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1 EDIÇÃO ESPECIAL - Nº 211 - ANO 5 - 5 DE SETEMBRO DE 2012

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Page 1: EDIÇÃO ESPECIAL - Nº 211 - ANO 5 - 5 DE SETEMBRO DE 2012 · 2012. 9. 5. · Convenção de Ramsar e a Rede Hemisférica de Re-servas de Aves Limícolas, com o apoio do Cemave

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ICMBio em Foco

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Na tarde de hoje, o Instituto Chico Mendes celebra cin-co anos de trabalho a frente de uma importante agen-da: a gestão de 312 unidades de conservação federais – quase 80 milhões de hectares – e a conservação da biodiversidade existente dentro dessas áreas protegi-das. O evento, pensado para ser uma celebração antes de tudo interna – reunindo o comitê gestor, servidores e demais profissionais que executam essa agenda no dia a dia – começa às 16h, no auditório da nossa sede.

Além do presidente Roberto Vizentin, a abertura con-tará com a presença da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Carlos Augusto Klink, além dos diretores do Instituto, coordenadores-gerais de macroprocessos, coordenadores de processos, ser-vidores, terceirizados, temporários e demais profissio-nais, e, ainda, autoridades das autarquias vinculadas e demais órgãos/entidades ambientais.

Na programação está prevista a assinatura de diversos atos, tais como portarias que criam os Conselhos Consul-tivos da Reserva Biológica de Serra Negra (PE), do Parque Nacional Chapada das Mesas (MA) e da Floresta Nacional de Três Barras (SC), e o Conselho Deliberativo da Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade (AC/AM). Portaria será assinada aprovando o Plano de Manejo da Floresta Na-cional de Nízia Floresta, no Rio Grande do Norte.

Também está prevista assinatura dos atos de criação de duas reservas particulares do patrimônio natural: as RPPNs Alto da Boa Vista - Resgate VIII, com 30 hecta-res, no município de Nova Friburgo (RJ), de propriedade

ICMBio celebra cinco anos

de Geraldo Eduardo Simeone Stitber; e Portal da Água Branca, de 60 hectares, no município de Urubici (SC), de propriedade de Elias Rodrigues Antonio.

Portaria será assinada instituindo Grupo Assessor para acompanhar a implementação e realizar monitoria do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Pa-pagaios da Mata Atlântica – PAN Papagaios. Outra aprovará o Regulamento Interno de Fiscalização do Instituto Chico Mendes. Mais atualizado, o Regimento Interno de Fiscalização traz as diretrizes para a atua-ção dos fiscais do ICMBio nas unidades de conservação para proteção da biodiversidade e dos ecossistemas e leva em consideração a doutrina da instituição em rela-ção à fiscalização quanto à segurança, postura, trans-parência e correição dos agentes.

Outro ato de extrema importância para o ICMBio é a que disciplina, no âmbito da instituição, requisitos e procedimentos para elaboração e aprovação de Acor-do de Gestão em unidades de conservação de uso sus-tentável federal com populações tradicionais.

Também será assinada durante o evento a Instrução Normativa que estabelece normas para a utilização sustentável das populações naturais de crocodilianos nas reservas extrativistas, florestas nacionais e reser-va de desenvolvimento sustentável. Os resultados do monitoramento das populações de jacarés – jacaré-açu (Melanosuchus niger) e jacaretinga (Caiman cro-codilus), espécies que não constam da lista oficial das espécies da fauna ameaçada de extinção – existentes na Reserva Extrativista do Lago do Cuniã (RO), inicia-

dos pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios - RAN em 2004 e em andamento até a presente data, apontam para uma população vigorosa destas espécies. A implantação de técnicas inovadoras de manejo sustentável, permitida a par-tir da Instrução Normativa aprovada, será realizada em bases técnicas que permitam a perenidade dos recursos, amparada em ampla fundamentação técnica e científica, inexistindo ofensa à função ecológica das espécies a se-rem manejadas.

Na ocasião, o Instituo Chico Mendes aproveita para lançar o Canal EDUCA-CHICO, com o objetivo de promover, por meio de vídeos, a Estratégia Nacio-nal de Comunicação e Educação Am-biental em Unidades de Conservação do Instituto, a Encea, levando aos ci-dadãos a educação ambiental voltada para a conservação da biodiversidade. O canal reúne ao todo 40 vídeos orga-nizados por temáticas ambientais, al-guns deles com depoimentos de reno-mados teóricos da educação ambiental brasileira. O link para acesso público é www.youtube.com/educachico.

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Parque Nacional do Iguaçu celebra 5 anos de criação do ICMBio

O Parque Nacional do Iguaçu, no estado do Paraná, comemorou o aniversário de cinco anos de criação do Instituto Chico Mendes, completados na terça-feira (28), com um café da manhã no município de Capanema para a entrega simbólica da publicação no Diário Oficial da União da Portaria n° 91, de 16 de agosto de 2012, que trata do uso do rio Igua-çu. A entrega foi feita pelo chefe do Parna, Jorge Pegoraro, ao prefeito Milton Kafer e contou com a presença de outras autoridades e moradores locais.

O documento define normas e procedimentos para o ordenamento do uso público de parte do territó-rio do parque nacional referente ao trecho do rio Iguaçu compreendido entre a foz do rio Gonçalves Dias e a foz do rio Santo Antônio, trecho este que banha, em sua margem esquerda, o município de Capanema. A parte do rio Iguaçu foi incorporada ao Parque Nacional do Iguaçu em 1981, restringin-do qualquer atividade no local.

De acordo com Pegoraro, a aprovação da portaria é fruto da parceria do ICMBio com a Prefeitura de Capanema. O processo demorou quase dois anos, envolvendo elaboração, reuniões e audiências pú-blicas entre órgãos públicos, entidades e iniciativa privada além da população do município.

O objetivo da portaria é oferecer a possibilidade da comunidade usufruir do rio Iguaçu, bem como pro-piciar novas oportunidades de trabalho e fontes de renda aos pequenos proprietários rurais por meio do Turismo Sustentável e do Ecoturismo. Conforme a portaria, o uso de embarcações do tipo "caíco" com comprimento máximo de 5 metros e largura máxima de 60 centímetros ficará autorizado aos proprietários de casas nos limites do rio. A partir da publicação das regras para uso da margem es-

querda do rio Iguaçu, haverá cadastramento de embarcações e equipamentos e de moradores.

Em homenagem aos cinco anos de criação do ICMBio, uma série de 50 mil ingressos ao parque foi estampada com a foto aérea das Cataratas do Iguaçu e comple-mentada com a arte criada pelo Instituto em comemo-ração à data.

Sete Cidades também festeja o ICMBio

O Parque Nacional de Sete Cidades, no Piauí, também celebrou no último dia 28 o aniversário do nosso Instituto. À comemoração estiveram presentes a gestora da UC, Karlla Celma Batista Lima Gomes; o coordenador de Uso Público e Educação Ambiental da unidade, Cristino Pereira da Silva; os brigadistas e os funcionários do setor terceirizado, José Carlos, Francisco Pereira, Silmara Costa, Raimunda do Nas-cimento e Emanuel Lima. Num momento de descontração e muita alegria houve consumo de bolo e café com leite.

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Jorge Pegoraro e Milton Kafer comemoram Portaria nº 91Autoridades locais e moradores com o chefe do parque

Série especial do ingressoEquipe do Parna Sete Cidades posa com bolo de aniversário do Instituto

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Cemave comemora 35 anos de conservação das aves brasileiras

O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres - Cemave, sediado na Floresta Na-cional da Restinga de Cabedelo, na Paraíba, co-memorou em agosto passado 35 anos de criação. O aniversário do centro integra as festividades do quinto ano de fundação do Instituto Chico Men-des. Assim, está previsto para este mês o lança-mento de uma exposição com o histórico do cen-tro, sua missão, ações e projetos mais expressivos em desenvolvimento.

O coordenador do Cemave, João Luiz Nascimen-to, enfatiza a atuação imprescindível da entidade no cenário conservacionista das aves brasileiras. “O desenvolvimento da cultura do uso da técnica do anilhamento em projetos de pesquisa em larga escala no país vem gerando dados essenciais para a produção de informações que têm fundamenta-do importantes decisões do Governo Federal para a conservação das aves brasileiras”, informa nosso colega, Doutor em Oceanografia.

