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EDAR www.edicionesarqueologicas.com Colección eBooks EDAR OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA DETECÇÃO DE UILLÆ EM MEIO RURAL NO PORTUGAL ROMANO Um Modelo Preditivo Maria Helena Neves Pereira Ramalho Rua

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Colección eBooks EDAR

OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA DETECÇÃO DE

UILLÆ EM MEIO RURAL NO PORTUGAL ROMANO

Um Modelo Preditivo

Maria Helena Neves Pereira Ramalho Rua

OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA DETECÇÃO DE UILLÆ EM MEIO RURAL NO PORTUGAL ROMANO

Um Modelo Preditivo

EDAR

OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA DETECÇÃO DE UILLÆ EM MEIO RURAL NO PORTUGAL ROMANO

Um Modelo Preditivo

Maria Helena Neves Pereira Ramalho Rua

EDAR

OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA DETECÇÃO DE UILLÆ EM MEIO RURAL NO PORTUGAL ROMANOUm Modelo Preditivo

Maria Helena Neves Pereira Ramalho Rua

© 2009, de esta edición, EDAR — Hugony Editore© Maria Helena Neves Pereira Ramalho Rua© de los textos y fi guras, sus autores

Dissertação para a obtenção do Grau de Doutor em Engenharia do Território

Orientador Doutor Carlos Tavares Ribeiro Co-orientador Doutor João Luís Serrão da Cunha Cardoso Presidente Reitor da Universidade Técnica Vogais Doutor Th eodor Hauschild Doutor António Ressano Garcia Lamas Doutor João Luís Serrão da Cunha Cardoso Doutor Carlos Tavares Ribeiro Doutor José António Pereira Tenedório Doutor João Luís Gustavo de Matos

International View s.r.l.Via Pier Luigi da Palestrina, 3120124 Milano (Mi), Italiahttp://[email protected]

Quedan rigurisamente prohibidas, sin la autorización escrita de los titulares del copyright, bajo las sanciones establecidas por las leyes, la reproducción total o parcial de esta obra por cualquier medio o

procedimiento, incluidos la reprografía y el tratamiento informático.Todos los derechos reservados.

Primera edición: Septiembre de 2009ISBN: 978-84-936479-4-0 EDAR

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................1

1. Considerações Gerais ..........................................................................................3

2. Objectivos e Justifi cação ......................................................................................82.1. Metodologia ...................................................................................................................... 92.2. Organização da Dissertação .............................................................................................11

2. SÍNTESE DOS MÉTODOS DE LEVANTAMENTO ARQUITECTÓNICO NO DOMÍNIO DA ARQUEOLOGIA ...........13

1. A Arqueologia como Área Interdisciplinar ......................................................... 15

2. Métodos de Detecção Remota e Trabalhos de Campo ......................................... 162.1. Utilização da Fotografi a Aérea em Arqueologia ................................................................172.2. Detecção por Satélite ........................................................................................................192.3. Técnicas de Prospecção Directa ........................................................................................23

2.3.1. Detecção por Estudo da Resistividade Eléctrica .................................................................262.3.2. Detecção por Processos Magnéticos .....................................................................................272.3.3. Outros Processos Geofísicos .................................................................................................29

2.4. Intervenções Arqueológicas ..............................................................................................312.4.1. Sondagens ..........................................................................................................................312.4.2. Escavação em Área.............................................................................................................342.4.3. Reticulação do Terreno ......................................................................................................35

3. Levantamentos de Campo - O Desenho Perspéctico como Registo Primário ....... 41

4. Técnicas de Levantamento ................................................................................. 454.1. Levantamento de Estruturas Arquitectónicas ...................................................................46

4.1.1. Referências Externas: Pontos e Alinhamentos ....................................................................464.1.2. Medições Directas e Indirectas ...........................................................................................48

4.2. Levantamento de Estruturas Arqueológicas .....................................................................514.2.1. Referências Externas: Quadrículas ...................................................................................53

4.3. Rectifi cação de Imagens e Levantamentos Tridimensionais ..............................................554.4. Procedimentos Passíveis de Normalização ........................................................................58

3. CARACTERIZAÇÃO E ADEQUAÇÃO DOS SIG À ARQUEOLOGIA ................................................................................. 61

1. Síntese da Evolução Histórica dos SIG ............................................................... 63

2. Os SIG e a Análise Espacial Arqueológica .......................................................... 65

3. Generalidades sobre Equipamentos e Programas para Utilização em SigArqueo . 68

4. Modelos SIG ..................................................................................................... 69

5. Bases de Dados .................................................................................................. 71

6. Estruturas de Dados SIG ................................................................................... 73

6.1. Estrutura de Dados de Natureza Raster ............................................................................746.2. Estrutura de Dados de Natureza Vectorial ........................................................................756.3. Outras Estruturas de Dados .............................................................................................77

7. Temas de Dados ................................................................................................. 77

8. Operações sobre Dados de SIG .......................................................................... 78

9. Os SIG no Domínio da Arqueologia e Dimensão Espacial .................................. 799.1. Modelos de Localização de Sítios e de Gestão dos Recursos Culturais ...............................81

