edição nº 4

18
Diretor: Filipe Resende | Diretores-adjuntos: Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Trindade Edição nº4 (Fevereiro de 2013)Jornal Mensal Edição Limitada Nesta quarta edi- ção não percas o artigo feito pela nossa convidada Sónia Pereira, ex- jornalista da Blitz e atual assessora do CECC Págs. 10 e 11 Correio FCH As bolsas de estudo como tema do correio desta edição Págs. 15 Parte para rasgar - Págs. 17 e 18 Comissão de finalistas, Católica scandals, segundo semestre e poema de amor para vampiros nesta edição Culturismo Nesta edição conhece a curta- metragem Le Bal- lon Rouge e os Contos Fantásti- cos de Edgar Allan Poe Págs. 8 e 9 Guia para um final feliz Reportagem Destaque - Págs. 4 a 6 D. Ana Sousa no Question à Trois Pág. 14 Não percas a revista do Ano | FCH em Imagens

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Quarta Edição d'O Académico

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Page 1: Edição nº 4

Diretor: Filipe Resende | Diretores-adjuntos: Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Trindade Edição nº4 (Fevereiro de 2013)—Jornal Mensal

Edição Limitada

Nesta quarta edi-ção não percas o artigo feito pela nossa convidada Sónia Pereira, ex-jornalista da Blitz e atual assessora do CECC

Págs. 10 e 11

Correio FCH

As bolsas de estudo como tema do correio desta edição

Págs. 15

Parte para rasgar - Págs. 17 e 18

Comissão de finalistas, Católica scandals, segundo semestre e poema de amor para vampiros nesta edição

Culturismo

Nesta edição conhece a curta-metragem Le Bal-lon Rouge e os Contos Fantásti-cos de Edgar Allan Poe

Págs. 8 e 9

Guia para um final

feliz

Reportagem Destaque - Págs. 4 a 6

D. Ana Sousa no Question à Trois —Pág. 14

Não percas a revista do

Ano | FCH em Imagens

Page 2: Edição nº 4

2 | Editorial

Jornal O Académico—Edição de fevereiro

A o fim de quatro meses

d’O Académico conti-

nuamos achar que o impacto desta

publicação tem tido um sucesso

extraordinário dentro da FCH.

Com apenas três edições, este jor-

nal já está envolvido em quatro

projetos diferentes: a Rede Alum-

ni, Erasmus AETC, Academia

Júnior e ainda uma conferência.

Neste segundo semestre o nosso

jornal vai continuar o trabalho feito

no primeiro semestre, com a habi-

tual edição mensal. Queremos e

vamos apostar noutras iniciativas,

como conferências, protocolos,

eventos e sessões que levem à inte-

ração com a comunidade académi-

ca.

Queremos também apostar

numa linha “além-fronteiras” da

FCH, ou seja apostarmos em hori-

zontes como a Rede Alumni dos

antigos alunos da nossa faculdade.

Sabemos que teremos que tra-

balhar mais, mas um jornal é isso

mesmo, tem que evoluir com os

tempos, e não ser um suporte banal

como aconteceu com outros anti-

gos jornais.

Nesta edição também apostámos

na “Revista do ano: FCH em ima-

gens de 2012”, sendo o início de

muitas futuras iniciativas deste

jornal. Convidámos a ex-jornalista

da revista Blitz e atual assessora

científica do CECC, Sónia Pereira

a escrever na Edição Limitada.

Queremos deixar claro que esta-

mos ao serviço de toda a comuni-

dade científica desta faculdade e

estaremos sempre ao lado daqueles

que precisarem de nós. Contactem-

nos, apresentem-nos ideias, que

estamos prontos ajudar naquilo que

for necessário, de acordo com os

nossos objetivos de sempre

“informar tendo em conta a quali-

dade jornalística e a abertura da

opinião aos alunos.”

Como já dissemos diversas vezes

“O jornal é de todos! Somos um

médium totalmente plural e largo

para os tantos alunos”, investiga-

dores, professores e funcionários

da FCH.

Mas que fique claro que não

somos um gabinete de comunica-

ção dos alunos ou a Associação de

Estudantes. Somos um jornal, e os

principais objetivos de um jornal

são informar através de uma pers-

petiva neutral e objetiva.

Recentemente o Semanário

Expresso festejou os seus 40 anos

e ao lermos o editorial, escrito por

Francisco Pinto Balsemão, este

dizia que os primeiros tempos des-

te semanário foram bastante difí-

ceis devido à ação da censura. Des-

ta forma sentimos que somos uns

privilegiados nesta faculdade:

temos um público-leitor que adere

livremente ao jornal, que lê, critica

e elogia de uma forma positiva e

construtiva; e também temos a

liberdade dada pela direção em

termos iniciativas, projetos e

ideias.

Como escrevemos na última edi-

ção gostávamos que O Académico

continuasse, mas a verdade é não

sabemos o dia de amanhã. Apenas

sabemos o presente e por isso mes-

mo devemos aproveitá-lo ao máxi-

mo, e tentar dar o nosso melhor.

Sabemos que erramos, mas as

falhas devem ser ultrapassadas e

corrigidas para que em todas edi-

ções sejamos cada vez melhores.

Mais uma vez apelamos a toda a

comunidade da FCH a contactar-

nos e a contar connosco em todas

as iniciativas nesta faculdade. Con-

tem com O Académico!

Page 3: Edição nº 4

FCH News | 3

Jornal O Académico—Edição nº4

Breves

O regresso da Quase FM A rádio da FCH, a Quase FM vai voltar no

segundo semestre. A mesma esteve parada

durante todo o primeiro semestre devido às

inscrições insuficientes na disciplina de proje-

to de Rádio. Segundo a página do Facebook

oficial da Quase FM, a rádio está “quase de

volta.”

Novo torneio de futebol 7

no segundo semestre

O pelouro de desporto da AEFCH abriu as

inscrições para um novo torneio de Futebol de

7 elementos a realizar no próximo semestre.

Os interessados devem falar com o respon-

sável do Pelouro, Rodrigo Henriques.

Futuras conferências organizadas

pelo CECC

O CECC (Centro de

Estudos de Comuni-

cação e Cultura) está

a organizar duas

conferências para o mês de

fevereiro.

A primeira conferência terá

como tema “Ler Shakespea-

re” e será nos dias 28 de feve-

reiro e 7 de março. Como

explicou o CECC ao O Aca-

démico esta conferência

“pretende dar a conhecer a

obra dramática do autor,

melhorar as competências de

leitura e de análise de textos

dramáticos e a capacidade de

argumentação de cada partici-

pante.”

A segunda conferência será

sobre o "Working Progress"

que terá como objetivos

“estimular a cooperação e o

espírito crítico entre estudan-

tes e investigadores” e será

nos dias 14 e 21 de fevereiro.

A anotar na agenda: CLUBE DE LEITURA “LER SHAKESPEARE” 31 de janeiro, 7 de fevereiro,

28 de fevereiro e 7 de março 18.30 Horas, Sala Timor

WORKING PROGRESS 14 e 21 de Fevereiro, 18h00,

Sala Timor

Para mais informações

visita o site do CECC

através de http://

www.fch.lisboa.ucp.pt/

site/custom/template/

ucptpl_fac.asp?

