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Órgão Informativo do Conselho Regional de Medicina do Paraná Ano VII • Nº 58 Julho e Agosto/2003 www.crmpr.org.br e-mail: [email protected] Começa luta para implantação do rol de procedimentos médicos ENVELOPAMENTO AUTORIZADO. PODE SER ABERTO PELO ECT IMPRESSO pós lançamento nacional da Classificação Hierar- quizada de Procedimen- tos Médicos, entidades discutem estratégias de âmbito regionais para consolidar a proposta entre os profissionais e também para conduzir as negociações com as operadoras de saúde. No Paraná, o Conselho Regional de Medi- cina, a AMP, o Simepar e Socie- dades de Especialidades vêm realizando reuniões para escla- recer alguns aspectos técnicos do rol de procedimentos, bem como reunindo sugestões para a Reso- lução que visa dar amparo legal à dignificação da atividade mé- dica. A classificação, que reúne 5,4 mil procedimentos e oferece flexibilização de valores de até 20% para mais ou para menos, começou a ser apresentada tam- bém em algumas regiões do Estado. O seu reconhecimento, contudo, somente será possível com a conscientização e anuên- cia de todos os profissionais. Páginas 8 e 9 EDIÇÃO ESPECIAL Marcadas pelo consenso, com formalização de chapas únicas, as eleições dos conselheiros e delegados representantes do CRM-PR vão ocorrer no dia 20 de agosto. Mais de 70% dos médicos paranaenses habilitados a votar terão acesso ao sistema informatizado, resultado de parceria firmada pelo Conselho com o TRE. As urnas eletrônicas estarão disponíveis em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa. Os demais profissionais votam pelos Correios, sendo obrigatória a postagem antecipada. A posse dos eleitos ocorre em 1.º de outubro. Páginas 2, 3, 4 e 5 As eleições do Conselho Comitês hospitalares debatidos em Jornada de Bioética Página 6 Videoconferências para Acadêmicos Página 7 Médicos denunciam na CPI a pressão das operadoras Página 10 Mobilização visa garantia de recursos à saúde Página 15 O drama da falta de leitos de UTI no PR Página 16 Nesta edição Regionalização será uma das prioridades Após lançamento em Vitória (foto à esq.), as entidades médicas iniciaram a apresenção do rol de procedimentos nas cidades do PR. Foz e Cascavel foram as primeiras. A reunião em 4 de agosto, na sede do CRM, em Curitiba, marcou o engajamento das Sociedades de Especialidades no processo de conscientização visando a implantação do rol de procedimentos médicos.

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Órgão Informativo doConselhoRegional de Medicina doParaná

Ano VII • Nº 58Julho e Agosto/2003www.crmpr.org.bre-mail: [email protected]

Começa luta para implantaçãodo rol de procedimentos médicos

ENVELOPAMENTO AUTORIZADO. PODE SER ABERTO PELO ECTIMPRESSO

pós lançamento nacionalda Classificação Hierar-quizada de Procedimen-

tos Médicos, entidades discutemestratégias de âmbito regionaispara consolidar a proposta entreos profissionais e também paraconduzir as negociações com asoperadoras de saúde. No Paraná,o Conselho Regional de Medi-cina, a AMP, o Simepar e Socie-dades de Especialidades vêmrealizando reuniões para escla-recer alguns aspectos técnicos dorol de procedimentos, bem comoreunindo sugestões para a Reso-lução que visa dar amparo legal àdignificação da atividade mé-dica. A classificação, que reúne5,4 mil procedimentos e ofereceflexibilização de valores de até20% para mais ou para menos,começou a ser apresentada tam-bém em algumas regiões doEstado. O seu reconhecimento,contudo, somente será possívelcom a conscientização e anuên-cia de todos os profissionais.Páginas 8 e 9

E D I Ç Ã O E S P E C I A L

A Casa do MédicoA Casa do MédicoMarcadas pelo consenso, com formalização de chapas únicas, as eleiçõesdos conselheiros e delegados representantes do CRM-PR vão ocorrer no dia20 de agosto. Mais de 70% dos médicos paranaenses habilitados a votarterão acesso ao sistema informatizado, resultado de parceria firmada peloConselho com o TRE. As urnas eletrônicas estarão disponíveis em Curitiba,Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa. Os demais profissionais votampelos Correios, sendo obrigatória a postagem antecipada. A posse doseleitos ocorre em 1.º de outubro. Páginas 2, 3, 4 e 5

A Casa do MédicoA Casa do MédicoAs eleições do Conselho

Comitês hospitalaresdebatidos emJornada de BioéticaPágina 6

Videoconferênciaspara AcadêmicosPágina 7

Médicos denunciamna CPI a pressãodas operadorasPágina 10

Mobilização visagarantia derecursos à saúdePágina 15

O drama da falta deleitos de UTI no PRPágina 16

Nesta edição

Regionalização será uma das prioridadesApós lançamentoem Vitória (foto àesq.), as entidadesmédicas iniciaram aapresenção do rolde procedimentosnas cidades do PR.Foz e Cascavelforam as primeiras.

A reunião em 4 de agosto, na sede do CRM, em Curitiba, marcou o engajamento das Sociedades deEspecialidades no processo de conscientização visando a implantação do rol de procedimentos médicos.

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Vote Médico!

editorial

e x p e d i e n t e

Jornal do Conselho Regional de Medicina do Paraná

Conselho EditorialLuiz Sallim Emed (coordenador), Donizetti Dimer Giamberardino Filho, EhrenfriedOthmar Wittig, João Manuel Cardoso Martins, Eloi Zanetti e Hernani Vieira.

Diretoria - Gestão 1998/ 2003Presidente: Cons. Luiz Sallim EmedVice-Presidente: Cons. Donizetti Dimer Giamberardino Filho1.ª Secretária: Cons. Marília Cristina Milano Campos2.ª Secretária: Cons. Monica De Biase Wright KastrupTesoureiro: Cons. Roberto Bastos da Serra FreireTesoureiro-Adjunto: Cons. Gerson Zafalon MartinsCorregedora: Cons. Raquele Rotta Burkiewicz

Conselheiros EfetivosCarlos Ehlke Braga Filho, Carlos Roberto Goytacaz Rocha, Daebes Galati Vieira,Donizetti Dimer Giamberardino Filho, Gerson Zafalon Martins, Hélcio BertolozziSoares, José Luís de O. Camargo (Londrina), Kemel Jorge Chammas (Maringá), LuizSallim Emed, Marcos Flávio Gomes Montenegro, Mariângela Batista Galvão Simão,Marília Cristina Milano Campos, Mauri José Piazza, Monica de Biase Wright Kastrup,Raquele Rotta Burkiewicz, Roberto Bastos da Serra Freire, Rubens Kliemann, SérgioMaciel Molteni, Wadir Rúpollo e Zacarias Alves de Souza Filho.

Conselheiros SuplentesAntonio Carlos de A. Soares (Cascavel), Célia Inês Burgardt, Cícero Lotário Tironi,Jorge Rufino Ribas Timmi, José Eduardo de Siqueira (Londrina), Lucia HelenaCoutinho dos Santos, Luiz Antonio de Mello Costa (Umuarama), Luiz JacinthoSiqueira (Ponta Grossa), Manoel de Oliveira Saraiva Neto, Marco Antonio do S.Marques R. Bessa, Mario Stival, Minao Okawa (Maringá), Niazy Ramos Filho, NilsonJorge de M. Pellegrini (Foz do Iguaçu), Orlando Belin Júnior (Guarapuava), RenatoSeely Rocco e Sylvio José Borela (Pato Branco).

Membros NatosDr. Duilton de Paola / Dr. Farid Sabbag / Dr. Luiz Carlos Sobania / Dr. Wadir RúpolloConsultor jurídico: Antonio Celso Cavalcanti de AlbuquerqueAssessores jurídicos: Afonso Proenço Branco Filho e Martim Afonso PalmaMédico Fiscal: Dr. Elísio Lopes Rodrigues

Sede – Curitiba / Regionais da Saúde Estadual: Curitiba / Curitiba Norte /Curitiba Sul / ParanaguáRua Victório Viezzer, 84, bairro Vista Alegre / 80810-340 - Curitiba – PR / Fone:(0xx41) 240-4000 / Fax: (0xx41) 240-4001.·Delegacia Seccional de ApucaranaRua Dr. Oswaldo Cruz, 510 – sala 502 / Edifício Palácio do Comércio – Centro /86800-720 – Apucarana- PR / Fone: (0xx43) 424-1417Presidente: Dr. José Marcos Lavrador·Delegacia Seccional de Campo MourãoAv. Capitão Índio Bandeira, 1400 sala 412 – Centro / 87300-000 – Campo Mourão-PR / Fone/fax: (0xx44) 525-1048.Presidente: Dr. Dairton Luiz Legnani·Delegacia Seccional de CascavelRua Senador Souza Naves, 3983 – sala 705 / Edifício Comercial Lince – Centro /85801-250 – Cascavel- PR / Fone/fax: (0xx45) 222-2263.Presidente: Dr. Keithe de Jesus Fontes·Delegacia Seccional de Foz do IguaçuRua Almirante Barroso, 1293 – sala 604/ Condomínio Centro Empresarial PedroBasso / 85851-010 – Foz do Iguaçu – PR / Fone/fax: (0xx45) 572-4770Presidente: Dr. Nilson Jorge de Mattos Pellegrini·Delegacia Seccional de GuarapuavaRua Barão do Rio Branco, 779 sala 07 – Centro / 85.010-040 – Guarapuava-PR/Fone/fax: (0xx42) 623-7699Presidente: Dra. Vera Lúcia Dias·Delegacia Regional de LondrinaAv. Higienópolis, 32 sala 1403 / Condomínio Empresarial Newton Câmara/ 86020-040 – Londrina-PR / Fone: (0xx43) 3321-4961 /Fax: (0xx43) 3339-5347Presidente: Dr. José Luís de Oliveira Camargo·Delegacia Regional de MaringáRuas das Azaléias, 209 / 87060-040 – Maringá- PR Fone/fax: (0xx44) 224-4329Presidente: Dr. Kemel Jorge Chammas·Delegacia Seccional de Pato BrancoRua Ibiporã, 333 sala 401 – Centro / 85501-280 / Fone/fax: (0xx46) 225-4352Presidente: Dr. Paulo Roberto Mussi·Delegacia Seccional de Ponta GrossaRua XV de Novembro, 512 sala 76 – Centro / 84010-020 – Ponta Grossa-PR/ Fone/fax: (0xx42) 224-5292Presidente: Dr. Luiz Jacinto Siqueira·Delegacia Seccional de ToledoRua Santos Dumont. 2705 – Centro / 85900-010 – Toledo-PR / Fone/fax: (0xx45)252-3174Presidente: Dr. Eduardo Gomes·Delegacia Seccional de UmuaramaPraça da Bíblia, 3336 – sala 302 / Edifício CEMED – Zona 01 / 87501-670 –Umuarama-PR / Fone/fax: (0xx44) 622-1160Presidente: Dr. Luiz Antônio de Melo Costa·Delegacia Regional de Porto UniãoRua Prudente De Morais, 300 - 89400-000 - Porto União - SCFone: (0xx42) 523-1844 – Fax: (0xx42)522-0936Delegado Regional do Cremesc: Dr. Ayrton Rodrigues Martins

Jornalista responsável: Hernani Vieira – Mtb 993/06/98V-PR / Assistentes editoriais:Priscila P. J. Naufel e Giselli Brisk / Fotos: Joel Cerizza e Miro Matiak / ProjetoGráfico: Jump! Comunicação / Editoração: Upper Comunicação (0xx41) 252-0674 /Fotolito e Impressão: Serzegraf / Tiragem: 16.500 mil exemplares.

lguns médicos criticam aobrigatoriedade de votar,com justificativa da auto-

nomia e do direito democrático denão participar; outros pela apatia edistanciamento na eleição de colegaspara o CRM, em clara indiferençada importância no trabalho para oexercício ético da medicina.

Entendo que é um direito domédico votar para contribuir e le-gitimar os colegas que estarão dispo-nibilizando seu tempo, em detrimen-to do convívio com a família, paradedicar-se aos interesses da classemédica e também para a sociedade.

Encontra-se na pauta das en-tidades nacionais, temas de muitaimportância para todos os médicos,com destaque para a defesa do AtoMédico, a Classificação BrasileiraHierarquizada dos ProcedimentosMédicos, o Plano de Cargos, Carreirae Salários, o Programa da Saúde daFamília e Escolas Médicas. NoParaná, estamos incrementando edivulgando a aplicação de estratégiaspara que tais questões sejam conso-lidadas.

É preciso ressaltar que emoutros projetos específicos, oConselho de Medicina do Paraná épioneiro, como a educação médicae ética continuada, via videocon-ferência, desenvolvida em conjuntocom as sociedades de especialidades.O CRM tem contribuído em apri-morar a qualidade do curso médicoao disponibilizar às Faculdades deMedicina, através da videopato-logia, necropsias em tempo real.Trata-se de contribuição extraor-dinária para o aprendizado de alunos

e mesmo de professores e outrosprofissionais.