9.1.1. Concepção do Modelo .........................................................................................................849.1.2. Organização dos Dados......................................................................................................879.1.3. Utilização de Procedimentos Estatísticos ............................................................................879.1.4. Obtenção de Resultados ......................................................................................................90

9.2. Modelos de Paisagem Social .............................................................................................949.2.1. Caracterização ...................................................................................................................969.2.2. Migração Demográfi ca e Povoamento nos Modelos de Paisagem Social ...........................106

9.3. Modelo para a Reconstituição da Paisagem Antiga .........................................................1079.4. Síntese dos Tipos de Modelação SigArqueo ....................................................................110

4. METODOLOGIAS DE APLICAÇÃO: OS CASOS EM ESTUDO . 113

1. Introdução ....................................................................................................... 115

2... Metodologia Utilizada Para a Determinação das Áreas Territoriais Subjacentes a Cada Uilla, a Implementar no Modelo Preditivo ............................................... 125

3. O SIG e a Modelação de Padrões de Uillæ em Arqueologia ............................... 1303.1. Parâmetros e Temas a Considerar ...................................................................................157

4. Sistematizaçao das Operações de Sobreposição (Overlay) .................................. 160

5. Descrição e Resultados das Operações SIG ...................................................... 1675.1. Integração de Dados de Levantamento ...........................................................................1755.2. Integração de Dados de Detecção Remota .......................................................................183

6. Detecção Remota e Trabalho de Campo em Terreno Real ................................. 184

7. Análise SIG e Interpretação de Resultados ....................................................... 185

8. Modelação Segundo Gamas de Valores das Variáveis ........................................ 1938.1. Processo de Análise Segundo Métodos de Somas Ponderadas .........................................1948.2. Pesquisa Local a Escala Detalhada .................................................................................2078.3. Possíveis Desenvolvimentos e Especifi cidades ................................................................227

5. CONCLUSÕES ................................................................................... 229

1. Um Novo Modo de Inferir o Passado ................................................................ 231

2. Desenvolvimentos Futuros .............................................................................. 232

6. BIBLIOGRAFIA ................................................................................ 235

PUBLICAÇÕES: .................................................................................................... 235

OUTRAS PUBLICAÇÕES: ................................................................................... 245

OUTRAS REFERÊNCIAS: .................................................................................. 247

ÍNDICE E ORIGEM DAS FIGURAS

Fig. 2.1.- Sistematização de uma sequência aérea. As fotografi as são realizadas na vertical, regularmente, de forma a obter as sobreposições necessárias (a perfazer a dimensão do fotograma s, no exemplo apresentado); adaptado de [ZEISS, 1970.(188)].

19

Fig. 2.2.- Detecção remota. a) Fluxo da informação entre o objecto e o sensor observador; b) Princípios básicos da física aplicados à detecção remota; adaptado de [178].

21

Fig. 2.3.- a) Sequência para a obtenção de uma imagem por detecção remota.; b) Atribuição de um signifi cado temático aos valores digitais; c) Avaliação da precisão da classifi cação; e d) Exemplo de uma imagem com 1.metro de

resolução; adaptado de [178].

22

Fig. 2.4.- Resistividade eléctrica. a) Esquema da disposição dos quatro pólos (eléctrodos) cravados na superfície do terreno (dois

de passagem de corrente e dois para medir a intensidade da mesma), em relação ao vestígio enterrado F. A distância entre os pólos deve ser, aproximadamente, a mesma a que os vestígios estão enterrados, mas, como normalmente se desconhece essa distância, é conveniente realizar provas em diferentes pontos; adaptado de [LERICI & LININGTON, 1970.(188)];

b) Resultado esperado em planta e corte: linhas equipotenciais (a) e linhas de fl uxo (b). A e B, eléctrodos de corrente; C e D, eléctrodos de potencial; adaptado de [FERNÁNDEZ, 1981.(63)].

26

Fig. 2.5.- Resistividade eléctrica. a) Exemplo da anomalia produzida por uma construção soterrada, num perfi l de resistividade

efectuado na Uilla Cardílio; adaptado de [MONTEIRO & MATIAS, 1987.(191)]; b) Troço de um mapeamento da resistividade, efectuado em Mugardos; adaptado de [MATIAS &

ALMEIDA, 1992.(191)].

27

Fig. 2.6.- Detecção magnética. Esquema da detecção magnética do vestígio F pelo detector D; adaptado de [LERICI & LININGTON, 1970.(188)]. Gráfi co com os resultados de uma prospecção magnética em área onde se detectam algumas construções, nomeadamente, os muros de um pátio fechado (em baixo à esquerda) inseridos num edifício rectangular, para além da profusão de objectos de ferro enterrados (picos dispersos); adaptado de [MARTÍNEZ, 1989.(112)].

28

Fig. 2.7.- Exemplo de um aparelho de perfuração adaptado a um veículo. A perfuração dos estratos ocorre, também, na camada arqueológica; adaptado de [LERICI & LININGTON, 1970.(188)].

