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Edição Nº 56 | Abril | 2016 Orgão de divulgação da doutrina Espírita: Fundador: Nacip Gômez Lagoa Santa, Vespasiano, Pedro Leopoldo, São José da Lapa, Matozinhos, Sete Lagoas, Belo Horizonte, Sabará, Santa Luzia, Betim e Conceição do Mato Dentro “DEUS - CRISTO - CARIDADE” Semeando o Bem! S AL DA T ERRA GRUPO DA FRATERNIDADE ESPÍRITA MÃOS DE LUZ Endereço: Av. José Alvaro dos Santos, 1185 - Lundcéia - L.S Reunião Pública: Aos Sábados às 20h00 Palestra Pública: PASSES - EVANGELIZAÇÃO INFANTIL Brasil, Brasil, síntese perfeita do mundo, onde, em um se- gundo, vemos uma aquarela feita de verde, amarelo, azul anil. Foi Jesus que te fez um engalanado gigante, de espírito varonil. És a grande síntese do mundo, pois em suas terras se misturam o Tigre e o Eufrates, reerguendo a velha Babilônia. Em ti grita o Egito sem cerimônia exigindo profundas e ime- diatas reparações. Ah! Brasil, síntese das sínteses, em ti repousa Atenas, Te- bas e Macedônia, emerge a Eritreia, filhos rebeldes que de espadas em punho ainda falam em filosofia. Divina síntese da Galileia, do pedantismo farisaico, de Ca- farnaum distante, em te repousa Belém, Jericó e Betânia, toda a Jônia, os doutores da lei, samaritanos, puritanos e ladrões, assassinos, muitos que por entre trevas, ainda anseiam matar o Deus menino! Seguindo as tuas vielas, vemos o gólgota, o sangue de Estêvão derramado pelo caminho, Pedro crucificado, Pau- lo decapitado, ouvimos os rugidos dos leões a ecoar sobre Roma, romanos, gregos, turcos, egípcios, visigodos, em se- veras reparações. E assim arranca-se grama, nada nasce, cultiva-se a terra e não se encontra raiz. E nesta síntese perfeita, a exigir reparações, planta-se trigo, nasce mato, tiririca, espinhos; planta-se urtiga e espinheiros nascem rosas, dálias, mamão, arroz e feijão, robustos pinhei- ros, todos fortes e altaneiros. Por isso tu te chamas Brasil, foi o nome que Jesus te deu; és forte, majestoso, de belezas mil, paraíso das provas, forja ardente, lar das expiações, buril incandescente. Brasil tu és seara de profundas transformações, onde a pe- dra bruta se torna diamante, as oportunidades se multiplicam, os campos se abrem vastos, o plantio se oferece e a colheita arrefece o coração em transição. Brasil Brasil, em lágrimas nós nos curvamos, e agradecidos ro- gamos a Jesus por ti. Nós nos sentimos honrados, enobrecidos, privilegiados, ainda que desterrados, sentimos que não existe lugar nenhum no mundo onde o progresso, o trabalho e a esperança, aco- lhe com tanto carinho, o viajor débil, cansado e vacilante, que vergado sobre o peso do passado, tateia frágil, a procura de um novo mundo. Brasil, por aqui temos secado as nossas feridas, ameniza- do as nossas dores e caminhado com segurança em busca de renovados valores. Alma querida, neste instante junte-se a nós, deixemos de lado as mágoas, os ódios e os rancores, unamo-nos em alma e coração, e súplices a Jesus, façamos sentida oração… Senhor, envolve em teu amor essa pátria querida, que Is- mael, o teu anjo, sopre aqui o perfume de um jardim em flor e em tuas asas de luz, sejas tu Brasil, a pátria do amor, da harmonia e de luz, brilhando o sol do Evangelho, triunfe hoje e sempre a mensagem de Jesus! Muita paz, muitas alegrias! BRASIL, POR SCHEILLA (ESPÍRITO); MÉDIUM: JAIRO AVELLAR; MENSAGEM

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Edição Nº 56 | Abril | 2016

Orgão de divulgação da doutrina Espírita:

Fundador: Nacip GômezLagoa Santa, Vespasiano, Pedro Leopoldo, São José da Lapa, Matozinhos, Sete Lagoas, Belo Horizonte, Sabará, Santa Luzia, Betim e Conceição do Mato Dentro

“DEUS - CRISTO - CARIDADE”

Semeando o Bem!

SAL DA TERRA

GRUPO DA FRATERNIDADE ESPÍRITA MÃOS DE LUZ

Endereço: Av. José Alvaro dos Santos, 1185 - Lundcéia - L.SReunião Pública: Aos Sábados às 20h00

Palestra Pública: PASSES - EVANGELIZAÇÃO INFANTIL

Brasil, Brasil, síntese perfeita do mundo, onde, em um se-gundo, vemos uma aquarela feita de verde, amarelo, azul anil.

Foi Jesus que te fez um engalanado gigante, de espírito varonil.

És a grande síntese do mundo, pois em suas terras se misturam o Tigre e o Eufrates, reerguendo a velha Babilônia.

Em ti grita o Egito sem cerimônia exigindo profundas e ime-diatas reparações.

Ah! Brasil, síntese das sínteses, em ti repousa Atenas, Te-bas e Macedônia, emerge a Eritreia, filhos rebeldes que de espadas em punho ainda falam em filosofia.

Divina síntese da Galileia, do pedantismo farisaico, de Ca-farnaum distante, em te repousa Belém, Jericó e Betânia, toda a Jônia, os doutores da lei, samaritanos, puritanos e ladrões, assassinos, muitos que por entre trevas, ainda anseiam matar o Deus menino!

Seguindo as tuas vielas, vemos o gólgota, o sangue de Estêvão derramado pelo caminho, Pedro crucificado, Pau-lo decapitado, ouvimos os rugidos dos leões a ecoar sobre Roma, romanos, gregos, turcos, egípcios, visigodos, em se-veras reparações.

E assim arranca-se grama, nada nasce, cultiva-se a terra e não se encontra raiz.

E nesta síntese perfeita, a exigir reparações, planta-se trigo, nasce mato, tiririca, espinhos; planta-se urtiga e espinheiros nascem rosas, dálias, mamão, arroz e feijão, robustos pinhei-ros, todos fortes e altaneiros.

Por isso tu te chamas Brasil, foi o nome que Jesus te deu; és forte, majestoso, de belezas mil, paraíso das provas, forja ardente, lar das expiações, buril incandescente.

Brasil tu és seara de profundas transformações, onde a pe-dra bruta se torna diamante, as oportunidades se multiplicam, os campos se abrem vastos, o plantio se oferece e a colheita arrefece o coração em transição.

Brasil

Brasil, em lágrimas nós nos curvamos, e agradecidos ro-gamos a Jesus por ti.

Nós nos sentimos honrados, enobrecidos, privilegiados, ainda que desterrados, sentimos que não existe lugar nenhum no mundo onde o progresso, o trabalho e a esperança, aco-lhe com tanto carinho, o viajor débil, cansado e vacilante, que vergado sobre o peso do passado, tateia frágil, a procura de um novo mundo.

Brasil, por aqui temos secado as nossas feridas, ameniza-do as nossas dores e caminhado com segurança em busca

de renovados valores.Alma querida, neste instante junte-se a nós, deixemos de

lado as mágoas, os ódios e os rancores, unamo-nos em alma e coração, e súplices a Jesus, façamos sentida oração…

Senhor, envolve em teu amor essa pátria querida, que Is-mael, o teu anjo, sopre aqui o perfume de um jardim em flor e em tuas asas de luz, sejas tu Brasil, a pátria do amor, da harmonia e de luz, brilhando o sol do Evangelho, triunfe hoje e sempre a mensagem de Jesus!

Muita paz, muitas alegrias!

BRASIL, POR SCHEILLA (ESPÍRITO); MÉDIUM: JAIRO AVELLAR; MENSAGEM

2Edição Nº 56 | Abril | 2016

EXPEDIENTEEditor Responsável: Nacip Gomez - www.facebook.com/nacip.gomezE-mail: [email protected]ção: Rafael Mendes

O Editor e os colaboradores deste Órgão nada recebem, direta ou indiretamente, uma vez que o SAL DA TERRA, jornal de distribuição gratuita, tem por finalidade a difusão do Espiritismo e do Evangelho de Jesus, realizada em bases de cooperação fraterna e de amor ao ideal, características inerentes à própria Doutrina Espírita. Textos e imagens exibidos nesse jornal são de total responsabilidade do editor.

Emmanuel, em sua obra “Pensamento e Vida”, firma que “a mente é o espelho da vida”. E comparando-a ao diamante bru-to, envolto em impurezas, complementa: “nas almas humanas surge entre as ilusões que salteiam a inteligência”.