Ele destaca a criação dos parques nacionais da La-goa do Peixe (RS) e de Fernando de Noronha (PE) e da Reserva Biológica do Atol das Rocas (RN), a partir de dados produzidos com a participação direta do Cemave. João Luiz salienta ainda que unidades de

conservação federais e estaduais, importantes para a conservação da avifauna brasileira, foram reconhe-cidas e incluídas em acordos internacionais, como a Convenção de Ramsar e a Rede Hemisférica de Re-servas de Aves Limícolas, com o apoio do Cemave.

Para otimizar sua atuação por todo o território na-cional, o centro conta com bases avançadas em Brasília e Florianópolis, especializadas, respectiva-mente, nos biomas Cerrado e Pantanal, e regiões Sul e Sudeste.

Entre os projetos mais representativos do centro nas últimas três décadas está a implantação do monito-ramento de aves migratórias continentais no Brasil, que tornou possível o conhecimento das principais rotas e locais de concentração dessas aves e a reu-nião de dados de sua biologia básica. Há, ainda, o Projeto Avoante, desenvolvido em parceria com vá-rias universidades do Nordeste e membros do ICM-Bio e do Ibama, que compilou dados sobre o padrão de migração da pomba avoante (Zenaida auriculata) e até hoje subsidia o planejamento de ações de con-servação da espécie na Caatinga.

O Projeto Arara-azul-de-lear representa um exem-plo de recuperação de uma espécie ameaçada gra-

ças à cooperação de parceiros e ao envolvimento da comunidade, mudando sensivelmente a situa-ção desta arara ameaçada da Caatinga baiana nos últimos dez anos.

João lembra, também, o papel decisivo do Insti-tuto no estabelecimento de mudanças na regula-mentação da caça amadorista no Rio Grande do Sul, prezando pela conservação de espécies como o marrecão (Netta peposaca) e a marreca-caneleira (Dendrocygna bicolor).

Atualmente o Cemave está desenvolvendo projeto de monitoramento das aves em UCs com objetivo de avaliar as tendências das populações a fim de que os resultados auxiliem no manejo das unidades. Segun-do o coordenador do centro, este projeto é baseado na cooperação não só com outras instituições, mas principalmente com as unidades de conservação. "A implantação está ocorrendo de forma gradual, com o treinamento de servidores das UCs, para que par-te dos dados seja coletado por eles próprios. Assim vamos multiplicando as habilidades desenvolvidas e formando uma rede integrada de pesquisas de forma padronizada. Nossa expectativa é a geração de um banco de dados que será extremamente útil à gestão das unidades”, conclui João Luiz.

Histórico e Missão

Originalmente nomeado como Centro de Estudos de Migrações de Aves, o Cemave foi criado em 1977 com o objetivo de implantar o Sistema Nacional de Anilhamento - SNA. Trata-se de um método pionei-ro na América Latina, para difundir e coordenar o uso do anilhamento como técnica de pesquisa com aves na natureza, cujas informações subsidiam as políticas e ações para a conservação das 1.832 es-pécies da avifauna brasileira. Conforme os procedi-mentos definidos pelo SNA, os anilhadores captu-ram aves silvestres e as soltam após marcá-las com anilhas metálicas numeradas contendo a inscrição “Avise Cemave” e o endereço do centro. Com este procedimento, o centro obtém informações sobre o tempo de vida após a marcação, as rotas migrató-rias, flutuações de números populacionais e outros dados fundamentais para a conservação dessas es-pécies e dos hábitats onde vivem.

Além disso, o Cemave vem se dedicando à elabora-ção de novos PANs como o da ararinha-azul (Cya-nopsitta spixii), à execução de ações previstas nos projetos já implementados e à avaliação do estado de conservação da avifauna brasileira.

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Revoada de aves migratórias no Parna Lagoa do Peixe Zenaida auriculata Anilhamento de ave migratória

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Anilhas metálicas e coloridas

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ICMBio cria 25 UCs e acrescenta milhões de hectares ao SNUC

Nos seus cinco anos de funcionamento, o Instituto Chico Mendes viabilizou, com apoio de parceiros do governo e da sociedade, a criação de 25 unidades de conservação federais, uma média de cinco por ano. Foram 13 UCs de proteção integral – seis parques na-cionais, dois monumentos naturais, quatro refúgios de vida silvestre e uma reserva biológica – e 12 de uso sustentável – duas áreas de proteção ambiental, duas florestas nacionais e oito reservas extrativistas.

No total, as novas unidades acrescentaram 6,4 milhões de hectares ao Sistema Nacional de Uni-dades de Conservação - SNUC, que tem hoje 75 milhões de hectares em 312 UCs federais espalha-das por todo o país. Com isso, o ICMBio contribuiu para ampliar o conjunto das áreas protegidas pela União em quase 10% em relação ao que existia na época de sua fundação, em 2007 – 287 UCs que somavam pouco mais de 68 milhões de hectares.

As 25 unidades passaram a proteger espaços de alto valor ecológico em quatro dos seis grandes biomas brasileiros – Amazônia (7), que sofre com o desmatamento ilegal; Mata Atlântica (7), que re-siste a 500 anos de devastação em meio à pressão de grandes centros urbanos; Caatinga (4), ecossis-tema exclusivamente brasileiro; e Cerrado (1), acu-ado pela expansão da fronteira agrícola no Centro-

Oeste – afora a Zona Costeira e Marinha (6), região ambientalmente menos protegida do país.

A criação de UCs, uma das principais atribuições do órgão, não é nada fácil. São várias etapas, desde a identificação das áreas importantes para a conserva-ção até a conclusão das consultas públicas e a ela-boração do decreto presidencial que vai oficializar a instituição da unidade. Todo esse trabalho, que pode levar anos, exige estudo, pesquisa e, principal-mente, capacidade de articulação e negociação para driblar conflitos e atrair o apoio dos vários setores da sociedade normalmente envolvidos nesse processo, como governos, empresários, academia, Ministério Público e comunidades do entorno.

Exatamente por isso o ICMBio considera os avan-ços obtidos nestes cinco anos uma conquista não só do Instituto, mas de toda a sociedade brasileira, que começa a enxergar as UCs, com sua pesquisa científica, turismo ecológico, exploração sustentá-vel dos produtos extrativistas, espaços capazes de aliar a conservação da biodiversidade à promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável.

A lista das UCs criadas nos últimos cinco anos está em www.icmbio.gov.br/portal/images/UCs%20CRIA-DAS.pdf.

Desde sua criação, ICMBio já publicou 117 Planos de Manejo

Das 312 unidades de conservação sob nossa ges-tão, 117 possuem Planos de Manejo, ou seja, cerca de 37,5% delas. Os documentos visam a legalidade de ações de proteção ao meio ambiente e norteiam as iniciativas de preservação, conservação e recupe-ração das UCs.

Considerando que antes da criação do Instituto ha-via 286 UCs, os 70 Planos de Manejo elaborados até dezembro de 2006 correspondiam a aproxima-damente 24% das unidades de conservação. Em cinco anos houve acréscimo de 26 unidades e 48 Planos de Manejo. Somente em 2012, foram apro-vados e publicados os planos para a Floresta Na-cional de Passo Fundo (RS), Reserva Biológica das Perobas (PR), Reserva Extrativista do Rio Xingú (PA), Estação Ecológica da Guanabara (RJ) e Reserva Ex-trativista Médio Juruá (AM).

Atualmente, o ICMBio trabalha na elaboração de 61 novos planos, que se encontram em diferentes etapas do processo. A meta do Instituto é aumen-tar para 129 o número de unidades de conservação com o documento até o final de 2012. Serão con-templadas ainda este ano 12 unidades: Flonas Nísia Floresta (RN), Chapecó (SC), Caxiuanã (PA), Amapá (AP) e Altamira (PA); Resex Marinha Arai-Peroba (PA), Marinha Caeté-Taperaçu (PA) e Lago Capanã Grande (AM); Parnas Pau Brasil (BA), Descobrimento (BA) e Viruá (RR); e APA Anhatomirim (SC).

Em relação às categorias das unidades de con-servação, embora unidades de proteção integral apresentem maior número de planos elaborados, o ICMBio tem empreendido esforço intenso na ela-boração dos Planos de Manejo das UCs de uso sus-tentável, especialmente Flonas e Resex.

