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Revista Conteudo - Publicação da Neves Bezerra Advogados - Eurivaldo Bezerra e Equipe.

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Page 1: Edicao julho 2013

informação essencial

ed. 02

neves bezerra advogadosrevista conteúdo

Page 2: Edicao julho 2013

www. n e v e s b e ze r r a . c om . b r

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revistadigitaldainformação

ACESSEENTENDA

RESOLVA

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Sua empresa oferece acesso wi fi ?

Eurivaldo Bezerra

Numa cidade como Rio de Janeiro e São Paulo, onde o acesso à internet vem sendo cada vez maior, vários estabelecimentos passam a oferecer acesso wi fi de forma gratuita, para estimular a presença dos consumidores em seus estabelecimentos.

Mas como fica a empresa em caso do cliente acessar a rede para a prática de algum crime? Existe a responsabilidade do estabelecimento por conta da oferta deste acesso?

Explicar para a “autoridade” policial que a empresa e seus sócios não possuem qualquer ligação com os e-mails passados através de seus empreendimentos, decerto não será tarefa das mais confortáveis.

Tradicionalmente, quando se ingressa na rede wi fi de uma empresa, sugerimos que seja colocada uma página inicial para colher a anuência do internauta acerca dos termos e condições de utilização deste acesso.

Esta tela inicial nos remete para um contrato de termo de uso, onde deixamos de forma mais transparente a exclusão da responsabilidade da empresa pelo acesso.

Apesar disto, entendemos que ainda não basta.

Pode, e deve, a empresa monitorar e blindar certos tipos de acesso, sem caracterizar qualquer violação ao internauta

que utiliza sua rede, podendo, inclusive, armazenar os dados e as mensagens trocadas por cada usuário.

Esta prática pode ser considerada como legal, desde que certos cuidados sejam tomados, como a não divulgação para terceiros, a notificação prévia no termos e condições, e assim por diante.

Recentemente, em São Paulo, a Polícia investiga uma empresa onde seu cliente, através do acesso à rede wi fi, teria combinado uma festa com amigos levando entorpecentes.

A empresa e os sócios passaram a ser investigados por tráfico de drogas, e certamente este procedimento é bastante desagradável e pouco lucrativo para uma empresa.

Portanto, os cuidados mais importantes são:

a) Sistema de Identificação do Usuário,

b) termos de uso do serviço com permissão do estabelecimento em monitorar o acesso;

c) a manutenção por parte da empresa do histórico de acesso para posterior consulta e bloqueios automáticos por termos.

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?

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Muitas empresas quando estão insatisfeitas com o desempenho de um determinado funcionário, acabam adotando medidas paliativas, no sentido de “estimular” o pedido de demissão do referido profissional.

Isto se dá principalmente por conta do pesado ônus quanto ao pagamento das verbas rescisórias, tais como multa do FGTS, aviso prévio, etc.

Ocorre que ao tornar o empregado ocioso, ou colocá-lo sem qualquer atividade produtiva, pode ser interpretado como assédio moral, e gerar prejuízos para a empresa quando da reclamação trabalhista.

Recentemente, o Tribunal Superior do Trabalho condenou uma empresa por conta deste assédio que teria ocorrido por 15 dias. Neste caso, o gerente estabeleceu que o funcionário deveria permanecer

sentado durante o expediente de trabalho, sem realizar qualquer atividade produtiva.

A chamada ociosidade funcional foi estabelecida pelo juízo, entendendo-se a conduta da empresa como típica para forçar o pedido de desligamento.

A empresa foi condenada ao pagamento de R$ 20 mil por conta deste “castigo” de 15 dias.

O mesmo ocorre quando um empregado de um nível superior é designado a realizar tarefas “menores” e inadequadas à sua posição dentro da empresa.

Portanto, tais práticas precisam ser administradas com a devida cautela, sob pena de aumento desnecessário das eventuais condenações.

M

Empregado ocioso gera

indenização...

Estratégia

“Lidar apenas com o contencioso, sem pensar na solução dos problemas, é mais fácil do que estabelecer regras inovadoras e competitivas.”