SSPA-

A bênção dos alunos finalistas

A pós a grande

discussão acer-

ca do local da

Bênção das

Fitas de 2013 (a realizar

em maio) a AEFCH

resolveu marcar uma reu-

nião para todos os finalis-

tas da FCH no próximo

dia 14 de fevereiro, para

se decidir-se em definiti-

vo o local da cerimónia.

Os motivos da polémi-

ca discussão na rede

social Facebook surgiram

após um dos alunos da

comissão de finalistas

ter colocado um aviso

num dos grupos de alu-

nos desta mesma rede

social. O conflito foi ins-

tigado devido à comissão

de finalistas ter decidido

em definitivo o local da

Bênção (separado de

outras Faculdades e Lis-

boa.)

Antigo site da FCH ainda

ativo O Académico

descobriu um

antigo site da

FCH que ainda

encontra-se ativo.

Para os mais

curiosos, este está

disponível em

http://

fch.no.sapo.pt/.

Estão disponíveis

antigas discipli-

nas, propinas e

cursos da FCH.

Page 4: Edição nº 4

Jornal O Académico—Edição de fevereiro

4 | Destaque

5

S o m o s a l u n o s

da Universidade Cató-

lica Portuguesa. Como

milhares de outros alu-

nos que acabaram o ensino

secundário e abraçaram o ensino

superior, candidatámo-nos,

fomos aceites e inscrevemo-nos

nesta que tem sido quase a nossa

segunda casa nestes últimos tem-

pos. Mas porque escolhemos esta

universidade e não outra? Porquê

o ensino privado e não o público,

que tantas vezes é apontado

como melhor no que toca a ensi-

no superior? Uns escolheram este

destino por necessidade, outros

por livre vontade, mas mesmo

assim, existem outras universida-

des, privadas, que disponibilizam

cursos semelhantes ao nosso,

porque não escolhemos essas?

Muitos de nós responderíamos a

esta pergunta invocando o argu-

mento do “nome” que a faculda-

de ostenta. Certamente que o

simples facto de se tratar de uma

instituição com bases cristãs-

católicas, abre muitas portas, em

muitos sítios, mas ainda mais que

isso, um nome vale por aquilo

que representa, por aquilo que

cria, molda e usa para se destacar

de todos os outros, e existe tanto

que nós, alunos, desconhecemos.

O Académico, este mês, partiu

em busca de alguns exemplos

que comprovam o estatuto e a

qualidade do nosso ensino, que

muitos de nós invocamos, mesmo

sem conhecer bem as suas ori-

gens e estruturas. Escolhemos

então três áreas, não muito

conhecidas ou, pelo menos, não

tanto visíveis a um olhar mais

distraído. Descobrimos com

"olhos de ver", a Rede Alumni

da FCH, o Consórcio AETC e

fomos perceber como funciona

a f i n a l o d e p a r t a m e n t o

de estágios. As ilustres professo-

ras Adriana Martins e Inês

Espada Vieira aceitaram o con-

vite e deram-nos uma aula sobre

o trabalho que têm vindo a

desenvolver nestas áreas.

Rede Alumni da FCH Muitos de nós já ouvimos

dizer que a universidade, torna-se

quase sinónimo de família, não

só pelas relações que estabelece-

mos com amigos ou namoradas,

mas por toda uma cultura de tra-

balho, relações e símbolos que

vão pingando do nome sobre o

qual estudamos e vivemos. Mas a

verdade é que há uma maneira de

salvaguardarmos essas relações,

quiçá até fazer florescer outras,

mais viradas para o mundo dos

negócios/emprego.

Temos então a Rede Alumni da

FCH, um grupo de antigos alu-

nos orientado pela professora

Inês Espada Vieira desde o seu

início, aquando do 20º aniversá-

rio da nossa faculdade, no ano de

2011. Mas, concretamente, o que

é que este núcleo pretende alcan-

çar? "A Rede Alumni tem como

missão ser um espaço de encon-

tro entre pessoas que, nalgum

momento do seu percurso de

formação (incluindo os alunos

Erasmus) tenham estudado na

FCH", aliás, o próprio nome da

rede revela um pouco daquilo

que se pretende pois, segundo a

professora, "Alumnus, Alumni.

Alumni é o nominativo plural.

Portanto, numa oração, Alum-

ni será o sujeito plural. O autor

da ação. É assim que entende-

mos o nosso futuro:

vo". Podemos ver desde já que se

trata de um projeto que "sabe

Guia para um final feliz

Afonso Sousa e Diogo Lopes

A Católica ainda não é nossa mãe, mas faz (quase) tudo por nós

Page 5: Edição nº 4

Jornal O Académico—Edição nº4

4 | Destaque

5

plural e ativo". Podemos ver

desde já que se trata de um

projeto que "sabe bem aquilo

que quer". Mas para muitos

outros colegas que ainda estão

a tirar a licenciatura, que van-

tagens se pode retirar de uma

organização de ex-alunos?

Num primeiro momento, pode-

mos ser tentados a achar que,

pelo menos na ligação da rede

com os alunos atuais, não exis-

tem muitos benefícios, afinal

tratam-se de pessoas que nem

conhecemos (na sua maioria) e

que já montaram a sua vida e

seguem-na olhando principal-

mente para a frente, não para

quem vem atrás. Nesse caso

cometemos, então, um grande

equívoco. Como diz a profes-

sora, "as redes são, simbólica

e concretamente, estruturas

de apoio e de lançamento:

imaginem a teia da aranha,

mas também a rede de um

trampolim, que nos lança

mais longe", daí que "as van-

tagens são todas: desde man-

ter as relações criadas ao lon-

go do período de estudos na

FCH, até acionar novas par-

cerias ou estabelecer metas

comuns num novo período da

vida", deixando ainda no ar a

promessa de que em breve

serão anunciadas "outras van-

tagens mais concretas, como

facilidades de acesso a pro-

dutos e serviços, formação ou

encontros de carácter infor-

mal".

Já entendemos melhor o que

se procura e o que se pode

ganhar com este projeto, mas

dos seus membros ainda pouco

sabemos. "A Rede Alumni

agrupa pessoas de distintas

idades, proveniências, destinos

profissionais e pessoais, tendo

em comum a sua passagem

pela FCH, em qualquer dos

graus de ensino (...) a FCH tem

vinte anos e, portanto, a Rede

Alumni junta já várias gera-

ções, o que permite um diálogo

muito proveitoso ao nível, por

exemplo, da experiência profis-

sional de cada um". Como podemos ver, temos,

com este projeto, tudo o que é

preciso para criar um organismo

de valor incalculável para todos

nós, discentes da FCH de hoje e

de amanhã. As bases do que

pode vir a ser um enorme impul-

sionador para o futuro de cada

um de nós estão assentes, mas

ainda há muito por fazer. “O

principal problema é a divul-

gação e mobilização. São raros

os ex-alunos que não se entu-

siasmam com a ideia da Rede

Alumni, mas depois não é fácil,

com tantas solicitações que

todos temos hoje, conseguir

levar as pessoas à ação.”, afir-

ma a Professora Inês Espada

Vieira, acrescentando ainda

que “Temos uma página no

Facebook, que é o nosso rosto,

e gostávamos que mais pessoas

se juntassem a nós e que nos

sugerissem aos seus antigos

colegas". Aqui fica o apelo e,

esperamos, a resposta devida.