32

Fig. 2.8.- Exemplos teóricos de diferentes tipos de amostragem estatística em prospecção directa: 33Fig. 2.9.- a) Quadrícula fi nita. A referência de controlo da unidade sombreada é N4/E2. As estacas da

quadrícula ao longo do meridiano podem designar-se por A, B, C, etc.; e as estacas da linha base, por 1, 2, 3, etc., sendo a unidade sombreada C2;

b) Quadrícula de união com divisões. O ponto de controlo da unidade sombreada é S4/E1. A unidade tracejada é N4/E4. A unidade ponteada é S4/W4. Note-se que o meridiano do sítio e as linhas de base estão protegidos, deixando um “muro” sem escavar, normalmente de um metro de largura (metade para cada lado das linhas de controlo);

c) Quadrícula especial orientada para o “Norte Projectado”, aplicada a uma gruta, na qual seria impraticável orientar a quadrícula segundo um eixo N/S; adaptado de [HESTER, HEIZER & GRAHAM, 1988.(81)].

36

Fig. 2.10.- Divisão do campo segundo a técnica de escavação francesa; adaptado de [LEROI-GOURHAN & BRÉZILLON, 1972.(97)].

37

Fig. 2.11.- Divisão do campo segundo a técnica de escavação inglesa, adaptado de [RODRIGUES, 1961.(137)].

38

Fig. 2.12.- Divisão do campo segundo a técnica de escavação alemã; adaptado de [RODRIGUES, 1961.(137)].

38

Fig. 2.13.- Escavações que mostram as paredes divisórias; segundo [HESTER, HEIZER & GRAHAM, 1988.(81)].

39

Fig. 2.14.- Perspectiva aérea realizada com recurso a uma câmara clara, segundo [LANE, 1826-7.(40)]. 42Fig. 2.15.- Comparação do registo do mesmo objecto realizado em épocas e por autores diferentes. 44Fig. 2.16.- Monografi a do ponto A; adaptado de [MARINO, 1984.(110)]. 47Fig. 2.17.- Utilização do esquadro agrimensor no século XVIII; segundo [PERINI, 1757.(110)]. 48Fig. 2.18.- a) Associação linear e em extensão de retículas quadrangulares e triangulares; adaptado de

[MARINO, 1984.(110)].b) A quadrícula de levantamento, com um metro de lado, constitui a materialização de um plano

vertical, cotado, onde referir os pontos notáveis do objecto, permitindo reproduzir a exacta geometria da estrutura; adaptado de [MARINO, 1984.(110)].

49

Fig. 2.19.- O “quadrante geométrico” para a determinação da distância, segundo [RYFF, 1574.(110)], e a relação entre distância real (a mínima existente entre dois pontos) e distância topográfi ca (a mesma distância projectada num plano).

50

Fig. 2.20.- Exemplos de medições indirectas por recurso a pontos e a alinhamentos externos à estrutura a dimensionar.

50

Fig. 2.21.- Exemplo da sobreposição de uma quadrícula a um sítio arqueológico. Na referência cartográfi ca, identifi cam-se as linhas principais, eixos de coordenadas, localizam-se os pontos notáveis de orientação dos eixos e outras referências de carácter permanente, podendo, ainda, vir a ser acrescentados novos elementos a esta informação, nomeadamente a localização dos cortes da escavação; segundo[HESTER, HEIZER & GRAHAM, 1988.(81)].

52

Fig. 2.22.- Esquema da sobreposição de duas quadrículas de múltiplo espaçamento, para utilização simultânea à escavação e ao registo.

53

Fig. 2.23.- Esquema da utilização da esquadria de medição para a localização de artefactos; adaptado de [HESTER, HEIZER & GRAHAM, 1988.(81)].

54

Fig. 2.24.- Determinação do ponto notável de um objecto por leitura da medição feita à quadrícula envolvente. 54Fig. 2.25.- Determinação das cotas de cada elemento desenhado. 55Fig. 2.26.- Restituição fotográfi ca através de quadrículas (máquina fotográfi ca posicionada ortogonalmente à

quadrícula e com um ângulo de 45º). Indicação do sistema utilizado para a extensão do mesmo, a partir do quadrado de base; adaptado de [MARINO, 1984.(110)].

56

Fig. 2.27.- Exemplo de uma restituição, a partir de fotografi a (escala original: 1: 20); adaptado de [MARINO, 1984.(110)].

57

Fig. 2.28.- Exemplo de orientação da fachada de um edifício num equipamento Intergraph Photogrammetric Station; segundo [NETO, 2000.(183)].

58

Fig. 3.1.- Um esquema de SIG; adaptado de [MADRY, 1990.(105)]. 68Fig. 3.2.- A realidade (real-world) pode ser identifi cada com um sistema de informações de natureza

geográfi ca susceptível de uma organização por temas e por camadas mutuamente relacionáveis [RIBEIRO, 1994.(194)].

71

Fig. 3.3.- As três características da informação geográfi ca; adaptado de [STINE & LANTER, 1990.(150)]. 72Fig. 3.4.- Esquema de utilização de dados num SIG; adaptado de [RIBEIRO, 1994.(194)]. 73Fig. 3.5.- Representação de uma linha e de uma área geográfi ca ao modo raster. Para a mesma fi gura

inicial podem obter-se diferentes resultados, de acordo com os critérios de medição utilizados nas zonas situadas entre diferentes valores.

74

Fig. 3.6.- Representação de pontos, linhas e polígonos, de acordo com uma estrutura de dados vectorial; segundo [RIBEIRO, 1994.(194)].