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Trabalhista

EPI e o dever de fiscalizar

Por diversas vezes presenciamos argumentos absurdos e inúteis de diversas empresas na tentativa de se escusarem quanto à responsabilização por danos ocorridos com seus funcionários.O mesmo ocorre em matéria previdenciária, onde o INSS tenta não reconhecer o período trabalhado em condições agressivas, pelo fato de que a empresa fornece o Equipamento de Proteção Individual.Já tratamos anteriormente sobre como é importante o fornecimento dos chamados EPIs, assim como a obrigação quanto a sua utilização, caracterizando infração passível de justa causa pela sua não utilização.Orientamos sempre o fornecimento dos EPIs mediante recibo de entrega, com a possibilidade de desconto do funcionário pela sua falta de zelo.Mas a fiscalização é de suma importância para que a empresa possa ser excluída de maiores responsabilidades por conta de danos à saúdo do trabalhador em caso de não utilização adequada.Recentemente, uma empresa de motocicletas sofreu pesada condenação por conta da condenação em danos morais, materiais e estéticos por ter perdido três dedos da mão em uma serra

elétrica. O interessante é que a empresa alegou em sua defesa que a culpa seria do trabalhador, que não teria tomado os devidos cuidados no manuseio do equipamento!Admitir isto seria quase que esperar que o funcionário teria sofrido o dano de forma dolosa.A tese de alegação de culpa exclusiva do trabalhador é uma forma leviana de tentar procrastinar o processo, sem o cuidado de uma orientação prévia e mais adequada.O Tribunal, ao julgar recurso do trabalhador, afirmou que a empresa deve se precaver e adotar medidas técnicas e administrativas para garantir a segurança no trabalho.Isto envolve a utilização de acessórios nas máquinas, treinamento do funcionário, supervisão adequada, etc.A condenação foi de R$ 60.000,00 apenas como danos morais e estéticos, além das demais verbas rescisórias e queda no índice de FAP (Fator Acidentário de Prevenção), que afere o desempenho da empresa, dentro da r e s p e c t i v a a t i v i d a d e e c o n ô m i c a , relativamente aos acidentes de trabalho ocorridos num determinado período.

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As manifestações populares indignadas com o descaso na saúde, educação, t r a n s p o r t e p ú b l i c o e e n o r m e desperdício dos governantes, merece toda razão de ser.O que os políticos falam, não é o que ocorre na prática, e isto vem piorando a cada ano, e atinge até aos próprios funcionários públicos!M u i t o s s a b e m q u e a r e g r a p a r a pagamento de pensão alimentícia deve s e r o p a g a m e n t o a o s f i l h o s a t é completa rem 24 anos , desde que estejam estudando em Universidade.Esta prerrogativa foi criada com o intuito de permitir que o estudante p e r m a n e ç a c o m a l g u m s u p o r t e financeiro até que se encontre em p lenas cond i ções de i ng res so no mercado de trabalho.Só que tal prerrogativa se presta para os empregados da iniciativa privada, excluindo-se os servidores públicos.Isto se dá por conta da forma de pagamento da pensão estabelecida pela Lei 8.213/91, que determina que o t é r m i n o p a r a o p a g a m e n t o d a pensão é aos 21 anos, fazendo apenas uma única exceção para os inválidos!A lei que deve ser aplicada ao caso concreto, é a data do óbito, de acordo com a Súmula 340 do STJ. Assim

sendo, se o óbito do instituidor da pensão ocorrer na vigência da Lei 8 .213/91, o pretendente, f i lho de funcionário público, não terá como receber a pensão até completar seus estudos!Parece absurdo, mas é a forma de entendimento de nossos Tribunais, e vem prejudicando milhares de pessoas que pretendam receber este benefício.A recente decisão do Superior Tribunal d e J u s t i ç a v a i d e e n c o n t r o a o s interesses do cidadão e do próprio l e g i s l a d o r q u e , a o c r i a r t a l prer rogat iva , buscou estender ta is direitos a todos.Tanto que tal entendimento vale para aqueles que contribuam ao INSS, para o s f i l h o s q u e r e q u e r e m p e n s ã o alimentícia a seus pais ou tutores, e assim por diante.Por esta razão, os Servidores Públicos ficaram de fora deste recebimento, e d e v e m f i c a r a t e n t o s q u a n t o a promessas mi rabo lantes de cer tos profissionais neste sentido.Se o óbito foi durante a vigência da Lei 8 . 2 1 3 / 9 1 , n ã o c a b e r á e s t e recebimento, apesar de termos várias decisões de Tribunais inferiores neste sentido...

Servidor Público

Pensão até 24 anos ???

