edição nº 123

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MERCADO & NEGÓCIOS Brasil e França voltarão a discutir a compra de caças Capital EMpRESa JORNalÍStiCa ltDa ►28 DE AGOSTO A 03 SETEmbrO DE 2012 Ano 4 nº 123 www.jornalcapital.jor.br Indicadores / Câmbio R$1 Internacional Compra Venda % Fechamento: 27 de agosto de 2012 ►PÁGINA 2 Trem-bala só vai circular em 2020 ►PÁGINA 5 Prejuízo diário de R$ 12 milhões A paralisação das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Mon- te, determinada no dia 14 de agosto pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), causa prejuízo de R$ 12 milhões por dia ao empreendimento, segundo estimativa da Norte Energia, empresa responsável pelo serviço e pela futura operação da usina. ►PÁGINA 7 Banco de Imagens Banco Central obtém o maior lucro desde 2008 Arrecadação federal cresce no acumulado do ano Governo e CNI acertam redução da emissão de gases de efeito estufa Selic pode cair mais 0,5 ponto percentual O Banco Central lu- crou R$ 12,3 bilhões nos seis primeiros meses do ano. O resultado foi A arrecadação federal teve queda em julho, na comparação com o mes- mo período de 2011, mas cresceu no acumulado do ano. No último mês, o go- verno arrecadou R$ 87,947 A taxa básica de ju- ros, a Selic, deve ser cortada em 0,5 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Co- pom) do Banco Central (BC), marcada para esta terça-feira (28) e quarta-feira. A expec- tativa é de analistas de instituições do mercado inanceiro, consulta- dos toda semana pelo BC sobre os principais indicadores da econo- mia. Atualmente, a Se- lic está em 8% ao ano e o processo de queda da taxa começou há um ano, em agosto de 2011. divulgado pelo Conselho Monetário Nacional, que aprovou o balanço da au- toridade monetária no pri- bilhões, o que representa queda de 7,36% em relação a julho do ano passado, já descontada a inlação oi- cial. A arrecadação de ja- neiro a julho de 2012 foi R$ 596,502 bilhões, o que As reduções foram uma das formas encontra- das pelo governo para estimular a economia, que registra ritmo mais lento. Além do corte deste mês, os analistas esperam por mais uma redução de 0,25 ponto percentual neste ano. Assim, a Selic encerrará 2012 em 7,25% ao ano. Depois da reunião deste mês, o Copom volta a se reunir em outubro e novembro. Para o pró- ximo ano, a expectati- va dos analistas é que o Copom eleve a taxa bá- sica de juros para conter a inlação. Telecomunicações pode ter carga tributária reduzida A informação é do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (foto). Esses tributos, segundo o ministro, são muito altos no Brasil, representando, em média, 40% da fatura de uma conta de telefone, por exemplo. ►PÁGINA 3 Devolução aos cofres públicos O empresário e ex-senador Luiz Estevão fez um acordo para devolver R$ 468 milhões aos cofres públicos federais. O dinheiro é relativos ao desvio de recursos destinados à construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, na década de 1990. A devolução de mais R$ 542 milhões está em discussão entre as partes. ►PÁGINA 3 Antonio Cruz-ABr meiro semestre. Esse é o maior lucro semestral do órgão nos últimos quatro anos. ►PÁGINA 2 signiica aumento real de 1,89% ante os sete primei- ros meses de 2011. Um dos fatores que inluenciaram o resultado foi a redução do lucro das empresas em 2012 em relação a 2011. ►PÁGINA 5 Wilson Dias-ABr Dolar Comercial 2,028 2,030 0,25 Dólar turismo 1,960 2,170 0,46 ibovespa 58.111,46 0,54

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Jornal Capital - Edição nº 123

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Page 1: Edição Nº 123

MERCADO & NEGÓCIOS

Brasil e França voltarão a

discutir a compra de caças

Capital EMpRESa JORNalÍStiCa ltDa ● ►28 DE AGOSTO A 03 SETEmbrO DE 2012

Ano 4 ● nº 123www.jornalcapital.jor.br

Indicadores / Câmbio

R$1

Internacional Compra Venda %

Fechamento: 27 de agosto de 2012

►PÁGINA 2

Trem-bala só vai circular em 2020►PÁGINA 5

Prejuízo diário de R$ 12 milhões

A paralisação das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Mon-te, determinada no dia 14 de agosto pelo Tribunal Regional Federal da 1ª

Região (TRF1), causa prejuízo de R$ 12 milhões por dia ao empreendimento, segundo estimativa da Norte Energia, empresa responsável pelo serviço e pela futura operação da usina. ►PÁGINA 7

Banco de Imagens

Banco Central obtém o

maior lucro desde 2008

Arrecadação federal cresce no acumulado do ano

Governo e CNI acertam

redução da emissão de

gases de efeito estufa

Selic pode cair mais 0,5 ponto percentual

O Banco Central lu-crou R$ 12,3 bilhões

nos seis primeiros meses do ano. O resultado foi

A arrecadação federal teve queda em julho,

na comparação com o mes-mo período de 2011, mas cresceu no acumulado do ano. No último mês, o go-verno arrecadou R$ 87,947

A taxa básica de ju-ros, a Selic, deve

ser cortada em 0,5 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Co-pom) do Banco Central (BC), marcada para esta terça-feira (28) e quarta-feira. A expec-tativa é de analistas de instituições do mercado inanceiro, consulta-dos toda semana pelo BC sobre os principais indicadores da econo-mia. Atualmente, a Se-lic está em 8% ao ano e o processo de queda da taxa começou há um ano, em agosto de 2011.

divulgado pelo Conselho Monetário Nacional, que aprovou o balanço da au-toridade monetária no pri-

bilhões, o que representa queda de 7,36% em relação a julho do ano passado, já descontada a inlação oi-cial. A arrecadação de ja-neiro a julho de 2012 foi R$ 596,502 bilhões, o que

As reduções foram uma das formas encontra-das pelo governo para estimular a economia, que registra ritmo mais lento. Além do corte deste mês, os analistas esperam por mais uma redução de 0,25 ponto percentual neste ano. Assim, a Selic encerrará 2012 em 7,25% ao ano. Depois da reunião deste mês, o Copom volta a se reunir em outubro e novembro. Para o pró-ximo ano, a expectati-va dos analistas é que o Copom eleve a taxa bá-sica de juros para conter a inlação.

Telecomunicações pode ter carga tributária reduzida

A informação é do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo

(foto). Esses tributos, segundo o ministro, são muito altos no Brasil, representando, em média, 40% da fatura de uma conta de telefone, por exemplo. ►PÁGINA 3

Devolução aos cofres públicos

Oempresário e ex-senador Luiz Estevão fez um acordo para devolver R$ 468 milhões aos cofres públicos federais. O dinheiro é relativos ao desvio de recursos destinados à construção do prédio do Tribunal

Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, na década de 1990. A devolução de mais R$ 542 milhões está em discussão entre as partes. ►PÁGINA 3

Antonio Cruz-ABr

meiro semestre. Esse é o maior lucro semestral do órgão nos últimos quatro anos. ►PÁGINA 2

signiica aumento real de 1,89% ante os sete primei-ros meses de 2011. Um dos fatores que inluenciaram o resultado foi a redução do lucro das empresas em 2012 em relação a 2011. ►PÁGINA 5

Wilson Dias-ABr

Dolar Comercial 2,028 2,030 0,25Dólar turismo 1,960 2,170 0,46ibovespa 58.111,46 0,54

Page 2: Edição Nº 123

2 ►28 de Agosto a 03 de Setembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

MERCADO & NEGÓCIOS

Na internet: www.jornalcapital.jor.br

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Diretor Geral: Marcelo CunhaDiretor de Redação: Josué Cardoso ([email protected])

Colaboradores: Alberto Marques, Arthur Salomão, Carlos Erbs, Dilma Rousseff, Geiza Rocha,

Moreira Franco, Priscilla Ricarte,Roberto Daiub e Rodrigo de Castro.