Consórcio AETC

"O Consórcio AETC pode

abrir as portas para a realiza-

ção de um estágio no estrangei-

ro. Muitas vezes, a prestação

do estagiário é tão boa que a

empresa de acolhimento resol-

ve aproveitar este elemento nos

seus quadros. Como para ser

“Alumnus, Alumni.

Alumni é o nominativo

plural. Portanto, numa

oração, Alumni será o

sujeito plural. O autor

da ação. É assim que

entendemos o nosso

futuro: plural e ativo”

Page 6: Edição nº 4

Jornal O Académico—Edição de fevereiro

6 | Destaque

Estágios à la

carte O nome Clementina Santos é dos

mais populares das nossas caixas

de entrada do mail, mas a sua

cara, ninguém viu. Num recatado

gabinete na faculdade, Clementi-

na Santos existe mesmo em carne

e osso. Vestidos à civil, fomos tirar

as nossas dúvidas quanto aos

estágios que a faculdade nos

pode oferecer. Aqui ficam alguns

dados, tomem nota.

1. Qualquer aluno finalista pode

candidatar-se a um estágio proto-

colado pela faculdade.

2. As más notícias é que a maio-

ria dos estágios são pagos.

3. As boas notícias são boas, bas-

tante boas por acaso: os estágios

funcionam à vontade do freguês.

Em conjunto com o professor

José Gabriel Andrade, podemos

ter aconselhamento pessoal e,

dependendo daquilo que mais

queremos, a faculdade dá uso à

sua vasta rede de contactos e

tenta encontrar-nos o lugar ideal.

4. Se estiverem mesmo interessa-

dos, enviem um email com o

vosso curriculum à senhora Cle-

mentina Santos, mas só lá para

maio.

elegível a uma bolsa Erasmus,

a condição primeira é ser

estudante de uma das institui-

ções parceiras (no nosso caso,

da FCH), os alunos das licen-

ciaturas e dos cursos de pós-

graduação, mestrado e de

doutoramento poderão ter

esta oportunidade. Se o jovem

já tiver terminado o seu cur-

so, sugiro que venha conver-

sar com a equipa do AETC

para que possamos aconselhá-

lo(a) da melhor forma". É esta

a lição que a professora Adriana

Martins, responsável maior pelo

Consórcio AETC, melhor sabe

dar. No momento em que esti-

verem a ler isto, teremos toda

uma equipa comandada pela

professora em busca, Europa

fora, de uma oportunidade para

cada um de nós. De Espanha à

Suécia, passando pelo Reino

Unido ou Grécia, não há país

que não passe pelos horizontes

do consórcio. Porque emigrar

não deve ser encarado como

algo negativo, qual a vantagem

de estagiar lá fora? "Cada vez

mais, a experiência da mobili-

dade de estudos ou de estágio,

através da concessão de uma

bolsa Erasmus, é valorizada

pelos empregadores. Isto por-

que os empregadores acredi-

tam que um estudante que

esteve fora aprendeu a ser

autónomo, uma vez que teve

de resolver problemas e ultra-

passar obstáculos sozinho.

Ter uma experiência de inter-

nacionalização é quase como

um indicador de maturidade

(mesmo que saibamos que

existem exceções…)".

Se muitas vezes falamos entre

nós da possibilidade de avan-

çarmos para um estágio após o

final do curso, é quase sempre

inevitável a conversa não passar

pela questão da precariedade.

Ou seja, pela realidade que afe-

ta os estágios, onde muitas

vezes encontramos exemplos de

amigos e conhecidos que se

sentiram "explorados". A pro-

fessora Adriana pede confian-

ça: "acredito firmemente que

um bom estagiário tem meio

caminho andado para conse-

guir uma posição melhor. O

primeiro emprego é sempre

difícil e, na atual conjuntura

em que as portas parecem

estar a fechar-se cada vez

mais, o estágio pode ser uma

janelinha que se abre, pelo

que há que avançar, não per-

mitindo que esta situação se

transforme em algo perma-

nente".

Ainda em fase mais ou menos

embrionária, o Consórcio

AETC tem já feito chover

alguns mails que não devemos

deixar de ler. Houve até quem

tenha agarrado a oportunidade e

os resultados têm sido positi-

vos. Passar o Verão lá fora,

fazer uma espécie de Erasmus,

onde até podemos desfrutar do

apoio de algumas bolsas de

estudo, não parece má ideia.

Que melhor forma de abraçar o

tenebroso "mundo real"?

Page 7: Edição nº 4

Jornal O Académico—Edição nº4

E ste ano, tal como muitos

alunos da FCH, termino

a minha licenciatura.

Atualmente, graças ao

processo de Bolonha, é possível

concluir uma licenciatura ao fim

de três anos. É bom relembrar

que este mesmo processo alterou

o tempo das licenciaturas de cin-

co para três anos. No entanto,

considero que seis semestres é

pouco tempo de formação para

futuros profissionais, indepen-

dentemente do curso.

Tenho a noção que muitos alu-

nos terminam a sua licenciatura e

saem para um cruel mercado de

trabalho. Quero dizer que por

vezes ainda não temos capacida-

de psíquica para seguirmos para

um pavoroso mercado profissio-

nal. Acho que necessitávamos de

mais tempo, porque afinal saímos

das universidades com cerca de

vinte anos, o que parece pouco

para uma esperança média de

vida que aumenta cada vez mais.

Atualmente parece que existe

uma urgência em terminar uma

licenciatura, mas se há tanta pres-

sa, a verdade é que muitos de nós

nunca esteviram no campo de

trabalho e o choque à chegada é

bastante elevado devido à falta de

prática.

Uma vantagem que existe no

próprio Processo de Bolonha, é

que as licenciaturas estão feitas

para se seguir mestrado, ou seja

pressupõe-se que um aluno que

termine o seu curso, continue a

estudar, ao frequentar um mestra-

do.

Acho que os problemas pode-

Filipe Resende riam ser resolvidos de uma forma

simples. Se os estágios fossem

obrigatórios ao longo da licencia-

tura os problemas que já apresen-

tei poderiam ser poupados. No

meu curso em Comunicação

Social a prática são trabalhos

escritos, apresentações ou vídeos.

Vão pensar que a Universidade

Católica gosta de apostar numa

visão teórica nas suas licenciatu-

ras, mas enganam-se. A licencia-

tura em Serviço Social ao contrá-

rio de Comunicação tem um está-

gio obrigatório em que cada alu-

no frequenta as disciplinas ao

mesmo tempo do estágio.

Se fizesse um inquérito aos

meus colegas de curso e lhes per-

guntasse quantos deles já estive-

ram numa redação de um meio

de comunicação, a maioria diria

que nunca esteve.

Creio que não existe uma for-

mação prática na atual licenciatu-

ra em Comunicação Social na

Amanhã somos licenciados e depois?

