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ANO I N o 05 Agosto de 2007 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL PETGeo INFORMATIVO Editorial Nossos cumprimentos a todos os alunos, professores e funcionários da FAED – aos fiéis leitores desse informativo que no seu quinto número, apresenta uma edição especial, numa versão um pouco mais longa do que as edições anteriores. O motivo? Bem, como petianos-alunos e futuros geógrafos, não poderíamos deixar de registrar no nosso veículo de comunicação, a mudança da FAED para o Campus Universitário de Itacorubi; e prestarmos uma homenagem ao antigo prédio que por tantas décadas abrigou e formou diversos novos profissionais nas áreas de Pedagogia, Geografia, História e Biblioteconomia; a inauguração do novo prédio. Outro motivo foi a ida do professor Dr. Maurício Aurélio dos Santos, que coordenou os trabalhos e pesquisas no nosso grupo até poucas semanas atrás, para atuar numa missão de paz na Ásia, no mais novo país do mundo, que hoje ainda se encontra envolto em conflitos e ameaças, por conta de diversidades políticas. Além desses assuntos, o PETGeo INFORMATIVO traz dicas de livros; eventos; temos os nossos seminários e o já conhecido CinePET, que oferece sempre um bom filme ou documentário, acompanhado de um debate no final, onde contamos com a presença de um convidado que nos traz reflexões acerca do tema apresentado. Também introduzimos uma nova coluna, com um artigo produzido pelo professor Mauricio A. dos Santos, que nos manda notícias lá do outro lado do planeta, diretamente de uma distante ilha do Pacífico. Esperamos que gostem dessa edição especial, sem esquecer que esta é a primeira edição do PETGeo INFORMATIVO elaborada diretamente do nosso novo espaço do PET-Geografia! Andrea Rosa Lins (bolsista – PET Geografia) Artigos: FAED – Sua antiga história...seus novos rumos. Onde fica esse lugar? Timor Leste: as primeiras impressões Outros assuntos: Cine Pet PET indica! (dicas de livros) Seminários Inauguração do novo prédio da FAED Eventos PetGeo UDESC Bolsistas : Andrea Rosa Lins, Ary Pinheiro Leite, Cauê Marques, Cristina Maria Dalla Nora, Daniel Pereira de Lacerda, Elisa Bezerra Cabral, Fernanda Cerqueira, Giselli Ventura de Jesus, Juliana de Oliveira Baretta, Lívia Ceretta, Maria Luiza Westphal e Nicole Cristina Scheidt Schmitt. Sugestões, reclamações, convites, opiniões: [email protected] Edição Especial!

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ANO I No 05

Agosto de 2007

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL PETGeo

INFORMATIVO

Editorial

Nossos cumprimentos a todos os alunos, professores e funcionários da FAED – aos fiéis leitores desse informativo que no seu quinto número, apresenta uma edição especial, numa versão um pouco mais longa do que as edições anteriores. O motivo? Bem, como petianos-alunos e futuros geógrafos, não poderíamos deixar de registrar no nosso veículo de comunicação, a mudança da FAED para o Campus Universitário de Itacorubi; e prestarmos uma homenagem ao antigo prédio que por tantas décadas abrigou e formou diversos novos profissionais nas áreas de Pedagogia, Geografia, História e Biblioteconomia; a inauguração do novo prédio. Outro motivo foi a ida do professor Dr. Maurício Aurélio dos Santos, que coordenou os trabalhos e pesquisas no nosso grupo até poucas semanas atrás, para atuar numa missão de paz na Ásia, no mais novo país do mundo, que hoje ainda se encontra envolto em conflitos e ameaças, por conta

de diversidades políticas. Além desses assuntos, o PETGeo INFORMATIVO traz dicas de livros; eventos; temos os nossos seminários e o já conhecido CinePET, que oferece sempre um bom filme ou documentário, acompanhado de um debate no final, onde contamos com a presença de um convidado que nos traz reflexões acerca do tema apresentado. Também introduzimos uma nova coluna, com um artigo produzido pelo professor Mauricio A. dos Santos, que nos manda notícias lá do outro lado do planeta, diretamente de uma distante ilha do Pacífico. Esperamos que gostem dessa edição especial, sem esquecer que esta é a primeira edição do PETGeo INFORMATIVO elaborada diretamente do nosso novo espaço do PET-Geografia!

Andrea Rosa Lins (bolsista – PET Geografia)

Artigos: FAED – Sua antiga história...seus novos rumos.

