edição 103 janeiro 2015 - o grito do setor

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015 1

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

3Editorial

O Brasil é apontado pelas principais organizações internacionais como o grande prove-dor de alimentos, energia e combustíveis renováveis para atender à demanda mundial futura, mas enquanto o interesse externo pelo nosso País aumenta, o descaso interno

é cada vez mais gritante e as consequências são devastadoras, como a que vêm ocorrendo com o setor sucroenergético.

Por isso, é com muito orgulho que nossa primeira edição de 2015 traz na capa uma ma-nifestação em prol da indústria canavieira e de sua recuperação. Mais de 15 mil pessoas foram para as ruas protestar e reivindicar do Governo Federal medidas para impulsionar o crescimento e a volta dos empregos. O ato realizado no dia 27 de janeiro, em Sertãozinho-SP, mobilizou todos os setores ligados à cana-de-açúcar e representantes de diversas cidades da região e, juntos, numa ação pacífica, deram um grito de basta à crise.

A revista de janeiro mostra também que a região de Ribeirão Preto ganha sua força no Governo Paulista com a posse de Arnaldo Jardim na Secretaria de Agricultura de São Paulo e Duarte Nogueira Júnior como secretário de Transportes e Logística. Além disso, tem matéria sobre as perspectivas da indústria da bioenergia, que tem um futuro promissor.

Entrevistas com Leila Alencar Monteiro de Souza Biocana (Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia) e com Carlos Barros, presidente do GATUA (Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia) também recheiam a edição 103.

Além da Coluna Caipirinha, assinada pelo professor Marcos Fava Neves opinam no “Pon-to de Vista” José Osvaldo Bozzo e Alexandre Andrade Lima. Já a gestora técnica da Canaoes-te, Alessandra Durigan, e o engenheiro agrônomo da Canaoeste de Ituverava, João Francisco Maciel, assinam artigo sobre Ferrugens da Cana-de-Açúcar - Doenças que podem compro-meter a sanidade do seu canavial.

As notícias do Sistema Copercana, como a da Campanha Copercana Premiada, que além do sorteio de dois carros zero-quilômetro, contemplou 800 clientes através da “seladinha” premiada, com vales-compra instantâneos. E também notícias da Canaoeste e Sicoob Cocred, assuntos legais, informações setoriais, classificados e dicas de leitura e de português também podem ser conferidas na revista de janeiro.

O grito do setor sucroenergético

Boa leitura!Conselho Editorial

RC

Expediente:Conselho editoRial:Antonio Eduardo TonieloAugusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido VanzellaManoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio SicchieriOscar Bisson

editoRa:Carla Rossini - MTb 39.788

PRojeto gRáfiCo e diagRamação: Rafael H. Mermejo e Murilo Rocha Sicchieri

equiPe de Redação e fotos:Andréia Vital, Carla Rodrigues, Fernanda Clariano, Igor Savenhago e Rafael H. Mermejo

ComeRCial e PubliCidade:Marília F. Palaveri(16) 3946-3300 - Ramal: [email protected]

imPRessão: São Francisco Gráfica e Editora

Revisão: Lueli Vedovato

tiRagem desta edição: 21.500 exemplares

issn: 1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do

Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred. As matérias assinadas e informes publicitários

são de responsabilidade de seus autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada,

desde que citada a fonte.

endeReço da Redação:A/C Revista Canavieiros

Rua Augusto Zanini, 1591 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-550Fone: (16) 3946.3300 - (ramal 2008)

[email protected]

www.revistacanavieiros.com.br www.twitter.com/canavieiros

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

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11 - Ponto de VistaJosé Oswaldo Bozzo

Consultor tributarista e sócio da MJC Consultores.

31 - Destaque Arnaldo Jardim promete manter atenção no setor sucroenergético ao assumir Secretaria

de Agricultura de São Paulo

Ano IX - Edição 103 - Janeiro de 2015 - Circulação: Mensal

Índice:

E mais:

Capa - 24O dia 27 de janeiro de 2015 en-

tra para a história de Sertãozinho--SP e de toda a região canavieira do Centro-Sul do País. Foi nesta data que representantes de toda a cadeia produtiva sucroenergética se uniram.

17 - Notícias Copercana- Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred inaugura loja de Ferragem e Magazine em Batatais-SP- Campanha Copercana Premiada

22 - Notícias Sicoob Cocred- Balancete Mensal

Pontos de VistaAlexandre Andrade Lima

.....................página 12

Coluna Caipirinha.....................página 15

Destaques:Em busca da eficiência energética

.....................página 35

Indústria da bioenergia tem um futuro promissor

.....................página 37

RB 867515 será a variedade mais plantada em 2015

.....................página 43

DATAGRO estima moagem de 642 milhões de toneladas na safra 2015/16

.....................página 44

Assuntos Legais.....................página 45

Informações Setoriais.....................página 46

Acompanhamento da safra.....................página 51

Classificados.....................página 54

Agende-se.....................página 57

Foto

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réia

Vita

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48 - Artigos Técnicos- Ferrugens da Cana-de-Açúcar: Doenças que podem comprometer a sanidade do

seu canavial- Reúso de água na indústria sucroenergética

05 - EntrevistaLeila Alencar Monteiro de Souzapresidente da Biocana“Aumento dos custos de produção e falta de regras claras em-perram desenvolvimento da agroindústria”.

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Revista Canavieiros: Qual é a mis-são da Biocana?

Leila Monteiro: A Biocana (Asso-ciação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia) está sediada em Catanduva, Noroeste de São Paulo e reúne grandes players da agroindústria canavieira. En-tre as principais diretrizes da Biocana está o trabalho voltado à profissiona-lização, capacitação de pessoas e pro-postas para resolver entraves jurídicos, técnicos e de logística, além de ações efetivas para cumprir a extensa agenda de responsabilidade socioambiental, comunicação com a comunidade e for-talecimento de toda a cadeia produtiva.

Revista Canavieiros: Em 2014, a Biocana completou 20 anos. Neste período, quais foram as principais contribuições que a entidade propor-cionou ao setor sucroenergético, na sua opinião?

Leila Monteiro: A Biocana traba-lha para buscar soluções e promover o desenvolvimento sustentável do setor sucroenergético. A associação sempre figurou entre as mais atuantes enti-dades de classe do segmento no País, sendo que nos últimos anos passou por um realinhamento estratégico.

A associação age estratégica e po-liticamente em questões que são rele-vantes para o setor, seja no âmbito mu-nicipal, estadual ou federal. A Biocana também promove seminários de atua-lização técnica com especialistas para o corpo gerencial das usinas; realiza cursos e treinamentos de capacitação para os colaboradores das empresas e atua visando ao fortalecimento de toda a cadeia produtiva. Tem um forte viés de atuação em projetos ambientais, so-ciais e educacionais, pilares de susten-tação das atividades desenvolvidas ao longo destas últimas duas décadas. A entidade tem como meta a busca por soluções corporativas através de pro-gramas que abrangem as comunidades onde as usinas estão inseridas. Exem-plo disso é o Programa “Valorizando a Diversidade”, voltado para a inclusão social. Realizado em parceria com o Senai de Itu-SP, o trabalho promove qualificação para as pessoas com de-ficiência facilitando o processo de pre-enchimento de cotas.

A Biocana também incentiva projetos que formam jovens profissionais para atuar na agroindústria, em parceria com outras entidades e prefeituras do Noroes-te paulista. É o caso do Programa Jovem

Agricultor do Futuro. A iniciativa que está em seu sétimo ano de realização já formou mais de 400 jovens com idades entre 14 e 18 anos (incompletos), filhos de colaboradores de usinas associadas e também da comunidade. Muitos deles já trabalham em usinas.

Outra iniciativa pioneira é o curso MTA (Master of Technology Adminis-tration) em Gestão da Produção Indus-trial Sucroenergética, especialização ministrada em Catanduva através da parceria com a Universidade Federal de São Carlos. No Noroeste paulista, três turmas já concluíram o MTA e a quarta está em andamento.

Revista Canavieiros: Como avalia o ano de 2014 para o setor sucroener-gético?

Leila Monteiro: O setor sucroe-nergético tem passado por grandes transformações, sobretudo nos últimos anos. Produzir, de forma sustentável, de forma especial neste ano, tornou-se um imenso desafio. Entraves como o aumento de custos de produção, tribu-tos e falta de políticas públicas, entre outros, acabam por dificultar a acele-ração do desenvolvimento da agroin-dústria canavieira.

Leila Alencar Monteiro de Souza

Aumento dos custos de produção e falta de regras claras emperram desenvolvimento da

agroindústria, afirma Leila Alencar “A agroindústria canavieira precisa de políticas públicas e incentivos para retomar seu cresci-

mento de forma estruturada; acesso ao crédito para investimentos em logística, bioeletricidade e infraestrutura, desenvolvimento de novas tecnologias, entre outras pautas”, afirma Leila Alencar Monteiro de Souza, diretora-presidente da Biocana (Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia).

Leila foi a primeira mulher a presidir uma entidade representativa da cadeia sucroenergética e já contabiliza três mandatos na associação, que acaba de completar duas décadas.

Para ela, somente com união de esforços e equilíbrio poderá ser retomado o caminho da com-petitividade do setor sucroenergético. Confira entrevista completa:

Andréia Vital

Entrevista I

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6Entrevista I

O recente cenário econômico ad-verso ocasionou o fechamento de dezenas de usinas provocando uma completa desestruturação da cadeia produtiva. O empresariado do se-tor, que tanto desenvolvimento ge-rou em milhares de municípios, hoje se vê diante do desgosto de ter que promover demissões em massa em razão das dificuldades financeiras en-frentadas. Reflexos que se estendem ainda às empresas fornecedoras de peças, equipamentos e também nos municípios de diversas regiões que, na maioria das vezes, têm nas usi-nas o fomento das atividades. Outra grande dificuldade que marcou o ano de 2014 foi a instabilidade climática com longos períodos de seca; como consequência, os produtores tiveram que amargar uma expressiva queda no rendimento das lavouras.

Não bastasse a falta de chuva, o se-tor também teve que enfrentar outro grave problema: a ocorrência de in-cêndios criminosos e acidentais. Nes-

sas circunstâncias, o fogo se alastrou rapidamente, devastando grandes pro-priedades e trazendo prejuízos, tanto ambientais quanto financeiros, pois plantas em início da fase de cresci-mento foram destruídas e áreas inteiras tiveram que ser recuperadas para novo plantio. Fato lamentável já que muitas destas propriedades atingidas são ar-rendadas por empresas ou mesmo por pequenos produtores que dependem da atividade canavieira. Um grande esfor-ço para conter o problema foi empreen-dido com o apoio da polícia ambiental, corpo de bombeiros e dos profissionais das usinas que se articularam de for-ma estratégica. As empresas também fizeram investimentos e aumentaram a frota de caminhões-pipas, disponíveis 24 horas por dia. Em 2015, o trabalho terá continuidade.

Revista Canavieiros: Mas teve al-gum desenvolvimento no segmento?

Leila Monteiro: Em meio ao tur-bilhão de dificuldades enfrentadas

durante esta safra, 2014 trouxe tam-bém avanços; destaco aqui a revisão do Anexo VIII (Vibração) da NR-15 (Insalubridade). Depois de um inten-so trabalho coordenado inicialmen-te pela Biocana em parceria com o GMEC (Grupo de Motomecanização) e apoio de outras entidades setoriais, a Portaria com os novos parâmetros relacionados à exposição à vibração no corpo humano foi publicada. O novo texto estabelece os limites de tolerância e níveis de ação de maneira clara e a metodologia de medição es-tabelecida na NHO-09 (corpo inteiro) e NHO-10 (mão e braço) Norma de Higiene Ocupacional, da Fundacen-tro. Em suma, esta alteração signifi-cou o estabelecimento de parâmetros claros para medição, adotando a me-todologia da Fundacentro, NHO, que se aproxima da Diretiva Europeia, fixando como níveis de ação 0,5 m/s² e limite de tolerância 1,1 m/s² para vibração de corpo inteiro, limites es-tes compatíveis com a realidade dos equipamentos; ou seja, máquinas e veículos novos ou em bom estado de conservação, com seus equipamentos originais de fábrica e em operações usuais, dificilmente ultrapassam o limite de tolerância. Isto porque os caminhões, tratores e colhedoras mo-dernas têm banco com amortecimento pneumático e são projetados e fabri-cados para absorver todas as vibra-ções do equipamento. Uma alteração significativa que soou como um alen-to nesta safra.

O setor também teve outros recen-tes avanços significativos alcançados através de esforço político e estraté-gico. Um deles foi a elevação do teto da mistura de álcool anidro à gasolina dos atuais 25% para 27,5%, aprova-da pelo Congresso Nacional e que se transformou na Lei 13.033, depois de sanção da Presidência da República. Em fase de regulamentação pelo go-verno, o aumento da mistura adicio-nará ao mercado 1,3 bilhão de litros de etanol, o que deve provocar um impacto altamente positivo não ape-nas no setor sucroenergético, mas também ao meio ambiente e consumi-dores. A desoneração do PIS/COFINS até então incidente sobre a produção

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7Entrevista I

da cana-de-açúcar foi outro avanço importante neste cenário.

Revista Canavieiros: Na sua aná-lise, o que deve ser feito para que o cenário melhore para o setor?

Leila Monteiro: É fundamental a necessidade de um diálogo perma-nente com os governantes do país para barrar os entraves que interfe-rem no crescimento deste setor que é fundamentalmente essencial para o Brasil e para o mundo. A agroindús-tria canavieira precisa de políticas públicas e incentivos para retomar seu crescimento de forma estruturada; acesso ao crédito para investimentos em logística, bioeletricidade e infra-estrutura, desenvolvimento de novas tecnologias, entre outras pautas. É ur-gente ainda que se faça uma completa revisão da política tributária, com di-ferenciação para este setor que produz energia limpa, renovável, com ganhos para a economia, meio ambiente, com responsabilidade socioambiental, ge-ração de empregos, desenvolvimento e renda para as comunidades. Somen-te com união de esforços e equilíbrio poderá ser retomado o caminho da competitividade.

Revista Canavieiros: Quais são suas expectativas para a agroindús-tria da cana-de-açúcar em 2015?

Leila Monteiro: Um enorme es-forço tem sido feito pelas empresas para superar as dificuldades e entra-ves setoriais. Voltar para o trilho do crescimento está exigindo um con-trole excessivo de custos em todas as áreas e reestruturação orçamentá-ria e de investimentos. Em 2015, a cadeia produtiva do etanol aguarda definições de projetos que tramitam no Congresso Nacional como a regu-lamentação do ressarcimento e com-pensação dos créditos de PIS/Cofins das indústrias sucroenergéticas; deso-neração de pagamento, com redução da alíquota do INSS incidente sobre a receita da produção de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade, para 1%; es-tímulos aos ganhos de eficiência téc-nica no Inovar-Auto; política tributá-ria para resgatar a competitividade do etanol; leilões regionalizados ou por

fonte de energia, retomada da CIDE da gasolina, entre outros.

Certamente, a classe política voltará o olhar para este setor que é fundamen-talmente essencial para o Brasil e para o mundo. E isso precisa ser urgente. A demanda mundial por fontes de ener-gia renovável é crescente. De manei-ra sustentável o setor sucroenergético pode dar sua expressiva contribuição.

Revista Canavieiros: Há uma per-cepção de que é necessário melhorar a comunicação do setor sucroenergé-tico com a sociedade, visto que a po-pulação não tem noção das externali-dades do segmento. O que a senhora tem a dizer sobre este fato?

Leila Monteiro: Entendo que, se compararmos com outros períodos, apesar das dificuldades, o momento vivido hoje é diferente. Existe uma preocupação maior das empresas em se manterem mais próximas da socie-dade como um todo. O setor passou a se comunicar melhor com a sociedade e a demonstrar com transparência os benefícios proporcionados pela indús-tria da cana-de-açúcar - geração de empregos, renda, impostos e investi-mento constante no desenvolvimento de pessoas, dentre outros. A inovação tem sido constante, principalmente na produção de combustível e geração de energia. E o Brasil dá exemplo neste campo com uma produção cada vez mais limpa, renovável e sustentável o que abre perspectivas reais para com-bater o aquecimento global.

É fácil observar as mudanças prin-cipalmente nos hábitos das pessoas. Felizmente, muitas estão cientes de que é preciso preservar nossos recur-sos naturais, manter as boas práticas, adotar medidas e métodos para reapro-veitar, reduzir e reciclar o que é possí-vel. A indústria sucroenergética, neste quesito, tem feito sua parte ao conci-liar produção com sustentabilidade.

Revista Canavieiros: A senhora foi a primeira mulher a presidir uma en-tidade representativa de indústrias su-croenergéticas e já está no seu terceiro mandato. Qual balanço faz da sua tra-jetória e quais seus planos até o final da sua administração?

Leila Monteiro: Tenho um tra-balho muito dinâmico. Presidir uma entidade que tem em sua trajetória a defesa incansável de seus representa-dos, por si só, remete a um patamar de grande responsabilidade. Assumi este desafio com enorme honra e sa-tisfação. Afinal, tenho a missão de representar empresários de um dos setores de grande destaque da eco-nomia brasileira com presença cres-cente nas áreas de alimentação, com-bustíveis e bioenergia, aos quais eu agradeço o crédito em meu trabalho. A Biocana tem como base de susten-tação a defesa dos interesses de seus associados (empresas do setor sucro-energético), seja nos campos institu-cional, social ou ambiental. Ao longo de sua existência, a entidade jamais transgrediu com o papel que lhe é reservado. Consolidou um espaço de atuação no setor e também junto à comunidade. Tem trabalhado efetiva-mente para que as empresas possam prosperar e gerar oportunidades de trabalho e renda, receitas e impostos, de forma a garantir os indicadores econômicos e sociais. Expandimos nossos próprios limites e ocupamos frentes diversificadas.

Então, quando se assume um compromisso desta magnitude, é preciso pensar e agir de forma es-tratégica. Participo de reuniões com diretores e gestores das usinas, lide-ranças, empresários de diversos seg-mentos, autoridades e com a comu-nidade para me inteirar de cenários e dar o devido retorno, seja para a equipe interna, para nossos associa-dos, parceiros e sociedade de uma maneira geral. É um trabalho grati-ficante no qual obtivemos conquis-tas significativas.

Dentro do planejamento estraté-gico da associação o trabalho terá continuidade através de uma nova dinâmica em função do cenário polí-tico e macroeconômico. Espero que a agroindústria canavieira possa passar esse estágio rapidamente e emergir o quanto antes. Acredito no potencial e na visão daqueles que com muito trabalho e fé ajudam a construir um futuro sustentável para esta e as futu-ras gerações.RC

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Revista Canavieiros: Qual a im-portância da TI hoje e para os pró-ximos anos no setor sucroenergético?

Carlos Barros: Na abertura do úl-timo Congresso Anual do GATUA, em novembro passado, o Sr. Maurílio Bia-

Entrevista II

Carlos Barros (Bill)

“Temos esperança de ver a TI participando das decisões estratégicas das empresas”

Igor Savenhago

O presidente do GATUA (Grupo das Áreas de Tecnologia das Usinas de Açúcar, Etanol e Energia), Carlos Barros, mais conhecido no setor sucroenergético como Bill, é um ferrenho defensor dos in-vestimentos em Tecnologia da Informação (TI), não só para melhoria dos processos de fabricação de açúcar, etanol e energia, mas para que este ramo da atividade canavieira participe, ativamente, das tomadas de decisões no dia a dia das usinas, opinando sobre as práticas com maior aplicabili-dade no atendimento às demandas.

Nessa entrevista, em que ele faz um breve balanço do último Congresso Anual do GATUA, realiza-do em novembro, em que, segundo ele, foi possível evidenciar o papel importante que a Tecnologia da Informação exerce atualmente na cadeia sucroenergética, Barros também opina sobre possíveis caminhos para que o setor supere o momento difícil que atravessa e retome os investimentos. Entre eles, soluções desenvolvidas pelo próprio grupo que preside, como o Selo GATUA de Qualidade.

gi Filho disse uma frase que expressa claramente a importância da TI para as usinas. Disse ele: “Hoje, uma usi-na que não investe em TI está parada no tempo”. Cada vez mais, a TI ocu-pa importante papel para a melhoria dos resultados das empresas, seja pela automação dos diversos processos operacionais, seja pela qualidade das informações e controles necessários a uma perfeita governança corporativa. O setor sucroenergético atravessa um período bastante ruim, com o acúmulo de crises e o advento de inúmeros fato-res prejudiciais ao seu funcionamento e que fogem do controle de qualquer gestão empresarial. O último foi a cri-se climática que o sudeste brasileiro experimentou em 2014. Tudo isso co-labora para que a situação das usinas piore em todos os aspectos: produtivo, qualitativo e financeiro. Portanto, tudo o que puder agregar melhorias opera-cionais, que signifique mais qualidade ao menor custo, é sempre bem-vindo. E a TI representa uma forte contribui-ção para isso.

Revista Canavieiros: O TI terá, então, papel fundamental no proces-so de recuperação e retomada do se-

tor, após anos enfrentando instabili-dades econômicas?

Barros: Acredito que já ocupa esse papel. Sabemos que uma usina faz açú-car, etanol e cogera energia, não faz sistemas de computador. Porém, os sistemas e soluções já disponíveis hoje no mercado permitem um grau de auto-matização bastante elevado em todos os processos de uma usina, começando no campo, com soluções remotas funcio-nando totalmente on-line, até os siste-mas de controle e de processos internos em todas as áreas da usina. Imagine, por exemplo, um sistema que indique ações e controles que resultem em uma economia mensal de 10% no consumo de diesel da frota total de uma usina. Todos sabemos que o diesel é um dos maiores números no “contas a pagar” de qualquer usina. Portanto, uma eco-nomia dessa monta representa milhões de reais em dinheiro, fora a consequen-te redução nos custos de manutenção da frota, de mão de obra. Acreditamos, fortemente, que a TI já ocupa importan-tes papéis na retomada do setor: o de instrumento para a melhoria dos con-troles internos e o de fornecimento de informações precisas, no auxílio à to-mada de decisões estratégicas.