Além dos resultados obtidos no quantitativo dos Planos de Manejo, o Instituto reiniciou no ano pas-sado a discussão da revisão da proposta metodoló-gica para sua elaboração com o objetivo de tornar os processos mais ágeis e focados nos desafios de gestão das unidades.

Uma curiosidade: os primeiro Planos de Manejo no país foram elaborados na década de 70. O Parque Nacional de Brasília, no bioma Cerrado, Parque Na-cional de Sete Cidades, no bioma Caatinga, e Parque Nacional da Amazônia, no bioma Amazônia, estão entre as primeiras UCs a terem o documento.

Monumento Natural das Ilhas Cagarras, no Rio, é uma das unidades criadas pelo Instituto

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Esec Guanabara (acima) e Rebio Perobas (abaixo) tiveram seus planos aprovados este ano

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Instituto cria 128 conselhos gestores em cinco anos

Nestes cinco anos de funcionamento do Instituto Chico Mendes, das 312 unidades de conservação sob sua gestão, 128 formaram conselhos gestores – 84 consultivos e 44 deliberativos – para contri-buir com ações voltadas ao efetivo cumprimento dos objetivos de criação e implementação do Plano de Manejo das UCs, promovendo a gestão com-partilhada da unidade com a ampla participação da sociedade. Ainda há 32 conselhos em formação e 48 em processo não iniciado.

A construção desses conselhos é um processo que envolve momentos de identificação, mobilização, organização e capacitação das populações tradi-

cionais, no caso de reserva extrativista e reserva de desenvolvimento sustentável, e, posteriormente, das demais populações que têm relação direta e indireta com a unidade. O processo de criação e formação dos conselhos é coordenado no ICMBio pela Coor-denação-geral de Gestão Socioambiental, por meio da Divisão de Gestão Participativa - DGPAR.

Segundo o coordenador da DGPAR, Felipe Men-donça, a agenda de conselhos de UCs cresceu bastante desde a criação do Instituto. “Ao longo desses últimos anos acumulamos uma grande ex-periência nos processo de formação de conselhos. Hoje já temos cerca de 75% de unidades de con-

servação federais com conselhos formalizados, e acreditamos que em breve chegaremos à sua tota-lidade, pelo menos das unidades com possibilidade de tê-los”, relata Felipe.

Para o coordenador, a instituição está passando por um momento de qualificação, funcionamento e implementação de conselhos: “Vimos construin-do estratégias para fortalecer esses colegiados, buscando cada vez mais trazer a sociedade para o processo de tomada de decisão na gestão das nos-sas unidades. O Instituto vem num processo muito interessante de amadurecimento quanto a se abrir para a sociedade, no intuito de dividir a tomada de decisão pública, enquanto essa também vem en-contrando nos conselhos de UCs uma ótima opor-tunidade de se fazer ouvir e influenciar na gestão das unidades”.

Outro fato muito importante para a qualificação dos conselhos gestores é o Ciclo de Capacitação em Gestão Participativa. Trata-se de uma propos-ta de capacitação de servidores que busca trazer

conhecimentos, habilidades e atitudes aos gesto-res para a construção de processos participativos com a sociedade na gestão ambiental pública. É um processo de formação bastante intenso, que envolve a participação em cinco módulos, com projetos construídos para execução no local de lo-tação do servidor. E visa cada vez mais influenciar na mudança de postura dos gestores nas ações de preservação e conservação das UCs, buscando na sociedade acordos e condições que possibilitem uma estratégia mais adequada e duradoura de uso e preservação do patrimônio socioambiental. Com essa capacitação os gestores das unidades podem se preparar para as oficinas de formação que são oferecidas aos conselheiros gestores, que têm como objetivo geral debater o papel do conselho e do conselheiro, bem como temáticas conceituais relacionadas à unidade de conservação.

A lista completa das UCs com os conselhos criados nestes cinco anos do ICMBio está disponível em www.icmbio.gov.br/portal/images/ConselhosGes-torescriados-2007a2012%281%29.pdf.

Segunda turma do Ciclo de Capacitação em Gestão Participativa, ocorrido em agosto, na Acadebio

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Autoridades presentes à formatura da 2° turma do Ciclo de Capacitação

Conselho Deliberativo da Resex Cassurubá (BA) tomou posse no último mês de julho

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Instituto Chico Mendes comemora aniversário com mais de 600 RPPNs

Ao completar seu quinto aniversário, o Instituto Chico Mendes comemora o reconhecimento oficial de mais de 600 reservas particulares do patrimônio nacional, as RPPNs, um espaço que corresponde a cerca de 480 mil hectares de área protegida. Desde a criação do ICMBio, 146 novas RPPNs foram fun-dadas, e hoje o ritmo de demanda é de cinco novas solicitações por mês.

Para facilitar o processo de criação, de elaboração do Plano de Manejo e de monitoria e gerenciamen-to das reservas foi criado pelo ICMBio o Sistema In-formatizado de Monitoria de Reservas Particulares do Patrimônio Natural - SIMRPPN. O objetivo é des-burocratizar o processo de criação das reservas, dei-xando as informações ao alcance dos interessados e fazendo com que 50% das atividades, antes reali-zadas manualmente, fiquem a cargo de um sistema organizado, transparente e ágil, acessível por meio de qualquer configuração de hardware. O sistema, disponível no site oficial do ICMBio, realiza cerca de 70% das análises, fornecendo informações sobre o andamento dos processos e permitindo o seu acom-panhamento tanto pelos técnicos do Instituto como pelos proprietários que fazem a proposta.

Segundo o técnico da nossa Coordenação de Criação de Unidades de Conservação, Luciano de Souza, o surgimento do SIMRPPN não apenas fa-cilitou o processo de criação de RPPNs, mas o tor-nou igualmente mais rigoroso. “O sistema veio aperfeiçoar os procedimentos e adaptar as RPPNs à legislação que rege o SNUC, ao registro de imóveis, bem como aos preceitos do Incra”, diz Luciano. Essa postura mais rígida visa prevenir futuros pro-blemas fundiários nas unidades de conservação.

De acordo com Luciano, a denominação RPPN surgiu em meados de 1990 com a publicação do Decreto nº 98.914. Hoje, a legislação que regulamenta as RPPNs é o Decreto nº 5.746, que mantém sua criação como desejo e iniciativa do proprietário rural. Seja para manter espécies ameaçadas em segurança, preservar o verde ou mesmo obter apoio dos órgãos governa-mentais na hora de proteger e fiscalizar a área, a cria-ção das reservas particulares permite que o dono da terra possa transformar o seu terreno, muitas vezes sem uso e danificado, em um patrimônio nacional exclusivo. “As RPPNs são uma alternativa junto à so-ciedade civil no esforço para ampliar e conservar os ecossistemas brasileiros”, conta o técnico Luciano.

As mais recentes reservas foram criadas no estado de Santa Catarina. Raso do Mandí, situada no mu-nicípio de Itaiópolis, tem uma área de 54,34 hecta-res de biodiversidade protegida. Já a RPPN Florescer, no município de Urubici, compreende uma área de 154,74 hectares que, juntamente com a RPPN Cor-redeiras do Rio Itajaí II, no município de Itaiópolis, está a salvo da ação humana na natureza. Essas são apenas três entre as 601 RPPNs existentes, que tam-bém podem servir como espaço para atividades re-creativas, culturais e educacionais, além de pesquisa científica e visitação turística por tempo indetermi-nado, como previsto no Termo de Compromisso e no Plano de Manejo desta categoria de UC.

O bioma Mata Atlântica concentra 55% das reservas particulares federais, enquanto o Pantanal conta com a maior extensão de área protegida do país, com 244 mil hectares. Hoje as RPPNs estão presentes no Brasil inteiro e o estado com maior número delas é a Bahia, com 93 unidades, seguida por Minas Gerais e Rio de Janeiro, com 88 e 64 reservas, respectivamente.

RPPN Corredeiras do Rio Itajaí II é uma das mais recentes reservas criadas

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ICMBio investe em capacitação e qualificação dos servidores e comemora resultadosO Instituto Chico Mendes adota uma política de qualificação permanente de seu quadro de pessoal. De 2008 até julho deste ano o ICMBio promoveu 11.817 eventos de capacitação. Os cursos ofereci-dos vão desde formação inicial para aqueles que ingressam no órgão até aqueles com temas mais específicos, como fiscalização, gestão documental, avaliação de imóveis rurais, Plano de Manejo, ges-tão administrativo-financeira, gestão participativa, dentre outros. Além de servidores, a instituição ca-pacita cerca de três mil brigadistas por ano. Há, ainda, formação de instrutores, a partir de servi-dores que atuarão na formação dos colegas, for-talecendo a cultura institucional nas temáticas mi-nistradas. Hoje, o Instituto conta oficialmente com um quadro de 223 desses instrutores.