Onde fica esse lugar? Timor Leste: as primeiras impressões

Outros assuntos:

Cine Pet PET indica! (dicas de livros)

Seminários Inauguração do novo prédio da FAED

Eventos

PetGeo UDESC Bolsistas: Andrea Rosa Lins, Ary Pinheiro Leite, Cauê Marques, Cristina Maria Dalla Nora, Daniel Pereira de Lacerda, Elisa Bezerra Cabral, Fernanda Cerqueira, Giselli Ventura de Jesus, Juliana de Oliveira Baretta, Lívia Ceretta, Maria Luiza Westphal e Nicole Cristina Scheidt Schmitt. Sugestões, reclamações, convites, opiniões: [email protected]

Edição

Especial!

“ Já se acham iniciadas as obras para a construção de um edifício destinado à Escola Normal, que até a presente data funcciona em predio que, por suas dimensões acanhadas e pouco confortaveis, já não póde satisfazer às exigencias do ensino actual. O novo edifício, projectado com o objetivo de permitir o funccionamento regular dos differentes cursos, possuirá amplas accomodações para professores e alumnos, alem de reunir todos os requisitos da hygiene escolar. O local escolhido para a construcção do novo edificio é bastante apropriado a um predio desse typo, que será alem do mais, um bello ornamento para a nossa urbs”.

A mensagem que lemos acima foi proferida pelo então Governador do Estado, Hercílio Pedro da Luz, ao Congresso

Representativo, em 22 de julho de 1920 (p.37), onde ele justifica a construção de um novo prédio para a Escola Normal Catarinense – edifício que mais tarde veio a sediar a Faculdade do Estado de Santa Catarina – FAED.

Os tempos agora são outros, estamos no século XXI, e aquela edificação que durante tantas décadas abrigou e formou diversos novos profissionais, atualmente já não comportava a demanda de suas turmas; a falta de espaço, barulho em excesso, vindo da rua e muitas vezes do arrastar de carteiras no andar superior (quando ocupávamos alguma sala no piso térreo), eram alguns dos incômodos enfrentados por alunos e professores...sem contar com as muitas vezes em que as aulas eram interrompidas porque o(a) professor(a) tinha que sair pra tirar o carro do estacionamento, pois tinha alguém que precisava sair! A FAED nasceu como uma instituição isolada de ensino superior, e foi a unidade geradora da Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina – UDESC, “para cujo reconhecimento pelo Conselho Federal de Educação, os estudos e pesquisas por ela desenvolvidos emprestaram colaboração decisiva”. (LINS, 1999). Foi criada pela Lei nº 3191-Art. 176 em 08 de maio de 1963. Sua organização serviu como modelo para a criação de instituições do mesmo gênero em outros Estados, uma vez que é considerada a primeira Faculdade de Educação do Brasil. Antes de sediar definitivamente a Faculdade de Educação de Santa Catarina, o prédio passou por outras denominações, mas sempre foi destinado a instituição de ensino: Instituto de Educação de Florianópolis (1935); Instituto de Educação Dias Velho (1947); Instituto de Educação e Colégio Estadual Dias Velho (1956). No ano seguinte, simplesmente Colégio Estadual Dias Velho, que com a mudança, o prédio na Avenida Mauro Ramos, passou a ser denominado Instituto Estadual de Educação Dias Velho, que foi simplificado para Instituto Estadual de Educação (IEE). Em 1961, criado o Conselho Estadual de Educação, o Instituto foi instalado nas salas do primeiro andar do edifício e a partir de 1963, passou então definitivamente a ser ocupado pela Faculdade de Educação, perdurando até o primeiro semestre de 2007. O prédio também foi sede de vários eventos importantes; apenas exemplificando: em 1927, ocorreu a I Conferência Estadual de Ensino Primário, durante o governo de Adolpho Konder. Já em 1940, foi realizado o IX Congresso Brasileiro de Geografia – um evento de repercussão nacional. O curso de Pedagogia foi o primeiro a ser ministrado nas instalações da então Faculdade de Educação, e a primeira turma se formou no ano de 1967, ocasião em que colaram grau 32 formandos no curso. Atualmente a FAED oferece também os cursos de Geografia, História e Biblioteconomia. Com a já consolidada transferência da Faculdade de Educação para o Campus Universitário de Itacorubi, a antiga edificação irá sediar o Museu Escolar Catarinense, que tem como objetivo preservar o acervo cultural e também material, da educação do nosso estado. Desde o dia 06 de agosto de 2007, iniciaram as aulas e outras atividades administrativas (ensino e extensão, administração, núcleos e laboratórios) no novo prédio. Quanto à direção de Pesquisa e Pós-graduação da FAED, continuará funcionando na Rua Visconde de Ouro Preto, no centro de Florianópolis, até que se a conclua a nova ala do prédio no campus I, em Itacorubi, prevista para a metade de 2008.