A

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INSS - Recebimento de benefícioDiversas vezes recebemos consultas de clientes que receberam benefícios previdenciários de parentes já falecidos.Teoricamente, os cartórios que lavram o óbito, deveriam comunicar de forma direta e automática, o falecimento daquela pessoa, levando ao conhecimento dos principais Órgãos, como Banco Central, INSS, etc.Ocorre que isto não acontece, e o benefício permanece sendo depositado regularmente por algum período.Não é raro ver que muitos idosos fornecem suas senhas para seus filhos ou companheiros para que possam gerir as despesas do lar, sem que a pessoa precise se deslocar ao banco.Isto acaba sendo de especial importância quando o aposentado encontra-se enfermo ou em dificuldades de locomoção.Como o INSS cria barreiras burocráticas estúpidas, como a necessidade da presença do segurado no posto para lavrar uma procuração, as alternativas mais imediatas passam a surgir, principalmente com o simples fornecimento da senha, ou mediante procuração de movimentação de conta corrente junto ao banco depositário do benefício.

Ocorre que o recebimento do benefício pos mortem, é considerado crime de estelionato, e a Polícia Federal vem sendo acionada para apurar tais irregularidades em dezenas de inquéritos penais.Recentemente, analisamos algumas decisões neste sentido, onde o Ministério Público objetiva a condenação de filhos que teriam recebido o benefício de sua mãe por quase um ano após o seu falecimento.É muito importante frisar que, em matéria penal, o dolo (intenção) e a culpa são examinados criteriosamente, e se não for apresentada a competente defesa neste sentido, a condenação poderá de fato ocorrer.Portanto, a orientação precoce para a apresentação dos esclarecimentos e das peças de defesa, são cruciais para o futura de uma ação.Sem sombra de dúvidas que o melhor a fazer é sempre orientar os clientes de que os recebimentos não podem ser realizados em competências posteriores ao óbito, mesmo que o valor esteja sendo creditado na conta corrente do segurado falecido.

Previdenciário

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Previdenciário

As revisões pelo teto

Após mais de 20 anos de especialização em assuntos previdenciários, percebo que muitas ações são simplesmente desperdiçadas por profissionais inexperientes, que se aventuram no Poder Judiciário em busca desta fatia de atendimento.Não raras vezes recebemos clientes de outros escritórios, que ajuizaram ações de revisão de benefício, de desaposentação e tantas outras nos Juizados Especiais Federais, tendo o julgamento sido desfavorável.Infelizmente os chamados JEFs não são o melhor caminho para uma discussão tão complexa, e que ainda exige a apresentação de cálculos para o correto recebimento.Ocorre que após julgado o mérito da ação, muito pouco poderemos fazer para reverter a situação, complicando bastante a vida daquele aposentado.A chamada revisão pelo teto é um exemplo bastante atual.Muitos optam pelo JEF por acreditarem que o processo, além de custar menos, levará menos tempo.Ledo engano.A opção deve sempre ser pela Justiça Federal, onde o campo de atuação é bem maior, existindo ainda uma gama de recursos às instâncias superiores, permitindo uma maior e melhor defesa de cada cliente.Outro engano é imaginar que ações coletivas ganham mais força, ou que ações ajuizadas por associações seriam mais fáceis.Foco é o que importa em qualquer ação judicial, e só temos como focar nos

interesses de cada cliente, se apenas ele foi o titular de seu processo. Dá mais trabalho, mas o resultado final é bem mais favorável.Muitas pessoas comparecem com uma orientação do INSS de que não teriam direito a receber a revisão pelo teto, pois aposentaram-se de forma proporcional.Esta informação vem sendo passada pelo INSS, na maioria das vezes.Obviamente que isto não carece de qualquer razão, pois a aplicação das Emendas Constitucionais 20/98 e 41/03 que alteraram os tetos de contribuição é devida a qualquer pessoa que tenha pago naquele patamar, independente da proporcionalidade.O fato do benefício ter sido concedido de forma proporcional, se deu por conta do tempo de contribuição, e não pelos valores pagos. Por esta razão, esta alegação do INSS é absurda e merece ser combatida através da competente ação judicial neste sentido.Vimos ainda muitos processos onde a alegação de que processos com mais de 10 anos não poderiam ser questionados.Tal entendimento pode, e deve, ser arguído no processo judicial, uma vez que o que se prescrevem são as parcelas anteriores a 5 anos do ajuizamento da ação, e não o Direito (decadência) em si.Nossos Tribunais (Segunda Instância) já estão se manifestando favoravelmente neste sentido, e temos recebido dezenas de decisões de nossos clientes neste sentido, corroborando para o nosso entendimento de que deve-se ingressar o quanto antes com o pedido judicial para o recebimento das importâncias devidas.