Alinhada à Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal da Administração Pública Federal, a Política de Desenvolvimento de Pessoas do ICMBio - PDP tem a finalidade de qualificar os serviços prestados por meio do desenvolvimento técnico e gerencial contínuo e sistêmico dos servidores. A nossa PDP é implementada com a participação do Comitê Gestor de Capacitação - CGCAP, criado em março de 2010. Importante instância colegiada de decisões para as ações de formação, o comitê é presidido pela di-retora de Planejamento, Administração e Logística, Silvana Canuto, e composto pelos coordenadores-gerais, pela Divisão de Comunicação - Dcom, Aca-debio, Compensação Ambiental e Autorização para o Licenciamento. Entre suas atribuições estão aná-lise e deliberação do Plano Anual de Capacitação - PAC, avaliação da implementação desse plano e o acompanhamento e alinhamento dos investimentos na capacitação e formação de servidores com as di-retrizes do Instituto.

Em 2009, o primeiro Plano Anual de Capacitação entra em execução com R$ 3 milhões para as ações de formação, com um total de 576 ações realiza-das. Em 2010, as ações do PAC dobraram e os re-cursos passaram para R$ 6 milhões, o que possibi-litou 4.058 ações de capacitação, com a formação de 3.847 pessoas, entre servidores e brigadistas. Em 2011, também com recurso de R$ 6 milhões, foram realizadas 4.519 ações de capacitação, sen-do formados 3.944 servidores e brigadistas.

Segundo Helena Machado Araújo, chefe da Educa-ção Corporativa e coordenadora-geral substituta da Coordenação-geral de Gestão de Pessoas, é extre-mamente importante para a gestão ter um quadro de servidores qualificados. Ela destaca, também, a preocupação de que as ações estejam alinhadas com o planejamento estratégico do Instituto. “A ca-pacitação como ação estratégica é um avanço em relação a outros órgãos públicos. A base para toda a nossa formação é o planejamento estratégico do ICMBio. Inclusive, para um curso ser aprovado o pri-meiro crivo é estar alinhado aos objetivos estratégi-cos da instituição – a qualificação relacionada aos objetivos estratégicos”, explica.

Entre as nove metas globais do Instituto para o perí-odo de junho de 2012 a maio de 2013, publicadas em agosto no Diário Oficial da União com o objetivo de avaliar o desempenho institucional neste perío-do, uma trata da capacitação dos servidores efeti-vos, indicando a meta de que a cada quatro anos todos os servidores tenham passado por pelo menos um evento de capacitação. A intenção é chegar a maio de 2013 com 60% de todos os 1.980 servido-res, ou seja, 1.188, tendo passado por pelo menos um curso previsto no Plano Anual de Capacitação.

No ano passado – marco zero, quando foi iniciado o planejamento estratégico – 837 servidores par-ticiparam de pelo menos uma das 1.412 vagas de capacitação disponíveis; e este ano a meta é capa-citar mais 351 servidores que não tenham passado por nenhum curso em 2011. Até julho último já são 216 capacitados em uma das 795 ações de forma-ção realizadas. Portanto, no período 2011-2012 são 1.053 capacitados, bastando capacitar mais 135 servidores para se cumprir a meta até maio de 2013.

Thaís Ferraresi Pereira, do setor de Desenvolvimen-to de Pessoal da CGGP, afirma que entre as lições

aprendidas nesses primeiros anos de desenvolvi-mento da capacitação no Instituto estão buscar o envolvimento do maior número de pessoas da instituição – gestores, servidores e colaboradores; dialogar e construir as ações de formação conjun-tamente com as demais áreas do órgão; ter instân-cias colegiadas e áreas formalizadas responsáveis pelo tema; construir estruturas e espaços institu-cionalizados para a implementação da formação; formar um quadro de instrutores da Casa; ter re-curso no PPA; ter metas e indicadores alinhados ao planejamento do órgão; construir um arcabouço legal; e ser criativo.

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Acadebio, iniciativa importante para a capacitação

Uma grande conquista institucional e destaque na execução das ações de capacitação dos servidores é a criação da Academia Nacional da Biodiversida-de, a Acadebio. Ela completará seu terceiro ano de existência no próximo domingo com a execução de 93 eventos de capacitação, envolvendo quase 3.100 participantes. Neste mesmo período será atingido um total de outras 60 iniciativas do ICMBio, com cerca de 2.000 participantes, que abrangem, principalmente, oficinas de planejamento de cursos, reuniões institu-cionais, oficinas para a elaboração de Planos de Ação Nacional (PAN) e para a avaliação do estado de con-servação de espécies ameaçadas. Além desses, terão sido executados seis encontros de outras instituições, com cerca de 350 participantes.

Considerando os eventos já agendados até o final deste ano, a Acadebio totalizará, desde sua inau-

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ção básica para alcançar sua missão para um estágio atual de construção e disseminação de conteúdos cada vez mais avançados. A situação atual atingida tem permitido que o planejamento das ações de ca-pacitação ocorra de forma cada vez mais focada em resultados de médio e longo prazos, promovendo assim a construção de uma instituição intelectual-mente capaz de enfrentar os desafios da proteção da natureza e do desenvolvimento socioambiental”, ressalta Brochado.

Ele destaca, ainda, o processo de criação do Proje-to Político Pedagógico do ICMBio, o PPP, que está sendo possível, entre outros, pela parceria com a Universidade Federal de São Carlos – Campus Soro-caba, especificamente pela ação de professoras do Departamento de Pedagogia. Esta ação está vol-tada para o fortalecimento do papel educativo da instituição, tanto no que é a capacitação de seus servidores como nas diversas oportunidades edu-

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o cativas que ocorrem na execução de atividades de integração com a sociedade.

“A Acadebio está contribuindo para a construção da identidade institucional do ICMBio com o resul-tado direto dos eventos realizados e ainda com o evidente resultado indireto que é a oportunidade dos servidores distribuídos por todo o Brasil se en-contrarem. Este é um espaço onde as pessoas se capacitam, trocam experiências, desenvolvem so-luções para questões comuns e constroem cumpli-cidade para a conservação da natureza brasileira”, finaliza o chefe da Acadebio.

guração, em 2009, 107 eventos de capacitação, soman-do cerca de 3.800 participantes; 72 outros eventos do ICMBio, totalizando cerca de 2.300 participantes; e oito eventos externos, com cerca de 650 participantes. En-tre 2010 e 2012 o crescimento no número de eventos e de participantes foi de cerca de 140%. Segundo Ricardo Brochado, chefe da Acadebio, esse expressivo crescimen-to no quantitativo de eventos e a taxa de ocupação dos espaços da academia são indicadores claros do sucesso da iniciativa do ICMBio de criar um espaço próprio para execução de seus cursos de capacitação e ainda para a execução de importantes eventos de construção de co-nhecimento para o alcance de sua missão institucional.

“A criação da Acadebio permitiu que fosse possível dar um grande salto quantitativo e qualitativo nas ações de capacitação dos servidores, possibilitando que o Instituto saísse de uma situação de grande demanda por forma-

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Conservação de espécies ameaçadas de extinção avança com PANs

O Plano de Ação Nacional para a Conservação (PAN) é importante instrumento de gestão que tem como principal objetivo a troca de experiências en-tre os atores envolvidos, no sentido de agregar e buscar novas ações para potencializar esforços, ra-cionalizando a captação e gestão de recursos para conservação das espécies ou ambientes, focos dos planos de ação.

O primeiro PAN, o do Mutum-do-Sudeste, data de 2004, na época a cargo do Ibama, numa parceria com a Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente. À época, o objetivo era elaborar o planejamento ideal da conservação, atribuindo ao Estado a total responsabilidade pela implementação. Em 2009, essa visão de planeja-mento mudou e passou a contar com a participa-ção de diversos setores da sociedade civil como universidades, ONGs, empresas públicas e priva-das, usuários dos recursos, entre outros, numa metodologia de elaboração participativa, instituin-do-se, para cada plano, um Grupo Assessor como instrumento de controle social.