Muita gente, ao iniciar a caminhada cristão, pretende alçar--se da condição medíocre da humanidade atual à angelitude, antes de humanizar-se.

Essa pretensão, fruto da irreflexão e do fanatismo conduz, com muita frequência, à posturas cristalizadas e artificiosas. Àquelas mesmas que Jesus identificiou nos escribas e fari-seus: “sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.” (Mt, 23:27)

Primeiramente, é imprescindível tomar conheciento da “imundícia” que trazemos por dentro, sua origem e antiguidade, para entendermos que gestos ensaiados e voz melíflua não nos purificam, automaticamente.

A Terra é local de Espíritos deportados, expulsos de outros planetas por mal comportamento. Allan Kardec nos ensina em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” que “os Espíritos em ex-piação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos,

Abril, o quarto mês do calendário gregoriano (instituído em 24/02/1582 pelo Papa Gregório XIII), tem seu nome, derivado do latim aprilis, que significa, literalmente, abrir, numa referência, acredita-se, ao momento, após o inverno, no hemisfério norte, em que as culturas agrícolas germinam, começam a desenvol-ver-se, a brotar, a nascer. Uma alusão direta à vida que se renova.

Nesse diapasão, foi neste mês do ano, psiquicamente propí-cio ao florescimento das ideias novas, que as Potências Angéli-cas que governam os destinos da Humanidade deliberaram que em Paris, na França, viriam à luz, em 18 de abril de 1857, O Livro dos Espíritos, um radiante faixo de luz contendo os princípios da Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o futuro da Humanidade e em 15 de abril de 1864, O Evangelho Segundo o Espiritismo, novo clarão contendo a explicação das máximas do Cristo, sua concordância com o Espiritismo e sua aplicação às diversas posições da vida. O primeiro, um tratado filosófico à luz da razão; o segundo, um código de moral universal.

Coisa admirável! Foi ainda no mesmo mês de abril, desta feita no dia dois do ano de 1910, na pequena cidade de Pedro Leo-poldo (MG), no coração do mundo, na pátria do Evangelho, que viria a reencarnar o apóstolo do amor, Francisco Cândido Xavier.

Valeram-se, os Prepostos do Cristo, de um mesmo e elevado padrão vibratório, o mês de Abril, para introduzirem, no seio da coletividade de espíritos vinculados ao planeta Terra, as luzes que inaugurariam a nova era de regeneração planetária e o instrumen-to que daria continuidade à obra inaugurada por Allan Kardec.

Kardec, o Espírito missionário encarregado de codificar os ensinamentos transmitidos pelos Espíritos, cumpre a primeira parte do grande projeto de estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos preconceitos do espírito de sistema. Coube ao nosso querido Chico completa-la.

Sobre as responsabilidades que pesaram sobre estes baluar-tes da Humanidade – Kardec e Chico – e de todos aqueles que os secundaram e auxiliaram e para bem ilustrar a que nível de planejamento vão os Benfeitores Espirituais, relembro a revelação feita por Chico ao companheiro José Herculano Pires.

Após indagar Emmanuel acerca de onde estariam os com-panheiros de Kardec que “vibravam” com a Doutrina Espírita na segunda metade do século XIX, disse Chico ao nobre confra-de: “Peço licença para aditar um apontamento de Emmanuel. Perguntei a ele, em 1965, onde estavam aqueles companheiros de Allan Kardec que vibravam com a Doutrina Espírita na França, onde estava aquele contingente de almas heróicas, sublimes, que aceitaram aquelas ideias e as divulgaram com tanto entu-

Anseios de claridade

O MÊS DE ABRIL, KARDEC, CHICO XAVIER E A REGENERAÇÃO PLANETÁRIA

Aloísio Vander - [email protected]

na Terra; já viveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons”. (Cap. 3, item 14)

Emmanuel, por sua vez, em “Vinha de Luz”, é muito enfá-tico: “todos os poderes da criatura, desde milênios permane-cem sob o venenoso revestimento da preguiça, do egoísmo, do orgulho, da idolatria e da insensatez” (cap. 149). E André Luiz conclui: “Raros triunfam, porque quase todos esta¬mos ainda ligados a extenso pretérito de erros criminosos, que nos deformaram a personalidade” (“Os Mensageiros”, cap. 3).

Por isso, não adianta a gente querer virar santo antes de nos humanizarmos. “Não intentes destruir milênios de treva de um momento para outro”, aconselha Emmanuel. (“Fonte Viva”, cap. 25)

Na verdade, “contra o nosso anseio de claridade, temos milê¬nios de sombra. Antepondo-se-nos à mais humilde as-piração de crescer no bem, vigoram os séculos em que nos comprazíamos no mal”. (Emmanuel, “Pão Nosso”, cap. 101)

Alinhamos esses apontamentos não para que desistamos do nosso aprimoramento espiritual, mas para que, conhecendo

siasmo pelo mundo inteiro. Então ele me disse que do último quartel do século 19 para cá, de 15 a 20 milhões de espíritos da cultura francesa, principalmente simpatizantes da obra de Allan Kardec, se reencarnaram no Brasil, para dar corpo às ideias da Doutrina Espírita e fixarem os valores da reencarnação. Foi assim que, nos últimos 80 anos, desenvolveu-se entre nós tal amor à cultura francesa, que milhares de nós outros sabemos de ponta a ponta a história da Revolução Francesa e nada conhecemos a respeito do Marquês de Pombal, dos reis de Portugal, que foram os donos da nossa evolução primária. Isso está no conteúdo psi-cológico de milhões e milhões de brasileiros, que estão fichados – por certidão de cartório – como brasileiros, mas que psicologi-camente são franceses”.

O tempo passa. Cá estamos nós. Já contamos 106 anos de Francisco Cândido Xavier e dentro de alguns dias contaremos, respectivamente, 159 anos de O Livro dos Espíritos e 152 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Quanto já foi feito! Quan-to ainda há por fazer!...

Mais que celebrar estas datas importantes para o movimento de regeneração planetária à luz dos ensinamentos transmitidos pelos Espíritos Superiores, somos convocados, neste momento agudo e decisivo, a, efetivamente, assumirmos os nossos pa-péis de atores principais – não coadjuvantes ou meros figurantes! – nesta grande peça universal que é a vida, contribuindo, assim, para com a edificação da obra do Pai.

Miremo-nos no exemplo maior: Jesus, o Doce Peregrino de nossas Almas!

Miremo-nos também nos exemplos de Kardec e Chico Xa-

os óbices que o envolvem não desistamos e tenhamos cons-ciência da persistência e, sobretudo, da paciência que deve-mos ter para conosco mesmos, porque “para que a luz divina se destaque da treva humana, é necessário que os processos educativos da vida nos trabalhem no empedrado caminho dos milênios.” (Emmanuel, “Fonte Viva”, cap. 30)

vier, o primeiro o Apóstolo que nos instrui; o segundo, o Apóstolo do Amor.

Lembremo-nos: é mês de abril... José Márcio de AlmeidaOrador Espírita e Editor do blog Divulgando a Doutrina Espírita(visite: divulgandoadoutrinaespirita.wordpress.com)

SAL DA TERRA

3Edição Nº 56 | Abril | 2016

Incompreendido, assediado pela astúcia e perversidade, perseguido tenazmente, jamais se deixou atemorizar ou des-viar-se do objetivo para o qual viera, conseguindo perturbar a astúcia dos adversários inclementes com respostas sá-bias e lúcidas, calcadas no Reino de Deus, cujas fronteiras se ampliavam albergando todos os seres humanos sedentos de justiça, esfaimados de paz, carentes de amor. E nunca foi ultrapassado.

Superior às conjunturas que defrontava pelo caminho e in-cólume às tentações do carreiro humano, por havê-las supera-do anteriormente, apequenou-se sem diminuir a própria gran-deza, misturando-se ao poviléu, e destacando-se dele pelos grandiosos atributos da Sua Realidade espiritual.

Exemplo da perfeita identificação da anima com o animus, Ele é todo harmonia que cativa e arrebata as multidões.

Mas não se permitiu impedir o holocausto para o qual viera, nem o padecimento de muitas aflições que se impusera, para ensinar elevação espiritual e moral, desprendimento e abnegação àqueles que O quisessem seguir.

Jesus e o Evangelho à luz da Psicologia Profunda

Joanna de Angelis – Divaldo P. Franco

Jamais a Humanidade voltaria a viver dias como aqueles em que Ele esteve com as criaturas, sofrendo com elas e amando--as, ajudando-as e entendendo-as, ao tempo em que tomava exemplos da Natureza e, na sua pauta incomparável, cantava a melodia extraordinária da Boa-nova.