Outra ação que nos mobiliza visainsistir para que o Estado como umtodo (Ministério da Saúde e Secre-tarias Estadual e Municipais)obedeça o estabelecido em lei,aplicando o percentual mínimoobrigatório do orçamento para asaúde. Igualmente, precisamoscontinuar atenções para denunciaras distorções e as dificuldades dosetor saúde, pela carência de leitos,principalmente de UTI, bem comoexigir remuneração digna dasoperadoras de saúde, há tantotempo sem qualquer aumento, einformar à comunidade sobre osverdadeiros responsáveis pelo acessocada vez mas restrito, que faz crescero grupo de excluídos.

Com toda certeza, não são osmédicos os culpados. Porém, pelofato de estarem na ponta do sistema,acabam sendo responsabilizadosjuridicamente, de forma injusta, poromissão. E pior: compromete oreconhecimento por parte dacomunidade. Muitas ações precisamser mantidas e incrementadas pararecuperar o prestígio e a confiançada sociedade no nosso trabalho.

É preciso ampliar a participaçãodos colegas no CRM, via eleição dedelegados que serão os represen-tantes das várias regiões do nossoEstado. Além de apontar as defi-ciências específicas regionais, sa-berão eles divulgar os propósitosmaiores do Conselho para o for-talecimento e a resgate do respeitoda classe médica.

É fundamental consolidar ainda

mais a união das entidades médicas.O Paraná não ficou na intenção evárias iniciativas demonstram otrabalho conjunto, como a publi-cação do Jornal CRM/AMP e asjornadas médicas descentralizadas,que se somam a outros eventos emparceria. Aproximamos muito,também, das demais instituiçõesmédicas, como as cooperativas detrabalho e as de crédito. Devemosnos manter nesse caminho.

É um desejo que as diferençasideológicas e os interesses indivi-duais ou de grupo sejam ultrapas-sados para a consolidação e aexpectativa da formação da Ordemdos Médicos. Porém, não é precisoaguardar a ordem de direito, buro-cratizada. A ordem de fato é queprecisa fluir para determinar o alicercedesse mecanismo de representativi-dade. Estamos trabalhando com essafilosofia, que deve ser consolidadade modo progressivo, pois é o desejodos médicos brasileiros.

São muitos os projetos quefazem parte da equipe que estarádisposta às expectativas da classemédica na iminente gestão. Apersistência, o respeito intransigentedos princípios éticos da medicina ea atenção às dificuldades da comu-nidade carente são alguns doscompromissos que renovamos emdefesa da sociedade. Mais que ovoto do colega médico, queremos oseu envolvimento no processo dedignificação crescente da profissãoe, também, na construção de um paísmais justo e solidário.

Cons. Luiz Sallim Emed,presidente do CRM/PR

“Todas as flores do futuroestão nas sementes de hoje.”

Provérbio chinês

compromisso e o perfil ético foram os requisitos que prevaleceram na escolha dos nomes dosnovos candidatos a conselheiros. A experiência dos já componentes do corpo de integrantesdo CRM somou-se a médicos que atuam em instituições de saúde públicas ou privadas, assim

como a profissionais de especialidades de maior demanda, outros com experiência sindical, algunscom vivência na área das cooperativas e associações. Contemplamos também aqueles que atuamprioritariamente nos hospitais. Enfim, buscou-se a maior abrangência e equilíbrio entre médicosmais jovens e experientes, considerando-se, também, a questão de gênero. Outro Importanteaspecto a influenciar na formação do grupo de trabalho foi a necessidade de renovar e formarnovas lideranças, buscando, para isso, representatividade em todas as regiões do Estado.

O perfil dos novos conselheiros

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eleições

É HORA DE VOTAR!s eleições para indicação dos conselheiros e delegados efetivos e suplentes do CRM-PR vão ocorrer no dia 20 de agosto, data-limite também para o recebimento dos votosatravés de correspondência. O consenso marca o pleito no Paraná, onde a recondução de conselheiros e o chamamento de médicos do mais elevado conceito celebram acontinuidade de propostas afinadas com a defesa da sociedade, da valorização profissional, do ensino e da ética. Os profissionais estão sendo conclamados não apenas a

exercer o direito e o dever do voto mas, também, de somar forças em iniciativas que visam proteger e dignificar o seu trabalho. Implantação do rol de procedimentos, a nova leido Ato Médico e dos Conselhos, a garantia de escolas de medicina de qualidade e o plano de carreira na esfera do SUS são alguns dos temas de relevância que vão nortear o futuroda profissão. O material sobre as eleições traz informações de como votar, os candidatos, as propostas e também algumas das realizações do último quinqüênio, que servirão desustentação para continuidade ou implementação de novos projetos.

eleição para composição doquadro de conselheirosefetivos e suplentes do

Conselho Regional de Medicina doParaná e de delegados das Regionaise Seccionais será realizada no dia 20de agosto. Pela primeira vez nahistória do CRM a votação terá afacilidade das urnas eletrônicas.Contudo, o sistema informatizadoainda será parcial, já que o convêniocelebrado com o Tribunal RegionalEleitoral teve de ser limitado a cincodas principais cidades paranaensesface a restrições técnicas. O pleitoinformatizado terá o acompanha-mento e fiscalização do TribunalEleitoral.

Nada menos do que 9.653(71,98%) dos 13.410 médicosinscritos e sem impedimento legalpara o voto possuem domicílio nascidades-sedes onde estarão implan-tadas as urnas eletrônicas. Nasdemais sedes de Delegacias serãoduas votações por cédulas: uma emurna manual, para indicação dosdelegados locais, e outra através decorrespondência, para os conse-lheiros. Nas demais municipalidadesa votação também será dupla, massomente via carta-resposta. Alémdos médicos-militares e dos profis-sionais com restrições adminis-trativas, também os inadimplentesficam impedidos de votar, situaçãoque pode ser regularizada até o diado pleito. As justificativas deausência serão recebidas até 29 deagosto.

Candidatos e legislaçãoA chapa de consenso deno-

minada “União Médica” vai con-correr para a composição do corpode conselheiros. Os 42 integrantes(um deles indicado pela AMP),entre titulares e suplentes, tomarãoposse no dia 1.º de outubro, quandotermina o mandato atual. Na mesmaocasião ocorre a reunião plenáriaonde os conselheiros escolherão, viavoto, a composição da diretoria parao quinqüênio 2003/2008, nas fun-ções de presidente e vice, 1.º e 2.ºsecretários, tesoureiro titular eadjunto e corregedor. O concursode chapa única também se manifestaem todas as 11 Delegacias, que terãoa indicação de seus presidentesigualmente em plenárias.

As normas que definem aseleições deste ano dos Conselhosregionais estão contidas na Reso-lução n.o 1.660/2003, do CFM,editada em março e disponível atodos os médicos. A ComissãoEleitoral do Paraná é integrada pelosmembros-natos do CRM, Drs.Duílton de Paola e Farid Sabbag eainda pelo ex-conselheiro EhrenfriedOthmar Wittig, que chamam aatenção dos médicos para algumasparticularidades, como a dife-renciação das cédulas (eletrônicas emanuais) e na forma de votar entreos que residem em Curitiba, nascidades-sedes das Delegacias e nasdemais municipalidades.

Duílton de Paola, presidente daComissão, ressalta que o voto é

obrigatório – e um direito – paratodos os médicos registrados noConselho, exceto aos inscritos comomilitares. O descumprimento danorma, sem justa causa ou im-pedimento, implica em sançãoadministrativa e multa fixada emR$33,73, conforme circular emitidapelo Conselho Federal.

Ainda conforme o presidente daComissão, o médico deve observaro domicílio constante dos registrosdo CRM, pois não poderá votar emoutra cidade que não a informadano cadastro. O alerta se deve a umsignificativo percentual de pro-fissionais que se encontram comendereço desatualizado. “Mantero cadastro atualizado não é apenasuma obrigação legal e ética domédico, mas também uma forma deusufruir de informações úteis aoexercício da atividade”, destaca.

As chapas inscritas serão consi-deradas eleitas por maioria simples,ou 50% do total de votos, mais um.A apuração será iniciada ime-diatamente após cumprido o prazolegal, com o resultado tornadopúblico através dos veículos decomunicação. Os candidatos aconselheiros e delegados efetivos esuplentes, já apresentados na ediçãode maio e junho do Jornal do CRM,podem ser conferidos na Página 5desta edição. Do mesmo modo,estão relacionados no material járecebido por médicos domiciliadosem cidades onde a votação não éinformatizada.

Voto eletrônico disponível paramais de 70% dos médicos do PR

Médicos porregiões (*)Apucarana - 345 (214votam pelos Correios)Campo Mourão - 239 (120)Cascavel - 451 (54)Curitiba - 7.210 (**)Foz do Iguaçu - 354Guarapuava - 220 (59)Londrina - 1.925 (511)Maringá - 1.115 (346)Pato Branco - 387 (253)Ponta Grossa - 565 (261)Toledo - 263 (152)Umuarama - 336 (151)(*) Estimativa até ofinal de julho(**) Inclui 441médicos de municípiosda RM e litoral, quevotam via Correios

Como justificara ausênciaA ausência no pleitopoderá ser justificada aqualquer momento,através decorrespondência oucomunicação porescrito ao Conselho ouàs Delegacias. O prazoexpira em 29 deagosto, ficando ofaltoso sujeito àssanções estabelecidas.São aceitas como justacausa problemas desaúde ou viagem,dentre outros, quedevem ser compro-vados por documento.

AtençãoO voto é secreto e individual; o votopara maiores de 70 anos é facultativo; omédico inscrito em mais de um Conselhoestá obrigado a votar em apenas um; omédico inscrito como militar estáimpedido de votar, como determina oartigo 4.° da Lei n.° 6.681/79.

Duílton de Paola

Farid Sabbag

Ehrenfried Othmar Wittig

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Como votar

• Luta pela justa remuneração profissional nas áreas pública e privada.• Implantação da Classificação Hierarquizada de ProcedimentosMédicos da AMB/CFM.• Ação política na defesa do Ato Médico.• Defesa do ensino médico de qualidade• Mobilização contra abertura de escolas que não atendam àsnecessidades sociais e técnicas.• Maior atuação e autonomia às Câmaras Técnicas do CRM.• Ampliação dos programas de educação médica continuada e adistância.• Reformulação do ensino e defesa da residência médica.• Participação do Conselho nas políticas de saúde.• Integração das entidades no movimento médico paranaense.• Estímulo ao debate da Bioética.• Ações em prol da saúde e qualidade de vida do médico.• Plano de cargo, carreira e vencimento.• Cumprimento da Emenda Constitucional para maior dotação orçamentária à saúde.

Médicos residentes em CuritibaMédicos habilitados ao voto e com domicílio em Curitiba votamsomente uma cédula, para composição do quadro de conselheiros eque conta com chapa única, a “União Médica”. A Capital, que reúne6.780 médicos, terá 18 seções eleitorais e sete zonas. Nove das seçõesestarão instaladas na própria sede do Conselho, no bairro Vista Alegre.O Hospital de Clínicas, Pequeno Príncipe e o Hospital Evangélicoterão duas seções cada. Os hospitais Cajuru, Nossa Senhora dasGraças e Santa Casa contarão com uma seção. Poderão votar nasunidades hospitalares somente os médicos integrantes do corpo clínicoe constantes das listagens fornecidas pela administração de cadaunidade. A votação começa às 8h e será encerrada às 20h de 20 de agosto.Observar que os profissionais das cidades que formam a RegiãoMetropolitana, 441 ao todo, não fazem parte desse perfil e votamatravés de correspondência.Médicos residentes nas cidades-sedes de DelegaciasLondrina terá três seções eleitorais e Maringá duas, enquanto Cascavele Ponta Grossa somente uma. Apenas nessas quatro cidades a votaçãoserá informatizada, com as urnas eletrônicas instaladas nas sedes dasDelegacias. Os médicos votam duas vezes. A primeira para a composiçãodos conselheiros do CRM e a segunda para os delegados efetivos esuplentes do âmbito local. Também o pleito será das 8 às 20h.Para os domiciliados nas demais cidades-sedes de Delegacias (Apu-carana, Campo Mourão, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Pato Branco,Toledo e Umuarama), também são duas votações, mas em cédulas depapel: uma via Correios (correspondência) para conselheiros e a outrapara os delegados representantes na própria sede. Como o voto porcorrespondência deve chegar à sede do CRM até 20h de 20 de agosto,é obrigatório que a postagem seja feita no máximo até o dia 17.Médicos residentes nas demais cidadesEm todas as demais cidades os médicos votam através decorrespondência, observando que são duas situações: uma paraindicação dos conselheiros, com postagem para a sede do CRM, eoutra dos delegados de sua região, com o material sendo enviado àDelegacia, onde será feita a contagem. O envio do material pelosCorreios começou na segunda quinzena de julho e serão consideradosválidos os votos que chegarem às sede do Conselho Regional deMedicina e Delegacias até 20h de 20 de agosto.O material da correspondênciaConstituído de:• 1 envelope branco endereçado à Comissão Eleitoral• 1 envelope amarelo – VOTO• 1 papeleta de identificação• 1 exemplar de cédula eleitoralComo proceder• Assinale a cédula eleitoral, colocando-a dentro do envelope “Voto”.Feche-o devidamente, de forma que o voto seja secreto e inviolável;• Preencher a papeleta de identificação de forma completa e legível;• Coloque o envelope VOTO (já com a cédula eleitoral), juntamentecom a papeleta de identificação, no envelope branco endereçado àComissão Eleitoral.Importante:• Não identifique ou rasure a cédula eleitoral, pois neste caso o votoserá anulado.• O voto por correspondência será válido se chegar à Delegacia/Sededo CRM até 20h de 20 de agosto.• De acordo com a Lei n.° 3267/57, o voto é obrigatório, sendonecessário apresentar a Carteira Profissional de Médico e estar quitecom a anuidade do CRM.