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A título de esclarecimento e melhor composição do que relatamos acima, anexamos uma recente decisão obtida por nós, onde o cliente fora aposentado de forma proporcional, porém pagando pelo teto máximo. Segundo o INSS, não teria Direito a receber nada por isto!

Decisão(...)Como relatado, irresigna-se o INSS com a sentença que

julgou procedente o pedido de revisão do benefício previdenciário da parte autora, de modo a observar os tetos estabelecidos pelas Emendas Constitucionais nº 20/98 e 41/2003.

O apelo não merece prosperar.Não deve ser acolhida a preliminar de falta de interesse

de agir, por ser a prestação jurisdicional postulada adequada e necessária ao fim objetivado pela parte autora, sendo certo que o direito ou não à revisão do benefício é questão de mérito.

Afasto a decadência, por não se tratar de pretensão de revisão da Renda Mensal Inicial (RMI), e sim de reajuste da Renda Mensal do benefício, em função dos novos tetos fixados pelas Emendas Constitucionais nº 20/98 e 41/2003, sendo aplicado ao caso o Enunciado nº 66 das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Rio de Janeiro, segundo o qual “O pedido de revisão para a adequação do valor do benefício previdenciário aos tetos estabelecidos pelas EC 20/98 e 41/03 constitui pretensão de reajuste de Renda Mensal e não de revisão de RMI (Renda Mensal Inicial), pelo que não se aplica o prazo decadencial de 10 anos do artigo 103 da Lei 8213, mas apenas o prazo prescricional das parcelas.”

Assim sendo, tratando-se a presente demanda de revisão de benefício previdenciário, relação de trato sucessivo e de natureza alimentar, prescrevem apenas as parcelas vencidas há mais de cinco anos, na forma prevista no parágrafo único do artigo 103 da Lei nº 8.213/90, contados da propositura da lide (Súmula nº 85 do Superior Tribunal de Justiça).

Quanto ao mérito propriamente dito, a sentença apelada está em consonância com o entendimento adotado pela Suprema Corte, em sede de Repercussão Geral, no julgamento do Recurso Extraordinário n.º 564.354/SE. 

Como se observa da transcrição supra, de acordo com o entendimento firmado no referido julgamento, as alterações do teto levadas a efeito pelas Emendas Constitucionais 20/98 e 41/2003 podem ser aplicadas aos benefícios que tiveram o salário-de-benefício limitado ao teto na época da concessão.

In casu, da análise da Carta de Concessão/Memória de Cálculo de fls. 12, verifica-se que o salário-de-benefício do segurado, concedido em março de 2002, foi limitado ao teto do salário-de-contribuição vigente à época, encontrando-se, portanto, dentro das hipóteses passíveis de revisão.

A questão da aplicabilidade dos novos tetos às aposentadorias proporcionais foi levantada expressamente pelo Ministro Dias Toffoli no julgamento do RE 564.354/SE, que se manifestou no sentido de que as referidas aposentadorias não poderiam ser beneficiadas pelo novo teto, pois deveriam se manter proporcionais ao teto vigente à época da concessão, por se tratar de um ato jurídico perfeito.

O entendimento do Ministro foi, não obstante, vencido.Prevaleceu na Suprema Corte o entendimento,

sintetizado no voto do Ministro Gilmar Mendes de que “o teto constitucional é um elemento externo à estrutura jurídica do

benefício previdenciário, que não o integra”, o que equivale dizer que o teto constitucional não faz parte dos critérios fixados pela lei para cálculo do benefício, mas representa apenas uma linha de corte do valor apurado.

No mesmo diapasão, em seu voto, o Ministro Cezar Peluzo, rebatendo os argumentos de que os novos tetos não poderiam ser aplicados às aposentadorias proporcionais assim se manifestou:

(...) o problema não é de cálculo de reajuste da renda mensal o qual obedece ao regime a que está sujeito o aposentado, segundo os índices legais, quer sua aposentadoria seja proporcional, quer seja integral. A questão é saber se se lhe aplica, ou não, o redutor constitucional (...). Logo, se teria direito a algo além do redutor constitucional, tem direito à elevação desse valor, quando o redutor constitucional seja elevado e até esse limite. (...)”