E ainda hoje a Sua voz alcança os ouvidos de todos aque-les que sofrem, ou que aspiram pelos ideais de beleza e de felicidade, ou que anelam por melhores dias, emulando-os em prosseguimento da tarefa e em autossuperação, ambicionando a plenitude.

Historicamente são muito escassas as referências a Jesus.Flávio Josefo, por exemplo, historiador do povo hebreu, ao

terminar o século I por ocasião do ano 62, quando foi lapidado o discípulo Tiago, informou com expressiva síntese: Tiago, o irmão de Jesus, chamado Cristo, aí encerrando a breve refe-rência.

Posteriormente, na Sua Obra Antiguidades Judaicas, entreteceu mais amplas considerações, que parecem haver sido melhoradas: Nesta época viveu Jesus, um homem excep-cional, porque realizava coisas prodigiosas. Conquistou muitos

adeptos entre os judeus e até entre os helenos. Quando, por denúncia dos notáveis, Pilatos O condenou à cruz, os que Lhe tinham dado afeição não deixaram de O amar, porque 4 Ele apareceu-lhes ao terceiro dia, de novo vivo, como os divinos profetas o haviam declarado. Nos nossos dias ainda não aca-bou a linhagem dos que, por causa dele, se chamam cristãos.

No século II, Tácito, famoso historiador romano, nos seus Anais, retratou as justificações de Nero a respeito do incêndio da cidade, que ficou devastada no ano 64 d. C, através das se-guintes palavras: Nero procurou os culpados e infligiu refinados tormentos àqueles que eram detestados pelas suas abomina-ções e a que a multidão chamava cristãos. Este nome vem de Cristo, que o procurador Pôncio Pilatos entregou ao suplício.

Mais tarde, em memorável carta ao imperador Traja-no, Plínio, o Jovem, comentando os ritos cristãos, detalhou: Reúnem-se numa data fixa, antes do nascer do Sol, e cantam dor, que muito bem soube fixá-los na Obra incomparável de que se fez responsável.

Esperando que a contribuição, que ora apresentamos ao caro leitor, possa despertar estudiosos da Psicologia Profunda para atualização dos ensinamentos de Jesus, e aprofundamen-to das questões por Ele abordadas, rogamos-Lhe, na condição de nosso Amigo Inconfundível e Terapeuta Excelente que é, que nos inspire e guarde na incessante busca do auto burilamento e da auto iluminação, que nos são necessários.

Assoberbado pelas tarefas do cotidiano, cada vez mais comprometido com as questões do mundo, se enriquece o ser humano tão somente com as informações que lhe propiciem uma melhor forma de ter.

Enquanto se dedica a amealhar grandes fortunas ou pequenas economias, em resolver situações de forma imediatista, geradoras de outras tantas, que, pelo seu conteúdo, são parte natural da vida, passa toda a existên-cia na sombra da verdade, tamponando com sua inércia mental sua realidade espiritual, de ser essencialmente di-vino, comprometido com sua evolução, segundo um pro-grama perfeito, em que suas necessidades de renovação são acompanhadas por operadores do bem, que com profunda dedicação cuidam dos detalhes referentes ao encaminhamento do seu tutelado frente às organizações

A luz do conhecimentosuperiores.

Entretanto, cada vez mais inebriado com o brilho das luzes do mundo, que mais o ofuscam, deixa-se conduzir sem reservas para um mundo efêmero.

À luz do conhecimento espalhado pelo digníssimo Mestre para toda a Humanidade, na abrangência de todos os povos, de todas as nações, é que o espírito encarnado encontrará o tesouro que enriquecerá seu coração com as preciosas joias do entendimento e da compreensão, virtudes sagradas que, se vividas, reconhecidas como verdadeira luz, o guiarão em sua ascensão.

É a luz bendita do conhecimento que aniquilará as tre-vas densas dos comportamentos infelizes daqueles que ainda não reconheceram Jesus Cristo como filho de Deus, enviado para conduzir todos ao seio do Pai Amado!

SAL DA TERRA

4Edição Nº 56 | Abril | 2016

A Doutrina Espírita considera que “só a educação pode-rá reformar os homens”, conforme a resposta dos Espíritos Superiores à pergunta de Allan Kardec, na questão 796 de “O Livro dos Espíritos”. E compreende que a educação não pode ser encarada apenas pelo seu lado instrucional, ou ilustração do intelecto, mas deve ser trabalhada pelo lado moral, na arte de manejar o caráter.

Definindo MoralE o que é moral? Necessitamos de sua definição para

entendermos a amplitude da educação moral.O pensador e filósofo católico Jacques Maritain, em seu

livro “Introdução Geral à Filosofia”, nos oferece a seguinte definição:

“Moral, ou ética – ciência prática que visa alcançar o puro simples bem do homem. Tem por objeto a bondade ou a perfeição do próprio homem. Ciência dos atos huma-nos.”

E completa essa definição com esta magistral frase: “A ciência moral deve ser acompanhada de prudência.”.

Como ciência, a moral deve:a. saber o fim último ou o bem absoluto do homem;

b. estudar os atos praticados pelo homem;

c. estudar as questões relativas à lei natural;

d. compreender o mecanismo da consciência;

e. estudar as origens das virtudes e dos vícios.

Com relação à conduta do homem deve estudar as re-gras que ordenam sua conduta no que concerne ao seu próprio bem e no bem de outrem, para o pleno equilíbrio da justiça.

Sendo uma ciência, moral não é um termo vago, nem se confunde com moralidade, que designa o conceito social do que é aceito ou não em certa época, e que se modifica com o tempo e os costumes.

MARCUS DE MARIO

A influência do Espiritismo na Educação

Informa-nos “O Livro dos Espíritos”, obra básica do Es-piritismo, que “a moral é a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus. O homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus.”.

Essa definição está na questão 629 e antecede no tem-po a definição filosófica que demos no início deste artigo, mostrando como o Espiritismo complementa as diversas áreas do conhecimento humano.

A educação moral consiste na formação do caráter do educando através de um ensino que prioriza a prática do bem, a valorização das virtudes e a aquisição do sentimen-to do amor.

A educação moral não relega a inteligência ao segundo plano, pelo contrário, dela se utiliza, para que o educando saiba distinguir entre o bem e o mal, equilibrando os dois fatores básicos da educação, ou seja, a inteligência e o sentimento, o intelecto e o coração.

A educação do espíritoAlém de considerar a educação moral como legítima

formadora do homem, o Espiritismo ainda vai mais além ao quebrar o materialismo com a comprovação da imortalida-de da alma, lançando as bases da educação do espírito. Por esses motivos é que o Espiritismo, lançando seu olhar sobre as escolas, preconiza uma nova metodologia educa-cional em três pontos principais:

1. educação com amor;

2. educação com exemplo;

3. educação com experiência própria.

A conjugação de todos esses princípios na educação moral é o único caminho capaz de colocar o homem nos trilhos da bondade, reformando as instituições sociais, hoje tão atreladas ao egoísmo que se enraíza nos corações.

Enquanto a família e a escola não entenderem a profun-didade da educação moral, continuaremos no desfile dos

desregramentos que temos assistido, quando, se aplicada, a educação moral estabelece a desejada felicidade, por formar homens de bem, objetivo do próprio Espiritismo.

A reforma da filosofia que rege o sistema educacional vigente, com a absorção da educação moral, levará os cur-rículos e métodos escolares ao verdadeiro fim superior da formação, e não da instrução. Formação do caráter através da aquisição de hábitos sadios de vivência com Deus, com o próximo e consigo mesmo, na prática do bem e do amor.

Uma escola que executa seu trabalho baseada na edu-cação moral é legítima extensão, complemento mesmo da família, tornando-se um lar que abriga consciências reen-carnadas reclamando diretriz segura para o uso da inteli-gência e o desabrochar das qualidades do sentimento.

O Espiritismo, pois, fundamenta e indica a educação moral para renovação do ser humano e estabelecimento da era do espírito.

ConclusãoNão se pode negar a vasta e profunda contribuição que

o Espiritismo oferece à educação, mas precisamos estar atentos para a advertência de Leon Denis:

“É necessário que uma grande corrente idealista e um poderoso sopro moral varram as sombras, as dúvidas, as incertezas que ainda existem sobre muitas inteligências e consciências, a fim de que a luz das verdades eternas acla-re os cérebros, aqueça os corações, levando conforto aos que sofrem. A educação do povo precisa ser totalmente modificada, para que todos possam ter a noção dos deve-res sociais, o sentimento das responsabilidades individuais e coletivas e, principalmente, o conhecimento do objeti-vo real da vida, que é o progresso, o aperfeiçoamento da alma, o aumento de suas riquezas íntimas e ocultas.” (“O Mundo Invisível e a Guerra”, 1ª ed., CELD, 1995).