Atualmente parece que existe uma urgência

em terminar uma licenciatura, mas se há tanta

pressa, a verdade é que muitos de nós nunca

estiveram no campo de trabalho

FCH. Não me estou a referir em

fazer a parte prática na Faculda-

de, mas sim no mercado de traba-

lho. Embora a carga horária das

disciplinas por vezes não permita

a FCH proporcionar a todos um

estágio, acredito que os alunos

ficariam melhor preparados se ele

existisse.

Acho que a solução para com-

plementar a nossa formação uni-

versitária seria a existência de

mais um semestre na licenciatura.

Neste semestre final, os alunos

deveriam fazer um estágio obri-

gatório e no final deste mesmo

trabalho fariam uma tese acerca

dos conhecimentos aplicados

neste mesmo estágio de forma a

interligar os conhecimentos

aprendidos na faculdade e adap-

tados no mercado de trabalho.

Opinião | 7

Page 8: Edição nº 4

8 | Culturismo

Jornal O Académico—Edição de fevereiro

Le Ballon Rouge (1956) de Albert Lamorisse

E ste mês vamos viajar até

aos deslumbrantes anos

50 e conhecer a história

de um balão que segue

um rapaz pelas ruas de Paris.

Pascal é um menino parisiense

solitário. Veste-se de cinzento. Ao

seu redor, tudo é cinzento. É no

caminho para a escola que desco-

bre preso num poste um vistoso e

brilhante balão vermelho. Pascal

sobe ao poste e solta o balão e

assim se inicia uma bela amizade.

Os dias cinzentos de Pascal são

animados por este companheiro

vermelho que o segue para todo o

lado e brinca com ele como se

tivesse vida própria. Como em

todas as histórias, temos também

um antagonista: um grupo de rapa-

zes malvados que apinhados de

ciúmes, pretendem roubar o balão

e seguem o lema “se não podes ser

meu, não serás de ninguém”. É

depois desta disputa que nos chega

um final digno de aquecer o cora-

ção mais frio. Este pequeno filme

mostra a jornada de Pascal através

das suas alegrias e tristezas, amiza-

des e conflitos, o seu mundo ima-

ginário que se torna nosso.

São 34 minutos de uma maravi-

lhosa curta-metragem que se desta-

cou através do Óscar que ganhou

para melhor guião original em

1956 (mesmo apesar de ter tão

poucos diálogos) e da “Palma de

Ouro” para curtas-metragens no

Festival de Cannes do mesmo ano

e que, deste então tocou corações

por todo o mundo fora. O realiza-

dor, Albert Lamorisse, filmou o

seu filho Pascal mostrando que não

é preciso atores experientes ou

muito tempo para criar uma histó-

ria tocante que transborda de amor

e de grande alegria.

Inês Correia

Grande parte da paisagem

que vemos no filme já não exis-

te. As padarias, a escadaria em

Y, o todo há muito perdido bair-

ro de Belleville, que foi substi-

tuído por uma paisagem urbana

entre jardins e prédios. Surgiu a

propósito, um interessante proje-

to que podemos ver através do

utilizador “pietschreuders” da

rede social flickr que criou um

álbum dedicado a esta mudança.

Duas fotos, lado a lado separa-

das por 56 anos. As ruas já não

possuem o mesmo encanto da

época, os Carochas já não

povoam as estradas nem o famo-

so café "Au Repos de la Mon-

tagne” continua a servir os ape-

titosos doces franceses, mas

teremos sempre “Le Ballon

Rouge”, capaz de nos levar

nesta viagem que quebra as

barreiras de tempo e nos enche

de ternura.

Estrelas d’O Académico

CINEMA

Page 9: Edição nº 4

8 | Culturismo

Jornal O Académico—Edição nº4

(In)direto | 9

Sangue

Sangue que celebra união

Sangue que junta dois cortes distantes

Sangue que jorra entre duas mãos

Sangue que alimenta os moinhos da transcendência.

Pedra

Pedra gélida onde encosto a tua face

Pedra minha que te entrego na verdade

Pedra comum, recalcada

Pedra só, que acende o fogo frio da tua respiração.

Ar

Ar presente, longínquo e perfurante

Ar descendente que vacila no meu caminho

Ar construído e poluído por expirações

Ar fixo que me remete para poças interiores,

Onde me afogo.

Pequeno espaço de leitura onde são escri-

tos poemas que carecem de interpretações

individuais, porque os poemas precisam

disso, necessitam que cada leitor os sinta e

os aplique para que eles possam viver.

Aqui fica o primeiro:

Joana Portugal

Contos Fantásticos de

Edgar Allan Poe

Susana Gil Soares

E dgar Allan Poe, nas-

cido a 19 de Janeiro

de 1809 foi um

escr i to r nor te -

americano ligado ao Movi-

mento Romântico. É conheci-

do pelas suas histórias de mis-

tério e macabro, sendo que

esta seleção de contos faz juz

à sua fama. O livro tem onze

contos, cada um mais assusta-

dor que o outro.

“Para a história muito

estranha, e no entanto que vou

inserir não espero nem solici-

tude nem crença. Realmente,

seria louco se tal esperasse

num caso em que mesmo os

meus sentidos recusam o seu

próprio testemunho”.

Os seus contos são góticos

recorrendo frequentemente à

temática da morte e os efeitos

da decomposição do corpo

relacionados com enterros

prematuros. São enterros de

pessoas ainda vivas.

“Dizer-vos os meus pensa-

mentos, seria loucura. Senti-

me a desfalecer e cambaleei

de encontro à parede oposta.

O corpo, já grandemente dete-

riorado e maculado por san-

gue engrumado, mantinha-se

direito. Em cima da cabeça,

com as faces dilatadas e o

único olho flamejante, estava

debruçado o animal hediondo

cuja astúcia me induzira ao

assassínio e cuja voz revela-

dora me entregara ao carrasco.

Eu tinha emparedado o mon-

stro no túmulo!”

São contos que nos levam

a ler o livro num ápice, num

misto de curiosidade e cala-

frios, tal a descrição vivida

que Allan Poe coloca na sua

escrita. Numa das suas histó-

rias mais populares, Metzen-

gestein, o autor aproveita para

fazer a uma sátira ao burlesco,

tão em voga na época. O con-

to centra-se na história do

cavaleiro de Metzengestein e

numa antiga profecia de riva-

lidade entre famílias: “um

grande nome cairá de uma que-

da terrível, quando, como o

cavaleiro do cavalo, a mortali-

dade de Metzergesntein triun-

fa a imortalidade de Berlifi-

zing”.

O livro editado pela Edi-

tora Guimãres contém dos

mais populares contos de

Poe, como Metzengenstein,

A Queda da Casa de Usher,

O Gato Preto ou O Retrato

Oval e cada um deles deixa

o leitor sem respiração até

ao termo de cada capítulo.