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Ponto de Observação

alberto marques

INEPAC fará avaliação da arte sacra no estado do rio

Com um dos maiores acervos de arte sacra

do Brasil, o estado do Rio de Janeiro deve terminar, até o início de 2013, o inventário de mais três regiões: serrana, Médio Paraíba e centro-sul. O trabalho do Departa-mento de Bens Móveis e Integrados do Institu-to Estadual do Patrimô-nio Cultural (Inepac) já foi concluído no norte e noroeste do estado e na Baixada Litorânea, resultando na publica-ção de dois livros. Até o início de 2014 deve ser feito o levantamento da Costa Verde e Baixada Fluminense, para, até o inal de 2014, fazer o in-ventário da arte sacra na capital luminense.O di-retor do departamento, Rafael Azevedo, lembra que o trabalho começou em 2008, no interior do estado. “Estamos lidan-do com um acervo que é alvo de grande especula-ção e interesse dentro do mercado de arte do Brasil

e fora do Brasil. Com isso, nós procuramos remediar essa perda silenciosa que a gente tem tido de acervos que são roubados ou fur-tados, que saem de manei-ra ilícita de alguns desses monumentos históricos do Rio”.

Azevedo explica que o trabalho é minucioso e co-meça com pesquisa em ar-quivos e documento, para saber onde ir e o que pro-curar. “Com a referência do que procurar, a equipe vai ao local e identiica o que realmente tem impor-tância histórica, litúrgica, artística, estética, enim, a equipe vai fazer esse diag-nóstico e lança no sistema que nós temos online, para ser analisado pela equipe de escritório. Essa equipe do escritório faz uma revi-são e aprofunda as análises estilísticas, iconográicas e ornamentais de cada peça”, diz o coordenador do pro-jeto.Rafael Azevedo lem-bra que um dos objetivos do trabalho é dar auxílio técnico e mapear os que locais precisam de ações emergenciais, para direcio-

nar melhor as políticas de proteção em cada região.

O diretor do Inepac, Paulo Vidal, disse que, além da arte sacra, o órgão também está fazendo ou-tros inventários, como o da arquitetura rural luminen-se, principalmente nas fa-zendas do ciclo do café do vale luminense, e também do patrimônio imaterial. Ele diz que o levantamento é o primeiro passo para pro-teger os bens culturais.“O inventário é uma ação sis-temática que o Inepac faz, em diversas áreas, e é a pri-meira etapa para possibili-tar a posterior proteção dos bens culturais. São traba-lhos que já vêm sendo fei-tos a longos anos, e que são a etapa de reconhecimento dos bens culturais existen-tes no nosso estado, e a primeira etapa então para a preparação de uma política de promoção e salvaguarda desses bens”. O inventário está no site www.artesacra-luminense.rj.gov.br. para consulta.

Lamentavelmente, mui-ta coisa se perdeu nas úl-timas décadas de abando-

no do nosso patrimônio historio. Diariamente, vemos na mídia notícias de roubo de peças sacras de igrejas históricas, o desabamento de prédios importantes da nossa história, como ocorreu recentemente no incên-dio da capela da Reitoria da Universidade Fede-ral do Rio de Janeiro. Na Baixada, que era o cinturão verde da capi-tal do Brasil Colônia e Imperial, muitos sítios importantes estão aban-donados, como a Igreja do Pilar, em Duque de Caxias, freqüentada elo alferes Joaquim da Silva Xavier, o “Tiradentes”, o mesmo ocorrendo na antiga Fazenda São Ber-nardino, em Nova Igua-çu, e na antiga estação de transbordo de Mauá, na ligação ferroviária da do Rio de Janeiro com Petrópolis, uma iniciati-va do visionário Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, um gaucho que semeou em-presas por todo o País no Século XIX.

(*) Fechamento: 27 de agosto de 2012

Banco Central obtém o maior

lucro semestral desde 2008O Banco Central (BC)

lucrou R$ 12,3 bi-lhões nos seis primeiros meses do ano. O resultado foi divulgado pelo Con-selho Monetário Nacional (CMN), que aprovou o ba-lanço da autoridade mone-tária no primeiro semestre. Esse é o maior lucro semes-tral do órgão desde 2008, quando mudou a forma de contabilidade e passou a separar o lucro efetivo dos resultados com operações cambiais. De acordo com o diretor de Administração do Banco Central, Altamir Lopes, além da deprecia-ção cambial, a redução da taxa Selic (juros básicos da economia) também con-

tribuiu para o lucro do ór-gão no primeiro semestre. “Com a diminuição dos juros, o passivo do Banco Central tem custo menor, o que ajuda no resultado”, explicou.

Devido à mudança na forma de contabilidade, o resultado desconsidera o ganho de R$ 32,2 bilhões que a autoridade monetária obteve com a alta do dó-lar, que subiu de R$ 1,87 no im de dezembro de 2011 para R$ 2,02 no im de junho. Se esses ganhos fossem considerados, o lu-cro do BC teria sido de R$ 44,5 bilhões. A alta do dó-lar favorece o Banco Cen-tral porque eleva o valor

em reais das reservas inter-nacionais e trouxe ganhos nas operações de swap cambial, que funcionam como compra e vendas de dólares no mercado futuro. Desde 2008, no entanto, os resultados com operações cambiais são separados do lucro do Banco Cen-tral.

Os R$ 44,5 bilhões – lucro de R$ 12,3 bilhões mais ganhos com opera-ções cambiais de R$ 32,2 bilhões - serão repassados ao Tesouro Nacional nos próximos dez dias úteis. O dinheiro deverá icar guardado, podendo ser usado somente para res-gatar dívida pública.

Trabalho realizará

fórum de secretários

municipais

A Secretaria de Tra-balho e Renda do

Estado vai realizaro VII Fórum dos Secretários Municipais de Trabalho do Estado do Rio de Ja-neiro, "As Perspectivas de Progresso e o Crescimen-to Sustentável de Nossas Cidades", na quinta-feira (30), das 9 às 16 horas. O evento acontecerá no Sa-lão Palladon, na Rua Dil-son A. Legentil, no Bairro Flamengo, em Maricá.

- A missão da Setrab é justamente deinir, formu-lar e implementar políti-cas públicas de emprego, trabalho e geração de ren-da no Estado do Rio de Janeiro, desenvolvendo ações de apoio ao traba-lhador, voltadas para a in-termediação de emprego; qualiicação proissional; geração de renda e segu-ro-desemprego - airmou o secretário de Estado de Trabalho e Renda Paulo Novaes.

Os especialistas da Setrab vão expor para os secretários municipais e seus servidores as várias

ações realiza e também explicar como funcio-nam. As palestras serão sobre Microcrédito; Qua-liicação Proissional; Cooperativismo; Seguro--Desemprego (as deter-minações do Ministério do Trabalho e Emprego, via Pronatec); Gestão Compartilhada dos Servi-ços Sine; Atendimento ao Trabalhador e Relações Trabalhistas; Saúde Men-tal; Atendimento Estadual ao Deiciente; e Saúde e Segurança no Ambiente do Trabalho.

Haverá ainda palestra com Chinaider Pinheiro, ex-líder do tráico de Vi-gário Geral e conhecido à época como “Latino”, que hoje atua dentro do AfroReggae, orientando as pessoas a saírem da criminalidade e do vício drogas e, principalmen-te, ensinando que ser um trabalhador honesto é a melhor coisa a se fazer na vida. O AfroReggae tam-bém ministrará uma oici-na de percussão ao im do evento.