Propostas da chapa“União Médica”

Agradecimento aos conselheirosA atual Diretoria do CRM, ao mesmo tempo em que conclama todos os médicos a se envolverem noprocesso eleitoral, dirige especial agradecimento aos conselheiros, delegados e colaboradores que fazemparte da atual equipe de trabalho mas que, por razões diversas, estarão ausentes de forma direta nospróximos cinco anos. O quadro de conselheiros está sendo renovado em cerca de 50%, porém preservandoos princípios relevantes que norteiam a função.

EfetivosCarlos Ehlke Braga FilhoCarlos Roberto Goytacaz RochaDonizetti Dimer Giamberardino FilhoEdgard Luiz Westphalen (Londrina)Ewalda Von Rosen S. Stahlke (AMP)Gerson Zafalon MartinsHélcio Bertolozzi SoaresKemel Jorge Chammas (Maringá)Luiz Sallim EmedMarco Antonio do S. M. R. BessaMarília Cristina Milano CamposMauri José PiazzaMiguel Ibrahim Abboud Hanna SobrinhoMonica De Biase Wright KastrupRaquele Rota BurkiewiczRoberto Bastos da Serra FreireSérgio Ossamu IoshiiWadir RúpolloSérgio Maciel MolteniWilmar Mendonça GuimarãesZacarias Alves de Souza F.°

SuplentesAlexandre Gustavo BleyAntonio Techy (Ponta Grossa)Carlos Edmundo Rodrigues Fontes (Maringá)Carlos Puppi Busetti Mori (Cascavel)Célia Inês BurgardtFernando MeyerHélio Delle Donne JúniorJoaquim GrafJosé Luís de Oliveira amargo (Londrina)Lúcia Helena Coutinho dos SantosLuiz Antonio de Melo Costa (Umuarama)Luiz Ernesto PujolMarcelo da Silva KaminskiMarcos Flávio Gomes MontenegroMário StivalMarta Vaz Dias de Souza Boger (Foz do Iguaçu)Maurício Marcondes RibasPaulo Roberto Mussi (Pato Branco)Romeu BertolRoseni Teresinha FlorêncioWanderley SilvaComo votar

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO PARANÁCédula Única Eleitoral – 2003

Chapa Única: “União Médica” (2003/2008)

O uso da nova sede para a implementaçãode atividades científico-culturais e maiorproximidade com outras instituições e aprópria sociedade estão entre as propostasda nova equipe de trabalho do CRM.

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eleições

Realizações da atual Diretoriamandato do quadro atual de Conselheiros e da sua Diretoria termina em 1.º de outubro, data que marca aposse dos sucessores. Apesar da prestação de contas ser uma formalidade legal e oficial, de plenoacesso público, o Jornal do CRM faz um resumo das principais ações desenvolvidas pela Diretoria nos

últimos cinco anos, caracterizadas sempre pelo zelo ético e defesa do médico e da sociedade.

Estreitamento das relações comoutras instituições, não só represen-tativas da classe médica, visando avalorização e a dignificação da ativi-dade profissional, o cumprimento dospreceitos ético-constitucionais, afacilitação do acesso a uma saúde dequalidade pela população e a inserçãoem campanhas voltadas à melhoriada qualidade de vida do médico e dasociedade de modo geral. Merece ên-fase a parceria e integração do CRM-AMP, num processo que a médio prazoacabou levando à consolidação daproposta de integração das entidadesmédicas, celebrada de forma defini-tiva no X ENEM, realizado em maioúltimo em Brasília.

Aprimoramento e expansão dasCâmaras Técnicas como contribuiçãocientífica, ética, profissional e social,inclusive buscando a cooperação deprofissionais de outras áreas.

Participação direta e efetiva nagrande maioria de eventos ou ações,de âmbito municipais, estadual ounacional, que tenham como princípiosa defesa dos interesses maiores daprofissão, a profilaxia e a melhoria dosindicadores de saúde, o que inclui arepresentatividade nos Conselhos deSaúde e em Comissões como dePrevenção da Mortalidade Materno-Infantil, de Saúde Mental, Saúde daMulher e do Trabalhador, de trans-plantes e Políticas de Saúde. Tambémestá presente em comitês de estudose prevenção, além de organizaçõescomo o Instituto Paranaense deAcreditação Hospitalar.

Projetos de educação médicacontinuada, com destaque para asvídeo e teleconferências, as jornadasde Bioética, as palestras éticas einteração com os programas dasSociedades de Especialidades, alémdos cine-debates.

Integração e parcerias com outrasinstituições de formação e graduação,ampliando o potencial de conheci-mento médico-científico, como oconvênio com a Faculdade de Medi-cina da USP, que permite a realizaçãode discussões anátomo-clínicas apartir de autópsias on line.

Melhor estruturação física eadministrativa das atividades do

Conselho e suas Delegacias, semprecom o objetivo de facilitar as açõesem prol do médico e da sociedade demodo geral. Nesta área, a principalrealização é a construção da sede doConselho, no bairro Vista Alegre, quemais do que o status de “Casa doMédico” eleva-se a um referencialarquitetônico e histórico-cultural.Além de aquisições ou modernizaçãode sedes das Delegacias, merece des-taque ainda a consolidação do projetoDelegacias de Fronteiras, que integrao Conselho do Paraná e o de SantaCatarina, otimizando as atividadesnas divisas geográficas de Rio Negro/Mafra e União da Vitória/Porto União.

Maior atenção ao conhecimento einformações relevantes à práticamédica, à ética e às decisões políticas,a partir da continuidade da RevistaArquivos e de outras propostaseditoriais, como o Jornal do CRM, oencarte científico-cultural Iátrico, acoleção Cadernos do Conselho e apoioa outras iniciativas que elevam aMedicina. Outro importante canalinterativo tem sido a internet, com oCFM disponibilizando o Portal doMédico e oferecendo suporte para queos Conselhos Regionais, como oParaná, ampliem seu potencial infor-mativo aos usuários. O CRM criouseu Conselho Editorial e formouparcerias especializadas nas áreas deMarketing e Comunicação, para darsuporte a todas as atividades ematenção ao médico.

Com o respaldo de pesquisaextraída do próprio meio médico,maior participação do CRM nasdecisões políticas, destacando-se ahistórica participação nas eleições de2002, enaltecendo as candidaturas demédicos afinados com a causa dasaúde.

Maior agilidade nos procedimen-tos da esfera do Conselho, agora coma experimentação também dos recur-sos tecnológicos da videoconferência.

Descentralização das atividades doConselho, com maior autonomia dasDelegacias e recrudescimento daproposta de visitas itinerantes maisfreqüentes da Diretoria, possibilitandocontato mais estreito com diretoresclínicos de serviços de saúde e

lideranças políticas, além dos própriosmédicos.

Parceria com o TRE para arealização da primeira eleiçãosemi-informatizada, permitindo amais da metade dos médicos afacilidade do voto eletrônico.

Criação de Câmaras Técnicas,dentre outras, de Bioética, Psiquia-tria, de Antitabagismo e de Controlede Medicamentos, de elevado inte-resse e benefício ao médico, à suasaúde e à sua atividade.

Ampla atenção à questão dascondições da prática médica, com aComissão de Fiscalização ganhandoo status de Departamento e maiorautonomia e meios para atuação emtodo o Estado.

Reformulação da estrutura desuporte técnico de informática, dasede e das Delegacias, propiciando aintegração. Também aquisição deequipamentos que permitiu ao CRM-PR implantar um programa pioneirode educação a distância.

Reestruturação e ampliação doDepartamento Jurídico, que em etapaintermediária, além de atividadeshabituais e pareceres técnicos e éticos,começa a oferecer consultorias a médi-cos referentes a outras áreas do Direi-to, dando-lhe orientação sobre cami-nhos jurídicos a tomar para suas questões.

Iniciativas pioneiras no país comointerdição profissional cautelar einterdição ética de estabelecimentode saúde, ambos de modo a evitaratos lesivos à população.

No âmbito nacional, ao lado dasdemais instituições, o Conselho tematuado de forma marcante em tornodos grandes temas de interesse doprofissional, como a remuneraçãodigna, a formação de qualidade e acontenção dos cursos de medicina, oAto Médico, a Lei dos Conselhos, acarreira médica na área pública, acobrança por mais recursos à área desaúde e o cumprimento das normaslegais que envolvem a profissão médicano país, como a restrição ao estran-geiro ou ao brasileiro graduado noExterior que não atenda aos requi-sitos previstos.

Orientação ao médico com algumtipo de dependência química.

• Delegacia Seccional de ApucaranaChapa “Responsabilidade com quali-dade ética”Efetivos: Adail Rother Júnior, CarlosAlberto Gebrim Preto, GuilhermeAugusto Storer, José Marcos Lavradore Osmundo Pereira Saraiva.Suplentes: Altimar José Carletto,Enéas Peres Prado, Milton CésarRodrigues, Nércio Gonzalez Estrada eNewton Benevenuto.

• Delegacia Seccional de Campo MourãoChapa “Ética e progresso”Efetivos: Antônio Carlos Cardoso,Dairton Legnani, Manoel da ConceiçãoGameiro, Moacir Ciulla Porciúncula eWilfredo Sérgio Sandy Saavedra.Suplentes: Altair Gonçalves, AntônioSérgio de Azevedo Rebeis, CarlosRoberto Henrique, José AlexandreGargantini Rezze e Sílvio Xavier.

• Delegacia Seccional de CascavelChapa “Consciência e união”Efetivos: Keithe de Jesus Fontes,Fayez Mehanna, Aldo Luís Hota, GleiceFernanda Costa Pinto Gabriel e HiKyung Ann.Suplentes: Nelson Ossamu Osaku, JoséFernando Carvalho Martins, Allan CezarFaria Araújo, André Pinto Montenegroe Paulo Marcelo Schiavetto.

• Delegacia Seccional de Foz do IguaçuChapa “União”Efetivos: Isidoro Antônio VilamayorAlvarez, Luiz Henrique Zaions, NilsonJorge de Mattos Pellegrini, TomásEdson Andrade da Cunha e Valter daCruz Teixeira.Suplentes: José Antônio RodriguesJúnior, Marco Aurélio Farinazzo, MichelCotait Júnior, Rodrigo Lucas deCastilhos Vieira e Sebastião PintoLeme Filho.

Delegacia Seccional de GuarapuavaChapa “Ética e equilíbrio”Efetivos: Wagner Novaes Carneiro,Amir Youssef Nasr, Augusto César PradoAlves, Stefan Wolanski Negrão eFrederico Eduardo W. Wirmond.Suplentes: Edílson Rodrigues da Silva,Edina Ramos R. Carvalho, AudevirBenedito Ribeiro, David L. AlvesFigueiredo e Iara Rodrigues Vieira.

• Delegacia Regional de LondrinaChapa “União médica Londrina”

Efetivos: Adelmo Ferreira, Álvaro Luizde Oliveira, João Henrique SteffenJúnior, Luís Fernando Rodrigues eMarcos Menezes Freitas de Campos.Suplentes: Adel Mamprim, AlessandraSpironelli Pinheiro, Antonio CésarMarson, José Eduardo de Siqueira eSylvio Ferreira Filho.

• Delegacia Regional de MaringáChapa “Trabalho e integração”Efetivos: Kemel Jorge Chammas, MárioMassaru Miyazato, Natal DomingosGianotto, Minao Okawa e Mário LinsPeixoto.Suplentes: Aldo Yoshissuke Taguchi,Luís Francisco Costa, José CarlosFernandes, Mariane Arns e Vera LúciaAlvarez Beltran.

• Delegacia Seccional de Pato BrancoChapa “Novo milênio”Efetivos: Eduardo Obrzut Filho, GianaDacle Telles, João Schemberk Júnior,Paulo Furtado e Sylvio José Borela.Suplentes: César M. de Souza, EduardoToshimitsu, Gilberto Almeida e JoséNortolaz Neto.

• Delegacia Seccional de Ponta GrossaChapa “União médica”Efetivos: Luiz Jacintho Siqueira,Gilberto Luiz Ortolan, Dalton ScarpinGomes, Northon Arruda Hilgenberg eDário de Melo Júnior.Suplentes: Marcelo Tassari, DaniellaAlvarez Mattar, Cleverson Urcichi,Marcelo Jacomel e Meierson Reque.

• Delegacia Seccional de ToledoChapa “Toledo”Efetivos: Celso Paulo M. Dall’Oglio,Eduardo Gomes, José Afrânio DavidoffJúnior, Roberto Simão Roncatto e SérgioKazuo Akiyoshi.Suplentes: Frederico Patino Cruzatti,Ivan Garcia, José Carlos Bosso, JoséMaria Barreira Neto e Wilsom Botton.