Contos Fantásticos de Edgar Allan Poe,

Guimarães Editores, 13,63 Euros

Edgar Allan Poe

LITERATURA

Page 10: Edição nº 4

10 | Edição Limitada

11

Jornal O Académico—Edição de fevereiro

S e a música pode ser,

na sua essência,

vagamente definida

como uma forma

artística que consiste na combi-

nação de sons e silêncios que

se propagam no tempo, sobre

ela ter-se-á também de admitir

tratar-se de uma cada vez mais

complexa realidade cultural, no

interior da qual se conjugam

elementos de origens diversas e

muito pouco lineares que a têm

vindo a transformar num fenó-

meno crescentemente plural e

ubíquo. A música é som e é

texto, mas é também visual e

performance; é eminentemente

material, mas é também eféme-

ra, transgredindo sem limites

fronteiras físicas, espaciais e

geográficas, movendo-se atra-

vés do tempo e integrando-se

nas memórias coletivas e pes-

soais; é capaz de mobilizar afe-

tivamente os seus ouvintes e,

ainda que apenas temporaria-

mente, gerar uma poderosa

ligação entre elementos de

audiências à escala global. A

música tem o poder de mobili-

zar e comover, confortar e

entusiasmar, acalmar e agitar,

criar, reforçar ou perturbar a

paisagem sonora; pode oferecer

experiências individuais ou

coletivas de prazer e identifica-

ção, mas pode também propor-

cionar momentos tão intensos

de celebração e euforia como

de protesto e resistência.

Por outro lado, há que reco-

nhecer que a música é também

uma commodity e, enquanto tal,

parte de uma indústria que gera

milhões em lucros anuais para

Convidada Especial d’O Académico

Sónia Pereira | CECC

Da crise e da música

um conjunto de grandes empresas.

Os processos de produção, distri-

buição e circulação de música tor-

naram-se significativamente sofis-

ticados ao longo das últimas déca-

das, envolvendo hoje um grande

número de instituições que de

algum modo intervêm nas ativida-

des de gravação e produção, gestão

e distribuição, marketing e promo-

ção, agendamento e performance.

O advento das novas tecnologias

tem vindo a representar, em tem-

pos recentes, uma ameaça persis-

tente ao equilíbrio precário de toda

esta indústria, na qual a necessida-

de de intermediários parece cada

vez mais reduzida, mas a indústria

tem de igual forma reagido procu-

rando novas formas de se adaptar a

um mercado em constante mudan-

ça.

Hoje, e provavelmente de um

modo muito mais intenso do que

em qualquer outro momento histó-

rico, a música tornou-se parte

intrínseca da vida quotidiana, assu-

mindo o papel de uma experiência

complexa que oferece ao seu públi-

co um poderoso veículo de criação

e circulação de significados, pro-

porcionando oportunidades singu-

lares de expressão de algumas das

mais cruciais emoções do espírito

humano, e, em simultâneo, possibi-

litando exercícios de identificação,

crítica e transgressão. A música

constitui atualmente uma presença

muitas vezes ambígua e difusa no

quotidiano individual e coletivo, tal

é a forma como se introduziu e

enraizou numa série de atividades,

espaços e processos nos quais a sua

função não é muitas vezes clara-

mente reconhecida. Dela se pode

afirmar que ocupa hoje um lugar

Page 11: Edição nº 4

10 | Edição Limitada

11

Jornal O Académico—Edição nº4

“Tantos anos a estudar para acabar desempregado Ou num emprego da treta, mal pago

E receber uma gorjeta que chamam salário Eu não tirei o Curso Superior de Otário”

[Boss AC, Sexta-Feira (Emprego Bom Já)]

central não apenas na rádio, na

imprensa e nos canais televisivos

especializados, mas também no

cinema e na programação televisi-

va generalista, bem como na Inter-

net, onde milhões de sites, blogues

e redes sociais se dedicam à pro-

moção mais ou menos exclusiva de

determinados artistas. Mas a músi-

ca está de igual modo presente

numa enorme variedade de espaços

públicos, desde os centros comer-

ciais aos cabeleireiros, passando

pelos restaurantes, elevadores,

lojas e transportes públicos, tal

como está nos dispositivos móveis

que as novas gerações transportam

consigo diariamente, seja o compu-

tador, o telemóvel ou um qualquer

leitor de áudio. A música está em

toda a parte, a todo o momento, e

todos a ouvem, com maior ou

menor vontade ou predisposição,

dependendo do contexto.

Igualmente omnipresente nos

tempos que correm na vida quoti-

diana de todos nós está o discurso

da crise, que parece ter-se tornado

ao longo do último ano o paradig-

ma dominante em todas as áreas da

existência, estendendo-se da

dimensão económica à política,

passando inevitavelmente pelos

domínios social e cultural. Em

tempos de crise, de rutura, de desa-

fios e incertezas, parecem ambicio-

nar as forças governativas fazer-

nos crer que a cultura será sempre

o elo mais fraco e o menos prioritá-

rio de todos aqueles em que o

investimento, seja ele individual ou

coletivo, deva ser realizado em tais

momentos. Dizem-nos, no entanto,

quer a realidade histórica quer a

experiência do presente, que a rele-

vância da cultura está muito longe

de ser periférica ou secundária, e

dificilmente poderá ser relegada ao

esquecimento na análise da retórica

da mais recente crise que atravessa

Portugal e se cruza com os cami-

nhos da restante Europa e, em últi-

ma instância, de todo o globo.

A narrativa da crise está em

toda a parte, e está-o também na

música, onde é articulada de um

modo que tanto a sustenta quanto a

ela resiste, como sempre o tem fei-

to. Ao longo do último ano, muitos

foram os artistas nacionais a dar

voz às suas preocupações, a sair à

rua em manifestações apartidárias

convocadas sobretudo pelas redes

sociais e pelo fenómeno de boca

em boca, a participar em ações de

consciencialização e solidariedade,

a comprometer-se a si próprios e à

sua música em prol de um discurso

que participa também ele na cons-

trução de um determinado imagi-

nário cultural que suporta ao mes-

mo tempo que contesta, numa arti-

culação necessariamente difícil, a

realidade da crise.

A música não escapa à crise, é

certo, mas também a crise não

escapa à música. E se para alguém

for inteiramente desconhecida a

citação que dá início a este peque-

no comentário à relação entre

ambas, é porque provavelmente

viveu numa qualquer dimensão

paralela que não esta ao longo de

2012. Boss AC não tem uma solu-

ção mágica para a crise, como nós

também não a teremos; mas, no

entretanto, a ligação criada entre

todos aqueles que ouviram o seu

hino à sexta-feira talvez nos permi-

ta melhor compreender, negociar

ou resistir aos seus múltiplos signi-

ficados e implicações.

Page 12: Edição nº 4

12 | Crónica

O que queres tu para o teu futuro?

Diogo Lopes

N ão há muitas outras

perguntas que me pas-

sem mais pela cabeça

do que esta: O que

fazer quando "se for grande”?

Escolher entre viver feliz ou ape-

nas viver é uma decisão tão difí-

cil que nos obrigam a tomar.

Escolher entre o que me pode

fazer transbordar a cabeça, o

coração e o que me matará a

fome. Mas infelizmente, muitas

vezes é com isso que somos con-

frontados.