Banco de Imagens

Cambio

moeda Compra (r$) Venda (r$) Variação %

Dolar Comercial 2,028 2,030 0,25

Dólar turismo 1,960 2,170 0,46

moeda Compra (U$) Venda (U$) Variação %

Coroa Dinamarca 5,958 5,961 0,11

Dólar Austrália 1,035 1,036 0,42

Dólar Canadá 0,990 0,990 0,13

Euro 1,249 1,250 0,12

Franco Suíça 0,960 0,961 0,10

Iene Japão 78,750 78,770 0,09

Libra Esterlina Inglaterra 1,578 1,578 0,14

peso Chile 480,340 481,240 0,05

Peso Colômbia 1.822,000 1.824,000 0,51

Peso Livre Argentina 4,590 4,640 0,00

peso México 13,221 13,225 0,32

Peso Uruguai 21,400 21,600 0,47

bolsa

Valor Variação %

ibovespa 58.111,46 0,54

IbX 20.865,36 0,36

Dow Jones 13.124,67 0,25

Nasdaq 3.073,19 0,11

Merval 2.460,72 0,08

Commodities

Unidade Compra US$ Venda US$ Variação %

Petróleo - brent barril 114,490 114,510 1,73

Ouro onça troy 1.664,350 1.665,430 0,07

Prata onça troy 30,750 30,780 0,03

Platina onça troy 1.539,000 1.549,000 0,12

Paládio onça troy 649,000 654,000 0,21

Indicadores

Poupança 28/08 0,500

tR 27/08 0,000

Juros Selic meta ao ano 8,00

Salário mínimo (Federal) r$ 622,00

Page 3: Edição Nº 123

3►28 de Agosto a 03 de Setembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

Conversa com a Presidentaencaminhe perguntas para a Presidenta

dILma RoUsseFF:

[email protected] ou

[email protected]

RENATO HUFF SCHOENNEMAYER, 28 anos, pescador de Barra Velha (SC) - Aprendi com meu pai

a pescar e a cuidar do pescado, mas vejo colegas que

não têm o mesmo cuidado que eu. O governo pode

ensinar a cuidar mais do controle sanitário para a

comercialização de pescado?

Presidenta Dilma - Sim, Renato, o governo federal trabalha, com o apoio de estados e municípios, para assegurar pescados com a qualidade preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) aos consumidores. Uma parceria entre os ministérios da Pesca e Aquicultura e da Educação, está qualiicando 2 mil proissionais, de 50 colônias de pescadores de todo o Brasil, em Telecentros Maré, em um curso à distância, via satélite, ministrado pelo Instituto Federal do Paraná (IFPR). Há 168 alunos de sua região. O curso dura dois anos e as primeiras turmas se formarão em dezembro próximo. Há também o Pescando Letras, que integra o programa Brasil Alfabetizado, e que desde 2003 alfabetizou mais de 170 mil pescadores. Em 2011, cerca de 5,5 mil pescadores participaram do programa. Para aprimorar o controle sanitário, criamos, em abril de 2012, a Rede Nacional de Laboratórios e, em maio, o Programa Nacional de Moluscos Bilvalves, que envolve ostras, mariscos e semelhantes. Já investimos R$ 16 milhões na formação dessa rede e do programa dos moluscos e vamos chegar a R$ 55 milhões, em cinco anos. Também estamos reestruturando programas de prevenção, controle, monitoramento e iscalização de doenças, contaminantes e resíduos dos recursos pesqueiros. Renato, queremos apoiar cada vez mais pescadores a terem os mesmo cuidados que você em seu trabalho.

CARLOS JOSÉ SANTOS, 59 anos, comerciante de Santos (SP) - Senhora presidenta, por que o governo

não investe no trabalho de iscalização para que os sonegadores iscais não contem vantagem neste país?

Presidenta Dilma - Carlos, temos um trabalho irme de combate à sonegação iscal, ao contrabando e à pirataria. Em 2011, a Receita Federal bateu recorde histórico na identiicação de valores sonegados por empresas e pessoas físicas: R$ 109,3 bilhões, valor 21% superior ao do total de autuações de 2010. Em 26,35% das iscalizações concluídas, foram identiicadas práticas que podem ser criminosas, e houve notiicação ao Ministério Público Federal para processar os responsáveis. Ainda em 2011, foram apreendidos 3,3 bilhões de cigarros ilegais, no valor de R$ 165 milhões, e mais de R$ 14,7 milhões em medicamentos piratas, dentre outras mercadorias. Além de não gerarem tributos, esses produtos ameaçavam a saúde da população e promoviam a concorrência desleal com a indústria legalizada. Os resultados desse combate à sonegação iscal nem sempre são conhecidos porque a lei obriga manter em sigilo a identidade do contribuinte iscalizado. Mas temos agido irmemente em todo o território nacional, inclusive com intensidade redobrada nas fronteiras, por meio do Plano Estratégico de Fronteiras, que envolve a atuação articulada das Forças Armadas, policias estaduais, Força Nacional de Segurança e polícias Federal e Rodoviária Federal, além da Receita Federal.

CATIÚSCIA REBELO, 31 anos, professora de Rondonópolis (MT) - Presidenta, ouvi no rádio

semana passada uma entrevista de uma ministra

sobre violência contra a mulher. Ela falou que,

agora, agressores de mulheres terão que pagar uma

indenização. Como é isso?

Presidenta Dilma – Catiúscia, na entrevista que você ouviu, a ministra de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, informou que o INSS está acionando a Justiça para exigir, dos agressores, o ressarcimento dos benefícios previdenciários pagos às vítimas da violência praticada por eles. São casos como licenças médicas, aposentadorias por invalidez, e, em casos mais extremos, pensões pagas aos ilhos e ilhas menores de idade de mulheres assassinadas. Em meio a essas tragédias, Catiúscia, o objetivo principal desta ação é responsabilizar inanceiramente os agressores e obrigá-los a compensar o Estado pela despesa do contribuinte. É um passo a mais no processo de conscientização da nossa sociedade contra a violência doméstica. Já foram ajuizadas três ações até o momento, sendo duas no Distrito Federal e uma no Rio Grande do Sul. Além disso, foi elaborada uma cartilha com o título “Quanto custa o machismo?”, que será distribuída nas mais de 1.300 agências do INSS, em todo o Brasil, podendo chegar às mãos de 4,5 milhões de pessoas. Nós acreditamos que esta iniciativa tem um caráter pedagógico no esforço que estamos fazendo para a proteção das mulheres.

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Alimento sobe menos e ajuda a segurar a inlação

Ex-senador vai devolver R$ 468

milhões de recursos desviados

A Advocacia-Geral da União (AGU) irmou

com a equipe do empre-sário e ex-senador Luiz Estevão um acordo histó-rico para o pagamento de R$ 468 milhões aos cofres públicos federais. Porém, à vista, o empresário se comprometeu a pagar R$ 80 milhões - o restante, R$ 338 milhões, será pago em 96 parcelas, no valor de R$ 4 milhões. O acordo foi as-sinado dia 23 entre a AGU e o Grupo OK, que perten-ce ao ex-senador. Os valo-res referem-se a duas ações de execução de decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) relativos ao desvio de recursos desti-nados à construção do pré-dio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo, na década de 1990. O dinheiro será repassado aos cofres do Tesouro Na-cional. Uma das ações co-

bra a multa e outra o débito principal do valor desviado da obra.