76

Fig. 3.7.- Exemplo de uma fi cha de um artefacto (arreios de cavalo), georreferenciado à respectiva Estação Arqueológica e com possibilidade de ligação (hyperlink) à cartografi a do sítio onde foi descoberto [QUESADA, GABALDÓN & HERRERO, 1998.(133)]

82

Fig. 3.8.- Exemplo da análise morfológica da envolvente alargada (3 km), para cada uma das fases consideradas (CI+CI(?) - Calcolítico Inicial mais Calcolítico Inicial(?), CP - Calcolítico Pleno, CF - Calcolítico Final, BRA+BRA(?) - Bronze Recente A mais Bronze Recente A(?), BRB1+BRB1(?) - Bronze Recente B1 mais Bronze Recente B1(?), BRB2 - Bronze recente B2), para a campina cordobesa; adaptado de [SÁNCHEZ & CRUZ, 2000.(168)].

98

Fig. 3.9.- Exemplo da medição das orientações para as fases do Calcolítico e do Bronze; adaptado de [SÁNCHEZ & CRUZ, 2000.(168)].

98

Fig. 3.10.- Comparação da análise das visibilidades de sítios: a) Calcolítico; e b) Bronze; segundo [SÁNCHEZ & CRUZ, 2000.(168)].

99

Fig. 3.11.- Exemplo de localização dos centros médios; adaptado de [SÁNCHEZ & CRUZ, 2000.(168)]. 100Fig. 3.12.- Exemplo de uma “estrela” resultante da sobreposição de informação recolhida para o sítio 1511 de

Antelepe (E.U.A.), com indicação e intensidade das variáveis consideradas: fundações, paredes, telhas, vestígios de caves, cisternas, locais de combustão, material cerâmico e outros vestígios; adaptado de [WILLIAMS, LIMP & BRIUER, 1990.(161)].

102

Fig. 3.13.- “Estrelas” resultantes dos sítios comunitários assinalados, de uma área de estudo, para variáveis de produtividade agrícola [WILLIAMS, LIMP & BRIUER, 1990.(161)].

104

Fig. 3. 14.- “Estrelas” resultantes das comunidades assinaladas, de uma área de estudo, considerando todas as variáveis da pesquisa [WILLIAMS, LIMP & BRIUER, 1990.(161)].

105

Fig. 3.15.- Exemplo da determinação de um cadastro do séc. XVIII, sobreposto à cartografi a actual da cidade de Écija (Sevilha-Espanha); exemplo de [FERNÁNDEZ, AGULLA, VARGAS & VEGA, 2000.(168)].

109

Fig. 4.1.- a) Ilustração da georreferenciação do património romano classifi cado; b) Identifi cação dos dez casos de estudo.

123

Fig. 4.2.- Áreas de infl uência e limites atribuídos a cada sítio para utilização na Modelação Preditiva. 129Fig. 4.3.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno, Carta de Declives e Carta de Orientações da Abicada

(dados à escala 1: 25.000).131

Fig. 4.4.- a) Localização da Estação Arqueológica da Abicada na imagem de satélite; b) Perspectiva da imagem de satélite sobreposta às curvas de nível e linhas de água; c) Perspectiva do Modelo Digital de Terreno, com indicação do Ponto Central da Estação.

132

Fig. 4.5.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno, Carta de Declives e Carta de Orientações do Ameixial (dados à escala 1: 25.000).

133

Fig. 4.6.- a) Localização da Estação Arqueológica do Ameixial na imagem de satélite; b) Perspectiva da imagem de satélite sobreposta às curvas de nível e linhas de água;c) Perspectiva do Modelo Digital de Terreno, com indicação do Ponto Central da Estação.

134

Fig. 4.7.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno, Carta de Declives e Carta de Orientações de Cardílio (dados à escala 1: 25.000).

135

Fig. 4.8.- a) Localização da Estação Arqueológica de Cardílio na imagem de satélite; 136Fig. 4.9.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno, Carta de Declives e Carta de Orientações de Freiria

(dados à escala 1: 25.000).137

Fig. 4.10.- a) Localização da Estação Arqueológica de Freiria na imagem de satélite; b) Perspectiva da imagem de satélite sobreposta às curvas de nível e linhas de água; c) Perspectiva do Modelo Digital de Terreno, com indicação do Ponto Central da Estação.

138

Fig. 4.11.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno, Carta de Declives e Carta de Orientações do Montinho das Laranjeiras (dados à escala 1: 25.000).

139

Fig. 4.12.- a) Localização da Estação Arqueológica do Montinho das Laranjeiras na imagem de satélite;b) Perspectiva da imagem de satélite sobreposta às curvas de nível e linhas de água; c) Perspectiva do Modelo Digital de Terreno, com indicação do Ponto Central da Estação.

140

Fig. 4.13.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno, Carta de Declives e Carta de Orientações de Manuel Galo (dados à escala 1: 25.000).

141

Fig. 4.14.- a) Localização da Estação Arqueológica de Manuel Galo na imagem de satélite; b) Perspectiva da imagem de satélite sobreposta às curvas de nível e linhas de água; c) Perspectiva do Modelo Digital de Terreno, com indicação do Ponto Central da Estação.