Grande parte de nós, os que

fecham os livros, sebentas e

PowerPoints de vez neste semes-

tre, entramos para uma das fases

mais decisivas da nossa vida.

Escolher. Uns não estarão muito

preocupados com isto, outros

nem querem pensar no assunto,

mas de certeza que a grande

maioria está assustada. Decidir

assusta. O medo e a incerteza

que, a opção deixada para trás,

faz zumbir à volta da nossa cabe-

ça, muitas vezes, é quase insu-

portável. E se escolher A em vez

de B? Ou B em vez de A? Infini-

tos cenários e ideias vão sendo

tecidos na nossa cabeça e acredi-

tamos que 2+2 não poderá nunca

ter outro resultado que não 4.

Com o tempo o medo inicial é

substituído por uma coroa que

pomos na nossa própria cabeça.

Acreditamos, por uns momentos,

que somos os nossos próprios

mestres. Que tudo correrá de

acordo com um qualquer plano

que, ingenuamente, deixamos

florescer na zona mais verde e

viçosa do nosso coração depois

de a incerteza já estar esquecida

num canto. Mal sabemos nós

que, da nossa vida, pouco ou

quase nada nos pede autorização

para acontecer. Não digo que seja

um qualquer Messias ou Deus a

comandar os nossos caminhos,

mas a vida e toda a sua beleza,

quase mística, é, na minha opi-

nião, um ser vivo, racional, de

vontade própria e espírito livre,

que não hesita em dar uma guina-

da no volante do carro que con-

duzimos sobre a estrada invisível

que as nossas ideias constroem. E

quando isso acontece, tudo muda.

De um momento para o outro,

aquilo que, inicialmente, parecia

impossível de ser melhor, cai,

parte-se. E ficamos suspensos

numa respiração. Caídos no chão

de um deserto que de repente

parece ter crescido à nossa volta.

Como um marinheiro que cai ao

mar, perdemos o nosso chão, o

nosso barco. E tudo parece perdi-

do nesses instantes. Ficamos sem

mais nada sem ser nós próprios.

Nós e nós próprios. Quando tudo

corre mal, quando a ideia certa se

esfuma por entre os acasos do

destino, nada mais nos resta do

que aquilo que desde o primeiro

sopro é construído. Que cresce

todos os dias. Nasce quando nas-

cemos e morre quando morre-

mos. O nosso eu interior. A nossa

verdadeira cara. Sempre em

movimento, sempre a mudar. E

será a pessoa que construímos

que nos salvará quando o melhor

dos amigos nos faltar. Quando a

pior das desgraças nos cair em

cima. Apostem em vocês. Naqui-

lo que querem Ser e não somente

ser. No final do dia, quando a

cama for o quentinho da noite,

quando o escuro abraçar, terão a

realidade daquilo que realmente

são a falar com vocês. Façam

dessa conversa algo que vos

orgulhe, algo que vos dê gozo de

reconhecer. Todos somos capa-

zes de alcançar isso, de construir

essa identidade. Todos temos isso

dentro de nós. Temos tanto den-

tro de nós. Não desperdicem.

Podem continuar sem saber bem

o que fazer com mestrados,

empregos e estágios, mas saberão

que a pessoa que levam dentro de

vós, conseguirá alcançar tudo o

que mais distante possa estar.

Grande parte de nós, os que fecham os livros, sebentas

e PowerPoints de vez neste semestre, entramos para

uma das fases mais decisivas da nossa vida.

Jornal O Académico—Edição de fevereiro

(Des)focado| 13

Page 13: Edição nº 4

12 | Crónica

Jornal O Académico—Edição nº4

(Des)focado| 13

"A principal forma de Beleza é a

Ordem e a Simetria"

Aristóteles

Fotografia Por:

Gonçalo Fonseca (500px.com/goncalofonseca)

Page 14: Edição nº 4

Jornal O Académico—Edição de fevereiro

14 | Question à trois

Dona Ana: Acabem os vossos cigarros (Lá

Fora!), e venham ver a nossa amiga em exclusivo para

O Académico.

“Bom dia Dona Ana!”, “Olá Dona Ana!”, “São

dois cafés em chávena de plástico, por favor.” Dona

Ana, Dona Ana, Dona Ana, Dona Ana. Durante vários

anos este foi um dos nomes mais ouvidos no nosso

bar. A simples senhora que nos atendia sempre com

um sorriso na cara cresceu um pouco no coração de

todos. De traquinices em tom de brincadeira a conse-

lhos sérios e convictos saltava, todos os dias, sempre

com a boa disposição que a felicidade de trabalhar

com quem gostamos traz à superfície. Foi (e é!) amiga,

confidente, conselheira e parceira de tudo o que nos

girava à volta, fossem os problemas clássicos de amo-

res ou as notas menos boas nesta ou naquela cadeira.

Este ano foi-nos “roubada” por monstrinhos que

nos fogem do alcance, mas está e estará sempre muito

bem guardada dentro de cada um de nós como uma

das caras mais amigas e sorridentes que já passaram

pelos corredores desta Faculdade.

Quisemos conhecer melhor esta amável amiga,

que pelo seu valor próprio como Ser Humano, con-

quistou o seu lugar nesta aventura inesquecível que é a

vida académica. Temos a certeza que estas não serão

as últimas palavras que dela ouviremos, mas por ago-

ra, peçam uma baguete de panado e uma média no bar,

e leiam tudo o que ela nos disse. Temos a certeza que

no final todos farão um valente brinde em honra desta

nossa amiga. Toda a sorte do mundo para si Dona

Ana, seremos sempre os seus meninos.

Como foram os seus primeiros dias a

trabalhar no bar da Faculdade de Ciên-

cias Humanas? Quais foram as suas

primeiras impressões?

Emprego novo é sempre difícil, trabalhar

com gente crescida foi uma aprendizagem,

já que eu trabalhava com crianças dos 3

aos 10 anos. Mas a boa vontade de parte a

parte fez deste o meu melhor emprego.

O que é que lhe traz mais saudades dos

tempos que passou na FCH?

Tudo, como estou desempregada o meu

mundo está mais cinzento. Falta-me a

companhia, a alegria de estar rodeada de

gente que eu gosto.

Notou alguma diferença entre as gera-

ções de alunos que lhe “passaram pelo

balcão”?

A diferença é grande mas, para mim,

todos diferentes, todos iguais.

E histórias caricatas que se tenham pas-

sado durante esses tempos?

Histórias não me faltam. Tantas, confis-

sões de todo o tipo mesmo, mas para mim

era na época das praxes, tanta coisa se

passava, tive convites menos próprios,

mas levei tudo com um sorriso e boa dis-

posição.

O que acha que funcionava pior nos

tempos em que trabalhou na nossa can-

tina? A organização? O material?

A falta de pessoal, mas tudo se resolve.

Planos para o futuro Dona Ana? Algu-

ma coisa que ambicione que queira par-

tilhar connosco?

Planos arranjar trabalho. Ambiciono muito

pouco, só quero ser feliz e amor, muito

amor.

Comentário extra da D. Ana: Isto agora

é comentário, quem ama não esquece, e

vocês estão todos no meu coração.