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9Entrevista II

Revista Canavieiros: E o setor tem entendido a importância do investi-mento em TI?

Barros: O setor sabe da importân-cia de se investir em TI. Infelizmente, o momento é realmente bastante difícil para muitas empresas. Várias usinas chegaram a um ponto de inviabilidade financeira, entrando em processo de re-cuperação judicial ou até fechando as portas. As que permanecem ainda com algum gás têm, sim, investido em pro-jetos e soluções de automação, como forma de potencializar os resultados e agregar valor aos seus produtos. No último Congresso do GATUA, tivemos um nível de participação das usinas bastante baixo, devido principalmente à crise do setor, porém, e mesmo com essa presença baixa, sabemos de vários projetos que foram fechados durante o evento, em muitas frentes. Isso mostra que o setor tem ciência da importância de se investir em TI. Não podemos nun-ca deixar de mostrar o enorme potencial da informática como ferramenta funda-mental para as empresas.

Revista Canavieiros: O que preci-sa melhorar? Que avanços ainda são necessários?

Barros: Acreditamos que o setor precisa ainda trabalhar questões in-ternas culturais. Todos dizem que a cadeia é desunida, e sabemos que isso contribui bastante para o seu enfra-quecimento, principalmente quando é preciso defender seu espaço peran-te o governo ou diversas instituições, como bancos e sindicatos. Muitas empresas enfrentam crises em função também de problemas de gestão, prin-cipalmente os grupos ainda familia-res, em que o profissionalismo ainda não obteve espaço. Isso colabora para uma concentração das usinas, que mi-gram para as mãos de grandes grupos econômicos. É um movimento natu-ral e universal. A globalização aí está, e devemos olhar esse cenário como totalmente natural, buscando tirar o maior proveito possível.

Revista Canavieiros: Como o se-tor tem trabalhado para que esses avanços ocorram?

Barros: Temos três caminhos pos-síveis para as usinas: Elas se afundam cada vez mais em suas dificuldades financeiras, com baixo nível de ges-tão, até fecharem as portas; deixam a situação com o melhor cenário possí-vel para serem vendidas para algum grande player do mercado; adotam as boas práticas de governança corpora-tiva, buscando manter o mínimo pos-sível de saúde financeira/operacio-nal, conseguindo, assim, atravessar esse momento difícil do setor. Como sempre dizia o Sr. Jacyr Costa Filho, presidente da Tereos Brasil: “Quando bem gerida, uma usina é sempre a úl-tima a entrar em um período de crise mundial e a primeira a sair, pois es-tamos falando de alimento e energia. Ninguém deixa de comer, e a energia é também essencial à vida”.

Revista Canavieiros: Falando es-pecialmente sobre o GATUA, como o grupo enxerga esse momento?

Barros: Completaremos em 2015 doze anos de vida. Temos 322 usinas associadas e atuação em quatro países. Só no Brasil, estamos presentes em 20 Estados. São números que falam por si. Temos vários trunfos. Como exem-plo, o nosso Fórum de Discussões na Internet. Imagine você, sem sair da mesa de trabalho, ao enfrentar um problema qualquer, poder colocar esse problema para seus pares de outras usinas e, em minutos, receber ajuda, dicas, orientações e até a solução do problema a custo zero, de pessoas que não querem te vender nada, pois são usuários como você e que tiveram o problema que você está tendo. Só isso justifica participar do GATUA. Isso não tem preço e significa uma ajuda maravilhosa para todos, com o me-lhor e maior custo-benefício possível. Também atuamos junto ao mercado fornecedor de produtos, serviços e so-luções de TI. De que maneira? Lem-bramos que usina é, por natureza, algo isolado. Você não vê usina dentro de cidades. Elas ficam, quase sempre, em zona rural. Isso leva o profissio-nal de TI a um perigoso isolamento e dificulta, sobremaneira, a vida dos for-necedores, em seus trabalhos de apre-

sentação comercial e prospecção. Por sua vez, o profissional de TI de usina, quando precisa tomar uma decisão sobre comprar ou contratar algo, tem a enorme necessidade de saber a opi-nião de quem já é cliente daquilo que ele está pesquisando. Na apresentação do vendedor, tudo é, naturalmente, uma maravilha, mas como saber na prática? Atendendo a essa aspiração das áreas de TI das usinas, o GATUA desenvolveu uma metodologia e insti-tuiu um programa chamado Programa SGQ – Selo GATUA de Qualidade, que visa captar o sentimento de quem já é cliente de um produto ou serviço e levá-lo aos interessados em conhecer esse feedback, assim como retornar às empresas fornecedoras, com metodo-logia e riqueza de detalhes, todos os pontos de desconforto que os clientes apresentam, para serem melhorados. A implantação desse programa tem sido bastante interessante, desde que a empresa participante se conscientize dos seus conceitos e propósitos e não apenas o veja como uma “ação de ma-rketing”, que vai trazer novos clientes para ela. Trará novos clientes se ela evidenciar que tem tomado ações de melhoria contínua em seus produtos e serviços. Caso contrário, as usinas irão procurar opções mais comprome-tidas com este conceito.

Revista Canavieiros: Quais as principais expectativas do grupo para os próximos anos?

Barros: Esperamos, é claro, que tudo melhore no setor. Mas melhore com lições aprendidas e com mudan-ças culturais e nas gestões das em-presas. Temos uma ótima perspectiva quanto ao Selo GATUA de Qualidade, mas é fundamental que todas as usi-nas também o entendam como talvez a maior arma que elas possuem para melhorar e “filtrar” o mercado forne-cedor de TI. Temos a esperança de ver, um dia, a TI participando também das decisões estratégicas das empresas, não ditando-as, é claro, porém sendo consultada e opinando sobre o que é possível, o que é razoável e que possui aplicabilidade nas demandas geradas pela alta cúpula organizacional.RC

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11Ponto de Vista I

País abençoado, safra abençoadaPor José Osvaldo Bozzo*

José Osvaldo Bozzo

Recorro a uma canção muito popu-lar para falar um pouco do Brasil. Afinal, como já disse Jorge Ben

Jor, “moro num País tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”. É com o espírito embalado por essas palavras e por sua musicalidade que passo a analisar a notícia de que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) prevê para 2015 uma nova safra agrícola recorde.

O órgão estima que serão produzidos em solo brasileiro 202,9 milhões de to-neladas de cereais, leguminosas e oleagi-nosas neste ano, o que representará 5,2% a mais do que foi colhido em 2014. Vale lembrar que, apesar de nem todos os da-dos estarem fechados, no ano passado a produção agrícola já foi a maior da histó-ria, 2,4% superior à safra de 2013.

Faço questão de sublinhar que vi-vemos em um País abençoado porque ele é capaz de sempre nos surpreender, apesar de todas as dificuldades que se impõem a um território tão extenso e diverso quanto o nosso.

Afinal, como acompanhamos de perto em 2014 muitas localidades sofreram com um período de severa estiagem, enquanto outras foram assoladas por fortes chuvas. Também o excesso de frio ou de calor cas-tigou as plantações de algumas regiões. Isso sem falar da crise internacional, do recuo na demanda em alguns países, da queda nos preços das commodities (esse palavrão que nos ensina que é o mercado global quem dá as cartas)...

Nem por isso o produtor agrícola bra-sileiro desistiu ou esmoreceu frente às di-ficuldades. Pelo contrário: certamente os desafios o estimularam a trabalhar mais, mesmo que contra forças da natureza, o que garantiu mais esta safra recorde.

Muitas vezes fico pensando por que há tão pouco reconhecimento ao tra-balho de nossos homens e mulheres do campo. Somos internacionalmente lembrados como um dos países onde se desenvolvem algumas das mais bem-

-sucedidas tecnologias agrícolas de todo o mundo. Mesmo não dispondo do mes-mo nível de mecanização na lavoura que é utilizado por países desenvolvidos, possuímos taxas de produtividade bas-tante elevadas, até superiores as de nos-sos concorrentes em algumas culturas.

Trabalhar com agricultura, e, por conseguinte, com os chamados agrone-gócios, é sem dúvida alguma equivalen-te a exercer uma verdadeira profissão de fé. Lidar com as intempéries, com as instabilidades financeiras, com a falta de vontade de organismos e de entida-des governamentais é de fato algo des-tinado exclusivamente aos mais fortes. Não só aos fisicamente mais fortes, mas, especialmente, aqueles que têm caráter mais forte.

Só posso comemorar, saldar e felicitar o trabalho desses homens e mulheres tão fortes, que dedicam a vida a garantir que o alimento e outros insumos estejam à disposição de milhões e milhões de pes-soas simplesmente desconhecidas. So-bram-lhes talento, afinco, dedicação, es-forço, altruísmo e muito, muito trabalho.

O que lhes falta, na maioria das ve-zes, é o apoio dedicado e decisivo naqui-lo que eles e elas próprias não têm como solucionar. Esses problemas são bem conhecidos: dificuldades em financiar a produção, seja pela escassez de crédito, ou pelo alto custo do dinheiro; o aparen-temente insolúvel deficit infraestrutural, que prejudica seriamente o escoamento da produção; e a falta de incentivos e de apoio oficial a uma atividade tão essen-cial e tão cheia de riscos.

Com os avanços tecnológicos, e dian-te de algumas mudanças que vêm se de-senhando em nossa sociedade, prevejo, com muita esperança, uma inversão do êxodo rural por nós assistido a partir da segunda metade do século passado.

Os filhos daqueles que se dedicam à produção agrícola têm hoje mais aces-so ao conhecimento, e parece que vêm

percebendo o potencial e as oportuni-dades representadas pelo agronegócio. Têm a oportunidade de aplicar o conhe-cimento adquirido em outras paragens para melhorar as condições produtivas, principalmente nas pequenas e médias propriedades.

Caso esse fenômeno de fato se conso-lide, a tendência é a de que o uso no cam-po de novas tecnologias e conhecimen-tos melhore ainda mais as condições da produção agrícola, estimulando a produ-tividade e a qualidade produtiva. Novas gerações de homens e mulheres estão e estarão ainda mais dispostos a se fixar no campo, formando grupos mais informa-dos e preparados para encarar desafios, sendo, principalmente, mais exigentes e conhecedores de seus direitos.

Se hoje a riqueza do campo acaba sendo concentrada, a mudança de para-digma diante do êxodo rural tende a per-mitir que mais pessoas tenham acesso àquilo que nossa terra abençoada pode oferecer. Temos e teremos não apenas trabalhadores do campo, mas, sim, mais e mais empresários do campo, que certa-mente vão empreender e prosperar junto com um setor que só faz crescer, como já apuramos e como seguirá sendo, tal qual o que bem prevê o IBGE.

*Consultor tributarista e sócio da MJC Consultores. Formado em

Direito, iniciou carreira na PwC. Foi também Sócio da BDO e da KPMG e

professor de Planejamento Tributário na USP – MBA de Ribeirão Preto.

([email protected]) RC

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Cooperativismo para reabrir usinasPor Alexandre Andrade Lima *

Alexandre Andrade Lima

Apesar do cenário de crise gene-ralizada no setor sucroenergé-tico no território nacional, em

função da ausência de políticas compe-tentes do Governo Federal, o que vem promovendo o maior fechamento de parques fabris do gênero no País, os ca-navieiros pernambucanos estão fazendo o movimento inverso, ou seja, reabrin-do unidades no Estado. A ação visa tão somente evitar prejuízo maior aos pro-dutores de cana, que, a cada ano, ficam sem usinas para fornecer suas matérias--primas, provocando o fim gradual da referida atividade econômica. Em cinco anos, nove usinas fecharam em Pernam-buco. E o cooperativismo entre os ca-navieiros tem sido a estratégia utilizada para enfrentar a situação. Eles acabaram de arrendar e retomar a produção da Usi-na Pumaty – situada na porção Sul da Zona Canavieira. A ação ocorreu no mês de novembro. E os canavieiros planejam fazer o mesmo com outra unidade fecha-da, a usina Cruangi – na área Norte.

O cooperativismo vem se configuran-do entre os canavieiros do Estado como única forma de manter a atividade secular da produção de cana por engenhos distri-buídos em dezenas de cidades pernam-bucanas. A ação deriva da necessidade diante da falta de usinas para fornecer a matéria-prima, obrigando-os a criarem maneiras de continuarem na lida. Com elas fechando as portas a cada ano, a cana tem ficado no campo, provocando um prejuízo ao produtor, além de inviabilizar a manutenção da cultura nos anos seguin-tes. Assim, a Associação dos Fornecedo-res de Cana de Pernambuco e o Sindicato dos Cultivadores de Cana do Estado, por meio de cooperativas ligadas a tais órgãos de classe, têm estimulado os próprios as-sociados a se projetarem nesta empreita-da do arrendamento e gestão das unidades industriais que fecham no Estado.

A Usina Pumaty, localizada na ci-dade de Joaquim Nabuco, retomou o funcionamento após três anos parada. O arrendamento e administração dela

estão a cargo da Agrocan (Cooperativa do Agronegócio de Cana-de-Açúcar). A reabertura contou com aval do Poder Judiciário, pois ela está em recuperação judicial. A decisão evitou maiores preju-ízos para os canavieiros, já que as usi-nas Pedrosa e Una – localizadas também na Zona da Mata Sul - interromperam o funcionamento este ano. Sem a volta da Pumaty, o excedente de cana seria algo em torno de 800 mil toneladas na região. O presidente do Sindicato dos Cultiva-dores de Cana, Gerson Carneiro Leão, foi um dos maiores articuladores na re-ativação da unidade industrial.

Em relação à Usina Cruangi, locali-zada no município de Timbaúba, já es-tão em andamento alguns projetos dos canavieiros, liderados pela Associação dos Fornecedores de Cana do Estado, na intenção de arrendar e retomar o seu funcionamento. Os credores da unida-de estão de acordo com a referida ação através da COAF (Cooperativa do Agro-negócio dos Fornecedores de Cana). A usina – considerada uma das mais im-portantes no que tange a quantidade de processamento – está fechada desde o ano passado, gerando problemas no es-coamento da cana do fornecedor. Para a consolidação do arrendamento da unida-de, os órgãos de classe aguardam apenas uma posição favorável do novo gover-nador de Pernambuco, Paulo Câmara. O político apoiou o pleito durante o perí-odo da campanha eleitoral. A previsão é de que as parcerias necessárias sejam anunciadas quando o gestor tomar posse, em 2015. É enorme a expectativa dentro do setor sucroenergético

.Contudo, os órgãos de classe têm

ciência de que somente gestões profis-sionais no comando dessas unidades industriais arrendadas trarão o progres-so desejado por suas cooperativas de produtores. Dentro desse contexto, diri-gentes das entidades e das cooperativas foram buscar experiência de quem tem neste tipo de negócio. Os canavieiros foram adquirir conhecimento na Usina

Sapucaia, em Campos dos Goytacazes--RJ, com os produtores da Coagro (Co-operativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro). A Coagro tem um exito-so projeto há 12 anos, de arrendamento e gestão de usinas no Norte fluminense. E acabam de investir, este ano, R$ 20 milhões na usina Sapucaia, visando tri-plicar a produção atual, que estava sendo realizada na usina São José.

O arrojado modelo de gestão adotado pela Coagro deixou a comitiva dos produ-tores pernambucanos entusiasmada. Isso porque eles observaram que a cooperativa consegue garantir a necessária viabilida-de econômica no arrendamento da usina, mas também tem permitido o incremento dos negócios. As condições climáticas e a produtividade da cana por hectare foram outros elementos bem avaliados. Mesmo com menores pluviosidade e produtivida-de em comparação aos canaviais de PE, a Coagro consegue superação financeira diante de tais adversidades em função do modelo de gestão profissional da Sapu-caia. O cenário observado contribuiu bas-tante para consolidar o planejamento dos agricultores pernambucanos no tocante ao avanço do referido projeto de arrenda-mento de usinas em solo natal.

*Presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco

(AFCP) e da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida)

Ponto de Vista II

RC

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Bruno Wanderley de Freitas

Volta da CIDE abre espaço para maior competitividade ao etanol Bruno Wanderley de Freitas*

OGoverno oficializou a volta da CIDE (Contribuição de Inter-venção no Domínio Econômi-

co) incidente sobre os preços da gaso-lina e do diesel na refinaria em R$ 0,22/litro e R$ 0,15/litro, respectivamente. Como a CIDE só entrará em vigor em 90 dias, as alíquotas do PIS e Cofins foram reajustadas momentaneamente até que o tributo regulador retorne de fato. Dessa forma, os efeitos da volta da CIDE já serão sentidos a partir do dia 1º de fevereiro.

Contudo, a Petrobras ainda não deu sinais de que pretende conter o repas-se da reintrodução desses encargos ao consumidor, o que sugere que o preço na bomba deverá mesmo subir, ao me-nos por enquanto, abrindo espaço para maior competitividade ao etanol hidra-tado. Conforme estimativa da DATA-GRO, o novo imposto proporcionará um aumento potencial no preço do hi-dratado em R$ 0,154/litro ou de 11,9% sobre o preço atual ao produtor.

Um dia após o Governo anunciar a nova CIDE para a gasolina, os preços

Ponto de Vista III

do etanol ganharam força na região Centro-Sul, em especial o hidratado, cujo preço avançou 2,1% em São Pau-lo ao ser negociado a R$ 1.324,84/m³ (PVU, s/imposto), de acordo com o levantamento da DATAGRO. Assim, embora ainda haja incertezas sobre o potencial de recuperação dos preços em função do elevado estoque mundial, o mercado de açúcar pode receber um suporte adicional uma vez que a safra 2015/16 tende a ser mais alcooleira.

Entre os dias 1º e 16 de janeiro, o preço da gasolina no Brasil, base refi-naria, esteve 54,4% acima do praticado no mercado internacional, patamar que torna atrativa a importação do produ-to. Porém, entende-se que os entraves logísticos e o risco de diminuição do número de contratos comerciais com a Petrobras no futuro devem inibir as distribuidoras de realizar grandes aqui-sições no mercado externo.

Aliás, em virtude do maior consumo de etanol, a importação de gasolina to-talizou 2,17 bilhões de litros em 2014, queda de 24,36% sobre o ano ante-

rior. Conforme dados até novembro, o consumo de etanol hidratado cresceu 19,6% no acumulado do ano para 11,61 bilhões de litros. Cabe notar também que em 2009, quando em média o valor da gasolina na refinaria era 27,2% su-perior ao do mercado externo, o Brasil importou apenas 22 mil litros de gaso-lina justamente em resposta ao maior consumo doméstico de etanol.

*Economista sênior DATAGRO RC

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Como está o nosso agro?O ano de 2014 é realmen-te para ser apagado na nossa

história. Os indicadores de nossa eco-nomia se deterioraram fortemente, o valor da nossa moeda, retorno da infla-ção, o mar de lama da corrupção, gran-des decepções no esporte, e o ano onde nossa população foi enganada a aceitar mais 4 anos de um Governo que entre-gou muito aquém das possibilidades.

Neste quadro de derrotas da so-ciedade brasileira, o agro de 2014 voltou a nos salvar de um colapso, pois o desempenho das exportações foi extremamente positivo, trazendo US$ 96,8 bilhões ao Brasil, mas o agro também perdeu: este valor foi 3,2% menor que o de 2013. O saldo foi de US$ 80,1 bilhões na balança comercial do agro, um valor também 3,3% menor que 2013.

Corroborando a difícil situação da economia brasileira, os demais pro-dutos brasileiros fora do agro apre-sentaram queda de 9,7% nas exporta-ções de 2014 (US$ 142,1 bi em 2013, para US$ 128,4 bi em 2014) e, com esta queda, a participação do agro nas exportações brasileiras cresceu quase dois pontos, atingindo incrí-veis 43% do total.

Como a balança comercial brasi-leira, após seguidos anos de supera-vit, fechou 2014 negativa em quase US$ 4 bilhões, mais um pífio resul-tado entregue por esta gestão, se não fosse o agro, o Brasil teria um deficit de US$ 84 bi, estourando a inflação, acabando com o real e espalhando miséria. Mais um em que o agro sal-vou a economia brasileira, permitin-do crescimento sustentável e distri-buição de renda, programas sociais, inclusão, apesar de continuar sendo demonizado por parte dos ditos “mo-vimentos sociais”, que preferem per-petuar o atraso e a miséria.

Como está nossa cana? O retorno da CIDE (Contribuição

de Intervenção no Domínio Econô-mico) e do PIS-Cofins (22 centavos) à gasolina, como previsto no nosso texto anterior, trará um aumento de preços desta e maior chances de me-lhores preços ao etanol. Isto fará com que tenhamos uma safra ainda mais alcooleira, trazendo também impactos positivos nos preços do açúcar. Até que enfim. Mas lamento que o impos-to também tenha sido elevado ao die-sel, que é um combustível mais iden-tificado com a produção. Poderia ser apenas na gasolina. O setor usa muito diesel, e o impacto aí será negativo.

A redução do ICMS em MG, de 19 para 14% é algo que também pode contribuir para aumentar o consumo em MG.

E a declaração do Ministro Levy é de que a Petrobras é a responsável pelo estabelecimento de preços, o que mostra que a empresa terá um pilar fundamental de sua estratégia, a pre-cificação de produtos, retomado.

Outra boa notícia é a de que o pe-tróleo mais barato pode trazer maior crescimento econômico a grandes países, e isto se refletir no merca-do de açúcar. Grandes importadores de açúcar são também importadores de petróleo, e preços mais baixos de combustível significa mais dinheiro na mão das famílias para consumo de alimentos, sobremesas e outros.

O USDA, o Departamento de Agri-cultura dos Estados Unidos, prevê crescimento de consumo em 2,22% para 2015, chegando a quase 171 mi-lhões de toneladas. E a Organização Internacional de Açúcar prevê deficit de mais de 2 milhões de toneladas para 15/16. Ou seja, boas notícias que podem ainda ser aceleradas com a sa-fra alcooleira do Brasil.