Até maio deste ano, eram 37 PANs que abrangem 216 espécies da fauna, o que corresponde a 35% das espécies ameaçadas de extinção contempladas com plano de ação. Existem ainda dois planos de flora – Cactáceas e Sempre-vivas –, que abrangem 44 espécies ou aproximadamente 10% do total de 462 espécies ameaçadas.

Segundo a coordenadora de Planos de Ação de Espécies Ameaçadas de Extinção, Fátima Pires, a meta do ICMBio para os próximos anos é audacio-sa. “Para dar cumprimento à Convenção sobre Di-versidade Biológica foi estabelecido no âmbito do

Probio II a meta de 50% das espécies ameaçadas contarem com planos de ação até 2014. No entan-to, a meta institucional vai além e espera ter 100% das 627 espécies da lista oficial da fauna ameaçada contempladas com planos e com pelo menos 400 ações implementadas até 2014”, destacou Fátima.

Para compreender e auxiliar o processo de constru-ção coletiva, o Instituto Chico Mendes publicou a IN 25/2012 com o passo a passo do processo, e a Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade - Dibio vai lançar até o final do ano, sempre com a parceria dos nossos centros de pesquisa, o PAN Elabore, Monitore e Avalie, um guia para elaboração, monitoria e avaliação partici-pativa de planos de ação nacional. Funciona como um roteiro metodológico detalhado, com proce-dimentos para a organização, logística, facilitação de oficinas e planejamento das ações. Mais do que isso, é um marco no processo organizacional do ICMBio, pois transforma o PAN numa ferramenta de gestão, voltada para a conservação e recupera-ção das espécies ameaçadas.

A responsabilidade pela execução das ações é tan-to do Instituto Chico Mendes quanto dos demais atores envolvidos, conforme o âmbito de atuação de cada um. Entretanto, os 11 centros nacionais de pesquisa e conservação do ICMBio exercem papel fundamental na liderança deste processo, já que coordenam a elaboração e implementação dos PANs sob a supervisão da Coordenação-geral de Manejo para a Conservação. “Os centros fazem a interlocução com diferentes atores institucionais, desde a organização e informação até a captação de recursos para as ações serem implementadas”, frisou Fátima.

PAN em números

Ao longo destes cinco anos, foram realizadas 47 oficinas de planos de ação, com 996 participantes e 663 representantes de instituições. Foram realiza-das 2.653 ações e programadas 385 metas. Além disso, existe a monitoria anual dos planos com o objetivo de verificar seu andamento, implemen-tação das ações e entrega dos produtos definidos neles. Até hoje foram realizadas 14 monitorias e a previsão é de que até o final do ano mais 16 serão realizadas, contemplando quase a totalidade dos planos elaborados desde 2004.

Os PANs estão cada vez mais articulados com os processos e macroprocessos institucionais, como a criação de unidades de conservação, ações de fiscalização, licenciamento, educação ambiental, ações socioambientais de gestão, entre outros. O ICMBio também está cada vez mais integrado com as ações de parceiros externos, como o Ibama e Órgãos Estaduais de Meio Ambiente - OEMAs para licenciamento e uso sustentável dos recursos e am-bientes foco dos planos.

PAN Manguezais do Brasil

Um dos exemplos da nova forma de pensar a con-servação de espécies ameaçadas é o PAN Mangue-zais do Brasil. Com o objetivo de elaborar estraté-gias para a conservação das espécies ameaçadas e de importância socioeconômica com ocorrência no ecossistema de manguezal, situado ao longo da costa brasileira, foi realizada a Oficina de Bali-zamento do PAN Manguezais. O encontro contou com a participação de representantes de povos e comunidades tradicionais, pesquisadores de uni-versidades brasileiras, nossos analistas e represen-tantes de entidades ambientais.

Durante o evento, uma lista de espécies ameaça-das e de importância socioeconômica foi produzi-da, servindo de base para o planejamento do PAN. Também foram indicadas áreas prioritárias que es-tão sendo trabalhadas e serão objeto de planeja-mento das oficinas regionais do PAN. Antecedendo as oficinas, serão realizadas três reuniões prepara-tórias com representantes de povos e comunidades tradicionais para levantar ameaças locais e refinar a lista de espécies de importância socioeconômica do PAN.

O PAN Manguezais busca também estabelecer estratégias para garantir a manutenção do modo de vida tradicional das comunidades costeiras que vivem nesses ecossistemas. O trabalho está sendo coordenado pelo nosso CNPT, com supervisão da Coordenação de Planos de Ação de Espécies Ame-açadas de Extinção e apoio financeiro do Projeto Manguezais do Brasil (BRA 07/G32) – coordenado pela Diretoria de Ações Socioambientais e Conso-lidação Territorial em UCs - Disat. “O grande dife-rencial do PAN será a metodologia de participação dos diversos atores que irá priorizar a inclusão dos saberes tradicionais e ancestrais das populações que vivem na costa do Brasil e possuem relação direta com os manguezais”, destacou a coordena-dora do CNPT, Katia Barros.

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ICMBio em Foco

A gestão da pesquisa, um dos principais instrumentos para manejo das unidades de conservação, manejo das espécies e conservação do patrimônio espeleológico, se modernizou com a implantação, em 2007, do Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade - Sis-bio. Segundo a nossa Diretoria de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade, a Dibio, atualmente 100% das UCs têm pesquisas solicitadas em seus terri-tórios, totalizando mais de 108 mil registros de ocorrên-cias de cinco mil relatórios de pesquisa cadastrados via Sisbio. O Parque Nacional do Itatiaia (RJ/SP) é a unidade de conservação federal mais pesquisada. A coordenado-ra de Apoio à Pesquisa, Kátia Torres Ribeiro, afirma que o Instituto avançou não apenas estimulando a pesquisa nas UCs por parte do meio acadêmico, com crescente ar-ticulação entre equipes, gestores, conselhos e sociedade local, mas também apoiando as mais de 140 pesquisas realizadas por nosso corpo técnico de pesquisadores em diversas parcerias, sendo o Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA) o campeão deste ranking.

A pesquisa se fortaleceu institucionalmente com o lan-çamento, em 2010, da Chamada Interna de Projetos, na forma de edital para seleção anual de propostas direcio-nadas à gestão de unidades de conservação e à conserva-ção da biodiversidade e do patrimônio espeleológico. Por meio da primeira chamada, a Dibio apoiou 38 projetos de pesquisa e monitoramento, desenvolvidos tanto por analistas das nossas UCs quanto dos centros de pesquisa e conservação. No edital de 2011 foram 190 os projetos recebidos, dos quais 90 de pesquisa e monitoramento

foram aprovados, além dos diretamente relacionados a planos de ação de espécies ameaçadas – porém, face à restrição orçamentária, apenas 63 receberam apoio. No edital de 2012, foram aprovados e estão sendo financia-dos 84 projetos de pesquisa e monitoramento.

O Instituto vem adotando instrumentos de C&T, dentre eles o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cien-tífica, o Pibic/ICMBio, que visa contribuir com a formação de pessoas na área da pesquisa em temas ambientais, in-centivar a consolidação da política de pesquisa e desen-volvimento científico e tecnológico do Instituto e contri-buir para a expansão e renovação do quadro de servidores atuantes na produção de conhecimento. Desde 2008 já foram envolvidos 122 estudantes de graduação. Em 2008 e 2009, o CNPq disponibilizou dez bolsas por ano, e em 2010 e 2011, 13 bolsas anuais. Neste 6º Edital contamos com 15 bolsas CNPq, além de oito bolsas CIEE, como contrapartida institucional. Os alunos que concluíram ou estão começando o estágio de iniciação científica no Pi-bic/ICMBio encontram-se distribuídos em todo o território nacional, desde a Esec Juami-Japurá, no extremo oeste amazonense, à APA Baleia Franca (SC), Esec Taim (RS) e ao Cemave e CPB, na Paraíba, e Cepsul, em Santa Catarina.