O edifício conta com modernas instalações, espaço mais amplo, mais conforto e tranqüilidade no que se refere à questão do barulho. As salas de aula são mais amplas e mais iluminadas. Ainda falta organizar muita coisa; nos núcleos os telefones ainda não estão funcionando. Há muito por ser feito.

A biblioteca também ganhou um novo espaço, agora podemos encontrar as bibliotecas da FAED/CCE, CEART, Educação a Distância e ESAG centralizadas.

FAED-antigo prédio/ foto de Andrea R.Lins

FAED-novo prédio/ foto de Ary P. Leite

Andrea R. Lins

A República da Indonésia é um grande país localizado entre o sudeste asiático e a Austrália, formado pelo maior arquipélago do mundo, o mais extenso do planeta, estendendo-se desde o Oceano Índico até o Pacífico. Abrangendo aproximadamente 17 mil ilhas, das quais cerca de 3 mil são habitadas. Em geral, as ilhas (sua grande maioria de origem vulcânica) apresentam planícies costeiras e montanhas no interior. Densas florestas se encontram presentes em dois terços do território indonésio. Sua capital é Jacarta. São mais de 212 milhões de pessoas a viverem no país. A população é constituída de diversos grupos étnicos, alguns dos quais abrangem milhões de pessoas. É, geologicamente falando, a região mais instável da Terra; e traz ao longo se sua existência, uma série de episódios trágicos e violentos – ora causados pela ação das forças da Natureza, ora impulsionados pela mente e pelas mãos do próprio homem.

No que diz respeito às forças naturais, no dia 26 de dezembro de 2004, a região foi atingida por uma onda gigante, provocada por um terremoto que ocorreu no Oceano Indico. Foi um dos maiores terremotos já registrados (9.0 na escala Richter) e foram vários os países atingidos, somando um grande número de vítimas, que mobilizaram diversos países, que enviaram remédios, mantimentos, água potável, médicos, soldados, equipes de salvamento, enfim, tudo com o propósito de prestar solidariedade às regiões atingidas. Fazendo uma retrospectiva acerca da instabilidade geológica da região, constatamos que num passado não tão distante, histórias semelhantes, de catástrofes naturais, assolaram as ilhas que formam o maior arquipélago do mundo. No século XIX, duas das maiores erupções vulcânicas ocorreram naquele local. Em 1815, numa ilha que já foi posto de comércio das índias orientais, chamada Sumbawa, que fica a leste de Java, uma montanha vulcânica chamada Monte Tambora provocou a maior erupção já registrada nos últimos 10 mil anos. Foi uma explosão que espalhou cinzas vulcânicas por quase 50km de distância no céu. Os aerossóis formados criaram uma espécie de barreira que impedia a passagem dos raios solares e em muitas regiões da Terra a temperatura baixos vários graus. Com a explosão, e os efeitos causados por ela, principalmente nas mudanças do clima, foram mais de 120 mil mortes, incluindo as vitimadas pela fome e doenças, na Europa, EUA e leste do Canadá – em muitos casos, as geadas constantes, até no verão; chuvas torrenciais e os sérios prejuízos na agricultura, forçaram muitas pessoas (a maioria, os de baixa renda) a procuraram outras alternativas para se alimentar – uma delas eram as raízes de plantas, grama e a carne de animais mortos e muitas vezes apodrecidos, o que acabava fazendo novas vítimas. A escassez de alimentos coincidiu com o período do fim das guerras napoleônicas. Ainda no século XIX, desta vez a oeste de Java, localizada no Estreito de Sonda (entre Java e Sumatra) – onde as ilhas de Sonda estabelecem a fronteira entre os oceanos Índico e Pacífico, a ilha vulcânica Krakatoa (Krakatau) começou a dar os primeiros sinais do que seria uma grande erupção vulcânica em março de 1883. Em maio, uma erupção praticamente destruiu toda a paisagem local, deixando um rastro de cinzas e fumaça e no dia 26 de agosto, de 1883, a ilha vulcânica entrou em erupção, causando um dos maiores desastres naturais já registrados, vitimando 36.417 pessoas; foram destruídos 165 cidades e vilarejos, e a maior causa das mortes foi provocada por uma onda gigante (tsunami), que os geólogos calculam, tenha atingido a altura de 40 metros. Com a explosão, a ilha quase inteira desapareceu no mar, restando apenas uma pequena porção de terra.

Naquela região, existe o encontro de 02 placas tectônicas. A Placa Indo-autraliana (oceânica) e a massa de terra asiática da Placa da Birmânia (continental), estão em colisão. Elas se empurram, uma contra a outra, num processo chamado subducção. A placa oceânica mais pesada mergulha no manto, sob a placa continental, que é mais leve. Enquanto a crosta é empurrada para baixo na direção do interior quente da Terra, a rocha derrete e uma parte dessa rocha derretida volta para a superfície através de fissuras e fendas, na forma de erupções vulcânicas. Os vulcões da Indonésia encontram-se bem acima da zona de subducção.