• Delegacia Seccional de UmuaramaChapa “Integridade ética”Efetivos: Guilherme Antônio Schmitt,João Jorge Hellú, Luiz Renato Ribeirode Azevedo, Mauro Acácio Garcia eOsvaldo Martins de Queiroz Filho.Suplentes: Adalberto Carlos GiovaniniFilho, Fernando Elias Mello da Silva,Juscélio de Andrade, Luiz Antônio deMelo Costa e Luís Lucacin Júnior.

Composição de chapas dasDelegacias do Conselho

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geralJ U L H O E A G O S T O - 2 0 0 3 / P Á G I N A 6

Jornada de Bioética debatecriação de comitês hospitalares

o dia 5 de agosto, a Diretoriado CRM-PR recebeu em suasede, para uma reunião-

almoço, representantes do Minis-tério Público Estadual. A visitaenvolveu integrantes das Promo-torias de Defesa da Saúde, daCriança e do Adolescente e daCidadania. Um dos objetivos do en-contro foi ampliar as ações do ter-mo de convênio celebrado em 1996pelo Conselho e o MP, já que se pren-dia a questões unicamente da saúde.Como assinala o presidente do

erca de 300 profissionais,entre médicos, enfermeiros eadvogados, participaram da

14.ª Jornada de Bioética do Con-selho Regional de Medicina doParaná, realizada em Londrina, nosdias 27 e 28 de junho. O programade debates foi inteiramente dirigidoà relevância dos Comitês Hospi-talares de Bioética, bem como suasorigens e finalidades para a área desaúde atualmente.

De acordo com o conselheiroJosé Eduardo de Siqueira, o temafoi amplamente explorado pelos

participantes. “Foi um encontromuito proveitoso, pois as diferentesformações do público enriqueceramo debate”, relata. O presidente daSociedade Brasileira de Bioética,Volnei Garrafa, ao fazer a conferênciade abertura, enfatizou a necessidadede criação de um comitê hospitalara nível nacional. Ressaltou tambémos resultados de iniciativas comoesta em outros países da Europa enos Estados Unidos.

Para Siqueira, as discussõesainda estão num estágio inicial.“Infelizmente, são poucos os hos-

pitais que possuem comitês, masacredito que a tendência de expan-são chega a todos em um curtoperíodo”, avisa. No Estado, apenaso Hospital Universitário Regionaldo Norte do Paraná (HU) temcomitê específico. E, em apenas umano, já atendeu cerca de 15 casosque envolviam dilemas moraisrecorrentes aos pacientes de UTI epronto-socorro. “Embora o projetoainda esteja em fase de adequação, éuma prioridade. A expectativa édefinir posições relativas ao assuntoaté o final do ano”, afirma Siqueira.

Representantes do MP visitam sede do Conselho

espertar nos pediatras oorgulho pela especia-lidade e contribuir para

o resgate da dignidade daprofissão são os objetivos que apresidente da Sociedade Para-naense de Pediatria, ElianeMara Cesário Pereira Maluf,descreve ao apresentar o livroUma história da pediatria doParaná. Lançado às 20h de 28de julho, na sede da entidade, olivro traz 74 páginas comimagens e relatos dos principaisfatos ligados à especialidade noParaná. A obra, escrita pelosmédicos Diether Garbers e LuizFernando Beltrão, foi editadapela Reproset e seu lançamentofez parte das comemorações doDia do Pediatria, transcorridono dia 26. Os 2 mil exemplaresda edição terão distribuiçãogratuita e dirigida.“Registrar os fatos históricosocorridos no Paraná foi, para

História da pediatria

nós, um trabalho meticuloso egratificante, pois pudemos acom-panhar desde a vinda dos primeirosespecialistas para a capital, passan-do pela evolução e crescimento doexercício da especialidade até ainteriorização do atendimento e aconseqüente necessidade de forma-ção de um número cada vez maiorde pediatras e outros especialistasdedicados à criança”. A referênciaé feita na introdução do livro pelosautores, que foram presidentes dasociedade e tem um histórico deativa atuação em defesa da profissão.

Luiz Fernando Beltrão e Diether Garbers (sentados) foram osautores da obra. Em pé, a presidente Eliane Mara Maluf ediretores da Sociedade Paranaense de Pediatria.

O presidente da Sociedade Brasileira de Bioética,Volnei Garrafa (ao centro), proferiu a conferênciade abertura da 14.ª Jornada do CRM-PR.

A Jornada de Bioética ocorreu no HospitalUniversitário de Londrina e atraiu dezenas deprofissionais de saúde e estudantes.

Aproveitando a ocasião, o HUdeu início a 1.ª Jornada do Comitêde Bioética do HURNPR, abor-dando as experiências e o cenárioatual dos comitês hospitalares deoutras regiões, especialmente do RioGrande do Sul e São Paulo.

As jornadas de Bioética do

Conselho para o segundo semestrejá estão sendo planejadas pelaCâmara Técnica, com perspectivade fechar o ano cobrindo a maioriadas regiões, como em 2002. Noprimeiro semestre foram realizadoseventos em Ponta Grossa, Maringáe Londrina.

CRM, Luiz Sallim Emed, a maiorcooperação entre as instituições pro-jeta benefícios à criança, ao adoles-cente, ao idoso, ao portador de de-ficiência e também à saúde do tra-balhador e de proteção ao meio am-biente.

Os representantes do MinistérioPúblico conheceram as instalaçõesda nova sede do Conselho e, alémda deferência às característicasarquitetônicas que se harmonizamcom a da história da Medicina,exibiram empolgação com a pro-

posta de maior integração com asociedade, a partir de manifestaçõesartístico-culturais.

Na oportunidade, ainda, osvisitantes ressaltaram o apoio do MPna observância dos percentuaisorçamentários previstos consti-tucionalmente para a saúde. Emoportunidade anterior, os conse-lheiros do CRM tinham recepcio-nado em sua sede componentes dadiretoria da OAB-PR e da Caixados Advogados, ratificando termosde parceria em prol dos direitosconstitucionais, de defesa da so-ciedade e de cooperação técnicaentre as profissões. Outras reuniõesserão agendadas com as mesmasfinalidades. A próxima, ainda emagosto, terá a presença de diretoresda Associação Comercial do Paraná.

Conselheiros erepresentantes doMP, em encontrorealizado na novasede do CRM.

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Parceria com Sociedadesde Especialidades

educação continuadaJ U L H O E A G O S T O - 2 0 0 3 / P Á G I N A 7

Programa de telepatologiaestendido para faculdades

édicos e acadêmicos demedicina de São Paulo,Curitiba e Maringá parti-

ciparam de discussões anátomo-clínicas nos dias 9 e 23 de julho. Oevento do dia 9 marcou a realizaçãoda primeira videoconferência deTelepatologia no auditório da Sededo Conselho Regional de Medicina,em Curitiba e, com o propósito deampliar o programa de educaçãomédica continuada, foi dirigido aosestudantes da Faculdade Evangélicado Paraná e residentes do HospitalUniversitário Evangélico. Este foio primeiro passo dado pelo CRM-PR, que pretende investir emeventos dirigidos a estudantes dasuniversidades da Capital e tambémde Londrina, Maringá e Cascavel,propiciando a oportunidade paraque os profissionais, residentes eestudantes tenham, no Estado,acesso um programa contínuo e

s videoconferências eoutros eventos cien-tíficos realizadas em

parcerias com as Sociedades deEspecialidades vêm reforçandoo programa de educação conti-nuada do Conselho Regional deMedicina do Paraná. A Socie-dade Paranaense de Aneste-siologia já estabeleceu umcalendário de videoconferênciaspara o segundo semestre desteano, com palestras e debates noauditório do CRM, em Curiti-ba, com transmissão para Lon-drina e Maringá. O primeiromódulo da programação cien-tífica foi realizado nos dias 27 e28 de junho, com cerca de 80participantes.

O médico AlexandreCiappina Hueb e o cirurgiãocardiovascular Luiz FernandoKubrusly, abordaram os temas“Suporte Inotrópico – Parte I– Farmacológico” e “SuporteInotrópico – Parte II – Me-cânico” . O médico paulista

Alexandre Hueb discorreu sobre“Uso dos Anti-Fibrinolíticos emcirurgia cardíaca”, enquanto oanestesiologista paranaense RogérioRehme falou sobre “CirculaçãoExtra-Corpórea: O quê o anes-tesiologista precisa saber e o quedeve fazer?”.

No dia 8 de agosto, o novomódulo teve como tema “Hu-manização e Valorização da Espe-cialidade”, com palestrantes emCuritiba e Londrina e com a trans-missão incluindo Maringá. Para osdias 29 e 30 de agosto, a video-conferência abordará ginecologia eobstetrícia. Em setembro, dias 12 e13, o trauma estará em discussão,enquanto clínica médica será de-batida no dia 26. Em outubro, nodia 24, o evento estará centrado emanestesiologia. Informações pelosfones (0xx41) 264-6666 ou 263-3333.

Para saber sobre outros eventosde outras especialidades já agen-dados, favor consultar o Conselhode Medicina.

Robótica aplicada à cirurgiaO debate “Robótica aplicada à Cirurgia” foi o tema da videoconferência realizada no dia 24 dejulho e transmitida para o auditório da Santa Casa de Misericórdia. A presença da robótica comoexperiência nas especialidades médicas, seus pontos positivos e ainda passíveis de controvérsiasdo uso da tecnologia foram os principais assuntos debatidos pelos 20 participantes presentes noevento. Promovida pelo Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da USP, avideoconferência contou com o apoio do CRM-PR, da Faculdade Evangélica e da UniversidadeFederal do Paraná.

gratuito de educação médica adistância, através de videocon-ferências. O projeto faz parte de umaparceria celebrada entre o Conselhoe a Faculdade de Medicina da USP,através dos Departamentos de Tele-Educação e Patologia Clínica.

A videoconferência do dia 23foi transmitida para o auditório daSanta Casa de Misericórdia, sendodirigida para todos os médicos eresidentes de Curitiba, contandocom mais de 40 participantes. EmMaringá, o programa tem sido muitobem aceito. Na mesma edição do

dia 23, cerca de 60 acadêmicos ouprofissionais acompanharam noauditório da Delegacia Regional atransmissão da USP.

Através do convênio celebradoentre o CRM-PR e a FMUSP, asdiscussões anátomo-clínicas a partirda realização de autópsia on lineestarão sendo realizadas até o finaldo ano, conforme calendário jádivulgado. As próximas etapas vãoocorrer nos dias 6 e 20 de agosto.Everão envolver estudantes daUniversidade Federal do Paraná eresidentes do Hospital das Clínicas.

Acadêmicos daEvangélica

acompanharama primeira

transmissão detelepatologia

para a sede doConselho.

Certificação eletrônicaA certificação eletrônica e seus vários desdobra-mentos foi o tema abordado na videoconferênciatransmitida do Conselho Regional de Medicina de SãoPaulo para o Paranaense no dia 10 de julho. O eventocontou com a participação de representantes daFaculdade Evangélica do Paraná, da PontifíciaUniversidade Católica do Paraná, Santa Casa deMisericórdia e Hospital Erasto Gaertner.

Drs. Rogério Rehme, Rodrigo Milani e Alexandre Hueb, napalestra do dia 28 de junho, na sede do CRM.

Outros eventos no CRMA Regional do Paraná da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia vai realizarconferência na sede do CRM, na noite de 18 de setembro. O palestrante será o Prof. KatsuroTomita, da Kanazawa University (Japão). A Associação Paranaense de Medicina do Trabalhorealiza em novembro a 18.ª Jornada Paranaense de Saúde Ocupacional. Será nos dias 6, 7 e 8,no auditório do CRM, em Curitiba.

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opiniãoJ U L H O E A G O S T O - 2 0 0 3 / P Á G I N A 8

ARQUIVO GE M

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bioéticaJ U L H O E A G O S T O - 2 0 0 3 / P Á G I N A 9

MINADA.P65

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saúde suplementarJ U L H O E A G O S T O - 2 0 0 3 / P Á G I N A 1 0

o dia 14 de julho, a saúdebrasileira comemorou umavitória. A 4.a Vara Criminal

de São Paulo condenou à penamáxima os réus do caso Androcur– um dos mais escandalososepisódios de produção e venda demedicamentos falsos nos país. Oscondenados deverão pagar multade 50 a 900 salários mínimos, sobpena de 10 a 15 anos. Os demaisenvolvidos, a maioria donos defarmácia, foram absolvidos.

Em 1998, o aposentado CyroAmâncio dos Santos morreu apósser medicado com droga falsa porcerca de cinco meses, em MinhasGerais, enquanto lutava contra ocâncer de próstata. O hospital emque o aposentado ficou internadotambém foi acionado por omissão.A Justiça de Belo Horizonteestipulou, em primeira instância,sentença favorável à ação movidapela família.

Apesar das investidas daimprensa, ao mostrar cada vez maisações do Ministério da Saúde e daPolícia Federal para investigar epunir os criminosos, inúmerosoutros casos como o do aposentadoCyro Amâncio dos Santos conti-nuam a se repetir no país. A grandemaioria é decorrente da faltafiscalização e controle dos labora-tórios brasileiros. Hoje, sabe-se queexistem verdadeiras quadrilhas defalsificadores de medicamentosagindo clandestinamente, colocan-do em risco a saúde da população– parcela mais prejudicada. Opresidente da Anvisa, CláudioMaierovitch, em depoimento àCPI da Pirataria, declarou que oórgão é deficiente para impedircasos recentes como do Cerlobar edo gel oftálmico Methyl Lens

o setor de saúde suple-mentar, o grande desafiodos médicos tem sido

vencer o conveniente imobilismo einsensibilidade das operadoras e daANS, frente à brutal defasagem dosvalores dos serviços médicos hojepraticados”. A declaração foi feitapelo presidente do CFM, Edson deOliveira Andrade, ao depor na CPIdos Planos de Saúde no final dejunho. Ele ressaltou que nos últimossete anos os planos aumentaram, emmédia, 230% o valor das mensali-dades, mas não apenas deixando derecompor o valor dos honorários co-mo, em alguns casos, até diminuíram.