142

Fig. 4.15.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno, Carta de Declives e Carta de Orientações de Milreu (dados à escala 1: 25.000).

143

Fig. 4.16.- a) Localização da Estação Arqueológica de Milreu na imagem de satélite; b) Perspectiva da imagem de satélite sobreposta às curvas de nível e linhas de água; c) Perspectiva do Modelo Digital de Terreno, com indicação do Ponto Central da Estação.

144

Fig. 4.17.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno, Carta de Declives e Carta de Orientações de Pisões (dados à escala 1: 25.000).

145

Fig. 4.18.- a) Localização da Estação Arqueológica de Pisões na imagem de satélite; b) Perspectiva da imagem de satélite sobreposta às curvas de nível e linhas de água; c) Perspectiva do Modelo Digital de Terreno, com indicação do Ponto Central da Estação.

146

Fig. 4.19.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno, Carta de Declives e Carta de Orientações de São Cucufate (dados à escala 1: 25.000).

147

Fig. 4.20.- a) Localização da Estação Arqueológica de São Cucufate na imagem de satélite; b) Perspectiva da imagem de satélite sobreposta às curvas de nível e linhas de água; c) Perspectiva do Modelo Digital de Terreno, com indicação do Ponto Central da Estação.

148

Fig. 4.21.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno, Carta de Declives e Carta de Orientações de Torre de Palma (dados à escala 1: 25.000).

149

Fig. 4.22.- a) Localização da Estação Arqueológica de Torre de Palma na imagem de satélite; b) Perspectiva da imagem de satélite sobreposta às curvas de nível e linhas de água; c) Perspectiva do Modelo Digital de Terreno, com indicação do Ponto Central da Estação.

150

Fig. 4.23.- Histograma dos Declives dos dez casos de estudo (dados à escala 1: 25.000). 153Fig. 4.24.- Histograma das Orientações dos dez casos de estudo (dados à escala 1: 25.000). 154Fig. 4.25.- Comparação da percentagem de orientações das áreas dominantes de cada Uillæ (dados à

escala 1: 25.000).155

Fig. 4.26.- Ilustração das Cartas de Declives e Orientações de Freiria para dados à escala 1: 2.000 (pixel = 2 metros).

155

Fig. 4.27.- Histograma dos Declives e Orientações de Freiria (dados à escala 1: 2.000). 156Fig. 4.28.- Comparação dos Histogramas de Orientações de Freiria, para dados a escalas distintas. 156Fig. 4.29.- Esquema da organização dos temas utilizados na pesquisa automática. 163Fig. 4.30.- Organigrama da sobreposição da informação do 1º Eixo, de acordo com a terminologia

apresentada no Quadro 4.7.169

Fig. 4.31..- Organigrama da sobreposição da informação do 2º Eixo, de acordo com a terminologia apresentada no Quadro 4.7.

170

Fig. 4.32..- Organigrama da sobreposição da informação do 3º Eixo, de acordo com a terminologia apresentada no Quadro 4.7.

171

Fig. 4.33.- Organigrama da sobreposição da informação do 4º Eixo, de acordo com a terminologia apresentada no Quadro 4.7.

172

Fig. 4.34.- Sobreposição dos valores escolhidos, aos quatro eixos. 173Fig. 4.35..- Organigrama da sobreposição da informação dos quatro eixos. 173Fig. 4.36.- Resultado da pesquisa automática: seis sítios a prospectar. 174Fig. 4.37.- Localização GPS dos quatro pontos de Freiria.- correspondência gráfi ca do relatório GPS. 177Fig. 4.38.- Sobreposição dos quatro pontos ao levantamento. 178Fig. 4.39.- Sobreposição entre levantamentos: satélite, aéreo e arqueológico. 179Fig. 4.40.- Sobreposição entre levantamento aéreo e levantamento arqueológico. 179

Fig. 4.41.- Sobreposição do levantamento, com uma altura média de 0,4 metros acima do MDT. 180Fig. 4.42.- Reconstituição virtual do celeiro de Freiria. 181Fig. 4.43.- Sobreposição dos levantamentos de Milreu e São Cucufate às respectivas imagens de satélite. 181Fig. 4.44.- Exemplo de uma análise esquemática ao desenvolvimento do peristilo. 1, Torre de Palma. 2,

Milreu. 3, Abicada. 4, esquema da Uilla clássica; adaptado de [GORGES, 1979.(71)]. 182

Fig. 4.45.- Confrontação dos resultados da modelação com a informação georreferenciada, existente para a zona.

187

Fig. 4.46.- Sobreposição das potenciais áreas de localização de sítios aos respectivos ortofotos, com duas sugestões de áreas a prospectar.Sobreposição das potenciais áreas de localização de sítios aos respectivos ortofotos.

188

Fig. 4.47.- Resultados da operação do modelo considerando os dez casos de estudo.Resultados da operação do modelo considerando também o caso do Castelo da Lousa.

192

Fig. 4.48.- Esquema da equivalência gráfi ca dos Métodos de Somas Ponderadas 201Fig. 4.49.- Resultado da pesquisa por ponderação de valores, determinação de áreas de igual preferência e

selecção das zonas de maior acumulação com base na cartografi a à escala 1: 25 000.206

Fig. 4.50.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno da Carta 412, Carta de Declives e Carta de Orientações (dados à escala 1: 25.000).