Outra inovação no campo da pesquisa foi a criação, em 2009, do Seminário de Pesquisa e Iniciação Científica do ICMBio, em que são apresentadas as pesquisas realizadas por UCs e centros. Segundo a coordenadora Kátia Tor-res, já chegamos ao número de 331 resumos de trabalhos científicos apresentados na forma de painéis durante as

quatro edições do seminário. Neste ano, centros e unida-des de conservação encaminharam um total de 98 traba-lhos, relatando diversas experiências de pesquisa, inclusive aquelas dos 28 bolsistas do Pibic no período 2011-2012. De acordo com Kátia Torres, são claros os avanços na con-dução de projetos voltados a perguntas chave em relação ao manejo e tomadas de decisão e a articulação com di-versos parceiros em torno destas questões. Os seminários trazem ao debate temas do mais profundo interesse dos gestores de unidades de conservação e dos pesquisado-res dos centros, além de convidar especialistas renoma-dos para discutir suas experiências. Os assuntos variam tanto quanto estratégias para lidar com espécies exóticas invasoras, o papel da pesquisa na modelagem de uso da terra, informações e conceitos essenciais para avaliação do estado de conservação e para proteção efetiva de espé-cies ameaçadas, busca do uso sustentável dos recursos em diversas circunstâncias, monitoramento de bioindicadores e formas de inserir a pesquisa na tomada de decisão sem se cair em paralisia de decisão.

Já o processo de Monitoramento da Biodiversidade busca desempenhar o papel de alavancar, estruturar e coordenar ações de monitoramento da biodiversidade em UCs fede-rais representadas em todos os biomas brasileiros. Para tal, o ICMBio conta com as parcerias do Probio II, BMU/GIZ, GEF Mangue e Arpa na elaboração e implantação dos programas. As ações em curso incluem a execução, des-de 2002, do monitoramento nos ambientes recifais, por meio da metodologia Reef Check, em cinco UCs. Dentre os resultados apresentados podemos destacar a diferença na abundância de grupos indicadores entre as catego-rias de áreas protegidas de uso sustentável e de proteção integral. Para as unidades de conservação do bioma Ca-atinga foi elaborada a estratégia de monitoramento da biodiversidade com a seleção de táxons-alvo prioritários e a metodologia para coleta desses dados, e já foi inicia-da a execução das atividades nas UCs selecionadas. Por sua vez, para as unidades dos biomas Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e dos ecossistemas de manguezais, a es-tratégia de monitoramento da biodiversidade e a seleção de indicadores está em fase de concepção.

A revista científica Biodiversidade Brasileira – BioBrasil é ou-tro marco, já tendo chegado à sua 3ª edição. Em 2011, foram duas edições, uma com o tema Avaliação do Estado de Conservação das Tartarugas Marinhas e outra o número temático Manejo do Fogo em Áreas Protegidas. Em 2012, foi a vez da edição sobre a avaliação do estado de conser-vação das espécies de Ungulados do Brasil, que correspon-dem aos cervídeos, antas e porcos-do-mato. O próximo vo-lume, previsto para o final deste ano, tratará do manejo dos recursos vegetais em unidades de conservação. De acordo com a coordenadora Kátia Torres, editora-chefe da publica-ção, “poucas revistas tratam de experiências de manejo vol-tadas à tomada de decisão, consolidando conhecimentos e experiências. O objetivo é divulgar e discutir estratégias de conhecimento, conservação e manejo da biodiversidade brasileira e das UCs. Além disso, os artigos registram a base técnica do estado de conservação das espécies, disponibi-

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Cinco anos de avanços e desafios em pesquisa científica

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lizando os resultados científicos do processo de avaliação estabelecido por meio de análises consolidadas por pesqui-sadores com experiência em taxonomia, ecologia e conser-vação”. A revista pode ser acessada em www.icmbio.gov.br/revistaeletronica.

Já o Sisbio, sistema de atendimento à distância que per-mite a pesquisadores solicitarem autorizações para cole-ta de material biológico com finalidade científica ou di-dática e a realização de pesquisa científica em unidades de conservação federais e cavernas, melhorou significa-tivamente o atendimento e a prestação de serviços junto aos pesquisadores, graças ao seu formato automatiza-do, interativo e simplificado, que permite a solicitação online de autorizações. Em 2009 o Sisbio foi premiado como uma das dez melhores iniciativas dentre as 167 inscritas no 13º Concurso Inovação na Gestão Pública Federal, promovido anualmente pela Escola Nacional de Administração Pública - Enap para estimular a dissemi-nação de soluções inovadoras em organizações do Go-verno Federal. Dentre os principais resultados destacam-se mais de 27 mil pesquisadores cadastrados no sistema; 9,3 mil autorizações concedidas para atividades científi-cas ou didáticas; 4,8 mil autorizações para realização de pesquisa em todas as 310 UCs geridas pelo ICMBio até maio de 2012; 1.205 autorizações para pesquisa envol-vendo espécies ameaçadas de extinção; 1.090 licenças permanentes para coleta de espécimes da fauna; e 2.013 comprovantes de registro para coleta de material botâ-nico, fúngico e microbiológico – dados de junho/2012.

Em agosto de 2011, foi disponibilizado o módulo relató-rio, possibilitando a geração de um banco de dados com informação dos projetos e resultado das pesquisas auto-rizadas por meio do Sisbio. O lançamento do módulo de relatórios possibilitará importante salto de qualidade para o ICMBio com a passagem do modelo cartorial de emissão de autorizações e licenças para o de utilização da informação científica para aplicação na gestão da sociobiodiversidade. Até 20 de agosto passado, tem-se o universo de 4.980 re-latórios de pesquisa submetidos, com 108.645 registros de ocorrência de táxons, sendo 31.981 em UCs federais.

Entre as nove metas globais do Instituto para o período de junho de 2012 a maio de 2013, publicadas no início deste mês no Diário Oficial da União com o objetivo de avaliar o desempenho institucional da autarquia neste período, uma das metas tem como indicador as solicita-ções feitas ao ICMBio por pesquisadores interessados em coletar dados ou material genético no interior de unida-des de conservação. O estipulado pela portaria é atender 85% dos pedidos dentro do prazo, trabalho feito pelo Sisbio. De junho de 2011 – marco zero, considerando o início da implementação do planejamento estratégico do Instituto – a maio deste ano, o Sisbio recebeu 5.180 solicitações de autorizações e licenças com finalidade científica. Se esse número se repetir no próximo período, a meta fica em cerca de 4.400 solicitações analisadas antes do término do prazo legal.

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Instituto inova em ferramentas de tecnologia da informação

O ICMBio celebra cinco anos com escolhas acer-tadas em relação ao campo de tecnologia da in-formação. A partir da licitação de uma empresa para a prestação de serviços na área de tecnologia de informação, o Instituto Chico Mendes já avan-çou muito, tanto no desenvolvimento de sistemas quanto no de sítios para disponibilização de infor-mações na internet.

No desenvolvimento de sistemas, recentemente foi lançado o “Alerta”, voltado para o combate a in-cêndios florestais. O sistema recebe informações de satélites e emite avisos por e-mail logo que sejam detectados focos de calor no interior das UCs. Não menos importante, e em fase de entrega, pode ser citado o “CANIE”, voltado para informações espe-leológicas. Além de armazenar os dados coletados, sistematizados e georreferenciados relativos às ca-vidades naturais subterrâneas distribuídas no terri-tório brasileiro, ele dará suporte à ampla e irrestrita disponibilização de informações temáticas realiza-das pelo Cecav.

Para os sítios da internet, o ICMBio estruturou seu novo portal de informações ambientais, além de si-tes específicos, como o do Serviço de Informações ao Cidadão - SIC e do Sistema de Autorização e Infor-mação em Biodiversidade - Sisbio, dos centros Cecav e RAN, da APA Cairuçu (RJ), do Projeto Jalapão e da visitação nos parques nacionais Serra da Bocaina (SP), Tijuca (RJ), Serra dos Órgãos (RJ), Itatiaia (RJ/SP), Ju-rubatiba (RJ) e Iguaçu (PR), lançados para a Rio+20. Para esse último, está em desenvolvimento a inclusão das UCs Abrolhos (BA), Caparaó (MG), Chapada dos Guimarães (MT), Chapada dos Veadeiros (GO), Delta do Parnaíba (PI), Jaú (AM), Unini (AM), Ubajara (CE), Cipó (MG), Brasília (DF) e Lagoa do Peixe (RS), com foco na Copa de 2014 e Olimpíadas 2016.

Houve ainda incrementos e melhorias no portal lançado há mais de um ano, como adequação de arquitetura em conformidade com a comunidade do software público para acompanhar as evolu-ções; maior detalhamento das informações da fau-na brasileira; design mais adequado para visitação com objetivo de atender a Rio+20, Copa 2014 e Olimpíadas 2016; homepage revisada para aten-der consultas públicas, downloads e infrações am-bientais; além da disponibilização de atalhos para encontrar unidades de conservação em mapa inte-rativo georreferenciado.