Na audiência pública, Andradeentregou ao presidente da CPI,Henrique Fontana (PT-RS), umdossiê com denúncias formuladaspelos usuários dos planos. Asqueixas, conforme o presidente doCFM, são as mais variadas possíveis,indo de aumento exagerado dasmensalidades até exames e cirurgiasnegados ao descredenciamento demédicos sem qualquer aviso aos seuspacientes. Ele fez questão deassinalar que a classe médica nãoestá em campanha contra as ativi-dades das operadoras, mas insisteque este é um tipo de atividadeeconômica que não pode se sobreporàs garantias sociais.

O presidente da AMB, Eleusesde Paiva Vieira, também foi ouvidona CPI, no final de julho, e ratificouas denúncias apresentadas pelorepresentante do Conselho Federalde Medicina. “Muitos médicos sãoobrigados a antecipar a alta hospi-talar de seus pacientes por exigênciadas operadoras de saúde”, queixou-se, ao mesmo tempo em que citounúmeros de pesquisa encomendadapela própria AMB para comprovarsua denúncia. O trabalho revela que93% dos médicos do país se quei-xam da intromissão das operadoras.Ainda de acordo com Paiva, parareduzir os custos, as empresas

Médicos denunciam na CPI dosPlanos a pressão das operadoras

limitam o número de exames dediagnóstico ou pré-operatórios,numa prática cada vez mais comum.

O presidente admitiu ainda quepoucos profissionais denunciam apressão exercida pelas empresas desaúde pelo temor do descredencia-mento. Durante a audiência, Paivasugeriu duas medidas que evitariama possível interferência das empresas:a criação de regras para o descre-denciamento e a nomeação, porparte das operadoras de saúde, deum médico responsável. Nos casosde conflito, o médico da operadorase responsabilizaria pela decisão.Usuários e representantes de órgãosde defesa do consumidor, ouvidosna CPI, ratificaram as denúncias quecolocam a assistência privada comolíder de reclamações por descumpri-mento de aspectos da legislação.

As audiências da CPI nosEstados começam no dia 18 deagosto, na Assembléia Legislativa doParaná, em Curitiba, quando serãoouvidos parlamentares, autoridadesda saúde, entidades locais, represen-tantes de usuários, consumidores,prestadores e operadoras de planosde saúde. Na Capital paranaense, aCPI também deverá ter uma reuniãoconjunta com a Comissão Especialde Investigações da Saúde Privadada Câmara Municipal, com a qual oConselho de Medicina vem colabo-rando.

A CPI dos planos de saúde foiinstalada pela Câmara Federal nodia 10 de junho, com a finalidade de

“investigar denúncias de irregu-laridades na prestação de serviçospor empresas e instituições privadasde planos de saúde”. O reque-rimento que pediu a instauração daComissão é de autoria do deputadoHenrique Fontana (PT-RS ), presi-dente da CPI. Os trabalhos, quedevem prosseguir até dezembro de2003, visam propor sugestões deaprimoramento da legislação dosplanos de saúde. Além dos pro-blemas verificados pelos usuários,consumidores e prestadores deserviços, a CPI deve avaliar aatuação da Agência Nacional deSaúde Suplementar e questõeseconômico-financeiras das operadoras.

ContratualizaçãoA realização das três etapas do

Fórum Nacional de Saúde Suple-mentar, somada à CPI dos Planosde Saúde, deve oferecer grandesavanços na tentativa de se corrigiras distorções existentes. A primeiraetapa do fórum, em julho, permitiuavanço nos debates, a serem concluí-dos após as duas próximas edições,a de 9 e 10 de setembro e a última,provavelmente em outubro. Comoreflexo imediato, a ANS já promo-veu algumas mudanças nos planosde saúde, como a exigência do con-trato com as empresas prestadorasde serviços, num prazo de 180 dias.Uma das lacunas ficou por conta dafalta de contratualização entre asoperadoras e os médicos, o que vaiexigir esforço de toda a classe paraimplantação dos rol de procedimentos.

Cartão-descontoO governo federal prepara uma ofensiva para acabar com asempresas que vendem os chamados cartões-desconto, que contamcom mais de 1 milhão de usuários e concorrem com os planos eseguros de saúde. Em junho, a Agência Nacional de SaúdeSuplementar proibiu as empresas registradas no órgão de vendertais produtos. Em julho, o Ministério da Saúde encaminhou aoExecutivo um projeto de lei que visa proibir os cartões, que criama expectativa de um atendimento que não ocorre. As entidadesmédicas apóiam o fim da prática.

Mobilização contra apirataria de medicamentos

Hypac.O CRM-PR reforça seu alerta

aos médicos e demais profissionaisda saúde para que estejam atentosà qualidade e procedência deprodutos. O auxílio de outrossetores é essencial para fortaleci-mento do combate à pirataria demedicamentos no país. De acordocom a Anvisa, a área médica é peçafundamental no combate ao crime.Para agilizar notificações sobreirregularidades, o órgão pretendeassinar um acordo de cooperaçãocom os médicos. As primeirasnegociações com a AssociaçãoMédica Brasileira e demais socieda-des de especialidades ocorreram naúltima semana do mês de julho.

Ações fraudulentasNo primeiro semestre, cerca

de 16 pessoas morreram apósserem submetidas ao contrasteradiológico Celobar, que continhasubstância usada em veneno derato. O laboratório Enila (RJ),responsável pela fabricação dadroga, havia sido submetido a umavistoria de rotina anual pouco antesde ocorrerem os primeiros inciden-tes. Na ocasião, foram detectadosproblemas, mas nenhuma provi-dência efetiva foi tomada pelosórgãos competentes. No mesmoperíodo, a Anvisa e o Ministérioda Saúde começaram a investigara relação de 27 casos de infecçõesoculares e cegueira ao uso deprodutos oftalmológicos aplicadosem cirurgias de catarata. Oslaboratórios OftVision e Ophthal-mos de São Paulo e a rede deempresas sem registro, lideradapela Lens Surgical de Campinas(SP) ainda estão sob investigaçãona Polícia Federal e na lista da CPIda Pirataria.

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legislaçãoJ U L H O E A G O S T O - 2 0 0 3 / P Á G I N A 1 1

Atualizada norma para atuaçãodo médico graduado fora do País

Resolução n.º 1.669/2003do Conselho Federal deMedicina trouxe a atua-

lização legal às questões do exercícioprofissional e dos programas de pós-graduação no Brasil do médicoestrangeiro e do médico brasileiroformado em faculdade fora do país.A norma foi aprovada em sessãoplenária do CFM, em junho, e comsua vigência ficam revogados oParecer n.º 3/86, as Resoluções1.1615/2001 e 1.630/2001 e demaisdisposições em contrário.

“Os diplomas de graduação emMedicina expedidos por faculdadesestrangeiras somente serão aceitospara registro nos Conselhos Regio-nais de Medicina quando reva-lidados por universidades públicas,na forma da lei”. É o que expressa oartigo 2.º da norma, que aindaestabelece em seu parágrafo únicoque “o médico estrangeiro, paraobter registro nos Conselhos, devecomprovar a proficiência em línguaportuguesa, nos termos da Resolu-ção n.º 1.620/2001”.

O médico estrangeiro detentorde visto temporário no país nãopode se inscrever nos Conselhos eestá impedido de exercer a profissão,salvo a exceção prevista no incisoV do artigo 13 do Estatuto doEstrangeiro. Para os que ingressamno país na condição de cientista,professor, técnico ou simplesmentemédico, sob regime de contrato oua serviço do governo brasileiro (oinciso V), está obrigado a seinscrever nos CRMs para o exer-cício de suas atividades profissionaisenquanto perdurar o visto, o queserá explicitado no documento.

O estrangeiro, detentor de vistotemporário na condição de estu-dante e que tiver concluído o cursoem faculdade brasileira, somentepoderá inscrever-se e exercerlegalmente a profissão se obtiver ovisto permanente. Da mesma forma,estará impedido de cursar residênciamédica no Brasil. O brasileiro com

graduação em faculdade estrangeirasó poderá cursar a residência no paísdepois da revalidação do diplomaem universidade pública. Assim, oseditais para a seleção de candidatos,promulgados por instituições man-tenedoras de programas de residên-cia, devem observar o disposto naResolução.

Os programas de ensino de pós-graduação (exceto residência)oferecidos a médicos estrangeirosdetentores de visto temporário, quevenham ao país na condição deestudantes, e os brasileiros gradua-dos no Exterior e com diploma nãorevalidado deverão obedecer umasérie de exigências, com destaquepara a proibição de realização de atomédico fora da instituição doprograma, sob pena de incorrer emexercício ilegal da profissão e ter ocurso imediatamente interrompido.Também fica limitado o número devagas a 30% do total de residentesmatriculados no primeiro ano damesma área, o que vem fortaleceros programas de residência.

Na exposição de motivos quedeu origem à norma, o conselheirorelator Mauro Brandão Carneiroassinala que alguns problemas foramdetectados desde a edição daResolução n.º 1.615/2001, que tevepor base o Parecer CFM 26/2000 eque reunia toda jurisprudênciaexistente até então. Uma daspreocupações foi a de regulamentara prática de ato médico na esfera dapós-graduação, tornando viável oaprendizado. A nova redação tam-bém evita a discriminação entre omédico estrangeiro e o brasileirograduado fora do país e sem diplomarevalidado, face a condição equiva-lente. Ainda conforme o relator, “aresolução atende fielmente osanseios do colegas estrangeiros quevêm buscar no Brasil o aprimora-mento profissional, bem como as ne-cessidades das instituições que ofe-recem os programas de ensino de pós-graduação para médicos estrangeiros”.

Resolução CFM n.º1.666/2003 recém-publicada no DOU,

oferece nova redação ao AnexoII da Resolução 1.634/2002,ajustando-se ao novo relatórioda Comissão Mista de Especia-lidades (CME), que modifica arelação de especialidades reco-nhecidas (52) e áreas de atuação

Modificada relação deespecialidades AMB/CFM

reconhecidas (também 52). Fazemparte do documento as normas orien-tadoras e reguladoras, relação dasespecialidades reconhecidas, relaçãodas áreas de atuação reconhecidas,titulações e certificações de especia-lidade médica (indica o tempo deformação, que vai de dois a quatroanos, programa de residência e con-curso de especialidade e áreas de atua-

ção e requisitos) e certificados deáreas de atuação. As especiali-dades médicas e as áreas de atua-ção recebem registros independen-tes no CRMs, sendo que o médicosó poderá fazer divulgação eanúncio de até duas especialida-des reconhecidas, ficando proi-bida a publicidade das que nãotenham reconhecimento da CME.

CRM-PR lembra aos médicos que, de acordo a Resolução CFM n.º 1.634/2002, somente os títulos de especialista emitidos porsociedades médicas conveniadas à AMB podem ser registrados no CRM. No Distrito Federal, a Juíza Solange Salgado, daprimeira vara federal da seção judiciária, denegou a segurança no Mandado de Segurança n.º 2002.34.00.029062-5, onde ummédico requeria o registro junto ao CRM-DF de seu título de especialista em Cancerologia e Hematologia, fornecido pelo

Jackson Memorial Hospital – Miami/Flórida/USA. O médico fez o pedido de registro, em fevereiro de 1999. Em agosto de 2002, recebeuofício do CRM informando que o seu pedido não poderia ser renovado. Ao analisar a questão, a magistrada entendeu que a ResoluçãoCFM nº 1.286/89, a exemplo da n.º 1.634/2002, já previa que os títulos somente seriam registrados se emitidos por sociedades médicasconveniadas à AMB. “Tendo o impetrante obtido o título de especialidade médica sem observância de exigência prevista à época, oresponsável pelo ato mantém o poder dever de revê-lo, por estar o ato eivado de vício insanável; hipótese em que descabe alegação deferimento a direito líquido e certo, considerando que o direito não se formou ante a ilegalidade imanente do ato”, declarou a Juíza.

Novas regras para cirurgia plásticaAprovado o conjunto de normas e condutas para associados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, que assegura a imagem

de pacientes perante a exposição na mídia. As novas regras estão de acordo com preceitos do Conselho Federal de Medicina e estabelecem,inclusive, a proibição de fotos/imagens de pré e pós-operatórios nos veículos de comunicação, muito usadas em “antes e depois”. Deacordo com Luiz Carlos Garcia, presidente da SBCP, as medidas devem aprimorar as relações entre o cirurgião plástico e sua performancenas mídias impressa e eletrônica.