211

Fig. 4.51.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno da Carta 539, Carta de Declives e Carta de Orientações (dados à escala 1: 25.000).

212

Fig. 4.52.- lustração do Modelo Digital de Terreno da Carta 574, Carta de Declives e Carta de Orientações (dados à escala 1: 25.000).

213

Fig. 4.53.- Histograma de Orientações das três cartas anteriores (dados à escala 1: 25.000 – células de 2 x 2 metros).

214

Fig. 4.54.- Comparação da variação de classes de valores de declives e orientações, para o mesmo caso de estudo, considerando diferentes áreas de infl uência (dados à escala 1: 25 000).

216

Fig. 4.55.- Esquema das Preocupações Ambientais na época romana, para a pars rustica e para a pars urbana.

217

Fig. 4.56.- Determinação das áreas de maior potencial nas Cartas 412, 539 e 574 (dados à escala 1: 25.000). 225Fig. 4.57.- Ilustração do Modelo Digital de Terreno das áreas de maior potencial nas Cartas 412, 539 e 574

(dados à escala 1: 25.000).226

ÍNDICE E ORIGEM DOS QUADROS

Quadro 2.1.- Esquema dos diversos métodos de prospecção descritos 30Quadro 3.1.- Tipos de resultados obtidos em função dos dados utilizados 78Quadro 3.2.- Esquema de procedimentos usados para:

a) Criar fi cheiros de dados SIG em Arqueologia; b) Criar, testar e aplicar modelos preditivos baseados em probabilidades para a localização de sítios arqueológicos a partir de grupos de dados SIG

88

Quadro 3.3.- Exemplo da codifi cação e medição das variáveis ambientais utilizadas num projecto de modelação preditiva, [WARREN, 1990.(158)] Table 18.1 Environmental variables used to measure the locations of sites and nonsites in the Shawnee study area, in “Predictive Modelling of Archaeological Site Location: a Case Study in the Midwest”, Interpreting Space: GIS and Archaeology, ed. Allen, K. M. S., Green, S. W. e ZUBROW, E. B. W., Taylor and Francis, London, New York, Philadelphia, p. 207

92

Quadro 4.1.- Listagem e localização do património romano classifi cado; [http://www.monumentos.pt] 119Quadro 4.2.- Listagem dos vestígios romanos; adaptado de [ALARCÃO, 1988.(8)] 122Quadro 4.3.- Quantifi cação das áreas de infl uência de cada Uilla 129Quadro 4.4.- Declives (classes de percentagem de inclinação) dos dez casos de estudo (dados à escala

1: 25.000)152

Quadro 4.5.- Orientações (valores médios do local e percentagens) dos dez casos de estudo (dados à escala 1: 25.000)

154

Quadro 4.6.- Distância do ponto (0; 0) de cada Uillæ à linha de água mais próxima 157Quadro 4.7.- Temas e coberturas utilizados no modelo SigArqueo 158Quadro 4.8.- Matriz e histogramas dos valores dominantes dos casos de estudo 164Quadro 4.9.- Sistematização dos temas pelos quatro eixos, com os respectivos valores médio e de maior

acumulação166

Quadro 4.10.- Temas e ordem de grandeza dos valores utilizados na presente modelação SigArqueo 168Quadro 4.11.- Relatório GPS para os quatro pontos escolhidos de Freiria 176Quadro 4.12.- Resultados da pesquisa à Carta Arqueológica de Portugal [171] para a região potencial 185Quadro 4.13.- Resultados da pesquisa à Base de Dados do I.P.A. para a região potencial 186Quadro 4.14.- Temas e intervalos de valores utilizados no novo processo de operação do modelo 191Quadro 4.15.- Factores de ponderação dos temas e intervalos de valores utilizados na determinação de áreas

de igual preferência205

Quadro 4.16.- Temas e intervalos de valores correspondentes às preocupações ambientais romanas 221Quadro 4.17.- Resultados da pesquisa à Base de Dados do I.P.A. das freguesias correspondentes às zonas

potenciais224

RESUMO / ABSTRACT

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I. OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA NA DETECÇÃO DE UILLÆ EM MEIO RURAL NO PORTUGAL ROMANOUm Modelo Preditivo

RESUMOO crescente desenvolvimento de projectos baseados em Sistemas de Informação Geográfi ca permitiu alargar o âmbito inicial das suas aplicações, estritamente geográfi cas, a outras especializações, designa-damente no domínio da arqueologia. O estudo da aplicação dos Sistemas de Informação Geográfi ca à análise Arqueológica do Património Arquitectónico possibilitou a teorização uma ideia inicial (1998) e a sua apresentação em dissertação de doutoramento (2003).