O novo teto do PLD (preço de li-quidação de diferenças) na energia elétrica, de R$ 388 por MWh pode ser um desestímulo a este que foi o me-lhor produto do setor em 2014: a co-geração. Em 2014 produziu-se quase 20% a mais que em 2013, pela moti-vação dos preços. Para 2015 as variá-veis importantes de acompanhamento serão o preço, a oferta de bagaço e pa-lha e os investimentos em eficiência energética das usinas (caldeiras).

Outra boa notícia na cogeração vem da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), que terá agora o programa de certificação da bioele-tricidade, um passo fundamental para que tenhamos um valor maior para esta fonte de energia renovável. Pode-rá este selo verde inclusive ser usado como instrumento de diferenciação por parte de grandes usuários de ener-gia, tal como varejistas e indústrias.

Vale ressaltar que dezembro de 2014 foi o melhor mês nos últimos 3 anos para a venda de etanol, com a co-mercialização de mais de 2,25 bilhões de litros. O etanol teve um aumento de consumo de 13% em relação a 2013.

A má notícia do mês foi o anúncio da parada da Usina Bom Retiro. 250 pessoas perdem seus empregos e ou-tros tantos indiretos.

Coluna Caipirinha

Marcos Fava Neves

CaipirinhaFatos acontecendo e impactos na cana

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Quem é o homenageado do mês? A coluna Caipirinha todo mês ho-

menageia uma pessoa. Neste mês a homenagem vai para a Profa. Dra. He-loisa Burnquist, da ESALQ. Uma das nossas mais tradicionais pesquisado-ras do setor de cana, responsável pela orientação de diversas teses de mestra-do e doutorado e muitas publicações do setor.

Haja Limão: nossas previsões que teremos muita acidez pela frente vão se confirmando. O Brasil decreta luto oficial de três dias pela morte de um traficante internacional...

PáduaGoiás com 23 usinas ainda proces-

sando (difícil acontecer em dezem-bro).

São Paulo produtividade agrícola 12% menor 14/15 para 13/14.

Goiás 6% acima neste ano.MS – 9,7% a mais.

Processamos 1,2% a menos em 7,1% a mais de área no Centro-Sul.

Toda a redução se deu em São Paulo.Etanol e açúcar são resíduos hoje

perante o que vale a bioletricidade.Deve processar acima de 561 mi ton,

pois algumas continuarão moendo. Moagem 12% menor, mas alguns

grupos. 8 ou 9 usinas não processarão cana

na próxima safra.Queda da produção não o afetou o

mercado interno, pois caiu a exporta-ção de açúcar e exportação de etanol.

15/16 9 unidades deixarão de operar.Entra 1 que já estava pronta: Santa

Vitória.Desde 2007 – 68 fecharam.Safra de mesmo tamanho que o ano

anterior.Renovação foi de 12% em relação

ao ano passado, mas não foi bom o plantio.

Equilíbrio: florescimento, geada, pragas, mecanização, ambiente restri-tivo (expansão).

Pior: tratos, ampliação de área e do-enças, renovação e idade.

Melhor: precipitação (mas pode ser pior).

UNICA – safra entre 541 e 561.2020 a 2021 600 mi ton Centro-Sul.Novembro no consumo de combus-

tível foi de 8% em novembro.Como não teremos cana não tere-

mos o crescimento esperado de açúcar.UNICA acredita em menor cresci-

mento de hidratado.Alguma mudança positiva nos pre-

ços relativos de produtos com a mesma oferta de cana.

Marcos Fava Neves é Professor Titular da FEA/USP, Campus de

Ribeirão Preto. Em 2013 foi Profes-sor Visitante Internacional da Purdue

University (EUA)RC

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Sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred inaugura loja de Ferragem e Magazine em Batatais-SP

Notícias Copercana

No dia 18 de dezembro, a cidade de Batatais, no interior de São Paulo, com mais de 60 mil ha-

bitantes, foi palco para a inauguração de mais uma loja de Ferragem e Ma-gazine, sendo a décima oitava cidade a receber uma filial da Copercana.

Na ocasião, estiveram reunidos dire-tores do sistema Copercana, Canaoeste e Sicoob Cocred, autoridades locais, cooperados e associados, agrônomos e fornecedores, que participaram também da inauguração do 14º departamento técnico da Canaoeste, instalado anexo a loja onde irá oferecer atendimento agronômico aos associados.

Com 500 metros quadrados e sete fun-cionários, a loja está pronta para atender os cooperados, associados e clientes que irão encontrar produtos necessários para as atividades rurais como: fertilizantes, adubos, defensivos, implementos, ferra-mentas insumos, produtos veterinários, além de uma completa linha de eletro-domésticos, artigos para cama, mesa, banho e presentes.

Fernanda Clariano

“Fizemos um investimento nesta loja de R$ 3,5 milhões e temos hoje a nossa sede própria. Tenho certeza que vai ser muito importante para a Copercana e igual será para a população e para os cooperados e associados de Batatais. Esperamos que essa loja seja um sucesso e que este su-cesso, nos facilite a melhorar ainda mais a loja”, disse o presidente da Copercana e da Sicoob Cocred - Antonio Eduardo Tonielo.

“Apesar das dificuldades devido a crise que vem atingindo nossa região, a Copercana através da sua diretoria e do trabalho dos seus funcionários que não para e está de portas abertas. Até fevereiro temos mais três lojas para serem inauguradas e vamos continuar trabalhando e crescendo”, afirmou di-retor da Copercana Pedro Esrael Bi-ghetti.

Cooperados, associados e clientes de Batatais-SP e de toda região, passam a se beneficiar dos serviços oferecidos pelo Sistema

Antonio Eduardo Tonielo,presidente da Copercana e Sicoob Cocred

Pedro Esrael Bighetti,diretor da Copercana

Endereço da loja: Av. Dr. Oswaldo Scatena, nº 461 - Centro - Batatais/SP

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“Essa loja é bem ampla, contamos com 500 metros quadrados onde os clientes vão encontrar além dos produ-tos que facilitam o dia a dia no campo, uma gama de mercadorias no magazi-ne. E o que a gente puder fazer para agradar e ajudar um cliente, vamos fazer”, disse o encarregado da Loja de Ferragem e Magazine de Batatais, Gilmar Donizete Cabral.

“Estamos felizes porque este era um sonho antigo da diretoria de estar em Batatais para atender os cooperados da cidade e de toda a região. Além de implementos e insumos, a loja conta com uma linha completa em presentes, cama, mesa e banho”, destacou o ge-rente comercial da Copercana - Ricar-do Meloni.

Autoridades e clientes falam sobre o que o investimento representa para a cidade.

da e de muita credibilidade e chega a Batatais num momento onde amplia a concorrência, as opções, e isso é muito saudável. A cidade se enrique-ce com essa inauguração e certamente irá apoiar o investimento”, destacou o presidente do Conselho da Jumil, Ru-bens Morais.

A variedade de produtos, o amplo es-paço e o atendimento foram destacados pelo encarregado da loja.

Rubens Morais,presidente do Conselho da Jumil

Gilmar Donizete Cabral,encarregado da Loja de Ferragem

e Magazine de Batatais

Ricardo Meloni,gerente comercial da Copercana

Eduardo Oliveira,prefeito de Batatais

Marilda Covas,vereadora de Batatais

Luiz Carlos Tasso Júnior,superintendente da Canaoeste e conselheiro fiscal da Copercana

“Estamos contentes em poder trazer uma filial da Canaoeste para Batatais, presenteando os associados da cidade e da região que terão assistência técnica, jurídica, e ambiental. Além disso, estare-mos disponibilizando, durante a semana, dois agrônomos da matriz para sentir-mos a necessidade do associado e pos-teriormente contratarmos um agrônomo de Batatais para cobrir toda a região”, disse o superintendente da Canaoeste e conselheiro fiscal da Copercana e Si-coob Cocred - Luiz Carlos Tasso Júnior.

“A Copercana, assim como a Ca-naoeste, é muito bem-vinda ao nosso município. São pessoas sérias que estão no mercado há mais de 50 anos com a cooperativa, é uma honra para Batatais receber gente boa, trabalhadora, que acredita na cidade, acredita no trabalho e sustenta o país”, destacou o prefeito de Batatais, Eduardo Oliveira.

“Fiquei surpresa ao ver uma loja desse porte sendo instalada na nossa cidade. Estou encantada com a quali-dade dos produtos que estão sendo co-locados à disposição dos agricultores e da população de Batatais. Desejamos que essa loja cresça ainda mais e que seja um sucesso”, salientou a vereado-ra Marilda Covas.

“Vejo a Copercana com muita ad-miração. É uma cooperativa respeita-

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19Notícias Copercana

Colaboradores de Batatais e Sertãozinho

Diretores e funcionários da Copercana e da Canaoeste com o padre Eloy Pupin (dir.)

Após os pronunciamentos, o padre emérito de Batatais, Eloy Pupin, deu as bênçãos nas dependências e em seguida foram realizados os descerramentos das placas de inauguração.RC

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Campanha Copercana Premiada

Fernanda Clariano

Por mais um ano a Copercana surpre-ende os cooperados e clientes atra-vés da Campanha Copercana Pre-

miada. Além de sortear dois carros Ford KA zero-quilômetro, foram distribuídas aproximadamente 600 mil “seladinhas”, premiando 800 clientes com vales-compra instantâneos. A campanha aconteceu entre 03 de novembro de 2014 a 13 de janeiro de 2015 e contou com um número expressivo de cupons participantes.

O sorteio dos dois carros aconteceu no dia 14 de janeiro, na Loja de Ferragem de Sertãozinho-SP, com a presença do presi-dente da Copercana e da Sicoob Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, do diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, do di-retor da Ortovel, Leonildo Peres, do ge-rente comercial da Copercana, Ricardo Meloni, do advogado, Gustavo Moro, do auditor, Moacir Roberti Garcia, do asses-sor de diretorias, Sérgio Sicchieri, além de colaboradores e clientes.

Um dos carros sorteados saiu para Marta Aparecida de Souza Hermínio, de Sertãozinho, e o outro Ford KA para a cidade de Serrana, onde o ganhador foi Rodolfo Uzueli Carvalho.

“Quando recebi a ligação avisando que eu era ganhadora, cheguei a pensar que fosse um trote, a gente fica muito surpresa, eu não acreditava, foi uma sur-presa muito boa”, afirmou Marta Apare-cida de Souza Hermínio.

“Comecei 2015 com o pé direito e agradeço a Copercana por ter me dado a oportunidade de poder ganhar um prê-mio maravilhoso que é esse Ford KA”, disse Rodolfo Uzueli Carvalho.

O presidente da Copercana falou so-bre o sucesso da campanha. “A cada ano a Copercana vem melhorando seus espa-

Além do sorteio de dois carros zero-quilômetro, a campanha contemplou 800 clientes através da “seladinha” premiada, com vales-compra instantâneos

ços físicos, a qualidade dos seus produ-tos e suas campanhas e o resultado posi-tivo que estamos tendo se dá através da soma de tudo isso. Quero cumprimentar os dois felizardos que ganharam os car-ros, eles já começaram o ano com sorte. O que a diretoria da Copercana espera é que os nossos cooperados e clientes con-tinuem confiando na cooperativa para que possamos fazer cada vez mais e me-lhor por eles”, salientou o presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo.

“Estamos lisonjeados com essa cam-panha. Para nós da diretoria é um prazer ver que vem dando certo e está sendo um sucesso, contemplando os cooperados e clientes. Parabenizo todos os ganhadores e agradeço a confiança mantida na coo-perativa, que eles continuem nos presti-giando em 2015”, disse o diretor da Co-percana, Pedro Esrael Bighetti.

“Essa campanha foi um sucesso, além dos dois carros zero-quilômetro sorteados, os clientes também foram contemplados através das “seladinhas”, com vales-compra instantâneos. Gosta-ria de salientar que essa campanha abran-geu todas as redes de supermercados da Copercana e se estendeu aos postos de combustíveis e às lojas pecuárias. Gos-taríamos de agradecer aos cooperados e

clientes e dizer que logo estaremos ela-borando a próxima campanha de Natal e podem aguardar que faremos o possível pra que também seja um sucesso”, afir-mou o gerente comercial da Copercana, Ricardo Meloni.

“É com muita honra que participa-mos desta campanha junto a Coperca-na. A Ortovel nasceu em Sertãozinho e está na cidade há quase 36 anos, e para nós é muito importante estarmos juntos. Essa campanha mobilizou um número bastante significativo de pes-soas, podemos ver pela quantidade de cupons participantes. Que esses carros sorteados possam trazer muitas alegrias aos ganhadores”, destacou o diretor da Ortovel, Leonildo Peres.

Participaram do sorteio: Ricardo Meloni, Dr. Gustavo Moro, Leonildo Peres, Moacir R. Garcia, Antonio Eduardo Tonielo, Pedro Esrael Bighetti,

Frederico Dalmaso, Sérgio Sicchieri e Márcio Zeviani

O presidente e o diretor da Copercana com os ganhadores Marta Ap. S. Hermínio

e Rodolfo Uzueli Carvalho

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O presidente e o diretor da Copercana com os ganhadores Marta Ap. S. Hermínio

e Rodolfo Uzueli Carvalho

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22Notícias Sicoob Cocred

Balancete Mensal - (prazos segregados)Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do

Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados) - Dezembro/2014 - “valores em milhares de reais”

Sertãozinho/SP, 31 de dezembro de 2014.

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O grito do setor

O dia 27 de janeiro de 2015 en-tra para a história de Sertão-zinho-SP e de toda a região

canavieira do Centro-Sul do País. Foi nesta data que representantes de toda a cadeia produtiva sucroenergética se uniram, em uma mobilização pacífi-ca, para pedir um basta às políticas do Governo Federal que priorizam com-bustíveis fósseis em detrimento do etanol e de outras alternativas limpas e renováveis, como a bioeletricidade, produzida a partir da palha e do bagaço da cana-de-açúcar, e cobrar a adoção de medidas imediatas que favoreçam a retomada dos investimentos e, conse-quentemente, dos empregos.

Segundo o número oficial divulga-do pelos organizadores do movimento, mais de 15 mil pessoas, entre agri-cultores, empresários, sindicalistas, políticos, funcionários do comércio e de metalúrgicas, além de profissionais

O Movimento pela Retomada do Setor Sucroenergético reuniu 15 mil pessoas em Sertãozinho, no dia 27 de janeiro, para reivindicar do Governo Federal

medidas para reimpulsionar o crescimento e a volta dos empregos

Igor Savenhago

Reportagem de Capa

liberais, não só de Sertãozinho, mas de vários municípios que baseiam a economia nas atividades do setor su-croenergético, participaram da passe-ata. A Copercana e a Canaoeste, que compuseram ativamente a organização do ato, estiveram representadas com diretores, funcionários, cooperados e associados das regiões onde mantêm filiais. O Sicoob Cocred também mar-cou presença.

A mobilização é resultado do Pac-to Social pelo Emprego, constituído no final de 2014 por diversas entida-des com atuação em Sertãozinho para aliviar as dificuldades de renda en-frentadas por trabalhadores demitidos. Entre as ações, está a adesão de redes de supermercados, como a Copercana, que se comprometeram a comerciali-zar uma cesta básica sem margem de lucro, por R$ 69,90.

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Outros pontos que ficaram acordados foram a manutenção do valor corporati-vo do plano de saúde dos trabalhadores mesmo após eventual perda do emprego, criação de uma Câmara de Mediação, para reduzir as pressões causadas pelas demissões em massa, elaboração, pelo CEISE Br (Centro Nacional das Indús-trias do Setor Sucroenergético e Bio-combustíveis), de um contrato padrão de negociações, que oriente seus assso-ciados a buscar o diálogo antes de deci-dir promover uma demissão em massa, abertura para a renegociação de dívidas de empresas e pessoas físicas junto a ins-tituições bancárias e ampla divulgação do Programa de Assistência Judiciária da OAB, já em funcionamento. A prefei-tura suspendeu, durante 90 dias a partir do início da vigência do pacto, em 27 de dezembro de 2014, o ajuizamento de cobranças de débitos posteriores a 2011.

De janeiro a dezembro de 2014, Sertãozinho teve um saldo negativo de 2.046 vagas de emprego, o que re-presenta diminuição de 178% na com-paração com 2013, quando o resultado havia sido positivo, de 2.617 postos de trabalho. Se levada em consideração apenas a indústria, o resultado foi ain-da pior, com 2.230 vagas a menos, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Mi-nistério do Trabalho).

O protestoPara reduzir esse impacto, o grito pela

Retomada do Setor Sucroenergético teve dois pontos de concentração, a partir das 7h30. No primeiro, na rotatória do Distrito Industrial, em frente à empre-sa Dedini, se reuniram, principalmente, metalúrgicos, empresários, presidentes e

outros representantes de sindicatos e as-sociações, como a Força Sindical. Carros de som chamavam quem chegava para o expediente de trabalho a se juntar ao movimento. Perto do local, motoristas e produtores de cana preparavam trato-res e caminhões com faixas e bandeiras pedindo mais atenção à cadeia produti-va. Camisetas com recados como “Luto pelo Emprego” e músicas de incentivo também foram utilizadas.

O produtor associado da Canaoeste Sérgio Galdiano, de Sertãozinho, capri-chou na amarração de tecidos em ver-de e amarelo num trator. Esperançoso, disse esperar mudanças políticas após a mobilização. “Hoje vai ser o dia. Vamos ver o que acontece, porque do jeito que está não pode ficar. Não sei como ainda conseguimos produzir”.

Munido de um rádio comunicador e incansável na orientação aos partici-pantes, estava o metalúrgico Claudinei Gonçalves de Oliveira. Foi a partir de uma atitude dele que, segundo o pre-feito de Sertãozinho, Zezinho Gimenez (PSDB), a cidade começou a pensar no Pacto Social pelo Emprego. Sensi-bilizado com a situação de um amigo metalúrgico demitido recentemente, Oliveira bateu à porta da administração municipal para pedir um socorro que possibilitasse melhores condições aos

desempregados. “Essa é uma luta de todas as enti-dades que se uniram e de-ram as mãos na luta contra o desemprego. Só tenho a agradecer por este mo-mento que está acontecen-do em Sertãozinho”, disse o metalúrgico.

Os presidentes dos Sindicatos dos Metalúrgicos de Sertãozinho, Samuel Márcio Marchetti, de São José do Rio Preto-SP, Marcos Donizete Souza, e Piracicaba-SP, José Luiz Ribeiro, anun-ciavam, com microfones nas mãos, os motivos do manifesto. “Viemos apoiar porque em Rio Preto a situação está di-fícil também. Vamos começar esse ato por Sertãozinho, mas queremos esten-der depois para outras cidades”, afir-mou Souza. “É uma situação caótica. O Governo Federal destruiu esse setor, que é tão importante para a economia, para a geração de emprego e renda. É uma situação que se estende não só em Sertãozinho, mas Piracicaba, em todo o Brasil”, emendou Ribeiro.

Enquanto isso, na Praça Thirso Pelá, próxima ao Hotel Ibis, na saída para Ri-beirão Preto, moradores de Sertãozinho ajudavam a formar mais um grande gru-po, do qual fizeram parte proprietários e funcionários do comércio, profissionais de serviços, outros sindicalistas, repre-sentantes de associações agrícolas e po-líticos que militam no setor sucroener-gético, como o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Pau-lo, Arnaldo Jardim (PPS-SP), deputados estaduais e federais.

O presidente da Canaoeste e da Or-plana (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul), Manoel Or-tolan, classificou o movimento como um momento histórico. “Nunca tivemos algo parecido, o que diz bem o tamanho do problema que estamos enfrentando: uma crise sem precedentes, com fechamento de mais de 80 unidades industriais, ou-tras tantas em recuperação judicial e in-dústrias dispensando sem parar. Enfim, algo que é, para nós, inexplicável face a grande contribuição que este setor já deu para o País e pode continuar dando”.

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Ortolan cobrou um programa para in-centivar a cadeia produtiva, que posicio-ne o etanol na matriz energética brasilei-ra e reconheça os benefícios da energia elétrica produzida nas usinas de cana. “Por causa dessa enorme contribuição do setor ao Brasil, viemos pra rua. Todo o setor está aqui para dizer ao Governo Federal que precisamos retomar a eco-nomia desse País e, sobretudo, a hege-monia que temos nesse setor”.

O superintendente da Canaoeste Luiz Carlos Tasso Júnior entende que o ato ga-nha em importância por unir todos os elos da cadeia produtiva em torno de uma cau-sa. “Trabalhadores da indústria e do co-mércio, produtores de cana, todos juntos em prol do etanol, da energia e do açúcar, para acabar com as dificuldades do nosso setor. Não queremos subsídios, mas polí-ticas públicas para o setor. Trabalhar nós sabemos. Só temos que ter oportunidade e confiança de todo o Brasil”.

Já o diretor da Copercana Pe-dro Esrael Bighetti lembrou que estão em jogo os milhares de empregos per-didos por conta das instabilidades eco-nômicas enfrentadas. “Muitas empresas estão fechando e isso está doendo no peito. Por isso, nós estamos nos prepa-

rando para nos movimentar ainda mais, ir a Brasília”.

De acordo com dados divulgados pela organização do movimento, a cri-se fez com que cerca de 80 usinas en-cerassem as atividades em todo o País, o que representou a extinção de mais de 100 mil postos de trabalho diretos e 300 mil indiretos.

Para conter o avanço do desemprego, a Governança Corporativa da Cadeia Produtiva Sucroenergética, grupo que coordena uma série de ações em prol da cana-de-açúcar, considera o Movimento pela Retomada do Setor Sucroenergéti-co, realizado em Sertãozinho, o ponto de partida de uma grande marcha à capi-tal federal, prevista para logo depois do Carnaval. Para isso, foram programadas reuniões com governadores de Estados representativos na produção canavieira, que estão formando um grupo para bus-car o diálogo com o Governo Federal.