Como garantia de que o pagamento das 96 parcelas será feito, a AGU manterá 1.250 imóveis penhorados, além de R$ 2,5 milhões por mês de aluguéis em crédi-to e mais a penhora de R$ 30 milhões do Grupo OK. Porém, não há consenso sobre o pagamento de R$

542 milhões. O Grupo OK diverge da AGU sobre os termos para o cálculo da dívida, não reconhecendo os critérios adotados para chegar ao valor inal.SEM CONCESSÕES - A procuradora-geral da União, Hélia Bettero, disse que não houve concessões por parte da União em re-lação aos valores cobra-dos. “É o maior valor [já

acordado para pagamento] em caso de corrupção. Re-presenta uma mudança de paradigma. É um resgate de valores muito grande e recompõe [parte do] patri-mônio público”, disse. O advogado do Grupo Ok, Marcelo Bessa, disse que o empresário acompanha todo o processo da nego-ciação e está tranquilo em relação ao desfecho. “É uma decisão pragmática. Por uma questão pragmáti-ca, retomamos a busca por um acordo”, acrescentou.

O superfaturamento no TRT de São Paulo virou um caso emblemático, pois envolveu o então presi-dente do tribunal, Nicolau dos Santos Neto, conhe-cido como Lalau, que foi aposentado e condenado a prisão domiciliar. O então senador Luiz Estevão foi cassado devido ao envolvi-mento no processo.

Antonio Cruz-ABr

AGU pretende resgatar 25% dos recursos desviados até 2016

A Advocacia-Geral da União (AGU) preten-

de resgatar 25% do total de recursos desviados dos cofres públicos federais nos próximos quatro anos. A meta foi anunciada dia

23 pela procuradora-geral da União, Helena Maria de Oliveira Bettero. Ela disse que 15% já foram resga-tados até agosto deste ano e que a média anterior era 1% ao ano.

O diretor de Patrimô-nio da AGU, André Men-donça, que esteve à frente das negociações para o acordo com Estevão, res-saltou que ainda há muito o que fazer. “Representa o

paradigma para outros ca-sos [de resgates relativos à] corrupção. Mas ainda há muito o que fazer. Isso possibilita a maior recupe-ração da história do Bra-sil”, disse ele.

Governo estuda redução de carga

tributária das telecomunicações

O ministro das Comu-nicações, Paulo Ber-

nardo, disse que o gover-no estuda diminuir a carga tributária federal das tele-comunicações e que deve discutir o assunto também com os estados. Esses tribu-tos, segundo o ministro, são muito altos no Brasil, repre-sentando, em média, 40% da fatura de uma conta de telefone, por exemplo. “Nós precisamos enfrentar esse problema”, reforçou. A me-dida, de acordo com Paulo Bernardo, é uma resposta à demanda do país por novas tecnologias como a banda larga móvel, que apresentou aumento de 100% em 2011. No Brasil, 25% dos telefo-nes celulares já têm disponi-bilidade para internet, infor-mou o ministro.

Paulo Bernardo lem-brou que o governo preten-de lançar o Plano de Uni-versalização da Internet até o inal de 2013 e que, para isso, o país precisará ter toda disponibilidade de tec-nologias existentes, como cabo, rádio, wireless e sa-télite. O ministro disse que, em reunião que teve dia 21 com a presidenta Dilma

Rousseff, foi discutido o uso da frequência de 700 mega-hertz (MHz) para a banda larga. Ele informou que o governo avalia fazer uma licitação dessa frequ-ência no segundo semestre de 2013. Hoje, a frequência de 700 MHz é destinada à radiodifusão, usada basica-mente pelas emissoras de televisão aberta.

A licitação, de acordo

com ele, depende da de-socupação dos 700 MHz, que deve ocorrer até 2016, prazo estabelecido pelo go-verno para que haja a im-plementação da TV digital no país e o consequente desligamento do sinal ana-lógico. “A Anatel [Agência Nacional de Telecomuni-cações] está fazendo um estudo e conclui, ainda neste semestre, se há pos-

sibilidade de acelerarmos esse agrupamento [dos canais], digitalizar mais rapidamente a TV, reagru-par antes de 2016 e passar a usar [a frequência] para a banda larga”. O gover-no federal estuda também mecanismos de incentivo para estimular a compra de televisões digitais antes do prazo para a extinção do si-nal analógico de TV.

Wilson Dias-ABr

Page 4: Edição Nº 123

4 ►28 de Agosto a 03 de Setembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

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21 2671-6611

RodRIgo de castRo é

jornalista e pós-graduado em

marketing e comunicação empresarial

pela Universidade Federal de Juiz de Fora (mg)

Bastidoresda ALERJ

O efeito das pesquisas eleitorais

Por que mesmo com níveis de coniança tão elevados (por exemplo, 95%, 99%) e margens de erro relativa-

mente pequenas (tais como 3%, 2%) ocorrem discrepâncias entre os resultados inais dos pleitos e as estimativas dos institutos de pesquisa? Por que as tais pesquisas são tão desacreditadas por quem está “atrás” e tão explorada por aqueles que “lideram as corridas”?

É oportuno salientar que a pesquisa eleitoral detecta o sentimento da população naquele determinado instante de tempo em que está sendo realizada. É, como se costuma dizer, uma fotograia daquele momento especíico. Esse sentimento pode mudar sob a inluência de vários fatores: propaganda, desempenho dos candidatos, fatos novos, guia eleitoral, alianças políticas, etc. Naturalmente, quanto mais próximo do dia da eleição, mais as estimativas tendem a bater com os números oiciais, porquanto tais inluências já estarão cristalizadas no eleitor (vide pesquisa de boca de urna, a que geralmente apresenta menor diferença entre as estimativas e os resultados oiciais porque capta a decisão do eleitor logo depois de ele votar).

Mas é neste “meado” de campanhas eleitorais que as pesquisas causam efeitos muito contraditório. Não no elei-torado, mas sim nos candidatos. Nem sempre os efeitos são positivos e muito menos o que se vê nestas amostragens relete-se nas ruas. A última pesquisa do Ibope sobre as eleições do Rio foi um derradeiro balde de água fria para a dupla Rodrigo Maia (DEM) e Clarissa Garotinho (PR). Pior que a disparada de Eduardo Paes (47%) foi a excelente ascensão de Freixo (Psol) que subiu de 8% para 12%. Os coordenadores de campanha de Maia, que estacionou em 5%, demonstram sentimentos de total constrangimento e desânimo.

Aqui pela Baixada, em Duque de Caxias, as pesquisas que hoje apontariam um segundo turno entre Washington Reis (PMDB) e Alexandre Cardoso (PSB) não convencem nem mesmo as coordenações de campanha destes dois. Isso se deve ao fato de que tais pesquisas não levam em conta o fator “corpo-a-corpo” e nisso, o atual prefeito Zito (PP) pa-rece continuar imbatível. Suas caminhadas continuam a ar-rebatar milhares de pessoas e assustar os adversários. Além disso, até mesmo o crescimento tímido (porém constante) de Dica (PSD) e Samuquinha (PR) preocupam e muito Ale-xandre Cardoso, que não consegue decolar mesmo com um alto investimento em propaganda eleitoral. Já a preocupa-ção de Washington Reis está no fato de não disparar para uma vitória direta em primeiro turno, o que signiica que um equilíbrio dos índices pode levar Zito ao segundo turno e aí, pesquisa nenhuma seria capaz de apontar com precisão um vencedor.

Economista do Ipea diz que

indústria está “patinando”

A indústria é o proble-ma que impede maior

crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - soma das riquezas e bens produ-zidos no país - este ano, segundo o economista do Instituto de Pesquisa Eco-nômica Aplicada (Ipea) Roberto Messenberg, em entrevista à Agência Bra-sil. Ele coordena o Grupo de Análise e Previsões da Diretoria de Estudos e Po-líticas Macroeconômicas (Dimac) do instituto. “A indústria está patinando”, airmou. Em função do baixo nível da atividade industrial, o Ipea vai re-ver a previsão para o PIB de 2012 em setembro pró-ximo, segundo adiantou o economista. Na quinta-fei-ra (23), o instituto divulgou o boletim Conjuntura em Foco de agosto, que traz dados relativos a PIB, in-lação, emprego, entre ou-tros temas.