Mapa Indonésia –Fonte:http://maps.mygeo.info/cont/mapas/2001/Mapa_Indonesia_2001.jpg

INDONESIA

Andrea R.Lins

Além da instabilidade naquela região, que faz parte do chamado Anel de Fogo, ou Círculo de Fogo do Pacífico, a Indonésia também se faz presente nos noticiários do mundo por outras razões. Foram milhares de vidas que se foram por conta de questões que envolvem política, religião, entre outros fatores, ao longo de sua história. Um dos exemplos conhecidos da atualidade, ocorreu recentemente num país que é, politicamente falando, o mais novo do mundo. Depois de tantas lutas e conflitos, que ainda persistem nos dias de hoje, Timor Leste vai aos poucos reconstruindo sua história.

O Timor é uma ilha que faz parte do arquipélago da Indonésia. Foi descoberto em 1529 pelos portugueses e até a metade da década de 1970, a parte oriental da região, o Timor Leste, esteve sob o domínio de Portugal – já a parte ocidental, ex-colônia holandesa, faz parte da Indonésia desde 1945. No ano de 1975, após a retirada portuguesa, duas correntes armadas começaram uma disputa pelo território. A União Democrática de Timor (UDT), que apoiando a integração do Timor Leste à Indonésia, e a Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (FRETILIN), que defendia a independência da região. Em 1975, no mês de dezembro, a FRETILIN, que tinha apoio da maioria da população, proclamou a independência do Timor Leste. Dez dias depois a Indonésia invadiu a ilha e, em julho do ano seguinte, apesar da reprovação da Organização das Nações Unidas (ONU), transformou o território em sua 27ª província – anexação essa, que até hoje não foi reconhecida pela ONU.

Com a invasão indonésia, os exércitos da FRETILIN se refugiam nas montanhas e iniciam combates de guerrilha contra os ocupantes. Os conflitos duram até hoje e já fizeram mais de 200 mil mortos. O governo da Indonésia fez uma forte repressão militar. Forçou a adoção da língua indonésia e a islamização dos habitantes, que são na sua maioria católicos. Essa atitude fez com que aumentasse a simpatia pelas forças que pregavam a independência do Timor Leste. A partir daí surgiram várias lideranças: Xanana Gusmão, líder do Conselho Nacional da Resistência Timorense (CNRT), foi um deles. Em 1996, outros dois, o bispo Carlos Belo e o ativista exilado José Ramos Horta, receberam o Prêmio Nobel da Paz. Isso fez com que o conflito retornasse aos noticiários de todo mundo, conferindo uma maior dimensão à luta timorense. Em 5 de maio de 1999, Indonésia e Portugal firmaram (sob o patrocínio da ONU), acordo que abriu caminho para o plebiscito em que a população do Timor Leste iria decidir entre a independência ou anexação - com uma certa autonomia - ao território indonésio. O evento ocorreu no dia 30 de agosto de 1999, e a população referendou a opção pela independência. Desde o anúncio da realização do plebiscito a violência aumentou de forma assustadora e centenas de pessoas foram assassinadas, a maioria pelas mãos de grupos paramilitares pró-Indonésia. Esta invadiu e anexou o Timor Leste em 1975 depois que Portugal, que dominou o território por cerca de quatro séculos, se retirou. Finalmente, em 20/05/2002, após muitas lutas, este país tornou-se independente.

Há muito a ser relatado sobre este lugar que começa a renascer das cinzas; muito que fazer e muito já está sendo feito, com a ajuda internacional. O Brasil também faz parte dos que colaboram com a reconstrução de Timor Leste, e lá está o Professor do curso de Geografia da UDESC/FAED, Dr. Mauricio Aurélio dos Santos, que nos envia notícias. (leia artigo Timor Leste: as primeiras impressões).

Fonte: http://educaterra.terra.com.br/almanaque/historia/timor_1.htm

Manifestação contra Indonésia. Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:East_Timor_Demo.jpg

Luta pela independência. Fonte: http://educaterra.terra.com.br/almanaque/historia/timor_1.htm

TIMOR LESTE: As primeiras impressões.

Por Maurício Aurélio dos Santos

Dili, 08.08.2007. Saudações a todos! Nessas primeiras semanas vivendo num lugar tão distante e tão diferente do Brasil, envio a vocês um pequeno relato deste país tão jovem e tão sofrido, que luta para reconstruir sua vida.