Com apenas um ano o portal já evoluiu com a im-plantação da newsletter da Agência de Notícias do ICMBio – AGBio, voltada para a imprensa; reade-quação das informações das UCs em fichas mais completas; formulação da lista das UCs com to-dos os planos de manejo disponíveis no Instituto em meio digital; implantação de ferramenta para gerar o ICMBio em Foco no formato de e-Book, viabilizando a melhoria para o formato de revis-ta eletrônica; atualização de versão de Banco de Dados MySQL; atualização de versão do Joomla;

redesenho do posicionamento da marca do ICMBio bem como da cor de fundo da homepage; reade-quação das fontes e estilos do conteúdo interno; e reestruturação das informações de fauna brasileira.

Somente em termos de acessos, 43.205 visitantes já fizeram 70.577 acessos a conteúdos do portal até o momento. As páginas das unidades de con-servação e dos biomas brasileiros são as mais visi-tadas. Além da adequação do layout para dar mais liberdade à marca ICMBio, foram criados subsites para as UCs em harmonia com o conceito de layout e design do portal. Com o novo layout, o visitan-

te pode acessar todas as informações relevantes numa única página sem a necessidade de ficar per-correndo vários níveis para alcançar a informação. Estudos mostram que quanto mais níveis são cria-dos em um site, maior a rejeição do usuário.

Entre os próximos passos estão migrar cada site de UC e centro para a nova versão do gerenciador de conteúdos Joomla 2.5, que dará mais segurança, velocidade e também permitirá mantê-lo dentro da versão onde a comunidade contribui com suporte e melhorias.

Sistema high tech contra fogo em UCs

Novo site do Sisbio

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Com o ICMBio, número de visitantes nos parques triplicou em cinco anos

A visitação nas unidades de conservação teve gran-de crescimento a partir de 2007, quando foi criado o Instituto Chico Mendes. Em 2006, um ano an-tes, foram registrados 1,9 milhões de turistas nos parques e florestas nacionais. Quatro anos depois, em 2011, esse número já batia perto de 5 milhões. Agora, em 2012, tudo indica que deve ultrapassar os 5,5 milhões. Levando-se em conta a evolução da série histórica, de 2006 para cá, a visitação pratica-mente triplicou.

Muito disso se deve às ações de estruturação dos parques realizadas pelo ICMBio nestes cinco anos. De 2007 para cá, sob a batuta da Coordenação-geral de Uso Público e Negócios - CGEUP, o Institu-to promoveu uma série de melhorias que atraíram mais visitantes às unidades de conservação. Insta-lou equipamentos de infraestrutura e lazer, adotou serviços que facilitam a vida dos visitantes, como a venda de ingressos online, e ampliou o leque de atrativos em várias unidades.

Junto a isso, o Instituto investiu na parceria com o setor privado, que já fazia sucesso desde muito tempo no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, apontado por gestores e pela imprensa especiali-zada como um belo exemplo de administração de parques nacionais. Assim, foram viabilizadas con-cessões de serviços de uso público na Tijuca (RJ) e em Noronha (PE). Outros processos já estão no for-no e devem ir à licitação neste ou no próximo ano.

“Estamos trabalhando forte para dotar os parques de uma boa estrutura de visitação. Essa é a gran-de vocação dessas unidades”, diz Sonia Kinker, que acaba de assumir a CGEUP. Ela já sonha com o dia em que todos os 69 parques nacionais estejam funcionando plenamente, prontos para receber tu-ristas do Brasil e do mundo.

Na prática, apenas dois parques – o Pico da Neblina (AM) e o Araguaia (TO) – estão oficialmente fecha-dos à visitação, por conta de questões jurídicas en-volvendo sobreposição com terras indígenas. Os de-mais, embora em níveis diferentes de consolidação da visitação (em relação aos instrumentos de plane-jamento, normas, controle e registro de visitantes), recebem algum fluxo de pessoas. O campeão é o Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro.

“O que nós estamos fazendo, em primeiro lugar, é trabalhar naqueles parques que apresentam maior pressão de visitação, com instrumentos de ordena-mento que garantam a integridade dos recursos da unidade e para a qualidade da experiência do visitante. No médio prazo, nosso objetivo é atender a todas as unidades nos seus processos de ordena-mento da visitação”, anuncia Sonia.

Além de dar maior visibilidade e prestígio às uni-dades de conservação, a visitação ordenada tem outros ganhos. Um deles está na arrecadação pela cobrança de ingressos e nas concessões de serviços de uso público. No ano passado, foram recolhidos aos cofres do Instituto R$ 24.377.889,48, incluin-do valores arrecadados com ingressos onde há co-brança, mais as concessões nos parques nacionais do Iguaçu (PR) e da Serra dos Órgãos (RJ).

Parna Restinga de Jurubatiba

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Alguns dos parques nacionais abertos à visitação

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Instituto viabiliza Bolsa Verde, Luz para Todos e telecentros para populações extrativistas e tradicionais

Nestes cinco anos, o ICMBio desenvolveu impor-tantes ações, projetos e programas em 59 reservas extrativistas, 16 florestas nacionais e na única RDS federal até hoje criada. Foram iniciativas de pro-moção de atividades produtivas, estudos de mer-cado, projetos de acesso a crédito para atividades extrativistas, que promoveram o uso sustentável dos recursos naturais pelas populações tradicionais e o desenvolvimento socioambiental nas unidades.

Dentre as ações, destacam-se projetos para extra-ção de óleo de babaçu, buriti e bacuri nas reservas extrativistas Chapada Limpa (MA), Ciriaco (MA) e Extremo Norte do Tocantins (TO); implementação da cadeia produtiva do açaí nas reservas extrativis-tas do Marajó (PA), Médio Juruá (AM) e Rio Cajari (AP); projeto de manejo de crocodilianos na Resex Lago do Cuniã (RO); projeto de manejo de pirarucu nas reservas de Auati-Paraná (AM), do Rio Jutaí (AM) e do Médio Juruá (AM); resgate da produção de borracha na Resex Tapajós-Arapiuns (PA); ma-nejo florestal madeireiro comunitário nas reservas Chico Mendes (AC), Verde para Sempre (PA), Ituxi (AM) e nas Flonas Purus (AM) e Tapajós (PA).

Além disso, o ICMBio articulou e promoveu o aces-so das populações tradicionais beneficiárias de unidades de conservação federais aos mercados institucionais de produtos da sociobiodiversidade. Nesse sentido, podem ser citados o Programa de Aquisição de Alimentos - PAA, a Política de Garan-tia de Preços Mínimos - PGPM e Política Nacional de Alimentação Escolar - PNAE. O Instituto ofe-

receu também assistência técnica para atividades extrativistas e populações tradicionais. Articulações feitas junto aos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário permitiram a inserção das populações tradicionais das UCs como benefi-ciárias do Programa Nacional de Assistência Técni-ca e Extensão - Pronater.

Na área da comunicação e inclusão digital, o Ins-tituto Chico Mendes apoiou a implantação dos telecentros comunitários nas UCs, visando a cons-trução de agendas positivas para as populações tradicionais e seu entorno. Em 2010, foram apro-vados 210 telecentros em 67 UCs. Desde então, esses espaços vêm sendo instalados pelo Ministério das Comunicações, com mediação e articulação institucional das equipes das unidades de conser-vação. Ainda nessa área, o ICMBio conseguiu junto à Anatel que as populações tradicionais e extrati-vistas usuárias das UCs federais tivessem priorida-

de no Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado Prestado no Regime Público - PGMU. Neste ano, está prevista a implementação da nova fase do plano, quando serão definidos os quantitativos e acordados os procedimentos para a instalação da telefonia pú-blica nas comunidades, visando o atendimento das necessidades das famílias nas UCs.

O Instituto apoiou, por outro lado, a implemen-tação do Programa Luz para Todos nas unidades de conservação federais. As negociações com a direção nacional do programa contribuíram para a edição do Decreto nº 7.530, que incluiu as co-munidades das reservas extrativistas, assentamen-

tos rurais, comunidades indígenas e quilombolas como público prioritário desse programa.