Sendo assim, as alterações dos tetos efetivadas pelas Emendas Constitucionais 20/98 e 41/003 também são devidas às aposentadorias proporcionais, nas hipóteses em que o salário-de-benefício apurado for maior do que o teto do salário-de-contribuição vigente à época da concessão e o percentual relativo ao tempo de serviço tenha incidido não sobre o valor da média dos últimos 36 salários de contribuição, mas sim sobre o valor do teto, a fim de ser apurada a renda mensal do benefício.

Há que se refutar, ainda, a alegação do INSS de que parte autora não teria direito à revisão, por ter havido recomposição integral do valor de seu benefício quando de seu primeiro reajuste, ante o entendimento da 2ª Turma Especializada desta Corte, no sentido de que a existência ou não de diferenças em favor da parte autora deve ser aferida em sede de execução e que, a fim de espelhar as eventuais diferenças devidas, o salário-de-benefício deve evoluir até a data de edição de cada Emenda Constitucional, sem qualquer redutor, quando então o teto deve aplicado, seguido do percentual relativo ao tempo de serviço, quando for o caso.Faz jus a par te autora, por tanto, à rev isão de seu benef íc io, a f im de adequá- lo às novas l imi tações estabelecidas pelas Emendas 20/98 e 41/2003.

Ante a procedência do pedido principal, tem a parte autora direito ao pagamento das diferenças daí decorrentes, observada a prescrição quinquenal, devidamente corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de mora.

Ressalto, no entanto, a possibilidade de o INSS compensar os valores efetivamente pagos administrativamente – e demonstrados – em sede de execução.

Explicito, entretanto, que, até a vigência da Lei nº 11.960/09, as diferenças apuradas devem ser corrigidas monetariamente, na forma do Manual de Cálculos da Justiça Federal, com aplicação da tabela de correção dos Benefícios Previdenciários.

Saliento, ainda, que, no caso em tela, considerando que a citação se deu já na vigência do artigo 1º-F da Lei nº 9.494/97 com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, os juros de mora devem ser aplicados exclusivamente de acordo com a sistemática prevista na referida lei.

DO EXPOSTO, com fulcro no art. 557, caput, do CPC, NEGO SEGUIMENTO ao recurso do INSS, e, com fulcro no art. 557, §1º-A, do CPC, DOU PARCIAL PROVIMENTO à remessa necessária, apenas para explicitar que, até a vigência da Lei nº 11.960/09, as diferenças apuradas devem ser corrigidas monetariamente na forma do Manual de Cálculos da Justiça Federal, com aplicação da tabela de correção dos Benefícios Previdenciários, e que os juros de mora devem ser aplicados exclusivamente de acordo com a sistemática prevista no artigo 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009. Sem custas.

Decorrido, in albis, o prazo recursal, remetam-se os autos à Vara de Origem, com baixa na distribuição.

P.I.Rio de Janeiro, 20 de março de 2013.

CLAUDIA MARIA PEREIRA BASTOS NEIVA

Juíza Federal Convocada

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Seguro Saúde X sinistralidade

Temos recebido um incremento nas consultas de empresas que estão sofrendo aumentos bastante elevados em suas contas de plano/seguro saúde.Anualmente a ANS determina um aumento que refere-se à reposição dos custos normais. Estes aumentos giram em torno de 7% a 10%, dependendo da Região e do momento econômico.Ocorre que muitas empresas recebem cobranças estratosféricas, de mais de 100%, sob a justificativa de que a sinistralidade da carteira teria aumentado.É importante analisar que deve-se manter o equilíbrio contratual, já que este é princípio consagrado em nosso ordenamento jurídico, porém não se pode esquecer de qual seja a natureza do contrato de seguro!O evento é incerto e imprevisível, onde o próprio contratante (usuário) não deseja seu resultado, e por sua vez, a empresa seguradora cobra os valores mensais com base em sua carteira de clientes e na taxa de sinistralidade que acredita.Este tipo de contrato acaba sendo de risco, e por esta razão, as seguradoras cobram os valores de cada um, dependendo da Região, e das condições de saúde de cada grupo.Imaginar que uma empresa seguradora não esteja sujeita a estas variáveis, seria