Aquisição de receituário médico sofre modificaçõesDesde o início de julho, o Centro de Saúde Ambiental e a Coordenação de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde

de Curitiba estão colocando em prática a nova metodologia para aquisição de receituário médico. O profissional que necessite adquirirreceituários, sejam blocos ou numeração, deve dirigir-se às Ruas da Cidadania, preencher uma de ficha requerimento e anexardocumentação necessária (fotocópias da carteira do CRM, do comprovante de endereço residencial e comercial e fotocópia do alvaráde funcionamento do consultório ou clínica). No caso de cadastro para utilização de Misoprostol e Retinóides o trâmite é bastanteparecido, apenas o requerimento é diferenciado. Mais informações pelo telefone: (0xx41) 350-9383.

SedaçãoSedação profunda só pode serrealizada por médicos qualifi-cados e em ambientes queofereçam condições seguras parasua realização, ficando os cui-dados do paciente a cargo domédico que não esteja realizandoo procedimento que exige se-dação. A Resolução CFM 1.670/

Outras Resoluções do CFM03 foi aprovada em junho último. Anorma traz em seu Anexo I a definiçãoe os níveis de sedação (leve, moderadae profunda), enquanto o Anexo IIexibe os equipamentos de emergênciae reanimação. Confira a íntegra nosite do Conselho.

Atendimento pré-hospitalarA Resolução CFM nº 1.671/2003

traz a regulamentação do atendimento

pré-hospitalar e dá outras pro-vidências.

Transporte inter-hospitalarA Resolução CFM n.º 1.672/

2003 dispõe sobre o transporte inter-hospitalar de pacientes e dá outrasprovidências.

Confira a íntegra das Resoluçõesno site Portal Médico ou solicite cópia(via fax) ao CRM-PR.

Registro de especialidade médica na Justiça

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geralJ U L H O E A G O S T O - 2 0 0 3 / P Á G I N A 1 2

om apoio da AMB e dasSociedades de Especiali-dades, o Conselho Federal

de Medicina está elaborando umprograma de atenção à saúde equalidade de vida do médico, comênfase para a prevenção e reabi-litação. O modelo ainda está emanálise, depois das duas primeirasreuniões, realizadas em Porto Alegree Rio de Janeiro, na primeiraquinzena de julho.

O próximo encontro está mar-cada para 26 de agosto, na sede doCFM, em Brasília, e com o reforçode outras entidades poderá definiras estratégias para implantação doprograma voltado à valorização daqualidade de vida do médico. Alémdos problemas decorrentes dadependência química, a iniciativaterá como foco as questões habituaisde saúde, como prevenção e acom-panhamento de doenças cardio-lógicas, hipertensão e diabetes.

“O objetivo principal do pro-grama é fazer com que o médico,que diariamente se preocupa com asaúde dos pacientes, passe a estar

Programa visa atenção à saúdee qualidade de vida do médico

atento à sua própria saúde, comprevenção e orientação”, assinalaRubens dos Santos Silva, um dosdiretores do CFM empenhados notrabalho. O Prof. Antonio NeryFilho, psiquiatra que representa oCRM-BA, reconhece que “o colegamédico é o paciente mais traba-lhoso”, pois reluta em procurartratamento.

Dependência químicaExperiências implementadas em

alguns Estados, como as dos Con-selhos de Medicina de São Paulo edo Paraná, terão influência naconsolidação do modelo voltado àreabilitação dos profissionais. OCRM-PR, por exemplo, dispõe deCâmara Técnica em Psiquiatria que,além de opinar sobre assuntos éticos,emite pareceres diversos sobre aespecialidade. Tem função tambémde orientar colegas médicos comalgum tipo de dependência. OConselho do Paraná também acabade firmar convênio com a SociedadeParanaense de Psiquiatria paraoferecer serviços e atendimento aosmédicos com algum tipo de depen-

dência, além de suporte e orientaçãoaos familiares.

Como resultado de um trabalhoque vem sendo intensificado desdemeados de 2001, o CRM aindaconstituiu, este ano, a CâmaraTécnica de Controle de Psicotró-picos, voltado a normatizar o acessoe uso de medicamentos de modogeral - especialmente os opióides -nos hospitais, clínicas e demaisestabelecimentos de saúde. Aproposta, de conotações preventivae educativa, ainda propõe respaldode tratamento e reabilitação aomédico dependente químico, cadavez mais presente nos índicesestatísticos e que traçam um quadrosombrio e preocupante. A Câmaraé interdisciplinar e, além de con-selheiros do CRM, conta com aparticipação efetiva do ConselhoRegional de Farmácia e da VigilânciaSanitária, com apoio das SecretariaEstadual e, em sua etapa inicial, daSecretaria Municipal de Saúde e dasinstituições hospitalares da Curitiba.Outra Câmara Técnica criada estáassociada à prevenção do tabaco.

12.ª Conferência Nacio-nal de Saúde será realizadaem Brasília, de 27 a 30 de

novembro, tendo como temacentral “Um novo ciclo para odesenvolvimento do SUS”. Asetapas municipais, que terão deser concluídas até 30 de setembro,e as estaduais, até 31 de outubro,têm o propósito de oferecer a basede debates e propostas para oevento maior, patrocinado peloMinistério da Saúde e aberto atodos os segmentos da sociedade.

No Paraná, as conferênciasmunicipais terão datas variáveis,sendo imprescindível a represen-tatividade e participação médica

ecentes pesquisas com-provam que o consumoabusivo de drogas na

juventude chegou a níveis alar-mantes. A legalidade e a pro-moção de certos produtos, comoé o caso do cigarro e do tabaco,são apontadas como verdadei-ras portas de entrada para o usode outras substâncias químicas.A Associação Brasileira deEstudos do Álcool e Outras Dro-gas (ABEAD) vem ratificandoidéias para construir novasdiretrizes na luta para a rever-são do quadro em todo o país.

Prova desse trabalho é ociclo de palestras promovido noauditório do CRM-PR, nosdias 13 e 14 de junho. Abor-dando o tema “O jovem e asDrogas: Educação, Comuni-dade e Mídia”, os participantesreavaliaram o papel dessessegmentos no combate efetivoao problema da dependênciaquímica no Brasil. O presidenteda ABEAD e professor daUnifesp-EPM Ronaldo Laran-jeira falou sobre a interação dasociedade frente à problemá-tica, explanou sobre as possi-bilidades de contribuição emprogramas de prevenção etratamento da doença.

O evento foi caracterizadocomo uma atividade prepara-tória para o XV CongressoBrasileiro da ABEAD, que vaiocorrer de 3 e 7 de setembro,em São Paulo. De acordo comconselheiro Marco AntônioBessa, este deve ser o maiorevento ligado ao assunto járealizado no país. Entre osobjetivos, os organizadoresquerem promover a avaliaçãoda situação real dos jovensbrasileiros em relação ao usode drogas. “A idéia é conscien-

Juventude e drogastizar a pessoas de que as drogastornaram-se um problema desaúde pública e estão direta-mente relacionadas a outrosproblemas, como o crescimentoda violência no país”, diz omédico.

De acordo com o Dr. Bessa,cerca de 12% da população évítima do alcoolismo e 45% éviciada em cigarro. Estima-seque, apenas na Região Sul, 16%dos jovens são usuários demaconha. Dados do Programade Dependência Química doHospital de Clínicas mostramque o consumo de bebidasalcoólicas inicia-se cada vezmais cedo entre os adolescente.“De 10% a 15% desses jovensque bebem demasiadamente setornam alcoólatras no futuro”,relata a integrante do programae psicóloga Gilka Correia.

A ABEAD, fundada em1989, congrega profissionaisque atuam no campo da depen-dência química no país e noexterior. Trata-se de umaentidade civil, sem fins lucra-tivos, que possui a missão dedivulgar e incentivar o debatesobre todas as questões queenvolvem o uso de drogas legaise ilegais no Brasil.

Para saber mais15% da população bebe de

maneira abusiva e 20% dasfamílias tem problemas comalcoolismo; 50% dos acidentesde trânsito envolvendo jovensestão ligados ao abuso doálcool; 20% das internaçõesclínicas nos grandes hospitaissão ligadas aos alcoolismo; 60%da violência doméstica é cau-sada por abuso do álcool; 50%das faltas ao trabalho sãodevidas ao alcoolismo(Fonte:Cebrid 2001).

para ajudar a discutir os avanços eretrocessos do Sistema Único deSaúde. Em Curitiba, a 7.ª Confe-rência Municipal de Saúde vaiocorrer de 12 a 14 de setembro,tendo como tema principal “15 anosde SUS – Curitiba: conquistas,avanços e desafios”, com ênfase naquestão da saúde mental.

Tal qual as demais conferênciasmunicipais, a de Curitiba vai avaliara situação da saúde de modo geral epropor diretrizes políticas. Tambémservirá para indicar as instituições eentidades que irão compor o CMSna gestão 2003/05, bem como elegeros delegados-usuários para a VIConferência Estadual de Saúde, em

outubro. A Conferência de Curitibaterá 600 delegados entre usuários(300), trabalhadores (150), presta-dores de serviços (75) e adminis-tradores públicos (75), que sesomam aos 75 membros-natos e aos120 observadores. As inscrições vãoaté 11 de setembro.

A Plenária dos Trabalhadores,para a escolha dos delegadosrepresentantes, ocorreu em 10 dejulho, na Associação Médica. As134 vagas previstas, o ConselhoRegional de Medicina estará repre-sentado através dos conselheirosLuiz Sallim Emed, Donizetti DimerGiamberardino Filho, Gerson Za-falon Martins e Mário Stival.

Sistema público de saúde em discussão

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ética e pesquisaJ U L H O E A G O S T O - 2 0 0 3 / P Á G I N A 1 3

édico e professor titulardo Departamento deNeurologia da Univer-

sidade de Londres (London Collegeof London), Ley Sander esteve nacapital paranaense, em 29 de julho,proferindo palestra sobre Epide-miologia da Epilepsia. O evento,realizado no auditório do ConselhoRegional de Medicina, marcou oinício dos trabalhos da CâmaraTécnica sobre Programa de Saúdeda Família e contou com o apoio daSociedade Paranaense de Neuro-logia e da Secretaria Municipal deSaúde de Curitiba.

O objetivo da criação da Câ-mara, de acordo com o presidentedo CRM-PR, Luiz Sallim Emed, éfazer com que a instituição possaopinar, participar e até aprovar açõescriadas para a saúde da família. “Senecessário, o CRM-PR poderáinterferir ou decidir questões éticascomplexas relacionadas à especia-lidade”, explica Sallim. A indicaçãode nomes para compor a Câmara doCRM-PR foi solicitada à SociedadeParanaense de Medicina da Famíliae Comunidade. São eles: Ana MariaSant’ana, Armando Henrique Nor-man, Dante Romanó Júnior, FábioAragão Kluthcovsky, Fernando LuizGomes de Carvalho, Romeu Bertol,Sônia Maria Coutinho Orquiza,Vera Lúcia Ferreira Gomed Drehmere o conselheiro do CRM e coorde-nador da Câmara, Gerson Zafalon

Criada Câmara Técnica sobrePrograma de Saúde da Família

Martins.Durante a palestra, o Prof. Ley

Sander, convidado da SociedadeParanaense de Saúde da Família eda Sociedade Paranaense de Medi-cina e Comunidade, abordou seusestudos e pesquisas na área deEpilepsia, mostrando importantesdescobertas sobre os fatores de riscoe incidência da doença na sociedade,especialmente nas camadas de baixarenda. Médicos, estudantes, porta-dores da doença e membros deentidades médicas estiveram presti-giando o evento, num total de apro-ximadamente 80 pessoas.

Formado pela UniversidadeFederal do Paraná, o hoje professore consultor da Organização Mundialde Saúde, avalia que a epilepsia afete50 milhões de pessoas em todo

mundo e os gastos com tratamento– que na Inglaterra chegam a R$ 10bilhões por ano – podem ser redu-zidos com medidas preventivas,como vacinas e saneamento básico.De acordo ele, por determinação doministro da Saúde, HumbertoCosta, será criado um grupo detrabalho para definir um planonacional para inclusão da epilepsiana atenção básica à saúde e capaci-tação pessoal. “Está comprovadoque o paciente atendido pelosserviços de saúde da família melhoramuito a qualidade de vida”, afirma,completando que o médico dafamília é o profissional que melhorpode identificar corretamente ossintomas da epilepsia e encaminharo paciente ao especialista corretopara tratá-lo.

Vera Lúcia, Sallim Emed, Elisete Ribeiro, Dante Romanó e Rui Hara.

A palestra do consultor da OMS atraiu grande número de profissionais.

Prof. Ley Sander.

Portaria n.º 016/2003 daDiretoria, de maioúltimo, designou os

componentes da Câmara Téc-nica do Conselho Regional deMedicina do Paraná, que tem acoordenação do conselheiroGerson Zafalon Martins. Ostrabalhos já foram indiciados edefinidas algumas prioridades,com destaque para o apoio aosprogramas já desenvolvidos emdefesa da sociedade, muitosdeles sob orientação da Orga-nização Mundial de Saúde einstituições médico-científicas.Um dos esforços, diz GersonMartins, será concentrado nacampanha inaugurada peloCFM, AMB e Ministério daSaúde, que conclama a classemédica a participarem do acon-selhamento mínimo aos seuspacientes fumantes sobre osriscos à saúde.

