivo, Legislati-vo e Judiciário em prol de movimentações de incentivo às nossas cooperativas. Já pelo viés do Sescoop/RJ, trabalhamos com foco na formação profissional, educação cooperativista, gestão e lide-rança cooperativa dos gestores de Mendes, pois acreditamos que uma das melhores formas para multiplicar resultados é acumular aprendizados.

Abdul Nasser Superintendente do Sescoop/RJO interior do estado do Rio de Janeiro tece sua história profundamente im-pactado pelo cooperativismo. Regiões como Teresópolis, Friburgo, Cachoeira de Macacu, Itatiaia e São Pedro da Al-deia só tiveram energia elétrica na dé-cada se 50 por conta das Cooperativas de Eletrificação Rural. No Rio de Janei-ro nasceram as primeiras cooperativas

de táxi do Brasil. Na época uma inovação em que, usando tele-fones públicos, as cooperativas faziam a conexão entre cliente e taxista.

Já tivemos a maior indústria de lácteos da América Latina. A CCPL garantiu o desenvolvimento do interior e em muitas cidades gerou o maior número de empregos e renda. Essa ainda é a realidade de Macuco, por exemplo, onde a cooperativa de leite é a maior em-presa da região.

As cooperativas financeiras garantiram o acesso e a democratiza-ção dos serviços financeiros a diversas cidades, como é o caso de Mendes, onde, por muitas décadas, o “Banquinho de Mendes” foi o único meio de acesso dos moradores ao sistema financeiro.

O Cooperativismo garante a democratização dos meios econô-micos e distribui os resultados de maneira justa empoderando o consumidor, o trabalhador ou fornecedor e fixando a riqueza na região.

Uma empresa pode mudar de cidade, pode deixar seus clientes desprendidos em busca de lucros, mas uma cooperativa nunca po-derá fazer isso. Não pode, porque cooperativismo é gente, e gente não se descarta.

Cooperativas têm propósito, princípios e valores de modo estru-tural e não por escolha de marketing ou conjuntura, e fazem toda diferença no desenvolvimento regional.

A cultura cooperativista ainda é pouco praticada pela sociedade fluminense. Temos um déficit histórico que precisa ser suprido. O Cooperativismo começou no Rio de Janeiro, ainda no Brasil Im-

Neilton Ribeiro da Silva Diretor-presidente do Sicoob FluminenseFalar de uma cooperativa de crédito que completa 90 anos poderia ser relativa-mente fácil se destacássemos apenas o empreendimento, no século passado, o empenho e a abnegação de seus fun-dadores. Mas temos de apontar os obs-táculos surgidos e competentemente contornados ao longo do caminho, espe-

cialmente as inconstâncias da economia do Brasil e a velha senhora chamada burocracia.

Para avaliarmos a sua importância, basta citar que a cooperativa de Mendes, hoje Sicoob Fluminense, com a incorporação ocorrida no final de 2018, é a pioneira do estado do Rio de Janeiro, numa época em que a cidade ainda era o quarto Distrito do município de Barra do Piraí e sua economia girava em torno da Agricultura, como o café, e a criação de gado. Não há como falar de desenvol-vimento de Mendes e do Rio de Janeiro sem citarmos a cooperati-va, um verdadeiro símbolo de seu crescimento.

Nosso objetivo, em Mendes, além de dar continuidade ao trabalho que vinha sendo desenvolvido, sempre buscando a melhoria dos produtos, serviços e atendimento, e à frente quanto à tecnologia, é o de estreitar ainda mais os laços com a comunidade, com foco na responsabilidade social.

Uma das referências desse trabalho, por exemplo, é o projeto Coo-perjovem, desenvolvido em parceria com o Instituto Sicoob e o Ses-coop Rio de Janeiro, e que já atingiu um grande número de alunos e profissionais da Educação em diversos municípios nos quais atua o Sicoob Fluminense. Trata-se diretamente da difusão da Educação Cooperativista, de uma grande importância, e que vem mostrando resultados muito satisfatórios. Em sua própria definição, o Cooper-jovem é um programa comprometido com a mudança de compor-tamentos no âmbito escolar, com ênfase nos ideais cooperativistas.

E não podemos deixar de falar da Unicoop-Cooperativa Mirim União e Cooperação, criada em novembro de 2018 no município, dentro deste processo de Educação, como reforço direto do pioneirismo e da percepção dos valores do cooperativismo.

A criação do Espaço Cultural no Sicoob Fluminense, em Mendes, é justamente uma grande oportunidade para a divulgação desses valores e o fortalecimento das relações com a sociedade.

Hoje, como praticamente todas as cidades do estado, Mendes conti-nua na luta contra as oscilações do mercado financeiro, aguardando os rumos da economia, mas trabalhando para honrar seus compro-missos e mirando a prosperidade. Costumo sempre dizer que é na adversidade que o cooperativismo cresce, e que este modelo é uma forma diferente e mais justa de se viver em sociedade.

Quero reforçar a posição de Mendes como guardiã dos princípios do cooperativismo, o que espelha o sentimento de um futuro mais promissor para a cidade.

Nesse sentido, o que desejamos é que as nossas ações no mu-nicípio sejam uma semente que possa gerar os melhores frutos, uma comunidade mais harmônica, com cidadãos mais conscientes acerca da sustentabilidade, da mobilidade e da inserção. A ideia é mostrar para as novas gerações que o cooperativismo é uma grata possibilidade e que o futuro está em nossas mãos.

O propósito cooperativista em depoimentos

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Page 5: Edição Comemorativa | Novembro 2019 A Cooperativa de ... · comunidade financeira”, contou o presidente da Cooperativa de Crédito de Mendes, gestão 1996-2008, Célio Tavares

Edição comemorativa

COOPERATIVISMODE CRÉDITOFAZENDO HISTÓRIA

EXPEDIENTE

Presidentes da Cooperativa de Crédito de Mendes

Fluminense

Este informativo faz parte do Espaço Cultural Sicoob em Mendes - RJ patrocinado por:

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Dr. Álvaro Berardinelli

O EMANCIPADOR

1° presidente da Cooperativa de Mendes, fundada em 1929.

Deixou a cooperativa para ser o primeiro prefeito de Mendes, em 1952.

Henry Jessen

O IDEALISTA

1º vice-presidente e principal difusor do cooperativismo de crédito luzzatti em Mendes.

De ascendência alemã, residiu em Mendes até sua morte, em 1931.

A Mendes

Mendes cidade menina,Cidade sempre a sonhar,Com tuas tardes tão lindas,E belas noites de luar.

Lua que nos contagia Com toda sua magia, Alegrando o coração. Das suas noites de festas, De suas lindas serestas, Que nos enchem de emoção.

Oh, Mendes! Mendes querida! Como em verso quisera cantar, Que muito te quero, amo e venero Nunca deixarei de te amar.

Nelly Copio Nepomuceno Uma das associadas mais antigas da cooperativa e moradora de Mendes há 90 anos. Foi condecorada com o Título de Cidadã Mendense em 2007.

Fotografia:Acervo histórico e de divulgação

Coordenação, Planejamento Projeto Gráfico e Editoração:

Sheila Neves do Rêgo Silvana Lemos Departamento de Comunicação e Marketing - Sicoob Central Rio

Pesquisa histórica:Célio Tavares Ramos Luis Eduardo Ramos Patrisia CiancioJornalista responsável:

Patrisia Ciancio