O objectivo deste trabalho é demonstrar a capacidade dos Sistemas de Informação Geográfi ca -SIG, ao associar os factores de natureza geográfi co-ambiental aos modelos arqueológicos tradicionais, designan-do-os por Sistemas de Informação Geográfi co-Arqueo-lógicos -SigArqueo. Apesar de, nesta nova área de investigação, existirem três tipos de modelos de aplicações distintos, embora complementares, que podem ser utilizados na investigação SigArqueo, o presente trabalho incidiu, com maior pormenoriza-ção, na aplicação experimental do modelo de Localização de Sítios e de Gestão dos Recursos Culturais a casos existentes de Uillæ romanas em meio rural, no território nacional.

Para a experimentação de um modelo preditivo de localização das Uillæ, são descritos os métodos ar-queológicos tradicionais, com especial relevância para o levantamento e registo, explorando os procedi-mentos passíveis de ser convertidos ao formato digital, com a minimização do erro que é inerente a este processo, de modo a estabelecer uma metodologia de elaboração dos modelos. Para o efeito, são, também, analisadas as experiências efectuadas neste âmbito a nível internacional, que podem ser adaptadas à nossa realidade em termos de espaço, tempo e forma, de modo a estabelecer critérios normalizados de manipu-lação da informação e a permitir igual ponderação dos casos escolhidos na implementação do modelo.

A implementação de um modelo SigArqueo experimental, tendo como base dez casos de estudo permi-tiu, através do correlacionamento de valores, determinar outras áreas com índices afi ns, onde, na ausência de registos, devem ser estabelecidos cuidadosos planos locais de prospecção e sondagem. Com esta me-todologia, pode fazer-se inferências acerca das potencialidades arqueológicas de uma região.

Está-se, portanto, na presença de um poderoso auxiliar de gestão dos recursos culturais, o qual, em con-jugação com a divulgação da informação, concorre para a defesa do património cultural e contribuirá, certamente, para uma gestão integrada do reordenamento do território.

PALAVRAS CHAVE

— Património— Levantamento— SIG— Sistema de Informação Geográfi co-Arqueológica -SigArqueo— Sítios e Não-Sítios— Representações Espaciais Tridimensionais

RESUMO / ABSTRACT

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I. THE GEOGRAPHICAL INFORMATION SYSTEMS ON THE LOCATION OF UILLÆ IN RURAL ROMAN PORTUGALA Predictive Model

ABSTRACTTh e increasing development of projects based on Geographic Information Systems as allowed the en-largement of the initial scope of its applications, strictly geographical, to other specializations, namely on the archaeological fi eld. Th e study of the application regarding the Geographical Information Systems on the Archaeological analysis of the Architectural Heritage allowed us to transform an initial idea (1998) into a doctoral thesis (2003), as we intend to demonstrate with this dissertation.

Th e purpose of this work is to exploit the capacity of the Geographical Information Systems –GIS by as-sociating the geographical and environmental factors to the traditional archaeological models, designat-ing them by Geographic-Archaeological Information Systems -GisArcheo. In this new area of research we can fi nd three diff erent, though complementary, kinds of application models which can be used on the GisArchaeo investigation. Th e present work is focused on the experimental application of the model Localisation of Sites and Management of Cultural Resources on Uillæ in rural roman Portugal.

Th e traditional archaeological methods for the experiment of a predictive model to locate Uillæ are particularly well described in what concerns the survey and record, exploiting the procedures that may be converted into digital format with the minimization which is inherent to this process, so that we can establish a methodology on the elaboration of the models. For this purpose we also analyse international experiences on this subject, whenever they could be compared to our reality in terms of space, time and shape, so that we can establish widely accepted criteria regarding the manipulation of information and a fair representation of the selected cases for the implementation of the model.

Th e implementation of an experimental GisArchaeo model based on ten studied cases has allowed us to identify other areas with similar values and where, in the absence of records, we now must set careful plans of prospecting and sounding. With this method we can presume the archaeological potentiality of a region.

Before us is, therefore, a powerful aid in the management of cultural resources which, in addition to the diff usion of information, contributes for the defence of the cultural heritage, as well as for an integrated management of the re-arrangement of the territory.

KEYWORDS

— Heritage— Survey— GIS— Geographic-Archaeologic Information System -GisArchaeo— Site and Non-Site— 3Dspace Virtual Constructions

AGRADECIMENTOS

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II. AGRADECIMENTOS

Um trabalho desta natureza difi cilmente alcançaria os seus objectivos se não tivesse benefi ciado dos mais variados apoios. Na impossibilidade de poder referir todos, agradeço, particularmente:

— Aos Orientadores da Tese, Professor Carlos Tavares Ribeiro e Professor João Luís Cardoso, sem os quais esta tese não teria sido possível e a quem devo empenho e disponibilidade permanentes, em todos os níveis de desenvolvimento do trabalho e muito para além do que uma relação me-ramente profi ssional e académica exigiria.

— Ao Professor António Ressano Garcia Lamas e ao Professor José Manuel Viegas, de modo mui-to especial, pelas directivas e incentivos na fase de reformulação da versão da Tese inicialmente apresentada, que tornou mais consistente todo o processo metodológico de análise, o que melho-rou signifi cativamente o resultado fi nal.

— Ao Professor Bana e Costa -pelos momentos de análise e de opinião, por vezes determinantes, no decurso do trabalho -e à Professora Isabel Th emido, com particular reconhecimento, ainda que tardio, pelo modo como, no escasso tempo de que dispunha, se disponibilizou para ensina-mentos e esclarecimentos de vária ordem.