O coordenador da CâmaraTécnica projeta ainda o estí-mulo às instituições públicas eprivadas para realização decursos para tratamento detabagismo, envolvendo profis-sionais de saúde, especialmentemédicos, enfermeiros, assis-tentes sociais e nutricionistas,a exemplo do que a Secretariade Saúde do Distrito Federalrealiza para capacitar seusfuncionários. Apesar das inicia-tivas de vulto que vêm sendoimplementadas, como a conten-ção da publicidade do tabaco, oconselheiro acredita que osprofissionais de saúde e deeducação podem se constituirem fatores decisivos para come-çar a reverter esse processo ain-da desigual.

Gerson Zafalon Martinsressalta que os Conselhos deMedicina passaram a imple-mentar esforços nesta área apartir da criação de uma comis-são pelo CFM, em dezembro de

Reforço à campanha antitabagista1998, para engajamento dos médicosbrasileiros no combate ao tabagismodo Ministério da Saúde. O conse-lheiro prevê novos avanços com aiminente criação da Frente Parla-mentar Antitabagista, que já tem aadesão de mais de 100 deputados.Ele destaca que está em curso umlevantamento por parte do deputadoAlexandre Cardoso (PSB-RJ), quedeve ser o coordenador da Frente,sobre os índices anuais de câncer depulmão e infarto do miocárdio edoenças relacionadas ao tabaco.Realçando dados preliminaresapontados pelo parlamentar, o paísgasta cerca de R$200 milhões porano com o tratamento das doençasassociadas ao cigarro.

Fazem parte da equipe detrabalho os seguintes profissionais:

· Dr. Jonatas Reichert, doPrograma Estadual de Controle deTabagismo da SESA;

· Educadora de saúde TeresinhaJensen, Coordenadora do ProgramaEstadual de Controle de Tabagismoda SESA;

· Educadora de saúde IludiaRosalinski, também do ProgramaEstadual;

· Dr. Nizan Pereira Almeida,Secretário Especial para AssuntosEstratégicos do Governo do Paraná;

· Dr. Ruddy César Facci, vice-presidente da Associação Inter-nacional de Saúde Ocupacional eCoordenador da Comissão Inter-nacional para Ambientes de Tra-balho sem Fumaça de Cigarros.

· Dr. Saulo Carvalho Filho, pres.do Comitê Antifumo do Paraná.

Gerson Martins, coordenador.

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ensino médicoJ U L H O E A G O S T O - 2 0 0 3 / P Á G I N A 1 4

Conselho Nacional de Saúderatificou a sua posição decontrariedade à abertura de

cursos superiores na área de saúde.Humberto Costa, ministro da Saúdee também presidente do CNS,recomendou ainda ao ConselhoNacional de Educação e ao Minis-tério da Educação a suspensão totalde novos cursos para o setor porum período mínimo de 180 dias,incluindo os cerca de 35 pedidosque se encontram em andamento.O ministro Cristóvão Buarque ésolidário às propostas.

As decisões, adotadas peloplenário do Conselho Nacional deSaúde, estão contidas em sua Reso-lução n. 324/03, publicada noDiário Oficial da União de 15 dejulho. O propósito maior é evitar aabertura indiscriminada de novoscursos, sobretudo a grande concen-tração que se manifesta nas regiõesSul e Sudeste. Juntas, as duas regiõestêm 72% dos cursos, ante somente6% da região Norte. Das autoriza-ções concedidas no ano passado parao setor de saúde, 51% foram para oSudeste e 6% no Norte. Existem no

Fixada moratória de 180 diasna abertura de escolas médicas

Brasil 2.793 cursos no setor, inclu-indo, entre outros, os de medicina,enfermagem, psicologia, educaçãofísica, farmácia e fisioterapia.

A moratória é uma reivin-dicação de entidades e associaçõesque representam profissionais dasaúde, principalmente dos médicos,que ratificaram a preocupação detodo o segmento através da Carta àSociedade, elaborada durante o XEncontro Nacional das EntidadesMédicas (ENEM). O Brasil tematualmente 119 escolas de medicinaem funcionamento, responsáveis porcerca de 9 mil formandos por ano.Apenas nos primeiros cinco mesesde 2003 foram abertos mais oitocursos, sendo exemplo o Paraná,onde por decisão do governadorRoberto Requião foi suspensa afaculdade de Ponta Grossa, face ainobservância dos requisitos neces-sários e a escassez de recursos.

Em outra resolução, a n. 325, oCNS recomenda a realização de umaaudiência pública com a ComissãoEspecial de Avaliação para analisaros critérios adotados atualmentepara avaliar os cursos na área de

Situação no PRO Paraná tem 14.097 médicos ativos.A OMS recomenda um médico paracada grupo de 1.000 habitantes.Curitiba tem 1 para cada grupo de236 habitantes. A média do Paraná éum para cada grupo de 721.Regiões Méd./ hab.Apucarana 795Campo Mourão 764Cascavel 627Foz do Iguaçu 957Guarapuava 1.089Londrina 327Maringá 400Pato Branco 497Ponta Grossa 925Toledo 972Umuarama 560

Diploma só a curso reconhecidopartir de agora, somente cursos superiores avaliados e reconhecidospelo Ministério da Educação poderão emitir diploma. O ministroCristovam Buarque decidiu não renovar portaria editada por seuantecessor, que permitia o funcionamento regular de cursos não

reconhecidos. O resultado imediato é que muitos alunos de 628 cursos, queestão se formando, correm o risco de não receber o diploma. As instituiçõesde ensino terão de submeter-se a uma avaliação coordenada pelo MEC para,se aprovadas, obter o reconhecimento e o direito de emitir diplomas. Oproblema tem origem no custo da avaliação de cada curso, cerca de R$ 6,6 mil.O governo anterior criou uma taxa para custear o teste, mas duas entidadesobtiveram na Justiça liminar suspendendo a cobrança. Sem dinheiro, oMEC não realizou as avaliações e agora pretende convencer as entidades adesistir da liminar. Dos cursos não reconhecidos, 156 serão vistoriados nospróximos dois meses, já que pagaram a taxa. Na página do Instituto Nacionalde Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) na internet é possível conferir seo curso está regular. As seis escolas de medicina do Paraná com turmasformadas estão aprovados pelo MEC através do Provão. A elas somam-seoutras 79 escolas do país.

saúde. Caberá ao Conselho Nacio-nal de Educação e ao Ministério daEducação definirem a suspensão daabertura. Na análise do presidentedo CRM-PR, Luiz Sallim Emed, aposição do governo só vem forta-lecer a luta em defesa do ensinomédico de qualidade e serve como“freio” às iniciativas voltadasunicamente ao lucro.

“Precisamos rediscutir algunspontos. Um deles é a formação dosprofissionais, que deve estar ligadaà necessidade da saúde da populaçãoe do sistema público. Também épreciso avaliar os cursos já exis-tentes. Por isso a recomendação”,esclarece Maria Luíza Jaeger, se-cretária de Gestão do Trabalho e daEducação na Saúde. Reconhecendoa abertura indiscriminada de cursossem critérios técnicos, a secretáriaexemplificou que Brasília já formoumais de 1 mil administradoreshospitalares, superando o que omercado consegue absorver. Emcontrapartida, diz, no Norte ogoverno não consegue ampliar onúmero de leitos para adultos emUTIs por falta de médicos.

Expectativa com a nova leidos Conselhos de Medicina

projeto de Lei 92/99, quedisciplina o exercício daMedicina e a atuação dos

Conselhos de Medicina foiaprovado por unanimidade pelaComissão de Seguridade Sociale Família da Câmara dos Depu-tados, em 11 de junho. A pro-posta ainda será apreciada, alémdo Plenário, por mais duas co-missões: a de Trabalho, Admi-nistração e Serviço Público,onde é relator o deputadoVicentinho (PT-SP), e a deConstituição e Justiça e deRedação, que tem como relatorOsmar Serraglio (PMDB-PR).

A deputada Jandira Feghalli(PC do B-RJ), autora do proje-to e que também é médica,explica que a intenção é trans-formar os Conselhos em instru-mento de defesa da sociedade,além de atualizar uma lei quedata de 1957, período em que opaís dispunha de apenas 30 milmédicos (hoje são quase 290mil). O projeto de lei foi apro-vado com 32 emendas apresen-tadas pelo relator, deputadoRoberto Gouveia Nascimento(PT-SP), que ouviu todos ossegmentos da sociedade e,assim, conseguiu aprimorar aproposta inicial e romper algu-mas resistências históricas.

Gouveia, que também émédico, tinha apresentado umaprévia do proposta ao partici-par do Pré-ENEM em Curitiba,realizado durante o XV Encon-tro dos Conselhos Regionais deMedicina da Região Sul/Sudes-te. O resultado final do trabalhofoi fruto de negociações queenvolveram o Ministério daSaúde, o Conselho Nacional deSaúde, representantes dosConselhos Regionais e médicosde todo o país. Uma das emen-

das aprovadas está a que reduzde dois para um representantede cada Regional na composiçãodo Conselho Plena Nacional deMedicina a ser criado. Tambémforam acolhidas as proposiçõespara destinar uma vaga para aAMB na composição do CFM e a limitação a 40 do númerode conselheiros regionais.

Outra emenda aprovada fixaem cinco anos o prazo para pres-crição da punibilidade de falta éticasujeita a processo ético-profis-sional, contado a partir do conhe-cimento do fato pelo CRM. Aproposta prevê ainda que osConselhos deverão articular-se comas autoridades sanitárias paraavaliar e fiscalizar as condições detrabalho, a qualidade dos serviçose as situações de risco que envol-vam estabelecimentos prestadoresde serviços de saúde. Luiz SallimEmed, presidente do CRM-PR,entende que o projeto é demo-crático e tende a respaldar asiniciativas já implementadas embenefício da sociedade e até degarantia à boa prática médica.

Gerson Zafalon Martins, con-selheiro e também representante doParaná no CFM, avalia que a pro-posta não deve sofrer mudanças emsua essência até a aprovação final.Em sua análise, a indexação presenteno novo documento proporciona amodernidade necessária à Lei n.º3.268, de setembro de 1957, quedeu origem aos Conselhos. Oconselheiro federal também vê comotimismo a agilidade que vem sendodada à questão do Ato Médico. OPL 25/2002, que o regulamenta, foiaprovado em dezembro do anopassado pela Comissão de Consti-tuição e Justiça e agora está naComissão de Assuntos Sociais doSenado. A CAS é a última comissãodaquela Casa legislativa onde oprojeto irá tramitar e é terminativa.

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orçamentoJ U L H O E A G O S T O - 2 0 0 3 / P Á G I N A 1 5

o encontro com os de-putados e senadores daFrente Parlamentar da

Saúde, ocorrido dia 31 de julhoem Brasília, o ministro HumbertoCosta ratificou a posição con-trária do Ministério da Saúde emrelação à proposta de desvin-culação de receitas para estadose municípios, o que poderiarepresentar perdas anuais supe-riores a R$ 6 bilhões. Comodefendem os governadores, osestados ficariam desobrigados ainvestirem o mínimo de 12% paraa saúde, a partir de 2004, comoestabelece a Emenda Cons-titucional 29.

“Queremos manter a vincu-lação das receitas e o cumpri-mento da norma constitucionalpor parte de estados e muni-cípios, já que o governo federalestá fazendo um grande esforçopara segui-la à risca”, manifestouHumberto Costa, lembrando aluta pela criação de fontes decusteio do sistema travada noCongresso Nacional. Os recursosorçamentários para a saúde nastrês esferas de governo foramdefinidos a partir de 2001, mas amaioria dos estados vem apli-cando percentuais muito abaixodo estabelecido. O Paraná teriadeixado de aplicar em saúdecerca de R$ 1 bilhão nesses trêsanos e, em 2004, mais uma vez osetor estaria sendo preterido.

ManifestoNo início de julho, a Frente

Parlamentar da Saúde lançouum manifesto onde denuncia oretrocesso que coloca em riscotoda a estrutura do SUS. Forma-da por mais de 200 deputadosfederais e 18 senadores, a Frentefirmou posição de “repudiar todae qualquer proposta apresentadano contexto da Reforma Tribu-tária que pretenda retirar re-cursos orçamentários destinados

Mobilização contra propostaque retira recursos da saúde

às áreas sociais – saúde, edu-cação e seguridade”. De acordocom os parlamentares, as pro-postas de desvinculação de 20%das receitas da União, dos Estadose dos municípios, “golpeiam mor-talmente os setores sociais do país”.

No manifesto divulgado àNação, a Frente ressalta que nãopermitirá “que reuniões de cú-pula, for do âmbito do CongressoNacional e do Conselho deDesenvolvimento Econômico eSocial sejam utilizadas comoinstrumentos de pressão sobre osrepresentantes legitimamenteeleitos, para retirar direitos sociaisarduamente conquistados pelopovo brasileiro, e utilizará detodos os instrumentos políticos eregimentais para impedir a apro-vação das desvinculações orça-mentárias constitucionais, assimcomo lutará também para manterna Lei de Diretrizes Orçamen-tárias de 2004 a proibição decontigenciamento dos orça-mentos destinados à área social,aprovada pela Comissão Mista deOrçamento do Congresso Nacio-nal.”

Contra a desvinculaçãoSe depender do relator do

texto da Reforma Tributária,deputado Virgílio Guimarães(PT-MG), os recursos vinculadosàs áreas de saúde e educação nosorçamentos estaduais não po-derão ser afetados pela des-vinculação. Ao apresentar em 30de julho a quarta versão para otexto, o deputado defendeu apreservação da base de cálculopara a transferências à saúde.