Para chegar ao Timor Leste de avião há duas possibilidades. Por Bali ou por Darwim. A aeronave que faz o trajeto Darwin – Dili é pequena. Sobrevoando o Timor Leste e já dá para ver que o território é montanhoso, com rios perenes e lagoas cujo nível de água é bastante baixo nesse período do ano. Já Dili, capital do Timor Leste, é plana.

O que mais chama a atenção em Dili é a quantidade de edificações destruídas e queimadas. São casas e prédios queimados e destruídos pelo exército indonésio, quando a Indonésia foi obrigada a sair do país. A guerra civil que se instalou depois também fez estrago. No ano passado, os grupos rivais internos provocaram um conflito que durou dias, onde foram queimados alguns carros, um ônibus escolar e o almoxarifado do MEC. Se não fosse a intervenção dos soldados da força de paz da ONU, todo o prédio do MEC teria sido destruído, pois em algumas portas foi ateado fogo e alguns arquivos foram queimados.

Outro problema bem sério é a completa falta de cuidados com a questão ambiental e com o saneamento básico, mais especificamente. Por toda parte se vê valas onde o esgoto corre a céu aberto e os porcos buscam comida livremente. Os mosquitos estão por todo o lugar e a qualquer hora, embora o horário preferido deles seja ao entardecer. O calor, mesmo no inverno, é insuportável e o sol escaldante.

Logo depois do Palácio do Governo, em direção a Praia da Areia Branca encontra-se muito lixo espalhado pelas ruas. Há um rio, em direção a praia do Cristo, local onde as mulheres lavam roupas e também os porcos se banham e buscam comida. Em função da estação das secas, existe muito lixo no curso ralo do rio. Um outro detalhe é que nele, crianças catam lata, provavelmente para vender. Ir a praia é a única coisa que os estrangeiros fazem em Dili, já que não há vida noturna. Não tem mesmo. Nem o comércio, nem serviços de transporte, até os táxis não circulam depois das 18h00min ou 19h00min. Nem aulas à noite nas universidades ou nas escolas. Depois desse horário mais ninguém anda nas ruas, que viram terra de ninguém, ou melhor, das gangues, que não são poucas. Cada suco (é assim que eles chamam os bairros aqui, embora todos os sucos sejam muito pequenos) tem sua gangue, quando não tem mais de uma.

A opção então são as praias. As mais pertos do centro de Dili são a da Areia Branca e a Praia do Cristo, também conhecida como Praia dos Portugueses, por ser a preferida deles. O timorense não tem o hábito do banho de mar, pelo menos com o mesmo fim que nós, do litoral brasileiro. Somente as crianças que vendem coisas nas praias entram n’água para se lavar, quando estão muito

suadas. Timorense na praia é sempre “descolando” uns dólares em algum tipo de subemprego. Não existe ônibus, trem etc. O meio de transporte usado pelo timorense é a microlete, uma condução bem pequena, tipo dessas que se encontra no Brasil, usada quase sempre para vender cachorro quente. Eles andam em pé na porta, encima do capô ou socados dentro delas. Os estrangeiros em geral usam táxi que custa um dólar a corrida, pois não é qualquer estrangeiro que eles aceitam que ande nas microletes, pois em geral são pessoas grandes, se comparado ao tamanho médio deles. Há um bom número de restaurantes no centro de Dili. O mais freqüentado no centro, com preço acessível é um restaurante tailandês chamado Terrace Café, que fica ao lado da Universidade Nacional do Timor Lorosa’e - UNTL. Lá se pode experimentar o tempero tailandês, ou melhor, a pimenta, tailandesa, pois em tudo tem pimenta! A vantagem é que a comida é barata. Você paga um dólar por porção de mistura (é assim que eles chamam o que você mistura ou come junto com o arroz) e o arroz é livre. Um almoço pode sair por 3 dólares com refrigerante. São oferecidos três tipos de arroz. O mais exótico é de um amarelo forte.

Comer na praia tem seu valor. Além da beleza, todos os restaurantes de Dili que ficam na beira da praia (uma meia dúzia) oferecem peixes frescos e crus. Depois do cliente escolher o que quer comer, ele é limpo e preparado. Um almoço para duas ou três pessoas pode sair por 10 dólares. Agora atenção: avise que você NÃO QUER com pimenta, pois mesmo assim ainda virá com um pouco desse condimento. Parece que para eles pimenta é como o sal ou o açúcar na nossa dieta alimentar; ou seja, sempre está presente. Em geral o peixe tem uma carne um pouco mais dura que os peixes que comemos no Brasil e alguns até bem dura mesmo!

Há uma meia dúzia de supermercados no país cujos preços “salgados”. Eles são freqüentados por estrangeiros. É neles que você encontra comidas industrializadas e, sobretudo os enlatados. Cuidado com os enlatados. A sardinha é dura e apimentada, a lata de massa de tomate traz surpresas, como tomates inteiros dentro, com um molho ralo de tomates. A carne enlatada é outra coisa séria pelo tempero. As verduras são encontradas nos supermercados mais muito caras.