— À Professora Teresa Heitor, pela sua sugestão inicial da área temática a desenvolver, ao Professor João Matos, pela disponibilização dos meios técnicos do Laboratório de Sistemas de Informação Geográfi ca que coordena, e, reconhecidamente, também aos seus colaboradores.

— Aos colegas da Secção de Sistemas de Apoio ao Projecto, em especial, à Professora Maria Helena Braz e à Professora Alcínia Zita Sampaio -pela amizade e bom ambiente que me proporciona-ram ao longo destes anos de trabalho em conjunto -e ao Professor José Duarte, pelo seu entu-siasmo e apoio na fase experimental do trabalho.

— À Professora Conceição Lopes, da Universidade de Coimbra -pelo auxílio na interpretação de ortofotos -ao Dr. Cláudio Torres, ao Dr. Santiago Macias, ao Dr. Virgílio Lopes e ao Dr. Miguel Rego, do Campo Arqueológico de Mértola, pelo acompanhamento na prospecção local.

— Ao Professor José d’Encarnação, da Universidade de Coimbra, e ao Dr. Guilherme Cardoso, da Associação Cultural de Cascais, por todo o apoio, compreensão e amizade.

— À minha família.

1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo, introduz-se o tema, explica-se a forma como se organizou a dissertação e defi ne-se o signifi cado dos conceitos mais utilizados no desenvolvimento do trabalho, valorizando o seu conteúdo para utilização num contexto histórico.

1.- INTRODUÇÃO

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“…os testemunhos vivos das épocas anteriores revestem-se duma impor-tância vital para cada ser humano e para os povos que neles encontram a expressão da sua cultura e um dos fundamentos da sua identidade…”

[Relatório das Conclusões da 19ª. Sessão da Conferência-Geral da

U.N.E.S.C.O., 1976.(181)]

1.- Considerações GeraisA importância do Património Cultural é um assunto que tem vindo a despertar, cada vez mais, a cons-ciência social e o fascínio pelo conhecimento do passado remoto, circunstância que justifi ca a crescente importância da Arqueologia, uma vez que os achados arqueológicos permitem desvendar os valores sociais que estão associados a determinados artefactos ou construções. No entanto, apesar desta evolu-ção, o seu valor intrínseco ainda não parece estar assimilado entre nós, de forma inequívoca, o que pode explicar o motivo pelo qual nem sempre se tenha conferido o indispensável valor científi co à protecção do património considerado em si mesmo, ou como componente intrínseca a acções de carácter territorial mais amplas.

Com efeito, só é possível esperar obter resultados positivos nas intervenções patrimoniais se forem, pre-viamente, defi nidos âmbitos, objectivos e estatutos da intervenção, incluindo as terminologias a adoptar. É neste sentido que se procura aqui estabelecer as defi nições básicas dos termos utilizados -Cultura, Património, Património Cultural e Capacidade Patrimonial de um grupo social- de forma clarifi car a polissemia dos conceitos e a defi nição adoptada, criando bases para um entendimento comum a diver-sas comunidades interessadas no tema de investigação proposto. Neste sentido se recuperam, também, termos antigos e se defi nem conceitos relativos ao registo de objectos- o tombamento, o cadastro e o levantamento (planimétrico e altimétrico)- relacionando as diferentes opções com os diversos níveis de aproximação de registo e a análise de objectos.

O termo Cultura designa, preferencialmente, a dedicação a determinadas actividades conotadas com aspectos físicos [Enciclopédia Luso-Brasileira, Verbo, 1987.(179)]. Pode signifi car, num sentido amplo, tudo o que se relaciona com a geografi a agrícola, desde a de subsistência ou autoconsumo (do próprio e no local), a intermédia (local e regional), a de mercado (regional e nacional), até à especulativa (o abas-tecimento de grandes aglomerados urbanos ou circuitos internacionais bem defi nidos) [ANTUNES, 1987.(179)]. Assim entendida, trata-se de uma defi nição sem aproximação directa ao signifi cado que aqui se considera. Ainda segundo a mesma fonte, num contexto físico cultura pode designar, também, o con-junto ou sequência de operações para a produção de plantas com funções de ornamentação, de protecção do solo e da água, de correcção climática ou de demarcação de parcelas, ou designar operações típicas das actividades pecuárias e piscícolas, para além das agrícolas.

Nesta abordagem do conceito, é evidente a conotação da palavra cultura com o acto de cultivar, próprio da actividade agrícola, uma invenção que constituiu uma etapa fundamental da História ao possibilitar a sedentarização do homem e, em consequência, a formação dos primeiros aglomerados urbanos geradores de sociedades.

A ordem pela qual este processo se desencadeou ainda não foi completamente determinada. Porém, o conhecimento do ciclo das plantas implicou, necessariamente, uma cuidada observação que permitiu ao homem do neolítico estabelecer que a germinação de uma semente dá origem ao crescimento de uma planta. Essa observação obrigou, provavelmente, a uma precedente imobilização das diferentes tribos num determinado espaço. Assim, a questão fundamental permanece: porque se deu a sedentarização do homem e o desenvolvimento da produção de alimentos em determinados locais- a base da agricultura- quando,