Em 5 de agosto, a FrenteParlamentar realizou em Brasíliaum encontro de confraterniza-ção, que marcou os 10 anos desua instalação e, agora, a suareestruturação. A reunião, coor-denada pelo presidente da FPS,deputado Rafael Guerra (PSDB-

MG), foi prestigiada por parla-mentares e também represen-tantes das principais instituiçõesmédicas e hospitalares do país.Guerra chamou a atenção quan-to ao elevado grau de endivi-damento da rede prestadora deserviços ao SUS e a ameaça dedesestruturação do setor com aperda de receitas. Há oito anosos valores dos procedimentos doSUS não são devidamente atua-lizados. Eduardo de Oliveira, daFBH, e José Carlos Abrahão,presidente da ConfederaçãoNacional de Saúde, reivindicamreajustes imediatos nas tabelasdo SUS e das operadoras.

A classe médica do Paraná,através do Conselho, Associaçãoe Sindicato, está mobilizada como propósito de impedir a desvin-culação das receitas e, também,que o orçamento votado naAssembléia para 2004 mantenhagastos que vão em prejuízo àsaúde. O Conselho Estadual deSaúde já homologou decisão dedefesa do percentual constitu-cional em ações exclusivamenteda área.

Os médicos têm sido concla-mados a atuar junto às liderançaspolíticas, de modo a assegurar asgarantias constitucionais assegu-radas sob elevada dose de sacri-fícios. No âmbito federal, parla-mentares têm sido contatadospara que atuem contra a desvin-culação de receitas dos estados emunicípios, priorizando os inte-resses da sociedade. RessaltaLuiz Sallim Emed, presidente doCRM, que pelo texto original daConstitucional, a União deveriaestar destinando hoje R$ 47,5bilhões/ano à saúde, mas a pre-visão é de gastar só R$ 27 bilhões.Estados e municípios deveriamaplicar, juntos, R$ 25 bilhões, masas estimativas são de que o inves-timento está à metade.

NOTASPerícias médicasRecentemente foi criada em Curiti-ba a Sociedade Paranaense dePerícias Médicas. Todo procedimentode análise de situações clínicas parafins de posse, exercício, licenças,emissões de laudos, readaptaçõese aposentadoria por invalidez éconsiderado perícia médica. A novaentidade foi instalada em 7 deagosto, às 20h, na sede da AMP.Participantes serão consideradossócios-fundadores. Informações:(0xx41) 243-4379.

ExpansãoA direção do Instituto Nacional doSeguro Social (INSS) está nego-ciando com o governo a abertura deduas mil vagas para a carreira deperito-médico. Além da contrataçãode mais médicos concursados, aimplantação do Serviço de Adminis-tração de Benefícios por Incapacida-de, em todo o País, poderá - segun-do avaliam técnicos do instituto -evitar falhas na concessão debenefícios e gastos indevidos dodinheiro público. O INSS tem 2.640efetivos e mais 168 supervisores,além de cerca de 3 mil peritoscredenciados.

Classe enlutadaA medicina paranaense perdeu, nomês de julho, dois profissionaisformados em 1959 pela Universi-dade Federal do Paraná e que resi-diam na Capital. O Dr. Gustavo Keil(CRM 1156) morreu no dia 6. O pe-diatra Aramis Domingos Cavichiolo(CRM 1151) morreu no dia 31. O Dr.Teruyoshi Saizaki (CRM 5104)faleceu no dia 29. Tinha se formadopela UFPR em 1976 e era especia-lista em medicina do trabalho eacupuntura.

Erasto é top of mindO Hospital Erasto Gaertner é top ofmind segundo avaliação da “imageme desempenho” feita pelo InstitutoBonilha, que ouviu a opinião dos

paranaenses. Quando se fala emhospital o primeiro nome que vem àcabeça é o Erasto, que aparece tambémem primeiro lugar em “credibilidade”e como “hospital especializado emtratamento do câncer”. A pesquisaexclusiva, com abrangência estadual,atesta a satisfação dos paranaensescom os serviços oferecidos aospacientes com câncer.

TuberculoseO Brasil é o 15.º país do mundo emnúmero de casos de tuberculose,segundo relatório divulgado emmeados de julho pela OrganizaçãoMundial da Saúde (OMS). Foramregistrados 111 mil novos casos em2001. Para a OMS, o Brasil ainda nãoconseguiu oferecer tratamentoadequado à grande parte da popula-ção, apesar de o coquetel de remédioscustar US$ 10 por paciente.

Previdência privadaO Banco do Brasil está expandindo osseus planos de previdência privada,através do BrasilPrev. Sem inter-ferência na reforma da Previdência, aproposta acena como alternativa àclasse médica de assegurar um planode previdência. Informações pelo fone:(0xx41) 323-9300.

Consultoria jurídicaO serviço de consultoria jurídicaoferecido aos médicos teve granderepercussão e procura. A AssessoriaJurídica solicita que os contatos sejamfeitos no período da manhã, atravésdo fone (0xx41) 240-4060.

Edição especialEm decorrência das eleições, o Jornaldo CRM está circulando em ediçãoespecial, sem o encarte científico-cultural Iátrico. Também o Jamp, daAssociação Médica do Paraná, nãoestará acompanhado do Jornal do CRMedição, voltando à normalidade napróxima. O Conselho também repetea numeração n.º 58, na presenteedição, visando corrigir erro anterior.

Page 16: EDIÇÃO ESPECIAL Começa luta para implantação do rol de …3628].pdf · 2019-05-07 · fazem parte da equipe que estará disposta às expectativas da classe médica na iminente

emergênciaJ U L H O E A G O S T O - 2 0 0 3 / P Á G I N A 16

repercussão gerada pelasdenúncias de mortes porfalta de UTIs no Paraná

expõe muito mais que a “chaga”encoberta só por curativosdurante anos. Acaba exibindo asmazelas e o descaso do PoderPúblico com a questão da saúde,tanto reclamados por aquelesque prestam ou que buscam osserviços na esfera do SUS.Década e meia depois da pro-mulgação da Constituição, queestabeleceu a saúde como umdireito de todos e dever do Estado,o que se constata é que faltavontade política para tornareficiente, igualitário e acessívelo sistema assistencial criado.

A insistente luta pela criaçãode fontes de custeio do sistemapúblico acabou produzindo aEmenda Constitucional 29. Masas interpretações diferentes ofe-recidas por nossos governantes,nas diferentes escalas de poder,gerou conflitos e minou os princí-pios de financiamento. No

âmbito do Paraná, o ConselhoEstadual de Saúde observa que nosúltimos quatro anos, inobservandoos percentuais constitucionais dereceita, cerca de R$ 1 bilhãodeixou de ser aplicado na saúde.

Questão de orçamentoMesmo expondo ter herdado

uma estrutura assistencial suca-teada, com reflexo no “colapsodas UTIs”, do atual executivoestadual espera-se a correção doerro no próximo orçamento, de2004, pois espera-se que nãosejam incorporadas despesas,como nos exercícios anteriores,que comprometem a melhoriae a qualidade na assistência àsaúde. Sem o esforço conjugadoentre os governos federal, esta-dual e municipais, todas as açõesque ora se projeta, como a ex-pansão dos leitos de UTIs, logoirão esbarrar nos mesmos vícios,expondo a população a riscosainda maiores e os profissionaisde saúde a condições cada vezmenos adequadas de trabalho.

A origem do problema

stimativas da SecretariaEstadual de Saúde indicamdéficit de 233 leitos de UTI

em 17 das 22 Regionais. O Minis-tério da Saúde acaba de dar “sinalverde” para o funcionamento de 133leitos, com o governo do Estadogarantindo investimentos para ativarmais 16, o que deve totalizar 149leitos até o final de agosto e iníciode setembro. Também o Estadopromete aplicar mais R$ 2,5 milhõespara equipar outras unidades, quepodem entrar em operação nospróximos oito meses. Até março de2004 estariam disponíveis outros186 leitos, fechando a meta de 335proposta pela SESA. Hoje, são 803leitos à disposição do SUS, masalgumas unidades disponíveis emhospitais de 12 cidades perma-neciam fechadas por falta de recursospara custeio, já que há distorçãoentre o custo do serviço e o que osistema paga.

A carência maior de leitos emUTI tem sido observada em PontaGrossa, dando margem para amplarepercussão nos meios de comuni-cação, especialmente pela denúnciade que mais de 130 pacientesmorreram na fila de espera por uma

Fiscalização mostra quadro dedificuldades por falta de UTIs

vaga, em apenas 18 meses. ARegional de Saúde de Ponta Grossatem credenciados somente 18 leitos,precisando de pelo menos mais 35.A partir de setembro, a situaçãopode começar a ser revertida. Ogoverno estadual promete investirR$ 1 milhão na compra de equi-pamentos e manutenção de 32 novosleitos na região dos Campo Gerais,que seriam criados no Hospital BomJesus (10), Clínica Pinheiros (10),Hospital da Criança (6) e Santa Casa(6 unidades neonatais que há mesesaguardam liberação de recursos parafuncionar).

AssistênciaO quadro caótico em Ponta

Grossa não apenas teve desdobra-mentos políticos como também naesfera judicial, com decisões quevisam proteger a população quantoa assistência adequada e responsa-bilizar o Poder Público pela omissãoe descumprimento da Constituição.Desde o final da década de 80 aregião não ganhava leito de UTI e,há três anos e meio, a mobilizaçãoda classe médica e hospitalar centraesforços pela implantação dosprimeiros leitos de UTI neonatais,iniciativa reconhecida como impres-cindível para minorar os indicadoresde mortalidade infantil.

O Conselho Regional de Medi-cina do Paraná, que desde o inícioesteve empenhado em tentar viabi-lizar a criação e o funcionamento dosleitos de UTIs neonatais, tambémestá procurando contribuir paramelhorar a estrutura assistencial dePonta Grossa. No dia 31 de julho, oDepartamento de Fiscalização doExercício Profissional (Defep) doCRM iniciou o trabalho de levanta-mento na cidade. Na primeira etapa,o presidente do Defep, conselheiroCarlos Ehlke Braga Filho, e omédico fiscal Elísio Lopes Rodriguesfizeram uma vistoria nos HospitaisBom Jesus e Santa Casa para avaliaras condições das UTIs. Na seqüência,a conselheira Célia Inês Burgardtesteve em Ponta Grossa para

acompanhar o atendimento inter-mediário de pacientes.

O presidente do Defep reco-nheceu a gravidade da situação,pela carência de unidades inten-sivas, mas observou que os hospi-tais e os médicos estão fazendo oque podem. Braga Filho solicitouos prontuários do pacientes quemorreram nos últimos meses à es-pera de vaga na UTI. O propósitoé determinar se as mortes ocorre-ram de fato pela falta de recursostecnológicos e profissionais.

InvestigaçãoLuiz Sallim Emed, presidente do

Conselho, diz que é preciso deter-minar se, além de administrativa, aquestão também é ética. Ele re-conhece que, em situações como aatual, o profissional médico ficamuito exposto, o que exige análiseatenta para que não seja respon-sabilizado injustamente. Daí, a suaorientação para que os médicos,sejam de qual região forem, exerçamo seu direito de denunciar condiçõesinadequadas da prática médica. Hádois anos, o CRM promoveu ainterdição ética da Santa Casa deParanavaí ao reconhecer os riscos àprofissão e aos pacientes.

O presidente observa que oParaná não vinha cumprindo adeterminação legal de junho do anopassado, de que de 4 a 10% dos leitosde um Estado sejam de UTI. Con-tudo, entende que o secretáriotem se empenhado muito emcorrigir tal distorção, não poracaso planejando a implantação de335 leitos nos próximos meses, oque iria oferecer uma situação muitomais adequada aos pacientes.

Dados divulgados pelos meiosde comunicação, com base nosindicativos dos gestores de saúde,mostram que a implantação deum leito de UTI custa cerca deR$ 45 mil e sua manutenção deR$ 4 a 7 mil/mês. Sem entrar naanálise da efetiva cotação doscustos, o presidente do Conselhoentende que a manutenção das

novas vagas só será possível comuma política adequada de remu-neração. Ele elogia a parceriacelebrada na Capital para a im-plantação do programa MãeCuritibana, que ampliou signifi-cativamente o número de leitosde UTI neonatais, pediátricos eintermediários, com reflexo ime-diato na queda da mortalidade

infantil. Também nos leitos paraadultos, Luiz Sallim Emed enten-de que a capacidade de Curitibaestá adequada às necessidades, masque situações atípicas, como arecepção de muitos pacientes deoutros domicílios, podem sercontornadas com o esforço mútuodos gestores e dos prestadores deserviços.

Leitos de UTIRegionais DéficitPonta Grossa 35Campo Mourão 24Paranaguá 21Jacarezinho 21Paranavaí 19Francisco Beltrão 18Cornélio Procópio 17Guarapuava 14Toledo 14Telêmaco Borba 10Foz do Iguaçu 8Cianorte 7Irati 5Cascavel 5Maringá 5União da Vitória 4Pato Branco 4Total 233Fonte: SESA-PR

A falta de UTIsneonatais e

pediátricas émarcante em

várias regiões,principalmente

em Ponta Grossa.