Por outro lado às barracas de verduras estão por todo o lado da cidade, sem contar os vendedores ambulantes. O interessante nesse comércio de verduras em barracas ou com ambulantes é a inexistência de balanças para pesar os produtos. Os timorenses que vivem dessa atividade, mais uma entre muitas no mercado de trabalho informal de Dili, arrumam suas mercadorias em montinhos e você paga por montinhos. Um montinho com 6 batatas, custa 1 dólar. Um montinho de chuchu com 5 unidades e um montinho de cenoura, com 7 unidades pode custar cada um 0,50 centavos de dólar.

Há muito que se falar de Timor Leste. Na próxima edição do PETGeo INFORMATIVO, continuarei apresentando para você o mais novo pais do mundo e o mais pobre da Ásia. A todos os leitores Moromak fo Bensaun, é o que desejo a vocês.

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Cine Pet Apresenta: OBRIGADO POR FUMAR: DATA: 21 DE AGOSTO DE 2007 - NO AUDITÓRIO DA FAED – 19h00min Convidado: Prof. Léo Diniz (Estácio de Sá). Sinopse: Nick Naylor (Aaron Eckhart) é o principal porta-voz das grandes empresas de cigarros, e ganha a vida defendendo os direitos dos fumantes nos Estados Unidos. Desafiado pelos vigilantes da saúde e também por um senador oportunista, Ortolan K. Finistirre (William H. Macy), que deseja colocar rótulos de veneno nos maços de cigarros, Nick então passa a manipular informações de forma a diminuir os riscos do cigarro em programas de TV. Além disto Nick conta com a ajuda de Jeff Megall (Rob Lowe), um poderoso agente de Hollywood, para fazer com que o cigarro seja promovido nos filmes. Sua fama faz com que Nick atraia a atenção dos principais chefes da indústria do tabaco e também de Heather Holloway (Katie Holmes), a repórter de um jornal de Washington que deseja investigá-lo. Nick repetidamente diz que trabalha apenas para pagar as contas, mas a atenção cada vez maior que seu filho Joey (Cameron Bright) dá ao seu trabalho começa a preocupá-lo.

SEMINÁRIO: 20/08/2007 Sala do PET às 08h00min

Bolsista Daniel P.Lacerda

Livro:GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREAS DEGRADAS - Gustavo Henrique de Souza Araújo, Josimar Ribeiro de Almeida e Antônio José Teixeira Guerra. Ano 2005.

Gestão Ambiental de Áreas Degradadas procura de uma forma técnica e científica, ao mesmo tempo, abordar uma temática de tamanha importância para um país que possui tantas áreas degradadas. o livro procura destacar uma gama bem variada de assuntos, que vão desde o papel da Geomorfologia no diagnóstico das áreas degradadas, passando pelo papel da Bioengenharia na recuperação dessas áreas atingidas, princípios da estabilização biotécnica, até os novos desenvolvimentos e futuras orientações na estabilização das encostas. A obra destina-se a estudantes, pesquisadores, professores, consultores, técnicos de secretarias estaduais e municipais, membros de ONGs, enfim, a todos aqueles interessados nesta temática.

FAED NOVO PRÉDIO – INAUGURAÇÃO EM 09 DE AGOSTO DE 2007

Fotos do dia da inauguração: por Andrea R. Lins

Foi inaugurado oficialmente no último dia 09 de agosto de 2007 o novo prédio da FAED no Campus Universitário de Itacorubi. Primeiramente foi a nova biblioteca, agora centralizada, e logo a seguir, foram as novas instalações do Centro de Ciências Humanas e da Educação. Foram solenidades simples, que contaram com as presenças do reitor Anselmo Fábio de Moraes, do vice-reitor Sebastião Iberes Lopes Melo, o Prof. Jarbas José Cardoso (atual diretor geral da FAED); além de pró-reitores, diretores de centros, alunos e funcionários da universidade. Representando o governador Luís Henrique da Silveira, que não compareceu, veio o Secretário da Educação Paulo Bauer. Após a descoberta da placa de inauguração e um pequeno discurso, foi servido um coquetel e teve música ao vivo. Em função do evento, as aulas foram suspensas no período noturno, voltando ao normal na sexta feira, dia 10. Lembrando em tempo que a FAED oferece os mestrados Educação e Cultura, História, Profissionalizante em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Sócio-Ambiental.