descaracterizar completamente um contrato de seguro, sendo melhor celebrar um contrato de descontos para utilização do sistema!Recentemente obtivemos uma importante decisão favorável para um cliente, que sofria ameaças de corte de atendimento caso não se sujeitasse ao aumento de 130%!Em nosso processo o Juiz de primeira instância, que deferiu a liminar para afastar os aumentos abusivos, entende que a operadora pode reajustar o prêmio por sinistralidade, desde que haja previsão contratual a este respeito, e que prove categoricamente este aumento, legitimando assim a sua conduta. Como se sabe, as operadoras apenas aplicam estes aumentos, sem que exista uma prova literal de que toda sua carteira tenha sofrido um aumento significativo e expressivo na sinistralidade anteriormente estabelecida.Quando uma empresa analisa uma proposta de contratação, ela o faz através de tabelas pré estabelecidas, a possibilidade de retorno do seguro, estimando as taxas de utilização do sistema de um modo em geral.Não se pode admitir que após qualquer tipo de utilização, como uma internação para tratamento, seja a empresa penalizada com

Consumidor

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reajustes de 150% em suas mensalidades, como se este aumento de utilização fosse se perpetuar no tempo e no espaço, de forma a justificar estes novos patamares de cobrança.Por esta razão, deve-se estar atento aos termos iniciais do contrato, assim como para evitar práticas incorretas, como utilização do plano para familiares (com emissão de recibo

para o titular do plano), além de consultas e internações desnecessárias.Mas de qualquer forma, deve-se entender pela manutenção das condições iniciais de contratação, levando-se em conta o risco do próprio negócio de seguros, o que não permite sua direta transferência para os beneficiários.

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O

Pi

N

O

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Custo Brasil

Alguns números são importantes para entendermos o que acontece no nosso país:

DEPUTADO FEDERAL - R$ 1.025.048.000,00 (Bilhão)

SENADOR - R$ 2.705.400.000,00 ( DOIS BILHÕES E SETECENTOS)

MINISTÉRIOS - R$ 58.400.000.000,00 (CINQUENTA E OITO BILHÕES)

CORRUPÇÃO - R$ 45.000.000.000,00 (QUARENTA E OITO BILHÕES)

Estes números representam o custo anual que nós, o povo brasileiro, pagamos para sustentar a máquina.A contrapartida é, lógico, uma das maiores cargas tributárias do mundo, e um dos piores serviços públicos que poderíamos imaginar.Não é de se estranhar que a população esteja, finalmente, acordando para o que se passa.Tenho consultado inúmeros clientes, empresários de pequeno, médio e grande porte, dos mais diversos ramos da economia, como transportes, tintas, mineração, serviços, e todos estão confiantes em uma mudança nestas contas.É de consenso que o povo cansou de apanhar de todos os lados, e que estas

manifestações representam um pedido de socorro, um pedido de “não aguento mais”.Salários e pensões são pagos de forma defasada, e ainda temos uma inflação exorbitante e mascarada pelo marketing leviano e pueril do Governo.De um lado, temos uma população mais pobre, com menos crédito, mais endividada, sem sistema público de saúde, sem transporte de qualidade, sem educação, mas não sem esperança.Assistir nosso dinheiro ser torrado com políticas sociais vazias, que servem apenas para perpetuar a demagogia populista no poder, enquanto que a maior parte da população economicamente ativa sofre diariamente, não merece prosperar.

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Para sorte dos atuais dirigentes de nosso país, o povo brasileiro é pacífico e sustentou por muito tempo tantas desmazelas. Se tivesse acordado antes, certamente já estaríamos colhendo frutos melhores a esta altura.A tão esperada queda de popularidade da Presidenta da República e de seus correligionários políticos é mais do que esperada pela maioria da população.Assistir todos os dias o distanciamento dos políticos da realidade que assola a população, além de presenciar números da economia e do desenvolvimento que não refletem nem de perto a realidade, não é fácil de sustentar.As manobras de bravata que estão sendo utilizadas, como sugestão de plebiscito para reforma política, cancelamento da PEC 37, redução das passagens e outras coisas mais, devem ser observadas como um “cala a boca” para a população menos esclarecida, à exemplo dos bolsas família da vida.O que precisamos esperar destas manifestações, é que alguma moralidade reste tatuada em nossa história.Os atos de vandalismo são repugnantes e devem ser combatidos sem trégua, mas nada justifica presenciarmos uma força policial totalmente despreparada para lidar com estas manifestações.Sediamos a copa das Confederações, teremos a Copa do Mundo e as Olimpíadas, e não temos nem como garantir a segurança mínima da população.Força policial deve agir de forma rápida, eficiente, e sem trégua. Mas a violência ao cidadão deve ser medida com cautela, pois