Diogo Lopes

Dona Ana Sousa

Nota Editorial:

Nesta edição da rúbrica Question à Trois

quebrámos a nossa própria regra de apresen-

tar apenas três perguntas e as três respetivas

respostas porque achámos que o assunto tra-

tado assim o merecia.

Page 15: Edição nº 4

Jornal O Académico—Edição de fevereiro

H oje em dia fala-se de

dinheiros. O dinheiro de

que precisamos, que

gastámos, que devemos,

que nunca tivemos… As finanças

estão na ordem do dia e, tal como

vastos milhões de portugueses,

também os alunos da Universidade

Católica Portuguesa começam a

fazer «contas à vida». Desta forma,

considero de suma importância a

discussão do tema algo controverso

que os Prémios de Excelência da

Faculdade de Ciências Humanas

constituem.

Como já sabem estes traduzem-

se num montante em dinheiro,

equivalente à importância anual das

propinas, atribuído aos alunos ad-

mitidos com média igual ou supe-

rior a 17 valores e a três alunos do

1º e 2º anos com classificações

iguais ou superiores ao valor atrás

referido. Penso que toda a comuni-

dade estudantil julga ser hercúlea

esta tarefa que nos propõe a Di-

reção da FCH.

Naturalmente, os estudantes da

FCH defrontam uma panóplia de

obstáculos ao sucesso durante o seu

percurso. Desde a elevada carga de

trabalho durante o ano, à crónica

concentração das frequências na

segunda semana de janeiro e à ne-

cessidade de tempo para si

próprios, pelo menos aqueles que

prezam a sua sanidade mental.

A condição humana impossi-

bilita-nos, desde logo, de atingir a

excelência em todos os campos de

uma dada área científica, pelo que,

por muito esforço que se faça, difi-

cilmente se conseguirá obter classi-

ficações tão altas em todas as uni-

dades curriculares. Constitui, ainda,

uma agravante a tendência que, por

vezes, se apodera do corpo docente

de restringir a escala de classifica-

ções, fazendo com que a base seja

o 12 e o tecto o 16.

Não obstante, parece-me que o

mais pernicioso dos contratempos

será sempre a marcação sucessiva

de avaliações (no final de cada se-

mestre) dado que se torna contra-

producente. Este tipo de aprecia-

ções promove a aquisição superfi-

cial de um ror de conteúdos ao in-

vés de apostar na retenção efectiva

de informações que, em muito, nos

seriam úteis.

Existe, contudo, uma outra

opção para aliviar as nossas cartei-

ras, designadamente, contactar o

GAPA (Gabinete de Apoio ao

Aluno) e de seguida ser tarefeiros

para os serviços internos da UCP.

As únicas desvantagens que se nos

apresentam é que a FCH muito

raramente cobre o valor total da

propina, visto que são pagos 3,46€/

h, e estaremos sempre dependentes

da procura de trabalho. Esta situa-

ção poderá significar um esforço

colossal e, na verdade, acabar por

não resolver o problema.

Resta-nos pois gizar uma

solução que se poderá basear no

funcionamento da Faculdade de

Economia dentro de cujo seio os

estudantes obtêm bolsas por es-

calões. Por outras palavras, um

estudante com média de 15 obtêm

um desconto de 25% nas propinas,

se obtiver média de 16 tem 50%, e

se conseguir atingir os 17 é-lhe

paga a totalidade do valor. Ainda

que não se aplique a mesma

estrutura, proponho que se faça

uma aproximação a este modelo

visto ser extremamente benéfico

para os estudantes (em termos fi-

nanceiros e de incentivo ao estudo)

e positivo para a FCH que, de certo,

aumentará o número de interessa-

dos em frequentar as suas licencia-

turas, muito possivelmente esten-

dendo a sua preponderância a nível

internacional.

Naturalmente, os

estudantes da

FCH defrontam

uma panóplia de

obstáculos ao

sucesso durante

o seu percurso.

Beatriz Isaac

Correio FCH Este espaço também

pode ter a tua opinião.

Para isso basta enviares

o teu texto para o e-mail

o.academico.geral@gmai

l.com e poderás vê-lo

publicado na edição de

março.

Bolsas de Estudo na FCH

Correio FCH | 15

Page 16: Edição nº 4

Jornal O Académico—Edição de fevereiro

16 | Parte para rasgar

A Marcha dos “Indignaditos”

João Tavares

Uma igualdade Desigual

Então não é que só depois de

tantos anos de praxes na nossa

faculdade e com elas, toda a divi-

são em categorias que lhe está

subjacente é que os envolvidos

neste ritual se lembraram de pro-

testar contra a desigualdade!?

Mas não se exaltem, praxantes,

ninguém defendeu a igualdade

entre caloiro e veterano (sei o

quão horripilante isso seria para

muitos), acalmai-vos, pois os

caloiros não deixarão de ser os

vossos brinquedos, isso seria o

fim do vosso mundo, mas não

está próximo, descansem...

A controvérsia gerou-se via

Facebook e prende-se com a

enorme injustiça que será, segun-

do algumas alminhas, deixar de

se fazer a bênção das fitas na

cidade universitária para se passar

a fazer numa cerimónia privada,

aqui na nossa UCP.

A ideia de fazer a bênção deste

ano em privado, surgiu pois, apa-

rentemente, nas anteriores, os

nossos veteranos foram gozados

pelas outras universidades e

alguns cobardolas não têm cora-

gem para lhes fazer frente.

Ora, cobardia é coisa a que a

instituição praxe nunca nos habi-

tuou (quer seja pela forma como

toda uma pandilha de trajados

humilha os que ainda mal se

ambientaram, quer pela absoluta

falta de criatividade por ela pro-

movida) e os defensores da mes-

ma insurgiram-se contra este

gigantesco escândalo. Sobretudo

aqueles que até já fizeram a bên-

ção, o que parecendo que não, faz

todo o sentido, não fosse o espíri-

to “académico” a imposição for-

çada da vontade dos que nele

entraram há mais tempo sobre a

dos que entraram depois.

Ao que parece, a vontade dos

“superiores” (alguns já nem estu-

dam na faculdade) não será cum-

prida tão facilmente, o que é uma

pena, pois esta geração poder-se-á

ver privada de toda a plenitude do

ritual da bênção das fitinhas, que

é tão emocionante, sobretudo para

quem ainda não iniciou a sua vida

sexual.

Glamour, Escárnio e Maldizer

Foi pretensamente com direito

a tudo isto, que a Católica de

Economia e Gestão... (Perdão!) a

Católica School of Business and

Economics acendeu mais um

rastilho de fofoquice, intriga e

peixeirada nesta universidade.

Contudo, a explosão, se ocorreu,

foi pouco ou nada violenta.

A página Católica Scandals,

tem neste momento mais de 110

likes, apesar de não ter sido nem

um sucesso, nem muito duradou-

ra. Tendo-se iniciado a 5 de

Janeiro, a última publicação data

do dia a seguir e em todos os

posts existentes, o único comen-

tário sem carga depreciativa é

feito pelo(s) próprio(s) triste(s)

que criou/criaram a página.