PET indica! Aqui você encontra dicas de bons livros

ABC DO DESENVOLVIMENTO URBANO - MARCELO LOPES DE SOUZA, 2005 – 192p. O que faz, afinal, de uma cidade uma cidade? O que tem sido comum a todas as cidades através dos tempos? Será que a causa básica dos graves problemas das maiores cidades brasileiras é o seu tamanho, como teima o senso comum em insistir? Como podem esses problemas ser adequadamente enfrentados? Oferecer respostas para essas e outras perguntas, de forma acessível a um público leigo, é o objetivo deste livro. Segundo Marcelo Lopes de Souza, professor da UFRJ, ao se analisarem mais detidamente as questões que envolvem as causas dos problemas urbanos e as maneiras de superá-los, verificamos que as respostas são, com freqüência, incompletas ou equivocadas. Para o autor, a discussão dos problemas urbanos, assim como a das suas possíveis soluções, não deve ficar restrita ao circuito seletivo do diálogo entre pesquisadores e técnicos, nem deve a divulgação junto a uma audiência de não-especialistas se limitar ao tratamento, comumente superficial e descontextualizado, que se encontra na grande imprensa. É necessário que aqueles profissionalmente envolvidos com análise, planejamento e gestão urbanos disponibilizem seu saber para uma audiência mais ampla, assim contribuindo para refinar a opinião pública e qualificar os cidadãos para participarem de debates e decisões sobre o destino de suas cidades com mais conhecimento de causa.

A 600 GRAUS CELSIUS – O depoimento do homem que sobreviveu a explosão do Vulcão Galeras - STANLEY WILLIAMS e FEN MONTAIGNE, 2002 – 352p. O encontro de Stanley Williams com a morte é o pano de fundo dessa história real que mistura estudo científico e histórico. O leitor transita por 1.500 vulcões ativos atualmente, que representam uma ameaça real para 500 milhões de habitantes. O fato ocorreu no inicio de 1993, quando o renomado vulcanólogo e alguns dos maiores especialistas em vulcanologia do mundo estavam reunidos num congresso em Pasto – pequena cidade da Colômbia. O grupo de estudiosos encontrava-se no cume do vulcão Galeras um dos mais perigosos do planeta, no momento em que ele entrou em erupção. Seis cientistas foram mortos instantaneamente. Atingido por pedras incandescentes que alcançavam velocidade superior ao de uma bala, Stanley teve graves ferimentos, permanecendo imóvel, à beira da morte, até ser resgatado milagrosamente com vida para fora da cratera. A 600º CÉLSIUS traz o relato, em primeira pessoa, dessa tragédia, revelando a fascinante e louca aventura dos que se dedicam a vulcanologia, explorando o profundo impacto dos vulcões na geografia e na história das civilizações.

QUEIMADO QUEIMADO, MAS AGORA NOSSO! Timor: das cinzas à liberdade ROSELY FORGANES, 2002 – 507p. A jornalista brasileira Rosely Forganes esteve no Timor Leste quatro vezes depois de 1999. Viu a destruição de perto e, "sem coragem de dar às costas", voltou para acompanhar a reconstrução do país. Fez centenas de entrevistas, unindo habilmente os depoimentos de políticos, habitantes, militares, educadores, missionários, religiosos. O livro é escrito sempre na primeira pessoa do singular, os depoimentos são vivos, como se tudo estivesse acontecendo no momento da leitura. Em 507 páginas, a jornalista permite que o leitor mergulhe de cabeça em uma história que começa em Paris, cidade de onde decidiu cobrir o conflito. Forganes conta, com riqueza detalhes, todas as dificuldades por que passa um correspondente de guerra. Seu texto possibilita entender como tomou cada decisão, geralmente difícil, para reportar os fatos. É uma “viagem existencial às entranhas da destruição e reconstrução de um país”. É recomendado a todos que pretendem entender um pouco sobre o Timor leste, país que do outro lado do mundo fala português como nós. Simplicidade e clareza, uma história ao mesmo tempo emocionante e trágica, mostrando o que realmente aconteceu no Timor. Afinal, ela estava lá, e viu como as coisas aconteceram.

UMA QUESTAO DE GRAUS - O que a temperatura revela sobre o passado - GINO SEGRE – 2005 – 268p. Uma questão de graus, livro de estréia do renomado físico italiano Gino Segrè, que conduz o leitor a uma interessante jornada científica, histórica e cultural. O subtítulo da obra já deixa bastante claro o tema a que o autor se dedica: O que a temperatura revela sobre o passado e o futuro da nossa espécie, nosso planeta e nosso universo. O resultado é um volume com muitas histórias curiosas, colecionadas ao longo de toda uma vida de pesquisas. Muito bem recebido pela comunidade científica internacional. Uma questão de graus também conseguiu conquistar o público leigo, graças ao texto leve, fluido e informal de Segrè. O autor começa falando do corpo humano e do fato de a temperatura interna de todas as pessoas saudáveis seja a mesma, não importando a idade, independentemente de onde se vive ou de qual seja sua raça e tipo físico. Segrè fala também da descoberta do fogo por nossos ancestrais, e de tudo que isso possibilitou, desde a Idade do Bronze (há 6 mil anos) até a Revolução Industrial (no século XVIII) e a recente Era Nuclear.