Segundo o economista, os números da produção industrial e da indústria de transformação são fracos. “Isso faz com que não ve-nha a se cumprir o cenário

esperado de recuperação gradual, embora com mais força, a partir do segundo semestre”. Ele reforçou que esse já não é mais um cenário factível. Messen-berg disse que a ocorrên-cia de taxas de crescimento elevadas no segundo se-mestre não permitirá rever-ter a tendência de redução do PIB. “As indicações são que a taxa de crescimento dessazonalizada nos dois primeiros trimestres icou aquém das expectativas de todos”. Com isso, Messen-

berg analisou que a mé-dia do ano “não será boa”. Segundo frisou, “estamos com um viés de baixa”. Não quis, porém, arriscar número.RETRAÇÃO - O econo-mista explicou que o cres-cimento dos dois primeiros trimestres dessazonaliza-dos, isto é, retiradas as ca-racterísticas especíicas do período, deinem a taxa média de crescimento da economia de um ano para o outro. Ou seja, os dados do primeiro e segundo tri-

mestres estabelecem a base sobre a qual a taxa de cres-cimento dos trimestres se-guintes incide, por isso a projeção pessimista para o PIB. Mesmo com a ativi-dade industrial mais fraca, que apresentou no primeiro semestre retração de 3,8%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geograia e Estatística (IBGE), o Ipea está percebendo uma aco-modação no nível de em-prego no Brasil este ano, “em um patamar elevado historicamente”. Em julho, o emprego no país aumen-tou 1,4%, considerado o melhor resultado da série de variação interanual des-de agosto de 2010.

- A tendência é acomo-dação, não crescimento, em função até de um dina-mismo claudicante no setor industrial - comentou Ro-berto Messenberg. Como o setor de serviços se mostra bastante aquecido, isso faz com que o nível de empre-go em geral se mantenha elevado. Apesar da retra-ção da produção na indús-tria, o setor não está demi-tindo, destacou.

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Queda na produção e no lucro das

empresas derrubam arrecadação

O recuo na produção in-dustrial e no lucro das

empresas, aliados às deso-nerações concedidas pelo governo sobre alguns tribu-tos - como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor automo-bilístico -, contribuíram para queda no volume de impostos arrecadados em julho. A avaliação é da Re-ceita Federal, que divulgou nesta segunda-feira (27), a análise da arrecadação do último mês e do acu-mulado dos primeiros sete meses de 2012. O volume de R$ 87,947 bilhões ar-recadado em julho recuou 7,36% ante o mesmo mês de 2011. De janeiro a julho, quando foram recolhidos R$ 596,502 bilhões, hou-

ve crescimento de 1,89% na comparação com igual período de 2011. Os dados levam em conta a inlação oicial do período.

A análise dos resultados feita pela Receita faz refe-rência à Pesquisa Industrial Mensal do Instituto Brasi-leiro de Geograia e Esta-tística (PIM/IBGE) - que indica recuo de 5,52% na produção industrial frente a julho de 2011 - e classiica o fator como um dos mo-tivos da arrecadação menor no cenário mensal. A Re-ceita Federal também con-sidera a redução no lucro das empresas determinante para o recolhimento menor. Segundo o relatório do ór-gão, a arrecadação com o Imposto de Renda Pessoa

Jurídica (IRPJ) e com a Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) di-minuiu em R$ 4,7 bilhões, entre abril e julho deste ano, por causa da queda na lucratividade das empre-sas. A secretária-adjunta da Receita, Zayda Manatta, disse que o governo espera uma recuperação da econo-mia no segundo semestre, com consequente melhora na arrecadação de impos-tos. A desoneração do IPI para carros novos também fez cair o volume arrecada-do no mês passado. Com a redução na alíquota, a ar-recadação do imposto foi 71,26% menor em julho deste ano em comparação ao mesmo mês do ano pas-sado - o volume pago em

tributos caiu de R$ 618 mi-lhões para R$ 178 milhões no período.

Além do IPI sobre os automóveis, também tive-ram desoneração a Con-tribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), incidente sobre os combustíveis, e o Imposto sobre Operações Financei-ras (IOF), aplicado sobre o crédito à pessoa física. No caso da Cide, a arrecada-ção caiu 72,49% entre ju-lho do ano passado e igual mês deste ano, passando de R$ 815 milhões para R$ 224 milhões. O IOF como um todo variou de R$ 2,918 bilhões para R$ 2,514 bilhões no período, o equivalente a queda de 15,67%.

Entrada de empresas no mercado

icou estável de 2009 para 2010Em 2010, o Brasil tinha

aproximadamente 4,5 milhões de empresas ati-vas, de acordo com o Ca-dastro Central de Empresas (Cempre), sendo 78% (3,5 milhões) sobreviventes (em-presas existentes em 2007 e que permaneceram ativas em 2010) e 22,1% (999,1 mil) recém-criadas. Ou seja, de cada cinco empresas existentes uma era nova. Os dados fazem arte do estudo Demograia da Empresas 2010 divulgado hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geograia e Estatística (IBGE).

Ao analisar a evolução de taxas de entrada e saída de empresas no mercado, o estudo apontou estabilida-de nas taxas de entrada, que apresentaram leve queda de 0,1 ponto percentual de 2009 para 2010 (de 22,2% para 22,01%). Já a taxa de saí-da das empresas recuou 1,4 ponto percentual em relação a 2009, passando de 17,7% (736,4 mil) para 16,3% (755,1 mil). Com isso, o saldo no total de empresas icou positivo, ao registrar um acréscimo de 6,1% no número de empresas (261,7 mil empresas a mais).

Apesar dos números positivos, o estudo mostra também que quase 50% das empresas criadas em 2007 não existiam mais em 2010. Segundo o IBGE, no período estudado, essas empresas ocupavam 37,2 milhões de pessoas, sen-do 30,8 milhões (82,9%) como assalariados e 6,4 mi-lhões (17,1%) na condição de sócio ou proprietário. Com as novas empresas, entraram para o mercado de trabalho mais 1 milhão de assalariados (3,3%). As saídas corresponderam a um decréscimo de 363,8

mil (1,2%) assalariados.Por atividade econô-

mica, as maiores taxas de entrada foram observadas no setor da construção (31,2%); de eletricidade e gás (29,1%) e em ou-tras atividades de serviços (28,5%). Já as empresas que mais saíram do mer-cado estavam voltadas a atividades de arte, cultura, esporte e recreação (20%), outras atividades de servi-ços (19,8%) e informação e comunicação (19,5%). O Sul e o Sudeste apresen-taram as maiores taxas de empresas sobreviventes.

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5►28 de Agosto a 03 de Setembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

Governo e CNI acertam diminuir

emissão de gases de efeito estufa

O governo e a indús-tria irmaram uma

parceria para a adoção de medidas que diminuam a emissão de gases de efei-to estufa. De acordo com o ministro do Desenvol-vimento, Indústria e Co-mércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, pela primeira vez na história do país governo e indústria assumem a tarefa de mu-dar o paradigma na área ambiental, consoante com um “cenário de competiti-vidade internacional mais acirrado”. Em solenidade realizada dia 21 na Confe-deração Nacional da Indús-tria (CNI), ele e a ministra de Meio Ambiente, Iza-bella Teixeira, assinaram um acordo de cooperação técnica com a CNI para a realização de estudos seto-riais e discussão de contra-partidas econômicas para as ações de redução das emissões de carbono.