Mais recentemente, o ICMBio implementou o pro-grama Bolsa Verde nas UCs. O programa de apoio à conservação ambiental e distribuição de renda foi instituído pelo Governo Federal e integra o Plano Brasil Sem Miséria. É destinado especificamente a povos e comunidades tradicionais em situação de extrema pobreza e prevê o pagamento de R$ 300 por trimestre às famílias que não desmatarem as suas reservas. O Instituto já cadastrou no programa 10.500 famílias residentes em reservas extrativistas e florestas nacionais.

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Resex Ipaú-Anilzinho (PA) ganhou dois telecentros

Seminário de capacitação dos gestores do ICMBio na execução do Bolsa Verde

Flona Tapajós (PA) é modelo de manejo florestal madeireiro

Participantes de reunião para formação de conselho gestor de telecentro

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Instituto avança na regularização fundiária de unidades de conservação

O Instituto Chico Mendes comemora também o sal-do positivo de 138.510 hectares de desapropriações feitas em um processo pioneiro de consolidação ter-ritorial por parte do ICMBio nas unidades de conser-vação federais no período 2009-2012. Isso equivale a R$ 132,2 milhões em desapropriações alcançadas pela autarquia. Para se ter uma ideia, somente no Parque Nacional da Serra da Canastra (MG), cerca de 11 mil hectares de terras foram recebidos em doação para fins de compensação de reserva legal, representando 6% da área total da UC e economia de R$ 20 milhões em recursos para o ICMBio.

Uma desapropriação celebrada foi a de um imóvel ru-ral situado no Parque Nacional de Itatiaia (RJ), numa área de 38 hectares de alta pressão antrópica e que engloba as cachoeiras do Escorrega e da Maromba – um dos principais atrativos turísticos do município de Visconde de Mauá. Recentemente também foi desa-propriado no Parque Nacional da Chapada Diaman-tina (BA) imóvel de 150 hectares, que engloba trilha que conduz à cachoeira da Fumaça, uma das mais relevantes e conhecidas da região.

O passivo de regularização fundiária dentro das áreas protegidas é histórico, mas o ICMBio vem construindo estratégias técnicas, possibilitando êxitos relevantes nesta ação. “Historicamente, a complexa legislação, a falta de padronização dos procedimentos de regularização fundiária, a carên-cia de pessoal especializado, os limitados recursos financeiros, entre outros fatores, dificultaram mui-to a aquisição de terras em unidades de conserva-ção”, relembra a coordenadora-geral de Consoli-dação Territorial, Eliani Maciel.

A Portaria Interministerial nº 391/2011, dos ministé-rios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrá-rio e do Planejamento, Orçamento e Gestão, insti-tuiu grupo de trabalho para propor um Plano de Regularização Fundiária de Unidades de Conserva-ção Federais e que deve ser apresentado em breve. Esse plano deverá se constituir em instrumento de promoção da consolidação territorial das unidades de conservação federais, condição essencial para im-plantação e gestão desses espaços protegidos.

As metas do plano foram escalonadas em conso-nância com o eixo temático Gestão e Consolida-ção Territorial das UCs, da Estratégia Nacional para Ampliação e Consolidação do SNUC, considerada como desdobramento do Plano Estratégico da Convenção sobre Diversidade Biológica em cons-trução pelo Brasil no âmbito da iniciativa Diálogos sobre Biodiversidade: Construindo a estratégia Brasileira para 2020, aprovado na 10ª Conferência das Partes - COP 10 em Nagoya (Metas de Aichi). Ele será implementado em duas etapas, sendo a primeira no período 2012-2014 e o segundo no período de 2015-2020, o que requer a ampliação da capacidade operacional do ICMBio e a busca de mecanismos alternativos de financiamento.

Atualmente todos os processos de indenização de benfeitorias e de obtenção de imóveis, nas suas diversas formas, ainda são bastante morosos, pois têm seu término centralizado na sede do Institu-to em Brasília. “Para maior fluidez, a alternativa é descentralizar as instâncias decisórias para que a maioria das ações de desapropriação e a recepção de imóveis em doação ocorram no âmbito das coor-denações regionais”, frisa Eliani.

A contratação de serviços para promover o levan-tamento e a caracterização da situação fundiária, o georreferenciamento de imóveis e a instrução de processos de obtenção de imóveis ou de indenização de benfeitorias é uma oportunidade para ampliar a capacidade operacional do Instituto Chico Mendes. Para tanto se tem investido na busca de parcerias operacionais com instituições governamentais e não governamentais, além de buscar no mercado priva-do empresas que possam fornecer estes serviços.

Um dos principais problemas para continuidade do trabalho de consolidação territorial das unidades de conservação decorre da ausência de recursos suficientes para desapropriação e/ou indenização de benfeitorias. Nesse sentido, o ICMBio vem in-vestindo na busca de alternativas para financiar as ações de regularização fundiária das UCs, com destaque para a compensação de reserva legal, implementando o art. 66 da Lei nº 12.651/2012,

possibilitando a plena utilização deste mecanis-mo em favor da UCs; a alteração do Decreto nº 6.514/2008 para viabilizar a conversão de multas aplicadas pelos órgãos ambientais na destinação de recursos para desapropriações; e a proposição de uma lei que possibilite a doação em pagamento de dívidas tributárias e não tributárias de imóveis inseridos em unidades de conservação federais, chamada doação em pagamento.

Populações Tradicionais

As populações extrativistas tradicionais beneficiá-rias de 35 unidades de conservação de uso susten-tável, que juntas somam quase 4.641 milhões de hectares, passaram a ter direito ao uso e à ocupa-ção das áreas mediante Concessão de Direito Real de Uso, a CDRU. Das 173 UCs do grupo uso sus-tentável, 66 foram criadas para beneficiar popula-ções tradicionais – 16 Flonas, 59 Resex e uma RDS –, totalizando 12,3 milhões de hectares. Em 2009, duas UCs possuíam CDRU, o que beneficiava 3.600 famílias. De lá para cá esse número saltou para 29 UCs com CDRU, totalizando 4.531.787,05 hecta-res de área, beneficiando cerca de 33.950 famílias.

“A regularização da situação fundiária e a obtenção da CDRU estão entre as principais reivindicações das populações tradicionais residentes ou benefi-ciárias das UCs de uso sustentável”, explica Eliani. “Somente dessa forma essas populações obtêm o seu reconhecimento formal, adquirindo direitos incontestáveis às políticas públicas, especialmente aos créditos produtivos da reforma agrária e outros programas sociais”, coclui ela.

A portaria possibilita a transferência da gestão das terras públicas federais ao ICMBio, que por sua vez expede os contratos de Concessão de Direito Real de Uso às comunidades tradicionais das reservas extrati-vistas e reservas de desenvolvimento sustentável, ga-rantido o efetivo acesso a esses territórios protegidos.

Cartilha da regularização fundiária de UCs

A Coordenação-geral de Consolidação Territorial e a equipe do Parque Nacional do Itatiaia (RJ) produziram a “Cartilha de Regularização Fun-diária de Unidades de Conservação Federais”. O objetivo da publicação é mostrar, na prática, como se a aplicação da Instrução Normativa nº 02/2009, que institui procedimentos a serem adotados pelos proprietários, posseiros e pelo Instituto Chico Mendes para viabilizar a regula-rização fundiária das unidades de conservação federais. A cartilha, em formato virtual em www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunica-cao/cartilha_de_regularizacao_fundiaria.pdf, pode ser acessada e utilizada tanto pelos servi-dores da autarquia quanto pelos proprietários de terras ou de benfeitorias em unidades de con-servação. A formulação e publicação da cartilha teve apoio da Conservation International e Fun-dação SOS Mata Atlântica. “Agora a sociedade tem, de forma objetiva e direta, amplo acesso a informações quanto aos seus direitos e como requerê-los”, frisa a coordenadora-geral de Con-solidação Territorial.

Anúncio da celebração do CCDRU para àrea ribeirinha às margens do rio Tapajós, em 2010, na Flona Tapajós (PA)

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Supervisão Geral

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Colaboraram nesta edição

Adilson Borges – Parna Iguaçu; Aldo Sérgio Vasconcelos – Comunicação ICMBio/Nordeste; Cristino Pereira da Silva – Parna Sete Cidades; Dandara Santos, Elmano Augusto, Fernando Pinto, Rodrigo Rueda, Sandra Tavares e Thaís Alves – DCOM.