não se pode padronizar uma ação para todos que estão nas ruas.Especialmente no Rio de Janeiro, estamos vivendo um momento de retomada da confiança na Polícia, que durante muitos anos foi vista como a mais corrupta e sem moral que se podia imaginar.Presenciar cenas de ataque desvairado e amedrontado à população, certamente em nada contribui com esta recuperação.Ao que pese a posição de nosso Prefeito e Governador, as coisas não são tão bonitas como eles divulgam.A internet é um instrumento poderoso para mostrar a verdade como ela realmente existe, e temos recebido diversas pérolas de desagrado da população.Sabe-se que não é tarefa fácil arrumar a casa depois de tantos anos de domínio de uma ala como Brisola e família Garotinho, mas as medidas precisam ser tomadas de forma a mobilizar a população para os dilemas administrativos.Confesso que jamais compreendi as razões pelas quais os políticos não possuem a obrigação de comparecer em público (rádio e TV) semanalmente para prestar contas de suas atividades, receber perguntas da população, esclarecer dúvidas, buscar a melhora na qualidade.Qualquer empresa ouve seus funcionários, clientes e fornecedores.Porque com o Governo, eleito por nós, paira apenas obscuridade?Talvez seja para justificar os números acima e para que não contestemos a conta...

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Há muito tempo que a discussão acerca da insalubridade e periculosidade vem sendo uma verdadeira batalha entre empresas, INSS e empregados.Especialmente no ramo de telefonia, incluindo-se aí as atividades correlatas como instalação de linhas domésticas, SKY, NET TV a cabo, etc., tais discussões sempre foram em prejuízo do empregado.Ocorre que o chamado adicional de pericuosidade deve ser entendido como uma medida de saúde e segurança do trabalho e é garantido por norma de ordem pública, necessariamente.Mas como ficava a situação do instalador e reparador de lungas telefônicas? Teria ele que receber o adicional, neste caso de 30% (trinta por cento) e ainda se beneficiar do tempo especial para sua aposentadoria?O que realmente determina a exposição aos agentes agressivos, é a perícia realizada pela empresa de segurança do trabalho, assim como pelo Sindicato.Se a exposição do funcionário de telefonia era com risco iminente por conta dos sistemas elétricos e da potência que estava exposto, cabe o recebimento do adicional.

Nesta semana, o Tribunal Superior do trabalho confirmou nossa tese, concedendo o adicional aos empregados que trabalham neste ramo de instalação e reparo de redes telefônicas.No caso analisado pelo TST, restou demonstrado que o “funcionário reparava linhas de discagem direta e ramal e linhas privativas de dados a partir dos postes de rua para os postes de entrada dos c l i e n t e s e d e s t e s p a r a o i n t e r i o r d o s es tabe lec imentos e execu tava te s tes de funcionamento junto aos armários telefônicos de distribuição alocados”O interessante é que tanto a empresa quanto o Sindicato teriam entrado em conluio para reduzir o adicional, dissociando seu real pagamento, aplicando percentual inferior e proporcional ao tempo de exposição ao risco.O relator do processo foi o ministro Maurício Godinho Delgado, que determinou a observância do artigo 7º, inciso XXIII, da Constituição, que estabelece como direito do trabalhador o adicional de remuneração para atividades perigosas, na forma da lei. No caso, o parágrafo 1º do artigo 193 da CLT estabelece o parâmetro de 30% para o adicional.Para o relator, atualmente prevalece no TST o

entendimento de que, o pagamento do adicional não pode ser reduzido por convenção ou acordo coletivo de trabalho em patamar inferior ao legal, ainda que proporcional ao tempo de exposição ao risco.Portanto, tal medida pode e deve ser aplicada aos demais trabalhadores de telefonia, TV a Cabo e demais empresas que e x p o n h a m s e u s f u n c i o n á r i o s a e s t e s agentes agressivos!

TST determina insalubridade para Instalador e reparador de linha telefônica

Trabalhista

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inove

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