A parceria tem vigên-cia até 2015. Período no qual o MDIC, o Ministé-rio do Meio Ambiente e a CNI trabalharão juntos na implantação do Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas do Setor Industrial, cujas di-retrizes foram elaboradas pelo governo federal e co-locadas em consulta públi-ca até a última quarta-feira

(15). A meta do plano é diminuir em pelo menos 5%, até 2020, as emissões de gases nas atividades de alumínio, cimento, papel e celulose, químico, cal, vi-dro e ferro-gusa.MODERNIZAÇÃO - Pi-mentel destacou que a indústria brasileira “é pu-jante, forte, embora tenha passado diiculdades”, mas acredita que o setor tem todas as condições para re-tomar o crescimento. Ele destacou que a moderniza-ção da indústria tem que ser constante, no rumo da sus-tentação ambiental, e res-saltou que a parceria hoje irmada “é o protagonismo que temos que ter com o se-tor produtivo”. Por sua vez,

a ministra Izabella Teixeira enfatizou a necessidade de ações de longo prazo para o desenvolvimento do país, e disse que a parceria do governo com a indústria “tem importância funda-mental nesse sentido”, uma vez que o desaio é enor-me. “Precisamos, portanto, compartilhar a visão de de-saio em prol da redução da emissão de gases, que virá, certamente, com a moder-nização do parque indus-trial”, completou.

Para o presidente da CNI, Robson Braga An-drade, o acordo demonstra o esforço da indústria em atuar com o setor público na direção de uma econo-mia de baixo carbono. Ele

disse que o empresariado está ciente de que a par-ceria é um passo decisivo para transformar o discurso sobre mudança climática em realidade.

Na mesma solenidade, o MDIC anunciou também a criação de uma Comissão Técnica do Plano Indús-tria, que funcionará como fórum de debates e articu-lação dos diferentes setores industriais na elaboração e cumprimento de metas. No caso, a CNI fará a in-terlocução com o governo para produzir inventários de emissões e determinar o impacto das mudanças necessárias para promover a competitividade em am-biente mais sustentável.

Valter Campanato-ABr

Estimativa de inlação pelo IPCA sobe pela

sétima semana seguida

A projeção de analistas do mercado inancei-

ro para a inlação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para este ano, subiu pela sétima se-mana seguida, ao passar de 5,15% para 5,19%. De acordo com o boletim Fo-cus, publicação semanal do Banco Central (BC), com estimativas para os principais indicadores da economia, a projeção para 2013, de 5,5%, permane-ce há nove semanas. O IPCA é o índice escolhido pelo governo para acom-panhar a meta de inla-ção. Essa meta tem como centro 4,5% e margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Ou seja, as estimativas para o IPCA estão acima do centro da meta, mas abaixo do limite superior de 6,5%.

A meta de inlação é um alvo do BC, que usa como um dos instrumen-tos para calibrar os preços e inluenciar a atividade econômica as alterações na taxa básica de juros, a Selic. Atualmente essa taxa está em 8% ao ano, mas como a economia está desaquecida, os analistas esperam que o Comitê de

Política Monetária (Co-pom) do BC mantenha o processo de redução da Selic, iniciado em agosto do ano passado.

A expectativa é a redu-ção da taxa para 7,5% ao ano, na reunião marcada para esta terça-feira (28) e na quarta-feira. Após a reunião deste mês, os analistas esperam um corte de 0,25 ponto per-centual. A pesquisa do BC também traz esti-mativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômi-cas (IPC-Fipe), mantida em 4,32% este ano e em 4,71% em 2013. A ex-pectativa para o Índice Geral de Preços – Dispo-nibilidade Interna (IGP--DI) subiu de 8,03% para 8,16% este ano, e passou de 5,01% para 5%, em 2013. Para o Índice Ge-ral de Preços de Merca-do (IGP-M), a projeção passou de 7,79% para 7,85%, em 2012. Para 2013, a projeção para o índice segue em 5%.

A estimativa dos ana-listas para os preços ad-ministrados foi mantida em 3,5%, neste ano, e alterada de 4,38% para 4,30%, em 2013.

Trem-bala entrará em operação plena em 2020

O trem de alta veloci-dade estará operando

de forma plena em 2020. A previsão, atualizada pelo secretário executi-vo da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Helio Mauro França, foi anunciada dia 23, enquanto o secretário detalhava a minuta do edi-tal da licitação para escolha da tecnologia e do operador do veículo. O documen-to, ainda inacabado, icará aberto a sugestões ao longo de diversas audiências pú-blicas previstas até o dia 24

de setembro.Como as tentativas de

licitações anteriores, que buscaram grupos interes-sados em tocar o projeto como um todo, não des-pertaram interesse das em-presas, o governo federal decidiu dividir o processo em duas partes: uma para

escolher os responsáveis pela fabricação dos trens e a operação do sistema e outra para deinir a empre-sa responsável pela cons-trução do projeto.

O leilão deverá ser rea-lizado em maio do ano que vem, e a empresa ou con-sórcio vencedor será o que

apresentar a melhor oferta, levando em consideração a relação entre valor de outorga e valor para cons-trução de túneis, pontes e viadutos, além do material rodante (o próprio trem). “Não estão incluídos nes-sa etapa a construção de estações e a instalação de trilhos”, informou o secre-tário da ANTT.

França disse que o valor de outorga com o qual traba-lha a agência é R$ 66,12 por trem.quilômetro e será pago trimestralmente pela empre-sa ou consórcio vencedor.

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6 ►28 de Agosto a 03 de Setembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

Atualidade

País Internacional

Contaminação por hepatite ameaça

trabalho de manicures e tatuadores

Por trabalharem com instrumen-

tos cortantes e perfu-rantes, sob constante risco de contato com sangue de clientes, manicures e tatua-dores são alguns dos proissionais mais vulneráveis a contrair hepatite. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 33 mil novas pessoas são in-fectadas anualmente no Brasil por hepatites virais. De olho na pro-teção dessas pessoas, o Ministério da Saúde abriu o concurso cul-tural Arte, Prevenção e Hepatites Virais para Tatuadores e Mani-cures. As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de setembro. Os prêmios vão de te-levisões a quantias de R$ 2 mil e R$ 5 mil. O edital está disponível na internet.

Cada vez mais, es-ses proissionais se tornam conscientes de que devem reforçar a proteção contra a do-ença, especialmente com o uso de luvas e óculos de proteção, além de realizarem a vacinação. Mesmo co-

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“Mulheres que são abandonadas por seus maridos” é tema de ciclo de palestras da deputada estadual Claise Maria

Divulgação

De p u t a d a f o i apontada pela

ONU como uma das 12 mulheres que ins-piram mudanças positivas na socie-dade e tem percor-rido toda a Baixada para falar de suas experiências prois-sionais e pessoais a outras mulheres.

N o i n í c i o d e 2000, um encon-tro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas) para apresentar e debater os temas que mais atrasam o desenvolvimento do planeta deter-minou oito metas a serem atingidas até 2015, como forma de alcançar uma so-ciedade mais justa e igualitária. Entre estas metas, uma em especial chamou a atenção, já que pelo fato de sermos herdeiros de uma sociedade patriar-cal e muitas vezes “machista”, nunca havia sido anterior-

mente discutido de uma forma séria. Trata-se da Igualdade entre os sexos e valorização da mulher.

O tema virou um dos “8 objetivos do milênio” para a ONU. No entanto, mesmo estando próxi-mos ao prazo estipulado para encontrar a solução, muitas são as contradi-ções e os preconceitos que envolvem esta ques-tão. Ainda hoje, mulheres são vítimas de violência, muitas são proibidas de trabalhar e até estudar e ainda enfrentam situa-ções como o abandono do lar por parte dos maridos e companheiros, assu-mindo sozinhas a família e a educação dos ilhos.