E nada disto é de estranhar

numa “comunidade” (é assim

que está designada) cujo objecti-

vo é as pessoas enviarem os seus

podres para os outros comenta-

rem. Não sei quem é que é sufi-

cientemente burro para enviar

histórias supostamente degra-

dantes sobre si próprio (ainda

que anonimamente) para um

sítio público, nem sei se entre os

que as enviaram havia alguma

abécula que estivesse mesmo a

contar algo real e não a gozar (é

provável que sim, feliz ou infe-

lizmente).

O que é certo é que a quem

fundou tamanha parvalheira, lhe

saiu o tiro pela culatra e as críti-

cas da parte de alunos da FCH

foram muitas, numa clara

demonstração de bom senso que

é mais uma batalha ganha contra

aqueles que sendo de fora da

faculdade, nos maldizem, achan-

do que os inferiores somos nós...

para depois nos presentearem

com demonstrações de “classe”

como a Católica Scandals.

O novo secretário de Estado do Empreendedorismo, tem quase o

mesmo nome que a tartaruga Franklin.

Page 17: Edição nº 4

Jornal O Académico—Edição nº4

16 | Parte para rasgar

17

Empreendedorismo, Competi-

tividade e Inovação

O novo secretário de Estado

poderá ser empreendedor e com-

petitivo, mas o motivo que o

trouxe à ribalta vem inovar mui-

to pouco o panorama político

português. Franquelim Alves é

mais um antigo administrador do

grupo SLN/BPN que vem parar

ao governo, numa daquelas

“coincidências” que já não

espantam ninguém.

O Sr. Dr. Franquelim, para

além de ter quase o mesmo

nome que o personagem princi-

pal de uns desenhos animados

que davam no Canal Panda há

uns anos atrás, parece ter sido

administrador do grupo SLN

entre 2007 e 2008. E o problema

não está só em isso ser mau para

o curriculum, mas também no

que o agora secretário de Estado

disse durante a primeira comis-

são de inquérito ao BPN: que

notificar o Banco de Portugal

acerca das falcatruas que lá se

tinham passado “seria muito

irresponsável”. Sim, pois ser

gestor de um banco e omitir

informações sobre lavagem de

dinheiros, transparece, acima de

tudo, responsabilidade.

E como disse (e repetiu) Fer-

nando Ulrich, o país lá “aguenta,

aguenta” ao receber a notícia de

que mais um dos seus “gestores”

vem dessa casa impoluta que foi

a Sociedade Lusa de Negócios.

E preparam-se as baterias

para um segundo

semestre bastante pro-

missor, tal como um

2ºround entre David e Golias,

cheio de novas cadeiras, uma

subida considerável dos termó-

metros e uma boa rodada de

fofoquices que estão a ser pré-

cozinhadas nestas curtas férias

que gozámos, tirando aqueles

que gostam mesmo da faculdade

e continuaram em exames. A

estrada que vai dar ao Verão

ainda se avizinha prolongada, e

as tais baterias não estarão assim

tão carregadas, pois quando mui-

tos de vocês pensavam “Ufa já

me livrei do primeiro, este

segundo vai ser canja de gali-

nha”, toda uma panóplia de pro-

fessores está a preparar um ver-

dadeiro caldo universitário caóti-

co, com um cheirinho amargo a

“desculpa, mas não vais ter

férias de Verão”.

Prosseguem também as

comemorações do Carnaval, coi-

sa passageira, já que temos só

um dia para o aproveitar, e pro-

vavelmente vou ter de vir de

Torres Vedras mascarado para

as aulas, comemorar o dia da

Universidade Católica, não apa-

recendo porém na missa, porque

vou vestido de diabo e podia ser

acusado de blasfémia. Antes de

chegarmos aos três mesinhos de

descanso, há ainda espaço para

enfardar em ovos da páscoa, dar

uns cravos, no 25 de Abril, à

Reitoria da Faculdade para ver

se baixam as propinas e conti-

nuar numa demanda aventureira

pelas variadas festas que vão

surgindo, tentando alimentar o

Nota da Palma de Cima

José Paiva meu ego social, no desejo de

algum dia ser considerado

“cool”.

A primeira volta acabou,

segue-se uma segunda que irá

distinguir os fortes dos fracos, os

responsáveis, dos meninos que

andam só a fazer bom uso do

dinheiro dos papás, os que que-

rem muito isto ou os que querem

muito dizer “ando na faculdade e

tu não“. É um verdadeiro “Fear

Factor“ através da tal estrada

que para uns faz parte do percur-

so, para outros é simplesmente

mais uma, figurando um verda-

deiro fardo na pesada agenda

social dos próprios.

O mundo é cheio de cor

Também as aguarelas o são

Pinta este meu amor

E bebe o meu sangue seu cão

Se não me amas esquece

Prefiro comer belos diospiros

E se o teu sol não me aquece

Então vou amar vampiros

Porque eles são eternos

E tu não tens moedas

Eles podem comprar-me cadernos

Sem usar um paraquedas

Quero viver muitos dias

Para ser como vocês

Mas isso exige comer enguias

E eu não recebi este mês

Dário Alexandre

Um poema de

amor para

vampiros

Page 18: Edição nº 4

Jornal O Académico - Edição de fevereiro

FCH Ilustrada Pesos & Contrapesos

Jornal O Académico Publicação dos Alunos da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa

Diretor: Filipe Resende

Diretores-Adjuntos: Afonso Sousa, Diogo Lopes, João Tavares e Raquel Trindade

Redação: Beatriz Isaac, Dário Alexandre, Gonçalo Fonseca, Inês Correia, Joana Portugal, José Paiva, Sara dos Santos e Susana Gil Soares

Contatos: [email protected]

Visita a nossa página no Facebook: https://www.facebook.com/JornaloAcademico

Bom segundo semestre

O Jornal O Académico deseja um excelente semestre de Verão a toda a comunidade da Facul-

dade de Ciências Humanas!

(In)direto

O Académico criou um espaço de poesia,

vê o primeiro poema!

Página 9

Convidado Especial na Próxima Edição

Para a próxima edição O Académico vai contar com a opinião do reconhecido jornalista do semanário Expres-

so, Martim Silva. Não percas na edição de março, o testemunho deste antigo aluno da FCH e atual editor de

política do Expresso!

Novo semestre (+6) Para muitos alunos as

férias bem que podiam

prolongar-se, para outros

não! Mas a verdade é que a

FCH já voltou ao trabalho!

Com ele traz novas disci-

plinas, novos colegas de

Erasmus, novos professo-

res!

Novos alunos de Erasmus (+8) Mais um começo de semestre,

mais um grupo de alunos de

Erasmus, vindos de diversos

países. É bom conhecer novas

culturas e novas pessoas.

Comissão de Finalistas (-5) A polémica Comissão de

Finalistas da FCH foi o cen-

tro das atenções, após decidir

sem a opinião dos alunos

finalistas fazer uma bênção

das fitas separada das Uni-

versidades de Lisboa.

O Portal do Moodle

Após tantos anos com o conhecido “Sítio da Disciplina”, a FCH

aplicou a todas a disciplinas o Moodle, um “Course Management

System que permite a transmissão e organização dos materiais de

apoio às aulas.”