Para o professor da USP (Universi-dade de São Paulo), em Ribeirão Preto, Marcos Fava Neves, o movimento atin-giu o sucesso esperado. “Fazia tempo que eu não via tanta gente junta assim, de todos os setores, da cadeia produtiva inteirinha. Quem sabe, com isso, a gente volte a gerar valor no Brasil e, com o va-lor dessas pessoas todas aqui unidas, que a cegueira do Governo saia. Acho que foi maravilho, muito acima do que eu esperava. Estou contente de estar aqui”.

Visão parecida teve o diretor da Fenasucro Gabriel Godoy. “Nós parti-cipamos da cadeia produtiva, na parte comercial, e, se o setor não vai bem, também sentimos. Por isso, estamos to-talmente solidários ao ato. Nunca vi um movimento tão grande como esse. Está de parabéns o pessoal da organização”.

Paulo Roberto Artioli, diretor agrí-cola da Tecnocana, empresa fornecedo-ra de cana com sede em Macatuba-SP, acredita que a manifestação foi feita em momento oportuno. “Temos que fazer alguma coisa para alertar o Governo, porque, caso contrário, vai ser impos-sível permanecer naquilo que fazemos tão bem feito”.

Rodovias bloqueadasÀs 8 horas, meia hora após o início da

concentração, a Polícia Militar já havia bloqueado parte das rodovias Armando Salles de Oliveira (SP-322), que atra-vessa Sertãozinho, e Carlos Tonani (SP-333) – que dá acesso a Ribeirão Preto, de um lado, e Barrinha e Jaboticabal, do outro. A manifestação terminou no en-troncamento das duas vias, com a leitura de uma carta elaborada pelas entidades organizadoras com as reivindicações ao Governo Federal em prol do setor. Um congestionamento de 1,5 quilômetro chegou a ser registrado na Rodovia Má-rio Donegá (SP-291), para onde o trân-sito foi desviado. Todos os acessos dos sertanezinos a Armando Salles também foram interditados. Nenhum incidente foi registrado, o que, segundo Carlos Roberto Liboni, secretário de Indústria e Comércio de Sertãozinho, que coorde-nou a organização do ato, demonstrou o civismo dos participantes.

“A população de Sertãozinho e da região, que nos atendeu, deu uma mos-tra de absoluto respeito. O pessoal veio, caminhou, cantou o Hino Nacional, deu o recado da sua preocupação, da insa-tisfação com a forma com que o setor sucroenergético tem sido tratado pelo Governo Federal. Eles cobraram, tra-zendo suas faixas, para que isso chegue de verdade aos ouvidos e aos olhos de quem realmente tem que ter cuidado com esse setor, que é um patrimônio nacional. Não podemos permitir que ele seja dilapidado pelas políticas públicas que estão aí”, afirmou.

Com as pistas livres, o primeiro gru-po, com as máquinas à frente, saiu em

Manoel Ortolan discursa para o público

Manoel Ortolan e Pedro Esrael Bighetti

O produtor Fernando dos Reis com Luiz Carlos Tasso Júnior

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marcha por dois quilômetros, até encon-trar o segundo pelotão. As duas faixas da SP-322 foram ocupadas. Conforme o protesto avançava, mais gente ia se juntando. Após mais dois quilômetros percorridos, a Rodovia Carlos Tonani foi tomada pelos manifestantes. Até as 10h30, horário aproximado do fim do movimento, o comércio ficou fechado e as indústrias liberaram seus funcioná-rios para acompanhar em passeata.

Para o presidente do CEISE Br, An-tonio Eduardo Tonielo Filho, a partici-pação de todas as categorias envolvidas com o setor é fundamental para pressio-nar o Governo Federal visando à retoma-da do crescimento. “Os governos, infe-lizmente, não agem. Eles reagem. Então, nós temos que mostrar que estamos so-frendo, que o trabalhador está sofrendo. Esse movimento é um grande começo para que possamos chegar a Brasília”.

A adesão em peso também foi des-tacada pelo secretário estadual de Agri-cultura, Arnaldo Jardim. Segundo ele, as manifestações não são uma novida-de, mas a de Sertãozinho apresentou duas diferenças fundamentais. “Toda a cadeia produtiva está representada, mostrando a dimensão do movimento. Além disso, é um momento de decisão, importante para o setor. Portanto, essa mobilização faz bem ao nosso setor produtivo, à população e ao Estado de São Paulo”.

Organização e participaçãoO Movimento pela Retomada do Se-

tor Sucroenergético foi uma realização da Prefeitura e da Câmara de Sertãozi-nho, do CEISE Br, dos Sindicatos dos Metalúrgicos, do Comércio (Sincomér-cio) e dos Comerciários (Sincomerciá-rios) de Sertãozinho, da Força Sindical, da Copercana e da Canaoeste, da ACIS (Associação Comercial e Industrial de Sertãozinho), do Sindinap (Sindicato Na-cional dos Aposentados e Pensionistas), da OAB (Ordem dos Advogados do Bra-sil) e da Amasert (Amigos Associados de Sertãozinho). E contou com o apoio da UNICA (União da Indústria da Cana--de-Açúcar), da Governança Corporativa da Cadeia Produtiva Sucroenergética, da Coplacana (Cooperativa dos Plantado-res de Cana do Estado de São Paulo), da Coopercitrus (Cooperativa de Produtores Rurais) e do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentos.

Um dia antes do movimento, repre-sentes de várias dessas entidades ocupa-ram a tribuna da Câmara para convocar a população de Sertãozinho e região a participar. Durante a sessão extraordi-nária, foi instalada, conforme projeto apresentado pelo vereador Nilton César Teixeira (PPS), o Niltinho, uma Co-missão Parlamentar para a discussão de assuntos relevantes envolvendo o setor sucroenergético. Uma proposta que, na opinião do presidente da Casa de Leis, Silvio Blancacco (PSDB), se justifica,

tendo em vista a situação delicada atra-vessada pelos municípios que dependem da cana-de-açúcar. Ele disse que não se pode esquecer que a cadeia sucroenergé-tica brasileira emprega 2,5 milhões de trabalhadores e responde pela produção de US$ 43 bilhões em riquezas por ano. “A crise que atinge o setor afeta a indús-tria, o comércio e a própria arrecadação municipal, fazendo com que os muníci-pes sofram com o desemprego”.

Só nos últimos dois anos, a Prefeitu-ra de Sertãozinho deixou de arrecadar cerca de R$ 30 milhões em tributos mu-nicipais. Há uma década, a cidade, que já ocupou o quarto lugar em qualidade de vida no índice de desenvolvimento da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro), aparecia entre os 100 maiores PIBs brasileiros. Atualmente, está entre as que menos empregam no Estado de São Paulo.

InsatisfaçãoO grito de alerta iniciado na Câmara

continuou sobre o trio elétrico que con-duziu a multidão durante o ato. O presi-dente da OAB em Sertãozinho, Joanílson Barbosa dos Santos, declarou que “o go-verno só acorda quando o povo levanta”.

Os representantes das entidades or-ganizadoras se juntaram a parlamen-tares que defendem o setor sucroener-gético. O deputado estadual Welson Gasparini (PSDB), um dos coordenado-

O secretário Arnaldo Jardim foi acompanhado por Claudia Tonielo

Sessão da Câmara instaurou comissão em prol do setor

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Já foram muitas as tentativas rea-lizadas pelas diversas entidades re-presentativas do Setor Sucroenergé-tico, para sensibilizar o Governo das dificuldades de sobrevivência dian-te das políticas macroeconômicas implementadas nos últimos anos. Mesmo diante da importância estra-tégica das reivindicações do setor, e dos esforços das autoridades em atendê-las, nenhuma dessas inicia-tivas impediu que essa crise inédita nos alcançasse.

MOVIMENTO PELA RETOMADA DO SETOR SUCROENERGÉTICO

Ato público realizado em 27 de janeiro de 2015, na cidade de Sertãozinho (SP), em caminhada pelas rodovias Armando de Salles Oliveira e Carlos Tonani.

Entendemos, por exaustão, que a solução para buscarmos o respeito que o setor precisa para sobreviver é colocar estas reivindicações, através dos trabalhadores, que mais sofrem esses impactos.

Este setor, que representa 2,5 mi-lhões de empregos e envolve mais de 10 milhões de brasileiros, distribu-ídos em mais de 1.000 municípios, conta com mais de 80 mil fornece-dores de cana e 4 mil indústrias de

base, está vivendo momentos de grande risco.

Por isso, este movimento, promovido no coração da cadeia produtiva, tem o objetivo de denunciar que já são mais de 80 usinas fechadas, além do prejuízo da produção de combustíveis e energia, o que significa, também, o estrangulamen-to de centenas de indústrias de equipa-mentos, serviços e comércio, que sobre-vivem desta cadeia produtiva, e que já provocaram mais de 300 mil demissões.

res da Frente em defesa da cana na As-sembleia Legislativa, espera que o pro-testo tenha deixado um recado para que a Presidente Dilma Rousseff se sensibi-lize. “Esse movimento, que parou Ser-tãozinho e repercute em toda a região, vai repercutir muito mais em Brasília. E que, com isso, o Governo Federal possa dar, imediatamente, apoio ao setor”.

Já o deputado federal Mendes Tha-me (PSDB) afirmou que o setor não

aguenta mais esperar medidas eficazes. “Não é o momento para discutir o que fazer. É um momento em que já se sabe o que fazer. O setor sabe, o Governo sabe, os trabalhadores sabem. O que nós precisamos é de decisão”.

O deputado federal Paulo Pereira da Silva (Partido Solidariedade), o Pau-linho da Força, considera um crime o cenário em que se encontra o setor. “É hora de juntar trabalhadores, empresá-

rios, políticos da região, enfim, todos aqueles que querem o bem do Brasil, e transformar o setor da cana no que era antes. Um setor que se desenvolvia, ti-nha empregos, servia de exemplo para o mundo”.

Após os discursos, foi feita a lei-tura da carta com as reivindicações (veja abaixo). O secretário estadual de Agricultura, Arnaldo Jardim, prome-teu entregá-la ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), para entusiasmo do presidente da Feplana (Federação dos Plantadores de Cana do Brasil), Paulo Leal. “Esse movimento vai surtir efeito com toda certeza, porque agora temos, no Governo do Estado de São Paulo, o deputado Arnaldo Jardim como secre-tário da Agricultura. Ele vai receber a carta de reivindicações do setor e, com certeza, o Estado vai assumir essa ban-deira para o Brasil”.

Zezinho Gimenez, prefeito de Ser-tãozinho, considera o movimento como o mais importante dos já realizados em prol do setor sucroenergético. “Estamos cansados de ver a Petrobras todos os dias na televisão com escândalos. Em todos os lugares, a gente vê escândalos. E o nosso setor, que produz, está sendo encostado, jogado no lixo por não ter políticas públicas bem definidas”. Arnaldo Jardim com o prefeito de Sertãozinho, Zezinho Gimenez, durante a leitura da carta

Divulgação/Prefeitura de Sertãozinho

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É necessário que as autoridades ouçam o que temos a dizer e tomem ações indispensáveis:

1. Medidas que garantam a justa remuneração do etanol aos seus produtores, via políticas transparentes de preços públicos, que recuperem o equilíbrio econômico-financeiro de sua industrialização;

2. Medidas que possibilitem a recuperação da oferta agrícola de açúcar, com preços justos aos seus fornecedores, e que permitam resgatar a produtividade dos canaviais, prejudicados pela falta de investimento, além das enormes perdas com o rigor climático das últimas quatro safras;

3. A valorização das externalidades do etanol na montagem da matriz energética brasileira e nas regulações do mercado de combustíveis, com uma expectativa clara e transparente da produção do álcool carburante que o Brasil necessita;

4. A priorização da cogeração de energia elétrica a partir das usinas, no interesse energético nacional, com leilões específicos por região e fonte, contribuindo, assim, a minimizar os apagões fósseis e hídricos;

5. Investimento em tecnologia por parte da indústria automotiva, que aumente a eficiência do etanol nos motores flex;

6. Investimentos públicos na retomada do crescimento, buscando recuperar a participação percentual do setor sucroenergético no PIB nacional;

7. Projetos socioeconômicos de qualificação e requalificação, para recuperação de 300 mil postos de trabalho fechados ao longo dos últimos anos.

Sertãozinho, 27 de janeiro de 2015

Prefeitura de Sertãozinho, Sindicato dos Metalúrgicos, Força Sindical, CEISE Br, ACIS, SINCOMÉRCIO, Canaoeste, Câmara Municipal, SINDINAP, OAB, AMASERT, SINCOMERCIÁRIOS, Copercana, UNICA,

Coopercitrus, Coplacana e Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentos de Sertãozinho.RC

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31Destaque I

Arnaldo Jardim promete manter atenção no setor sucroenergético ao assumir Secretaria de Agricultura de São Paulo

Com novo comandante des-de o dia 8 de janeiro, a SAA (Secretaria de Agricultura e

Abastecimento do Estado de São Paulo) pretende fortalecer os institutos e coorde-nadorias ligados à pasta e dar prioridade a setores em dificuldades, como o sucro-energético. Foi isso o que garantiu o novo secretário, Arnaldo Jardim (PPS-SP). Ele assumiu o cargo em substituição a Mô-nika Bergamaschi, que ficou à frente da secretaria durante três anos e sete meses.

Em solenidade que lotou o salão no-bre da SAA, no centro de São Paulo-SP, e durou mais de duas horas, foi lançado, também, o relatório de sustentabilidade da agricultura paulista, desenvolvido du-rante a gestão de Mônika. Um trabalho elogiado durante o discurso de posse por Jardim, que prometeu, ainda, um grande esforço para oferecer segurança jurídica aos agricultores paulistas.

Para ele, que se licenciou do man-dato de deputado federal, para o qual havia sido eleito pela terceira vez, com 155.278 votos, e, com isso, da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético no Congresso Nacio-nal, a gestão da antecessora foi extre-mamente importante, mas houve o en-tendimento, no Governo Estadual, de que o cargo deveria ser ocupado, a partir de 2015, por alguém que transite entre questões técnicas e políticas.

“Tínhamos a percepção de que se poderia integrar mais os institutos, de

Região de Ribeirão Preto amplia força no Governo Paulista com Duarte Nogueira Júnior, que tomou posse como secretário de Transportes e Logística

Igor Savenhago

você fazer com que eles estejam mais vinculados à produção, e que o secretá-rio da Agricultura possa se pronunciar sobre fatos nacionais que influenciam São Paulo e o país. Foi uma decisão do governador de fazer com que a secreta-ria passasse a ter tal delegação. E isso me encheu de entusiasmo”, afirmou o novo secretário.

A posse foi acompanhada por par-lamentares estaduais e federais, de di-ferentes partidos, outros secretários do Governo Paulista e produtores rurais de várias regiões do Estado. Entre eles o presidente da Copercana e da Sicoob Cocred, Antônio Eduardo Tonielo, que desejou sorte a Jardim na condução das demandas agrícolas. “Ele é um homem muito ativo, preocupado com tudo o que acontece dentro do agronegócio. Com isso, quem ganha é sempre o produtor”, declarou Tonielo.

A troca de Mônika, que havia coman-dado a ABAG-RP (Associação Brasileira do Agronegócio em Ribeirão Preto-SP) durante uma década, por Jardim, que é de Altinópolis-SP, mantém a região que mais produz cana, açúcar e etanol no pla-neta em destaque. E também porque ela ganha mais um representante no Executi-vo Paulista. Um dia antes da cerimônia na Agricultura, tomou posse o novo secretá-rio de Transportes e Logística do Estado, Duarte Nogueira Júnior (PSDB-SP), que também é de Ribeirão Preto-SP.

DESAFIOSEntre os principais desafios de Ar-

naldo Jardim está uma integração com a Secretaria de Meio Ambiente para a im-plantação do PRA (Programa de Regu-larização Ambiental), recém-aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado. Após muita discussão, que durou cerca de oito meses entre deputados da base aliada e da oposição, o programa foi aprovado no dia 10 de dezembro, após acordo que definiu as questões de maior embate. O PRA, que parte agora para regulamentação, deverá ampliar de 17% para 24% a cobertura vegetal do Estado, com acréscimo de 1,7 milhão de árvores.

A crise hídrica enfrentada em todo o território paulista também está, se-

Arnaldo Jardim prometeu fortalecer institutos e coordenadorias da secretaria

Corredor que dá acesso ao salão nobre também ficou tomado

Fotos: Divulgação/Secretaria de Agricultura

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O novo secretário disse que irá cobrar do Governo Federal medidas para o setor sucroenergético

gundo Jardim, na pauta de urgências e irá integrar estratégias conjuntas de três secretarias: além de Agricultura e Meio Ambiente, a de Recursos Hídricos. O novo secretário reconhece que a situa-ção é “muito séria”, o que na visão dele confirma as previsões de que o mundo enfrentaria dificuldades climáticas de-correntes do aquecimento global. Esse cenário, segundo ele, aumenta a impor-tância de produtos limpos e renováveis, como o etanol. “A defesa do nosso eta-nol faz parte de um novo padrão de ener-gia e transportes, que vai ao encontro da necessidade de encerrarmos o ciclo da agricultura fóssil, da energia de base fós-sil. Então, o etanol veio para ficar”.

Por este fator, a região de Ribeirão Preto terá uma “relevância imensa” du-rante a gestão, já que é a maior produtora agrícola do Estado. Além de desenvol-ver ações para beneficiar as áreas cana-vieiras, Jardim afirmou que continuará acompanhando as ações da Frente Parla-mentar Federal que presidia. “Eu fiquei muito dividido. Eu tive dúvidas. E mui-tas pessoas tiveram dúvidas. Eu recebi abraços de cumprimentos e recebi, tam-bém, confesso, abraços de lamentação. Disseram “puxa, Arnaldo, você fez um bom trabalho, a Frente precisa estar mais atuante do que nunca”. Acho que isso vai ser compensado pela minha posição como secretário da Agricultura”. Nesse sentido, um dos objetivos é dinamizar a atuação da Frente Parlamentar Estadual, que defende o setor sucroenergético na Assembleia Legislativa.

Sobre as cobranças feitas ao Gover-no Paulista de que poderia haver uma antecipação na reservação de água, o que evitaria a falta do recurso, Jardim afirmou que isso não encontraria respal-do. “Pessoas diriam que outras questões seriam mais urgentes e mais imediatas. Então, prefiro olhar pra frente. Acho que toda essa crise hídrica que estamos vi-vendo impõe uma necessidade de rever-

mos a política com relação às fontes e aos mananciais, termos uma política de cuidados com relação ao assoreamento, aprofundarmos a atenção às matas ci-liares e termos uma disciplina maior no que diz respeito ao uso de recursos para irrigação e para outros fins”.

O novo secretário saudou a nova mi-nistra da Agricultura, Kátia Abreu, e dis-se que irá continuar tentando dialogar com o Governo Federal para a tomada de medidas que reimpulsionem o agronegó-cio, cobrando prioridade para setores em dificuldades, especialmente o sucroener-gético. “Vamos ser solidários, mas tam-bém críticos quando sentirmos que ela [Kátia] perde força no Governo, quando não consegue fazer prevalecer os inte-resses do setor da cana, para mencionar um deles. Nesse caso, não vamos pedir o empenho dela. Se não houver empenho, vamos pressionar para que isso ocorra”.

HISTóRICO NO SETORArnaldo Jardim é engenheiro civil

formado pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e tem um histórico de atuação nos setores de agri-cultura, energia, meio ambiente e desen-volvimento. O início na política foi em 1982, com 27 anos, quando participou da campanha que elegeu Franco Monto-ro como governador de São Paulo.

Quatro anos mais tarde, foi eleito deputado estadual, cargo para o qual foi reconduzido em 1991, como líder do Governo na Assembleia Legislativa. No ano seguinte, assumiu a Secretaria de Estado da Habitação, onde ficou até 1993. Em 1999, foi novamente eleito de-putado estadual.

Em 2001 e 2002, foi presidente esta-dual do PPS (Partido Popular Socialis-ta), ao qual é filiado e do qual é membro da Executiva Nacional e do Diretório Estadual. Em Brasília, como deputado federal, foi titular da Comissão de Mi-nas e Energia e integrou as comissões de Ciência e Tecnologia, Desenvolvi-mento Urbano, Viação e Transportes e a Comissão Mista do Orçamento. Desde 2013, presidia a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético.

A experiência adquirida na cadeia produtiva canavieira esteve em evidên-cia durante a posse como secretário da Agricultura. Jardim classificou a situação dos produtores, empresários e de todos

os que dependem de empregos no setor, como “dramática”. “Mais de 60 usinas fechadas e outras quase 70 em recupera-ção judicial, colocando em risco um pa-trimônio importante do povo brasileiro. Nós, da secretaria, esperamos continuar contando com a parceria sistemática da bancada federal, pela forma com que tem se conduzido no Congresso Nacio-nal. E, com certeza, juntamente com de-putados estaduais, iremos à Assembleia de São Paulo pedir mais recursos para a Agricultura. E vamos trabalhar também para que os nossos institutos sejam for-talecidos e dinamizados”.

Ele ainda destacou que a agricultura de São Paulo se confunde com a histó-ria agrícola do país e, por isso, setores como o sucroenergético não podem ficar esquecidos. Nesse aspecto, lembrou dos parques industriais de Sertãozinho-SP e Piracicaba-SP, que sofrem os efeitos das instabilidades econômicas. “Quem de nós olha para o setor canavieiro e não sabe do orgulho que foi a Dedini, a Zanini? Do orgulho que temos com a TGM, de Ser-tãozinho-SP, como entidades vinculadas e que hoje enfrentam grandes desafios?”.