Toda esta desvalori-zação da mulher e dos valores da família e a di-ferença gritante entre os sexos levaram a deputada Claise Maria Zito (PSD) a mergulhar em um projeto paralelo ao seu traba-lho parlamentar. “Sou membro da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Alerj, mas percebi que além de criar

projetos de lei e debater temas importantes para nós mulheres”, conta a parlamentar.

O projeto começou por Duque de Caxias, onde a cada encontro Claise Maria tem falado para centenas de mulheres em igrejas, associações de moradores e institui-ções. Os temas são bem variados, mas todos com o mesmo objetivo: “Va-lorizar a mulher, elevar a auto-estima, encorajar

suas ações pessoais, in-centivar sua vida prois-sional e informar sobre seus os direitos, unindo e ajudando-as cada vez mais”, relata.

Claise Maria está colo-cando a disposição o seu site (www.claisemaria-zito.com.br) e o telefone de seu gabinete (2588-1342) para receber soli-citações e convites para a realização de palestras e encontros que tem se espalhado por várias ci-

dades da Baixada. “Já realizamos encontros em Duque de Caxias, Magé, Mesquita, São João de Meriti e Nilópolis. Quero ajudar as mulheres que sofrem com problemas que somente uma outra mulher é capaz de enten-der. A mulher ica fragi-lizada quando se trata do lado sentimental e é nesta hora que a mulher tem que reconhecer que ela é especial. Um rela-cionamento tem que ser feito de respeito e não opressão, de diálogo e não manipulação, de crescimento mútuo e não aprisionamento. A valo-rização e o amor próprio têm que estar dentro da mulher como objetivos de crescimento.

Quando perguntada sobre temas mais delica-dos como a violência con-tra a mulher, a deputada vai além das palavras: “Nestes encontros dis-tribuímos um material informativo que orienta sobre como proceder em caso de agressões físicas e coloco o meu gabinete a disposição para orientar

sobre as questões jurídicas e psico-lógicas. Há alguns anos, as mulheres buscavam no ho-mem um provedor. Hoje elas são co-rajosas, decididas e independentes. E o que elas buscam é um companheiro que as ame, respei-te e valorize. Por-que quem ama não abandona, mas sim protege. Ser amado é sentir-se seguro para ser exata-mente como você é. Quem ama não levanta a voa, mas fala e nem sempre concorda, mas es-cuta. Por este mo-tivo estou me dedi-cando a esta causa em prol de uma melhoria na auto-estima das mulhe-res, promovendo a valorização e o respeito em todas as fases de sua vida, seja na infância, adolescência, gra-videz, maternidade e velhice”.

nhecendo os riscos, entre-tanto, nem todos seguem integralmente as recomen-dações. Atualmente, exis-tem três principais tipos identiicados de hepatite, uma doença do fígado: A, B e C. Entre 1999 e 2011, foram registrados 120 mil casos da hepatite B e 82 mil da C. A hepatite A tem tido queda de incidência, com 3,6 mil casos em 2011.

Cada tipo de hepatite tem diferentes tipos de con-tágio, sintomas e tratamen-to. No caso da hepatite A, o tipo mais brando da inla-mação no fígado, a doença é transmitida via oral, por meio de água ou alimentos contaminados. É um vírus autolimitado, que as pró-prias defesas do corpo do

portador conseguem combater. O principal sintoma é diarreia. As hepatites B e C são transmitidas sexu-almente ou pela via sanguínea. O contá-gio é feito por meio de sexo sem preserva-tivo e do uso de mate-riais não esterilizados e de uso comparti-lhado – como agu-lhas, alicates e ins-trumentos cirúrgicos e odontológicos. Os principais sintomas são febre, icterícia (aspecto amarelado na pele e nos olhos) e mal-estar. A faixa etá-ria mais atingida por esses tipos é entre 20 e 39 anos.

Brasil e França voltam a discutir em

novembro questão da venda de caças

O ministro da De-fesa da França,

Jean-Yves Le Drian, deve desembarcar com uma comitiva em no-vembro, em Brasília. A ideia é manter uma série de reuniões com o ministro da Defesa, Celso Amorim, e várias autoridades. Os fran-ceses mantêm com os brasileiros uma parce-ria estratégica na área de defesa e querem intensiicar os acordos bilaterais. A atenção está voltada principal-mente para a venda de 36 aviões de caça.

As aeronaves serão utilizadas pelo Brasil para a renovação da frota da Força Aérea Brasileira (FAB). A compra dos caças tem sido negociada com a empresa francesa

Dassault, a sueca Saab e a norte-americana Boeing. A questão sobre qual das empresas será o fornecedor para o Brasil está em aber-to desde o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Também deve ser pauta de discussão, na visita de Le Drian ao Brasil, a cons-trução de quatro subma-rinos e a venda de 50 he-licópteros franceses, com base em projetos de par-ceria estratégica, além da conclusão da ponte sobre o Rio Oiapoque, que liga as cidades de Macapá, no Amapá, a Caiena, na Guia-na Francesa.

Os ministros das Rela-ções Exteriores da França, Laurent Fabius, e do Brasil, Antonio Patriota, conver-saram nesta segunda-feira (27), em Paris, sobre temas bilaterais e multilaterais do cenário político e econô-

mico. Mas, segundo Patriota, as questões especíicas sobre de-fesa serão tratadas por Amorim na reunião com Le Drian, em no-vembro.

Em junho, a presi-denta Dilma Rousseff e o presidente da Fran-ça, François Hollande, conversaram no Rio de Janeiro, durante intervalo dos debates da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sus-tentável, a Rio+20. No cargo há três meses, Hollande enfrenta o desaio de atender às expectativas daqueles que viram nele o can-didato da mudança e o presidente que se apro-xima da população – temas principais de sua campanha eleitoral.

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Paralisação de Belo Monte causa

prejuízo diário de R$ 12 milhões

A paralisação das obras de construção da Usi-

na Hidrelétrica de Belo Monte, determinada no dia 14 de agosto pelo Tri-bunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), causa prejuízo de R$ 12 milhões por dia - R$ 360 milhões por mês - ao empreendi-mento, segundo estimativa da Norte Energia, empresa responsável pelo serviço e pela futura operação da usina. A obra foi suspensa no último dia 23, após a empresa ser oicialmente notiicada sobre a decisão judicial. De acordo com o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), a quem a Norte Energia terceirizou a maior parte das obras civis relacionadas ao empreen-dimento, os trabalhadores continuam a receber seus salários e os que vivem nos alojamentos da obra continuam nos canteiros, mas sem exercer nenhum tipo de atividade ligada às frentes de engenharia civil. Os ônibus que levam traba-lhadores dos alojamentos situados em Altamira (PA) também estão parados.

Todas as áreas de entre-tenimento foram liberadas

para funcionar o dia intei-ro. Além disso, as ativida-des de lazer foram amplia-das para dar conta da maior freqüência de pessoas. As áreas que continuam a exercer suas atividades são as ligadas a saneamento, alimentação e limpeza dos alojamentos, além das bri-gadas de incêndio e postos de saúde. Ao determinar a suspensão das obras de Belo Monte, o TRF1 con-siderou que houve descum-primento à determinação da Constituição Federal que obriga a realização de

audiências públicas com as comunidades afetadas antes da autorização das obras.

A Advocacia Geral da União (AGU), no entanto, argumenta que a decisão do TRF deve ser suspensa para que se evite a ocor-rência de dano vultoso e irreparável ao patrimônio público, à ordem adminis-trativa, à ordem econômi-ca e à política energética brasileira. Além disso, ar-gumentou a AGU, a deci-são da Justiça desrespeita a autoridade de um acór-

dão anterior proferido pelo plenário do Supremo Tri-bunal Federal (STF).