Essa advertência foi escrita durante o período de 1914-1918, quando da primeira grande guerra mundial e mostra--se ainda bastante atual, ou seja, quase cem anos não foram suficientes para despertarmos e colocarmos a filosofia espíri-ta em plena realização na vida. Por que esperar mais tempo?

http://www.agendaespiritabrasil.com.br/

SAL DA TERRA

5Edição Nº 56 | Abril | 2016

SCHEILLA – O PERFUME DA ROSA, PáG. 65 (PSICOGRAFADO POR) ALDA MARIA

E O VOSSO OLHAR?

Sublimes Reflexões

PERQUIRI A VOSSA INTIMIDADE E ANALISAI COM FIDELIDADEA MENSAGEM ASSIMILADA PELO VOSSO OLHAR!

O OLHAR É A EXPRESSÃO PROFUNDA DA ALMA QUE AMA OU ODEIA, QUE VALORIZA OU DEPRECIA, QUE ENALTECE OU REPUDIA...

E O VOSSO OLHAR? ESPELHO DE SENTIMENTOS INTRÍNSECOS, O OLHAR EXTERIORIZA VERDADES. POR ONDE PASSEAIS O VOSSO OLHAR, BUSCANDO ALIMENTO PARA VOSSAS

EMOÇÕES?CRISTO CUROU COM SEU OLHAR MEIGO E FRATERNO. MAS QÃO POUCOS SÃO ASSIM!

MUITAS SÃO AS EXPRESSÕES QUE FEREM, MAGOAM.BUSCAI NA VOSSA INTIMIDADE VOSSA VERDADEIRA IDENTIDADE E, IDENTIFICANDO-A,

ORAI, ORAI POR VOSSA ILUMINAÇÃO, VIGIANDO A BUSCA NO MUNDO PELO ALIMENTO, PARA QUE ESTE SEJA SAUDáVEL, NA MAIS PURA EXPRESSÃO DA MANIFESTAÇÃO DO BEM!

QUE O VOSSO OLHAR RETRATE A PRESENÇA DO MESTRE EM VOSSO CORAÇÃO!

• Deuséainteligênciasuprema,causaprimeiradeto-das as coisas. é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.• OUniversoécriaçãodeDeus.Abrangetodososseres

racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e ima-teriais.• Alémdomundocorporal,habitaçãodosespíritosen-

carnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habi-tação dos espíritos desencarnados.• NoUniversoháoutrosmundoshabitados,comseres

em diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e me-nos evoluídos do que os homens.• Todasas leisdaNatureza são leisdivinas,poisque

Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas quanto as leis morais.• Ohomeméumespíritoencarnadoemumcorpoma-

terial. O perispírito é o corpo semimaterial que une o espírito ao corpo material.• Os espíritos são os seres inteligentes da criação.

Constituem o mundo dos espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.• Os espíritos são criados simples e ignorantes. Evo-

luem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem in-ferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.• Osespíritospreservamsuaindividualidade,antes,du-

rante e depois de cada encarnação.• Osespíritos reencarnam tantasvezesquantas forem

necessárias ao seu próprio aprimoramento.• Osespíritosevoluemsempre.Emsuasmúltiplasexis-

tências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos es-forços que façam para chegar à perfeição.• Osespíritospertencemadiferentesordens,conforme

o grau de perfeição que tenham alcançado: espíritos puros, que atingiram a perfeição máxima; bons espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; espíritos imperfeitos, carac-terizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.• Asrelaçõesdosespíritoscomoshomenssãocons-

tantes e sempre existiram. Os bons espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a supor-tá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.• Jesuséoguiaemodeloparatodaahumanidade.E

a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da lei de Deus.• AmoraldoCristo, contidanoEvangelho,éo roteiro

para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela humanidade.• Ohomemtemolivre-arbítrioparaagir,masresponde

pelas conseqüências de suas ações.• Avidafuturareservaaoshomenspenasegozoscom-

patíveis com o procedimento de respeito ou não à lei de Deus.• ApreceéumatodeadoraçãoaDeus.Estánaleina-

tural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.• Aprecetornamelhorohomem.Aquelequeoracom

fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.

“ Sublimes Reflexões é fonte de luz para o dia a dia, repleto de pensamentos que inspiram e alentam. À luz do Evangelho Segundo o Espiritismo, o autor toca nos-sa coração com belas e ricas mensagens de amor, que nos ajudam a caminhar em direção a uma vida mais plena e feliz. São preceitos que vão iluminar, confortar e de-safiar cada um a se tornar uma pessoa melhor. Elaborado para ser aberto ao aca-so, é um livro destinado a todas as faixas etárias, além de ser uma excelente obra para presentear alguém”.

Ensinos fundamentais da Doutrina Espírita

SAL DA TERRA

6Edição Nº 56 | Abril | 2016

“Meus filhos:Que Jesus nos abençoeA sociedade terrena vive, na atualidade, um grave momento

mediúnico no qual, de forma inconsciente, dá-se o intercâmbio entre as duas esferas da vida. Entidades assinaladas pelo ódio, pelo ressentimento, e tomadas de amargura cobram daqueles algozes de ontem o pesado ônus da aflição que lhes tenham pro-porcionado. Espíritos nobres, voltados ao ideal de elevação huma-na sincronizam com as potências espirituais na edificação de um mundo melhor. As obsessões campeiam de forma pandêmica, confundindo-se com os transtornos psicopatológicos que trazem os processos afligentes e degenerativos.

Sucede que a Terra vivencia, neste período, a grande transição de mundo de provas e de expiações para mundo de regeneração.

Nunca houve tanta conquista da ciência e da tecnologia, e tan-ta hediondez do sentimento e das emoções. As glórias das con-quistas do intelecto esmaecem diante do abismo da crueldade, da dissolução dos costumes, da perda da ética, e da decadência das conquistas da civilização e da cultura...

Não seja, pois, de estranhar que a dor, sob vários aspectos, espraia-se no planeta terrestre não apenas como látego mas, so-bretudo, como convite à reflexão, como análise à transitoriedade do corpo, com o propósito de convocar as mentes e os corações para o ser espiritual que todos somos.

Fala-se sobre a tragédia do cotidiano com razão.As ameaças de natureza sísmica, a cada momento tornam-se

realidade tanto de um lado como de outro do planeta. O crime campeia a solta e a floração da juventude entrega-se, com exce-ções compreensíveis, ao abastardamento do caráter, às licenças morais e à agressividade.

Sucede, meus filhos, que as regiões de sofrimento profundo estão liberando seus hóspedes que ali ficaram, em cárcere priva-do, por muitos séculos e agora, na grande transição, recebem a

A clonagem é um tema em foco nos dias que correm. Muito se especula sobre a possibilidade ou não de se con-seguir um dia clonar ser humano.

Sobre este assunto, a clonagem humana, vejamos a opinião de Divaldo Pereira Franco, espírita, pedagogo, con-ferencista e médium muito respeitado mundialmente.

“A clonagem humana ainda é muito remota. Não nos deixemos empolgar com as notícias sensacionalistas que nos dão resultados de experiências muito válidas e respei-táveis, mas que ainda demorarão muito. É necessário que a nossa contribuição, do ponto de vista da confiança, esteja alicerçada na razão, e o espírita em particular, com respeito aos demais, religiosos ou não, deve estar bem “O Livro dos Espíritos”, para não se deixar perturbar com facilidade por quaisquer idéias absurdas.

A problemática da clonagem vem sendo estudada há mais de 50 anos. Agora, uma experiência que nos trouxe “Dolly” (a ovelha clonada), demonstra a possibilidade de um animal clonado, de uma célula retirada da glândula ma-mária de um ser e fecundada com o DNA de outro. Mas há, ainda, muito espaço a percorrer, especialmente quando se constatou que a mãe de “Dolly” morreu.

Assim sendo, não se pode verificar se ela é uma cópia absolutamente igual, porque não se tem como fazer a com-paração. Ademais, desde o momento dessa clonagem até chegarmos às experiências humanas, teremos um longo caminho a percorrer.

Em 1960, nos EUA, um experiente estudioso apresentou a seguinte questão: “Se deixarmos que os seres deficien-tes vivam, iremos ter uma decadência genética. Se inter-rompermos a vida dos seres deficientes, já teremos uma decadência ética”.

Para Theodosius Dobzhansky, que assim se expressou, a questão estava nestes dois termos: deixar viver o defi-ciente ou eliminá-lo? Mas faltava uma base essencial para o raciocínio dele (a ética).