PRESENçASA solenidade de posse lotou o salão

nobre da Secretaria de Agricultura, no centro de São Paulo. Entre os presentes, estiveram o vice-governador do Estado, Márcio França, que representou o go-vernador Geraldo Alckmin, deputados estaduais e federais, outros secretários estaduais, prefeitos de vários municípios e dirigentes de entidades representativas do agronegócio paulista. Além de França e de Jardim, ocuparam a tribuna o pre-feito de Campinas, Jonas Donizete; Alex Manente, deputado federal pelo PPS; o presidente nacional do PPS, Rober-to Freire; além de Roberto Rodrigues, presidente do Conselho Deliberativo da UNICA (União da Indústria da Cana-de--Açúcar) e ex-ministro da Agricultura, e de Mônika Bergamaschi.

Jardim recebeu os cumprimentos de autoridades que prestigiaram a solenidade

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Rodrigues defendeu duas questões: a primeira foi o direito à propriedade, que ele considera fundamental para o bem da nação. “Não existe progresso, desenvol-vimento, crescimento sem confiança que permita investir no País, em qualquer setor. Ninguém vai comprar uma fábri-ca, uma farmácia, uma indústria, um su-permercado se correr o risco de ter isso tomado sem qualquer razão. Por isso, o direito de propriedade, que é garantido pela Constituição Federal, não pode ser relativizado. É essencial”. O segundo ponto abordado foi a função social da terra. “O que isso significa? Que a terra tem que ser produtiva”.

O ex-ministro parabenizou o trabalho desenvolvido por Mônika Bergamaschi e desejou boas-vindas a Jardim. “Isso aqui é uma festa da democracia, que im-plica em alternância de poder. Democra-cia e alternância podem trazer alegrias e tristezas. Mônika foi a melhor aluna que eu tive em mais de três décadas de ma-gistério na Unesp de Jaboticabal. Uma grande patriota, tecnicamente bem infor-mada e uma lutadora defendendo o setor rural. Mas, também, vem esse craque que é o Arnaldo Jardim, outro brasileiro fantástico, que nunca deixou de traba-lhar com a verdade, com a honestidade em defesa do setor”.

Davi Zaia, deputado estadual pelo PPS, esteve presente e conversou com a reportagem da Canavieiros. Ele afirma que vê a situação do setor sucroenergé-tico com preocupação, ainda mais por-que o Governo Federal tem demorado para tomar as medidas que permitam uma mudança no cenário. Para Zaia, a indicação de Jardim para a Secretaria de Agricultura é importante por causa da capacidade de articulação política do novo secretário. “Acho que é um mo-mento de comemorar, pela experiência e pelo conhecimento que ele tem. Isso, sem sombra de dúvidas, é um alento para todos nós que temos lutado em defesa do setor sucroenergético”.

O diretor-executivo da ABAG-RP, Marcos Matos, lembrou da atuação de Jardim na Frente Parlamentar Federal pela Valorização do Setor Sucroener-gético e disse que o prestígio da cadeia canavieira pode crescer com a indicação do novo secretário. “Ele entende quais foram as variáveis que impactaram ne-gativamente em todo o setor e como pode trabalhar não só em âmbito esta-dual, mas nacional. E nós ficamos muito confortáveis com essa liderança”.

Matos acredita que a nomeação de dois secretários da região de Ribeirão Preto irá facilitar o desenvolvimento de projetos integrados. “Nós sabemos que o secretário da Agricultura, em contato com o novo secretário da Logística e Transportes, o deputado Duarte Noguei-ra, vai poder pensar em melhorias não só para o agronegócio, mas para o Estado como um todo”.

Após os discursos, foi feito o descer-ramento da placa com a foto de Môni-ka Bergamaschi, incluída na galeria dos que ocuparam o cargo máximo da Agri-cultura no Estado.

MôNIkAA Secretaria de Agricultura e Abas-

tecimento de São Paulo completa, em 2015, 123 anos de existência. Atualmen-te, de acordo com dados informados por Mônika durante o discurso de transmis-são do cargo, são cerca de cinco mil fun-cionários, que mantêm 1420 linhas de pesquisa em andamento. Ainda segundo ela, em todo o território paulista, que ocupa 3% da área total do país, existem 325 mil propriedades rurais, com média inferior a 60 hectares cada. Números que fazem de São Paulo responsável por 20% das exportações do agronegócio brasileiro e líder nacional na produção de cana, açúcar, etanol, bioeletricidade, laranja, suco de laranja, borracha natu-ral, flores, ovos e cogumelos.

Após um trabalho de três anos e sete meses à frente da Secretaria, Mônika disse que a dimensão do setor agrícola foi um dos motivos que a estimularam a assumir o desafio. “O outro foi o amor à agricultura”. Ela se emocionou ao falar do apoio que recebeu da família e dedi-cou “cada minuto dessa longa jornada” aos agricultores. Lamentou não ter con-seguido impedir os efeitos da maior crise hídrica da história paulista e nem os pro-blemas enfrentados pelas cadeias produ-tivas da laranja e da cana-de-açúcar.

Antes de entregar o cargo, fez o lan-çamento do Relatório de Sustentabili-dade 2011-2014, um trabalho inédito desenvolvido pela Secretaria da Agri-cultura e que seguiu as diretrizes da GRI (Global Initiative Report), instituição in-dependente e sem fins lucrativos com es-trutura para medir, em âmbito mundial, o desempenho econômico, ambiental e social de empresas, órgãos públicos e or-ganizações não-governamentais.

O relatório aponta, detalhadamente, as ações desenvolvidas nos últimos quatro

Descerramento da placa com a foto de Mônika Bergamaschi na galeria de

secretário da Agricultura

Durante o discurso, Mônika fez o lançamento do relatório de

sustentabilidade do agronegócio paulista

O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, falou do direito à propriedade

Mônika recebeu os cumprimentos de Jardim pelo trabalho conduzido

à frente da secretaria

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anos e os investimentos feitos visando melhorar o desempenho do agronegócio no Estado. “A secretaria faz o importante exercício da comunicação, ao medir, di-vulgar com transparência e prestar contas do seu desempenho, voltado para a oferta de soluções enquadradas nas dimensões que alicerçam o conceito de sustentabili-dade”, declarou Mônika.

DUARTE NOgUEIRAEm 7 de janeiro, um dia antes da pos-

se de Arnaldo Jardim, o deputado federal Duarte Nogueira Júnior, outro contumaz defensor do setor sucroenergético, tomou posse como secretário estadual de Trans-portes e Logística. Entre as medidas des-tacadas por ele, para serem implantadas no Estado e que podem beneficiar a pro-

dução de cana de-açúcar e subprodutos, estão obras viárias e a implantação do ter-minal internacional de cargas no aeropor-to Leite Lopes, em Ribeirão Preto.

Além da remodelação no trevo Wal-do Adalberto da Silveira, conhecido como Trevão, em Ribeirão Preto-SP, entregue recentemente, o secretário faz referência a obras de duplicação, reca-peamento e pavimentação em andamen-to nas Rodovias Abrão Assed (SP-333), Cândido Portinari (SP-334) e Prefeito Fábio Talarico (SP-345), além de cons-

trução de uma ponte sobre o Rio Pardo na Rodovia Dona Genoveva Lima de Carvalho Dias (SP-373).

No aeroporto Leite Lopes, a implan-tação do terminal de cargas está sendo operacionalizada pela empresa Tead. Será o primeiro da rede administrada pelo DAESP (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) a oferecer o segmento internacional de cargas aéreas, hoje operado pela Infraero.

No mesmo aeroporto, está previsto um pacote estimado em R$ 443 milhões, que deverá ser executado conjuntamente por Governo Federal, Estadual e Prefeitura de Ribeirão Preto e que prevê ampliação do terminal de passageiros, construção de novo pátio para aeronaves, deslocamento da pista, implantação de passagem infe-rior na Avenida Thomaz Alberto Whately e adequação do sistema viário.

A nomeação de Nogueira para a se-cretaria abriu vaga para que o suplente Mendes Thame (PSDB-SP), que tam-bém representa o setor sucroenergético, assuma como deputado federal.

Um dia antes da posse de Jardim, Duarte Nogueira assumiu a Secretaria de Transportes e Logística

Nogueira destaca as obras em andamento nas rodovias e melhorias previstas para o

aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto-SP RC

Fotos: Divulgação/Secretaria de Transportes

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35Destaque II

Em busca da eficiência energética

As mudanças climáticas ocorridas em 2014 desencadearam uma avalanche de situações críticas

como a falta de água e energia em gran-de parte do País. A necessidade de provi-dências em relação ao futuro, quando a demanda por esses produtos será maior, aumenta cada vez mais. Foi neste senti-do, de discutir quais caminhos seguir a fim de evitar apagões, que o Centro de Treinamento SENAI (Centro Nacional de Aprendizagem Industrial) Ettore Zanini, de Sertãozinho-SP, realizou, recentemen-te, o I Workshop Eficiência Energética.

Ao dar as boas-vindas aos participan-tes – empresários e alunos - o diretor da unidade, Luiz Zambon Neto, ressaltou a importância de se trabalhar a questão da eficiência energética. “A gente tem que ser eficiente, fazer mais com menos, ser sustentável, é isso que está faltando atu-almente”, disse. Opinião compartilhada com Adézio José Marques, do CIESP Sertãozinho, ao afirmar que se vivia sem energia somente na idade da pedra, de lá para cá “é impossível a gente so-breviver sem energia”.

O consultor de negócios da CPFL Energia de Ribeirão Preto-SP, Marcos Mielo, abriu o ciclo de palestras, ressal-tando o novo sistema de chamadas pú-blicas e o Programa de Eficiência Ener-gética na CPFL - um grupo formado por oito distribuidoras em quatro Estados brasileiros, que atende 7,1 milhões de unidades consumidoras, como também atua na área de geração de energia se

SENAI promove workshop para discutir o atual cenário da energia elétrica nacional

Andréia Vital

voltando para o segmento de energia eólica, sendo responsável pelo atendi-mento a 140 mil clientes, o que repre-senta 11% de participação no mercado brasileiro. No momento, o grupo tem 25 empreendimentos em construção, sendo que três deles são de biomassa.

Ao mostrar um filme com ações nor-mais no dia a dia de uma família, o con-sultor destacou que se desperdiça muita energia no País, em muitos casos devido a instalações inadequadas, mas a prin-cipal causa é o comportamento, como ficar horas embaixo do chuveiro ou dei-xar luzes e aparelhos elétricos ligados desnecessariamente. “Medidas simples e práticas podem trazer um grande resul-tado e isso vale também para o segmento industrial”, lembrou.

Mielo destacou que a partir de 2014, a ANELL (Agência Nacional de Ener-gia Elétrica) definiu que os programas de eficiência energética devem ser fei-tos através de chamadas públicas anu-ais e na área de abrangência de cada concessionária. “A chamada pública, em conformidade com a resolução da ANEEL, ficou mais transparente tor-nando mais democrático o processo de-cisório de escolha dos projetos e obras que serão implementadas”, explicou, lembrando que ter retorno financeiro da economia de energia é o principal objetivo de se implantar um projeto. “Vocês sabem que a energia elétrica é um dos insumos mais importantes na empresa e também um dos mais signi-ficativos no custo do produto final”, ar-gumentou, completando “O resultado final é a escolha dos melhores projetos sob a ótica da RCB – Relação Custo Benefício, inovação e amplitude dos resultados dos sintomas energéticos. A CPFL Energia estimula e orienta seus clientes a utilizar a energia elétrica de forma inteligente e equipamentos efi-cientes”, finalizou.

Já o especialista do SENAI Indaia-tuba-SP, José Ângelo Giomo, deu um panorama geral sobre o setor de ener-gia nacional e enfatizou que o PNE (Plano Nacional de Energia) definiu para 2030 uma meta de economia

Marcos Mielo, consultor de negócios da CPFL Energia de Ribeirão Preto- SP

Luiz Zambon Neto, diretor da unidade do SENAI Ettore Zanini, de Sertãozinho-SP

Adézio José Marques, do CIESP Sertãozinho, destaca importância do evento

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Aluno Geraldo Gomes de Andrade Junior apresenta projeto inovador

Durante o workshop, o instrutor do SENAI de Sertãozinho-SP, Daniel Fer-nando Saran, e o aluno Geraldo Gomes de Andrade Junior apresentaram o proje-to Sistema Digital de Eficiência Energé-tica, que foi gerado dentro da instituição e conquistou o segundo lugar na cate-goria de Processos da etapa nacional do Inova SENAI 2014, que teve o resultado divulgado durante a Olimpíada do Co-nhecimento 2014, realizada em agosto, em Belo Horizonte- MG. Além de Saran e Andrade Junior, o projeto conta com autoria também de Renato Pedro Bolso-ni e Tarso Tristão da Silva.

“Pensando na eficiência do padrão de consumo desenvolvemos um sistema que fizesse o controle das principais fontes de energia dentro de uma unidade industrial ou comercial, a fim de diminuir o máximo possível o desperdício de energia, assim como as multas e custo de produção do processo”, explicou Andrade Junior, que é eletricista autônomo e cursou, em 2013, elétrica na instituição, onde atualmente frequenta o curso de técnico de Instru-

Contribuições do SENAImentação. “Fiz estágio na usina Santa Elisa – Grupo LDC, onde consegui muita experiência”, afirma o aluno, contando que a ideia do projeto nasceu como um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e depois foi se aprimorando.

O projeto piloto foi implantado no SENAI de Sertãozinho, uma unidade consumidora considerada de médio porte, ao custo de R$ 14.000,00, tendo possibilitado, já no primeiro mês de funcionamento, a diminuição de 30% do consumo de energia elétrica, o que correspondeu a R$ 1.500,00 a menos no orçamento da escola. “Em 10 meses a economia foi de R$ 15.000,00, acima do valor gasto para a sua implantação”, justificou o aluno, contando que no caso da escola, o projeto focou no setor de iluminação e compressores. “As luzes externas eram acionadas por fotocélula às 18 horas, no horário de ponta, quando a energia é mais cara, mas não havia um controle de circuito da iluminação e todas eram acesas de uma vez só, o que gerava um pico de energia muito

de 10% no consumo final de energia elétrica. O profissional também abor-dou a questão do início do sistema de bandeiras tarifárias, que começou a vigorar a partir de janeiro de 2015 e funciona como um semáforo de trân-sito para o consumido. O novo méto-do indicará a partir das cores verde, amarela e vermelha as condições de

geração de energia no Brasil. No caso da bandeira verde, as condições são fa-voráveis e não há acréscimo na tarifa. Amarela significa sinal de alerta, que as condições não são tão favoráveis e há acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Já a bandeira vermelha sinaliza condi-ções mais custosas de geração. A tarifa

sofre acréscimo de R$ 3,00 para cada 100 kWh consumidos.

O worshop foi encerrado com ex-planação de Paulo R. F.Tescaro, espe-cialista SENAI Sertãozinho, que abor-dou alguns cases e serviços da rede SENAI, voltados para garantir eficiên-cia energética.

alto e ultrapassava a demanda e, por consequência, gerava multa”, elucida ele, explicando que o sistema passou a avaliar a demanda, ligando as luzes estrategicamente até que todas estejam acesas. A mesma ação é feita em relação aos aparelhos de ar-condicionado.

Segundo Saran, o sistema permite ainda a implementação de um software relacionado à eficiência de caldeiras podendo ser adaptado de acordo com a necessidade de cada empresa. RC

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Embaixadora Mariangela Rebuá

Jaime Finguerut, do CTC

Elisabeth diz que medidas aliviam o setor

Destaque III

Indústria da bioenergia tem um futuro promissor

A s perspectivas para os próxi-mos 30 anos na área de bio-combustíveis e energia reno-

váveis no mercado internacional são otimistas e vislumbram um cenário re-pleto de oportunidades para a indústria canavieira. A demanda global deverá crescer rapidamente, expandindo-se para novos mercados e novas aplica-ções, afirmou a embaixadora e diretora do Departamento de Energia do Ita-maraty (Ministério das Relações Ex-teriores), Mariangela Rebuá, durante o III SIM (Simpósio de Agronegócio e Gestão), evento realizado pela Pecege Esalq /USP, no início de dezembro, em Piracicaba (SP).

“Até 2020 os biocombustíveis al-cançarão a marca de 2,1 mboe/dia (mi-lhões do equivalente dos barris de pe-tróleo de um dia), podendo responder por até 4,8% do total de combustíveis de transporte”, contou, destacando que a grande oportunidade do produto está no céu. “O uso de biocombustíveis pelo setor de avião vem crescendo e essa tendência deverá aumentar, já que a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo) estabeleceu meta de usar 10% de combustíveis alternativos até 2017”.

Outra área de expansão será a de etanol celulósico, afirmou a embaixa-dora, exemplificando que, segundo a IEA (Energy Information Administra-tion), os biocombustíveis avançados (2G) responderão por 20% dos bio-combustíveis em 2040. Mariangela lembrou que o Governo incentiva a produção deste tipo de combustível, citando o PAISS (Plano de Apoio à Inovação dos Setores Sucroenergé-ticos e Sucroquímicos) do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento

Em seminário organizado pela ESALQ/USP, especialistas traçam os caminhos que poderão levar o setor sucroenergético “ao nirvana”

Andréia Vital

Econômico e Social) e FINEP (Finan-ciadora de Estudos e Projetos) e que o Brasil já conta com duas usinas ope-rando comercialmente, a unidade da GranBio e da Raízen. “Essas iniciati-vas podem conduzir o Brasil a um pro-tagonismo na produção de etanol ce-lulósico, potencializando a posição do Brasil na vanguarda dos biocombustí-veis”, afirmou, dizendo que o País é visto como um modelo de sucesso de desenvolvimento de uma cadeia pro-dutiva de bio pujante.

O desenvolvimento do segmento também foi destacado pelo assessor técnico da presidência do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) Jaime Fin-

guerut, na ocasião. “O crescimento do setor virá através de inovação tecno-lógica e fomento de novos negócios”, disse ele. Ao falar sobre os biocombus-tíveis no Brasil e no mundo; o enge-nheiro químico destacou a importância da cana-de-açúcar e a maneira inova-dora de sua produção no Brasil, além de abordar os potenciais de inovação radical que o CTC está desenvolvendo nos dias atuais. “A tecnologia desen-volvida pelo CTC tem o potencial de aumentar em até 50% a produção de etanol”, alegou.

UNICA: SETOR PRECISA RESgATAR A CONFIANçA

Ao participar do seminário, a presi-dente da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Elisabeth Farina, ressaltou que o setor precisa conquis-tar novamente a confiança do mercado para atrair investidores, pois o clima é de incertezas. “Existem várias medi-das em curso que podem aliviar, não digo o setor como um todo, mas muitas empresas, e isso pode ter reflexo em fornecedores independentes e melho-rar algumas coisas”, admitiu, citando entre elas a mudança na mistura de eta-nol na gasolina.

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“Ainda vamos sofrer dois anos” afirma Pedro Mizutani

É preciso aumentar a produtividade, alega Carlos Bacha

Destaque III

“O aumento não vai resolver a crise e nem nos encaminhar para um círculo virtuoso de investimento, mas dá uma sustentação de demanda importan-te num momento em que a gente tem muito estoque, tem produção para aten-der ao mercado”. Ela citou também os recursos para financiamento de arma-zéns de açúcares. “O Brasil é o maior produtor de açúcar e o que tem menor relação com capacidade de estocagem em produção de açúcar, então a gente sequer utiliza todo o proveito de ser o líder de mercado internacional”, desa-bafou, afirmando que as medidas dão um novo suspiro ao setor, mas não o tiram da crise.

Para Elisabeth, apesar da visão ne-gativa da presidente Dilma Rousseff em relação ao setor sucroenergético, há uma luz no final do túnel. “A presi-dente acha o nosso setor incompetente, chegou a citar o uso da mecanização como perda de competitividade por-que andam cortando muito alto a cana e largando matéria-prima no campo. Eu não sei quem falou isso para ela, mas a Dilma vê isso como um problema de gestão”, disse, argumentando que na verdade o setor perdeu mesmo compe-titividade, mas por várias razões.

“Mas olha o exemplo da Raízen, que faz muito investimento em tecnologia, na agricultura de precisão, em biotec-nologia, como também os institutos. É um arranjo organizacional inovador, eu não conheço uma experiência des-sas, usinas como sócias de um centro de tecnologia”, analisou a executiva, completando. “Acredito que teremos espaço para mostrar para a presidente o tanto de trabalho, esforço, tecnologias e inovações existem no setor. Temos argumentos para mostrar a ela”, disse, lembrando que ter esperança em rela-ção a essa abertura com o Governo faz parte da sua missão.

Na oportunidade, a presidente da UNICA se manifestou positivamente em relação à nova ministra do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). “A Katia Abreu é uma pessoa que conhece muito o setor sucro-energético, a agricultura, o agronegócio,

e é bastante corajosa, a gente viu como ela fez a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) crescer de es-tatura, acho que vai ser boa para o setor”.

RAízEN É REFERêNCIA DO SETOR

“O etanol é matriz energética, não adianta só dar preço agora, o empre-sário não vai investir se não tiver uma política clara de quanto vai representar o etanol na matriz energética”, afirmou Pedro Mizutani, vice-presidente de açú-car e etanol da Raízen durante o evento da ESALQ/USP. O executivo explanou na ocasião, sobre empreendedorismo dando como exemplo o case Cosan - Raízen, uma história que deu certo.

Mizutani alegou que as empresas precisam se reinventar, para continu-arem vivas, pois as tendências mudam e as pessoas também. “Antigamente, os jovens queriam ter carro bonito, hoje preferem um smartphone de última ge-ração, porque vão para a balada e não podem sair dirigindo por causa da lei seca. As pessoas preferem morar perto do trabalho para não perder tempo, isso é tendência, por exemplo, nos EUA, da-qui a 10 anos, apesar de ter mais gente, a quantidade de consumo de gasolina será a mesma que se consome hoje, então a gente vai precisar se reinventar, pois o etanol irá sofrer com isso também”, analisou ele, afirmando que diante desse novo horizonte a Raízen também vem mudando. “Antes produzia somente açúcar, etanol, depois bioenergia. Hoje estamos testando etanol nos ônibus e aviões e tudo isso vale dentro da susten-tabilidade, com tecnologia tudo é possí-vel, mas existe o custo benefício”.