Após receber o caso, o STF deu prazo de 24 horas para que a Procu-radoria-Geral da Repú-blica (PGR) apresente seu parecer sobre o caso, o que deve ser concluído até amanhã (28). A área jurídica da empresa estu-da se esse prejuízo será arcado pela própria Nor-te Energia, pelo CCBM, com quem a empresa tem contrato irmado, ou outra parte.

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Governo poderá prorrogar IPI de carros e eletros

A deinição sobre a pror-rogação da medida que

reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e eletrodomésticos da linha branca poderá ser tomada após encontros do ministro da Fazenda, Guido Mante-ga, com representantes dos setores beneiciados, nesta semana. O governo quer colher informações adicio-

nais para tomar a decisão. No próximo dia 31, termina o prazo estabelecido pelo governo para a comercia-lização de automóveis e os eletrodomésticos da linha branca, com o imposto mais baixo, medida adotada para enfrentar a crise econômica. Várias concessionárias e lo-jas de eletrodomésticos vêm anunciando o im do prazo e uma série de promoções.

Na última quarta-feira (22), o presidente da Fe-deração Nacional da Dis-tribuição de Veículos Au-tomotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, disse, à Agência Brasil, que não recebeu sinalização do go-verno sobre uma possível prorrogação da medida. Ele destacou que o setor tem procurado mostrar ao governo que o IPI menor

foi determinante para re-verter resultados negati-vos. Segundo Meneghetti, no acumulado do ano até o último dia 21, as vendas de automóveis e comerciais leves cresceram 3,92%, em relação ao mesmo período de 2011. Foram 2,225 mi-lhões de carros vendidos. Para ele, se a medida não for prorrogada, os números poderão não se manter.

Déicit nas contas externas ica abaixo do previsto pelo BC

O déicit em transações correntes, saldo nega-

tivo das compras e vendas de mercadorias e serviços do país, chegou a US$ 3,766 bilhões, em julho, e acumulou US$ 29,108 bilhões nos sete meses do ano. Os dados foram divul-gados hoje (23) pelo Banco Central (BC). Nos mesmos períodos do ano passado, o resultado negativo estava em US$ 3,558 bilhões e US$ 29,592 bilhões, res-pectivamente. O resultado do mês passado icou abai-xo do esperado pelo BC, que previa US$ 4,5 bilhões. Para agosto, a expectativa do BC é que o déicit em transações correntes ique em US$ 2,1 bilhões.

Um dos itens da conta--corrente é a balança de ser-viços (viagens internacio-nais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros e outros), que registrou dé-icit de US$ 3,463 bilhões, em julho, e de US$ 23,142 bilhões, nos sete meses do ano. A balança de serviços foi a que mais contribuiu para o resultado negativo das transações correntes. Segundo o chefe do De-partamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o dé-icit na conta de serviços vem crescendo de maneira moderada, puxado pelas despesas líquidas (des-contadas as receitas) com aluguel de equipamentos. Esses gastos maiores são inluenciados pela explora-ção de petróleo. De janeiro a julho deste ano, as des-pesas líquidas com aluguel de equipamentos icou em US$ 10,864 bilhões, ante US$ 9,211 bilhões de igual período de 2011. A conta de

rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) apre-sentou resultado negativo de US$ 3,442 bilhões, no mês passado, e US$ 17,62 bilhões, de janeiro a julho deste ano.

De acordo com Maciel, as remessas de lucros e di-videndos de empresas es-trangeiras no Brasil para o exterior estão “mais fracas” este ano. Em contraparti-da, o recebimento desses recursos de empresas bra-sileiras no exterior estão em ritmo mais forte. “Te-mos observado por vários anos o aumento de capital de empresas brasileiras no exterior. Era natural que em algum momento come-çássemos a receber esses lucros e dividendos”, disse. Além disso, o dólar mais alto estimula o recebimen-to de recursos no Brasil e desestimula o envio para o exterior. Maciel acrescen-tou que a economia brasi-leira em ritmo mais fraco também reduz os lucros e dividendos enviados para fora. De janeiro a julho, as remessas líquidas de lucros e dividendos (receitas e despesas) icaram em US$ 11,7 bilhões, ante US$ 20,59 bilhões de igual pe-ríodo de 2011.

Outro item das transa-ções correntes é a balan-ça comercial, formada por exportações e importações, que, por sua vez, contribuiu para compensar o resultado negativo dos outros itens da conta-corrente. No mês passado, o saldo positivo i-cou em US$ 2,877 bilhões. Nos sete meses do ano, o superávit comercial chegou a US$ 9,946 bilhões.

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8 ►28 de Agosto a 03 de Setembro de 2012MERCADO & NEGÓCIOS

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Petrobras anuncia produção

maior de energia termoelétricaA Petrobras vai investir

12% dos US$ 13,5 bilhões destinados à Área de Gás e Energia da com-panhia para expandir sua capacidade de geração ter-moelétrica. A informação foi dada no último dia 22 pelo diretor de Gás e Ener-gia da estatal, José Alcides Santoro, ao apresentar os investimentos da compa-nhia no setor para os pró-ximos cinco anos. A estra-tégia faz parte do Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2012-2016 da companhia. O objetivo é ampliar a ca-pacidade de seu parque gerador de energia elétri-ca, hoje da ordem de 5.848 megawatts (MW) de gera-ção termoelétrica – exclu-ídas a geração eólica, as PCHs (pequenas centrais hidrelétricas) e as térmicas que a empresa mantém sob aluguel.

- Nós passaremos, com a implantação da unida-de Baixada Fluminense, para mais 530 megawat-ts, e no inal do plano nós chegaremos a quase 8 mil megawatts de capacidade instalada - o que signiica 18% da geração termoe-létrica no Brasil – disse Santoro. A Usina Termelé-trica (UTE) Baixada Flu-minense, no município de Seropédica (RJ), tem pre-visão de operar a partir de

março de 2014. Está em andamento também o pro-cesso de fechamento de ci-clo - conversão para ciclo combinado, com geração de energia a partir de duas fontes: gás natural e vapor - da UTE Sepé Tiaraju, lo-calizada em Canoas (RS), com conclusão prevista para o primeiro semestre de 2013.

Essa usina, ao operar em ciclo combinado, terá sua capacidade ampliada de 160 MW para 248 MW. Esse mesmo processo foi concluído em maio deste ano na UTE Luís Carlos Prestes, localizada em Três Lagoas (MS), agregando

116 MW ao parque ter-melétrico da companhia e elevando, dessa forma, sua capacidade de geração de energia elétrica para o Sis-tema Interligado Nacional (SIN). Com o fechamento de ciclo, a capacidade to-tal de geração dessa usina passou para 368 MW.

Ainda no âmbito da ge-ração de energia elétrica, há três projetos em avalia-ção no PNG 2012-2016. São as usinas termelétricas Barra do Rocha 1, com ca-pacidade prevista em 515 MW, Bahia 2 com 300 MW e Sudeste 4 com 500 MW. Segundo a Petrobras, esses projetos só serão efetiva-

dos se tiverem economici-dade e ainda dependerão da concorrência interna por recursos. Pelo PNG 2012-2016, a Petrobras estimou ainda que vai oferecer ao mercado interno 139 mi-lhões de metros cúbicos de gás natural em 2016, vo-lume superior à demanda interna de 124 milhões de metros cúbicos, incluído o consumo da própria com-panhia. Segundo Santoro, nos próximos cinco anos, a oferta de gás natural, hoje da ordem de 48 milhões de metros cúbicos por dia, vai passar a 68 milhões de me-tros cúbicos por dia - au-mento de 42%.

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