Transição do Planeta

A Clonagem à luz do Espiritismo

Mensagem psicofônica de Bezerra de Menezes (espírito) transmitida por Divaldo Franco (13.11.2010 – Los Angeles)

José Lucas

oportunidade de voltarem-se para o bem ou de optar pela loucura a que se têm entregado. E esses, que teimosamente permane-cem no mal, a benefício próprio e do planeta, irão ao exílio em or-bes inferiores onde lapidarão a alma auxiliando os seus irmãos de natureza primitiva, como nos aconteceu no passado.

Por outro lado, os nobres promotores do progresso de todos os tempos passados também se reencarnam nesta hora para acelerar as conquistas, não só da inteligência e da tecnologia de ponta, mas também dos valores morais e espirituais. Ao lado de-les, benfeitores de outra dimensão emboscam-se na matéria para se tornarem os grandes líderes e sensibilizarem esses verdugos da sociedade.

Aos médiuns cabe a grande tarefa de ser ponte entre as dores e as consolações. Aos dialogadores cabe a honrosa tarefa de ser, cada um deles, psicoterapeutas de desencarnados, contribuindo para a saúde geral. Enquanto os médiuns se entregam ao bene-fício caridoso com os irmãos em agonia, também têm as suas dores diminuídas, o seu fardo de provas amenizadas, as suas aflições contornadas, porque o amor é o grande mensageiro da misericórdia que dilui todos os impedimentos ao progresso – é o sol da vida, meus filhos, que dissolve a névoa da ignorância e que apaga a noite da impiedade.

Reencarnastes para contribuir em favor da Nova Era.As vossas existências não aconteceram ao acaso, foram pro-

gramadas.Antes de mergulhardes na neblina carnal, lestes o programa

que vos dizia respeito e o firmastes, dando o assentimento para as provas e as glórias estelares.

O Espiritismo é Jesus que volta de braços abertos, descrucifica-do, ressurreto e vivo, cantando a sinfonia gloriosa da solidariedade.

Dai-vos as mãos!Que as diferenças opinativas sejam limadas e os ideais de

concordância sejam praticados. Que, quaisquer pontos de obje-

Toda a vez que um indivíduo violenta uma Lei natural, so-fre-lhe o efeito. Aí está o eco-sistema completamente com-prometido e a Terra sofrendo as conseqüências climáticas.

A ética, naturalmente será apresentada para a genética.A clonagem é um fenômeno natural. Na salamandra,

quando se lhe amputa a cauda, ela se reconstrói comple-tamente igual. Em determinados répteis, repete-se o fenô-meno por automatismo da natureza. “Clone” significa ramo. Toda vez que retiramos um ramo de uma árvore, ela repete a imagem inicial.

Portanto, a clonagem é uma experiência muito digna, do ponto de vista genético.

Até chegarmos à construção de um homem “clonado”, com personalidade, raciocínio, lucidez, devemos apenas aguardar, e não nos preocuparmos em demasia.

Perguntarão: e onde fica o Espirito?Quando a ciência conseguir meios que facultem a re-

encarnação, ele se fará presente. A fecundação “In Vitro” não substitui perfeitamente o organismo humano? Então, devemos considerá-la como um avanço.

Todavia, a ciência, através dos seus mais ilustres paladi-nos e governos, deverão estar vigilantes para o uso que se vai fazer da clonagem.

Na moderna proposta da clonagem, o delírio faz com que pessoas pensem na possibilidade de se criarem indivídu-os descerebrados, que serão desenvolvidos até aos 15, 16 anos, e depois armazenados para transplantes de órgãos. É um delírio! Isso não nos deve preocupar. Outros acreditam que podem interferir no gene, no DNA e retirar a sensibilidade para fazerem indivíduos totalmente imunes à dor. Criarem um exército de homens e mulheres indiferentes ao sofrimento. Mas, tudo isso não passa de “ciência-ficção”.

E se um dia se tornar realidade? Criaremos monstros que nos irão destruir, como é natural.

Toda vez que um indivíduo violenta uma Lei natural, so-fre-lhe o efeito. Aí está o eco-sistema completamente com-

ção tornem se secundários diante das metas a alcançar.Sabemos das vossas dores, porque também passamos pela

Terra e compreendemos que a névoa da matéria empana o discer-nimento e, muitas vezes, dificulta a lógica necessária para a ação correta. Mas ficais atentos: tendes compromissos com Jesus...

Não é a primeira vez que vos comprometestes enganando, enganado-vos. Mas esta é a oportunidade final, optativa para a glória da imortalidade ou para a anestesia da ilusão.

Ser espírita é encontrar o tesouro da sabedoria.Reconhecemos que na luta cotidiana, na disputa social e

econômica, financeira e humana do ganha-pão, esvai-se o entu-siasmo, diminui a alegria do serviço, mas se permanecerdes fiéis, orando com as antenas direcionadas ao Pai Todo-Amor, não vos faltarão a inspiração, o apoio, as forças morais para vos defender-des das agressões do mal que muitas vezes vos alcança.

Tende coragem, meus filhos, unidos, porque somos os traba-lhadores da última hora, e o nosso será o salário igual ao do jorna-leiro do primeiro momento.

Cantemos a alegria de servir e, ao sairmos daqui, levemos impresso no relicário da alma tudo aquilo que ocorreu em nossa reunião de santas intenções: as dores mais variadas, os rebeldes, os ignorantes, os aflitos, os infelizes, e também a palavra gentil dos amigos que velam por todos nós.

Confiando em nosso Senhor Jesus Cristo, que nos delegou a honra de falar em Seu nome, e em Seu nome ensinar, curar, le-vantar o ânimo e construir um mundo novo, rogamos a Ele, nosso divino Benfeitor, que a todos nos abençoe e nos dê a Sua paz.

São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra.”

prometido e a Terra sofrendo as conseqüências.Quando a ciência conseguir meios que facultem a reen-

carnação, ele (o Espírito) se fará presente.Mas, será possível que um dia se possa repetir o ho-

mem?Aguardemos! Qualquer tentativa de se antecipar o fato

é uma elucubração.O Espiritismo é a ciência dos fatos. Allan Kardec dis-

se textualmente: “À ciência cabe a tarefa dos fenômenos científicos. O Espiritismo não se envolverá nessa pesquisa científica. O Espiritismo aceita tudo o que a ciência compro-va, mas não se detém onde a ciência pára. O Espiritismo estuda as causas, enquanto a ciência estuda os efeitos. No dia em que a ciência provar que os espíritos estão errados num ponto que seja, abandonaremos esse ponto e segui-remos a ciência”.

É uma doutrina, portanto, profundamente vinculada à pesquisa, à investigação, à ciência através do seu trabalho intérmino para o processo da evolução.

Quando vimos a bomba atômica sobre Hiroshima e Na-gasaki, sofremos o terror da fissão nuclear. E no entanto aí estão os átomos para a paz.

Sabemos que o veneno mata, mas, quantas vidas o veneno cura? Está tudo no direcionamento da criatura hu-mana. Dessa forma, tranqüilizemo-nos e aguardemos as investigações da ciência.

Pessoalmente, e os Espíritos que por mim se comuni-cam, não acreditamos que se possa clonar um ser huma-no, dando-lhe personalidade, lucidez, inteligência. Vamos aguardar”.

(Extraído da revista “Presença Espírita”, em artigo de Mi-guel Sardano).

Quando a ciência conseguir meios que facultem a reen-carnação, ele (o Espírito) se fará presente.

(Jornal Mundo Espírita de Fevereiro de 1998)

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Estes são dias de turbulência.A sociedade terrestre, com a inteligência iluminada, traz o

coração despedaçado pela angústia do ser existencial. Mo-mento grave na historiografia do processo evolutivo, quando se operam as grandes mudanças para que se alcance a ple-nitude na Terra, anunciada pelos Espíritos nobres e prometida por Jesus. Nosso amado planeta, ainda envolto em sombras, permanece na sua categoria de inferioridade, porque nós, aqueles que a ele nos vinculamos, ainda somos inferiores, e à medida que se opera nossa transformação moral para melhor, sob a égide de Jesus, nosso modelo e guia, as sombras den-sas vão sendo desbastadas para que as alvíssaras de luz e de paz atinjam o clímax em período não muito distante.

Quando Jesus veio ter conosco, a humanidade experimentava a grande crise de sujeição ao Império Romano, às suas paixões totalitárias e aos interesses mesquinhos de governantes arbitrários. O Espiritismo, a seu turno, instalando-se no planeta, enfrenta clima equivalente em que o totalitarismo do poder arbitrário de políticas perversas esmaga as aspirações de enobrecimento das criaturas humanas e, por consequência, o ser, que se agita na busca da plenitude, aturde-se e, confundindo-se, não sabe como vivenciar as claridades libertadoras do Evangelho.