O executivo ressaltou que a busca por diferenciais é essencial para o su-cesso de qualquer empresa se manter viva e que o processo de inovações é contínuo na empresa, com investimen-tos em novas tecnologias, como na produção de etanol de segunda gera-ção, a aquisição de novos drones para mapeamento da produção, projetos de fila única no sistema de colheitadeira mecanizada, entre outros. “Para cada colheitadeira criamos um sistema de fila única e todo o processo é feito por sistemas via celular o que já propor-cionou a redução de 20% no custo da operação em relação ao método tradi-cional”, contou o vice-presidente, afir-mando que já está sendo usado em três usinas do grupo.

Sobre o futuro do setor, o empre-sário foi enfático. “No meu ponto de vista, nós ainda vamos sofrer dois anos de preços ruins, pois, durante quatro anos nós tivemos excedente de açúcar, que nos sustentou por muito tempo. Em 2015, o preço do açúcar será ruim, começando a melhorar em 2016”, esti-mou Mizutani, avisando que cada um tem que buscar fazer a sua parte e não parar no meio do caminho, pois será preciso um bilhão de tonelada de cana para atender à demanda futura.

DESAFIOS PARA O AgRONEgóCIO CONTINUAR

A SER UMA LOCOMOTIvA

Ao abordar a questão da conjuntura econômica no agronegócio, o profes-sor da ESALQ/USP, Carlos José Cae-tano Bacha, destacou a importância do

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segmento para a economia do Brasil na geração do PIB (Produto Interno Bru-to), de empregos e das exportações. Mas alertou que o setor terá que su-perar desafios para continuar pujante. “Existe uma grande concentração da exportação em poucos produtos e em poucos mercados, gerando dependên-cia do desenvolvimento econômico desses países importantes”, explicou.

Para ele, é necessário aumentar a produtividade, reduzir os custos de produção, buscar novos mercados e apoio da iniciativa privada no financia-mento e suporte da agropecuária para que o crescimento não se paralise.

Mas não é só o aumento da produti-vidade que garantirá ao Brasil manter sua posição de destaque no agronegó-cio. Será preciso continuar investindo no desenvolvimento sustentável, em pesquisa e tecnologia para que a agri-cultura continue a se expandir, afirmou o diretor do departamento de Pro-priedade Intelectual e Tecnologia da Agropecuária do MAPA, Hélcio Bo-telho, durante o seminário. “Estamos totalmente obstinados na busca por um sistema de intensificação sustentável da produção agrícola brasileira”, dis-se o executivo, ao destacar as priori-dades da Pasta, que estão resumidas em cinco itens: inovação da produção; sustentabilidade; criação da ANATER (Agência Nacional de Assistência Téc-nica e Extensão Rural); Armazenagem e crédito rural.

Na ocasião, Botelho deu ênfase ao Plano ABC (Plano Setorial de Miti-gação e de Adaptação às Mudanças

Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura), que oferece uma linha de crédito com juros subsi-diados no prazo de 15 anos. “O pro-grama ABC nasceu de uma necessida-de, de um compromisso brasileiro em diminuir, até 2020, cerca de 1 bilhão de toneladas de emissões de gás carbo-no”, disse contando que entre 2012 e 2013 – terceiro ano do projeto – foram firmados mais de 11 mil contratos, o que correspondem a R$ 2,99 bilhões.

Ainda de acordo com o diretor, o MAPA, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e a Con-federação Nacional da Agricultura, pleiteou a criação da ANATER (Agên-cia Nacional de Extensão Rural), que possibilitará desenvolver políticas para fortalecer a extensão rural e fa-zer chegar ao produtor rural toda tec-nologia que em muitos casos ele não tem acesso. A agência, segundo o exe-cutivo, já foi aprovada no âmbito do Congresso Nacional, sendo que seus diretores devem ser indicados a partir deste ano. “O MAPA volta a ter ação para fortalecimento da assistência téc-nica e extensão com prioridade para o médio produtor. O objetivo é aumentar a produtividade, a produção e o bem--estar do produtor”, finalizou o repre-sentante do ministério.

Ao apresentar a série histórica de 1990/91 e 2014/15 sobre produção, Alfredo Luiz Brienza Coli, superin-tendente regional de São Paulo da CO-NAB (Companhia Nacional de Abaste-cimento) mostrou que as perspectivas

para a próxima década apontam uma redução no ritmo de crescimento da produção. “A tendência é uma dimi-nuição, mas a produção brasileira será superior a do mundo com os produtos soja, milho, açúcar, carne bovina e su-ína”, disse ele, acrescentando que em comparação com a produção mundial, o Brasil ainda vai ser bem superior principalmente nestes produtos.

O estudo mostra também que o Bra-sil ainda precisará importar arroz, fei-jão e trigo até 2024, pois não somos produtores com capacidade de produ-zir para atender à demanda interna. As importações de arroz corresponderão a 9% do consumo doméstico do Brasil, o feijão 2% e o trigo 46%.

Já o mercado doméstico segue

como vetor do crescimento da produ-ção brasileira em culturas como arroz, trigo, feijão, óleo, milho, carne, ovos e etanol. “Esses são os produtos que no nosso crescimento interno é que deve-rão dar uma ênfase maior e o mercado internacional será preponderante ou não à soja, farelo de soja, café, açúcar e suco de laranja”, explicou.

“Podemos considerar que a produ-tividade média dos grãos crescerá em 14% entre 2013,14 até 2024, resultando na preservação de 8,9 milhões de hec-tares comprovando que nós temos real-mente uma tecnologia muito eficiente e que vai se desenvolver muito mais nes-ses próximos 10 anos”, concluiu.

O simpósio contou ainda com pa-lestras de Redson Vieira, Relações Go-vernamentais e Sustentabilidade Agro, da BASF, que falou sobre o desafio da sustentabilidade na agricultura e o papel da tecnologia e de Roberto Bar-cellos, da Beef Veal Consultoria, que abordou as novas tendências na pecuá-ria brasileira: um paradigma na produ-ção e na qualidade de carne.

O último dia do evento foi dedica-do ao Painel Gestão de Negócios com discussões sobre a nova era digital, es-tratégia de comunicação e marketing no mundo conectado e novos modelos de negócios.

Botelho: MAPA está focado na sustentabilidade

Ritmo da produção cai, diz Alfredo Coli RC

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41Destaque IV

GERHAI fecha o ano divulgando tendências para 2015

Apresentações dos resultados de pesquisa sobre remuneração e comunicação marcaram a 184ª

reunião de 2014, do GERHAI (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria), realizada em parceria com o CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis) no final de novem-bro, em Sertãozinho-SP. O encontro também serviu para a confraternização do grupo, já que foi o último do ano.

Ao fazer a abertura do evento, José Darciso Rui, fundador e consultor do GERHAI, ressaltou a importância da área de RH para as empresas e destacou as atividades da entidade ao longo de 2014, quando foram realizadas oito reu-niões, um seminário e dois simpósios trabalhistas. Rui também divulgou que a atual diretoria, composta pelo presi-dente Luiz Haroldo Dóro, gerente de RH da Usina São José da Estiva e o vi-ce-presidente, Wendell Pereira da Cruz Dias, permanece por mais um mandato. “Apesar das dificuldades foi um ano de muito aprendizado e de crescimento, com novas parcerias, como a da FAAP e do CEISE Br”, disse ele, lembrando

Entidade mostra estudos e divulga nova diretoria para o próximo mandato

Andréia Vital

que o grupo fez sua contribuição para o setor, tanto que foi reconhecido com o Prêmio Visão Agro 2014 no destaque Recursos Humanos. “Isso é sinal de que estamos no caminho certo”.

Emerson Correira Costa, da Carreira Muller apresentou na ocasião, os resul-tados de pesquisa sobre remuneração feita em uma primeira etapa com 80 usi-nas, sendo 67 da região Sudeste e 9 do Centro-Oeste, que servirão de base para um estudo mais amplo, abrangendo mais unidades. “Pensar remuneração é um ne-gócio muito amplo, pois ela extravasa uma tabela ou qualquer tipo de agrupa-mento de dados”, explicou Costa.

“O que motiva o seu profissional exa-tamente? Será que ele trabalha para você pelo salário que você paga ou quando a usina do lado oferece R$ 150 a mais ele vai. Será que ele vai por conta da remu-neração ou por outro motivo?”, questio-nou ele, afirmando que há uma divisão bem distinta entre fatores motivacionais e fatores básicos, e que a perspectiva de crescer dentro da corporação é um dos pontos que motiva o funcionário. “A pes-quisa nos mostrou que o que mais conta

nos programas de atração e retenção, no caso dos diretores, são os subsídios para pós-graduação; no de supervisores, o desenvolvimento da carreira; já para o administrativo, é o PLR (Participação nos Lucros e Resultados), e, para o ope-racional, o subsídio para a graduação e pós-graduação”.

O horário flexível também ganhou destaque na pesquisa e foram conside-rados importantes por 23% dos diretores entrevistados, 15% para os supervisores e 8% para o setor administrativo. Outro dado apresentado que chamou atenção foi referente ao pagamento de hora in iti-nere, ou seja, o tempo que o empregado gasta até o seu local de trabalho e para o retorno quando o transporte desse em-pregado é fornecido pelo empregador, isto em se tratando de local de difícil acesso ou então não servido por trans-porte público. O estudo apontou que 71,4% pagam esse benefício e 28,6% não, motivo que tem multado algumas empresas. “A fiscalização está pegando pesado com os fornecedores de cana, que em muitos casos não estão prepara-dos como as usinas, que já atendem em muitos casos, 100% das exigências tra-balhistas”, advertiu o profissional.

José Darciso Rui destaca a importância do RH

Luiz Haroldo Dóro permanece como presidente

Leila Alencar apresentou pesquisa sobre comunicação

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

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Os resultados da pesquisa de co-municação do setor sucroenergético foram apresentados, na oportunida-de, por Leila Alencar, presidente da Biocana (Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia) e Helo-ísa Minto, da Allez Comunicação. O estudo, feito pela Biocana, Allez Co-municação e Noble Bioenergia, aponta que 54% das 30 empresas consultadas possuem um departamento de comuni-cação e 46%, não.

Como também aponta que 78% delas não possuem manual de normas para as atividades da comunicação e somente 29% tem jornalista em seu quadro de funcionários. Também que os meios de comunicação mais usados são os murais e quadros de avisos (20%) e os informativos eletrônicos (20%), segui-dos pelo site (19%) e jornais internos (11%). “Percebemos que a comunica-ção é feita de uma forma intuitiva e que na medida do possível dá o resultado conforme a demanda interna de cada uma das empresas” explicou Heloísa.

“O desafio em 2015 é trazer mais pessoas para a nossa comissão de co-municação, aumentar a adesão das usi-nas à pesquisa de comunicação, fazer uma divulgação maior do Máster Cana Social, conseguir mais apoio institu-

cionais e trabalhar a campanha dos 30 anos do GERHAI, que acontece em 2016”, explicou Leila.

Os conceitos, objetivos e funcio-namento prático do e-Social também foram debatidos no evento pelo audi-tor fiscal da Receita Federal do Brasil, Mauro Tanaka e pelo chefe da equipe de fiscalização da Superintendência da Receita Federal do Brasil (na 8ª Região Fiscal – Marília/SP), Paulo Roberto Magarotto. Já o gerente do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) da Caixa Econômica Fede-ral -Bauru, Carlos Alberto Maestrelli, falou sobre os impactos nas atividades da Caixa após a implantação do e-

Carlos Alberto Maestrelli, da Caixa Federal

Profa. Dra. Maria Hemília Fonseca

-Social. O executivo também explicou o novo sistema de cadastramento do NIS (Número de Identificação Social), que é destinado a todos os empregados privados inscritos no CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica).

O encontro contou ainda com a pa-lestra da profa. doutora da Universida-de de São Paulo - Faculdade de Direito de Ribeirão Preto - USP, na área de Direito do Trabalho, Maria Hemília Fonseca, que abordou os aspectos con-temporâneos da justiça do trabalho no sistema brasileiro.

A próxima reunião do GERHAI acontecerá no dia 27 de fevereiro, no auditório do Centro Empresarial Zani-ni - Sertãozinho-SP. RC

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RB 867515 será a variedade mais plantada em 2015

Destaque V

Intenção de plantio foi apresentada na última reunião do Grupo FitotécnicoAndréia Vital

Estudo feito pelo Grupo Fitotécnico de Cana – IAC (Instituto Agronô-mico de Campinas) apontou que a

RB 867515 será a variedade mais plan-tada em 2015. O levantamento foi feito com 40 empresas de SP, MG, MS, MT, GO e PR, que representam uma área de 199.840.44 ha e apresentado na sétima e última reunião de 2014, do Grupo Fi-totécnico de Cana, realizada no final de novembro, no Centro de Cana/IAC - Ri-beirão Preto/SP.

De acordo com Marcos Landell, di-retor do Centro de Cana - IAC e coor-denador do Grupo, a RB867515 vem sendo a variedade mais escolhida, desde 2011, representando em 2014, 15, 99% da intenção de plantio quando a pesquisa foi realizada. Em 2015, a variedade tem 12,02% da intenção de plantio, seguida da CTC4, com 10,94% e, em terceiro, a IACSP955000, com 7, 22%. “Ela re-duziu um pouco a sua participação, mas continua liderando. Era esperado essa queda com novas opções entrando no mercado”, disse.

Landell lembrou ainda que a SP813250, que era a segunda na intenção

de plantio em 2011, com 11,59%, man-teve a posição no ano seguinte, começou a perder posição em 2013 e praticamen-te some em 2015. Ele destacou também que a participação da IACSP95-5094 tem crescido principalmente nas usinas. A variedade é indicada para o período de inverno e primavera.

Hermann Hoffmann, coordenador do Programa de Melhoramento Gené-tico da Cana-de-Açúcar, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), comentou os dados da pesquisa do Gru-po Fitotécnico sobre a intenção de plan-tio para 2015. A 7515 está distribuída na safra inteira e boa parte em ambien-tes médios para desfavoráveis, sendo

Em novembro, Hermann Hoffmann também coordenou a Reunião Técnica Anual da Ridesa, que debateu temas como cana energia, vigor e sanidade, sistema de multiplicação e as varieda-des RB, entre outros.

Na ocasião apresentou quatro novas variedades de cana da Ridesa/ UFSCar, indicadas como resistentes às prin-cipais doenças da cultura. São elas: RB975952, indicada para plantio no

início de safra nos melhores ambientes de produção; RB985476, que possui altíssima produtividade, devendo ser colhida no meio de safra; RB975242, uma opção para o final de safra, não floresce e deve ser alocada em ambien-tes médios a restritivos e RB975201, opção para o final de safra, com exce-lente resposta nos melhores ambientes de produção e ausência de florescimen-to. Esta, inclusive, foi a décima varie-dade mais plantada no Estado de Mato

Grosso do Sul em 2014.

De acordo com o pesquisador Rober-to Chapola, da Ridesa/UFSCar, é im-portante que os produtores experimen-tem novos materiais para que possam aumentar suas opções para o plantio. “Nesse sentido, essas quatro pré-libe-rações mostraram grande potencial du-rante as fases de experimentação, mui-tas vezes superando os resultados dos padrões (variedades comerciais)”.

Novas variedades Ridesa

usada a maior parte para meio e final de safra, mas também tem indicação para início de safra.

O último encontro do grupo em 2014 também contou com a palestra de Felipe Barros Macedo, coordenador de pesqui-sa da Stoller, que apresentou as soluções integradas da multinacional para o setor sucroenergético.

A agenda de reuniões do Grupo Fito-técnico em 2015 começa em março:

1ª Reunião: 10 de Março2ª Reunião: 14 de Abril3ª Reunião: 26 de Maio4ª Reunião: 21 de Julho5ª Reunião: 25 de Agosto6ª Reunião: 06 de Outubro7ª Reunião: 17 de Novembro

Equipe da Canaoeste participou da reunião

Hoffmann e Landell debatem sobre a intenção de plantio

RC

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DATAGRO estima moagem de 642 milhões de toneladas na safra 2015/16

A moagem de cana-de-açúcar para safra brasileira 2015/16 deve atingir a 642 milhões de

toneladas, cerca de 14 milhões de tone-ladas a mais em relação à de 2014/15, conforme divulgou em coletiva para imprensa, o presidente da DATAGRO Consultoria Agrícola, Plínio Nastari, na manhã de 29 de janeiro.

“Apesar do baixo volume de pre-cipitação desde o início deste ano, a produção de cana-de-açúcar está se de-senvolvimento de forma regular”, afir-mou Nastari. Dessa forma, a primeira estimativa da DATAGRO apontou uma produção de açúcar no Brasil de 35,48 milhões de toneladas. No acumulado, a região Centro-Sul do país deverá pro-duzir 32 milhões de toneladas de açú-car, enquanto na região Nordeste pro-duzira 3,48 milhões de toneladas.

ETANOL: PERíODO MAIS ALCOOLEIRO

Conforme prevê a consultoria, a pro-dução de etanol na safra 2015/16 atin-girá um acumulado de 29,11 bilhões de litros, de todo Brasil. A produção do biocombustível já havia batido seu primeiro recorde com 28,19 bilhões de litros em 2014/15. E, a partir deste ce-nário, há expectativas de que o próximo período seja mais alcooleiro, com cres-cimento de 2%. “Nesta safra, vamos testar os limites de produção de etanol”, afirma o presidente da DATAGRO.

O maior consumo de etanol hidratado, que registrou elevação de mais de 20%, tem estimulado este segmento. O aumen-to da mistura de anidro na gasolina, que deve passar de 25% para 27% ou 27,5%, além o impacto da alteração do regime de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) incidente sobre a gasolina e o etanol hidratado, no estado de Minas Gerais, também tem influen-

Consultoria divulgou primeira estimativa do ano e apontou dados para uma safra 2015/16 mais alcooleira

Da Redação com informações da assessoria

ciando positivamente este segmento. “O impacto destas medidas é determinante para o balanço oferta-demanda de etanol, impactando o mix de produção”, afirmou Nastari, completando “O crescimento da frota flex no mercado também impactarão nesta oferta. Atualmente, a frota de veícu-los flex cresceu em 67%”.

Além disso, o aumento da CIDE (Con-tribuições de Intervenção no Domínio Econômico) trouxe uma esperança ao setor sucroenergético, pois há a possibi-lidade de maior competividade do etanol frente à gasolina. Entretanto, o executivo alerta: “O retorno da tributação ainda não é suficiente para mudar as perspectivas do setor. Enquanto não houver políticas pú-blicas, também não haverá investimentos. O setor precisa ter confiança no mercado. Ações como esta apenas darão um folego para o pagamento das dívidas, mas não a recuperação total do setor”.

MAIS USINAS DEvEM FECHAR

Segundo a DATAGRO, na próxima safra de 2015-16, mais nove usinas de-

vem encerrar as atividades. “Em moa-gem, isso significou uma perda de mais de 75 milhões de toneladas neste perí-odo”, finaliza o presidente da DATA-GRO. Nos seis anos, outras 83 usinas pararam de operar.

CONSULTORIA LANçA TERMINAL COM ANÁLISES

DO AgRONEgóCIOA DATAGRO Consultoria Agrícola

anunciou durante a coletiva, a versão 1.2 da nova Plataforma do Datagro Markets, um terminal que reúne, em um único ambiente, notícias e análises em profundidade sobre o agronegócio brasileiro e mundial, principalmente do setor sucroenergético.

“Com poucos cliques, o usuário tem acesso há mais de 130 relatórios men-sais e 47 mil séries históricas, além de dados primários e opinião em profun-didade. Acreditamos que gerar conhe-cimento na educação do setor agrícola beneficia a todos na cadeia produtiva”, comenta o CEO do Datagro Markets, Thiago Terzi.

Destaque VI

RC

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

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PRA (Programa de Regularização Ambiental) Paulista Aprovado

Depois de muita discussão na As-sembleia Legislativa do Estado de São Paulo, envolvendo diver-

sos segmentos da sociedade organiza-da, inclusive entidades do terceiro setor (ONGs), foi publicada no Diário Oficial do Estado de 15 de janeiro de 2015, a Lei n. 15.684/2015, que “Dispõe sobre o PRA (Programa de Regularização Ambiental) das propriedades e imóveis rurais, criado pela Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012 e sobre a apli-cação da Lei Complementar Federal nº 140, de 8 de dezembro de 2011, no âm-bito do Estado de São Paulo.

Podemos afirmar que houve intensa participação da sociedade na elaboração da nóvel lei, uma vez que o Projeto de Lei que a originou teve autoria coletiva dos deputados Barros Munhoz, Campos Machado, Estevam Galvão, Itamar Bor-ges, José Bittencourt e Roberto Morais, tendo seu texto final recebido nove (9) emendas e quarenta e cinco (45) altera-ções em relação ao original, tudo pauta-do pelo necessário debate democrático.

A criação do PRA cumpre mais uma meta para a implantação do novo Código Florestal (Lei Federal n. 12.651/2012), o que representa ganhos ambientais e prin-cipalmente a tão esperada e aguardada segurança no campo, pois premia o prin-cípio do desenvolvimento sustentável amplamente propagado e difundido pela ONU – Organização das Nações Unidas.

O ganho ambiental é evidente, pois a própria exposição de motivos do Projeto de Lei destaca que: “o Estado de São Paulo passará a ter 24,04% do terri-tório em vegetação nativa: SP possui 17,70% de vegetação nativa (Inventá-rio Florestal - SMA/IF). Fosse o Esta-do uma só propriedade rural, faltariam 2,30% de área para se atingir os 20% de vegetação nativa pretendida. Com a recomposição de 1,62 milhões de hecta-res, haverá aumento de 6,54% da área de vegetação nativa no Estado, que passará a ter, no mínimo, 24,24%” (http://www.al.sp.gov.br/propositura/?id=1198504).