Eventos XIX Encontro Nacional de Geografia Agrária. 02 a 09 de fevereiro de 2008. Informações: http://www.geografia.ffch.usp/inferior/laboratorio/agraria.

IV Encontro Regional Sul de História Oral – ocorrerá entre 12 e 14 de novembro de 2007, em Florianópolis, na UFSC As inscrições de trabalho

podem ser feitas até o dia 15 de agosto. Melhores informações consulte a página http://www.cfh.ufsc.br/abho4sul/ II Ciclo de Idéias e Debates do Cedri. 17 a 19 de outubro de 2007. Informações: http://www.ourinhos.unesp.br/cedri III Simpósio Nacional e I Fórum Internacional de Geografia da Saúde. De 08 a 10 de outubro de 2007. Informações: http://www.geosaude.ufpr.br

IV Encontro Regional Sul de História Oral. Entre 12 e 14 de novembro de 2007 ocorrerá em Florianópolis, na UFSC.

As inscrições de trabalho podem ser feitas até o dia 15 de agosto. Melhores informações consulte a página http://www.cfh.ufsc.br/abho4sul/ I Seminário regional sobre território, fronteira e cultura - Territorialidade, cultura e ambiente: olhares, significados e representações em áreas de fronteira. LABORATÓRIO DE ESTUDOS URBANOS, AGRÁRIOS E CULTURAIS /UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS – UFGD. Dourados – MS, 16 a 18 de outubro de 2007 - Informações: fronteira@ufgd. edu.br Tel 67 / 3411 / 3896 ou 3411-3885 Estão abertas as candidaturas para a freqüência do 3º ciclo do ensino superior universitário pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. O Curso de Doutoramento em Geografia é composto por um semestre letivo, um semestre de introdução à dissertação e quatro semestres dedicados à elaboração da dissertação. Para mais informações devem contatar os serviços de pós-graduação (flspg@letras. up.pt), ou podem contatar o coordenador (joseriof@letras. up.pt).

Fontes consultadas: LINS, Zenilda Nunes. Faculdade de Educação: projeto e realidade. 2. ed. Florianópolis: Ed. da UDESC, 1999. WILLIAMS, Stanley, MONTAIGNE, Fen. A 600º Célcius: O depoimento do homem que sobreviveu à explosão do vulcão Galeras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. 333p. Documentários: Krakatoa – Discovery Channel – exibido em 13/04/2005 - Categoria: filme/ documentário. The year without Summer (O ano sem verão) – Discovery Channel – exibido em 11/05/2005 - Categoria:documentário

Assessoria de Comunicação da UDESC http://www.udesc.br/ascom/noticias/mostranoticia.php3?qwerty=2007&qwebty=08&quebty=9&qwbrty=0, acesso em 14/08/2007. Indonésia http://www.destinosasiaticos.com/viajes/indonesia/sobre+indonesia/geografia.html , acesso em 10/08/2007.

Timor Leste – disponível em: http://www2.opopular.com.br/especiais/materias/timor.htm , acesso em 10/08/2007. http://www.timorcrocodilovoador.com.br/geografia-mauricio_waldman.htm , acesso em 10/08/2007. Foto cartaz: Manifestação contra a invasão da Indonésia Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:East_Timor_Demo.jpg, acesso em 10/08/07.

Timor Leste: http://www.portasabertas.org.br/paises/perfil.asp?ID=89, acesso em 09/07/2007. Livros: http://www.timorcrocodilovoador.com.br/criticas.html, acesso em 11/08/2007. http://www.planetanews.com/produto/L/36132/abc-do-desenvolvimento-urbano-marcelo-lopes-de-souza.html acesso em 10/08/2007 http://www.editorarocco.com.br/shopping/ExibirLivro.asp?Livro_ID=85-325-1863-X, acesso em 11/08/2007. http://www.scite.pro.br/tudo/liv.php?_a600grauscelsius, acesso em 10/08/2007.

Responsável pelo informativo: Bolsista Andrea Rosa Lins- 6ª fase – Geografia Bacharelado. Colaboradores desta edição: Prof. Mauricio A. dos Santos Bolsista Ary Pinheiro Leite: (8ª fase Geografia Bacharelado)foto novo prédio FAED Pesquisadora Associada: Marilu Ângela May (8ª fase Geografia Licenciatura): Eventos