Com a conquista do conhecimento científico e o vazio existencial, surgem as distrações de vário porte para poder diminuir a ansiedade e o desespero. Naturalmente, essa ma-nifestação de fuga da realidade interfere no comportamento geral dos seareiros da Verdade que, nada obstante, conside-rando serem servidores da última hora, permitem-se os des-vios que lhes diminuem a carga aflitiva.

Tende, porém, bom ânimo, filhas e filhos do coração!É um momento de siso, de decisões, para a paz no perí-

odo do porvir.Recordai-vos de que o Cristianismo nascente experimentou

também inúmeras dificuldades. A palavra revolucionária do após-tolo Paulo, a ruptura com as tradições judaicas ainda vigentes na igreja de Jerusalém geraram a necessidade do grande encontro, que seria o primeiro debate entre os trabalhadores de Jesus que se espalhavam pelo mundo conhecido de então.

No momento grave, quando uma ruptura se desenhava a pre-juízo do Bem, a humildade de Simão Pedro, ajoelhando-se diante da voz que clamava em toda parte a Verdade, pacificou os cora-ções e o posteriormente denominado Concílio de Jerusalém se tornou um marco histórico da união dos discípulos do Evangelho.

Neste momento de desafio e de conflitos de todo porte, é na-tural que surjam divergências, opiniões variadas, procurando a me-lhor metodologia para o serviço da Luz. O direito de discordar, de discrepar, é inerente a toda consciência livre. Mas, que tenhamos cuidado para não dissentir, para não dividir, para não gerar fossos profundos ou abismos aparentemente intransponíveis.

Que o espírito de união, de fraternidade, leve-nos todos, de-sencarnados e encarnados, à pacificação, trabalhando essas an-fractuosidades para que haja ordem em nome do progresso.

O amor é o instrumento hábil para todas as decisões. Desar-mados os corações, formaremos o grupo dos seres amados do ideal da Era Nova.

Nunca olvideis que o mundo espiritual inferior vigia as nascen-tes do coração dos trabalhadores do Bem e, ante a impossibilida-de de os levar a derrocadas morais, porque vigilantes na oração e no trabalho, pode infiltrar-se, gerando desequilíbrio e inarmonias a benefício das suas sutilezas perversas e a prejuízo da implantação da Era Nova sob o comando do Senhor.

Nunca olvidemos, em nossas preocupações, que a Barca ter-restre tem um Nauta que a conduz com segurança ao porto da paz.

Filhas e filhos da alma!

Prossegui, lidadores do Bem, com o devotamento que se vos exige de fazerdes o melhor que esteja ao vosso alcance, em perfeita identificação com os benfeitores da humanida-de, especialmente no Brasil, sob a égide de Ismael, repre-sentando o Mestre inolvidável.

Venceremos lutando juntos, esquecendo caprichos pes-soais, de imposições egotistas, pensando em todos aqueles que sofrem e que choram, que confiam em nossa fragilidade e aguardam o melhor exemplo da nossa renúncia em favor do Bem, do nosso devotamento em favor da caridade, da nossa entrega em novo holocausto.

Já não existem as fogueiras, nem os empalamentos. Os circos derrubaram as suas muralhas e agora expandem as suas frontei-ras por toda a Terra, mas o holocausto ainda se faz necessário.

Sacrificai as próprias imperfeições, particularmente neste ses-quicentenário de evocação da chegada do Evangelho à Terra, de-codificado pelos Imortais.

Recordai também, almas queridas, que o Espiritismo é, sem qualquer contradita, o Cristianismo que não pôde ser consolidado e que esteve na sua mais bela floração nos trezentos primeiros anos, antes das adulterações nefastas, e que foi Jesus quem o denominou Consolador.

Este Consolador sobreviverá a todas as crises e quando, por alguma circunstância, não formos capazes de dignificá-lo, a irmã morte arrebatará aqueles que não correspondem à expectativa do Senhor da Vinha, substituindo-os por outros melhormente habilita-dos, mais instrumentalizados para os grandes enfrentamentos que já ocorrem na face do planeta.

Todos sabemos que a transformação moral de cada indiví-duo é penosa, de longo curso, por efeito do atavismo ances-tral, e que a Lei dispõe do recurso dos exílios coletivos para

Abençoe-nos o Senhor com a sua paz.

apressar a chegada da Era Nova.Abençoados servidores! Abençoadas servidoras da Cau-

sa! Amai! Amai com abnegação e espírito de serviço a Doutri-na de santificação, para que os vossos nomes sejam escritos no livro do reino dos Céus e possais fruir de alegrias, con-cluindo a etapa como o apóstolo das gentes, após haverdes lutado no bom combate.

Os mentores da brasilidade, neste momento grave por que também passa o nosso país, assim como o planeta, estão vigilantes.

Permiti-vos ser por eles inspirados e saí entoando o hino do otimismo e da esperança, diluindo a treva, não fixando o medo nem a sombra, que por momento domina muitas consciências. Não divulgando o mal, somente expondo o bem, para que a vitória não seja postergada.

E ide de volta, seareiros da luz! O mundo necessita de Jesus, hoje mais do que ontem, muito mais do que no passado, porque estamos a caminho da intuição, após a conquista da razão, para mantermos sintonia plena com aquele que é o nosso guia de to-dos os dias e de todas as horas.

Muita paz, filhas e filhos do coração!São os votos do servidor humílimo e paternal, em nome dos

obreiros da seara de todos os tempos, alguns dos quais aqui co-nosco nesta hora.

Muita paz!…

Bezerra(Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira

Franco, no encerramento da Reunião Ordinária do Conselho Fe-derativo Nacional, em Brasília, DF, na manhã de domingo, em 9 de novembro de 2014.) Revisão do Autor Espiritual.

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CORREIO ESPÍRITA – IRIS SINOTI

“Apresentando-se em caráter pandêmico, a depressão avassala os mais variados segmentos sociais, arrastando verdadeiras multidões ao terrível distúrbio de conduta”.1

Confirmando todas as previsões, a depressão é hoje uma

doença tão presente na sociedade que para alguns profis-sionais ela é uma reação “perfeitamente normal”, tornando--se preocupante somente quando interfere nas atividades diárias. Será?

Uma pessoa saudável se sente bem, então não pode-mos considerar que um estado depressivo seja um estado saudável. O fato de um número considerável de pessoas vi-verem em estado depressivo não o torna a condição normal do homem e da mulher modernos.

Sabemos que nem sempre estamos alegres, pois nem as crianças ficam nessa condição todo o tempo. Mas o fato de não estamos sempre alegres não significa que estejamos deprimidos. Independente de estamos alegres ou não, pre-cisamos estar bem em nossa vida, ou seja, uma sensação de bem-estar, de encontrarmos satisfação em tudo o que fazemos, dessa forma, mesmo que por alguns momentos estejamos tristes, não apresentaremos depressão.

A tristeza não é sinônimo de depressão, mas se nos en-contramos constantemente tristes, muito provavelmente a causa dessa tristeza pode nos revelar a origem do estado depressivo. Entrar verdadeiramente em contato com nossas emoções é passo fundamental para encontrarmos respostas sobre nós mesmos.

Então, será que estamos confundindo tristeza com de-pressão? Será que não estamos diagnosticando demasiada-

TRISTEZA OU DEPRESSÃO?

A história não é muito diferente de tantas outras que tra-zem como pano de fundo o sofrimento...

Não importa o país, ou a língua que se fale, os sentimen-tos têm uma linguagem única.

Era inverno e a noite caía rápida e fria...Aquele homem desesperado caminhava triste e só...No peito, a dor da separação, promovida pela morte da

esposa querida, dilacerava-lhe as fibras mais sutis dos sen-timentos...

A prova amarga do adeus vencera-o. E ele, que sonhava com a felicidade de um matrimônio feliz e com um futuro adornado pela presença dos filhos, não passava agora de trapo humano e solitário.

As noites de insônia e os dias de angústia minaram-lhe as forças.

Faltava ao trabalho e o chefe, reto e ríspido, o ameaçava despedir.

A vida para ele não tinha mais sentido. Para que teimar em ficar vivo? - Pensava.

Sem confiança em Deus, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade... Iria se suicidar.

Paris, a cidade luz, estava envolta no manto escuro da noite, e um vento gelado açoitava sem piedade.

Seguiu, a passos lentos, pelas ruas desertas e se deteve um momento a contemplar o rio Sena...

Talvez a correnteza o levasse dali e silenciasse, em suas águas escuras e profundas, o seu pensamento aturdido...

Sim, essa seria a solução. - Pensou.Dirigiu-se como um autômato até a ponte Marie, quase

apagada pela forte cerração e, ao apoiar a mão direita na murada para se atirar, sentiu que um objeto molhado caiu aos seus pés.