Já a segurança jurídica, aliás, também ganha destaque na referida exposição de

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

Assuntos Legais

motivos ao preceituar que: “Segurança jurídica com bom senso e ponderação: a identificação e garantia de exploração das “áreas rurais consolidadas” confor-me parâmetros do Código Florestal não foi estabelecida de forma isolada, mas com base em estudos da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República). Esse trabalho fundamen-tou os 14 vetos da Presidência da Repú-blica à Lei Federal nº 12.651/12 e edição da Medida Provisória nº 571/12 (conver-tida na Lei nº 12.727/12), para equacio-nar produção e conservação. Com base nesses dados técnicos, a Sra. Ministra do Meio Ambiente afirmou que “O novo código florestal brasileiro tem normas mais claras e traz segurança jurídica aos cinco milhões de produtores rurais brasileiros. Com a nova lei, estima-se a recuperação de até 29 milhões de hecta-res de vegetação nativa.”¹ A assessoria da Ministra do Meio Ambiente deixou ainda mais claro o avanço positivo desse dado: “O cumprimento das regras pre-vistas pela MP 571, que preencheu la-cunas criadas pelos vetos da presidente Dilma Rousseff no texto do Código Flo-restal aprovado no Congresso, vai per-mitir a recuperação de até 12 milhões de hectares de vegetação no entorno dos rios. (...) Esta área, disse Medeiros, é quase o dobro do que se conseguiu reflo-restar no Brasil desde a década de 50.”² Portanto, as “áreas rurais consolida-das” são asseguradas dentro de um contexto de recomposição obrigatória, ou seja, não são áreas de uso absolu-to, mas sim as remanescentes após um mínimo de recomposição entre APP e Reserva Legal” (http://www.al.sp.gov.br/propositura/?id=1198504).

Porém, para o setor produtivo o prin-cipal reflexo da referida lei é a segurança jurídica que traz no campo, possibilitan-do aos produtores rurais a previsibilida-de de suas ações e condutas embasadas, agora, em normas jurídicas factíveis de serem cumpridas, diminuindo, conse-quentemente, a admoestação que este segmento da economia vem sofrendo ao longo de décadas, por políticas e legis-lações que desprezaram o histórico de ocupação territorial brasileira, mormen-te no Estado de São Paulo.

Isto está bem claro na exposição de motivos do projeto de lei, ao dizer que um de seus objetivos é a criação de um “Rito procedimental seguro para o processo ad-ministrativo de controle da regularização de cada propriedade rural, estabelecendo o devido processo legal, com observân-cia ao contraditório e à ampla defesa, e ajustes em razão de caso fortuito ou força maior (arts. 9º a 20)” (in http://www.al.sp.gov.br/propositura/?id=1198504)

Não é demais relembrar que o Novo Código Florestal delegou “... aos Estados e ao Distrito Federal o detalhamento por meio da edição de normas de caráter es-pecífico, em razão de suas peculiaridades territoriais, climáticas, históricas, cultu-rais, econômicas e sociais, conforme pre-ceitua o art. 24 da Constituição Federal” (§1º, art. 59, Lei nº 12.651/12), pois cada estado da federação possui peculiaridades ambientais diversas umas das outras.

Não temos dúvida, porém, que a Lei do PRA padece, ainda, de regulamenta-ção (via decreto do Poder Executivo) em alguns pontos, tudo para possibilitar a sua pronta execução e eficácia, determinando quais e como os agentes e órgãos públicos deverão proceder.

Então, todo proprietário/possui-

dor de imóvel(is) rural(is) no Estado de São Paulo deve inscrevê-lo(los) no CAR – Cadastro Ambiental Rural já em pleno vigor desde 05 de maio de 2014 e, a partir daí, apresentar o seu respectivo plano de regularização am-biental, caso necessário.

¹ Conferir em: http://www2.planalto.gov.br/imprensa/bom-dia-ministro/no-bom-dia-mi-nistro-izabella-teixeira-falara-sobre-o-codigo--florestal-e-os-principais-resultados-da-rio-20.

² Declaração de João de Deus Medeiros (MMA) e professor do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina, Conferir em: http://souagro.com.br/codigo-florestal-permitira-recomposicao--de-12-milhoes-de-hectares-de-apps/.RC

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

46Informações Setoriais

Chuvas de dezembro e previsões climáticas para janeiro a março de 2015

Quadro 1:- Chuvas observadas durante o mês de dezembro de 2014

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

A média das chuvas de dezembro de 2014 (194mm) ficou abaixo da média histórica (246mm) e das chuvas do mês de dezembro de 2013 (261mm). Poucos foram os locais onde as chuvas do mês foram próximas das respectivas médias. Vide comentários sobre as chuvas da região em 2014, no final do Quadro 2 abaixo.

O Mapa 1 mostra que, entre os dias 15 a 17 (meados) de dezembro, a DAAS (Disponibilidade de Água

no Solo), novamente, assemelhava-se a uma “colcha de retalhos”, apresentando níveis bons a ótimos nas faixas Nordeste, parte do Norte do Estado e “ilhas” nas re-giões de Araçatuba, Assis, Ourinos, Bau-rú-Avaré. Níveis críticos de DAAS nas de-mais regiões sucroenergérticas do Estado.

Comparando-se os Mapas 2 e 3, pode-se observar que ao final de de-

zembro 2013 (Mapa 2), os baixos a críticos níveis de DAAS estavam con-centrados abaixo da linha imaginária entre Orindiúva a Limeira, salvo a re-gião de Assis-Maracaí. Enquanto que, ao final de dezembro de 2014 (Mapa 3), melhores níveis de DAAS, exceto algumas e esparsas “ilhas”, ficaram concentradas na faixa Centro - Leste e de Presidente Prudente a Campinas. Com exceção de pequena faixa na re-gião de Assis, os níveis de DAAS na área sucroenergética do Estado se in-

verteram aos finais de dezembro des-tes dois anos.

Durante 2014, os artigos mensais de Informações Setoriais-Climatologia têm contado com o trabalho diário de anotações de chuvas dos Escritórios Regionais e que são condensados em Viradouro. Estes dados são disponibili-zados diariamente no site Canaoeste e, as suas médias mensais e normais cli-máticas, também são apresentadas aqui (Vide Quadro 2).

OBS:- Normais climáticas (ou mé-dias históricas) correspondem as dos lo-

Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de dezembro 2013.Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 15 a 17 de dezembro de 2014

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

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Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoConsultor

Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de dezembro 2013. Mapa 3:- Água Disponível no Solo ao final de dezembro de 2014.

Mapa 4:- Elaboração Canaoeste do Prognóstico de Consenso entre INMET-INPE

para janeiro a março de 2015.

Quadro 2:- Somas das chuvas mensais de janeiro a dezembro de 2013 e 2014 anotadas pelos Escritórios Regionais bem como as respectivas as médias de

chuvas e as normais climáticas mensais e as anuais de 2013 e 2014.

-INPE, as chuvas poderão ocorrer com iguais probabilidades para as três categorias (acima, próxima e abaixo das normais climáticas) em todas as Regiões Centro-Oeste e Sudeste, bem como para o Estado do Paraná. Nos demais Es-tados da Região Sul, as chuvas poderão ficar entre próximas a acima das respectivas médias (até a região litorânea paranaense).

• Tendo-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas das chuvas em Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 280mm em janeiro, 215mm em fevereiro e de 170mm em março.

A SOMAR Meteorologia assinala que neste verão a soma das chuvas de Janeiro a Março poderá ser próxima, mas pouco pro-vável acima das médias históricas. Para abril, atenção em plantios de cana, a se aferir em meses mais próximos, poderá ocorrer apenas uma chuva consistente em meados do mês.

Quanto ao fenômeno El Niño, com base em recente relatório (06 de janeiro) NCEP--NOAA, a SOMAR cita que, mesmo com o aquecimento do Oceano Pacífico Equatorial, a atmosfera não tem respondido como El Niño. E, caso a atmosfera venha a responder como tal, o fenômeno será fraco e provavelmente não passará de final de março/meados de abril.

A Canaoeste recomenda especial atenção aos produtores de cana que, pelas atuais pre-visões, não se “fiem” em deixar para a quin-zena final de março e na primeira de abril para efetuarem seus plantios de cana. Utilizar-se de irrigações? Serão permitidas??? A Canao-este estará sempre atenta e com as necessárias antecedências aos planejamentos de plantio.

Estes prognósticos serão revisados nas edi-ções seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão noticiado em:

www.canaoeste.com.br e www.revistacanavieiros.com.br RC

cais enumerados de 1 a 9 e a do Centro de Cana IAC - Ribeirão Preto.

Os dados do Quadro 2 mostram, no destaque do canto inferior direito, as ex-pressivas diferenças observadas entre os totais dos meses de janeiro a dezembro de 2014 e 2013. Em 2013, o acumulado das médias (Med) mensais das chuvas foram quase iguais ao das normais climáticas do mesmo ano. Porém, em 2014, o acumula-do das médias mensais foi 545mm infe-rior às somas das normais climáticas. Este menor volume de chuvas é equivalente a 55cm (pouco acima dos joelhos) de colu-

na d’água em todas área que não de rios, lagos, re-servatórios. Pode-se ima-ginar tal volume de chu-vas concentrando-se em rios e reservatórios das hidroelétricas, certamen-te não se teria as ameaças que rondam os habitantes e indústrias, em água e energia elétrica.

As normais climáti-cas (na última linha do Quadro 2) (1.637mm, em 2013 e 1.544mm, em 2014) se mostram dife-rentes face as pondera-ções das médias históri-cas (normais climáticas) destes dois anos, que se devem, principalmente, aos meses de janeiro e março de 2014.

Para planejamentos próximo-futu-ros, a Canaoeste resume o prognóstico de consenso entre INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espa-ciais) para os meses janeiro (final) a março 2015, como descrito abaixo e ilustrado no Mapa 4:

• Nestes meses, as temperaturas ten-dem a serem entre próximas a acima das respectivas normais climáticas para toda Região Centro-Sul do Brasil;

• Pelo consenso climático INMET-

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Ferrugens da Cana-de-Açúcar Doenças que podem comprometer a sanidade do seu canavialAlessandra Durigan - Gestora Técnica da CanaoesteJoão Francisco Maciel - Engenheiro Agrônomo da Canaoeste de Ituverava

Com o início da estação chuvosa, a partir de outubro, temos con-dições climáticas favoráveis ao

desenvolvimento vegetativo da cana-de--açúcar, altas temperaturas e bons índi-ces pluviométricos, os quais são necessá-rios e importantes nessa fase da cultura.

Entretanto, é justamente nesse perío-do que temos também um maior desen-volvimento de algumas doenças, entre elas as ferrugens, causadas por fungos, que têm uma grande importância para o setor sucroenergético, podendo causar perdas na produtividade e no acúmulo de sacarose de até 50% em variedades mais suscetíveis.

As perdas são decorrentes das pús-tulas que são elevações na superfície da folha causadas pelo desenvolvimento do fungo, que encobrem parte da folha e reduzem a sua área fotossintética. Em

Artigo Técnico I

Alessandra Durigan João Francisco Maciel

Figura 1: Ferrugem marrom e alaranjada. Fonte: Prof. Dr. Modesto Barreto. Figura 2: Ferrugem alaranjada.

Fonte: Prof. Dr. Modesto Barreto.

Ferrugem Marrom

Ferrugem Alaranjada

função desse sintoma, a planta pode apresentar crescimento retardado, mor-te de perfilhos, colmos finos e encurta-mento dos entrenós. Em ataques seve-ros as pústulas agrupam-se formando placas de tecido morto e as folhas ficam com o aspecto de queimadas e opacas.

Existem dois tipos de ferrugens em cana: a marrom e a alaranjada: a ferru-gem marrom encontra-se nos canaviais brasileiros desde 1986, enquanto a ala-ranjada foi notificada oficialmente, em dezembro de 2009, pela ocorrência do primeiro foco da doença na região de Araraquara (SP).

É preciso ressaltar que a ferrugem alaranjada tem chamado mais a atenção pela severidade e pelo seu potencial de dano para a cultura. Na tabela 1, apre-sentamos as principais informações so-bre a ferrugem alaranjada e marrom.

Tabela 1: Informações sobre ferrugens.

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

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Diagnóstico:

O diagnóstico da doença no campo pode ser realizado por meio da obser-vação de pústulas na parte inferior da folha da cana seguindo a metodologia descrita abaixo:

Metodologia de avaliação:

• Avaliar em 05 pontos (5 plantas/ponto) em cada talhão a severi-dade da doença em todas as fo-lhas +3 (a terceira com dewlap visível – figura 3).

• Dar nota para as folhas avalia-das de acordo com escala de no-tas (figura 4).

• Avaliar visualmente todo o ta-

lhão e dar uma nota pelo grau de severidade apresentado.

• As avaliações devem ser con-centradas no período de máxi-mo desenvolvimento vegetativo da planta, geralmente de no-vembro a março.

• Realizar avaliações quinzenais.

• Priorizar as variedades suscetí-veis.

Métodos de ControleA prática de controle mais recomendada para a doença é o uso de variedades

resistentes e é importante ressaltar que os programas de melhoramento genético estão focados no desenvolvimento de materiais resistentes as principais doenças que podem causar prejuízos à cultura da cana.

O controle químico é uma opção eficiente nas áreas já cultivadas com varieda-des intermediárias e suscetíveis. Recomenda-se efetuar aplicações foliares com fungicidas assim que surgirem os primeiros sintomas da doença na área, notas 2 e 3 de severidade, de acordo com a indicação da figura 4. Quando houver necessidade reaplicar em intervalos de 30 dias. Essas aplicações deverão ser concentradas no período de máximo desenvolvimento vegetativo da planta.

Aplicações preventivas poderão ser realizadas em áreas com histórico de altas infestações do fungo e quando nessas áreas as condições forem favoráveis à ocor-rência das doenças.

Tabela 2: Produtos e dosagens recomendadas para o controle de ferrugens em cana.

Considerações finais:A cultura da cana-de-açúcar, principalmente no Estado de São Paulo, tem sofri-

do alterações no seu manejo devido a adoção da colheita mecanizada crua, sem a utilização da queima como método despalhador da cana. A mudança do sistema de colheita para cana crua pode contribuir para o aumento das populações de alguns patógenos causadores de doenças.

Entre os vários fatores limitantes à produção, destacam-se a ocorrência e a severi-dade de doenças o que justificava toda a atenção dos produtores para que não tenham comprometimento da produtividade agrícola e perda de qualidade da matéria-prima.

A ferrugem da cana-de-açúcar é uma doença relativamente recente no Brasil, e mesmo assim já tem causado grandes problemas e prejuízos. Alertamos que é neces-sário realizar o monitoramento e o controle químico nas áreas atacadas pelos fungos.

Consulte a equipe técnica Canaoeste para maiores informações. RC

Figura 3: Indicação da folha +3 em cana-de-açúcar.

Fonte: Prof. Dr. Modesto Barreto.

Figura 4: Escala de notas de ferrugem em cana-de-açúcar. Fonte: Amorim et al. (1987)

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

50Artigo Técnico II

Reúso de água na indústria sucroenergéticaMatheus Henrique Tavares SakamotoRodrigo Scomparim FragosoOrientação: Maria Sylvia Amaral GurgelUniversidade de Sorocaba

O processamento de cana-de--açúcar no Brasil de maneira organizada em formato indus-

trial ocorre a partir do século XVII e, desde então, o setor sucroenergé-tico é um dos mais importantes no cenário econômico, tanto nacional como internacional, apesar de ser um segmento que utiliza quantidade excessiva de água em suas etapas de produção, desde o plantio até os pro-dutos finais (AMADO, 2010). Justifi-ca-se, então, a importância do reúso da água para sua sustentabilidade e preservação deste recurso precioso.

Considerando esses aspectos, o objetivo deste trabalho foi avaliar os métodos adotados para o reúso nas indústrias sucroenergéticas da Região de Sorocaba. A pesquisa de campo nas usinas aplicou questio-nário para identificar quais métodos são adotados para a reutilização da água. Os resultados indicaram um bom reaproveitamento na indústria por processos de circuito fechado, demonstrando consciência e respon-sabilidade na utilização deste re-curso natural. Desta forma, pôde-se concluir que, na região apontada, o setor sucroenergético está minimi-zando as perdas de água e procu-rando elevar a eficiência do sistema através de novas tecnologias referen-tes ao reúso.

Atualmente, a região de Sorocaba possui um total de cinco usinas de cana-de-açúcar, sendo que quatro participaram deste trabalho. Elas foram, aleatoriamente, denominadas de A, B, C e D, para preservar seus nomes e informações.

RC

Setor Usina A Usina B Usina C Usina DUtilizado (m³/h) Reutilizado (m³/h) Utilizado (m³/h) Reutilizado (m³/h) Utilizado (m³/h) Reutilizado (m³/h) Utilizado (m³/h) Reutilizado (m³/h)

Alimentação de preparo e extração de moendas 1.350 1.000 700 500 139 115 1.000 850

Tratamento de caldo e dabricação de açúcar 3.000 3.000 2.000 2.000 3.000 3.000 2.500 2.500

Fermentação 1.950 1.950 1.300 1.300 1.218 1.218 1.500 1.500

Destilaria 1.550 1.550 1.100 1.100 1.218 1.218 1.300 1.300

Geração de Energia 350 0 0 0 0 0 100 0

Outros “ETA” 100 25 50 45 0 0 70 15

Total 8.300 7.525 5.150 4.945 5.575 5.551 6.470 6.165

Figura 1: Alteração física e alteração química da água

Figura 2: Porcentagem do reuso e perda da água

Produção diária das usinas

Usinas A B C D

Álcool 350 m³ 130m³ 80 m³ 290 m³

Açúcar 550 ton. 400 ton. 80 ton. 450 ton.

Moagem 8000 ton. 4500 ton. 2500 ton. 7200 ton.

Resíduo Bagaço

3500 ton. 1350 ton. 55 ton. 3100 ton.

Em relação à água de reúso do res-friamento, conforme a figura 1, obser-va-se que não há alterações químicas da água, somente físicas (líquido/va-por), aumentando a possibilidade de reúso. A porcentagem passiva de rea-proveitamento da água das usinas está acima dos 90%, índice considerável, como pode ser observado na figura 2.

Na tabela ao final desta página, observa-se o volu-me (m³/h) de água necessário para cada etapa da produção de açúcar e etanol e qual a quantidade reutilizada.

Concluiu-se, portanto, que o reúso da água nas usinas é de fundamental importância

para a preservação do meio ambiente. Todas as unidades pesquisadas pos-suem altos índices de reaproveitamen-to da água que tem poucas alterações químicas, o que a torna útil por mais tempo. E novas tecnologias devem ser adotadas para minimizar perdas e ele-var a eficiência dos sistemas que reuti-lizam a água nas usinas.

Rodrigo Scomparim Fragoso Matheus Henrique Tavares Sakamoto

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

51Safra

Acompanhamento da safra 2014/2015

Thiago de Andrade SilvaGestor de Planejamento, Controle

e Topografia da Canaoeste

Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste nas safras 2013/2014 e 2014/2015

Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste, na safra 2013/2014.

Este trabalho tem como objetivo apresentar os dados obtidos quin-zenalmente na safra 2014/2015,

em comparação com os obtidos na safra 2013/2014.

A Tabela 1 contém o ATR médio acumu-lado (kg/tonelada) desta safra 2014/2015, em comparação com o obtido na safra 2013/2014, sendo que o ATR desta safra fi-cou 6,7 Kg acima do obtido na safra anterior.

Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2014/2015 e 2013/2014Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras 2014/2015 e 2013/2014

Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos fornecedores de cana da Canaoeste, na safra 2014/2015

As tabelas 2 e 3 contêm detalhes da qualidade tecnológica da maté-ria-prima nas safras 2013/2014 e 2014/2015.

O Gráfico 1 contém o comporta-mento do BRIX do caldo da safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

O BRIX do caldo da safra 2014/2015 ficou muito acima durante toda a safra em relação ao BRIX do caldo da safra 2013/2014, igualan-do somente na segunda quinzena de maio, ficando na média 5,8% acima.

O Gráfico 2 contém o compor-tamento da POL do caldo na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

Pode-se observar que a POL do caldo apresentou o mesmo compor-tamento do BRIX do Caldo, ficando na média 5% acima.

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

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Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2014/2015 e 2013/2014 Gráfico 4 – Comparativo das médias de fibra da cana

Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2014/2015 e 2013/2014 Gráfico 6 – ATR obtido nas safras 2014/2015 e 2013/2014

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53Safra

Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) por Trimestre, em 2013 e 2014

Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva) registrada em 2013 e 2014

O Gráfico 3 contém o comportamento da Pureza do caldo na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

A Pureza do caldo da safra 2014/2015 ficou acima da obtida na sa-fra 2013/2014 no mês de abril, primeira quinzena de maio e segunda quinzena de novembro, sendo a diferença mais acentuada no mês de abril, ficando abaixo no restante do período, exceto na segunda quinzena de agosto que se igualou, ficando na média 0,7% menor.

O Gráfico 4 contém o comportamen-to da Fibra da cana na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

A Fibra da cana na safra 2014/2015 ficou acima daquela obtida na safra 2013/2014 durante toda a safra, exceto no mês de junho, com maior acentuação nos meses de março, abril e novembro, porém na média ficou equiparada a ob-servada na safra anterior.

O Gráfico 5 contém o comportamen-to da POL da cana na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

A POL da cana na safra 2014/2015 ficou muito acima da obtida na safra 2013/2014 durante toda a safra, com menor acentuação na primeira quinze-na de maior, primeira quinzena de ju-nho, segunda quinzena de setembro e primeira quinzena de novembro, exceto no mês de março que ficou abaixo e na segunda quinzena de maio que se equi-parou. Na média a POL da cana na safra 2014/2015 ficou 5% acima da observa-da na safra 2013/2014.

O Gráfico 6 contém o comporta-mento do ATR na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

Tendo em vista que a Pol da cana participa com mais de 90% do ATR,

este apresentou o mesmo comportamento da mes-ma. Na média, verificou--se um aumento de 6,7 kg de ATR nesta safra de 2014/2015 em relação à safra anterior.

O Gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2014/2015 em comparação com a Safra 2013/2014.

A precipitação plu-viométrica média dos meses de janeiro, feve-reiro, março, abril, maio, junho, outubro e novem-bro de 2014 ficou mui-to abaixo da obtida em 2013, com menor acen-tuação apenas no mês de abril, se equiparando no mês de julho, agosto e dezembro, ficando acima apenas no mês de setem-bro.

O Gráfico 8 contém o comportamento da precipitação pluviomé-trica acumulada por Trimestre na safra 2014/2015 em comparação com a safra 2013/2014.

Em 2014, observa-se um volume de chuva muito abaixo no primeiro Tri-mestre e no segundo trimestre, abaixo no quarto Trimestre e pouco acima no terceiro Trimestre, se comparado aos volumes médios de 2013.

A precipitação pluviométrica de 2014 ficou muito abaixo da verificada em 2013. A safra adentrou ao mês de dezembro, finalizando em sua maioria

até o mês de novembro. Observa-se, que nessa safra a produtividade foi menor do que a da safra 2013/2014, devido ao deficit hídrico que com-prometeu o crescimento vegetativo da matéria-prima não somente para a colheita na safra 2014/2015 como tam-bém na matéria-prima que será colhida na safra 2015/2016. Por outro lado, verificou-se um aumento da qualidade média, intensificada pela seca, compa-rativamente com a safra 2013/2014, fazendo com que o ATR médio ficasse 4,9% (6,7 kg/t) acima do obtido na sa-fra 2013/2014.RC

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

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ALUgA-SE- Estrutura de confinamento com ca-

pacidade para 650 cabeças com: 1 vagão forrageiro + 1 carreta 4 rodas + 1 carreta 2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1 trator 292 + 1 trator Ford 5610, 1 misturador de ração, 3 silos trincheiras de porte médio, sendo 1 grande possibilidade de área para produção de silagem com irrigação ao redor de 30ha, Jaboticabal - SP à 2 km da cidade.

- Sulcador DMB ( motor hidráulico ). Tratar com Luiz Hamilton Montans pelo

telefone: (16) 9 8125-0184.

vENDE-SE - Motor MWM de 120 cavalos acoplado

a um gerador de 70KWA. Tocava 2 galpões com mais de 50 mil frangos com 120 metros de comprimento na falta de energia.

Tratar com Eduardo Garcia Leal pelos te-lefones: (16) 9996 0005 ou (16) 9996 4259.

vENDEM-SE - Sítio de 9 alqueires, sem mato ou brejo

(100% aproveitável) em Olímpia- SP, a 5 km Usina Cruz Alta, 10 minutos dos Thermas dos Laranjais, 25 min. de Rio Preto, 35 min. de Barretos, plaino, na rodovia, sem benfei-torias mas com energia na propriedade.

- Sítio Arlindo - município de Olímpia, área 12 alqueires, casa de sede, área de chur-rasco (100 m²), casa de funcionário refor-mada, muitas frutíferas e árvores ao redor da sede, 4 alqueires de mata nativa de médio/grande porte, terras de “bacuri” (indicador de terras muito férteis). Rede elétrica nova, divisa com fazenda Baculerê, distância de 25 Km Olímpia.

Tratar com David pelo telefone: (17) 98115-6239.

vENDE-SE LIQUIDAÇÃO DE GADO LEITEIRO,

DAS RAÇAS GIROLANDO E GIR PO LEITEIRO- 15 vacas girolando grande, sangue 3/4 e

5/8, com laquitação diária de 25,30 e 40 litros, ambas produtos de inseminação, segunda e terceira cria;

- 12 novilhas girolando, grande sangue 3/4 e 5/8, todas de inseminação e prenhes sexado de fêmea;

- 8 bezerras girolando grande sangue 3/4 e 5/8 todas de inseminação;

- 11 vacas GIR PO Leiteiro registrado, sen-do 8 paridas, com laquitação de 15 a 26 litros ao dia a pasto, todas se inseminação, filhas dos

melhores touros GIR PO do ranking nacional;- 3 novilhas GIR PO Leiteiro, prenhas de

sexado de fêmea de touro GIR PO do ranking nacional;

- 3 novilhas prontas para inseminação, fi-lhas de touro GIR PO do ranking nacional;

- 3 touros GIR PO pronto para cobrir;- 2 tourinhos GIR PO, com 11 meses de

idade.Obs.: Sítio localizado na cidade de Santo

Antônio da Alegria - SP, há 15 anos trabalhan-do com inseminação.

Tratar com José Gonçalo pelo telefone e/ou e-mail: (16) 9.9996-7262 [email protected]

vENDEM-SE

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- Fazenda com 48 alqueirões no município de Carneirinho - MG, localizada muito pró-xima da rodovia asfaltada. Ótimo aproveita-mento para plantio de cana, seringueira e/ou pastagens. Preço: R$ 60.000,00/alqueirão.

- Imóvel sobradado em Ribeirão Preto - SP, localizado na Av. Plínio de Castro Pra-do, com salão e WC privativos, sacada, 03 dormitórios, sendo 01 suíte, armários embu-tidos, banheiro social, sala, sala de jantar, jardim de inverno, cozinha com armários, área de serviço, quarto com estante em al-venaria, WC, despensa, varanda coberta, ótima área externa.

Excelente ponto comercial. Área cons-truída: 270 m².

Tratar com Marina e Ailton pelos telefones: (17) 99656 3637 e (16) 99134 8033 - Marina (17) 99656 2210 e (16) 99117 2210 - Ailton.

vENDEM-SE - L 200 , Diesel, 2006, 4x4, com ar, di-

reção hidráulica, branca, muito conservada.- Gol 2011/2012, com ar, 2 portas, branco.Tratar com Raul pelo telefone: (34) 99723073.

vENDEM-SE- caminhoneta, F-350, 2001;- caminhoneta, Ranger, 2004;- trator 275 nº 12 MF, 1991;- trator 275 nº 13 MF, 1991;- trator 275 nº 17 MF, 1993;

- trator 275/4 nº19 MF, 2000;- trator 620/4 nº06 MF, 1994;- trator 292/4 nº08 MF, 2003;- trator 1780/4 nº03 Valmet,1990;- plantadeira nº 22 JM 2670 PD, 2009;- plantadeira nº 23 JM 2670 PD, 2011;- plantadeira nº 24 JM 2670 PD, 2010;- plantadeira nº 43 JM 2980 PD EX, 2002;- transbordo nº 50 Rinnus, Agromer,

1999;- colhedeira nº47, D Master III, MIAC, 2011;- colhedeira nº49, D Master III, MIAC, 2011;- colhedeira nº46, D Master III, MIAC, 2011;- colhedeira nº45, D Master III, MIAC, 2005;- colhedeira nº52, Twin, MIAC, 2013;- arrancador nº 69, verde e amarelo OBB,

1999;- arrancador nº 68, azul e preto, OBB, 2000;- arrancador nº 70, verde e laranja, San-

tal, 2001;- arrancador nº 59, AIA BM 4 litros BM

Dumont, 2012;- pulverizador, Advanced, Jacto, 2003;- pulverizador, Columbia, Jacto, 1995. Tratar com Adailton pelo telefone: (16) 9 9174-4912.

vENDE-SE - Destilaria completa com capacidade

para 150.000 litros de etanol hidratado por dia: composta por preparo de cana com pi-cador, nivelador, desfibrador, turbina e es-teira de 48”; 4 ternos de moenda 20 x 36 com turbina e 2 planetários TGM; caldeira; destilaria; trocadores de calor; tratamento de caldo e Gerador 2000 KVA, enfim Des-tilaria completa a ser realocada. Na última safra obteve uma moagem de aproximada-mente 350.000 toneladas. Preço a combinar. Localizada no município de Tambaú-SP.

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vieiro 6x4, cana picada;- Carreta de dois eixos, cana picada - Rondom.Tratar com João pelos telefones: (17) 3281-1359 ou (17) 99732-3118.

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vENDEM-SE - motor de 75CV com bomba KSB 100/6

revisada e sem uso;- chave de partida ‘’a óleo”,- transformador de 75 KVA;- postes duplo T de cimento;- chaves de alta, para raios, cabo e etc.Tratar com Francisco pelo telefone (17) 9 8145-5664.

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de 26” mancal de atrito 23cm de espaça-mento, perfeito estado;

- rolo faca com 09 facas e 2m de largura, ótimo estado.

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ta, (10.000 litros de cachaça por dia). Es-teira de cana inteira, picador com 22 facas, esteira de cana picada, dois ternos 15x20, esteira de bagaço. Peneira Johnson, cush--cush. Caldeira de 113 m². Máquina a va-por de 220 HP (toca os ternos e o picador). Seis dornas de fermentação de 10.000 litros cada. Destilaria de bandeja/calota A e B de 600 mm de diâmetro com trocador de ca-lor. Dois tonéis de madeira amendoim com capacidade de 50.000 litros cada. Valor R$ 600.000,00. Estudo troca por imóvel. Loca-lização: Laranjal Paulista.

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sede muito boa, uma casa de empregado, 2 barracões, poço artesiano, campo de fute-bol, a cerca de 20 minutos do Thermas dos Laranjais e 30 minutos da Festa do Peão de Barretos. Área de reserva legal. Excelente para investidor de turismo;

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-SP, área de 450 alqueires, 330 alqueires em cana já arrendada para usina, 3 km do asfal-to média de 50 a 60 km das usinas Batatais, Buritizal, Cevasa-Cargil, casa sede, 3 casas de funcionários, 1 curral completo, docu-mentação ok;

- Fazenda de cana na região de Rancha-ria-SP, área de 650 alqueires, 500 alqueires de cana própria, ótima topografia, estrutura completa, posto de combustível, oficina e etc. (aceita ate 50% em permuta) documen-tação ok;

- 3,15 alqueires, casa sede com 3 dor-mitórios, 2 banheiros, cozinha com fogão a lenha e sala, acabamento simples avaran-dada, mais casa de empregado, 4 barracões, represa (pequena), duas divisas com água, piquetes com eucalipto tratado, varias divi-sões com mourões de concreto e tela, não tem estrada que atravessa a propriedade, lugar seguro, 6 km do asfalto, tem maquiná-rio que pode ou não ser negociado, pomar, água excelente, energia com transformador na propriedade, documentação impecável.

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(17) 9 9117-0767.

vENDEM-SE - Fazenda na região de Rancharia-SP,

620 alqueires, 500 alqueires em cana pró-pria 1º e 2º corte, próximo a Usina Cocal,

estuda prazo e permuta;- Sítio na região de Cajuru, 9 alqueires,

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Tratar com Paulo pelos telefones:(16) 3911-9970 (16) 9 9290-0243.

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zenado na Propriedade Rural Fazenda São José-Pitangueiras-SP.

Tratar pelo telefone: (16) 3952-1443.

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plantio direto, ano 2004;- Colheitadeira Massey Ferguson 3640, sé-

rie 300.000, com plataforma de soja, ano 1987;- Camionete F250, ano 2001. Tratar com Carlos Eduardo pelos tele-

fones: (16) 3947-5268 (16) 9 9253-9266 ou (16) 9 9455-0990.

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- 01 casa de aproximadamente 500m², com seis cômodos e dois salões comerciais com banheiro, separado da casa, localizada à Rua. Augusto Zanini, 1056 Sertãozinho--SP. Preço a combinar.

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

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restante mata em terra de cultura, represa. Aceita troca por imóveis urbanos. Valor: R$500.000,00.

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na praia de Astúrias. Possui quatro suítes, três salas, copa, cozinha, quarto para em-pregada, piscina na sacada do apartamento, quatro vagas na garagem, área comum com piscina aquecida, salão de jogos e festa, churrasqueira, quadra e sauna. Valor: R$ 1.980.000,00.

Tratar com Wilson pelo telefone: (17) 9 9739-2000 – Viradouro-SP.

vENDEM-SE - Colheitadeira Case A7700, ano 2009,

- 7700, esteira, motor Cummins M11, má-quina utilizada na última safra.Valor: R$ 145.000,00;

- Colheitadeira Case A8800, ano 2011, esteira máquina na colheita de cana funcio-nando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00;

- Colheitadeira Case A7700, ano 2007, série 770678, motor Scania, motor novo, máquina revisada e trabalhando. Valor: R$ 130.000,00;

- Colheitadeira Case 8800, ano 2010, motor refeito em julho de 2014, máquina revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 260.000,00.

Tratar com Marcelo pelos telefones: (16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.

vENDEM-SE - 02 uniport. Modelos disponíveis:

2500 EJ (anos 2003/2004); 3000 EJ (anos 2003/2004); 2500 Star (anos 2009/2010) e 3000 Hidro 4x4 EJ (ano 2004).

Tratar com Moacyr pelo telefone: (16) 9 8112-0770.

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brificante e abastecimento;- VW 31-320 / 11 tanque novo Gascom

pipa bombeiro;- VW 31-310 / 10 tanque novo Gascom

pipa bombeiro ;- VW 15-180 / 10 comboio novo Gas-

com lubrificante e abastecimento;- VW 17-180 / 08 Munk Hincol 31.000;- VW 15-180 / 09 comboio Impacto lu-

brificante e abastecimento;- VW 13-180 / 09 comboio Gascom lu-

brificante e abastecimento;- VW 12-140 / 96 oficina móvel Gascom;- MB 2726 / 09 Betoneria;- MB 2423K / 09 Basculante;- MB 1725 / 09 4x4 comboio abastecimento;- MB 2423k / 04 Basculante;- MB 2423k / 01 tanque pipa bombeiro;- MB 1214 / 97 oficina móvel;- MB 1418 / 95 4x4; - MB 2318 / 94 tanque pipa bombeiro;- MB 2213 / 81 Munk Masal 12.000;- MB 1113 / 72 tanque pipa bombeiro;- MB 1113 / 69;- F.Cargo 1719 / 13;- F.Cargo 2628 / 07 basculante;- F.Cargo 2626 / 05 tanque pipa bombeiro;- F12000 / 95 tanque pipa bombeiro;- F14000 / 90 tanque pipa bombeiro;- S10 Executive 2007 prata 4x4 diesel;- Hilux SRV 2010 automática, prata,

4x4, diesel;- Prancha 3 eixos Facchini 2008;- Carreta Extensiva 18 metros, Randon, 1978;- Munk Hincol 43.000;- Munk Hincol 4.000;- Munck 640-18;- Tanque de Fibra 16.000L;- Comboio lubrificante e abastecimento,

Gascom, fechado 2.000 litros;- Borracharia Móvel Gascom;- Caçamba Basculante Toco;- Caçamba Basculante Truck;- Tanque de Ferro 15.000L;- Baú Sider;- Distribuidor de Calcário Sollus.Tratar com Alexandre pelos telefones:

(16) 39451250 / 9 97669243 (Oi) / 9 92402323 (Claro) / whatsApp 78133866 / id 96*81149 nextel.

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2006, com 7055 horas trabalhadas, “cabi-nado” de fábrica, completo 4x4 com kit de freio boca de lobo (para puxar carreta).

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discos de 18 polegadas R$2.500,00;- Bazuca com capacidade de 6.000 Kg

R$ 4.000,00;- Pá carregadeira, modelo 938 GII, ano

2006 série 0938 GERTB em bom estado de conservação. R$ 180.000,00;

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- Trator modelo BH 205, gabinado completo com ar - condicionado e hiflow, ano 2010 com 4.241,3 horas de uso R$ 120.000,00;

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com ar-condicionado. Tratar com Raul pelo telefone: (34) 9972-3073.

vENDEM-SE - Cultivador e sulcador de cana DMB,

com marcador de pistão completo para cana crua e queimada, ano 2004;

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- Trator Valmet 88, ano 82 ótimo estado;- Roçadeira da marca Camak 1.90, ano 2001; - Arado 3 bacias, reversível marca Santa Isabel;- Carpideira de 5 linhas;- Grade aradora mecânica, 16x26 espaçamen-

to 230mm com transporte de pneus marca Tatu.Tratar com Waldemar pelos telefones:

(16) 3042-2008 / 99253-6989 / (16) 98186-9035 (Tim) / 99739-6005 (Vivo).

ARRENDA-SE - Fazenda de cana na região de Tietê/SP.

Área de 126 alqueires, sendo 87 alqueires de cana e carreadores. Rica em recursos hídri-cos (mais de 5 km de divisa com o Rio Tie-tê). Casa sede com 4 dormitórios + Piscina e área de lazer / 2 Casas de caseiro, ambas de 3 dormitórios. Contrato de arrendamento com usina com vigência até o fim de 2016.

Tratar com Mauricio pelos telefones: (15) 9.9107-3292 / (15) 3285-1356 / [email protected]

- A Revista Canavieiros não se responsabiliza pelos anúncios constantes em nosso Classificados, que são de responsabilidade exclusiva de cada anunciante. Cabe ao consumidor assegurar-se de que o negócio é idôneo antes de realizar qualquer transação.- A Revista Canavieiros não realiza intermediação das vendas e compras, trocas ou qualquer tipo de transação feita pelos leitores, tratando-se de serviço exclusivamente de disponibilização de mídia para divulgação. A transação é feita diretamente entre as partes interessadas.

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Revista Canavieiros - Janeiro de 2015

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Eventos de fevereiro de 2015WORkSHOP NOvO CóDIgO FLORESTAL

Dia: 6 de fevereiro de 2015Hora: 18:30 até 22h30Local: IAC/Apta – Rodovia Antônio Duarte Nogueira –

km 321 (Anel Viário Contorno Sul), Ribeirão PretoInscrições: [email protected]

X CURSO DE MONITORAMENTO TEóRICO E PRÁTICO DA FERMENTAçãO ETANóLICA

Data: Período: de 23 a 27/02/2015 Hora: 8h às 18 horasCara horária: 40 horasLocal: UFSCAR - km 174 da rodovia AnhangueraRealização: DTAISER/CCA/UFSCar (Departamento de

Tecnologia Agroindustrial e Socioeconômica Rural do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos)

Contato: (16) 3351-9048 - E-mail: [email protected]ção: http://blog.cca.ufscar.br/monitoramento-micro-

biologico-alcool/

185ª REUNIãO DO gERHAI (gRUPO DE ESTUDOS EM RECURSOS HUMANOS NA AgROINDúSTRIA)

Data: 27/02/2015 - CEZ – Sertãozinho - SPLocal: Auditório do Centro Empresarial Zanini - Sertão-

zinho-SPAv. João Olézio Marques, nº 3563 - Fone (16) 2105-9000

MBA EM AgRONEgóCIOS (EAD) - ESCOLA SUPERIOR DE AgRICULTURA “LUIz DE QUEIROz”

Início do curso: 11/03/2015Fim do curso: 22/02/2017Local: Regiões Centro-Oeste/Norte/Nordeste/Sudeste/SulCarga horária: 450Início das inscrições: 01/12/2014Fim das inscrições: 17/02/2015Informações: Ana Julia VidalTelefone(s) / Ramal(is): (19)3377-0940E-mail: [email protected]: http://www.pecege.esalq.usp.br

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Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português.

... tem dias em que queremos ir...andar...procurar o sorriso para não chorar. Tem dias, meu querido, em que sou fatal no amor pudico. Se

alguém perguntar por nós??? Diga que voltaremos um dia qualquer...depois de muito amar, querer e desejar. Renata Carone Sborgia,

Livro: Trechos Tecidos com Palavras...Sentimentos...Afins...Sem Fim... Madras Editora

Cultivando a Língua Portuguesa

1) Eles “”aguentaram” o calor naquele mar “”tranquilo”!!!

... ficamos também tranquilos, queridos leitores, com a grafia escrita correta!!!

Regra Fácil: Conforme o Novo Acordo Ortográfico -5ª edição - Não existe mais o trema em Língua Portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano ...

2) Maria estava organizando os “papeis” em cima da mesa.

Maria precisa organizar o estudo sobre a Nova Grafia!!!

O correto é: papéis (com acento)

Regra Fácil: O Novo Acordo Ortográfico -5ª edição - NãO ALTEROU A REgRA: nos ditongos abertos (ei, oi) de palavras oxítonas e monossílabas (no singular ou no plural), assim o acento grave continua.

3) A “Assembléia” foi marcada, pelos dirigentes, para o próximo mês.

... acredito que antes da “Assembleia” os dirigentes estudem a Nova Grafia!!!

O correto é: ASSEMBLEIA (sem acento)Regra Fácil: Conforme o Novo Acordo Ortográfico – 5ª edição – Ditongos

abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas (uma palavra paroxítona é um vocábulo cujo acento tônico está na penúltima sílaba).

Biblioteca “General Álvaro

Tavares Carmo”

gestão de processos

“A presente obra é um instrumento, com alto potencial de agregação de valor aos pro-fissionais de mercado (analistas de proces-sos, analistas de negócios, analistas de siste-mas, profissionais de RH e administradores) bem como aos pesquisadores e acadêmicos, por tratar de um tema, ainda incipientemente explorado: a importância da integração dos sistemas de informação aos negócios, a pre-ocupação em desenvolver postos de trabalho mais atrativos, em especial, às organizações orientadas por processos de negócios. O as-sunto é explicitado tanto do ponto de vista tecnológico, de pessoas, quanto de negócios, sendo, portanto, recomendável aos leitores das áreas de administração, de sistemas de informação e de gestão de pessoas”.

(Trecho extraído da contracapa do livro)

Referência:DE SORDI, José Osvaldo. Gestão por

processos: uma abordagem da moderna ad-ministração. 3.ed., rev. e atual. São Paulo:

Saraiva, 2012.

Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem

procurar a Biblioteca da [email protected]

www.facebook.com/BibliotecaCanaoesteFone: (16) 3524-2453

Rua Frederico Ozanan, nº842 Sertãozinho-SP

Renata Sborgia

Coluna mensal* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de

vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.

PARA VOCÊ PENSAR:

“Se não conheço os mapas, escolho o imprevisto: qualquer sinal é um bom presságio.”Lya Luft

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