O livro luzSurpreendido, distinguiu um livro que o orvalho umede-

cera...Tomou o volume nas mãos e caminhou, um tanto irritado,

procurando a luz quase apagada de um poste vizinho, e pôde ler no frontispício:

Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito. Vinha assinado por um homem.

Mesmo um pouco indeciso, resolveu ler aquela obra que, por certo, havia salvo a vida de alguém que pretendera, como ele, pôr termo à própria vida.

Já nas primeiras páginas encontrou motivos para viver e lutar, suportar com resignação e coragem os reveses da vida e refazer a esperança.

Leu o volume com dedicada atenção e resolveu presen-teá-lo a quem lhe havia propiciado aquele tesouro.

* * *Era abril de 1860 e, numa manhã fria, como tantas ou-

tras na cidade de Paris, o professor Rivail recebeu em sua residência uma certa encomenda cuidadosamente embru-lhada.

Abriu e encontrou uma carta singela com os seguintes dizeres:

Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso.

Em seguida, o autor da carta narrava a história acima.Allan Kardec, pseudônimo do ilustre professor francês

Hippolyte Léon Denizard Rivail, abriu a obra e leu em seu frontispício:

Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito.

E, logo após a primeira assinatura de A. Laurent, dizia:Salvou-me também. Deus abençoe as almas que coo-

peraram em sua publicação. Assinado: Joseph Perrier.Kardec, aconchegando o livro ao peito, entendeu a su-

blime missão que lhe cabia como Codificador da Doutrina Espírita, mensageira de consolo e esperança para a Huma-nidade sofrida.

Essa obra que conseguiu, com suas páginas de luz, de-ter aqueles dois homens às portas do suicídio, foi lançada em Paris, no dia 18 de abril de 1857, e intitula-se O livro dos Espíritos.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 52,do livro O Espírito da Verdade, por Autores diversos, psi-

cografiade Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, ed. FEB.

mente questões pessoais que precisam ser resolvidas, pato-logias sociais que precisam ser vistas como uma doença, e consequentemente buscamos nos medicar para resolver o que achamos ser depressão? O psiquiatra norte-americano Allen Frances, ex-diretor do guia de referência mundial para doenças psiquiátricas, acredita que sim, e alerta que “es-tamos transformando os problemas diários em transtornos mentais e tratando-os com comprimidos”. 2

Sempre que abandonamos questões importantes na vida estas voltam a nos atormentar, sejam na vida presente ou no passado distante, como afirma Joanna de Ângelis3: “Toda existência humana obedece a uma planificação cuidadosa, mediante a qual acrisola os sentimentos que se ampliam, fa-cultando à inteligência penetrar na indefectível Lei de Causa e Efeito”. É claro que não estamos aqui afirmando que ao en-tristecermos estamos sob a lei do retorno, mas que a tristeza pode ser um chamado da alma para que voltemos nossa atenção ao que realmente importa, pois se não estivermos atentos estaremos falhando no mesmo ponto que por certo já nos equivocamos muitas vezes.

E justamente por estarmos tão profundamente compro-metidos com a vida, mesmo que inconsciente, sabemos que precisamos realizar algo importante para o nosso es-pírito e esse impulso só pode ser encontrado quando mer-gulhamos profundamente em nós, e se ficarmos prostrados não encontraremos os talentos a nós confiados. Quando fi-camos demasiadamente tristes perdemos o entusiasmo, a vida passa a ser percebida pela óptica pessimista e inflexível “não adianta nada”, “eu não consigo”, o que de certa forma mantem a tristeza alimentada. Ora, se estamos desistindo

antes mesmo de tentarmos todas as alternativas, deveremos nos perguntar: Realmente tenho fé? E depois: Por que es-tou escolhendo a tristeza? Sem dúvida encontramos aqui um conflito e esse não é o problema, na verdade é a solução.

Como falei acima, precisamos nos sentir satisfeitos com o direcionamento que estamos dando a nossa vida, o que significa que deveremos nos conectar com a felicidade real, claro que tristeza não é o oposto de felicidade, mas se não estivermos sincronizados com o sentido real da vida es-colheremos a tristeza como fio condutor e inevitavelmente confundiremos o nosso sinal de alerta com uma doença. E porque a depressão é no momento ainda tão pouco com-preendida, perdemos a chance de crescer e escolhemos a dor. Mas tudo é sempre uma questão de escolha!

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8 de março de 2016 por José Márcio de Almeida

Saiba como um professor de ciências investigou as men-sagens dos espíritos para fundar uma religião na Paris do século 19

Texto Artur Fonseca; Revista Super Interessante; Edição n.º 254a, Julho/2008

Na sala principal de uma mansão em Paris, um grupo de senhores elegantes observa em silêncio a garota de 14 anos. Julie Baudin está sentada em frente a uma mesa re-donda e segura um estranho objeto – uma cesta com um lápis encaixado na borda, que risca letras em espiral. Cada palavra é analisada atentamente por um dos homens. A ga-rota parece não saber por que os adultos olham para ela tão concentrados – volta e meia ela ri e faz algum comentário en-graçado. Suas mãos, porém, desenham no papel frases que em poucos meses irão fundar uma religião: o espiritismo.

PublicidadePublicado pela primeira vez em 1857, o Livro dos Espíritos

foi organizado em cerca de 20 meses pelo professor francês Allan Kardec, que coordenou longas reuniões com médiuns, fazendo perguntas a eles e colhendo respostas que acredi-tava vir dos espíritos. Dos vários médiuns que contribuíram para o livro, 3 garotas se destacam. Julie e Caroline Baudin, de 15 e 18 anos, e Ruth Japhet, de 20. Organizando as res-postas para 501 perguntas sobre o Universo, Kardec criou a doutrina e visão de mundo do espiritismo, fazendo dele muito mais que uma diversão da burguesia parisiense.

Na época, os fenômenos mediúnicos serviam como pas-satempo nos salões de Paris, que começava a ganhar ares cosmopolitas. A partir de 1850, a cidade passou por uma grande reforma. Ruelas medievais e casebres deram lugar a avenidas largas e bulevares que convergiam no Arco do Triunfo, símbolo da força da modernidade e da nova burgue-sia francesa. Com novos parques, a cidade se preparava para virar o século como a Cidade das Luzes. Era tempo de revolução industrial e descobertas científicas, que tornavam o homem capaz de explicar e interferir nos fenômenos ao seu redor. Ou em quase todos.

Porque no meio de toda essa modernidade, as mesas girantes eram uma febre que assolava a Paris de 1850. Eram comuns as reuniões em salões culturais ou mansões de se-nhoras da sociedade, nos quais as pessoas iam para girar mesas apenas com o poder da concentração. “Toda a Eu-ropa tem o espírito voltado para uma experiência que con-siste em fazer girar uma mesa”, afirmou o jornal L’Illustration do dia 14 de maio de 1853. “Ide por aqui, ide por ali, nos grandes salões, nas mais humildes mansardas, no atelier do pintor – e vereis pessoas gravemente assentadas em torno de uma mesa vazia, que elas contemplam à semelhança da-queles crentes que passam a vida a olhar seus umbigos.” Nas reuniões, havia poetas, intelectuais e nobres. O poeta Victor Hugo era frequentador assíduo das reuniões e chegou a escrever que “negar a atenção a que tem direito o espiritis-mo é desviar a atenção da verdade”.

Numa noite de maio de 1855, a reunião das mesas gi-rantes aconteceu na casa de uma senhora chamada Plai-nemaison. Uma das pessoas que compareceu à reunião foi Hippolyte Léon Denizard Rivail, um professor de ciências de 50 anos. Mais tarde, ele contaria como a visita o deixou im-pressionado. As mesas, segundo ele, não só giravam como batiam no chão e se moviam “em condições que não dei-xam margem a qualquer dúvida”. A reunião na casa da sra. Plainemaison deixou Rivail aturdido. “Entrevi naquelas apa-rentes futilidades, no passatempo que faziam daqueles fe-nômenos, qualquer coisa de sério, como que a revelação de uma nova lei, que tomei a mim investigar a fundo”, escreveria o professor, anos depois.

Começam as sessões

Os bastidores do Livro dos Espíritos

Rivail passou meses observando o fenômeno naquela e em outras casas da cidade, como a dos Boudin, que tinham duas filhas que acreditavam ser médiuns. O mais estarrece-dor era que as mesas pareciam não só rodar como também falar. Isso mesmo: pareciam indicar letras com pancadas no chão e, quando interrogadas, moviam-se para a direita ou esquerda, tentando comunicar “sim” ou “não”. “Se as pes-soas viam o fenômeno como uma diversão, Rivail ia às reu-niões de mesas girantes como um cientista. Fazia perguntas sérias e anotava as respostas que obtinha”, diz o médium e jornalista Jorge Rizzini. Em abril de 1856, 11 meses depois da primeira visita a uma daquelas reuniões, a mensagem da mesa perturbou ainda mais aquele professor de ciências. Um espírito teria escolhido Rivail para reunir e publicar os ensinamentos que ele obtinha nas mesas. Rivail não acredi-tou e pediu que o espírito repetisse a mensagem. “Confirmo o que foi dito, mas recomendo discrição, se quiser se sair bem. Tomará mais tarde conhecimento de coisas que ago-ra o surpreendem”, foi a mensagem que ele recebeu como resposta.

Assim o trabalho começou. Todas as terças-feiras, Rivail frequentava a casa da senhora Boudin. Julie, a moça de 14 anos, e sua irmã Caroline, de 16, psicografaram quase todas as questões do Livro dos Espíritos. Como a identidade das duas foi mantida em segredo por muitos anos, sabe-se pou-co sobre elas. O que se sabe é que Julie era uma médium passiva, inconsciente do que escrevia. Somente achava di-vertido as pessoas lhe darem tanta importância. As reuniões, dirigidas pelos pais delas, não eram secretas, mas restritas a poucos convidados. Para escrever as mensagens, Julie e Ca-roline usavam uma cesta-de-bico, feita de vime, com 15 a 20 centímetros de diâmetro e uma espécie de bico com um lápis na ponta. “Pondo o médium os dedos na borda da cesta, o aparelho todo se agita e o lápis começa a escrever”, contou Kardec em O Livro dos Médiuns. Com o tempo, as garotas passaram a usar a psicografia direta, mesmo método usado mais tarde pelo brasileiro Chico Xavier.

Diante delas, Rivail fazia perguntas que nós, mortais, sempre quisemos fazer a quem passa pela morte e volta para contar. A 4ª pergunta do Livro dos Espíritos, por exem-plo, é “Poderíamos dizer que Deus é infinito?” E a resposta: “Definição incompleta. Pobreza da linguagem dos homens, insuficiente para definir coisas acima de sua inteligência”. A 150ª é “A alma, após a morte, conserva sua individualidade? Sim, nunca a perde. O que seria ela se não a conservasse?”

As respostas que Caroline e Julie psicografavam eram re-vistas, analisadas e muitas vezes comparadas a outras men-sagens. Na fase de revisão, a médium que mais contribuiu foi Ruth Japhet, uma médium sonâmbula que tinha mais de 50 cadernos com mensagens que psicografava à noite. Para Rivail, a revisão era necessária, primeiro, por causa da difi-culdade em se entender o que os espíritos diziam. Segundo, porque, para ele, os espíritos não eram donos de toda a sa-bedoria do Universo. “Um dos primeiros resultados das mi-nhas observações foi que os espíritos, não sendo senão as almas dos homens, não tinham nem a soberana sabedoria nem a soberana ciência; que seu saber era limitado ao grau de adiantamento; e que a opinião deles não tinha senão o valor de uma opinião pessoal”, escreveu ele em O Livro dos Médiuns. Por isso, Kardec afirmava que muitas mensagens de entidades eram ignoradas, ou por terem gracejos ofensi-vos ou por não fazerem sentido. Também por esse motivo, quanto mais médiuns participassem da composição do livro, melhor. Segundo ele, mais de 10 deles contribuíram na 1ª edição da obra.

Quando Rivail acabou de editar as perguntas, surgiu um problema: qual seria o título e quem deveria assinar a obra? Como não se considerava autor, e sim um organizador, deu o nome óbvio: O Livro dos Espíritos. Mas alguém precisava assiná-lo. “Rivail consultou os espíritos e uma entidade deu a ele o nome de Allan Kardec, porque esse tinha sido o nome que ele teve numa vida passada, como um sacerdote drui-da.” Assim surgiu o nome do pai do espiritismo.

Em 18 de abril de 1857, os primeiros exemplares sairiam da Tipografia de Beau, em Saint-Germain-en-Laye, cidade vizinha a Paris. O livro rapidamente correu o mundo e criou polêmica, provocando protestos de padres e cientistas céti-cos, mas atraindo a atenção de outros médiuns, que entra-ram em contato com Kardec. O pai do espiritismo viu que seu trabalho ainda não estava terminado. Eram tantas novas revelações que ele decidiu revisar mais uma vez e estender o livro. A 2ª edição, definitiva, contém 1019 perguntas. A última delas é “O reino do bem poderá um dia realizar-se na Terra?” Parte da resposta é: “O bem reinará na Terra quando, entre os espíritos que vêm habitá-la, os bons predominarem sobre os maus; então eles farão reinar na Terra o amor e a justiça, que são a fonte do bem e da felicidade”. Estava criado o livro e, com ele, uma nova religião para os homens.

Fonte: http://super.abril.com.br/historia/os-bastidores--do-livro-dos-espiritos.

SAL DA TERRA

10Edição Nº 56 | Abril | 2016

Rodrigo Ferretti

O que tem em comum no fato de duas amigas que se desentendem no trabalho, uma senhora que se emociona com as obras no bem e a namorada que diz que quer estar com o namorado?

Você vai dizer: -Nada! A princípio pelo menos.Mas vejamos com mais detalhes. As duas moças que se desentenderam no trabalho, foi

devido ao comentário infeliz de uma delas. Queria pedir desculpas sinceramente, mas quando se encontrou com a amiga, não teve coragem de se desculpar.

A senhora que quando conversa sobre as tarefas reali-zadas na casa espírita, fica emocionadíssima. Mas quando convidada a participar de alguma delas, nunca encontra oportunidade.

A namorada, quando conversa por telefone com o ra-paz, diz que o ama, que quer encontrá-lo, mas nunca pode, devido aos seus inúmeros compromissos.

O que há de comum nestas situações? Logicamente, a não realização do proposto.

Karl Marx disse certa vez que a estrada que leva ao infer-no é pavimentada com boas intenções.

O convite ao trabalho superior, com bases no código do Amor Divino está posto a todos nós, cristãos dos novos tempos.

Desejar um mundo melhor, com pessoas melhores, onde tudo seja ordem e progresso, é fácil. Todo mundo quer, mas que fazeis de especial? Essa a pergunta de Jesus a todos que sintonizamos com os ensinos da Boa Nova.

No evangelho de Mateus , Jesus conta uma parábola, onde narra que um homem tinha dois filhos. Aproximando--se do primeiro, o chama para ir trabalhar na vinha. Mas ele disse que não queria. Mas depois, arrependeu-se e foi. Aproximou-se do outro filho e o chamou também. E ele dis-se prontamente que iria. Mas depois, desistiu e não foi. E

Com boas intenções...

Jesus encerra a parábola questionando: Qual dos dois fez a vontade do Pai?

A vinha é um terreno plantado de videiras, que produ-zem uva, de onde se faz o vinho.

Cada um de nós tem um terreno valioso do sentimento, que necessita ser cultivado, através da boa vontade, do esforço próprio e das experiências. Mas quantos estão dis-postos a aproveitar as oportunidades que a vida oferece, através das diversas oportunidades diárias, para lavrar este

terreno? Não percamos mais tempo olhando para trás. Se você

foi chamado a trabalhar, realiza da parte que te cabe, no meio em que foi posto e onde tenha atuação. Fazer o me-lhor, o quanto puder, é medida de prudência e sabedoria. Portanto, não bastam as boas intenções. Ama, trabalha, respeita e realiza, sabendo que tudo o que você fizer, no campo do mundo, será em essência para seu próprio cres-cimento.

SAL DA TERRA

11Edição Nº 56 | Abril | 2016

Livro: CHICO DE FRANCISCO – Adelino das silveira

- É preciso que nós, os espíritas, compreendamos que não podemos nos distanciar do povo, porque o espiritismo veio para o povo e com ele dialogar. É indispensável que estudemos a doutri-na espírita junto com as massas, que amemos todos os companheiros, mas sobretudo, aos mais humildes social e intelectualmente falando e deles nos aproximemos com real espírito de compre-ensão e fraternidade. É preciso fugir da ELITIZAÇÃO QUE AMEAÇA O MOVIMENTO ESPÍRITA.

Indagado sobre os responsáveis por isso, afirmou:- Não , o problema não é de direção ou de administração em si, pois precisamos administrar a

nós mesmos, mas a maneira como a conduzem, isto é, a falta de aproximação com irmãos social-mente menos favorecidos, que equivale à ausência de amor, presente no excesso de rigorismo, de suposta PUREZA DOUTRINáRIA , de formalismo por parte daqueles que são reesposáveis pelas nossas instituições; é a preocupação excessiva com a parte material das instituições...”

(Da entrevista concedida ao Dr. Jarbas Leone Varanda)

O ESPIRITISMO É PARA O POVO

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